INCIDENCIA DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV NO CEARÁ
OLIVEIRA, Lara Leite de¹
CHAGAS, Ana Carolina Maria Araújo²
MENDES, Igor Cordeiro³
SOUSA, Deise Maria do Nascimento³
DAMASCENO, Ana Kelve de Castro4
4
ORIÁ, Mônica oliveira Batista
INTRODUÇÃO: O progressivo crescimento do número de casos de AIDS entre
mulheres de todas as regiões brasileiras, em sua grande maioria por meio de
transmissão sexual, vem recebendo atenção especial com o desenvolvimento de
ações de prevenção e de controle da infecção, considerando-se que o maior
percentual de casos é observado em mulheres em idade reprodutiva. Como
consequência desse contexto epidemiológico e do controle da transmissão por meio
de transfusões de sangue no Brasil, ao longo dos anos, a transmissão vertical, de
mãe para filho, vem assumindo grande importância epidemiológica. Verifica-se que a
transmissão vertical é a principal via de infecção pelo HIV na população infantil,
sendo responsável por 90% dos casos em menores de 13 anos no país. De 1983 a
2008, foram detectados no Ceará 227 (3%) crianças nessa faixa etária infectadas
pelo HIV, evidenciando o déficit presente em relação à intervenção prestada pelo
serviço de saúde à gestante, parturiente ou puérpera soropositiva e às crianças
expostas. Essa modalidade vem se tornando grande desafio para a saúde pública,
demandando novas estratégias de vigilância, como a vigilância da infecção pelo HIV
de segunda geração, que incorpora, de forma integrada, dados relativos à infecção e
aos comportamentos da população. Tendo em vista tais deficiências e com o intuito
de melhorar a assistência à saúde do binômio mãe-filho, o Ministério da Saúde criou
importantes políticas públicas, podendo-se destacar dentre elas o Programa de
Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), o Projeto Nascer, a declaração de
notificação compulsória para certos agravos e, por último, o Plano Nacional de
Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis. OBJETIVO: Verificar a
incidência da transmissão vertical do HIV no estado do Ceará a partir dos dados do
1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista do Programa de
Educação Tutorial (PET). Integrante do Projeto de Pesquisa Enfermagem na Promoção da Saúde
Materna. Relatora. Email: [email protected]
2. Enfermeira. Mestranda em Enfermagem da UFC.
3. Acadêmico de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista do Programa de
Educação Tutorial (PET).
4. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto da Universidade Federal do Ceará
(UFC).
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SINAN. METODOLOGIA: O presente estudo é do tipo epidemiológico, descritivo,
documental, quantitativo e transversal. O estudo foi realizado no Núcleo de
Informação e Análise em Saúde (NUIAS) da Secretaria da Saúde do Ceará (SESACE), situada em Fortaleza-CE. A população constituiu-se em 815 crianças expostas
ao HIV notificadas no SINAN entre 2000 e 2006 no estado do Ceará. A coleta de
dados foi realizada em janeiro de 2011 a partir do banco de dados estadual
disponível no NUIAS da SESA-CE, que contém as informações compiladas das
fichas do SINAN. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Ceará, sendo aprovado sob o protocolo nº 302/10. Os
preceitos éticos e legais envolvendo pesquisa com seres humanos foram
resguardados, de acordo com as normas contidas na Resolução nº 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS: Verificou-se que, dos dados
disponibilizados devidamente registrados conforme preconizado pelo Ministério da
Saúde, 5,28% (n=43) das crianças foram diagnosticadas como soropositivas. Em
contrapartida, observou-se que 30,18% (n=246) das crianças foram consideradas
isentas da infecção pelo HIV, descartando a possibilidade de ocorrência da
transmissão vertical. Outro dado encontrado, referente aos casos indeterminados,
demonstra a ocorrência de 4,17% (n=34) dos casos classificados nesse quesito.
Notou-se ainda que 5,77% (n=47) dos casos foram identificados como perda de
seguimento, e que 5 crianças foram a óbito no período em análise. Além disso,
encontraram-se em andamento no período de notificação 20,00% (n=163) dos
casos. Muitos dos dados foram subregistrados nesse quesito da ficha, equivalendo a
33,99% (277) dos casos apresentados como em branco ou ignorado. CONCLUSÃO:
Verifica-se que, embora a maioria dos casos notificados estejam classificados como
não ocorrência da transmissão vertical, existe um número considerável de crianças
expostas que adquiriram a infecção desse vírus de maneira vertical. Assim, a
ampliação da oferta do teste anti-HIV para a população feminina em geral, uma boa
cobertura de assistência pré-natal,assim como a melhoria na sua qualidade, são de
fundamental importância para a aplicação correta das condutas profiláticas,
reduzindo as perdas na oportunidade da utilização da profilaxia. Portanto, a
sensibilização, a mobilização e a capacitação de todos os profissionais envolvidos
na assistência à gestante e dos gestores permitirão a redução datransmissão
vertical a níveis indetectáveis. Apenas por meio desse processo coletivo e
multiprofissional de ação é que esse desafio, e tantos outros, como por exemplo, a
abordagem de casais sorodiscordantes que procuram os serviços de saúde para
buscar informações seguras sobre os riscos de uma gravidez, é que se poderá
pensar em um processo efetivo de prevenção da transmissão vertical do HIV.
DESCRITORES: Transmissão Vertical de Doença Infecciosa; HIV; Epidemiologia.
1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista do Programa de
Educação Tutorial (PET). Integrante do Projeto de Pesquisa Enfermagem na Promoção da Saúde
Materna. Relatora. Email: [email protected]
2. Enfermeira. Mestranda em Enfermagem da UFC.
3. Acadêmico de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista do Programa de
Educação Tutorial (PET).
4. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto da Universidade Federal do Ceará
(UFC).
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