O Ensino de Matemática por Meio de Tecnologias: Repercussões no Desempenho Escolar Guilherme Mendes Tomaz dos Santos1 Laurita Souza de Oliveira2 RESUMO Este artigo tem por objetivo apresentar um estudo realizado no Instituto Estadual Dr. Carlos Augusto de Moura e Cunha situado no município de Guaíba, em que se utilizou como prática pedagógica na disciplina de Matemática a inserção do uso de recursos tecnológicos. A pesquisa foi voltada para quintas e sextas séries (ou 6° e 7° anos) do Ensino Fundamental, com o objetivo de acrescentar novos recursos para aprendizagem da educação matemática, que repercutiram de forma positiva no desempenho escolar na formação discente, mediante trabalho colaborativo entre professor e pesquisador na organização de atividades didático-pedagógicas em ambientes informatizados. A pesquisa abrangeu uma população de aproximadamente setenta alunos. Destaca-se a importância de atividades e práticas relacionadas à tecnologia como metodologia de ensino-aprendizagem, de modo que se desenvolvam as habilidades e competências esperadas para a Educação Básica de nossos alunos para uma completa formação dentro do contexto escolar.. Durante a pesquisa foi desenvolvidas atividades utilizando-se dos conhecimentos adquiridos pelos alunos para podermos realizá-las, fazendo-se uso de softwares matemáticos e jogos que desenvolveram um maior interesse pela disciplina e pelos conteúdos. Os discentes 1 Graduando do 4º semestre – Matemática – Licenciatura Plena – Centro Universitário Metodista do IPA. ([email protected]). Rua X-3, 322, Moradas da Colina, Guaíba/RS. CEP: 92500-000. 2 Pós-Graduada em Metodologia do Ensino de Matemática para a Educação Básica e Graduada em Ciências, Habilitação: Matemática pela FAPA; ([email protected]) 258 puderam vivenciar que a Matemática possui um sentido em seus cotidianos, pois a mesma está sendo apresentada de uma forma lúdica, em que todos encaram o papel de sujeito ativo, tornando algo agradável e estimulante para os processos de ensino-aprendizagem. Os softwares e jogos que foram utilizados para que acontecesse esse processo, foram: o TucMix, O Labirinto da Matemática, Geogebra, Math-a-Maze, a Torre de Hanói, e jogos do site só Matemática e Rachacuca. Estes aplicativos serviram como base solidificadora para o estudo da Matemática do Ensino Fundamental, visto que a aula tornou-se mais atrativa e interessante tanto para o grupo discente quanto para o grupo docente, que reformulou a metodologia de ensino através dessa prática. Com este trabalho pudemos observar que houve um aumento no desempenho escolar dos estudantes do primeiro para o segundo trimestre, diminuindo o índice de reprovação das três turmas e, houve uma grande interação da família com a escola, pois o os estudantes levavam atividades para casa e muitos pais e responsáveis contribuíam para as pesquisas de grupo. Relataram para os docentes também, a vontade de ir à escola para assistir as aulas de Matemática e ir ao Laboratório de Informática (LABIN). Concluímos também que para aprimorarmos o processo de ensino-aprendizagem, é necessário a capacitação docente para que com ela torne-se um mediador, ou seja, que guie a construção do conhecimento. Palavras-chaves: Recursos tecnológicos; aprendizagem da educação matemática; ambientes informatizados. Introdução O uso do computador é uma necessidade em muitas áreas do conhecimento, estando presente, inclusive, na escola, que retrata os valores da sociedade em que está inserida. Os professores, por sua vez, não receberam, em sua formação, uma capacitação para utilizá-lo como uma ferramenta educacional, para contextualizar sua disciplina com a realidade vivida atualmente. Em decorrência desses fatos, os alunos acabam tendo um ensino mais limitado, conservador e restrito à compreensão dos conteúdos vistos em sala de aula, que, muitas vezes, não possuem sentido por falta de aplicabilidade dos mesmos. 