Um modelo dinâmico de avaliação da terapia anti-retroviral potente para
o HIV tipo 1
Márcia Perez Resende Oliveros*
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Silvia Martorano Raimundo*
Clarice Gameiro da Fonseca Pachi*
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Luis Fernandez Lopez*
[email protected]
O HIV tipo 1, principal responsável
pela pandemia da AIDS, é um retrovírus com
elevada taxa de mutação e grande capacidade
de replicação. Drogas anti-retrovirais vem
sendo descritas desde meados da década de
80 e as mais utilizadas no Brasil têm ação
inibidora sobre duas importantes enzimas que
participam da replicação viral: transcriptase
reversa (TR) e protease. Essas drogas
pertencem a três classes: inibidores de TR
análogos de nucleosídeos (ITRNs), inibidores
de TR não análogos de nucleosídeos
(ITRNNs) e inibidores de protease (IPs). Para
a terapia inicial, recomenda-se o uso de uma
combinação de três drogas de duas classes
diferentes: 2 ITRNs e 1 ITRNN ou 2 ITRNs e
1 IP.
O principal objetivo da terapia antiretroviral é retardar a progressão da
deficiência imunológica e restaurar a
imunidade através da supressão viral. Para se
determinar a necessidade de se iniciar o
tratamento, são utilizados parâmetros
imunológicos (contagem de linfócitos TCD4+) e virológicos (carga viral), além de
características do paciente.
Estudos mostram que 10 a 20% dos
pacientes que iniciam o tratamento não
conseguem suprimir a viremia de forma
satisfatória após alguns meses de terapia
(falha virológica primária), e de 20 a 50% dos
que apresentam boa resposta inicial
apresentarão falha virológica após um ano de
tratamento (falha virológica secundária).
Uma das principais causas da falha
virológica é a adesão inadequada ao
tratamento, que pode levar à seleção de cepas
virais resistentes.
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Neste trabalho, é proposto um
modelo matemático para descrever a
dinâmica de pacientes a partir da infecção
pelo HIV-1, tendo em vista que após o início
do tratamento, a situação do paciente pode
evoluir para o êxito (supressão viral) ou para
a falha virológica. Considera-se que os
indivíduos infectados pelo HIV-1 que iniciam
o tratamento e obtêm êxito também podem
entrar em falha virológica (falha secundária).
O modelo é validade por meio de
simulações com dados epidemiológicos de
diferentes municípios do estado de São Paulo,
Brasil.
Referências
[1] Recomendações para terapia anti-retroviral em
adultos e adolescentes infectados pelo HIV –
2006. Ministério da Saúde – Secretaria de
Vigilância em Saúde – Programa Nacional de
DST-AIDS, disponível em
http://www.aids.gov.br/data/documents/
[2] Lopez, L.F.; Burattini, M.N.; \& Massad, E.
Modelling the natural history of the HIV infection
and its epidemiological implications 2001.
Bulletin of Mathematical Biology 63(6): 104110625.
[3] Raimundo, S.M.; Yang, H.M.; Engel, A.B.and
Bassanezi, R.C. An approach to estimating the
Transmission Coefficients for AIDS and for
Tuberculosis. Systems Analysis Modelling
Simulation, vol.43, No 4, 423-442, 2003.
*DIM – Disciplina de Informática Médica – FMUSP
R. Teodoro Sampaio, 115 - 2º andar , 05405-000
São Paulo – SP.
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