MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE DOS IDOSOS COM AS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL JOZEMAR PEREIRA DOS SANTOS Natal-RN 2014 JOZEMAR PEREIRA DOS SANTOS FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE DOS IDOSOS COM AS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Ciências da Saúde. Orientador: Prof. Dr. Neir Antunes Paes Natal-RN 2014 ii Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Santos, Jozemar Pereira dos. Fatores associados à mortalidade dos idosos com as condições de vida da população do Nordeste do Brasil / Jozemar Pereira dos Santos. - Natal, 2014. 114f: il. Orientador: Prof. Dr. Neir Antunes Paes. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1. Doenças cardiovasculares - Tese. 2. Idoso - Tese. 3. Mortalidade - Condições de vida - Tese. I. Paes, Neir Antunes. II. Título. RN/UF/BSA01 CDU 616-053.9 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Prof. Dr. Erivaldo Socrates Tabosa do Egito Natal-RN 2014 iii UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE JOZEMAR PEREIRA DOS SANTOS FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE DOS IDOSOS COM AS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL Banca Examinadora: Prof. Dr. Neir Antunes Paes Presidente da Banca/Orientador (UFPB) Prof. Dr. Mardone Cavalcante França (UFRN) Membro Interno Profa. Dra. Maria Helena Spyrides (UFRN) Membro Interno Prof. Dr. Pery Teixeira (UFAM) Membro Externo Prof. Dr. Francisco José da Costa (UFPB) Membro Externo Aprovada em: 16/05/2014. iv DEDICATÓRIA “Dedico este trabalho a toda minha família, em especial aos meus filhos e enteados e a minha esposa Gardennia”. v AGRADECIMENTOS A Deus por sempre estar presente em vida, por sua eterna bondade e por me ajudar a superar todos os obstáculos. Ao Prof. Dr. Neir Antunes Paes, pela orientação, paciência, amizade, sugestões e pela grande ajuda na realização deste trabalho. A todos os colegas de trabalho do DE - CCEN, que contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento desse trabalho. Ao colega de trabalho e grande amigo Joab de Oliveira Lima, in memoriam, pela amizade e apoio. Aos professores do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde – UFRN, que muito contribuíram nas disciplinas cursadas e na minha qualificação no doutorado. Aos colegas de turma de doutorado pelo convívio salutar e troca de conhecimentos. Aos componentes da banca examinadora, Prof. Dr. Mardone Cavalcante de França, Prof. Dr. Francisco José da Costa, Prof. Dr. Pery Teixeira e Profa. Dra. Maria Helena Spyrides, por aceitarem participar da avaliação deste trabalho. Aos funcionários do PPGCSa pela atenção a mim dispensada. De um modo geral, a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta com esse trabalho, sempre me dando motivações e estímulos imprescindíveis para superação de todos os obstáculos por mim enfrentados. Muito obrigado! vi RESUMO As condições de vida são usualmente entendidas como importantes fatores intervenientes das causas básicas de mortalidade e da qualidade de vida da população. Ao considerar esta questão em uma população idosa e sua influência nas causas mais relevantes que as levam à morte, teve-se como objetivo principal, estudar a associação da mortalidade dos idosos por doenças cardiovasculares para ambos os sexos, com indicadores que expressam as condições de vida da população do Nordeste, nos anos 2000 e 2010. Para atingir tal propósito foi traçado um desenho de estudo ecológico com cortes transversais nos anos 2000 e 2010 tendo como unidades de análises as microrregiões e a mesorregiões do Nordeste. Utilizou-se a Modelagem de Equações Estruturais (MEE) para explicar essas associações, tomando como base as estatísticas de óbitos por doenças cardiovasculares (construto endógeno) e variáveis socioeconômicas e demográficas (construto exógeno) das microrregiões do Nordeste, para o ano 2000. Utilizou-se o Método dos Componentes Principais como recurso metodológico na construção de um índice sintético que permitiu classificar as condições de vida nas mesorregiões do Nordeste, tomadas como unidades de análises, nos anos 2000 e 2010, de acordo com as condições de vida e as principais causas de mortalidade por doenças cardiovasculares. A aplicação da MEE sugeriu uma forte associação do construto exógeno condições de vida, composto pelos indicadores: anos de estudo dos homens idosos, percentual de idosos em domicílios com banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos, com a variável desfecho taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens e mulheres idosos. O índice sintético construído permitiu identificar os diferentes ritmos de envelhecimento populacional entre as regiões e distintos processos de evolução dos níveis de mortalidade pelas doenças cardiovasculares, muitas delas compatíveis com as condições de vida no Nordeste. Os resultados sugerem que o construto condições de vida está fortemente associado por esta causa de morte entre os idosos para ambos os sexos no Nordeste do Brasil. Neste sentido, sugere-se que estes resultados sejam considerados como relevantes para formulação de políticas de saúde regionais voltadas para este contingente populacional do Nordeste do Brasil. Descritores: Mortalidade. Doenças cardiovasculares. Idoso. Condições de vida. Modelagem de Equações Estruturais vii LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS CID-10 – 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde DATASUS – Departamento de Informação e Informática do SUS DCV – Doenças cardiovasculares DCbV – Doenças cerebrovasculares DIC – Doenças isquêmicas do coração DHI – Doenças hipertensivas FJP – Fundação João Pinheiro IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada MEE – Modelagem de Equações Estruturais ODC - Outras Doenças Cardiovasculares PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento RIPSA – Rede Interagencial de Informações para a Saúde SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade SIS – Sistemas de Informação em Saúde viii LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Modelo teórico proposto usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos .................................................................... 30 Figura 1.2 - Variação das taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) ................................................................. 35 Figura 1.3 - Modelagem de Equações Estruturais – Estimativa padronizada para o Modelo Final ................................................................................................................. 36 Figura 2.1 - Modelo teórico proposto testado usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos .............................................. 59 Figura 2.2 - Variação das taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares das mulheres idosas nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) ................................................................. 63 Figura 3.1 - Brechas redutíveis da mortalidade por doenças cardiovasculares e principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do nordeste do Brasil, 2010 .................................................................................................................. 83 ix LISTA DE TABELAS Tabela 1.1 - Medidas descritivas das quatro principais causas básicas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (TMPDC) dos homens idosos nas 187 microrregiões dos Estados do nordeste (2000) .............................................. 34 Tabela 1.2 - Indicadores de ajuste da MEE para modelagem da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) ................................................................................................................. 37 Tabela 2.1 - Medidas descritivas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (TMPDC) e de suas quatro principais causas básicas para as mulheres idosas das microrregiões dos Estados do nordeste (2000) ......................... 64 Tabela 2.2 - Estatísticas da análise MEE pelo método da Máxima Verossimilhança (MV) do modelo de mensuração, Mortalidade por DCV para as idosas do Nordeste (2000) .......................................................................................................................... 65 Tabela 2.3 - Modelos finais segundo os indicadores de ajuste pelo método de MV para modelagem MEE da mortalidade por doenças cardiovasculares das idosas do Nordeste (2000) .......................................................................................................................... 66 Tabela 3.1 - Taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares e suas três principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do Nordeste em 2000 e 2010 ........................................................................................................... 82 Tabela 3.2 - Classificação das mesorregiões do Nordeste segundo os escores das condições de vida em 2000 e 2010 ............................................................................. 84 Tabela 3.3 - Variação percentual das taxas no período 2000-2010 e Brechas redutíveis da mortalidade em 2010 para as três principais causas de mortalidade por DCV dos homens idosos e percentual de idosos, segundo a classificação das condições de vida em 2010 das mesorregiões do Nordeste ..................................................................... 85 x SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12 2. JUSTIFICATIVA................................................................................................... 17 3. OBJETIVOS......................................................................................................... 3.1 Objetivo geral................................................................................................ 18 18 3.2 Objetivos específicos..................................................................................... 18 4. MÉTODOS........................................................................................................... 4.1. Base e Fontes dos dados.............................................................................. 19 19 4.2. A qualidade dos registros de óbitos 19 4.3. Indicadores da estrutura da mortalidade por idade e causas básicas de morte............................................................................................................. 4.4. Estudo descritivo sobre o Perfil da mortalidade dos idosos e dos indicadores socioeconômicos e de saúde..................................................... 4.5. Modelagem de Equações Estruturais.......................................................... 20 20 20 4.6 Construção de um indicador sintético........................................................... 21 5. ARTIGO PRODUZIDO......................................................................................... 22 5.1. Declaração de aceite na Revista Brasileira de Epidemiologia–RBE........... 22 5.2. Artigo 1 - Associação entre condições de vida e vulnerabilidade com a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos do Nordeste 23 6. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES................................................. 44 7. REFERÊNCIAS................................................................................................... 48 8. APÊNDICES........................................................................................................ 51 8.1. Artigos Submetidos em Fase de Avaliação................................................ 52 8.1.1. Artigo 2 - Modelagem de equações estruturais: Contribuição metodológica para a mortalidade no Brasil........................................ 52 8.1.2. Artigo 3 - Mortalidade por doenças cardiovasculares e Condições de vida dos homens idosos do Nordeste do Brasil............................ 72 8.2. Bases de Dados utilizadas........................................................................... 91 9. ANEXOS ............................................................................................................. 