Distribuição Gratuita
Milagre-MG, Abril de 2015. Informativo Mensal | Edição nº. 17
Velhos problemas...
... para melhorar a cidade
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e outras matérias no nosso site:
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A construção da Unidade Básica de Saúde está paralisada. As obras deveriam ter
sido retomadas em fevereiro mas até agora nada foi feito. O material para a continuação dos serviços chegou, mas os operários não.
... para chegar à cidade
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As prometidas obras de asfaltamento da estrada que liga Milagre a Monte Santo de
Minas não tiveram um centímetro sequer executado. Os único serviço feito na via é a passagem de máquina para amenizar os buracos mas a falta de planejamento quase deixou
o distrito isolado dias atrás, quando o trabalho foi realizado em dia de chuva.
Preocupação
A dengue continua sendo assunto nas cidades da região. Há uma epidemia em Arceburgo e, em Milagre, estudantes foram às ruas alertar a
população para a necessidade de participar do combate ao mosquito causador da doença.
Página 5
Cabe dizer que uma Associação de Moradores não
se limita a fazer festas e eventos, mas acompanhar de
perto e exigir decisões políticas e administrativas que
venham a resultar em mais qualidade de vida para a
população que ela representa. Neste contexto, esta entidade de Milagre tem feito a sua parte.
No mês que passou, a Associação de Moradores
promoveu uma inédita reunião com a presença dos
vereadores, para mostrar a eles a preocupação com os
rumos da cidade e solicitando do legislativo maior participação e engajamento nas ações em prol da população
local.
Num contexto que não é exatamente o nosso, mas
que se encaixa perfeitamente a esta discussão, sabiamente alguém já disse que a gente só ama aquilo que
conhece. Portanto, foi com este intuito que a Associação de Moradores trouxe à cidade uma parte da Câmara
de Vereadores. Eles precisam saber quem é, onde está,
do que necessita e o que é capaz de fazer a população
da cidade.
Se você é morador de Milagre, se quer saber as
ações da entidade, mantenha contato com os associados, converse com a diretoria. Apresente suas dúvidas,
suas sugestões, pois, é com a sua participação que haveremos de continuar no caminho certo, o qual nos proporcionará uma cidade melhor para viver.
Jornal de Milagre |
Abril de 2015
INFRAESTRUTURA
M
A
O encontro ocorreu na sede da Associação de Moradores
de Milagre (AMM), a convite da diretoria que solicitou a presença dos vereadores, a fim de que eles se aproximem mais
dos problemas da cidade.
Apesar de amplamente divulgado, o Programa
Caminhos de Minas – lançado pelo Governo do Estado de Minas Gerais, em 2010 - não executou nem
1% do que havia sido prometido, fazendo com que
não apenas a estrada entre Milagre e Monte Santo
esteja à espera de asfalto, como também outras
dezenas de trechos viários em todo o Estado. Segundo o jornal O Tempo, de Belo Horizonte, dos
8.122 km de pavimentação previstos pelo programa, somente 41,4 km estavam efetivamente prontos até junho do ano passado.
“O objetivo da reunião foi exatamente manter uma aproximação entre a Associação de Moradores e a Câmara Municipal de Monte Santo. Queremos que os vereadores participem
mais da vida da comunidade, pois eles têm a função de zelar pelo bom andamento de todo o município e Milagre não
pode mais ficar esquecida pelo poder público”, justificou Antonimar dos Reis Gonçalves – Toninho - presidente da AMM.
Durante a reunião, foram observadas as falhas da administração distrital, que não adota iniciativas eficientes no sentido
de resolver os problemas da cidade. Um dos casos relatados
na ocasião, para exemplificar a ineficiência do gestor do distrito foi a falta de conclusão do pavimento na rua Santa Terezinha, na Vila Nova. “Um completo descaso com os moradores
daquela rua. Faz mais de ano que os bloquetes estão lá para
serem assentados mas a administração do distrito não é capaz
de colocar um funcionário para fazer o serviço”, completou
Toninho.
Vereadores na Associação buscando soluções
Os vereadores também ouviram as reivindicações quanto
a necessidade de manutenção constante da estrada. “Passamos um grande período sem chuvas e não fizeram os serviços
necessários. Não colocaram cascalho nos trechos mais críticos
e não fizeram uma obra para retirar a água do leito da estrada. Esperaram chover para colocar máquinas trabalhando. Aí
é um Deus nos acuda porque se chove a cidade fica isolada”,
continuou o presidente.
A reunião contou com a presença dos vereadores Diomar
Mariotti Filho (PTB), Flávio da Silva Santos (PTB), Monclar
Monte Alegre Costa (PTB), Paulo Márcio Secundo dos Santos
(PSDB) e Sandra Soares de Moraes Ferreira (PSDB). Embora
convidados, os demais vereadores do legislativo montessantense, entre os quais o presidente da Câmara, não compareceram.
Na oportunidade, os vereadores destacaram as dificuldades de diálogo com o a administração municipal, bem como
a indisponibilidade de recursos públicos para empreender
obras e melhorias no distrito. Destacaram, entretanto, que
farão esforços no sentido de apresentarem as reivindicações
da população de Milagre, além
de proporem, ao final do ano,
emenda ao orçamento municipal, destinando recursos específicos para o distrito.
Os vereadores também
aproveitaram a ocasião para solicitar à população de Milagre,
bem como aos representantes
da Associação de Moradores,
que participem mais das atividades da Câmara, acompanhando de perto a atuação dos
próprios vereadores e o trabalho que desenvolvem pela comunidade.
Associação dos Moradores de Milagre:
Avenida Plínio Quinete, 770-B - Centro - Milagre MG.
Telefone: (35) 3591.6149
Jornal de Milagre
Expediente
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2
Milagre - MG
Associação de Moradores de Milagre continua à espera de informações sobre o projeto
de pavimentação da estrada entre a divisa
com o Estado de São Paulo até o município sede,
Monte Santo de Minas, obra prometida durante os
governos do PSDB no Estado de Minas mas que
até agora não teve um centímetro executada.
elhoria na administração do distrito, mais qualidade
no serviço de limpeza urbana, mais recursos para os
funcionários trabalharem, ações urgentes para acabar
com o problema do esgoto e mais atenção das autoridades
municipais. Foram estas algumas das reivindicações apresentadas por representantes dos moradores de Milagre, durante
reunião com os vereadores, no dia 7 de março.
