PAPEL DO CBPF EM UMA NOVA ESTRATÉGIA CIENTÍFICA Os institutos do MCT devem ser instrumentos de política científica. É claro que os institutos atuam no presente de formas bem diversas, em função dos motivos específicos que levaram à sua criação e de sua evolução histórica nos mais variados contextos. Em alguns casos, a pesquisa realizada pelo instituto atende a uma demanda nítida, sendo, portanto, fácil delimitar o seu campo de atuação. Na base da cadeia do conhecimento, tal predeterminação seria inútil e contraproducente. Em se tratando de ciências realmente básicas, como a física, o maior desafio para a atuação política de um instituto do MCT é o de detectar novas tendências e identificar as áreas em que o país deve investir, sob o risco de não se tornar competitivo em futuros cenários científicos e tecnológicos. Evidentemente, só os cientistas mais qualificados estão em condições de realizar as necessárias sondagens, encaminhando sugestões para os responsáveis por decisões estratégicas do governo. Portanto, é indispensável manter a restrição para o ingresso no CBPF a pessoal de alto nível científico. Até o presente, a falta de uma formulação estratégica para a política científica por parte do Governo Brasileiro acarretou o mau aproveitamento de seu Instituto dentro do MCT na área da física. Reconhecido internacionalmente por sua excelência e tendo prestado grandes serviços para a implantação das ciências físicas no Brasil, o CBPF não teve sua atuação limitada à de um departamento universitário mesmo diante de severas restrições de orçamento e de salários. Suas iniciativas levaram à criação de novos institutos como o LNLS e até do Centro Latino-Americano de Física (CLAF). Continua a realizar seqüências de escolas de cosmologia, conferências internacionais e amplas escolas de verão. A transformação institucional por que passa o CBPF, assim como a retomada de investimentos reviabilizará, plenamente a sua atuação a nível nacional. A partir de sua nova posição como Instituto do MCT e passando a contar com um Conselho Técnico Científico (CTC) composto majoritariamente por membros externos, o CBPF poderá programar atividades que atendam às amplas necessidades da comunidade de física em geral e de ciências afins, fornecendo o apoio logístico para Escolas e Workshops estendidos mesmo a assuntos que escapem ao âmbito tradicional do CBPF. Para cada tema que o CTC aprovar, serão convidados organizadores entre os especialistas mais categorizados brasileiros ou estrangeiros. Procurar-se-á uma estreita colaboração com outros programas como a COPPEA da UFRJ e o Centro de Estudos Avançados da USP. Note-se que, não obstante o valor intrínseco dessas outras organizações, elas não são diretamente ligadas ao MCT, nem estão em posição de atuar como instrumentos para a formulação da estratégia científica do Governo. Além de organizar atividades que desvendem os novos horizontes das ciências físicas, é necessário que um instituto como o CBPF se torne centro de discussão de política científica na área da física e ciências afins, assumindo um papel ativo de assessoramento do MCT. Neste sentido, o CBPF já convocou, no ano passado, uma mesa redonda com expressivos membros da comunidade na área de física para discutir o futuro papel dessa Instituição. As recomendações informais desta reunião foram assimiladas na elaboração deste documento. Neste ano o CBPF também sediou uma importante reunião convocada pelo Comitê Assessor de Física – CNPq para uma ampla discussão de política científica. 1 Pretendemos que o novo CTC do CBPF torne-se um núcleo de discussões a ser periodicamente ampliado quando conveniente. Note-se que a recente movimentação para se criar um programa especial na área de nanotecnologia não contou com o suporte institucional qualificado na área da física que poderia ter sido fornecido pelo CBPF. Um Centro de Física, capaz de assessorar o Governo na formulação de sua política científica, tem como base núcleos ativos em pesquisa, tanto experimental quanto teórica. De fato, só um ambiente oxigenado por investimentos em infra-estrutura, como biblioteca e instrumentos de pesquisa, no qual pesquisadores jovens, estudantes de doutoramento e pós-doutores participam das discussões científicas, será capaz de atrair os melhores especialistas para se radicarem temporariamente no CBPF para organizar Workshops. Sabemos que este princípio é respeitado pelas instituições que criaram renome internacional por esta atividade, como o núcleo de física teórica da Universidade da California em Santa Bárbara e o novo Instituto Max Planck para Sistemas Complexos em Dresden. O enriquecimento da atividade de pesquisa é um elemento essencial que falta ao Centro de Matéria Condensada em Brasília, por exemplo. O CTC ampliado deverá propor ao MCT novas áreas para o CBPF criar laboratórios que serão referência nacional, abertos à comunidade. Por fim, notamos que um centro de excelência como o CBPF também deve ter um papel de apoio a centros emergentes, cujo desenvolvimento é essencial para a difusão da pesquisa científica no país. Além de convênios entre as respectivas coordenações de pósgraduação, é importante que jovens pesquisadores tenham acesso aos laboratórios do CBPF. Para otimizar esta interação, pretende-se criar uma estrutura de Grupos Associados, relacionados com linhas de pesquisa desenvolvidas no CBPF. 2 MISSÃO, RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA Missão Institucional O CBPF, como um centro nacional de pesquisa, tem como missão institucional realizar pesquisas científicas em Física e suas aplicações, além de atuar como um centro de formação, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal científico. Histórico O CBPF foi fundado em 1949, como Sociedade Civil, por um grupo de eminentes físicos brasileiros entre os quais Cesar Lattes, Leite Lopes e Jaime Tiomno, e teve, juntamente com o Instituto de Física da USP em São Paulo, um papel seminal na formação das primeiras gerações de físicos brasileiros e latino-americanos e no desenvolvimento da Física no país. Ao longo de sua existência, o CBPF tem abrigado grupos de excelência em diferentes áreas e, em três momentos distintos, desempenhou um papel único no cenário científico nacional, ao contribuir para a criação de outras instituições de renome, como o Instituto de Matemática Pura e Aplicada - IMPA, em 1952, o Laboratório Nacional de Computação Científica LNCC, em 1980, e o Laboratório Nacional de Luz Síncroton - LNLS, em 1985. Já na década de 50 o CBPF promovia cursos avançados que posteriormente se transformariam na primeira pós-graduação em Física do país, criada em 1963 e reconhecida pela CAPES em 1972, quando o CBPF recebeu a autorização governamental para a concessão de diplomas de Mestre e Doutor em Física. Desde então, o CBPF tem mantido um elevado padrão de excelência na sua pós-graduação, reconhecido nas avaliações periódicas da CAPES. Nas décadas de 50 e 60 o CBPF deu contribuições de alta relevância e impacto internacional na Física Teórica e na Física de Raios Cósmicos. No início dos anos 60, projetou e construiu aceleradores lineares de elétrons. Na área da Matéria Condensada, criou o primeiro laboratório Mössbauer da América Latina e foi líder em aplicações do efeito Mössbauer a diferentes ramos da Química e da Física. Em 1975, depois de grave crise institucional, devido à dificuldade de obter financiamento para manter suas atividades, o CBPF foi incorporado ao CNPq. Como um dos seus Institutos de pesquisa, o CBPF pôde voltar a desenvolver-se, reconstituindo seu quadro de pesquisadores. Continuou a dar ênfase ao desenvolvimento da pesquisa básica e ao intercâmbio científico e veio a ser pioneiro na participação brasileira em grandes colaborações internacionais na área de Física experimental de altas energias. Na segunda metade dos anos 80, o acesso aos financiamentos da FINEP permitiu ao CBPF a compra de novos equipamentos, iniciando um processo de modernização de seus laboratórios. Na década de 90, a estabilização do orçamento possibilitou a implantação de uma política de renovação da infra-estrutura laboratorial e computacional. Como conseqüência, os grupos de pesquisa do CBPF aumentaram sua produtividade, atingindo níveis de excelência internacional. Em agosto de 2000 o CBPF foi transferido do CNPq para o Ministério da Ciência e Tecnologia, passando a fazer parte de seus Institutos de Pesquisa. 3 PERFIL INSTITUCIONAL O CBPF constitui-se atualmente por 66 doutores, 40 técnicos e 65 gestores, totalizando 171 servidores. A evolução do quadro de pessoal é mostrada na tabela abaixo. Como pode ser constatado houve uma acentuada diminuição do quadro nos últimos anos, devido a aposentadorias e demissões e ao baixo nível salarial da carreira de pesquisa em comparação com as universidades federais. Esta situação começou a ser corrigida pelo MCT em julho de 2000. Além de seu quadro permanente, o CBPF possui um quadro flutuante de cerca de 235 pessoas entre alunos de pós-graduação, iniciação científica e tecnológica, professores visitantes, tecnologistas e alunos de 2o grau do programa de vocação científica, que fazem do CBPF uma instituição dinâmica e de grande efervescência científica. Servidores Ativos QUADRO DE PESSOAL DO CBPF 1996 1997 1998 189 183 183 1999 168 2000 171 Servidores Inativos 91 93 95 101 102 Pesquisadores 73 70 69 65 66 Técnicos e Tecnologistas Gestão Permanente Gestão Terceirizada 45 71 48 42 71 66 42 72 96 40 63 92 40 65 97 4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CBPF As atividades de pesquisa do CBPF, experimentais e teóricas, são desenvolvidas por grupos de pesquisadores lotados em 6 coordenações, conforme diagrama de fluxo abaixo. Para garantir a qualidade da produção científica do instituto, além de uma coordenação de administração, existem três coordenações de apoio à pesquisa: de Atividades Técnicas, que é responsável pelo apoio à infra-estrutura experimental e informática; de Formação Científica, responsável pelos cursos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) e a de Documentação e Informação Científica, responsável pela biblioteca e pela divulgação da produção científica e editorial da instituição. A administração geral do CBPF é conduzida por uma Diretoria e um Conselho Técnico-Científico, formado por 3 membros internos e 4 externos. CTC DIRETORIA CME CMF CAT CNE CDI CCP CRP CFC CLAFEX CAD SAA SEF SMP SRH CTC - Conselho Técnico-Científico CME - Coordenação de Matéria Condensada e Espectroscopia CMF - Coordenação de Matéria Condensada e Física Estatística CNE - Coordenação de Física Nuclear e Altas Energias CCP - Coordenação de Teoria de Campos e Partículas CRP - Coordenação de Relatividade e Partículas CLAFEX - Coordenação do Laboratório de Cosmologia e Física Experimental de Altas Energias CAT - Coordenação de