259 Analisando-se estes fatos, considerou-se como local para a pesquisa, o Instituto Estadual Dr. Carlos Augusto de Moura e Cunha, situado no Bairro Moradas da Colina do Município de Guaíba, no Estado do Rio Grande do Sul, por possuir características relacionadas à mesma, destacando-se que a direção da instituição colocou-se à disposição do pesquisador para realizá-la em parceria com a docente titular nas suas duas turmas de quinta série e uma de sexta série em questão. A mesma possui um laboratório de informática com dez computadores com acesso à Internet e um sistema operacional que vem incluso software educacionais, o que contribuiu efetivamente para execução da mesma. O desempenho escolar é uma constante preocupação dos docentes, visto que geralmente, é o reflexo de seu trabalho perante um grupo, em que atua como o agente guiador e colaborador para a construção do conhecimento do mesmo. A responsabilidade enquanto educador é muito grande, então é necessário seguidamente buscar (re) planejar suas metodologias para aprimorar o ensino, adequando sempre às novas tecnologias em suas práticas. Educação Matemática e Tecnologia A Educação Matemática é um novo modo de entendimento desta ciência. Com ela, vêm associando-se simultaneamente metodologias de ensino, novas tecnologias para o trabalho em educação. Tem por objetivo tornar os professores em verdadeiros educadores, que se preocupam em realmente formar não somente um aluno com sólidos conhecimentos matemáticos nos métodos tradicionais, mas também que realmente os compreendam de uma maneira mais lúdica, prática e aplicável à sua vida cotidiana, além de formar um verdadeiro cidadão, pensador e crítico que saiba integrar diversos temas ligados à matemática numa interdisciplinaridade cultural. Segundo Ferretti (2008), Educação Matemática é um debate multidisciplinar, no qual o educador tem de saber integrar diversas áreas na sua, em que saiba adaptar-se às novas tecnologias utilizando-se delas para o proveito na Matemática, proporcionando aos alunos uma nova forma de compreensão desta ciência abstrata para muitos e que aprenda de uma forma mais prática e com sentido. Segundo Félix (2001), foi criada para uma melhor compreensão da ciência, capacitando profissionais preocupados em ensinar e que seus alunos aprendam matemática, além de ser a nova transformação do abstrato para o integral. 260 Gravina (2001) acredita que a abstração do conhecimento matemático dá-se através de relações entre teoria e prática, sendo importante para os discentes uma interação com os assuntos estudados nos ambientes informatizados das escolas, sob orientação do docente para que haja uma maior eficácia na aprendizagem, assim como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1999, p. 259) que orientam o professor a desenvolver competências, habilidades e atitudes em Matemática, tais como “Utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como instrumentos de produção e de comunicação”. Pesquisas sobre Educação Matemática e Tecnologias estão sendo de grande valia científica para melhorias na qualidade de ensino da Educação Básica, que compreende o Ensino Fundamental e Médio. Através delas podemos avaliar questões relevantes à sociedade. Encontrando assim, possíveis medidas para reformular práticas pedagógicas e adaptar espaços institucionais transformando-os em locais em que tornem a criança e o jovem num pensador, cidadão e numa pessoa que está integrada e socializada com novas propostas educacionais, que tem por objeto principal a tecnologia, não só na Matemática, penso eu, pois todas as áreas abrangentes da educação têm a preocupação em reformular suas atividades de forma que realmente preparem o aluno para o futuro próximo. Desmistificar a matemática na educação básica é um grande desafio, pois esta cultura atravessa gerações. Desenvolver jogos matemáticos on-line nas turmas do Ensino Fundamental, educando de maneira mais lúdica, dando um sentido para a aprendizagem é essencial. Além de que o uso do computador para a vida humana está quase que totalmente ligados às atividades cotidianas, pois a maioria de tarefas e atividades de que o homem