EVIDÊNCIA BIOQUÍMICA DE NOVAS ESPÉCIES DE PEIXES DO GÊNERO Hypostomus (PISCES:LORICARIIDAE) DO RIO MANSO (MT). Paiva S, Martinez ERM, Zawadzki CH, Renesto E e Paiva LRS. Nucleo de pesquisas em Limonologia, Ictiologia e aquicultura (Nupelia)/Departamento de biologia Celular e Genética (DBC). Universidade Estadual de Maringá - UEM. Av. Colombo, 5790. 87020-900. Maringá, PR. E-mail: [email protected]. [email protected] Em coletas realizadas no rio Manso (MT), um afluente do rio Paraguai foi detectada a ocorrência de quatro morfótipos de peixes do gênero Hypostomus, designados provisoriamente de Hypostomus sp.1, Hypostomus sp.2, Hypostomus sp.3 e Hypostomus sp.4, juntamente com mais três espécies de Hypostomus (Hypostomus regani, H. boulengeri, H. latifrons). Este trabalho pretende aplicar a técnica de eletroforese de enzimas em gel horizontal de amido de milho (Penetrose 30) para verificar se esses morfótipos de Hypostomus são espécies verdadeiras ou um caso de polimorfismo de algumas das espécies já nomeadas. Foram analisados 14 sistemas enzimáticos. As eletroforeses foram realizadas com amostras de músculo, coração e fígado. Os tecidos foram macerados e centrifugados a 25.000 rpm (45114 x g) durante 30 minutos. Os géis foram preparados com amido de milho a 13% em tampão Tris/citrato, pH 7,0 (TC), Tris/borato/EDTA, pH 8,7 (TBE)e Tris/EDTA/Ácido Málico/MgCl2, pH 7,4 (TEM). As eletroforeses foram realizadas durante 6 horas, em sistema contínuo, com diferença de potencial de 250v para TC, 450v para TBE e 400v para TEM. Os padrões enzimáticos de cada enzima foram semelhantes. AAT, G6PDH e ME exibiram duas isoenzimas que devem ser codificadas por dois locos diferentes. ACP, GDH, IDH, PGM e SOD apareceu como um banda única, revelando a existência de um único loco. No caso da IDH o loco que se expressa no fígado é diferente do que se expressa no músculo. GPI apresentou três isoenzimas, revelando presença de dois locos. A MDH apresentou um padrão de quatro bandas revelando a presença de três locos. LDH e PER apresentaram números variáveis de isoenzimas, mas obedecendo a um padrão de enzima tetramérica codificada por dois locos. Apesar de exibirem padrões enzimáticos semelhantes, é possível distinguir estes morfótipos pela migração de algumas isoenzimas. Assim, o padrão de isoenzimas AAT permite distinguir os quatro morfótipos de Hypostomus (Hypostomus sp.1, Hypostomus sp.2, Hypostomus sp.3 e Hypostomus sp.4) de H. boulengeri e H. latifrons: a banda mais anódica presente nos quatro morfótipos tem migração intermediária entre as duas espécies citadas. ADH também permite distinguir os quatro morfótipos da espécie H. latifrons. O morfótipo Hypostomus sp.1 pode ser distinguido dos Hypostomus sp.2, Hypostomus sp.3 e Hypostomus sp.4 por apresentar uma IDH mais anódica nos tecidos de músculo e coração. O morfótipo Hypostomus sp.3 pode ser distinguido dos Hypostomus sp.1, Hypostomus sp.2, e Hypostomus sp.4 por apresentar uma IDH, e uma SOD menos anódicas, além de apresentar uma MDH-2 no fígado mais anódica. Hypostomus sp.4 distingue-se das demais por apresentar uma ACP mais anódica. Hypostomus sp.2 pode ser distinguido dos demais por apresentar uma IDH intermediária entre Hypostomus sp.3 e sp.4. Pelos resultados obtidos pode-se concluir que os quatro morfótipos de Hypostomus são espécies, distintas das demais. Órgão Financiador : FURNAS