Atividades Técnicas CDI - Coordenação de Documentação e Informação Científica CFC - Coordenação de Formação Científica CAD - Cordenação de Administração SAA - Serviço de Apoio Administrativo SEF - Serviço Financeiro SMP - Serviço de Material e Patrimônio SRH - Serviço de Recursos Humanos 5 ÁREAS DE ATUAÇÃO E GRUPOS DE PESQUISA Uma das características históricas do CBPF é a realização de pesquisa fundamental em diferentes áreas da Física. Mais recentemente, os grupos de pesquisa têm ampliado suas atividades para áreas interdisciplinares e de instrumentação científica e informática. Área Grupos de Pesquisa Matéria Condensada Magnetização, Filmes Finos, Supercondutividade, Meteoritos, Ligas Metálicas, RMN de Materiais Magnéticos, Biomateriais, Nanoscopia, Raios X, MagnetismoSQUID, Estruturas Eletrônicas, Moléculas de Superfície, Fenômenos Coletivos na Matéria Condensada, Correlação Angular, Propriedades Magnéticas e Supercondutoras de Sistemas Intermetálicos e Modelagem de Ecossistemas. Física dos Sistemas Biológicos Estatística e Sistemas Dinâmicos Cosmologia e Relatividade Biofísica, Química Teórica Mecânica Estatística, Caos e Quantização, Sistemas Dinâmicos e Caos Cosmologia e Gravitação, Gravitação, Computação Algébrica Altas Energias e Raios Cósmicos Dφ - Interações Próton-Antipróton, DELPHI – Interações elétron-pósitron, Física de Partículas com Charme, Raios Cósmicos a Altas Energias – Projeto Pierre AUGER, Detectores Nucleares / Instrumentos, Fenomenologia das Interações, Fenomenologia Hadrônica. Física Nuclear e Astrofísica Física Nuclear e Astrofísica, Reações Fotonucleares Campos e Partículas Instrumentação Científica Informática Supersimetria, Supergravidade, Teoria de Campos, Álgebras Deformadas, Física Matemática Sistemas de Detecção Computação / Redes de Computadores e REMAVE 6 LABORATÓRIOS E FACILIDADES EXPERIMENTAIS O CBPF possui uma boa infra-estrutura constituída por laboratórios de apoio à atividade científica e por laboratórios ligados diretamente às linhas de trabalho dos grupos de pesquisa, o que permite manter as áreas experimentais em níveis competitivos na escala internacional . LABORATÓRIOS DE APOIO À PESQUISA 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Laboratório de Criogenia Laboratório de Preparação de Amostras Oficina de Vidro Laboratório de Mecânica Oficina Mecânica Laboratório de Controle e Automatização de Sistemas de Medidas Laboratório de Bioquímica Coordenação de Apoio Técnico (eletrônica, informática e redes) LABORATÓRIOS DE PESQUISA DE USO COMUM 9. Laboratório de Difração de Raios-X 10. Magnetômetro SQUID 11. Refrigerador a Diluição LABORATÓRIOS VINCULADOS AOS GRUPOS DE PESQUISA 12. Laboratório de Supercondutividade 13. Laboratório de Efeito Mössbauer- Jacques Danon 14. Laboratório de Filmes Finos 15. Laboratório de Sputtering 16. Laboratório de Correlação Angular 17. Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear 18. Laboratório de Nanoscopia Jorge S. Helman 19. Laboratório de Magneto-Ótica 20. Laboratório de Sistemas de Detecção 21. Laboratório de Detecção de Raios Cósmicos 22. Laboratório de Materiais Biocerâmicos 23. Laboratório de Ressonância Paramagnética Eletrônica 24. Laboratório de Microorganismos Magnetostáticos 25. Laboratório de Detecção de Traços Nucleares 26. Laboratório de Instrumentação e Medidas 27. Laboratório de Detecção de Sistemas de Produção Tecnológica 28. Laboratório de Ressonância Paramagnética Eletrônica 29. Laboratório Emulsões Nucleares 30. Laboratório de Magnetometria e Resistividade Elétrica 31. Acelerador Linear 32. Laboratório de Fracas Radioatividades 33. Laboratório do Projeto Pierre Auger 34. Laboratório de Altas Energias (LAFEX) 7 EXCELÊNCIA E ABRANGÊNCIA NACIONAL E INTERNACIONAL DO CBPF: ALGUNS INDICADORES A atuação do CBPF é diversificada, envolvendo ações tais como: produção de conhecimento científico, formação científica e tecnológica, organização de eventos e reuniões nacionais e internacionais, participação em associações e fóruns de discussão e avaliação científicas, divulgação do conhecimento científico e do desenvolvimento tecnológico. Nas próximas páginas procura-se caracterizar o perfil produtivo da instituição e avaliar a abrangência nacional e internacional de sua atuação. Para isto, selecionamos um conjunto de indicadores abaixo relacionados: I - PRODUÇÃO CIENTÍFICA II - FORMAÇÃO CIENTÍFICA III - INTERDISCIPLINARIEDADE E MULTIDISCIPLINARIEDADE IV - SERVIÇOS À COMUNIDADE CIENTÍFICA E À SOCIEDADE V - DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA VI - ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS VII - CAPTAÇÃO DE RECURSOS VIII - DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO 8 I - PRODUÇÃO CIENTÍFICA I.1 - Publicações em periódicos indexados A produção científica do CBPF pode ser aferida pelo número de artigos publicados por seus pesquisadores e alunos em revistas internacionais arbitradas. Como pode ser visto nos gráficos abaixo, a média de artigos publicados vem aumentando, situando-se atualmente em patamares internacionais. ARTIGOS PUBLICADOS 250 210 207 184 185 200 153 150 103 112 124 117 164 115 100 50 20 00 19 99 19 98 19 97 19 96 19 95 19 94 19 93 19 92 19 91 19 90 0 PUBLICAÇÃO MÉDIA DOS PESQUISADORES DO CBPF NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS Número de Pesquisadores 14 12 10 8 6 4 2 0 0 até 1 1a2 2a4 4a7 7 a 10 > 10 Número de Trabalhos Publicados 9 I.2- Outros