PLANO MUNICIPAL ECOTURISMO DE Nova Lima – MG 1 FICHA TÉCNICA PREFEITURA DE NOVA LIMA Carlos Roberto Rodrigues - Prefeito SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO Renata Couto de Souza - Secretária de Turismo Lívia Cristina Nicholls – Turismóloga Albânia Felícia Aparecida Ribeiro – Turismóloga REALIZAÇÃO Impactur Consultoria Turística LTDA. EQUIPE TÉCNICA Paula Versiani Borges – Turismóloga Marcelo Alcântara Prates – Turismólogo e Especialista em Marketing Fernando Guimarães E. Ottoni – Turismólogo, Especialista em Turismo e Desenvolvimento Sustentável, Mestre em Políticas Públicas e Poder Local. 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO AO ECOTURISMO........................................................................................7 2. ASPECTOS METODOLÓGICOS ........................................................................................ 12 3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO ....................................................................14 4. DIAGNÓSTICO MUNICIPAL PARA O ECOTURISMO ........................................................ 40 5. ESTRATÉGIAS PARA GESTÃO DO ECOTURISMO .......................................................... 48 6. INDICADORES PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL DO TURISMO MUNICIPAL ................ 57 7. PLANEJAMENTO DAS TRILHAS – ESTUDO DA CAPACIDADE DE CARGA ................... 60 8. CLASSIFICAÇÃO DAS TRILHAS DE NOVA LIMA............................................................. 96 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 101 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 102 3 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Mapa de Localização e Acesso - Município de Nova Lima FIGURA 2 – RPPN do Jambreiro FIGURA 3 – Mapa de Trilha Interpretativa na RPPN do Jambreiro FIGURA 4 – Ribeirão dos Cristais – Mata Samuel de Paula FIGURA 5 – CEA Harry Oppenheimer FIGURA 6 – Caminhada na Natureza – Circuito Vista da Montanha FIGURA 7 – Caminhada na Natureza – Circuito Farol da Serra FIGURA 8 - Georeferenciamento da trilha em base cartográfica FIGURA 9 - Demarcação da trilha em imagem de satélite – Google Earth FIGURA 10 - Trilha da Cachoeira dos Macacos FIGURA 11 - Antiga Barragem – Trilha da Cachoeira dos Macacos FIGURA 12 - Trilha da Cachoeira dos Macacos FIGURA 13 - Cachoeira dos Macacos FIGURA 14 - Cascata - Trilha da Cachoeira dos Macacos FIGURA 15 - Trilha da Cachoeira dos Macacos FIGURA 16 - Georeferenciamento da Trilha 27 voltas em base cartográfica FIGURA 17 - Demarcação da Trilha 27 Voltas em imagem de satélite FIGURA 18 - Trilha e Banqueta Vinte e Sete Voltas FIGURA 19 - Trilha Vinte e Sete Voltas FIGURA 20 - Cachoeira Vinte e Sete Voltas FIGURA 21 - Identificação Trilha Vinte e Sete Voltas FIGURA 22 - Georeferenciamento da trilha Rego dos carrapatos em base cartográfica FIGURA 23 - Demarcação da trilha rego dos carrapatos em imagem de satélite FIGURA 24 - Variação altimétrica Trilha Vinte e Sete Voltas FIGURA 25 - Variação Altimétrica Trilha Cachoeira dos Macacos FIGURA 26 - Variação Altimétrica Trilha Parque Rêgo dos Carrapatos Quadro 1 - Projeto Nossas Trilhas 4 APRESENTAÇÃO O turismo é uma atividade que combina diversos elementos e setores da economia, cultura e política; está inserido em um sistema dependente de variáveis, as quais precisam trabalhar em conjunto e de forma dialética, para propiciar condições e produzir resultados positivos. Quando cuidadosamente pensado e planejado, permite favorecer e beneficiar os públicos envolvidos viabiliza a geração de renda, favorece a criação de empregos, possibilita a entrada de divisas que ajudam a equilibrar a balança de pagamentos e aquece a atividade empresarial além de permitir a inserção social que viabiliza o crescimento da qualidade de vida local. A preocupação com a racionalização do uso dos recursos naturais e a maximização do bem-estar social, reforça a importância do planejamento e da gestão do turismo de forma a promover o seu desenvolvimento e crescimento equilibrado. O planejamento tem a finalidade de definir as diretrizes que orientarão as decisões para o desenvolvimento do turismo. Atenta a esse contexto, a Secretaria de Turismo de Nova Lima apresenta neste documento o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Ecoturismo de Nova Lima, uma ferramenta, uma bússola que orienta e aponta os caminhos a serem seguidos em relação a este segmento. O documento foi elaborado pela Impactur Consultoria Turística1. E foi estruturado em 09 capítulos. O primeiro capítulo apresenta e contextualiza o conceito e os benefícios do ecoturismo; no segundo são apresentados os aspectos metodológicos utilizados ao longo do trabalho. O terceiro faz uma caracterização geral do município, principalmente daqueles elementos considerados matéria prima para o ecoturismo como as unidades de conservação, áreas de preservação e recursos naturais e culturais. No quarto capitulo é feito um 1 Em atendimento à Prefeitura Municipal de Nova Lima - MG, representada pela Secretaria Municipal de Turismo. A contratação deu-se pelo processo licitatório nº 0300/12, na modalidade de Carta Convite, nº 071/12. 5 diagnóstico do ecoturismo, os recursos, suas fragilidades, seu potencial, as ameaças, as oportunidades, de forma a que fosse possível estabelecer uma análise quantitativa e qualitativa da atividade no município. Os capítulos 05 e 06 apresentam as diretrizes, as estratégias e os indicadores de monitoramento do desenvolvimento do ecoturismo. O capítulo 07 apresenta os estudos de planejamento de 03 trilhas, onde são avaliadas a capacidade de carga e os fatores de manejo das mesmas. O capítulo 08 apresenta um estudo de classificação das trilhas, definindo o nível de dificuldade e o tipo de uso das mesmas. No capítulo 09 são feitas as considerações finais. 6 1. INTRODUÇÃO AO ECOTURISMO Ao longo dos anos, o Brasil e o mundo têm experimentado um crescimento constante do turismo. A expectativa da Organização Mundial do Turismo – OMT é a de que o turismo internacional cresça de 3% a 4% em 2012 e atinja a marca de um bilhão de turistas. De acordo com seu último Word Tourism Barometer UNWTO (Volume 10, novembro 2012)2, a atividade cresceu 4% entre janeiro e agosto desse ano, em comparação ao mesmo período de 2011, isso significa que 705 milhões de pessoas efetuaram pelo menos uma viagem internacional. Os dados mostram que o turismo está cada vez mais resistente às crises econômicas globais. A OMT mostra ainda que, as economias emergentes apresentaram maior percentual de crescimento, cerca de 5%, em relação aos países mais desenvolvidos (4%). Em 2011, as receitas do turismo internacional totalizaram 1,2 bilhões de dólares, cerca de 6% das exportações mundiais de bens e serviços. No Brasil, as pesquisas do World Travel & Tourism Council - WTTC3 apontam que o país será a maior economia de viagens e turismo da América do Sul. O crescimento deve ser de 7,8% em 2012, apesar das pressões cambiais e das constantes ameaça de recessão. O Ministério do Turismo afirma que no período de 2003 a 2009, o governo federal aplicou o valor correspondente a R$ 9,2 bilhões em apoio às atividades, ações e projetos do setor. Afirma ainda que, o país, recebeu cerca de 5.433.354 turistas estrangeiros em 2011, gerando uma receita de US$ 6.854 bilhões, 14,46% a mais do que o ano anterior. A demanda interna também cresceu devido às boas condições do cenário econômico nacional. O número de viajantes domésticos, que utilizaram o transporte aéreo, saltou para 79.049.171 em 2011, significando um incremento de 15,8% em relação a 2010. 2 A UNWTO Word Tourism Barometer é uma publicação regular da OMT que visa acompanhar a evolução de curto prazo de turismo, proporcionando ao setor informações relevantes e oportunas. Disponível em: http://mkt.unwto.org/en/barometer. 3 Economic Impact of Travel & Tourism 2012 – WTTC. Disponível em: http://www.wttc.org/. 7 Nesse contexto, destaca-se o Ecoturismo como um dos nichos de mercado que tem o maior e mais rápido percentual de crescimento do setor do turismo. De acordo com as últimas pesquisas realizadas pelo Ministério do Turismo (2011)4, a natureza, o ecoturismo e aventura aparecem em segundo lugar, com 24,6% , na preferência do turista estrangeiro. O ecoturismo manifesta-se atualmente como um dos mais importantes segmentos da atividade turística mundial. A sua importância para conservação da biodiversidade e das culturas tradicionais, além de promover o desenvolvimento social e econômico da população de áreas naturais, propicia valiosas experiências para os visitantes ávidos pelas manifestações da natureza e da cultura. O ecoturismo assegura renda para a conservação e gera benefícios para as comunidades que residem em áreas rurais e de natureza exuberante. Em 1994 o então Ministério da Indústria, Comércio e Turismo - MICT e o então Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal - MMA publicaram as diretrizes para uma política nacional de ecoturismo, que define ecoturismo como: "um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas". Se desenvolver corretamente, a partir de iniciativas de sustentabilidade em suas operações e gestão, o ecoturismo pode ser benéfico para as áreas ecologicamente frágeis e tornar-se uma estratégia de desenvolvimento econômico para a população que ali vive, e ainda pode: gerar renda para iniciativas de proteção e manutenção de ambientes naturais e culturais; 4 Ministério do Turismo. Estudo da demanda turística internacional - 2005-2011. Brasília, out de 2012. 8 agregar valor econômico aos produtos e serviços derivados da natureza; promover o uso responsável dos recursos naturais e culturais; reduzir ameaças à biodiversidade. Assim, o ecoturismo deve contribuir para a conservação do meio ambiente; promover, onde for possível, a valorização cultural das comunidades, bem como sua capacitação para o gerenciamento participativo e de mínimo impacto dos recursos envolvidos; e buscar a diversificação e integração econômica para melhoria da qualidade de vida das comunidades. Os agentes diretamente envolvidos e interessados, como empresários, proprietários de áreas com recursos naturais relevantes e de interesse para o ecoturismo e poder público local, assim como a sociedade civil organizada devem dialogar e estabelecer os parâmetros para o desenvolvimento do ecoturismo. Para que o ecoturismo alcance todo seu potencial e gere benefícios sustentáveis, os gestores de áreas protegidas e com potencial turístico devem implementar um modelo planejado para orientar e gerir essa atividade. Entende-se por planejamento o “resultado de um processo lógico de pensamento, mediante o qual o ser humano analisa e estabelece os meios que permitirão transformá-lo de acordo com seus interesses e aspirações” (MOLINA e RODRIGUEZ, 2001, p. 79). Para o planejamento do ecoturismo deve-se refletir intensamente sobre a atividade e seus objetivos de sustentabilidade econômica social e ambiental, tendo como princípios o entendimento do turismo como parte de um desenvolvimento sustentável amplo. Onde os recursos naturais devem ser usados de modo sustentável, respeitando e provendo benefícios e oportunidades para as comunidades locais (WWF, 2003). No entanto, ainda faltam critérios, regulamentações e incentivos que orientem empresários, investidores e o próprio governo, no estímulo e na utilização do 9 potencial das belezas naturais e valores culturais, ao mesmo tempo em que promova a sua conservação. O ecoturismo praticado no Brasil é uma atividade ainda desordenada, impulsionada, quase que exclusivamente, pela oportunidade mercadológica, deixando a rigor, de gerar os benefícios socioeconômicos e ambientais esperados e comprometendo não raro, a imagem do produto ecoturístico brasileiro nos mercados interno e externo. Instabilidades de mercados, alterações no perfil e nas tendências dos viajantes, alterações nas políticas de desenvolvimento e investimentos regionais e nacionais são fatores que podem afetar a sustentabilidade de projetos. Daí a importância de processos de monitoramento e de planejamento como itens fundamentais para o sucesso do desenvolvimento do ecoturismo. Além disso, o ecoturismo não pode ser a única alternativa econômica, ou a predominante, num município ou região, pois qualquer alteração na demanda, como, por exemplo, o aparecimento de destinos concorrentes, pode levar todo um município ou uma região a ter problemas de ordem econômica e social em função da lacuna na geração de receitas (WWF 2003, p.33-34). Buscando estabelecer uma base para que o ecoturismo seja uma atividade geradora de benefícios ao município de Nova Lima o Plano apresenta, inicialmente, um diagnóstico das potencialidades e entraves ao desenvolvimento do ecoturismo no território municipal. Na sequência serão apontados os caminhos para o desenvolvimento do ecoturismo local. Os recursos naturais do município de Nova Lima têm sido objeto de preocupação dos governos, das comunidades locais, das empresas, em especial, das mineradoras e das Organizações não governamentais, em instituir áreas salvaguardadas em lei que impeçam ou restrinjam o seu uso pelo homem o que pode ser percebido pelo grande número de Unidades de Conservação - UC’s presentes em seu território. Uma vez que o município sofre fortes pressões em relação à expansão urbana e ao aumento de empresas prestadoras de serviços, comércio e exploração mineral. 10 As UC’s são formas de conservar os ambientes locais, as espécies ameaçadas, proteger mananciais e paisagens representativas. Uma área natural protegida ou unidade de conservação é definida como “uma superfície de terra ou de mar consagrada à proteção e manutenção da diversidade biológica, assim como dos recursos naturais e dos recursos culturais associados, e manejada através de meios jurídicos e outros eficazes” (UICN, 1994:185). Dessa forma, pressupõe-se que a existência dessas áreas naturais protegidas no município possibilitará a socialização do usufruto por toda a população residente ou visitante, assim como permitirá a manutenção das belezas cênicas e das espécies existentes em seu território. Permitindo, assim que atividades de ecoturismo possam ser planejadas no município. 11 2. ASPECTOS METODOLÓGICOS A metodologia de elaboração do Plano Estratégico de Ecoturismo de Nova Lima, detalhada nos diversos itens que compõem o documento, teve como base: a. Pesquisa Preliminar ou Documental Consistiu na identificação e coleta de dados primários e secundários, sobre os aspectos geográficos, históricos e demográficos do município a partir do inventário da oferta turística, das pesquisas de demanda que identificam o perfil do público que visita o município, das Políticas e do Plano Estratégico para o Turismo em Nova Lima (Plano Experiências Memoráveis), assim como os estudos de caracterização do município e do Projeto Nossas Trilhas. b. Elaboração do Diagnóstico e do Plano de Ação Oficinas e Encontros Participativos Foram realizadas oficinas de sensibilização com o Conselho Municipal de Turismo e com as comunidades dos distritos sede, Honório Bicalho e São Sebastião das Águas Claras. Estes encontros tiveram como objetivo a integração e participação de moradores, empresários e gestores públicos na elaboração do plano, além de levantar as suas percepções e o seu envolvimento com o desenvolvimento sustentável da localidade; debater o papel do poder público, iniciativa privada e comunidade local para o desenvolvimento do ecoturismo, discutir e analisar o atual cenário turístico municipal. 