105 9.1. Anexo I - Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa................................ 105 9.2. Anexo II - Comprovantes de submissão dos artigos 2 e 3........................... 106 9.3. Anexo III - Certificados de Apresentação de Trabalhos em Congressos Nacional e nternacional............................................................................ 107 xi 12 1. INTRODUÇÃO A temática desta investigação trata do estudo da associação da mortalidade dos idosos com indicadores das condições de vida da população do Nordeste do Brasil. O interesse por este estudo surgiu da participação deste autor, como pesquisador colaborador em alguns projetos de pesquisas, na linha de mortalidade, desenvolvidos no Laboratório de Estudos Demográficos – LED do Departamento de Estatística do Centro de Ciências Exatas - CCEN/UFPB, sob a coordenação do Prof. Dr. Neir Antunes Paes, orientador deste trabalho e pesquisador do CNPq, na área de estudos dos componentes demográficos. Tais projetos contaram com o financiamento do CNPq durante toda a execução deste trabalho, através das pesquisas do orientador, com ênfase no uso das estatísticas vitais na construção de indicadores e nos estudos de suas relações com as condições de vida. Os resultados obtidos nestas pesquisas corroboram achados de estudos os quais apontam que, o estado de saúde das populações encontra-se inquestionavelmente relacionado com as condições socioeconômicas, demográficas e culturais das comunidades. Remontando a história, um trabalho clássico, surgido nas primeiras décadas do século XIX, e tido como um dos pioneiros nessa área (Rosen, apud Paim, 1997)27, é atribuído a Villermé (1828), o qual mostrou que as taxas de mortalidade na França estavam associadas às condições de vida das diferentes classes sociais e dos diferentes bairros de Paris. Rosen observou que embora se encontre desde a antiguidade clássica referências às associações entre saúde, condições de vida e classes sociais, foi apenas com o surgimento da Medicina Social, nos séculos XVIII e XIX, que surgiram, de forma mais sistemática e articulada, investigações sobre o tema voltado para a intervenção. Dada a sua natureza multidisciplinar, a avaliação das condições de vida e saúde das populações revela-se como uma questão de relativa complexidade. Para dar conta dessa complexidade, pelo menos desde os anos oitenta, autores como Jarman (1983), Townsend (1988) e Carstairs e Morris (1989), apud Akerman (1997)1 já propunham a utilização de metodologias que fizessem uso de indicadores construídos numa base de intersetorialidade capazes de aglutinar diálogos propositivos entre os vários ramos da ciência, uma vez que nenhum saber ou setor, mesmo aquele que se revelou bem 13 sucedido no passado, é capaz de, isoladamente, fornecer todas as respostas para a questão. Um indicador composto que busque medir as condições de vida de um dado grupo populacional, inserido numa determinada área geográfica, como, por exemplo, o município, deveria ser, na visão de autores como os acima referidos, uma medida que associasse diferentes variáveis socioeconômicas e de ambiente em um indicador sintético, capaz de refletir as referidas condições. Desse modo, tal indicador estaria revelando a interação dos vários fatores que pudessem contribuir para a determinação da qualidade de vida da área sob estudo. No diálogo entre as áreas que buscam capturar ou expressar as condições de vida e de saúde de determinada população, situam-se os indicadores demográficoepidemiológicos, os quais fazem uso das estatísticas de mortalidade. Essas guardam um potencial explicativo que auxiliam na tomada de decisões que visam ao bem-estar da própria população. Grandes mudanças foram verificadas no Brasil, ao longo do século XX, que incluem a transição demográfica e epidemiológica desencadeada nos anos 1960 e impulsionada a partir dos anos 1980. Um dos importantes componentes dessas transições é constituído pela mortalidade, a qual desempenhou um papel fundamental particularmente entre 1980 e 1995. Foi neste período que a contabilização oficial sistemática da declaração dos óbitos no país foi uniformizada para todas as unidades da federação, coincidindo com um momento em que se processaram profundas modificações na mortalidade, marcadas pela consolidação de uma etapa de transição demográfica e epidemiológica ainda em curso no Paísa. Atrelado a estas transições, instalou-se um processo de envelhecimento da população brasileira. Inicialmente, este processo foi influenciado, sobretudo pela redução nos níveis de fecundidade, mas na medida em que esta tendência vem se consolidando, a longevidade da população também passou a exercer papel importante e, consequentemente, ganhos de esperança de vida em idades avançadas. a Ministério da Saúde. IDB 2003 BRASIL, Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2003/c08.def (Acessado em maio de 2011). 14 A velocidade do processo de envelhecimento populacional pode ser evidenciada pelos diversos indicadores demográficos. Em termos de volume, nos anos 1970, no Brasil, a população de idosos a partir dos 60 anos era cerca de 4,8 milhões representando 5,1% da população total. Em 2000, esse contingente se aproximou de 14,5 milhões, representando cerca de 9% do total. Em 2010, a população idosa avançou para cerca de 17 milhões, representando cerca de 10% do seu contingente no País, quase que dobrando o percentual observado nos anos 1970. Paralelamente ao envelhecimento da população brasileira, há que se considerar o aumento na proporção de óbitos de idosos em relação aos óbitos totais. De acordo com os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, em 1980, cerca de 38% de todas as mortes que ocorreram no país foram de pessoas com 60 anos e mais. Em 1991 e 2000, elas passaram a representar 50% e 55% do total de óbitos, respectivamente. No ano de 2010, houve um total na população de 1.057.325 óbitos, sendo que 651.038 deles foram de idosos a partir de 60 anos, ou seja, 62% dos óbitos ocorridos de acordo com o Censo do IBGE (2010). A elevação na proporção de óbitos de idosos, entretanto, não implica o aumento das taxas de mortalidade deste grupo etário. É possível observar, em estudos como os de Camarano (2002)4 e Oliveira e Albuquerque (2003),17 que de 1980 a 2000 a esperança de vida da população brasileira aos 60 anos aumentou e que tais ganhos em termos relativos foram maiores do que os ganhos obtidos pela população total. Entre vários autores, Paes (2001)21 aponta que as estatísticas de mortalidade por causa básica de óbito têm papel fundamental na avaliação do processo saúdedoença que contribuem de maneira decisiva para o conhecimento dos perfis de saúde de uma população e para as questões ligadas às políticas e programas de saúde. De fato, a transição epidemiológica está por trás da dinâmica das causas de morte. Pioneiro neste tema, Omran (1971)18 propôs uma teoria com algumas proposições desenvolvidas no sentido de se construir um escopo teórico-explicativo para as transformações observadas no nível e no padrão da mortalidade. Horiuchi (1999)14 avançou nas ideias de Omran, definindo cinco etapas da transição epidemiológica. Apesar do otimismo quanto aos avanços da medicina e nos prováveis impactos na queda nas taxas de mortalidade, alerta-se para os obstáculos a este declínio, advindo do estilo de vida moderno. 15 Segundo os formuladores da teoria da transição epidemiológica (Omran, 1971 e Bobadilha, 1991)18,10 na quarta etapa boa parte das mortes por doenças transmissíveis infecciosas e parasitárias são substituídas pelas doenças crônicas degenerativas, notadamente as doenças do aparelho circulatório, neoplasias e falhas do aparelho respiratório. A análise da mortalidade entre os idosos no Brasil evidencia a mudança no perfil da mortalidade por causas. Apesar do forte impacto que essas causas têm no cenário nacional, estudos de mortalidade, e principalmente referente aos idosos, que fazem uso da variável “causa básica de óbito” têm uma produção insuficiente para o Brasil, e particularmente para o Nordeste brasileiro. Essa observação já havia sido feita desde os anos 90, por Chackiel (1990)6 ao chamar atenção para a existência de poucos estudos de mortalidade por causas na América Latina e no terceiro mundo. Este autor alertou ainda que tal fato podia estar associado a questões ligadas à qualidade dos dados. Argumenta-se que a limitação das estatísticas de mortalidade pode ser responsável pelo escasso número de estudos regionalizados da mortalidade idosa brasileira, o qual se acentua ao se buscar associar esta mortalidade com fatores de natureza social e econômica, cuja discussão é necessária para uma melhor compreensão dos processos envolvidos na morte dos indivíduos. Reconhecendo que as mudanças no padrão de mortalidade apontam para um processo de transição epidemiológica e que existem claras diferenças regionais, e entre os sexos, alguns estudos trataram de entender a associação entre a mortalidade e variáveis socioeconômicas. Para tanto, foram feitas abordagens como o emprego da análise de regressão e análise multivariada. Entre eles, destaca-se o de Sichieri et al (1992)32, abrangendo capitais brasileiras, cujo foco centrou-se na relação entre a mortalidade adulta por doenças crônico-degenerativas e um conjunto de variáveis sociais e econômicas no Brasil e, um pouco depois, o de Gruska (1995)12, para a mortalidade adulta na Argentina. Mais recentemente, destaca-se um estudo regionalizado, o qual foi conduzido por Santos (2006)31, para os municípios do Estado do Rio Grande do Norte no Brasil. Nenhuma dessas abordagens, no entanto, fez uso da modelagem de equações estruturais, uma das modalidades da análise multivariada - com o uso das estatísticas de mortalidade. Em síntese, há de levar-se em consideração o avanço na sistematização, 16 regularidade, universalização e melhoria dos registros de óbitos no Nordeste brasileiro, o processo de envelhecimento populacional e as mudanças do padrão de mortalidade, notadamente o aumento das mortes por doenças cardiovasculares. Agrega-se a esses elementos a necessidade do conhecimento dos diferenciais regionais da mortalidade no Nordeste brasileiro, para a apreensão das desigualdades em saúde, bem como a notória escassez desses estudos. Assim, foram estabelecidas as bases que motivaram este estudo, ou seja, entender que fatores das condições de vida da população idosa nordestina brasileira estariam relacionados com a mortalidade dos idosos desta região pela principal causa de morte, as doenças cardiovasculares. 17 2. JUSTIFICATIVA Apesar dos avanços recentes, a falta de uma cobertura regional confiável dos registros de óbitos, junto com as imprecisões das declarações das causas de morte, são ainda assuntos preocupantes e pendentes, os quais se constituem nos maiores entraves pelo escasso número de estudos regionalizados da mortalidade idosa brasileira, conforme enfatizado por autores como Lessa (1998)16 e Paes (2005)25. Essas preocupações ficam evidentes, pela ausência ou escassez de estudos que usem os registros vitais para unidades espaciais menores na região Nordeste, como as microrregiões. Exacerbam-se ainda mais essas preocupações devido à ausência de estudos que buscam associar a mortalidade dos idosos com indicadores das condições de vida para unidades espaciais menores, os quais podem propiciar melhor planejamento, avaliação de políticas públicas e a elaboração de diagnósticos setoriais regionais. Ao ineditismo do uso das estatísticas de óbitos para as microrregiões do Nordeste, o qual é corrigido e relacionado com as condições de vida através de indicadores de mortalidade, pode ser adicionado o uso da metodologia de equações estruturais. Esta última trata-se de uma abordagem estatística multivariada, passível de aplicação, ao tratar da relação entre os diferentes indicadores das condições de vida com os da mortalidade dos idosos, a qual pode ser observada diretamente ou indiretamente. Destaca-se, nesta abordagem, a mortalidade por doenças cardiovasculares, que são aquelas mais observadas entre os idosos. Desta forma, reúnem-se, neste estudo, elementos originais e desafiadores, que procura dar contribuições para a aplicação do conhecimento nesta temática para o entendimento dos fatores intervenientes na mortalidade dos idosos, pelas doenças cardiovasculares. 