Indicadores de Produtividade O CBPF possui 6 grupos de pesquisa que integram o “Programa Núcleos de Excelência – PRONEX” do MCT. Nos últimos 2 anos, 6 pesquisadores da Instituição foram agraciados pela FAPERJ com bolsas de apoio dentro do projeto "Cientistas de Nosso Estado", e 2 outros com as bolsas "Jovens Cientistas do Nosso Estado". Atualmente, cerca de 50% dos pesquisadores possuem bolsas de Produtividade em Pesquisa concedidas pelo CNPq e 40% estão entre os 200 mais citados do país (Citation Index) na área da Física. Em 2000, 3 pesquisadores do CBPF receberam o prêmio "Citation Classic-ISI" pela publicação de 2 artigos entre os 3 mais citados na área da Física na década de 90, produzidos no Brasil. Indicadores Quantidade Núcleos de Excelência ( PRONEX) Coordenação de 3 projetos Sub-coordenação de 3 projetos Números de Citações em Periódicos Internacionais 20 pesquisadores do CBPF estão entre os 200 mais citados do país Bolsistas do CNPq 37 pesquisadores do CBPF possuem bolsa de produtividade Assessores de Órgãos Financiadores Mais de 70% dos pesquisadores do CBPF 10 I.2.1 - Consultores de Periódicos Indexados No CBPF, 20 % dos pesquisadores são consultores de um total de 26 periódicos, participando inclusive do conselho editorial de internacionais das publicações Chaos, Solitons and Fractals e Brazilian Journal of Physics . Título da Revista ou Jornal 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. American Physical Society Annals of Physics Australian Journal of Physics Brazilian Journal of Physics Classical and Quantum Gravity General Relativity and Gravitation Journal of Chemical Physics Journal of Mathematical Physics Journal of Non-equilibrium Thermodynamics Journal of Physics and Chemistry Journal of Statistical Physics Journal Physics A Mathematical Reviews – American Math Society Nuovo Cimento Physica A Physical Review B Physical Review D Physical Review E Physical Review Letters Physics Letters A Physics Letters Revista Brasileira de Física Revista Brasileira de Instrumentação Solid State Communication Statistical Mechanics and its Applications Uroboros / Int. J. of Philosophy of Biology Quant. 01 01 01 03 01 01 02 01 01 02 03 02 01 01 08 06 02 02 03 01 01 01 01 03 01 01 11 II - FORMAÇÃO CIENTÍFICA: ABRANGÊNCIA NACIONAL E INTERNACIONAL ( últimos 5 anos) II.1 - O Perfil da Formação Científica O programa de pós-graduação do CBPF conta hoje com 83 estudantes, sendo 15 de Mestrado e 68 de Doutorado. Desde sua criação já formou 277 mestres e 219 doutores, totalizando 496 teses. O CBPF desenvolve, também, os programas de Iniciação Científica, com 65 alunos, e Vocação Científica, voltado para estudantes do 2o grau, atualmente com 16 alunos. O CBPF implantou em 2000, com o apoio da CAPES, o primeiro mestrado profissionalizante em Instrumentação Científica, tendo recebido a inscrição de 8 estudantes. A Pós-Graduação do CBPF recebeu, em 1999, conceito 6 da CAPES, situando-a entre as melhores do país na área da Física. Uma avaliação internacional, promovida pela CAPES em 2000, atribuiu aos programas de Mestrado e Doutorado do CBPF nível de excelência internacional. Em 1999, o prêmio da Sociedade Brasileira de Física - SBF para a melhor tese de doutorado foi concedido a um estudante do CBPF. FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Teses Mestrado ( M ) Teses de Doutorado ( D ) Iniciação Científica Co-orientações Contribuição dos Grupos para Formação Científica Nacional e Internacional Rio 53 53 Norte 01 Procedência dos Outras Nordeste 12 dos alunos Regiões Centro-Oeste 02 dos cursos de do país Sudeste 12 Sul 01 América do Norte 01 América Latina 28 Europa 01 Mestrado e Doutorado Outras Regiões Cursos ministrados no CBPF com características singulares que atraem estudantes de outras instituições Curso Escola de Verão Isolados 52 59 160 M = 27; D = 30 Categoria Pós-Graduação Graduação Capacitação de Prof. Nível Médio Pós-graduação 28 30 Média anual 23 pesquisadores e técnicos do CBPF e 16 de outras instituições ministram cursos 05 12 O CBPF tem formado alunos de regiões onde a pós-graduação é inexistente ou pouco desenvolvida, assim como de estados que possuem cursos de pós-graduação de excelência. No âmbito da América Latina, o CBPF tem-se colocado como um dos grandes centros de formação de físicos. A nível regional, formamos mestres e doutores originários de todas as universidades do Rio de Janeiro com ênfase na UFRJ (55%). Esta tendência é mais acentuada no caso de estudantes de pós-doutorado. Universidades Rio UFRJ UFRRJ UFF UERJ PUC-Rio IME UCP IMPA ON Planetário CBPF Total Regiões Brasil Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Rio Total Regiões Outras Regiões América Latina Europa Ásia/Oceania Total Procedência 87 01 14 24 18 03 01 01 01 150 Procedência 05 21 09 28 15 150 228 Procedência 35 2 37 Destino 17 04 13 18 07 01 06 01 01 23 91 Destino 03 19 05 21 04 114 166 Destino 12 25 1 38 13 II.2 - Mestres e Doutores formados pelo CBPF Nos gráficos abaixo apresentamos os números relativos à Formação de Recursos Humanos no CBPF, assim como algumas tendências verificadas nos últimos anos. Mestres Doutores FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS (últimos 5 anos) 19 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 15 18 14 11 12 11 9 7 7 96 19 97 19 98 19 99 19 00 20 FORMAÇÃO DE MESTRES E DOUTORES (Tendências nos Últimos 15 anos) DE 1985 A 1994 DE 1995 A 1999 70 