i Avaliação da implementação das orientações para os bufetes escolares da Direção-Geral da Educação nos estabelecimentos do 2º e 3º ciclos e ensino secundário da cidade do Porto Evaluation of guidelines implementation for school buffets of the Direção-Geral da Educação at secondary schools from the city of Porto Joana Filipa Pinto de Carvalho Orientado por: Prof. Doutora Margarida João de Liz Martins Trabalho de Investigação 1.º Ciclo em Ciências da Nutrição Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto Porto, 2015 ii Dedicatória Àqueles que ainda não acreditam que os nutricionistas estão a mudar o mundo. iii Agradecimentos À minha orientadora Prof. Doutora Margarida Liz Martins, por todo o auxílio e por compactuar comigo nesta ideia. Aos diretores das escolas que prontamente responderam ao meu pedido. Aos diretores das escolas que dedicaram um pouco do seu tempo para me ouvir falar do meu estudo e me autorizaram a realiza-lo. Aos funcionários dos bufetes e aos técnicos do Serviço de Ação Social Escolar (SASE), que se prestaram a responder a todas as minhas perguntas. Ao Dr. Rui Matias Lima, técnico superior da Direção-Geral da Educação, por se ter disponibilizado a esclarecer as minhas dúvidas em relação às Orientações dos bufetes escolares, das quais é co-autor. Aos meus pais, por tornarem tudo muito mais fácil, mesmo sem terem noção disso, e por acreditarem sempre no sucesso dos meus projetos. Ao meu amor. Obrigada a todos iv Índice Dedicatória ......................................................................................................... ii Agradecimentos.................................................................................................. iii Lista de Abreviaturas .......................................................................................... v Resumo e palavras-chave ................................................................................. vi Abstract and key words ..................................................................................... vii Introdução........................................................................................................... 1 Objetivos............................................................................................................. 3 Metodologia ........................................................................................................ 4 Resultados.......................................................................................................... 7 Discussão ......................................................................................................... 11 Conclusão......................................................................................................... 11 Referências Bibliográficas ................................................................................ 16 Índice de Anexos .............................................................................................. 21 v Lista de Abreviaturas COSI – Childhood Obesity Surveillance Initiative CSHA – critérios de segurança e higiene alimentar DGE – Direção-Geral da Educação EB – Escola Básica EBS – Escola Básica e Secundária ES – Escola Secundária ESA – Escolas sede de agrupamento EUA – Estados Unidos da América FTL – food to limit FTP – food to promote GA – géneros alimentícios GAL – géneros alimentícios a limitar GAP – géneros alimentícios a promover GAND – géneros alimentícios a não disponibilizar GSB – Guidelines for School Buffets HBSC – Health Behaviour in School-aged Children IMC – Índice de Massa Corporal MVA – Máquina de Venda Automática NAF – not allowed food OBE – Orientações dos Bufetes Escolares OMS – Organização Mundial de Saúde RBES – Rede de Bufetes Escolares Saudáveis SASE – Serviço de Ação Social Escolar SPSS® - Statistical Package for the Social Sciences vi Resumo Introdução: As escolhas alimentares dos jovens são influenciadas pelo ambiente escolar em que estão inseridos. Em 2012, a Direção-Geral da Educação publicou as Orientações para os Bufetes Escolares (OBE). Objetivos: Diagnosticar o estado da oferta alimentar nos bufetes e máquinas de venda automática (MVA) em estabelecimentos públicos de 2º e 3º ciclo e ensino secundário da cidade do Porto. Metodologia: Neste estudo observacional, incluíram-se todos os estabelecimentos de ensino supracitados (n=26). Elaborou-se e aplicou-se, em contexto de visita, uma lista de verificação baseada nas OBE, que contemplou a oferta alimentar no bufete (géneros alimentícios a promover (GAP), géneros alimentícios a limitar (GAL) e géneros alimentícios a não disponibilizar (GAND)), horário de atendimento, disponibilização espacial dos géneros alimentícios (GA), publicidade a GAND, margens de lucro, critérios de segurança e higiene