18 3. OBJETIVOS 3.1. • Objetivo geral: Avaliar a associação dos fatores que expressem as condições de vida com a mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos da população do Nordeste do Brasil, nos anos 2000 e 2010. 3.2. • Objetivos específicos: Identificar fatores de condições de vida determinantes das principais causas da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos, em 2000, por meio da modelagem de equações estruturais. • Avaliar o potencial da modelagem de equações estruturais, como método de análise relacional, para modelar a mortalidade por doenças cardiovasculares das mulheres idosas, em 2000. • Analisar a associação das principais causas de mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos, com as condições de vida, a partir da construção de um indicador sintético para classificação das mesorregiões nordestinas, em 2000 e 2010. 19 4. MÉTODOS 4.1 Base e Fontes dos dados Os dados sobre os indicadores socioeconômicos-demográficos em 2000, para cada uma das 187 microrregiões do Nordeste, foram extraídos do Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil (PNUD/IPEA/FJP, 2003). Foi excluída a microrregião de Fernando de Noronha-PE, devido à inconsistência das informações sobre os óbitos. Alguns indicadores adicionais foram extraídos diretamente do Censo Demográfico de 2000, posteriormente, foram agregados a este estudo os dados do Censo Demográfico de 2010, os quais encontram-se armazenados em banco de dados, em formato de microdados desagregados em níveis espaciais de municípios, que permitem cruzamentos entre as variáveis de interesse, bem como agregá-los em unidades regionais maiores. Os registros de óbitos, por causas básicas, sexo e grupos etários, foram extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade (disponível até a realização deste trabalho, de 1974 a 2010) e disponível no site www.datasus.gov.br. Para a classificação das causas de morte, tomou-se por base a CID-10 (Classificação Internacional Estatística de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). 4.2 A qualidade dos registros de óbitos Avaliou-se a qualidade dos registros de óbitos por meio de dois procedimentos: 1) Cobertura dos óbitos: utilizaram-se as técnicas desenvolvidas por Brass (1975)3 e Preston et al. (1984)29. Através de critérios seletivos, selecionou-se a estimativa mais plausível, ou a média delas, nas situações em que estas técnicas foram factíveis de uso. 2) Causas mal definidas: calculou-se o percentual das causas mal definidas de acordo com o Capítulo XVIII da CID-10, denominado “Sinais, sintomas e achados anormais de exames clínicos e laboratoriais”. Os percentuais dos óbitos com causas mal-definidas foram redistribuídos em causas de morte definidas por meio do método proposto por Ledermann (1955)15 que faz uso da técnica de regressões lineares 20 simples. Este é um procedimento que permite recuperar as causas de morte definidas “esperadas”, cujas causas básicas de interesse foram as doenças cardiovasculares. 4.3 Indicadores da estrutura da mortalidade por idade e causas básicas de morte Para as microrregiões do Nordeste, a mensuração dos níveis, tendências e padrões de mortalidade por sexo e faixas etárias dos idosos (60 anos ou mais) foi realizada através da construção de uma série de indicadores como: taxas de mortalidade gerais padronizadas, taxas específicas, participação percentual das causas de óbitos na mortalidade geral e índices de mortalidade por causas básicas líderes. 4.4 Estudo descritivo sobre o Perfil da mortalidade dos idosos e dos indicadores socioeconômicos e de saúde Uma análise exploratória dos indicadores de mortalidade e dos indicadores socioeconômicos e de saúde foi realizada através de medidas resumo de posição e de variabilidade. Confeccionaram-se mapas para as principais causas de morte do grupo das cardiovasculares através do software do DATASUS – TabWin, versão 3.6. 4.5 Modelagem de Equações Estruturais A análise estatística foi conduzida pela técnica multivariada denominada Modelagem de Equações Estruturais (MEE), a qual é usada para testar a validade de modelos teóricos que definem relações lineares, hipotéticas, entre variáveis. Essa modelagem consiste na estimação simultânea de uma série de equações de regressão linear múltipla e possui algumas vantagens sobre regressão linear clássica. Utilizaram-se técnicas multivariadas de interdependência – análise fatorial (exploratória e confirmatória) - na redução do número de variáveis, na busca de fatores ou variáveis latentes que expressassem indicadores compostos ou sintéticos das condições de vida da população nordestina que interferem na mortalidade dos idosos. 21 A MEE utilizada neste trabalho consistiu de dois sub-modelos: 1) Modelo estrutural (equações estruturais) que representa a associação entre as variáveis latentes exógenas e endógenas e 2) Modelo de mensuração (equações de medida) que estabelece como as variáveis latentes ou construtos hipotéticos são medidos por indicadores observáveis. A significância do modelo de mensuração foi verificada pela confiabilidade individual ou validade convergente dos coeficientes de regressão padronizados. 4.6 Construção de um indicador sintético Utilizou-se a análise estatística multivariada de Componentes Principais (HAIR et al, 2005)13 e a partir dos escores ordenados da 1ª componente obteve-se a distribuição dos quartis para classificar as mesorregiões nos anos 2000 e 2010, segundo a associação de indicadores referentes às condições de vida (renda, educação, moradia) com as principais causas básicas das DCV selecionadas para estudo. A classificação das mesorregiões resultou em quatro estratos assim rotulados: 1condições de vida alta, 2-condições de vida média, 3-condições de vida baixa e 4condições de vida muito baixa. Verificou-se que essa classificação foi compatível com aquela adotado pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). 22 5 ARTIGO PRODUZIDO 5.1 . Declaração de aceite da Revista Brasileira de Epidemiologia – RBE para Publicação de Artigo O artigo “Associação entre condições de vida e vulnerabilidade com a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos do nordeste do Brasil” foi aceito para publicação na Revista Brasileira de Epidemiologia – RBE, que possui fator de impacto 0,776 e qualis B1 da CAPES para área de Medicina II. 23 ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE COM A MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES DE HOMENS IDOSOS DO NORDESTE Association between life conditions and vulnerability with mortality from cardiovascular diseases in elderly men of Northeast Brazil 5.2 . Revista Brasileira de Epidemiologia – RBE Autores: 1. Jozemar Pereira dos Santos, MSc; Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil, e-mail: [email protected] 2. Neir Antunes Paes, PhD; Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde - Departamento de Estatística da Universidade Federal da Paraíba - UFPB e Orientador Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil, e-mail: [email protected] Conflito de interesse: Não existe conflito de interesse Endereço do autor para correspondência: Jozemar Pereira dos Santos Rua Professora Maria Sales, 833, Apto 202, Tambaú, CEP: 58039-130 João Pessoa, PB, Brasil E-mail: [email protected] OBS: Artigo publicado na RBE: volume Abril/Junho de 2014, pags 407-420. DOI: 10.1590/1809-4503201400020010ENG 24 RESUMO O estudo objetivou identificar fatores explicativos da taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do Nordeste do Brasil em 2000, a partir de indicadores das condições de vida e de vulnerabilidade dessa população, com o uso da Modelagem de Equações Estruturais. Foram traçadas as seguintes etapas metodológicas: 1) através dos microdados do Censo 2000 foram selecionados 10 indicadores para o construto exógeno condições de vida e de vulnerabilidade. Do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde foram obtidos os óbitos das quatro principais causas básicas por doenças cardiovasculares, as quais compuseram o construto endógeno como variável desfecho; 2) análise da qualidade dos dados de mortalidade; 3) análise estatística via Modelagem de Equações Estruturais em duas etapas: ajuste do modelo de mensuração das variáveis latentes e ajuste do modelo estrutural obtido. Em virtude da multicolinearidade verificada, três indicadores foram significativos para o modelo de mensuração: anos de estudo, percentual de idosos em domicílios com banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos. O modelo estrutural indicou adequação de ajuste do modelo hipotetizado, o qual apresentou medida de coeficiente padronizado considerada de forte efeito e significativa (CP = 0,81, p-valor < 0,01) e coeficiente de determinação R2 = 66%. Conclui-se que o construto condições de vida e de vulnerabilidade foi fortemente associado com a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos do Nordeste do Brasil em 2000. Palavras-chave: Mortalidade. Condições sociais. Causalidade. Doenças cardiovasculares. Idoso. ABSTRACT The study aimed at identifying explanatory factors of the mortality rate of elderly men due to cardiovascular diseases in the 187 micro regions of Northeast Brazil, in 2000, based on indicators of life conditions and vulnerability of that population, using the Structural Equations Modeling. The following methodological steps were taken: 1) using Censo 2000’s microdata, 10 indicators were selected to the latent exogenous construct ‘life conditions and vulnerability’. Using the Information System of Mortality from the Brazilian Ministry of Health, data about deaths from the four major basic causes of cardiovascular diseases were collected, which composed the endogenous latent construct as the outcome variable; 2) qualitative analysis of mortality data; 3) statistical analysis using the Structural Equation Modeling through two phases: adjustment of the outcome variables’ measurement model and adjustment of the obtained structural model. Due to the multicollinearity observed, three indicators showed significance for the measurement model: years of study, percentage of elderly men in households with bathroom/plumbing and survival probability at 60 years of age. The structural model indicated adjustment adequacy of the model, which the measurement of standardized coefficient was considered of strong effect (SC = 0.81, p-value < 0.01) and coefficient of determination R2 = 66%. It was concluded that indicators of life conditions and vulnerability were highly associated with the mortality rate from cardiovascular diseases in elderly men from Northeast Brazil in 2000. Key-words: Mortality. Causality. Cardiovascular disease. Aged. Social conditions. 25 INTRODUÇÃO A transição epidemiológica refere-se às modificações em longo prazo dos padrões de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas e engloba a substituição, entre as primeiras causas de morte, das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas; o deslocamento da maior carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos; e ainda a transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra cuja morbidade é dominante1. Existe uma estreita relação entre os processos de transição demográfica e epidemiológica. Observa-se que a queda inicial da mortalidade concentra-se seletivamente entre as doenças infecciosas e tende a favorecer os segmentos jovens da população. Desse modo, modifica-se o perfil de saúde da população, que ao invés de processos agudos que apresentam evolução rápida através da cura ou do óbito, tornam-se predominantes as doenças crônicodegenerativas e suas complicações. A população composta pelo segmento de idosos é a que mais vem crescendo a partir da transição demográfica desencadeada nos anos 1960, em toda a extensão do país. Esse fenômeno tem sido apontado como um dos fatos demográficos mais relevantes das últimas décadas, que, por sua vez, implica novas demandas para as políticas sociais, de seguridade e de saúde. Têm sido apontados, como fatores associados à menor sobrevida do idoso e consequente maior mortalidade, os de natureza demográfica, socioeconômica, de suporte social, antecedentes de morbidade, estilo de vida e hábitos, entre outros2-4. Concomitantemente, têm ocorrido mudanças no quadro das causas de mortalidade decorrentes da transição epidemiológica e, paralelamente ao envelhecimento da população brasileira, há o aumento na proporção de óbitos de idosos em relação aos óbitos totais. De acordo com os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde do Brasil5, em 1980, cerca de 38% de todas as mortes que ocorreram no país foram de pessoas acima de 60 anos. Em 1991 e 2000, estas passaram a representar 50 e 55% do total de óbitos, respectivamente. Entretanto, a elevação na proporção de óbitos de idosos não implica o aumento das taxas de mortalidade deste grupo etário. 