INFORME OPEU – SETEMBRO 2013, n°2 24/09/2013 Aproximação entre Irã e EUA gera reação negativa em Israel Segurança O secretário de Estado John Kerry e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, vão se reunir esta semana na ONU. O encontro será o primeiro entre chanceleres dos dois países no governo Obama. A possibilidade de os presidentes Hassan Rouhani e Barack Obama se encontrar já foi descartada. Caso uma reunião tivesse acontecido, teria sido a primeira em nível presidencial entre Irã e EUA desde 1979. Esses sinais diplomáticos indicam chance de diálogo sobre o programa nuclear iraniano e o alívio das sanções ocidentais. Apesar de ter o aval momentâneo do líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, a reaproximação gera desconfiança em Israel. No dia 19, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a disposição para o diálogo por parte do Irã não passa de uma fraude. De acordo com o The Jerusalem Post, Netanyahu pretende usar seu discurso na Assembleia Geral da ONU para comparar o Irã à Coreia do Norte. O objetivo seria lembrar que Pyongyang também concordou em encerrar seu programa nuclear em troca de suspensão das sanções em 2005. Apesar do fim das punições, os primeiros testes nucleares norte-coreanos foram realizados com sucesso no ano seguinte. O governo israelense pressiona por medidas mais assertivas contra o Irã, inclusive o uso de força militar. A AIPAC, maior associação pró-Israel nos EUA, publicou uma nota no dia 20, dizendo que nenhuma sanção contra o Irã deve ser suspensa antes que o país dê provas concretas de renúncia ao programa nuclear. As declarações de Netanyahu e da AIPAC são vistas como uma forma de intimidar Obama. 23/09/2013 Obama pressiona por controle de armas após nova tragédia Política O presidente Barack Obama pediu à população, no dia 22, que pressione o Congresso a adotar medidas pelo controle de armas no país. Em discurso no memorial pelas 12 vítimas do tiroteio da base da Marinha em Washington, Obama afirmou que os EUA devem superar a paralisia política no tema e tornar as armas menos acessíveis a indivíduos que possam cometer tiroteios em massa. O presidente lembrou outras tragédias ocorridas ao longo de seu governo com o mesmo padrão de violência: Fort Hood (TX), Tucson (AZ), Aurora (CO) e Newtown (CT). Nesta última, 20 adultos e seis crianças foram mortos na escola de ensino básico Sandy Hook. Depois de Newtown, em dezembro de 2012, Obama pressionou os congressistas a adotar um sistema de verificação de antecedentes mais rígidos para a compra de armas. Os proponentes da reforma não conseguiram, porém, superar a oposição dos senadores conservadores e ruralistas, nem do lobby da National Rifle Association. Os críticos alegam que a Segunda Emenda da Constituição garante o direito de posse e porte de armas a todo cidadão. De acordo com Obama, o índice de assassinatos nos EUA é três vezes superior ao registrado em outros países desenvolvidos. Já o número de homicídios por armas é dez vezes maior. Também discursaram no evento o prefeito de D.C., Vincent Gray, e os secretários de Defesa, Chuck Hagel e da Marinha, Ray Mabus. Apesar do tom duro do pronunciamento, é improvável que a Casa Branca retome a intensa ofensiva no Congresso pela mudança na legislação de armas, concentrando-se nas batalhas orçamentárias, no Obamacare e na reforma imigratória. http://www.opeu.org.br/ 1 INFORME OPEU – SETEMBRO 2013, n°2 23/09/2013 Republicanos cortam US$ 40 bilhões de programa alimentar Economia, Política A Câmara aprovou, no dia 19, projeto de lei que prevê uma redução de US$ 40 bilhões no orçamento do Programa de Nutrição Suplementar (SNAP, na sigla em inglês) em dez anos. Apesar da oposição democrata e da ameaça de veto, a aprovação ocorreu por 217 votos a 210. Além dos cortes, a lei cancela o direito dos estados de estabelecer exceções para que adultos com até 50 anos e sem filhos tenham que trabalhar ou participar de cursos de capacitação para receber o benefício. A proposta também põe fim à concessão automática do auxílio aos cadastrados em outros programas sociais e permite que estados peçam