INFORMATIVO APOEMA www.apoema.com.br ANO VII - VOL204-26/SET-2015 A TERRÍVEL SITUAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS OS GUARANI Informativo Apoema - SET/2015 O perigo de extinção (dos povos originais) Os indígenas são os habitantes originais desta nação. Segundo pesquisas, existem indícios de seres humanos, no Brasil, datado de 12.770 a.C., encontrados em escavações arqueológicas. Foi com a chegada de estrangeiros, que desbravaram essa terra gigantesca, é que os problemas dos índios começaram, e não pararam mais. Atualmente, restam poucos povos indígenas em nosso País tropical. Estes, que ainda restam, vivem em sofrimento ou em pura miséria, ou seja, continuam sendo destratados e desrespeitados, mesmo com a evolução das leis que foram criadas para os protegerem. A cada dia que passa, mais e mais índios continuam a sofrer e perdem vidas, em pleno ano de 2015. Os indígenas vivem em total vulnerabilidade pelos desrespeitos à legislação que os protege. Na mesma semana em que foi veiculada a comovente imagem do menino sírio morto, na praia turca, crianças Guarani-Kaiowá foram alvejadas por tiros de borracha, que foram disparados covardemente por fazendeiros, em Mato Grosso do Sul, estado onde o mato também foi patrolado, sem dó nem piedade, para a implantação de pasto e lavoura. As aldeias indígenas deste estado, que foram forçosamente remanejadas, hoje vivem em regime de confinamento, pela falta de espaço suficiente para viver. Vivem em barracos arranjados, em péssimas condições de vida e lutam para sobreviver. Alguns desistem, preferindo o suicídio a viver assim, nessas terríveis condições. Só em 2013 ocorreram 73 casos de suicídio, tal é o desespero. Enfim, dos cinco milhões de índios que viviam aqui, no período do descobrimento, existem apenas cerca de 460 mil, segundo a FUNAI. Além de ser muito triste, é mais uma situação vergonhosa para o nosso País, que vê esse número de habitantes indígenas diminuir, ano após ano, e nada faz. (Fonte: Jornal NH 20/SET/2015) Bere Adams 1 Os Guarani em território brasileiro sofrem com a presença violenta de fazendeiros Para os índios Guarani, a terra é a origem da vida. No entanto, seu território tem sido devastado por violentas invasões lideradas por fazendeiros. Quase todas as terras dos índios já foram roubadas. Crianças Guarani passam fome e muitos líderes já foram assassinados. Centenas de homens, mulheres e crianças Guarani cometeram suicídio. O povo Guarani foi um dos primeiros a serem contatados após a chegada dos europeus na América do Sul, cerca de 500 anos atrás. No Brasil, vivem atualmente cerca de 51.000 índios Guarani, em sete estados diferentes, tornando-os a etnia mais numerosa do país. Muitos outros índios Guarani vivem no Paraguai, Bolívia e Argentina. O povo Guarani no Brasil está dividido em três grupos: Kaiowá, Ñandeva e M’byá, dos quais o maior é o Kaiowá, que significa ‘povo da floresta’. O povo Guarani é profundamente espiritual. A maioria das comunidades possui um espaço para oração, e um líder religioso, cuja autoridade é baseada em prestígio, em vez de poder formal. A ‘terra sem males’ O ideal da ‘terra sem males’ é presença constante na cultura dos índios Guarani, que buscam um lugar, anunciado por seus ancestrais, onde as pessoas vivam livres de dor e sofrimento. Ao longo dos séculos, os Guarani percorreram vastas distâncias em busca da ‘terra sem males’. Um cronista do século 16 registrou que os Guarani possuem o ‘constante desejo de buscar novas terras, nas quais eles imaginam que vão encontrar a imortalidade e a facilidade perpétua’. Essa busca permanente é indicativa da característica única dos Guarani, ‘um traço distinto’ deles que tem sido frequentemente observado por aqueles que não fazem parte de sua cultura. Atualmente, isso se manifesta de uma forma mais trágica: profundamente afetados pela perda de quase todas as suas terras no século passado, o povo Guarani sofre uma onda de suicídio inigualável na América 2 do Sul. 3 Os problemas são especialmente graves no Mato Grosso do Sul, onde a etnia já chegou a ocupar uma área de florestas e planícies de cerca de 350.000 quilômetros quadrados. Hoje em dia, os índios vivem espremidos em pequenos pedaços de terra cercados por fazendas de gado e vastos campos de soja e cana-deaçúcar. Alguns não têm terra alguma, e vivem acampados na beira de estradas. A história de Marcos Veron ‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe dessa terra, você leva a minha vida’. Marcos Veron O assassinato do líder Guarani Marcos Veron, em 2003, foi um exemplo trágico, mas tipico da violência à qual seu povo