26 Alguns estudos6,7 têm apontado que, de 1980 a 2000, a expectativa de vida da população brasileira, aos 60 anos, aumentou, e que tais ganhos em termos relativos foram maiores do que os ganhos obtidos pela população total. As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morte e de incapacidade. No mundo desenvolvido, 49% dos óbitos são devidos às DCV. Nos países em desenvolvimento, estima-se que, em 2020, um terço (34%) de todos os óbitos serão devidos às DCV6. No Nordeste brasileiro, a relevância dessas causas também é notória, uma vez que cerca de 45% dos óbitos de idosos são decorrentes de causas associadas às DCV7. Diversos estudos têm mostrado uma estreita relação entre a mortalidade de adultos e as condições de vida expressas através de indicadores como renda, educação, ocupação, condições de moradia, entre outros8-10. Nesta linha de abordagem, outros estudiosos enfocaram a relação entre a mortalidade adulta por DCV e indicadores econômicos, como o índice de Gini e o Produto Interno Bruto per capita, educacionais como anos de estudo ou escolaridade e sociais, como atenção médica, serviços de saúde11-14, entre outros. A análise dessas relações tem sido explorada através de diversos modelos explicativos em que, comumente, são aplicadas análises de regressão, modelos multivariados e metanálise. No entanto, poucos têm aplicado a Modelagem de Equações Estruturais (MEE), visto que, as condições de vida e a mortalidade são usualmente expressas por variáveis latentes. Esta técnica permite o estudo da modelagem entre construtos latentes exógenos ou independentes explicando a associação para construtos endógenos (ou dependentes). Essas relações têm sido enfocadas usualmente considerando-se unidades espaciais globais como o país, regiões, estados e, por vezes, localidades. Se a produção nesta linha de investigação é insuficiente para o Brasil, para as microrregiões nordestinas, esta é possivelmente inexistente. Ao vácuo destas explorações, soma-se a ausência de estudos sobre a qualidade dos eventos vitais para estas unidades geográficas. É preciso resgatar o potencial explicativo, tanto dos registros de óbitos como de suas causas básicas, como as DCV, bem como investigar suas relações com as condições de vida. Apesar das deficiências, essas estatísticas são extremamente úteis para entender as mudanças populacionais e orientar políticas de redução da incidência de certas doenças e suas consequências na população, particularmente em regiões com estudos incipientes como o Nordeste brasileiro. 27 Neste contexto, o presente estudo teve como principal objetivo identificar, através da Modelagem de Equações Estruturais, se a mortalidade por doenças cardiovasculares em homens idosos na região Nordeste do Brasil está associada às condições de vida relacionadas aos aspectos: social, econômico, demográfico ou de saúde. Considerando-se que, na literatura existente, não foram observados estudos relacionando a mortalidade com fatores explicativos por meio de construtos latentes, tal lacuna justifica essa abordagem. MÉTODO Desenho de estudo e bases de dados Trata-se de um desenho de estudo ecológico com corte transversal para o ano 2000 cuja unidade de análise foi a microrregião. A base que compôs os dados da população de estudo e os indicadores de condições de vida foi montada a partir dos registros censitários e dos microdados (resultados amostrais) do Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)15. Os dados de óbitos por DCV foram extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da SaúdeSIM/MS5 de acordo com quatro principais causas básicas: doenças cerebrovasculares, doenças isquêmicas do coração, doenças hipertensivas e outras doenças cardiovasculares, tomando por base a Classificação Internacional Estatística de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), informada no SIM. As informações foram coletadas de unidades de análises formadas pelas 187 microrregiões que compõem os nove estados do Nordeste brasileiro. Essas bases de dados foram desagregadas pelas variáveis sexo e faixas etárias quinquenais até 85 anos, e acima disso. Calculou-se a média aritmética simples dos óbitos para o triênio 1999/2000/2001, para evitar eventuais flutuações aleatórias dos dados. As populações foram retroprojetadas para o meio do ano de 2000, utilizando o Método Geométrico de Crescimento16. Os sub-registros de óbitos foram estimados, utilizando-se o método da Equação de Balanço do Crescimento desenvolvido por Brass17, para posterior correção dos óbitos das microrregiões18. As Causas Mal Definidas constantes no Capítulo XVI da 28 CID-10 foram redistribuídas nas correspondentes causas bem definidas, ou seja, as DCV, através do método de Lederman, segundo Vallin19. Após os ajustes realizados nos óbitos originais, calculou-se a Taxa de Mortalidade Padronizada por Doenças Cardiovasculares para a população de homens idosos (x 100 mil habitantes), considerando-se as quatro principais categorias de causas agrupadas pelo CID-10 para cada uma das microrregiões do Nordeste. As variáveis ou indicadores utilizados como fatores explicativos e associados à mortalidade por DCV, nesses idosos masculinos, referentes à educação, renda e vulnerabilidade foram: A_EST (anos de estudos), ANALF (percentual de idosos não alfabetizados), LE_ESC (percentual de idosos que lê/escreve), RdTot (renda total média dos idosos), A_PRV (percentual de aposentados pela previdência oficial), A_PEN (percentual de idosos aposentados ou pensionistas) e ainda, indicadores sintéticos demográficos e de vulnerabilidade: RPC_med (renda per capita média das microrregiões), B_AGUA (percentual de idosos vivendo em domicílios com banheiro e água encanada), PRB40 (probabilidade de sobrevivência até 40 anos, em 2000) e PRB60 (probabilidade de sobrevivência até 60 anos, em 2000). Esses quatro últimos indicadores foram selecionados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (ADHB)20. Para a montagem dos bancos de dados utilizou-se o pacote estatístico PASW Statistics 18 (SPSS Inc., Chicago, IL). Apesar de não se tratar de estudo primário em seres humanos, o presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley-HULW, da Universidade Federal da Paraíba. Análise estatística Nesse estudo, utilizou-se a técnica de Modelagem de Equações Estruturais (MEE), a qual é usada para testar a validade de modelos teóricos que definem relações causais, hipotéticas, entre variáveis21. Essa modelagem consiste na estimação simultânea de uma série de equações de regressão linear múltipla e possui algumas vantagens sobre a regressão linear clássica22-24. 29 A MEE utilizada neste trabalho consistiu de dois sub-modelos: 1) Modelo estrutural (equações estruturais) que representa a relação casual entre as variáveis exógenas e endógenas; e 2) Modelo de mensuração (equações de medida) que estabelece como as variáveis latentes ou construtos hipotéticos são medidos por indicadores observáveis. A significância do modelo de mensuração foi verificada pela confiabilidade individual ou validade convergente dos coeficientes de regressão padronizados, sendo verificada a confiabilidade para coeficientes com significância inferior a 1% (p-valor < 0,01) e carga considerada forte (> 0,50)22-24. Modelo teórico proposto e diagrama de caminhos O modelo teórico a ser testado pela MEE está representado na Figura 1.1, envolvendo a relação entre o construto ou variável latente exógena CONDVS Condições de vida e de vulnerabilidade (causa), estimada indiretamente pelos 10 indicadores anteriormente citados, e o construto latente endógeno TMPDC - Taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares por 100 mil habitantes (efeito ou desfecho) - estimada, também, indiretamente por suas quatro principais causas básicas. O modelo proposto especifica a trajetória de causa unidirecional, denominado modelo recursivo (representada na caixa do lado direito superior da Figura 1.1), estima o efeito direto do construto latente exógeno CONDVS sobre a variável endógena TMPDC, não observada diretamente25. 30 Figura 1.1 - Modelo teórico proposto usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos Nota: Diagrama de Caminhos elaborado no software AMOS, versão 18. TMP: Taxa de mortalidade padronizada (x 100 mil habitantes); DCV: Doenças cardiovasculares; Erros de medida: e1, e2, ... , e10 (indicadores) e d1, d2, d3 e d4 (causas básicas); dst (distúrbio aleatório). 31 Método de estimação A análise da MEE foi conduzida pelo método da Máxima Verossimilhança (MV) utilizando-se o software AMOS - Analisys of Moment Structures (v.18, SPSS Inc., Chicago, IL). Esta análise consistiu de duas etapas: a primeira forneceu o ajuste para o modelo de mensuração das variáveis exógena (CONDVS) e endógena (TMPDC), através das estimativas padronizadas ou coeficientes de regressão linear para cada um dos construtos; e na segunda etapa, o ajuste do modelo estrutural, por meio de vários indicadores de ajuste absoluto, relativo e parcimonioso considerados para ajuste dos dados ao modelo proposto21-24. Para evitar a violação dos pressupostos de normalidade multivariada, exigida na condução do método de MV, para as variáveis ou indicadores presentes, foram conduzidas, como auxílio ao método, 200 reamostragens (bootstraping) dos indicadores do modelo de mensuração nas 187 microrregiões, tendo em vista que a introdução de transformações matemáticas para as variáveis de estudo não satisfizeram a esses pressupostos. Obtiveram-se assim, ajustes satisfatórios do modelo final com esse procedimento22. Os resultados da modelagem, ou seja, os coeficientes padronizados (CP) foram interpretados de acordo com Kline24, cuja classificação requer: CP de cerca de 0,10 indicando um pequeno efeito, um CP de cerca de 0,30 indicando um efeito médio e CP > 0,50 indicando um forte efeito. Para um bom ajuste do modelo estrutural, foram consideradas as seguintes Estatísticas e Índices de Qualidade de Ajuste, com respectivos valores de referência utilizados com maior frequência em aplicações de MEE21,24: - índices absolutos: avaliam a qualidade do modelo, porém, sem comparação com outros modelos - função de discrepância (χ2 quanto menor melhor; p> 0,05); Quiquadrado normado (χ2 /gl) – valores acima de 1 até 2; erro quadrático médio de aproximação (RMSEA), valores acima de 0,05 até 0,10; índice de qualidade de ajuste (GFI): valores entre 0,90 e 0,95; - índices relativos ou comparativos - avaliam a qualidade do modelo sob teste comparando-o ao modelo de independência ( não associação entre quaisquer variáveis manifestas) - índice de ajuste comparativo (CFI): valores acima de 0,90 até 0,95; índice de Tukey-Lewis (TLI): valores acima de 0,90 até 0,95; 32 - índices de parcimônia - obtidos pela correção dos índices relativos com um fator de penalização associado à complexidade do modelo - parcimônia GFI (PGFI): valores entre 0,60 e 0,80 e parcimônia CFI (PCFI): valores entre 0,60 e 0,80. “Mapas” apresentando comportamento hierárquico para as taxas padronizadas da mortalidade por doenças cardiovasculares pelas quatro principais causas básicas em homens idosos do Nordeste foram construídos pelo software do DATASUS, TabWin_versão 3.6. RESULTADOS A Tabela 1.1 apresenta as medidas descritivas, média e desvio