12 Visitas de Campo A equipe técnica, acompanhada por um colaborador da Secretaria Municipal de Turismo, percorreu e visitou os atrativos turísticos e localidades com o objetivo de levantar e estudar a potencialidade e as deficiências no uso dos recursos naturais e culturais relevantes para a atividade do ecoturismo. A visita e análise das Trilhas mapeadas e escolhidas para o cálculo da capacidade de carga foram realizadas em dois momentos. O primeiro teve a finalidade de identificar, georreferenciar e levantar os aspectos relacionados ao estado de conservação e orientação do percurso. O segundo permitiu o levantamento de dados necessários ao cálculo da capacidade de carga da trilha. É importante ressaltar que a escolha das três trilhas mapeadas, diagnosticadas e apresentadas no Plano deu-se em comum acordo com a Secretaria Municipal de Turismo. A decisão foi tomada tendo em vista que o tempo para elaboração do documento era insuficiente para a ação em todas as trilhas mapeadas do município. Assim, foram definidos os principais percursos: Distrito Sede - Trilha do Parque Municipal do Rego dos Carrapatos; Honório Bicalho - Trilha da Cachoeira das 27 Voltas; São Sebastião das Águas Claras - Trilha da Cachoeira de Macacos. c. Organização, Análise dos Dados e Elaboração do Documento Estratégico A primeira etapa consistiu na organização e análise das informações para a elaboração do diagnóstico. Na sequência, as informações foram avaliadas e definidos os objetivos, as diretrizes e as estratégias para o desenvolvimento do Ecoturismo, apontando um cenário desejado para o município de Nova Lima. 13 3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO Os dados e informações contidas neste capítulo oferecem uma visão geral do município de Nova Lima e são fundamentais para análise das estratégias potenciais e contextuais do Ecoturismo. É importante ressaltar que, essas informações foram compiladas de textos, documentos e outras fontes provenientes de estudos e levantamentos relacionados ao município, cedidas pela Secretaria Municipal de Turismo. Todas as fontes estão citadas ao final deste estudo no item “Referência Bibliográfica”. FIGURA 01 – Mapa de Localização e Acesso - Município de Nova Lima Fonte: Instituto de Geociências Aplicadas – IGA - Cidades 14 a. Aspectos Físicos e Geográficos LOCALIZAÇÃO Macrorregião Central Microrregião Metropolitana – RMBH Quadrilátero Ferrífero Circuito do Ouro Estrada Real ÁREA TERRITORIAL POPULAÇÃO MUNICÍPIOS LIMÍTROFES Belo Horizonte Brumadinho Itabirito Sabará Rio Acima Raposos PRINCIPAIS RECURSOS ECONÔMICOS Extração mineral Comércio e serviços Indústria RELEVO Plano - 5% Ondulado - 15% Montanhoso - 80% TEMPERATURA ANUAL Máxima – 27,1º C Média - 21,1º C Mínima – 16,7º C VEGETAÇÃO Fonte: 429,164 km2 80.998 habitantes (IBGE, 2010) PRINCIPAIS RODOVIAS MG-030 MG-437 BR-040 BR-356 DISTÂNCIAS APROXIMADAS Belo Horizonte - 22 km Brasília – 765 km Rio de Janeiro - 455 km São Paulo – 600 km Vitória – 560 km ALTITUDE Máxima - 1583 m (Serra do Cachimbo) Mínima - 722 m (Rio das Velhas) HIDROGRAFIA Bacia do Rio São Francisco Rio das Velhas Rio do Peixe Ribeirão dos Macacos Ribeirão dos Cristais Córrego Cardoso Ribeirão da Mutuca Campos de altitude Mata atlântica em transição Cerrado Instituto de Geociências Aplicadas - IGA Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010) 15 b. Aspectos Históricos e Culturais Seu povoamento data de 1701, quando o bandeirante paulista Domingos da Fonseca Leme ali se instalou em busca de ouro. Antes de sua denominação atual, de 1923, chamou-se Campos de Congonhas, Congonhas das Minas de Ouro, Congonhas de Sabará e, ao emancipar-se em 1891, Vila de Nova Lima, em homenagem ao poeta, historiador e político Augusto de Lima, nascido na região. A cidade guarda antigas e importantes manifestações populares como o Auto das Pastorinhas, Cavalhadas, Guarda de Marujos e de Nossa Senhora do Rosário e danças de quadrilhas. Ainda, abriga parte da área do Parque Estadual do Rola-Moça, a Mata do Jambreiro, inúmeras cachoeiras, trilhas e espaços verdes para o lazer e a contemplação, comprovando sua vocação para o Ecoturismo. i. Honório Bicalho É um distrito do município de Nova Lima situado há aproximadamente 5 Km do distrito sede. O rio das Velhas perfaz uma meia-lua em torno do distrito. A Mineração já foi intensa no distrito com a exploração das Minas do Faria, Mina de Bicalho e do Glória. Hoje as minas não são mais exploradas. Possui uma população de aproximadamente 6.000 habitantes. Conta com saneamento básico e iluminação pública. Em 1881 começou a ser construída a Estrada de Ferro D. Pedro II. Em 1890, já na república e com a ferrovia rebatizada Estrada de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada a estação do trem em Barra do Ribeirão dos Macacos e para homenagear o engenheiro civil que planejou e construiu a ferrovia a estação passou a se chamar, Honório Bicalho. A partir daí e por cerca de 90 anos a estação foi o centro da vida do lugar. Tudo girava em torno dela. O funcionamento dela determinava o ritmo das coisas. .Com a desativação do transporte ferroviário 16 a estação foi abandonada e foi pouco a pouco sendo depredada até ser totalmente demolida. O distrito volta a um período de declínio e de dependência agora em relação a sede de Nova Lima. Honório Bicalho está situada no trajeto da Estrada Real que ligava o Rio de Janeiro às minas chegando até Diamantina. A Estrada Real é uma das principais ações dos órgãos oficiais assim como dos principais operadores do segmento turístico, os quais podem beneficiar o distrito e incrementar um novo ciclo econômico tendo por base as atividades de ecoturismo. ii. São Sebastião das Águas Claras (Macacos) O distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, começou a ser povoado na primeira metade do século XVIII e, já em 1740, constava como arraial no censo populacional realizado na Vila de Sabará. O Arraial de Macacos tem seu crescimento ligado à exploração de ouro no chamado "Descoberto dos Macacos", notadamente por volta de 1765. A posição geográfica de Macacos, banhada pelos Córregos das Taquaras, Fundo, Tamanduá e Marumbé, que despejam suas águas no Ribeirão de Macacos, foram condições que formaram um caminho que atraiu grande número de mineradores. Os bandeirantes pioneiros foram Fernão Dias e seu genro, Borba Gato. Eles andaram pelas matas e deram os nomes primitivos, respectivamente, de Ribeirão dos Macacos e de Córrego dos Feixos. A proximidade da Capital e a beleza dos recursos naturais fazem com que o povoado venha experimentando, nos últimos anos, o crescimento da atividade gastronômica e da prática do ecoturismo, que atrai cada vez mais turistas que procuram a natureza, o lazer e o descanso. 17 3.3. Recursos e Atrativos Turísticos Naturais O atrativo turístico é peça fundamental no sistema de turismo, pois é ele o fator motivador do deslocamento. Contudo, é importante diferenciar atrativos de recursos, como aponta Gunn (1993) apud OMT (2001) “os recursos naturais, culturais, etc. são o fundamento para o desenvolvimento posterior da atração”, isto é, o atrativo turístico passa a existir a partir do momento que são fornecidas as condições necessárias para que seja conhecido. Essas condições podem ser entendidas como acesso, serviços de hospedagem, alimentação, transportes, dentre outros. Os aspectos naturais do município de Nova Lima constituem as principais matérias-primas dos atrativos turísticos do destino. A grande variedade de ambientes formada pelas serras, vales, rios, cachoeiras, vegetação, fauna e clima compõe uma paisagem que estimula a visitação de pessoas do local e de outras partes do país. Assim sendo, serão apresentados neste momento, os principais recursos naturais com potencialidade e/ou uso turístico do município. 3.3.1. Unidades de Conservação e Áreas Protegidas O município de Nova Lima possui cerca de 70% do seu território protegido por algum tipo de unidade de conservação, o que totaliza 8.718 hectares de áreas preservadas. O território encontra-se coberto por vegetação de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, abrigando matas importantes como a do Jambreiro, a Mata do Espírito Santo, a Mata do Parque Municipal Rego dos Carrapatos, a Mata Samuel de Paula, a Mata do Mutuca, a Mata do Tumbá, a Mata Vargem do Lima, a Mata do Faria, a Mata dos Fechos, a Mata do Capão, a Mata Capitão do Mato, entre outras tantas. 18 Além do mais, estão no município o Rio das Velhas, o maior afluente do Rio São Francisco e as Serras do Curral, Rola-Moça e Moeda. Essas formações do relevo compreendem ramificações da Cordilheira do Espinhaço, declarada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Reserva da Biosfera, desde 26 de junho de 2005. Boa parte dos recursos e atrativos ecoturísticos encontra-se nas Unidades de Conservação – Ucs em diversas categorias, como Parques, Áreas de Preservação Ambiental e Proteção Especial e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPNs. Em Nova Lima existem 06 Unidades, sendo 02 de proteção integral, o Parque Estadual da Serra do Rola Moça e o Parque Municipal do Rego dos Carrapatos; e outras 04 de uso sustentável, a Área de Proteção Ambiental Sul da região metropolitana de Belo Horizonte – APAsul, a Reserva Particular do Patrimônio Natural do Fechos, a Reserva Particular do Patrimônio Natural do Jambreiro e Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata Samuel de Paula. 3.3.1.1. Parque Estadual da Serra do Rola-Moça Instituído por meio do decreto 5.831, de 06/07/60. Compreende uma área de 3.950 ha sendo 774 ha em Nova Lima, na região do Bairro Jardim Canadá. A área onde se encontra o Parque apresenta variações climáticas e de relevo e solo, além de altitude elevada, numa área de transição entre dois biomas brasileiros, Mata Atlântica e Cerrado. Além disso, possui uma rica e especial biodiversidade. O Parque é drenado pelos cursos d`água de duas sub-bacias hidrográficas, a do Rio das Velhas e a do Paraopeba, que se encontram em altitude que varia de 1.000 a 1.430m em relação ao nível do mar. Os tipos de vegetação vão da floresta estacional semidecidual à savana ou cerrado, passando pela savana gramíneo-lenhosa e pelos Refúgios Ecológicos: 19 um tipo de vegetação com características diferentes da predominante na região, conhecido também como relíquias. Abrigam em suas “flores-anãs” o pau-d´-óleo (copaifera langsdorffii, Fabaceae), Clusia arrudae (Clusiaceae), o pacari (Lafoensia pacari, Lythraceae), a canjerana (Cabralea canjerana, Meliaceae) e Myrcia fallax (Myrtaceae). No extrato herbáceo e na transição dessas matas, encontram-se com frequência espécies das famílias Araceae, Bromeliaceae e Orchidaceae, algumas delas ameaçadas de extinção. A variedade de ecossistemas encontrados na região de Nova Lima e, por conseguinte, na região do Parque Estadual do Rola-Moça, contendo formações vegetais onde se destacam, entre outras, a canela-de-ema (Vellozia sp.), e diversificada fauna, com presença do mico-estrela (Callithrix sp.), do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), e espécies da fauna ameaçadas de extinção. Abriga, ainda, seis importantes mananciais de água. São eles: Tabões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina, declarados pelo governo estadual como Áreas de Proteção Especial, que garantem a qualidade dos recursos hídricos que abastecem parte da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Esses fatores fazem com que a mesma seja dotada de uma riqueza natural peculiar, que sofre pressões tanto pela exploração mineral quanto pela implantação de empreendimentos imobiliários, resultando daí a importância de se garantir a conservação dos recursos. O Parque Estadual do Rola Moça possui grande potencial para o ecoturismo, com trilhas para caminhadas e bicicleta, mirantes, observação de aves, fauna e flora. 3.3.1.2. Parque Ecológico Municipal Rego dos Carrapatos A área foi doada ao município em 1996 pela Mineradora Morro Velho. Ocupa uma área de 160 ha, situado na sede do município, adjacente à Mata do Jambreiro. 20 Inserida nesse parque, encontra-se a mais antiga banqueta já construída em Nova Lima. A construção data de meados do ano 1810. O Rego dos Carrapatos, de 5,5 km de extensão, foi o responsável pela captação de água potável para a então Congonhas do Sabará, hoje Nova Lima. Nos últimos 100 anos, a água da banqueta foi utilizada também para a lavagem do ouro. A caminhada, a observação da fauna e flora são os principais atrativos do parque. Os principais representantes da fauna local são: saíra, sabiá, bem-te-vi, assanhaço, jacu (maior ave da região) e mamíferos: ariranha ou lontra (ameaçada de extinção), paca, gato-do-mato entre outros. Em relação às espécies da flora, pode-se encontrar: jacarandá, peroba, pau d’óleo, pau-doce, canela, cortiça, sangra d’água, plantas ornamentais, lírios nativos da Mata Atlântica e samambaiaçu, planta-símbolo do parque. Algumas delas possuem mais de 100 anos de existência. No Parque, não é permitida a utilização de bicicletas ou motocicletas e a presença de animais domésticos. 3.3.1.3. Área de Proteção Ambiental - APA SUL Concentra mais de 50% de todas as reservas minerais nacionais de ferro na chamada “região do Quadrilátero Ferrífero” e ainda alta densidade industrial e populacional. A área compreende o total de 163.000 ha e envolve 13 municípios – Nova Lima, Belo Horizonte, Caeté, Itabirito, Rio Acima, Raposos, Ibirité, Mário Campos, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Catas Altas, Brumadinho e Sarzedo. A APA Sul apresenta diversidade de cobertura vegetal, caracterizada pela presença de campos sujos e cerrados. Essa região é responsável por 70% do abastecimento de água da cidade de Belo Horizonte e por 55% dos demais municípios da Região Metropolitana. A proteção 21 tem como objetivo preservar os recursos hídricos que assegurem a viabilidade econômico-ecológica da região, assim como preservar a fauna e a flora regionais. 3.3.1.4. Área de Proteção Especial - APE - Mutuca Área de 1250 há está inserida no Parque Estadual Serra do Rola Moça e é tributária do Ribeirão dos Cristais. A vegetação preponderante da área é característica do cerrado, com ocorrência de espécies de transição entre Mata Atlântica e Cerrado. A cobertura vegetal arbórea corresponde a 371 ha e a fauna existente apresenta um alto índice de diversidade e espécies endêmicas. As principais espécies identificadas são: Aves - sabiá-barranqueiro, tico-tico, codorna, anu-preto, tangará-dançarino, pica-pau, beija-flores, coruja buraqueira, tlê-preto. Duas espécies em extinção (jacu, chibante); Mamíferos - cachorro-do-mato, tatu-galinha, cuíca, gambá-de-orelha, branca, sagui, coati, paca, veado-campeiro. A APE – Mutuca é administrada pela Copasa, responsável pelo abastecimento de água na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Localizado junto à Área de Proteção do Mutuca, encontra-se o Centro de Educação Ambiental do Mutuca CEAM, criado em 1998. O local é mantido pela administradora e atende um público de mais de 15 mil pessoas, especialmente alunos de escolas de ensino fundamental e ensino médio da Grande Belo Horizonte. Existe um sistema de trilhas interpretativas formado por um conjunto de percursos e locais específicos, denominados Trilha da Mata Ciliar, Berçário das Borboletas, Comedouro, Trilha do Córrego, Trilha da Paca e Mãe d’Água, além de locais para palestras e oficinas. 22 3.3.1.5. Área de Proteção Especial - APE - Fechos Esta reserva possui área de 1074 ha e é administrada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais - Copasa. A reserva foi criada com o objetivo de proteger o manancial da bacia do Ribeirão dos Fechos e dos ambientes naturais lá existentes A vegetação preponderante é característica do Cerrado, com ocorrência de espécies de transição entre Mata Atlântica e Cerrado. A cobertura vegetal arbórea corresponde a 416 ha. A fauna existente apresenta um alto índice de diversidade e espécies endêmicas, incluindo aquelas que figuram na “Lista de espécies ameaçadas de extinção da fauna de Minas Gerais”, tais como: mutumdo-sudeste, capoeira, jacu, povó, macuco, macaco sauá e gato-do-mato. Outras espécies encontradas: cachorro-do-mato, sagui, caxinguelê, caititu, tatu-galinha, cuíca, curiango, perdiz, bem-te-vi, tuim. 3.3.1.6. Reserva Particular do Patrimônio Natural do Jambreiro A Mata do Jambreiro localiza-se na vertente sul da Serra do Curral e representa uma extensa formação da Mata Atlântica, já em transição para o cerrado. Com uma área de 912 ha, a mata é uma das mais importantes reservas ambientais da grande Belo Horizonte e tornou-se Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN. Na Mata do Jambreiro, convivem, em perfeito equilíbrio, a flora, a fauna e o sistema de águas, composto pelos córregos Aperta-Pé, Jambreiro, Águas-Claras, Campo-Alegre, Crioulos, Criminoso, Diamante e Samambaia, contribuintes do Córrego Cardoso, afluente do Rio das Velhas. A fauna que ali abriga é terrestre e composta por pequenos animais: tamanduás, quatis, pacas, macacos e pequenos felinos. Estudos preliminares da avifauna revelaram a existência de mais de 100 espécies de aves que vivem nessa mata, o que representa 21% da avifauna mineira. 