exames para detectar o uso de drogas por beneficiários. Segundo republicanos, o objetivo da reforma é evitar abusos. As solicitações ao programa, que é o maior do país, cresceram nos últimos anos, atingindo cerca de 47 milhões. Democratas criticam a decisão, alegando que 4 milhões de pessoas serão afetadas já em 2014. Segundo senadores, os altos cortes propostos pela Câmara dificultam a harmonização da lei com a versão aprovada no Senado, que prevê uma redução de US$ 4,5 bilhões. Em junho, disputas quanto ao SNAP impediram a passagem da nova Farm Bill na Câmara. A Casa rejeitou o projeto da lei agrícola porque republicanos conservadores exigiam maiores reduções no programa. A saída da liderança da Câmara foi aprovar a Farm Bill sem menção ao SNAP e deixar para votar a questão separadamente agora. A falta de consenso entre democratas e republicanos ameaça a renovação das políticas agrícolas do país e milhões de pessoas que deixarão de receber auxílio alimentar. 21/09/2013 Falta de acordo no Congresso ameaça paralisação do governo Política A Câmara de Representantes aprovou projeto de lei, no dia 20, que prevê o funcionamento do governo até 15 de dezembro. A medida mantém o nível de gasto atual e impede o repasse de recursos para o Affordable Care Act, a reforma de saúde promovida pelo presidente Barack Obama. O texto foi aprovado por 230 votos a favor, entre eles os democratas Jim Matheson (DUT) e Mike McIntyre (D-NC), e 189 contra, incluindo o do republicano Scott Rigell (R-VA). Os líderes democratas do Senado se preparam para responder ao movimento da Câmara com uma votação nos próximos dias. Antes de devolver aos representantes o projeto que seguirá para a Casa Branca, o objetivo dos senadores é desvincular do projeto orçamentário a provisão sobre corte de fundos no Obamacare. Assim, os republicanos da Câmara teriam pouco tempo para reagir à mudança. Membros de ambos os partidos acreditam que o líder da maioria na Casa, senador Harry Reid (D-NV), conta com os votos necessários. Sem a aprovação de uma resolução, vários setores do governo podem parar em 1o. de outubro, a primeira vez que isso aconteceria desde 1996. Milhares de soldados e funcionários públicos federais ficarão sem pagamento, enquanto parques nacionais e museus fecharão as portas, entre outros serviços que podem ser prejudicados. Funções e benefícios considerados vitais, como controladores de tráfego aéreo, a manutenção do efetivo responsável pela segurança na fronteira e do auxílio de seguridade social, serão mantidos. Além disso, uma moratória da dívida federal pode ser anunciada logo depois, o que é sem precedentes na história do país e pode abalar a confiança do mercado internacional. http://www.opeu.org.br/ 2 INFORME OPEU – SETEMBRO 2013, n°2 21/09/2013 Fed surpreende ao manter programa de estímulo à economia Economia O Fed informou, no dia 18, que vai manter o ritmo de seus programas de estímulo econômico. A decisão foi tomada por 9 votos a 1, durante a reunião de setembro do Federal Open Market Committee (FOMC, na sigla em inglês). O anúncio surpreendeu economistas e investidores, que esperavam uma redução das compras de títulos públicos e papéis de hipotecas feitas pelo Banco Central. A previsão era a de um corte de cerca de US$ 15 bilhões nas aquisições mensais que totalizam US$ 85 bilhões. A manutenção dos programas tem o objetivo de reduzir as taxas de juro para estimular a recuperação da economia. A decisão reflete a preocupação do Fed com o aumento recente das taxas de juro de longo prazo. Desde maio, quando o órgão sugeriu que o início de uma redução seria provável nos próximos meses, a expectativa dos mercados vinha motivando a elevação. A alta teve impacto negativo no mercado imobiliário do país. Além disso, o crescimento econômico foi inferior ao previsto pelo Banco há alguns meses. O órgão espera que a economia do país cresça 2,2% em 2013, o que representa uma diminuição da previsão de 2,5% apresentada em junho. Outro fator que pesou na avaliação do Fed foi a perspectiva de um impasse no Congresso em torno da questão fiscal. O FOMC afirmou que vai aguardar mais evidências de que o progresso na economia será sustentável antes de ajustar suas compras. Segundo o presidente do Fed, Ben Bernanke, os cortes ainda podem ocorrer este ano. Apesar das justificativas, alguns analistas criticaram a ação do banco, afirmando que o órgão não tem sido claro em suas comunicações, o que geraria incerteza nos mercados. 