E, ao término da reunião, certamente saíram com a
certeza de que a população desta cidade é unida, que
está sempre pronta para lutar na defesa do interesse
coletivo. Outra constatação feita pelos vereadores apenas reforça aquilo que temos falado aqui há pelo menos
um ano: a cidade está mal administrada, a cidade está
abandonada.
Feita a aproximação entre os vereadores e a representação da comunidade, a partir de agora, a Associação de Moradores de Milagre passará a encaminhar,
de forma rotineira, requerimentos e ofícios, visando a
melhoria na prestação de alguns serviços disponíveis à
comunidade. Isto porque, estas cobranças precisam ficar documentadas, para que, no futuro, não se diga por
aí – como alguns dizem – que a entidade não faz nada.
Aliás, faz sim, muito mais do que aqueles que nada fazem e muito menos do que gostaria de fazer.
DER não responde sobre projeto da estrada
Informativo da Associação dos Moradores de Milagre - CNPJ: 00.293.452/0001-09
Tiragem: 1.500un. / Periodicidade: Mensal / Distribuição: Gratuita
J. Olívio Ferracin de Andrade e Selma Barbosa de Andrade - Diretoria Executiva e Conselho Editorial
Gilmar Ishikawa – MTb 40.387/SP – Jornalista Responsável
Mauro Boaro – Diretor de Redação
Rafael Polississo – Projeto Gráfico e Diagramação
COLABORAÇÃO:
Flávio Calori (Arceburgo - MG)
Sander Rogério Ribeiro Pereira (Arceburgo - MG)
A reportagem fez contato com o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) a fim de obter
informações quanto ao andamento do projeto de
obras. O objetivo era saber: 1) Em específico, quais
são as razões que levaram à paralisação do projeto?; 2) Existe alguma previsão quanto à retomada
dos trabalhos de que trata o referido contrato? E
3) A partir de quando passou-se a contar os 720
dias de prazo previstos no contrato?
Um email foi encaminhado no dia 12 de março
mas até o fechamento desta edição (dia 27) nenhuma resposta havia sido enviada.
No site do DER – onde há um relatório sobre o
programa Caminhos de Minas – a informação existente sobre este trecho de estrada é que o projeto
está paralisado, dependendo ainda de licitação,
sem que se conste prazo para que isto ocorra.
Sem os trabalhos, a manutenção da estrada
fica por conta da Prefeitura e acontece até mesmo
em dias impróprios – quando chove – piorando a
situação do tráfego e deixando motoristas e passageiros apreensivos.
Licitação da Academia de
Saúde não atrai interessados
D
e acordo com a Secretaria Municipal
de Saúde de Monte Santo de Minas,
nenhuma empresa apareceu para participar da licitação que visa a construção de
uma Academia de Saúde em Milagre.
A obra, anunciada pelo secretário, José
Maurício Lima Rezende, em outubro passado, é um projeto do Ministério da Saúde
e tem orçamento previsto no valor de R$
100.000,00 (cem mil reais), a serem repassados
pelo Fundo Nacional de
Saúde.
Segundo as informações da Secretaria Municipal, nenhuma empresa
fez a retirada do edital
para fazer a obra, e por
conta disso, um novo
processo de licitação deverá ser realizado nos
próximos dias.
Lançado em abril de 2012, o programa
Academia da Saúde estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividade
física, orientação nutricional, oficinas de artes
cênicas, dança, palestras e demais atividades
que promovam modos de vida saudáveis. O
objetivo é, além de oferecer atividades físicas,
fomentar o convívio e o lazer da população,
promovendo atividades de integração comu-
Milagre - MG
nitária.
Tudo parado na UBS
Enquanto a Prefeitura tenta conseguir
uma empresa para construir a Academia de
Saúde, permanecem paralisadas as obras da
Unidade Básica de Saúde de Milagre – cujos
serviços deveriam estar sendo feitos pela T&T
Edificações, empresa da cidade de Areado.
O contrato da licitação, feito no ano passado,
previa orçamento de R$
1.118.637,30 para a execução da obra.
Em janeiro, o engenheiro Luís Roberto dos
Santos, da empresa responsável pelos serviços,
havia dito que a obra seria
retomada em fevereiro, o que não aconteceu.
Nas últimas semanas de março, chegaram novos materiais para a continuidade
dos serviços, sendo que, com as chuvas que
caíram nos últimos dias, as estruturas metálicas já instaladas começavam a apresentar
ferrugem.
Até o fechamento desta edição (27 de
março) as obras continuavam paralisadas.
REQUERIMENTO
A
s ações da Associação de Moradores de Milagre,
em maior ou menor grau, têm alcançado êxito
no que se refere ao reconhecimento da entidade
junto aos órgãos governamentais, junto a outras entidades e, principalmente, entre a população.
Milagre - MG
OBRAS
Os editores
MOBILIZAÇÃO
PARTICIPAÇÃO
Editorial
certo
Diretoria pede mais atenção para o distrito
Cidade
No caminho
Com as chuvas que caíram nos últimos meses, distrito viveu dias de tensão e de quase isolamento devido a precariedade da estrada que passou por consertos mal planejados
Novo terreno para cemitério
E
m requerimento encaminhado à Câmara Municipal, no último dia 17 de
março, a Associação de Moradores está
solicitando apoio dos vereadores para que o
município providencie uma nova área destinada ao cemitério de Milagre.
Conforme noticiado pelo Jornal de Milagre, em maio do ano passado - o antigo
cemitério da cidade, que ainda tem algumas
estruturas de sepulturas, acabou virando
um campinho de futebol. O local – nas imediações da Cohab - deixou de ser utilizado
para sepultamentos porque está cercado de
residências.