padrão, para a variável resposta ou desfecho Taxa de Mortalidade Padronizada por Doenças Cardiovasculares-TMPDC (x 100 mil habitantes) através das quatro principais causas básicas de morte: DCbV, DIC, DHI e ODC. Em relação às taxas de mortalidade padronizada, observou-se uma maior taxa média por DCbV em todas as microrregiões de oito dos nove estados nordestinos, exceto para o Estado do Rio Grande do Norte, onde prevaleceram em média as DIC. Em seguida, em ordem decrescente, apareceram como predominantes para os Estados as taxas padronizadas de mortalidade por: ODC, DIC e DHI. A Figura 1.2 permite uma visão espacial por microrregiões das taxas de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares pelas suas quatro principais causas básicas. A Figura 1.3 apresenta a análise do diagrama para o modelo teórico proposto reespecificado, no qual constam 3 dos 10 indicadores que forneceram significância ao ajustamento do modelo – os demais indicadores por apresentarem multicolinearidades foram retirados - fornecendo a solução padronizada da MEE para o modelo final. Na Figura 1.3, os resultados foram significativos para os seguintes indicadores: A_EST (0,70), B_AGUA (0,63) e PRB60 (0,50), atendendo aos critérios da validade convergente para o modelo de mensuração do construto exógeno CONDVS. A variável resposta ou desfecho TMPDC também apresentou modelo de mensuração significativo 33 através das quatro principais causas básicas consideradas: DCbV (0,52), DIC (0,52), ODC (0,49) e DHI (0,44). Observa-se ainda na Figura 1.3, que o modelo final para a mortalidade dos idosos apresentou indicadores de ajuste no geral, com medida considerada de forte efeito, proporcionado pelo construto latente CONDVS (CP = 0,81) e fornecendo coeficiente de determinação do modelo explicando R2=66% da variação total do desfecho, TMPDC. A análise da qualidade do ajuste geral do modelo foi feita avaliando-se a estimação da variável resposta TMPDC, através da MEE, para o modelo final apresentado (Tabela 1.2). Os critérios para um bom ajuste do modelo, segundo Kline (2005)24 e Marôco (2010)21, foram satisfeitos para todos os indicadores de ajustes absoluto, relativo e de parcimônia considerados. 34 Tabela 1.1 - Medidas descritivas das quatro principais causas básicas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões dos Estados do nordeste (2000) Estados (No. de microrregiões) Maranhão (21) Medidas resumo Média TMPDC (x 100.000 hab.) DCbV DIC2 ODC3 1 DHI4 532,32 305,68 423,38 124,59 217,56 111,27 199,74 65,68 Piauí (15) Média 617,86 376,17 386,98 189,24 D. Padrão 122,32 131,76 125,10 99,10 Ceará (33) Média 580,20 339,85 430,07 227,57 D. Padrão 141,58 123,75 124,08 101,31 Rio Grande do Norte (19) Média 473,29 548,86 356,53 179,89 D. Padrão 116,14 136,06 105,00 80,26 Paraíba (23) Média 551,06 376,74 525,48 127,72 D. Padrão 152,89 113,10 146,10 84,12 Pernambuco (18) Média 763,82 584,74 525,08 232,23 D. Padrão 151,90 134,02 116,33 69,80 Alagoas (13) Média 797,34 359,16 494,57 165,22 D. Padrão 180,83 106,03 143,37 76,64 Sergipe (13) Média 590,58 300,84 390,87 140,40 D. Padrão 119,91 117,33 131,00 70,65 Bahia (32) Média 528,98 316,16 421,36 150,56 D. Padrão 131,85 76,08 128,20 71,22 Fonte: Sistema de Informações Sobre Mortalidade do Ministério da Saúde - SIM/MS, Departamento de Informática do SUS (DATASUS; http://www.datasus.gov.br, ano 2000). (1) DCbV - doenças cerebrovasculares; (2) DIC - doenças isquêmicas do coração; (3) ODC - outras doenças cardiovasculares; (4) DHI - doenças hipertensivas. D. Padrão 35 Figura 1.2 - Variação das taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) Nota: Uso do software do DATASUS – TabWin, versão 3.6 36 Figura 1.3 - Modelagem de Equações Estruturais – Estimativa padronizada para o Modelo Final CP: coeficiente padronizado (Forte efeito, CP > 0,50); **correlações significativas, valor p < 0,01; 2 R : coeficiente de determinação múltiplo; TMP: Taxa de mortalidade padronizada (x100 mil habs.) Erros de medida: e1, e8 e e10 (indicadores) e d1, d2, d3 e d4 (causas básicas); dst (distúrbio aleatório). 37 Tabela 1.2 - Indicadores de ajuste da MEE para modelagem da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000) Critérios para bom ajuste do modelo Modelo final (Marôco21 e Kline24) TMPDC - 25,982 (0,026*) valor entre 1 e 2 25,982/14=1,856 GFI (índice de qualidade de ajuste) acima de 0,90 0,962 RMSEA (raiz média quadrática dos entre (0,05; 0,10] 0,068 erros de aproximação) p(Ho: rmsea≤0,05) p-valor = 0,212 CFI (índice de ajuste comparativo) acima de 0,90 0,936 TLI (índice de Tukey-Lewis) acima de 0,90 0,903 PGFI (parcimônia do GFI) entre: (0,60; 0,80] 0,641 PCFI (parcimônia do CFI) entre: (0,60; 0,80] 0,624 Indicador de ajuste Ajuste absoluto: Função de discrepância: χ2 (valor p) Qui-quadrado normado (χ2/gl) Ajuste relativo: Ajuste parcimonioso: TMPDC - taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (x100.000 hab); (*) valor p > 0,01 indica ajuste global do modelo, ao nível de 1% de significância. 38 DISCUSSÃO As doenças cardiovasculares no Nordeste, como nas populações em geral, constituem-se na maior causa da mortalidade dos idosos, colocando em destaque a importância da averiguação de sua associação com indicadores de condições de vida e de saúde. Os níveis para os Estados do Nordeste ficaram abaixo, quando comparados com os do Brasil26. Dentre as DCV, destacaram-se as DCbV e as DIC. No Brasil, a mortalidade por DCV foi maior nos homens no ano 20006. Nestes, o risco de morte por DIC e DCbV foi próximo. Para os idosos, as DCbV mataram mais que as DIC26,27. As microrregiões dos Estados com valores mais acentuados, no geral, ficaram com Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará, em ordem decrescente. Os mais baixos ficaram com o Maranhão. Sabe-se que a qualidade dos registros dos óbitos do Nordeste apresenta problemas26. É preciso levar em conta que, embora não seja uma tarefa fácil, procuraram-se corrigir os níveis de mortalidade por DCV das microrregiões por meio de estimativas dos sub-registros de óbitos e, ainda, redistribuindo-se as causas mal definidas pelas definidas. Este esforço seguiu os passos metodológicos traçados por Paes e Gouveia28. Embora possam persistir erros nas estimativas, admite-se que as correções realizadas produziram níveis bastante plausíveis de mortalidade para as causas investigadas. No Brasil, em 2000, mais da metade dos óbitos de idosos foi causada por doenças relacionadas ao aparelho circulatório, corroborando os achados de que indivíduos com mais de 60 anos apresentam óbitos predominantemente relacionados com as doenças crônicas degenerativas6. A modelagem final pela MEE para a taxa de mortalidade dos idosos por DCV apresentou índices de bom ajuste do modelo. Os resultados do modelo sugerem uma forte associação do construto exógeno condições de vida - composto pelos indicadores anos de estudo dos homens idosos, percentual de idosos em domicílios com banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos, com a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos da região Nordeste em 2000. A importância desses indicadores é corroborada por outros estudos que 39 ressaltam a importância expressa pela educação, condições econômicas e envelhecimento com ganhos em anos de vida11. A discussão sobre a questão da relação entre o status de saúde de uma sociedade e indicadores que expressam as condições de vida tem-se mostrado recorrente e atual, haja vista a diversidade de abordagem dos trabalhos encontrados na literatura internacional10,14,29-32. No Brasil, esse tema também tem despertado a atenção de estudiosos, principalmente a partir do final dos anos 1990, quando os sistemas de informações sobre mortalidade melhoraram a qualidade dos seus dados permitindo investigações mais acuradas das relações entre mortalidade e indicadores socioeconômicos11-13,33-35. Nas duas últimas décadas, tem crescido a produção de estudos que passaram a incluir, nos modelos explicativos, variáveis de cunho mais social, como as condições de vida e em particular a educação. A atenção dos estudiosos desta temática tem-se voltado para o papel das desigualdades sociais, principalmente da desigualdade educacional, gerada pelas distorções na distribuição do capital humano, especialmente nos países pobres ou em desenvolvimento, cujos sistemas educacionais são ineficientes e dificultam o acesso da população mais desprovida de recursos materiais à educação de qualidade, como as microrregiões do Nordeste brasileiro. Alguns estudos realizados no Brasil e em outros países comprovam que a desigualdade educacional é mais perniciosa porque tem efeito direto sobre a adoção de hábitos de vida saudável que minimizam os efeitos dos fatores de risco das doenças cardiovasculares13,30,34-35. Um estudo realizado com o uso da metanálise sobre trabalhos publicados na literatura9 chegou a conclusões que corroboram as hipóteses de que a educação e as condições econômicas - que propiciam a aquisição de bens de serviços como o saneamento básico - têm importante papel na determinação do padrão de saúde das pessoas, identificando fatores comuns que potencializam os benefícios da educação e dos recursos econômicos sobre a saúde. Os autores, baseados em suas análises, concluem que pessoas com melhor aporte educacional, além de outras implicações, são mais capazes de recorrer aos avanços tecnológicos da medicina e tendem a levar uma vida mais saudável, repercutindo favoravelmente na saúde individual e coletiva. Não é, portanto, nenhuma novidade que o indicador anos de estudo dos homens 40 idosos, tenha se revelado um importante fator potencializador para expressar as condições de vida, associado com a mortalidade por DCV. No entanto, é esclarecedor que este indicador se tenha revelado como um importante fator com esta mortalidade, para uma região marcada por desigualdades regionais de desenvolvimento, evidenciando, desta maneira, a qualidade satisfatória dos registros de óbitos trabalhados aqui. Por sua vez, o envelhecimento, expresso pelo indicador probabilidade de sobrevivência, revelou-se como uma variável explicativa com potencial de regular as variações da mortalidade dos idosos das microrregiões do Nordeste. Desta forma, os estudos realizados no Brasil que relacionam a mortalidade por DCV com variáveis socioeconômicas revelam uma concordância com os resultados deste trabalho, no que tange ao papel destes indicadores latentes das condições de vida, como determinante da mortalidade por DCV. É preciso, pois, levar em conta estas variáveis como potenciais variáveis explicativas na elaboração de propostas de intervenção ao idoso no Brasil, em particular no nordeste. CONCLUSÃO O presente estudo pode ser considerado como pioneiro nas análises sobre a MEE, para fatores de condições de vida e de vulnerabilidade explicativos da mortalidade por DCV de homens idosos no país. Neste estudo, foram apontadas distintas realidades através dos microdados do Censo 2000, fonte esta que disponibiliza o menor nível de desagregação possível nas estatísticas brasileiras, o que permitiu traçar um panorama regional das principais causas da mortalidade por DCV nos idosos. A proximidade da obtenção dos novos microdados do Censo 2010 possibilitará a atualização e comparação com os resultados obtidos neste estudo, usando-se o mesmo procedimento metodológico. Isto permitirá analisar o impacto dos fatores de condições de vida nessa população nordestina, uma vez que foram intensificadas as ações de atenção à saúde do idoso, ampliados pelos benefícios sociais para os demais membros da família que se utilizavam da renda do idoso, concedido o benefício assistencial da previdência social para o segundo idoso da casa, - o que era antes permitido para apenas um dos idosos, e ampliada a cobertura da atenção básica em saúde. Essas mudanças provavelmente causarão impactos sobre 41 as condições de vida do idoso, de maneira geral, e desta forma, novos aportes poderão ser revelados, agregando um olhar mais amplo da realidade nacional e regional. REFERÊNCIAS 1. Frenk J, Frejka T, Bobadilla JL, Stern C, Lozano R, Sepúlveda J, et al. La transición epidemiológica en America Latina. Bol Oficina Sanit Panam 1991; 111(6): 485-96. 