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COMO TRABALHAR COM CRIANÇA DISLÉXICA
Divina Lucia Sousa Gonçalves 1
Elaine Cristina Navarro 1
RESUMO
Este trabalho trata do transtorno da aprendizagem denominado dislexia, caracterizado como uma dificuldade para
aprender a ler, encontrada em indivíduos saudáveis, de inteligência normal ou superior e sem deficiências sensoriais.
Embora seja uma dificuldade presente em sala de aula, ela é de difícil entendimento e, por este motivo, muita das
vezes é mal interpretada, dificultando assim, o diagnóstico. Por esta razão é necessário que os pais e os educadores
fiquem atentos, evitando assim o diagnóstico tardio, o que poderia dificultar o tratamento. Ao suspeitarem dos
sintomas, não deverão sugerir apenas um encaminhamento clínico, mas dedicar-se ao aluno em sala de aula ao longo
do tratamento, onde terá o envolvimento da escola, família e profissionais de saúde, fazendo com que a criança
descubra suas habilidades resgatando a autoconfiança e autonomia.
Palavras - chave: Dislexia; Dificuldade; Diagnóstico.
ABSTRACT
This work “As to work with the disléxica child” mentions the dislexia to it, a difficulty to learn to read joined in
healthful individuals, of normal or superior intelligence and without sensorial deficiencies. Although it is a present
difficulty in classroom, it is of difficult agreement and for this reason, much of the times badly is interpreted, thus
making it difficult, the diagnosis. For this reason it is necessary to the parents and educators to be intent, thus
preventing the delayed diagnosis, what it can make it difficult the treatment. When suspecting the symptoms will not
have to suggest only one guiding clinical, but to dedicate the pupil to it in classroom throughout the treatment, where it
will have the envolvement of the school, family and professionals of health, making with that the child discovers its
abilities rescuing the auto confidence and autonomy.
Key - Words: Dislexia; Difficulty; Diagnosis.
Aluna do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Psicopedagogia, oferecido pelas Faculdades Unidas do Vale do
Araguaia. [email protected]
1
Docente orientadora. Professora das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia, graduada em Letras/literaturas e
Licenciatura em Pedagogia, com especialização em Docência Multidisciplinar da Educação Infantil e anos Iniciais do
Ensino Fundamental, concluindo Mestrado em Educação. [email protected]
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo científico é falar
sobre a dislexia, suas principais causas e
consequências, apontar formas de diagnosticá-la e os
possíveis tratamentos que poderão ajudar à criança a
superar gradativamente suas dificuldades. Muitos
alunos são reprovados e outros evadem por apresentar
dificuldades de aprendizagem, então como trabalhar
com a criança disléxica? Nesse contexto, o presente
artigo aponta uma grande diversidade de opiniões sobre
a dislexia e suas evoluções até os dias atuais. Salienta a
importância em se realizar um correto diagnóstico,
ajudando e monitorando o progresso no processo
educacional da criança. As informações obtidas neste
trabalho foram através de pesquisas bibliográficas no
intuito de orientar pais e professores a lidar com este
distúrbio, contribuindo com o processo ensino
aprendizado.
1.1 Evolução Histórica do Conceito de Dislexia
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ISSN 1984-431X
Segundo a Classificação Internacional das
Doenças - CID 10, da Organização Mundial da Saúde OMS, a dislexia é definida como um conjunto de
transtornos nos quais os padrões normais de aquisição
de habilidades de leitura são perturbados desde os
estágios iniciais do desenvolvimento. Eles não são
simplesmente uma consequência de uma falta de
oportunidade de aprender, nem são decorrentes de
qualquer forma de traumatismo ou doença cerebral
adquirida (1992, p. 236). Identificada pela primeira vez
por Berklan, em 1881, o termo “dislexia” só foi usado
em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista alemão.
Ele usou o termo para se referir a um jovem que
apresentava dificuldade em ler e escrever, mas
apresentava habilidades intelectuais normais em todos
os outros aspectos (BAROJA, 1989). Em 1896, W.
Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford,
publicou um descrito de uma desordem específica de
aprendizado na leitura no periódico British Medical
Journal, com o título Congenital Word Blindness, onde
o mesmo descreveu o caso de um adolescente de 14
anos de idade que ainda não havia aprendido a ler,
demonstrando, no entanto que era uma criança normal
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e realizava todas as outras atividades que uma criança
de sua idade podia realizar sem nenhum problema
(SABATER, 1989).
Durante as décadas de 1890 e início de
1900, Hinshelwood, um oftalmologista inglês, estudou
o caso de crianças com sérias dificuldades de
aprendizagem de leitura, caracterizando esta
dificuldade como cegueira verbal. A explicação dada
por ele consistia em dizer que no cérebro existiam
áreas separadas para diferentes tipos de memórias. Em
primeiro lugar teríamos uma memória visual de
palavras. A causa da dificuldade para ler estaria numa
alteração cerebral congênita, que afetaria a memória
visual de palavras, que produziria na criança o que ele
chamava de cegueira congênita (BAROJA, 1989).
Alguns anos mais tarde, no período entre
a Primeira e a Segunda Guerra (1915 – 1940), Samuel
Orton, neuropsiquiatria americano, defendia que a
dificuldade de ler se devia a uma disfunção cerebral de
origem congênita. Orton conheceu o caso de um
menino que não conseguia ler e que apresentava
sintomas semelhantes aos de vítima de traumatismo.
Orton estudou as dificuldades de leitura e concluiu que
havia uma síndrome não correlacionada ao
traumatismo neurológico que provocava a dificuldade
no aprendizado da leitura, ele chamou essa condição
por strephosymolia (com significado de símbolos
trocados) para descrever sua teoria a respeito de
indivíduos com dislexia. Observou também que a
dificuldade em leitura não estava correlacionada às
dificuldades estritamente visuais, e que esta condição
era causada por uma falha na lateralização do cérebro.
Esta disfunção cerebral se produz quando a criança não
possui uma adequada dominância hemisférica. A
dominância hemisférica é importante para o
aprendizado da leitura porque, quando a criança
aprende a ler, vai registrando e armazenando
informações nos dois hemisférios. No hemisfério
dominante, as informações eram armazenadas de
maneira ordenada, enquanto no hemisfério não
dominante as informações seriam armazenadas de
forma desordenada e confusa, invertida como espelho.
Para ler, o hemisfério dominante deve anular a
informação do hemisfério não dominante. Se isto não
processa, devido a uma ausência de dominância
hemisférica, se produz uma série de erros na leitura.
Esses erros podem ser inversões, omissões,
substituição de sons, leitura em espelho (por isso o
motivo dos símbolos trocados ou invertidos). No
trabalho que ele publicou em 1925, sugeria que essa
aparente disfunção na percepção e memória visual
caracterizada por entender as letras e palavras
invertidas (“b” por “d” ou “Was” por “Saw”) era então
a causa da dislexia (RUEDA, 1995).
A definição mais usada na atualidade é a
da IDA (International Dyslexia Association), que diz:
‘Dislexia’ é um dos muitos distúrbios de
aprendizagem, de origem constitucional,
caracterizado pela dificuldade de decodificar
palavras simples. Mostra uma insuficiência
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no processo fonológico. Estas dificuldades
de decodificar palavras simples não são
esperadas em relação à idade. Apesar de
submetida à instrução convencional,
adequada inteligência, oportunidade sóciocultural e não possuir distúrbios cognitivos e
sensoriais.
A Fundação Brasileira de Dislexia
defende que os pesquisadores têm enfatizado que a
dificuldade de soletração é um sintoma muito forte de
dislexia. Há o resultado de um trabalho recente que
quanto maior a capacidade de leitura da criança,
melhor ativação, ela mostra em uma específica área
cerebral, quanto envolvida um exercício de soletração
de palavras. Esses pesquisadores usaram métodos de
Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que
revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas
durante atividades específicas. Essa descoberta enfoca
que essa região cerebral é a chave para habilidade de
leitura, conforme sugere esses estudos. Essa área,
localizada atrás do ouvido esquerdo é a chamada região
ocipto-temporal esquerda. Cientistas advertem que essa
tecnologia não pode ser usada para diagnóstico de
pessoas disléxicas.
