JORNAL DA
FEBRASGO
Maio/Junho | 2014 | www.febrasgo.org.br
Disponível no Brasil a vacina
contra Herpes-Zóster
Durante a Copa do Mundo é necessária a
imunização contra outras doenças
Projeto
Febrasgo participa de debate no CFM sobre normas de Reprodução
Assistida | Pág. 04
Meta
Brasil não vai atingir Objetivo do Milênio de redução da mortabilidade
materna | Pág. 12 e 13
Fiscalização
Entraram em vigor normas para funcionamento de postos de saúde e
consultórios | Pág. 14 e 15
JORNA
L DA
FEBRA
Julho/A
gosto |
2013 |
www.fe
brasgo.
org.br
SGO
55º CO
NGRES
S
BRAS
ILEIRO O
DE
Revista da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Março/Abril 2012 | Vol 40 | nº 2
Escreva uma revisão
sistematizada ou uma
metanálise para a
Femina sobre tema de
seu interesse.
Consulte as normas editoriais.
Em caso de dúvida, envie e-mail para:
[email protected]
ou [email protected]
Promovemos e apoiamos o aperfeiçoamento técnico e científico.
Nossa premissa é lutar pelos interesses econômicos e pelos
aspectos éticos do exercício profissional de ginecologistas e
obstetras. Mais que isso, zelamos pela realização de conclaves
científicos, outorga de Título de Especialista em Ginecologia e
Obstetrícia (TEGO) e mantemos publicações que divulguem os
conhecimentos da especialidade.
A FEBRASGO é feita para você e por você!
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Obstetrícia
Gineco
logia e
Obstet
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que
EDITORIAL
Ainda muito a se fazer
Em 2000, a ONU, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio – ODM,
que no Brasil também são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo – que devem ser atingidos até 2015.
São signatários do documento, o Brasil e mais 191 países. Um dos objetivos, o de número 5, estabelece o
compromisso de chegar em 2015 com no máximo 35 óbitos maternos a cada 100 mil nascimentos, além
de deter o crescimento da mortalidade por câncer de mama e de colo de útero.
Recentemente, o governo brasileiro admitiu que dificilmente o Objetivo será atingido. Evidentemente,
essa admissão não foi feita de forma clara, mas através da apresentação dos resultados do Relatório
Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Pelo relatório, no período
estudado, a taxa de mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos em 1990, para 69 mães
por 100 mil nascidos vivos em 2013 - os últimos dados disponíveis.
Para que o acordado fosse cumprido, seria necessário praticamente reduzir pela metade os indicadores
de 2011. Naquele ano, o número de mortes de mulheres durante a gravidez, o parto ou até 42 dias após
o nascimento do bebê era de 63,9 a cada 100 mil nascidos. Ainda assim, os níveis do Brasil são melhores
do que os dos países em desenvolvimento em geral e da América Latina.
É sempre bom destacar que a razão da mortalidade materna está nos mais sensíveis indicadores de
pobreza e de iniquidade social, e se constitui em excelente indicador da cobertura e da qualidade da
atenção médico-sanitária a uma população. Várias estratégias têm sido usadas para o enfrentamento
desse grave problema de saúde pública. Por exemplo, desde 1996, 90% das gestantes no Brasil têm
acesso à atenção pré-natal, sendo que mais de 50% fazem mais de sete consultas. Além disso, 97% dos
partos ocorrem em hospitais.
Outra estratégia para reduzir a mortalidade materna foi a criação de “comitês de óbitos maternos”,
que visam melhorar a qualidade da notificação dos óbitos, conhecer suas causas e monitorar sua
ocorrência. Uma ampla mobilização
dos profissionais do campo da saúde
e da sociedade civil organizada tem
Vice-Pres. Reg. Centro-Oeste
Expediente
constituído comitês multi-institucionais
Paulo Roberto Dutra Leão
e multiprofissionais que expressam o
Vice-Pres. Reg. Sudeste
Agnaldo Lopes da Silva Filho
ideário de participação e controle social
Informativo da Federação Brasileira
previsto no SUS.
Vice-Pres. Reg. Sul
das Associações de Ginecologia e
É necessário seguir investindo na
ampliação do acesso ao planejamento
reprodutivo voluntário, na melhoria
da qualidade da atenção pré-natal,
na formação de profissionais para o
atendimento adequado, humanizado e
não discriminatório, no fornecimento de
serviços e na ampliação do acesso aos
cuidados obstétricos de emergência
quando surgem complicações.
Etelvino de Souza Trindade
Obstetrícia
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Presidente
Etelvino de Souza Trindade
Diretora Administrativa
Vera Lúcia Mota da Fonseca
Diretor Financeiro
Francisco Eduardo Prota
Diretor Científico
Nilson Roberto de Melo
Diretor de Defesa Profissional
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Vice-Pres. Reg. Norte
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Jorge Abi Saab Neto
Assistente de Diretoria
Hitomi Miura Nakagawa
Contatos com a presidência
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Barra da Tijuca – 22793-081
Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21) 2487-6336
Fax: (21) 2429-5133
[email protected]
Editor e jornalista responsável
Lucia Fernandes
Reportagem
Luan Comunicação
Projeto gráfico e diagramação
Luan Comunicação
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Jornal da FEBRASGO
Portanto, os desafios seguem enormes
para se alcançar o Objetivo do Milênio
com os quais o Brasil se comprometeu
em relação à mortalidade materna.