utiliza e realiza foi trocado pelo trabalho manual pelo digital. Então, para que isso ocorra de uma forma mais tranquila e que se tenha uma preparação e adaptação desde a infância para este tema transversal, a educação tem que evoluir junto com a época. Dessa forma, a matemática também esta se adaptando a esse novo sistema, então para os educadores é indispensável que mesmo sem incentivo, tem-se de atualizar nessa nova era para educarmos da melhor maneira possível nossos jovens brasileiros, para que com isso entremos no ritmo mundial. Essas questões nos remetem a crer que o docente deve buscar acrescentar em sua formação novos conhecimentos sobre recursos tecnológicos para que desenvolva métodos didáticos aplicáveis à sua disciplina, contextualizando-os ao máximo possível para os discentes, fazendo-se perceber um outro modo de encarar a matemática no cenário atual. Pensando-se nelas, que se 261 propôs um projeto de pesquisa que descreve a realidade empírica, podendo contribuir para a inserção de tecnologias no ensino como uma ferramenta de aprendizagem, incentivando os docentes a qualificarem-se para estarem aptos a desenvolver práticas com seus alunos. A importância deste projeto está na possibilidade de se tornar uma pesquisa que realmente contribua de alguma maneira na melhora na qualidade de ensino da nossa Educação Básica, repercutindo positivamente no desempenho escolar dos discentes, através do uso dos espaços informatizados que estas instituições possuem e na capacitação docente pela qual percebam que há a necessidade em especializar-se com estes novos recursos, facilitando a aplicação e compreensão de temas abrangentes à disciplina. Descrição das etapas do estudo Este trabalho foi uma parceria de um projeto de pesquisa para uma disciplina do curso de Graduação em Matemática do IPA com uma monografia de um curso de Pós-Graduação em Metodologia do Ensino da Matemática para a Educação Básica da FAPA. Para a realização deste, nos apresentamos à direção da escola e juntos mostramos a proposta de trabalho, que foi aceita com sucesso. Tivemos alguns encontros no mês de abril na escola para analisarmos a questão pedagógica das três turmas, em relação à carga horária do projeto e continuidade do currículo programado. Definimos que seria destinado ao projeto um total de no máximo 50% da carga horária semanal de cada turma, ou seja, em média de dois a três períodos de cinqüenta minutos cada e, que as turmas seriam divididas em grupos para obter melhores resultados ao final. Então a cada período, metade da turma iria para o projeto e a outra metade teria aula normal para ter a continuidade curricular e no outro período, ocorria o contrário. Resolvemos fazer uma parceria, aplicando o projeto concomitantemente à monografia, pois os objetivos eram semelhantes e a professora tinha pouca habilidade e contato com o computador, o que dificultaria o seu trabalho. Então o nosso eixo norteador da pesquisa foi saber como a inserção de softwares aplicados à Educação Matemática, utilizado como método didático-pedagógico pelos docentes, pode contribuir para aprendizagem de alunos de 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental na disciplina de Matemática; 262 e que mudanças ocorrem na aprendizagem de alunos de 5ª e 6ª séries após passarem a utilizar a informática como recurso em suas atividades nas aulas de Matemática. E ainda no mês de abril, durante um período de duas semanas, totalizando quarentas, observei as turmas em questão, para analisar quanto à metodologia a ser empregada e desenvolvida ao longo do projeto, escrevendo relatórios diários para análises futuras; e, tive reuniões diárias com a professora titular para elaborarmos em conjunto as aulas práticas no laboratório associando os conteúdos vistos em sala de aula aos que seriam desenvolvidos no laboratório de informática (LABIN). No início do mês de maio, fui apresentado às turmas da escola como o professor que lecionaria aulas de matemática no LABIN executando um projeto com elas. Houve muita euforia dos