DIFERENTES ARRANJOS DE BORDADURA EM EXPERIMENTOS DE
SOJA
DIFFERENT ARRANGEMENTS OF SIDE BORDER IN SOYBEAN
EXPERIMENTS
Thomas Newton Martin1, Luiz Marcelo Costa Dutra2, Adilson Jauer3, Lucio Zabot4, Daniel
Uhry5, Antônio Luís Santi³, Cassiano Stefanelo6, Orlando Antônio Lucca Filho7
RESUMO
Atualmente não existe na literatura, um consenso na utilização de linhas de bordadura
em experimentos envolvendo a cultura da soja. Devido a isso, foi conduzido experimento, em
área pertencente ao Departamento de Fitotecnia no Campus da Universidade Federal de Santa
Maria. O objetivo foi avaliar a necessidade de bordadura sobre diferentes tipos de parcelas
experimentais no interior e no perímetro dos experimentos. Os tratamentos constaram de duas
cultivares de soja (BRS 137 e FEPAGRO - RS 10) conduzidos sobre o delineamento blocos
ao acaso (três blocos), contendo amostragem na parcela. Foram simulados 13 tipos de
parcelas experimentais e estas foram comparadas através de seus quadrados médios, testes de
F e teste de coeficiente de correlação linear (5% de probabilidade de erro). Concluiu-se que o
emprego de bordadura, em parcelas experimentais de soja, independe das cultivares testadas,
variando conforme o tamanho e forma da parcela experimental estudada. A utilização de
bordadura é necessária em parcelas pequenas em comparação a parcelas grandes, além de não
existir a necessidade de bordadura envolvendo o perímetro dos experimentos das cultivares
envolvidas neste ensaio.
Palavras-chave: comparação de cultivares, precisão experimental, experimento de
uniformidade.
1
Engo. Agro. M.Sc. Doutorando ESALQ/USP, [email protected]
Engo. Agro. , Dr. Prof. Adj., Dep. de Fitotecnia, UFSM, E-mail [email protected]
3
Engo. Agro. M.Sc. Doutorando Produção Vegetal/UFSM
4
Aluno do curso de Agronomia, Bolsista CNPq, CCR- UFSM.
5
Aluno do curso de Agronomia. Bolsista PET, CCR- UFSM
6
Aluno do curso de Agronomia, CCR – UFSM.
7
Eng. Agr., Dr. Prof. Adj., Dep. de Fitotecnia, Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
2
Revista da FZVA.
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Diferentes arranjos...
ABSTRACT
At present there is not in the literature an agreement about the use of lines of side
border in experiments involving soybean cultures. Because this, an experiment was conduced,
in area pertaining to the Department of Crop Science in Santa Maria University Campus. The
objective was to evaluate the need of side border on different kinds of experimental plots in
the interior and on the perimeter of the experiments. The treatment consisted of two cultivars
of soybean (BRS 137 and FEPAGRO – RS 10) conduced over a randomized block design
(three blocks), containing samples on the plot. Thirteen kinds of experimental plots were
simulated and these were compared through its mean squares, F test and test of coefficient of
linear correlation (5% of probability of error). We concluded that the application of side
border, in experimental plots of soybean, independent of the tested cultivars, varying
accordant to the size and the shape of studied experimental plot. The use of side border is
necessary in small plots in comparison to big plots, besides do not exist the need of side
border involving the perimeter of experiments of cultivars in this trial.
Key words: comparison of cultivars, experimental precision, experiment of uniformity
lateral, por outro lado, caso o efeito da
INTRODUÇÃO
bordadura seja nas cabeceiras das parcelas,
A precisão experimental é afetada
tem-se
o
efeito
da
bordadura
de
por diversos fatores, dentre eles destacam-
extremidade (CONCEIÇÃO et al., 1993).
se
a
Em alguns casos, as competições podem
heterogeneidade do material experimental,
ocorrer simultaneamente ou em outros
as competições intraparcelar e interparcelar,
casos existe a influência apenas de uma
amostragem na parcela, dentre outros
delas.