2. Psaty BM, Furberg CD, Kuller LH, Cushman M, Savage PJ, Levine D, et al. 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Am J Public Health 2003; 93(8): 1294-6. 44 6 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES É notório que a região Nordeste tem sido historicamente marcada por uma trajetória de descompasso na dinâmica da mortalidade e em seus indicadores sociais e econômicos, em relação às demais regiões do país. Mais recentemente, segundo Paes25 a região tem passado por mudanças importantes nos seus níveis, padrões etários, tendências da mortalidade e modificado a estrutura epidemiológica das causas de morte. Apesar do ritmo diferenciado, comparado ao restante do País, a população do Nordeste também vem passando por um processo de envelhecimento sem precedentes, e em decorrência a doença cardiovascular vem assumindo um papel cada vez mais destacado. Diante do volume crescente de idosos na população, os fatores que expressam as condições de vida e de saúde são determinantes e intervenientes na dinâmica da mortalidade dessa população. Para se estudarem os padrões etários das mortes e a composição das causas de morte, no entanto, é necessário que se disponha de uma qualidade de registros vitais confiável. Esta exigência se revela como um entrave, ao se tratar da região Nordeste, a qual historicamente tem apresentado elevado percentual de causas de óbitos, sem especificação da doença ou outra causa que levou o indivíduo ao óbito e de acentuados sub-registros de óbitos. Some-se a estes entraves, a inexistência de estudos que abordem as desigualdades sociais e econômicas da mortalidade no Nordeste, desagregadas ao nível microrregional. Considerando-se a necessidade e importância do conhecimento dos diferenciais demográficos e epidemiológicos da mortalidade e o uso do espaço geográfico no tempo para a apreensão das desigualdades em saúde, buscou-se inicialmente identificar fatores que expressam as condições de vida da população nordestina do Brasil que estariam associados à mortalidade dos idosos desta região. Para tanto, adotou-se, como marco teórico, a dinâmica da transição demográfica e epidemiológica vivenciada no Nordeste, durante as últimas décadas. Durante o desenvolvimento da pesquisa, alterações no projeto inicial foram conduzidas em virtude de dificuldades surgidas quanto às metas propostas, ou seja, os desafios foram maiores do que se supôs inicialmente. Primeiramente, defrontou-se com uma enorme massa de dados, ao ter que se considerar, em uma primeira etapa, a 45 composição de 1.787 municípios, em 187 microrregiões, que por sua vez, foram agregadas em 42 mesorregiões, diferenciadas por sexo e faixas etárias quinquenais da população idosa (60 anos e mais). Outra base com as mesmas desagregações teve que ser montada para os indicadores sociais, econômicos, demográficos e de saúde considerados na pesquisa. Durante a execução desta pesquisa foram disponibilizados os resultados do Censo Demográfico de 2010. Desta forma, pareceu oportuno proceder a estudos comparativos com o ano 2000 e não se restringir a este ano conforme originalmente previsto. Diante das inúmeras dificuldades na montagem dessas bases, da complexidade da inter-relação entre as variáveis do estudo, da alteração do foco temporal para os anos 2000 e 2010, e considerando-se o estudo inédito da qualidade dos registros de óbitos das unidades espaciais investigadas, foram redirecionadas as metas da pesquisa, ao reduzir-se o número de causas de óbitos a serem estudadas, focando exclusivamente nas doenças cardiovasculares. Pela natureza, escopo e traçado da pesquisa, preservou-se a proposta original de multidisciplinaridade deste estudo, ao articular as áreas do conhecimento da Demografia, Estatística, Geografia, Epidemiologia e Saúde Pública. Desta forma, o objetivo central desta pesquisa foi reformulado, passando a avaliar a associação da mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos com fatores que expressam as condições de vida da população do Nordeste do Brasil no período 20002010. Considerando-se que este trabalho se tratou de um desenho de estudo ‘ecológico’, em que microrregiões e mesorregiões do Nordeste brasileiro foram consideradas como níveis de espacialidade para os dados de mortalidade e dos indicadores de condições de vida dos idosos, foram readequadas certas suposições e restrições sobre o uso dos métodos e técnicas estatísticas multivariadas utilizadas para o tratamento estatístico dos dados. O nível de espacialidade considerado impôs certas limitações na interpretação dos resultados obtidos pelas técnicas estatísticas multivariadas, como o número de unidades geográficas, requerendo, para futuros estudos sobre este tema, níveis de 46 desagregação ainda menores para uma maior fidedignidade dos resultados a serem alcançados. Apesar das limitações, considera-se que os resultados obtidos sirvam ou contribuam para dar subsídios à tomada de decisões dos gestores da área de saúde das três esferas públicas, em todos os seus níveis e que os façam refletir sobre a melhoria das condições de vida e atendimento da saúde das populações em questão. Os testes realizados, a partir da abordagem de Modelagem de Equações Estruturais, técnica estatística multivariada, empregada a partir das relações lineares consideradas entre os indicadores de condições de vida e as causas básicas da mortalidade por DCV para os idosos, evidenciaram significância entre essas relações, apesar das restrições colocadas. Ressalta-se, ainda, o ineditismo de sua aplicação para o Nordeste, bem como em todo o País. O interesse pelo presente estudo surgiu da participação deste autor como pesquisador colaborador em alguns projetos de pesquisas, na linha de mortalidade, desenvolvidos no Laboratório de Estudos Demográficos – LED do Departamento de Estatística do Centro de Ciências Exatas - CCEN/UFPB, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Neir Antunes Paes, orientador proponente desta tese. Este envolvimento propiciou a obtenção de título de especialista em Demografia em Curso de pósgraduação realizado no Departamento de Estatística do CCET/UFRN-Natal, biênio 2004/2005. A colaboração junto ao LED propiciou a apresentação e confecção de trabalhos em coautorias em Encontros, Simpósios e Congressos, nos níveis regional, nacional e internacional, como os promovidos por associações acadêmicas como a Associação Brasileira de Estatística – ABE, Associação Brasileira de Estudos Populacionais ABEP, Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria - RBRAS, Associação Latino Americana de Sociologia – ALAS, Sociedade Latino Americana de Estatística - SLAE e Demographic Analysis and Research International Workshop DARIW. As comprovações e informações relativas às participações nestes eventos encontram-se no Anexo III. Como docente e pesquisador das áreas de estatística e demografia, junto ao Departamento de Estatística da UFPB, pretende-se dar continuidade na orientação de alunos de graduação em monografias e pesquisas de estágio. Com a conclusão do 47 doutorado em Ciências da Saúde – área de Saúde Coletiva espera-se o convite para ingresso no Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, do Departamento de Estatística-CCEN/UFPB, contribuindo para o ensino e orientação de pós-graduandos deste programa. O desenvolvimento da pesquisa viabilizou o conhecimento de como é rico e desafiador o exercício da atividade de pesquisa. Os desdobramentos deste estudo promoveram estudos que superaram os objetivos do projeto inicial. Deste modo, temse, como meta, ampliar e consolidar as atividades de ensino e de pesquisa a partir das atividades desenvolvidas no presente estudo e aprimorar as funções desempenhadas como professor universitário. Outrossim, frente às dificuldades enfrentadas, este estudo buscou contribuir para o aprofundamento e a discussão dessa temática para o Nordeste, cuja abordagem extrapolou a proposta inicial. Espera-se, assim, ter contribuído tanto para promover o enriquecimento no conhecimento acerca das especificidades da pesquisa sobre as condições de vida e da mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos na região Nordeste, como estimular a investigação e o desenvolvimento de abordagens que possam facilitar pesquisas posteriores. 48 7. REFERÊNCIAS 1. Akerman M. (1997). Metodologia de construção de indicadores compostos: um exercício de negociação intersetorial. In: Barata, R.B. (org.). Saúde e Movimento: condições de vida e situação de sáude, Rio de Janeiro: Abrasco, 1997, p.276. Cap4 2. Aronoff S. (1989), Geographical Information Systems: A Management Perspective. Otawa, WDI Publications. 1989 3. Brass, W. 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Participação: Análise e interpretação dos dados; revisão crítica de importante conteúdo intelectual; e aprovação final para a versão a ser publicada. Conflito de interesse: Não existe conflito de interesse por parte dos autores. Resumo Objetivou-se avaliar o potencial da modelagem de equações estruturais, como método de análise relacional, para modelar a mortalidade por doenças cardiovasculares das mulheres idosas do Nordeste do Brasil, em 2000. Foi efetuado um estudo ecológico para as 187 microrregiões nordestinas. Dois modelos foram comparados com a variável desfecho Taxa de mortalidade por DCV sendo observada diretamente no modelo-1 e estimada por quatro principais causas básicas no modelo-2. A Modelagem de Equações Estruturais apontou melhores ajustes para o modelo final-1, com significância do modelo de mensuração para os indicadores - anos de estudo, 53 percentual de idosas em domicílios com banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos e fornecendo bom ajuste do modelo estrutural. Análise Fatorial. Causalidade. Condições de Vida. Doenças Cardiovasculares. Idosa. Mortalidade. Abstract The study aimed at evaluating the potential of structural equation modeling as a relational analysis method to model the mortality of elderly women due to cardiovascular diseases (CVDs) in the northeast of Brazil in 2000. An ecological study was carried out in 187 northeastern micro regions. Two models were compared and the outcome variable Mortality Rate due to CVD was directly observed in model-1 and estimated by four major underlying causes in model-2.The Structure Equations Modeling showed better adjustments to final model-1, with significance in the measurement model for the indicators - Years of study, Percentage of elderly women living in homes with bathroom and water supply, Probability of Living to 60 years old and providing good adjustment through fit indicators of the structural model. Factor Analysis. Causality. Social Conditions. Cardiovascular Disease. Elderly Woman. Mortality. Introdução A população idosa é o contingente que mais vem crescendo no Brasil a partir do processo da transição demográfica intensificada a partir dos anos 80, concomitantemente com mudanças do perfil das causas de mortalidade decorrentes do envelhecimento da população. Em 1980, os idosos representavam 6,1% da população e, nos anos 90, a faixa etária de 60 anos e mais apresentou um ritmo de crescimento de 3,4% ao ano, em 54 contraste com um crescimento de apenas 1,6% ao ano da população total. Em 2000, os idosos passaram para 8,6% do total populacional (IBGE, 2008)b. Nos anos de 1991 e 2000, as mortes de pessoas idosas passaram a representar, respectivamente, 50% e 55% do total de óbitos. Entretanto, a elevação na proporção de óbitos de idosos não implica o aumento das taxas de mortalidade deste grupo etário1,2. No período de 1980 a 2000, a esperança de vida da população brasileira aos 60 anos aumentou e tais ganhos, em termos relativos, foram maiores do que os ganhos obtidos pela população total1,2. De acordo com MS-IDB (2003)c, na composição por sexo, as mulheres são maioria entre os idosos, atingindo cerca de 52,7% em 1980; e 55,1% em 2000. Não obstante, neste último ano, no Nordeste, este percentual foi de 54,6%. Com o envelhecimento da população, destaca-se a importância de se averiguar os determinantes e a associação da mortalidade da população idosa com indicadores de condições de vida e de saúde, bem como as mudanças no perfil da mortalidade por causas. As doenças cardiovasculares (DCV) representam, no mundo, a principal causa de morte e de incapacidade. Segundo Costa (2004)3, no mundo desenvolvido, 49% dos óbitos são devidos às DCV. Nos países em desenvolvimento, estima-se que, em 2020, um terço (34%) de todos os óbitos serão devidos às DCV. Nesse contexto, o que se observa na literatura brasileira é uma carência de estudos sobre os determinantes da mortalidade dos idosos. Essa carência é ainda maior quando se considera o Nordeste brasileiro. Em estudo prévio, Santos e Paes (2013)4 buscou suprir essa carência investigando a associação da mortalidade por doenças cardiovasculares, com as condições de vida e de vulnerabilidade em homens idosos do Nordeste, fazendo uso da técnica estatística multivariada denominada Modelagem de Equações Estruturais. Ampliando essa discussão, foram confrontadas duas situações através de dois modelos de equações estruturais. Objetivou-se, neste trabalho, avaliar o potencial da modelagem de equações estruturais como método de b Fundação IBGE. Dados Básicos do Censo Demográfico 2000. Site disponível na internet: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Dados_do_Universo/Unidades_da_Federacao/ (acessado em Fev/2008). c Ministério da Saúde, IDB 2003 BRASIL, Rede Interagencial de Informações pra a Saúde (RIPSA). Disponível na internet via http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2003/c08.def (acessado em Mai/2011). 