62 60 50 48 40 33 27 25 30 20 5 10 0 Rio Estados Países 14 II.3 - Formação por área da Física Teses de Mestrado (Média Anual) 1965/94 Teoria de Campos Matéria Condensada e Biofísica 1995/99 4 3,6 2,5 Física de Altas Energias 1,4 Física Nuclear Cosmologia e Gravitação 1,6 1,4 1,2 1 0,5 0,2 Teses de Doutorado (Média Anual) 1965/94 1995/99 Matéria Condensada e Biofísica Teoria de Campos 4,4 Física de Altas Energias 2,3 2 3,4 Cosmologia e Gravitação Física Nuclear 2 1,4 0,4 0,6 0,8 0,5 15 II. 4 - Pós- Doutorados e Visitantes O CBPF recebe em média 12 pós-docs e 35 pesquisadores visitantes por ano, provenientes em sua grande maioria de outros países. Isto corresponde a um visitante/ano para cada grupo de pesquisa. Este dado caracteriza a inserção do CBPF no cenário científico nacional e internacional da pesquisa. Brasil Outras Regiões Brasil Outras Regiões Pós-doutorandos Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Rio Total América Latina América do Norte Europa Ásia/Oceania Total Visitantes Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Rio Total América Latina América do Norte Europa Ásia/Oceania África Total 00 03 01 06 01 04 15 31 01 09 03 44 00 10 03 30 02 03 48 26 19 55 12 02 114 16 II. 5 - Contribuição do CBPF para a formação de linhas ou grupos de pesquisa (últimos 15 anos). O CBPF vem contribuindo para a formação de novos grupos e linhas de pesquisas em diversas instituições brasileiras. Formação de Grupos e Linhas de Pesquisa nos Últimos 15 anos 1- Cosmologia da UFPB 2- Teoria de Campos da UFPB 3- Estatística da UFRN 4- Astrofísica da UFRN 5- Teoria de Campos de UFCE 6- Matéria Condensada da UFES 7- Dosimetria por RPE, Eng. Nuclear da COPPE/UFRJ 8- Teoria de Campos da UFRJ 9- Teoria de Campos da UCP 10- Estatística da UF de Viçosa 11- Estatística da UFAL 12- Estatística Univ. de Córdoba. 13- Estatística U. E. de Maringá 14- Espectroscopia Mössbauer, Milling, Filmes Finos UNMSM/ Peru 15- Matéria Condensada, Milling, UENF 16- Físico-química de ecossistemas; Físico-química/ UFF 17- Microscopia Eletrônica- Biofísica/UFRJ 17 II. 6 - Colaborações & Convênios O CBPF mantém intensa colaboração internacional com outros laboratórios e Centros de Pesquisa, e, em particular, com o FERMILAB e com o CERN. Abriga a sede do Centro Latino-Americano de Física, CLAF, e mantém um convênio com o CNPq e o CLAF para a concessão de bolsas de Doutorado e Pós-doutorado a estudantes latino-americanos. Em 1994 foi escolhido como um dos Centros de Excelência do Hemisfério Sul pela Academia de Ciências do Terceiro Mundo, TWAS. Nos últimos três anos recebeu, dentro deste programa, 7 visitantes de países como China, Índia, Cuba e Zâmbia. Em 1999, o CBPF também foi escolhido para ser a sede brasileira da rede de Institutos de Astrofísica Relativística – ICRA, Órgão da UNESCO com sede em Roma. Isto reflete a forte atuação internacional do CBPF. Brasil Outras Regiões Brasil Outras Regiões Colaborações Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Rio Total América Latina América do Norte Europa Ásia/Oceania Oriente Médio Total 00 14 04 29 05 38 90 14 15 29 03 01 62 Convênios Sudeste Rio Total América Latina América do Norte Europa Total 07 05 12 01 03 07 11 18 III - INTERDISCIPLINARIDADE E MULTIDISCIPLINARIDADE O CBPF tem ampliado sua atuação em áreas inter e multidisciplinares. Atualmente, 45% dos grupos do CBPF desenvolvem trabalhos de pesquisa em outras áreas, seja como atividade principal ou paralela às realizadas em áreas tradicionais da Física. Áreas Atividades Engenharia e Ciência dos Materiais Materiais supercondutores; Propriedades nanoscópicas de superfícies; Espectroscopias em minerais : aplicações a processos industriais; Estrutura eletrônica de materiais cerâmicos; Estrutura eletrônica em polímeros; Propriedades magnéticas de materiais e aplicações: máquinas refrigeradoras e criogênicas. Biologia Medicina, Odontologia e Farmácia Economia Geologia e Arqueologia Estatística generalizada de Tsallis em sistemas biológicos; Facilitação social em sobrevivência de cupins; Aplicação de métodos físicos em biologia; Biominerais e biomineralização; Magnetismo em seres vivos; Hemoproteínas; Moléculas biológicas receptoras. Estatística generalizada de Tsallis em redes neuronais; Novos materiais para dosimetria e radioterapia; Biomateriais para medicina e odontologia; Moléculas de interesse farmacológico, drogas antiepilépticas; Teorias carcinogênicas; detectores para aplicações médicas, tomografia; Aceleradores para radioterapia. Aplicação da Estatística Generalizada de Tsallis à Economia. Estatística generalizada de Tsallis em análise de séries temporais de terremotos; Medidas de fraca radioatividade em geocronologia; Aplicações de técnicas espectroscópicas (RPE, Mössbauer, SQUID) a estudos de proveniência, à arqueometria e à geocronologia; Estudo de meteoritos. Química e Catálise Aplicações de técnicas espectroscópicas ao estudo de catalisadores de Platina; Estrutura eletrônica de fosfatos e silicatos para aplicações em catálise; Reações químicas na superfície de materiais catalizadores. Meio Ambiente Estudo e desenvolvimento de absorvedores ambientais de metais; Medidas de radiotividade ambiental. Modelagem de Ecossistemas. Lingüística Filosofia da Ciência e Teoria da Comunicação Estatística generalizada de Tsallis aplicada à Lingüística. Assimetria do tempo na física e teorias psicanalíticas; Estudo da epistemologia do objeto complexo, conseqüências na física e em teorias psicanalíticas; Estudo da epistemologia do objeto complexo e conseqüências na teoria da comunicação. 