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Successful cardiac transplantation in
an HIV infected patient with advanced
disease
Transplante cardíaco bem-sucedido num paciente
com Aids avançada
avançada infecção pelo HIV, isto foi muito discutido e
ficou claro que este ativista se valeu de todo o
relacionamento e influência que tinha, incluindo as
ONGs nas quais labutava para conseguir o fígado.
Algo me diz que nos Estados Unidos as relações
pessoais e pressões contam muito. Curiosamente, isto
também sucede num grande país (pelo menos em
tamanho) do hemisfério Sul das Américas...
Calabrese L, Abrechet M, Young J, McCarthy P, Haug M,
Jarcho J, Zatkin R
New Engl J Med. 2003;348(23):2323-8.
Este é um trabalho absolutamente inusitado. O autor
sênior, citado por último, é o paciente descrito. Ele
trabalha na Harvard School of Public Health e é
claramente identificado no artigo e no editorial da
revista onde este está publicado, com foto e tudo. Isto
foge da norma ética de manter a confidencialidade
quanto ao paciente em trabalhos publicados. A
descrição clínica não deixa dúvida quanto a se tratar
de um quadro avançado de infecção pelo HIV, uma
Aids legitima para ninguém botar defeito, que se iniciou
com um sarcoma de Kaposi no palato e pneumonia
por P. carinii.
O sarcoma foi tratado com êxito com daunoblastina
lipossomal e esta poderia ser a causa de uma grave
insuficiência cardíaca com miocardiopatia dilatada, que
precisou inclusive de balão intra-aórtico para manter
a vida enquanto o paciente esperava o órgão para
transplante. O paciente tinha na ocasião 39 anos –
agora tem mais dois – e não apresentava outras lesões
orgânicas, além de mostrar uma boa resposta aos antiretrovirais. O transplante foi bem-sucedido, apesar de
vários episódios de rejeição bem controlados com pulsos
de corticóides. Apesar dos transplantes cardíacos
serem, entre os transplantes humanos, os que mais
recebem carga de imunossupressores, não houve piora
da defesa imune do paciente e não ocorreram novas
infecções oportunísticas, incluindo a possível reativação
da causa do sarcoma de Kaposi, o herpesvírus 8.
As implicações éticas de transplantar um paciente
nestas condições, levando em conta que o pool de
órgãos disponíveis para transplante é pequeno, são
complexas. A pergunta que fica é se o transplante seria
viabilizado não fosse o Dr. Zatkin quem ele é...
Quando um famoso ativista pela causa dos
infectados pelo HIV, o jornalista e escritor teatral Larry
Kramer, precisou de um transplante de fígado para
sua infecção crônica pelo vírus B da hepatite, aliada à
einstein. 2004; 2(2):165
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