3
PROJETO
Febrasgo participa de debate sobre normas
da Reprodução Assistida com o deputado
Rosinha (PT/PR)
Integrantes da Comissão de
Reprodução Assistida do Conselho Federal de Medicina estiveram com o relator do projeto na Comissão de Seguridade
Social e Família da Câmara
dos Deputados, deputado Dr.
Rosinha (PT/PR).
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Segundo o representante da
Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA),
Adelino Amaral Silva, apenas
2% das gestações em mulheres acima de 43 anos com
4
óvulo próprio tem sucesso; no
caso de gestantes com óvulos
de doadoras de até 35 anos
de idade, a gravidez tem resultado satisfatório em 40%
dos casos.
Adelino Amaral Silva afirmou
que é fundamental uma maior
atenção para o universo de
mulheres que fazem parte da
faixa etária indicada como limite e que desejam ter filhos.
“É importante que o Estado
garanta a estrutura necessária
de atendimento e disponibilize
os cuidados indispensáveis a
essas mães. Existe também o
risco de gravidez múltipla, que
ocorre em 25% das gestações
provenientes de Reprodução
Assistida”.
Justificativa para mudar - O autor da proposta de mudança da
Resolução, deputado Arnaldo
Faria de Sá (PTB/SP), justifiCrédito: CFM
A
norma que define os
parâmetros éticos para
utilização das Técnicas
de Reprodução Assistida (RA),
no que se refere a Resolução
CFM 2.013/13 deverá ser mantida, mesmo com a tramitação,
na Câmara dos Deputados, do
Projeto de Decreto Legislativo
1359/2013, que prevê a sustação da Resolução.
cou a iniciativa argumentando
que “não se pode limitar idade
(…) de 50 anos, de ser mãe”.
A alegação do parlamentar diz
respeito aos princípios gerais
da Resolução provada pelo
plenário do Conselho em abril
do ano passado. A Resolução
define que “As técnicas de RA
podem ser utilizadas desde
que exista probabilidade efetiva de sucesso e não se incorra em risco grave de saúde
para a paciente ou o possível
descendente. Isso inclui a idade máxima das candidatas à
gestação de RA, que é de 50
anos.”
Marcando presença - A Febrasgo foi representada por
Hitomi Miura Nakagawa. Estiveram também na audiência
com o deputado Rosinha (PT/
PR), o 1º vice-presidente do
CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima; o coordenador da
Comissão e relator da Resolução, José Hiran da Silva Gallo;
o representante da SBRA,
Adelino Amaral Silva; o secretário adjunto da Sociedade
Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), Antônio Cesar
Paes Barbosa e os conselheiros federais Alceu José Peixoto Pimentel e Wirlande Santos
da Luz, além do assessor parlamentar do CFM, Napoleão
Puente Salles.
HPV
70% dos americanos têm HPV
Os cientistas analisaram amostras de DNA disponíveis em bancos de dados do governo americano de 103 homens e mulheres adultas saudáveis. A presença do vírus foi detectada em
109 dos 148 tipos de HPV conhecidos. Apenas
quatro indivíduos possuiam uma das duas cepas causadoras da maior parte dos tumores de
colo de útero e garganta.
Para a pesquisadora Yingfei Ma, da Universidade de Nova York, e principal autora do estudo,
“a fauna microbiana do HPV em pessoas com
boa saúde é supreendentemente mais vasta e
complexa do que pensado inicialmente”.
Ela afirma que “os resultados da pesquisa lançam luz sobre as fragilidades dos exames atuais
para detectar o HPV, desenvolvidos para identificar apenas uma dezena de cepas vinculadas
ao do câncer de colo de útero.”
Vale lembrar que o vírus HPV é considerado o
agente infeccioso de transmissão sexual mais
comum. Estima-se que o número de mulheres
portadoras do DNA do vírus HPV em todo o
mundo chega a 291 milhões, e cerca de 105 milhões de mulheres terão infecção pelo HPV pelo
menos uma vez na vida.
No Brasil - Estudos nacionais registraram um
perfil de prevalência da infecção por HPV de
alto risco semelhante ao dos países subdesenvolvidos: 17,8% a 27%, com uma prevalência
maior nas mulheres na faixa etária abaixo de 35
anos, e a partir dos 35 até 65 anos, as taxas
permanecem de 12 a 15%.
Esses dados mostram que o vírus HPV encontra-se com maior prevalência nos países dos
continentes mais pobres do mundo: África e
América do Sul, incluindo o Brasil, e as taxas
mais baixas encontram-se nos países da Europa e da Ásia Central.
Os fatores de risco para esse tipo de câncer
são variados. Entre os mais comuns estão: início
precoce da atividade sexual; multiplicidade de
parceiros sexuais; higiene íntima inadequada;
uso prolongado de contraceptivos orais; tabagismo e o vírus do papiloma humano (HPV).
