Distribuição Gratuita Milagre-MG, Abril de 2015. Informativo Mensal | Edição nº. 17 Velhos problemas... ... para melhorar a cidade Veja o conteúdo do Jornal de Milagre e outras matérias no nosso site: www.jornaldemilagre.com.br Página 3 A construção da Unidade Básica de Saúde está paralisada. As obras deveriam ter sido retomadas em fevereiro mas até agora nada foi feito. O material para a continuação dos serviços chegou, mas os operários não. ... para chegar à cidade Página 3 As prometidas obras de asfaltamento da estrada que liga Milagre a Monte Santo de Minas não tiveram um centímetro sequer executado. Os único serviço feito na via é a passagem de máquina para amenizar os buracos mas a falta de planejamento quase deixou o distrito isolado dias atrás, quando o trabalho foi realizado em dia de chuva. Preocupação A dengue continua sendo assunto nas cidades da região. Há uma epidemia em Arceburgo e, em Milagre, estudantes foram às ruas alertar a população para a necessidade de participar do combate ao mosquito causador da doença. Página 5 Cabe dizer que uma Associação de Moradores não se limita a fazer festas e eventos, mas acompanhar de perto e exigir decisões políticas e administrativas que venham a resultar em mais qualidade de vida para a população que ela representa. Neste contexto, esta entidade de Milagre tem feito a sua parte. No mês que passou, a Associação de Moradores promoveu uma inédita reunião com a presença dos vereadores, para mostrar a eles a preocupação com os rumos da cidade e solicitando do legislativo maior participação e engajamento nas ações em prol da população local. Num contexto que não é exatamente o nosso, mas que se encaixa perfeitamente a esta discussão, sabiamente alguém já disse que a gente só ama aquilo que conhece. Portanto, foi com este intuito que a Associação de Moradores trouxe à cidade uma parte da Câmara de Vereadores. Eles precisam saber quem é, onde está, do que necessita e o que é capaz de fazer a população da cidade. Se você é morador de Milagre, se quer saber as ações da entidade, mantenha contato com os associados, converse com a diretoria. Apresente suas dúvidas, suas sugestões, pois, é com a sua participação que haveremos de continuar no caminho certo, o qual nos proporcionará uma cidade melhor para viver. Jornal de Milagre | Abril de 2015 INFRAESTRUTURA M A O encontro ocorreu na sede da Associação de Moradores de Milagre (AMM), a convite da diretoria que solicitou a presença dos vereadores, a fim de que eles se aproximem mais dos problemas da cidade. Apesar de amplamente divulgado, o Programa Caminhos de Minas – lançado pelo Governo do Estado de Minas Gerais, em 2010 - não executou nem 1% do que havia sido prometido, fazendo com que não apenas a estrada entre Milagre e Monte Santo esteja à espera de asfalto, como também outras dezenas de trechos viários em todo o Estado. Segundo o jornal O Tempo, de Belo Horizonte, dos 8.122 km de pavimentação previstos pelo programa, somente 41,4 km estavam efetivamente prontos até junho do ano passado. “O objetivo da reunião foi exatamente manter uma aproximação entre a Associação de Moradores e a Câmara Municipal de Monte Santo. Queremos que os vereadores participem mais da vida da comunidade, pois eles têm a função de zelar pelo bom andamento de todo o município e Milagre não pode mais ficar esquecida pelo poder público”, justificou Antonimar dos Reis Gonçalves – Toninho - presidente da AMM. Durante a reunião, foram observadas as falhas da administração distrital, que não adota iniciativas eficientes no sentido de resolver os problemas da cidade. Um dos casos relatados na ocasião, para exemplificar a ineficiência do gestor do distrito foi a falta de conclusão do pavimento na rua Santa Terezinha, na Vila Nova. “Um completo descaso com os moradores daquela rua. Faz mais de ano que os bloquetes estão lá para serem assentados mas a administração do distrito não é capaz de colocar um funcionário para fazer o serviço”, completou Toninho. Vereadores na Associação buscando soluções Os vereadores também ouviram as reivindicações quanto a necessidade de manutenção constante da estrada. “Passamos um grande período sem chuvas e não fizeram os serviços necessários. Não colocaram cascalho nos trechos mais críticos e não fizeram uma obra para retirar a água do leito da estrada. Esperaram chover para colocar máquinas trabalhando. Aí é um Deus nos acuda porque se chove a cidade fica isolada”, continuou o presidente. A reunião contou com a presença dos vereadores Diomar Mariotti Filho (PTB), Flávio da Silva Santos (PTB), Monclar Monte Alegre Costa (PTB), Paulo Márcio Secundo dos Santos (PSDB) e Sandra Soares de Moraes Ferreira (PSDB). Embora convidados, os demais vereadores do legislativo montessantense, entre os quais o presidente da Câmara, não compareceram. Na oportunidade, os vereadores destacaram as dificuldades de diálogo com o a administração municipal, bem como a indisponibilidade de recursos públicos para empreender obras e melhorias no distrito. Destacaram, entretanto, que farão esforços no sentido de apresentarem as reivindicações da população de Milagre, além de proporem, ao final do ano, emenda ao orçamento municipal, destinando recursos específicos para o distrito. Os vereadores também aproveitaram a ocasião para solicitar à população de Milagre, bem como aos representantes da Associação de Moradores, que participem mais das atividades da Câmara, acompanhando de perto a atuação dos próprios vereadores e o trabalho que desenvolvem pela comunidade. Associação dos Moradores de Milagre: Avenida Plínio Quinete, 770-B - Centro - Milagre MG. Telefone: (35) 3591.6149 Jornal de Milagre Expediente