Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 PROPOSTA DE SAÍDA DE CAMPO À FLORESTA DA TIJUCA: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL Mariana Lima Vilela (Faculdade de Educação – UFF) Bibiane de Souza Santos (Instituto de Biologia – Bolsista PROGRAD UFF) Giovanni Winner Machado de Oliveira (Instituto de Biologia – Bolsista PROGRAD UFF) Lohayne Braga Moreira(Instituto de Biologia – Bolsista PROGRAD UFF) Sandra Escovedo Selles (Faculdade de Educação – UFF) RESUMO: O trabalho consiste em um relato de experiência de formação inicial desenvolvido no âmbito da disciplina Iniciação à Docência II, do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFF. A proposta da disciplina é que os licenciandos formulem atividades que articulem sua formação específica das Ciências Biológicas com práticas e saberes docentes. Apresentamos o processo de elaboração de um roteiro de saída de campo à Floresta da Tijuca a partir do desafio de mediar um equilíbrio entre o lazer e a aquisição de conhecimentos.A proposta levou os licenciandos a refletirem e colocarem-se tanto no lugar de alunos que participariam da atividade, como de um professor que organizaria a saída de campo articulada a seu planejamento, constituindo-se em uma rica aprendizagem da formação inicial. Palavras-chave: saída de campo, biodiversidade, formação inicial. Este trabalho consiste em um relato de experiência de formação inicial desenvolvido no âmbito da disciplina Iniciação à Docência II, do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal Fluminense. A proposta dessa disciplina é de que os alunos sejam orientados em atividades que articulem sua formação específica das Ciências Biológicas com práticas e saberes docentes. Compreendemos que as saídas de campo constituem-se como uma das práticas científicas da Biologia como Ciência e, ao mesmo tempo, uma estratégia didática potente devido às suas possibilidades de integração de conceitos para além de uma abordagem de conteúdos disciplinares (GUARINO & SILVA-PORTO, 2010). Desse modo, o tema da “saída de campo” se constitui como uma rica possibilidade de articulação entre a formação científica do biológo e a elaboração de estratégias didáticas para fins de ensino de Biologia na escola básica. Assim, no relato de 5650 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 experiência aqui apresentado, os licenciandos elaboraram uma proposta de saída de campo ao Parque Nacional da Floresta da Tijuca localizado no Município do Rio de Janeiro, a qual apresentamos a seguir. Saídas de campo como atividades científicas As saídas de campo compreendidas como atividades científicas podem ter sua origem associada às expedições científicas do período da expansão marítima europeia que tinham a finalidade de promover um inventário do mundo natural com vistas à exploração econômica das riquezas existentes nas colônias da época. As práticas científicas associadasa essas atividades expedicionistas produziram as primeiras coleções científicas, as quais surgiram inicialmente como “gabinetes de curiosidades” e, posteriormente passaram a ser incorporadas às coleções de museus públicos de História Natural. Assim, podemos considerar que há uma correlação entre a realização de saídas de campo e as coleções científicas, ambas caracterizando as práticas dos naturalistas desde o século XVII. Segundo Marandino, Selles & Ferreira (2009), “O espírito do colecionismo está na própria origem dos museus, que tiveram papel fundamental na consolidação da História Natural como Ciência e do desenvolvimento da Biologia como conhecemos hoje.” (MARADINO, SELLES & FERREIRA, 2009: 154). As relações entre a História Natural e as Ciências Biológicas, tal como conhecemos hoje, são problematizadas por ValessyinkSomocovitis (1996). Seu detalhado estudo histórico sobre o processo de unificação e autonomização das Ciências Biológicas explicita o quanto este se relaciona tanto aos esforços de distintas comunidades científicas para uma ressignificação do darwinismo em bases genéticas quanto à influência da Biologia Molecular no fortalecimento da Biologia como ciência durante o século XX. Assim, a teoria evolutiva representou a base epistemológica de caráter unificador para que a Biologia se consolidasse como ciência autônoma e legítima, a qual encontrava-se antes caracteristicamente fragmentada entre as tradições naturalistas da Zoologia e da Botânica e a tradição experimental das demais áreas como a Citologia, Embriologia e Fisiologia Humana. Nesse processo de unificação, a Ecologia como ramo das Ciências Biológicas ganhou força, especialmente devido à centralidade da teoria evolutiva como eixo unificador das Ciências Biológicas e por ser esta teoria a base fundamental da Ecologia de Populações, ao lado da apropriação da modelagem matemática como ferramenta do estudo da Genética (MAYR, 2008). 