alunos, pois por relatos deles, naquele ano, ainda não haviam ido ao laboratório, a não ser com a professora de Ciências que faz atividades integradoras. A empolgação entre o corpo discente foi inevitável e diversos relatos comprovam a ansiedade e curiosidade para o novo, em uma atividade dada antes do início das aulas: Eu espero que seja divertida para nós, para calcular e aprender regras matemáticas cada vez mais de um jeito legal para todos [...] e também aprender mais sobre como usar os computadores. (aluna da 5ª série) Eu espero que as aulas de informática tragam mais aprendizagem sobre a matemática e seja uma aula divertida com bastante descontração, mas sem perder o foco sobre a matemática no computador. (aluno da 6ª série) As turmas foram divididas em grupos e após foi explicado como funcionaria o regime de aula nesse novo contexto educacional. As aulas no LABIN fizeram parte da avaliação discente, somando para a nota final do trimestre. O projeto teve uma duração de quatro meses, possuindo em média um total de quinze encontros por turma no laboratório, sendo desenvolvidas diversas atividades didáticopedagógicas, tais como jogos matemáticos por meio de softwares educacionais, envolvendo raciocínio lógico, cálculo algébrico para as 6ª série, fração, tabuada, operações básicas dos números naturais (adição algébrica, multiplicação e divisão), construções geométricas e uma atividade que consideramos fundamental para o sucesso de nosso trabalho: a criação de um blog para cada uma das turmas. 263 A ideia do blog surgiu em momentos de curiosidade entre os grupos em saber o que os outros estavam fazendo, pois queriam participar também. Com esses questionamentos, pesquisamos sobre a criação de blogs escolares, pois com eles todos têm acesso simultâneo às propostas e a partir disto, elaboramos uma metodologia de ensino para uma boa utilização do mesmo. A função dele para o projeto, era aproximar os alunos e os professores de novos recursos tecnológicos e ferramentas da web. Como tarefas, os grupos deveriam pesquisar, elaborar e após postar no blog questões e exercícios, desafios, reportagens ... que fossem interessante para eles e para o resto da classe. Como criamos um link dos blogs de cada turma em outra, todos deveriam realizá-los e postar a resposta. Também poderia ser utilizado para colocar mensagens e comentários sobre o trabalho que estava sendo realizado. Vejamos um depoimento de uma discente durante o período de execução da pesquisa: As aulas de informática esta sendo uma experiência nova que eu nunca tinha feito em “Matemática”, é legal saber que você pode aprender matemática no computador e claro no caderno. Com isso, eu acho que nunca vou querer faltar à aula de matemática. Eu to achando o máximo e ainda mais porque é a minha matéria preferida. (aluna da 5ª série) Após o período do projeto, encerramos as atividades, e analisamos os resultados obtidos, entretanto, continuamos a desenvolver aulas no LABIN até meados do mês de outubro. Programas utilizados e atividades desenvolvidas Durante as aulas de matemática no laboratório, desenvolveu-se inúmeras atividades virtuais em que os alunos pudessem vivenciar de forma mais lúdica e real o aprendizado ensinado na sala de aula. Vários softwares de jogos e sites foram utilizados como referência para essa prática de ensino, tais como: Geogebra, um software voltado para o ensino de geometria, em que pudemos desenvolver com os discentes noções de Geometria Euclidiana Plana; o Labirinto da Matemática, um jogo que envolve os conhecimentos adquiridos sobre equações do 1º grau, voltado para as 6ª séries; Math-a-Maze, um jogo de lógica em que contribuiu para um maior raciocínio rápido e estratégico dos alunos; Rachacuca, um site que possui inúmeros jogos envolvendo diversos conceitos matemáticos, voltados para o ensino da Educação Fundamental e Média; Só Matemática, site de exercícios, problemas e jogos matemáticos que contribuem para a 264 aprendizagem; Torre de Hanói, jogo envolvendo raciocínio lógico matemático