www.jornaldemilagre.com.br 2 Milagre - MG Associação de Moradores de Milagre continua à espera de informações sobre o projeto de pavimentação da estrada entre a divisa com o Estado de São Paulo até o município sede, Monte Santo de Minas, obra prometida durante os governos do PSDB no Estado de Minas mas que até agora não teve um centímetro executada. elhoria na administração do distrito, mais qualidade no serviço de limpeza urbana, mais recursos para os funcionários trabalharem, ações urgentes para acabar com o problema do esgoto e mais atenção das autoridades municipais. Foram estas algumas das reivindicações apresentadas por representantes dos moradores de Milagre, durante reunião com os vereadores, no dia 7 de março. E, ao término da reunião, certamente saíram com a certeza de que a população desta cidade é unida, que está sempre pronta para lutar na defesa do interesse coletivo. Outra constatação feita pelos vereadores apenas reforça aquilo que temos falado aqui há pelo menos um ano: a cidade está mal administrada, a cidade está abandonada. Feita a aproximação entre os vereadores e a representação da comunidade, a partir de agora, a Associação de Moradores de Milagre passará a encaminhar, de forma rotineira, requerimentos e ofícios, visando a melhoria na prestação de alguns serviços disponíveis à comunidade. Isto porque, estas cobranças precisam ficar documentadas, para que, no futuro, não se diga por aí – como alguns dizem – que a entidade não faz nada. Aliás, faz sim, muito mais do que aqueles que nada fazem e muito menos do que gostaria de fazer. DER não responde sobre projeto da estrada Informativo da Associação dos Moradores de Milagre - CNPJ: 00.293.452/0001-09 Tiragem: 1.500un. / Periodicidade: Mensal / Distribuição: Gratuita J. Olívio Ferracin de Andrade e Selma Barbosa de Andrade - Diretoria Executiva e Conselho Editorial Gilmar Ishikawa – MTb 40.387/SP – Jornalista Responsável Mauro Boaro – Diretor de Redação Rafael Polississo – Projeto Gráfico e Diagramação COLABORAÇÃO: Flávio Calori (Arceburgo - MG) Sander Rogério Ribeiro Pereira (Arceburgo - MG) A reportagem fez contato com o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) a fim de obter informações quanto ao andamento do projeto de obras. O objetivo era saber: 1) Em específico, quais são as razões que levaram à paralisação do projeto?; 2) Existe alguma previsão quanto à retomada dos trabalhos de que trata o referido contrato? E 3) A partir de quando passou-se a contar os 720 dias de prazo previstos no contrato? Um email foi encaminhado no dia 12 de março mas até o fechamento desta edição (dia 27) nenhuma resposta havia sido enviada. No site do DER – onde há um relatório sobre o programa Caminhos de Minas – a informação existente sobre este trecho de estrada é que o projeto está paralisado, dependendo ainda de licitação, sem que se conste prazo para que isto ocorra. Sem os trabalhos, a manutenção da estrada fica por conta da Prefeitura e acontece até mesmo em dias impróprios – quando chove – piorando a situação do tráfego e deixando motoristas e passageiros apreensivos. Licitação da Academia de Saúde não atrai interessados D e acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Monte Santo de Minas, nenhuma empresa apareceu para participar da licitação que visa a construção de uma Academia de Saúde em Milagre. A obra, anunciada pelo secretário, José Maurício Lima Rezende, em outubro passado, é um projeto do Ministério da Saúde e tem orçamento previsto no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), a serem repassados pelo Fundo Nacional de Saúde. Segundo as informações da Secretaria Municipal, nenhuma empresa fez a retirada do edital para fazer a obra, e por conta disso, um novo processo de licitação deverá ser realizado nos próximos dias. Lançado em abril de 2012, o programa Academia da Saúde estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividade física, orientação nutricional, oficinas de artes cênicas, dança, palestras e demais atividades que promovam modos de vida saudáveis. O objetivo é, além de oferecer atividades físicas, fomentar o convívio e o lazer da população, promovendo atividades de integração comu- Milagre - MG nitária. Tudo parado na UBS Enquanto a Prefeitura tenta conseguir uma empresa para construir a Academia de Saúde, permanecem paralisadas as obras da Unidade Básica de Saúde de Milagre – cujos serviços deveriam estar sendo feitos pela T&T Edificações, empresa da cidade de Areado. O contrato da licitação, feito no ano passado, previa orçamento de R$ 1.118.637,30 para a execução da obra. Em janeiro, o engenheiro Luís Roberto dos Santos, da empresa responsável pelos serviços, havia dito que a obra seria retomada em fevereiro, o que não aconteceu. Nas últimas semanas de março, chegaram novos materiais para a continuidade dos serviços, sendo que, com as chuvas que caíram nos últimos dias, as estruturas metálicas já instaladas começavam a apresentar ferrugem. Até o fechamento desta edição (27 de março) as obras continuavam paralisadas. REQUERIMENTO A s ações da Associação de Moradores de Milagre, em maior ou menor grau, têm alcançado êxito no que se refere ao reconhecimento da entidade junto aos órgãos governamentais, junto a outras entidades e, principalmente, entre a população. Milagre - MG OBRAS Os editores MOBILIZAÇÃO PARTICIPAÇÃO Editorial certo Diretoria pede mais atenção para o distrito Cidade No caminho Com as chuvas que caíram nos últimos meses, distrito viveu dias de tensão e de quase isolamento devido a precariedade da estrada que passou por consertos mal planejados Novo terreno para cemitério E m requerimento encaminhado à Câmara Municipal, no último