Fundação Getulio Vargas
Tópico: EPGE
Veículo: A Tarde Online - BA Data: 02/10/2015
Página: 22:36:00
Cidadãos levam 40 minutos por dia em engarrafamentos
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O consultor de vendas Cláudio Martins, 32 anos, mora em Patamares e trabalha em um edifício na
avenida ACM. Para chegar ao trabalho, ele enfrenta cerca de uma hora de congestionamento
diariamente. "Com o trânsito livre, levo no máximo 20 minutos para chegar. Perco 40 minutos da minha
vida todos os dias", relata. O caso dele ilustra o resultado de uma pesquisa realizada em seis regiões
metropolitanas e divulgada nesta sexta-feira, 2, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o estudo,
realizado pela Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV-EPGE), quem mora na região
metropolitana de Salvador (RMS) perde, em média, diariamente, 40,5 minutos em congestionamentos no
trânsito entre a casa e o trabalho. Uma das conclusões do estudo é que a extensão dos
congestionamentos e do tempo perdido neles está aumentando nas grandes cidades e principais regiões
metropolitanas brasileiras. Para 2018, por exemplo, a estimativa é que o tempo médio entre casa e
trabalho seja de 41,8 minutos. As outras regiões avaliadas foram as do Rio de Janeiro, São Paulo,
Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Para chegar aos resultados, foram utilizados dados fornecidos pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério dos Transportes, Departamento Nacional
de Trânsito (Denatran), companhias de trânsito e algumas prefeituras. O relojoeiro Robson Barbosa, 33,
mora em Sussuarana e trabalha na região do Iguatemi. Ele diz que demora 30 minutos para chegar ao
trabalho. "Acredito que o maior problema do trânsito de Salvador são as obras, como a do metrô", opina.
Economia O levantamento mostra, ainda, que engarrafamentos nos deslocamentos de casa para o
trabalho têm um custo econômico. A estimativa é que, em 2015, a perda per capita para o morador da
região seja de R$ 1.680,65 por conta do tempo perdido. O professor Eduardo Campos, da FGV-EPGE,
afirma que, para chegar ao custo econômico dos congestionamentos, foi utilizado como base o
rendimento estimado na pesquisa mensal de emprego, pegando o salário-hora em cada uma das regiões
e cruzando com as informações de tempo médio gasto. "Podemos dizer que o custo é bem alto", afirma.
Outra conclusão da pesquisa é que cada veículo a mais em circulação por mil habitantes ocasiona um
aumento médio de 7,92 minutos sobre o tempo médio de deslocamento para o trabalho. O estudo conclui,
ainda, que o aumento de 10% no grau de urbanização conduz a um aumento médio aproximado de 2,87
minutos no tempo médio de deslocamento para o trabalho. A pesquisa aponta que um aumento de R$ 1
mil no PIB (Produto Interno Bruto) per capita ocasiona um aumento médio de 12,2 minutos no tempo
médio de deslocamento para o trabalho. Segundo Campos, uma das possíveis interpretações dos
resultados obtidos é que o aumento da renda e urbanização levam as pessoas a optarem pelo carro
particular como meio de transporte. Comparada às outras regiões avaliadas, a RMS fica na quarta
posição em relação ao tempo médio gasto entre a casa e o trabalho. A região metropolitana do Rio de
Janeiro é a que apresenta o maior número, com estimativa de 52,4 minutos para este ano. A do Pará é a
menor, com 31,6 minutos. Em relação ao custo, a RMS tem a menor perda per capita. A região
metropolitana do Rio de Janeiro lidera com R$ 3.419,92 de perda.
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