A Internet e o e-commerce vêm ajudando certos vendedores a atingir o supra-sumo do marketing: fazer produtos personalizados para milhões de consumidores, uma tarefa impossível nos mercados tradicionais. Sites como o da Lands’ End (camisetas e calças) e o da VistaPrint (cartões de visita, blocos de notas e etiquetas) apresentam ferramentas on-line que permitem aos clientes comprar produtos sob medida, de acordo com suas especificações individuais. Os sites se tornaram uma fonte abundante de informações detalhadas sobre o comportamento dos clientes, suas preferências, suas necessidades e seus modelos de compra, que as empresas podem usar para elaborar promoções, produtos, serviços e determinar preços. Parte das informações pode ser obtida solicitando aos visitantes que se inscrevam on-line e forneçam dados pessoais, mas muitas empresas também estão coletando informações de clientes usando ferramentas de software que rastreiam as atividades de visitantes. Ferramentas de rastreamento de cliques coletam dados sobre atividades de clientes em sites e os armazenam em um arquivo de registro. As ferramentas registram o site que os usuários visitaram antes de chegar a um site específico e para onde eles irão depois. Registram também as páginas específicas visitadas nesse site, o tempo gasto em cada uma, os tipos de páginas visitadas e o que os visitantes compraram. As empresas analisam as informações sobre os interesses e o comportamento do consumidor para desenvolver perfis precisos de clientes atuais e potenciais. Tais informações ajudam a empresa a criar páginas Web exclusivas e personalizadas, que apresentam conteúdo ou anúncios de produtos e serviços de especial interesse para cada usuário. Usando a tecnologia para modificar as páginas apresentadas para cada cliente, a empresa pode conseguir os benefícios de um vendedor individual, com custos muito mais baixos. Vêm surgindo como outra promissora ferramenta de marketing baseada na Web. É um site informal, porém estruturado, em que os indivíduos inscritos podem publicar artigos, opiniões, links para outros sites de interesse. Moblogs especializados publicam fotos tiradas por celulares com legendas, permitindo que os usuários comentem os flagrantes alheios, enquanto videologs publicam diários on-line na forma de vídeo. As empresas também usam blogs internamente para se comunicar e trocar ideias sobre projetos e notícias corporativas. Elas estão colocando anúncios nos blogs mais populares, e algumas estão criando seus próprios blogs como um novo canal para atingir o público. Com esses blogs corporativos, as empresas podem apresentar informações a respeito de novos produtos e serviços à clientela atual e potencial, de maneira pessoal e em forma de diálogo. Os leitores são muitas vezes convidados a fazer comentários. Serviços de observação que monitoram blogs populares sustentam que a observação de blog pode ser uma maneira mais rápida e barata de analisar os interesses e sentimentos do consumidor do que os tradicionais grupos de foco. Muitas empresas estão usando sites e e-mail para responder a perguntas dos clientes ou oferecer informações úteis. A Web proporciona um meio que anteriormente requeriam o apoio de um especialista em suporte ao cliente. Ex.: Cias aéreas Cerca de 80% do e-commerce B2B ainda se baseia em troca eletrônica de dados, que permite a troca entre computadores de documentospadrão de transações, como faturas, conhecimentos de embarque, agendamentos de expedição ou pedidos de compra. Elimina a impressão e o manuseio de papéis. Embora muitas organizações ainda usem redes privadas, elas estão cada vez mais preferindo a Internet, porque ela fornece uma plataforma de baixo custo e maior flexibilidade para a conexão com outras empresas. Usando a Internet, as empresas podem levar a tecnologia digital a uma ampla gama de atividades e ampliar seu currículo de parceiros comerciais. Os dispositivos móveis sem fio estão começando a ser usados para compra de bens e serviços. Ainda representa uma pequena fração do total de transações de comércio eletrônico, mas seu faturamento vem crescendo muito. Serviços baseados em informações: mensagem instantânea, e-mail, pesquisa de filmes e restaurantes. Serviços baseados em transações: compra de ações, entradas para espetáculos, música ou jogos, busca do melhor preço para um item. Serviços personalizados: serviços que adivinham o que você quer com base na sua localização ou perfil, tal como informações atualizadas sobre vôos ou cupons para restaurantes próximos. Em parceria com fornecedores de dispositivos móveis, bancos e empresas de serviços públicos, chineses podem pagar suas contas de luz e outros serviços públicos por celular. Como a maioria da população chinesa não usa cheque nem cartões de crédito, para pagar as contas precisam enfrentar longas filas no banco. Quando é preciso fazer um pagamento, o sistema exibe uma mensagem no celular do assinante. O usuário digita uma senha para autorizar o débito em sua