alimentar (CSHA) e MVA. Calculou-se a proporção GAP/GAL. Resultados: Obteve-se uma taxa de adesão de 65,4% (n=17). A proporção GAP/GAL é de 0,96 ± 0,35. Relativamente aos GAP, todos os estabelecimentos têm disponíveis laticínios, pão e água. Dentro dos GAND, 62,5% dos bufetes disponibiliza bolachas com elevado teor de lípidos/açúcares e 56,3% tem produtos de pastelaria. Apenas 18,8% dos bufetes abre 20 minutos antes das aulas. A maioria não cumpre o critério da primeira visualização dos GAP nem a margem de lucro para os GAL (15-20%). Obteve-se uma classificação Aceitável (58,2% ± 12,3%) nos CSHA, sendo a manipulação o domínio pior pontuado. Conclusão: Nenhum estabelecimento cumpre a proporção GAP/GAL preconizada (3:1). Quase todos os bufetes e MVA fornecem GA não permitidos. vii Palavras-chave Bufetes | escola | higiene e segurança alimentar | máquinas de venda automática | oferta alimentar Abstract Introduction: Food choices of young people are influenced by the school environment in which they are included. In 2012, the Direção-Geral da Educação has published the Guidelines for School Buffets (GSB). Objectives: To diagnose the state of the food supply in buffets and vending machines (VM) in secondary public schools from the city of Porto. Methods: In this observational study, all secondary schools were included (n = 26). A checklist based on the GSB was developed and applied, throw visiting schools, including information about food supply in the buffet (food to promote (FTP), food to limit (FTL) and not allowed food (NAF)), hours of service, disposition of foodstuffs, advertising to NAF, profit margins, food safety and hygiene criteria (FSHC) and VM. The FTP/FTL ratio was determined. Results: We obtained a response rate of 65.4% (n = 17). The FTP/FTL ratio is 0.96 ± 0.35. Regarding to FTP, all schools have available dairy products, bread and water. Concerning to NAF, 62.5% of buffets has cookies high in fat/sugar and 56.3% has pastries. Only 18.8% of buffets opens 20 minutes before classes. Most of them do not fulfill the criterion of the first view for FTP nor the profit margin for FTL (15-20%). It was obtained an Acceptable rating (58.2% ± 12.3%) in FSHC, and «manipulation» was the worst scoring area. Conclusion: None school complies with the recommended FTP/FTL ratio (3/1). Almost all buffets and VM provide not allowed foods. viii Key words Buffets | school | food safety and hygiene | vending machines | food supply 1 Introdução A prevalência do excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes tem vindo a aumentar substancialmente(1). O excesso de peso afeta 10% das crianças (6 aos 12 anos) em todo o mundo(2). Em Portugal, segundo a Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) 2010, 30,2% das crianças (6 aos 8 anos) apresentam excesso de peso, sendo 14,3% delas obesas(3). De acordo com o estudo Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) 2010, aos 11 anos, 22% dos adolescentes reporta ter excesso de peso ou obesidade de acordo com o seu Índice de Massa Corporal (IMC), aos 13 anos são 18% e aos 15 são 17% (4). Um estudo realizado em 2013, em crianças do 4º ano da cidade do Porto, revelou uma prevalência de excesso de peso de 25,2% e de obesidade de 16,6% (5). A ingestão de alimentos de elevada densidade energética e baixo valor nutricional em idade escolar promove um rápido ganho de peso(1) e tem aumentado significativamente nas refeições intermédias(6), o que conduz a carências principalmente em vitamina D, cálcio e potássio(7). Em 2008, um estudo americano apurou que os lanches provisionavam 35% da energia discricionária e 43% do açúcar adicionado ingeridos(8). As crianças passam a maior parte do dia na escola(9), assumindo esta uma posição de considerável influência na sua alimentação (10, 11) . Para melhorar a alimentação em idade escolar, é necessário atentar na oferta alimentar da escola(12), que engloba a cantina, o bufete e as máquinas de venda automática (MVA)(13). Estudos de revisão demonstram que os alimentos competitivos estão amplamente disponíveis em locais onde os jovens passam o seu tempo(6) e que há uma associação entre optarem por snacks não saudáveis ou bebidas açucaradas 2 e o facto de estarem na escola(14). Já em 2005, outro estudo de revisão associara a presença de bufete na escola a uma menor ingestão de hortofrutícolas(15). Os alimentos competitivos (tradução da expressão competitive foods) são alimentos ricos em gordura, açúcar e sal, e vendidos em competição com as refeições escolares nos bufetes e MVA(16). Estudos sugerem que limitar o acesso das crianças a estes alimentos menos nutritivos na escola parece ajudar na redução da ingestão calórica e no controlo do IMC(17, 18). O Departamento da Agricultura dos Estados Unidos da América (EUA) emitiu