(STORCK et al., 2000). A competição
bordadura possuem a função de prevenir
interparcelar
pelas
que as plantas adjacentes influenciem na
parcelas adjacentes por recursos do meio,
performance da linha central da parcela
ou seja, é o diferente desempenho entre as
(FEHR, 1993).
a
heterogeneidade
é
aquela
do
solo,
exercida
Então,
as
plantas
situadas
na
plantas das fileiras laterais e extremidades
Esse efeito pode ser atribuído a
das fileiras centrais e as plantas da parte
influências de áreas não cultivadas ou
central em uma parcela, a este fenômeno
parcelas que receberam tratamentos muito
nomeia-se de efeito de bordadura. Quando a
distintos entre si, que residam lado a lado,
influência se verifica sobre os lados da
como é o caso de experimentos com
parcela, tem-se o efeito de bordadura
adubação ou ensaios de competição de
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Martin, T.N. et al.
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alturas
Na cultura do feijoeiro comum,
contrastantes. Para a obtenção dos dados
VALENTINI et al. (1988) destaca que não
experimentais, costumeiramente, utilizam-
ocorreu efeito significativo das fileiras
se somente os resultados das plantas ou
externas de bordadura sobre o estande final,
fileiras
experimento,
produção de sementes, altura das plantas, e
desconsiderando as plantas e/ou fileiras
índice de colheita das fileiras centrais nos
mais externas. Essa metodologia faz com
espaçamentos utilizados entre filas (0,40,
que
mais
0,50 e 0,60 m). Esses resultados concordam
confiáveis, devido às parcelas vizinhas
com RIBEIRO, et al. (2001) e MARQUES
exercerem menor influência no desempenho
JÚNIOR apud RAMALHO et al. (2000).
do centro da parcela. Freqüentemente, a
No entanto, COSTA & ZIMMERMANN
utilização de filas de bordadura são
(1998), destacam que para o feijoeiro
evitadas, pois implicam em uma área
comum existe o efeito de bordadura lateral
experimental maior, o que pode aumentar a
intercultivares, sobre o rendimento de grãos
heterogeneidade entre as parcelas, e com
e a altura das plantas é dependente do tipo
isto, o erro experimental. O custo de
de planta (hábitos de crescimento I, II e
execução do experimento é alterado devido
IIIa) nas parcelas centrais, e do tipo de
a incrementos na instalação e na condução
planta das fileiras utilizada como bordadura
tornando-o mais oneroso, exigindo além
lateral.
cultivares
os
de
centrais
plantas
de
resultados
com
um
possam
ser
dos custos financeiros uma maior mão de
Estudos referentes ao efeito de
obra (ARRUDA, 1959; VALENTINI et al.,
bordadura na cultura da soja (Glycine max
1988).
(1991)
(L.) Merril), nas condições brasileiras não
relacionam o melhor desempenho das
são freqüentes, apenas há referências sobre
parcelas
menor
o tamanho ótimo de parcelas utilizados para
competição intergenotípica. Quando não
o rendimento de grãos como sendo de 3,1
forem utilizadas fileiras de bordadura nas
unidades básicas (4,5 m2), sem a referência
microparcelas e houver a possibilidade de
do uso ou não de bordadura (WEBER &
diferentes competidores conviverem lado a
HORNER, 1957). Já PIGNATARO &
lado nas parcelas de campo devem-se usar
GONÇALVES (1972), constataram que
parcelas com duas ou mais linhas, pois
parcelas quadradas com 10 unidades, 2 x 5
neste caso, qualquer tipo de competição
unidades e 5 x 2 unidades, apresentaram
entre parcelas será praticamente eliminado
coeficientes de variação de 9,7 e 9,8%,
(FEHR, 1993).
respectivamente.
BERTOLUCCI
mais
largas
et
com
al.
a
Nesse
estudo
foi
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verificado que o tamanho ótimo de parcela,
Adubação e Calagem para os Estados do
para a cultura da soja, é de 3,1 unidades
Rio Grande do Sul e Santa Catarina
básicas que correspondeu a 1,80 m² a 3,6
(SOCIEDADE
m², sem perda de eficiência técnica.
CIÊNCIA DO SOLO, 1995) para a cultura
BRASILEIRA
DE
O objetivo deste trabalho foi o de
da soja, utilizando 4,8 toneladas de calcário
avaliar a necessidade de bordadura sobre
PRNT 100% ha-1, aplicado quatro meses
diferentes tipos de parcelas experimentais
antes da semeadura e 350 kg ha-1 da
para o mesmo tipo de competidor e
formulação 0-25-25 na semeadura.
verificar a necessidade de bordadura no
perímetro dos experimentos.