5651 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 Assim, com finalidades diversas daquelas que originaram as expedições dos naturalistas a partir do século XVI, os ecólogos do século XX também se apropriam das saídas de campo como atividades científicas. No entanto seus olhares sobre a natureza não seriam mais com o intuito de construir um inventário do mundo natural. Diferente disso, os ecólogos passaram a ter o campo como laboratório científico, onde a partir da formulação de hipóteses é possível realizar interferências no meio para que, analisando as repostas obtidas, elaborem-se modelos explicativos sobre o funcionamento da natureza em suas diversas dimensões (SADAVA et al, 2009). Cabe ressaltar que no processo de consolidação da Biologia como Ciência, as práticas científicas tipicamente naturalistas, não foram abandonadas, mas ressignificadas e mantêm-se compondo o corpo de conhecimentos e práticas dos biólogos contemporâneos. (SMOCOVITIS, 1996). Os botânicos e zoólogos continuam indo a campo para coletar e colecionar. Porém as finalidades das coleções, articulam-se aos olhares de pesquisa enquadrados pela Sistemática Filogenética, à qual tem a teoria da evolução como base. A relação dos pesquisadores com as saídas de campo e as coleções, mesmo nos ramos das tradições naturalistas, permanecem então, como legítimas práticas científicas. Assim, com base nessas práticas, podemos considerar que as atividades de campo associam-se tanto às finalidades dos estudos da Biodiversidade com base na Sistemática Filogenética, quanto às finalidades dos estudos da Ecologia, com a elaboração de modelos interpretativos sobre o funcionamento da natureza. Saídas de campo como atividades pedagógicas No campo da Educação as atividades desenvolvidas para além dos muros da escola são valorizadas por diferentes áreas, tais como: psicologia da aprendizagem, abordagens sócio-culturais dos conteúdos, didática, interdisciplinaridade, Educação de Jovens Adultos, Educação Não Formal, entre outras.Assim, diferentes perspectivas educacionais respaldam as saídas de campo como atividades pedagógicas. Focalizando a Educação em Ciências as saídas de campo podem cumprir diferentes objetivos, tais como: (a) aprimorar conhecimentos científicos ou sobre o desenvolvimento tecnológico por meio da observação direta e experiência vivida; (b) funcionar como suplemento de conteúdos teóricos adquiridos na escola; (c) estimular o trabalho coletivo e a socialização dos estudantes; (d) aprofundar conhecimentos sobre a relação do homem com o meio ambiente; (e) aprofundar conceitos sobre Zoologia, Botânica e Ecologia; (f) 5652 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 Vivenciar e refletir sobre os procedimentos científicos. (UNESCO, 1986; MARANDINO, SELLES & FERREIRA, 2009). Apesar disso, a realização de saídas de campo apresenta desafios a serem enfrentados na realidade concreta dos sistemas educacionais, seja pela necessidade de dispor de recursos materiais e humanos, seja pela própria organização do tempo-espaço escolar. No que se refere ao Ensino de Biologia é possível perceber, a partir de Marandino, Selles & Ferreira (2009) que muitas dessas dificuldades e desafios atuais remontam à própria origem e constituição da disciplina escolar Biologia como parte do currículo da Educação Básica. Segundo as autoras, com base nos estudos de Goodson (1997), embora ainda existam tais desafios, as atividades de campo se fortaleceram no currículo na medida em que a Ecologia como ramo das Ciências Biológicas foi se consolidando no Ensino Superior. Atualmente, as propostas de saídas de campo associadas a programas curriculares ocorrem de variadas formas. Muitas vezes, por iniciativas isoladas de um determinado professor ou, dadas as dificuldades infra-estruturais do contexto escolar para sua realização, acontecem também como atividades “terceirizadas”. Em qualquer que seja o contexto em que a atividade venha a ser realizada, há que se atentar para que esta não assuma um caráter meramente recreativo, sendo necessário um trabalho de planejamento que possa mediar um equilíbrio entre o lazer e a aquisição de conhecimentos. Nesse trabalho, compreendemos que o aproveitamento das potencialidades de uma saída de campo deve ser construída na mediação com a escola e, por isso, sua vivência durante a formação docente inicial se faz necessária. O presente relato apresenta essa vivência de licenciandos na formulação de uma proposta de saída de campo à Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro, RJ). A elaboração de uma proposta de saída de campo à Floresta da Tijuca O Parque Nacional da Tijuca foi criado em 1961e é um fragmento do bioma da Mata Atlântica dentro do Município do Rio de Janeiro, correspondendo a cerca de 3,5% de sua área. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, a área onde hoje fica o Parque Nacional da Tijuca foi devastada pela extração de madeiras e da utilização em monoculturas, especialmente o café. Em 1861, numa iniciativa de conservação pioneira ordenada por D. Pedro II, um processo de desapropriação territorial e de reflorestamento propiciou a 5653 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 regeneração natural da vegetação, resultando na floresta que existe hoje. Essa floresta exerce um importante papel na conservação de muitas espécies da flora e da fauna, abrigando também espécies endêmicas, raras e/ou ameaçadas de extinção. Criado em 1961, o Parque Nacional da Tijuca, ao longo dos anos tornou-se uma importante área de lazer e turismo da cidade e compreende a estátua do Cristo Redentor, a Pedra da Gávea, a Vista Chinesa, a Capela Mayrink a Mesa do Imperador e o Parque Lage. O Parque foi administrativamente subdividido em quatro zonas conforme o mapa da figura 1. A proposta de saída de campo aqui apresentada foi planejada para a zona do Parque denominada Floresta da Tijuca (definida como zona A do mapa da Figura 1), cujo acesso se dá pelo bairro do Alto da Boa Vista. Figura 1 – Mapa do Parque Nacional da Tijuca Fonte: http://parquedatijuca.com.br/index.php?setor=estrutura# Para o desenvolvimento da atividade foi realizada uma visita de planejamento ao local, quando os licenciandos estiveram no Centro de Visitantes recolhendo informações. Após a visita, seguiram pela trilha da “Cova da Onça”, sendo uma trilha de fácil deslocamento e próxima ao Centro de Visitantes. A partir de então formularam a proposta de abordagem didática, com os seguintes objetivos: 5654 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 Objetivos • Sensibilizar os alunos para a relevância da conservação ambiental no meio urbano, aprofundando conhecimentos apresentados em sala de aula; • Introduzir e/ou aprimorar conceitos de diversidade biológica e ecologia, tais como: zoologia, botânica emicro-habitats; • Possibilitar que os alunos aprendam e estejam em um espaço não formal. • Explorar os sentidos da visão, audição, olfato e tato para perceber o meio; • Diferenciar a qualidade do ar, a paisagem e o som, do meio urbano com o da floresta. Desenvolvimento Para o desenvolvimento da atividade sugere-se que o professor se informe sobre o histórico do Parque Nacional da Tijuca e faça uma visita prévia ao Centro de Visitantes da Floresta da Tijuca e à Trilha da Cova da Onça para adequar os objetivos aqui propostos ao seu contexto de ensino específico. Nesta visita prévia o professor deve escolher uma árvore da trilha e colar uma fita crepe de modo que a parte adesiva fique parcialmente voltada para o ar. A ideia é que esse procedimento funcione como um indicador da qualidade do ar ao observar a coloração e aspecto das partículas que fiquem aderidas na fita. O mesmo procedimento deve ser feito, pelo menos uma semana antes da saída de campo, em um poste ou árvore próximo ao local da escola, de preferência em uma rua de grande movimentação de veículos. Após essas providências segue-se à atividade que deve ocorrer em três momentos: uma aula na escola antes da visita, atividades no local e uma apresentação dos alunos na escola, após a visita. 1º momento: Aula na escola antes da visita A intenção pedagógica desta aula é fomentar o interesse dos alunos sobre o local a ser visitado, através da apresentação da história do parque e de informações que eles devem selecionar a partir da ida ao Centro de Visitantes. Em seguida, a turma é dividida em três grupos. Solicita-se aos alunos que escolham nomes criativos, que serão escritos em pulseiras coloridas que serão distribuídas no dia da visita. Deve-se informar que aos grupos 5655 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 caberá resolver um enigma que será apresentado em sala. Para salientar a curiosidade será dito apenas sobre o tema de cada um. São esses respectivamente: animais, vegetais, microrganismos e fungos. É importante informar que a saída em si não acarretará em uma avaliação por nota direta, decorrente da tal, mas que os conteúdos podem ser cobrados em prova e são de utilidade para o cotidiano. Antes da saída deve ser pedido para que os alunos observem a coloração do papel de cobalto (indicador de umidade), que deve ser fotografado. O mesmo procedimento deve ser repetido na Floresta da Tijuca, de preferência dentro da trilha. No dia da saída é necessário recolher a fita crepe que foi previamente afixada no poste ou árvore próxima à escola e fotografar o papel de cobalto. Ambos serão comparados no momento da discussão em aula, após a visita. 