2005 International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2005 Santos, SP, Brazil, August 28 to September 2, 2005 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA NUCLEAR - ABEN ISBN: 85-99141-01-5 CÁLCULO DA DOSE EQUIVALENTE PARA FÓTONS DECORRENTE DA PRODUÇÃO DE SKYSHINE Marco A. Frota L1, Alphonse Kelecom1 1 Laboratório de Radiobiologia e Radiometria - Departamento de Biologia Geral Universidade Federal Fluminense Outeiro de São João Batista, s/n Caixa Postal 100.436 - 24001-970 Niterói RJ, Brasil e-mail: [email protected] ABSTRACT Some radiation facilities are designed with little shielding in the ceiling above the accelerator. A problem may then arise as a result of the radiation scattered by the atmosphere to points at ground level outside the treatment room. Stray radiation of this type is referred to as skyshine, and the National Council on Radiation Protection and Measurements Report No. 51 (NCRP 1977) gives methods for the calculation of skyshine for accelerator facilities. McGinley (1993) has compared skyshine measurements made at an 18 MeV medical accelerator facility with values calculated using the techniques presented in NCRP Report No. 51. Measurements were made of the photon levels outside a treatment room housing a Varian 2100C. The roof above the accelerator was designed for weather protection only and offered little shielding for the primary beam and scattered radiation. The distance from the treatment room floor to the roof was 4.27 m, and the primary walls were constructed of concrete 2.0 m thick.The secondary walls were fabricated of concrete 0.99 m thick. The results for the photon skyshine rate dose as a function of distance from the isocenter using Monte Carlo code, are compared with those in NCRP publication 74 and measured obtained. The photon skyshine dose rates simutated for real clinic spectra transmitted through roof range from 4.7 to 14.6 nSv.s-1. 1. INTRODUÇÃO Algumas instalações de Radioterapia, nas quais não há ocupação no piso superior, são projetadas com pouca blindagem no teto acima do acelerador terapêutico. O problema aparece com a presença da radiação espalhada na atmosfera, conhecida como skyshine. Esta pode atingir regiões ocupadas no térreo fora da sala, ou quaisquer outras construções adjacentes, e até interferir em equipamentos médicos nas dependências do hospital. A NCRP n°51[1] nos fornece uma relação empírica para ser realizado o cálculo da dose equivalente para fótons decorrente da produção de Skyshine. Porém os resultados obtidos por essa fórmula são significativamente diferentes dos obtidos por meio de medidas experimentais. O trabalho apresenta valores de dose calculados pela fórmula e os valores obtidos experimentalmente ,e realiza o cálculo da dose equivalente para fótons decorrente da produção de skyshine por meio de simulação. Portanto a finalidade deste trabalho foi realizar o cálculo desses valores pelo código, MCNP versão 4B[2] e compara-los com os resultados calculados por uso da fórmula empírica e os resultados experimentais encontrados na literatura. Assim foi possível observar ,que a taxa de dose para fótons obtida pela fórmula empírica não está em desacordo somente com as medidas experimentais,mas também com os valores obtidos pelo código MCNP. 2. METODOLOGIA No presente trabalho, foram estudados feixes de fótons na parte externa de uma sala de radioterapia que abriga um acelerador de Varian 2100 C, o qual produz um feixe de raios X de 18 MV. O telhado acima do acelerador foi projetado com a ausência de concreto e a distância do assoalho da sala ao telhado era de 4,27 m e do assoalho a fonte era de 2,0 m. As barreiras secundárias foram simuladas com uma espessura de 0,99 m de concreto. Para o cálculo da taxa de dose (nSv. s-1) no isocentro do sala foi usando o registro F5 (Detector pontual ou Fluxo pontual), para o feixe de fótons e normalizados pelos coeficientes de conversão da ICRP74 (1995)[3]. Para realizar essa simulação foi usado o código MCNP, versão 4B [2], baseado no método de Monte Carlo. O MCNP é um código de propósito geral que simula o transporte de partículas, como, nêutrons, fótons elétrons, individualmente ou em conjunto (acopladas). E o chamado método de Monte Carlo, é o nome dado ao mecanismo responsável pela geração dos valores aleatórios, utilizados nos processos estocásticos dos modelos de simulação. O método pode ser usado para simular o transporte de fótons através de meios, como: ar, tecido equivalente e o concreto (blindagem geralmente utilizada em instalações para tratamento radioterápico), para se obter os espectros transmitidos da fluência de fótons na superfície de um simulador matemático do corpo humano (fantoma). A equação abaixo apresenta os valores da taxa de dose obtidos por meio da fómula empírica, fornecida pela NCRP n°51, D = 0,249x106 BXS (DiOΩ1.3) / (dids)2 (1) D : taxa de dose equivalente devido aos fótons ds : distância (m) do isocentro ao ponto de medida de D di : distância (m) do alvo de raios X a um ponto 2 m acima do teto DiO : taxa de dose a 1 m do alvo de raios X Ω : ângulo sólido do feixe de raios X BXS : taxa de transmissão no teto 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os valores medidos experimentalmente aumentam quando se afastam do isocentro, alcançando um valor máximo em 13.6 m e voltam a diminuir. Para os valores calculados pela equação empírica da NCRP 51[1], os valores calculados para taxa de dose devido a fótons diminuem continuamente com distância crescente do isocentro. Os valores calculados pelo método de Monte Carlo estão de bom acordo com os valores medidos experimentalmente, cerca de 10% , em contra partida os valores calculados por equações empíricas diferem cerca de 40% dos valores obtidos nesse trabalho. Os resultados medidos para skyshine devido a fótons são menores do que os valores calculados pelo uso do método de NCRP para pontos perto da barreira da parede. Na distância de 10.6 m do isocentro, os níveis medidos são INAC 2005, Santos, SP, Brazil. maiores do que os valores calculados pela NCRP. Este trabalho sugere correções na equação empírica recomendada pela NCRP 51.Ver Fig. 1. McGinley(1993) NCRP51(1977) Atual 70 -1 Taxa de Dose (nSv.s ) 80 60 50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 Distâcia (metros) Figure 1: Taxa de dose equivalente devido a fótons a uma distância ds do alvo. 4. CONCLUSÕES Ao comparar os resultados foi possível observar uma grande discrepância entre os valores obtidos por meio da equação empírica e os outros valores, tanto o experimental quanto o simulado. Portanto este trabalho conclui que a equação empírica recomendada pela NCRP 51 não é confiável e sugere correções nesta equação. REFERÊNCIAS 1. National Council on Radiation Protection and Measurements. NCRP 51, 1977. 2. Briesmeister, J.F. MCNP – A General Monte Carlo N-Particle Transport Code, Version 1 4B. Los Alamos, NM: Los Alamos National Laboratory; LA-12625-M; March; 1997. 3. International Commission on Radiological Protection, Conversion coefficients for use in radiological protection against external radiation. Oxford: Pergamon Press; ICRP Publication 74, Part 1; Ann ICRP 26(3-4); 1996. INAC 2005, Santos, SP, Brazil.