GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO COORDENAÇÃO DOS INSTITUTOS DE PESQUISA CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA “PROF ALEXANDRE VRANJAC” DIVISÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS “PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS” (DCNT) e de seus FATORES DE RISCO” GUIA BÁSICO para AGENTES DE SAÚDE 2ª EDIÇÃO ATUALIZADA 2002 1 NOTA A Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo foi criada por Decreto nº 28.233 em 3 de março de 1989, para coordenar as ações de prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis no estado de São Paulo. 2 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO GERALDO ALCKMIN GOVERNADOR DE ESTADO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO JOSÉ DA SILVA GUEDES SECRETÁRIO DE ESTADO COORDENAÇÃO DOS INSTITUTOS DE PESQUISA JOSÉ DA ROCHA CARVALHEIRO COORDENADOR CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA “PROF ALEXANDRE VRANJAC” JOSÉ CÁSSIO DE MORAES DIRETOR TÉCNICO DIVISÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ANA MARIA SANCHES DIRETORA TÉCNICA ELABORAÇÃO Equipe Técnica - DIVISÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Equipe Técnica e de apoio administrativo ADRIANA BOUÇAS RIBEIRO AFRICA ISABEL DE LA CRUZ PEREZ NEUMANN ANA MARIA PLUCIENNIK ANA MARIA SANCHES ARTUR JAQUES GOLDFEDER CARLOS FERNANDO BITTENCOURT NEUMANN DALVA MARIA DE OLIVEIRA VALENCICH IZABEL CRISTINA RIOS JOSÉ RAIMUNDO SICA LENILZA MOURA DOS SANTOS LÚCIA ELISA PRESTES SALVE LUIZ FRANCISCO MARCOPITO MARCO ANTONIO DE MORAES MARIA APARECIDA PACHECO MARIA CÉLIA GUERRA MEDINA MARIA NATIVIDADE SABINO MÍRIAN MATSURA SHIRASSU RODOLFO BRUMINI SÉRGIO SÃO FINS RODRIGUES SIDNEY FEDERMANN ORGANIZAÇÃO da segunda edição AFRICA ISABEL DE LA CRUZ PEREZ NEUMANN MARIA CÉLIA GUERRA MEDINA ANA MARIA SANCHES MARCO ANTONIO DE MORAES MARIA APARECIDA PACHECO 1. INTRODUÇÃO 3 RISCO em epidemiologia significa a probabilidade de que pessoas sadias, expostas a certas condições, adquiram uma doença. São chamados de fatores e condições de risco para uma determinada doença as situações ou “causas” que levam à doença. Estes fatores que estão associados a um risco aumentado de adoecer são chamados de fatores de risco. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são um grupo de enfermidades cujo processo de instalação no organismo geralmente se inicia com alterações, sem que o indivíduo perceba e que demoram anos para se manifestar. Geralmente não há cura porque as lesões causadas são irreversíveis, levando a complicações com graus variáveis de incapacidade ou morte, sendo que as principais são as do aparelho circulatório (hipertensão arterial, infarto do miocárdio e outras doenças do coração, derrame ou acidente cerebrovascular), os diversos tipos de câncer, o diabetes, as doenças pulmonares obstrutivas crônicas (como o enfisema e bronquite crônica), as doenças osteo-articulares (como a osteoporose e as artroses), a obesidade, as dislipidemias (excesso de gordura no sangue),entre outras. Cerca de 300 pessoas morrem diariamente por estas enfermidades somente no estado de São Paulo e cerca de 40% nem chegam a completar 60 anos de idade. Os principais fatores e condições de risco para as DCNT são alguns hábitos como o tabagismo, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, alimentação inadequada, a falta de atividade física, o estresse, a tendência genética e algumas condições de vida e de trabalho, entre outras. Somente uma parte das pessoas (cerca de 20%) têm alguma causa genética ou outra alteração orgânica de nascimento considerados como risco para estas enfermidades e, mesmo com a presença do determinante genético, nem sempre a doença se instala. Na grande maioria das vezes as doenças são a conseqüência dos demais riscos mencionados e todos eles por sua vez estão relacionados às formas e possibilidades de se viver nos nossos dias. Os hábitos e situações de vida, como o estresse, associados à pobreza, à violência, aos problemas com o transporte nas grandes cidades, à falta de trabalho ou trabalho excessivo ou até as más condições - na cidade ou no campo, o consumo exagerado de alimentos industrializados, de cigarros e bebidas; além de pouca atividade física e pouco tempo para relaxar contribuem para aumentar o risco de desenvolver estas doenças. Em geral, o risco é muito superior nas populações de baixa escolaridade e renda, desempregados e naqueles submetidos a piores condições de trabalho. Está provado que é possível modificar a exposição a tais riscos e que estas modificações se tornam mais fáceis de acontecer quando são estimuladas de forma coletiva: nos locais de trabalho, dentro e fora da unidade de saúde, nas escolas e nas organizações comunitárias. É importante salientar que para modificar hábitos e costumes leva-se tempo e que algumas condições também precisam estar ao alcance das comunidades: a disponibilidade de alimentos saudáveis em escolas e locais de trabalho, locais para realizar atividades físicas, melhores condições de trabalho e estudo, maior acesso à cultura e lazer para adultos, crianças, enfim, para as famílias. Este manual é dedicado aos agentes de saúde e outros trabalhadores das unidades de saúde, que no seu dia a dia têm a oportunidade de orientar famílias e comunidades quanto aos riscos e, principalmente, quanto às possibilidades de mudança desta realidade para uma vida mais longa e com mais saúde ! 4 2. FATORES E CONDIÇÕES DE RISCO PARA DCNT Os fatores e condições de risco para DCNT são muitos e geralmente as pessoas estão expostas a mais de um deles. Uma pessoa nesta situação passa a ter um risco maior do que a simples soma dos mesmos; é como se os riscos não apenas se somassem, mas se multiplicassem. Didaticamente, os fatores de risco são separados em quatro grupos: - constitucionais: idade, sexo, raça e hereditariedade – não passíveis de modificações (até o presente momento): a criança já nasce com problemas que podem se manifestar mais tarde; - comportamentais: hábitos alimentares errôneos, hábito de fumar, inatividade física, consumo de álcool entre outros, passíveis de modificações; - sócioeconômico-culturais e psicossociais: renda, escolaridade, ocupação, classe social, condições ambientais, nível de estresse, entre outras - também são passíveis de modificações – só obtidas mediante transformações profundas da sociedade; - doenças ou distúrbios metabólicos - geradas por uma combinação dos fatores constitucionais e comportamentais/ambientais que aumentam as chances de desenvolvimentos das DCNT: quantidades anormais de colesterol, triglicérides, glicose no sangue e fatores que alteram a coagulação sangüínea; pressão arterial aumentada, entre