através de deduções e tentativas; o TucMix, que é um jogo espacial em que envolve conhecimentos de adição algébrica, multiplicação e divisão, etc. Entre todos os programas descritos acima, tiveram outras atividades e softwares utilizados. Mas em especial, o site que utilizamos muito foi o do blogspot.com, criador de diários eletrônicos (blogs), em que se utilizou para as turmas de 5ª e 6ª séries criarem o seu. Cada classe, em uma votação democrática, escolheu o nome que seria posto no mesmo e no site do blog. No momento em que foi apresentado, criou-se uma conta eletrônica para cada turma ter acesso ao seu e um link aos outros. São eles: Turma 51: www.turma51minigenios.blogspot.com Turma 52: www.plantaomatematico 52.blogspot.com Turma 61: www.ferasdaturma61.blogspot.com Nesses sites estão diversas atividades postadas pelo corpo discente. Foi assistido também, um vídeo chamado “Pato Donald no país da matemática”, em que desenvolve aspectos da história da matemática e sua atualidade dentro de um contexto sóciocultural para uma melhor aplicabilidade do mesmo. Discussão dos resultados da pesquisa Categorizamos os dados obtidos através de relatórios, entrevistas realizadas com os alunos, descrição das atividades, análise do desempenho escolar dos discentes ao final do 1º e 2º trimestres fazendo uma comparação entre eles para verificar se houve ou não uma melhora no rendimento escolar. As aulas no laboratório de informática despertaram maior interesse por parte discente na disciplina de matemática Os dados que pudemos analisar tal afirmação, foram as listas de freqüência de cada turma, em que se notou menor ausência nas aulas de matemática durante o 2º trimestre, tendo as mesmas, maior pontualidade em entrega de trabalhos e tarefas de apoio de aprendizagem. Os questionamentos sobre os conteúdos, dúvidas, aumentaram assim como as curiosidades que eles trouxeram de casa, em que os pais se tornaram mais participativos da vida escolar de seus filhos. Houve uma maior integração entre os colegas, relação família-escola, aluno-professor 265 A matemática para os nossos estudantes, deixou de ser vista como uma disciplina “chata”, “sem noção”, segundo eles, e adquiriu um status de “bacana”, “show de bola”. Gírias estas, usadas pelos mesmos. Abaixo segue um gráfico que ilustra o período das aulas no LABIN com as três turmas, para observamos em porcentagem, o total de aulas realizadas: GRÁFICO 1 - Uso aproximado do LABIN na disciplina de Matemática (%) 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Turma 51 Turma 52 Turma 61 MAIO JUNHO JULHO AGOSTO As aulas do LABIN melhoraram o rendimento escolar dos discentes no 2º trimestre letivo Durante o primeiro trimestre tivemos um número significativo de reprovações em matemática e ciências nas 5ª séries, e matemática na 6ª série. Refletindo sobre metodologias para recuperar o desempenho desses alunos, intensificamos as aulas no laboratório para as turmas durante o mês de junho e agosto, pois o mês de julho tivemos recesso escolar de nove dias, o que reduziu o número de aulas. O final do 2º trimestre acontece no início do mês de setembro, porém em agosto ocorrem os conselhos de classe (em que as notas finais já devem estar “fechadas” para a emissão dos boletins de desempenho) e a partir daí, analisamos os resultados. Foi muito significativo a melhora das notas em matemática de ambas as séries. Grande parte dos que estavam em recuperação atingiram os objetivos propostos no trimestre em questão e no anterior, sendo aprovados para o 3º trimestre sem pendências. O número de reprovações do segundo trimestre decaiu em relação ao primeiro, demonstrando que nosso trabalho foi bem sucedido e atingiu o seu propósito. Considerações finais 266 Dessa forma, podemos concluir que ainda há muito trabalho pela frente na área da Informática Educativa para o ensino de Matemática da Educação Básica. Capacitação docente, preparação de novas metodologias de ensino, constantes reformulação nos planos de trabalho e no currículo, fazem parte do papel do educador