O estudo de avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da Iniciativa Bairros Críticos Relatório Final Manuel Pimenta Março de 2009 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC Índice 1. Os pressupostos ……………………………………………………………………………………………………………….3 2. O contexto da disseminação – A iniciativa Bairros Críticos e os projectos locais …………………………………….4 3. Referencial teórico-conceptual e metodologia do estudo ………………………………………………………………..6 3.1. O conceito de inovação EQUAL ………………………………………………………………………………...6 3.2. Delimitação do objecto e dos objectivos da avaliação …………………………………………………………7 3.3. A metodologia do estudo ………………………………………………………………………………………..8 3.4 Técnicas e instrumentos de pesquisa ……………………………………………………………………………9 4. Fase 1 - “Convergência” ……………………………………………………………………………………………………….11 4.1. A aproximação entre a oferta e a procura de inovação - selecção dos produtos EQUAL …………………11 4.2. A estratégia de disseminação - concepção e planeamento da disseminação ……………………………….12 4.3. Estudo da pertinência e coerência do projecto de disseminação ……………………………………………..14 4.4 Os contextos locais e as dinâmicas de parcerias …………………………………………………………………17 4.5. Expectativa de resultados da disseminação para os principais protagonistas do processo ……………….18 5. Fase 2 – “Apropriação – adaptação” …………………………………………………………………………………………...20 5.1. Os produtos objecto de apropriação …………………………………………………………………………….20 5.2. Mobilização e dinâmica de participação na “apropriação” – tipologia das organizações incorporadoras .21 5.3. Tipologia dos participantes nas actividades de disseminação ………………………………………………..22 5.4. Níveis de participação das organizações incorporadoras no processo disseminação ……………………..24 6. A execução do Plano de Disseminação ……………………………………………………………………………………….25 6.1. Grau de execução das actividades e eficácia das formas de coordenação ……………………………………25 6.2. Tipologia dos beneficiários dos produtos apropriados …………………………………………………………26 6.3. Reconhecimento do valor dos produtos em disseminação pelos incorporadores ………………………...…27 7. Fase 3 – “Incorporação” …………………………………………………………………………………………………………29 7.1. Adaptação dos produtos na sequência da apropriação ………………………………………………………..29 7.2. Os efeitos e os resultados do processo de disseminação ……………………………………………………….31 7.3. A incorporação da filosofia e dos princípios EQUAL ………………………………………………………….34 7.4. Extensão do mainstreaming horizontal e vertical ………………………………………………………………36 8. A Sustentabilidade ………………………………………………………………………………………………………………39 8.1. Obstáculos à transferência e incorporação dos produtos ………………………………………………………39 8.2. Os factores e as perspectivas de sustentabilidade ……………………………………………………………… 41 9. Balanço da disseminação nos territórios da IBC – conclusões e recomendações ………………………………………..44 Anexos …………………………………………………………………………………………………………………... 51 Principais siglas utilizadas: PD - Parcerias de Desenvolvimento IBC - Iniciativas Bairros Críticos GPL - Grupo de Parceiros Locais CM - Cova da Moura VA - Vale da Amoreira 1 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC GTIM - Grupo de Trabalho Inter-ministerial Índice de quadros Quadro 1 - Entidades incorporadoras que responderam ao questionário de avaliação do processo de disseminação por projecto disseminado Quadro 2 - Eixos de intervenção e medidas do projecto da Cova da Moura com que se articulam os produtos EQUAL em disseminação Quadro 3 - Eixos de intervenção e medidas do projecto do Vale da Amoreira com que se articulam os produtos EQUAL em disseminação Quadro 4 - Áreas temáticas dos produtos e subprodutos EQUAL / Eixos de intervenção do projecto da Cova da Moura Quadro 5 - Áreas temáticas dos produtos e subprodutos EQUAL / Eixos de intervenção do projecto do Vale da Amoreira Quadro 6 – Tipo e nível de expectativa relativamente aos resultados da disseminação Quadro 7 - Produtos e sub-produtos seleccionados, disseminados e não disseminados Quadro 8 - Nº de organizações que participaram nas actividades de disseminação por projecto e por bairro Quadro 9 - Tipologia das organizações envolvidas como incorporadoras nas actividades de disseminação segundo as entidades conceptoras Quadro 10 - Número de participantes nas actividades de disseminação segundo o nível de responsabilidade / função na organização Quadro 11 - Níveis participação das organizações incorporadoras nas actividades de disseminação Quadro 12 - Grau de execução do plano de actividades de disseminação e de eficácia das formas de coordenação e integração actividades Quadro 13 - Tipo de beneficiários finais dos produtos incorporados por projecto Quadro 14 - Avaliação dos produtos em disseminação, segundo os graus de inovação, utilidade e adequação para as organizações incorporadoras Quadro 15 - Avaliação dos produtos em disseminação, segundo os graus de inovação, utilidade e adequação para as organizações incorporadoras por bairro Quadro 16 - Grau de adaptação dos produtos segundo as entidades incorporadoras Quadro 17 - Grau de adaptação dos produtos no final da Acção 3 segundo os incorporadores e os conceptores Quadro 18 - Balanço geral dos resultados da disseminação segundo os conceptores Quadro 19 - Grau de concretização dos objectivos e de transferência e incorporação de produtos e práticas Quadro 20 - Grau de dinamização da parceria e projecto e de estímulo à inovação Quadro 21 - Mais valias para as organizações e técnicos incorporadores e para o projecto local Quadro 22 - Grau transferência e incorporação da filosofia e dos princípios EQUAL na prática das organizações e dos profissionais Quadro 23 - Extensão do mainstreaming Quadro 24 - Tipo de utilização, presente ou futura, das soluções EQUAL disseminadas feita pelas organizações incorporadoras Quadro 25 - Obstáculos à transferência e incorporação dos produtos Quadro 26 - Principais obstáculos / factores que limitam ou dificultam a transferência e incorporação dos produtos e práticas inovadores 2 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC 1. Os pressupostos A EQUAL é uma Iniciativa Comunitária orientada para a promoção da inovação social procurando, em particular, encontrar novas formas de combater as desigualdades, as discriminações, o desemprego e a exclusão social. É uma iniciativa de vocação experimental e estrutural, que promove o desenvolvimento e experimentação de novas soluções passíveis de serem incorporadas nas políticas e nas práticas das entidades com intervenção nas áreas em causa, com capacidade de desenvolver mudanças significativas ao nível da qualidade das respostas para benefício do maior número possível de pessoas (disseminaçãomainstreaming). A EQUAL subdividiu-se em duas fases, cada uma delas envolvendo três Acções (etapas) de desenvolvimento dos projectos (vd. Guia de Apoio ao Utilizador EQUAL). O processo culmina (mas não termina) com a Acção 3 que constitui a etapa da transferência (apropriação-adaptação e incorporação) das soluções inovadoras através da realização de um projecto e de actividades de disseminação dos produtos e das práticas experimentados e validados pelos projectos no decurso da Acção 2. O processo de disseminação e o mainstreaming é protagonizado por um conjunto de entidades parceiras visando a transferência de produtos / soluções inovadoras e pode ser de natureza horizontal, isto é, interpares ou entre organizações que estão ao mesmo nível, ou vertical, visando um nível superior de incorporação, influenciando e promovendo mudanças nas políticas e/ou nas organizações dominantes ou de tutela (o mainstreaming vertical). A estratégia de disseminação da EQUAL desenhada pela Gestão da Iniciativa envolve diferentes componentes, articuladas e complementares, que vão desde os projectos de disseminação directamente promovidos pelas 77 Parcerias de Desenvolvimento (PD) da 2ª Fase e pelas Redes Temáticas (RT) nacionais, passando por projectos de iniciativa do Gabinete de Gestão (GG) de carácter mais abrangente, integrador e estruturante, sobretudo ao nível da disseminação vertical, e ainda pelo ensaio de modalidades alternativas de disseminação, envolvendo a transferência de “pacotes” de produtos, provenientes de diferentes projectos EQUAL, que procuram no terreno articular os seus produtos e actividades de disseminação em convergência com os domínios de intervenção e os objectivos de projectos locais, como no caso da disseminação em territórios da Iniciativas Bairros Críticos (IBC) que constituem o objecto desta avaliação: Cova da Moura (CM) e Vale da Amoreira (VA). 3 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC 2. O contexto da disseminação – A Iniciativa Bairros Críticos e os projectos locais A IBC, criada em Dezembro de 2005, tem como objectivo contribuir para a operacionalização de uma linha estratégica da Política das Cidades, orientada para a integração socio-urbanística de territórios que apresentam factores de vulnerabilidade crítica, e tem como pressupostos o envolvimento interministerial formalizado, no sentido de assegurar a concertação das iniciativas e a definição das prioridades; a participação dos Parceiros Locais na própria definição e concepção dos Planos de Intervenção; o desenvolvimento de parcerias público-público e público-privadas, aos vários níveis. A iniciativa concretiza-se localmente através projectos que são executados por uma parceria alargada e acompanhados por estruturas criadas no âmbito da iniciativa, tais como o Grupo de Trabalho Inter-ministerial (GTIM) e o Grupo de Parceiros Locais (GPL), a Comissão de Acompanhamento e a Comissão Executiva. Na composição das Parceiras para a execução dos projectos locais estão presentes organizações com competências e capacidades susceptíveis de promover a mudança nos “sistemas” e facilitar a incorporação, ao nível das políticas, das práticas validadas nos territórios, o que amplia o âmbito potencial da disseminação, abrindo boas perspectivas de mainstreaming ao nível horizontal e vertical (vd. Anexo 1 instituições dos Bairros da CM (25) e do VA (23) que subscreveram os protocolos de intervenção 2007-2011 da IBC). Tal como a EQUAL, a IBC afirma inequivocamente a sua vocação inovadora e experimental, assumindo a intenção de estimular e testar soluções institucionais, procedimentais e tecnológicas, inovadoras, integradas e participadas, e de procurar a concertação e optimização dos actores e da acção pública em intervenções integradas. A Iniciativa pretende testar soluções inovadoras que possam ser transferidas e incorporadas noutros contextos e informar as políticas. Tanto no plano dos pressupostos como dos seus objectivos últimos, existem entre as duas iniciativas zonas de convergência que asseguram uma coerência e alinhamento entre os objectivos da disseminação EQUAL e os objectivos da IBC. Acresce que as duas iniciativas partilham o mesmo tipo de modelo de intervenção integrada sustentado no de trabalho em parceria e em rede e associando, numa lógica de empowerment, os beneficiários da intervenção através do desenvolvimento participado das actividades. A IBC e os respectivos projectos locais constituem, portanto, um contexto específico particularmente adequado, em termos de espaço (os projectos locais) e tempo (2007-2011), para testar uma estratégia alternativa de disseminação da inovação, percorrendo as sucessivas etapas de disseminação, da convergência e apropriação à incorporação e sustentabilidade. A IBC, representa uma efectiva possibilidade de se concretizar um processo de disseminação com incorporação 1 dado que ocorre no âmbito de um programa e de intervenções locais que prosseguem muito para além do financiamento da EQUAL. A partilha de uma cultura de inovação e do mesmo tipo de princípios entre as duas iniciativas abre boas perspectivas de uma abordagem das soluções EQUAL através de estratégias activas de disseminação 1 A incorporação é uma etapa normalmente difícil realizar e acompanhar pelas PD no decurso da Acção 3 por falta de tempo. 4 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC numa linha criativa, de aprofundamento e consolidação da inovação, através da sua adaptação ao novo contexto de intervenção. Como reconheceu Maria João Freitas, vogal do conselho directivo do IHRU “a articulação com a EQUAL é uma oportunidade para rentabilizar boas práticas e construir a complementaridade de soluções inovadoras, de modo integrado e adaptado às necessidades locais” e assume como expectativa futura: “a experimentação de novas formas de abordagem das questões do emprego e da empregabilidade e a capacitação das organizações públicas e privadas envolvidas para novas formas de trabalho…”. (vd. Newsletter EQUAL nº 9). Para os projectos EQUAL, os territórios dos Bairros Críticos (BC) representam a passagem do contexto protegido da experimentação para o contexto real da aplicação e operacionalização das soluções, em diálogo com os incorporadores, surgindo daí a possibilidade de desenvolver novos produtos síntese, que constituam soluções e respostas sociais mais adequadas às necessidades. 5 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC 3. Referencial teórico-conceptual e metodologia do estudo A realização do estudo de avaliação da disseminação de produtos dos projectos EQUAL nos BC orienta-se no plano teórico-conceptual pelo referencial “Disseminar produtos” 2 que, com base na reflexão e sistematização da experiência e aprendizagens resultantes da 1ª fase da EQUAL, propõe um modelo e um conjuntos de conceitos estruturadores do processo e orientadores da acção das Parcerias de Desenvolvimento (PD). Inspirado no modelo proposto naquele referencial de apoio, o “roteiro de avaliação” da disseminação EQUAL nos BC está estruturado em alinhamento com o referencial o qual propõe um itinerário que percorre três etapas da execução (“o ciclo virtuoso da disseminação”): apropriação, convergência e incorporação. Considera-se adicionalmente, numa abordagem mais prospectiva, a etapa da sustentabilidade que se introduz numa dupla perspectiva: avaliar as condições de sustentabilidade da inovação na sequência imediata da disseminação (quem está a utilizar efectivamente ou pensa utilizar proximamente os produtos disseminados) e levar os produtores e incorporadores a equacionar em tempo útil a questão da sustentabilidade. Os actores críticos da disseminação (Produtor, Incorporador, Mediador e Disseminador) são estudados no quadro das parcerias e dos contextos da disseminação, isto é dos territórios da IBC e o seu envolvimento é avaliado ao longo de todas as etapas do ciclo de disseminação. 3.1. O conceito de inovação EQUAL A EQUAL tem a finalidade de promover o desenvolvimento de práticas e produtos inovadores que constituam novas soluções na luta contra as desigualdades relacionadas com o mercado de trabalho, mas, paralelamente, procura promover uma cultura de inovação social o que se traduz na prática pela adopção de um conjunto de princípios e modos de trabalhar que, pelos reflexos directos que têm na governância e na qualidade e eficácia das respostas sociais, constituem formas inovadoras de actuação no domínio da intervenção social. “Os novos modelos de intervenção integrada (…) configuram uma nova forma de trabalhar entre pares (em parceria e em rede, em articulação e explorando complementaridades) e com os beneficiários da intervenção (desenvolvendo, em conjunto, respostas e percursos à medida, com e para o seu empowerment). Esta nova forma de trabalhar traduz inovação social, na medida em se reveste de qualidade, eficácia e utilidade, e demonstra valor acrescentado face às práticas anteriores” (Ana Vale vd. Newsletter nº9). Através do processo de disseminação, fundado nos princípios EQUAL, promove-se e estimula-se não só uma cultura de inovação social mas também uma cultura de governância, através do empowerment, do trabalho em parceria em rede e da participação de todos na gestão partilhada dos processos de transferência da inovação. A dinâmica de trabalho (activa, reflectida, crítica e participada) constitui, em si, um forte contributo para inovar nos processos e nas metodologias de intervenção. Neste entendimento, o âmbito e os objectivos da disseminação não se restringem à transferência e incorporação de produtos, mas também à apropriação e incorporação dos princípios e das práticas associados a uma cultura de inovação social que também está presente na disseminação. 2 Disseminar Produtos, Referencial de Apoio, Gabinete de Gestão EQUAL (2007) 6 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC Neste sentido, entendemos que é pertinente conceptualizar duas dimensões de inovação nos projectos EQUAL (na linha da abordagem da avaliação intercalar, IED, Set. 2005) 3 , presentes tanto na fase da concepção e experimentação de produtos como na fase da sua disseminação: uma dimensão finalista, associada à inovação corporizada em produtos e; uma dimensão processual, associada à incorporação dos princípios EQUAL nos processos de produção e disseminação da inovação. Neste entendimento, o que está em causa nos processos de disseminação é muito mais do que a “simples” transferência de produtos / soluções de inovação social pois a forma como se concretizam as estratégias e os processo de disseminação, em alinhamento com a filosofia e os princípios EQUAL, implica mudanças, por vezes profundas, “de práticas e processos sociais e pessoais, no respeito pela diversidade e pela identidade e na partilha de ideias e valores de desenvolvimento” (Ana Vale, vd. Newsletter 11). Assim, consideramos que a Acção 3 constitui uma etapa fundamental do ciclo de inovação na qual está em causa não só transferência e incorporação das soluções inovadoras, mas o seu desenvolvimento, aperfeiçoamento e consolidação, através de um processo activo, criativo e participado de adaptação e reinvenção das soluções em função das necessidade dos destinatários, dos contextos e dos actores / protagonistas da disseminação. O processo dinâmico e criativo de transferência, apropriação e incorporação da inovação, específico da EQUAL, promove e reforça uma cultura de inovação social que, para além das soluções específicas em disseminação, favorece a capacitação e o empowerment dos actores e das organizações envolvidas (algumas pela primeira vez em contacto com a EQUAL), e o desenvolvimento das comunidades e dos territórios em que ocorre. As acções de disseminação, para além de desenvolverem e consolidarem os produtos inovadores, que saem do espaço protegido da experimentação para o espaço aberto da utilização em contexto real, suscitam nos contextos onde se realizam processos e dinâmicas de inovação social com múltiplas consequências para os actores, organizações e territórios. Nesta perspectiva, a abordagem adoptada no estudo de avaliação da disseminação EQUAL nos BC terá em consideração as duas dimensões de inovação referidas: • A que se relaciona com a transferência – apropriação e incorporação dos produtos inovadores; • A que resulta do próprio processo de disseminação e dos princípios e práticas que este promove, desenvolve e dissemina. 3.2. Delimitação do objecto e dos objectivos da avaliação O objecto de estudo deste exercício de avaliação é a disseminação dos produtos dos projectos EQUAL nos territórios da IBC com uma focalização em duas componentes principiais: Componente 1. As estratégias e os processos de disseminação e mainstreaming; Componente 2. Resultados, impactos e valor acrescentado do processo de disseminação-maistreaming. Em cada uma das etapas de avaliação, o presente estudo considera como objectos de avaliação e domínios de focalização da pesquisa as componentes estruturantes da disseminação, designados do Referencial como os três Pilares: Produto, Parceria e Processo, aos quais adiciona um outra componente, essencial para a compreensão dos processos e das dinâmicas de disseminação e de inovação: o contexto da disseminação. 