outros; sobrepeso/obesidade, diabetes mellitus (DM). O gráfico seguinte mostra a mortalidade proporcional por algumas DCNT no estado de São Paulo - 1998, para ambos os sexos e todas as idades. Gráfico 1. Mortalidade proporcional por DCNT no estado de São Paulo, ambos os sexos, todas as idades, 1998. Neoplasias - cânceres 16,5% D. Ap. Circulatório 33,5% D. Ap. respiratório 10,3 D. Ap. Digestório 5,3% D. endócrinas 4% outras 46,9% Fonte: SES, 2000. Os estudos estatísticos mostram que atualmente a obesidade é responsável por 50% dos casos de diabetes, 30% de hipertensão, e um valor não calculado de vários tipos de câncer. O hábito de fumar, por sua vez, responde por 30% de todos tipos de câncer, sendo que é responsável único por 90% dos casos de câncer de pulmão, 25% dos casos de doença isquêmica do coração e 95% dos casos de enfisema pulmonar. As condições sócio econômicas por si só são responsáveis por 50% das mortes por doenças cardiovasculares (hipertensão, infarto, derrame e outras doenças do coração). Estes são apenas alguns dados que mostram que o problema destes riscos na população são graves e precisam ser controlados e evitados. 5 2 .1 HÁBITO DE FUMAR Atualmente existem no mundo cerca de 1 bilhão e 200 milhões de fumantes, que consomem por ano uma média de 6 trilhões de unidades de cigarro, levando a conseqüências desastrosas, sendo o tabagismo cada vez mais reconhecido como um grave problema de saúde pública, devido a enorme complexidade de danos causados à saúde, à economia, ao meio ambiente, e à sociedade de uma maneira geral . Desde o seu cultivo, passando pelo processo de beneficiamento, fabricação, distribuição, venda e principalmente o consumo, o tabaco e seus derivados ocasionam uma enormidade de malefícios. O consumo do cigarro é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão e está ligado à origem de tumores malígnos em oito órgãos (boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga, além do pulmão, colo de útero e esôfago). Também ao uso de cigarro podemos relacionar 85% da mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema e bronquite crônica), 25% das mortes por doença coronariana e 25% das mortes por doença cerebrovascular. Um único cigarro possui 4.720 substâncias tóxicas, sendo que as mais conhecidas são a nicotina (responsável pela dependência química), o alcatrão (responsável pelos cânceres) e o monóxido de carbono. Quanto maior é o número de cigarros fumados por dia e o tempo que se fuma, maior a possibilidade destas doenças. Entretanto, só um cigarro por dia já é prejudicial! Diante do quadro em que o tabagismo é o maior fator isolado de adoecimento e morte no mundo, e que muitos trabalhadores em geral passam 80% de seu tempo em ambientes fechados, expostos à poluição tabagística ambiental, além do fato de estar aumentando o consumo de cigarros em crianças, jovens e mulheres, torna-se necessário implementar medidas que visem a redução da exposição da população a esse grave fator, com objetivo de melhorar a qualidade de vida: nas unidades de saúde, ambientes de trabalho, escolas e comunidade em geral. Para controlar o tabagismo devemos usar tanto a abordagem preventiva como a curativa (tratamento). A abordagem preventiva envolve programas educacionais coletivos, incluindo ações quanto às propagandas direta e indireta de cigarros e ações no nível de atenção primária à saúde; a abordagem curativa envolve programas de ajuda para deixar de fumar. Ajudar um indivíduo a deixar de fumar envolve principalmente o aconselhamento do profissional de saúde que poderá ser realizado através de uma abordagem mínima em uma consulta feita pelo médico, enfermeiro ou ainda outro profissional de saúde. Também envolve a abordagem intensiva que implica em sessões especializadas para ajudar na cessação do tabagismo. A prevenção do tabagismo é o principal passo para o controle do tabagismo, mas sempre vale a pena ajudar um paciente a deixar de fumar, em qualquer momento da sua vida, não importando sua idade ou condição clínica. 2.2. HÁBITOS ALIMENTARES Inúmeros estudos realizados nas últimas décadas têm demonstrado o importante papel da alimentação, causando ou prevenindo doenças. A população brasileira tem, ultimamente, mudado seu hábitos alimentares... e mudado para pior! O consumo do doces, refrigerantes, massas, bolachas tem aumentado bastante. Entretanto, o consumo de arroz, feijão, frutas e verduras vem diminuindo muito. Portanto, a qualidade da alimentação do brasileiro está se tornando inadequada. Mediante dieta adequada em quantidade e qualidade, o organismo adquire a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção de um bom estado de saúde. De longa data conhecem-se os prejuízos decorrentes, quer do consumo alimentar quantitativamente insuficiente, quer do excessivo. 6 Os alimentos que causam ao organismo efeitos nocivos são vários, porém, em relação às DCNT destacam-se principalmente, os alimentos e/ou preparações que contém gordura de origem animal e sal - quando consumidos em grande quantidade e diariamente. São considerados protetores os alimentos que contém ácidos graxos insaturados: poliinsaturados - ômega-3, ômega-6, entre outros - e monoinsaturados - ômega 9. Os alimentos fontes destas substâncias são os óleos vegetais – soja, milho, algodão, oliva, entre outros – e os peixes – sardinha, salmão, cavala, atum, entre outros. O consumo de alimentos vegetais – cereais, leguminosas, frutas em geral, verduras e legumes podem reduzir os riscos para várias doenças. Isto tem sido atribuído, em parte, à presença das fibras alimentares, de algumas vitaminas e das substâncias antioxidantes presentes nestes alimentos. Os bons hábitos alimentares devem começar na infância. Muitas pessoas só começam a comer frutas, outros vegetais e a diminuir o consumo de alimentos ricos em gorduras, sal e açúcar depois do surgimento de alguma doença – preparam sua “comidinha” separada, enquanto a família continua sob o risco de uma alimentação inadequada. A Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DDCNT/CVE/SES, criou o Programa “Alimentação saudável na prevenção de DCNT”, com o logotipo: “Turma da saúde – os amigos da boa alimentação” para estimular o consumo de uma alimentação saudável pela população em geral, capacitando profissionais da rede da saúde, de empresas e de escolas e promover a divulgação de informações sobre os riscos de uma alimentação inadequada. QUADRO 1. FATORES LIGADOS À ALIMENTAÇÃO QUE AUMENTAM O RISCO DE DCNT COMPONENTES GORDURAS SATURADAS E COLESTEROL SAL (SÓDIO) NITROSAMINAS/ NITRITOS E NITRATOS ALCATRÃO/ SULFITO AFLATOXINAS (fungo) ÁLCOOL ALIMENTOS RISCO Carnes gordas, embutidos, Queijos amarelos, frutos do mar, miúdos, gema de ovo Preparo dos alimentos, enlatados, embutidos, temperos prontos Defumados, churrascos, sucos de fruta em garrafas Câncer de mama, cólon, próstata, aterosclerose, derrame, infarto Alimentos mofados (amendoim e outros grãos) Pinga, cerveja, uísque, vodka Câncer de fígado Câncer de estômago, pressão alta, Doenças do coração Câncer do trato digestório (estômago, cólon) Câncer de fígado, boca, esôfago, laringe, pressão alta, derrame Fonte: WHO, 1990; HALLIWELL, 1994/ 1997; WILLET, 1994/1998; LARSEN, 1999. 