preocupado com o futuro de nossos alunos. Investir na formação continuada, através de cursos de atualização, participação de eventos e espaços em que haja discussão das novas tendências educacionais dentro da sua área de atuação, é fundamental para melhorarmos a qualidade de ensino de nosso país, estado, município e até mesmo de um único indivíduo, visto que temos a função de ser agentes multiplicadores e construtores de conhecimentos. Mas que para que isso seja possível, devemos adquirir estas habilidades e competências específicas e pedagógicas, sendo um verdadeiro “artista da educação.” O trabalho em equipe é imprescindível para o sucesso de nossas atividades e práticas profissionais. A integração entre professor e grupo gestor da escola com o grupo discente e demais membros da comunidade escolar se faz necessário para o bom andamento do processo da construção de cidadania, formação social dos indivíduos, preparando-os para o mercado de trabalho e para a vida em sociedade adquirindo o famoso CHA (Competências, Habilidades e Atitudes) proposto pelo Projeto Político-Pedagógico da instituição. No PPP da instituição, a sua finalidade é: “ser a escola um espaço que propicie a troca de informações e a socialização nos quais as experiências sirvam como um referencial para os núcleos sociais externos, e que o resultado conduza a um mundo mais humano, justo e igualitário, para o exercício da cidadania.” Então com a nossa pesquisa e desenvoltura do trabalho com os discentes, seguimos e colocamos em prática o que a escola acredita ser qualidade de ensino. Associamos uma disciplina que há muito tempo vem mantendo práticas e metodologias arcaicas, que não acompanharam o avanço mundial com as novas tendências do século XXI. Então com as recentes e vastas pesquisas nessa área, estamos contribuindo para esses jovens tenham uma melhor qualidade na educação dentro da matemática e dentro do contexto escolar. Medeiros e Medeiros (2006) complementam o nosso pensamento da seguinte forma: Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. [...]. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato em relação a seus próximos e à comunidade. Os excessos do sistema de competição e de 267 especialização prematura, sob o falacioso pretexto da eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem. (MEDEIROS A; MEDEIROS C, 2006, p. 45). Também estamos atendendo os objetivos dos PCN’s do Ensino Fundamental, que estabelecem que os discentes devem saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o raciocínio lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. (PCN’s, 1997, p. 06) Esperamos que esta pesquisa contribua para futuros trabalhos referentes à essa área, servindo de base científica para a realização dos mesmos, além de incentivar os profissionais da educação a pensar em propostas didático-pedagógicas com a utilização de recursos tecnológicos na disciplina de matemática. Assim estamos contribuindo com referenciais escritos para esta ciência que precisa tomar outros rumos frente à educação, mas que para isso, se faz necessário educadores preocupados com esta temática. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ensino fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1997, 142 p. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília, SEMTEC/MEC, 1999, p. 141. FÉLIX, Vanderlei Silva. Educação Matemática: Teoria e prática da avaliação. Passo Fundo: Clio, 2001, 263 p. 268 FERRETTI, Celso João et al. Novas Tecnologias, Trabalho e Educação: Um debate multidisciplinar. Rio de Janeiro: Vozes, 2008, 220 p. GRAVINA, Maria Alice; SANTAROSA, Lucila Maria. A aprendizagem da Matemática em ambientes informatizados. 1998 em http//aleph0.mat.ufrgs.br/artigos_index.php> Acesso em 20/01/2010 em Guaíba, Rio Grande do Sul. MEDEIROS, Alexandre; MEDEIROS, César. Resenha de Einstein e a Educação. São Paulo. Livraria de Física, 2006. VOOS, Dolurdes; BATISTA, Jane Beatriz. SPHAERA: Sobre o ensino de Matemática e de Ciências. Novo Hamburgo: Premier, 2009, 1. ed, 251 p. 269