dia 17 de março, a Associação de Moradores está solicitando apoio dos vereadores para que o município providencie uma nova área destinada ao cemitério de Milagre. Conforme noticiado pelo Jornal de Milagre, em maio do ano passado - o antigo cemitério da cidade, que ainda tem algumas estruturas de sepulturas, acabou virando um campinho de futebol. O local – nas imediações da Cohab - deixou de ser utilizado para sepultamentos porque está cercado de residências. No documento encaminhado aos vereadores, a diretoria da Associação de Moradores destaca que “a falta de critérios do poder público municipal, bem como a não adoção de políticas públicas de ocupação de solo e o consequente crescimento desordenado da área residencial, acabou por tornar impróprio o antigo cemitério, o qual veio a ser desativado”. Conforme apurado pela reportagem, em pesquisa junto ao Cartório de Registro Civil de Milagre, desde 1950 até a desativação, havia 74 pessoas sepultadas no local. Entretanto, a desativação do cemitério resultou no sumiço de todos os restos mortais lá depositados, sem que houvesse resposta sobre qual destino foi dado aos restos mortais das pessoas que lá estavam sepultadas, e se houve, na época da remoção dos des- Milagre - MG pojos, autorização judicial para a abertura dos túmulos e remoção das ossadas. Ventiladores no velório A falta de compromisso e o descaso da administração com Milagre são tamanhos que chegou-se ao ponto de o vereador Monclar Monte Alegre Costa (Dela), propor ao prefeito que vai doar ventiladores para o velório, caso a Prefeitura não tenha disponibilidade de adquiri-los. A medida foi mencionada em requerimento apresentado pelo vereador, no último dia 16 de março, durante o expediente da sessão da Câmara. No documento ele destacou que “existe grande necessidade da colocação dos ventiladores no local, para que as pessoas que lá comparecem para velar um parente ou um amigo possam ficar em local mais agradável”. Dela lembrou que o mesmo pedido foi feito no ano passado, mas que a administração não atendeu, razão pela qual, se propôs a adquirir os equipamentos e doá-los à Prefeitura para que sejam instalados. Esta não é a primeira vez que a própria comunidade se mobiliza para ter seus interesses atendidos. Em 2013, os moradores de Milagre se uniram para reformar a casa que abriga a Polícia Militar e também para recuperar a viatura usada pelo policiamento local. Abril de 2015 | Jornal de Milagre 3 SAÚDE COMÉRCIO O setor leiteiro observa que o valor do produto tradicionalmente cai nesta época do ano por causa da chegada das chuvas - o que melhora as pastagens, estimula o aumento na produção do leite e consequentemente amplia a oferta, fazendo o preço cair. Mas a indústria prevê que esta tendência de preços baixos deve seguir pelo resto do ano, registrando-se um crescimento abaixo da média dos anos anteriores. A avaliação pessimista não é só pelo aumento da produção mas tem como base também o momento crítico da economia do país. LEGISLAÇÃO Segundo a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg) houve diminuição no consumo das famílias, devido à alta no custo de vida. Com menos recursos no bolso, as pessoas deixam de comprar leite e derivados. Produtos como doces, iogurtes, requeijão, queijos são considerados supérfluos e acabam fora da lista de compras. Mais qualidade Não é preciso ir muito longe para constatar que os dados da Faemg não são apenas estatísticas. Em Milagre, o sitiante Marcos Donizete da Silva confirma que o consumo e o preço do leite estão em baixa. “Atualmente, nós entregamos para o laticínio no valor de R$ 0,65 (sessenta e cinco centavos) o litro de leite. Pode variar, chegar a R$ 0,75 (setenta e cinco centavos), não mais que isso. No ano passado, na época da seca, chegamos a vender leite a R$ 1,10 (um real e dez centavos)”, explica o produtor. Segundo ele, a expectativa é de que a partir de junho o preço possa chegar a, pelo menos, R$ 1,00 (um real). A produção que o Sitio Bela Vista entrega ao laticínio gira em torno de 180 a 200 litros por dia, mas este total vem de outras propriedades, o que permite aproveitamento do tanque de resfriamento, resultado de investimento feito pelo produtor. “Esta quantidade é daqui e de mais dois sitiantes que usam o resfriador”, explica Marcos, que está em atividade há mais de 13 anos e conhece bastante o mercado leiteiro. Ele considera que o leite produzido nas imediações do distrito de Milagre poderia alcançar melhores preços se os sitiantes investissem para aumentar a qualidade. “Acho também que se houvesse por aqui uma indústria de beneficiamento do leite, isso contribuiria para agregar valor ao produto, além de facilitar a vida de quem trabalha com o leite”, acrescenta. Com mais de 13 anos na atividade, Marcos conhece bem o mercado Para Marcos, o que impulsiona os preços no mercado do leite é a qualidade. “Quem tira um litro ganha o mesmo que quem tira mil litros. Mas quem oferece um produto com mais qualidade, certamente será melhor remunerado”, completa. A opinião de Marcos está de acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro, segundo a qual, a saída para os produtores está na busca pela eficiência e qualificação pois os laticínios remuneram melhor quem oferece mais qualidade. O A medida deveria ter entrado em vigor em janeiro deste ano mas entidades que representam o setor agrícola protestaram e conseguiram o adiamento e a revisão da obrigatoriedade junto ao Congresso Nacional. Os representantes da categoria destacavam que a necessidade de emplacar as máquinas agrícolas elevaria os custos para os produtores rurais, muitos dos quais foram pegos de surpresa, já que sequer sabiam da