As cultivares utilizadas foram a
BRS 137 (ciclo semi-precoce) e Fepagro
RS-10 (ciclo tardio), as quais foram
MATERIAL E MÉTODOS
semeadas em 19 de dezembro de 2000 na
O experimento foi conduzido na
densidade de 400.000 plantas ha-1. Foram
área do Departamento de Fitotecnia no
executadas todas as práticas culturais
Campus da Universidade Federal de Santa
recomendadas para obtenção do máximo
Maria, no município de Santa Maria – RS,
controle de insetos, moléstias e plantas
região climática da Depressão Central, a
daninhas, garantindo que o experimento se
uma altitude de 95m, latitude 29º 42’ 24” S
desenvolvesse sem nenhuma interferência
e longitude 53º 48’ 42” W. O clima da
desses fatores.
região,
segundo
de
A parcela possui a forma quadrada
KÖEPPEN (MORENO, 1961) é do tipo Cfa
com 8 metros de lado, sendo composta por
– temperado chuvoso, com chuvas bem
18 linhas separadas 0,44m entre si. Para as
distribuídas ao longo do ano e subtropical
avaliações, as parcelas foram subdivididas
do ponto de vista térmico. O solo pertence à
em 144 unidades básicas de um metro
Unidade de Mapeamento São Pedro, sendo
linear. As parcelas possuíram quatro metros
classificado no Sistema Brasileiro de
que circundaram cada parcela, livres de
Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999)
vegetação. Para cada unidade básica (1 x
como
0,44m), foi avaliado o rendimento de grãos
Argissolo
a
classificação
Vermelho
Distrófico
Arênico.
a 13% de unidade (RG). Essa variável foi
A correção do solo e a adubação da
analisada segundo o esquema bifatorial
área foram realizadas de acordo com os
(cultivar x tipo de parcela) no delineamento
resultados
em
blocos ao acaso, com três repetições para
concordância com as Recomendações de
cada tratamento, cujo modelo é definido por
da
análise
de
solo,
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Martin, T.N. et al.
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STORCK et al., (2000). Para as parcelas
pelo método de Tukey, expresso em
principais planejaram-se 13 diferentes tipos
percentagem da média, cuja estimativa foi
de parcela, descritas na tabela 1. Sobre cada
obtida
um desses tipos de parcela foi procedida a
∆ = qα ( n;GLE ) QM E / J ; qα ( n;GLE ) é o valor
verificação das pressuposições do modelo
matemático
(aleatoriedade
dos
erros
estimados; homogeneidade da variância dos
erros
estimados
entre
as
cultivares;
aditividade do modelo matemático; e,
normalidade da distribuição dos erros
estimados)
conforme
aplicações
de
e GLE graus de liberdade do erro; QME é a
estimativa
de interação significativa do tipo de parcela
sobre a cultivar e a comparação de médias
dos diferentes tipos de bordadura foi
realizado através do teste Scott-Knott
(SCOTT & KNOTT, 1974).
para cada uma das 13 conformações
teste
de
F,
foram
procedidas com o pacote estatístico SOC –
NTIA (EMBRAPA, 1997). Os quadrados
médios das áreas formadas nos tipos de
parcela experimentais foram comparados
teste
de
F
para
verificar
a
homogeneidade entre os mesmos. Foi
estimado, para cada análise, o coeficiente
de
correlação
contrastes
linear
formados.
entre
todos
os
Para
avaliar
a
magnitude da precisão, em cada situação,
foi
estimada
a
erro
experimental;
J
repetições; m̂ é a estimativa da média do
experimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
do modelo matemático, verificou-se que em
todos os tipos de parcelas formadas as
pressuposições foram respeitadas, para a
variável rendimento de grãos, indicando
que a análise paramétrica é adequada. Na
tabela 2, que apresenta a análise da
Realizou-se análise da variância
pelo
do
Segundo a análise das pressuposições
Em seguida verificou-se a existência
e
onde:
tabelado para o teste de Tukey, n cultivares
MARQUES (1999).
experimentais
DMS = 100 * ∆ mˆ ,
por
diferença
mínima
significativa (DMS) entre as cultivares,
variância para o rendimento de grãos (Kg
ha-1), não havendo efeito significativo para
a interação cultivar x tipo de parcela,
indicando que os genótipos BRS 137 e
Fepagro RS-10 comportam-se da mesma
maneira quanto aos resultados apresentados
pelos
diferentes
experimentais
estratificação
tipos
de
parcelas
formados,
ou
seja,
dos
grupos
das
a
médias
formados é o mesmo. O efeito de bloco foi
significativo,
indicando
que
para
experimentos futuros, com os mesmos
tratamentos e no mesmo local, existe a
necessidade do uso de blocos. O fator
cultivar também obteve efeito significativo
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referindo-se que os cultivares possuem
DMS% (24,53) está classificada como
desempenhos
média (LÚCIO, 1997).