A dislexia persiste apesar de boa
escolaridade. É preciso que pais, professores e
educadores em geral estejam cientes de que o número
de crianças disléxicas é muito grande. Caso não haja
uma atenção especial para esses casos, as crianças
acometidas por esse distúrbio serão rotuladas e
confundidas com preguiçosas ou más disciplinadas,
pois é normal que elas expressem frustração,
representada pelo mau comportamento dentro ou fora
do ambiente escolar.
1.2 Principais Sintomas da Dislexia
A linguagem é de suma importância para
o sucesso escolar, ela está presente em todas as
disciplinas e é usada em quase todos os momentos de
nossa vida. É fundamental que o professor, em sala de
aula, faça uma sondagem para encontrar indícios de
dislexia. Os sintomas do distúrbio são: pronúncia com
arritmia, omissão de letras ou sílabas, omissão ou
adição de sons: Casa lê casaco, prato lê pato; ao fazer a
leitura pula-se linha ou volta para a anterior; leitura
silabada e lenta para idade, entonação inadequada,
palavras mal agrupadas, cortes; hesitações e pontuação
não respeitada, dificuldades na interpretação,
dificuldades em análise e síntese; dificuldade para
resumir; confusão de letras, sílabas ou palavras que se
parecem graficamente: a/o, e/c, f/t, m/n, v/u, inversão
de letras com grafia simular: b/p, d/p, d/q, b/d, n/u, a/e;
inversões de sílaba: am/me, sol/los, sal/las, par/pra.
Outros sintomas, ainda, devem ser observados como:
falta de interesse por livros, dificuldades de montar
quebra-cabeças, dificuldades em apresentar rimas e
canções, dificuldade em manusear mapas e dicionários;
dificuldade em decorar sequências; desatenção
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dispersão, desorganização geral e atrasos na entrega de
tarefas; problemas de conduta – retração, timidez
excessiva e depressão (Associação Brasileira de
Dislexia – ABD, Fundada em 1983.
Segundo Vilanova (2000), chefe do setor
de Neurologia Infantil da Universidade Federal de São
Paulo, para identificar um disléxico é preciso observar
se ele tem um aprendizado normal (em todas as
disciplinas), pois algumas crianças podem apresentar
baixo rendimento em matemática o que pode ser
diagnosticado como discalculia, que se traduz em
dificuldades com cálculos ou memorização de tabuada.
1.3 Causas da Dislexia
As causas da dislexia são neurobiológicas
e genéticas, pode ser herdada de um pai, avô, tio ou
primo que seja disléxico. Para entender melhor a causa
da dislexia é preciso compreender como funciona o
cérebro, pois diferentes partes do cérebro exercem
funções específicas. A área esquerda do cérebro está
mais diretamente relacionada à linguagem, nela foram
identificadas três subáreas distintas. Uma delas
processa fonemas, outra analisa palavras e a última
reconhece palavras. Essas três subdivisões trabalham
em conjunto, possibilitando que o indivíduo aprenda a
ler e escrever. Uma criança aprende a ler ao reconhecer
e processar fonemas, memorizando as letras e seus
sons. Dessa forma, ela passa então a analisar as
palavras, dividindo-as em sílabas com mais facilidade,
outra parte de seu cérebro passa a se desenvolver, sua
função é a de construir uma memória permanentemente
que imediatamente reconheça palavras que lhe são
familiares. À medida que a criança progride no
aprendizado da leitura, esta parte do cérebro passa o
dominar o processo e, consequentemente, a leitura
passa a exigir menos esforço. Porém, o cérebro dos
disléxicos, devido às falhas nas conexões cerebrais, não
funciona desta forma. No processo de leitura, os
disléxicos recorrem somente à área cerebral que
processa fonemas. O resultado disso é que os mesmos
têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois
sua região cerebral responsável pela análise de palavras
permanece inativa, suas ligações cerebrais não incluem
a área responsável pela identificação de palavras e,
sendo assim, a criança com este distúrbio não consegue
reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A
leitura se torna um esforço para ela, pois toda palavra
que ela lê, parece ser nova e desconhecida.
