METABOLISMO FOSFOCÁLCICO: NECESSIDADES PARENTÉRICAS E ENTÉRICAS. Luís Pereira-da-Silva. Unidade de Neonatologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; Departamento de Pediatria, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa; e Licenciatura de Dietética e Nutrição da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa. E-mail: [email protected] Ao terem perdido todo ou parte do último trimestre, em que ocorre transferência ativa de elevadas concentrações de cálcio (Ca) e fósforo (P), as crianças nascidas pré-termo têm elevada prevalência de doença óssea metabólica (osteopenia da prematuridade), afetando cerca de 23% dos nascidos com <1500g e 55% com <1000g. Enquanto a osteopenia carateriza-se pela diminuição da matriz orgânica do osso, a osteomalacia carateriza-se pela diminuição da mineralização da matriz. Há fatores intrauterinos que afetam a transferência de minerais para o feto e o desenvolvimento a ossificação endocondral, como o status materno de vitamina D e várias hormonas maternas e placentares. O feto é mantido hipercalcémico, num ambiente com elevados níveis de calcitonina e progesterona, aumentando o osso endocortical. No período neonatal precoce, o recém-nascido muito prematuro está dependente da nutrição parentérica, não só de minerais, mas também de energia e proteína para a formação do colagénio da matriz. A compatibilidade de Ca e P nas soluções parentéricas é limitada o que impede a sua administração em doses ideais. A utilização de sais orgânicos desses minerais por esta via pode mitigar essa limitação. Por via entérica, pode ser necessário recorrer à fortificação do leite materno ou de dadora para prevenir a osteopenia da prematuridade. Na indisponibilidade de leite humano, a fórmula para pré-termo fornece as doses indicadas de minerais, havendo fórmulas apropriadas para após alta de prematuros. É importante suplementar a nutrição parentérica e entérica com doses diárias adequadas de vitamina D (800-1000 UI). Não existem actualmente marcadores precoces inequívocos de doença óssea metabólica, mas a hipofosforémia associada a elevação da fosfatase alcalina sérica podem auxiliar o clínico na deteção desta situação. Palavras-chave: doença óssea metabólica; metabolismo fosfocálcico; recém-nascido pré-termo