Das regiões no Brasil que o câncer de colo de
útero é mais frequente, destaca-se a Norte. O
Amazonas é o Estado com a maior taxa de mortalidade pela doença. Segundo dados do Inca,
no Brasil, 5.160 pessoas morreram com o câncer apenas em 2011.
Para se ter uma ideia do quanto a doença tem
feito vítimas no Norte, os dados mostram semelhanças com os óbitos causados pela patologia
na Índia, país onde mais se morre com a doença.
Portaria - Embora muitas sejam as vítimas da doença no Brasil, existem iniciativas para modificar os dados alarmantes. Em fevereiro passado,
uma portaria do Ministério da Saúde, publicada
no Diário Oficial da União, instituiu o Serviço de
Referência para Diagnóstico e Tratamento de
Lesões Precursoras do Câncer de Colo de Útero
e também o Serviço de Referência para Diagnóstico de Câncer de Mama, por ginecologista
e obstetra.
De acordo com a portaria, os programas têm
como objetivo fortalecer ações voltadas ao
diagnóstico precoce e à confirmação do câncer
de colo de útero e do câncer de mama. Existem
incentivos financeiros de custeio e de investimentos para a implantação dos serviços.
Recomendação - O uso de preservativos durante a relação sexual é considerada a forma
primária de prevenção. O sexo seguro é uma
das formas de evitar o contágio pelo HPV. A prevenção secundária requer o exame preventivo
do colo uterino, também conhecido como Papanicolau, totalmente indolor e que consiste na
coleta de material (secreção) do colo uterino durante o exame ginecológico. O tratamento adequado pode ser realizado através de cirurgia,
podendo ser ou não seguido de radioterapia e
quimioterapia.
Jornal da FEBRASGO
A
Sociedade Americana de Microbiologia
divulgou recente pesquisa mostrando que
aproximadamente 70% dos americanos
estão infectados com alguma cepa do papilomavírus humano (HPV). Lembrando que apenas
um pequeno número de cepas do vírus é responsável pelo desenvolvimento de alguns tipos
de câncer.
5
IMUNIZAÇÃO
Proteja-se contra o vírus da varicela-zóster (VVZ)
J
á está disponível nas clínicas particulares
de vacinação do Brasil, a vacina para herpes-zóster, subcutânea e em dose única
para homens e mulheres. A vacina é recomendada a partir dos 50 anos e auxilia na imunidade
celular específica contra o vírus da VVZ.
Cabe lembrar que a latência viral é estabelecida durante a infecção primária pelo vírus da
VVZ. O vírus é transportado do local da pele
infectada até o gânglio da raiz dorsal, no qual
permanece em estado latente. Na maioria das
vezes, o VVZ permanece latente nos gânglios
da raiz dorsal (nervos cervicais e torácicos) e
gânglios dos nervos cranianos (trigêmeo).
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O quadro de apresentação e a resolução subsequente do herpes-zóster não é sempre tão
característico e simples. A erupção do herpes-zóster, por si só, é geralmente limitada a um
ou dois dermátomos. Como sintomas frequentemente relatados: a sensibilidade alterada ao
toque, dor provocada por estímulos discretos e
prurido insuportável são citados.
6
As lesões geralmente duram de 7 a 10 dias e
a erupção cura-se completamente em 2 a 4
semanas. As complicações do herpes-zóster
incluem neuralgia pós-herpética (NPH), cicatrizes, superinfecção bacteriana, paresias/paralisias neuronais motoras e cranianas e comprometimento significativo da visão e audição.
De acordo com a presidente do Comitê de Vacinas da Febrasgo, Nilma Neves, apesar da
maioria das complicações se resolver com o
passar do tempo, alguns indivíduos são refratários aos tratamentos e podem sofrer com déficit
permanente.
Imunizar é preciso – A vacina herpes-zóster
(atenuada) foi geralmente bem tolerada, sem
nenhum evento adverso significativo observado durante o período de acompanhamento de
28 dias após a vacinação.
É indicada para indivíduos a partir de 50
anos de idade para:
- Prevenção do herpes-zóster;
- Prevenção de neuralgia pós-herpética (NPH);
- Redução da dor aguda e crônica associada
ao herpes-zóster;
- Administração subcutânea em dose única na
região deltóide;
- Pode ser administrada concomitante com a
vacina da influenza (inativada);
- Aumentar a imunidade celular específica contra o vírus varicela-zóster (VVZ), considerado o
mecanismo pelo qual há proteção contra herpes-zóster e suas complicações;
- Reduzir a incidência, gravidade e complicações de herpes-zóster - segundo estudos clínicos;
- Em geral, a vacina é bem tolerada, sendo que
a maioria dos eventos adversos limitados a reações no local da injeção.
Contraindicações da vacina contra o vírus
herpes-zóster (atenuada):
- Histórico de hipersensibilidade a qualquer
componente da vacina, incluindo a gelatina;
- Histórico de reação anafilática/anafilactoide à
neomicina (cada dose de vacina reconstituída
contém traços de neomicina). A alergia à neomicina geralmente manifesta-se como dermatite de contato. Todavia, histórico de dermatite
de contato por causa da neomicina não é uma
contraindicação para receber vacinas de vírus
vivos;
- Estados de imunodeficiência primária e adquirida causada por condições como: leucemia aguda e crônica; linfoma; outras condições
que afetam a medula óssea ou o sistema linfático; imunossupressão causada por HIV/AIDS;
deficiências imunológicas celulares;
- Tuberculose ativa não tratada;
- Gravidez;
- Para administração subcutânea os indivíduos
devem receber a dose única.