55 análise relacional para modelar a mortalidade por DCV das mulheres idosas do Nordeste brasileiro, em 2000. Métodos Desenho de estudo e Bases de dados Adotou-se um desenho de estudo ecológico com corte transversal para o ano 2000, utilizando, como unidades espaciais, o aglomerado formado pelas microrregiões dos nove Estados da região Nordeste, totalizando 187 microrregiões, para um conjunto de indicadores das condições de vida e de vulnerabilidade explicativos das principais causas da mortalidade por DCV das idosas dessas regiões. As informações necessárias foram extraídas do Censo Demográfico de 2000. Os dados populacionais foram obtidos através do Censo Demográfico do IBGE 2000 (Fundação IBGE, 2008)a. As populações foram retroprojetadas para o meio do ano de 2000, utilizando-se o Método Geométrico de Crescimento5. As informações sobre mortalidade foram extraídas do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde – SIM/MSd. Para evitar possíveis flutuações aleatórias dos dados, calculou-se a média aritmética simples dos óbitos no triênio 1999-2001, para representar o ano 2000. Os óbitos das quatro principais causas básicas (doenças isquêmicas do coração, doenças cerebrovasculares, doenças hipertensivas e outras doenças cardiovasculares) do capítulo DCV foram classificadas de acordo com a CID-10, fornecidos pelo SIM-MS. As informações levantadas foram desagregadas para a mulher idosa e classificadas por faixas etárias quinquenais, a partir dos 60 anos até 85 anos e mais. A qualidade dos dados foi tratada, através dos sub-registros de óbitos, sendo utilizado o método da Equação de Balanço do Crescimento de Brass6 para a correção dos níveis de cobertura dos óbitos, de acordo com as estimativas obtidas por Paes7 para as mesorregiões. Estas estimativas foram atribuídas, como proxy, para as correspondentes microrregiões pertencentes a essas mesorregiões8. Para o tratamento d Ministério da Saúde - Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM. Disponível na internet via http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2008/matriz.htm#mort. (acessado em Fev/2008). 56 das Causas Mal Definidas constantes no Capítulo XVI (Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte) da CID-10, foi utilizado o método de Lederman9, o qual consiste na redistribuição de causas de morte mal definidas em causas bem definidas – neste caso as DCV – com uso da técnica de regressão linear simples. Esse procedimento permite redistribuir as causas de morte definidas “esperadas”. Após a distribuição das causas mal definidas, nas causas definidas de interesse, calculou-se os seguintes indicadores para as mulheres idosas: Taxa de Mortalidade Padronizada para a População Idosa – TMPI, e a Taxa de Mortalidade Padronizada para População Idosa pelas principais causas básicas das doenças cardiovasculares – TMPDC (x 100.000 hab.). Em seguida, depois de uma exploração preliminar da base dos microdados do censo demográfico 2000, selecionou-se seis indicadores de educação, renda e de vulnerabilidade, referentes à população idosa de 60 anos e mais. Esses indicadores foram construídos a partir da expansão dos microdados do Censo 2000 para toda a população censitária. Adicionalmente, após explorações preliminares no Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil – ADHB (2003)e extraiu-se quatro indicadores sintéticos demográficos e de vulnerabilidade. Portanto, escolheu-se dez indicadores para a investigação explicativa e associativa da mortalidade das idosas. Os indicadores foram assim definidos e rotulados: A_EST (Anos de estudos), ANALF (percentual de idosas não alfabetizadas), LE_ESC (percentual de idosas que Lê/Escreve), RdTot (Renda total média das idosas), A_PRV (percentual de aposentadas pela previdência oficial), A_PEN (percentual de idosas aposentadas ou pensionistas), diretamente dos microdados do censo 2000-IBGE e RPC_med (Renda per capita média das microrregiões), B_AGUA (percentual de idosas vivendo em domicílios com banheiro e água encanada), PRB40 (Probabilidade de sobrevivência até 40 anos, 2000), e PRB60 (Probabilidade de sobrevivência até 60 anos, 2000), extraídos do ADHB (2003)d, indicadores esses com correlações lineares significativas com a taxa de mortalidade padronizada das idosas, TMPDC (x 100.000 hab.). e ADHB - Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. PNUD/IPEA/FJP, 2003. Available: http://www.pnud.org.br/atlas/instalacao/index.php. [Accessed Feb./2008]. 57 Usou-se os seguintes programas computacionais: TabWin 3.6 (DATASUS, MS/Brasil) - programa computacional usado para tabulação de dados e gerenciamento de mapas; Microsoft Excel 2007 - planilha eletrônica usada para informações sobre a mortalidade por doenças cardiovasculares de acordo com CID-10, obtidos a partir do sistema SIM-MS e desagregadas por sexo e idade; PASW Statistics 18 (SPSS Inc., Chicago, USA) - pacote estatístico usado para análise exploratória dos microdados do censo 2000 – IBGE e obtenção dos indicadores socioeconômicos ou de condições de vida da população de estudo; e, AMOS 18.0 (SPSS Inc., Chicago, USA) - programa computacional usado para a análise estatística final sobre a modelagem de equações estruturais (MEE). Análise Estatística • Modelagem de Equações Estruturais (MEE) A Modelagem de Equações Estruturais (Structural Equation Modeling) resulta na estimação simultânea de uma série de equações de regressão linear múltipla e possui algumas vantagens sobre a regressão linear clássica. Com base em uma teoria, um modelo hipotético proposto é testado para verificar a existência de relação linear entre uma ou mais variáveis explanatórias para uma ou mais variáveis resposta ou desfecho10,11,12. Essa modelagem consiste em dois submodelos: 1) Modelo estrutural (equações estruturais) que representa a relação causal entre as variáveis exógenas (ξ) e endógenas (η) η = Γ ⋅ ξ + Λ ⋅η + ς Eq. (2.1) Onde: (Γ, Λ) são as matrizes dos coeficientes de regressão (Γ, Λ) e (ς) o vetor dos erros de medidas no modelo estrutural. 2) Modelo de mensuração (equações de medida) que estabelece como as variáveis latentes ou construtos hipotéticos são medidos por indicadores observáveis X e Y. 58 X = Λ x ⋅ξ + ε Eq. (2.2) Y = Λ y ⋅η + δ Eq. (2.3) Onde: (Λx, Λy) são matrizes dos coeficientes de regressão e (ε, δ) os vetores dos erros de medidas no modelo de mensuração. • Modelo teórico e Diagrama de caminhos O modelo teórico a ser testado pela MEE está representado na Figura 2.1, o qual é expresso por: CONDVS (condições de vida e vulnerabilidade) → TMPDC (Taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares das idosas), sendo a variável resposta diretamente observada (Modelo 1) e não diretamente observada (Modelo 2); e a variável explanatória CONDVS um construto ou variável latente exógena (não diretamente observada). O modelo proposto especifica causa de uma direção, denominado modelo recursivo, e estima o efeito direto do construto latente exógeno CONDVS sobre a variável endógena TMPDC. Para validação do(s) modelo(s) de mensuração na modelagem proposta, levouse em conta a validade de conteúdo caracterizada pela confiabilidade, validade convergente e validade discriminante. O modelo de equações estruturais inclui ambas variáveis diretamente observadas e não diretamente observadas, conhecida como variáveis latentes ou construtos. Entende-se que uma boa variável latente apresenta validade convergente, mostrando que seus indicadores medem o mesmo construto por meio de suas cargas fatoriais, que devem ser superiores a 0,40 e significativas11. A validade discriminante ocorre se as correlações entre os indicadores não forem excessivamente elevados (> 0,85), uma vez que cada indicador deve medir um aspecto distinto do construto12, ou seja, os indicadores não devem ser multicolineares. 59 Figura 2.1 - Modelo teórico proposto testado usando Modelagem de Equações Estruturais e apresentação do Diagrama de Caminhos Nota: Elaboração própria (Diagrama de Caminhos elaborado no software AMOS, versão 18) LEGENDA: Ind1, . . . , Ind10: Indicadores de condições de vida e de vulnerabilidade. DCbV: doenças cerebrovasculares; DIC: doenças isquêmicas do coração; DHI: doenças hipertensivas e ODC: outras doenças cardiovasculares. Erros de medidas: e1, e2, e3, . . ., e10 (Indicadores) e d1, d2, d3, d4 (causas básicas) 60 As análises de confiabilidade dos construtos, validade convergente e validade discriminante realizaram-se por meio da técnica de Análise Fatorial Confirmatória, que utiliza as relações entre as variáveis observadas ou indicadoras (correlações ou covariâncias). Para essa análise, utilizou-se a base total de dados, formada pelas 187 microrregiões, com o uso do software AMOS® 18.0 e aplicação do Método da Máxima Verossimilhança. • Método de Estimação O Método da Máxima Verossimilhança (MV) foi usado para a modelagem da MEE, por ser um método robusto, sendo o modelo final proposto considerado parcimonioso, com número pequeno de parâmetros estimados. O método de MV requer os pressupostos de normalidade multivariada das variáveis indicadoras ou manifestas. Transformações matemáticas foram conduzidas para as variáveis indicadoras no modelo de mensuração para auxílio a não violação dos pressupostos da normalidade multivariada requerida na aplicação do método de MV. Interpretou-se os coeficientes de regressão padronizados (CP) de acordo com Kline12, em que um CP de cerca de 0,10 indica um pequeno efeito, enquanto um CP de cerca de 0,30 indica um efeito médio e, finalmente, um CP > 0,50 indica um forte efeito. Considerou-se os indicadores de ajuste absoluto, comparativo e parcimonioso para ajuste dos dados ao modelo proposto. Dentre os principais indicadores, destacaram-se: - índices absolutos: avaliam a qualidade do modelo, porém, sem comparação com outros modelos - função de discrepância (χ2 quanto menor melhor; p> 0,05); Qui-quadrado normado (χ2 /gl) – valores acima de 1 até 2; erro quadrático médio de aproximação (RMSEA), valores acima de 0,05 até 0,10; índice de qualidade de ajuste (GFI): valores entre 0,90 e 0,95; e o AGFI (índice ajustado do GFI) - índices relativos ou comparativos - avaliam a qualidade do modelo sob teste comparando-o ao modelo de independência: não associação entre quaisquer variáveis manifestas) - índice de ajuste normalizado (NFI): valores acima de 0,90 até 0,95; índice de Tukey-Lewis (TLI): valores acima de 0,90 até 0,95; Este projeto de estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley-HULW, da Universidade Federal da Paraíba. 