23 A flora local apresenta mais de 400 espécies botânicas, como o jacarandá, a peroba, o jequitibá, o pau-de-óleo, o cedro, o ipê, a braúna e as canelas. Nessa área encontra-se o Centro de Educação Ambiental – CEA de propriedade da Vale do Rio Doce. As atividades educativas são dirigidas prioritariamente a professores e alunos das redes pública e particular de ensino da Região Metropolitana de Belo Horizonte e Nova Lima. O CEA pode ser visitado por grupos, mediante agendamento prévio. O CEA possui auditório, sala de exposições, casa de chá, galpão para oficinas, playground, maquete educativa, mirante e sete trilhas que se embrenham pela mata. FIGURA 2 – RPPN do Jambreiro Foto: Impactur A RPPN fica contígua à atualmente exaurida e desativada mina de Águas Claras, onde a área minerada foi totalmente revegetada e mantida lagoa de contenção de resíduos provenientes da lavagem de minério. Esses ambientes, assim como as minas em produção, são utilizados como referência no processo educativo desenvolvido no CEA, mostrando a estudantes e professores que a atividade minerária desenvolvida com responsabilidade ambiental não deixa áreas degradadas. 24 FIGURA 3 – Mapa de Trilha Interpretativa na RPPN do Jambreiro Fonte: Impactur Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata Samuel de Paula A vegetação é remanescente de Mata Atlântica, com 147,83 ha e, desde 2000, abriga a sede do Centro de Educação Ambiental Harry Oppenheimer da AngloGold Ashanti CEAHO, cujo objetivo é desenvolver ações para a melhoria ambiental a partir da participação da comunidade. FIGURA 4 – Ribeirão dos Cristais – Mata Samuel de Paula - Foto: Impactur A RPPN abriga o Centro de Educação Ambiental "Harry Oppenheimer". Funcionando na antiga “Máquina” datada do final do século XIX. Em outubro de 25 2000 a Mineração Morro Velho/Anglo Gold recuperou a antiga Casa de Força onde hoje abriga o Centro de Educação Ambiental "Harry Oppenheimer". FIGURA 5 – CEA Harry Oppenheimer Foto: Impactur 3.3.1.8. Mata Capitão do Mato Com 810 ha, compreende área remanescente da Floresta Atlântica, administrada pela Vale do Rio Doce. Na vegetação predominam a Mata de Galeria, os Campos Abertos e os Campos de Altitude. Esses ambientes constituem-se de cobertura original e funcionam como estoque de biodiversidade. Nessa mata, encontram-se importantes nascentes dos Ribeirões Capitão do Mato e Marinhos, tributários do Rio do Peixe, importante afluente do Rio das Velhas. 3.3.1.9. Mata do Tumbá ou Mata de Macacos Localizada na região de São Sebastião das Águas Claras, abrange uma área de 169 ha de florestas de galeria. A mata está inserida em área de transição entre Cerrado e Mata Atlântica, sendo detectados elementos da fauna de ambos os ecossistemas. Pela sua importância, foi considerada pela MBR como área de preservação permanente a partir de 1987. Em razão da diversidade biológica local, a Mata do Tumbá foi identificada por pesquisadores da Fundação Biodiversitas como área que deve ser protegida por ser dos últimos remanescentes de mata nativa. No entanto, a reserva está sujeita a atividades 26 humanas de alto impacto para ambientes naturais, representadas principalmente por minerações e loteamentos urbanos. São também consideradas áreas de Reserva Legal e de utilização limitada no município de Nova Lima: Mata Capão Xavier, administrada pela MBR, na região do Jardim Canadá. Área de Preservação Luzia da Mota, conjunto com três cachoeiras, sendo a última com 15 m de altura. A área tem 385,46 ha com terras também nos municípios de Rio Acima e Raposos. Mata do Faria, área de proteção administrada pela AngloGold, com 75 ha, no Ribeirão dos Macacos. Mata do Espírito Santo, área de vegetação remanescente de Mata Atlântica, localizada junto à estrada de acesso a Raposos. Fazenda Fernão Paes, área de preservação de 71 ha, de responsabilidade da AngloGold Ashanti. 3.3.2. Recursos Hídricos 3.3.2.1. Lagoa dos Ingleses A lagoa dos Ingleses é um reservatório de água, do qual a empresa AngloGold Ashanti é concessionária. No seu entorno está o empreendimento imobiliário Aphaville Lagoa dos Ingleses. A vegetação predominante na região é a de campos, ocorrendo pequenas manchas de cerrado. A fauna da região é constituída por pequenos mamíferos e aves. Em virtude da beleza natural, a 27 região tornou-se uma das áreas preferidas para realização de esportes náuticos e outros tipos de eventos. O Minas Tênis Clube mantém um clube náutico no local. No Alphaville está localizado o Minas Radical, espaço privado de entretenimento, com equipamentos e condições adequadas para a prática de paintball, arvorismo, rapel, tirolesa e escalada. O local recebe turistas durante todo o ano e tem a capacidade de atender até 100 pessoas por hora. 3.3.2.2. Lagoa das Codornas Localizada na região de Rio de Peixe, a lagoa faz divisa com o Município de Itabirito. O acesso às margens da lagoa bem como à barragem é restrito ao público (a lagoa é reservatório de água pluvial, usado para geração de energia elétrica). Normas de segurança internas da empresa proprietária regulamentam o acesso a estas áreas. 3.3.2.3. Lagoa do Miguelão Às margens da BR-040, com entrada após o condomínio Morro do Chapéu. O acesso às margens da lagoa é restrito ao público (a lagoa é reservatório de água pluvial, usado para geração de energia elétrica). Normas de segurança internas da empresa proprietária regulamentam o acesso a estas áreas. 3.3.2.4. Cachoeira de Macacos Localizada no distrito de São Sebastião das Águas Claras, a Cachoeira dos Macacos, como é conhecida, é formada por um salto único de aproximadamente 2 metros de altura. O local é contornado por formações rochosas, por onde a água percorre. A vegetação circundante é de mata de galeria, e a fauna é representada por aves de pequeno porte, cigarras e insetos. A água é límpida e a temperatura é em torno de 20ºC. O local é bastante procurado por visitantes do entorno regional. 28 3.3.2.5. Cachoeira das Vinte e Sete voltas A cachoeira localiza-se em uma mata que leva o mesmo nome. É formada por três quedas d’água, sendo a última de, aproximadamente, 30 metros de altura. O lugar possui beleza exuberante e se encontra em bom estado de preservação. O acesso é bom, podendo ser feito de veículo até próximo ao local e ser seguido a pé pela trilha, margeando a banqueta. 3.3.2.6. Banqueta do Rego Grande Construção do final do século XIX. Tinha como função principal servir como reservatório de água no auxílio da casa de força. Esse represamento do córrego resultou numa região de caminhadas e passeios ecológicos, devido à beleza natural da região em que se localiza a Mata Samuel de Paula. O açude é uma área de represamento do Ribeirão dos Cristais do qual segue-se a banqueta do Rego Grande. A Banqueta do Rego Grande tem sua história ligada à Mineração. Para a lavagem do ouro na mina, era necessário que existisse água para que tal função fosse desempenhada. Os ingleses então tiveram a ideia de tentar fazer com que as águas claras do Ribeirão dos Cristais chegassem à mina através da construção de uma banqueta d’ água. E assim foi feito. De incrível perfeição, a Banqueta do Rego Grande mantém até hoje suas características originais e o seu trajeto em nada mudou desde aqueles tempos. A Máquina era a antiga casa de força que gerava toda a energia elétrica para a empresa. Hoje ela está totalmente desativada e funciona como Centro de Educação Ambiental "Harry Oppenheimer". O conjunto Açude – Máquina – Banqueta – Peneira – Bicame, se completavam num objetivo comum: a manutenção da Mineração. A população de Nova Lima pratica caminhadas, passeios ecológicos, ciclismo e outras atividades de lazer e recreação nessa região, por ser uma área plana e de bela paisagem natural. 29 3.3.3. Organizações Sociais 3.3.3.1. Instituto Kairós O Instituto Kairós é uma organização não governamental sem fins lucrativos sediada no Distrito de São Sebastião das Águas Claras, Nova Lima – MG. Em parceria com a Prefeitura Municipal de Nova Lima e a Vale do Rio Doce, o Instituto implantou o Centro Kairós, onde são promovidos cursos, oficinas, treinamentos e uma rede de ações sociais ligadas ao desenvolvimento ambiental e cultural da comunidade de São Sebastião das Águas Claras e região. Dentre outras atividades, são praticadas a bio-contrução, a agroecologia (nos processos de agricultura familiar e no uso popular das plantas medicinais), atividades culturais, artísticas, educativas e de geração de renda. 3.3.4. Trilhas e Caminhos Ecoturísticos A principal função das trilhas sempre foi suprir a necessidade de deslocamento. No entanto, pode-se verificar que ao longo dos anos houve uma alteração de valores em relação às trilhas. De simples meio de deslocamento, as trilhas surgem como novo meio de contato com a natureza. A caminhada incorpora um novo sentido, passa a ter um sentido em si própria e recebe um grande número de adeptos. Neste sentido, o município de Nova Lima propicia aos adeptos do Ecoturismo inúmeras opções de interação com o meio ambiente, seja através da prática de esportes de aventura, da contemplação propriamente dita ou pela simples caminhada. As trilhas das 27 voltas, do Padre Pequeno, Luzia do Mota, Represa do Cambimbe são opção para adeptos de caminhadas longas, como trekking e hiking. Outras como a do Zumbi II, do Cruzeiro, apesar de curtas apresentam certo grau de dificuldade, conforme estudo diagnosticado pelo Departamento de Turismo de Nova Lima. 30 3.3.4.1. Estrada Real Em Nova Lima, no distrito de Honório Bicalho, passa a Estrada Real, que vai de Diamantina ao Rio de Janeiro, passando por 162 municípios mineiros, 8 do Rio de Janeiro e 7 de São Paulo. Durante 150 anos, a Estrada Real levou o ouro, os diamantes e as esmeraldas para os navios atracados no litoral. Teve suas origens nas picadas abertas pelos índios em suas andanças pelo sertão e nos caminhos dos bandeirantes em busca de indígenas, ouro e pedras preciosas. O início da Estrada Real se mistura com a abertura dos caminhos da Capitania de São Paulo para o sertão de Minas Gerais. A história da Estrada Real, com seus registros e passagens controlados para evitar contrabandos e os descaminhos do ouro, se confunde com a história de Minas e do Brasil. Pelos pousos e estalagens ao longo do caminho, o alferes Tiradentes pregou seus ideais de liberdade e independência trinta anos antes que D. Pedro I visitasse as Minas Gerais, percorrendo as mesmas trilhas. Durante quase duzentos anos, a Estrada Real foi a única via de acesso à capital Ouro Preto e todo interior mineiro. Instrumento fundamental para o desenvolvimento do Brasil Colônia, a Estrada Real, cuja importância avançou pelos séculos XVIII e XIX, reencontra agora a vocação de canal da prosperidade e da integração através do turismo. A exuberância das áreas verdes e da qualidade de vida presentes no trecho do distrito de Honório Bicalho, representa importante atrativo turístico para a região que se insere no Caminho Sabarabuçu. Este Caminho foi integrado em 2006 ao traçado da Estrada Real como uma extensão do Caminho Velho que abrange em cerca de 150 km as localidades de Cocais (distrito de Barão de Cocais), Morro Vermelho (distrito de Caeté), Sabará, Raposos, Honório Bicalho (distrito de Nova Lima), Rio Acima, Acuruí (distrito de Itabirito) e Glaura (distrito de Ouro Preto). 31 3.3.4.2. Trilha Parque Rio das Velhas Via ecoturística de resgate histórico-cultural e ambiental, cujo trecho de 30 km se inicia no distrito de Mazagão, em Itabirito, passa pela cidade de Rio Acima e termina no distrito de Honório Bicalho, em Nova Lima. A Trilha Parque se constitui em um novo corredor de ecoturismo, com o objetivo de promover atividades sustentáveis regulares para conservação das matas ciliares, recuperação dos cursos d’água e dos remanescentes de Mata Atlântica, cerrado e campos rupestres encontrados nessa região. Inaugurado em 9 de junho de 2002. 3.3.4.3. Projeto Caminhadas na Natureza O projeto Caminhadas na Natureza foi concebido pela Federação Internacional de Esportes Populares (IVV), sediada na França, e conta com a participação de 35 países, totalizando 17 milhões de caminhantes em todo o mundo. O objetivo é incentivar a prática do ecoturismo, oferecendo aos participantes opções de trilhas existentes no município, movimentando a cadeia produtiva do turismo e promovendo a participação de pousadas e restaurantes. Em Nova Lima o projeto teve inicio em 2009 e buscando atingir ecoturistas, comunidade, donos de pousadas e restaurantes, artesãos, empresas do município e ONGs. As inscrições para participar do projeto geralmente são gratuitas e divulgadas nos veículos de comunicação da cidade. Percursos implantados: Circuito Haras Marcha D'Ouro Circuito Honório Bicalho Circuito Farol da Serra Circuito Vista da Montanha FIGURA 6– Caminhada na Natureza – Circuito Vista da Montanha - Foto: Impactur 32 3.3.4.3. Projeto Nossas Trilhas Realizado pela Secretaria de Turismo de Nova Lima em que foram feitas uma série de registros e análises dos principais percursos e trilhas utilizadas por visitantes e moradores para acessar os recursos naturais do município. As trilhas foram percorridas, mapeadas e avaliadas as condições de uso para a atividade turística das regiões de São Sebastião das Águas Claras (Macacos), Honório Bicalho e da sede. Nos quadros abaixo estão sintetizados os resultados do projeto para as regiões de Macacos e Honório Bicalho. As trilhas da sede não constam nos quadros, sendo elas: Trilha Banqueta Rego dos Carrapatos Trilha Banqueta Rego Grande Trilha Banqueta Rego dos Amores Trilha Banqueta Palhada e Dumbá Eco Trilha Eureka Eco Trilha Sete Cruzes 33 Projeto Nossas Trilhas – Honório Bicalho Eco Trilha Padre Pequeno Eco Trilha Vinte e Sete Voltas Eco Trilha CruzeiroAzulão Eco Trilha Zumbi Eco Trilha Matozinhos Eco Trilha do Rancho Eco Trilha Cambimbe Eco Trilha Luzia do Mota Eco Trilha Zumbi II Acesso Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Grau de Dificuldade Moderado. (longa extensão) Moderado. (longa extensão) de leve a moderado. Leve. Leve. leve para moderado (longa extensão) Moderado. (longa extensão). Pesado. Pesado. Apesar da curta extensão, é de difícil acesso. Estado de Conservação Regular (lixo e erosões) Regular. regular a bom. Bom. Regular. Bom. Bom. Bom. Regular. Declividade do Relevo Irregular Irregular. Irregular. Levemente irregular. Plano. Ascendente e Descendente. Irregular. Irregular. Irregular. Segurança Boa (acomp. Condutor) Boa.(acomp. Condutor) Boa. Boa. Boa. Boa. Boa. Boa. (acomp. Condutor) Ruim (trechos com perigo de acesso). Recursos Hídricos ribeirão Cambimbe (Afluente do Rio das Velhas) e nascentes. ribeirão Cambimbe (Afluente do Rio das Velhas) e nascentes. Atrativos Mina, Ribeirões, matas, gruta, cachoeira, banquetas, ruínas, estrada real. Banqueta Córrego 3 (elemento Barras e construído), “Perta Cunha”, córrego zumbi Poço Azulão e cascata. Cruzeiro, vista do bairro, Minas, Matas, banqueta, banquetas, poço, matas, cachoeira, linha férrea, Estrada Real Linha Férrea, Matas, mina antiga, banqueta, cascata. Ribeirão dos Macacos (afluente Rio das Velhas) Banqueta, Ribeirão, Santuário de Matozinhos, açude (mirante), peneira, Usina do Gaia (lado Ribeirão cambimbe. Linha férrea, rancho, ribeirão cambimbe, matas. Represa do Cambimbe. Belas vistas, ruínas, matas e represa. Córrego da Córrego Luzia, ribeirão Zumbi, do cambimbe, cascata zumbi poços, II. cachoeira. Vitas, ruínas, matas, cachoeira, estrada real, poços. Mata do Zumbi, Banqueta Zumbi, Cascata Zumbi, construções da mineração 34 Eco Trilha Padre Pequeno Eco Trilha Vinte e Sete Voltas Eco Trilha CruzeiroAzulão Eco Trilha Zumbi Eco Trilha Matozinhos Eco Trilha do Rancho Eco Trilha Cambimbe Eco Trilha Luzia do Mota oposto) Eco Trilha Zumbi II Morro Velho Forma forma de oito linear Circular. Linear. Linear. Linear /Atalho Linear. Linear, atalho. Circular. Grau de Interesse Turístico Alto (vide atrativos) Alto. Alto. Alto. Alto. Alto. Alto Alto. Regular. Com boa resistência física. 