obrigatoriedade. A anulação da medida foi baseada no Projeto de Decreto Legislativo 124/2013, apresentado pelo senador Blairo Maggi (PR Arceburgo - MG É O município, que tem cerca de 10.300 habitantes, ao longo do ano passado contabilizou apenas 17 casos de dengue mas, em 2015, já registrou mais de 350 ocorrências suspeitas, sendo cerca de 180 confirmações desde janeiro até o dia 23 de março (quando as informações foram levantadas). O aumento significativo de casos deixou Segundo dados do setor leiteiro, o Estado de Minas Gerais é responsável por cerca de 30% do produto que é distribuído no país. De acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg-MG), o consumo de lácteos no Brasil saltou 125 litros por pessoa ao ano, em 2008, para perto de 175 litros per capita, em 2014. Apesar deste avanço, o consumo ainda é menor do que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 200 litros por habitante/ano. Exigência de placa em tratores continua suspensa Senado anulou na terça-feira, dia 10 de março, a Resolução 429/2012, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que exigia o emplacamento de tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção ou pavimentação. Dengue vira epidemia em Arceburgo bastante crítica a situação de Arceburgo em relação à dengue. A cidade enfrenta uma das maiores epidemias da doença em todo o Estado, segundo apurações da Secretaria de Saúde de Minas Gerais. -MT), considerando que toda e qualquer regra relacionada ao trânsito deve obedecer ao Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997) que não considera como “vias terrestres abertas à circulação” o interior de fazendas e outras áreas privadas destinadas à produção agropecuária. Agora, a questão vai para a Câmara dos Deputados, que dará o parecer final sobre a adoção ou não de placas para os tratores. ESCOLA D e acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o preço do leite e de seus derivados apresentou queda de 1,95% nos primeiros meses deste ano. Segundo o órgão, o maior recuo entre as bebidas lácteas foi notado no leite longa vida, com queda de 4,48%. Os valores também recuaram em mercadorias como: leite condensado (0,11%), leite em pó (0,72%), iogurte - bebidas lácteas (1,36%), manteiga (1,45%) e creme de leite (1,59%). Apenas o queijo registrou alta de 1,62%. Jornal de Milagre | Abril de 2015 de casa no controle do mosquito, apesar de ações educativas promovidas pela Prefeitura, em escolas, empresas e visitas domiciliares, alertando sobre os riscos da doença. Além de uma força-tarefa, com agentes de epidemiologia de outras cidades de Minas Gerais e profissionais do próprio município, atuando na identificação e eliminação de possíveis focos do mosquito também foi realizada aplicação de “fumacê”. Profissionais que atuaram na força-tarefa apontam que a população precisa ser mais participativa no combate ao mosquito, já que a maior parte dos focos foi encontrada em residências e propriedades particulares. Com o aumento do calor e das chuvas, foi criado o ambiente propício à proliferação do mosquito. Combate ao mosquito mobilizou profissionais de várias cidades O problema preocupa as autoridades municipais de saúde e também a população que – tudo indica - deixou de fazer a lição Milagre - MG A A ação mobilizou professores e a direção da escola e consistiu também de palestras em salas de aulas, falando sobre o problema e a forma mais fácil de evitar a proliferação do mosquito, que é por meio da prevenção, mantendo quintais limpos e eliminando criadouros. Ao longo da caminhada pelas ruas do distrito, os estudantes afixaram cartazes no comércio, abordando a questão. Professores e alunos fizeram passeata para alertar contra a dengue Milagre promove a “Copa João Rosa” com 6 equipes S eis equipes estão disputando a 1ª Copa João Rosa de Futebol, promovida pela Associação do Milagre Futebol Clube. As disputas tiveram início no domingo, 15 de março, com término previsto para o dia 19 de abril. A competição homenageia o esportista João Rosa, falecido no ano passado e que foi um grande incentivador do futebol no distrito, além de ter sido colaborador da equipe Milagre FC. De acordo com Antonio Custódio, um dos organizadores, a intenção do torneio também é reunir jogadores para compor uma nova formação do Milagre FC. “Certamente vamos aproveitar alguns jogadores das equipes que estão participando, e promover uma reestru- 4 em alerta a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Alfenas, que encaminhou uma equipe ao município, visando contribuir para o controle da doença. Estudantes alertam a população lunos da Escola Estadual de Milagre saíram às ruas, no dia 27 de março, em ato que chamou a atenção da população para a necessidade de combater a dengue. FUTEBOL Agricultura Milagre - MG Nossa Região Com preço em baixa, leite desanima produtores turação do time de Milagre, para disputar outras competições futuramente”, comentou. Homenagem ao “Xaropinho” No dia 21 de março, a equipe de veteranos de São Benedito das Areias fez uma homenagem ao ex-jogador Rafael Rodrigo Ferreira, de 23 anos de idade, conhecido por Xaropinho. Ele faleceu na noite de sábado, 7 de março, quando voltava de um jogo de futebol, após bater a motocicleta que conduzia, contra um veículo Uno, com placas de Tapiratiba (SP), na estrada que liga Mococa a São Benedito. O ex-jogador Xaropinho foi homenageado pelas equipes de futebol Outra homenagem a Rodrigo foi feita por ex-companheiros do jogador, dia 29 de março. Em ambas as ocasiões os jogadores entraram em campo com uma faixa fazendo alusão ao ex-atleta. Abril de 2015 | Jornal de Milagre 5 HISTÓRIA SERVIÇOS Milagre - MG N ão bastasse a