No documento encaminhado aos vereadores, a diretoria da Associação de Moradores destaca que “a falta de critérios do poder
público municipal, bem como a não adoção
de políticas públicas de ocupação de solo e
o consequente crescimento desordenado
da área residencial, acabou por tornar impróprio o antigo cemitério, o qual veio a ser
desativado”.
Conforme apurado pela reportagem,
em pesquisa junto ao Cartório de Registro
Civil de Milagre, desde 1950 até a desativação, havia 74 pessoas sepultadas no local.
Entretanto, a desativação do cemitério resultou no sumiço de todos os restos mortais
lá depositados, sem que houvesse resposta
sobre qual destino foi dado aos restos mortais das pessoas que lá estavam sepultadas,
e se houve, na época da remoção dos des-
Milagre - MG
pojos, autorização judicial para a abertura
dos túmulos e remoção das ossadas.
Ventiladores no velório
A falta de compromisso e o descaso da
administração com Milagre são tamanhos
que chegou-se ao ponto de o vereador
Monclar Monte Alegre Costa (Dela), propor
ao prefeito que vai doar ventiladores para o
velório, caso a Prefeitura não tenha disponibilidade de adquiri-los.
A medida foi mencionada em requerimento apresentado pelo vereador, no último dia 16 de março, durante o expediente
da sessão da Câmara.
No documento ele destacou que “existe
grande necessidade da colocação dos ventiladores no local, para que as pessoas que lá
comparecem para velar um parente ou um
amigo possam ficar em local mais agradável”. Dela lembrou que o mesmo pedido foi
feito no ano passado, mas que a administração não atendeu, razão pela qual, se propôs
a adquirir os equipamentos e doá-los à Prefeitura para que sejam instalados.
Esta não é a primeira vez que a própria
comunidade se mobiliza para ter seus interesses atendidos. Em 2013, os moradores
de Milagre se uniram para reformar a casa
que abriga a Polícia Militar e também para
recuperar a viatura usada pelo policiamento
local.
Abril de 2015
| Jornal de Milagre
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SAÚDE
COMÉRCIO
O setor leiteiro observa que o valor do
produto tradicionalmente cai nesta época do
ano por causa da chegada das chuvas - o que
melhora as pastagens, estimula o aumento
na produção do leite e consequentemente
amplia a oferta, fazendo o preço cair.
Mas a indústria prevê que esta tendência
de preços baixos deve seguir pelo resto do
ano, registrando-se um crescimento abaixo
da média dos anos anteriores. A avaliação
pessimista não é só pelo aumento da produção mas tem como base também o momento
crítico da economia do país.
LEGISLAÇÃO
Segundo a Federação da Agricultura do
Estado de Minas Gerais (Faemg) houve diminuição no consumo das famílias, devido
à alta no custo de vida. Com menos recursos
no bolso, as pessoas deixam de comprar leite
e derivados. Produtos como doces, iogurtes,
requeijão, queijos são considerados supérfluos e acabam fora da lista de compras.
Mais qualidade
Não é preciso ir muito longe para constatar que os dados da Faemg não são apenas
estatísticas. Em Milagre, o sitiante Marcos
Donizete da Silva confirma que o consumo
e o preço do leite estão em baixa.
“Atualmente, nós entregamos para o laticínio no valor de R$ 0,65 (sessenta e cinco centavos) o litro de leite. Pode variar, chegar a R$ 0,75
(setenta e cinco centavos), não mais que isso.
No ano passado, na época da seca, chegamos a
vender leite a R$ 1,10 (um real e dez centavos)”,
explica o produtor. Segundo ele, a expectativa é de que a partir de junho o preço possa
chegar a, pelo menos, R$ 1,00 (um real).
A produção que o Sitio Bela Vista entrega
ao laticínio gira em torno de 180 a 200 litros
por dia, mas este total vem de outras propriedades, o que permite aproveitamento do
tanque de resfriamento, resultado de investimento feito pelo produtor. “Esta quantidade
é daqui e de mais dois sitiantes que usam o resfriador”, explica Marcos, que está em atividade há mais de 13 anos e conhece bastante o
mercado leiteiro.
Ele considera que o
leite produzido nas imediações do distrito de
Milagre poderia alcançar
melhores preços se os sitiantes investissem para
aumentar a qualidade.
“Acho também que se houvesse por aqui uma indústria de beneficiamento do
leite, isso contribuiria para
agregar valor ao produto,
além de facilitar a vida de
quem trabalha com o leite”, acrescenta.
Com mais de 13 anos na atividade,
Marcos conhece bem o mercado
Para Marcos, o que
impulsiona os preços no
mercado do leite é a qualidade. “Quem tira um
litro ganha o mesmo que
quem tira mil litros. Mas quem oferece um
produto com mais qualidade, certamente
será melhor remunerado”, completa.
A opinião de Marcos está de acordo com
a Associação Brasileira dos Criadores de Gir
Leiteiro, segundo a qual, a saída para os produtores está na busca pela eficiência e qualificação pois os laticínios remuneram melhor
quem oferece mais qualidade.
O
A medida deveria ter entrado em vigor
em janeiro deste ano mas entidades que
representam o setor agrícola protestaram
e conseguiram o adiamento e a revisão da
obrigatoriedade junto ao Congresso Nacional.
Os representantes da categoria destacavam que a necessidade de emplacar as
máquinas agrícolas elevaria os custos para
os produtores rurais, muitos dos quais foram pegos de surpresa, já que sequer sabiam da obrigatoriedade.
A anulação da medida foi baseada no
Projeto de Decreto Legislativo 124/2013,
apresentado pelo senador Blairo Maggi (PR
Arceburgo - MG
É
O município, que tem cerca de 10.300
habitantes, ao longo do ano passado contabilizou apenas 17 casos de dengue mas, em
2015, já registrou mais de 350 ocorrências
suspeitas, sendo cerca de 180 confirmações desde janeiro até o dia 23 de março (quando
as informações foram levantadas).