distintos
quanto
ao
rendimento de grãos. O rendimento de
O coeficiente de variação e demais
grãos médio obtido neste experimento foi
parâmetros estão representados na tabela 3,
de 2808,47 Kg ha-1, sendo este superior a
sendo que o CV variou de 2,50 (P3) a 12,56
media do estado do Rio Grande do Sul na
(P4). O rendimento de grãos diferiu pelo
ha-1)
teste de F a 5% de probabilidade de erro
safra
2000/01
(2339,00
Kg
(INDICAÇÕES TÉCNICAS, 2001).
apenas no tipo de parcela P3, não sendo
Através do teste de comparação de
diferente nas demais parcelas. A tabela 4
médias, verificou-se a formação de cinco
apresenta os coeficientes de correlação
grupos distintos, onde o tipo de parcela P2
linear entre os diferentes tipos de parcelas.
obteve a maior média, diferindo do P3, P4,
A partir dessa tabela, pode-se verificar que
onde estes três tipos de parcelas formadas
os tipos de parcela P1, P2 e P3 não se
obtiveram suas médias superiores a média
correlacionam
geral do experimento (2808,47 Kg ha-1).
nenhum
Em seguida observou-se a formação de um
indicando que o rendimento de grão não
grupo intermediário composto pelos tipos
segue uma tendência nestes contrastes. No
de parcelas P11, P12, P5, P6 e P13, que não
entanto, a partir do tipo de parcela P4 a
diferiram entre si. Os tipos de parcela P1,
freqüência
P10, P9, P7 e P8, também não diferiram
significativas positivas passa a ser maior. O
entre si e apresentaram as mais baixas
teste de homogeneidade entre as variâncias
médias de rendimento, onde se destaca que
dos
P1 é a menor parcela formada (1,78 m2),
somente o contraste entre P2 e P3
não diferiu quanto ao rendimento de grãos
apresentou
do presente grupo, mas possui uma área
indicando que ao usar parcelas do tamanho
bem menor que as parcelas deste grupo
de P2, existe a necessidade de utilização de
indicando
linhas de bordadura no seu entorno. Quando
que
a
P1
não
representa
significativamente
com
do outros tipos de parcela,
de
contrastes
correlações
formados
variâncias
presença
dos
lineares
verifica
que
heterogêneas,
corretamente o rendimento de grãos das
a
cultivares. O coeficiente de variação médio
possuírem
dos tipos de parcela foi de 6,98, sendo
crescimento, como no caso do presente
classificado como baixo e a precisão
experimento. Esse fato ocorre devido às
experimental é classificada como alta e a
parcelas principais possuírem a mesma
o
competidores
mesmo
laterais
desempenho
de
cultivar em toda a parcela. No entanto, P2
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apresenta coeficiente de variação de 10,43 e
prática.
necessita de bordadura e P3, com área um
necessidade do uso de bordadura no
2
Além
disto,
não
existe
a
pouco superior (5,33m ), não necessitando
perímetro do experimento, devido a fraca
de bordadura indica-se a utilização de
competição entre as plantas que estão
parcelas
tal
localizadas no perímetro da parcela com
conformação, de forma a buscar a melhor
suas vizinhas mais internas, nas duas
precisão nos ensaios. Esse tipo de parcela,
variedade cultivadas de soja estudadas.
experimentais
com
que apresentou esse desempenho, apresenta
o seu tamanho próximo ao valor do
CONCLUSÕES
tamanho ótimo de parcela encontrado por
A utilização de bordadura, em
WEBER & HORNER (1957), que foi de
parcelas experimentais de soja, independe
4,5 m2 e superior ao valor encontrado por
as cultivares testadas;
PIGNATARO & GONÇALVES (1972),
2
que era de 1,8 a 3,6 m .