recentemente orientações que regulam a composição nutricional dos alimentos e bebidas permitidos para venda nos bufetes e MVA(19), com resultados promissores na mudança do consumo alimentar dos estudantes na escola(20). A tentativa de transformar a alimentação escolar através da elaboração de políticas terá começado já no ano de 2004, quando a Academia Americana de Pediatria recomendou a substituição, nas escolas, das bebidas açucaradas por água, leites aromatizados ou sumos 100% e bebidas à base de soja(21). Em 2006, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disponibilizou uma ferramenta para auxiliar no desenvolvimento de programas de alimentação escolar(22). Não obstante, entre 2006 e 2010, as mudanças efetivas na oferta alimentar em contexto escolar, pelo menos em escolas básicas (EB) americanas, terão sido mínimas(9). Um recente mapeamento revelou que todos os países da Europa têm uma política alimentar escolar implementada, sendo os principais objetivos melhorar a nutrição das crianças, ajudá-las a adotar estilos de vida e alimentação saudáveis e reduzir ou prevenir a obesidade e regular o marketing a elas direcionado, a disponibilidade alimentar nas MVA e a formação dos manipuladores de alimentos(10). 3 Em Portugal, já Emílio Peres referia que a escola devia estar equipada com um serviço que venda produtos essenciais e não bens supérfluos, ou até nocivos, como até então sucedera(23). Foi a partir de 2006 que o Ministério da Educação, em conjunto com o da Saúde, criou orientações(24, 25) sobre a oferta alimentar nos bufetes, para que esta se tornasse coerente com o que é ensinado e preconizado(26). Em 2012, a Direção-Geral da Educação (DGE) publicou as Orientações para os Bufetes Escolares (OBE)(27), relativas aos aspetos nutricionais e de organização e funcionamento do bufete escolar que, dado constituir um serviço complementar ao refeitório, deve observar os princípios de uma alimentação promotora de saúde(24). Estas regulam o tipo de géneros alimentícios (GA) fornecidos nos bufetes e MVA, o horário de atendimento, a publicidade e a disposição dos GA e contemplam o dever de garantir os preceitos de segurança e higiene alimentar(27). Até à data, que seja do conhecimento dos autores, poucos trabalhos avaliaram a adequação da oferta alimentar nos bufetes, quer antes(28-30) quer depois(31, 32) das OBE, apesar destas orientações começarem a fazer parte de relatórios de planos de atividades(33), orçamentos(34) e sítios oficiais escolares(35). Este estudo surge da necessidade de monitorizar o cumprimento das OBE, para melhor informar os diretores dos estabelecimentos de ensino em prol da melhoria contínua da oferta alimentar em contexto escolar. Objetivos Objetivo geral: Diagnosticar o estado da oferta alimentar nos bufetes e máquinas de venda automática em estabelecimentos públicos de 2º e 3º ciclo e ensino secundário da cidade do Porto. 4 Objetivos específicos: Avaliar o cumprimento das orientações para os bufetes escolares da Direção-Geral de Educação (DGE), publicadas em 2012; Avaliar as práticas de higiene e segurança alimentar nos bufetes escolares. Metodologia Seleção da amostra: A amostra englobou todos os estabelecimentos públicos de 2º e 3º ciclo e ensino secundário da cidade do Porto. Das 26 escolas, 16 são escolas sede de agrupamento (ESA), 9 são escolas agrupadas a estas e 1 é não agrupada. Quanto ao nível de ensino, 15 são escolas básicas (EB), 7 são secundárias (ES) e 4 são básicas e secundárias (EBS), envolvendo cerca de 28 724 alunos(36) com idades compreendidas entre os 9 e os 20 anos de idade. Foi solicitada autorização para a realização do estudo à DGE do Ministério da Educação e Ciência (Anexo A). Todas as 16 ESA foram contactadas via correio eletrónico e/ou telefone e visitadas. Recolha de informação: Foi elaborada uma lista de verificação baseada nas OBE (Anexo 2), usada como guia para um estudo observacional descritivo transversal que decorreu durante o mês de maio do presente ano e consistiu na realização de uma visita pontual a cada bufete. Nalguns casos, a recolha de dados justificou uma segunda visita. Pretendendo dar resposta aos critérios das OBE, a ferramenta desenvolvida (Anexo B) é composta pelos seguintes pontos: - Oferta alimentar do bufete: presença ou ausência dos vários grupos de GA, pertencentes às categorias «géneros alimentícios a promover» (GAP), «géneros 5 alimentícios a limitar» (GAL) e «géneros alimentícios a não disponibilizar» (GAND); - Horário de atendimento do bufete e horário da componente letiva; - Disponibilização espacial dos alimentos no bufete, respeitando ou não o princípio de primeira visualização dos GAP, que devem ser colocados na linha da frente das vitrinas e/ou expositores; - Existência ou inexistência de publicidade a marcas ou