3 Vd. Relatório Final do Estudo de Actualização da Avaliação Intercalar, IED, Set.2005, pg:103 7 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC Mapa 1 - Etapas de disseminação, domínios de incidência e critérios de avaliação Convergência Apropriação Incorporação Sustentabilidade Os contextos (condições culturais e sociais) Os produtos (relevância, adequação, utilidade, valor social) As parcerias /os actores-críticos (pertinência, participação) Os projectos de disseminação As dinâmicas de As estratégias e os processos (pertinência e (eficácia) coerência) inovação (sustentabilidade) Os resultados (impactos potenciais e sustentabilidade) Objectivos específicos: 1. Avaliar as estratégias e processos de disseminação utilizadas e identificar aquelas que melhor potenciam o mainstreaming e a sustentabilidade da inovação; 2. Avaliar o envolvimento dos “actores críticos” da disseminação e de outros protagonistas relevantes do processo nas diferentes fases do “ciclo da disseminação”; 3. Avaliar os principais resultados e impactos para os diferentes tipos de protagonistas do processo: destinatários finais, técnicos e organizações intermédias utilizadoras dos produtos, para os projectos locais e para a Iniciativa BC. 3.3. A metodologia do estudo No plano metodológico foi dada prioridade às metodologias qualitativas e participativas por serem as mais adequadas para identificar e avaliar os contextos territoriais específicos e os potenciais impactos. Procurar-se-á combinar diferentes métodos e técnicas e recolher as perspectivas dos vários intervenientes (parceiros das PD, destinatários finais, incorporadores e responsáveis pelas Iniciativas, etc.) de modo a reunir evidências que sustentem as conclusões. Todas as fontes e actores relevantes envolvidos no processo foram auscultados em função da pertinência da sua opinião relativamente ao objecto de análise. 8 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC 3.4 Técnicas e instrumentos de pesquisa 4 1. Pesquisa documental: Procedeu-se à análise das candidaturas à Acção 3 dos projectos envolvidos e dos respectivos planos de disseminação; analisou-se a informação fornecida pelos animadores mediadores locais e pelos chefes de projecto sobre o plano de disseminação, a articulação dos produtos e a relação destes com os Eixos de intervenção dos projectos a IBC (vd. Documentos em Anexo); 2. Questionário aos protagonistas da disseminação (via e-mail) para avaliação do processo, dos resultados e das mais valias da disseminação: Responderam as nove organizações (de 25 envolvidas) mais dinâmicas e influentes a nível dos territórios e da IBC; 3. Entrevistas semi-directivas com os responsáveis da coordenação dos projectos de disseminação: Foram entrevistados os 6 coordenadores dos projectos EQUAL em disseminação; 4. Entrevistas semi-directivas com outros parceiros relevantes: Realizou-se uma entrevista colectiva com os principais protagonistas do processo, actores estratégicos da disseminação: Coordenadora da IBC (Virgínia de Sousa), os chefes de projecto dos dois bairros (Helena Dores e Sérgio Oliveira); a responsável pelo Eixo emprego do projecto do VA (Ana Quintela); Realizaramse mais duas entrevistas aos principais elementos mediadores dos dois bairros: Carlos Relha da CM e Augusto de Sousa do VA. 5. Focus group com beneficiários (organizações e indivíduos) envolvidos nas acções de apropriação e incorporação para identificação dos resultados, ganhos e mais-valias resultantes da sua participação no processo: Não chegaram a realizar-se por dificuldade de mobilizar as pessoas no período agendado (Dez.), mas uma grande parte dos actores elegíveis para este focus group foram inquiridos através do questionário ou auscultados ao longo do processo; 6. Visitas aos contextos de disseminação: nas fases intercalar e final para observação directa dos contextos e actividades de disseminação realizaram-se várias visitas para contactos com os actores envolvidos e entrevistas com animadores e chefes de projecto e para participação em sessões de formação-apropriação dos produtos e; em reuniões da Comissão de Acompanhamento da CM e dos VA; 7. Painel de acompanhamento, constituído por representantes da EQUAL, da coordenação da Iniciativa BC; dos chefes de projecto dos BC e dos animadores / mediadores dos dois territórios. Reuniu para fazer o balanço da fase de convergência (em Novembro 08) e reuniu no final (em Março) para discussão das conclusões e recomendações da avaliação. Do conjunto das técnicas e instrumentos de pesquisa inicialmente previsto apenas não se realizou o focus group com beneficiários (organizações e indivíduos) envolvidos nas acções de apropriação e incorporação, em primeiro lugar por dificuldade de reunir os actores pertinente e, posteriormente, porque se verificou que os mais relevantes (técnicos directamente envolvidos na disseminação) responderam ao inquérito por questionário e/ ou foram abordados e debateram com o avaliador os produtos e as matérias que constituem objecto de avaliação. 4 Vd. Anexos (Vol.II) os instrumentos de pesquisa utilizados na recolha da informação 9 Avaliação da disseminação de produtos EQUAL nos territórios da IBC Responderam ao inquérito por questionário 9 das 25 entidades identificadas pelos coordenadores dos projectos 5 . Todos os projectos que concretizaram acções de disseminação dos seus produtos foram objecto de avaliação pelo menos por quatro organizações (vd. Anexo 7), excepto o projecto Itineris que apenas foi avaliado por uma das duas organizações incorporadoras. Assim, os 9 inquiridos responderam a 21 questionários sobre os 6 projectos EQUAL e sobre todos os 15 subprodutos que foram objecto de disseminação. Quadro 1 - Entidades incorporadoras que responderam ao questionário de avaliação do processo de disseminação por projecto disseminado Entidades incorporadoras Nautilu s 1. Cooperativa De Solidariedade De Social. CRL – (RUMO) 2. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (CRIVA) 3. Centro Saúde VA 4. Junta De Freguesia Do Vale Da Amoreira 5. Escola Básica 2.3 Vale Amoreira 6. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Vale E-real Kcidade Human us-cam Diver Itineris Cidade X X X X X X X X X X X X X da Amoreira 7. Associação Cultural Moinho da Juventude X 8. Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura X X X X 9. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Cova da Moura X X X X Total 4 4 5 4 4 1 Uma apreciação qualitativas das organizações que responderam ao questionário permite concluir que se trata das mais activas e influentes de ambos os territórios e a maior parte delas foram interlocutores locais dos projectos EQUAL e estão envolvidas activamente na incorporação dos produtos no âmbito das acções da IBC. Admite-se que algumas organizações que não responderam ao questionário estarão menos activas no processo ou consideraram que isso era tarefa do elemento interlocutor do projecto. 5 10 4. Fase 1 - “Convergência” 4.1. A aproximação entre a oferta e a procura de inovação - selecção dos produtos EQUAL O processo de articulação IBC com a EQUAL iniciou-se com a identificação, por parte de alguns parceiros locais dos BC, da necessidade de dar continuidade ou de implementar nos territórios produtos de alguns projectos EQUAL que respondiam, de forma directa, às necessidades identificadas e às acções programadas no âmbito da problemática do emprego e do empreendedorismo. De seguida, os interessados estabeleceram uma articulação directa com o Gabinete de Gestão (GG) da EQUAL, no sentido de identificar outros produtos que pudessem trazer mais-valias às acções de alguns dos eixos estratégicos de intervenção do Planos de Acção dos projectos locais dos BC. Posteriormente, a coordenação da IBC veio manifestar junto da GG EQUAL a intenção de vir a apropriarse dos resultados inovadores dos projectos EQUAL, admitindo que os produtos desenvolvidos e testados no decurso da acção 2 poderiam representar soluções para melhorar as práticas das organizações envolvidas na Iniciativa, e para estimular a produção de inovação social. Por iniciativa conjunta das Gestões EQUAL e IBC, realizou-se a 8 de Janeiro de 2008 6 , uma “Mostra de produtos EQUAL”, que proporcionou o encontro entre a oferta e a procura de inovação e consistiu na apresentação e demonstração da inovação produzida pelos produtores aos potenciais incorporadores e sensibilização para a utilização das produtos e das práticas experimentadas e validados pelos projectos 7 . Na maior parte dos casos, o primeiro contacto dos incorporadores com os produtos ou subprodutos em cujas actividades de disseminação participaram ocorreu através da “mostra de produtos EQUAL”. Há também casos em que o contacto dos incorporadores com os produtos se estabeleceu já no âmbito do debate local promovido pelos parceiros incorporadores, na sequência da mostra de produtos, ou mesmo no decurso das actividades de disseminação, já na fase de apropriação. Este facto, permite sublinhar a importância das “mostras de produtos”, seleccionados em função das problemáticas e dos contextos (territoriais ou sectoriais), para aproximar e colocar em contacto directo a oferta e a procura de inovação. Os conceptores e os incorporadores envolveram-se num processo dialogado de reflexão e debate que ultrapassou a simples divulgações das soluções em carteira tendo passado por um questionamento activo sobre as mais-valias dos produtos e sobre a sua pertinência face aos problemas e às prioridades dos Eixos de intervenção dos projectos da IBC. A realização inicial duma mostra de produtos permitiu um contacto prévio com os produtos e uma escolha mais informada e adequada à procura. 6 A Mostra de produtos EQUAL para os Bairros Críticos foi um espaço de disseminação por excelência, onde se encontrou a “Procura” e a “Oferta” de novas ferramentas de trabalho para o empowerment e desenvolvimento de comunidades desfavorecidas. (EQUAL nº8) 7 As estruturas de gestão da EQUAL e dos BC, divulgaram junto das organizações/agentes locais um conjunto amplo e diversificado de produtos/soluções que seria expectável responderem aos problemas identificados - 22 produtos EQUAL produzidos por 12 projectos diferentes foram apresentados às organizações locais dos dois territórios (potenciais incorporadores). 11 4.2. A estratégia de disseminação - concepção e planeamento da disseminação Na sequência da “mostra de produtos”, o debate foi retomado e aprofundado no âmbito dos territórios e projectos locais. Os parceiros reuniram-se para seleccionarem os produtos que melhor respondiam às acções planeadas nas áreas de intervenção em que estão envolvidos no âmbito do projecto local. 8 No VA o processo foi dinamizado e liderado por um elemento duma associação local 9 que conhecia bem a EQUAL, a sua filosofia, princípios e produtos. Este elemento assumiu uma dupla função de animação / mediação 10 , divulgando os produtos passíveis de disseminação local e procurando mostrar as suas mais valias, aproximando os produtores e os potenciais incorporadores e promovendo o diálogo entre eles no sentido de clarificar a utilidade e a adequabilidade dos produtos face às necessidades dos incorporadores e às prioridades dos projectos da IBC. Na CM o processo foi animado pela chefe de projecto BC que, após ter efectuado uma primeira selecção dos produtos, directamente relacionados com as acções previstas no Plano de Acção, procedeu à sua divulgação junto dos parceiros. Apesar da existência de um conjunto de produtos passíveis de incorporação local e de estes terem sido incluídos num plano de disseminação o processo foi, inicialmente, pouco mobilizador devido, segundo alguns dos actores envolvidos, ao fraco dinamismo da generalidade dos parceiros da CM, onde apenas o parceiro Moinho da Juventude e a Associação de Solidariedade surgem com protagonismo e iniciativa para se envolver activamente na disseminação. Um aspecto crítico nesta fase de arranque da disseminação consiste na identificação da figura do interlocutor de projecto cuja necessidade decorre do envolvimento de muitas entidades, o que torna o processo mais complexo e moroso se não existir um elemento de ligação entre produtores e incorporadores 11 . O processo de convergência, projectos EQUAL / parceiros incorporadores dos BC, foi ainda objecto de debate no quadro do Grupo de Parceiros Locais que validaram os Planos de Disseminação em diálogo e concertação com os conceptores dos produtos. Este processo levou à selecção de 15 Produtos 12 (4 Práticas Bem Sucedidas e 11 Recursos Técnico Pedagógicos) de 7 projectos, de entre os 22 que foram apresentados e demonstrados no evento (vd. Anexo 2 Lista dos produtos seleccionados e excluídos) e à elaboração dum 8 O facto de existirem organizações que já conheciam o EQUAL envolvidas na intervenção local da IBC facilitou a concretização da fase da convergência pois partilhavam uma linguagem comum o que facilitou o diálogo entre conceptores e incorporadores. Foi mais fácil de traduzir localmente a linguagem da EQUAL e da disseminação e de operacionalizar metodologias de trabalho que já eram partilhadas por uma parte dos actores presentes no território, isso possibilitou um bom entrosamento entre os produtores e os incorporadores e criou uma boa relação de trabalho. 9 Augusto de Sousa da Associação RUMO, entidade promotora de projectos EQUAL das 1ª e 2ª fases. Na fase posterior à mostra de produtos, emergiu a função de animação / mediação que se revelou fundamental tanto para definir um plano e uma estratégia coerentes e articulados com as actividades do plano de acção da IBC e como para promover as dinâmicas de participação e parceria ao longo da execução do plano de disseminação. 11 O interlocutor deve ser identificado numa fase precoce do processo para fazer a ligação permanente e a negociação com os conceptores sobre os produtos pertinentes a incluir no plano de disseminação, para mobilizar os parceiros e dinamizar as actividades na fase de apropriação. 10 12 Produto”, tem sido caracterizado de duas formas distintas: como “Recurso Técnico-Pedagógico”, associado à ideia de um resultado/ferramenta tangível e operacional; e/ou como “Prática Bem Sucedida”, que deve ser consubstanciada numa narrativa analítica de um processo, também adaptável a novos contextos. O “Produto ideal” incorporaria, de forma articulada, as dimensões processual (PBS) e finalista (RTP). 12 plano de disseminação articulado com alguns Eixos de intervenção dos projectos dos BC (vd. Quadros 2 e 3). 13 Quadro 2 - Eixos de intervenção e medidas do projecto da Cova da Moura com que se articulam os produtos EQUAL em disseminação Eixos Medidas EIXO 5. Um Bairro com Futuro para os Jovens 5.3 -Parentalidade melhorada e responsável e suas Nº de produtos 5 actividades de Apoio às mães adolescentes EIXO 6. Um Bairro Economicamente 6.1 - Apoio ao Emprego e ao Empreendedorismo Activo 15 6.2 - Valorizar o capital humano jovem Quadro 3 - Eixos de intervenção e medidas do projecto do Vale da Amoreira com que se articulam os produtos EQUAL em disseminação Eixos 3. Formação profissional em contextos de exclusão 4. Plataforma Integrada de apoio social Medidas 3.1 Criação do Gabinete de Emprego e Apoio ao Nº de produtos 13 Empreendorismo 4.1 Promoção e Qualificação de 3 Equipamentos/Serviços Sociais 5. Rede de Participação, Cidadania e Governabilidade 5.1 Criação e Dinamização do Tecido Associativo 3 Juvenil Esta fase do processo constituiu a primeira etapa do reconhecimento social da mais-valia, qualidade e utilidade dos produtos EQUAL e conduziu à decisão de iniciar um processo de apropriação, adaptação e incorporação dos produtos no sentido de sua transferência para os novos contextos onde serão utilizados no âmbito do Plano de actividades dos projectos locais. 13 Segundo os actores envolvidos no processo, este alinhamento com o plano de acção é um critério essencial, uma condição de partida e um factor de sucesso da disseminação e da sustentabilidade futura da inovação transferida. Os protagonistas entrevistados sustentam que o facto de terem por base um plano de acção em que todos se comprometam no sentido de fortalecer o projecto e a concretização das actividades, constitui o fio condutor da acção que permite tirar partido dos produtos que representam um recurso adicional para o fortalecer o projecto e o território. 13 4.3. Estudo da pertinência e coerência do projecto de disseminação O cruzamento das áreas temáticas dos 15 produtos inovadores de 7 projectos EQUAL (desagregados para disseminação em 21 sub-produtos) com os eixos de intervenção dos BC põe em evidência o âmbito da disseminação dos produtos que se focaliza em alguns eixos específicos dos projectos locais e, simultaneamente, é transversal a todos os eixos de intervenção. Este cruzamento confirma a pertinência das soluções EQUAL como resposta às necessidades e problemas nos domínios de intervenção relacionados com a formação, o emprego, o empreendedorismo, a participação e a cidadania. Os principais domínios de convergência que asseguram uma coerência e alinhamento entre as áreas temáticas dos produtos EQUAL e os objectivos dos projectos da iniciativa BC verificam-se no VA ao nível dos Eixo 3 - Formação profissional em contextos de exclusão - e na CM ao nível do Eixo 6 - Um Bairro Economicamente Activo. A selecção de um “pacote” de produtos para apropriação-adaptação-incorporação foi o resultado de uma reflexão dos parceiros locais sobre a adequação, utilidade e mais-valias das diferentes soluções para as respectivas organizações e para os projectos dos BC. Foram também equacionadas as questões das condições de incorporação e de sustentabilidade das soluções. Esta etapa de trabalho permitiu assegurar um alinhamento e articulação de objectivos entre os protagonistas da disseminação. Na CM os produtos e sub-produtos (componentes ou módulos específicos dos produtos) articulam-se com 2 (dos 9) Eixos de intervenção do Plano de Acção do Projecto Local. Destaca-se o Eixo 6. Um Bairro Economicamente Activo no âmbito do qual são disseminados 15 “produtos”, a generalidade deles integrados na área temática EQUAL dos “percursos integrados de orientação-formação-inserção” (Quadro 4). Também os 4 produtos identificados como transversais ao conjunto dos eixos de intervenção se situam nesta área temática. Neste Eixo 6 os produtos respondem em particular às necessidades sociais associadas aos pontos 6.1 - Apoio ao Emprego e ao Empreendedorismo - e 6.2 - Valorizar o capital humano jovem (produtos Nautilus; E-real; Kcidade e; Glocal). Ao nível do Eixo 5 - Um Bairro com Futuro para os Jovens – os produtos EQUAL articulam-se com os pontos 5.3 -Parentalidade melhorada e responsável e suas actividades de Apoio às mães adolescentes (produtos Humanus-cam e DevirCidade) (vd. Quadro 4). Alguns dos produtos, como por exemplo, Manual de Suporte à Implementação da Metodologia Projectos de Inovação Comunitária; Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da Sociedade Civil; Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária – GPS são transversais a todos os Eixos de intervenção BC (vd. Anexo 3). 