7 QUADRO 2. FATORES LIGADOS À ALIMENTAÇÃO QUE PROTEGEM DAS DCNT COMPONENTES ALIMENTOS PROTEÇÃO VITAMINA A (beta caroteno) Vegetais e frutas amareloalaranjados e vegetais de folha verde-escuras Câncer de pulmão, laringe, próstata, estômago VITAMINA C Laranja, limão, cajú, kiwi, morango Câncer de estômago, boca, pulmão, doenças do coração VITAMINA E Óleos vegetais, abacate, nozes, alho, cebola Câncer de pulmão, boca, doenças do coração SELÊNIO Castanha do pará, aves, peixes Câncer do trato digestório, pulmão, glândulas, próstata FIBRAS Frutas e verduras, cereais integrais Câncer de cólon, doenças do coração, controlar a glicemia GORD. MONO INSATURADA E ÁC. GR. ÔMEGA 3 Azeite de Oliva, canola, Peixes Prevenir doenças do coração FITOQUÍMICOS Flavonóides Alimento de origem vegetal (alho, cebola, uva, berinjela, etc) Prevenir doenças do coração Fonte: WHO, 1990; HALLIWELL, 1994/ 1997; WILLET, 1994/1998; LARSEN, 1999. 2.3 SEDENTARISMO Não há dúvidas de que o sedentarismo é uma das principais causas para o favorecimento e manutenção do aumento do peso corporal, sendo que este excesso de peso leva a outros sérios problemas. Vários estudos comprovam que a atividade física tem um efeito positivo nos riscos de enfermidades cardiovasculares, no tratamento primário ou complementar da arteriosclerose, no perfil dos lipídeos plasmáticos, na manutenção da densidade óssea, prevenindo a osteoporose), na redução das dores lombares, no diabetes, além de benefícios psicológicos a curto prazo (melhora da auto-imagem, do humor e do autoconceito) e a longo prazo (diminuição da ansiedade, do estresse e da depressão). Já foi constatado também que, em indivíduos ativos a prevalência de certos tipos de câncer é menor. Mesmo pessoas que foram sedentárias até os 40 anos mas, a partir de então, passaram a adotar um estilo de vida ativo, tiveram um ganho médio de dois anos e meio na expectativa de vida. O ambiente da sociedade moderna tem um papel desencorajador para a prática da atividade física como, por exemplo: os avanços tecnológicos na área do lazer (televisão, eletrodomésticos, computadores, controles 8 remotos), aumentando o tempo diário em atividades sedentárias. Frente as atuais evidencias podemos estimar que o mesmo padrão de vida sedentária vai continuar e piorar no futuro, portanto, novas estratégias devem ser implementadas para aumentar a atividade física da população. É importante saber que: Atividade física é qualquer movimento do corpo produzido pelo músculo esquelético que resulta em um incremento do gasto energético. Exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico. Esporte é uma atividade física que envolve competição. Vários programas de intervenção tem sido incentivados no mundo para difundir na população o aumento da atividade física. O único pais em desenvolvimento com uma proposta concreta é o Brasil com o Programa Agita São Paulo, que pelo impacto alcançado (mais de 30 milhões de pessoas/mensagem em um ano) tem recebido um reconhecimento internacional, particularmente da Organização Mundial da Saúde (OMS). A proposta deste programa para o incremento do nível de atividade física é, a longo prazo promover mudanças que aumentem a atividade diária rotineira e mantenham a ocupação do tempo livre, praticando exercícios de baixa intensidade em lugar de estimular o exercício vigoroso ocasional que leve à exaustão. Alguns exemplos populares incluem: passear com o cachorro, cuidar do jardim, dançar, pedalar, limpar vidros, lavar o carro, varrer, nadar, caminhar , evitar de usar o carro, preferir realizar atividades em pé ao invés de sentado, usar escada ao invés do elevador, etc.; As pessoas que trabalham sentadas ou paradas muito tempo devem ser estimuladas a andar a pé, subir escadas - evitando elevador ou escada rolante, por exemplo. Porém, quem precisa diminuir o peso corporal deve seguir orientação de um profissional para verificar o tipo de exercício mais adequado. A atividade deve ser prazerosa de forma a estimular uma participação regular e desestimular o comportamento sedentário, promovendo e estimulando uma variedade de atividades físicas nas crianças para que estas se tornem fisicamente ativas na idade adulta. Situações que estimulem atividades, como campeonatos para os diversos tipos de esportes e aproveitamento de espaços ociosos na comunidade são fundamentais para o envolver e estimular nossas crianças! 2.4. CONSUMO DE ÁLCOOL As bebidas alcoólicas possuem etanol, uma substância tóxica que lesa órgãos como o cérebro, o coração, o fígado e o pâncreas. Não há dúvidas de que as bebidas alcoólicas, em grandes quantidades e por tempo prolongado, são prejudiciais. Quem exagera corre o risco de se viciar e pode arruinar sua vida. As bebidas alcoólicas provocam pressão alta e podem tirar o efeito dos medicamentos usados para baixar a pressão. Entre 5 e 10% dos homens têm pressão alta causada pelo alto consumo de bebidas alcoólicas, ou seja, beber mais do que 30 g de etanol/dia, o que eqüivale a beber, por dia, mais que uma cerveja, um copo grande de vinho ou 1-2 doses de pinga, uísque ou vodca. Outro ponto importante é o tipo de bebida: as fermentadas (vinho, cerveja), principalmente o vinho, que possui substâncias chamadas flavonóides, que protegem as artérias. Os pesquisadores acreditam que o etanol, em pequenas quantidades, pode elevar o nível do "colesterol bom" no sangue. Esse tipo de colesterol, chamado HDL-colesterol, ajuda 9 a “limpar” a gordura que se acumula nas artérias, evitando o seu endurecimento. Mas é bom lembrar que: tomar bebidas alcoólicas não é tratamento para prevenir infarto! Tomar bebidas alcoólicas em pequenas quantidades é beber cerca de 10 g/dia de etanol, o que eqüivale a beber, por dia, um copo de cerveja, um cálice pequeno de vinho. É bom lembrar também que as bebidas alcoólicas tem muitas calorias: uma garrafa de cerveja tem, mais ou menos, 300 calorias; um copo de vinho, 100 calorias; uma dose de uísque, pinga ou conhaque, 150 calorias! Além disso, retardam os reflexos, impossibilitando a direção de veículos, podendo provocar acidentes. 