OPINIÃO
“A TEMPESTADE PERFEITA”
Convidamos os nossos gestores a responderem 3 perguntas que nos foram encaminhadas por um de
nossos participantes assistidos.
Leia abaixo a opinião do gestor WESTERN ASSET.
A PRhosper acredita que somente através da educação financeira os nossos participantes
adquirem as habilidades essenciais para o correto planejamento de aposentadoria.
Esta publicação tem o objetivo de promover a transparência na gestão de investimentos.
Esta publicação não representa uma recomendação de investimento nem uma sugestão
de compra de qualquer produto do gestor.
A PRhosper não se responsabiliza por decisões tomadas com base nas opiniões aqui publicadas.
1 - O QUE SE PASSOU PARA DAR NEGATIVO NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2013?
A tempestade perfeita. Assim podemos resumir o que aconteceu aos mercados no mês de junho. O IBrX, com queda
de 9,1%, teve o seu pior mês desde outubro de 2008. O Real desvalorizou-se 3,8% no mês, mas chegou, no pior
momento, a estar 5,4% mais desvalorizado do que no fechamento de maio. O estopim para tal comportamento dos
mercados financeiros veio dos EUA. O Banco Central americano afirmou que vai começar a diminuir o ritmo do
programa de compras de títulos conhecido como Easing Quantitativo 3 ainda neste ano. Como consequência, os
títulos do governo americano de longo prazo reagiram fortemente a este novo quadro: a treasury de 10 anos subiu
mais 36 pontos neste mês, para 2,52%. Aqui no Brasil, seguindo este movimento, as taxas de juros futuras subiram
de maneira relevante neste mês de junho.
Também não faltaram motivos internos que levaram a essa desvalorização da bolsa e desvalorização do câmbio.
A agência de risco S&P rebaixou a perspectiva do rating do Brasil para negativo. Deterioração da política fiscal e
perspectiva de fraco crescimento econômico foram os motivos apontados para a revisão. Além disso, o Brasil foi
sacudido por protestos populares, que ganharam uma dimensão que não se via desde o movimento das Diretas Já,
em 1984. Começando com a exigência de redução de R$ 0,20 no preço das passagens de ônibus em São Paulo, as
manifestações espalharam-se rapidamente por todo o país, com uma pauta focada principalmente na eficiência do
uso dos recursos públicos.
2 - O QUE VOCÊS FIZERAM PARA ESTANCAR/REVERTER?
Com todo o stress pelo qual passou o mercado de Renda Fixa durante o mês de junho, decidimos aumentar nossas
posições neste mercado. Acreditamos que houve um grande exagero em termos de precificação na curva de juros
local, criando uma boa oportunidade de entrada neste mercado.
Vejamos o por que:
Em nossa visão, ao final de junho, a curva de juros embutia algo como 400 pontos-base de aperto monetário total
neste ciclo, o que significaria uma SELIC de 11,25% ao final do processo. Em nossa avaliação, o BC certamente
terá que elevar a SELIC mais do que inicialmente gostaria, em função da desvalorização do Real, mas também
certamente não tem a pretensão de trazer a inflação para o centro da meta em 2013 ou mesmo 2014. Além disso,
não parece ser politicamente viável um choque de juros que teria seu efeito máximo no ano da eleição. Para manter
a inflação rodando por volta de 5,5%, será suficiente um aperto total de 200 a 250 pontos-base, o que significa uma
SELIC de 9,25% a 9,75%. Por isso, avaliamos que há um prêmio bastante razoável na curva de juros prefixados
nestes níveis. O mesmo ocorre com os juros reais mais longos: os títulos com vencimento em 2050 fecharam o mês
pagando IPCA+5,45%, o que consideramos uma taxa de juros real alta para o Brasil em regime. Avaliamos que esta
taxa deveria estar mais próxima de 4,5%.
3 - O QUE SE PODE ESPERAR PARA O CURTO/MÉDIO PRAZO?
Acreditamos que o impacto das manifestações populares nas ruas sobre os mercados locais ainda é incerto, e muito
limitado no curto prazo. O fato que dominou os mercados em junho foi a continuidade da elevação das taxas das
treasuries norte-americanas, em função do receio de um aperto monetário antes do tempo.
Sobre esse tema, consideramos que o mais provável é que o Banco Central Americano seja cauteloso na retirada
dos estímulos monetários. Depois deste primeiro choque dos mercados (foi a primeira vez que Bernanke mencionou
o fim dos estímulos monetários em seus discursos), é provável que entremos em uma fase em que os dados
positivos da economia norte-americana continuem dando a tônica, ao mesmo tempo em que ficará claro que o Banco
Central Americano será parcimonioso na retirada dos estímulos monetários. Esta combinação será bastante propícia
para investimentos em mercados de risco.
A retomada da atividade econômica norte-americana é, em si, uma boa notícia. E os dados dos últimos meses
vêm mostrando uma inequívoca recuperação. Esta recuperação, inclusive, já afetou positivamente as taxas de
desemprego, que recuaram de quase 11% no pico há quatro anos, para 7,6% hoje. Claro, este nível de desemprego
ainda está distante daquele aceitável para o padrão norte-americano, mais próximo de 5%. Por isso, é pouco
provável que o Banco Central Americano decida fazer um movimento pesado antes do desemprego atingir os 6,5%
determinados em reunião anterior do FOMC. Mesmo porque, a inflação está bastante bem comportada, rodando
consistentemente em níveis inferiores a 2%.
DISCLOSURE
Este material é um breve resumo de determinados assuntos econômicos, sob a ótica dos gestores da Western Asset
Management Company DTVM Limitada (“Western Asset”) e possui finalidade meramente informativa.
O conteúdo deste material não tem o propósito de prestar qualquer tipo de consultoria financeira, de recomendação
de investimentos, nem deve ser considerado uma oferta para aquisição de produtos da Western Asset.
A Western Asset não se responsabiliza pelas decisões de investimento tomadas pelo leitor.
A RENTABILIDADE OBTIDA NO PASSADO NÃO REPRESENTA GARANTIA DE RENTABILIDADE FUTURA.
© Western Asset Management Company DTVM Limitada 2013. Este material é de propriedade da Western Asset
Management Company DTVM Limitada e foi preparado para uso exclusivo da Prhosper - Previdência Rhodia.
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