14 Quadro 4 - Áreas temáticas dos produtos e subprodutos EQUAL / Eixos de intervenção do projecto da Cova da Moura Criação de empresas e desenvolvimento local Transversal a todos os eixos 2 Percursos integrados de orientação-formação-inserção 3 Prevenção de discriminações raciais e étnicas 2 Qualificação das organizações e profissionais da economia social Eixo 6. Um Bairro Economicamente Activo Área temática dos produtos EQUAL Eixo 5. Um Bairro com Futuro para os Jovens Eixos intervenção 11 4 2 No VA os 21 produtos e sub-produtos articulam-se com 3 dos 6 Eixos de intervenção do Plano de Acção do Projecto Local, com particular destaque para o Eixo 3. Formação profissional em contextos de exclusão no âmbito do qual são disseminados 13 “produtos”, a maior parte dos quais integrados na área temática EQUAL Percursos integrados de orientação-formação-inserção. O eixo 3 acolhe ainda produtos das áreas temáticas EQUAL Criação de empresas e desenvolvimento local e Qualificação das organizações e profissionais da economia social. Outros produtos articulam-se com os eixos: Eixo 4. Plataforma Integrada de apoio social; e Eixo 5. Rede de Participação, Cidadania e Governabilidade (vd. Quadro 5). Importa também sublinhar o facto de haver produtos (4 no caso do VA) aos quais é reconhecido o carácter de transversalidade relativamente ao conjunto dos eixos de intervenção: o Manual do trabalho em rede; o Manual de Suporte à Implementação da Metodologia Projectos de Inovação Comunitária; o Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária – GPS e a Autobiografia de uma prática (vd. Anexo 3). Em ambos os bairros, a maior parte das acções de disseminação previstas no plano visam em primeiro lugar a formação a Formação de Técnicos para o apoio ao Emprego, seguida da Formação de Técnicos para a Animação e o Desenvolvimento Local (vd. Anexo 4) 15 Quadro 5 - Áreas temáticas dos produtos e subprodutos EQUAL / Eixos de intervenção do projecto do Vale da Amoreira 2 Percursos integrados de orientação-formaçãoinserção 10 Prevenção de discriminações raciais e étnicas Qualificação das organizações e profissionais da economia social 1 3 Transversal a todos os eixos 5. Rede de Participação, Cidadania e Governabilidade Criação de empresas e desenvolvimento local 4. Plataforma Integrada de apoio social Área temática dos produtos EQUAL 3. Formação profissional em contextos de exclusão Eixos intervenção 3 2 1 1 O elevado nível de coerência e a integração do Plano de disseminação, pode ainda confirmar-se através da análise das articulações entre os diferentes produtos que foram explicitadas para os dois territórios pelos animadores / mediadores locais da convergência (vd. Anexo 3). Relativamente à articulação e ao cruzamento dos produtos e soluções, o animador / mediador do VA, sublinha que “quando não ocorre antecipadamente e no decurso das actividades de disseminação, pode ocorrer à posteriori a vários níveis: quando os participantes numas acções se reencontram noutras acções e retomam o debate e a reflexão sobre as soluções em disseminação e; aquando do planeamento e realização de actividades específicas dos projectos locais, no quadro do Plano de Acção da IBC, que constitui o fio condutor, estruturante e unificador da acção local”. Acrescenta ainda que “a integração das soluções EQUAL concretiza-se igualmente quando a Comissão de Acompanhamento (o plenário de parceiros) se encontra para discutir as actividades do projecto local. Por exemplo, quando se discute o projecto “Progride” está a fazer-se, em termos operacionais, o cruzamento entre as soluções propostas pelos os projectos Humanuscam, E-real e KCidade”. Com excepção de alguns produtos, que articulam directamente entre si actividades de disseminação, a maior parte das articulações previstas ocorrerá ao nível dos actores envolvidos nas actividades de apropriação que ao reflectirem sobre as mais-valias das diferentes soluções vão integrando os seus conhecimentos e experiências e adequando os produtos no sentido da sua incorporação, através da execução das actividades dos projectos da IBC. A existência de um espaço / estrutura de coordenação e integração, como a referida Comissão de Acompanhamento, assegura a convergência e articulação das actividades de disseminação e constitui um factor de qualidade do processo e de eficácia dos resultados. O processo criativo de adaptação dos produtos ao contexto e à cultura local é uma tarefa que exige da parte dos incorporadores maior protagonismo e responsabilidade, pois trata-se de reinventar as soluções 16 “à medida” dos seus problemas / necessidade e recursos, surgindo daí a possibilidade de desenvolver novos produtos síntese, mais adequadas às necessidades. 4.4 Os contextos locais e as dinâmicas de parcerias Assume-se que a disseminação da inovação, e a reinvenção que ela implica, é fortemente influenciada pelas condições / contexto local em que de desenvolvem os processos de disseminação. Cada um dos territórios-alvo da disseminação constitui um espaço específicos de problemas, oportunidades e dinâmicas que devem ser devidamente equacionados e potenciados através das estratégias locais de disseminação e da dinamização permanente dos actores e organizações implicadas. Os BC representam um contexto favorável (o ambiente cultural) para promover e sustentar a inovação, pois são o espaço / tempo adequados para constituir verdadeiros territórios de promoção de inovação social, articulando, no quadro dos respectivos projectos locais, as necessidades sociais, a inovação e a intervenção social. Cada um dos bairros tem as suas especificidades próprias, designadamente em termos das dinâmicas de parceria. Os diferentes protagonistas locais e as coordenações dos projectos EQUAL reconhecem existir alguma fragilidade de parte das organizações envolvidas no processo de incorporação. O animador / dinamizador da convergência no VA, sublinhou a oportunidade dos parceiros mais frágeis adquirirem um papel activo e de se confrontarem com “novos compromissos e obrigações para que reajam, sintam a necessidade de se desenvolverem e retirem consequências da sua participação nos processos” e de os parceiros mais experientes colaborarem no apoio a esse processo de crescimento e de empowerment. A participação dos diferentes parceiros nas actividades da fase da convergência não foi uniforme, sendo evidente (e natural) a liderança dos mais informados e experientes, alguns dos quais conheciam bem a EQUAL e estavam mesmo envolvidos na disseminação de produtos EQUAL enquanto conceptores 14 . Na CM o nível de participação de algumas organizações locais foi modesta, o que poderá ficar a dever-se, segundo a chefe do projecto local, à “desconfiança que advém da resistência em assumir compromissos que poderão acarretar custos para a organização, quanto mais não seja pela afectação de tempos dos técnicos que serão desviados das tarefas normais”, também admite que haverá resistências “em alterar formas de funcionamento e metodologias de trabalho”. Também a coordenadora do projecto Humanus-Cam reconhece a menor dinâmica de parceria na CM traduzida numa maior dificuldade em transpor o Plano de Acção para o terreno devido a constrangimentos financeiros das entidades que operam no terreno. No VA, pelo contrário, considera que a mobilização e articulação das entidades no terreno “fez com que não houvesse qualquer constrangimento e/ou obstáculo”. No entanto, o balanço quantitativo, do nível da participação das organizações da CM no projecto de disseminação de produtos EQUAL é positivo com cerca de 25% dos parceiros da iniciativa Bairros Críticos 14 A estratégia de dinamização utilizada passou por convidar os parceiros menos activos a participar e a assumirem o papel de “interlocutores locais” dos diferentes projectos de disseminação em função dos produtos que apresentavam maiores afinidades com a sua área de intervenção. O VA foi o exemplo mais conseguido deste processo de crescimento de alguns parceiros, tendo-se conseguido uma grande mobilização dos parceiros em tornos dos produtos EQUAL. 17 da CM envolvidas na fase da convergência e na elaboração do plano de apropriação / adaptação de produtos. No VA verificou-se uma maior mobilização das organizações estando envolvidos na fase da convergência cerca de 35% dos parceiros do projecto local da IBC (vd. Anexos 5 e 6). 4.5. Expectativa de resultados da disseminação para os principais protagonistas do processo no final da fase da convergência No que respeita às expectativas sobre os resultados da disseminação, os actores entrevistados, envolvidos na fase da convergência e apropriação, manifestaram um vasto conjunto de expectativas em vários domínios, que vão desde o genérico “melhoria das condições de vida da população e redução dos níveis de pobreza” ou “que este processo possa servir de modelo a outras intervenções que visam dar escala à inovação social”, até a aspectos mais específicos como: “experimentação de novas formas de abordagem das questões do emprego e da empregabilidade e a capacitação das organizações públicas e privadas envolvidas para novas formas de trabalho” ou “que o território disponha de instrumentos e ferramentas mais adequados à resolução dos problemas e desafios que enfrenta”, entre várias outras expectativas. Os domínios em que as expectativas dos membros do painel de acompanhamento são mais elevadas e reúnem maior consenso são: a “difusão e utilização de novas metodologias e a capacidade de trabalhar em parceria”; a “sustentabilidade das soluções e metodologias no terreno para além da EQUAL” e; a ”rentabilização de soluções já existentes e construção da complementaridade das soluções de modo integrado e adaptado às necessidades locais”. Verificam-se, contudo, diferenças assinaláveis entre os dois bairros, cuja origem radicará nas dinâmicas e culturas locais de parceria específicas de cada território. As expectativas médias observadas confirmam, uma vez mais, as especificidades dos dois territórios, embora em ambos os casos o grau médio das expectativas seja positivo (vd. Quadro 6). No VA, as expectativas relativamente aos resultados da disseminação são muito mais elevados em todos os domínios considerados, destacando-se em particular os seguintes: “Que o território disponha de instrumentos e ferramentas mais adequados à resolução dos problemas e desafios que enfrenta”; “A criação de condições para o trabalho em rede”; “Que as parcerias e as Redes constituídas se desenvolvam e sejam sustentáveis”; “Que este processo possa servir de modelo a outras intervenções que visam dar escala à inovação social”. Embora em grau menos elevado, na CM estes mesmos domínios são também valorizados. Algumas diferenças são evidentes no grau das expectativas do Painel para os dois territórios as quais poderão resultar das especificidades de cada território, atrás referidas, com as suas próprias oportunidades e constrangimentos; e/ou das opções estratégicas de disseminação adoptadas e das dinâmicas de participação que estas suscitaram. 18 Quadro 6 – Tipo e nível de expectativa relativamente aos resultados da disseminação Expectativas VA CM Média geral Que o território disponha de instrumentos e ferramentas mais adequados à resolução dos problemas e desafios que enfrenta; 4,0 3 3,6 2. A difusão e utilização de novas metodologias e a capacidade de trabalhar em parceria; 3,7 3,5 3,6 3. A criação de condições para o trabalho em rede; 3,7 3 3,4 4. Que as parcerias e as Redes constituídas se desenvolvam e sejam sustentáveis; 3,7 3 3,4 5. A sustentabilidade das soluções e metodologias no terreno para além da EQUAL 3,3 3,5 3,4 6. Rentabilização de soluções já existentes e construção da complementaridade das soluções de modo integrado e adaptado às necessidades locais; 3,3 3,5 3,4 Que este processo possa servir de modelo a outras intervenções que visam dar escala à inovação social 3,7 3 3,4 Formação e capacitação para as entidades locais envolvidas e de formação-acção junto das mesmas entidades na implementação destas metodologias de trabalho junto dos públicos finais das mesmas - Mudança das práticas de intervenção de profissionais e organizações 3,3 2 2,8 Consolidação das práticas de intervenção no domínio do empreendedorismo e do apoio ao emprego e concretização dos objectivos do plano de acção dos BC, 2,7 3 2,8 10. Melhorias substanciais das condições de vida da população e contribuição para a redução dos níveis de pobreza e exclusão social; 3,0 2 2,6 11. O reforço da capacitação/empowerment organizacional e comunitário - melhoria do desempenho individual de actores e organizações; maior participação dos públicos alvo; 2,7 3,5 3 12. Experimentação de novas formas de abordagem das questões do emprego e da empregabilidade e a capacitação das organizações públicas e privadas envolvidas para novas formas de trabalho; 3,3 2,5 3 Média 3,4 3,0 3,2 1. 7. 8. 9. Fonte: Painel de acompanhamento da disseminação EQUAL nos BC (*) Escala nível das expectativas: de 1 - Baixas a 4 - Muito elevadas 19 5. Fase 2 – “apropriação – adaptação” 5.1. Os produtos objecto de apropriação Dos 21 subprodutos seleccionados inicialmente para disseminação e trabalhados na fase da convergência pelos PD conceptoras e pelos potenciais incorpordores, parceiros da IBC, 15 passaram à fase de apropriação – incorporação. Apenas 6 subprodutos de 3 projectos EQUAL não chegaram a integrar o plano de disseminação. Dos 7 projectos EQUAL cujos produtos iniciaram a fase da convergência só o projecto Glocal não transpôs esta fase, pois não chegou a realizar quaisquer actividades visando a apropriação dos seus produtos 15 . (vd. Quadro 7) No entanto, admitem-se a possibilidade de ocorrer ainda a partilha com os parceiros dos BC envolvidos na apropriação de produtos alguns instrumentos dos subprodutos que não chegaram a ser disseminados, como por exemplo, os produtos Kcidade: “Carta de criação de negócios”, que não chegou a executar actividades de apropriação, e GPS - Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária que não chegou a integrar o Plano de disseminação. Quadro 7 - Produtos e sub-produtos seleccionados, disseminados e não disseminados Projecto Produto e sub-produtos disseminados 1.1 Formação de técnicos em Emprego Apoiado + formação agentes promotores de inserção + Manual de boas práticas para a diversidade + estudo custo-beneficio 1. Nautilus 1.2 Manual percursos integrados de inserção 1.3 Manual do trabalho em rede 1.4 Formação para auto-representação liderança e cidadania 2. E-real 2.1 SPERO – ferramenta informática 2.2 Gestão de percursos integrados – Rede Emprega 3. Kcidade 3.1 Manual de Suporte à Implementação Metodologia Projectos de Inovação Comunitária (PIC’s) 3.2 Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da Sociedade Civil 3.3 Carta criação de negócios 4. Humanus-cam 4.1 Autobiografia de uma prática 4.2 ExpressArte 4.3 Esta cena dava um filme 5. DiverCidade 5.1 Referencial de formação de Peritos de experiência 5.2 Teatro Fórum 6. Itineris 6.1 Tutal – metodologia intervenção de professores tutores Produto e sub-produtos não disseminados Sea-office Nautilus Manual formação tutores + Toolkit gestão RH para a diversidade Instrumento de RVCC - Agentes Acção Educativa Kcidade Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária GPS Glocal Incubador de inovação e empreendorismo (Programa de mentores voluntários, sistema de apadrinhamento, Mapeamento de oportunidades de investimento...) Formação em empreendorismo com sistema de microcrédito (SIM) Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos No entanto, manteve-se o interesse por parte dos potenciais incorporadores e a convergência foi retomada recentemente, mantendo-se em aberto a possibilidade de virem a ser transferidos e incorporados os produtos Glocal 15 20 5.2. Mobilização e dinâmica de participação na “apropriação” – tipologia das organizações incorporadoras Os quadros relativos à participação das organizações nas actividades de disseminação por projecto e por bairro permitem evidenciar o grande interesse que os produtos EQUAL suscitaram juntos das organizações locais da IBC, tendo mobilizado para o processo de apropriação 25 organizações, 8 na CM e 17 no VA, menos do que a expectativa inicial, mas em número significativo do ponto de vista qualitativo uma vez que inclui as organizações mais activas e influentes a nível local e com maior probabilidade de incorporar efectivamente os produtos através da sua implicação no projecto da IBC. A dimensão e amplitude da participação das organizações parceiras da IBC (Quadro 8 e 9) permitem também sublinhar o efeito das actividades de disseminação na dinamização da parceria local e, por acréscimo, do projecto local. Embora com grau de intensidade diferente, este aspecto é bastante consensual em ambos os territórios, sendo claramente reconhecido este facto pelos incorporadores inquiridos e pelos principais actores locais e elementos do painel de acompanhamento 16 . Os incorporadores mais implicados no processo, sustentam que a mobilização só não terá sido maior porque algumas organizações de dimensão mais modesta dispõem de poucos técnicos os quais, para além das suas actividades correntes, já são solicitados para muitas outras iniciativas, o que inviabiliza uma regularidade e a continuidade da participação. Os parceiros conceptores também salientam as oscilações da participação durante o processo apontando casos “em que os compromissos iniciais dos incorporadores não tiveram continuidade, pois algumas organizações ora mandam uns técnicos, ora mandam outros às acções de formação, o que tem efeitos negativos em termos de eficácia do processo de disseminação e da incorporação efectiva dos produtos” (Kcidade). Quadro 8 - Nº de organizações que participaram nas actividades de disseminação por projecto e por bairro Nº organizações incorporadoras Projecto Cova da Moura Vale da Amoreira 1. Nautilus 3 7 2. E-real 3 6 3. Kcidade 4 10 4. Humanus-cam 4 6 5. DiverCidade 6 5 6. Itineris - 2 Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos A análise da participação no processo segundo a tipologia das organizações incorporadoras envolvidas na disseminação (quadro 9) mostra que uma estratégia de base territorial, fundada num projecto e numa parceria alargada, permite ampliar o leque da participação a um conjunto vasto e diversificado de 16 A participação nas actividades de disseminação dos diferentes produtos constituiu o ponto de convergência de muitos parceiros locais, que assim reforçaram as redes de relação e cooperação entre técnicos e organizações, partilharam e actualizaram o conhecimento sobre a realidade local, reflectiram sobre os problemas e as soluções, adaptaram e reconstruíram os produtos, inovaram nas metodologias e nas práticas. Por isso, admite-se que o processo e as actividades de disseminação serviram para “refrescar o plano de acção do projecto local”. 21 entidades, incluindo entre estas organizações do mainstream e outras com influência na mudança nos sistemas (capacidade de intermediação), para além das associações locais, organizações sectoriais e organizações de implantação territorial /regional . O quadro 9 confirma que uma estratégia de base territorial, embora mobilize prioritariamente organizações do mesmo tipo das conceptoras do produto que enfrentam no terreno o mesmo tipo de problemas e trabalham com o mesmo tipo de públicos que estiveram na origem dos produtos, tem capacidade para ampliar o leque da participação a outras entidades estratégicas vinculadas como parceiras ao projecto local (vd. Anexo 5) 17 . Acresce que no âmbito da IBC uma estratégia de disseminação vertical, para além das entidades com poder de intermediação associadas directamente ao processo de disseminação, pode recorrer-se a uma estrutura específica de mediação com os decisores políticos (o GTIM) que acompanha a execução da Iniciativa. Quadro 9 - Tipologia das organizações envolvidas como incorporadoras nas actividades de disseminação segundo as entidades conceptoras Nautilus E-real Kcidade Humanus-cam DiverCidade Projectos Organizações do mesmo tipo das conceptoras do produto 4 4 5 5 3 Organizações de implantação territorial / regional 2 3 3 4 2 1 2 Itineris (número organizações por projecto) Tipo organização Organizações sectoriais Organizações do mainstream 2 2 Outras com influência na mudança nos sistemas 1 2 5 Associações Locais (de imigrantes e outras) 2 Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos Nota: Uma parte importante das organizações participou simultaneamente em vários projectos. 2 1 5.3. Tipologia dos participantes nas actividades de disseminação A análise da tipologia dos participantes nas actividades de disseminação tendo por base a amostra do questionário aos incorporadores (21 avaliações dos produtos em que participaram as 9 organizações que responderam ao questionário), permite avaliar o investimento de tempo e recursos humanos nos produtos EQUAL por parte dos principais parceiros incorporadores. Um aspecto que merece destaque é a presença significativa de “coordenadores ou responsáveis técnicos” e de outros elementos técnicos (em conjunto 60%) o que, por um lado, evidencia um reconhecimento do 17 Considerando a tipologia das organizações envolvidas abrem-se boas perspectivas de alargamento da disseminação ao plano vertical dado que os conceptores reconhecem que algumas das organizações implicadas têm capacidade de influenciar os sistemas, isto é poderão vir a exercer um papel de intermediação junto dos decisores políticos. 