O aumento significativo de casos deixou
Segundo dados do setor leiteiro, o Estado
de Minas Gerais é responsável por cerca de
30% do produto que é distribuído no país. De
acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg-MG), o consumo de lácteos no Brasil saltou 125 litros por
pessoa ao ano, em 2008, para perto de 175
litros per capita, em 2014. Apesar deste avanço, o consumo ainda é menor do que a recomendação da Organização Mundial de Saúde
(OMS), que é de 200 litros por habitante/ano.
Exigência de placa em tratores continua suspensa
Senado anulou na terça-feira, dia
10 de março, a Resolução 429/2012,
do Conselho Nacional de Trânsito
(Contran), que exigia o emplacamento de
tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção ou
pavimentação.
Dengue vira epidemia em Arceburgo
bastante crítica a situação de Arceburgo
em relação à dengue. A cidade enfrenta
uma das maiores epidemias da doença
em todo o Estado, segundo apurações da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
-MT), considerando que toda e qualquer
regra relacionada ao trânsito deve obedecer ao Código de Trânsito Brasileiro (Lei
9.503/1997) que não considera como “vias
terrestres abertas à circulação” o interior de
fazendas e outras áreas privadas destinadas à produção agropecuária.
Agora, a questão vai para a Câmara dos
Deputados, que dará o parecer final sobre
a adoção ou não de placas para os tratores.
ESCOLA
D
e acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE), o preço do leite e de seus derivados apresentou queda de 1,95% nos primeiros meses deste ano. Segundo o órgão, o
maior recuo entre as bebidas lácteas foi notado no leite longa vida, com queda de 4,48%.
Os valores também recuaram em mercadorias como: leite condensado (0,11%), leite em
pó (0,72%), iogurte - bebidas lácteas (1,36%),
manteiga (1,45%) e creme de leite (1,59%).
Apenas o queijo registrou alta de 1,62%.
Jornal de Milagre |
Abril de 2015
de casa no controle do mosquito, apesar de
ações educativas promovidas pela Prefeitura,
em escolas, empresas e visitas domiciliares,
alertando sobre os riscos da doença.
Além de uma força-tarefa, com agentes
de epidemiologia de outras cidades de Minas
Gerais e profissionais do próprio município,
atuando na identificação e eliminação de
possíveis focos do mosquito também foi realizada aplicação de “fumacê”.
Profissionais que atuaram na força-tarefa
apontam que a população precisa ser mais
participativa no combate ao mosquito, já que
a maior parte dos focos foi encontrada em
residências e propriedades particulares. Com
o aumento do calor e das chuvas, foi criado
o ambiente propício à proliferação do mosquito.
Combate ao mosquito mobilizou profissionais de várias cidades
O problema preocupa as autoridades
municipais de saúde e também a população
que – tudo indica - deixou de fazer a lição
Milagre - MG
A
A ação mobilizou professores e
a direção da escola e consistiu
também de palestras em salas
de aulas, falando sobre o problema e a forma mais fácil de evitar
a proliferação do mosquito, que é
por meio da prevenção, mantendo
quintais limpos e eliminando criadouros.
Ao longo da caminhada pelas
ruas do distrito, os estudantes afixaram cartazes no comércio, abordando a questão.
Professores e alunos fizeram passeata para alertar contra a dengue
Milagre promove a “Copa João Rosa” com 6 equipes
S
eis
equipes
estão disputando a 1ª
Copa João Rosa de
Futebol, promovida pela Associação
do Milagre Futebol
Clube. As disputas
tiveram início no
domingo, 15 de
março, com término previsto para o dia 19 de abril.
A competição homenageia o esportista João
Rosa, falecido no ano passado e que foi um
grande incentivador do futebol no distrito,
além de ter sido colaborador da equipe Milagre FC.
De acordo com Antonio Custódio, um dos
organizadores, a intenção do torneio também
é reunir jogadores para compor uma nova
formação do Milagre FC. “Certamente vamos
aproveitar alguns jogadores das equipes que
estão participando, e promover uma reestru-
4
em alerta a Superintendência Regional de
Saúde (SRS) de Alfenas, que encaminhou
uma equipe ao município, visando contribuir
para o controle da doença.
Estudantes alertam a população
lunos da Escola Estadual
de Milagre saíram às ruas,
no dia 27 de março, em ato
que chamou a atenção da população para a necessidade de combater a dengue.
FUTEBOL
Agricultura
Milagre - MG
Nossa Região
Com preço em baixa, leite desanima produtores
turação do time de Milagre, para disputar outras competições futuramente”, comentou.
Homenagem ao “Xaropinho”
No dia 21 de março, a equipe de veteranos de São Benedito das Areias fez uma
homenagem ao ex-jogador Rafael Rodrigo
Ferreira, de 23 anos de idade, conhecido por
Xaropinho.
Ele faleceu na noite de sábado, 7 de março, quando voltava de um jogo de futebol,
após bater a motocicleta que conduzia, contra um veículo Uno, com placas de Tapiratiba
(SP), na estrada que liga Mococa a São Benedito.
O ex-jogador Xaropinho foi homenageado pelas equipes de futebol
Outra homenagem a Rodrigo foi feita por
ex-companheiros do jogador, dia 29 de março.
Em ambas as ocasiões os jogadores entraram em campo com uma faixa fazendo alusão
ao ex-atleta.
Abril de 2015
| Jornal de Milagre
5
HISTÓRIA
SERVIÇOS
Milagre - MG
N
ão bastasse a precariedade do acesso a Milagre, a entrada da cidade
possui um bairro que, pela
precariedade da infraestrutura, não faz jus ao nome que
tem. O Jardim Progresso anda
um tanto esquecido.
Segundo moradores e comerciantes que ali estão instalados, há pelo menos 1 ano
que a administração do distrito não providenciava a limpeza e a melhoria das vias públicas do bairro. Para piorar a
situação, a falta de galerias de
águas pluviais tornam as ruas
SEGURANÇA
Comunidade
Continuação da edição nº. 16 - Março 2015
de chão batido quase intransitáveis, no período chuvoso.
Com isso, alguns moradores
têm de improvisar rampas ou
jogar entulho em buracos,
para poder entrar com o carro
na garagem.