Alerta Global da OMS e a Copa do
Mundo no Brasil
No dia 5 de maio, a Organização Mundial de
Saúde/OMS decretou alerta global para o risco de propagação do vírus da poliomielite.
Solicitou a vários países uma ação coordenada no combate à disseminação do poliovírus.
Isto porque há circulação endêmica do poliovírus selvagem com risco de importações de
casos interpaíses. Nesses países exigem-se
ações permanentes e efetivas de vigilância da
doença e níveis adequados de proteção imunológica da população, com altas coberturas
vacinais.
A OMS deu esse alerta devido a propagação
da doença de três para dez países, entre eles,
a Síria, o Paquistão, o Iraque e a Guiné Equatorial. Os casos da Guiné Equatorial estão ligados a surtos, ou seja, casos ocorridos na
República dos Camarões, confirmados pelo
sequenciamento do mesmo tipo de vírus. Em
17 de março de 2014, a OMS havia elevado a
avaliação do risco de propagação internacional de poliomielite a partir de Camarões para
“muito alto”. A partir dessa avaliação as autoridades sanitárias de alguns países mantêm sob
vigilância quem chega de países com a presença ativa desse vírus.
Faltam poucos dias para os brasileiros se tornarem anfitriões, ao receberem cidadãos de
várias países do mundo, para o maior evento
esportivo mundial. Não somente a poliomielite é
uma doença de risco, mas outras de transmissão respiratórias, tais como a gripe pelo H1N1,
continuam endêmicas, assim como o sarampo
que nos últimos anos emergiu e se encontra
epidêmico em países europeus.
Uma medida de precaução para quem se destina ao Brasil e vai aproveitar as belezas naturais, ao fazer turismo em áreas de matas, cachoeiras, lagoas, ecoturismo e outros esportes
radicais deve ser a proteção contra a febre
amarela. A vacina deve ser tomada 10 dias de
iniciar a temporada turística. Recomenda-se a
vacina contra a febre amarela aos maiores de
nove anos de idade para residentes ou viajantes que se dirigem as seguintes áreas do país:
Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal (inclusive a capital Brasília) e Minas Gerais. Algumas áreas nos dos Estados do Piauí,
Bahia, São Paulo, Paraná ( incluindo Foz do
Iguaçu), Santa Catarina e Rio Grande do Sul
também entram na lista.
O viajante deve consultar sobre as exigências
internacionais junto às Embaixadas e Consulados do País a ser visitado - seu modelo e as
regras para sua emissão foram estabelecidos
pelo Regulamento da OMS (RSI 2005). Essa
exigência para viajantes visa diminuir o risco
de introdução ou disseminação de doenças.
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- Tratamento imunossupressor (incluindo doses
elevadas de corticosteroides), mas a vacina
contra herpes-zóster (atenuada) não é contraindicada para indivíduos que estejam recebendo corticosteroides tópicos/inalatórios ou
doses baixas de corticosteroides sistêmicos ou
para pacientes que recebam corticosteroides
como tratamento de reposição (por exemplo,
na insuficiência adrenal);
7
RASTREAMENTO
Apenas em 2014 Brasil terá quase 6 mil novos
casos de câncer de ovário
N
o dia 8 de maio, quando
foi comemorado o Dia
Mundial de Combate
ao Câncer de Ovário, a Sociedade Brasileira de Oncologia
Clínica fez um alerta: a doença é silenciosa e pode atingir
mulheres de todas as idades
– inclusive as mais novas. A
estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que o
país registre 5.680 novos casos apenas em 2014.
O Inca classifica a doença
como o tumor ginecológico
mais difícil de ser diagnosticado e de menor chance de
cura, já que cerca de 75% dos
casos se apresentam em estágio avançado no momento
do diagnóstico. “O problema
é que se trata de uma doença interna – diferentemente do
câncer de mama, que faz um
nódulo, e do câncer de pele,
que faz uma pinta”, explicou
Wiermann.
A recomendação do Instituto é
que as mulheres fiquem atentas aos fatores de risco e consultem o médico regularmen-
te, principalmente as que têm
mais de 50 anos. O histórico
familiar é o fator de risco isolado mais importante. Cerca de
10% dos casos apresentam
componente genético ou familiar, e 90% são esporádicos,
isto é, sem fator de risco conhecido. Fatores hormonais,
ambientais e genéticos também estão relacionados com
o aparecimento do câncer de
ovário.
Além disso, segundo ele, existem vários subtipos do câncer
de ovário. A maioria dos tumores são carcinomas epiteliais
(câncer que se inicia nas células da superfície do órgão),
mas há também tumores malignos de células germinativas
(que dão origem aos espermatozóides e aos ovócitos).
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O presidente da Sociedade
Brasileira de Oncologia Clínica, Evânius Wiermann, explicou que não existe uma causa específica para o câncer
de ovário. “Basta ser mulher”,
acrescentou. Os sintomas da
doença incluem aumento do
volume abdominal com inchaço contínuo; dificuldade de
comer ou sensação de estar
cheia; dor abdominal ou pélvica e necessidade urgente e
frequente de urinar.
