4 Quarta-feira, 25-02-2015 médica, por exemplo, a estabelecimentos comerciais como cafés, quiosques ou postos de abastecimento de gasolina. “Todos os medicamentos cujo perfil de segurança seja adequado, que sirvam para o tratamento de situações passageiras, sem gravidade, devem estar com muito maior acesso do que têm actualmente, nomeadamente nos hipermercados”, afirma o director da área profissional da ANF, Humberto Martins. “Achamos que deve haver uma maior disseminação e que deve ser colocado por todos locais como cafés, postos de correios, estações de serviço, onde uma pessoa que tenha uma afecção menor possa ter um alívio rápido dos seus sintomas”, sublinha. Já os hipermercados querem alargar a lista de medicamentos de venda livre nas parafarmácias. A proposta vai ser discutida num seminário sobre liberdade de acesso ao medicamento, esta quarta-feira, em Lisboa. Em causa estão produtos como aspirinas, antiinflamatório e protectores gástricos, medicamentos de venda livre que poderiam ser acrescentados aos que já são vendidos nas parafarmácias. A directora-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Ana Trigo Morais, defende que o acesso generalizado a estes medicamentos não sujeitos a receita médica facilita a resolução dos chamados episódios curtos de doença. “Estamos a falar de um tipo de medicação cujo risco para a saúde não é elevado, como noutros medicamentos, e que, portanto, é uma questão de acessibilidade, consciencialização e também de preço.” O alargamento da oferta nas parafarmácias traria uma poupança directa no bolso do consumidor. Os medicamentos de venda livre comercializados nas parafarmácias podem ser até 18% mais baratos do que nos espaços convencionais, sublinha Ana Trigo Morais. A Associação de Empresas de Distribuição rejeita a ideia de que esta proposta possa aumentar o risco de automedicação irresponsável e lembra que. dos cerca de 1.000 locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica, os associados da APED representam apenas 20% da quota de mercado deste tipo de fármacos. Conclui, por isso, que há espaço para todos e quem ganha é o consumidor. Esta é uma proposta bem acolhida também pelo director da área profissional da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Humberto Martins. [notícia actualizada às 8h38] Greve dos técnicos de diagnóstico vai dificultar análises e cirurgias Protestam contra o bloqueio negocial das carreiras por parte do Ministério da Saúde. Foto: Lusa Os técnicos de diagnóstico vão iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir de 31 de Março. Protestam contra o bloqueio negocial das carreiras por parte do Ministério da Saúde. Análises clínicas e outros exames de diagnóstico e terapêutica podem ser afectados pela greve, que pode ainda ter impacto em cirurgias programadas. O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) anunciou, em comunicado, que a decisão de avançar para uma greve por tempo indeterminado foi tomada no final da semana passada numa reunião da direcção do sindicato. "O STSS entende que o ministro da Saúde deve explicações aos utentes do Serviço Nacional de Saúde pois serão os grandes lesados de uma greve que, em condições de normal respeito do governo pelas regras de um Estado de direito, não deveria acontecer", refere a nota. Os técnicos de diagnóstico já cumpriram este mês dois dias de protesto, uma paralisação contra "o bloqueio negocial das carreiras, imposto pelo Governo, em clara violação da lei". Segundo o sindicato, a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida. Em relação ao diálogo, acusam o actual Ministério da Saúde de bloquear as negociações sem qualquer explicação. O sindicato refere ainda que "não compreende a discriminação de que são alvo estes profissionais" por serem o único grupo de licenciados na área da saúde sem uma carreira compatível com a respectiva qualificação.