1ª parte: público com boa resistência física/ou qualquer idade se for de carro até a banqueta Acima 11 anos, boa resistência física, visto que há uma subida íngreme até o cruzeiro. Qualquer idade. Qualquer idade. Qualquer idade. Qualquer idade, porém com resistência para caminhadas longas. Com boas condições físicas. Com boas condições físicas e disposto a desafios. hiking, ciclismo, cavalgada. hiking, rapel, ciclismo, tirolesa contemplativa s hiking, ciclismo, cavalgada. hiking, ciclismo, cavalgada. hiking, ciclismo, bicicross, cavalgada. hiking, trekking, ciclismo, cavalgada. hiking, trekking, ciclismo, cavalgada. Publico hiking, ciclismo, Potencial para bicicross, Atividade cavalgada, Ecoturismo contemplativa s e em alguns trechos jipe. Caminhadas e Rapel. 35 Eco Trilha Padre Pequeno Eco Trilha Vinte e Sete Voltas Eco Trilha CruzeiroAzulão Eco Trilha Zumbi Cerrado, Mata Cerrado, de Galeria, Campo Cerrado. remanescente Mata Ciliar, Cerrado, remanescente de mata remanescente remanescente de mata atlântica de mata de mata atlântica atlântica atlântica Vegetação / Flora Km Gameiras, Candeias, Pau Santo, Gameiras, Barbatimão, Barbatimão, Alecrim, Pau Santo, Macaúba, Mandioqueira, Embaúba, Quaresmeira, Tapiá, Acoita embaúba, etc. Cavalo, Quaresmeira, embaúba. Aprox. 5 km 5,2 Km Tempo gasto De ida e volta Aprox Aprox 3horas (Depende do público) Fonte: Secretaria Municipal de Turismo Eco Trilha Matozinhos Mata ciliar, Eco Trilha do Rancho Eco Trilha Cambimbe Eco Trilha Luzia do Mota Eco Trilha Zumbi II Cerrado, Cerrado, Cerrado, presença da Campo Campo Campo tipologia de Cerrado, Mata Cerrado, Mata Cerrado, Mata cerrado, de Galeria, de Galeria, de Galeria, remanescente Mata Ciliar. Mata Ciliar. Mata Ciliar. de mata remanescente remanescente remanescente atlântica, mata de mata de mata de mata ciliar. atlântica atlântica atlântica Embaúba Ausência da equipe de Meio Ambiente. Ausência da equipe de Meio Ambiente. espécies frutíferas, capim brachiária e espécies nativas em estágio inicial a médio de regeneração Aprox. 2km Aprox. 1,5 Km Aprox. 2 km Aprox. 4km Gameiras, Gameiras, Barbatimão, Barbatimão, Pau Santo, Pau Santo, Mandioqueira, Mandioqueira, Quaresmeira, Quaresmeira, embaúbas, embaúbas, etc. etc. Aprox. 5km Aprox 2 horas. Aprox. 1 hora. Aprox 2 horas. Aprox 3 horas. Aprox. 5 horas Ausência da equipe de Meio Ambiente. Aprox. 10km. Aprox. 2 km Aprox. 6 horas. Aprox 2 horas. 36 Projeto Nossas Trilhas – São Sebastião das Águas Claras (Macacos) Acesso Eco Trilha Cachoeira de Macacos Eco Trilha Capela Velha Eco Trilha Marumbé Eco Trilha Fontinha Eco Trilha Engenho Eco Trilha Tamanduá Ótimo Ótimo Ótimo. Ótimo. Ótimo. Ótimo. Ótimo. Ótimo. Ótimo. Leve. Moderado. Pesado, caso se opte por subir ao pé do Morro da Cruz. Moderado. Pesado. Necessário realizar rapel. Pesado. A trilha não está totalmente aberta. Pesado. Regular. Regular. Ruim, muito lixo ao longo da trilha. Descendente, caso se inicie do Morro da Cruz. Senão Irregular. Grau de Dificuldade Leve Estado de Conservação Regular (cachoeira poluída) Moderado. Declividade do Relevo Pouca declividade Irregular. Segurança Boa (acomp. Condutor) Boa.(acomp. Condutor) Boa. Recursos Hídricos Ribeirão, rego, córrego (afluente do ribeirão), queda d’água. Ribeirão dos Macacos Ribeirão dos Macacos, a cachoeira, Córrego Tamanduá. Irregular. Regular. (deve-se ter cuidado nas descidas. Ribeirão dos Macacos, conhecido neste trecho como Rib. Da Fontinha. Cachoeira de Macacos. Moderado. Eco Trilha Eco Trilha Flávio Passos Flávio Passos II Eco Trilha Estrada Antiga Bom. Bom. Bom. Bom. Bom. Mas alguns trecos apresentam erosões. Irregular com alguns trechos com pouca declividade. Pouca declividade. Irregular. Irregular. Irregular. Boa. (acomp. Condutor) Regular. Indispensável presença de condutor Regular. A trilha não é totalmente aberta. Regular. A trilha não é totalmente aberta. Regular. Indispensável presença de condutor. Córrego, nascentes. Rego “Tamanduá”, córrego?, represa Tamanduá (MBR). Córrego, cachoeira. Ribeirão dos Macacos, do Dumbá e outros córregos. Córrego, cachoeira. 37 Eco Trilha Cachoeira de Macacos Eco Trilha Capela Velha Eco Trilha Marumbé Eco Trilha Fontinha Capela de Macacos, Ribeirão dos Macacos, Capela Santo Ribeirão dos Daime, Morro Macacos, da Cruz, de Cachoeira de onde se pode Macacos, ter um mirante Morro da Cruz, com vista para: vistas para Seis Pistas, bairro Vila da Serra do Serra, outros Curral, distrito córregos. de Macacos, Morro do Pires, etc. e Cachoeira de Macacos. Eco Trilha Engenho Paisagem, córrego, nascentes. Eco Trilha Tamanduá Eco Trilha Eco Trilha Flávio Passos Flávio Passos II Vista para Fechos, Banqueta, Rego, Represa. Cachoeira, vista para Estação Ecológica de Fechos, extensa área verde. Eco Trilha Estrada Antiga Antiga estrada, vista Parque Ribeirão, vista Engenho, para mata e Pasárgada, cachoeira, Morro do extensa área Chapéu, Morro verde. do Pires, Alta Vila. Atrativos Mata, riacho, cachoeira. Matas, Ribeirão. Forma linear Circular Oito. Circular. Linear. Linear. Circular. Circular. Linear. Grau de Interesse Turístico Alto (vide atrativos) Alto. Alto. Alto. Alto. Alto. Alto Alto. Regular. Variado. Variado, caso um veículo leve até o ponto de partida (prox. ao Morro da Cruz). Com boa resistência física, caso queira fazer a trilha completa. Variado, caso se retorne da rua servidão. Acostumado a caminhadas longas. Adeptos de esportes radicais, caminhadas longas e pesadas. Adeptos de esporte radicais, caminhadas com alto grau de dificuldade. Com boas condições físicas e disposto a desafios. Publico Variado. Variado. ( obs.: longo percurso). 38 Eco Trilha Cachoeira de Macacos Potencial para Atividade Ecoturismo Vegetação / Flora Quilomet. hiking, ciclismo, bicicross, cavalgada, contemplativas . Eco Trilha Capela Velha Eco Trilha Marumbé Eco Trilha Fontinha Eco Trilha Engenho Hiking. hiking, ciclismo, contemplativas , cavalgada. hiking, cavalgada. hiking, ciclismo, cavalgada. Mata Ciliar, remanescente de mata atlântica Mata Ciliar, remanescente de mata atlântica Aprox. 3 km Aprox. 3 Km Tempo gasto De ida e Aprox 1h e volta Aprox 2 horas. meia. (Depende do público) Fonte: Secretaria Municipal de Turismo Aprox. 4 Km Hiking. Eco Trilha Eco Trilha Flávio Passos Flávio Passos II Hiking, escalada, rapel, tirolesa, preguiça. Aprox. km Aprox 2 horas. Aprox. 3 horas. Aprox 3 horas. Aprox. km Aprox horas. Aprox. km Eco Trilha Estrada Antiga Caminhadas e hiking, escalada. Rapel. Cerrado, Campo Cerrado, Mata de Galeria, Mata Ciliar. remanescente de mata atlântica Ausência da equipe de Meio Ambiente. Mata Ciliar. remanescente Remanescente de mata de mata atlântica, mata atlântica ciliar. Mata Ciliar, Floresta remanescente estacional de mata semi-descidual atlântica Aprox. 3 km Eco Trilha Tamanduá Aprox. km. Aprox. 2 km Aprox. 8 horas Aprox. 2 horas. Aprox 2 horas. 39 4. DIAGNÓSTICO MUNICIPAL PARA O ECOTURISMO a. Potencialidades do Município No item anterior foram apresentados os principais elementos de atratividade efetiva e potencial para o turismo e, em especial, para o ecoturismo do município de Nova Lima. Em princípio, nota-se uma grande quantidade de recursos naturais e histórico-culturais somados aos serviços de apoio como hospedagem, alimentação, eventos, negócios, e outros. Os atrativos ou locais de visitação constituem os principais elementos para o desenvolvimento do turismo de Nova Lima. A atividade do ecoturismo será consolidada somente quando seus recursos naturais e culturais estiverem formatados como atrativos e produtos turísticos, prontos para oferecer uma experiência “memorável” para seus moradores e visitantes. Esse processo de transformação de recursos em atrativos é bastante variável em termos de custos, prazos para execução e dependem do interesse de investimento e, consequentemente, de investidores. Nessa perspectiva, a gestão pública tem importante papel de análise e priorização dos programas e ações que possibilitarão essa transformação. Contudo, é perceptível que Nova Lima possui muita matéria-prima e interesse público para o desenvolvimento do ecoturismo. Prova disso é a grande quantidade de recursos turísticos e propostas públicas para investimento no setor, ainda que incipientes. A contratação deste estudo e a aprovação da Lei que cria e implanta o Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico – PLANDET – de Nova Lima (Lei Nº 2178 de 17 de novembro de 2010), que organiza e executa a política municipal de turismo, são indícios da preocupação da gestão pública local em prol do desenvolvimento da atividade em seu território. 40 Essa Lei institui a implantação de Macros Programas de Ação de investimentos em organização, gestão e informação turística. E ainda, fomenta a criação de subprogramas específicos, como o de Desenvolvimento do Ecoturismo, que prevê os investimentos e desenvolvimento sustentável das atividades e ações do setor. Soma-se a isso, a existência de uma pasta específica na administração pública para gestão do turismo, representada pela Secretaria Municipal de Turismo e composta por uma equipe técnica especializada e orçamento próprio. A constituição do Conselho Municipal de Turismo - COMTUR e a manutenção do Fundo Municipal de Turismo – FUMTUR são outros elementos fundamentais para desenvolvimento do setor. Outro fator que potencializa o município é a sua localização estratégica. Integrada à região metropolitana de Belo Horizonte, Nova Lima está localizada a 22 km da capital do estado. Não obstante, é participante do Circuito do Ouro, juntamente com outros 16 municípios e, também, integra a rota turística Estrada Real, através do distrito de Honório Bicalho, no Caminho do Sabarabuçu. Recentemente, foi incorporada ao projeto Caminho Religioso da Estrada Real, promovido pela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais. Além do mais, o município possui uma porcentagem expressiva de seu território protegidos por lei e, também, um número de trilhas e percursos que possibilitam o seu uso para atividades de Ecoturismo, como: Caminhadas – de longo ou curto percurso; lineares ou circulares; interpretativas ou contemplativas; guiadas ou autoguiadas; em unidades de conservação ou interligando atrativos naturais e culturais, integrando povoados e municípios vizinhos, de fácil ou de difícil grau de dificuldade, dentre outras modalidades. Cavalgadas – comemorativas ou de lazer; de curto ou longo percurso, entre localidades ou municípios, em áreas urbanas ou rurais, na Estrada Real ou no Caminho Religioso. 41 Ciclismo – em estradas ou trilhas, em áreas planas ou em montanhas Mountain Bike - Cross Country, Free Ride, Down Hill. Observação da Vida Silvestre – fauna ou flora – observação de aves, borboletas, mamíferos, insetos, orquídeas ou bromélias, entre outras. Escalada, rapel, acampamento, esportes náuticos, Contemplação – paisagens, relevo, vales, fotografia da natureza. Atividades náuticas – remo, canoagem, Wind surf, esqui aquático. Vale ressaltar, a importância de dois projetos relacionados ao segmento do Ecoturismo desenvolvidos pela Prefeitura de Nova Lima, o “Caminhadas Natureza” e “Nossas Trilhas”. O projeto “Caminhadas na Natureza” é uma ação internacional Confederação Caminhadas - de abrangência credenciada pela Brasileira de ANDA BRASIL, sediada na cidade do Rio de Janeiro, e filiada a Federação Internacional de Esportes FIGURA 7 – Caminhada na Natureza – Circuito Farol da Serra - Foto: Impactur Populares - IVV (Internationaler Volkssport Verband), com sede na França. A parceria conta com mais de 6.000 circuitos em 39 países e integrando 16 milhões de caminhantes em todo o mundo. Tem o objetivo de promover o desenvolvimento das atividades esportivas não competitivas e inclusão social, em especial, a prática física de caminhadas em locais de interesses, natural, cultural e social. Em Nova Lima o projeto implementou 04 Circuitos de Caminhada com o objetivo de oferecer aos interessados as diversas opções de trilhas existentes, incentivar a prática do ecoturismo, movimentar a cadeia produtiva do turismo e promover a participação de pousadas e restaurantes, propiciando, também, o bem estar e qualidade de vida entre os nova-limenses e turistas. É um projeto que merece atenção, o número de Circuitos deve ser ampliado, contemplando novas regiões e 42 proporcionando uma promoção mais eficaz e envolvimento efetivo da cadeia produtiva do turismo local. Em relação ao projeto “Nossas Trilhas”, é uma ação de suma importância para o município, visto que, o grande potencial Ecoturístico aponta para o uso e promoção das atividades em Trilhas Eco Interpretativas. E esse viés poderá ser o grande diferencial turístico de Nova Lima. Imagine um cardápio contendo vários produtos relacionados às trilhas turísticas. As ações pontuais de levantamento, análise, catalogação e mapeamento de trilhas com a finalidade de diagnosticar áreas e atrativos para a utilização sustentável dos recursos naturais, educação ambiental e conservação do patrimônio natural e histórico-cultural deve continuar e obter investimento para implantação dos percursos. b. Fragilidades Em contraposição, boa parte desse potencial está sendo ameaçado, principalmente pela ausência de cultura turística por parte da população residente e empresários, da exploração mineral, da exploração agropecuária, da especulação imobiliária e aumento dos condomínios residenciais, loteamentos, ocupação irregular, desmatamento, queimadas e silvicultura. A privatização do espaço decorrente do processo de crescimento do número de condomínios, e mesmo das unidades de conservação particulares RPPN’s podem entrar em conflito com o desenvolvimento de atividades de ecoturismo no município. Visto que, o uso desses espaços é condicionado aos interesses e objetivos de seus proprietários. A proximidade com Belo Horizonte, ao mesmo tempo em que é positivo ao ecoturismo do município, pelo mercado consumidor que possui; é um desafio devido ao fluxo gerado, de um perfil de turista que não é condizente com a atividade de ecoturismo. O que coloca a necessidade de controlar e organizar o uso dos recursos. Principalmente das trilhas usadas por trilheiros e jipeiros. 43 c. Análise Qualitativa do Potencial Turístico O Plano Estratégico de Turismo de Nova Lima (2011) faz uma análise das Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças que sintetiza o atual contexto e faz projeções de cenários relativos ao desenvolvimento do turismo. Por isso, o Plano de Ecoturismo, ora apresentado, está alinhado ao Plano Estratégico, e ficará restrito à análise dos fatores mais relevantes ao segmento. A análise dos elementos, a seguir, foi baseada nas percepções e apontamentos dos participantes dos encontros, oficinas, entrevistas e observações em visitas aos recursos, atrativos e localidades, como especificados no capitulo “Aspectos Metodológicos” deste documento. 