20/09/2013 EPA apresenta regras de emissões para novas usinas Energia A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) apresentou, no dia 20, a mais recente proposta de padrões de emissão poluente para novas usinas elétricas. As regras atualizam um projeto de 2012, aplicando metas diferenciadas para termoelétricas a gás e a carvão. No plano antigo, o limite de emissão era de 1.000 libras de CO2 por megawatt-hora para ambos os tipos de usina. Esse teto foi mantido para as termoelétricas a gás, o que é factível. No caso das plantas movidas a carvão, o nível foi ampliado para 1.100 libras. Apesar do aumento, as termoelétricas a carvão terão dificuldade em cumprir a norma, uma vez que o novo limite implica redução de 60% em relação às emissões das usinas atualmente em funcionamento. As regras foram recebidas com críticas pelo segmento e por congressistas republicanos. A principal queixa é a de que as exigências inviabilizarão a construção de novas instalações, a menos que estas adotem a captura de carbono. Os críticos alegam que essa técnica é extremamente cara, além de ainda não ser usada em larga escala. Para a EPA, a construção da usina Kemper County no Mississippi pode trazer otimismo ao setor. Este projeto de 580 megawatt-hora, que recebeu ajuda financeira do Departamento de Energia, prevê gaseificação de carvão e captura de 65% do CO2 emitido. As medidas sugeridas ainda serão submetidas a comentários públicos e a sua adoção não deve acontecer antes de batalhas judiciais entre a EPA e seus opositores. É esperado que alguns membros do Partido Republicano contestem, por exemplo, a competência do órgão para regular esse tipo de política pública. http://www.opeu.org.br/ 3 INFORME OPEU – SETEMBRO 2013, n°2 20/09/2013 Retórica de Irã e EUA indica chance de diálogo Segurança Irã e EUA vêm dando sinais tímidos de uma possível aproximação. No dia 18, a Casa Branca confirmou que os presidentes Barack Obama e Hassan Rouhani trocaram cartas em junho. O gesto não é inédito, uma vez que Obama já tinha se correspondido com o aiatolá Ali Khamenei, em 2009. A comunicação com Rouhani logo depois das eleições iranianas em maio, no entanto, reforça a ideia de que os EUA veem no novo líder uma chance de diálogo. Outros gestos apontam nesse sentido. Em entrevista na NBC News, no dia 18, Rouhani reafirmou que o programa nuclear do Irã é pacífico. No dia seguinte, em artigo assinado no The Washington Post, o presidente disse que seu país está pronto para facilitar as relações com o Ocidente e reabrir conversas com os EUA. Dias antes do encontro da Assembleia Geral da ONU, onde Rouhani fará sua primeira declaração diante de lideranças mundiais, Teerã anunciou a libertação de oito presos políticos. Amir Mohebbian, analista iraniano, acredita que a retórica de dissuasão é resultado das sanções ocidentais. Para os iranianos, a mais impactante delas teria sido a expulsão do país do sistema financeiro SWIFT, que viabiliza operações bancárias internacionais. O secretário de imprensa Jay Carney acha que as recentes atitudes do Irã indicam disposição para a aproximação. A opinião é partilhada com reservas pelo secretário de Estado John Kerry, para quem é preciso colocar à prova as reais intenções do país persa. Até o momento, não há indícios de que Obama e Rouhani se reúnam oficialmente em Nova Iorque, o que não impede a possibilidade de um encontro informalmente organizado. 