2.5. ESTRESSE O ESTRESSE é uma reação que todos os animais têm para se defender de situações de perigo. Se imaginarmos que para salvar a pele diante de um animal feroz precisamos pensar e agir rápido para correr ou estancar um possível sangramento, podemos compreender o que muda no organismo diante de uma situação estressante. Primeiro, é necessário que o coração e os pulmões aumentem a atividade, que mais açúcar e gorduras cheguem ao sangue para fornecer energia para a ação acelerada: dos músculos, principalmente ... “pernas pra que te quero”... O fato é que as situações que provocam estresse, raramente são solucionadas com uma corrida ou uma luta física. No entanto, o organismo não pode identificar essas sutis diferenças e fazem o coração bater mais depressa, a respiração fica mais intensa, muita adrenalina vai para a corrente sangüínea: tudo coordenado por várias áreas do nosso cérebro. Nas atuais condições de vida a maioria das pessoas passa quase que diariamente por muitas situações de estresse e este sistema acaba sendo acionado várias vezes. Esse excesso crônico ou agudo de situações “estressantes” acaba desregulando o sistema todo e provocando várias doenças, como a pressão alta, infarto, derrame, diabetes, infecções, vários tipos de câncer, depressão, perda da memória, tendência a dependência ao álcool, tabaco e outras drogas. Grande parte do estresse ocorre por conta de situação como a pobreza extrema, más condições e/ou excesso de trabalho ou a falta dele, situações de desentendimentos, conflitos e até provocado pelo recebimento de más notícias que nos chegam de toda forma, como também do nosso jeito de encarar a vida... Muitas soluções ou, pelo menos, alívio têm sido alcançadas por meio de projetos comunitários, programas governamentais ou não-governamentais. Muitas empresas têm adotado forma de administração participativa, com redução do estresse do trabalhador. Porém, as soluções mais definitivas dependem de políticas econômicas e sociais que atendam às necessidades de educação, emprego e moradia das pessoas. Algumas atitudes individuais podem reduzir o nível do estresse. A maioria das pessoas que conseguiu mudar esta situação começou modificando a maneira de pensar e agir: Refletir mais antes de agir - isto pode nos ajudar a separar o que é realmente importante, deixando de se incomodar com o que não é importante; Muitos problemas são coletivos e têm de ser resolvidos junto com a família, os colegas de trabalho, os vizinhos e amigos - este é um ponto importante: participar! Ter um tipo de relaxamento: um momento de boa música ou outra atividade de que goste muito; Aprender coisas novas, voltar a estudar... além de se divertir, são formas positivas para reduzir o estresse. Procure administrar o tempo: para a família, o lazer e o estudo, não só o trabalho. 10 2.6. HIPERTENSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL é a força que o sangue exerce nas paredes das artérias. São usados para definir esta força: pressão sistólica - quando o coração contrai (bate) e empurra o sangue e a pressão diastólica - quando o coração está em descanso (entre batimentos). A pressão arterial aumenta quando o coração bate mais rápido ou as artérias ficam mais estreitas ou há retenção de líquidos no organismo (edema, inchaço). Cerca de 16 milhões de brasileiros tem pressão alta. É o problema de saúde pública mais comum em todos os países e se não for tratada leva a várias doenças, sendo a mais comum a de origem cardiovascular. A pressão alta, muitas vezes não apresenta qualquer sintoma, por isso é chamada de "assassino silencioso"! Não pode ser curada, mas pode ser controlada, sendo que a prevenção e o tratamento diminuem os riscos de sobrecarregar o coração e os vasos sangüíneos e assim, evita-se o derrame e o infarto. A pressão arterial descontrolada pode também danificar os rins. Os estudos mais recentes mostram que consumir alimentos vegetais – ricos em potássio e magnésio, assim como tomar 1-2 copos de leite ou seus derivados todos os dias – ricos em cálcio ajudam a diminuir a pressão alta. Tabela 1. Classificação diagnóstica da hipertensão arterial (adultos < 18 anos de idade) PADiastólica (mmHg) PASistólica (mmHg) Classificação < 85 < 130 Normal 85-89 130-139 Normal limítrofe 90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio 1) 100-109 160-179 Hipertensão moderada (estágio 2) > 110 > 180 Hipertensão grave (estágio 3) < 90 > 140 Hipertensão sistólica isolada Fonte: III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial – CBHA, 1998. O que mais deve ser feito, já que a hipertensão não pode ser curada, mas pode ser controlada ? manter o peso adequado, pois o sobrepeso/obesidade é, reconhecidamente, o maior fator de risco; reduzir o consumo de sal (sódio); manter-se ativo; limitar o consumo de bebidas alcoólicas; comer alimentos ricos em potássio, cálcio e magnésio. A alimentação pode contribuir muito na redução da hipertensão: ter uma alimentação balanceada, contendo quantidades adequadas de frutas, verduras e laticínios “magros”. (ver mais dicas sobre alimentação no capítulo seguinte) 2.7. DISLIPIDEMIAS 11 São distúrbios metabólicos que ocorrem nos chamados “transportadores” das gorduras que circulam na corrente sangüínea. O tratamento efetivo é capaz de impedir o desenvolvimento da placa da ateroma, a formação do trombo e lesões nos vasos sangüíneos. Hipercolesterolemia: é o aumento do colesterol total e/ou LDL-colesterol na corrente sangüínea. O colesterol é um tipo de gordura produzida no fígado encontrada normalmente no sangue e em todas as células do corpo. Também está presente em alguns alimentos, principalmente nos de origem animal. O colesterol depende de um “transportador” quando está no sangue – as lipoproteínas. Dependendo da proteína, formam-se diferentes tipos de colesterol: o LDL (lipoproteína de baixa densidade) e o HDL (lipoproteína de alta densidade) são os mais importantes. O LDL é chamado "colesterol ruim" porque, em excesso no sangue, pode formar placas de gordura que provocam o entupimento das artérias – aterosclerose – responsável pelo infarto (ataque cardíaco) e acidente vascular cerebral – AVC (derrame cerebral). É adquirido pela ingestão de alimentos gordurosos de origem animal. O HDL - chamado de "colesterol bom" - ajuda a retirar o LDL do sangue, evitando o entupimento das artérias e suas conseqüências. As pessoas que têm colesterol elevado geralmente não sentem nada... Assim, a melhor coisa a fazer a partir dos 20 anos de idade é fazer a dosagem de colesterol no sangue, conforme orientação médica. QUADRO 3. CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS DISLIPIDEMIAS. (valores de referência dos lípides para indivíduos com mais de 20 anos de idade). LÍPIDES mg/dl ÓTIMO DESEJÁVEL LIMITROFES ALTO Colesterol total < 200 - 200- 239 > 240 LDL colesterol < 100 100-129 130-159 160 – 189 HDL colesterol > 60 - ATÉ 40 Triglicérides < 150 150 - 200 - MUITO ALTO > 190 - 201- 499 > 500 Fonte: III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose, 2001. Fatores de riscos para o aumento do colesterol: • Consumo excessivo de alimentos gordurosos • Excesso de peso • Sedentarismo • Hereditariedade • Pressão alta • Estresse - • Tabagismo Cuidados especiais para reduzir o colesterol no sangue: além de controlar o peso (se estiver “gordinho” trate de emagrecer!). praticar exercícios com orientação de profissional qualificado e...parar de fumar! (ver mais dicas sobre alimentação no capítulo seguinte) Hipertrigliceridemia é o aumento dos triglicérides - outro tipo de gordura – quilomícrons – no sangue. Geralmente ocorre em pessoas que tem algum distúrbio na metabolização dos açúcares. 