produtos de GAND; - Margens de lucro do bufete abaixo dos 5% para os GAP ou não e entre 15 e 20% para os GAL ou não; - Número de MVA e respetiva oferta alimentar (distribuição pelos mesmos grupos e categorias estabelecidas para o bufete); - Cumprimento ou incumprimento dos critérios opcionais de funcionamento das MVA – inacessibilidade à hora de almoço e fornecimento de fruta de 4ª gama; - Conformidade ou não conformidade com os critérios de segurança e higiene alimentar (CSHA), baseados nos requisitos legais do Regulamento (CE) nº 852/2004 de 29 de abril de 2004 e Regulamento (CE) nº 178/2002 de 28 de janeiro de 2002. Os CSHA foram adaptados de uma lista de verificação previamente desenvolvida pela Divisão Municipal de Gestão Escolar da Câmara Municipal do Porto, com base nos mesmos Regulamentos e nos critérios apresentados no Sistema de Planeamento e Avaliação de Refeições Escolares, para aplicação em auditorias a unidades de distribuição das EB de 1º ciclo da cidade do Porto. No que concerne ao método de recolha de informação relativa aos GA, estes foram agrupados de acordo com as classificações estabelecidas pelas OBE, 6 representando um grupo de GA da tabela constante na lista de verificação e não um GA particular. Análise estatística A análise estatística dos dados foi feita com recurso ao programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 20®). Criaram-se novas variáveis para o cálculo da proporção entre os GAP e os GAL, o cálculo da pontuação relativa aos CSHA e o cálculo da pontuação final. A proporção entre GAP e GAL foi calculada utilizando a soma dos grupos de alimentos pertencentes aos GAP como numerador e a soma dos grupos de alimentos pertencentes aos GAL como denominador. A pontuação relativa aos CSHA foi obtida calculando a média aritmética dos resultados dos 40 domínios avaliados e classificada qualitativamente com Muito Bom, Bom, Aceitável ou Não Aceitável(37). A pontuação final de resposta aos critérios das OBE foi calculada utilizando a seguinte fórmula, na qual todas as parcelas valem 0 ou 1, exceto a pontuação dos CSHA, que vale um número entre 0 e 1: PONTUAÇÃO FINAL = (cumprimento da proporção 3:1 + inexistência de GAND + abertura 20 minutos antes do início das aulas + fecho à hora de almoço + fecho antes do fim das aulas + 1ª visualização dos GAP + ausência de publicidade a GAND + lucro < 5% para os GAP + lucro entre 15 e 20% para os GAL + fornecimento exclusivo de GAP nas MVA + pontuação dos CSHA)/11. A análise descritiva obteve-se por cálculo de frequências e medianas para as variáveis nominais e médias, desvios padrão, máximos e mínimos para as variáveis cardinais. A normalidade das variáveis foi testada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para comparação de médias entre EB, EBS e ES, recorreuse ao teste one-way ANOVA e ao teste de Kruskal Wallis. Na comparação de médias de 2 amostras independentes (ser ou não ESA, ter ou não MVA) efetuouse o teste T-student e o teste de Mann Whitney. O grau de relação entre variáveis nominais (fornecer ou não um GA, estar ou não em conformidade com os 7 critérios), foi obtido com recurso ao teste do qui-quadrado. A hipótese nula foi rejeitada sempre que o nível de significância crítico (p) foi inferior a 0,05. Resultados 1. Caraterização da amostra No total das 26 escolas da cidade contactadas e visitadas, adquiriu-se uma percentagem de resposta de 65,4%. A amostra foi composta por 11 escolas sede de agrupamento (ESA), 5 escolas a estas agrupadas e 1 não agrupada, sendo 9 EB (52,9%), 3 EBS (17,6%) e 5 ES (29,4%). 2. Bufetes Relativamente aos GAP, todos os estabelecimentos visitados têm disponíveis laticínios, pão, água e tisanas e/ou infusões. Metade tem fruta e sumos naturais a espremer no momento, 43,8% tem sumos «100%» e 6,3% tem bebidas que contenham pelo menos 50% de sumo de fruta e/ou hortícolas, todos estes sem açúcares e/ou edulcorantes adicionados. Observou-se ainda que 37,5% disponibiliza hortícolas como alface e tomate na guarnição de sandes ou até em saladas embaladas. Existem diferenças significativas entre EB, EBS e ES relativamente à presença de hortícolas e fruta (p = 0,019 e p = 0,034, respetivamente). Nenhum estabelecimento fornece monodoses de fruta líquida. Relativamente aos GAL, todos os estabelecimentos fornecem bolachas «maria» e «água e sal» em doses individuais. A totalidade dos bufetes visitados fornecem «bolos com ou sem creme», sendo que todos disponibilizam croissants não folhados e alguns disponibilizam ainda lanches, bolos de arroz, queques e pastéis de nata. Todos disponibilizam também manteiga, em pães e croissants, e néctares de fruta (25-50% sumo). Verificou-se que 87,5% dos bufetes 8 disponibiliza chocolates e 21,4% destes não cumpre o limite máximo de oferta de 3 variedades. Constatou-se