A partir de uma leitura atenta do histórico
da dislexia, Ballone (2001), ressalta que, a dislexia tem
sempre como causa primária a relação espacial
alterada, fazendo com que a criança não consiga
decifrar satisfatoriamente os códigos da escrita. O
diagnóstico exige quase sempre uma equipe
multidisciplinar. Esta equipe tem a função básica de
eliminar outras responsáveis pelas trocas de letras e
outras alterações de linguagem.
1.4 Diagnóstico
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Para realizar um correto diagnóstico é
necessário verificar primeiramente se na família
existem casos de dislexia ou de dificuldades de
aprendizagem e na história de desenvolvimento do
indivíduo ocorreu um atraso na aquisição de
linguagem, porque as pessoas disléxicas pensam
primeiramente através de imagens e sentimentos, e não
com sons e palavras sendo bastante intuitivas.
Segundo a orientação da ABD
(Associação Brasileira de Dislexia), criada em 1983, o
diagnóstico só pode ser feito após a alfabetização, entre
a primeira e segunda série. Pois a escola alfabetiza
precocemente, e a criança não acompanha porque não
tem maturidade neurológica suficiente.
Conforme Pennington (1997, p. 65):
A dislexia normalmente não é diagnosticada
até a idade escolar, usualmente não antes do
final da primeira ou segunda série. Contudo,
está se tornando progressivamente claro que
percussores da dislexia estão presentes antes
da idade escolar. Clinicamente, as histórias
pré – escolares de alguns disléxicos, mas não
todos, contém informações sobre retardo
leve ao falar, dificuldades de articulações,
problemas ao aprender os nomes das letras
ou nome das cores, problemas para
encontrar palavras, sequência errada das
sílabas (“aminais” por animais, “donimós”
por “dominós”) e problemas para lembrar
endereços, números telefônicos e outras
sequências verbais. Indagar sobre cada um
desses possíveis problemas é uma parte
importante a ser registrada na história clínica
em caso de suspeita de dislexia.
Então como diagnosticar a dislexia?
Identificado o problema de rendimento escolar ou
sintomas isolados, podem ser percebidos na escola ou
em casa, deve-se procurar especialistas que
componham equipes multidisciplinares, formadas por
psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo, que são
pessoas capacitadas para iniciar uma minuciosa
investigação, verificando todas as possibilidades, antes
de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Isto é chamado de Avaliação Multidisciplinar e de
Exclusão. As equipes multidisciplinares devem ser
compostas por médicos, pedagogos, psicólogos,
professores e pais, que estejam comprometidos em
contribuir para o diagnóstico o quanto mais cedo, o que
propiciará à criança um melhor desenvolvimento da
aprendizagem, da auto-estima e consequentemente do
exercício da cidadania.
1.5 O Professor e o Trabalho com o Aluno Disléxico
Depois de detectada a dislexia, cabe à
escola, juntamente com o professor, incluir este aluno
na sala de aula, trabalhando para com que este aluno
consiga amenizar seu distúrbio de aprendizagem. É
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importante enfatizar que a dislexia não é amenizada
sem um tratamento apropriado. Não se trata de um
problema que é superado com o tempo, ela não pode
passar despercebida. Assim, para trabalhar com a
criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e
ter conhecimento a respeito do problema. “Muitos
professores, preocupados com o ensino das primeiras
letras, e não sabendo como resolver as dificuldades
apresentadas por seus alunos, várias vezes os
encaminham para as diversas clínicas especializadas
que os rotulam como ”doentes”, incapazes ou
preguiçosos. Na realidade, muitas dessas dificuldades
poderiam ser resolvidas dentro da própria escola.”