conta. A Vindigo oferece guias de cidades e rotas de trânsito para dispositivos móveis mediante uma assinatura de alguns dólares mensais. Assinantes dos serviços sem fio da japonesa NTT DoCoMo podem acessar sites p/ verificar horários de trens, saber quais filmes estão em cartaz, ver guias de restaurantes, comprar tíquetes da Japan Airlines, comercializar ações, ver desenhos animados e ler o maior jornal diário do Japão. Se o saldo da conta de um cliente do Citybank for alterado, e se esse cliente tiver um celular digital que comporta mensagens de texto, o banco lhe enviará um alerta. O Bank of Asia, da Tailândia, oferece um serviço móvel chamado ASIA M-Banking: os clientes inscritos podem verificar seus saldos bancários, transferir fundos entre contas de poupança e outras contas, e pagar suas contas de Internet e celular usando um telefone móvel habilitado para Web. A empresa de viagens on-line Expedia, em conjunto coma Enpocket, uma provedora de tecnologia de marketing móvel, lançou uma campanha de marketing demograficamente orientada. Pessoas entre 18 e 50 anos que viajam com freqüência receberam mensagens de texto pelo celular que as estimulava a visitar o site da Expedia. No site, esses usuários podiam optar por receber, também no celular, futuras ofertas de viagens, itinerários, informações de vôo, etc. A Vodafone Italy, que vem oferecendo serviços móveis desde 1995 a 19 milhões de clientes, começou a oferecer serviços baseados na localização em meados de 2002. Os clientes da Vodafone podem acessar informações de tráfego, calcular itinerários e procurar postos de gasolina próximos, assim como hotéis, restaurantes e instituições médicas. Em Londres, a Zingo oferece um serviço pelo qual se pode usar o celular para chamar um táxi. Ligando para um número de telefone específico, o cliente se conecta ao motorista de táxi mais próximo, podendo falar diretamente com ele para confirmar os detalhes da corrida. Os celulares estão rapidamente se transformando em plataformas de entretenimento portáteis. Os serviços de telefonia móvel oferecem jogos digitais e ringtones (vinhetas digitalizadas de música que tocam no celular quando o usuário recebe ou faz uma chamada) que podem ser baixados da Web. Novos aparelhos combinam as funções de celular e reprodutor de música portátil. Os usuários de serviços de banda larga dos principais fornecedores sem fio podem baixar sob demanda trailers de filmes, videoclipes, clipes de esportes, notícias e boletins do tempo. O MobiTV, disponibilizado pela Sprint e pela Cingular Wireless, apresenta 25 programas de TV ao vivo, incluindo N+MSNBC e Fox Sports. A SK Telecom Co., da Coréia do Sul, também oferece serviço de TV por celular ao vivo. Empresas cinematográficas estão começando a reproduzir curta-metragens elaborados para exibição em celulares. Embora celulares, PDAs e outros dispositivos de mão possam acessar a Web a qualquer momento e de qualquer lugar, a quantidade de informações com a qual eles podem lidar simultaneamente ainda é muito limitada. Até que o serviço de banda larga 3G se popularize, esses dispositivos não serão capazes de transmitir ou receber grandes quantidades de dados. A informação precisa caber em suas pequenas telas. Alguns sites foram especificamente projetados para o m-commerce. Eles apresentam páginas Web com pouquíssimos elementos gráficos e informações sucintas, que cabem na tela de um pequeno dispositivo móvel. Portais sem fio (ou portais móveis) especiais apresentam serviço e conteúdo otimizados para dispositivos móveis, que conduzem os usuários às informações de que eles provavelmente precisam. Em geral, esses portais oferecem uma variedade de recursos, links para outros sites sem fio e a possibilidade de selecionar conteúdo a ser arrastado para o dispositivo do usuário, assim como representam um ponto de entrada para qualquer um enviar uma mensagem ao usuário. O portal sem fio da Microsoft, por exemplo, oferece acesso aos noticiários da MSNBC, esportes da ESPN, horários de filmes, boletins de tráfegos locais, guias de restaurantes, páginas amarelas e relatórios da bolsa, assim como recursos para gerenciar e-mails e mensagens instantâneas. Os hotspots Wi-Fi para acesso à Internet sem fio vêm se multiplicando em muitos países, pois essa tecnologia combina acesso de alta velocidade à Internet com certa dose de flexibilidade e mobilidade. A implantação de serviços de m-commerce móveis, contudo, tem se mostrado mais problemática. Os teclados e as telas dos celulares ainda são minúsculos e desajeitados. A velocidade de transferência de dados nas redes celulares de segunda geração é muito baixa, se comparada à das conexões de Internet de alta velocidade e mesmo de acesso discado para PCs. Cada segundo aguardando por dados durante o download significa custos para o cliente. Além disso, a maioria dos telefones habilitados para Internet tem pouca memória e bateria. O conteúdo Web para dispositivos sem fio encontra-se a maioria em forma de texto, com