que 75,0% tem gelados de leite e/ou fruta e/ou sorvete e 43,8% fornece barritas de cereais, sendo que a oferta apenas respeita o valor energético por unidade (100 kcal) em 42,9% dos estabelecimentos. É menos comum haver bolos «à fatia» e compotas com um valor de fruta ≥50% (12,5%), sendo a oferta destes bolos exclusiva das EBS. Nenhum estabelecimento tem disponível unidoses de cereais de pequeno-almoço nem cremes para barrar. Relativamente aos GAND, 62,5% dos estabelecimentos disponibiliza bolachas e/ou biscoitos «secos» e/ou recheados com teor de lípidos e/ou açúcares superior a 20 g/100 g de produto, entre 1 a 6 variedades e 56,3% tem produtos de pastelaria como estaladinhos, jesuístas, folhados, croissants com chocolate, bolas de Berlim, entre outros. Dos estabelecimentos visitados, 31,3% ainda disponibiliza gelados de água e 12,5% fornece refrigerantes de extrato de chá, bebidas com teor de sumo inferior a 10% e/ou concentrados com teor de sumo inferior a 25%. Um estabelecimento (6,3%) tem também folhados, cachorros e lanches com enchidos. Em nenhum bufete estão disponíveis geleias, guloseimas (como pastilhas elásticas e rebuçados), aperitivos, pipocas e molhos. Os resultados relativos aos restantes critérios estabelecidos para os bufetes encontram-se na Tabela 1. A proporção média entre GAP e GAL é de 0,96 ± 0,35, com mínima de 0,6 e máxima de 2,0. Tabela 1 - Resultados obtidos nos critérios das Orientações dos oferta alimentar no bufete (geral e por tipo de escola) EB EBS ES Critérios das OBE n % n % n % relativos aos bufetes Proporcionalidade 3:1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 entre GAP e GAL Ausência de GAND 1 11,1 2 66,7 0 0,0 Abertura 20 minutos antes 1 11,1 1 33,3 1 25,0 do início das aulas Fecho à hora de almoço 9 100,0 2 66,7 4 100 Bufetes Escolares relativos à Geral p mediana n % c 0 0,0 NC 0,055 3 18,8 NC 0,649 3 18,8 NC 0,099 15 93,8 C 9 Encerramento antes do fim das aulas Disponibilização espacial dos alimentos respeitando o princípio de primeira visualização dos GAP Inexistência de publicidade a marcas ou produtos de GAND (gelados de água) Margens de lucro inferiores a 5% para GAP Margens de lucro entre 15 e 20% para GAL * 9 100,0 1 33,3 3 75,0 0,035 13 81,3 C 3 33,3 0 0,0 3 75,0 0,118 6 37,5 NC 7 77,8 2 66,7 2 50,0 0,606 11 68,8 C 7 77,8 1 33,3 3 75,0 0,339 11 68,8 C 3 33,3 1 33,3 2 50,0 0,837 6 37,5 NC *Valor de p de acordo com o teste do Qui quadrado para um nível de confiança a 95%; C – conforme; NC – não conforme; c – constante. 3. Máquinas de Venda Automática Das 17 escolas visitadas, 9 delas têm MVA (52,9%), sendo que 5 delas têm 1 equipamento e 4 têm 2. Existem diferenças significativas entre EB, EBS e ES relativamente à presença e ao número de MVA (p = 0,006 e p = 0,007, respetivamente). No que respeita à oferta alimentar das MVA e relativamente aos GAP, 88,9% disponibiliza água, 66,7% disponibiliza laticínios, 33,3% infusões/tisanas e 22,2% hortícolas (a guarnecer sandes) e pão. Os GA não permitidos, assim como o cumprimento dos critérios estabelecidos nas OBE para as MVA, apresentam-se esquematizados na Tabela 2. Tabela 2 Oferta alimentar disponível nas MVA (GA não permitidos e critérios das OBE) EB EBS ES Geral p n % n % n % n % Mediana GAL a Bolachas «maria», «água e sal» 0 0,0 3 100,0 4 100,0 0,011* 7 77,8 presente Barritas de cereais 0 0,0 1 33,3 3 75,0 0,196 4 44,4 ausente Bolos «á fatia» 0 0,0 0 0,0 1 25,0 0,495 1 11,1 ausente Bolos com ou sem creme 0 0,0 1 33,3 1 25,0 0,669 2 22,2 ausente Manteiga 0 0,0 1 33,3 0 0,0 0,325 1 11,1 ausente Néctares de fruta com 25-50% fruta 0 0,0 3 100,0 3 75,0 0,060 6 66,7 presente Chocolates (≤ 3 variedades) 0 0,0 2 66,7 4 100,0 0,050 6 66,7 presente GAND Pastelaria (bolos embalados) 0 0,0 1 33,3 2 50,0 0,472 3 33,3 ausente Refrigerantes 0 0,0 1 33,3 3 75,0 0,196 4 44,4 ausente Guloseimas (pastilhas elásticas) 0 0,0 0 0,0 1 25,0 0,495 1 11,1 ausente Chocolates (MVA de chocolates) 1 50,0 0 0,0 0 0,0 0,140 1 11,1 ausente Bolachas com cobertura ou recheio ou «secas» ricas em lípidos e/ou 0 0,0 1 33,3 3 75,0 0,196 4 44,4 ausente açúcar Critérios das OBE 0,002* 1 11,1 Fornecimento exclusivo de GAP 1 50,0 0 0,0 0 0,0 NC Inacessibilidade à hora de almoço 0 0,0 0 0,0 0 0,0 c 0 0,0 NC 10 Fruta de 4ª gama 0 0,0 0 0,0 0 0,0 c 0 0,0 NC *Valor de p de acordo com o teste do Qui quadrado para um nível de confiança a 95%; C – conforme; NC – não conforme; c – constante. No que respeita aos critérios das OBE, excetuando o caso de uma EB em que a MVA apenas disponibiliza água, nenhuma cumpre o critério de fornecimento exclusivo de GAP, fornecendo estas, no máximo, 11 grupos de GA que constam da lista dos GAL/GAND. As ES fornecem significativamente mais GA não permitidos nas MVA do que as EB (p = 0,045). 