44 Eixos de Análise Fraquezas - Pessoas - - Recursos Turísticos - - Gestão e Informação - Baixo contingente de pessoas capacitadas para o trabalho com turismo; Pouco envolvimento da comunidade nas questões do turismo; Falta uma identidade unificada no município (sede/Macacos/Honório Bicalho/Jardim Canadá); Não existência de iniciativas associativas dos prestadores de serviços turísticos (pousadas e restaurantes principalmente); População sem informação sobre as ações do turismo; Vandalismo, poluição, falta de consciência dos visitantes/comunidade. Forças - Índice de Desenvolvimento Humano elevado. Parte da população com vontade de agir e transformar a atividade turística. Incipiente consciência ecológica desenvolvida dentro da comunidade - Patrimônio histórico e cultural de relevância para o turismo. Os impactos ambientais causados pelo uso predatório dos atrativos turísticos, causados por visitantes, principalmente trilheiros e jipeiros, que provocam ruídos, erosões e riscos de acidentes; Atrações turísticas mal estruturadas; Atrações turísticas sub-utilizadas; Ausência de guias especializados em atividades de ecoturismo; Ausência de demanda específica e constante para práticas de ecoturismo; Carência na comercialização e operacionalização de roteiros. - Diversidade e grande oferta de recursos naturais Fauna e Flora Paisagens Matas Rio das Velhas Lagoas Cachoeiras Córregos (banquetas) Serras Fiscalização deficiente sobre atividades que prejudicam o meio ambiente: Mineração – ameaça aos recursos naturais; Motoqueiros / trilheiros – atividade turística predatória; Falta de limpeza e estrutura dos atrativos; Desmatamento; Queimadas; Empreendimentos imobiliários; Ineficácia do Plano Diretor como instrumento ordenador do território. - Posição geográfica privilegiada, proximidade de Belo Horizonte; Arrecadação de impostos municipais Mineração Loteamentos Comércio e serviços Baixo índice de criminalidade Vontade política Inventário atualizado - - 45 Eixos de Análise Fraquezas - Forças Especulação imobiliária - Informações sobre demanda inconsistentes. Percepções dos participantes das oficinas: Falta de demanda ecoturística na sede; Perfil inadequado à realidade local; Pouca procura por atrativos turísticos locais; Faltam estatísticas do turismo; Fluxo de visitantes somente nos fins de semana e feriados; - Inexistência de monitoramento dos indicadores de desenvolvimento do ecoturismo. Serviços - - Deficiência no saneamento básico, coleta lixo e fornecimento de energia elétrica em Macacos, Jardim Canadá e Honório Bicalho; Ausência de infraestrutura e serviços nos recursos naturais; Ausência de lixeiras na sede do município; Sinalização turística (indicativa e interpretativa) deficiente. - Fluxo turístico irregular; Promoção ineficiente dos atrativos locais; Atividades de baixo valor agregado. Não comercialização do destino turístico Nova Lima; Infraestrutura Mercado Falta diversificação, segmentação e ampliação das empresas de hospedagem no distrito sede; Serviços turísticos que não apresentam qualidade para atingir níveis que garanta maior demanda para o município Inexistência de agências de receptivo local; Inexistência de um Centro de apoio ao turista na sede e distritos; Pouco envolvimento da iniciativa privada no desenvolvimento turístico local. - Número expressivo de estabelecimentos de gastronomia e pousadas com demanda consolidada, especialmente em Macacos; - Fácil acesso dos principais núcleos emissores ao município. - Demanda consolidada para eventos da Sede, Macacos e Jardim Canadá; Festas em geral e festivais gastronômicos; - 46 Eixos/Análise Ameaças - Pessoas - Recursos Turísticos - Não percepção do empresariado local da importância da qualificação de seus colaboradores; Baixa participação da população local em programas de qualificação ofertados por órgãos externos ao município; Degradação de áreas naturais em Macacos, Honório Bicalho; As Unidades de Conservação não permitirem seu uso para atividades de ecoturismo. - Descontinuidade de planos, programas e projetos; Impactos ambientais causados pela atividade mineradora e pela atividade turística descontrolada; - Prejuízos aos prestadores de serviços devido a problemas com a infraestrutura básica como água e energia elétrica em Macacos; Infraestrutura - Eventualidade de recursos do governo federal e estadual; Diminuição do orçamento para investimento em turismo; Mercado - Expansão da crise econômica mundial; Destinos que oferecem o ecoturismo de qualidade. Gestão e Informação Serviços Oportunidades - Aumento dos investimentos em qualificação da comunidade para o trabalho com o turismo; - Criação de produtos a partir da melhor oferta de atrações; Criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela; - Reposicionamento do destino turístico Nova Lima junto ao mercado consumidor da região Metropolitana de Belo Horizonte; - Utilização da Copa como parâmetro e como impulso para a melhoria dos serviços ofertados; - Obtenção investimentos dos governos federal e estadual para o turismo; - Captação de novos negócios 47 5. ESTRATÉGIAS PARA GESTÃO DO ECOTURISMO a. Construção dos Objetivos De acordo com as análises do diagnóstico apresentado e também da opinião e debate dos agentes de turismo que participaram das oficinas e entrevistas, o principal problema a ser enfrentado pelo município em relação ao desenvolvimento do Ecoturismo é: Problema Central do Ecoturismo no Município A falta de processos regulatórios e normativos que estabeleçam uma melhor forma de uso dos recursos naturais do município. Sendo este o problema central a ser enfrentado. A definição do objetivo principal do planejamento estratégico de ecoturismo local deve ser uma ação que possibilite resolvê-lo. Objetivo Principal Estabelecer processos regulatórios e normativos de uso e fomento dos recursos naturais do município para o ecoturismo. Para se alcançar esse objetivo principal foram definidos como objetivos específicos: Objetivos Específicos 1. Informar, sensibilizar e mobilizar a população nos assuntos referentes ao desenvolvimento do ecoturismo. 2. Captar e qualificar prestadores de serviços em ecoturismo. 3. Estudar e avaliar o potencial de uso dos recursos naturais. 4. Estruturar roteiros, trilhas e rotas ecoturísticas. 5. Estabelecer estratégias de marketing para o ecoturismo. 48 b. Diretrizes e Estratégias A Diretriz principal do planejamento estratégico de ecoturismo de Nova Lima é: Diretriz Principal Criar leis, regulamentos e mecanismos de controle e fomento do desenvolvimento do Ecoturismo. Que tem como visão estratégica a seguinte mensagem: Visão estratégica Nova Lima. Lugar de Experiências Memoráveis em Ecoturismo 49 Para cada objetivo específico estabelecido, foram estabelecidas as seguintes diretrizes e estratégias. Nº OBJETIVOS ESPECÍFICOS DIRETRIZES - 1 Informar, sensibilizar e mobilizar a população nos assuntos referentes ao desenvolvimento do ecoturismo. - - 2 Captar e qualificar prestadores de serviços em ecoturismo. 3 Estudar e avaliar o potencial de uso dos recursos naturais A população de Nova Lima deve ser estimulada a participar do processo de discussão e tomada de decisão em relação ao desenvolvimento do ecoturismo. A população deve estar ciente e consciente dos mecanismos de participação, dos impactos e dos benefícios do ecoturismo. É preciso aumentar o número de empresas prestadoras de serviços de ecoturismo, estabelecendo um padrão de excelência na prestação de serviços, através de processos de normatização e fiscalização. É preciso conhecer o potencial de uso de toda a oferta de recursos naturais e culturais do município para o ecoturismo, através de estudos e levantamentos técnicos. ESTRATÉGIAS 1. Realizar campanhas de sensibilização nos meios de comunicação locais; 2. Construir projetos de educação ambiental, patrimonial e para o turismo; 3. Estabelecer processos de comunicação com a população local; 4. Criar mecanismos de participação da sociedade em processos de tomada de decisão. 1. Criar sistemas de certificação e excelência em prestação de serviços de ecoturismo; 2. Promover cursos de capacitação para agentes turísticos; 3. Realizar Seminários e workshops; 4. Fomentar a instalação e permanência de empresas prestadoras de serviços em ecoturismo; 5. Criar incentivos fiscais para a instalação de empresas de ecoturismo; 1. Ampliar e melhorar a qualidade de pesquisas de demanda turística nas diversas regiões do município; 2. Manter atualizado o inventário da oferta turística; 3. Criar banco de dados de monitoramento dos recursos turísticos; 4. Desenvolver estudos de capacidade de manejo dos recursos naturais do município; 50 Nº OBJETIVOS ESPECÍFICOS DIRETRIZES - 4 Estruturar roteiros, trilhas e rotas ecoturísticas - 5 Estabelecer estratégias de marketing para o ecoturismo ESTRATÉGIAS Os atrativos naturais e culturais do município devem ser ofertados de forma organizada e sustentável, possibilitando aos visitantes experiências memoráveis; à população local geração de oportunidades de renda; à gestão pública aumento da arrecadação de impostos e taxas. 1. Desenvolver projetos de roteirização da oferta de atrativos ecoturísticos do município; 2. Identificar as intervenções físicas necessárias para a oferta comercial destes atrativos; 3. Realizar as intervenções necessárias nas trilhas, roteiros e rotas. Ex: sinalização, guardacorpo, escoamento e drenagem pluvial, etc.. Aumentar o número de visitantes em Nova Lima interessados em realizar atividades de ecoturismo, com perfil e comportamento adequados à atividade e que utilize os serviços e equipamentos locais, gerando renda no município. 1. Estudar a demanda potencial para a atividade de ecoturismo em Nova Lima; 2. Estabelecer parcerias com operadoras de ecoturismo nacionais e internacionais; 3. Criar campanhas promocionais da atividade de ecoturismo em Nova Lima; 4. Desenvolver trabalho de relações públicas com empresas e entidades do setor; 5. Desenvolver trabalho de assessoria de mídias que apresente e acompanhe as informações sobre a atividade de ecoturismo no município. 51 5.3. Programas para o Ecoturismo Os Programas são instrumentos de orientação da gestão municipal do turismo para alcançar com êxito os objetivos determinados. O agrupamento das ações, em forma de programas, permite um entendimento setorizado das principais questões que se colocam para o desenvolvimento da atividade ecoturística. Todos os programas estão intimamente relacionados e devem ser compreendidos de forma articulada e ampla para a otimização dos resultados. Os Programas definidos neste planejamento estratégico foram organizados de acordo com os objetivos específicos, suas diretrizes e estratégias. PROGRAMAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO ECOTURISMO EM NOVA LIMA Objetivo Específico Programa 1. Informar, sensibilizar e mobilizar a população nos assuntos referentes ao desenvolvimento do ecoturismo 1. Sensibilização e mobilização 2. Captar e qualificar prestadores de serviços em ecoturismo. 2. Estruturação e qualificação dos serviços de ecoturismo 3. Estudar e avaliar o potencial de uso dos recursos naturais 3. Monitoramento de oferta e demanda 4. Estruturar roteiros, trilhas e rotas ecoturísticas 4. Formatação de produtos de ecoturismo 5. Estabelecer estratégias de marketing para o ecoturismo 5. Mercado Descrição dos programas PROGRAMA 1: Sensibilização e mobilização O enfoque participativo do planejamento é de suma importância para a sobrevivência do sistema turístico. A participação da comunidade, assumindo o seu papel no processo de decisão das ações relacionadas ao turismo em âmbito 52 municipal, favorece a ampliação social dos benefícios advindos do desenvolvimento da atividade. Dentro de uma proposta de gestão descentralizada, a formação de uma rede de entidades e instituições deve ser fomentada, envolvendo o poder público, a iniciativa privada e o terceiro setor. Esse universo de agentes deve estar mobilizado, unindo esforços e trocando experiências em prol da consolidação do ecoturismo no município. Para tanto, devem ser realizadas ações nas escolas para levar informações sobre a importância do turismo e da educação patrimonial, palestras de sensibilização dos diversos segmentos da cadeia produtiva local, encontros e passeios turísticos. PROGRAMA 2: Qualificação dos serviços As possibilidades de ganho relacionadas à geração de emprego e renda, além da atração de investimentos que a atividade turística pode proporcionar, motivam os diferentes segmentos sociais a se articular, participar e investir no setor. No entanto, a qualidade do produto ecoturístico de Nova Lima e, consequentemente, o seu sucesso dependem da qualificação dos serviços prestados, que vai exigir um trabalho integrado entre os diferentes setores que compõem a cadeia produtiva do turismo. A qualificação dos serviços turísticos deve passar pela realização de cursos de qualidade no atendimento ao turista, de empreendedorismo, de condutores de turismo, entre outros, com o objetivo de buscar a satisfação do visitante. Porém todo esse trabalho deve ser acompanhado de uma mobilização do trade turístico de Nova Lima, para enfraquecer a cultura de não-participação dos processos envolvendo o turismo no Município. Para garantir o retorno das ações, as mesmas devem ser monitoradas e os resultados devidamente acompanhados. 53 Dessa forma, este programa de qualificação profissional será um indutor das ações, com o objetivo de promover a satisfação do visitante em relação ao destino Nova Lima, por meio do profissionalismo, da segurança, do respeito e da hospitalidade. PROGRAMA 3: Monitoramento de oferta e demanda Para se estabelecer uma gestão eficiente do ecoturismo, é necessário monitorar a demanda e a oferta turística, pois isto fornecerá a base para o trabalho de planejamento e análise da atividade, na promoção e nas vendas do produto ecoturístico do município. Paralelamente, este trabalho fornece as informações que os gestores públicos e privados precisam para tomar decisões e captar recursos para investimentos no município. A execução deste programa será contínua e fundamentada no estudo sistemático e metódico do segmento de ecoturismo de Nova Lima, reunindo dados referentes aos recursos naturais, históricos e culturais, além de informações sobre os serviços, os equipamentos e a infraestrutura que compõem a oferta turística do local. As informações sobre as características do fluxo de visitantes e seus impactos sobre o Município, juntamente com as anteriores, também serão essenciais. Todo esse universo de informações deverá ser colocado à disposição da comunidade, dos visitantes, dos empresários, das instituições de ensino e de pesquisa e os demais interessados, uma vez em que há o interesse da gestão municipal em compartilhar o desenvolvimento do turismo com toda essa diversidade de atores. PROGRAMA 4: Formatação de produtos de ecoturismo A formatação de produtos de ecoturismo deve ser um dos princípios que orientam o planejamento e a gestão do território, contribuindo assim para a organização do espaço turístico do município. Como resultado do levantamento já realizado das potencialidades do Município, os roteiros formatados deverão ser devidamente testados, além do fomento à consolidação de roteiros desenvolvidos em parceria 54 com outras entidades como o Instituto Estrada Real, a Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, e o Circuito do Ouro. A partir da estruturação e organização dos roteiros, torna-se necessária a colocação desses no mercado, que será viabilizada por meio de parcerias com agências e operadoras de ecoturismo para a sua comercialização, e o incentivo à criação de agências de receptivo local. Ao ampliar as opções do produto ecoturístico para o visitante, a permanência e o gasto médio do mesmo no Município crescem, representando ganhos econômicos e sociais para a comunidade. PROGRAMA 5: Mercado A promoção do ecoturismo em Nova Lima deverá contemplar todas as possibilidades da oferta local, no sentido de consolidar e diversificar sua imagem, tanto para o mercado interno como para o externo. As ações de promoção e divulgação devem inspirar credibilidade, segurança, hospitalidade, além de proporcionar experiências memoráveis ao visitante. Neste sentido, é de fundamental importância para o ecoturismo a elaboração de um plano de marketing que aponte estratégias para a orientação adequada da promoção desse segmento, definindo ações para a divulgação do produto ecoturístico, a definição da imagem desejada para o local, bem como seu posicionamento no mercado. A inserção do Município na mídia especializada em ecoturismo, a divulgação dos roteiros formatados, os atrativos, os equipamentos e serviços, bem como a participação em feiras e exposições. São ações que deverão ser fomentadas, lembrando que o contato com agências de ecoturismo receptivas é imprescindível para a efetiva comercialização do produto. As ações de promoção e divulgação de Nova Lima deverão estar em consonância com a atuação da Associação do Circuito do Ouro e do Instituto Estrada Real 55 para serem potencializadas em âmbito estadual. A divulgação de Nova Lima junto ao trade turístico fortalecerá a comercialização dos roteiros turísticos formatados e fomentará a criação de novos. 