pouquíssimos recursos gráficos. Para que o comércio móvel se torne popular e bemsucedido, mais sites precisam ser projetados especificamente para os pequenos dispositivos sem fio, e esses dispositivos também precisam adaptar-se à Web. O m-commerce se beneficiará de redes 3G e de outros serviços de banda larga por celular, bem como dos sistemas de pagamento interoperadoras. Cartões de crédito: são 80% dos pagamentos online nos EUA, e cerca de 50% na maioria dos países. Os sistemas digitais de pagamento por cartão de crédito ampliam a funcionalidade dos cartões, de modo que possam ser usados para fazer pagamentos de compras on-line. Proporcionam maior segurança e conveniência, oferecendo mecanismos para autenticação e garantia de validade do cartão do comprador. Carteiras digitais: tornam as compras pela Web mais fáceis, eliminando a necessidade de o usuário digitar novamente seu endereço e informações de cartão de crédito a cada compra. Eles armazenam com segurança informações de identificação do cartão de crédito e de seu portador e as fornecem à caixa registradora de um site de e-commerce. Micropagamento: tem sido desenvolvidos para compras de menos de US $ 10,00, como download de clipes. Sistemas de pagamento digital de saldo devedor acumulado: permitem que os usuários façam micropagamentos pela Web, acumulando um saldo devedor que deve ser pago periodicamente em suas contas de cartão de crédito ou de telefone. Sistemas de pagamento de valor pré-armazenado: permitem que os consumidores façam pagamentos instantâneos on-line a comerciantes e outros indivíduos com base em um valor préarmazenado em conta digital. Dinheiro digital (dinheiro eletrôncio ou e-cash): também pode ser usado para micropagamentos ou para saldar compras maiores. Os usuários recebem software cliente e podem transacionar dinheiro pela Internet com outro usuário ou com um varejista.Facilita micropagamentos e é útil para pessoas que não têm cartão de crédito. Sistemas peer-to-peer: surgiram para atender às pessoas que querem enviar dinheiro a vendedores ou indivíduos que não estão equipados para aceitar pagamentos por cartão de crédito. A parte que remete o dinheiro usa seu cartão de crédito para criar uma conta para o pagamento designado em um site dedicado a pagamentos P2P. O recebedor recolher o pagamento acessando o site e informando para onde quer que seja enviado (conta bancária ou endereço fixo). Cheque digital: ampliam a funcionalidade das contas correntes, de modo que elas possam ser usadas para pagamentos de compras on-line. São menos caros do que os cartões de crédito e muito mais rápidos do que os cheques tradicionais. São criptografados com uma assinatura digital que pode ser conferida, e usados para pagamentos no e-commerce. São muito usados entre empresas. Sistemas eletrônicos de apresentação e pagamento de faturas: são usados para saldar contas mensais rotineiras. Permitem que os usuários verifiquem suas contas eletronicamente e efetuem os pagamentos por meio de transferências eletrônicas de fundos de contas bancárias ou de cartão de crédito. Apóiam pagamentos de compras ou serviços realizados em lojas on-line ou reais após a realização da compra. Eles notificam aos compradores as contas a vencer, apresentam faturas e processam pagamentos. Com uma conexão Wi-Fi, você pode tirar proveito de todas as formas mencionadas de pagamento por Internet – o fato de você estar conectado em uma conexão sem fio não muda nada. Celulares, computadores de mão e outros dispositivos sem fio equipados com acessórios para ler cartões de crédito estão ganhando popularidade. Muitas transações de m-commerce, porém, não incluem compras pequenas e freqüentes de artigos como refrigerantes, resultados de jogos, jornais ou games que exigem sistemas de micropagamento especiais. Esses sistemas estão funcionando bem na Europa e na Ásia, onde as operadoras móveis e o provedores de serviço de Internet lidam com pequenos pagamentos agregando-os e apresentando-os em uma única conta – na própria conta de celular, por exemplo. Em Londres, você pode comprar o refrigerante Virgin Cola usando um celular Virgin Mobile, digitando o número da máquina de venda (o custo do refrigerante será somado à sua conta de celular). Na Finlândia, usuários de Helsinque podem pagar o estacionamento com o celular. Tanto nos EUA como na Europa, os serviços de micropagamento estão baseados em um modelo de quintal privativo, no qual cada prestador de serviço opera seu próprio sistema de pagamento independente. O que falta para o m-commerce deslanchar é mais interoperabilidade, algo que só se consegue quando todos os participantes concordam em adotar uma plataforma comum e segura para os pagamentos. Para se tornar amplamente aceito, um sistema de pagamento de m-commerce universal precisa estar respaldado pelos principais envolvidos nos sistemas de pagamento: consumidores, vendedores, fabricantes de equipamentos telefôncios, provedores de serviços sem fio e membros do mercado financeiro.