12 - O cuidado da hipertrigliceridemia inclui, além das recomendações anteriores: reduzir o consumo de açúcares e derivados (pão, bolos, massas, etc.) e bebidas alcoólicas e tratar o diabetes, se presente. 2.8. DIABETES MELLITUS O diabetes é um erro inato do metabolismo com manifestações diversas, onde o denominador comum é o aumento da glicose, um açúcar circulante na corrente sanguínea. Esta elevação da glicose ocorre, na maioria das vezes, por diminuição na produção de insulina ou por dificuldade na ação deste hormônio. A insulina, é o principal responsável pelo aproveitamento e metabolização da glicose pelas células do nosso organismo, com finalidade de gerar energia. É produzida pelo pâncreas e sua falta ou ação deficiente acarreta modificações importantes no metabolismo das proteínas, das gorduras, sais minerais, água corporal e principalmente da glicose. As formas mais comuns são diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2, ambos com conotação familiar. O tipo 1 é mais comum na criança e juventude, e em geral, necessita de aplicação diária de insulina para sua sobrevivência. Já o tipo 2, aparece mais após os 40 anos de idade e em cerca de 90% das vezes a pessoa é obesa. O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e por fim, a combinação destes com a insulina. No caso de um paciente com diabetes do tipo 2 ter de usar insulina no tratamento, não o transforma em paciente com diabetes tipo 1 - são doenças diferentes. Existem outros tipos específicos de diabetes: o que aparece na gravidez é o diabetes gestacional. Hoje são conhecidos mais de 20 tipos de enfermidades, que cursam com hiperglicemia e portanto, são catalogadas como Diabetes Mellitus. Os sintomas mais comuns são: sede excessiva, excesso de urina, muita fome, cansaço e emagrecimento. Muitos adultos tem diabetes e não sabem, pois tem sintomas muitas vezes vagos como formigamento nas mãos e pés, dormências, peso ou dores nas pernas, infecções repetidas na pele e mucosas. Portanto, é importante pesquisar diabetes em todas as pessoas com mais de 40 anos de idade. O diabetes pode ser detectado através de testes simples que pesquisam a presença de açúcar na urina ou que avaliam a quantidade de açúcar no sangue. Mas o diagnóstico deve ser comprovado através do exame laboratorial de sangue (glicemia), que pode ser realizado em três condições: - glicemia pela manhã em jejum de, pelo menos, 8 horas (uma noite) e o resultado igual ou superior a 126mg/dl é sugestivo de diabetes; - glicemia - 2 horas após sobrecarga com 75g de glicose (a glicose é ingerida com água, após jejum de uma noite; o sangue é colhido 2 horas após para dosagem da glicose), o resultado igual ou superior a 200mg/dl é sugestivo de diabetes; - glicemia casual (sangue colhido em qualquer horário do dia, sem relação com alimentação) - apenas nas pessoas que estão apresentando quadro clínico sugestivo de diabetes (muita fome, muita sede e muita urina) e o resultado igual ou superior a 200mg/dl é sugestivo de diabetes. - um resultado positivo por qualquer critério acima, deverá ser referendado nos dias subsequentes por uma nova glicemia de jejum ou 2 horas pós-sobrecarga. O diabetes tem tratamento e pode ser controlado. Hoje temos evidências que a manutenção da glicemia normal ou próximo do normal, leva ao desaparecimento dos sintomas e previne as complicações. Assim a qualidade de vida da pessoa é restabelecida e sua produtividade no trabalho é normal. 13 Diversos estudos têm comprovado que, em indivíduos com predisposição para o diabetes, a atividade física sistemática pode ajudar na prevenção, além de auxiliar na manutenção do peso ideal. (ver mais dicas sobre atividade física no capítulo seguinte) 2.9. OBESIDADE A obesidade é atualmente um dos mais graves problemas de saúde pública. Sua prevalência vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento, o que levou a doença à condição de epidemia global. A obesidade e/ou o sobrepeso podem resultar da ação isolada ou conjunta de diferentes fatores: genéticos, endócrinos, ambientais, culturais, socioeconômicos, psicossociais, mas na maioria das vezes é o resultado de um consumo de alimentos maior do que o necessário, combinado com um modo de vida sedentário, ou seja, sem que haja gasto energético compatível. Daí, a energia proveniente dos alimentos que não é utilizada, é transformada em gordura para poder ser armazenada – no tecido adiposo. A obesidade pode iniciar-se a qualquer idade, porém foram identificados alguns períodos mais críticos: a) no inicio na infância - durante o primeiro ano de vida - o tamanho das células adiposas quase se duplica e não o número; entre os 5-7 anos de idade, pode ocorrer aumento progressivo do número de células adiposas); b) na adolescência, devido a alterações hormonais - hiperplasia dos adipócitos; c) no inicio na idade adulta - aumento no tamanho das células: - na mulher - no período da gestação - no homem - estilo de vida sedentário, tendo sido muito ativo na adolescência. As pessoas com sobrepeso ou obesidade, comparados às pessoas de peso normal, tem chance maior de apresentar doenças como a hipertensão arterial, o diabetes, as doenças de coluna e outras articulações, vários tipos de câncer, cálculos biliares e o aumento de gorduras no sangue, como colesterol. Por meio da diminuição de peso corporal (emagrecimento) pode-se conseguir a diminuição no TAMANHO celular, mas o número de células permanece o mesmo. Para determinarmos o peso ideal o método mais usado e recomendado pela Organização Mundial de Saúde é o Índice de Massa Corpórea (IMC). Obtemos esse índice dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros), elevada ao quadrado: IMC = Peso / Altura x Altura Ex.: Uma pessoa com peso de 95Kg e 1,75m de altura, tem um IMC de 31 kg/m2 (IMC: 