cultura da soja, varia conforme o tamanho e
Na cultura da soja não existe um
consenso
entre
os
pesquisadores
e
instituições de pesquisa no tamanho ótimo
de parcela utilizado e quanto ao uso de
bordadura,
como
A necessidade de bordadura, para a
por
forma da parcela experimental estudada,
sendo necessária em parcelas pequenas em
comparação a parcelas grandes;
E não existe a necessidade de
exemplo,
bordadura envolvendo o perímetro dos
BERTAGNOLLI et al. (2001) e BONATO
experimentos das variedades cultivadas de
et al. (2001) em experimentos com a cultura
soja envolvidas nesse ensaio.
da soja utilizaram parcelas com 10,0 m² de
área total e útil de 4,0m². Entretanto,
REFERÊNCIAS
RODRIGUES et al (2000) utilizaram
ARRUDA, H.V. Sobre a necessidade de
parcelas com área total de 20m² e útil de
fileiras de bordadura, em experimentos de
5,0m². Em experimentos realizados por
campo. Bragantia, Campinas, v.18, n.2,
SANTOS
p.101-106, 1959.
&
FONTANELI
(2001)
utilizaram uma área total de 200m² e útil de
54m². Indica-se, que onde as parcelas
experimentais tendem a ser menor como
P2, deve-se atentar para o uso de bordadura,
no entanto, quando as parcelas são maiores
não há necessidade do emprego de tal
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71
Diferentes arranjos...
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49, p. 444 - 449, 1957.
TABELA 1. Tipos de parcelas experimentais formadas a partir das 18 filas e 8 colunas, número de unidades
básicas (U.B.), área experimental da parcela e matriz descritiva da formação de filas (F) e colunas (C). Santa
Maria, RS, 2001.
Parcela
Fila
Coluna
1
2
2
2
4
3
U.B.
Área
Matriz
4
1,78
F9 e F10 * C4 e C5
2
8
3,56
F8 a F11 * C4 e C5
6
2
12
5,33
F7 a F12 * C4 e C5
4
4
4
16
7,11
F8 a F11 * C3 a C6
5
6
6
36
16,00
F7 a F12 * C2 a C7
6
10
4
40
17,78
F5 a F14 * C3 e C6
7
8
8
64
28,44
F6 a F13 * C1 a C8
8
10
8
80
35,56
F5 a F14 * C1 a C8
9
14
6
84
37,33
F3 a F16 * C2 e C7
10
12
8
96
42,67
F4 a F15 * C1 a C8
11
14
8
112
49,78
F3 a F16 * C1 a C8
12
16
8
128
56,89
F2 a F15 * C1 a C8
13
18
8
144
64,00
F1 a F18 * C1 a C8
TABELA 2. Análise da variância para variável rendimento de grãos (Kg ha-1), fonte de variação (FV) dos
diferentes tipos de parcela experimentais formados, graus de liberdade (GL), quadrado médio
(QM), média, grupos formados pelo teste de comparação de médias, valor do delta de Tukey (∆),
diferença mínima significativa (DMS%) e coeficiente de variação (CV). Santa Maria, RS, 2001.
GL
QM
2
305112,72*
Cultivar
1
203388,13*
Tipo de Parcela
12
415477,08*
Cultivar x Tipo de Parcela
12
16855,27ns
Erro Experimental
50
38390,05
FV
BLOCO
Tipo de Parcela
Massa de Grãos (Kg ha-1)
2
3524,27 a**
3
3169,12 b
4
2862,98 c
11
2795,99 d
12
2772,50 d
5
2770,96 d
Revista da FZVA.
Uruguaiana, v.11, n.1, p. 62-74. 2004
Martin, T.N. et al.
Cultivar
6
2760,90 d
13
2724,62 d
1
2675,90 e
10
2635,39 e
9
2626,75 e
7
2626,68 e
8
2563,94 e
Massa de Grãos (Kg ha-1)
Fepagro RS-10
2859,53 a*
BRS 137
2757,40 b
∆
688,92
DMS (%)
24,53
Média
CV
72
2808,46
6,98
* e ns: Significativo e não significativo pelo teste de F a 5% de probabilidade de erro, repectivamente;
**: Médias não ligadas pela mesma letra diferem a 5% de probabilidade de erro pelo teste Scott-Knott.
Revista da FZVA.
Uruguaiana, v.11, n.1, p. 62-74. 2004
73
Diferentes arranjos...