Os moradores mais antigos dizem terem comprado os
lotes sem que houvesse compromisso da pavimentação asfáltica, entretanto, a manutenção do bairro deveria ser feita
pelas equipes comandadas
pela administração do distrito,
o que não acontece.
Monte Santo de Minas - MG
Enquanto nada se faz, o
mato alto toma conta da área
que deveria ser destinada a
uma praça, na entrada da cidade. E a falta de manutenção
das ruas faz surgir verdadeiras
crateras, dificultando o acesso
de veículos.
A reportagem esteve no
local na manhã do dia 25 de
março, quando fez as fotos
das ruas esburacadas. E, quase milagrosamente, no dia
27, quando voltamos ao local,
uma máquina havia passado
pelo bairro, tentando eliminar
as crateras.
Conforme visto na edição anterior, o major Francisco Cassiano de Lima é nome importante da história de Monte Santo de Minas. Político sensível, também foi agricultor e trabalhou pela realização de inúmeros benefícios para a sociedade da época, conforme veremos na conclusão deste artigo...
P
Em fotos tiradas no dia 25 de março, as condinções da vias eram precárias,
o que foi corrigido dois dias depois com passagem de máquina
Milagre - MG
A
O encontro ocorreu no último dia 12 de
março, e contou com a participação dos soldados PM Souza e Rodrigo – que foram convidados pelo Tenente Coronel Daniel, além
do Major PM Marcos Antônio da Silva, subcomandante da 20ª Cia PM Independente de
São Sebastião do Paraíso.
Durante a reunião, houve destaque para
os esforços da Associação de Moradores pelo
retorno do policiamento. Na ocasião, destacou-se o trabalho de mutirão para a reforma
de um imóvel que serve à Polícia Militar, além
da mobilização para recuperar o veículo da
guarnição, quando vários moradores deram
suas contribuições.
Os soldados Souza e Rodrigo receberam
os cumprimentos dos comandantes da PM,
pelo trabalho preventivo de orientação e informação sobre drogas e violência, desenvolvido junto às escolas do distrito.
Os representantes da Associação de Moradores também enalteceram o apoio do
Tenente PM Ivanei Pacheco Duarte, Comandante do 4º Pelotão PM de Monte Santo de
Minas, nas ações para aumentar o efetivo policial do distrito, facilitando o escalonamento
de folgas.
De acordo com o presidente da Associação, Antonimar dos Reis Gonçalves, a reunião
foi bastante oportuna especialmente porque
a PM de São Sebastião do Paraíso passará em
breve para outro comandante, em função da
aposentadoria do Tenente Coronel Daniel
Paulino de Souza. “Tínhamos que agradecer
pelo que ele nos fez, determinando a volta do
policiamento para Milagre, e também mostrar que a população está sempre empenhada em lutar por aquilo que seja melhor para a
cidade”, completou.
Em Monte Santo
Também em 12 de março, representantes
da Associação de Moradores se encontraram
com o Comandante do 4º Pelotão PM de
Monte Santo de Minas, Tenente PM Ivanei
Pacheco Duarte, para agradecer o apoio no
reforço ao policiamento local.
elo decreto presidencial de 21 de dezembro de
1893, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, da Diretoria da Justiça, foram nomeados
para o Comando Superior da Guarda Nacional da
Comarca de Monte Santo, Estado de Minas Gerais:
Estado-maior – Major ajudante de ordens, Francisco
Nantes de Castilho; Major quartel-mestre, Francisco
Cassiano de Lima e Major cirurgião-mor, doutor Aristides da Silveira Lobo Sobrinho.
No jornal “O Paiz”, de 06 de janeiro de 1894, ano
X, nº 4261, publicado no Rio de Janeiro, há a notícia
de que o major Francisco Cassiano de Lima doou
50$000 para a subscrição promovida pela Câmara
Municipal de Monte Santo e seus munícipes para o
fim patriótico a ajudar e socorrer o hospital de sangue dos bravos defensores da causa legal, militares
ou civis, que se batem com tanto denodo em prol da
República e sustentam o governo do marechal Floriano Peixoto.
Comando da PM recebe os policiais de Milagre
pós o retorno do serviço de policiamento para Milagre – fruto de ação
que mobilizou toda a população - representantes da Associação de Moradores
estiveram reunidos com o comandante da
20.ª Cia de Polícia Militar Independente de
São Sebastião do Paraíso, Tenente Coronel
Daniel Paulino de Souza, para agradecer a
retomada das atividades da PM no distrito.
História
Descaso com o Jardim Progresso
UM NOME ESQUECIDO:
MAJOR FRANCISCO CASSIANO DE LIMA, 1858 – 1925
Coronel Daniel, soldados Souza e Rodrigo e o Major Marcos com os representantes da Associação dos Moradores de Milagre, Toninho e Bertinho
Na sessão extraordinária, de 09 de março de
1894, o vice-presidente major Francisco Cassiano de
Lima, depois de anunciar que o presidente lhe passara verbalmente o cargo, fez com que os problemas
políticos nacionais voltassem novamente à baila, argumentando que a Câmara “não podia ficar silenciosa, atendendo-se principalmente a que com a derrota
sofrida pela Revolta (da Armada) firmaram-se de uma
vez as instituições republicanas”. Propôs-se, então,
nesse momento, uma moção de felicitações ao governo da República, por intermédio do presidente do
Estado, Afonso Penna, nestes termos:
“Ilmo. E exmo. Sr. – A camara municipal desta cidade hoje reunida, por unanimidade de votos e representando a opinião geral dos habitantes deste município,
por tantas vezes manifestada, vem patentear-vos a
satisfação indizível de que se acha possuída com a brilhantíssima victória alcançada pelas forças legaes contra a revolta attentatoria dos brios e dignidade do povo
brasileiro, que com uma maioria esmagadora contra
ella se levantou.
Esta camara exprimindo o enthusiasmo que invade
a alma de todos munícipes, saúda o primeiro magistrado deste Estado e pede que por seu intermédio e em
nome do povo deste município seja solicitado o inclyto
e glorioso marechal Floriano Peixoto, cuja energia cívica, serenidade de animo e serenidade de conduta no
exacto cumprimento de seus elevados deveres, salvou
as instituições republicanas e tornou-se digno não só de
nossos enthusiasticos aplausos, como digno também
dos aplausos do mundo inteiro.