8
9
9
GESTAÇÃO
Colesterol alto é o vilão na hora de
conceber um filho
E
mbora muitos sejam os avanços da reprodução assistida, alguns casais têm a esperança de poder ter o filho sem a intervenção direta da medicina. Mesmo com os testes
laboratoriais e consultas frequentes, o desejo de
ter o filho pode ser interrompido na fecundação
com substancia vilã da saúde: o colesterol alto.
É o que afirma um novo estudo feito por pesquisadores do National Institute of Health, da
Universidade de Buffalo, e da Universidade de
Emory, ambas nos Estados Unidos. De acordo
com a pesquisa publicada no Jornal de Endocrinologia e Metabologia Clínica, casais com níveis
mais elevados de colesterol levaram mais tempo para conseguir engravidar que aqueles com
taxas normais da substância.
Segundo os estudiosos, o colesterol no sangue
pode estar relacionado com a fertilidade devido
à maneira que o corpo o utiliza para fabricar os
hormônios sexuais, como a testosterona e o estrogênio.
Os cientistas calcularam a probabilidade de um
casal conseguir engravidar levando em consideração uma estimativa entre a probabilidade
da gestação a cada cinco ciclos e as concentrações de colesterol na corrente sanguínea.
Dessa forma, os pesquisadores chegaram a
conclusão que, entre os pares, 347 ficaram
grávidos ao longo de 12 meses. Em média, os
casais que não conseguiram iniciar a gestação
também tinham as maiores taxas de colesterol
livre. Quando apenas um dos membros do casal
apresentava o colesterol alto, os maiores impactos estavam entre as mulheres.
Para o presidente da Comissão de Reprodução
Humana da Febrasgo, Newton Eduardo Busso,
existe um número de variáveis que confundem
bastante uma conclusão como a do estudo
americano, por exemplo, o aumento de mulheres acima do peso ideal. “Temos dados de 2011
em que quase metade está com sobrepeso e,
evidentemente, entre essas, também as que
querem engravidar. Além do critério intrínseco
a cada pessoa, temos a obesidade ou o tipo de
dieta. Estamos lidando com uma população que,
de antemão, sabemos que pode ter uma dificuldade para engravidar por causa do sobrepeso,
que influencia em várias situações, também no
colesterol”, afirma.
Por isso, Newton Eduardo Busso acredita que
o dado isolado do colesterol precisa ser visto
com reserva. “É possível que eles estejam estudando uma população já com sobrepeso. Sem
dúvidas, é algo multifatorial. Não posso associar
apenas o colesterol à dificuldade de engravidar.
Dele saem os hormônios. Se há alguma alteração nessa oferta aos hormônios, a mulher passa
a ovular de maneira menos adequada”, conclui.
Jornal da FEBRASGO
Para certificar que o colesterol ruim estava por
trás da dificuldade de engravidar, os pesquisadores acompanharam pouco mais de 500 casais entre 2005 a 2009 – todos fizeram parte do
Estudo Longitudinal de Investigação da Fertilidade (Life), criado para investigar a relação entre fertilidade e exposição a substâncias químicas ambientais e o estilo de vida.
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PESQUISA
Pesquisa mostra que placenta tem
vários tipos de bactérias
R
ecente prática com o uso da placenta após
o parto tem chamado atenção dos ginecologistas e obstetras brasileiros. Alguns especialistas têm indicado a ingestão da placenta
com a justificativa que existe grande parte dos
nutrientes gastos pela mulher durante a gestação, principalmente o ferro, que segundo teoria,
pode voltar para o organismo e auxiliar no aumento do leite materno e diminuir as chances de
depressão e oscilações de humor.
A Febrasgo reafirma que desaprova o uso da
técnica. De acordo com o presidente da Comissão de Parto, João Steibel, não há nenhum estudo científico que comprove o valor nutritivo da
placenta a não ser para o bebê, dentro do corpo
da mãe. Agora, uma nova pesquisa mostra que
a placenta pode oferecer alguns riscos à saúde
com os dados da pesquisa da Faculdade Baylor
de Medicina e do Hospital Pediátrico do Texas
(EUA) publicados em recente artigo na revista
especializada Science Translational Medicine.
Segundo os pesquisadores, a placenta é habitada por uma variada comunidade de micróbios
naturalmente transmitidos para o órgão, por
meio da corrente sanguínea.
Após estudarem o DNA de 320 placentas, onde
foram encontrados códigos genéticos correspondentes a vários tipos de bactérias, os cientistas confirmaram que nas placentas existiam
bactérias. Os estudiosos comparam os resultados com os DNAs bacterianos presentes na
boca, na pele, vagina e no intestino. O resultado surpreendeu ao mostrar que os micróbios
encontrados na placenta não têm similaridade
com as culturas próximas ao útero, mas sim com
as da boca.