precariedade do acesso a Milagre, a entrada da cidade possui um bairro que, pela precariedade da infraestrutura, não faz jus ao nome que tem. O Jardim Progresso anda um tanto esquecido. Segundo moradores e comerciantes que ali estão instalados, há pelo menos 1 ano que a administração do distrito não providenciava a limpeza e a melhoria das vias públicas do bairro. Para piorar a situação, a falta de galerias de águas pluviais tornam as ruas SEGURANÇA Comunidade Continuação da edição nº. 16 - Março 2015 de chão batido quase intransitáveis, no período chuvoso. Com isso, alguns moradores têm de improvisar rampas ou jogar entulho em buracos, para poder entrar com o carro na garagem. Os moradores mais antigos dizem terem comprado os lotes sem que houvesse compromisso da pavimentação asfáltica, entretanto, a manutenção do bairro deveria ser feita pelas equipes comandadas pela administração do distrito, o que não acontece. Monte Santo de Minas - MG Enquanto nada se faz, o mato alto toma conta da área que deveria ser destinada a uma praça, na entrada da cidade. E a falta de manutenção das ruas faz surgir verdadeiras crateras, dificultando o acesso de veículos. A reportagem esteve no local na manhã do dia 25 de março, quando fez as fotos das ruas esburacadas. E, quase milagrosamente, no dia 27, quando voltamos ao local, uma máquina havia passado pelo bairro, tentando eliminar as crateras. Conforme visto na edição anterior, o major Francisco Cassiano de Lima é nome importante da história de Monte Santo de Minas. Político sensível, também foi agricultor e trabalhou pela realização de inúmeros benefícios para a sociedade da época, conforme veremos na conclusão deste artigo... P Em fotos tiradas no dia 25 de março, as condinções da vias eram precárias, o que foi corrigido dois dias depois com passagem de máquina Milagre - MG A O encontro ocorreu no último dia 12 de março, e contou com a participação dos soldados PM Souza e Rodrigo – que foram convidados pelo Tenente Coronel Daniel, além do Major PM Marcos Antônio da Silva, subcomandante da 20ª Cia PM Independente de São Sebastião do Paraíso. Durante a reunião, houve destaque para os esforços da Associação de Moradores pelo retorno do policiamento. Na ocasião, destacou-se o trabalho de mutirão para a reforma de um imóvel que serve à Polícia Militar, além da mobilização para recuperar o veículo da guarnição, quando vários moradores deram suas contribuições. Os soldados Souza e Rodrigo receberam os cumprimentos dos comandantes da PM, pelo trabalho preventivo de orientação e informação sobre drogas e violência, desenvolvido junto às escolas do distrito. Os representantes da Associação de Moradores também enalteceram o apoio do Tenente PM Ivanei Pacheco Duarte, Comandante do 4º Pelotão PM de Monte Santo de Minas, nas ações para aumentar o efetivo policial do distrito, facilitando o escalonamento de folgas. De acordo com o presidente da Associação, Antonimar dos Reis Gonçalves, a reunião foi bastante oportuna especialmente porque a PM de São Sebastião do Paraíso passará em breve para outro comandante, em função da aposentadoria do Tenente Coronel Daniel Paulino de Souza. “Tínhamos que agradecer pelo que ele nos fez, determinando a volta do policiamento para Milagre, e também mostrar que a população está sempre empenhada em lutar por aquilo que seja melhor para a cidade”, completou. Em Monte Santo Também em 12 de março, representantes da Associação de Moradores se encontraram com o Comandante do 4º Pelotão PM de Monte Santo de Minas, Tenente PM Ivanei Pacheco Duarte, para agradecer o apoio no reforço ao policiamento local. elo decreto presidencial de 21 de dezembro de 1893, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, da Diretoria da Justiça, foram nomeados para o Comando Superior da Guarda Nacional da Comarca de Monte Santo, Estado de Minas Gerais: Estado-maior – Major ajudante de ordens, Francisco Nantes de Castilho; Major quartel-mestre, Francisco Cassiano de Lima e Major cirurgião-mor, doutor Aristides da Silveira Lobo Sobrinho. No jornal “O Paiz”, de 06 de janeiro de 1894, ano X, nº 4261, publicado no Rio de Janeiro, há a notícia de que o major Francisco Cassiano de Lima doou 50$000 para a subscrição promovida pela Câmara Municipal de Monte Santo e seus munícipes para o fim patriótico a ajudar e socorrer o hospital de sangue dos bravos defensores da causa legal, militares ou civis, que se batem com tanto denodo em prol da República e sustentam o governo do marechal Floriano Peixoto. Comando da PM recebe os policiais de Milagre pós o retorno do serviço de policiamento para Milagre – fruto de ação que mobilizou toda a população - representantes da Associação de Moradores estiveram reunidos com o comandante da 20.ª Cia de Polícia Militar Independente de São Sebastião do Paraíso, Tenente Coronel Daniel Paulino de Souza, para agradecer a retomada das atividades da PM no distrito. História Descaso com o Jardim Progresso UM NOME ESQUECIDO: MAJOR FRANCISCO CASSIANO DE LIMA, 1858 – 1925 Coronel Daniel, soldados Souza e Rodrigo e o Major Marcos com os representantes da Associação dos Moradores de Milagre, Toninho e Bertinho Na sessão extraordinária, de 09 de março de 1894, o vice-presidente major Francisco Cassiano de Lima, depois de anunciar que o presidente lhe passara verbalmente o cargo, fez com que os problemas políticos nacionais voltassem novamente à baila, argumentando que a Câmara “não podia ficar silenciosa, atendendo-se principalmente a que com a derrota sofrida pela Revolta (da Armada) firmaram-se de uma vez as instituições republicanas”. Propôs-se, então, nesse momento, uma moção de felicitações ao governo da República, por