22 valor e do potencial das soluções EQUAL e, por outro, perspectiva desenvolvimentos positivos em termos de incorporação (principalmente se incluir delegação de poderes), pois em muitos casos os coordenadores e os elementos das respectivas equipas técnicas associam-se no processo de reflexão e adaptação dos produtos com vista à sua incorporação na prática das organizações e aplicação na execução das acções do projecto local. Importa realçar a presença, embora reduzida, de “dirigentes da organização” sobretudo pelo que representa de potencial de incorporação das soluções que, em alguns casos, já é efectiva, com destaque para os projectos HumanusCam e Itineris, mas não só. Por exemplo, em relação aos produtos HumanusCam, os entrevistados reconhecem que o sucesso da implementação do produto se ficou a dever à participação e ao protagonismo activo da Directora do Centro de Saúde e ao acompanhamento e estímulo por parte da coordenadora do projecto. Esta defende que se deve começar-se pelo topo das organizações, para que sejam os dirigentes depois a mobilizar “para baixo”; posteriormente o trabalho realizado e os seus resultados devem ser demonstrados e divulgados “para cima”. Principalmente no VA, todos os diferentes tipos de actores estiveram implicados e puderam beneficiar das formações e do debate nas sessões específicas ao desenvolvimento dos produtos no contexto local: dirigentes e gestores, técnicos e animadores. O projecto HumanusCam representa o melhor exemplo deste processo com grande amplitude de participação que conferiu uma grande eficácia ao processo e se traduziu num elevado grau de incorporação (Quadro 10). Quadro 10 - Número de participantes nas actividades de disseminação segundo o nível de 1 Dirigentes da organização Coordenadores ou responsáveis técnicos Elementos técnicos Outros elementos não técnicos 5 1 5 3 6 3 4 4 4 1 9 Itineris Total Tipo de participantes DiverCidade Kcidade E-real Nautilus Projectos Humanus-cam responsabilidade / função na organização 1 4 2 18 2 9 19 23 Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos Nota: Uma parte importante dos participantes identificados participou simultaneamente em vários projectos. 23 5.4. Níveis de participação das organizações incorporadoras no processo disseminação Os coordenadores dos projectos de disseminação e os membros do Painel de acompanhamento reconhecem que as actividades de disseminação realizadas nas diferentes fases do processo foram muito mobilizadoras das organizações locais parceiras da IBC. Como se pode confirmar através do quadro, em ambos os bairros atingiram-se níveis de participação muito positivos, acima do 3,2. Porém, todos os protagonistas auscultados afirmaram que os “processos de disseminação foram muito diferenciados nos dois territórios“ reconhecendo que a dinâmica de participação e de parceria foi mais intensa no VA. As declarações produzidas sobre esta questão permitem evidenciar as diferenças qualitativas e substantivas que não transparecem da leitura do quadro 11. A coordenação do projecto HumanusCam explica os diferentes níveis de participação verificados através das especificidades locais: “na CM os parceiros não tiveram capacidade para se organizarem em rede; alguns parceiros não dispunham de recursos técnicos suficientes apesar da sua vontade de aderir ao processo; aderiram inicialmente mas depois não tiveram condições para continuar”. O exemplo do projecto Ereal também se pode considerar paradigmático das diferenças observadas nas dinâmicas territoriais, quando, já na fase final da disseminação (em Novembro 2008) a coordenadora fazia o balanço da intervenção referindo que: “na CM o processo está ainda numa fase muito incipiente; os próprios técnicos não estão muito mobilizados. Só a Associação de Solidariedade e o Moinho da Juventude estão mais envolvidos nas actividades de apropriação”. Este exemplo confirma a dificuldade de mobilizar os parceiros “mais fracos”, isto é, aqueles que têm estruturas técnicas mais modestas e baseiam a sua actividade no trabalho voluntário de alguns associados mais dinâmicos18 . A forma como a coordenadora HumanusCam caracteriza o processo de disseminação mostra como este não é compatível com as descontinuidades de participação observadas em alguns casos, pois “exige participação, capacidade de reflexão e de estar em grupo; reconhecer qual é a metodologia: reflexão, participação; capacidade de olhar e de ouvir o outro”. Quadro 11 - Níveis participação das organizações incorporadoras nas actividades de disseminação Cova da Moura Vale da Amoreira 3,2 3,7 Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos Escala (utilizada em todos os quadros): de 1 - Fraco a 4 - Muito forte Embora se reconheça que a disseminação de produtos EQUAL pode constituir uma boa oportunidade para dinamizar e revitalizar as parcerias locais, levando alguns parceiros mais fracos a reforçar a sua presença e protagonismo junto da comunidade e da parceria, na prática este tipo de parceiros associam-se ao processo na fase inicial mas vão desmobilizando ao longo do processo e só muito dificilmente poderão vir a incorporar efectivamente os produtos sem reforço de recursos técnicos e financeiros. 18 24 6. A execução do plano de disseminação 6.1. Grau de execução das actividades e eficácia das formas de coordenação As diferentes dinâmicas de participação dos dois território confirmam-se em vários domínios e está reflectida nos indicadores de realização retidos na análise, situando-se sempre a CM em valores próximos do grau 3 e o VA em valores superiores a 3,5, (Quadro 12) os quais são confirmados pelas declarações e evidências qualitativas referidas pelos conceptores, pelos incorporadores e pelos membros do Painel. Tanto a avaliação do grau de eficácia das formas de coordenação e integração das actividades como o Grau de execução do plano de actividades de disseminação confirmam que no VA o processo foi mais conseguido a todos os níveis e para os diferentes produtos em disseminação. Contudo, para além dos dois contextos territoriais de intervenção há ainda que considerar contextos específicos dentro destes. Por exemplo, as escolas do VA constituíram um contexto específico de disseminação que condicionou o processo a dois níveis: clima de crispação vivido no sistema educativo e; o modo de organização da Escola Secundária da Baixa da Banheira e respectivo clima organizacional, nomeadamente o poder de decisão centralizado no presidente do Conselho Executivo e falta de delegação de poderes. Estes factores criaram obstáculos à apropriação e incorporação dos produtos não cumprindo aquela escola as condições protocoladas no âmbito do projecto Itineris. Outro contexto específico que limitou o alcance da transferência e incorporação dos produtos foi o das associações locais do VA que devido a alguns desacordos entre elas e consequentes dificuldade de trabalhar conjuntamente não permitiu, no caso do Kcidade, executar o plano como previsto o que conduziu a uma revisão da estratégia de implementação com a opção por sessões individualizadas com as organizações. Este facto permite salientar a importância de um princípio de flexibilidade na execução do plano e das estratégias de disseminação de modo a poder adaptar continuamente as actividades em função da evolução dos contexto e de eventuais circunstâncias imprevistas. Esta necessidade de autoregulação permanente permite destacar também a importância de manter um dispositivo de monitorização e avaliação contínua. Quadro 12 - Grau de execução do plano de actividades e de eficácia das formas de coordenação e integração actividades Bairro Grau de execução Grau de eficácia Cova da Moura 3,2 3,0 Vale da Amoreira 4,0 3,5 3,6 3,3 Geral Fonte: entrevista aos conceptores 25 6.2. Tipologia dos beneficiários dos produtos apropriados O quadro 13 mostra claramente que os produtos/ soluções EQUAL em disseminação se destinam prioritariamente aos segmentos mais vulneráveis ou desfavorecidos da população (jovens, minorias, mulheres) e aos técnicos e animadores que trabalham no terreno com as populações desfavorecidas. A confirmar o carácter transversal de alguns dos produtos está o facto de em 8 casos se admitir que os produtos podem ter como beneficiários finais todos os tipos sugeridos nas opções de resposta do questionário. São de destacar a este nível os produtos de 4 dos projectos em disseminação: Nautilus, Ereal, Kcidade e Diversidade. Embora alguns dos subprodutos se destinem a segmentos específicos, tratam-se de produtos muito abrangentes ao nível dos destinatários. Os tipos de beneficiários que mais se destacam no conjunto são os “jovens” e as “minorias”, identificados pelos incorporadores como destinatários de todos os projectos. Num segundo plano, surgem os “grupos de risco”, beneficiários dos produtos dos projectos Nautilus, Humanuscam e Itineris. O tipo de beneficiários mais referidos revela o carácter vincadamente preventivo das soluções EQUAL em disseminação. Outro tipo de beneficiário em evidência é constituído pelos técnicos e animadores que surgem associados à generalidade dos projectos o que permite sublinhar uma forte componente de formação / capacitação técnica das equipas e das organizações locais implicadas no processo de disseminação 19 . 19 Os inquiridos, maioritariamente técnicos das organizações locais, identificaram resultados positivos decorrentes da sua participação nas actividades de disseminação, tanto no plano individual como no organizacional e reconheceram ainda claramente o contributo do processo para a dinamização do projecto local, como se verá com maior detalhe mais adiante 26 jovens grupos de risco minorias Itineris DiverCidade total 4 5 1 2 3 2 1 10 47,6 1 1 4,8 1 1 2 9,5 1 2 1 4 1 7 19,0 1 1 1 2 1 33,3 1 pobres 1 4,8 Dirigentes e 1 1 1 1 1 3 1 7 gestores 14,3 técnicos e 3 1 animadores 33,3 outros Todos os tipos de % (*) 23,8 1 trabalhadores desempregados Kcidade 1 mulheres Humanus-cam Tipo de beneficiários E-real Produtos dos Projectos Nautilus Quadro 13 - Tipo de beneficiários finais dos produtos incorporados por projecto 2 2 4 2 2 8 19,0 3 1 beneficiários 38,1 Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores (*) N=21 (questão de resposta múltipla) 6.3. Reconhecimento do valor dos produtos em disseminação pelos incorporadores No final do processo de disseminação procurou-se saber junto das organizações incorporadoras se os produtos EQUAL em cujas actividades estiveram envolvidas demonstraram o seu carácter inovador e a sua mais valia e utilidade relativamente a outros produtos /soluções, em utilização ou disponíveis, para responder aos problemas aos quais se dirigem. O reconhecimento tanto da inovação como da utilidade e mais-valia não deixa margem para dúvidas, alcançando no seu conjunto uma notação média de 3,5 e de 3,7, respectivamente. Importa referir que se verifica um grande consenso entre os incorporadores em relação a quase todos os produtos no que se refere à avaliação destes dois itens, com uma tendência geral para atribuir notações próximas do grau máximo principalmente no que respeita à utilidade dos produtos, com três destes a situarem acima da média dos 3,7: Nautilus, Kcidade e Humanuscam. Os produtos destes dois últimos projectos são os que obtêm simultaneamente um maior reconhecimento em termos de seu grau de inovação, situando-se acima da média geral dos produtos disseminados (Quadro 14). 27 O item onde a avaliação dos produtos pelos incorporadores se salda por um valor médio menos elevado é o do seu grau de adequação para responder aos problemas e às prioridades de intervenção relacionados com a actividade da organização incorporadora. Contudo, tanto a notação média atribuída (3,3), como as notações dos produtos individualmente considerados é sempre igual ou superior ao grau 3 o que significa um reconhecimento inequívoco da adequação das soluções em disseminação aos problemas e necessidades das organizações. Neste particular, é de salientar o produto E-real que obteve a notação mais elevada (3,7) facto que resultará do trabalho de adaptação dos produtos ao contexto e necessidades específicas do VA, cujo gabinete do emprego (em constituição) adaptou e adoptou as ferramentas E-real. Quadro 14 - Avaliação dos produtos em disseminação, segundo os graus de inovação, utilidade e adequação para as organizações incorporadoras Projecto Grau de inovação Mais valia e utilidade Grau adequação Nautilus 3,5 3,8 3,5 Ereal 3,3 3,7 3,7 Kcidade 3,6 3,8 3,2 Humanuscam 3,8 3,8 3,0 Divercidade 3,5 3,5 3,3 Itineris 3,0 3,0 3,0 3.5 3.7 3.3 Média geral Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores É de referir que o reconhecimento dos produtos, relativamente aos graus de inovação, utilidade e adequação, é mais elevado em todos os itens na CM, com especial destaque para a mais-valia e utilidade com uma média de 3,9. Curiosamente, este grau de reconhecimento do valor dos produtos é inversamente proporcional às dinâmicas de participação das parcerias no processo de disseminação que foram reconhecidamente mais fracos na CM do que no VA (Quadro 15). Quanto ao grau de adequação dos produtos disseminados verifica-se um reconhecidamente elevado por parte dos incorporadores em todos os casos, variando o grau médio de adequação dos diferentes produtos entre os 3,0 e os 3,7. Em ambos os bairros, a apreciação do grau de adequação dos produtos é elevada muito próxima da média geral de 3,3. Quadro 15 - Avaliação dos produtos em disseminação, segundo os graus de inovação, utilidade e adequação para as organizações incorporadoras por bairro Bairro N Grau de inovação Mais-valia e utilidade Grau adequação Cova da Moura 8 3.6 3,9 3,4 Vale da Amoreira 13 3.5 3,5 3,2 3,5 3,7 3,3 Geral 21 Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores 28 7. Fase 3 – Incorporação 7.1. Adaptação dos produtos na sequência da apropriação De um modo geral é pacífico e assumido claramente pelos conceptores de que não se pode fazer uma abordagem da incorporação com base num produto acabado, pelo contrário há que assumir que qualquer solução não pode ser imposta e que, por isso, tem que ser construída, ensaiada nos territórios com os públicos que são seus destinatários. Para tal, é preciso abertura e flexibilidade “saber ouvir”, estar disponível para apoiar os incorporadores para que sejam os agentes efectivos do processo da apropriação, transferência e incorporação das ferramentas e, em conjunto com eles, adaptar e reconstruir as soluções. O diferente grau de adaptação verificado nos dois territórios-alvo de intervenção (Quadro 16) denota que no VA o processo de incorporação terá sido muito mais crítico, activo e criativo, com as entidades locais a empenharem-se na contextualização e reconstrução dos produtos no sentido da sua adaptação às necessidades e especificidades locais. Os resultados apurados confirmam claramente que os incorporadores sentem a necessidade de recontextualizar / reconstruir os produtos em função das realidades locais e das especificidades das organizações, introduzindo alterações que podem ir das “melhorias pontuais” às “adaptações importantes e substantivas”. Mas também os conceptores admitem que “é importante uma abordagem de abertura para reconstruir o produto com base no levantamento das necessidades” (coordenação do HumanusCam). O responsável pelo Itineris, salientou que “as adaptações feitas disseram respeito essencialmente às condições de implementação do terreno. Tratando de um território com as suas singularidades, a PD e as entidades incorporadoras procederam ao estudo da forma mais adequada para a criação de uma rede de suporte ao professor tutor, tal como prevê o produto. O modo de funcionamento da rede e os parceiros a mobilizar foram distintos daqueles que a PD indica como preferenciais no guião de implementação do produto”. De acordo com a apreciação pelos incorporadores do grau de adaptação dos produtos em 44% dos casos foram introduzidas “melhorias pontuais” e em 56% dos casos foram introduzidas “adaptações substantivas”. As diferenças de investimento na adaptação dos produtos nos dois bairros são evidentes, traduzindo-se num predomínio das “melhorias pontuais” na CM e das “adaptações substantivas” no VA. Este facto será o resultado natural não só de uma maior dinâmica de parceria no VA mas também dum maior alinhamento dos produtos e do processo de disseminação com os objectivos do projecto local. Uma singularidade da disseminação nos territórios dos BC consistiu na introdução de adaptações nos produtos através da articulação de módulos ou componentes de diferentes produtos. Um bom exemplo disso é o projecto Nautilus, que se articulou com componentes do projecto Emprego Apoiado (da fase 1 da EQUAL) e se articulou com os produtos E-real (ferramenta informática SPERO), sempre em alinhamento com o plano de Acção da IBC do VA. Procurando construir as soluções mais adequadas à concretização da estratégia local para o emprego procedeu-se ainda à adaptação do regulamento para a operacionalização da Rede para a Empregabilidade do E-real. Também na CM este projecto se articulou com o projecto do Nautilus no sentido de criar e consolidar uma rede alargada de parceiros, procurando desenvolver uma maior comunicação, coordenação e sustentabilidade ao nível da intervenção no Emprego Apoiado. 29 Tanto os resultados do questionário aos incorporadores como outras evidências obtidas através de contactos e entrevistas com os coordenadores e outros observadores privilegiados do processo mostram que a dinâmica dos projectos e das parcerias locais terão uma influência significativa na abordagem, mais passiva ou mais activa, aos produtos por parte das entidades incorporadoras. A necessidade de adaptar os produtos à realidade é objecto de um amplo consenso por parte dos diferentes protagonistas do processo de disseminação que afirmam que o “processo é muito interactivo” e que as “actividades disseminação põem as pessoas a pensar e levam a adaptações em consequência das situações e especificidades locais” (afirmação produzida na avaliação do HumanusCam). Porém, verifica-se que a percepção relativamente ao grau de adaptação dos produtos no final da Acção 3 varia segundo o tipo de protagonista interrogado (Quadro 17). Por exemplo, enquanto que os conceptores dos produtos Nautilus, Kcidade e Divercidade consideraram que na sequência do processo de disseminação os respectivos produtos “são no essencial os mesmos”, os incorporadores dos respectivos produtos não partilham desta opinião, pois consideram que “foram introduzidas adaptações / melhorias”. Da apropriação resulta a adaptação dos produtos e a capacitação das pessoas e das organizações para incorporarem e utilizarem no âmbito da sua actividade corrente as soluções EQUAL que foram redesenhadas e aprofundadas através das actividades de apropriação. Quadro 16 - Grau de adaptação dos produtos segundo as entidades incorporadoras Bairro Grau de adaptação Cova da Moura 2,2 Vale da Amoreira 2,7 Geral 2,6 Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores e entrevista aos conceptores Quadro 17 - Grau de adaptação dos produtos no final da Acção 3 segundo os incorporadores e os conceptores Projecto Grau de adaptação Incorporadores Conceptores Nautilus 2,3 1,0 Ereal 2,3 3,0 Kcidade 2,5 1,0 Humanuscam 3,0 2,0 Divercidade 2.7 1,0 Itineris 2,0 2,0 Média geral 2.6 1,7 Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores e entrevista aos conceptores Quanto ao grau de aprofundamento e consolidação dos produtos os projectos Divercidade, Ereal, Humanuscam e Nautilus consideram que os seus produtos saíram do processo reforçados em grau muito forte. Os responsáveis do Kcidade e dos Itineris não atribuíram uma notação a esta questão, mas a coordenadora do primeiro referiu que “os produtos estão em permanente evolução e há ideias e aspectos que foram identificados que levaram a um upgrade dos subprodutos” e o coordenador do Itineris salientou que “as singularidades de um território exigem um esforço constante de adaptação dos 30 produtos”. Nesta perspectiva, a responsável do Kcidade afirma que “a forma de transferir os produtos tem um formato diferente de bairro para bairro pelo que se admite a introdução de um novo módulo relativamente às metodologias de transferência (…) e um módulo que contemple a função de animação para melhorar a acessibilidade dos grupo-alvo”. Nesta mesma linha de abordagem insere-se também os projectos E-real, cuja coordenadora referiu que “o modelo de workshops utilizado para adaptar e transferir o produto foi desenvolvido e aprofundado tornando-se mais adequado e eficaz para realizar futuros processos de transferência”; e o Humanuscam, que identificou alterações no aspecto e simplificação dos conteúdos e assinalou a introdução de “adaptações que permitem / facilitam a transferência do produto para outros contextos”. 