56 6. INDICADORES MUNICIPAL PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL DO TURISMO O planejamento turístico não se encerra, após a decisão e a implementação das ações, ou seja, é de extrema importância realizar uma avaliação ou controle para verificar os resultados e os efeitos obtidos a partir da implantação das ações. Sendo assim, pode-se classificar alguns indicadores para a gestão do ecoturismo em Nova Lima. Indicadores de Gestão Número de parcerias firmadas entre o poder público e iniciativa privada; Número de parcerias firmadas entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, universidades, ONG´s, e empresas; Número de instrumentos regulamentados disponíveis ao poder público, para a implantação da política municipal de turismo; Número de projetos previstos, em andamento e concluídos; Número de entidades interessadas participando da gestão e dos conselhos implantados; Análise da comunicação integrada, externa e interna; Número de projetos previstos em andamento e concluídos; Análise do cumprimento das ações estabelecidas no plano municipal dentro do prazo. Indicadores Econômicos Número de pessoas empregadas pelo setor turístico; Número de pessoas que concluíram os cursos de capacitação em turismo; Número de empresas turísticas locais atuantes; Volume anual de visitantes, detectado pelo monitoramento da demanda turística; Volume de receitas geradas pelos principais eventos ocorridos no Município; 57 Volume de receitas oriundas dos prestadores de serviços turísticos; Número de pernoites nos meios de hospedagem; Volume de visitação e uso turístico dos bens patrimoniais; Número de cursos, técnicos e superiores, disponíveis no município; Percentual de satisfação dos turistas que utilizam os serviços turísticos; Volume de novos investimentos; Volume da arrecadação municipal; Número de eventos realizados durante o ano; Números de roteiros elaborados. Indicadores Sociais Número de pessoas conscientes da importância do turismo para o desenvolvimento sustentável do Município; Números de empreendedores rurais conscientes da importância da preservação do meio ambiente; Porcentagem de atendimento às demandas sociais por serviços públicos e/ou qualidade dos serviços públicos oferecidos; Número de parcerias entre os atores locais; Número de pessoas conscientes da importância da preservação do patrimônio histórico-cultural local; Números de professores qualificados para que sejam agentes multiplicadores do turismo; Numero de entidades civis representativas da comunidade; Percentual da população idosa envolvida com a atividade turística por intermédio do lazer. Indicadores Ambientais Porcentagem de área desmatada no Município Porcentagem de área protegida no Município; Número de arvores plantadas na área urbana; Porcentagem da área urbana limpa e conservada; 58 Volume do lixo alocado em local adequado; Número de materiais recicláveis recolhido; Percentual das estradas rurais transitáveis; Números de obras de revitalização urbana; Número de casos de degradação ambiental (desmatamento, venda de animais silvestres). 59 7. PLANEJAMENTO DAS TRILHAS – ESTUDO DA CAPACIDADE DE CARGA O presente trabalho refere-se ao estudo da capacidade de suporte de três trilhas situadas no município de Nova Lima. Essas trilhas foram definidas pela Secretaria de Turismo do município, por perceber esses espaços como importantes para o ecoturismo, e por apresentarem um uso recreativo e turístico. A metodologia utilizada para o cálculo da capacidade de suporte está baseada nos estudos de Cifuentes (1992). Essa metodologia mostrou-se adequada à necessidade de se estabelecer parâmetros de uso e controle dos recursos naturais do município. O trabalho foi feito por meio de uma pesquisa exploratória para obtenção de informações a respeito dos locais previamente definidos, visitas de campo com a finalidade de fotografar, mapear e identificar os elementos de análise para o cálculo como: pontos de erosão, alagamento, poluição, fluxo, entre outros. As trilhas definidas para estudo foram: 1. Trilha Cachoeira de Macacos 2. Trilha Vinte e Sete Voltas 3. Trilha do Parque Rego dos Carrapatos Objetivos Objetivo Geral Estabelecer parâmetros para a definição de estratégias que promovam atividades de ecoturismo planejadas, com o mínimo impacto ambiental e o máximo de benefícios às localidades. 60 Objetivos Específicos Avaliar a capacidade de suporte das trilhas no município de Nova Lima/MG. Fazer deste documento uma ferramenta de auxílio na promoção dos produtos e potencialidades turísticas locais; Contribuir para o desenvolvimento da atividade turística no município pautado na organização e planejamento; Otimizar a utilização dos atrativos turísticos da localidade; Metodologia Para elaboração e execução deste Projeto os trabalhos foram divididos em 05 etapas. Primeiramente foi realizada uma reunião, entre os gestores públicos da atividade turística de Nova Lima e a empresa contratada para o Projeto, com o intuito de identificar quais seriam as regiões ou atrativos que deveriam ser estudados prioritariamente. Após essa reunião foram realizadas pesquisas bibliográficas, que nortearam e auxiliaram toda a execução desse trabalho. Buscou-se levantar informações sobre a implantação e manejo de trilhas, roteirização, avaliação e controle de impactos, capacidade de carga e interpretação ambiental, procurando conhecer experiências de trabalhos, bem como conceitos e definições importantes para o objeto de estudo proposto neste documento. A primeira visita de campo foi acompanhada por funcionários e representantes da Prefeitura. O objetivo foi conhecer e definir os trajetos a serem estudados percorrendo as trilhas predefinidas. Esses percursos foram mapeados e fotografados. Para o mapeamento dos trajetos foi utilizado o localizador Global Position System – GPS, que fornece as coordenadas geográficas, hodômetro, altitude, tempo de viagem e velocidade média. As imagens foram registradas em máquina fotográfica digital. 61 Uma segunda visita de campo foi realizada com o objetivo de fazer a descrição e análise dos trajetos e atrativos, em formulário específico que orientou a coleta de informações necessárias para a definição da capacidade de suporte das trilhas. As informações coletadas em campo e as pesquisas bibliográficas foram analisadas e organizadas nos estudos de caso apresentados abaixo. Planejamento de Trilhas e Capacidade de Suporte Para que uma trilha execute a função a que se destina, sua construção deve seguir um bom planejamento e ser adequadamente manejada e monitorada. É importante que o planejamento esteja adequado à destinação proposta, especialmente quando a trilha estiver localizada em uma área natural protegida. A prática do ecoturismo pode causar problemas ambientais, portanto é necessário aliar a atividade ecoturística à conservação do meio ambiente e aos interesses de manutenção da sustentabilidade das populações locais. Esse planejamento deve respeitar o deslocamento e hábitos dos animais silvestres, controlar o processo erosivo, organizar um sistema de drenagem da água e sinalizar vias de acesso, bem como considerar os impactos devido ao uso público das trilhas, sejam eles positivos ou negativos. Nesse contexto, os estudos de capacidade de carga para a gestão do uso turístico são importantes e considerados como base para o planejamento de áreas naturais. Em relação à capacidade de suporte de recurso turístico a Organização Mundial do Turismo – OMT (2003) considera que: “refere-se à capacidade de desenvolvimento e de utilização pelo visitante que pode ser atingida sem resultar em danos ao meio ambiente físico (natural e artificial) e na geração de problemas socioculturais e econômicos à comunidade local, garantindo, ainda, benefícios à comunidade e manutenção de um equilíbrio adequado entre o desenvolvimento e a conservação. Ultrapassar os níveis de saturação causa danos permanentes ao meio ambiente físico ou problemas socioeconômicos (ou ambos)” OMT (2003). 62 O planejamento de trilhas é uma ferramenta de conservação e proteção ambiental, portanto deve ser elaborada com critérios que busquem esta finalidade. Existem diferentes métodos que podem ser aplicados fornecendo inúmeras possibilidades de estudo, adequadas para cada necessidade e enfoque, seja ele qualitativo ou quantitativo. Neste estudo optou-se pela metodologia de capacidade de suporte, assim como poderiam ter sido outros modelos como o Limite de Mudança Aceitável – LAC, Manejo de Impacto do Visitante – VIM/MIV, Espectro de Oportunidades Recreativas – ROS, entre outras metodologias. A metodologia de CIFUENTES (1992) apresenta os cálculos de capacidade de carga turística através do uso de três conceitos: Capacidade de Carga Física – CCF; Capacidade de Carga Real – CCR e Capacidade de Carga Efetiva – CCE da área natural estudada. Além disso, para a determinação da capacidade suporte de uma área, devem ser considerados os objetivos de manejo da área, as características do local, a capacidade de manejo institucional e os fatores limitantes existentes. Os valores das capacidades de carga física, real e efetiva da trilha em estudo estão expostos a seguir, gerando como resultado, um valor estimado do número de visitantes/dia. A Capacidade de Carga Física (CCF) permite que cada visitante ocupe um espaço físico mínimo em um tempo determinado, o que define o limite máximo de visitas possíveis neste espaço-tempo. Em seguida é possível calcular a Capacidade de Carga Real (CCR) em que são considerados os fatores de correção, que significa considerar os impactos provocados pela visitação e as características biofísicas do local. Por último é calculada a Capacidade de Carga Efetiva (CCE), que advém da comparação da CCR com a capacidade de manejo (CM) dos atores envolvido com a gestão do espaço estudado. A CCE significa o limite máximo aceitável de visitas que se pode permitir em dado período de tempo. A CM é definida como a soma das condições que a administração da área necessita de acordo com as funções e objetivos da trilha. Para essa CM são relacionadas variáveis como recursos humanos disponíveis, equipamentos e infraestrutura. 63 A capacidade de manejo é necessária para a determinação da capacidade de carga antrópica de uma trilha, pois estabelece um nível ótimo, possível de ser administrado. Ela é definida como o melhor estado ou condição para desenvolver as atividades necessárias ao bem estar e controle do uso turístico desse espaço. No entanto, como as trilhas estudadas não possuem equipamentos, intervenções e serviços que possibilitem verificar a sua capacidade de manejo, o cálculo da capacidade de carga efetiva não foi realizado. Com isso, apresenta-se uma série de diretrizes de intervenção e manejo do uso turístico das trilhas. 64 7.1.1. Planejamento da Trilha da Cachoeira dos Macacos 7.1.1 Dados da Trilha 1. Nome da Trilha: CACHOEIRA DOS MACACOS 2. Localização: Distrito de São Sebastião das Águas Claras - Macacos 3. Dias abertos à visitação: Todos os dias da semana 4. Forma da Rota: Linear 5. Função da Rota: Entretenimento 6. Extensão da Rota: 3.000 m (ida e volta) 7. Tempo de Percurso: 1 hora 8. Restrição ao uso da trilha: Temporária 8.1. Período de restrição: Períodos chuvosos 9. Sinalização de Acesso à Trilha: Não existe 10. Tipo de Locomoção: A pé 11. Início da Rota: Bar Orangotango – travessia do Ribeirão 12. Final da Rota: Bar Orangotango – travessia do Ribeirão 13. Aclividade do Relevo: - 14. Grau de Dificuldade: 2,2,1,1 15. Tipo de Público que utiliza a trilha: Excursionistas moradores do distrito sede e da região metropolitana de Belo Horizonte 16. Serviço de Guia: Não existe / não é necessário 17. Como chegar ao início da Trilha: Saindo da capela de São Sebastião, na praça principal do povoado, seguir pelas Ruas São Sebastião, D. Maria da Glória, Seis de Outubro e Estrada Grota Fria, chegando ao Bar Orangotango. 18. Descrição da trilha: Atravessando o ribeirão seguir trilha à direita, entrando na mata ciliar margeando o leito. A trilha começa com largura de 1,7m, variando em certos pontos a 0,80m. 19. Caracterização do entorno da trilha: Trecho de mata ciliar com espécies remanescentes de mata atlântica. Bar próximo à trilha promove shows musicais em fins de semana. Morros no entorno do rio desmatados e com pontos de erosão. 20. Pontos de Parada para Descanso: Como o trecho a ser percorrido à pé é curto, aproximadamente 1km, não foram considerados pontos de parada para descanso. 21. Pontos de Parada para Interpretação: Cachoeira dos Macacos 22. Recomendações úteis para trilhar: - Usar roupas leves e confortáveis; - Levar roupas de banho; - Usar calçados como tênis, botas e sandálias, preferência para aqueles calçados impermeáveis; - Usar protetor solar e repelente; - Levar máquina fotográfica, óculos escuros, boné ou chapéu. 24. Observações complementares: O local é bastante frequentado por visitantes e moradores, com muito lixo deixado por estes. 65 Mapa da Trilha FIGURA 8: Georeferenciamento da trilha em base cartográfica 66 FIGURA9: Demarcação da trilha em imagem de satélite – Google Earth 67 Imagens da Trilha FIGURA 10: Trilha da Cachoeira dos Macacos Foto: Marcelo Prates FIGURA 11: Antiga Barragem – Trilha da Cachoeira dos Macacos - Foto: Marcelo Prates FIGURA 12: Trilha da Cachoeira dos Macacos Foto: Marcelo Prates FIGURA 13: Cachoeira dos Macacos Foto: Marcelo Prates FIGURA 14: Cascata - Trilha da Cachoeira dos Macacos - Foto: Marcelo Prates FIGURA 15: Trilha da Cachoeira dos Macacos Foto: Marcelo Prates 68 7.1.2 Cálculo da Capacidade de Suporte da Trilha Capacidade de carga física ST - Superfície total da área em metros lineares. Extensão da trilha: 1.500metros SV - Superfície ocupada ou utilizada por uma pessoa/ visitante: 2 metros A divisão entre essas duas variáveis deve ser multiplicada pelo número de vezes que o local poderá ser utilizado pela mesma pessoa, que se obtém através da divisão entre o tempo total em horas que o atrativo fica aberto à visitação e o tempo necessário para que uma pessoa possa visita-lo. TT - Tempo total diário de abertura para a visitação: 09 horas TV - Tempo requerido para uma visita: 2 horas CCF = 1500/2 * 9/2 CCF=750*4,5 CCF= 3.375 A Capacidade de carga física é de 3.375 visitantes/dia. No entanto, existem fatores de correção a serem considerados que restringem a visitação. Capacidade de carga real A Capacidade de carga real é a relação entre a capacidade de carga física submetida aos fatores de correção particulares de cada local. CCR - Capacidade de carga real 69 CCF - Capacidade de carga física FC - Fatores de correção Os fatores de correção considerados para a trilha foram: Fator de correção social: busca proporcionar uma experiência de qualidade ao visitante oferecendo não apenas o espaço efetivamente ocupado, mas que conduz a um conforto desejado. Para determinar o fator de correção social é necessário definir primeiramente o número de grupos que a trilha comporta. Comprimento da trilha = 1.500 metros Distância entre grupos = 100 metros5 Número de grupos = 15 por dia A Organização Mundial do Turismo recomenda que o número máximo de pessoas por grupo em atividades de ecoturismo é de 10 pessoas. Sendo este o número considerado para este estudo O número de pessoas ao mesmo tempo na trilha seria de 300. Np=15x10 Np=150 5 A distância de 100 metros entre os grupos foi definida baseada nas características da trilha. 70 A magnitude limitante da trilha é encontrada ao se diminuir a capacidade de carga física da trilha pelo número de pessoas na trilha calculada anteriormente. ML=CCF-NP ML=3.375-150 ML= 3.225 A magnitude limitante do uso da trilha será então de 3.225 pessoas. A magnitude total é igual à capacidade de carga física da trilha que igual a 3.375 pessoas. FCsoc = 1 - 3225_ 3375 FCsoc=0,044 Fator de correção de erosão SE - superfície erodida ou sujeita a erosão: Foram identificados 25 metros de pontos de erosão ou sujeitas à erosão. ST - superfície total da área: 1500 metros FCero = 1 - 25_ 1500 FCero = 0,983 71 Fator de correção de acessibilidade SD - superfície considerada de difícil acesso ou mais de 20% de inclinação: foram identificados aproximadamente 15 metros SM - superfície de dificuldade mediana ou inclinação entre 10% e 20%: foram identificados aproximadamente 20 metros ST - superfície total FCace = 1 - 1,5 . 