Pede, pois, a v. excia. faça conhecida do digno Presidente da República a moção de felicitação que unanime lhe dirige a camara municipal desta cidade.
Monte Santo, de 19 de março de 1894. – Saúde e
fraternidade. – (a) major Francisco Cassiano de Lima,
vice-presidente.”
Ao terminar sua administração, Antenor Ferreira Carvalhaes e o major Francisco Cassiano de Lima,
apresentavam aos montessantenses uma cidade
abaulada, nivelada e iluminada a lampiões; e à Câmara, as contas de uma gestão honesta e um saldo de
51:479$005 réis. As principais obras públicas do período: ponte sobre o ribeirão do Sapé, abaulamento da
rua Aristides Lobo (atual Coronel Antônio Paulino da
Costa), serviços no Curral do Conselho, sargetamento
e abaulamento da rua 15, consertos na rua Quintino
Bocaiúva, consertos na ponte do Sapé, iluminação da
cidade a querosene.
Na oportunidade, houve destaque para
o trabalho que vem sendo realizado pelos
policiais locais junto às escolas, e que visam
orientar os jovens sobre drogas e violência.
O Tenente Duarte elogiou a atuação da Associação de Moradores no apoio às
atividades do policiamento, observando que
isto foi fundamental para que o serviço voltasse a funcionar na cidade.
Nessa época (1891), chega a Monte Santo, o doutor Wencesláu Bráz Pereira Gomes, advogado recémformado pela tradicional Faculdade de Direito de São
Paulo, em 1890, onde passa a exercer advocacia, foi
o primeiro promotor público e, depois, seguiu car-
reira política. Em Monte Santo, doutor Wenceslau
Bráz, faz longo amizade com o major Francisco Cassiano de Lima, que juntamente com o coronel Lucas
Tobias Magalhães e o cônego João Osório Marcondes, o promovem politicamente, sendo eleito agente-executivo (prefeito) de Monte Santo (1895-1897).
A 17 de abril de 1896, falece seu sogro, João Manoel Ribeiro de Faria, já viúvo de sua segunda esposa,
dona Maria José de Almeida (1854-1890), deixando
na orfandade quatro filhos menores, sob a tutela do
major Francisco Cassiano de Lima, a seguir: tenente
Sebastião Ribeiro de Faria (Neném Faria, 1876-1961),
que em 1899, se casou com dona Rita de Cássia da
Luz (Ritinha); coronel Antônio Ribeiro de Faria (Tonico Ribeiro, 1878-1928), que em 1899, casou-se em
primeiras núpcias com dona Amélia Rita dos Santos,
em segundas núpcias casou-se com dona Maria Júlia Anacleto e em terceiras núpcias com dona Francisca de Faria (Chiquita); dona Emília Ribeiro de Faria (1881-1952), que foi a segunda esposa do major
Francisco Cassiano de Lima, como veremos adiante
e dona Estephânia Ribeiro de Faria (1883-193?), que
em 1904 se casou com o major Vicente Ferreira Paulino (1881-193?).
major Francisco Cassiano de Lima, veio de mudança
para Monte Santo, o major Américo Benício de Paiva (1861-1929), para instalar o Colégio Espírito Santo, que funcionou por vinte e quatro anos e educou
centenas de crianças. Sobre a mudança de São Sebastião do Paraíso para Monte Santo, um comentário de
Américo de Paiva vem sendo transmitido através dos
descendentes do major Francisco Cassiano de Lima:
“Vim para Monte Santo nos carros do Chico Cassiano”.
A 23 de março de 1896, é fundada em Monte
Santo a Loja Maçônica “Caridade Montessantense”
e o major Francisco Cassiano de Lima é nela iniciado
como irmão-maçom.
Neste período (1900-1904), o major Francisco
Cassiano de Lima presidiria a Câmara algumas vezes.
Em 1897 é fundada pela colônia italiana a “Societá Filantropica Italiana di Monte Santo”, talvez por
iniciativa do imigrante italiano e farmacêutico Italo
Provincialli. O major Francisco Cassiano de Lima faz
a doação do prédio da sociedade, onde hoje está instalado o Centro Vocacional Tecnológico (CVI), situado
na rua Doutor Pedro Paulino da Costa, número 333,
tendo recebido, na ocasião, da Sociedade Italiana, o
título de presidente honorário.
No dia 15 de novembro de 1898, além do normal
rebuliço que toda eleição proporcionava, pairava sobre Monte Santo um clima nostálgico: a população
preparava-se para homenagear o doutor Aristides da
Silveira Lobo Sobrinho, que, de mudança para Passos,
despedia-se da cidade.
Ao meio dia, a sala das sessões da Câmara encontrava-se apinhada de pessoas que desejavam levarlhe o abraço, destacando-se entre elas os vereadores
Amazílio Pinto de Magalhães, major Francisco Cassiano de Lima, José Bernardino Leite, Filinto Erlindo,
major Isaac Soares de Moraes e João Baptista Gomes
de Azevedo. Distinguiam-se ainda entre os presentes,
o juiz de direito, doutor Luciano de Souza Lima, doutor Francisco Augusto Pereira Lima e Urias de Mello
Botelho.
Após ouvir inúmeros oradores, doutor Aristides
da Silveira Lobo Sobrinho agradeceu comovido as
homenagens que lhes prestavam.
Pouco tempo depois o doutor Aristides da Silveira Lobo Sobrinho, voltaria a residir novamente em
Monte Santo.
O major Francisco Cassiano de Lima, na qualidade de vereador, foi quem sugeriu a mudança do antigo cemitério para um local mais distante do centro
da sociedade, o que ocorreu em 1898, com a doação
do chamado “Pasto do Meio”, pelo doutor Antônio
Pereira de Lima, sendo inaugurado em 1901, como é
sabido o coronel Lucas Tobias de Magalhães na qualidade de agente-executivo, não se interessava pela
mudança mas democraticamente aceitou o resultado
da discussão sobre a lei.
