ENSAIOS UNIAXIAIS PARA DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DA MADEIRA 1,2 Rodrigo Todeschini1,Nilson Tadeu Mascia2 Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP [email protected], [email protected] 1. Introdução O presente trabalho está baseado na teoria geral de resistência para materiais anisotrópicos, apresentada em [1]. Aplicou-se esta teoria em ensaios em direções inclinadas (off-axis tests) para que houvesse a possibilidade dos ensaios em uma única direção, devido à inexistência de equipamentos que realizam ensaios biaxiais. O parâmetro estudado, para o caso uniaxial, foi o F12 , fator este que designa a possibilidade da envoltória de resistência da superfície de ruptura ser aberta ou fechada. Para a segurança estrutural de um critério de resistência, é imprescindível obter uma superfície fechada. valores limites para F12 e obteve-se as tensões para cada ângulo de inclinação das fibras, comparando-se com os valores das tensões obtidas pela equação (2) para cada ângulo e com os ensaios realizados. 80 70 60 ensaio s n=1,5 F12=+limite 50 40 30 20 10 2. Parte Teórica 0 Trabalhou-se com corpos de provas de madeira cujas fibras foram orientadas formando um ângulo θ com a direção de aplicação da força, assim, aplicando-se o critério de [1] para o caso bidimensional, considerando-se os números 1 e 2 como as direções principais paralela e perpendicular às fibras respectivamente e utilizando-se as transformações de coordenadas , obteve-se a seguinte equação da envoltória de resistência (1) para ensaios uniaxiais de tração e compressão: cos 4 θ sen 4 θ 1 σ θ2 ⋅ + + 2 ⋅ F12 + 2 ⋅ sen 2 θ ⋅ cos 2 θ + f ⋅ f f ⋅ f f t2 c2 v t1 c1 1 1 1 1 2 2 + σ θ ⋅ − ⋅ cos θ + f − f ⋅ sen θ = 1 c2 t2 f t1 f c1 (1) Compararam-se os resultados dos ensaios, em relação aos ângulos das fibras, com a fórmula de [2]: σθ = f 0 ⋅ f 90 f 0 ⋅ sen nθ + f 90 ⋅ cos n θ (2) com n=1,5; n=2,0 e n=2,5. Os valores do expoente n da fórmula (2) foram escolhidos baseados nas indicações de diversas normas e vários pesquisadores. Para a obtenção do critério, superfície fechada, foi obedecida a condição (3) onde os valores positivo e negativo são os limites do parâmetro F12 deduzidos a partir da teoria das equações quádricas. − F11 F22 < F12 < + F11 F22 (3) 3. Resultados Tanto para aos ensaios de tração quanto para os de compressão utilizou-se a equação (1) fixando os 0 15 30 45 60 75 90 Ângulos de inclinação das fibras (graus) Figura 1 – Comparação entre fórmula de Hankinson, critério de Tsai-Wu e dados de ensaios de tração. 4. Conclusões Uma pequena alteração no valor do coeficiente F12 provoca alterações significativas nas estimativas de resistência, logo, o critério de [1], para a madeira de Cupiuba não foi totalmente satisfatório. Pela fórmula de [2] obteve-se uma maior proximidade dos resultados dos ensaios tração como pode ser observado pela figura 1. Os ensaios de compressão apresentaram valores incoerentes com o esperado. Tanto para os ensaios de tração e principalmente para os ensaios de compressão conclui-se que as causas principais de algumas dispersões podem estar relacionadas com a heterogeneidade do material nas direções ortotrópicas (falhas pré-existentes de constituição) e na dificuldade de confeccionar os corpos-de-prova. 5. Referências [1] TSAI, S. W., WU, E. M., Journal of Composite Materials, p.58-80, Nov. 1971. [2] HANKINSON, R. L., Air Service Information Circular N°259, 1921. Agradecimentos Ao SAE/UNICAMP pelo apoio institucional à presente pesquisa. À instituição SENAI-ITATIBA pela realização dos ensaios e modelagem dos corpos de prova. 1 Aluno de IC do SAE/UNICAMP.