PREÇOS DE ELECTRICIDADE PARA 2012 AVALIAÇÃO DA CIP E MEDIDAS PROPOSTAS As tarifas de acesso às redes – parcela regulada definida pela ERSE – e que, em conjunto com a parcela de energia e de comercialização, que é livremente negociada pelas Empresas com os agentes do mercado, formam os preços da electricidade, aumentarão, em média, 19.1% para os consumidores em Alta Tensão e Muito Alta Tensão, e 15.7% para os consumidores em Média Tensão e em Baixa Tensão Especial. Mas estas tarifas não têm o mesmo valor ao longo do dia e essas tarifas parcelares tiveram alterações muito diferentes. As tarifas correspondentes ao período nocturno irão sofrer um aumento maior do que as do período diurno, sejam horas cheias ou horas de ponta. A - A evolução das tarifas Nestas condições, para as empresas que trabalham em contínuo, mesmo com paragem semanal, os aumentos da tarifa de acesso às redes para 2012 serão maiores, entre 20% e 24% no caso da Média Tensão, cerca de 25% para a Alta Tensão e mais de 30% para a Muito Alta Tensão. Por outro lado, o mercado da electricidade está a fazer ofertas para 2012 com valores entre 10% e 28% acima das praticadas em 2011, dependendo da boa ou medíocre contratação anterior. Globalmente, é de esperar aumentos dos preços da electricidade entre 15% e 25% para as empresas alimentadas em Média Tensão, sendo os maiores aumentos para os que laboram em três turnos. No caso das empresas alimentadas em Alta Tensão, que normalmente laboram em 3 turnos, os aumentos variam, em média, entre os 18% e os 20%. B - As condicionantes 1. A ERSE entende que os preços da electricidade ao sector doméstico atingiram níveis excessivos (com a alteração da taxa de IVA), e recusa aceder a alterações que, mesmo com justificação, aliviem as tarifas em MAT, AT, MT e BTE, sobrecarregando as tarifas em BTN. Assim, recusa alterar os períodos de vazio e não encara introduzir factores de modulação nas tarifas de acesso às redes mais favoráveis aos consumos nocturnos. 1 2. O Governo, devido à venda da sua posição na REN e na EDP, não levou adiante a sua ideia inicial de redução dos custos ditos “políticos”. Como resultado disso, adiou a descarga de parte dos custos com os CMEC (EDP) para 2013, no valor de 200 milhões de euros e alisou os custos com renováveis ao longo de 5 anos, a partir de 2013 (cerca de 800 milhões de euros). Estas acções permitiram limitar o aumento dos preços de electricidade às famílias, mas pouco reduziram os aumentos para os consumidores industriais. Em complemento, está para breve a introdução de um imposto eléctrico, que pode atingir o valor de 1 euro por megawatt-hora e que irá acrescer aos custos da electricidade. C - As acções empreendidas pela CIP O Conselho Tarifário da ERSE, devido à acção da CIP, recomendou a adopção das medidas contidas nas prioridades desta Confederação. Este facto marca uma ruptura com o anterior conformismo e com a preponderância dos operadores do sector. A CIP defendeu, junto do Governo, a contenção da escalada dos custos indirectos que oneram as tarifas de electricidade por entender que tal está a prejudicar a competitividade dos preços da energia. A CIP entende que é necessário minorar os efeitos negativos da evolução dos preços da electricidade, razão pela qual entende que é inadiável: A revisão da remuneração da interruptibilidade. Proceder a uma maior diferenciação entre as tarifas nocturnas e as correspondentes às horas cheias e às horas de ponta. A isenção da aplicação do novo imposto eléctrico para as empresas sujeitas ao regime de gestão dos consumos intensivos de energia (regime obrigatório para as empresas com consumos anuais superiores a 500 toneladas equivalentes de petróleo e facultativo para as restantes empresas). A reavaliação do conjunto de medidas tendentes à contenção dos custos indirectos que oneram as tarifas de electricidade, genericamente indicadas no MoU, as quais são, seja qual for a sua intensidade, indispensáveis à competitividade dos custos da electricidade para as empresas. CIP – Confederação Empresarial de Portugal 16/12/2011 2