19 IV - SERVIÇOS À COMUNIDADE CIENTÍFICA E À SOCIEDADE A infra-estrutura laboratorial do CBPF permite o apoio e a prestação de serviços a grupos de pesquisa do Rio de Janeiro e de outros Estados. Na área de análise por Raios X, 30% dos serviços de caracterização de materiais são realizados para grupos externos. Outros laboratórios da área da Física da Matéria Condensada prestam serviços eventuais, numa base de 15 solicitações anuais. Na área de redes de computadores, o CBPF participou do projeto de implantação da Internet II no Estado do Rio de Janeiro, sendo um dos 5 pontos de presença do atual backbone da Rede Rio e ponto de enlace para as redes nacional e internacional de pesquisa. O CBPF abriga também o Centro de Operações e Controle da Rede Rio de Computadores. A implantação dessa rede acadêmica de alto desempenho melhorou substancialmente a comunicação eletrônica entre as Universidades e Instituições de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. A biblioteca do CBPF é uma das mais importantes da área de Física da América Latina. Mantém a assinatura de 249 periódicos de um total de 850 títulos e um acervo de 21.000 livros. Nossa biblioteca, isoladamente, representa um patrimônio superior a 10 milhões de dólares. Após sua informatização, permitirá o acesso remoto ao seu acervo, agora com 168 periódicos acessíveis on-line. Os resumos dos artigos também estão disponíveis on-line para toda a comunidade brasileira e um serviço de Comutação Bibliográfica, COMUT, atende às solicitações externas de cópias de artigos. Infra-estrutura Experimental Laboratórios Oficinas 14 Laboratórios Criogenia, Mecânica e Vidros Rio Usuários Outros Estados Outros Países UFRJ ( Inst. Física , Inst. Química, Programa de Eng. Met./COPPE, Programa de Eng. Nuclear/COPPE, Núcleo de Catálise/CPPE, IMA); UFF (Inst. Física , Int. Química ); IME ( Dep. Materiais ), UERJ ( Inst. Física ); PUC/RJ ( Inst. Física , Inst. Química ); CNEN: ( IEN, IRD ) UFES: ( Inst. Física ) USP ( Inst. Física Teórica, Inst. Física/São Carlos), UFJF, UFPE. NTA, Texas/EUA, Fermilab/EUA Divulgação e Documentação Científica Biblioteca Produção Editorial Consultas/ano a livros: mais de 3000 Consultas/ano a periódicos: mais de 7000 Empréstimos/ano de livros: 200 Periódicos On -line: mais de 100 títulos Atendimento/ano COMUT/ano: mais de 450 Notas de Física: 247 Notas Técnicas: 19 Monografias: 09 Ciência e Sociedade Infra-estrutura Computacional ( CAT ) Rede-Rio Coordenação e Integração das Redes de Computadores do Rio de Janeiro: 72 Instituições ligadas diretamente e 100 indiretamente entre Universidades Públicas e Privadas e Instituições Governamentais 20 V - ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA O CBPF tem atuado na área de divulgação científica organizando cursos, encontros e seminários e através da publicação de textos. Esta última atividade tem como objetivo oferecer suporte à preparação, edição e divulgação dos seus trabalhos científicos (Notas de Física), técnicos (Notas Técnicas) e de política científica (Ciência e Sociedade). Edita ainda a série Monografias de Física, destinada à publicação de notas de cursos. A área de publicações tem também apoiado atividades de divulgação científica, através da edição de livros e vídeos. Atividade Descrição Cursos de atualização para professores de nível médio ( Escola de Verão e Escola LISHEP) Cursos, encontros e seminários Curso de Raios Cósmicos na LISHEP 97 Minicurso no Simpósio Computadores, BH Brasileiro de Redes de Programa de reciclagem de professores de Nível Médio ( CECIERJ) 7 livros-texto de Física e eletrônica Livros e Capítulos Monografias Atividades nos meios de comunicação 12 livros e capítulos de divulgação científica 16 grupos do CBPF produziram artigos em revistas de divulgação científica, publicações culturais e dicionários Participação em 60 vídeos em programas da TV Globo ( Globo Ciência ), TV FUTURA, TVE, Globo News Consultoria na área de Ciências da TV Futura 21 VI - ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS O CBPF tem promovido a realização de Escolas, Conferências, Colóquios, Workshops e eventos internacionais, que contribuem também para a formação de jovens físicos e para a disseminação do conhecimento. Em particular, organiza desde 1982 as “Escolas de Cosmologia e Gravitação”, que já se encontram em sua 10a edição e a Escola Internacional de Física de Altas Energias, LISHEP, cuja 4a edição foi realizada no início de 2001. Recentemente, o CBPF criou uma “Escola de Verão” abrangendo as diferentes áreas de atuação do CBPF e destinada a alunos de pós-graduação e graduação, tendo ainda uma sessão destinada à reciclagem de professores do nível médio, numa iniciativa conjunta com a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro. As duas primeiras versões atraíram mais de 200 participantes de todo o Brasil e de países da América Latina. Nos últimos 5 anos o CBPF foi sede de 5 Escolas Nacionais, 4 Escolas Internacionais e 4 Congressos Internacionais. Organização de Eventos pelo CBPF nos últimos 5 anos Escolas nacionais sediadas no CBPF: 05 Escolas Internacionais sediadas no CBPF 04 Congressos Internacionais sediados no CBPF 04 Encontros e Congressos Nacionais organizados majoritariamente por pesquisadores do CBPF 