Embora seja um ambiente cheio de bactérias,
a pesquisa norte-americana mostrou que esses
pequenos seres são capazes de chegar ao interior do útero e conviver em harmonia com o
feto, apesar do sistema imunológico da mãe ser
capaz de acabar com colônias de bactérias inconvenientes. Assim, as bactérias placentárias
são na sua maioria não-patogênicas e podem
ter importantes funções para o feto, como metabolizar vitaminas. Dentre os micróbios encontrados também estavam espécies típicas dos
sulcos gengivais e das mucosas orais.
A relação comprova uma antiga suspeita da medicina, de que infecções periodontais têm uma
relação com a ocorrência de partos prematuros.
“Há uns cinco anos, começamos a ver que pacientes com periodontite e com infecções na
cavidade oral tinham mais partos prematuros”,
lembra Herlânio Costa Carvalho, membro da
Comissão de Medicina Fetal da Febrasgo.
Para o especialista, o nascimento prematuro
é o maior problema na obstetrícia. Herlânio
acredita que um entendimento mais detalhado
das bactérias presentes na placenta e de
suas funções possam indicar tratamentos com
antibióticos capazes de evitar o parto precoce.
“Já tentaram usar antibióticos e não deu muito
certo, porque a gente acreditava que a infecção
era da microbiota vaginal, que ascendia pelo colo
e contaminava o bebê. Esse estudo abre outro
caminho para nós, mostrando que a bactéria
está chegando pelo sangue”, finaliza o obstetra.
Febrasgo desaprova o uso
da placenta encapuslada.
Para a Federação enquanto
não houverem comprovações
científicas não se pode
prescrever a medicação.
10
1
11
56° CBGO
Começam os preparativos para o 56° CBGO
De acordo com o presidente da Comissão Executiva do
CBGO, Antônio César, durante
os quatro dias de Congresso
os participantes poderão ter
acesso às informações mais
precisas sobre ginecologia e
obstetrícia. Com o tema “Valorização do Raciocínio Clínico”,
o CBGO permitirá atualização
clínica e científica sobre os
mais importantes assuntos da
especialidade. “Já definimos a
logomarca do Congresso que
é uma homenagem a Athos
Bulcão, um grande pintor, escultor, desenhista e artista brasileiro que deixou suas obras
eternizadas na arquitetura de
Brasília”, diz.
Ao todo são esperados para o
56º CBGO 8 mil ginecologistas
e obstetras. É o que explica
Antônio César. “Estamos em
fase de definição da quantida-
de de salas que serão disponibilizadas e já fechamos os horários. Durante os quatro dias,
o evento começará às 7h30 e
terminará às 18h30. É um dia
inteiro de seminários, sessões,
debates, conferências, pontos e contrapontos”, antecipa.
Sobre os palestrantes, o presidente da Comissão afirma que
já está em fase de definição
dos professores internacionais
que somarão com o conhecimento na área.
dispostas no site da Febrasgo (www.febrasgo.org.br) nos
próximos dias. “Conforme foi
discutido na Assembleia Geral
realizada no início deste mês
em São Paulo, na qual foi realizada uma breve apresentação sobre o 56° CBGO, vamos
somar esforços para que este
seja, de fato, um evento que
contemple os mais importantes assuntos da especialidade”, afirma Antônio César.
Para que o 56º CBGO alcance o objetivo proposto de valorizar o ato médico e o raciocínio clínico, a fim de que os
tocoginecologistas
estejam
cada vez mais bem preparados para bem atender as pacientes - evitando a prescrição
desnecessária de exames, a
Comissão Executiva solicita
que os presidentes das Comissões Nacionais da Febrasgo
discutam com os associados
os temas de mais interesse e
repassem à Comissão Organizadora.
Participe – O 56º CBGO será
realizado na capital federal em
uma localização privilegiada.
Para melhor receber os participantes foi escolhido o Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, que tem uma área
construída de 54 mil m², abrigando cinco auditórios, sendo
que um deles acomoda 3 mil
pessoas, além de 13 salas moduláveis por divisórias acústicas retráteis que permitem
várias combinações. O Centro
possui, ainda, um pavilhão de
exposições com 6 mil m², com
capacidade para acolher 9 mil
visitantes.
Com o objetivo de otimizar as
inscrições para o Congresso,
todas as informações serão
Jornal da FEBRASGO
D
esde o fim do ano passado a diretoria da Febrasgo tem traçado metas para a realização do 56º
Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO).
O evento que acontecerá de
12 a 15 de novembro de 2015,
em Brasília, será um marco
na história dos Congressos já
realizados pela Federação. A
decisão de preparar o megaevento com mais de um ano de
antecedência foi necessária
para que correspondesse com
as expectativas dos congressistas. Após várias reuniões, a
Comissão Executiva do CBGO
foi formada, e agora, recebe
das Comissões nacionais da
Febrasgo as sugestões de temas para a programação científica.
11
ONU
Mortalidade materna: Brasil não vai atingir
objetivo do milênio
O
Brasil atingiu a meta da Organização das
Nações Unidas (ONU) de reduzir em dois
terços os indicadores de mortalidade de
crianças de até cinco anos.
O índice, que era de 53,7 mortes por 1 000 nascidos vivos em 1990, passou para 17,7 em 2011.
Os números integram o 5° Relatório Nacional
de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, entregue no último dia 23
de maio à presidente Dilma Rousseff, durante o
lançamento da Política Nacional de Participação
Social.