15 + 20_ 1500 FCace=0,971 Fator de correção de precipitação TP - tempo total de precipitação anual: Foram considerados 06 meses de chuvas intensas de outubro a março. TA - tempo total de abertura a visitação anual: Foi considerado que o atrativo fica aberto à visitação os 12 meses do ano. FCpre = 1- 6_ 12 FCpre = 0,5 CCR= 3375 x 0,044 x 0,983 x 0,971 x 0,5 CCR= 71 visitantes por dia A capacidade de carga real encontrada para a trilha é de 71 visitantes por dia. 72 7.1.3 Diretrizes de Intervenção para Uso Turístico Sinalização A sinalização de uma trilha é indispensável e ao mesmo tempo torna-se um desafio para o planejador. A sinalização tem que ser suficiente para que um visitante consiga se deslocar em seu percurso com segurança, de forma a garantir a sustentabilidade do espaço, sem degradá-lo nem descaracterizá-lo. Como alternativa de sinalização da rota da Cachoeira dos Macacos sugere-se fazê-la por meio de estaqueamento, por ser uma forma de demarcar o caminho sem grandes intervenções. O estaqueamento não descaracteriza ou polui visualmente o caminho, fazendo com que o visitante sinta-se seguro sem riscos de se perder, e assim contemplar o espaço pelo qual passa. Este estaqueamento consiste na afixação de peças de madeira, colocadas a uma profundidade aproximada de 15 cm a cada 20 metros de trilha, totalizando um total de 45 estacas, pintadas na cor amarela, por se destacar na paisagem, mas sem agredir o contexto da mesma. Além do estaqueamento sugere-se também a afixação de 04 placas informativas e educativas ao longo da trilha. A disposição das placas está detalhada a seguir: Placa Nº 01 Localização Entrada da Trilha Tipo Informação Informativa Distância total da trilha, grau de dificuldade, tempo aproximado de conclusão do percurso, informações educativas, mapa da trilha. Imagem 73 02 Prainha Educativa e informativa Orientações sobre o cuidado com o lixo, possibilidades de observação, distância do início da trilha, quanto falta para chegar ao atrativo principal 03 Leito do córrego Informativa Nome do rio que forma a cachoeira, em que bacia hidrográfica o rio está inserido, temperatura da água, tipo de vegetação, temperatura ambiente, qualidade da água, mensagem educativa, distância do início da trilha. 04 Cachoeira de macacos Educativa e informativa tipo de vegetação, fauna, qualidade da água, educativas, curiosidades, dicas de segurança. Variáveis de Utilização da Trilha Por se tratar de uma trilha linear ela não permite muitas variações de uso. De toda forma existem as seguintes possibilidades: 1. Fazer o trajeto passando pelo leito do rio voltando pela trilha, o que apenas seria recomendado em épocas de estiagem e para aqueles que possuem o costume de fazer este tipo de atividade. 2. Percorrer trecho pela estrada entrando na trilha mais próxima da cachoeira. 74 Problemas Detectados O acúmulo de lixo deixado próximo do leito da trilha, bem como próximo ao leito do rio, criando uma paisagem pouco agradável visualmente e perigosa no sentido de atrair animais como ratos, baratas, moscas, etc. Assim como também podem influir de forma negativa na dieta dos demais animais prejudicando a saúde dos mesmos. Existem pontos com processos erosivos, onde é preciso fazer intervenções, para que não impossibilite o seu uso. A existência de um bar no início da trilha cria um conflito de perfis de público. Existem aqueles que vão para o bar, bebem e depois vão para a cachoeira e aqueles que querem usufruir somente da cachoeira. O bar quando promove shows musicais aumenta o nível de ruído próximo da trilha afugentando a fauna e o potencial interpretativo da trilha. Avaliação, Controle e Manejo de Impactos Impacto Indicador Verificador Causa Provável Leito da Trilha Alteração de largura da trilha; Erosão em canais; Canal de drenagem (pluvial ou fluvial). Borda da Trilha Perda de borda crítica; Desbarrancamento de encosta; Atalhos. Estratégia de Manejo Potencial O escoamento superficial e subsuperficial da drenagem (chuva) ocorre por falta de canaletas e converge para o leito da trilha de forma difusa, provocando muita erosão. Por ser uma trilha que acompanha a mata ciliar há constantes desmoronamentos das encostas provocando assoreamento da Correção e nivelamento do leito da trilha; Melhoria da drenagem (criar canaletas para o escoamento da água pluvial e fluvial); Correção da largura da trilha. Fazer barreiras de contenção com pedras e toras de madeira (aproveitando árvores caídas) e mudar traçado em locais com maior perda de borda crítica e desbarrancamento. Fechar 75 Impacto Indicador Verificador Estratégia de Manejo Potencial Causa Provável trilha e do rio mais abaixo. Solo Vegetação Saneamento Solo exposto, áreas de maior compactação. Consequência do fluxo superficial da drenagem que leva ao leito do rio. A presença da ação antrópica introduzindo secularmente espécies diferentes. Espécies exóticas Inscrições/pichações nas rochas da cachoeira Grande quantidade de lixo deixado pelos visitantes Risco Fauna Ao corrigir e nivelar o leito, usar serrapilheira recobrindo a trilha, pois é um regulador natural da água da chuva (infiltração) no solo, prevenindo a compactação do mesmo. Reflorestamento de espécies nativas e poda das exóticas para manutenção de luz (sucessão arbórea) para as espécies reflorestadas. Coibir e fiscalizar mais efetivamente as infrações e ter projetos de manutenção de infraestrutura, sinalização mais eficaz. Educação Ambiental mais eficaz. Escorregar; Cair; Animais peçonhentos; Fogo. Corrigir e/ou realizar mudanças no traçado da trilha. Implantação de corrimãos e degraus em locais de maior declive. Espécies domésticas (cachorros e animais de tração como cavalos e mulas) A presença da ação antrópica. Fiscalizar a entrada de animais domésticos A presença de grande número de visitantes. Início da trilha ser ao lado de um bar, que frequentemente promove shows musicais Educação Ambiental mais eficaz, voltada aos visitantes e empresários. Som Existem pontos onde é possível escorregamentos e, em certos trechos, a perda de borda crítica facilita o estreitamento da trilha e o desbarrancamento encosta abaixo, o que pode provocar quedas dos visitantes. A presença da ação antrópica e de visitação não guiada. atalhos e reflorestá-los quando preciso. Som de música e pessoas gritando 76 7.2. Planejamento da Trilha Vinte e Sete Voltas 7.2.1 Dados da trilha 1. Nome da Trilha: VINTE E SETE VOLTAS 2. Localização: Distrito de Honório Bicalho 3. Dias abetos a visitação: Todos os dias da semana 4. Forma da Rota: Linear 5. Função da Rota: Entretenimento/esportes 6. Extensão da Rota: 10.400metros 7. Tempo de Percurso: 3 horas 8. Restrição ao uso da trilha: Temporária 8.1. Período: Períodos chuvosos 9. Sinalização de Acesso à Trilha: Não existe 10. Tipo de Locomoção: A pé 11. Início da Trilha: tronqueira na estrada 12. Final da Rota: idem 13. Aclividade do Relevo: - 14. Grau de Dificuldade: 2,2,2,3 15. Tipo de Público que utiliza a trilha: Montain bikers, treeiros e caminhantes 16. Serviço de Guia: Não existe / não é necessário 17. Como chegar ao início da Trilha: Saindo da praça central em Honório Bicalho seguir à direita na rua Natálicio Carsalade depois a primeira à esquerda. Seguindo pelo trecho demarcado como Estrada Real. Seguir aproximadamente 2 km e seguir à direita, saindo do trecho demarcado em um aclive. Depois não existem mais bifurcações até o ponto de início da trilha. Coordenadas 624184 / 7786159 18. Descrição da trilha: Trilha segue a curva de nível da banqueta, sendo ela praticamente toda plana. Os primeiros dois quilômetros da trilha são feitos sem cobertura arbórea, ficando o visitante exposto ao sol. A partir do segundo quilômetro a trilha entra em área de mata de galeria, sendo praticamente todo o restante feito à sombra. A trilha margeia o canal de água em toda a extensão. 19. Caracterização do entorno da trilha: Matas de galeria. 20. Pontos de Parada para Descanso: Fim da estrada / início da trilha e pequeno pomar em meio à vegetação. 21. Pontos de Parada para Interpretação: vários 22. Recomendações úteis para trilhar: - Estar em boa forma física; - Usar roupas leves e confortáveis; - Levar roupas de banho; - Usar calçados como tênis, botas e sandálias, preferência para aqueles calçados impermeáveis; - Usar protetor solar e repelente; - Levar máquina fotográfica, óculos escuros, boné ou chapéu. 24. Observações complementares: A Trilha encontra-se com o percurso da Estrada Real e com o Caminho Religioso da Estrada Real - trecho Rio Acima / Nova Lima (Honório Bicalho) / Raposos. 77 Mapas da Trilha FIGURA 16: Georeferenciamento da trilha 27 voltas em base cartográfica FIGURA 17: Demarcação da trilha 27 voltas em imagem de satélite 78 Imagens da Trilha FIGURA 18: Trilha e Banqueta Vinte e Sete Voltas - Foto: Marcelo Prates FIGURA 19: Trilha Vinte e Sete Voltas Foto: Marcelo Prates FIGURA 20: Cachoeira Vinte e Sete Voltas Foto: Marcelo Prates FIGURA 21: Identificação Trilha Vinte e Sete Voltas - Foto: Marcelo Prates 7.2.2 Cálculo da Capacidade de Suporte da Trilha Capacidade de carga física ST - Superfície total da área em metros lineares. Extensão da trilha: 10400metros SV - Superfície ocupada ou utilizada por uma pessoa/ visitante: 2 metros 79 A divisão entre essas duas variáveis deve ser multiplicada pelo número de vezes que o local poderá ser utilizado pela mesma pessoa, que se obtém através da divisão entre o tempo total em horas que o atrativo fica aberto à visitação e o tempo necessário para que uma pessoa possa visita-lo. TT - Tempo total diário de abertura para a visitação: 09 horas TV - Tempo requerido para uma visita: 5 horas CCF = 5200_X 9_ 4 5 CCF= 2600x1,8 CCF= 4.680 A Capacidade de carga física é de 4.680 visitantes por dia. No entanto, existem fatores de correção a serem considerados que restringem a visitação. Capacidade de carga real A Capacidade de carga real é a relação entre a capacidade de carga física submetida aos fatores de correção particulares de cada local. CCR - Capacidade de carga real CCF - Capacidade de carga física FC - Fatores de correção Os fatores de correção considerados para a trilha foram: Fator de correção social: Busca proporcionar uma experiência de qualidade ao visitante oferecendo não apenas o espaço efetivamente ocupado, mas que conduz a um conforto desejado. 80 Para determinar o fator de correção social é necessário definir primeiramente o número de grupos que a trilha comporta. Comprimento da trilha = 5200metros Distância entre grupos = 100 metros6 Número de grupos = 52 por dia A Organização Mundial do Turismo recomenda que o número máximo de pessoas por grupo em atividades de ecoturismo deva ser 10 pessoas. Sendo este o número considerado para este estudo O número de visitantes ao mesmo tempo na trilha seria de 520. Np=52x10 Np=520 A magnitude limitante da trilha é encontrada ao se diminuir a capacidade de carga física da trilha pelo número de pessoas na trilha calculada anteriormente. ML=CCF-NP 6 A distância de 100 metros entre os grupos foi definida baseada nas características da trilha. 81 ML=4.680-520 ML= 4.160 A magnitude limitante do uso da trilha será então de 4.160 pessoas. A magnitude total é igual à capacidade de carga física da trilha que igual a 4.680 visitantes. FCsoc = 1 - 4.160_ 4.680 FCsoc=0,111 Fator de correção de erosão SE - superfície erodida ou sujeita a erosão: Foram identificados 30 metros de pontos de erosão ou sujeitas à erosão. ST - superfície total da área: 5.200 metros FCero = 1 - 30_ 5200 FCero = 0,994 Fator de correção de alagamento SA - superfície alagada: foram identificados 74 metros de áreas sujeitas a alagamento e empossamento de água. ST - superfície total: 5200metros 82 FCala = 1 - 74 _ 5200 FCala= 0,985 Fator de correção de acessibilidade SD - superfície considerada de difícil acesso ou mais de 20% de inclinação: Foram identificados aproximadamente 10 metros SM - superfície de dificuldade mediana ou inclinação entre 10% e 20%: Não foram identificados ST - superfície total: 5.200metros FCace = 1 - 1,5 . 10 + 0_ 5.200 FCace=0,997 Fator de correção de precipitação TP - tempo total de precipitação anual: Foram considerados 06 meses de chuvas intensas de outubro a março. TA - tempo total de abertura a visitação anual: Foi considerado que o atrativo fica aberto à visitação os 12 meses do ano. FCpre = 1- 6_ 12 FCpre = 0,5 83 CCR= 4680 x 0,111 x 0,994 x 0,985 x 0,997 x 05 CCR= 257 visitantes por dia A capacidade de carga real encontrada para a trilha é de 257 visitantes por dia. 7.2.3 Diretrizes de Intervenção para Uso Turístico Sinalização A sinalização de uma trilha é indispensável e ao mesmo tempo torna-se um desafio para o planejador. A sinalização tem que ser suficiente para que um visitante consiga se deslocar em seu percurso com segurança, de forma a garantir a sustentabilidade do espaço, sem degradá-lo nem descaracterizá-lo. Sugere-se a afixação de 04 placas informativas e educativas ao longo da trilha. A disposição das placas está detalhada a seguir: Placa Nº 01 02 Localização Entrada da Trilha Ponto de descanso Tipo Informação Painel Informativo Distância total da trilha, grau de dificuldade, tempo aproximado de conclusão do percurso, informações educativas, mapa da trilha. Educativa e informativa Orientações sobre o cuidado com o lixo, possibilidades de observação, distância do início da trilha, quanto falta para chegar ao atrativo principal Imagem 84 03 Captação de água/ponte Educativa e informativa Nome do rio que forma a cachoeira, em que bacia hidrográfica o rio está inserido, temperatura da água, tipo de vegetação, temperatura ambiente, qualidade da água, mensagem educativa, distância do início da trilha. 04 Cachoeira das Vinte e Sete Voltas Educativa e informativa tipo de vegetação, fauna, qualidade da água, educativas, curiosidades, dicas de segurança. Variáveis de Utilização da Trilha Por se tratar de uma trilha linear ela não permite variações de uso. Problemas Detectados Uso da trilha por caminhantes, ciclistas e treeiros. A passagem de motos pela trilha cria e agrava processos erosivos. Avaliação, Controle e Manejo de Impactos Impacto Indicador Verificador Causa Provável Leito da Trilha Erosão em encostas; Erosão em canais; Canal de drenagem (pluvial ou fluvial). Alagamentos Estratégia de Manejo Potencial O escoamento superficial e subsuperficial da drenagem (chuva) ocorre por falta de canaletas e converge para o leito da trilha de forma em alguns pontos. Correção e nivelamento do leito da trilha; Melhoria da drenagem (criar canaletas para o escoamento da água pluvial e fluvial); 85 Impacto Indicador Verificador Borda da Trilha Causa Provável Perda de borda crítica; Desbarrancamento de encosta; Solo Saneamento Solo encharcado. lixo deixado pelos visitantes Estratégia de Manejo Potencial Por ser uma trilha que acompanha a curva de nível há pontos de desmoronamentos das encostas. Consequência do fluxo superficial da drenagem e do canal da banqueta. Fazer barreiras de contenção com pedras e toras de madeira (aproveitando árvores caídas) Corrigir e nivelar o leito da trilha evitando que a água do canal transborde para trilha. Fiscalizar mais efetivamente as infrações e ter projetos de manutenção de infraestrutura, sinalização mais eficaz. Educação Ambiental mais eficaz. A presença da ação antrópica e de visitação não guiada. Risco Fauna Escorregar; Cair; Animais peçonhentos; Espécies domésticas (cachorros e animais de tração como cavalos e mulas) Existem pontos onde é possível escorregamentos e, em certos trechos, a perda de borda crítica facilita o estreitamento da trilha e o desbarrancamento encosta abaixo, o que pode provocar quedas dos visitantes. Implantação de corrimãos e degraus em locais de maior declive. A presença da ação antrópica. Fiscalizar a entrada de animais domésticos 86 7.3 Planejamento Trilha do Parque Rego dos Carrapatos 1. Nome da Trilha: REGO DOS CARRAPATOS 2. Localização: SEDE 3. Dias abetos a visitação: todos os dias da semana 4. Forma da Rota: Linear 5. Função da Rota: Entretenimento/esportes 6. Extensão da Rota: 8,4 km (ida e volta) 7. Tempo de Percurso: 2 horas 8. Restrição ao uso da trilha: Temporária 8.1. Período: Períodos chuvosos 9. Sinalização de Acesso à Trilha: Não existe 10. Tipo de Locomoção: A pé 11. Início da Rota: entrada do parque 12. Final da Rota: entrada do parque 13. Aclividade do Relevo: praticamente plano 14. Grau de Dificuldade: 15. Tipo de Público que utiliza a trilha: Moradores da sede para a prática de caminhadas 16. Serviço de Guia: Não existe / não é necessário 17. Como chegar ao início da Trilha: a partir da entrada do Parque. 