4. Critérios de segurança e higiene alimentar Com uma pontuação média final de 58,2% ± 12,3%, as escolas têm, em média, uma classificação Aceitável(37) nos CSHA. A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos nos vários domínios avaliados. Tabela 3 Resultados obtidos nos diversos domínios dos CSHA avaliados (geral e por tipo de escola) EB Domínios Copa limpa/zona de distribuição de alimentos Manipulação Higienização Conservação Fardamento/Higiene Pessoal Controlo de Resíduos Controlo de pragas Pontuação final EBS ES % p* média Geral desvio padrão mínimo máximo 44,4 51,8 63,9 0,153 50,7 16,7 11,1 77,8 38,9 54,2 70,4 55,6 62,5 88,9 70,8 65,6 91,7 0,213 0,234 0,153 50,0 58,6 79,2 30,4 11,8 20,6 0,0 37,5 33,3 100,0 75,0 100,0 47,6 57,1 64,3 0,215 53,6 16,1 14,3 71,4 47,2 63,0 66,7 44,4 62,5 66,7 0,566 0,066 54,7 60,4 30,6 13,5 0,0 33,3 100,0 66,7 52,2 61,0 69,4 0,051 58,2 12,3 37,9 74,2 *Valores de p de acordo com o teste de Kruskal Wallis (domínio «controlo de pragas») e o teste one-way ANOVA (restantes domínios), para um nível de confiança a 95%. Apurou-se que 3 (18,8%) bufetes têm um sistema de Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) implementado, mas nenhum apresenta registos de higienização nem do programa de controlo de pragas. Este e outros CSHA mais frequentemente não cumpridos apresentam-se resumidos na tabela 4 (Anexo 3). Foram detetadas não conformidades que, embora menos frequentes, são de referir pela sua gravidade, como ausência de dispositivos adequados para 11 secagem de mãos (37,5%), inexistência de máquina de lavagem automática de louça e de água quente e consequente secagem indevida dos utensílios (12,5%) e ausência de proteção de lâmpadas contra o risco de rebentamento (6,2%). 5. Pontuação final do cumprimento das Orientações dos Bufetes Escolares A pontuação final do cumprimento dos critérios da lista de verificação é de 49,0% ± 15,0%, com pontuação mínima de 14,9% e máxima de 78,2%. As escolas sem MVA têm uma pontuação final significativamente superior (p = 0,044). Discussão Este é o primeiro estudo, que seja do conhecimento dos autores, que se dedica ao diagnóstico do cumprimento das OBE. Apenas uma dissertação de mestrado apresentou resultados relativos à avaliação do cumprimento das OBE, não tendo avaliado os CSHA e sendo a amostra constituída apenas por uma EBS. Nesse trabalho, foi obtida conformidade em quase todos os critérios, uma proporção entre GAP e GAL de 3:2 e presença de GA não permitidos no bufete e MVA(32), resultados semelhantes aos encontrados no presente estudo, apesar das diferenças no cálculo da proporção entre GAP e GAL. Decorrente da importância de informar os diretores dos estabelecimentos escolares, o que se revela imperativo para que se implementem melhorias na oferta escolar de refeições intermédias(38), foi emitido um relatório com propostas de melhoria para cada escola estudada (Anexo 4). Esta investigação apurou que todos os bufetes visitados disponibilizam água, laticínios e pão. A fruta está disponível em apenas metade dos estabelecimentos e os hortícolas em 37,5%. Em relação à água, o seu consumo tem um papel potencialmente importante na redução da ingestão energética e na prevenção da obesidade(39). Os laticínios pouco açucarados, por sua vez, consumidos nos 12 lanches em substituição das escolhas atuais, podem diminuir o risco de deficiências nutricionais sem contribuir para excessos alimentares (7), porém, os iogurtes e os leites embalados fornecidos nos estabelecimentos avaliados são exclusivamente açucarados. Em relação ao pão integral, o seu consumo, inserido num padrão alimentar Mediterrâneo, em detrimento do pão branco, está associado a menor ganho ponderal e de gordura abdominal(40). Ao contrário do que sucede nos EUA, em que as escolas só podem fornecer pão com 50% de cereais integrais(19), as OBE apenas referem que este deve ser preferido (27), o que só se observou em algumas das escolas visitadas. A evidência reforça a importância de aumentar a disponibilidade de hortofrutícolas, laticínios com reduzido teor de gordura e cereais integrais, para a promoção do seu consumo(15, 41) e de hábitos alimentares saudáveis junto das crianças(42). De novo, ao contrário dos EUA, que estabelecem que as sandes devem conter ¼ de chávena de hortícolas e que preconizam o leite magro quando este é aromatizado(19), as OBE não estabelecem uma porção para os hortícolas e dão preferência ao leite meio gordo, seja ou não aromatizado. Em oposição a outros países(19, 43), para além dos sumos 100%, as OBE permitem a oferta de néctares (25-50% sumo), o que faz com que estes estejam presentes em todas as escolas visitadas e que apenas metade destas disponibilize sumos naturais e 43,8% disponibilize sumos 100%. As monodoses de fruta líquida poderiam começar a