95Kg / 1,75m x 1,75m ⇒ 95kg / 3,0625m2 = 31,0 Kg/m2) Quando o IMC é maior que 25 Kg/m2 diz-se que a pessoa está acima do “peso ideal” sobrepeso. Se o IMC for maior que 30 Kg/m2, a pessoa é considerada obesa, como no exemplo acima. Na seqüência está uma tabela que mostra a classificação da obesidade, segundo o IMC e risco de comorbidades, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde, para adultos, com mais de 18 anos de idade (1997); acoplou-se a tais critérios, as etapas, níveis de prevenção e tratamento indicados pelo Consenso Latino Americano sobre Obesidade. É muito importante observar a distribuição de gordura pelo corpo, pois o risco para saúde é diferente se esta gordura se acumula na metade superior do corpo, se a localização é no abdome ou se predomina na metade inferior do corpo. Para uma distinção prática, adota-se como referência o nível do umbigo: se a gordura predominar acima dele, dá-se o nome de “obesidade andróide” ou “em forma de maçã”. Se a gordura predominar abaixo do umbigo, denomina-se “ginóide” ou “em forma de pêra”. A obesidade de tipo central - também chamada de abdominal - predomina no abdome (barriga); esta é a de maior risco para doenças do coração (infarto). 14 A razão cintura/quadril (RCQ) também é muito utilizada e é estabelecida dividindo-se os valores encontrados para as referidas circunferências: RCQ = Perímetro da cintura / Perímetro do quadril. Se para a mulher for maior do que 0,80 e para o homem for maior do que 0,95 significa que são portadores de obesidade central (abdominal, visceral ou andróide), isto é, apresentam deposição de gordura predominantemente no quadril. Se os valores são inferiores a 0,75 em mulheres e 0,85 em homens, considera-se que a distribuição da gordura é ginóide. Tabela 2. Classificação diagnóstica obesidade (adultos com mais de 18 anos de idade), segundo o IMC, risco de comorbidades e providências. 2 Classificação IMC (kg/m2) Risco de comorbidades Providências Baixo peso < 18,5 Baixo, embora aumenta o risco de outros problemas clínicos Alimentação saudável, adequada e atividade física regular Intervalo normal 18,5 - 24,9 Peso saudável Pré obeso 25,0-29,9 Moderado Alimentação saudável e atividade física regular Alimentação saudável, adequada,ativ. Física regular +farmacoterapia se comorbidades Alimentação saudável, adequada e terapia farmacológica Idem anterior + possibilidade de cirurgia Obeso 30,0-34,9 Alto Classe I Obeso 35,0-39,9 Muito alto Classe II Obeso > 40,0 Extremo Idem anterior + Cirurgia classe III Fonte: 0MS, 1997; Consenso Latino Americano sobre Obesidade Tabela 3. Classificação dos riscos de complicações metabólicas associadas a obesidade, segundo sexo, em função da circunferência da cintura. SEXO Aumentada Homem 94 cm Mulher 80 cm Fonte: Consenso Latino Americano sobre Obesidade Muito Aumentada 102 cm 88 cm Vários estudos sugerem que somente a medida da circunferência da cintura/abdome, é uma forma prática e sensível, que reflete se há riscos para enfermidade cardiovascular e outras formas de enfermidades crônicas. 15 3. MUDANÇA DE HÁBITOS ... PARA TER “QUALIDADE DE VIDA” Existem várias evidências científicas apontando que o controle do consumo de alimentos junto com atividade física regular são mais efetivos no controle do peso corporal e, conseqüentemente, de outras doenças crônicas não transmissíveis (doenças do aparelho circulatório, cânceres, diabetes, entre outros). Considerando as doenças cardiovasculares como uma das principais causas de mortalidade, as evidências apontam para as vantagens das mudanças do estilo de vida: o indivíduo sedentário que passa a ser pelo menos um pouco mais ativo já diminuiria para 40% o risco de morte por doenças cardiovasculares. A proposta internacional é a promoção de um estilo de vida ativo estimulando a população a totalizar pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, de intensidade leve a moderada, o equivalente a 2,4 a 3,2 km em 30 minutos de caminhada. Na maior parte dos dias da semana e de forma contínua ou fracionada em outras atividades que possam ser facilmente introduzidas na rotina diária: como jardinagem, consertos domésticos, dança e atividades recreativas com crianças. A atividade física deve ser planejada e supervisionada por pessoa competente: o tipo, a quantidade e a qualidade de exercício deve ser adequada a cada pessoa e deve-se ter em conta os seguintes fatores: idade, tipo de exercício, duração, freqüência, intensidade, presença de outras doenças concomitantes e prevenção de recaídas. Idade: mulheres na fase de menopausa a recomendação é de exercício de baixo impacto, para evitar o risco de fraturas. Pessoas sedentárias devem realizar atividades de forma lenta e progressiva. Tipo de exercício: o mais adequado são os aeróbicos, no qual se utiliza grandes grupos musculares, em forma continua e repetida: caminhada, ciclismo, natação, trote, ginastica, etc. A que tem melhor possibilidade de aceitabilidade por parte das pessoas é a simples caminhada, que apresenta múltiplas vantagens já que não requer treinamento prévio, se pode realizar em qualquer lugar, não necessita roupa especial, não apresenta perigo cardiovascular, e é tão eficaz como o trote e outros. PLANEJAMENTO DO EXERCÍCIO EXERCÍCIO MINIMO MAXIMO FREQÜÊNCIA 3 vezes por semana 7 vezes por semana DURAÇÃO 30 minutos De acordo com a capacidade individual Duração: deve ser igual o superior a 30 minutos. Se é feita uma atividade diferente da caminhada, deve ser indicado uma etapa de pré aquecimento de 10 minutos, para aquecer os músculos. Após o término do exercício é necessário uma etapa de “esfriamento” de 5 a 10 minutos. Freqüência: pelo menos três vezes por semana; entretanto se indica caminhada, esta deve ser pelo menos praticada diariamente ou bem complementada com ela nos dias que não se faz exercício. Os benefícios aparentes consistem em uma maior aderência e facilidade para a prática. Seu efeito sobre a aptidão cardiorespiratoria e igualmente eficaz. 16 Intensidade: se desejamos realizar exercício físico aeróbico intenso deve-se verificar a freqüência cardíaca durante o exercício. Presença de outras doenças: atividade física inadequada pode ocasionar lesões do aparelho ostioarticular; diabéticos podem apresentar hipoglicemias, neuropatía autônoma, hemorragias e/ou desprendimento de retina...CUIDADO!!! Prevenção da Recaída: os profissionais que cuidam da saúde devem ser encorajados a perguntar a seus pacientes sobre a freqüência, duração, tipo e intensidade a atividade física e fornecer avaliação e aconselhamento nutricional. 