7.2. Os efeitos e os resultados do processo de disseminação O balanço dos resultados da disseminação na óptica dos conceptores permite destacar dois tipos principais de resultados do processo: “aumentar as competências dos agentes” e “sustentar a inovação e alargar escala” que atingem, segundo a avaliação dos entrevistados, níveis iguais ou superiores ao grau 3, isto é iguais a bom ou próximos do muito bom (Quadro 18). Outro domínio em que se identificam resultados que, embora modestos, se podem considerar-se positivos e promissores de uma futura incorporação é o da “alteração da prática das organizações” que no VA atinge o grau de 2,8 confirmando as apreciações qualitativas e outras evidências que comprovam que o processo foi mais eficaz neste território. Outros dois tipos de resultados, objecto de avaliação, que obtêm uma notação baixa, são os resultados relacionados com o objectivo de “contribuir para mudança das políticas” e de “influenciar os sistemas públicos”. A notação atribuída a este tipo resultados comprova a dificuldade de desenvolver estratégias de disseminação vertical a partir dos projectos de disseminação de base territorial à semelhança de outros projectos conduzidos directamente pelas PD conceptoras dos produtos. Quadro 18 - Balanço geral dos resultados da disseminação segundo os conceptores Tipo de resultados Cova da Vale da Moura Amoreira Aumentar as competências dos agentes 3,0 3,7 Sustentar inovação e alargar escala 3,0 3,4 Alterar práticas das organizações 2,2 2,8 Influenciar os sistemas públicos 1,8 2,0 Contribuir para mudança das políticas 1,3 1,6 Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos Quanto às diferenças observadas nos dois territórios alvo de disseminação, elas poderão encontrar explicação nas estratégias de disseminação, que no caso do VA beneficiaram da função de animação do “pivot local” e estiveram muito mais articuladas com o plano do projecto local, mas também nas dinâmicas de parceria que são mais intensas neste contexto do que na CM. A comparação dos resultados 31 permite concluir que as dinâmicas dos territórios são importantes ou mesmo decisivas e quando estas são fracas não basta vir alguém de fora para dinamizar o processo. Em ambos os territórios o balanço final da apropriação é mais positivo no plano individual do que nos planos organizacional e territorial, mas é claramente mais favorável no VA onde tanto o grau de concretização dos objectivos da disseminação como o grau transferência e incorporação de produtos e práticas foi considerado igualmente mais intenso o que poderá explicar-se pelos factores já referidos, nomeadamente à existência de uma a estratégia de disseminação muito vinculada ao plano de acção do projecto local e às dinâmicas mais intensas de parceria e de projecto (Quadro 19). Quadro 19 - Grau de concretização dos objectivos e de transferência e incorporação de produtos e práticas Bairro Grau de concretização objectivos Cova da Moura 2,8 3,0 Vale da Amoreira 3,2 3,4 3,0 3,2 Geral Grau transferência e incorporação Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos Relativamente aos resultados do processo de disseminação considerou-se para efeitos de avaliação a sua influência a três a diferentes níveis: dinamização da parceria e do projecto local e estímulo à inovação, domínios que poderão contribuir para o reforço da IBC e para a promoção de uma importante mudança cultural nas organizações. Globalmente, a influência nos domínios considerados foi bastante positiva situando-se a avaliação dos incorporadores num o grau médio igual ou superior a ”bom”, variando a notação entre 3 e 3,4. A média mais elevada é a atribuída ao grau de dinamização do projecto local, que é igual para os dois territórios, e a menos elevada é atribuída ao estímulo à inovação (Quadro 20). A comparação dos valores obtidos nos dois bairros permite reafirmar a já mencionada dificuldade de, através das actividades de disseminação, dinamizar as parcerias na CM onde o processo foi não só muito menos mobilizador em termos quantitativos como termos qualitativos, como se pode constatar pela notação de 2,5 atribuída ao grau de dinamização da parceria local. No entanto, os incorporadores envolvidos reconhecem, pela notação atribuída e pelas evidências referidas, que o processo deu um contributo importante para a dinamização do projecto local e para o estímulo à inovação em grau igual ou superior ao observado no VA. Quadro 20 - Grau de dinamização da parceria e projecto e de estímulo à inovação Bairro Parceria local Dinamização do projecto local Estímulo à inovação Cova da Moura 2,5 3,4 3,3 Vale da Amoreira 3,5 3,4 2,9 Geral 3,1 3,4 Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores 3,0 32 Para além da referida apreciação dos incorporadores, a avaliação encontrou múltiplas evidências de que a disseminação dos produtos EQUAL produz um efeito positivo nas dinâmicas de parceria e do projecto local e constituem também um estímulo à inovação 20 . A participação nas actividades de disseminação de alguns projectos e a conjugação destes (caso do Ereal com o Nautilus) contribuiu claramente para o reforço da parceria local, pois permite “criar e consolidar uma rede de parceiros alargada, de modo a obter-se uma maior comunicação, coordenação e sustentabilidade ao nível da intervenção no Emprego Apoiado”(Associação de Solidariedade da CM). Os entrevistados colocam a dinamização e trabalho em parceria entre os principais objectivos e resultados do processo de disseminação e afirmam que “através deste processo os parceiros reencontraram-se e trabalharam em conjunto e daí nasceram uma série de coisas novas”. Há também um reconhecimento claro de que se contribuiu para a reconstrução e revitalização de uma rede organizada de parceiros e para promover um novo modelo de relação institucional, envolvendo organizações de diferentes níveis, local, regional e nacional; e contribuiu também para “estabelecer a articulação e complementaridade de recursos entre os parceiros envolvidos”. Também o estímulo à inovação é ilustrado pelos entrevistados que salientam que “os produtos e as actividades de disseminação fazem apelo à participação e à reflexão” e que promovem “uma dinâmica participada de escuta e reflexão” (Humanuscam) e contribuem para “ agitar as formas de pensar, ver e agir” (Coordenadora do Kcidade) Neste contexto, há evidências de ganhos tanto da parte dos conceptores como dos incorporadores ao nível do empowerment e da capacitação dos técnicos, mas os ganhos foram mais substantivos em termos de competências e de articulação entre as partes implicadas no plano local dos BC. Os incorporadores avaliam muito positivamente as mais valias resultantes da participação nas actividades de disseminação tanto para as organizações, como para os técnicos, mas consideram que os ganhos em grau mais elevado foram para o projecto local, em ambos os contextos de intervenção. É importante salientar o facto de o Bairro da CM, ao contrário da generalidade das matérias em análise, surgir neste particular com notações mais elevadas do que o VA em todos os aspectos em avaliação o que constitui um indicador importante do elevado potencial do processos de disseminação de base territorial para capacitar as organizações e os técnicos e estimular o projectos locais, mesmo nos contextos em que as parcerias são menos dinâmicas (Quadro 21). Quadro 21 - Mais valias para as organizações e técnicos incorporadores e para o projecto local Bairro Organização Técnicos Projecto local Cova da Moura 3,3 3,5 3,5 Vale da Amoreira 3,2 3,1 3,4 Geral 3,2 3,2 Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores 3,4 20 O contributo EQUAL para as parceria e para o projecto local foi reconhecido pelos parceiros representados na comissão de acompanhamento da iniciativa na reunião de Janeiro de 2009 cuja ordem de trabalhos identifica explicitamente o contributo dos projectos EQUAL para o projecto e para a parceria local. 33 Também os testemunhos apresentados pelos diferentes actores auscultados referem explicitamente os benefícios obtidos àqueles três níveis, vejamos alguns dos exemplos mais paradigmáticos: Mais valias para a organização: No caso dos produtos do Kcidade, os representantes dos incorporadores (Junta de Freguesia do VA) constataram um incentivo a uma melhor reflexão das organizações presentes no território acerca das iniciativas que podem ser implementadas e de como o diagnóstico e planeamento estratégico pode ajudá-las no processo de mudança e sustentabilidade futura de suas actividades. Identificou-se também um aprofundamento da reflexão sobre o conceito de parceria e as potencialidades do trabalho em Parceria e sobre a importância do protagonismo da comunidade, através “da consulta e maior participação dos parceiros locais em todo processo”. Regra geral, verifica-se um reconhecimento de que produtos como os do Kcidade e do Divercidade, entre outros, fornecem metodologia e ferramentas importantes para que as Organizações possam, simultaneamente, desenvolver seu potencial e contribuir para o desenvolvimento do território Verificou-se também o reconhecimento de que através dos produtos e actividades de disseminação se alargou e reforçou a acessibilidade dos públicos-alvo às organizações, como no caso do Centro de Saúde do VA que reportou um acréscimo do número de pessoas passou a procurar a organização. Mais valias para os técnicos: a este nível merece especial destaque as acções no âmbito do projecto Nautilus que, segundo a organização incorporadora Associação de Solidariedade da CM, se revelaram importantes para consolidar os quadros conceptuais sobre o Emprego Apoiado e para conhecer as novas técnicas de intervenção. As organizações salientam também o facto de contribuir para uma mudança de perspectiva com base na articulação entre a formação, actividade económica e as ofertas de emprego disponíveis através da identificação dos interesses e necessidades das empresas em relação à formação e os perfis de trabalhadores pretendidos. Mais valias para o projecto local: Existe a convicção de que a grande mais valia da disseminação EQUAL foi promover a reflexão entre todos, parceiros e público-alvo, de forma a estabelecer uma melhor coesão e participação. Conseguiram-se trocas importantes, em termos pessoais e organizacionais, estabeleceram-se pontes e construíram-se novas redes. Por exemplo, os incorporadores do projecto HumanusCam referiram que trabalho conjunto dos parceiros que se juntaram nas actividades de disseminação constitui uma mais valia para a própria comunidade. A opinião dos incorporadores dos produtos Divercidade, a propósito do produto “peritos de experiência”, vem reforçar esta constatação de que as actividades de disseminação contribuem directamente, “de forma muito importante”, para a dinamização do projecto local: “o trabalho de perito de experiência é uma mais valia em trabalho comunitário, no sentido em que, a partir do conhecimento da realidade, permite contextualizar o problema/situação com maior precisão e ser, por isso, mais concreto na forma de intervir (…) o trabalho entre um perito de experiência e um técnico permite consolidar diferentes experiências e conhecimentos (práticos e técnicos) que se podem conjugar de uma forma muito positiva” (Associação de Solidariedade da CM) 7.3. A incorporação da filosofia e dos princípios EQUAL Os dados apurados permitem afirmar que, para além dos produtos, também os processos e as metodologias de disseminação contribuem para uma mudança cultural na comunidade e nas 34 organizações, nomeadamente porque constituem um estímulo para o aprofundamento da parceria, do empowerment e da cultura de inovação, princípios inerentes ao próprio processo e actividades de disseminação. As organizações incorporadoras admitem que se verifica alguma influência a este nível, principalmente no VA onde identificam resultados mais positivos, traduzidos por um grau de transferência e incorporação da filosofia e dos princípios EQUAL na prática das organizações de 2,6, contra apenas 1,6 na CM e nas práticas dos profissionais de 3,3 contra 2,4 respectivamente (Quadro 22). Quadro 22 - Grau transferência e incorporação da filosofia e dos princípios EQUAL na prática das organizações e dos profissionais Grau incorporação Prática das organizações Prática dos profissionais Bairro Cova da Moura 1,6 2,4 Vale da Amoreira 2,6 3,3 2,2 2,9 Geral Fonte: inquérito por questionário aos incorporadores As apreciações quantitativas são reforçadas por diversos depoimentos dos protagonistas da disseminação, como por exemplo, o seguinte: “no território do VA já é evidente que os princípios correspondem a uma prática; na CM as organizações são mais fechadas com cada uma a tentar promover-se e a ver onde pretende implantar-se; Isto não é tão evidente no caso dos profissionais, mas também não se vê em alguns grande vontade; os profissionais são a consequência do clima e da cultura organizacional; trabalham de forma pouco solidária sem dar a mão ao parceiro do lado” (Coordenadora do HumanusCam). Os coordenadores dos projectos, entrevistados sobre esta matéria, confirmam a influência do processo no que respeita à transferência e incorporação dos princípios EQUAL, embora façam notar o facto de que para algumas organizações isso já não constituiu nada de novo: • Parte das organizações já valorizavam nas suas práticas os princípios que a EQUAL promove; o grau de incorporação é mais intenso e evidente ao nível dos profissionais do que das organizações (Divercidade); • O processo veio refrescar as ideias e as práticas a este nível e terá constituído para alguns um estímulo para aprofundar estes princípios e filosofia de trabalho (E-real); • A incorporação ocorreu mais ao nível dos profissionais do que das organizações, estas são mais resistentes à mudança e a sua cultura e a atitude das suas lideranças reflecte-se na atitude e no investimento dos técnicos; algumas organizações locais estão ainda em estado muito rudimentar, a funcionar numa lógica de “supermercado” e de assistencialismo (Kcidade). 35 7.4. Extensão do mainstreaming horizontal e vertical Ainda é muito cedo para se poder avaliar o alcance do processo de disseminação e a verdadeira extensão do mainstreaming horizontal e vertical, traduzido numa efectiva transferência e incorporação das soluções em disseminação e na sua capacidade transformadora das práticas dos profissionais, das organizações e das medidas políticas. Contudo, já é possível identificar algumas evidências de resultados e obter por parte dos protagonistas envolvidos o reconhecimento que existem efeitos relevantes a vários níveis que abrem boas perspectivas de sucesso, principalmente no campo do mainstreaming horizontal. A avaliação desta questão confirma inequivocamente que a capacidade de promover o mainstreaming vertical através dos projectos de base local ou sectorial promovidos pelas PD é muito limitada e dificilmente poderá ocorrer a partir da iniciativa exclusiva dos parceiros. Contudo, é provável que a partir de alguns processos de disseminação horizontal se abram as portas da disseminação e do mainstreaming vertical, seja através da presença no processo de organizações com influência na mudança nos sistemas (instituições de intermediação) ou mesmo de organizações do mainstreaming, que confirmam “in loco” a eficácia das soluções, seja porque após os processos de disseminação e mainstreaming horizontal bem sucedidos é possível fazer uma abordagem da disseminação vertical com base na demonstração inequívoca do carácter inovador das soluções, da sua utilidade e mais valia a partir dos resultados da disseminação horizontal. A notação atribuída à extensão do mainstreaming vertical por parte dos coordenadores dos projectos em disseminação é relativamente baixa e baseia-se, de um modo geral, na expectativa de desenvolvimentos futuros positivos através da IBC e da sua estrutura GTIM que, no âmbito da Iniciativa, tem a função de intermediação com os responsáveis políticos que por isso poderá ser importante tanto para garantir a sustentabilidade de algumas soluções como para futuros desenvolvimento a nível vertical (Quadro 23). Quadro 23 - Extensão do mainstreaming Horizontal Vertical Cova da Moura 3,0 1,5 Vale da Amoreira 3,7 1,8 Mainstreaming Bairro Geral 3,4 Fonte: entrevista aos conceptores 1,7 No plano do mainstreaming horizontal as evidências de progresso são mais sólidas e substantivas com a existência de vários produtos que passaram de imediato a ser utilizados, total ou parcialmente, pelas organizações incorporadoras ao que acresce a apropriação e utilização nas sua práticas correntes dos princípios EQUAL (vd. Quadro 24). Estas duas vertentes da incorporação, a dos princípios e das soluções, confirmam que o alcance da disseminação não se limita aos produtos em si mas que também promove uma filosofia e uma metodologia de trabalho que são apropriadas e integradas pelas organizações. Porém, há evidências de que a disseminação com plena incorporação no decurso da Acção 3 é extremamente difícil seja, por um lado, porque o tempo é escasso (ou mesmo insuficiente) para cumprir todas as etapas do ciclo virtuoso da disseminação, sendo a maior parte ocupado com a recontextualização e adaptação das soluções e, por outro, porque pode ser necessário obter recursos financeiros e técnicos adicionais para assegurar a utilização plena e a efectiva incorporação das soluções. Além disso, algumas 36 soluções EQUAL fazem apelo, com frequência, ao trabalho integrado e em rede, exigindo por isso a organização de recursos e parceiros e o estabelecimento de procedimentos e protocolos de cooperação que supõe o desenvolvimento de processos negociais entre os diferentes organismos a implicar (vd. por exemplo, a constituição da Rede para a empregabilidade no VA, com base nas soluções técnicas e instrumentais do projecto E-real). Na fase do processo em que se realizaram as entrevistas que servem de base à avaliação ainda era difícil esclarecer até que ponto é que as boas práticas / produtos foram efectivamente transferidos e incorporados e qual o grau de incorporação verificado, pois ainda havia actividades em execução e incerteza quanto à sequência dos diferentes produtos em termos de incorporação efectiva na práticas das organizações e, através destas, no projecto da IBC. Além disso, os protagonistas do processo referem que o tempo destinado à disseminação foi insuficiente, demasiado curto para que se cumprissem todas as etapas do ciclo da disseminação: “seria necessário muito mais tempo para ser melhor disseminado e incorporado, pois o processo implica mudanças e inovação, havendo portanto a consequente necessidade de continuidade/sustentabilidade no território” (opinião da Junta de Freguesia do VA sobre os produtos Kcidade). Contudo, identificaram-se várias evidências, algumas já de efectiva utilização dos produtos ou da intenção futura de os vir a utilizar total ou parcialmente, que perspectivam desenvolvimentos positivos em termos de uma efectiva incorporação no âmbito da execução das actividades do projecto local às quais as organizações incorporadores se encontram vinculadas. Os conceptores admitem que alguns produtos já se encontram em utilização e afirmam que há uma expectativa positiva de reforçar ainda mais a capacidade de utilização. Quadro 24 - Tipo de utilização, presente ou futura, das soluções EQUAL disseminadas feita pelas Pretende utilizar produto(s) na totalidade Pretende utilizar parte de produto(s) Utiliza alguns dos princípios e ou metodologias EQUAL total Itineris 3 Já utiliza produto(s) na totalidade Já utiliza parte de produto(s) DiverCidade Kcidade E-real Tipo de utilização Nautilus Projectos Humanus-cam organizações incorporadoras 2 3 1 3 1 1 8 1 2 1 2 6 2 1 3 1 7 1 2 1 9 2 3 Fonte: entrevista às entidades conceptoras dos produtos A incorporação das soluções inovadoras é um questão muito complexa e problemática, pois a apropriação é, essencialmente, uma questão técnica, enquanto que a incorporação é, essencialmente, uma questão organizacional com implicações nas rotinas, práticas e procedimentos que exige a introdução de mudanças. Enquanto que a apropriação constitui um processo de formação / capacitação técnica, sem grandes implicações na rotina e na prática das instituições, a incorporação mexe com a vida das instituições. 