está sujeito. Sr. Veron, com idade em torno de 70 anos, foi o líder da comunidade Guarani Kaiowá de Takuara. Durante cinqüenta anos seu povo tinha tentando recuperar um pequeno pedaço de sua terra ancestral, depois que ela foi tomada por um rico brasileiro e se transformou em uma grande fazenda de gado. Desde então, a maior parte da floresta que cobria a área tinha sido desmatada. Em abril de 1997, desesperado depois de anos pressionando o governo sem resultado, Marcos levou sua comunidade de volta para a fazenda. Eles começaram a reconstruir suas casas, e podiam cultivar seus alimentos novamente. Mas o fazendeiro que ocupava a área foi ao tribunal e um juiz ordenou a saída dos índios. Em outubro de 2001, mais de cem policiais fortemente armados e soldados obrigaram os índios a abandonar sua terra mais uma vez. Eles finalmente acabaram vivendo debaixo de lonas de plástico ao lado de uma rodovia. Ainda na Takuara, Marcos disse: ‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe desta terra, você leva minha vida.’ Suas palavras vieram com uma profecia trágica e real no início de 2003, quando, durante outra tentativa de retornar pacificamente à sua terra, ele foi violentamente espancado por funcionários do fazendeiro. Ele morreu poucas horas depois. Os assassinos de Veron não foram acusados de assassinato, mas eles foram acusados de crimes menores relacionados ao ataque, após uma audiência judicial no início de 2011. Desespero Nos últimos 500 anos praticamente todas as terras dos Guarani no Mato Grosso do Sul foram tomadas deles. Ondas de desmatamento converteram as terras férteis dos Guarani em uma vasta rede de fazendas de gado e plantações de cana-deaçúcar para o mercado de biocombustíveis do Brasil. Muitos dos Guarani estão amontoados em pequenas reservas, que estão cronicamente superlotadas. Na reserva de Dourados, por exemplo, 12 mil índios vivem em pouco mais de 3.000 hectares. A destruição da floresta fez com que as práticas da caça e a pesca sejam impossíveis, e não há mais terra suficiente até mesmo para plantar. A desnutrição é um problema sério e, desde 2005, pelo menos, 53 crianças Guarani morreram de fome. Canaviais O Brasil tem uma das indústrias mais desenvolvidas de biocombustíveis no mundo. Plantações de cana-de-açúcar foram estabelecidas na década de 1980, e dependem fortemente do trabalho indígena. Frequentemente, os trabalhadores trabalham por salários miseráveis em condições terríveis. Em 2007, a polícia invadiu uma destilaria de álcool de cana-de-açúcar e descobriu 800 índios trabalhando e vivendo em condições subumanas. Como muitos homens indígenas são forçados a procurar trabalho nas plantações, eles estão ausentes de suas comunidades por longos períodos e isso tem um impacto importante na saúde e na sociedade Guarani. As doenças sexualmente transmissíveis e alcoolismo foram introduzidas pelos trabalhadores retornando e tensões internas e violência aumentaram. Mais de 80 novas plantações de cana-de-açúcar e usinas de álcool estão previstas para o Mato Grosso do Sul, muitas das quais estão sendo construídas em terra ancestral dos Guarani. Prisão Os Guarani no Mato Grosso do Sul sofrem com o racismo e a discriminação, e altos níveis de assédio da polícia. Estima-se que existem mais de 200 Guarani na cadeia com pouco ou nenhum acesso a aconselhamento jurídico e intérpretes, preso em um sistema legal que eles não entendem. Isso resultou em pessoas inocentes serem condenadas. Muitos estão servindo penas desproporcionalmente duras por delitos menores. A resposta deste povo profundamente espiritual para a crônica falta de terra tem sido uma epidemia de suicídio única na América do Sul. Desde 1986 mais de 517 índios Guarani cometeram suicídio; o mais novo 4 tinha apenas nove anos de idade. Lutando para sobreviver Lotados em reservas minúsculas, com terríveis consequências sociais, muitas comunidades Guarani têm tentado recuperar pequenas parcelas de suas terras ancestrais. Estas ‘retomadas’ tem sido violentamente resistidas pelos agricultores poderosos que hoje ocupam a região. Os fazendeiros frequentemente empregam pistoleiros para defender ‘suas’ propriedades, e inúmeros Guarani foram mortos durante ou logo após as retomadas. A pequena comunidade de Ñanderu Marangatu é típica. Apesar do fato de que a comunidade tem direito por lei a viver dentro de uma reserva de 9.000 hectares, eles foram expulsos por pistoleiros contratados por fazendeiros em 2005. Com incrível coragem, a comunidade voltou. Eles agora vivem em uma pequena fração do que é legalmente deles, e a área circundante a sua comunidade é patrulhada