(OLIVEIRA 1997, p. 9). Nesse sentido, o professor
pode e deve ajudar seu aluno, trabalhando com a
autonomia do mesmo, para que ele se sinta
independente em tudo, acolhendo-o e respeitando-o. O
professor é o maior responsável por facilitar o dia-a-dia
do disléxico, criando alternativas de trabalho dentro da
sala de aula através da prática de repassar ao aluno o
resumo do programa a ser desenvolvido, além de expor
no início do ano, qual matéria e quais métodos serão
utilizados; iniciar cada novo conteúdo com um
esquema mostrando o que será apresentado no período;
usar vários recursos de apoio para apresentar a lição à
classe, além de usar de forma organizada o quadronegro, utilizar também projetor de slides e vídeos;
evitar dar instruções orais e escritas ao mesmo tempo;
avisar antecipadamente quando houver trabalho que
envolvam leitura para que a aluno encontre outras
formas de realizá-lo; propor, sempre que houver
oportunidade, trabalhos em grupo e atividades fora da
sala de aula, como dramatizações, entrevistas e
pesquisas de campo; fazer revisões com tempo
suficiente para que o aluno tire suas dúvidas do assunto
abordado; autorizar o uso de tabuadas, calculadoras e
dicionários durante as atividades e avaliações;
aumentar o tempo para atividade escrita, ler enunciados
em voz alta e verificar se todos entendem o que está
sendo pedido. (ÂNGELA MARIA – Revista Nova
Escola 2005).
Segundo a ABD (Informativo 002 – Fev.
09), os pais também podem ajudar, dividindo a lição
em partes para cansar menos e a produção ser maior;
alguém estar ao lado para ler os enunciados ou explicálos, caso a criança tenha dúvidas; dividir a leitura de
livros com a criança: a criança lê uma parte, a mãe (pai
ou responsável, etc.) outra; começar a leitura do livro
muito antes da avaliação para se ter tempo para leitura
de pequenas partes por vez; procurar livros, sites,
revistas que demonstrem através de figuras, desenhos
que possam facilitar a compreensão; alugar filmes que
retratem questões históricas ou literárias, que estão
sendo vistas na escola também ajudam na
compreensão; valorizar os acertos da criança e não
destacar somente os erros. Não somente em assuntos
relacionados à escola, como também no dia-a-dia;
observar a criança e perceber o que para ela funciona
melhor: estudar à tarde, pela manhã ou à noite, sozinha
ou acompanhada, fazendo intervalos de 15 minutos ou
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meia hora; falar com a criança quando ela estiver com
atenção voltada para você, caso contrário pedir para
que olhe para você para ter certeza que ele irá prestar
atenção e “ouvir” o recado; conversar com a
coordenação da escola e verificar a disponibilidade
para atender às necessidades da criança quanto à prova
oral, provas alternativas, conforme relatório entregue;
propiciar o acompanhamento indicado no relatório para
melhor evolução do desempenho escolar; não corrigir
sistematicamente erros da escrita e desnomias (trocas
de palavras); demonstrar amor, carinho e aceitação,
incentivando a superação das dificuldades. Agindo
dessa forma, pais e educadores estarão ajudando os
disléxicos a amenizar e superar este transtorno.
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que a dislexia é um problema
permanente, e por isso de responsabilidade de todos
envolvidos, principalmente cabe à família e à escolar
dar apoio ao disléxico. Para Selma Martinelle (2004, p.
114):
Uma criança que vive em ambiente familiar
equilibrado e que lhe oferece condições
mínimas de experimentar e expressar suas
emoções tem chances de lidar com maior
segurança e tranquilidade com seus
sentimentos e pode, dessa maneira, trabalhar
com seus sucessos e fracassos de forma mais
adequada.
Nesse sentido, o presente artigo buscou focar a
situação da dislexia dentro do ambiente escolar, e os
principais aspectos e distúrbios de aprendizagem
dislexia, focando as dificuldades de alunos, já que são
esses os maiores prejudicados e ainda alertar
profissionais da área da educação para dificuldades de
aprendizagem, no intuito de evitar situações de
discriminação e combatendo o insucesso escolar,
preservando assim a qualidade de nosso ensino.
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