VIII Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
II Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
30, 31 de outubro e 1o novembro de 2013
Florianópolis - Santa Catarina - Brasil
DESFECHOS DE TRANSFERÊNCIAS MATERNAS DE UMA CASA DE PARTO
PARA O HOSPITAL
Flora Maria Barbosa da Silva 1
Sonia Maria Junqueira Vasconcellos de Oliveira 2
Bruna Dias Alonso 3
Rosemeire Sartori Albuquerque 4
Ruth Hitomi Osava 5
Introdução: Centros de parto normal têm como finalidade a assistência à mulher no parto
normal de risco habitual. Podem ter localização intra-hospitalar, peri-hospitalar ou extrahospitalar (autônomo). Em caso de problemas durante o trabalho de parto, a mulher deve
ser transferida para uma unidade de saúde devidamente equipada. Em razão dessa
eventual necessidade de transferência, a assistência ao parto em ambiente fora do
hospital, tanto em centros de parto como nos domicílios é um tópico controverso entre
profissionais, sobretudo com relação à questão de segurança das mulheres e dos recémnascidos. Objetivo: Analisar os desfechos maternos e neonatais das transferências de
uma casa de parto para o hospital. Métodos: Estudo do tipo caso-controle, com coleta de
dados retrospectiva, em um centro de parto extra-hospitalar (Casa do Parto de
Sapopemba - CPS) e no Hospital Estadual de Vila Alpina (HEVA), na cidade de São
Paulo. Os casos foram todas as mulheres transferidas da CPS para o HEVA, de março de
1
Enfermeira Obstétrica - Prof. Dr. - Graduação em Obstetrícia -Escola de Artes, Ciências e
Humanidades da Universidade de São Paulo - EACH/USP - Orientadora no Programa de PósGraduação em Saúde Pública da FSP/USP (PPG-SP) - [email protected]
2
Enfermeira Obstétrica - Livre Docente - Departamento de Enfermagem Materno Infantil e
Psiquiátrica - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - EE/USP - [email protected]
3
Obstetriz - Mestranda - Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde
Pública da USP - [email protected]
4
Enfermeira Obstétrica - Prof. Dr. - Graduação em Obstetrícia -Escola de Artes, Ciências e
Humanidades da Universidade de São Paulo - EACH/USP - [email protected]
5
Enfermeira Obstétrica - Prof.Dr. - Graduação em Obstetrícia -Escola de Artes, Ciências e
Humanidades da Universidade de São Paulo - EACH/USP - [email protected]
Pesquisa oriunda da Tese de doutorado da autora FMBS “Transferências Maternas de uma casa
de parto para o hospital -estudo caso-controle”, financiada pelo CNPq.
2002 a dezembro de 2009. Os controles foram mulheres não transferidas que deram à luz
na CPS no mesmo período, selecionadas aleatoriamente, sendo quatro controles para
cada caso. Os desfechos descritos no presente estudo referem-se às transferências
maternas ocorridas neste período. Resultados: Nos desfechos das transferências
maternas, verificou-se taxa de transferência intraparto de 4,1%; no período pós-parto:
0,5%; não houve óbitos entre as mulheres que deram à luz na CPS ou no HEVA e entre
os recém-nascidos de mulheres que deram à luz na CPS; houve óbito de dois recémnascidos de mulheres transferidas para o HEVA (taxa de mortalidade perinatal:
0,73/1.000 nascidos vivos). Em ambos os casos de óbito neonatal, a via de parto foi
cesariana, realizada 5 e 13 horas após a chegada da parturiente ao HEVA e a causa de
óbito foi atribuída à síndrome de aspiração meconial. Causas de transferência intraparto:
maternas (57,6% falha no progresso do trabalho de parto); fetais (28% líquido amniótico
meconial e traçado cardiotocográfico alterado); outras (14,4%); via de parto das mulheres
transferidas: 49,5% parto normal; 44,1% cesariana; 4,5% fórceps e 1,8% vácuo extrator.
Entre os RN de mães transferidas: 25,2% e 4,5% tiveram Apgar <7 nos 1º e 5º minutos,
respectivamente; unidade de internação: 10,8% na UTI neonatal, 9,0% unidade de
cuidados intermediários, 0,9% setor de observação e 79,3% alojamento conjunto. Causas
de transferência no pós-parto: retenção placentária (38,5%); outros problemas, como
febre ou hipertensão (30,8%); sangramento vaginal aumentado (15,4%) e febre materna
(15,4%); 46,1% das mulheres necessitaram de curetagem e 38,4% de transfusão
sanguínea. Conclusões: Embora os resultados da presente pesquisa tenham apontado
taxas de transferência materna e de mortalidade neonatal reduzidas e comparáveis a
centros de parto nacionais e internacionais, aprimorar a colaboração entre as equipes do
centro de parto e do hospital poderia melhorar tais resultados, principalmente com relação
aos resultados neonatais. Descritores: centros independentes de assistência à gravidez
e ao parto; parto; parto normal; enfermagem obstétrica
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