intermédio do presidente do Estado, Afonso Penna, nestes termos: “Ilmo. E exmo. Sr. – A camara municipal desta cidade hoje reunida, por unanimidade de votos e representando a opinião geral dos habitantes deste município, por tantas vezes manifestada, vem patentear-vos a satisfação indizível de que se acha possuída com a brilhantíssima victória alcançada pelas forças legaes contra a revolta attentatoria dos brios e dignidade do povo brasileiro, que com uma maioria esmagadora contra ella se levantou. Esta camara exprimindo o enthusiasmo que invade a alma de todos munícipes, saúda o primeiro magistrado deste Estado e pede que por seu intermédio e em nome do povo deste município seja solicitado o inclyto e glorioso marechal Floriano Peixoto, cuja energia cívica, serenidade de animo e serenidade de conduta no exacto cumprimento de seus elevados deveres, salvou as instituições republicanas e tornou-se digno não só de nossos enthusiasticos aplausos, como digno também dos aplausos do mundo inteiro. Pede, pois, a v. excia. faça conhecida do digno Presidente da República a moção de felicitação que unanime lhe dirige a camara municipal desta cidade. Monte Santo, de 19 de março de 1894. – Saúde e fraternidade. – (a) major Francisco Cassiano de Lima, vice-presidente.” Ao terminar sua administração, Antenor Ferreira Carvalhaes e o major Francisco Cassiano de Lima, apresentavam aos montessantenses uma cidade abaulada, nivelada e iluminada a lampiões; e à Câmara, as contas de uma gestão honesta e um saldo de 51:479$005 réis. As principais obras públicas do período: ponte sobre o ribeirão do Sapé, abaulamento da rua Aristides Lobo (atual Coronel Antônio Paulino da Costa), serviços no Curral do Conselho, sargetamento e abaulamento da rua 15, consertos na rua Quintino Bocaiúva, consertos na ponte do Sapé, iluminação da cidade a querosene. Na oportunidade, houve destaque para o trabalho que vem sendo realizado pelos policiais locais junto às escolas, e que visam orientar os jovens sobre drogas e violência. O Tenente Duarte elogiou a atuação da Associação de Moradores no apoio às atividades do policiamento, observando que isto foi fundamental para que o serviço voltasse a funcionar na cidade. Nessa época (1891), chega a Monte Santo, o doutor Wencesláu Bráz Pereira Gomes, advogado recémformado pela tradicional Faculdade de Direito de São Paulo, em 1890, onde passa a exercer advocacia, foi o primeiro promotor público e, depois, seguiu car- reira política. Em Monte Santo, doutor Wenceslau Bráz, faz longo amizade com o major Francisco Cassiano de Lima, que juntamente com o coronel Lucas Tobias Magalhães e o cônego João Osório Marcondes, o promovem politicamente, sendo eleito agente-executivo (prefeito) de Monte Santo (1895-1897). A 17 de abril de 1896, falece seu sogro, João Manoel Ribeiro de Faria, já viúvo de sua segunda esposa, dona Maria José de Almeida (1854-1890), deixando na orfandade quatro filhos menores, sob a tutela do major Francisco Cassiano de Lima, a seguir: tenente Sebastião Ribeiro de Faria (Neném Faria, 1876-1961), que em 1899, se casou com dona Rita de Cássia da Luz (Ritinha); coronel Antônio Ribeiro de Faria (Tonico Ribeiro, 1878-1928), que em 1899, casou-se em primeiras núpcias com dona Amélia Rita dos Santos, em segundas núpcias casou-se com dona Maria Júlia Anacleto e em terceiras núpcias com dona Francisca de Faria (Chiquita); dona Emília Ribeiro de Faria (1881-1952), que foi a segunda esposa do major Francisco Cassiano de Lima, como veremos adiante e dona Estephânia Ribeiro de Faria (1883-193?), que em 1904 se casou com o major Vicente Ferreira Paulino (1881-193?). major Francisco Cassiano de Lima, veio de mudança para Monte Santo, o major Américo Benício de Paiva (1861-1929), para instalar o Colégio Espírito Santo, que funcionou por vinte e quatro anos e educou centenas de crianças. Sobre a mudança de São Sebastião do Paraíso para Monte Santo, um comentário de Américo de Paiva vem sendo transmitido através dos descendentes do major Francisco Cassiano de Lima: “Vim para Monte Santo nos carros do Chico Cassiano”. A 23 de março de 1896, é fundada em Monte Santo a Loja Maçônica “Caridade Montessantense” e o major Francisco Cassiano de Lima é nela iniciado como irmão-maçom. Neste período (1900-1904), o major Francisco Cassiano de Lima presidiria a Câmara algumas vezes. Em 1897 é fundada pela colônia italiana a “Societá Filantropica Italiana di Monte Santo”, talvez por iniciativa do imigrante italiano e farmacêutico Italo Provincialli. O major Francisco Cassiano de Lima faz a doação do prédio da sociedade, onde hoje está instalado o Centro Vocacional Tecnológico (CVI), situado na rua Doutor Pedro Paulino da Costa, número 333, tendo recebido, na ocasião, da Sociedade Italiana, o título de presidente honorário. No dia 15 de novembro de 1898, além do normal rebuliço que toda eleição proporcionava, pairava sobre Monte Santo um clima nostálgico: a população preparava-se para homenagear o doutor Aristides da Silveira Lobo Sobrinho, que, de mudança para Passos, despedia-se da cidade. Ao meio dia, a sala das sessões da Câmara encontrava-se apinhada de pessoas que desejavam levarlhe o abraço, destacando-se entre elas os vereadores Amazílio Pinto de Magalhães, major Francisco Cassiano de Lima, José Bernardino Leite, Filinto Erlindo, major Isaac Soares de Moraes e João Baptista Gomes de Azevedo. Distinguiam-se ainda entre os presentes, o juiz de direito, doutor Luciano de Souza Lima, doutor Francisco Augusto Pereira Lima e Urias de Mello Botelho. Após ouvir inúmeros oradores, doutor Aristides da Silveira Lobo Sobrinho agradeceu comovido as homenagens que lhes prestavam. Pouco tempo depois