O relatório mostra que a queda mais significativa registrada na mortalidade na infância ocorreu
na faixa entre um e quatro anos de idade. Atualmente, o problema está concentrado nos primeiros 27 dias de vida do bebê, o período neonatal. Embora o documento ressalte que o Brasil conseguiu cumprir a meta à frente de uma série de
países, o texto admite que o nível de mortalidade até os cinco anos ainda é elevado. A taxa de
mortalidade infantil brasileira ainda está muito
acima de países como França e Alemanha (4
mortes por 1.000 nascidos vivos), Uruguai (9
mortes por 1.000 nascidos vivos) e Estados Unidos (9 mortes por 1 000 nascidos vivos), segundo dados de 2012 da Organização Mundial da
Saúde (OMS).
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O outro lado - Mas, se os números mostram que
o Brasil atingiu uma das metas dos Objetivos do
Milênio – redução em dois terços dos indicadores de mortalidade de crianças de até 5 anos
- estabelecidos pela ONU antes do prazo estipulado que era 2015, o mesmo relatório expõe
um lado negativo para o país, já que a redução
da mortalidade materna não teve o mesmo sucesso.
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O Relatório Nacional de Acompanhamento dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio admite que o Brasil dificilmente vai cumprir o compromisso de chegar em 2015 com no máximo
35 óbitos maternos a cada 100 mil nascimentos,
apesar de ter registrado uma queda de 43% de
mortes de mulheres vítimas de complicações
durante a gravidez ou o parto entre 1990 e 2013.
Pelo relatório, no período estudado, a taxa de
mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos, em 1990, para 69 mães por 100 mil
nascidos vivos em 2013 os últimos dados disponíveis.
Uma tendência similar foi observada no mundo. Nas últimas duas décadas, a proporção de
mortes de mulheres por complicações durante
Para o Brasil atingir a meta da ONU seria necessário praticamente reduzir pela metade os
indicadores de 2011. Naquele ano, o número de
mortes de mulheres durante a gravidez, o parto
ou até 42 dias após o nascimento do bebê era
de 63,9 a cada 100 mil nascidos.
Opiniões - Para a diretora-geral assistente do
programa da OMS sobre a Saúde das Crianças,
Mulheres e Família, os números mostram “a necessidade de investimentos em soluções comprovadas para a saúde feminina, como o cuidado de qualidade durante a gravidez e o parto
e uma atenção redobrada para grávidas com
problemas médicos preexistentes”.
Ainda assim, os níveis do Brasil são melhores
do que os dos países em desenvolvimento em
geral e da América Latina.
“No Brasil, um fator que dificulta a redução da
mortalidade materna é o elevado número de cesarianas. O percentual desse tipo de parto tem
se mantido em patamares muito altos e com tendência de crescimento em todas as regiões”,
conforme o relatório. Do total de partos feitos
em 2011, 54% foram cesáreas. Em 1996, esse
índice era menos de 41%.
Embora ainda muito superior ao compromisso
assumido, os índices de mortalidade materna
já foram significativamente maiores: em 1990,
eram 143 por 100 mil nascimentos. “Os números melhoraram, mas há ainda muito a ser feito.
Mortes no parto e por complicações dele são
evitáveis”, observou a representante da Rede
Feminista de Saúde, Santinha Tavares.
Ela afirma que o combate ao problema é possível com a melhoria na qualidade da assistência,
sobretudo durante o pré-natal. “De nada adianta
a mulher fazer sete consultas durante a gesta-
Mortalidade materna
Entre mais de 60 mil disfunções maternas em
115 países, as causas de morte materna estão
distribuídas da seguinte forma:
- Hemorragia grave (especialmente durante e
depois do parto): 27%
- Hipertensão na gestação: 14%
- Infecções: 11%
- Parto obstruído e outras causas diretas: 9%
- Complicações de abortos: 8%
- Coágulos sanguíneos (embolias): 3%
Fonte: OMS
Objetivos do Milênio
- Acabar com a fome e a miséria;
- Universalização da educação primária;
- Promoção da igualdade de gênero e autonomia
das mulheres;
- Reduzir a mortalidade na infância e materna;
-Interromper a propagação
incidência de HIV/aids;
e
diminuir
a
- Universalizar o tratamento da doença e reduzir
a incidência de malária, tuberculose e outras
doenças;
- Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente,
incluindo reduzir pela metade a proporção
da população sem acesso permanente e
sustentável à água potável;
- Parceria mundial para o desenvolvimento.
Jornal da FEBRASGO
a gravidez ou o parto teve queda de 45%, passando de 380 mães por 100 mil nascidos vivos
para 210 mães por 100 mil nascidos vivos.
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FISCALIZAÇÃO
Entraram em vigor parâmetros para
funcionamento de postos de saúde e
consultórios
o CRM poderá chegar a propor a interdição ética
do estabelecimento e apresentar denúncias aos
órgãos competentes, como o Ministério Público
e Tribunais de Contas. Nestes casos, o médico
fica proibido de trabalhar no local até que sejam
providenciadas as devidas condições de trabalho. Medidas desse porte são tomadas quando
se percebe que os atendimentos nesses locais
podem expor o paciente e os profissionais a situações de risco.