5 6 30 MINUTOS / DIA RECOMENDAÇÃO ATIVIDADE FÍSICA + PATE, PATE, et et alli, alli, 1996 1996 8 Lavar carro ATIVIDADES NO TRABALHO Empurrar carrinho Passear cachorro ATIVIDADES EM CASA Rastelar OU Maior parte dos dias SUBIR E DESCER JARDINAGEM ESCADAS 10 min 10 min AGITA São Paulo LEVE OU MODERADA 7 OU ATIVIDADE FÍSICA CAMINHADA 30 min REGULAR 30 minutos /dia + CONTÍNUO OU ACUMULADO MAIORIA DOS DIAS DA SEMANA 3 CAMINHADAS 10 min CAMINHAR 10 min Limpar vidro Andar Cuidar do Jardim AGITA São Paulo AGITA São Paulo 9 Arremessar Pedalar ATIVIDADES DE LAZER Caminhar Dançar Correr Nadar AGITA São Paulo 17 Descer um ponto antes Subir Escadas Para verificar seu peso, pela fórmula do Índice de Massa Corporal: IMC = Peso (kg) / Altura ² (m²) = _______/______x______ = _________ kg/ m² (Veja a classificação na página ___ ) Para calcular seu peso "desejável": 22 x altura² = 22 x _____x _____ = _______kg Para calcular quantas kcalorias você precisa consumir por dia, de acordo com seu peso “desejável” e sua atividade física. Quadro 3. Requerimentos calóricos diários, segundo sexo e tipo de atividade profissional. ATIVIDADE Kcal/kg/peso Tipo de atividade Leve Homens = 42 Profissionais liberais, estudantes, Moderada Intensa Muito intensa Mulheres = 36 donas de casa, executivos Homens = 46 Operários de industria leve, motoristas, Mulheres = 42 artesãos, costureiros Homens = 54 Operários de industria pesada, agricultores, Mulheres = 47 soldados, atletas, bailarinos Homens = 62 Operários de industria muito pesada, Mulheres = 55 lenhadores, estivadores Fonte: FAO/OMS, 1989. Ex.: peso desejável : 60 kg x 36 (mulher-atividade leve) = 2160 kcal / dia COMO DEVE SE ALIMENTAR UMA PESSOA QUE NECESSITA COMER ~2000 KCAL/ DIA? Quadro 4. Exemplo de padrão alimentar contendo nível calórico de ~2000 kcal / dia. GRUPOS DE ALIMENTOS Nº PORÇÕES KCAL/ PORÇÃO VALOR CALÓRICO 6 150 900 FRUTAS 2-4 35 70 HORTALIÇAS 3-4 15 60 LEGUMINOSAS 2 55 110 CARNE BOVINA, SUÍNA, PEIXE, FRANGO, OVOS 2 190 380 PRODUTOS LÁCTEOS 2-3 120 240 AÇÚCARES * 1 110 110 ÓLEOS E GORDURAS * 1 73 73 PÃES/CEREAIS/RAÍZES/ TUBÉRCULOS-preferência integrais USADOS NO PREPARO DOS ALIMENTOS –são dispensável na alimentação. 18 Fonte: Depto. Agricultura EUA, 1992; Philippi, 1996. Quadro 5. Alimentos equivalentes GRUPOS DE ALIMENTOS ALIMENTOS EQUIVALENTES Arroz branco cozido - 4 col. sopa; Batata cozida/assada - 1 ½ unidade; Biscoito doce simples - 5 unid.; Biscoito tipo “cream cracker” - 5 unid; Biscoito recheado - 2 unid; Macarrão cozido - 3 ½ col sopa; Pãozinho caseiro - ½ unid; Pão forma tradicional tipo “pullman” - 2 fatias; Pão de queijo- 1 unid; Pão francês- 1 unid; Torrada (pão francês) - 6 fatias finas FRUTAS Abacate - ¾ col sopa; Abacaxi - ½ fatia; Banana - ½ unid; Goiaba - ¼ unid; Jabuticaba - 17 unid; Kiwi - ¾ unid; Uva comum - 11 bagos; Laranja Bahia/Seleta - 4 gomos; Laranja Pêra/Lima - 1 unid; Limão - 2 unid; Maçã - ½ unid; Manga - ¼ unid; Melancia/melancia/mamão - 1fatia; Morango - 9 unid; Pêra - ½ unid; Suco de laranja - ½ copo requeijão HORTALIÇAS Abobrinha cozida - 3 col sopa; Beterraba crua ralada - 2 col sopa; Agrião, alface, almeirão, escarola, mostarda, rúcula - à vontade; Brócolis cozido - 4 ½ col sopa; Cenoura cozida - 7 fatias ou ¾ col sopa; Couve flor cozida - 3 ramos; Ervilha em conserva - 1 col sopa; Jiló cozido - 1 ½ col sopa; Palmito em conserva - 2 unid; Pepino picado - 4 col sopa; Picles em conserva -5 col sopa; Rabanete - 3 unid; Repolho cru - 6 col sopa; Vagem cozida - 2 col sopa; Repolho cozido - 5 col sopa; Tomate comum - 4 fatias; LEGUMINOSAS Ervilha seca cozida - 2 ½ col sopa; Feijão cozido (50 % de caldo) - 1 concha; Feijão cozido/ Grão de bico cozido/ Lentilha / feijão branco /soja cozida - 2 col. de sopa Bacalhoada - ½ porção; Bife à role - 1 unid; Bife grelhado -1 unid; CARNE Carne cozida - 1 fatia; Peru tipo “blanquet” - 10 fatias; BOVINA, SUÍNA, PEIXE, Porco - lombo assado -1 fatia; Carne moída refogada - 5 col sopa; Hambúrguer - 1 unid; Frango assado inteiro - 1 pedaço de peito ou FRANGO, 1coxa/sobre grande; Filé grelhado (peixe, frango, vaca) - 1 unid OVOS média; ; Omelete simples – 1 unid PRODUTOS Iogurte natural - 2 copo de requeijão; Iogurte polpa de frutas - 1 LÁCTEOS pote Leite tipo B - 1 copo de requeijão; Queijo minas - 1 ½ fatia; Ricota - 2 fatias; mussarela - 3 fatias; Queijo “polenguinho” - 2 unid; Queijo prato - 2 fatias; Requeijão cremoso - 1 ½ col sopa; Vitamina de leite com frutas - 1 copo de requeijão AÇÚCARES * Açúcar mascavo - 1col sopa; Açúcar refinado - 1 col sopa; Doce industrializado tipo goiabada - ½ fatia; Karo - 2 col. sopa; Mel - 2 ½ col sopa ÓLEOS E Azeite de oliva - 1 col sopa; Halvarina - 1col sopa; Margarina - ½ GORDURAS * col sopa; Margarina vegetal - ½ col sopa; Óleo vegetal de girassol/milho/soja - 1 col sopa PÃES / CEREAIS/ RAÍZES E TUBÉRCULOS – preferir os integrais 19 Quadro 6. DICAS PARA UMA DIETA SAUDÁVEL ALIMENTOS PREFERIR EVITAR Carnes gordurosas, vísceras (fígado, coração, miolo, miúdos), embutidos (lingüiça salsicha e frios), carnes de porco (bacon, torresmos), pele de animais, camarão, lagosta, mexilhão, ostra,... Leite e iogurte integrais, queijos amarelos e cremosos, manteiga, creme de leite CARNES EM GERAL Peixes, frango sem pele, carnes magras. Retirar toda a gordura visível. LATICÍNIOS Leite e iogurte desnatado, queijo branco, ricota e cottage OVOS Clara de ovos, substituir 2 claras = 1 ovo Gema de ovo. VEGETAIS E FRUTAS Frutas e verduras frescas Verduras na manteiga, em forma de frituras, com molhos Massas de bolo sem gema de ovo, Massas de bolo com gema de ovo, sorvete e doces a base de frutas sorvetes com leite, doces com chocolate Pães pobres em gordura, e/ou chantilly, DOCES, PÃES E cereais integrais biscoitos amanteigados, folhados, SIMILARES (aveia, trigo, farelo), sorvetes cremosos massas sem gema de ovo, Pães com recheio, manteiga, croissants, grão de bico, feijão, ervilha, bolachas, massas com gema de ovo lentilha, batata, arroz, mandioca. Margarinas “moles” ou “light”, Frituras, manteiga, óleo de coco e de GORDURAS EM óleos vegetais dendê, maionese, gordura animal GERAL (soja, milho, canola e azeite de (toucinho, banha), oliva). molhos com creme de leite. Fonte: Dutra de Oliveira, 1998; III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose, 2001. O Sal ou cloreto de sódio, é o tempero mais usado no preparo de alimentos. Os brasileiros comem, mais ou menos, 10 g/dia! A maioria das pessoas acha que o sal deixa a comida mais gostosa, mas se esquece de que o gosto pelo sal não nasce com a pessoa. Comendo com sal desde criança é que as pessoas adquirem esse gosto. Outro fato curioso é que as pessoas dizem que precisam de sal senão "sentem-se fracas". A verdade é que nosso corpo precisa de muito pouco sal, menos do que 6 g/dia, quantidade que geralmente existe nos próprios alimentos, sem contar que os industrializados contem muito sal para sua conservação. É recomendável que todas as pessoas, independentemente de a pressão ser alta, normal ou baixa, não exagerem no sal. Essa orientação é mais importante para quem é sensível ao sal e tem pressão alta, porque se a pessoa comer com muito sal poderá bloquear o efeito dos remédios que baixam a pressão. Por outro lado, dependendo do caso, não há necessidade de eliminar totalmente o sal. O ideal é diminuir a quantidade colocada nos alimentos e evitar comer os alimentos embutidos, queijos amarelos, temperos prontos... 