o doutor Aristides da Silveira Lobo Sobrinho, voltaria a residir novamente em Monte Santo. O major Francisco Cassiano de Lima, na qualidade de vereador, foi quem sugeriu a mudança do antigo cemitério para um local mais distante do centro da sociedade, o que ocorreu em 1898, com a doação do chamado “Pasto do Meio”, pelo doutor Antônio Pereira de Lima, sendo inaugurado em 1901, como é sabido o coronel Lucas Tobias de Magalhães na qualidade de agente-executivo, não se interessava pela mudança mas democraticamente aceitou o resultado da discussão sobre a lei. Em 1901, incentivado pelo seu amigo particular, Conhecedor do poder da educação, o major Francisco Cassiano de Lima, enquanto viveu manteve escola em sua fazenda para seus colonos. Quando da construção da antiga capela de Nossa Senhora Aparecida, o major Francisco Cassiano de Lima foi o doador do sino da mesma. A 02 de janeiro de 1901 procedeu-se a eleição para presidente, vice-presidente e secretário da Câmara, sendo eleitos, respectivamente, cônego João Osório Marcondes, major Francisco Cassiano de Lima e João Bernardino de Freitas. Principais obras públicas do período: consertos na estrada dos Alves, ponte sobre o Rio Canoas, reconstrução da ponte do Sapé, compra de matérias para o novo cemitério, plantio de algumas árvores na cidade, consertos na estrada de Canoas, auxílio para a abertura de estrada para Mococa, construção de duas pontes no Guaritá, consertos no matadouro, na estrada de Posses e na ponte do Taboão, sarjeta no Largo da Matriz, consertos na rua que vai à Capelinha, na rua Quintino Bocaiúva, nas pontes da Grama e Canoas, reconstrução da ponte do Sapé, canalização do esgoto da cadeia, inauguração do abastecimento de égua de Posses. Tem-se notícias de que os traçados das ruas de Monte Santo com canteiros no meio teriam sido construídos baseados em projetos deixados ou sugeridos pelo major Francisco Cassiano de Lima, revelando-se um urbanista de certo talento para a época, pois essas divisões venceram o tempo: não sofreram alterações e sob o aspecto urbanístico atendem as reais necessidades da movimentação urbana da cidade, com aspecto urbanístico agradável, pelas áreas verdes que apresenta e pelo traçado regular de suas ruas. Segundo antigos depoimentos orais, por volta de 1903, quando da formatura de dona Auta Carvalhaes Bernardes da Silva (Autina, 1883-1972), no Colégio Mackenzie, em São Paulo, seu pai, o major Vicente Ferreira Carvalhaes (1836-1912), deu uma grande recepção em sua fazenda Cruzeiro, pela chegada de sua filha, que embora fosse filha natural recebeu educação esmerada, e nessa ocasião o major Francisco Cassiano de Lima executou vários números musicais, no piano inglês, que Vicente Carvalhaes havia importado para sua filha, que era também exímia pianista. Em 1904, sua esposa, dona Fausta Cândida de Faria, faleceu e a 13 de agosto de 1904, o major Francisco Cassiano de Lima casou-se com sua cunhada, dona Emília Ribeiro de Faria (1881-1952) e desta união nasceram os seguintes filhos: João Ribeiro de Lima (Joãozinho Cassiano, 1904-2009) foi casado com dona Maria Júlia Barbosa (Piruca, 1915-1997); dona Hortênsia Ribeiro de Lima (1906-1980) foi casada com Jayme Antunes de Oliveira; Antônio Ribeiro de Lima (Tonico, 1909-1969) foi casado com dona Mariana Garcia de Oliveira e Alípio Ribeiro de Lima, falecido na primeira infância. Ainda em 1904, o major Francisco Cassiano de Lima transferiu-se com sua família para a cidade de Poços de Caldas, onde ele já possuía um imóvel, onde é a Drogaria Rosário, sito à rua Assis Figueiredo, número 719 de hoje. Em 1905, em uma visita a sua fazenda Retiro, em Monte Santo, o major Francisco Cassiano de Lima sofreu um acidente doméstico, deslocando o fêmur, devido à precariedade da medicina da época, embora buscando facultativos até do Rio de Janeiro, ele se tornou paralítico até a sua morte. Este fato fez com que se ficasse definitivamente na fazenda Retiro. Embora condenado fatalmente ao ostracismo em sua fazenda, o major Francisco Cassiano de Lima sempre era consultado nas decisões políticas de Monte Santos pelos chefes políticos daqueles tempos, que se dirigiam até a fazenda Retiro para ouvi-lo em seus conselhos. Quando em 1914 o doutor Wenceslau Braz foi empossado presidente da República, ele não esqueceu-se do amigo montessantense, enviando ao major Francisco Cassiano de Lima, um exemplar jornal “O Século”, autografado onde havia a notícia da posse presidencial. Só em 1921, por ocasião do casamento de sua filha Hortênsia, é que ele voltaria à cidade de Monte Santo, onde foi recebido com festas e passaria uma semana visitando e recebendo a visita de seus antigos amigos e correligionários. Faleceu na fazenda Retiro, a 16 de julho de 1925, sendo sua morte, noticiada no “Correio Paulistano”, de 29 de julho de 1925, nos seguintes termos: “ – Falleceu em sua propriedade agrícola, o sr. major Francisco Cassiano de Lima, que deixou numerosa família. Era um dos fundadores desta terra, por cujo progresso sempre trabalhou. O grande morto foi presidente da camara, por diversas vezes, juiz de paz e vereador municipal, tendo sido também o primeiro escrivão de paz e agente do correio desta cidade, isto em 1891. O seu enterro teve um grande acompanhamento, comparecendo a Sociedade Italiana com a sua bandeira, da qual era presidente honorário e grande benfeitor”. Em sua missa de 7º dia, seu inseparável amigo Ítalo Provincialli fez questão de ser o organista, homenageando a memória daquele que por muitos anos exercera tal mister nos ofícios religiosos da igreja matriz. Morto, recolhido, embora, pelo tempo ao panteon do Nada, onde tudo se cala e todos se nivelam, o major Francisco