37 Ao contrário da apropriação, a incorporação não depende exclusivamente dos protagonistas directos do processo de disseminação (os técnicos conceptores e incorporadores), supõe a implicação e o compromisso efectivo dos responsáveis das organizações incorporadoras que terão que assumir as consequências práticas das mudanças impostas pela adopção de novas soluções, o que supõe, em primeiro lugar, uma efectiva disposição de mudar e, em segundo, uma reorganização dos recursos existentes e/ou a procura de novos recursos financeiros e técnicos. Assim, pode dizer-se que a incorporação a nível técnico (o primeiro nível do mainstreaming horizontal) é directa e imediata, uma vez que depende em grande medida da capacitação e da adaptação dos produtos que ocorre através da participação activa dos actores envolvidos e no decurso da fase da apropriação, enquanto que a incorporação a nível organizacional (o segundo nível do mainstreaming horizontal) é indirecta e mediata e só poderá ocorrer após a conclusão da fase da apropriação e está dependente, na generalidade dos casos, da decisão e empenhamento de actores que não foram protagonistas directos das actividades nas fases anteriores. Dado que a incorporação a nível organizacional pode exigir o reconhecimento da mais-valia e utilidade da solução por parte de actores que não participaram directamente no processo é importante que os projectos se organizem de forma a demonstrarem inequivocamente junto dos dirigentes das organizações incorporadoras os resultados e a eficácia dos produtos. Mais importante do que isso será mesmo levar os dirigentes das organizações incorporadoras a participar directamente nas actividades de convergência e de apropriação. Uma efectiva e plena incorporação a nível organizacional das soluções no âmbito da Acção 3 só será viável nos casos em que aquela dependa exclusivamente da vontade e disponibilidade para mudar das organizações implicadas e não exija recursos técnicos e financeiros adicionais que supõem a procura de financiamentos e a elaboração de candidaturas e, consequentemente, uma descontinuidade temporal ente a apropriação e a incorporação. 38 8. A Sustentabilidade 8.1. Obstáculos à transferência e incorporação dos produtos Existe a convicção entre os actores críticos da disseminação de que o reduzido tempo disponível (em todos os casos menos dum ano) e o elevado número de produtos em disseminação (15 sub-produtos) implicou que o processo fosse demasiado precipitado para permitir conhecer e explorar aprofundadamente os produtos e saber exactamente o que se queria ou poderia extrair de cada um deles de forma a fazer um planeamento rigoroso. Por isso, no final quase todos os protagonistas defenderam soluções de continuidade para garantir a execução e o acompanhamento da fase da incorporação e a construção da sustentabilidade que não foram suficientemente trabalhadas e desenvolvidas. A sustentabilidade depende duma pluralidade de factores e varia de produto para produto e de contexto para contexto, contudo entre as condições indispensáveis contam-se a necessidade, a vontade e a disponibilidade para mudar por parte das instituições incorporadoras. Além disso, a incorporação da inovação supõe uma mudança de cultura e de práticas que não depende exclusivamente da vontade dos protagonistas, pois, com frequência, há que superar obstáculos financeiros, técnicos e organizacionais. Importa também salientar que entre os técnicos e as organizações nem sempre há convergência de perspectivas e um alinhamento de práticas e objectivos o que limita a possibilidade e a profundidade da incorporação e da sustentabilidade futura da inovação. Do lado das organizações, e para além das eventuais limitações financeiras, os actores entrevistados apontam outro tipo de resistências à mudança como, por exemplo, o receio de perder protagonismo e influência local 21 e a falta visão de algumas organizações que não compreendem a mais valia de trabalhar com as pessoas de forma diferente. Considerando este tipo de obstáculos, a coordenação do Kcidade salienta que os seus produtos “implicam uma mudança na cabeça das pessoas e têm implicações para os técnicos e organizações”. De um modo geral, os entrevistados incorporadores referem mais do que um obstáculo à transferência e incorporação dos produtos em avaliação, mas é evidente que, no seu entendimento, a condição primeira para que ocorra a transferência tem a ver com a disponibilidade das organizações (e dos técnicos) para mudarem as práticas vigentes (Quadro 25). 21 Alguns dos produtos e este tipo de processos participados exigem partilha de perspectivas e trabalho em rede incompatível com as práticas de algumas organizações que estão pouco disponíveis para partilhar recursos no âmbito de projectos comuns. 39 Quadro 25 - Obstáculos à transferência e incorporação dos produtos Tipo de obstáculos N % Falta de recursos financeiros 8 38,1 Falta de recursos técnicos 7 33,3 Falta de disponibilidade para mudar práticas 11 52,4 Outras carências ou dificuldades 7 33,3 N=21 (questão de resposta múltipla) De um modo geral, no caso dos coordenadores dos projectos, há uma convergência de opiniões relativamente aos obstáculos à incorporação referidos pelos incorporadores, mas o obstáculo mencionado com mais frequência, para ambos os territórios, é a falta de recursos técnicos (em muitos casos sinónimo de falta de recursos financeiros), seguida de outros défices / características das organizações incorporadoras aos quais acresce, no caso da CM, a falta de recursos financeiros e o défice de dinâmicas e /ou parcerias locais (Quadro 26). Quadro 26 - Principais obstáculos / factores que limitam ou dificultam a transferência e incorporação dos produtos e práticas inovadores Bairros Cova da Moura Vale da Amoreira Falta de recursos financeiros 3 1 Falta de recursos técnicos 5 4 Outros défices / características das organizações 2 3 Défice de dinâmicas e / ou parcerias locais 3 1 Falta de disponibilidade para mudas práticas 2 1 Principais obstáculos Fonte: N=6 (entrevista às entidades conceptoras dos produtos) Uma efectiva e plena incorporação das soluções disseminadas e a sustentabilidade futura da inovação dependerá, portanto, de um conjunto diversificado de factores, materiais e não materiais, e, em certos casos, como por exemplo o dos produtos Divercidade, depende de recursos adicionais para o acompanhamento do processo de incorporação e sustentabilidade pós EQUAL o que poderá depender da obtenção de financiamentos através de candidaturas ao POPH. Contudo, também há protagonistas que sustentam que o principal problema não é a falta de recursos financeiros e que a transferência será possível sem grandes custos adicionais se houver um empenhamento das pessoas e se estas estiverem disponíveis para mudar as suas práticas: “é mais uma questão de tempo e disponibilidade para pensar e fazer mais e melhor”, afirmaram alguns dos técnicos implicados no HumanusCam e acrescentaram que “neste processo são as pessoas que fazem a diferença; por isso, algumas pessoas foram fundamentais para o sucesso da disseminação e são-no também para o futuro dos produtos”. 40 8.2. Os factores e as perspectivas de sustentabilidade Não obstante os obstáculos referidos e assumidos pelos diferentes actores críticos do processo, as perspectivas de sustentabilidade são globalmente positivas, não só porque as organizações reconhecem mais-valias às soluções EQUAL e assumem a sua pertinência e a utilidade, mas também porque têm intervenção directa nos problemas e junto dos públicos aos quais se dirigem as soluções disseminadas. Contudo, há necessidade de continuar a fazer formação e acompanhamento técnico nas entidades incorporadoras no sentido de resolver problemas e encontrar soluções que assegurem a continuidade. Com ou sem recursos adicionais, há uma expectativa da parte das organizações incorporadoras de continuar a investir na parceria e acompanhar o percurso dos produtos, no âmbito da execução do plano de acção da IBC. Presentemente, já existem vários produtos em utilização pelos técnicos e organizações incorporadoras envolvidos no processo: os parceiros do Gabinete de Emprego do VA (em constituição) já assumiram que vão integrar as metodologias do emprego apoiado do projecto Nautilus, o modelo da Rede para a Empregabilidade (em adaptação) e a ferramenta informática do projecto E-real; há também organizações incorporadoras da CM e do VA que recorrem ao produto “peritos de experiência” do projecto Divercidade, entre estas está o Centro de saúde do VA que, além disso, já incorporou e utiliza regularmente as metodologias do projecto HumanusCam; a função e a metodologia do professor Tutor do projecto Itineris foi adaptada e incorporada pela Escola Básica 2+3 do VA; os produtos do projecto Kcidade obtiveram reconhecimento por parte de vários incorporadores dos dois territórios que em parte já estão a adoptar e a desenvolver as respectivas metodologias e conceitos associados aos PIC (Metodologia de Projectos de Inovação Comunitária). A sustentabilidade futura dos produtos está também a ser trabalhada pelos próprios conceptores uma parte dos quais já submeteu candidaturas aos novos Programas Operacionais com vista à sustentação e alargamento da aplicação dos respectivos produtos. Um bom exemplo do esforço neste sentido é o projecto o Itineris que está a trabalhar o aprofundamento do produto e a sustentabilidade ao nível do estudo científico, tendo apresentado uma candidatura à Fundação para a Ciência e Tecnologia de um projecto transnacional. A PD do Itineris está a preparar a acreditação das acções de formação de professores tutores até 2011 na Região Autónoma dos Açores e a criar uma comunidade de prática on-line que poderá facilitara sustentação de projectos de tutoria escolar. Para além destes desenvolvimentos, esta PD está a considerar outras linhas de financiamento que possam suportar algumas linhas de acção do produto, tais como ProEmprego e Comenius. Os projectos HumanusCam, Nautilus e Divercidade também já apresentaram candidaturas no sentido de continuar a utilizar os respectivos produtos numa escala mais alargada e o Divercidade está a tratar do processo de reconhecimento dos referenciais de formação do produto “peritos de experiência” cuja utilidade e pertinência tem sido amplamente reconhecida por potenciais utilizadores o que perspectiva um largo mercado de incorporação ainda por explorar. Para além dos progressos já verificados e dos esforços desenvolvidos por conceptores e incorporadores no sentido de assegurar uma efectiva incorporação e a sustentabilidade das soluções incorporadas, há outros 41 factores que importa salientar no sentido de assegurar o futuro da inovação disseminada e futuros processos de disseminação. Em primeiro lugar, o factor tempo é apontado como uma condição necessária para a incorporação e sustentabilidade, por exemplo, a técnica/mediadora de Incorporação da metodologia de dois produtos do Kcidade no VA considera afirma que: “seria necessário muito mais tempo para ser melhor disseminado e incorporado, pois o processo implica mudanças e inovação, havendo portanto a consequente necessidade de continuidade/sustentabilidade no território”. Porque o tempo foi demasiado escasso e, por isso, o processo demasiado precipitado, defende-se a continuidade do projecto para prosseguir na capacitação das organizações, tendo como objectivo último, a auto-sustentação do território. É pacífico entre os actores auscultados que seria desejável mais tempo para a preparação e execução da acção 3 (“os processo de disseminação são mais exigentes do que os de concepção dos produtos, uma vez que supõe a adaptação / reconstrução dos produtos”), porque há produtos que, pelas suas características, exigem um processo de adaptação e incorporação mais demorado, e porque há mais parceiros a dinamizar e uma necessidade de acompanhamento permanente das organizações na fase da incorporação. Um segundo factor que se pode identificar como facilitador da sustentabilidade é articulação dos produtos com as actividades do plano de acção do projecto local. Através da experiência da IBC verificou-se que as perspectivas de sustentabilidade variam em função do referido alinhamento com o projecto local, sendo mais favoráveis no caso do VA, onde este alinhamento foi mais intenso, do na CM onde este ficou muito aquém do desejável. Por exemplo, os produtos E-real então enquadrados na criação da Rede para a empregabilidade do VA no âmbito do projecto dos BC e ainda, segundo a coordenação do projecto, está prevista a utilização numa escala mais alargada através da rede social da Moita. Verificou-se, portanto, que a sustentabilidade beneficia do facto das organizações envolvidas pertencerem à própria comunidade e trabalharem com base num plano de acção no âmbito de um projecto local que prossegue para além do tempo de execução da EQUAL. A participação dos parceiros envolvidos na disseminação no planeamento e execução das actividades do projecto local dos BC abre boas perspectivas de uma incorporação efectiva dos produtos. Assim, para assegurar a incorporação e sustentabilidade, é desejável que se estabeleça como condição de partida da disseminação de base territorial a existência de um plano e de uma estratégia de acção local que vincule e comprometa as organizações. Considerando a natureza dos produtos EQUAL (resultado do trabalho em parceria), a dinâmica de trabalho em rede e a existência de diferentes competências distintivas na incorporação constitui um factor crítico de sustentabilidade pois muitos produtos e práticas necessitam que organizações com perfis distintos se articulem e integrem as suas acções e recursos para assegurar uma utilização adequada e eficaz dos produtos. No contexto dos BC, as perspectivas são positivas pois os incorporadores inquiridos manifestaram a intenção de, após a conclusão da EQUAL, continuar a trabalhar com a maior parte dos parceiros que consigo estiveram implicados na apropriação dos produtos o que abre boas perspectivas de incorporação e sustentabilidade das soluções disseminadas. Outro factor a considerar para a qualidade do processo de disseminação e para a sustentabilidade futura é a existência de uma função de animação (elemento ou equipa de animação territorial permanente) para trabalhar previamente as dinâmicas locais e para preparar o terreno para a incorporação. Para tal, importa começar por identificar um interlocutor chave, o pivot local, que permita fazer a ponte entre os diferentes 42 protagonistas do processo de disseminação e mobilizar os parceiros locais; um interlocutor permanente a quem se pode recorrer no caso de haver uma necessidade ou um problema 22 . O domínio menos problemático em termos de sustentabilidade será o da incorporação de alguns dos princípios e ou metodologias EQUAL, por um lado, porque para as principais organizações tais princípios são já um dado adquirido e anterior ao processo de disseminação e, por outro, porque trabalhar de acordo com os princípios não tem implicações directas em termos de recursos financeiros e técnicos. Acresce que poderá mesmo representar ganhos para eficácia e eficiência para as organizações, a vários níveis: da utilização dos recursos, da execução dos projectos, do funcionamento e articulação das parcerias locais. Importa sublinhar que um factor acrescido de sustentabilidade a este nível resulta do facto da IBC assumir o mesmo tipo de princípios que a iniciativa EQUAL, com se referiu no ponto 2, e partilhar da mesma filosofia e metodologia de intervenção. Contudo, é previsível que as organizações menos dotadas de recursos tenham alguma dificuldade de incorporar os princípios porque estão menos envolvidas no processo de animação territorial e muito condicionadas pela necessidade de sobreviver. Poderá caber igualmente a este actor crítico do processo, em articulação com os conceptores dos produtos, o acompanhamento após disseminação no sentido de manter a dinâmica de parceria e o estímulo à criatividade e à cultura de inovação. Esta será uma forma de compensar a dificuldade dos conceptores em planear e acompanhar uma etapa da incorporação que não depende directamente da sua decisão, da sua acção e dos seus recursos e que, além disso, só terá plena concretização após a conclusão da Acção 3 num momento em que a parceria implicada na disseminação já não terá existência formal. Daí a necessidade de prolongamento da disseminação, nomeadamente da manutenção de uma função de acompanhamento, nas etapas da incorporação e da sustentabilidade. 22 43 9. Balanço da disseminação nos territórios da IBC – conclusões e recomendações Projectos/produtos EQUAL e organizações incorporadoras dos territórios 1. A disseminação EQUAL nos territórios da Iniciativa Bairros Críticos (IBC) surgiu do encontro de interesses entre os conceptores e incorporadores e da coincidência temporal da realização da Acção 3 da EQUAL e do arranque da implementação do plano da IBC. Para promover o encontro entre a “procura” e a “oferta” de inovação realizou-se uma “mostra de produtos” 23 na qual 12 projectos EQUAL apresentaram 22 produtos cuja adequação, utilidade e mais-valia para as organizações e para os projectos locais da IBC foi reflectida e equacionada com vista a seleccionar aqueles que viriam a integrar posteriormente o Plano de disseminação. 2. O plano de disseminação EQUAL nos territórios da IBC - Cova da Moura (CM) e Vale da Amoreira (VA) – viria a estruturar-se inicialmente em torno de 15 produtos inovadores de 7 projectos EQUAL que desagregados para efeitos de disseminação, corresponderam a 21 subprodutos (ou soluções). Destes últimos, executaram efectivamente a fase de apropriação 15 subprodutos (71%) uma parte dos quais já concretizou a incorporação através da sua utilização total ou parcial por parte das organizações no âmbito dos projectos locais. Apenas 6 subprodutos (cerca de 29%) de 3 projectos não chegaram a integrar o plano de disseminação. Dos 7 projectos iniciais 24 só o “Glocal” não chegou a realizar actividades de apropriação, mas subsiste o interesse dos potenciais incorporadores. 3. Na fase da convergência estiveram envolvidas mais de 40 organizações, públicas e privadas, e dezenas de técnicos (de organismos da administração central e local, das associações e organizações locais), 63% das quais (25) participaram na fase de apropriação (8 na Cova da Moura e 17 no Vale da Amoreira) 25 . A dimensão da participação mostra o interesse e o reconhecimento social da inovação EQUAL 26 , do seu potencial, pertinência e utilidade. Os contextos e os factores críticos de uma disseminação de base territorial 4. A disseminação EQUAL na IBC demonstrou que a difusão da inovação social é o resultado de um processo colaborativo, interactivo e participado de experimentação social para o qual concorrem os conhecimentos, as experiências e a cultura das organizações e dos diversos actorescríticos da disseminação. O estímulo externo dos projectos EQUAL foi fundamental para criar nestes territórios uma dinâmica de reflexão colectiva mas também se verificou que os contextos A “mostra de produtos EQUAL para os Bairros Críticos”, realizada 8 de Janeiro de 2008, foi um espaço de disseminação por excelência, onde se encontrou a “Procura” e a “Oferta” de novas ferramentas de trabalho para o empowerment e desenvolvimento de comunidades desfavorecidas. (Newsletter EQUAL nº8) 24 Iniciaram o processo os projectos: Nautilus; E-real; Kcidade; Humanus-cam; DiverCidade; Itineris; e Glocal 25 A fragilidade de algumas organizações, a carência de recursos, as múltiplas solicitações aos técnicos e as dinâmicas dos projectos locais não permitiram a concretização plena do plano de disseminação nos dois territórios e o envolvimento de um maior número de parceiros. 26 Consideramos que na EQUAL há dois momentos chave do reconhecimento social da inovação: o momento da validação que corresponde ao reconhecimento do valor do produto e abre as portas da disseminação e; o reconhecimento social efectivo da inovação que se concretiza através da apropriação – incorporação das soluções em disseminação e que corresponde ao mainstreaming. 23 44 locais, i.e., as dinâmicas dos projectos e das parcerias locais têm uma influência decisiva na abordagem, mais passiva ou mais activa, às soluções inovadoras propostas e influenciam fortemente os níveis de transferência e incorporação dos produtos e as perspectivas de sustentabilidade. 