estar disponíveis nas escolas, já que podem ser uma forma de aumentar o consumo de fruta por quebrarem a barreira da conveniência (44). Relativamente aos GAL, estes devem ser consumidos com moderação, já que podem contribuir para o excesso de peso e obesidade. O Ministério da Educação considera-os opções «menos más», uma vez que associada à alimentação há a 13 vertente do prazer, mas também pela concorrência dos estabelecimentos comerciais que rodeiam a escola(24), que se têm demonstrado promotores de hábitos alimentares menos saudáveis(45, 46). Os GAND, alimentos competitivos por excelência e ainda largamente disponíveis nos bufetes visitados, devem ser eliminados. A sua substituição em meio escolar foi já estudada como conducente à diminuição do consumo destes alimentos pelos estudantes, não se associando ao aumento de práticas compensatórias em casa(47) mas sim ao controlo do IMC(18, 48) , melhor participação nas refeições escolares e, por isso, aumento da ingestão de nutrientes essenciais(49). Observou-se que uma escola apresenta uma lista de lanches saudáveis em promoção. Esta é uma ideia a expandir a outras escolas, uma vez que promoções que conduzam à aquisição de alimentos saudáveis podem ser estratégias eficazes no estímulo de hábitos alimentares saudáveis entre os estudantes(50). Também as MVA podem e devem ser usadas em prol destes hábitos, oferecendo um maior número de opções saudáveis em detrimento de opções pouco saudáveis(51), uma vez que os estudantes tendem a consumir o que é mais disponibilizado(12), embora prefiram opções menos saudáveis(12, 51). Todavia, como neste estudo, a presença de MVA nas escolas se associou a menor cumprimento geral das OBE, eliminá-las é uma estratégia a considerar e cuja implementação foi constatada nas segundas visitas realizadas a 2 escolas. Os bufetes que abrem 20 minutos antes do início das aulas (18,8%) são ESA, que referem fazê-lo a fim de providenciar o suplemento alimentar aos alunos com carências alimentares, conforme o artigo 24.º do DL n.º 55/2009, de 2 de março(52), prática que parece ter efeitos positivos na performance académica(53). 14 A grande maioria das escolas não cumpre o intervalo de 15-20% de margem de lucro para os GAL, referindo uma margem padronizada de 5% e justificando-se no baixo poder económico dos alunos. Isto pode tornar-se contraproducente com a missão da escola de aumentar a acessibilidade de GA saudáveis, uma vez que outros autores já observaram que implementar políticas de preços direcionadas a bebidas açucaradas(54) e hortofrutícolas(55) influencia o seu consumo e pode estar associado a menor ganho de peso. Relativamente ao cumprimento dos CSHA, apesar de, em média, se classificar como Aceitável, a implementação de um sistema de HACCP é ainda muito rara e sem registos, tendo sido detetadas situações que não se coadunam com os mínimos requisitos de higiene e segurança alimentar. Fornecer alimentos seguros deve ser uma preocupação central nos serviços de alimentação escolar, pois qualquer incidente pode afetar um elevado número de estudantes (56). Este trabalho apresenta algumas limitações. O momento do dia, a duração e a liberdade dada para a realização das visitas foram fatores variáveis e limitativos de uma recolha de dados mais pormenorizada. Esta situação condicionou o cálculo da proporção entre GAP e GAL, obtido utilizando a soma dos grupos de alimentos pertencentes aos GAP como numerador e a soma dos grupos de alimentos pertencentes aos GAL como denominador, em vez de ter em conta no numerador o número de GAP e no denominador o número de GAL. Salienta-se também que foi necessário excluir alguns tópicos da tabela de CSHA elaborada, tanto pelos fatores limitativos anteriormente referidos como pela sua subjetividade ou inadequação ao espaço físico do bufete. Apesar de uma possível perda de precisão nos resultados obtidos decorrente desta limitação, esta foi uma forma de facilitar a recolha de dados e uniformizar a informação. Por fim, destaca-se que a 15 pontuação final resultante do somatório de todos os critérios presentes na lista de verificação foi obtida atribuindo o mesmo peso a cada critério avaliado e os CSHA como um só, uma vez que as OBE não categorizam os critérios de acordo com a sua importância, o que pode ter conduzido à disparidade na pontuação final inter escolas. Este é um estudo pioneiro que necessita de ser expandido a outras zonas geográficas, uma vez que a avaliação da oferta alimentar escolar tem um papel vital na melhoria contínua da mesma(57). Sugere ainda a necessidade de implementar melhorias nas OBE. Ao nível do apoio e incentivo à implementação e avaliação das OBE, à semelhança do que já acontece noutros países (43, pretende-se que se tornem mais facilmente aplicáveis pelas 58-60) , escolas. Principalmente