COLUNA
Perspectivas para o
setor florestal
Foto: divulgação
Ivan Tomaselli
Diretor presidente da Stcp
Engenharia de Projetos Ltda
Contato: [email protected]
Um novo ciclo com recuperação da demanda e dos preços
está previsto para 2013
A
s tendências são a base para definir perspectivas, mas
fazer projeções não é um trabalho fácil. São muitas
variáveis que podem mudar de direção e definir um
cenário no futuro é sempre um risco. Alguém nesses últimos
dias disse: a probabilidade de um economista acertar uma
previsão de como será o quadro econômico em 3, 4 ou 5 anos
é a mesma que a de um vidente.
De qualquer forma, sempre é possível acertar as previsões.
O ano de 2012 não foi o melhor para setor florestal. Na realidade, o ano passado não foi bom para a economia mundial e
não foi bom para o Brasil com a maioria dos setores afetados
pela crise internacional. De uma maneira geral o agronegócio
brasileiro foi muito afetado. O quadro abaixo compara as
exportações brasileiras de 2012 com 2011 (total e de alguns
produtos selecionados do agronegócio):
VARIAÇÕES NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
2011-2012
Valor
Toneladas
- 5,6%
+ 0,4%
- Café
- 26,0%
- 15,4%
- 12,5%
- Carne
- 0,8%
+ 3,4%
- 4,0%
- Prod. Madeira
- 6,1%
- 0,8%
- 5,3%
TOTAL BRASIL
Preço Médio
AGRONEGOCIO
As exportações totais do Brasil foram, em termos de valor,
5,6% menores que as de 2011. Entre os produtos do agronegócio ocorreu em 2012, de maneira geral, uma redução de
preços, e o resultado foi um declínio no valor exportado, com
manutenção ou até aumento dos volumes. Para produtos de
madeira o preço médio em 2012 caiu 5,3%. Esse quadro é
resultado de um cenário negativo na economia mundial (crise
nos Estados Unidos da América e Europa).
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Por outro lado, o agronegócio brasileiro é muito competitivo. A população rural, que era 64% da população brasileira
em 1950, passou para 32% em 1980 e atualmente é de 15%.
Apesar dessa população diminuir significativamente a produção agrícola cresceu a taxas elevadas. A produção de grãos,
por exemplo, que em 2002 era de100 milhões de t (toneladas)
e ocupava uma área de 40 milhões de ha (hectares), passou
em 2012 para 180 milhões de t com uma área ocupada de 52
milhões de ha. O aumento de 80% no volume produzido teve
um impacto de somente 30% em termos de área ocupada, indicando um grande avanço em produtividade. O mesmo ocorre
com o setor florestal, no qual as produtividades médias atuais
são 50% maiores que as produtividades dos anos 80 e 90.
No médio e longo prazo o Brasil deverá continuar a ganhar
participação no mercado internacional, e o agronegócio, incluindo o setor florestal, manterá uma posição de destaque
na economia nacional. As análises indicam que 2010 a 2012
foram anos de ajustes na economia mundial, e que em 2013
inicia-se um novo ciclo de crescimento, com recuperação na
demanda e nos preços de produtos florestais.
Para o setor florestal, o mercado nacional deverá em 2013
continuar atrativo e importante, no entanto as empresas
necessitam manter os investimentos para melhorar a competitividade e assegurar uma participação sustentável no mercado internacional. O crescimento do comércio internacional
continuará superior ao crescimento da demanda nacional
e global, e a estratégia do setor florestal deverá considerar
esforços para uma maior internacionalização.
Em 2013 inicia-se um novo ciclo
de crescimento, com recuperação
na demanda e nos preços de
produtos florestais
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