PLANO DE AÇÃO ENCONTROS DE FORMAÇÃO COM REPRESENTANTES DOS CONSELHOS ESCOLARES PROPOSTA DE AÇÃO Qualificar a participação dos representantes dos Conselhos Escolares por meio de encontros bimestrais de formação. CONTEXTUALIZAÇÃO O Conselho de Escola é um espaço de diálogo, reflexão e ação que reúne professores, gestores, funcionários, familiares e alunos. É um elemento chave para a democratização da gestão escolar em todos os âmbitos (administrativo, pedagógico e financeiro), previsto no Plano Nacional de Educação. Para potencializar a participação dos conselheiros nesse espaço privilegiado, é preciso um processo permanente de formação que combine um aprofundamento dos temas educacionais, a sensibilização e reflexão sobre questões do cotidiano da escola e oportunidades para vivenciar ações concretas de intervenção e práticas democráticas. Em 2004, o Ministério da Educação criou o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, que oferece cursos presenciais e à distância para técnicos das secretarias municipais e estaduais de educação e disponibiliza materiais didático-pedagógicos para apoiar a formação dos conselheiros. Saiba mais no site: http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12384&Itemid=657 COMO EXECUTAR Participar de algumas reuniões de Conselhos de Escola e conversar com os conselheiros para entender melhor suas demandas e interesses. Isso será fundamental no planejamento da atividade. Procurar a Secretaria Municipal ou Estadual de Educação e discutir a viabilidade de uma parceria para as formações. Caso não seja possível, propor um apoio mais pontual para que um ou mais técnicos contribuam em momentos específicos da formação. Constituir uma equipe para coordenar o processo formativo, com a participação de representantes da escola. Fazer um planejamento dos encontros, partindo das conversas estabelecidas com os conselheiros para a sugestão dos temas a serem abordados. É preciso estar sempre aberto a outros interesses que sejam despertados no decorrer dos encontros. Para o período de um ano, é recomendável planejar cinco encontros bimestrais. As datas e o horário das formações devem ser decididos em conjunto com os conselheiros, buscando contemplar o maior número deles. Os encontros de formação devem ser pensados com o foco nos conselheiros. Porém, podem estar abertos a toda a comunidade escolar interessada. É importante, no entanto, que o grupo não fique muito grande, para não comprometer as atividades. 40 pessoas é um bom número para se ter em mente. Para ajudar a definir os temas e a preparar as formações, você pode baixar as publicações do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. São 12 cadernos didáticos com temas sobre os Conselhos Escolares, disponíveis no site: http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12384&Itemid=657. Publicações para ter acesso ao material. Clique em Nestes encontros, poderão ser discutidos os seguintes temas: o Projeto Político-Pedagógico da escola; o papel da família na educação; a concepção de infância e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); a importância do brincar para o desenvolvimento da criança; indicadores de qualidade na educação; gestão democrática da escola; planejamento; financiamento da educação básica; processos de avaliação escolar; organização de eventos na escola; entre outros. Na hora de escolher os facilitadores e/ou especialistas para falar de cada tema, procure junto à rede de agentes-chave, na escola, nas ONGs ou outras entidades locais. Muitas vezes, uma pessoa que tenha vivência no assunto e conheça bem o grupo tem mais condições de preparar uma formação adequada. Para cada encontro, detalhar com antecedência a programação apontando quem facilitará cada momento e quais os materiais necessários. Este documento poderá ser compartilhado com os membros do Conselho para que dêem sua opinião. Socializar a programação dos encontros com toda a comunidade escolar, por meio de cartazes, folhetos ou outros meios já utilizados para a comunicação com os familiares. Lembre-se que nem sempre os conselheiros já estão mobilizados de antemão. Em alguns casos, é preciso utilizar diferentes estratégias para garantir sua presença nos encontros. Converse com a direção da escola para conhecer os canais de comunicação que normalmente funcionam naquele contexto. Muitas vezes, um contato mais próximo por telefone é mais eficiente. QUEM PODE EXECUTAR Mobilizadores, agentes-chave e técnicos da Secretaria de Educação. É importante também potencializar outros atores envolvidos na Unidade Educacional para que, no futuro, exerçam, de forma autônoma, as formações. DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE Obs: a atividade pode ser adaptada conforme a realidade local e os conhecimentos prévios do mobilizador sobre o assunto. Materiais necessários Podem variar de acordo com as atividades planejadas. Mas, é importante ter sempre um kit com papel kraft, canetas, tesoura, fita crepe, sulfite, papel de rascunho, lápis, borracha, giz de cera e cola. Os encontros formativos devem ter por volta de duas horas de duração. Períodos mais longos podem inviabilizar a participação de alguns conselheiros por indisponibilidade de tempo. O grupo de facilitadores deve chegar mais cedo ao local da formação para preparar o espaço, fazer um check-list dos materiais, testar equipamentos e receber os primeiros participantes. Cada encontro deve ser planejado de acordo com o tema a ser discutido e as características do grupo. Abaixo, são apresentadas algumas sugestões de formato para os encontros: Momento I – Acolhida: É sempre importante dedicar os primeiros 15 minutos do encontro para um acolhimento, no qual os facilitadores apresentam os objetivos e a pauta do dia, retomam o que foi visto na reunião anterior e promovem alguma dinâmica de aquecimento e interação do grupo. Procure variar o tipo de proposta a cada encontro (vídeo, música, dinâmicas corporais, desenhos, leitura de textos etc). Momento II – Problematização: Os 30 minutos seguintes devem ser usados para problematizar o “tema do dia”. Para isso, o facilitador pode provocar um diálogo em círculo no qual os participantes compartilham suas visões, saberes, questionamentos e vivências sobre o assunto. As questões problematizadoras em geral são perguntas amplas como “que escola queremos?”, “que criança esta escola vai formar?”, “como se dá a relação entre a escola e a comunidade?”. Momento III – Aprofundamento: É neste momento em que os facilitadores – ou especialistas convidados – irão apresentar de forma mais detalhada o tema do dia. Sempre que possível, é recomendável utilizar outras metodologias de trabalho que não sejam no formato “palestra”. É importante combinar falas mais curtas (no máximo 30 minutos) com atividades em grupo e tempo para o debate. Momento IV – Encerramento: Os últimos 15 minutos devem ser reservados à avaliação coletiva do encontro. Mesmo que a programação esteja atrasada, cuidado para não pular este momento. Ele é fundamental para ouvir a opinião das pessoas sobre o dia, avaliar cada atividade realizada e discutir os ajustes necessários para os próximos encontros. Lanche: É sempre muito válido planejar um tempo para o “café” – que pode acontecer antes ou depois do encontro, a ser decidido com o grupo. Além de ser um momento mais informal de integração do grupo, ele é importante para os participantes que, muitas vezes, tiveram de ir direto do trabalho para o encontro. RECOMENDAÇÕES Buscar formas de socializar os conhecimentos construídos nas formações, por meio de informativos, jornal mural, relatos publicados no Blog Educação e outros meios. No site do Ministério da Educação, há um banco de experiências onde é possível publicar (ou ler) relatos sobre Conselhos de Escola. Acesse: http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12387&Itemid=662 Sugestões de leitura sobre o tema: SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. 33.ª ed. revisada. Campinas, Autores Associados, 2000. STIRNER, Max. O Falso Princípio da nossa educação. São Paulo, Editora Imaginário, 2001. OBSERVAÇÃO A atividade aqui apresentada foi elaborada pelo Instituto Paulo Freire.