Cassiano de Lima não tem em Monte Santo uma rua ou um beco sequer e evocar à memória de quem possuía o dom dos predestinados: ver mais, adiantando-se a seu tempo, prevendo, planejando e construindo – com uma visão clara e segura do futuro. Monte Santo tem um débito a resgatar com a memória do major Francisco Cassiano de Lima. Seu nome está gravado, de maneira marcante, na consciência de seus descendentes e de algumas poucas pessoas que ainda recordam do seu nome e de seu exemplo: como cidadão e como homem público, embora hoje esquecido pelas autoridades, fez-se ao seu tempo admirado e respeitado, como uma figura marcante da história social e política de Monte Santo de Minas. Sander Rogério Ribeiro Pereira, do Instituto Histórico e Cultural de Arceburgo Em Monte Santo, a reunião foi com o comandante Tenente Duarte 6 Jornal de Milagre | Abril de 2015 Abril de 2015 | Jornal de Milagre 7 PERSONAGEM Nossa Terra e Nossa Gente Dona Cidinha e as histórias de antigamente Milagre - MG noite, brincando com outras crianças da fazenda na casa da família, viu algo que nunca mais quer ver na vida. N um tempo em que a quaresma era um período de pouco movimento pelas ruas, grandes silêncios nas cidades e noites de oração em casa, além de praticarem com fervor a religiosidade, as pessoas se privaram de uma série de atividades, como sendo parte do exercício da fé em busca da conversão cristã. Estes comportamentos davam origens ou fortaleciam uma série de relatos sobre assombrações, lobisomens, mula sem cabeça, corpo-seco e tantas outras perturbações que fizeram parte da infância de muitas pessoas país afora. Nesta região não era diferente. Dizem os mais velhos que tudo era verdade e ninguém, nunca, quis provar o contrário. Assim persistem as lendas e histórias que enriquecem o imaginário popular, ajudaram a construir a infância do passado e devem ser contadas para as novas gerações. Em Milagre, quem tem muitas destas histórias para contar é Maria Aparecida Moisés – a dona Cidinha. Aos 74 anos de idade, ela fala com riqueza de detalhes alguns dos “apuros” que passou na infância, principalmente nestes períodos de quaresma, e afirma: ainda hoje, algumas manifestações estranhas acontecem na cidade. Ela conta que, quando tinha entre 7 e 8 anos de idade, residia na Fazenda Bocaina, nas proximidades de Guaranésia. E que certa “Meu pai tocava sanfona. E as pessoas se reunirem lá em casa, para dançar enquanto ele tocava. Como era quaresma, não podia tocar, então as crianças ficavam lá apenas brincando. E minha mãe falava para não ficar até tarde no terreiro. Nada podia na quaresma. Não podia dançar, não podia correr, não podia brincar. Mas a gente ficava lá. Até que certa hora apareceu uma luz no terreiro. Era uma luz muito bonita e muito forte. Passou por entre nós e saiu em direção ao porão da casa. Nós ficamos assustados e minha mãe falou para as outras crianças irem embora e para eu entrar para casa. Minha mãe dizia: isso é coisa da quaresma, na quaresma aparecem estas coisas. ficou zangada, brigou comigo e eu disse: mãe, mas eu quero ver quem é que vira lobisomem. Naquela noite nem dormi direito. Eu queria ver se aquela coisa ia aparecer no dia seguinte.” O dia amanheceu. A expectativa da menina Maria Aparecida era grande. Ela havia desafiado a criatura a se revelar. “Quando foi lá por umas 9 horas, bateu palma na porta de casa. E eu fui atender. Era um vizinho nosso, que morava em outra parte da fazenda. Ele disse: sua mãe está? E eu chamei a minha mãe. Ele conversou com ela. Tinha ido pedir sal. Minha mãe entregou o sal. E ele foi embora”. Dona Cidinha diz que nunca mais esqueceu esta história. E quando chega a quaresma sempre se lembra, não apenas desta como também de outros casos de assombrações. Ela conta que, em Milagre, onde mora há mais de 30 anos, também é conhecido o fato de que algo arrasta correntes pelas ruas da cidade, em noites de quaresma. “Os cachorros latem e uivam. E dá pra ouvir como se fossem uns passos, de alguém caminhando e arrastando umas correntes. A gente olha e não vê nada”. Segundo ela, as perturbações são causadas por pessoas que não batizadas, “pessoas que não respeitavam os pais, gente que era excomungado por alguma razão. Naquele tempo, diziam que o sétimo filho da casa tinha a sina de virar lobisomem na quaresma”. Depois que aquela luz sumiu, passou um tempo e apareceu um animal. Parecia um cachorro. Veio na direção de onde a gente estava e rosnou. Eu gritei assustada e um amigo do meu pai que estava em casa falou assim: isso deve ser um lobisomem. E depois aquele cachorro saiu. Nós continuamos por ali, assustados. Quando foi mais tarde, apareceu uma coisa que nunca vi na vida e nunca mais quero ver. Era um bicho feio. Uma mistura de porco, com as pernas parecendo de cachorro, só que mais alto, como se fosse um homem, e muito peludo. Olha, todo mundo correu. E aquele conhecido do meu pai disse: fala para vir buscar uma xícara de sal amanhã. E eu, muito curiosa, falei. Mas minha mãe Dona Cidinha com os netos: preservando as histórias de ontem, para as novas gerações (3) Eliza Maria dos Santos (3) Eduardo Elias Custódio (3) Bárbara Cristina de Lima (4) Luana Aparecida Rodrigues Figueiredo (5) Vitória Cristina Dias (6) Léia Maria da Silva Souza 8 Aniversariantes de Abril (9) Paulo Vitor Ferracin Robeiro (9) Adrian Correia de Oliveira (12) Laila Roberta Molina Tomé (12) Gabriela Borges Soares (13) Priscila Aparecida Crispim dos Santos (13) Felipe Ribeiro de Carvalho (13) Waslly Riquelme Brian Dantas Ferreira (25) Nelson Gabriel dos Reis (Liquinho) (26) Cecilia da Silva Reis (30) Renato Ferracim Para ter seu aniversário aqui, informe até o dia 15 de cada mês.