Jornal
Sindicato dos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro
Ano LXXXIV 25 e 26/3/ 2014 - No 4734 - www.bancariosrio.org.br
INSEGURANÇA BANCÁRIA
Por falta de investimentos,
ataques a banco crescem 42%
Os bancos insistem em não investir
o que deveriam em segurança, colocando a vida de bancários e clientes
em risco permanente. Foi o que deixou
claro levantamento feito pelo Sindicato
junto à Secretaria Estadual de Segurança. Em 2013, ocorreram 71 ataques
a bancos, um aumento de 42% em relação aos 50 casos verificados em
2012. O diretor do Sindicato André
Pires Spiga frisou que não há motivos
para esta realidade, pois o sistema
financeiro tem batido recordes de
lucratividade a cada ano.
Segundo o sindicalista, os números
podem ser maiores ainda, já que
somente são levados em conta no
levantamento da secretaria assaltos
consumados, ficando de fora os arrombamentos feitos sem sucesso e,
também, as saidinhas de banco, muitas
vezes registradas nas delegacias policiais como assaltos comuns. Spiga
lembrou que até mesmo as estatísticas
nacionais da Fenaban mostram pequeno aumento (2%) aos ataques a
agências: 444, em 2012, e 449, em
2013, embora não levem em consideração assaltos a caixas de autoatendimento. Spiga adiantou que uma pesquisa nacional sobre ataques a bancos
será divulgada pela Contraf-CUT até
o fim de março. A entidade vai utilizar
informações repassadas pelos sindica-
André Spiga (D): “Os bancos preferem ser
multados do que investir em segurança”
tos de todo o país, entre eles o do Rio
de Janeiro.
EXIGÊNCIAS
O movimento sindical cobra dos
bancos a instalação de porta-giratória
antes da entrada do autoatendimento,
considerando este espaço também parte
da agência; biombos entre os caixas e
entre estes e a fila; contratação de um
maior número de vigilantes; sistema de
vídeo em tempo real em alta definição;
câmeras internas e externas; abertura
da agência e cofres por empresa especializada, ou remotamente para impedir
sequestros; e isenção de tarifas para ted
e doc, estratégia para proteger o cliente
e evitar que ele transporte valores e,
como consequência, a saidinha de banco,
a forma de assaltos que mais mata.
Pela não observância das normas
de segurança, todos os anos os
bancos são multados pela Polícia
Federal. Este ano, 14 instituições
financeiras foram autuadas em R$
5,3 milhões. Foram abertos 485
processos pelas Delegacias de
Segurança Privada (Delesp) por
descumprimento da Lei Federal
7.102/83 e de portarias da Polícia
Federal. As principais irregularidades constatadas foram equipamentos inoperantes, número insuficiente
e falta de rendição de vigilantes no
horário de almoço, transporte de
valores feitos por bancários, inauguração de agências sem plano de
segurança aprovado e cerceamento
da fiscalização de policiais federais.
Para Spiga, os bancos preferem ser
multados do que investir em segurança, e recorrer, empurrando com a
barriga, pois assim economizam. Os
bancos multados este ano foram:
Banco do Brasil (R$ 1,5 milhão), Itaú
(R$ 1,8 milhão), Santander (R$ 745
mil), Caixa (R$ 738 mil), HSBC (R$
180 mil), Banrisul (R$95 mil), Mercantil
do Brasil (R$ 31 mil), Banese (R$26 mil),
Banco do Nordeste (R$26 mil), Citibank
(R$ 21 mil), Banestes (R$10 mil), Banco
de Brasília (R$ 10 mil) e Safra (R$10
mil).
Na última sexta-feira (21), um
cliente teria sofrido uma tentativa de
assalto na agência do Itaú, na
Avenida Nilo Peçanha, Centro. No
mesmo dia, o Sindicato realizou um
protesto em frente à unidade contra
a falta de segurança (confira na
página 3).
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
Participe do Censo da Diversidade
O Censo da Diversidade coletará informações que serão
fundamentais para a luta da categoria contra toda a forma de
discriminação e preconceito e em defesa da igualdade de
oportunidades nos bancos. Ente no hotsite da Febraban
(Federação Brasileira dos Bancos) e preencha o questionário.