2º Momento: Atividade na Floresta da Tijuca Neste segundo momento as atividades de trilha e gincana proporcionam a visualização do seres vivos e sua interação com o habitat e contribuem para a socialização dos estudantes. O objetivo é que os alunos questionem a importância dos outros seres, desmistificando assim a visão antropocêntrica geralmente presente. A chegada ao local deve ser, de preferência antes das 9 horas da manhã e, no ônibus junto à chamada seriam entregues as pulseiras produzidas na aula anterior, as quais devem ser de cores diferentes para cada grupo. O término deve se dar por volta das 12:00h. • Trilha da Cova da Onça Antes de iniciar a caminhada pela trilha recomendamos que haja uma parada no Centro de Visitantes, pois existe uma exposição permanente com maquetes interativas do parque, vídeos, e uma réplica da onça. Cabe ao professor decidir se é necessário assistir ao vídeo sobre o histórico do Parque, em função do que tenha sido possível explorar na aula que antecedeu a visita. Contudo destacamos que as maquetes são importantes para enriquecer a compreensão da localização e da própria história do parque. A trilha é de 5,5 Km, totalizando 11 Km no percurso de ida e volta. É sinalizada e possui várias atrações, como cachoeiras que podem ser exploradas. Todavia, o que 5656 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 propomos no percurso é uma espécie de Gincana com o desafio de resolução de alguns enigmas. Cada grupo deverá receber uma carta com o enigma proposto no início da trilha. Antes de começar a Gincana é necessário verificar a fita crepe previamente fixada em uma das árvores e compará-la com a que estava fixada em uma árvore próxima à escola. Também é necessário verificar a umidade do ar com o papel de cobalto e comparálo com a foto obtida do mesmo, próximo à escola. • Gincana Consiste basicamente na resolução do enigma. Este será decifrado pela apresentação das respostas com fotografias e discussão. Além do professor sugerimos que tenha uma pessoa para auxiliar cada grupo. • Grupo 1: vestígios e presença dos animais Foto 1 – Onde provavelmente estou? Foto 2 – Como perceber minha presença? Foto 3 – Como você, humano, interfere no meu habitat? Para debate em sala: Qual minha importância ecológica? O que causa meu excesso ou falta? • Grupo 2 : diversidade vegetal Foto 1 – Minha localização e minha saúde. Foto 2 – Mostre como sou importante para os outros organismos ao meu redor. Foto 3 – Evidencie minha reprodução. Para debate em sala: Qual minha importância ecológica? O que causa meu excesso ou falta? • Grupo 3: microrganismo e fungos Foto 1 – Onde provavelmente estou? Foto 2 – Vivo solitário ou em companhia? 5657 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 Foto 3 – Do que eu me alimento? Para debate em sala: Qual minha importância ecológica? O que causa meu excesso ou falta? 3º momento: Discussão em sala após a visita Nessa etapa, o objetivo é que os alunos apresentem em sala de aula as experiências vividas na saída de campo e os resultados dos enigmas propostos.Algumas das intenções pedagógicas da escola épromover além do aprendizado de conteúdos, o desenvolvimento de capacidades gerais como interação social, diálogo, a apresentação do que foi concluído em grupo e conseguir defender uma opinião. Portanto, a conclusão ou não das respostas não deve ser motivo de um prêmio por colocação, não deve estimular concorrência. Nossa ideia é parabenizar a interação de todo o trabalho e valorizá-lo, avaliando as apresentações dos alunos acompanhadas da participação dos ouvintes. Além disso, é possível incluir algumas questões na prova mais próxima ao evento, que possam ser respondidas em função da visita, caracterizando uma avaliação contínua da atividade. Cada grupo deve projetar as três fotos, explicando o porquê da escolha, qual e como responde à pergunta e o que foi pensado sobre a pergunta geral. Depois que todos apresentarem, as fotos do papel de cobalto são mostradas e a mudança de coloração deste em função da umidade do ar é explicada. O mesmo deve ser feito com a fita adesiva, como indicador da poluição do ar, isto é, das partículas em suspensão. Essa estratégia permitirá debater os fatores abióticos do meio e o conceito de micro-habitats. Por fim, deve-se promover uma conversa com tom mais informal buscando conhecer mais sobre o que os alunos acharam da visita, da tarefa e etc. Considerações finais O presente relato é parte de um trabalho da disciplina Iniciação à Docência II, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFF. A proposta é, a princípio fictícia, que porém, levou os licenciandos a refletirem e colocarem-se tanto no lugar de alunos que participariam da atividade, como de um professor que deveria organizar uma atividade articulada ao currículo escolar. Nesse sentido, essa vivência constitui-se como uma rica aprendizagem da formação docente inicial. 5658 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 Referências GUARINO, F.& SILVA-PORTO, F. Excursões de campo: integrando diferentes conteúdos da Biologia. Perspectiva Capiana: revista de pesquisa, ensino e extensão do CApUFRJ. Ano 5, número 7, p. 36 a 38. Rio de Janeiro, 2010. MARANDINO, M., SELLES, S.E. & FERREIRA, M.S. Ensino de Biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo: Cortez. 2009. 215p. MAYR, E. Isto é Biologia. A ciência do mundo vivo. São Paulo: Cia da Letras. 2008. 432p. 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