18/09/2013 Governo quer reduzir limite para empréstimo imobiliário Economia A Agência Federal de Finanças à Habitação (FHFA, na sigla em inglês) planeja reduzir o teto dos financiamentos imobiliários garantidos pelas empresas Fannie Mae e Freddie Mac. O objetivo da medida é diminuir a presença das companhias no mercado de hipotecas e estimular a participação do setor privado. Apesar de operarem como empresas autônomas, as duas gigantes do segmento são apoiadas por garantias do governo. Hoje, nove em cada dez novos financiamentos têm algum tipo de garantia governamental. Segundo a porta-voz da agência, um corte gradual nos limites de empréstimo diminuiria a exposição dos contribuintes a riscos hipotecários. Atualmente, a Fannie Mae e o Freddie Mac não podem assegurar empréstimos de mais de US$ 417 mil, exceto em mercados onde os preços dos imóveis sejam superiores aos padrões nacionais. A agência não informou de quanto seria o corte, mas disse que a provável implementação seria em janeiro de 2014. Os bancos afirmam ter interesse em suprir a demanda resultante de uma possível queda do limite, mas a decisão deverá enfrentar a resistência de congressistas e do setor imobiliário. Segundo críticos, a mudança comprometeria a venda de imóveis, prejudicando a recuperação da economia. O segmento imobiliário tem dado sinais de melhora, estimulado parcialmente por juros baixos. A FHFA afirma ter ampla autoridade e não precisar da aprovação do Congresso, já que as duas companhias estão sob intervenção do governo desde a eclosão da crise dos subprimes. Para analistas, a mudança reflete a dificuldade da agência em garantir a oferta de crédito à habitação desde então. http://www.opeu.org.br/ 4 INFORME OPEU – SETEMBRO 2013, n°2 18/09/2013 Presidente Dilma adia viagem a Washington Segurança A presidente Dilma Rousseff adiou, no dia 18, a visita oficial que faria aos EUA em outubro. A decisão foi tomada após conversa por telefone na véspera com o presidente Barack Obama. Fontes oficiais nos dois governos publicaram que o adiamento foi a saída conjunta para o impasse diplomático criado com as recentes denúncias sobre espionagem. A informação de que serviços de inteligência nos EUA espionaram a presidente e a Petrobrás gerou grande irritação no governo brasileiro, que condicionou a visita a um pedido de desculpas e a explicações oficiais sobre os atos. O telefonema de Obama parece ter sido uma nova tentativa infrutífera da Casa Branca para atenuar a tensão. Em julho, o vice-presidente Joe Biden tinha conversado com Dilma sobre a questão e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, esteve em Washington na semana passada para discutir o problema com a conselheira de segurança nacional Susan Rice. A recepção de um líder estrangeiro com pompas de chefe de Estado é simbólica por indicar relevância do país convidado para a política externa dos EUA. Dilma seria a primeira liderança brasileira a receber esse tratamento desde 1995, um gesto que espelha a agenda de diálogos bilaterais desenvolvida principalmente nos últimos dois anos. Na mídia brasileira e internacional, a recusa brasileira foi vista como um gesto de autonomia e de repúdio com o que Brasília considera desrespeito à soberania nacional. Para especialistas, contudo, a questão não deve afetar gravemente as relações entre os dois países e a visita poderá ser reagendada nos próximos meses. 16/09/2013 Lawrence Summers retira candidatura ao Fed Economia O ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers retirou, no dia 15, sua candidatura à presidência do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês). Summers, que foi assessor econômico de Barack Obama, era apontado como a provável escolha do presidente para o posto no Banco Central. O segundo mandato de Ben Bernanke à frente do Fed acaba em janeiro. Em carta a Obama, Summers argumentou que a eventual confirmação de sua nomeação seria um processo difícil que não serviria aos interesses do Fed, da administração ou da atual recuperação econômica do país. Há meses, as alas mais à esquerda do Partido Democrata e grupos feministas se opunham à indicação, mas a resistência ganhou força após o senador Jon Tester (D-MT) anunciar, no dia 13, que votaria contra a confirmação de Summers. Tester é o terceiro membro do Comitê Bancário do Senado, órgão que deve aprovar o indicado antes da votação de confirmação no plenário, a manifestar voto contrário. Segundo os opositores, Summers é um dos responsáveis pela