As respostas são sigilosas e confidenciais, garantidas por um
programa de segurança. Você tem até o dia 25 de abril para
participar.
O endereço é www.febraban-diversidade.com.br.
Rio, 25 e 26/3/2014
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ITAÚ/BANERJ
Reunião da AOS
O Sindicato realiza neste sábado,
29, às 10h, no auditório da entidade,
reunião com os funcionários da AOS
(Assistência Operacional de Suporte). Na pauta, o Projeto de Lei 3213/
2010 (Previ-Banerj), andamento das
ações judiciais, como ação do Plano
de Aposentadoria Complementar
(PAC), a ação da Contec, entre outros assuntos de interesse dos banerjianos. O endereço é Avenida Presidente Vargas, 502, 21º andar.
CONFERÊNCIA MUNICIPAL
Economia Solidária
A III Conferência de Economia
Solidária do Rio de Janeiro será
realizada nesta quinta e sexta-feira
(27 e 28 de março), a partir das 8h30,
no auditório da Fecomércio
(Federação do Comércio do Estado
do Rio de Janeiro), na Rua Marquês
de Abrantes, 99, Flamengo. O evento
é organizado pela Secretaria Especial
de Desenvolvimento Econômico
Solidário (Sedes) do Município do
Rio. O objetivo do evento é debater
com segmentos sociais envolvidos
com o tema políticas de apoio e
fomento de empreendimentos
econômicos solidários, participação
da sociedade no planejamento,
controle e gestão das políticas
públicas e elaboração de propostas
para o setor. Serão eleitos no
encontro os representantes para a
Conferência Estadual, cujas
propostas serão enviadas à etapa
nacional. Data: 27 e 28 de março de
2014, das 9h às 18h.
“É importante a participação dos
movimentos sociais, de trabalhadores
e de toda a sociedade para, através
dos debates, definirmos as políticas
públicas prioritárias relacionadas à
economia solidária. Precisamos
construir no país uma economia para
todos, com espaço cada vez maior
para o trabalho e a produção comunitária, as cooperativas, o artesanato, que também geram renda e
contribuem para a justiça social”,
afirma o secretário da Sedes, Vinícius
Assumpção, que é ex-presidente do
Sindicato dos Bancários do Rio.
BRADESCO POLO RIO
Funcionários são obrigados a trabalhar
de máscara por causa de cheiro de tinta
O diretor da Federação dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Fetraf- RJ/ES) Arlensen Tadeu
cobrou do Bradesco a suspensão
imediata da obra no Polo Rio nos
dias de expediente e procurou a
administração da empresa terceirizada responsável pelos serviços.
Os funcionários da unidade estão
sendo obrigados a trabalhar de
máscara por causa do forte cheiro
de tinta a óleo.
“Solicitei à gerência para que a
obra fosse feita exclusivamente nos
finais de semana, pois todo mundo
sabe que tinta é um produto tóxico e
prejudicial à saúde. Houve a promessa que seríamos atendidos, mas
eu soube que, assim que virei as
costas, a ordem da gerência foi para
que a obra continuasse durante o
expediente”, afirma.
Os empregados terceirizados
informaram que a obra está sendo
realizada durante a semana porque
a empresa não paga hora extra.
“É um absurdo que um banco do
porte do Bradesco, que tem lucros
astronômicos, trate os traba-
lhadores com tanto desrespeito, não
se preocupando sequer com as
condições mínimas de saúde e de
trabalho”, critica Tadeu.
QUE VERGONHA!
Bradesco e Itaú entram na
dívida ativa em Ribeirão Preto
O Bradesco e o Itaú foram
inscritos na dívida ativa de Ribeirão
Preto, interior de São Paulo. O
motivo são as multas sofridas
devido ao descumprimento da
instalação de biombos, em 2012.
Segundo a Prefeitura, os valores
das multas atingem R$ 6,8 milhões.
Os bancos não têm como recorrer
da dívida na esfera administrativa.
Por esse motivo, as empresas
recorreram à Justiça.
Em nota, o Bradesco informou
que não comentaria o assunto
porque está na Justiça. O Itaú
limitou-se a informar, por meio da
assessoria de imprensa, que o caso
está sendo discutido na Justiça.
A sociedade espera que a
Justiça dê aos bancos o mesmo
tratamento dado ao cidadão
comum, que, quando entra na
dívida ativa, é obrigado a quitar o
valor devido centavo por centavo.
Presidente: Almir Aguiar – Sede – Av. Pres. Vargas, 502 /16º, 20º, 21º e 22º andares - CEP 20071-000 – Centro – Fax (Redação): (021) 2103-4112 – Sede
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Rio, 25 e 26/3/2014
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PROTESTO
Sindicato denuncia falta de
segurança nas agências do Itaú
O Sindicato promoveu, na última
sexta-feira (21/3), um protesto contra
a precariedade das condições de
segurança nas agências do Itaú. A
situação foi agravada pela criação de
unidades sem vigilantes, as chamadas
agências de negócio, que põem em
risco ainda maior a vida de bancários
e clientes.
A manifestação foi em frente à
agência de negócios da Nilo Peçanha, onde, segundo informações, no
mesmo dia pela manhã aconteceu
uma tentativa de assalto. Uma cliente
foi abordada quando se preparava
para retirar dinheiro do caixa
eletrônico. Um segurança do prédio
viu a cena, bateu no vidro da agência,
fazendo com que o suposto
assaltante fugisse. Não fosse isso,
certamente teria acontecido uma
saidinha de banco, crime cuja
ocorrência tem aumentado muito em
função do descaso dos bancos com
a segurança. Levantamento feito pela
Contraf-CUT mostrou que, em
2013, morreram, em conseqüência de
ataques a banco, 65 pessoas, grande
parte em saidinhas.
DISCRIMINAÇÃO
As agências de negócios (existem
segurança. “Já houve crescimento de
42% destes casos, comparadas as
ocorrências de 2012 com as de 2013.
A tendência é de crescimento dos
ataques a banco, já que o Itaú reduz
ainda mais os investimentos em
segurança, como constatamos no
caso das agências de negócios”,
argumentou.
MESQUINHO
A vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, disse que somente a
ganância dos banqueiros explica a falta de investimentos
na segurança dos bancários e dos clientes
três no Rio de Janeiro) não possuem,
também, caixas humanos, restringindo as operações bancárias dos
clientes e impedindo os não clientes
de pagarem as contas, o que é ilegal,
já que os bancos são concessões
públicas e não podem promover
discriminação no atendimento. Este
tipo de unidade foi concebido
unicamente para reduzir custos, sendo
constituída apenas por funcionários
que fecham negócios.
O diretor do Sindicato Adriano
Rodrigues criticou a debilidade destas
unidades. Acrescentou que a família
Setúbal, proprietária do Itaú, como
os demais banqueiros, faz seguro
para o seu próprio dinheiro e
patrimônio, mas não se preocupa
com os bancários e os clientes que
não têm segurança nem seguro. A
expectativa, segundo o sindicalista, é
que aumentem ainda mais os ataques
a banco, com a precariedade na
FESTA
Happy Hour nesta quinta-feira
Nesta quinta-feira, 27, logo após a oficina
organizada pela Secretaria de Políticas Sociais, será
realizado, às 18h, no auditório do Sindicato, um
Happy Hour com a cantora bancária aposentada
do Banerj Mariza Sorriso. Pérolas da MPB serão
lembradas na voz desta cantora que já foi premiada
em primeiro lugar no Festival de Talentos do
Banerj. Mariza será acompanhada por violão e
percussão.
A cantora Mariza Sorriso é bancária,
banerjiana e canta o melhor da MPB
A vice-presidente do Sindicato,
Adriana Nalesso, frisou que somente
a ganância explica este desleixo com
a vida humana. “O Itaú é uma
instituição transnacional com mais de
R$ 15 bilhões de lucro em 2013.
Bate recordes de lucratividade todos
os anos. Portanto, é inadmissível que
não tenha a ética de garantir a
integridade física de bancários e
clientes”, afirmou. Para a sindicalista,
este projeto de agência de negócios
é mesquinho e desumano. “Será que
é um custo muito elevado manter dois
vigilantes por agência e caixas para
atender a população?”, pergunta.
Adriana adiantou que o Sindicato
estuda acionar a Polícia Federal e o
Ministério Público contra o banco por
este tipo de agência que desrespeita
a lei.
Eleição da Cassi:
Contraf-CUT e
sindicatos
apoiam Chapa 1
A eleição da diretoria e conselhos
deliberativo e fiscal da Cassi, a Caixa
de Assistência dos Funcionários do
Banco do Brasil, será realizada de 9
a 22 de abril. A Contraf-CUT e a
maioria dos sindicatos apoiam a Chapa 1 - Todos pela Cassi, encabeçada
por William Mendes, coordenador da
Comissão de Empresa dos
Funcionários do BB.
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
É preciso avançar ainda mais
nos direitos das bancárias
A história ensina que os
trabalhadores só conquistam vitórias
com unidade e mobilização. A
chegada forte das mulheres no
mercado de trabalho ocorreu a partir
dos anos 80 no Brasil. Na categoria
bancária, o ingresso das mulheres
aconteceu no final dos anos 60, com
o advento dos grandes centros de
processamento. Os banqueiros,
aproveitando a pressão social para a
presença delas no mercado,
aproveitaram o contexto para admitir
um grande número de trabalhadoras,
que, com o advento da informática,
realizavam trabalho de digitação, com
alta carga horária de trabalho e baixos
salários.
AUXÍLIO-CRECHE
Na campanha salarial de 1986 foi
conquistado o auxílio-creche para
filhos até 70 meses. Na greve de
1992, houve novo avanço, e hoje este
direito reforça o orçamento de
bancários e bancárias que têm filhos
de até 6 anos e 11 meses em creches,
escolas ou aos cuidados de babás. E
A população LGBT
na luta pela
igualdade
Afazeres domésticos e cuidados com os filhos não são papéis
exclusivos das mulheres. Os homens precisam ajudar em casa
também para aqueles que têm filhos
portadores de deficiência.
PCS
TRANSPARENTE
As mulheres compõem hoje
praticamente metade da categoria
bancária. Apesar de mais escolarizadas, elas ainda ocupam postos de
menor salários. “Para derrotarmos a
discriminação e a desigualdade é
preciso criar processos mais
transparentes, justos e democráticos,
de ascensão profissional nos bancos
para homens e mulheres. A garantia
da igualdade de oportunidades passa
pela implantação de um plano de
A luta pela igualdade de oportunidades tem de incluir a população
LGBT (lésbicas, gays, bissexuais,
travestis e transexuais). Este é um
segmento que precisa ser mais
respeitado nas relações de trabalho.
É preciso pôr fim à homofobia,
muitas vezes disfarçadas em tom
de piadas, brincadeiras, apelidos,
insinuações e insultos.
“A igualdade só será alcançada
plenamente quando acabarmos
com toda a forma de preconceito e
discriminação”, afirma a diretora do
Sindicato Kátia Branco.
cargos e salários honesto nas
empresas”, afirma a diretora do
Sindicato Luciana Vieira. Atualmente,
os critérios de promoção nos bancos
são muito subjetivos. Os próprios
funcionários e funcionárias não
possuem informações claras para
traçar um plano de investimento na
carreira, seja em termos de formação
e capacitação, seja em remuneração.
HSBC
Bancários de Petrópolis protestam
contra fechamento de agência
O Sindicato dos Bancários de Petrópolis
realizou na última sexta-feira, dia 21, um protesto
contra a decisão do HSBC de fechar a única
unidade bancária do distrito de Posse. A decisão
prejudicará mais de sete mil pessoas que moram
na região e que terão que viajar pelo menos 30
quilômetros para fazer depósitos, pagar contas
e utilizar outros serviços. A região possui um
projeto de implantação de um distrito industrial
na cidade, e a ausência de uma unidade bancária
vai na contramão da proposta, que ainda não
saiu do papel por incompetência do poder
público municipal. O presidente do Sindicato
do Rio, Almir Aguiar, participou do evento em
solidariedade aos bancários e bancárias da
Almir Aguiar prestou solidariedade aos bancários de Petrópolis e
criticou a decisão do HSBC de fechar a única unidade do distrito de Posse
PAULO
DE
TARSO
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Por falta de investimentos, ataques a banco crescem 42%