III SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
21 a 23 de maio de 2015.
USO DE CONFREI, CAMOMILA E CALÊNDULA NO TRATAMENTO DE
ÚLCERAS CAUSADA POR DIABETES
SANTOS, Catarina R.¹; Brito, Vitória F ¹; SILVA, Alexsandro M ²
¹Estudantes do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP
[email protected]
²Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP.
Palavras-chave: Diabetes mellitus. Symphytum officinale, Matricharia chamomilla. Calêndula
officinalis L.
INTRODUÇÃO
A Diabetes mellitus é uma doença caracterizada pela hiperglicemia, alto teor de glicose no
sangue, devido ao descontrole da ação ou produção da insulina, hormônio que permite a entrada da
glicose nas células.
Ela pode acarretar vários problemas no organismo sendo um deles a desidratação nos micro
vasos e capilares. Essa patologia dificulta a irrigação principalmente nos membros inferiores, por
conta dessas áreas se encontrarem mais distantes do coração a circulação é naturalmente
dificultada. Portanto, quando ocorre uma ferida ou uma pancada, mesmo que leve, a cicatrização é
seriamente comprometida e o quadro pode se agravar para uma úlcera. O tratamento para esse tipo
de caso é feito a partir de pomadas alopáticas, porém muitas pessoas preferem procurar um
tratamento alternativo a fim de aperfeiçoar o resultado.
Devido ao alto custo dos medicamentos alopáticos e seus efeitos adversos, a utilização de
fitoterápicos vem crescendo exponencialmente como alternativa terapêutica ao tratamento e controle
de sintomas de muitas patologias. Isto se deve ao fato de as plantas medicinais serem de fácil
acesso, baixo custo e muitas terem sua eficácia comprovada através de estudos científicos.
Com a implantação das práticas alternativas complementares no SUS, o acesso e a
orientação correta do uso de plantas medicinais tem se tornado mais fácil e seguro. Com isso
pacientes que apresentam úlceras causadas pela diabetes podem ter acesso a um tratamento
alternativo eficaz.
OBJETIVO
Fazer levantamento sobre plantas medicinais de fácil acesso que pudessem ser oferecidas
pelo SUS para auxiliar os tratamentos de úlceras causadas pela diabetes.
METODOLOGIA
Partiu-se dos sintomas e forma de tratamento de úlceras causadas pela diabetes para
escolher plantas medicinais que fossem eficientes para o tratamento e que pudessem ser usadas no
atendimento pelo SUS.
Por ser um quadro de úlceras de difícil cicatrização em um paciente diagnosticado com
diabetes, o tratamento da mesma precisaria apresentar mais de uma ação terapêutica. Portanto
buscou-se em plantas que apresentassem três ações: anti-inflamatória, cicatrizante, desinfetante.
Levou-se em consideração a simplicidade de cultivo, posologia, custo e registro na
ANVISA/Farmacopeia Brasileira para a escolha das plantas.
Para determinar o tratamento e identificar se a patologia do paciente se encaixava no quadro
de úlceras causadas por diabetes foi montado um fluxograma. A partir dele, definiu-se um
questionário para ser aplicado no momento da consulta a fim de introduzir ou excluir o paciente no
tratamento oferecido.
RESULTADOS
Foram encontradas cinco plantas que possuíam as ações pesquisadas. As plantas foram
selecionadas levando em consideração a ação terapêutica que apresentavam se poderiam ser
Realização
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cultivadas com facilidade, se estavam presentes na lista de plantas medicinais da Farmacopeia
Brasileira. A partir disso, foram selecionadas: confrei (Symphytum officinale), camomila (Matricharia
chamomilla) e a calêndula (Calêndula officinalis L.).
O Confrei é uma planta que apresenta um excelente efeito cicatrizante, pois estimula a
divisão celular. Essa ação é devido à presença de alantoína e mucilagem. Elas exercem um efeito
tampão neutralizantes em processos ulcerosos, analgésico e estimulam a proliferação fibroblástica. O
melhor método para a extração da alantoína é a partir da maceração das folhas secas em água fria. É
indicado a maceração de 50g de folhas secas em 100 mL água fria e aplicar uma compressa de 3 a 4
vezes ao dia.
A camomila, no caso de úlceras, é indicada por apresentar em seus princípios ativos o
carmazuleno, que possui ação anti-inflamatória; a curmarina, apresenta efeito inibitório no
crescimento de certos microrganismos; e a presença de mucilagens, que retém água, levando a uma
ação emoliente e protetora de peles secas e delicadas. É indicado o preparo da infusão das flores
secas a partir de 2 a 3 colheres de sopa para uma xícara de chá, aplicar de 3 a 4 vezes ao dia em
forma de compressas.
A calêndula estimula a fagocitose auxiliando no combate a infecção, possui o ácido oleanólico
que favorece a regeneração de tecidos danificados, além de exercer atividade antisséptica. Também
apresenta mucilagens e flavonóides que promovem a ação cicatrizante. É indicado o preparo da
infusão das flores secas a partir 1 a 2 colheres de chá de para uma xícara de chá, aplicar de 3 vezes
ao dia em forma de compressas.
Foi elaborado um questionário para realizar o seguimento do uso das plantas medicinais. O
questionário possui itens para avaliar a evolução do tratamento e o risco do uso das plantas
medicinais.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a diabetes mellitus, por ser uma doença causada pela alta concentração da
glicose no sangue, é capaz de causar a desidratação dos micro vasos e capilares. Por conta, disso os
vasos mais distantes do coração ficam mais sensíveis e suscetíveis a desidratação, e aumentando o
risco de inflamações podendo chegar a formação de ulcerações.
Para um paciente do SUS que apresentar esse tipo de doença, poderia ser indicado um
tratamento alternativo a base de plantas medicinais, sendo o confrei como forma cicatrizante a
camomila como anti-inflamatória e calêndula antisséptica. Seria um tratamento simples, eficaz e de
baixo
custo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (Org.). Comissão Assessora de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Crf-sp. Plantas medicinais e fitoterápicos. São Paulo:
Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2012.
BRASÍLIA – DF. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. (Org.). Formulário de
fitoterápicos - Farmacopeia Brasileira. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2011.
<http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Fa
rmacopeia_Brasileira.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2015.
FINTELMANN, Volker; WEISS, Rudolf. Manual de fitoterapia. ed. 11. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010. 546 p.
GRÜNWALD, Jörg; JANICKE, Christof. A farmácia verde. ed. 2. Portugal: Everest, 2006. 416p.
ÍNDICE TERAPÊUTICO FITOTERÁPICO - ITF. ed. 1. Petrópolis: EPUB, 2008.
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