Maio/Junho | 2014 | www.febrasgo.org.br
Outro ponto importante da Resolução 2.056/13
é que, ao alterar substancialmente o trabalho
nos CRMs em suas atividades de fiscalização
de serviços médico-assistenciais, ela uniformiza
essa prática em todos os estados. “Será uma
verdadeira transformação no modo de ensinar e
exercer a medicina”, afirmou o diretor do Departamento de Fiscalização e 3º vice-presidente do
CFM, Emmanuel Fortes.
14
A
Resolução 2.056/13, que redefine as regras para fiscalização do exercício da
medicina em território nacional, entrou em
vigor. Editada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em novembro de 2013, a norma cumpriu o prazo de 180 dias para que o Manual de
Vistoria e Fiscalização da Medicina no Brasil e
seus roteiros de vistoria comecem a valer.
Até o momento, Conselhos Regionais de Medicina (CRMs)* de todo o país realizaram vistorias
educativas, com base nos novos parâmetros
e também para treinar seus fiscais no uso das
novas ferramentas. Contudo, a partir de 13 de
maio, as unidades de saúde fiscalizadas terão
15 dias (prorrogáveis por igual período) para solucionar os problemas apontados.
Em caso de não cumprimento das orientações,
Para poder colocar essa nova metodologia em
prática, os 27 CRMs receberam do CFM kits
que cumprem as determinações do Manual de
Vistoria e Fiscalização. No pacote estão tablets,
máquinas fotográficas, medidores a laser (para
averiguar o tamanho dos ambientes), scanners
digitais e impressoras portáteis. Também estão
inclusos softwares para permitir que os formulários de visitas sejam preenchidos e enviados
pela internet para os Departamentos de Fiscalização.
Com a mudança, as vistorias passam a cumprir
um checklist padrão, gerando o envio de relatórios ao CFM, a parametrização e a análise estatística tanto regional, quanto nacional. Outras
normas que aperfeiçoam o sistema de fiscalização dos conselhos devem ser editadas nos
próximos meses, dentre elas estão as que estabelecem os parâmetros para funcionamento de
serviços de urgência e emergência.
A Resolução 2.056/13 fixa nova sistemática para
as vistorias e traz um modelo para o preenchimento de prontuários e para a elaboração das
anamneses (entrevistas dos médicos com os
pacientes). O Manual de Vistoria e Fiscalização
da Medicina no Brasil estabelece a infraestrutura mínima a ser exigida dos consultórios e ambulatórios médicos, de acordo com sua atividade fim e/ou especialidade.
Os consultórios e ambulatórios foram divididos
em quatro grupos, que vão desde os que oferecem serviços mais simples, sem anestesia local
e sedação, até àqueles que realizam procedimentos invasivos, com riscos de anafilaxias (reações alérgicas sistêmicas) ou paradas cardiorrespiratórias.
“Até a edição desta resolução, cada conselho
estabelecia regras no vácuo deixado por uma
normativa nacional, sendo que os grandes conselhos apresentavam estratégias mais eficientes nesse controle que os menores. Agora está
tudo parametrizado, o que facilitará a averiguação”, constata o diretor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio
Grande do Sul (Cremers), Antônio Celso Ayub,
participante do grupo de trabalho responsável
pela elaboração da Resolução 2.056/12.
Este médico também precisa ser preparado para
realizar os primeiros procedimentos de suporte.
Há, ainda, o Grupo 4, que envolve os locais de
realização de endoscopia, os quais devem ter
tudo o que é exigido do Grupo 3, mais o que for
específico do procedimento. A resolução também exige a presença de médicos plantonistas
em ambientes onde são mantidos pacientes em
descanso ou em observação.
Comunidades terapêuticas médicas também
ficam obrigadas a ter médicos plantonistas e
equipamentos de suporte à vida. A mesma exigência é feita aos CAPs AD II e III e ao CAPs III,
locais de atendimento psiquiátrico.
Equipamentos mínimos - Dos consultórios
e serviços do Grupo 1, no qual são realizadas
apenas consultas, serão exigidos, por exemplo,
equipamentos básicos como tensiômetro, estetoscópio, termômetro, maca, lençóis, pia, cadeira para o médico e mais duas para o paciente
e acompanhante, entre outras exigências. “Vamos exigir, além da infraestrutura física, todos
os equipamentos para a propedêutica e a avaliação clínica, sem os quais o médico não vai
poder atuar”, avisa Emmanuel Fortes.
Nos consultórios ou ser viços com procedimentos invasivos ou que exponham os pacientes
a risco de vida, do Grupo 3, que realizem, por
exemplo, teste ergométrico ou procedimento
com anestesia local ou sedações leves, os fiscais devem averiguar se existem os instrumentos que assegurem a aplicação de forma segura
e, em havendo complicação, o médico tenha
disponíveis equipamentos de socorro à vida.
Jornal da FEBRASGO
Já para os do Grupo 2, onde se executam procedimentos sem anestesia local e sem sedação,
como o consultório de um cardiologista que faz
apenas eletrocardiogramas, serão exigidos,
além do listado no consultório básico, os equipamentos necessários para os exames específicos.
*Com informações do CFM
15
Promoção e Realização:
SGOB
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