07 Participacão na Organização de Eventos Externos Congressos Internacionais 35 Congressos Nacionais 156 Outras Atividades Organização de Redes de Pesquisas Organizador e sede do International Center of Relativistic Astrophysics 22 VII - DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS Nos últimos 3 anos os projetos em instrumentação, em inovação tecnológica e de parcerias com empresas têm crescido consideravelmente. Detectores de Raios X desenvolvidos e construídos no CBPF foram vendidos a universidades brasileiras e estrangeiras. Foram registradas, neste período, 3 patentes e há 4 pedidos pendentes. Detectores de partículas foram também desenvolvidos para as grandes colaborações internacionais na área de Altas Energias como o experimento D0 e o Observatório Auger, demonstrando existir no CBPF uma competência instalada na área de instrumentação científica. Estes resultados são conseqüência da política institucional, implementada nos últimos 10 anos, de apoiar a especialização em nível de mestrado e doutorado de servidores do quadro técnico. Projetos na Área de Instrumentação Científica • Magnetômetro de amostra vibrante • Espectômetro de RMN usando SQUID ( inclui software ) • Medidores de campo magnético • Refrigerador de diluição • Deposímetro • Monitor de fluxo de recuperação de gás Hélio • Equipamentos para experiências em Física de Altas Energias • Desenvolvimento de sistemas de alto vácuo • Manutenção de sistemas criogênicos. • Sistema para medida simultânea de resistividade elétrica AC e DC • Interface para aquisição de dados EPR • Software para comparação de espectros de EPR • Campos magnéticos oscilantes para microscópio ótico • Desenvolvimento de microscópio de campo próximo ( nanoscopia ) • Aquisição de dados, controle de temperatura e câmeras multifilares para detecção de partículas • Desenvolvimento e fabricação de detectores de radiação ionizante: elétrons, pósitrons, nêutrons, raio-x • Desenvolvimento de circuitos para processamento analógico de sinais em sistemas de detecção • Desenvolvimento de circuitos digitais, interfaces de aquisição de dados ( aquisição de imagens, analisador multicanal, contador digital ) • Sistema Integrador para contagem de partículas em fontes de baixa atividade • Sistemas automáticos para medida de resistividade e magneto-resistividade AC, suscetibilidade, corrente crítica, thermopower • Controladores de temperatura (para criostatos , fornos) • Diversos sistemas de medidas Físicas ( relaxação de tensão, resistividade, espectroscopia Mössbauer, etc) • Instrumentação para deposição de filmes finos pela técnica sputtering 23 VIII - CAPTAÇÃO DE RECURSOS VIII.1 - Fonte Tesouro - País e Exterior ORÇAMENTO DO CBPF Exercício Dotação Executado % 1996 3.953.660,37 3.540.046,00 89,5 1997 4.893.462,97 4.891.633,62 99,9 1998 2.568.464,19 2.568.342,19 100 1999 3.650.301,00 3.381.514,00 92 2000 3.364.462,24 3.364.009,44 100 Obs: Valores em Reais(R$) 24 VIII.2 - Captação de Recursos Não-Orçamentários O CBPF capta fundos para financiamento das atividades de pesquisa a uma taxa média acima de US$ 1.000.000,00 por ano. Isto representa mais que o orçamento anual da instituição. Embora as principais fontes dos recursos captados sejam governamentais, há que se notar que os recursos são obtidos sempre por mérito, em competição com a comunidade científica nacional. O volume de recursos oriundos de fontes no exterior não é desprezível: acima de US$ 60.000,00 por ano, em média. Pode-se verificar que o CBPF apresentam potencial para captação de recursos da venda de produtos e serviços de alta tecnologia. Financiamento Origem Fontes governamentais CNPq, MCT, CAPES, FINEP e seus programas ( CONACIT, NSF, RHAE, PADCT, PCI, Cofecub, PRONEX), FAPERJ, FAPES, Projeto RECOPE, RNP/REMAV, Embratel, Petrobrás Fontes no exterior Empresas Venda de produtos ou serviços Outras fontes de recursos Comunidade Européia, CNRS, ICTP, INFN, Fermilab, DOE/EUA, projeto VITAE, DAAD, TWAS DBR Informática, IBM/Brasil, 3COM, SUN Equipamentos, software, detectores de raios-x, módulos de eletrônica analógica, módulos de eletrônica digital, interfaces para PC FUMPECC ( Fundação D. Manoel Pedro da Cunha Cintra, UNESP) Número de Auxílios Milhares de US$ Em torno de 50 auxílios recebidos nos últimos 5 anos 3.997 Entre 10 e 20 auxílios recebidos nos últimos 5 anos 312 Em torno de 10 auxílios recebidos nos últimos 5 anos 768 Em torno de 10 auxílios recebidos nos últimos 5 anos 64 Em torno de 5 auxílios recebidos nos últimos 5 anos 14 25 Fonte: Convênio CAPES Exercício 1998 1999 1999 2000 Dotação 72.205,38 74.066,62 290.995,06 Executado 72.205,38 74.066,62 290.995,06 TOTAL 504.959,86 473.261,06 % 100 100 100 Financeiro Recebido 66.338,72 74.066,62 - 45.237,58 284.395,06 440.486,34 ( * ) Posição até 31/12/00 Fonte: Projetos FINEP Exercício Dotação Executado % Financeiro Recebido 1995 1996 1997 1998 1999 2000 512.012,69 985.356,61 279.977,57 57.562,23 0,00 390.279,67 920.777,92 138.672,62 57.562,23 0,00 76,22 93,45 49,53 100,00 - 512.012,69 985.356,61 279.977,57 25.000,00 -198.457,60 ( * ) 0,00 (**) TOTAL 1.834.909,10 1.449.730,21 1.603.889,27 Posição até 31/12/00 (*) Devolução de saldos de exercícios anteriores dos convênios: US$ 65.910.50300 = R$ 114.056,68 US$ 77.960.98500 = R$ 84.432,95 (**) Não houve movimentação 26 CBPF: UMA VISÃO DE FUTURO A passagem do CBPF para o Ministério da Ciência e Tecnologia trouxe de volta a