diariamente pelos pistoleiros do fazendeiro, que também estupraram duas mulheres Guarani e atiraram contra a casa de um dos líderes da comunidade. Fonte: http://goo.gl/0pAJKF SETEMBRO, UM MÊS INTENSO DE MUITAS ATIVIDADES DA APOEMA Aconteceu no dia 9 de setembro de 2015 o lançamento do livro Pela trilha da sensibilidade Foram momentos maravilhosos, de muita amorosidade, afetividade e parceria no lançamento do livro "Pela trilha da sensibilidade". Ocorreu, também, a abertura da mostra fotográfica "Pelos caminhos", de Leonardo Boufleur, autor das imagens do evento e da fotografia da capa do livro. O evento foi na Biblioteca Municipal Machado de Assis, coordenada pela querida parceira Denise Mazzali Konarzewski, que nos apoiou de forma incondicional nesse importante momento. A obra aborda a sensibilidade (com todos os sentidos) como importante componente para uma percepção ampliada da vida. A obra ressalta que é preciso redespertar os nossos sentidos e destaca, ainda, o quanto estamos anestesiados em nossa vida cotidiana e traz referências de importantes autores que pesquisam e trabalham a temática da sensibilização. O que é sensibilidade? O que é sensibilizar? A obra finaliza com a apresentação de atividades práticas de sensibilização, que foram aplicadas com alunos de pós graduação em Educação Ambiental na USP/SC-SP, e apresenta resultados animadores e significativos. As atividades podem ser replicados com diferentes grupos, independente da área de atuação. É um aprendizado para uma vida mais sensível! Disponível a venda no site: www.apoema.com.br Fonte da imagem: Google, busca por “sofrimento povos indígenas” 5 6 Muda de alecrim “Amanda aproveitou a muda de alecrim que ganhou no lançamento do livro da vovó Bere Adams para fazer o tema! Gente Moleque homenageando o Dia da Árvore e ensinando Educação Ambiental desde sempre”. Alice Adams Lançamento on-line da 53ª edição da revista eletrônica Educação Ambiental em Ação www.revistaea.org Setembro finalmente chegou para trazer a beleza e o perfume da primavera. E setembro é mês de lançamento da nossa revista, que tem a sua periodicidade trimestral. Então, é com muita alegria que apresentamos a 53ª edição, elaborada com muito esforço, carinho e dedicação, tanto por parte do pessoal da equipe, quanto por parte dos colaboradores que compartilham suas experiências de Educação Ambiental, para que esta prática se dissemine e se aprimore cada vez mais. A frase que nos inspirou, nessa edição, é da jornalista Vivianne Amaral, que além de ter experiência com Educação Ambiental, há muito tempo desenvolve técnicas de articulação e facilitação de processos em redes sociais com interação mediada pela internet. "Acredito que, para todos nós que já temos a informação e o conhecimento sobre a crise ecológica, o grande desafio é a coerência cotidiana" (Vivianne Amaral). Essa coerência cotidiana, que Vivianne traz para nós como sendo um dos nossos maiores desafios, diz respeito ao que provocamos e promovemos, ao que fazemos, como educadores e como cidadãos planetários. Essa coerência cotidiana é mesmo um grande desafio porque todos nós, de uma forma ou de outra, promovemos impactos ambientais, uns mais, outros menos, mas pouquíssimos conseguem, realmente, viver de forma coerente. Se os valores que apregoamos não estiverem presentes em nossa vida, nas nossas atitudes, estaremos sendo incoerentes, e, portanto, irresponsáveis. Assumir responsabilidade exige, no mínimo, coerência, e nossas atitudes, sem sombra de dúvida, têm muito mais valor do que nossas palavras. Por este motivo, o tema desta edição é focado em “Educação Ambiental e o desafio da ação coerente”. Música ALECRIM DOURADO Alecrim, Alecrim dourado Que nasceu no campo Sem ser semeado Alecrim, Alecrim dourado Que nasceu no campo Sem ser semeado 7 Foi meu amor Que me disse assim Que a flor do campo é o alecrim Foi meu amor Que me disse assim Que a flor do campo é o alecrim Recentemente ultrapassamos 7.000.000 visitas, o que dá uma dimensão do alcance desta publicação e, também, da nossa responsabilidade! Esperamos que todos tenham uma boa leitura e façam um ótimo proveito do que esta edição oferece, com muito carinho, para cada um de vocês! www.revistaea.org Equipe da Educação Ambiental em Ação 53ª Edição - SET/DEZ 2015 CIRANDA APOEMA: www.apoema.com.br Www.revistaea.org Www.amigosdanatureza.net (parceiro) Http://projetoapoema.blogspot.com/ Informativo elaborado por: Projeto Apoema: www.apoema.com.br Edição: Berenice Gehlen Adams Jornalista Resp.- Alice Gehlen Adams Mtb 12690 Contato: [email protected] Participe, envie sugestões ou conte sua experiência! 8