5. São múltiplos os factores que podem condicionar os processos, os resultados e a sustentabilidade da inovação: a existência de uma cultura de inovação e o grau de abertura ou resistência à mudança que ela implica; a solidez e a maturidade das organizações locais; a existência de recursos técnicos e financeiros, em qualidade e em quantidade; os níveis de articulação e trabalho em rede; as formas de governância dos territórios. 6. Os contextos territoriais de intervenção e, dentro destes, alguns contextos específicos podem levantar obstáculos à apropriação e incorporação dos produtos. Dois bons exemplos disso são: as escolas com o seu clima organizacional, o poder de decisão centralizado e falta de delegação de poderes e autonomia das bases e o ambiente geral do sistema educativo; e as associações e organizações locais com as suas relações, alianças e conflitos que potenciam ou limitam o trabalho colaborativo e a convergência de interesses. As funções – chave da disseminação territorial 7. Os processos e os resultados nos dois contextos de disseminação revelaram a importância para a eficácia da disseminação de duas funções chave: a função de “animação / mediação” que constitui um factor crítico para o sucesso deste modelo de disseminação de base territorial e deve ser exercida por um actor estratégico (também designado como pivot local) com a função específica de fazer a mediação permanente entre a oferta e a procura de inovação e a dinamização do debate e da reflexão entre os parceiros na procura das soluções adequadas, na sua apropriação criativa em alinhamento e convergência com o plano de acção do projecto local 27 ; e a função de “interlocução” cuja existência decorre do envolvimento de muitas entidades, o que torna o processo mais complexo e moroso, exigindo um elemento de ligação permanente e de negociação entre cada um dos projectos conceptores dos produtos em disseminação e os seus respectivos incorporadores. Acresce a estas funções-chave as funções do conceptor, em regra coincidente com a de disseminador, cuja atitude de diálogo, abertura e flexibilidade é essencial para a qualidade e eficácia do processo; e as funções do incorporador cuja atitude de reflexão crítica e implicação na adaptação / reconstrução das soluções é fundamental para concretizar a transferência e incorporação dos produtos. A fim de assegurar a qualidade do processo de disseminação e a sustentabilidade futura dos resultados, recomenda-se: 27 A função de “animador / mediador”, integra características dos perfis do “mediador” e do “disseminador” (vd. Referencial Disseminar), assumindo uma posição equidistante entre as partes, implicando-se na promoção dos produtos e práticas numa atitude dialogante facilitadora da convergência. Esta função deve exercida por alguém que conheça bem os princípios e a filosofia da EQUAL, os produtos, a realidade e o contexto da disseminação e possua competências e experiência em processos de facilitação e mediação, capaz de promover a aproximação e o diálogo entre produtores e incorporadores. A função de interlocução deve ser exercida por entidades ou pessoas portadoras de elevada capacidade de influência e reconhecimento entre os sectores e organizações potencialmente incorporadoras, mas capaz de “abrir em todas as frentes”, isto é, de criar dinâmicas de co-responsabilização que levem os incorporadores a um crescente protagonismo na elaboração e execução do plano de disseminação. 45 - a introdução de uma função permanente de animação (um elemento ou uma equipa de animação territorial) para trabalhar previamente as dinâmicas locais e para preparar o terreno para a incorporação. Para isso, importa começar por identificar um actor-chave (parceiro/actor local prestigiado) habilitado para fazer a ponte entre os diferentes protagonistas da disseminação e mobilizar os parceiros locais. A existência de um animador permanente constitui um recurso fundamental a utilizar no caso de haver uma necessidade ou um problema que deve ser solucionado em diálogo com as partes envolvidas. - a existência de um interlocutor de projecto (assegurando a função de ligação permanente e de negociação entre cada um dos projectos conceptores dos produtos em disseminação e os seus respectivos incorporadores). Este interlocutor, pelo seu lado, deve ter origem numa organização bem posicionada para dinamizar o processo do lado dos incorporadores e para assegurar uma incorporação activa dos produtos. A estratégia e a metodologia de disseminação 8. O processo de disseminação exige abertura e flexibilidade, disponibilidade para apoiar os incorporadores na contextualização e reconstrução (crítica, activa e criativa) dos produtos no sentido da sua adaptação às especificidades locais. No decurso da fase de apropriação os produtos foram submetidos a adaptações incluindo a articulação de módulos ou componentes de diferentes produtos tendo saído do processo mais aprofundados e consolidados. Ficou claro que não se pode fazer uma abordagem da disseminação com base num produto acabado, isto é, qualquer solução tem que ser (re)construída, ensaiada nos territórios com os públicos que são seus destinatários. Uma estratégia de disseminação em alinhamento com a filosofia e os princípios EQUAL implica o recurso a uma metodologia participativa, fundada na parceria e no empowerment que são condições de essenciais para assegurar o sucesso da disseminação. É importante adoptar o princípio do empowerment e da flexibilidade na execução do plano e das estratégias de disseminação de modo a poder adaptar continuamente as actividades em função da evolução dos contextos locais e de eventuais circunstâncias imprevistas. Esta necessidade de autoregulação permanente permite destacar também a importância de manter um dispositivo de monitorização e procedimentos de avaliação contínua numa perspectiva de diagnóstico on-going e de formação-acção. As etapas de disseminação devem também ser perspectivadas e executadas de forma flexível e interdepende, e ter em atenção que as fases da convergência e da sustentabilidade devem ser consideradas transversais e trabalhadas continuamente e de forma articulada durante todo o processo. Os resultados do processo e da disseminação dos produtos 9. O processo de disseminação é uma forma de fortalecer o que está nos territórios, de dar maior protagonismo aos parceiros locais, de revitalizar as dinâmicas de participação; é uma oportunidade de abrir o leque da participação a parceiros menos activos que assim reforçam o 46 seu protagonismo na comunidade e no projecto local. Deste processo de disseminação das soluções EQUAL resultou um reforço das parcerias locais e do trabalho em rede com o aprofundamento das competências e das capacidades dos actores e das organizações para funcionarem articuladamente. A convergência dos actores e a apropriação das soluções EQUAL constituíram, assim, um factor de sustentabilidade da acção e dos projectos locais, na medida em que criaram um espaço / tempo e uma dinâmica de diagnóstico on-going que permitiu um novo olhar estratégico sobre o território e serviu para actualizar e “refrescar” as iniciativas a desenvolver que foram repensadas em função dos produtos e da sua incorporação na intervenção local. 10. Na óptica dos conceptores/disseminadores os principais resultados da disseminação consistiram no “aumento das competências dos agentes” e no “sustentar a inovação e alargar a escala” que atingem níveis iguais ou superiores a “bom” ou próximos do “muito bom”. Outro resultado de reconhecida importância foi a “alteração da prática das organizações”. Os actores da disseminação referem que a EQUAL criou um espaço e uma dinâmica de inovação com mais-valias identificáveis: a. para as organizações incorporadoras – porque constituiu um incentivo à reflexão sobre o conceito de parceria e sobre as potencialidades do trabalho em rede e a importância do protagonismo da comunidade; um reconhecimento das metodologias e ferramentas para desenvolver o potencial das organizações e o desenvolvimento do território, para alargar e reforçar a acessibilidade dos públicos-alvo às organizações e aos recursos; b. para os técnicos – porque o processo de formação-acção, específico das actividades de disseminação, permitiu consolidar os quadros conceptuais, conhecer as novas técnicas de intervenção, contribuiu para o empowerment técnico e para uma mudança de perspectiva sobre os problemas e as soluções; c. para o projecto local – porque permitiu promover a reflexão entre todos, parceiros e público-alvo, de forma a estabelecer uma melhor coesão e participação. Conseguiram-se trocas importantes, em termos pessoais e organizacionais, estabeleceram-se novas pontes e fortaleceu-se uma perspectiva de trabalho colaborativo e em rede. O balanço final da apropriação é, assim, mais positivo no plano individual do que nos planos organizacional e territorial. A estes dois níveis os resultados são tanto mais positivos quando maior for o alinhamento da estratégia de disseminação com o plano de acção do projecto local e quanto mais intensa for dinâmica da parceria e do projecto. O alcance do processo de transferência e incorporação 11. A incorporação foi conseguida num grau positivo como demonstra a existência de vários produtos que passaram de imediato a ser utilizados, total ou parcialmente, pelas organizações incorporadoras e a expectativa manifestada pelos incorporadores de vir a reforçar ainda mais a sua capacidade de utilização. Contudo, o alcance da disseminação não se limita aos produtos em si (dimensão finalista), pois promove também uma filosofia e uma metodologia de trabalho 47 que são apropriadas e integradas pelas organizações (dimensão processual). Verificou-se que os processos e as metodologias de disseminação contribuem para uma mudança cultural nas organizações e na comunidade, nomeadamente porque constituem um estímulo para o aprofundamento da parceria, do empowerment e da cultura de inovação, princípios inerentes ao processo e actividades de disseminação e intrínsecos aos produtos. Aquelas duas dimensões são indissociáveis uma vez que as soluções EQUAL são produtos da parceria e do empowerment pelo que a uma condição necessária para o seu funcionamento adequado e eficaz passa pela incorporação desses princípios e da existência duma parceria de incorporação organizada. Neste contexto, mais importante do que aquilo que se faz é a forma de o fazer. Aliás, quando se propõe uma incorporação activa está-se a afirmar a centralidade dos princípios EQUAL enquanto elementos fundadores e fundamentais dos produtos. Em última análise, é esta dimensão processual associada aos princípios que é inovadora e que sustenta e promove uma cultura de inovação 28 . 12. A disseminação com plena incorporação no decurso da Acção 3 é extremamente difícil seja porque o tempo é escasso (ou mesmo insuficiente) para cumprir todas as etapas do ciclo da disseminação, seja porque pode exigir recursos financeiros e técnicos adicionais para assegurar a utilização plena e a efectiva incorporação das soluções. A passagem da apropriação à incorporação pode ainda encontrar resistências nas organizações que não estão dispostas a “expor-se” (através da realização das actividades que a apropriação e a incorporação pressupõem) ou a alterar os seus modos de fazer e os planos já definidos. Além disso, as soluções EQUAL, pelas suas características específicas, exigem a organização de recursos e parceiros e o estabelecimento de procedimentos e protocolos de cooperação que supõem o desenvolvimento de processos negociais entre os diferentes organismos a implicar. Recomenda-se a continuação da formação e do acompanhamento técnico às entidades incorporadoras no sentido de resolver problemas e encontrar soluções que assegurem a continuidade. Deve prosseguir o investimento na parceria e no acompanhamento do percurso dos produtos, no âmbito da execução do plano de acção da IBC e sob a coordenação dos Chefes de projecto ou do animador / mediador da disseminação; a sustentabilidade futura dos produtos deverá também continuar a ser trabalhada, por conceptores e incorporadores, nomeadamente através da apresentação de candidaturas aos novos Programas Operacionais com vista ao alargamento e à sustentação da utilização dos respectivos produtos. Os factores e as condições para a incorporação efectiva dos produtos na prática das organizações 13. A incorporação das soluções inovadoras é uma matéria muito complexa e problemática, pois tem exigências, em termos de competências e de investimento de tempo e de recursos, e tem 28 Pode afirmar-se que o essencial que subsiste e dá sustentabilidade à inovação são os princípios e as metodologias de trabalho, pois, mais do que os produtos, o que foi disseminado e directa e imediatamente incorporado foi o modelo e a metodologia de trabalho EQUAL. Tal como a produção de inovação a sua incorporação exige a adopção dos princípios EQUAL, isto é, a incorporação e a sustentabilidade só serão viáveis se os princípios presentes na concepção dos produtos continuarem presentes na incorporação sem o que os produtos perdem valor, identidade e sentido. 48 consequências para as práticas e procedimentos das organizações implicando novas formas de relação, de reflexão e de actuação. A incorporação não depende exclusivamente dos protagonistas directos da disseminação (os técnicos dos conceptores e dos incorporadores), supõe a implicação e o compromisso efectivo dos responsáveis das organizações incorporadoras que terão que assumir as consequências práticas das mudanças impostas pela adopção de novas soluções, o que implica, em primeiro lugar, uma efectiva disposição de mudar e, em segundo, uma reorganização dos recursos existentes e/ou a procura de novos recursos financeiros e técnicos. Pode por isso afirmar-se que embora a incorporação comece por ser uma questão técnica é essencial e finalmente uma questão organizacional. No plano operacional, o factor determinante para garantir a eficácia do processo de disseminação e a incorporação efectiva da inovação passa pela implicação nos processos, nas decisões e nas actividades das figuras-chave das organizações incorporadoras Uma condição facilitadora da incorporação efectiva da inovação passa pela “existência de uma linha estratégica clara para o território”, materializada num projecto e num plano de acção; e, para assegurar a qualidade e sustentabilidade das soluções incorporadas, recomenda-se o funcionamento em parceria, incluindo parceiros com diferentes competências distintivas, no âmbito da execução das actividades dos projectos territoriais 29 . A sustentabilidade da inovação 14. A construção da sustentabilidade depende de vários factores e varia conforme os produtos, os contextos e as dinâmicas dos territórios. A condição primeira para que ocorra a transferência tem a ver com a disponibilidade das organizações (e dos técnicos) para mudarem as práticas vigentes, isto é depende da cultura das pessoas e das organizações (particularmente evidente no caso dos produtos HumanusCam e Kcidade). Mas, para além da vontade dos protagonistas, há outros casos que dependem do acesso a novos recursos financeiros ou técnicos (como é o caso dos produtos E-real, Nautilus). Haverá também soluções cuja implementação supõe a alteração de quadros legais e de políticas (caso dos produtos “peritos de experiência” do DiverCidade e “professores tutores” do Itineris). Apesar dos obstáculos existentes, as perspectivas de sustentabilidade são globalmente positivas, não só porque as organizações reconheceram a pertinência, utilidade e mais-valias das soluções EQUAL, que foram claramente demonstradas, mas também porque as organizações incorporadores pertencem à própria comunidade e trabalham juntas no âmbito de um projecto local que prossegue para além do tempo de execução da EQUAL 30 . Este alinhamento com o projecto e o plano de acção local é um critério essencial, um fio condutor da acção que potencia o sucesso da disseminação e da sustentabilidade futura da inovação transferida. 29 Por exemplo, a constituição da Rede para a Empregabilidade no Vale da Amoreira permitirá implementar e gerir a plataforma para a empregabilidade (E-real) e o modelo de emprego apoiado que lhe está subjacente (Emprego Apoiado e Nautilus). A sustentabilidade será assegurada pelo Gabinete para o Emprego, o Apoio ao Empreendedorismo, incluído no Plano de Acção dos BC mas para isso carece da obtenção de recursos e do estabelecimento de protocolos com entidades públicos como Centro de Emprego. 30 As perspectivas são positivas também porque os incorporadores manifestaram a intenção de continuar a trabalhar com a maior parte dos parceiros. 49 Para assegurar a incorporação e a sustentabilidade, é desejável que se estabeleça como condição / critério de partida da disseminação de base territorial a existência de um plano e de uma estratégia de acção local que vincule e comprometa as organizações; outro factor crítico de sustentabilidade passa pela existência de uma dinâmica de trabalho em rede e de diferentes competências distintivas na incorporação, dado que muitos dos produtos e práticas necessitam que organizações com perfis distintos se articulem e integrem as suas acções e recursos para assegurar uma utilização adequada e eficaz dos mesmos. Neste entendimento, a sustentabilidade é transversal e deve ser trabalhada desde o arranque da disseminação, ainda na fase da convergência, e constituir mesmo um critério para selecção dos produtos a disseminar. 15. Confirmou-se através do presente estudo de avaliação que a capacidade de promover o mainstreaming vertical através dos projectos de base local ou sectorial é muito limitada e dificilmente poderá ocorrer a partir da iniciativa exclusiva dos parceiros, como mostra a reconhecida dificuldade de “contribuir para mudança das políticas” e “influenciar os sistemas públicos” assumida pela coordenação dos projectos EQUAL. Para promover uma estratégia de disseminação vertical é importante poder contar com a presença nas actividades de convergência e apropriação de dirigentes de organizações com influência na mudança dos sistemas ou mesmo de organizações do mainstreaming. Numa perspectiva de mainstreaming vertical as parcerias devem também organizar-se para demonstrar que a disseminação horizontal foi bem sucedida (primeira nível e condição da disseminação vertical) e que as soluções comprovaram inequivocamente o seu carácter inovador, utilidade e mais valia 31 . Do lado da gestão da IBC recomenda-se que a sustentabilidade e a disseminação vertical sejam trabalhadas no âmbito do Grupo de Trabalho Inter-Ministerial/GTIM que deverá exercer a intermediação no sentido de assegurar condições e recursos para a sustentabilidade da inovação transferida e incorporada e para o mainstreaming efectivo da inovação. Inovação é sinónimo de mais-valia e a incorporação da inovação é o melhor indicador do reconhecimento social do valor de um produto ou solução 31 50 ANEXO 1 Entidades dos bairros da Cova da Moura e do Vale da Amoreira que subscreveram os Protocolos de colaboração associados aos Planos de Intervenção da Iniciativa Bairros Críticos Subscritores do Protocolo no Bairro da Cova da Moura – Amadora 1. Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME) 2. Instituto Português da Juventude (IPJ) 3. Instituto de Desporto de Portugal (IDP) 4. Polícia de Segurança Pública (PSP) 5. Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) 6. Instituto Nacional de Habitação (INH) 7. Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) 8. Instituto da Segurança Social (ISS) 9. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) 10. Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) 11. Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) 12. Instituto das Artes (IA) 13. Instituto Português de Museus (IPM) 14. Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM) 15. Câmara Municipal da Amadora (CMA) 16. Junta de Freguesia da Damaia 17. Junta de Freguesia da Buraca 18. Santa Casa da Misericórdia da Amadora 19. Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura 20. Centro Social e Paroquial Mãe de Deus da Buraca 21. Associação Cultural Moinho da Juventude 22. Associação de Moradores do Bairro do Alto da Cova da Moura 23. Conselho Local de Acção Social da Amadora 24. Comissão Social de Freguesia da Buraca 25. Associação de Pais da Escola EB1 da Cova da Moura Subscritores do Protocolo no Bairro do Vale da Amoreira - Moita 1. Alto Comissariado Para A Imigração E Minorias Étnicas (Acime), 2. Guarda Nacional Republicana (Gnr), 3. Instituto Nacional De Habitação (Inh), 4. Instituto Do Emprego E Formação Profissional (Iefp), 5. Instituto Da Segurança Social (Iss, Ip), 6. Instituto António Sérgio Do Sector Cooperativo (Inscoop), 7. Administração Regional De Saúde De Lisboa E Vale Do Tejo (Arslvt), 8. Instituto Da Droga E Da Toxicodependência (Idt), 9. Direcção Regional De Educação De Lisboa (Drel), 10. Instituto Das Artes (Ia), 11. Instituto Português De Museus (Ipm), 12. Instituto Português Do Património Arquitectónico (Ippar), 13. Instituto Do Cinema, Audiovisual E Multimédia (Icam), 14. Câmara Municipal Da Moita (Cmm), 15. Junta De Freguesia Do Vale Da Amoreira, 16. Centro Social E Paroquial Da Baixa Da Banheira, 17. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (Criva), 18. Cooperativa De Solidariedade De Social. Crl – (Rumo), 19. Santa Casa Da Misericórdia De Alhos Vedros (Scmav), 20. Concelho Local De Acção Social Da Moita (Clasm), 21. Associação De Condóminos E Moradores Do Vale Da Amoreira, 22. Associação De Solidariedade Cabo-Verdiana Dos Amigos Da Margem Sul Do Tejo, 23. Associação Moitense Dos Amigos De Angola. 51 ANEXO 2 Projectos e Produtos apresentados na Mostra de produtos EQUAL aos potenciais incorporadores da Iniciativa Bairros Críticos – Lista dos produtos seleccionados Práticas Bem Sucedidas – seleccionadas para disseminação Projecto Designação da prática Guia Implementação da técnica do Teatro Fórum como ferramenta de promoção do DiverCidade Empowerment Comunitário E2E (Empresariado pró Glocal - Empresas Locais com Orientação Empreendedorismo) - Programa Mentores Global Voluntários e Sistema Apadrinhamento Glocal - Empresas Locais com Orientação Empreender em Rede Global Glocal - Empresas Locais com Orientação Global Programa premium Área temática Prevenção de discriminações raciais e étnicas Criação de empresas e desenvolvimento local Criação de empresas e desenvolvimento local Percursos integrados de orientação-formaçãoinserção Recursos Técnico Pedagógicos – seleccionados para disseminação Projecto Designação do RTP Área temática Percursos integrados de Programa de Desenvolvimento Comunitário Kit para a Animação e o Desenvolvimento orientação-formaçãoUrbano (K_Cidade) Local inserção TUTAL – metodologia de intervenção com Percursos integrados de ITINERIS - Sistema de Aprendizagens alunos e alunas promovida por professores orientação-formaçãoGlobais para a Empregabilidade tutores inserção Prevenção de Manual de Formação “Gestão da DiverCidade discriminações raciais e Diversidade” étnicas Percursos integrados de Toolkit Gestão de Recursos Humanos para Nautilus orientação-formaçãoa Diversidade inserção Percursos integrados de Manual de Boas Práticas para o Incremento Nautilus orientação-formaçãoda Diversidade inserção Qualificação das Pacote Formativo "Diversidade, Marketing organizações e Nautilus Social e Inserção nas Empresas" profissionais da economia social Percursos integrados de Dossier Formativo Marketing Pessoal e Nautilus orientação-formaçãoIgualdade de Oportunidades inserção Percursos integrados de Relatório do Estudo Custo-Benefício do Nautilus orientação-formaçãoEmprego Apoiado para as Empresas inserção Percursos integrados de HUMANUS - CAM Centro de Apoio à “ExpressArte – Recursos Didácticos Para orientação-formaçãoMulher Aprender a Ser Mais” inserção ReEmprega - Metodologia de Percursos integrados de E-Re@l - Rede para a Empregabilidade na Implementação de uma Rede Integrada orientação-formaçãoAlta de Lisboa para a Empregabilidade inserção Percursos integrados de E-Re@l - Rede para a Empregabilidade na SPERO - Plataforma Digital de Gestão de orientação-formaçãoAlta de Lisboa Percursos de Inserção inserção 52 Projectos e Produtos apresentados na Mostra de produtos à Iniciativa Bairros Críticos - excluídos Projecto PBS Designação da prática IDEIAS - Intervenção Desenvolvimento Emprego Inserção Actividades Sustentáveis TERRITÓRIOS PERIURBANOS – Guia metodológico de apoio à intervenção Equalidade Manual de Procedimentos da Qualidade Projecto ADAPT- Apoio domiciliário na Amadora em Parceria F.R.E.E - Formação Reabilitadora em Espaços Extremo Equalidade RTP Designação do RTP Plataforma Interactiva para Gestão de Listas de Espera Comuns Relação.com-Manual de Formação em Competências Relacionais para Agentes de Reabilitação Psicossocial Guia para a aplicação da Norma ISO 9001:2000 ao sector social ADAPT- Apoio domiciliário na Amadora em Parceria MQR-Tipo D3 - Digitalizar o 3º Sector D3 Soluções Digitais de Marketing e Gestão para Organizações Sem Fins Lucrativos Área temática Criação de empresas e desenvolvimento local Modernização e inovação organizacional Área temática Modernização e inovação organizacional Formação ao longo da vida: a formação em contexto de trabalho Modernização e inovação organizacional Qualificação das organizações e profissionais da economia social Qualificação das organizações e profissionais da economia social 53 ANEXO - 3 Articulações entre produtos em disseminação – Cova da Moura Produtos 1. 2. 3. 4. 5. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Formação de técnicos em EA + formação para agentes promotores de inserção x x x x x x x x x Manual percursos integrados de inserção x x x x x x x x x Manual do trabalho em rede x x x x x x Sea-office x x x x x Manual formação tutores + Toolkit gestão RH para a diversidade + Manual de x x x x x x boas práticas para a diversidade + estudo custo-beneficio 6. Formação para auto-representação liderança e cidadania x x x 7. Instrumento de RVCC - Agentes Acção Educativa x x 8. SPERO x x x x x 9. Gestão de percursos integrados 10. Manual de Suporte à Implementação da Metodologia Projectos de Inovação x x x x x x x x Comunitária 11. Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da x x x x Sociedade Civil 12. Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção x x x x x x x Comunitária -GPS 13. Carta criação de negócios x x x x x 14. Formação em empreendorismo com sistema de microcrédito (SIM) x x x x x 15. Incubador de inovação e empreendorismo (Programa de mentores voluntários, x x x x x x sistema de apadrinhamento, Mapeamento de oportunidades de investimento...) 16. Autobiografia de uma prática x x 17. ExpressArte x x 18. Esta cena dava um filme x x 19. Referencial de formação Peritos de experiência x x x x x x 20. Teatro Forum x x x x x Produtos transversais: Manual de Suporte à Implementação da Metodologia Projectos de Inovação Comunitária; Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da Sociedade Civil; Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária –GPS Fonte: Interlocutor Local da Cova da Moura (Carlos Relha) 9 9 6 5 6 3 2 5 8 4 7 5 5 6 2 2 2 6 5 54 Articulações entre produtos em disseminação – Vale da Amoreira Produtos em Disseminação 1. 2. 3. 4. 5. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 12 14 Formação de técnicos em EA + formação para agentes promotores de inserção x x x x x x x Manual percursos integrados de inserção x x x x x x x x x x x x x Manual do trabalho em rede x x x x x x x x x x x x x Sea-office x x x x x x X Manual formação tutores + Toolkit gestão RH para a diversidade + Manual de x x x x x x X x boas práticas para a diversidade + estudo custo-beneficio 6. Formação para auto-representação liderança e cidadania x x X 7. Instrumento de RVCC - Agentes Acção Educativa x x X 8. SPERO x x x x x x X 9. Gestão de percursos integrados x x x x x x X 10. Manual de Suporte à Implementação da Metodologia Projectos de Inovação X x X Comunitária 11. Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da x X X Sociedade Civil 12. Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção x x x x x x x x x x x x x Comunitária -GPS 13. Carta criação de negócios x x x X x 14. Formação em empreendorismo com sistema de microcrédito (SIM) x x X x 15. Incubador de inovação e empreendorismo (Programa de mentores voluntários, x x x X x sistema de apadrinhamento, Mapeamento de oportunidades de investimento...) 16. Autobiografia de uma prática x x X 17. ExpressArte x x X 18. Esta cena dava um filme x x X 19. Referencial de formação Peritos de experiência x x x x x x x X 20. Teatro Forum x x X 21. Tutal – metodologia intervenção professores tutores x x x X Produtos transversais: Manual percursos integrados de inserção; Manual do trabalho em rede; Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária –GPS Fonte: Interlocutor Local do Vale da amoreira (Augusto de Sousa) 15 16 17 18 19 20 21 tot x x x x x x x x x x x x x x x x 9 20 20 7 9 x x x x x x x x 4 3 7 8 4 x 4 x x x x 20 6 4 5 x x x x x x 4 4 4 8 3 7 55 ANEXO 4 Projecto 1. Nautilus 2. E-real Produtos a disseminar por tipos de actividade a realizar – Cova da Moura Tipo de actividade Produto 1.1. Formação de técnicos em EA + formação para agentes promotores de inserção 1.2. Manual percursos integrados de inserção 1.3. Manual do trabalho em rede 1.4. Sea-office 1.5. Manual formação tutores + Toolkit gestão RH para a diversidade + Manual de boas práticas para a diversidade + estudo custo-beneficio 1.6. Formação para auto-representação liderança e cidadania 1.7. Instrumento de RVCC - Agentes Acção Educativa 2.1.SPERO 2.2.Gestão de recursos integrados 3. Kcidade. 4. Glocal 5. Humanus-cam 6. DiverCidade - 3.1. Manual de Suporte à Implementação da Metodologia Projectos de Inovação Comunitária 3.2. Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da Sociedade Civil 3.3. Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária -GPS 3.4. Carta criação de negócios 4.1. Formação em empreendorismo com sistema de microcrédito (SIM) 4.2. Incubador de inovação e empreendorismo (Programa de mentores voluntários, sistema de apadrinhamento, Mapeamento de oportunidades de investimento...) 5.1. Autobiografia de uma prática 5.2. ExpressArte 5.3. Esta cena dava um filme 6.1. Referencial de formação Peritos de experiência 6.2. Teatro Fotum Formação Técnicos para o apoio ao Emprego X Formação Técnicos para a Animação e o Desenvolvimento Local X X X X X X X Formação Tutores empresas/ empresários X Formação de técnicos/ formadores para o apoio ao Empreendorismo X Formação X X X X X X X X X X X X X (escolas e outros) X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 11 X X X X X 12 X X X X X 5 6 Fonte: Interlocutor Local da Cova da Moura (Carlos Relha) 56 Produtos a disseminar por tipos de actividade a realizar – Vale da Amoreira Projecto 1. Nautilus Tipo de actividade Produto 1.1. Formação de técnicos em EA + formação para agentes promotores de inserção 1.2. Manual percursos integrados de inserção Formação Técnicos para o apoio ao Emprego 2.1.SPERO 2.2.Gestão de percursos integrados 3. Kcidade 4. Glocal 5. Humanuscam 6. DiverCidade 7. Itineris Formação Tutores empresas/ empresários Formação de técnicos/ formadores para o apoio ao Empreendorismo 2 acções, com 4 sessões e 8 acções, respectivamente 2 acções, com 4 sessões e 8 acções, respectivamente 1.3. Manual do trabalho em rede 1.4. Sea-office 1.5. Manual formação tutores + Toolkit gestão RH para a diversidade + Manual de boas práticas para a diversidade + estudo custo-beneficio 1.6. Formação para auto-representação liderança e cidadania 1.7. Instrumento de RVCC - Agentes Acção Educativa 2. E-real Formação Técnicos para a Animação e o Desenvolvimento Local Formação / Constituição da Rede para Empregabilidade Formação de outr@s técnic@s Acção conjugada NAUTILUS (EMPREGO APOIADO) + EREAL Complementar às acções de formação 1 acção 1 acção 3 acções (uma geral, e 2 toolkit) 1 acção 1 acção 1 acção global (+ introdução em cada parceir@) 1 acção, com 3 sessões 3.1. Manual de Suporte à Implementação da Metodologia Projectos de Inovação Comunitária 3.2. Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da Sociedade Civil 3.3. Roteiro de Acompanhamento e Avaliação de Projectos de Intervenção Comunitária -GPS 3.4. Carta criação de negócios 4.1. Formação em empreendorismo com sistema de microcrédito (SIM) 4.2. Incubador de inovação e empreendorismo (Programa de mentores voluntários, sistema de apadrinhamento, Mapeamento de oportunidades de investimento...) 5.1. Autobiografia de uma prática 5.2. ExpressArte 5.3. Esta cena dava um filme 1 acção, com 4 sessões 1 acção, com 5 sessões 1 acção 1 acção 6.1. Referencial de formação Peritos de experiência 6.2. Teatro Forum 7.1. Tutal – metodologia intervenção professores tutores 22 5 4 1 1 acção 1 acção 1 acção 1 acção (peritos experiência) 1 acção (jovens) 1 acção 6 Fonte: Interlocutor Local do Vale da Amoreira (Augusto de Sousa) 57 ANEXO 5 2. Associação Cultural Moinho da Juventude 3. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Cova da Moura Câmara Municipal da Amadora (CMA) Misericórdia da Amadora IRS – Instituto de Reinserção Social PSP Serviços Prisionais 4. 5. 6. 7. 8. Humanuscam Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura Kcidade 1. E-real Entidades incorporadoras Nautilus Projectos DiverCidade Entidades incorporadoras da Bairro da Cova da Moura por projecto X X X X X X X X X X X X X X X X X total 3 3 4 X X X 6 4 Kcidade Humanuscam X X X X X X X X X X X X 1. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (CRIVA) 2. Cooperativa De Solidariedade De Social. CRL – (RUMO) 3. Associação De Solidariedade CaboVerdiana Dos Amigos Da Margem Sul Do Tejo X 4. IEFP – Centro Formação Profissional do Seixal X 5. 6. Associação Guineense Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Vale da Amoreira X 7. 8. 9. 10. 11. Centro de Emprego do Barreiro Câmara Municipal Da Moita (CMM), Associação Brasileira da Margem Sul Junta De Freguesia Do Vale Da Amoreira Associação Moitense Dos Amigos De Angola VitaCaminho Associação Moçambicana Instituto Da Droga E Da Toxicodependência (IDT- Setúbal) Centro Saúde VA Escola Básica 2.3 Vale Amoreira Escola Secundária Baixa Banheira total X 12. 13. 14. 15. 16. 17. X X X X X X Itineris E-real Entidades incorporadoras Nautilus Projectos DiverCidade Entidades incorporadoras da Bairro do Vale da Amoreira por projecto X X X X X X X X X X X 7 6 10 6 X 5 X X 2 58 ANEXO 6 Entidades conceptoras do(s) produto(s) EQUAL e incorporadoras dos Bairros Críticos envolvidas no processo de disseminação Projecto Nautilus - Entidades conceptoras do(s) produto(s) e incorporadoras dos Bairros Críticos envolvidas no processo de disseminação Entidades conceptoras Entidades incorporadoras nos Bairros Críticos 1. Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura 2. Associação Cultural Moinho da Juventude 3. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Cova da Moura 4. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (CRIVA) 5. Cooperativa De Solidariedade De Social. CRL – (RUMO) 6. Associação De Solidariedade CaboVerdiana Dos Amigos Da Margem Sul Do Tejo 7. IEFP – Centro Formação Profissional do Seixal 8. 9. Associação Guineense Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Vale da Amoreira Associação para o Estudo e Integração Psicosocial Rumo – Cooperativa de Solidariedade Social Associação Cultural Moinho da Juventude AERLIS – Associação Empresarial da Região de Lisboa APEA - Associação Portuguesa de Emprego Apoiado AIP – Associação Industrial Portuguesa AMCV – associação Mulheres Contra a Violência 10. Centro de Emprego do Barreiro Projecto E real - Entidades conceptoras do(s) produto(s) e incorporadoras dos Bairros Críticos envolvidas no processo de disseminação Entidades conceptoras ISU – Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária Universidade Católica Portuguesa KEOPS – Multimédia Unipessoal Lda Entidades incorporadoras nos Bairros Críticos 1. Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura 2. Associação Cultural Moinho da Juventude 3. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Cova da Moura 4. Câmara Municipal Da Moita (CMM), 5. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (CRIVA) 6. Cooperativa De Solidariedade De Social. CRL – (RUMO) 7. Associação De Solidariedade CaboVerdiana Dos Amigos Da Margem Sul Do Tejo 8. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Vale da Amoreira 9. Associação Brasileira da Margem Sul 59 Projecto Kcidade - Entidades conceptoras do(s) produto(s) e incorporadoras dos Bairros Críticos envolvidas no processo de disseminação Entidades conceptoras 1. Fundação Aga Khan Entidades incorporadoras nos Bairros Críticos 1. Câmara Municipal da Amadora (CMA) 2. 2. Santa Casa Misericórdia de Lisboa 3. 4. 5. Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura Associação Cultural Moinho da Juventude Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Cova da Moura Junta De Freguesia Do Vale Da Amoreira 6. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (CRIVA) 7. Cooperativa De Solidariedade De Social. CRL – (RUMO) 8. Associação De Solidariedade CaboVerdiana Dos Amigos Da Margem Sul Do Tejo 9. Associação Moitense Dos Amigos De Angola 10. Associação Guineense 11. VitaCaminho 12. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Vale da Amoreira 13. Associação Brasileira da Margem Sul 14. Associação Moçambicana Projecto HumanusCam - Entidades conceptoras do(s) produto(s) e incorporadoras dos Bairros Críticos envolvidas no processo de disseminação Entidades conceptoras Associação Humanidades Associação Para o Planeamento da Família PERFIL - Psicologia e Trabalho, Lda Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género Entidades incorporadoras nos Bairros Críticos 1. Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura 2. Associação Cultural Moinho da Juventude 3. Misericórdia da Amadora 4. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Cova da Moura 5. Câmara Municipal Da Moita (CMM), 6. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (CRIVA) 7. Cooperativa De Solidariedade De Social. CRL – (RUMO) 8. Instituto Da Droga E Da Toxicodependência (IDT- Setúbal) 9. Centro Saúde VA 10. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Vale da Amoreira 60 Projecto DiverCidade - Entidades conceptoras do(s) produto(s) e incorporadoras dos Bairros Críticos envolvidas no processo de disseminação Entidades conceptoras Associação Cultural Moinho da Juventude GTO – Grupo de Teatro do Oprimido Entidades incorporadoras nos Bairros Críticos 1. Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura 2. Associação Cultural Moinho da Juventude 3. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Cova da Moura 4. IRS – Instituto de Reinserção Social 5. PSP 6. Serviços Prisionais 7. Centro De Reformados E Idosos Do Vale Da Amoreira (CRIVA) 8. Cooperativa De Solidariedade De Social. CRL – (RUMO) 9. Associação Guineense 10. Centro Saúde VA 11. Gabinete local da Iniciativa Bairros Críticos Vale da Amoreira Projecto Itineris - Entidades conceptoras do(s) produto(s) e incorporadoras dos Bairros Críticos envolvidas no processo de disseminação Entidades conceptoras Caritas da Ilha Terceira KAIRÓS Entidades incorporadoras nos Bairros Críticos 1. Escola Básica 2.3 Vale Amoreira 2. Escola Secundária Baixa Banheira Instituto de Acção Social Caritas Diocesana dos Açores APPJ Associação Promoção de Públicos Jovens em Risco 61 ANEXO 7 Número de questionários por produtos e subprodutos avaliados Produto e sub-produtos avaliados 1.1 Formação de técnicos em Emprego Apoiado + formação agentes promotores de inserção + Manual de boas práticas para a diversidade + estudo custo-beneficio N avaliações 4 1.2 Manual percursos integrados de inserção 4 1.3 Manual do trabalho em rede 4 1.4 Formação para auto-representação liderança e cidadania 1 2.1 SPERO – ferramenta informática 3 2.2 Gestão de percursos integrados – Rede Emprega 3 3.1 Manual de Suporte à Implementação Metodologia Projectos de Inovação Comunitária (PIC’s) 5 3.2 Promover a Mudança - Percursos de Orientação para Organizações da Sociedade Civil 4 3.3 Carta criação de negócios 1 4.1 Autobiografia de uma prática 3 4.2 ExpressArte 4 4.3 Esta cena dava um filme 1 5.1 Referencial de formação de Peritos de experiência 3 5.2 Teatro Fórum 3 6.1 Tutal – metodologia intervenção de professores tutores 1 Instrumentos de pesquisa utilizados na recolha da informação in Anexos (Vol.II 62 63