Prof. Italo Mammini Filho Capacidade de emitir radiação (raios); estudo dos processos em que ocorrem alterações do núcleo dos átomos, também chamados reações nucleares. EM PROCESSOS QUÍMICOS (REAÇÕES, FORMAÇÃO DE LIGAÇÕES) NÃO HÁ ALTERAÇÃO DO NÚMERO DE PRÓTONS OU DE NÊUTRONS, APENAS NO DE ELÉTRONS, ISTO É, PROCESSOS NUCLEARES SÃO FENÔMENOS FÍSICOS. Em 1895, Wilhelm Roentgen (Prêmio Nobel de Física de 1901), investigando descargas elétricas em gases rarefeitos (ampola de Crookes)... ... descobre “raios misteriosos”... ... posteriormente chamados de raios – X. Antoine Henri Becquerel, seguindo uma hipótese levantada por Henri Poincaré, procura relacionar a emissão de raios-X com os fenômenos da fluorescência e da fosforescência. Substâncias FLUORESECENTES emitem luz após receberem impacto de elétrons acelerados ou quando expostas à radiação. Cessada a excitação, se continuam emitindo luz são chamadas FOSFORESCENTES. Estudando minérios conhecidos por apresentarem fosforescência após algum tempo expostos ao sol, Becquerel deixou sais de Urânio próximos de uma chapa fotográfica. Observou que os sais emitiam radiação mesmo antes da exposição, isto é, as emissões eram independentes da excitação causada pela luz solar. Os raios emitidos pelos sais de Urânio, como os raios-X, atravessavam chapas de vidro ou metálicas e sensibilizavam chapas fotográficas. Ficaram conhecidos como “raios de Becquerel”. A unidade (SI) para atividade de um material radioativo, o qual produz uma desintegração por segundo, é conhecida por Becquerel (Bq = s-1) Como parte de sua tese de doutorado, Marie Curie mostra que outro elemento químico, o Tório, emite o mesmo tipo de radiação que o Urânio e que a radiação depende apenas das quantidades dos elementos nas amostras dos minérios. Marie e Pierre Curie A sugestão de que a radioatividade estaria ligada ao próprio átomo e não ao arranjo molecular do minério foi uma descoberta revolucionária. Becquerel e o casal Curie dividem o prêmio Nobel de Física de 1903. Analisando a “pechblenda”, um minério que continha Urânio, Marie Curie descobre (nas impurezas) novos elementos radioativos: Polônio e Rádio, muitas vezes mais radioativos que o próprio Urânio. Em 1911, Marie Curie ganha o Nobel de Química pela descoberta e caracterização dos elementos Rádio e Polônio. CAUSAS No modelo atômico proposto por Rutherford, em 1911, o núcleo é formado por prótons... Como os prótons poderiam coexistir sem se repelirem? James Chadwick obtém evidência da existência dos nêutrons somente em 1932. Nobel de Física de 1935 Para haver estabilidade em um núcleo, a relação N / Z deverá ser maior do que 1. Mesmo assim, muitos prótons acumulam uma força repulsiva muito grande (isso ocorre para Z > 82). Então, para que esses núcleos se estabilizem, é necessário que “se livrem” de algumas partículas, daí as emissões. TODA EMISSÃO RADIOATIVA SE DÁ NO SENTIDO DE AUMENTAR A ESTABILIDADE DO NÚCLEO. Diagrama mostrando a relação N / Z para núcleos estáveis e radioativos. NATUREZA DAS EMISSÕES Nêutron : 0n1 Pósitron : +1β0 Neutrino : 0ν0 Nome Velocidade de propagação Poder de penetração É bloqueada por: Alfa (+2α4) 0,1 c Baixo (até 0,05 cm da pele). Folha de papel. Beta (-1β0) 0,9 c Médio até (1,5 cm da pele). Roupa grossa. Gama (0γ0) c Alto (atravessa o corpo). Lâmina grossa de chumbo. LEIS DE DECAIMENTO Emissão alfa: 238 92U → 4 +2α + 234 90Th Emissão beta: 1 0n Captura de elétron: 40 19K + 0 -1e → 127 53I → 0 -1β + → 1p1 + 0 -1β + 0ν0 40 18Ar da camada K OBSERVE A CONSERVAÇÃO DA MASSA E DA CARGA NAS EQUAÇÕES ! 127 54Xe Independente da velocidade com que ocorrem, os processos de decaimento são espontâneos. Até Z = 20 : relação (N / Z) = 1 → MAIS ESTÁVEIS. Núcleo com excesso de nêutrons → 0 -1β Núcleo com déficit de nêutrons → CE ou emissor. 0 +1β emissor. Se Z é par e N é par → MAIS ESTÁVEIS. Se o total (Z + N) é muito grande → +2α 4 emissor. Os tempos indicados referem-se às respectivas meias-vidas dos radioisótopos. A frequência com que uma amostra contendo núcleos radioativos emite partículas independe do estado físico ou químico dessa amostra, já que a desintegração radioativa é uma propriedade do núcleo. Essa frequência depende apenas da espécie e do número de núcleos presentes na amostra. 1 g de 238U emite 12300 partículas alfa por segundo, já 1 g de 226Ra emite 3,7 × 1010 partículas alfa por segundo. Uma vez que a taxa de emissão é proporcional ao número de núcleos ainda não desintegrados, ela está continuamente sendo reduzida pela própria desintegração em si mesma. Para uma amostra contendo, inicialmente, um certo número de núcleos, teremos, após um certo período de tempo, a redução à metade de seu número original. Esse período de tempo é chamado de MEIA-VIDA do radioisótopo considerado. Os processos radioativos seguem uma lei de desintegração exponencial. Se o número de núcleos radioativos inicial é N0 e, após um tempo “t” ele passa a ser N, podemos escrever: N = N0 × e-λt em que λ é a constante de decaimento, característica do núcleo em questão. Se chamarmos o período de meia-vida por “P” e substituirmos na expressão anterior, teríamos: ½ N0 = N0 × e-λP Então: ou: P = 0,6931 / λ λP = ln 2 = 0,6931