TABELA 3. Quadro da análise da variância para os 13 diferentes tipos de parcela experimentais (P), fatores de variação (FV), quadrado médio
de bloco (QMB), quadrado médio de cultivar (QMC), quadrado médio do erro (QME), área experimental de cada parcela formada em
metros quadrados (m²), média de rendimento de grãos (kg ha-1) das cultivares utilizadas, média para o rendimento de grãos em kg
ha-1 (RG), coeficiente de variação expresso em percentagem da média (CV%), delta de Tukey (∆), diferença mínima significativa
pelo teste de Tukey em kg ha-1 (DMS %), amplitude entre as médias. Santa Maria, RS, 2001.
FV
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P 10
P 11
P 12
P 13
111361,25ns 30611,26ns 131879,93* 9650,85 ns 33523,5 ns 54452,7 ns 4042,15 ns 15071,5 ns 52371,1 ns 5888,48 ns 13103,74ns 9277,76ns 4877,54ns
QMb
QMc
70889,79ns 15575,41ns 124193,19* 3123,51 ns 65959,04ns 21334,4 ns 22112,8 ns 69690,6 ns 0,093 ns 4615,38 ns 1578,50ns 286,42ns 6291,95ns
QMe
49705,42
135109,29
6296,51
108815,51
82356,4
29138,1
113546
70012,1
29361,9
50270,6
46983,08
43601,6
23557,73
1,78
3,56
5,33
7,11
16
17,78
28,44
35,56
37,33
42,67
49,78
56,89
64
RS 137
2567,21
3473,32
3025,25
2603,94
2530,54
2567,05
2710,25
2688,22
2564,07
2744,77
2708,41
2767,81
2895,37
Fepagro RS-10
2784,6
3575,22
3312,99
2649,57
2740,24
2686,31
2831,67
2903,77
2563,82
2800,24
2740,85
2753,99
2830,6
Média
2675,91
3574,27
3196,12
2626,75
2635,39
2626,68
2770,96
2795,99
2563,95
2772,5
2724,63
2760,9
2862,98
CV(%)
8,33
10,43
2,5
12,56
10,89
6,5
12,16
9,46
6,68
8,09
7,96
7,56
5,36
∆
783,90
1292,41
279,00
1159,85
1009,03
600,19
1184,79
930,34
602,49
788,34
762,13
734,19
539,66
DMS (%)
29,29
36,67
8,73
44,16
38,29
22,85
42,76
33,27
23,50
28,43
27,97
26,59
18,85
Amplitude
217,39
101,90
287,74
45,63
209,70
119,26
121,42
215,55
0,25
55,47
32,44
13,82
64,77
2
Área (m )
* e ns: significativo e não significativo pelo teste de F a 5% de probabilidade de erro, respectivamente.
Revista da FZVA.
Uruguaiana, v.11, n.1, p. 62-74. 2004
Martin, T.N. et al.
74
TABELA 4. Correlação linear entre os diferentes tamanhos de parcela, para a variável rendimento de grãos. Santa Maria, RS, 2001.
Parcela
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
2
0,20 ns
3
0,61 ns
4
-0,22 ns 0,34 ns 0,06 ns +
5
0,20 ns
0,11 ns
0,40 ns
0,81*
6
0,45 ns
0,14 ns
0,55 ns
0,67 ns
0,93*
7
-0,24 ns 0,54 ns
015 ns
0,94*
0,72 ns
0,53 ns
8
0,11 ns
0,56 ns
0,39 ns
0,87*
0,84*
0,71 ns
0,93*
9
0,31 ns
0,18 ns
0,22 ns
0,76 ns
0,80 ns
0,89*
0,57 ns
0,66 ns
10
-0,15 ns 0,46 ns
0,14 ns
0,98*
0,80 ns
0,67 ns
0,97*
0,92*
0,74 ns
11
-0,03 ns 0,50 ns
0,11 ns
0,96*
0,76 ns
0,69 ns
0,91*
0,89*
0,83*
0,98*
12
-0,16 ns 0,38 ns -0,03 ns
0,97*
0,72 ns
0,64 ns
0,88*
0,80 ns
0,83*
0,96*
0,98*
13
-0,29 ns 0,51 ns -0,05 ns
0,85*
0,46 ns
0,44 ns
0,78 ns
0,62 ns
0,70 ns
0,84*
0,88*
12
0,44 ns
0,92*
* e ns: significativo e não significativo a 5% de probabilidade de erro, respectivamente;
+ variâncias heterogêneas pelo teste de F a 5% de probabilidade de erro.
Revista da FZVA.
Uruguaiana, v.11, n.1, p. 62-74. 2004
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Diferentes Arranjos de Bordadura em experimentos de Soja.