Em 1901, incentivado pelo seu amigo particular,
Conhecedor do poder da educação, o major
Francisco Cassiano de Lima, enquanto viveu manteve
escola em sua fazenda para seus colonos.
Quando da construção da antiga capela de Nossa Senhora Aparecida, o major Francisco Cassiano de
Lima foi o doador do sino da mesma.
A 02 de janeiro de 1901 procedeu-se a eleição
para presidente, vice-presidente e secretário da Câmara, sendo eleitos, respectivamente, cônego João
Osório Marcondes, major Francisco Cassiano de Lima
e João Bernardino de Freitas.
Principais obras públicas do período: consertos
na estrada dos Alves, ponte sobre o Rio Canoas, reconstrução da ponte do Sapé, compra de matérias
para o novo cemitério, plantio de algumas árvores na
cidade, consertos na estrada de Canoas, auxílio para
a abertura de estrada para Mococa, construção de
duas pontes no Guaritá, consertos no matadouro, na
estrada de Posses e na ponte do Taboão, sarjeta no
Largo da Matriz, consertos na rua que vai à Capelinha,
na rua Quintino Bocaiúva, nas pontes da Grama e Canoas, reconstrução da ponte do Sapé, canalização do
esgoto da cadeia, inauguração do abastecimento de
égua de Posses.
Tem-se notícias de que os traçados das ruas de
Monte Santo com canteiros no meio teriam sido
construídos baseados em projetos deixados ou sugeridos pelo major Francisco Cassiano de Lima, revelando-se um urbanista de certo talento para a época,
pois essas divisões venceram o tempo: não sofreram
alterações e sob o aspecto urbanístico atendem as
reais necessidades da movimentação urbana da cidade, com aspecto urbanístico agradável, pelas áreas
verdes que apresenta e pelo traçado regular de suas
ruas.
Segundo antigos depoimentos orais, por volta de
1903, quando da formatura de dona Auta Carvalhaes
Bernardes da Silva (Autina, 1883-1972), no Colégio
Mackenzie, em São Paulo, seu pai, o major Vicente
Ferreira Carvalhaes (1836-1912), deu uma grande
recepção em sua fazenda Cruzeiro, pela chegada de
sua filha, que embora fosse filha natural recebeu educação esmerada, e nessa ocasião o major Francisco
Cassiano de Lima executou vários números musicais,
no piano inglês, que Vicente Carvalhaes havia importado para sua filha, que era também exímia pianista.
Em 1904, sua esposa, dona Fausta Cândida de
Faria, faleceu e a 13 de agosto de 1904, o major Francisco Cassiano de Lima casou-se com sua cunhada,
dona Emília Ribeiro de Faria (1881-1952) e desta
união nasceram os seguintes filhos: João Ribeiro de
Lima (Joãozinho Cassiano, 1904-2009) foi casado
com dona Maria Júlia Barbosa (Piruca, 1915-1997);
dona Hortênsia Ribeiro de Lima (1906-1980) foi casada com Jayme Antunes de Oliveira; Antônio Ribeiro
de Lima (Tonico, 1909-1969) foi casado com dona
Mariana Garcia de Oliveira e Alípio Ribeiro de Lima,
falecido na primeira infância.
Ainda em 1904, o major Francisco Cassiano de
Lima transferiu-se com sua família para a cidade de
Poços de Caldas, onde ele já possuía um imóvel, onde
é a Drogaria Rosário, sito à rua Assis Figueiredo, número 719 de hoje.
Em 1905, em uma visita a sua fazenda Retiro, em
Monte Santo, o major Francisco Cassiano de Lima
sofreu um acidente doméstico, deslocando o fêmur,
devido à precariedade da medicina da época, embora buscando facultativos até do Rio de Janeiro, ele se
tornou paralítico até a sua morte. Este fato fez com
que se ficasse definitivamente na fazenda Retiro.
Embora condenado fatalmente ao ostracismo
em sua fazenda, o major Francisco Cassiano de Lima
sempre era consultado nas decisões políticas de
Monte Santos pelos chefes políticos daqueles tempos, que se dirigiam até a fazenda Retiro para ouvi-lo
em seus conselhos. Quando em 1914 o doutor Wenceslau Braz foi empossado presidente da República,
ele não esqueceu-se do amigo montessantense,
enviando ao major Francisco Cassiano de Lima, um
exemplar jornal “O Século”, autografado onde havia
a notícia da posse presidencial.
Só em 1921, por ocasião do casamento de sua
filha Hortênsia, é que ele voltaria à cidade de Monte
Santo, onde foi recebido com festas e passaria uma
semana visitando e recebendo a visita de seus antigos amigos e correligionários.
Faleceu na fazenda Retiro, a 16 de julho de 1925,
sendo sua morte, noticiada no “Correio Paulistano”,
de 29 de julho de 1925, nos seguintes termos:
“ – Falleceu em sua propriedade agrícola, o sr. major Francisco Cassiano de Lima, que deixou numerosa
família. Era um dos fundadores desta terra, por cujo
progresso sempre trabalhou. O grande morto foi presidente da camara, por diversas vezes, juiz de paz e vereador municipal, tendo sido também o primeiro escrivão
de paz e agente do correio desta cidade, isto em 1891.
O seu enterro teve um grande acompanhamento, comparecendo a Sociedade Italiana com a sua bandeira, da
qual era presidente honorário e grande benfeitor”.
Em sua missa de 7º dia, seu inseparável amigo
Ítalo Provincialli fez questão de ser o organista, homenageando a memória daquele que por muitos
anos exercera tal mister nos ofícios religiosos da igreja matriz.
Morto, recolhido, embora, pelo tempo ao panteon do Nada, onde tudo se cala e todos se nivelam, o
major Francisco Cassiano de Lima não tem em Monte
Santo uma rua ou um beco sequer e evocar à memória de quem possuía o dom dos predestinados: ver
mais, adiantando-se a seu tempo, prevendo, planejando e construindo – com uma visão clara e segura do futuro. Monte Santo tem um débito a resgatar
com a memória do major Francisco Cassiano de Lima.