desregulamentação do setor financeiro, reforma que teria levado à crise de 2008. O episódio reflete uma divisão dos democratas quanto à questão da regulação financeira. Críticas de membros do partido à espionagem da Agência Nacional de Segurança e à decisão de intervir na Síria também complicaram a escolha. Para analistas, a decisão poupou a administração Obama de um novo confronto no Congresso, onde já enfrenta as disputas sobre o orçamento e o teto da dívida pública. Com a desistência de Summers, a vice-presidente do Fed Janet Yellen e o ex-vice-presidente Donald Kohn passam a ser os principais nomes para a vaga. http://www.opeu.org.br/ 5 INFORME OPEU – SETEMBRO 2013, n°2 16/09/2013 SEC pede detalhamento sobre composição das reservas Energia A Securities and Exchange Comission (SEC) tem pressionado as petrolíferas que operam nos EUA a divulgar mais detalhes sobre suas reservas de hidrocarbonetos. A informação foi publicada pelo The Wall Street Journal no dia 13. O objetivo da SEC seria evitar que as empresas superdimensionem o valor de seus ativos. Normalmente, as companhias calculam suas reservas totais somando as quantidades de petróleo, gás e líquidos de gás natural. Para analistas, a metodologia cria distorções sobre o potencial de lucro das empresas, uma vez que os recursos possuem valores comerciais diferenciados. A questão tem sido agravada com a alta do petróleo e a queda na cotação dos líquidos de gás natural, como etano, metano e propano. Estes gases são utilizados como insumo em algumas indústrias, como a petroquímica. Os líquidos de gás natural atingiram o preço médio de U$44,52 por barril no ano passado, enquanto a gasolina chegou a U$95,75. Os gases estariam ocupando uma parte cada vez maior das reservas das empresas, justificando averiguações por parte da SEC. Em 2010, por exemplo, cerca de um quarto das reservas da Anadarko, uma das maiores operadoras independentes do país, correspondia a esses tipos de combustíveis. A partir daquele ano, o órgão buscou obter dados mais detalhados sobre a composição das reservas. A reportagem estima que a SEC tenha como alvo companhias cujas reservas totais sejam compostas por mais de 6% de líquidos de gás natural. Das 14 companhias abordadas, oito aceitaram dar informações, incluindo a Exxon, maior petrolífera dos EUA. Outras se recusaram, aproveitando o fato de que a SEC não tem autoridade para obrigá-las a modificar seu método de cálculo. 16/09/2013 EUA e Rússia negociam retirada de armas químicas na Síria Segurança Rússia e EUA chegaram a um acordo, no dia 14, sobre o plano para remover e destruir o arsenal de armas químicas na Síria. Após três dias de negociações em Genebra, o secretário de Estado John Kerry e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, definiram que aproximadamente mil toneladas métricas de material deverão ser eliminadas até meados de 2014. Segundo o acerto, o presidente sírio Bashar al-Assad terá o prazo de uma semana para fornecer um relatório completo sobre os armamentos químicos armazenados. Parte das armas será destruída em território sírio, enquanto o restante deverá ser eliminado em outros países. No mesmo dia do acordo, a Síria aderiu à Convenção de Armas Químicas, tendo até 30 dias para adotá-la. O arranjo entre Rússia e EUA afasta temporariamente a possibilidade de intervenção militar no país árabe. No dia 16, Kerry e os ministros de Relações Exteriores do Reino Unido e da França anunciaram que o não cumprimento das exigências pela Síria implicará em punições. O acordo faz referência ao Capítulo 7 da Carta da ONU, que permite uma ação militar da organização em situações específicas. Devido à resistência da Rússia, é improvável que o Conselho de Segurança aprove uma intervenção, restando aos países ocidentais a opção de aplicar sanções econômicas ou agir sem aval da organização. Para analistas, a meta de eliminar tal quantidade de armas em poucos meses é ambiciosa, mesmo com total cooperação do governo em Damasco. No dia 21, a Síria deu o primeiro passo nesse sentido, entregando no prazo o relatório sobre o estoque das armas. http://www.opeu.org.br/ 6