18. Descrição da trilha: A trilha segue a praticamente na curva de nível do canal de água que era utilizado pela mineração Morro Velho, em um ponto o canal atravessa o leito do rio em uma passarela, mantêm praticamente a mesma altitude. Todo o trajeto é feito sob a mata ciliar do rio. A trilha é larga com uma média de 2 metros de largura. O piso em tempos de chuva torna-se escorregadio, devido ao alto nível de compactação do solo. 19. Caracterização do entorno da trilha: O Parque está dentro da sede do município, com bairros residenciais em seu entorno. O Parque, também, conecta-se com a RPPN da Mata do Jambreiro. 20. Pontos de Parada para Descanso: Minas e chafariz 21. Pontos de Parada para Interpretação: Barragem de captação de água 22. Recomendações úteis para trilhar: - Estar em boa forma física; - Usar roupas leves e confortáveis; - Levar roupas de banho; - Usar calçados como tênis, botas e sandálias, preferência para aqueles calçados impermeáveis; - Usar protetor solar e repelente; - Levar máquina fotográfica, óculos escuros, boné ou chapéu. 24. Observações complementares: trilha próxima a área urbana 87 Mapas da Trilha FIGURA 22: Georeferenciamento da trilha Rego dos carrapatos em base cartográfica FIGURA 23: Demarcação da trilha rego dos carrapatos em imagem de satélite 88 7.3.2 Capacidade de Suporte da Trilha Capacidade de carga física ST - Superfície total da área em metros lineares. Extensão da trilha: 4200metros SV - Superfície ocupada ou utilizada por uma pessoa/ visitante: 2 metros A divisão entre essas duas variáveis deve ser multiplicada pelo número de vezes que o local poderá ser utilizado pela mesma pessoa, que se obtém através da divisão entre o tempo total em horas que o atrativo fica aberto à visitação e o tempo necessário para que uma pessoa possa visita-lo. TT - Tempo total diário de abertura para a visitação: 09 horas TV - Tempo requerido para uma visita: 2 horas 4200_X 9_ 2 5 CCF = CCF= 2.100 x 1,8 CCF= 3.780 A Capacidade de carga física é de 3.780 visitantes por dia. No entanto, existem fatores de correção a serem considerados que restringem a visitação. Capacidade de carga real A Capacidade de carga real é a relação entre a capacidade de carga física submetida aos fatores de correção particulares de cada local. CCR - Capacidade de carga real 89 CCF - Capacidade de carga física FC - Fatores de correção Os fatores de correção considerados para a trilha foram: Fator de correção social: Busca proporcionar uma experiência de qualidade ao visitante oferecendo não apenas o espaço efetivamente ocupado, mas que conduz a um conforto desejado. Para determinar o fator de correção social é necessário definir primeiramente o número de grupos que a trilha comporta. Comprimento da trilha = 4200metros Distância entre grupos = 100 metros7 Número de grupos = 42 por dia A Organização Mundial do Turismo recomenda que o número máximo de pessoas por grupo em atividades de ecoturismo deva ser 10 pessoas. Sendo este o número considerado para este estudo O número de visitantes ao mesmo tempo na trilha seria de 420. Np=42x10 Np=420 7 A distância de 100 metros entre os grupos foi definida baseada nas características da trilha. 90 A magnitude limitante da trilha é encontrada ao se diminuir a capacidade de carga física da trilha pelo número de pessoas na trilha calculada anteriormente. ML=CCF-NP ML=3.780-420 ML= 3.360 A magnitude limitante do uso da trilha será então de 3.360 pessoas. A magnitude total é igual à capacidade de carga física da trilha que igual a 3.780 visitantes. FCsoc = 1 - 3.360_ 3.780 FCsoc=0,111 Fator de correção de erosão SE - superfície erodida ou sujeita a erosão: Foram identificados 73 metros de pontos de erosão ou sujeitas à erosão. ST - superfície total da área: 4.200 metros FCero = 1 - 73_ 4200 91 FCero = 0,982 Fator de correção de precipitação TP - tempo total de precipitação anual: Foram considerados 06 meses de chuvas intensas de outubro a março. TA - tempo total de abertura a visitação anual: Foi considerado que o atrativo fica aberto à visitação os 12 meses do ano. FCpre = 1- 6_ 12 FCpre = 0,5 CCR= 4680 x 0,111 x 0, 982 x 0,5 CCR= 255 visitantes por dia A capacidade de carga real encontrada para a trilha é de 255 visitantes por dia. 7.3.3 Diretrizes de Intervenção para Uso Turístico Sinalização A sinalização de uma trilha é indispensável e ao mesmo tempo torna-se um desafio para o planejador. A sinalização tem que ser suficiente para que um visitante consiga se deslocar em seu percurso com segurança, de forma a garantir a sustentabilidade do espaço, sem degradá-lo nem descaracterizá-lo. Sugere-se a afixação de 04 placas informativas e educativas ao longo da trilha. A disposição das placas está detalhada a seguir: 92 Placa Nº 01 02 03 04 Localização Tipo Informação Painel Distância total da trilha, grau de dificuldade, tempo aproximado de conclusão do percurso, informações educativas, mapa da trilha. Educativa e informativa Orientações sobre o cuidado com o lixo, possibilidades de observação, distância do início da trilha, quanto falta para chegar ao atrativo principal Passarela Educativa e informativa Nome do rio que forma a cachoeira, em que bacia hidrográfica o rio está inserido, temperatura da água, tipo de vegetação, temperatura ambiente, qualidade da água, mensagem educativa, distância do início da trilha. Barragem Rego dos Carrapatos Educativa e informativa tipo de vegetação, fauna, qualidade da água, educativas, curiosidades, dicas de segurança. Entrada da Trilha Ponto de descanso Imagem 93 Variáveis de Utilização da Trilha Por se tratar de uma trilha linear ela não permite variações de uso. Problemas Detectados Muitos pontos de erosão. Ausência de guarda corpo Piso escorregadio. Avaliação, Controle e Manejo de Impactos Impacto Indicador Estratégia de Manejo Potencial Verificador Causa Provável Leito da Trilha Borda da Trilha Solo Erosão em encostas; Erosão em canais; Canal de drenagem (pluvial). Alagamentos Perda de borda crítica; Desbarrancamento de encosta; Por ser uma trilha que acompanha a curva de nível há pontos de desmoronamentos das encostas. Consequência do pisoteio histórico que existe no percurso. Solo muito compactado. Saneamento O escoamento superficial e subsuperficial da drenagem (chuva) ocorre por falta de canaletas e converge para o leito da trilha em alguns pontos. lixo deixado pelos visitantes Fazer barreiras de contenção com pedras e toras de madeira (aproveitando árvores caídas) Calçamento ecológico Fiscalizar mais efetivamente o uso do espaço e ter projetos de manutenção de infraestrutura, sinalização mais eficaz. Educação Ambiental mais eficaz. A presença da ação antrópica e de visitação não guiada. Risco Escorregar; Cair; Animais peçonhentos; Existem pontos onde é possível escorregamentos e, em certos Correção e nivelamento do leito da trilha; Melhoria da drenagem (criar canaletas para o escoamento da água pluvial); Implantação de corrimãos, e guarda corpo. 94 Impacto Indicador Estratégia de Manejo Potencial Verificador Causa Provável trechos, a perda de borda crítica facilita o estreitamento da trilha e o desbarrancamento encosta abaixo, o que pode provocar quedas dos visitantes. Fauna Espécies domésticas (cachorros) A presença da ação antrópica. Fiscalizar a entrada de animais domésticos 95 8. CLASSIFICAÇÃO DAS TRILHAS DE NOVA LIMA A Classificação das Trilhas foram realizadas segundo a norma brasileira ABNT NBR 15505-2 “Turismo com Atividade de Caminhada – Classificação do Percurso”. De acordo com essa norma, um percurso pode ser classificado por diversas organizações, dentre elas o proprietário do terreno, operadoras de turismo, entidades regulatórias, órgãos de fomento, etc. A organização que realiza a classificação de um determinado percurso é responsável pelas informações fornecidas. A classificação permite que o cliente tenha informações preliminares que o apoiem na decisão de realizar um determinado percurso. Por outro lado, também, auxilia que a organização tenha condições de orientar o cliente nessa escolha, de acordo com sua condição física e sua motivação para a caminhada. A seguir serão apresentados e detalhados os procedimentos adotados para a classificação das Trilhas Ecológicas de Nova Lima, segundo cada critério. A classificação é composta por quatro critérios: a) Severidade do meio: refere-se aos perigos e outras dificuldades decorrentes do meio natural, como temperatura, pluviosidade, riscos de quedas, possibilidade de resgate, etc; b) Orientação no percurso: refere-se ao grau de dificuldade para orientação, como presença de sinalização, trilhas bem marcadas, presença de pontos de referência, para identificar o traçado da trilha; c) Condições do terreno: refere-se aos aspectos encontrados no percurso em relação ao piso e às condições para percorrê-lo, como tipos de solo, trechos com obstáculos ou pedras soltas, entre outros; d) Intensidade de esforço físico: refere-se à quantidade de esforço físico requerido para cumprir o percurso, levando em conta a extensão de desníveis (subidas e descidas), considerando um cliente comum. Considera-se cliente comum uma pessoa adulta, não-esportista e com bagagem leve. 96 TRILHA 1 – Percurso Cachoeira dos Macacos Localidade: São Sebastião das Águas Claras Classificação Grau de Severidade do Meio Orientação do Percurso Condições do Terreno Ocorrências / Critérios - trânsito de motocicletas e veículos em determinados trechos do percurso. - pequenos trechos de exposição ao sol forte - travessia de ribeirão com correnteza e sem ponte; - apresenta trechos escorregadios. - O caminho exige esforço de identificação do percurso, devido cruzamento com estradas e outros percursos. - Não há sinalização indicativa. - Estrada no perímetro urbano e trilha. - Caminho principal bem delimitado, porém a sinalização é ausente; - Não apresenta degraus altos. Resultado Valor ( ) 1 Pouco severo (X) 2 Moderadamente severo ( ) 3 Severo ( ) 4 Bastante severo ( ) 5 Muito severo 2 ( ) 1 Caminhos e cruzamentos bem definidos (X) 2 Caminho ou sinalização que indica continuidade ( ) 3 Exige a identificação de acidentes geográficos e pontos cardeais ( ) 4 Exige habilidade de navegação fora do traçado ( ) 5 Exige navegação para utilizar trajetos alternativos e não conhecidos previamente 2 (X) 1 Percurso com piso bom ( ) 2 Percurso com piso regular ( ) 3 Percurso com piso irregular ( ) 4 Percurso com obstáculos ( ) 5 Percurso com obstáculos que exigem técnicas verticais 1 Cálculo: T = D/V T (tempo) D (distância) V (velocidade média) Distância = 3.05km V estimado = 5km/h (piso fácil) Tempo estimado = 0,61h Velocidades Médias: Total tempo estimado = 40 min . Horizontal V piso fácil = 5km/h V piso moderado- 4km/h V piso difícil – 3km/h (X) 1 Pouco esforço – até 1h ( ) 2 Moderado - 1 a 3h ( ) 3 Significativo – 3 a 6h ( ) 4 Intenso – 6 a 10 h ( ) 5 Extraordinário – mais de 10h 1 Intensidade de Esforço Físico . Vertical: V Subida = 400m/h V Decida = 600m/h 97 TRILHA 2 – Percurso Vinte e Sete Voltas Localidade: Honório Bicalho Ocorrências / Critérios Classificação Grau de Severidade do Meio - trânsito de motocicletas e veículos em determinados trechos do percurso. - longos trechos de exposição ao sol forte; - Orientação do Percurso - Condições do Terreno - Resultado Valor ( ) 1 Pouco severo (X) 2 Moderadamente severo ( ) 3 Severo ( ) 4 Bastante severo ( ) 5 Muito severo 2 o caminho exige esforço de identificação do percurso, devido cruzamento com estradas e outros percursos. não há sinalização indicativa. ( ) 1 Caminhos e cruzamentos bem definidos (X) 2 Caminho ou sinalização que indica continuidade ( ) 3 Exige a identificação de acidentes geográficos e pontos cardeais ( ) 4 Exige habilidade de navegação fora do traçado ( ) 5 Exige navegação para utilizar trajetos alternativos e não conhecidos previamente 2 caminho em superfície sem obstáculos. não apresenta degraus altos. ( ) 1 Percurso com piso bom (X) 2 Percurso com piso regular ( ) 3 Percurso com piso irregular ( ) 4 Percurso com obstáculos ( ) 5 Percurso com obstáculos que exigem técnicas verticais 2 Cálculo: Trecho 1 - Subida Distância = 3.2km V estimado = 4km/h (piso moderado) Tempo estimado = 1,53h T = D/V T (tempo) D (distância) V (velocidade média) Desnível = 150m V de subida = 400m/h Tempo estimado = 0,38h Total tempo estimado = 1,9h Velocidades Médias: Intensidade de Esforço Físico . Horizontal V piso fácil = 5km/h V piso moderado- 4km/h V piso difícil – 3km/h Trecho 2 - Trilha Distância = 6km Tempo estimado = 5km/h Tempo estimado = 1,2h 3 (piso facil) Total tempo estimado = 3h10min . Vertical: V Subida = 400m/h V Decida = 600m/h ( ) 1 Pouco esforço – até 1h ( ) 2 Moderado - 1 a 3h (X) 3 Significativo – 3 a 6h ( ) 4 Intenso – 6 a 10 h ( ) 5 Extraordinário – mais de 10h 98 Trilha 3 – Percurso Rego dos Carrapatos Localidade: Nova Lima – Sede Classificação Grau de Severidade do Meio Orientação do Percurso Condições do Terreno Ocorrências / Critérios Resultado Valor - Proximidade com a área urbana; - Acesso à água potável; - Percurso sombreado. - Percurso autoguiado. (X) 1 Pouco severo ( ) 2 Moderadamente severo ( ) 3 Severo ( ) 4 Bastante severo ( ) 5 Muito severo 1 - Caminho não exige esforço de identificação do traçado. (X) 1 Caminhos e cruzamentos bem definidos ( ) 2 Caminho ou sinalização que indica continuidade ( ) 3 Exige a identificação de acidentes geográficos e pontos cardeais ( ) 4 Exige habilidade de navegação fora do traçado ( ) 5 Exige navegação para utilizar trajetos alternativos e não conhecidos previamente 1 - Caminho em superfície plana e sem obstáculos. (X) 1 Percurso com piso bom ( ) 2 Percurso com piso regular ( ) 3 Percurso com piso irregular ( ) 4 Percurso com obstáculos ( ) 5 Percurso com obstáculos que exigem técnicas verticais 1 Cálculo: T = D/V T (tempo) D (distância) V (velocidade média) Distância = 4.000m V horizontal = 5 km/h (piso fácil) Tempo estimado = 0,8h Total tempo estimado = 50 min Velocidades Médias: 1 Intensidade de Esforço Físico . Horizontal V piso fácil = 5km/h V piso moderado- 4km/h V piso difícil – 3km/h (X) 1 Pouco esforço – até 1h ( ) 2 Moderado - 1 a 3h ( ) 3 Significativo – 3 a 6h ( ) 4 Intenso – 6 a 10 h ( ) 5 Extraordinário – mais de 10h . Vertical: V Subida = 400m/h V Decida = 600m/h 99 Variação Altimétrica das Trilhas FIGURA 24: Variação Altimétrica Trilha Vinte e Sete Voltas FIGURA 25: Variação Altimétrica Trilha Cachoeira dos Macacos FIGURA 26: Variação Altimétrica Trilha Parque Rêgo dos Carrapatos 100 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este documento tem o propósito de orientar o município de Nova Lima no processo de planejamento do ecoturismo, auxiliando nas correções dos pontos fracos e ameaças e enfatizar os pontos fortes do Município, além de nortear as ações para aproveitamento das oportunidades. O Plano Estratégico de Ecoturismo contribuirá para a construção de um cenário em que os agentes políticos, atores sociais e população estarão mobilizados, convergindo suas ações e pensamentos em busca de agregar valor ao município, transformando-a em um polo de ecoturismo. Promover o desenvolvimento sustentável em que haja a melhoria do ambiente, geração de emprego e renda e políticas públicas que ultrapassem o imediatismo e os interesses de pequenos grupos. Sendo essa a preocupação da gestão municipal em buscar novas estratégias para garantir que este desenvolvimento ocorra de forma participativa, tendo a sociedade e os atores do turismo como parceiros. 101 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ASSOCIAÇÃO DO CIRCUITO DO OURO. Inventário da Oferta Turística de Nova Lima, 2010. BRASIL. Ministério do Turismo. Ecoturismo: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. CIFUENTES, M. Determinación de Capacidad de Carga Turística em áreas protegidas. Centro Agronômico Tropical de Investigación y Enseñanza – CATIE, Tirrialba, Costa Rica. 1992. Di Pietro, João Eduardo; Di Pietro Filho, João Eduardo. A metodologia do cálculo de carga na preservação ambiental. 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