Seu nome está gravado, de maneira marcante, na
consciência de seus descendentes e de algumas poucas pessoas que ainda recordam do seu nome e de
seu exemplo: como cidadão e como homem público,
embora hoje esquecido pelas autoridades, fez-se ao
seu tempo admirado e respeitado, como uma figura
marcante da história social e política de Monte Santo
de Minas.
Sander Rogério Ribeiro Pereira, do Instituto Histórico e Cultural de Arceburgo
Em Monte Santo, a reunião foi com o comandante Tenente Duarte
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Jornal de Milagre |
Abril de 2015
Abril de 2015
| Jornal de Milagre
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PERSONAGEM
Nossa Terra e Nossa Gente
Dona Cidinha
e as histórias de antigamente
Milagre - MG
noite, brincando com outras crianças da
fazenda na casa da família, viu algo que
nunca mais quer ver na vida.
N
um tempo em que a quaresma
era um período de pouco movimento pelas ruas, grandes
silêncios nas cidades e noites de oração em casa, além de praticarem com
fervor a religiosidade, as pessoas se
privaram de uma série de atividades,
como sendo parte do exercício da fé
em busca da conversão cristã.
Estes comportamentos davam origens
ou fortaleciam uma série de relatos sobre assombrações, lobisomens, mula sem cabeça,
corpo-seco e tantas outras perturbações que
fizeram parte da infância de muitas pessoas
país afora. Nesta região não era diferente.
Dizem os mais velhos que tudo era verdade e ninguém, nunca, quis provar o contrário. Assim persistem as lendas e histórias
que enriquecem o imaginário popular, ajudaram a construir a infância do passado e
devem ser contadas para as novas gerações.
Em Milagre, quem tem muitas destas
histórias para contar é Maria Aparecida Moisés – a dona Cidinha. Aos 74 anos de idade,
ela fala com riqueza de detalhes alguns dos
“apuros” que passou na infância, principalmente nestes períodos de quaresma, e afirma: ainda hoje, algumas manifestações estranhas acontecem na cidade.
Ela conta que, quando tinha entre 7 e 8
anos de idade, residia na Fazenda Bocaina,
nas proximidades de Guaranésia. E que certa
“Meu pai tocava sanfona. E as pessoas se
reunirem lá em casa, para dançar enquanto
ele tocava. Como era quaresma, não podia
tocar, então as crianças ficavam lá apenas
brincando. E minha mãe falava para não
ficar até tarde no terreiro. Nada podia na quaresma. Não podia dançar, não podia correr,
não podia brincar. Mas a gente ficava lá.
Até que certa hora apareceu uma luz no
terreiro. Era uma luz muito bonita e muito
forte. Passou por entre nós e saiu em direção
ao porão da casa. Nós ficamos assustados e
minha mãe falou para as outras crianças irem
embora e para eu entrar para casa. Minha mãe
dizia: isso é coisa da quaresma, na
quaresma aparecem estas coisas.
ficou zangada, brigou comigo e eu disse: mãe,
mas eu quero ver quem é que vira lobisomem.
Naquela noite nem dormi direito. Eu queria
ver se aquela coisa ia aparecer no dia seguinte.”
O dia amanheceu. A expectativa da menina Maria Aparecida era grande. Ela havia
desafiado a criatura a se revelar.
“Quando foi lá por umas 9 horas, bateu
palma na porta de casa. E eu fui atender. Era
um vizinho nosso, que morava em outra parte da fazenda. Ele disse: sua mãe está? E eu
chamei a minha mãe. Ele conversou com ela.
Tinha ido pedir sal. Minha mãe entregou o
sal. E ele foi embora”.
Dona Cidinha diz que nunca mais esqueceu esta história. E quando chega a quaresma
sempre se lembra, não apenas desta como
também de outros casos de assombrações.
Ela conta que, em Milagre, onde mora há
mais de 30 anos, também é conhecido o fato
de que algo arrasta correntes pelas ruas da
cidade, em noites de quaresma. “Os cachorros latem e uivam. E dá pra ouvir como se
fossem uns passos, de alguém caminhando
e arrastando umas correntes. A gente olha e
não vê nada”.
Segundo ela, as perturbações são causadas por pessoas que não batizadas, “pessoas
que não respeitavam os pais, gente que era
excomungado por alguma razão. Naquele
tempo, diziam que o sétimo filho da casa tinha a sina de virar lobisomem na quaresma”.
Depois que aquela luz sumiu,
passou um tempo e apareceu um
animal. Parecia um cachorro. Veio
na direção de onde a gente estava
e rosnou. Eu gritei assustada e um
amigo do meu pai que estava em
casa falou assim: isso deve ser um
lobisomem. E depois aquele cachorro saiu. Nós continuamos por
ali, assustados.
Quando foi mais tarde, apareceu uma coisa que nunca vi na
vida e nunca mais quero ver. Era
um bicho feio. Uma mistura de
porco, com as pernas parecendo
de cachorro, só que mais alto,
como se fosse um homem, e muito
peludo. Olha, todo mundo correu.
E aquele conhecido do meu pai
disse: fala para vir buscar uma
xícara de sal amanhã. E eu, muito curiosa, falei. Mas minha mãe
Dona Cidinha com os netos: preservando as histórias de ontem, para as novas gerações
(3) Eliza Maria dos Santos
(3) Eduardo Elias Custódio
(3) Bárbara Cristina de Lima
(4) Luana Aparecida Rodrigues Figueiredo
(5) Vitória Cristina Dias
(6) Léia Maria da Silva Souza
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Aniversariantes de Abril
(9) Paulo Vitor Ferracin Robeiro
(9) Adrian Correia de Oliveira
(12) Laila Roberta Molina Tomé
(12) Gabriela Borges Soares
(13) Priscila Aparecida Crispim dos Santos
(13) Felipe Ribeiro de Carvalho
(13) Waslly Riquelme Brian Dantas Ferreira
(25) Nelson Gabriel dos Reis (Liquinho)
(26) Cecilia da Silva Reis
(30) Renato Ferracim
Para ter seu aniversário aqui, informe até o dia 15 de cada mês.
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