discussão sobre o papel que a Instituição poderia exercer no cenário da Física brasileira. Limitar a atuação do CBPF à de um Departamento de Física de uma Universidade seria desprezar o seu potencial de atuação estratégica dentro do desenvolvimento da Física nacional que tem se manifestado em diversas ocasiões desde a sua criação há 50 anos atrás, quando junto com a USP impulsionou o desenvolvimento da Física no Brasil. O Centro foi importante na criação de outros Institutos de excelência como o IMPA, o LNCC e mais recentemente o LNLS, que nasceu dentro do CBPF. Também o Centro Latino Americano de Física – CLAF, surgiu e tem sede no CBPF. Como assegurar entretanto no futuro este papel de atuação diferenciada em relação a de um departamento universitário? Tendo em vista a reavaliação do papel dos Institutos pelo MCT foram feitas no CBPF várias reuniões com os pesquisadores e o Conselho Técnico Científico – CTC, orgão máximo da Centro, recomendou a realização de uma mesa redonda com membros da comunidade científica brasileira sobre novas formas de atuação. Esta reunião se realizou em outubro de 2000 e a síntese das sugestões e opiniões é que o CBPF deve reforçar sua atuação como Centro Nacional de Física, recomendação que já havia sido feita pela Comissão de Avaliação de 1994: “O CBPF deve redirecionar-se no sentido de se tornar um Centro Nacional de Excelência em um número reduzido de áreas selecionadas, refletindo necessidades e aspirações da comunidade nacional de físicos. Devem ser desenvolvidas áreas experimentais de porte médio e alta qualidade, com suporte teórico.” Para implementar plenamente esta missão seriam desenvolvidas duas ações: 1 - Intercâmbio científico Incrementar o Intercâmbio Científico, com a promoção de Escolas e Workshops em áreas de interesse nacional e fazer do CBPF um ponto de convergência para a interação entre pesquisadores brasileiros, com uma política agressiva de professores visitantes de grande prestígio científico e de jovens pós doutores em Física. O CBPF poderia mesmo tornar-se uma incubadora de grupos de pesquisa em novas áreas. 2 - Maior abertura dos laboratórios a usuários externos Embora a curto prazo a ampliação desta abertura produza pouco impacto já que as técnicas experimentais que o CBPF possui encontram-se difundidas em várias Universidades, o uso compartilhado dos laboratórios tem sido importante para grupos emergentes que não dispõem dos equipamentos e sobretudo da invejável infra-estrutura do CBPF. A longo prazo, a política de renovação dos equipamentos se daria em áreas estratégicas e de interesse nacional, levando em conta é claro as áreas de competência instalada do CBPF. Por ocasião da compra de novos equipamentos de grande porte não seria levado em conta somente as necessidades dos grupos locais, mas seria feita uma prospecção mais abrangente, de caráter nacional. O uso dos equipamentos seria aberto a grupos externos e o CBPF daria a infra-estrutura necessária. A exemplo do que foi feito nos anos 80, por 27 ocasião da discussão do projeto de luz síncrotron, seriam criadas comissões de caráter nacional que fariam a prospecção das áreas mais promissoras. A criação de um Centro de Materias Avançados que integrasse as facilidades experimentais e linhas de pesquisa já estabelecidas no CBPF tais como magnetismo e materiais magnéticos, supercondutores metálicos e cerâmicos, férmions pesados, filmes finos, óxidos e cerâmicas, seria uma possibilidade a ser considerada, pois além de permitir realizar de modo mais completo os projetos de pesquisa dos grupos do CBPF abriria à comunidade nacional alguns dos laboratórios mais bem equipados nestas áreas. Pressupostos para esta nova atuação - Contratação de pessoal técnico qualificado para dar suporte aos laboratórios. - Melhora da infra-estrutura laboratorial e computacional do CBPF. - Contratação de pesquisadores de alto nível em áreas consideradas estratégicas. - Aumento do número de bolsas disponíveis e de recursos para intercâmbio científico. - Reestruturação interna, criando coordenadorias de apoio nas áreas de infra-estrutura e intercâmbio científico - Ampliação do número de membros externos do Conselho Técnico-Científico (de 50% para 60%). PÓS-GRADUAÇÃO A formação de recursos humanos é uma das atividades importantes do CBPF e deve ter continuidade. A Instituição tem grande tradição nesta área, oferecendo cursos de especialização desde a década de 50 tendo sido a primeira pós graduação formal em Física reconhecida pela CAPES em todo o Brasil, com conceito A no mestrado e no doutorado. Atualmente está, segundo a avaliação da CAPES, entre as 6 melhores pós-graduações em Física (conceito 6 e 7). Como a pós-graduação se alimenta da pesquisa de boa qualidade, é natural que um Instituto como o CBPF não só mantenha como amplie esta atividade de formação. Deveremos no futuro ampliar o alcance da nossa pós-graduação atendendo às demandas que nos chegam de Universidades com menor tradição em pós-graduação como a UERJ, a Universidade de Juiz de Fora e a UNIRIO. Isto será feito implementando estas alianças estratégicas, com a troca de cursos e utilização dos laboratórios. No caso da UNIRIO que não possui ainda uma pósgraduação em Física, a parceria seria feita num Mestrado Lato Sensu em Ciências Naturais, destinado à reciclagem de professores do 2º grau do Estado do Rio de Janeiro, onde o CBPF seria o responsável pela área de Física. 28