no que respeita aos CSHA, por não serem apresentados critérios obrigatórios, mas também no que concerne à forma de avaliação e pontuação do cumprimento das OBE. Relativamente aos GA, para além do supracitado, as OBE falham ao não fazerem referência ao café, que é desaconselhado a crianças e adolescentes, por serem mais vulneráveis aos efeitos adversos da cafeína (61). Conclusão Concluiu-se que nenhum estabelecimento cumpre a proporção 3:1 entre GAP e GAL e que quase a totalidade dos bufetes e MVA fornecem GA não permitidos. A grande maioria dos estabelecimentos fecha à hora de almoço e antes do fim das aulas, mas apenas 18,8% abre 20 minutos antes do início das aulas. A maioria não cumpre o critério da primeira visualização dos GAP nem a margem de lucro entre 15 e 20% para os GAL. Relativamente aos CSHA, obteve-se uma classificação média Aceitável. 16 Referências Bibliográficas 1. Lobstein T, Jackson-Leach R, Moodie ML, Hall KD, Gortmaker SL, Swinburn BA, et al. Child and adolescent obesity: part of a bigger picture. The Lancet. 2015 2. Kuzbicka K, Rachon D. Bad eating habits as the main cause of obesity among children. Pediatric endocrinology, diabetes, and metabolism. 2013; 19(3):106-10. 3. Rito AI, Paixão E, Carvalho MA, Ramos C. Childhood Obesity Surveillance Initiative: COSI Portugal 2010. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Direcção-Geral da Saúde. Lisboa; 2012. Disponível em: repositorio.insa.pt. 4. Currie C, Zanotti C, Morgan A, Currie D, Looze Md, Roberts C, et al. Social determinants of health and well-being among young people. 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Oferta Alimentar no Bufete As Orientações dos Bufetes Escolares (Direção-Geral da Educação, 2012) alocam os géneros alimentícios (GA) em 3 grupos: 1) GA a promover; 2) GA a limitar e 3) GA a não disponibilizar, preconizando uma proporção de 3:1 entre 1) e 2) e inexistência de 3). Atualmente, o bufete está a fornecer os seguintes GA tipo 3), que se aconselha que sejam gradualmente retirados: Gelados de água (ex.: Calippo); Bolachas ricas em gordura e açúcares (ex.: torcidos); Pastelaria (Croissants recheados). A proporção entre GA tipo 1) e tipo 2) é de aproximadamente 1:1, o que significa que existem melhorias que poderão ser implementadas de modo a obter a proporção 3:1, por exemplo: Fornecimento de sumos 100% e bebidas com teor de sumo ≥50% em detrimento dos néctares; Retirar os chocolates e os gelados ou apenas um destes. A considerar, há ainda o facto de a tabela de preços dos gelados publicitar um gelado de água. A publicidade a GA a não disponibilizar é uma prática que, segundo as mesmas Orientações, deve ser descontinuada. Com base nas mesmas Orientações, os bufetes devem abrir 20 minutos antes do início das aulas e as margens de lucro devem ser <5% no caso dos GA a promover (laticínios, fruta, hortícolas, pão, água, sumos naturais, sumos 100%, bebidas com teor de sumo ≥50% e chá) e entre 15 e 20% no caso dos GA a limitar (bolachas simples do tipo “maria”, “água e sal” e “cream cracker”, bolos, manteiga, gelados, néctares e chocolates), uma vez que se pretende aumentar o acesso dos alunos aos GA mais saudáveis. Quanto à disponibilização espacial dos alimentos, os GA tipo 1) devem estar na primeira linha de visão, privilegiando o pão e a fruta. B. Higiene e Segurança Alimentar Existem alguns aspetos a ter em conta, por uma questão de segurança dos alimentos fornecidos aos alunos. De notar: a7 Seria muito importante adquirir um balde do lixo adequado (de pedal, de dimensões suficientes, sempre com saco e mantido fechado); Ter um lavatório de acionamento não manual, com dispositivos munidos de sabão líquido e desinfetante, favoreceria uma lavagem mais frequente e eficaz das mãos; É primordial que toda a louça e utensílios, após serem lavados e secos na máquina, permaneçam resguardados dentro de armários fechados; A conservação das instalações e o espaço disponível para arrumação não são os ideais, pelo que uma reestruturação seria um investimento a considerar; Quanto à apresentação das funcionárias, estas não devem ostentar adornos e devem apresentar sempre o cabelo devidamente protegido; Torna-se necessário que cesse a receção de dinheiro pelos manipuladores; Recomenda-se a descontinuação do uso de esfregão de aço; É importante que os produtos químicos sejam mantidos nas embalagens originais, devidamente rotuladas; Os GA devem permanecer protegidos da contaminação em vitrinas e/ou caixas fechadas e as embalagens fechadas quando não estão a ser usadas. Muito obrigada pela vossa colaboração. Com votos de que este estudo tenha sido produtivo para ambas as partes, Os melhores cumprimentos Joana Carvalho (estagiária de Nutrição pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto)