Entendendo um pouco sobre as doses de radiação e a sua unidade de medida Sievert Segundo reportado, em 15 de março de 2011 às 10:00, uma alta dose de radiação de 400 milisievert por hora foi medida na área da unidade 3 de Fukushima Dai‐ichi (1 milisievert = 1.000 microsievert). No entanto, este é um valor de dose medido dentro da central nuclear. O valor máximo observado no portão frontal da central nuclear foi de 11,93 microsievert por hora, no dia 15 de março de 2011 às 09:00. Sievert é uma unidade usada para medir o impacto da radiação sob o corpo humano. O prefixo micro está relacionado a uma parte de um milhão (1/1.000.000). A relação entre μSv por hora e μSv é semelhante à velocidade ou à distância em um carro. Por exemplo, se um carro está rodando a 100 km por hora em uma hora o carro irá percorrer 100 km. Se o carro está andando a 50 km por hora, então vai precisar de duas horas para o percorrer os 100 quilômetros. Assim 11,93 microsievert por hora significa que se uma pessoa fica por uma hora em um local, com essa taxa de dose logo essa pessoa vai receber uma dose de 11,93 μSv de radiação. No entanto, note que 11,93 μSv/h é um valor máximo, em média a taxa de dose permanece abaixo deste valor. Para retornar à analogia do carro, o carro atingiu a alta velocidade por apenas um curto tempo e na maior parte do tempo, o carro estava rodando a baixas velocidades. De acordo com o Comitê Científico das Nações Unidas para os Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR), a radiação natural expõe uma pessoa, em média, a uma dose de 2.400 μSv por ano. Embora a exposição à radiação natural dependa da localidade, há relatos de que muitas pessoas estão expostas a uma dose entre 10.000 μSv e 20.000 μSv por ano. Uma pessoa é normalmente exposta a cerca de 200 μSv durante a viagem de ida e volta entre Tóquio e Nova York, a 600 μSv em um exame de Raios‐X abdominal, e a 6.900 μSv em um exame de tomografia computadorizada. O valor máximo de exposição a radiação recomendado pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) para o público e para um profissional que trabalha com radiação ionizante é chamado de limite de dose. O limite de dose anual público é de 1 mSv ( 1000 μSv) e, para os trabalhadores, a dose limite é 20 mSv por ano em uma média de 5 anos, sendo que por ano não pode ultrapassar 50 mSv. Note que o limite de dose não inclui a exposição à radiação natural ou médica. Embora os riscos de câncer aumentem proporcionalmente com a dose, qualquer valor de dose recebida por uma pessoa, abaixo de 100 mSv, não mostra nenhum aumento significativo dos riscos da mesma desenvolver câncer. A tabela abaixo mostra níveis, limites e referências de dose de radiação para uma comparação simplificada. PARÂMETRO Limite anual para público em situação operacional normal Aplicações médicas (excluindo radioterapia) VALOR (mSv) 1 0,03 a 2,0 Radiação natural 2,4 Limite anual para indivíduo ocupacionalmente exposto (trabalhador) 20 Nível de ação para evacuação de população em situações de emergência 50 Limite de dose em situações de emergência para executar ações para prevenir o desenvolvimento de situações catastróficas Referência para aparecimento de efeitos observáveis Dose de corpo inteiro mais alta recebida por uma das vítimas do acidente radiológico em Goiânia, 1987 100 1.000 8.000 OBSERVAÇÕES Dose acima da radiação natural. Não inclui aplicações médicas. Ref.: Norma CNEN‐NN‐3.01. Média anual Ref.:UNSCEAR 2008 Média anual. Ref.:UNSCEAR 2008. Algumas regiões apresentam níveis até 5 vezes maiores, por exemplo, a cidade de Guarapari, ES. Média em 5 anos. Não pode exceder 50 mSv em um único ano. Ref.: Norma CNEN‐NN‐3.01. Dose a ser evitada. Monitoração no local: taxa: 1 mSv/h. Ref.: Norma CNEN‐NN‐3.01 PR‐006. Com exceção das ações para salvar vidas. Ref.: Norma CNEN‐NN‐3.01. Os efeitos observados podem ser astenia, náuseas, vômitos. A vítima faleceu tempos depois.