20 Os produtos chamados “substitutos do sal” ou “sal light” podem ser úteis para algumas pessoas. Quem toma certos tipos de remédios ou "sofre dos rins" não pode usar substitutos do sal. O ideal é consultar o médico ou nutricionista antes de usá-los. Onde está “escondido” o sal ??? ⇒ Carnes processadas: embutidos em geral (presunto, mortadela, salsicha, lingüiça, salame), bacon, carne seca, “nuggets”, e outros alimentos prontos; ⇒ Enlatados: vegetais (palmito, azeitona, milho..), peixes (atum, sardinha); ⇒ Queijos: duros e amarelos (parmesão, provolone, prato, etc.); ⇒ Temperos prontos: Arisco®, Sazón® Aji-no-moto®, sopas desidratadas, caldos e estratos concentrados, amaciantes de carne, catchup, mostarda, maionese, molho de soja, molho inglês, extrato de tomate, etc.; ⇒ Salgadinhos industrializados: chips, amendoim, coxinha, pastel, etc.; ⇒ Biscoitos, bolachas, pães,... RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS 1. 2. 3. 4. 5. 6. CUIDADO COM AS QUANTIDADES: Muitas pessoas têm o hábito de comer sem prestar atenção no que está fazendo e nem estão com fome. Outras, por exemplo criaram o hábito de comer diante da televisão, ou trabalhando, sem reparar no sabor nem na quantidade de comida. A primeira coisa a mudar é isso: mastigar bem e perceber o sabor de cada alimento fica mais fácil controlar sua quantidade. CINCO PORÇÕES DE FRUTAS E VERDURAS DIARIAMENTE: Isto é obrigatório para se ter boa saúde – comer diariamente, pelo menos CINCO frutas ou verduras diferentes (ex.: alface, tomate, cebola, banana e laranja) - é só variar como puder e conforme o gosto. ESCOLHER ALIMENTOS BALANCEADOS: Isto significa que temos de comer de tudo, em proporções adequadas: dar preferência aos cereais, legumes, frutas e verduras; preferir carnes sem gorduras, frango sem a pele, peixes - pelo menos, uma vez por semana; óleo de soja ou azeite. Preferir os alimentos cozidas, assados ou grelhadas evitar frituras! ALIMENTAR-SE EM HORÁRIOS REGULARES: fazer de 3-4 refeições diárias (café da manhã, almoço, lanche e jantar). Evitar comer fora de hora, “beliscar” entre as refeições principais. MANTER A CASA “À PROVA DE CALORIAS”: evitar comprar doces, bolachas, refrigerantes e sorvetes. COMBINAR ALIMENTOS DE GRUPOS DIFERENTES: Em caso de excesso de peso, procure evitar na mesma refeição -carnes, leite, queijo, peixe, frango - com pão, arroz, batata, macarrão e doces. O mais importante: combine estes alimentos com verduras cruas ou cozidas. Na hora da sobremesa, preferir frutas! Não substituir as refeições principais por “sanduiches”: geralmente são cheios de alimentos gordurosos e ainda pecam pela falta de fibras e outros nutrientes encontrados nos vegetais 21 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O crescimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis e em especial as Doenças Cardiovasculares constitui-se em importante PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA deste século, por sua elevada morbimortalidade, por suas repercussões na qualidade de vida. Entretanto, mudanças neste perfil tem sido possíveis por meio da melhoria nas condições de vida e nível de informação da população, bem como medidas de intervenção em saúde por meio da redução da exposição a fatores de risco conhecidos que participam da gênese destes agravos. Portanto, são necessárias medidas para conscientização da população em relação à associação dieta/saúde. Promover mudança de hábitos é tarefa árdua e difícil... é sabido que os fatores culturais e a influência da mídia estão muito presentes. Mas... com a ajuda dos profissionais e com a promoção e apoio de trabalhos em grupo e associações pode-se tornar mais fácil. É de extrema importância que os ambientes estimulem os hábitos saudáveis: a alimentação nos locais de trabalho e escolas, proibir o hábito de fumar na presença de crianças, incentivar a atividade física... De acordo com a experiência de outros países, mudanças de hábitos e comportamento requerem esforço coletivo - políticas de saúde mais abrangentes objetivando uma reestruturação do comércio de alimentos, a valorização de padrões de consumo alimentares mais saudáveis, desencentivo às propagandas de cigarro, principalmente entre aqueles que estão nas camadas mais pobres e com menor nível de instrução. Vários programas de prevenção e promoção de saúde já foram desenvolvidos no mundo todo, obtendo resultados positivos no controle de doenças crônicas: o Programa americano “Health People 2000” tem como um de seus objetivos o aumento do consumo de vegetais para cinco ou mais porções diárias; o Programa Prevenir IAMSPE em parceria com a DDCNT/CVE/SES está implantando o programa “Alimentação Saudável na Prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis - TURMA DA SAÚDE - OS AMIGOS DA BOA ALIMENTAÇÃO ” - visando promover mudanças de comportamento em relação aos hábitos alimentares, por meio de palestras explicativas sobre o assunto aos funcionários; reuniões com as empresas fornecedoras da alimentação aos funcionários das diversas secretarias, para a adequação dos cardápios, entre outras ações. Dentre os programas que deram certo, aqui e no exterior, há pontos comum: as pessoas tiveram acesso à informação de qualidade e de fácil entendimento; periodicamente, as pessoas foram “lembradas” das informações recebidas; além da informação, receberam o estímulo de familiares, amigos e dos profissionais de saúde; Promover mudança de hábitos é tarefa árdua e difícil, mas com a ajuda dos profissionais e com a promoção e apoio de trabalhos em grupo e associações pode-se tornar mais fácil. Pode-se incentivar a formação de grupos para troca de receitas e preparo de comida saudáveis, para redução de peso corporal; cessação do hábito de fumar e consumo exagerado de bebidas alcoólicas; incentivo à atividades físicas (ex.:caminhada), que, além de auxiliar na manutenção do peso corporal, reduz o estresse, entre outros benefícios! O trabalho de prevenção deve ser perseverante, otimista e animador ... e o agente de saúde papel fundamental! 22 5. 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