61 Resultados Observou-se, na região Nordeste, uma taxa padronizada da mortalidade por doenças cardiovasculares (TMPDC) para as mulheres idosas variando de 1014,39 a 1552,38 (x 100.000 hab.), conforme mostra a Tabela 2.1. Verificou-se a menor taxa de mortalidade por DCV nas microrregiões do estado do Maranhão, enquanto que a maior taxa ocorreu nas microrregiões do estado de Pernambuco. Em relação às taxas padronizadas pelas quatro principais causas básicas da mortalidade por DVC, nas mulheres idosas do Nordeste (Tabela 2.1), observou-se uma maior taxa média por DCbV – doenças cerebrovasculares – em todas as microrregiões dos noves estados nordestinos. Em seguida, em ordem decrescente, apareceram, como predominantes, as taxas padronizadas de mortalidade: ODC – outras doenças circulatórias, DIC – doenças isquêmicas do coração e DHI – doenças hipertensivas. Estimou-se a variação espacial da taxa padronizada de mortalidade por DCV para as mulheres idosas nas microrregiões do Nordeste para as quatro principais causas básicas. A causa de mortalidade por DCbV destacou-se em comparação às outras três causas de mortalidade, conforme ilustram os “mapas” construídos pelo software TabWin_3.6 do DATASUS (Figura 2.1). A análise de caminho do modelo teórico proposto pela MEE, para a mortalidade das idosas por DCV, foi realizada separadamente, considerando-se dois modelos: Modelo 1: a variável desfecho TMPDC (observada); e Modelo 2: a variável desfecho TMPDC (não observada), sendo estimada pelos três principais grupos de causas DIC: doenças isquêmicas do coração, DCbV: doenças cerebrovasculares e ODC: outras doenças circulatórias. A causa básica DHI não apresentou significância e foi retirada da modelagem. A Tabela 2.2 apresenta o modelo hipotético ajustado aos dados, sendo que, no Modelo Final-1, o modelo de mensuração final foi formado por três variáveis indicadoras significantes referentes ao construto exógeno CONDVS; e, no Modelo Final-2, visualizam-se os modelos de mensuração do construto exógeno CONDVS e da variável desfecho TMPDC. 62 A solução da análise fatorial confirmatória (AFC), através da análise de caminhos, apresentou validade convergente e discriminante para os modelos finais 1 e 2, na modelagem MEE (ver rodapé da Tabela 2.2). No Modelo Final 1, descreveu-se o construto CONDVS (condições de vida e vulnerabilidade), por meio dos três indicadores observados A_EST: Anos de estudos dos idosos, B_AGUA: Percentual de idosas em domicílios com banheiro e água encanada e PRB60: Probabilidade de sobrevivência aos 60 anos e o modelo estrutural e o modelo estrutural apresentou medida de efeito direto ou o coeficiente padronizado CP = 0,540, considerado forte efeito, para explicação da variável desfecho observada TMPDC. Analogamente, para o Modelo Final-2, o construto CONDVS foi descrito pelos mesmos três indicadores observados A_EST, B_AGUA e, PRB60, apresentando medida de efeito direto ou o coeficiente padronizado CP = 0,747, considerado forte efeito, para explicação da variável desfecho não observada TMPDC, a qual foi estimada a partir das três principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares: DIC, DCbV e ODC. (Tabela 2.2). A análise da qualidade do ajuste geral dos modelos foi feita a partir da comparação dos parâmetros estimados da variável resposta TMPDC, através da modelagem de equações estruturais (MEE) pelos dois modelos finais – Modelo Final-1 (observado) e Modelo Final-2 (não observado) – apresentados (Tabela 2.3), considerando para cada um dos modelos os dados de entrada, a partir da aplicação da Matriz de Covariâncias, respectivamente. A partir da análise de caminhos pela MEE, a Tabela 2.3 apresenta alguns indicadores de ajuste absoluto, parcimonioso, comparativo e explicativo para cada um dos modelos finais obtidos, considerando a variável desfecho TMPDC. 63 Figura 2.2 - Taxas padronizadas das quatro principais causas básicas da mortalidade por doenças cardiovasculares das mulheres idosas nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil (2000). Fonte: Elaboração própria (Uso do Software do DATASUS TabWin- versão 3.6) 64 Tabela 2.1 - Medidas descritivas da taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (TMPDC) e de suas quatro principais causas básicas para as mulheres idosas das microrregiões dos Estados do nordeste (2000). Estados Medidas Estimativa da TMPDC (x 100.000 hab.) (Microrregiões) Resumo TMPDC* TMP_DCbV† TMP_DHI‡ TMP_DIC§ TMP_ODC// Maranhão (21) Média 1014,39 446,21 109,76 188,14 269,62 378,31 201,58 61,58 71,04 139,58 1269,10 530,59 143,05 266,30 334,78 259,51 141,87 85,70 127,17 94,48 1316,44 475,88 243,90 260,13 336,52 228,00 108,14 111,94 93,65 87,39 D. Padrão 1209,75 162,63 404,96 100,25 154,21 72,78 373,95 102,53 276,64 90,85 Média 1474,69 522,25 146,37 328,53 477,55 227,95 149,85 75,29 89,09 166,16 1552,38 566,49 216,01 370,24 399,63 276,29 95,28 77,68 104,34 89,69 1424,28 564,48 178,97 259,24 421,59 276,68 199,18 80,77 88,49 156,68 1298,03 505,09 139,81 290,96 362,17 265,22 142,75 45,92 112,87 93,75 1156,40 424,29 159,41 215,39 357,31 202,51 85,05 59,60 57,99 81,75 D. Padrão Piauí (15) Média D. Padrão Ceará (33) Média D. Padrão Rio Grande do Norte (19) Paraíba (23) Média D. Padrão Pernambuco Média (18) D. Padrão Alagoas (13) Média D. Padrão Sergipe (13) Média D. Padrão Bahia (32) Média D. Padrão Fonte: Sistema de Informações Sobre Mortalidade do Ministério da Saúde - SIM/MS, Departamento de Informatíca do SUS (DATASUS; http://www.datasus.gov.br), Ano de referência: 2000. (*) TMPDC - variável desfecho observada; (†) DCbV - doenças cerebrovasculares; (‡) DHI - doenças hipertensivas; (§) DIC - doenças isquêmicas do coração; (//) ODC - outras doenças cardiovasculares. 65 Tabela 2.2 - Estatísticas da análise MEE pelo método da Máxima Verossimilhança (MV) do modelo de mensuração, Mortalidade por DCV para as idosas do Nordeste (2000). Efeitos dos construtos Est_npdr‡ Modelo Final 1– TMPDC* (observada diretamente) TMPDC CONDVS 1368,482 Est_pdr§ p-valor// CP=0.540† 0,000 A_EST CONDVS 1,000 0,771 - B_AGUA CONDVS 96,419 0,742 0,000 PRB60 CONDVS 23,179 0,450 0,000 Modelo Final 2– TMPDC* (estimada pelas três principais causas básicas) CP=0.747† TMPDC CONDVS 1,512 0,000 A_EST CONDVS 1,000 0,769 - B_AGUA CONDVS 97,875 0,751 0,000 PRB60 CONDVS 22,625 0,438 0,000 DIC TMPDC 1,000 0,559 - DCbV TMPDC 0,735 0,550 0,000 ODC TMPDC 234,902 0,433 0,000 Fonte: Elaboração própria, resultado do método de MV no AMOS – versão 18. (*) TMPDC - taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (x 100.000 hab.); (‡) Est. Npdr - estimativa não-padronizada (covariância); (§) Est. Pdr - estimativa padronizada (correlação); (†) CP - coeficiente padronizado (efeito direto na modelagem); (//) Significância: p-valor < 0,001. 66 Tabela 2.3 - Modelos finais segundo os indicadores de ajuste pelo método de MV para modelagem MEE da mortalidade por doenças cardiovasculares das idosas do Nordeste (2000). Nível de Modelo Final 1 Modelo Final 2 Aceitação TMPDC TMPDC - 1,714 (0,424*) 27,476 (0,001†) entre 1 e 3 1,714/2=0,857 27,476/8=3,435 GFI – Índice de qualidade de ajuste acima de 0,90 0,995 0,955 AGFI – Ajuste do GFI acima de 0,90 0,976 0,882 NFI – Índice de ajuste normalizado acima de 0,90 0,989 0,871 TLI – Índice de Tukey-Lewis acima de 0,90 1,000 0,816 Inferior a 0,08 0,000 0,114 Indicador de Ajuste (Kline, 2005) Função de discrepância: χ2 (p-valor) Qui-quadrado normado (χ χ2/g.l.) RMSEA – Raíz média quadrática dos erros de aproximação (residual) Fonte: Elaboração própria, resultado do método de MV no AMOS – versão 18. TMPDC – taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares (x100.000 hab); Modelo Final 1: TMPDC observada diretamente; Modelo Final 2: TMPDC estimada por três das principais causas básicas; (*) p-valor > 0,05 indica ajuste global do modelo; (†) p-valor < 0,05 indica não-ajuste global do modelo. 67 Discussão Sabe-se que a qualidade dos registros dos óbitos do Nordeste apresenta problemas. É preciso ter em conta que embora não seja uma tarefa fácil, procuraramse recuperar os “verdadeiros” níveis de mortalidade por doenças cardiovasculares das microrregiões, através de estimativas dos sub-registros de óbitos e ainda redistribuíram-se as causas mal definidas em definidas. Este esforço seguiu os passos metodológicos traçados por Paes10. Embora possam persistir erros nas estimativas, admite-se que as correções realizadas produziram níveis bastante plausíveis. As doenças cardiovasculares no Nordeste, como nas populações em geral, constituem a maior causa da mortalidade das idosas, colocando em destaque a importância da averiguação de sua associação com indicadores de condições de vida e de saúde. A respeito da mortalidade por DCV, seus níveis 128,9 por 100.000 hab. para mulheres acima dos 30 anos de idade, ficaram abaixo quando comparados com os do Brasil, 200,14, no ano 200013. Dentre as doenças cardiovasculares (DCV), destacamse as DCbV e as DIC. As DCbV são importantes causas de morte nos países em desenvolvimento como o Brasil, enquanto as DIC são as principais causas de morte nos países desenvolvidos13. No Brasil, a mortalidade por DCV foi maior nos homens, no ano 2000. Nestes, o risco de morte por DIC e DCbV foi próximo. Nas mulheres, as DCbV mataram mais que as DIC. Contudo, nas mulheres das regiões mais desenvolvidas do Brasil, predominou a mortalidade por DIC13,14. As microrregiões dos estados com valores mais acentuados para mortalidade por DCV das idosas ficaram com Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará, em ordem decrescente. Os mais baixos valores ficaram com o Maranhão. A modelagem Final-1 pela MEE para a taxa de mortalidade das idosas por doenças cardiovasculares apresentou todos os índices de ajuste satisfatórios. A função de discrepância forneceu estatística χ2 = 1,714 com p-valor = 0,424, não rejeitando a hipótese nula de ajuste global do modelo. O qui-quadrado normado (χ2/g.l.) = 0,857 atendeu ao ajuste de parcimônia. Os índices de ajustes GFI, AGFI, NFI e TLI satisfizeram aos níveis de aceitação para os valores de referência, bem como o RMSEA = 0,000, fornecendo valor inferior ao limite de 0,08. 68 A modelagem Final-2 pela MEE para a taxa de mortalidade das idosas por doenças cardiovasculares apresentou alguns dos índices de ajuste satisfatórios. A função de discrepância forneceu estatística χ2 = 27,476 com p-valor = 0,001, a qual rejeitou a hipótese nula de ajuste absoluto do modelo. O qui-quadrado normado (χ2/g.l.) = 3,435 não atendeu ao ajuste de parcimônia. Para os índices de ajustes GFI, NFI e TLI, apenas o GFI satisfez ao nível de aceitação para o valor de referência e AGFI, NFI apresentaram valores periféricos. O RMSEA não atendeu ao limite de referência, apresentando valor 0,114 > 0,08. Nos modelos aqui desenvolvidos com a Modelagem de Equações Estruturais, ficaram evidenciados, a partir do Modelo Final-1, melhores ajustes para o modelo estrutural, por meio dos indicadores globais, de parcimônia e comparativos, considerada a mensuração direta da variável desfecho ou resposta (TMPDC x 100.000 hab.) em contraste ao Modelo Final-2. Neste, a variável desfecho TMPDC foi considerada um construto latente e estimada indiretamente pelas quatro causas principais DCbV, DHI, DIC e ODC, sendo que a causa por DHI não foi considerada na modelagem deste último modelo. Observou-se que o Modelo Final-1, para a mortalidade das idosas, apresentou ajuste do modelo e melhores indicadores no geral, sendo, no entanto, menos explicativo com relação à medida do efeito proporcionado pelo construto latente CONDVS (CP = 0,540). O valor CP = 0,540 > 0,50 é considerado de efeito forte e fornece coeficiente de estimação com razoável porção de explicação da variância da variável desfecho taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares. Considerações finais O presente estudo pode ser considerado, no Brasil, como pioneiro nas análises sobre a Modelagem de Equações Estruturais, para fatores de condições de vida e de vulnerabilidade explicativos da mortalidade por doenças cardiovasculares de mulheres idosas. Os resultados aqui encontrados evidenciaram uma associação significativa dos indicadores anos de estudo das idosas, percentual de idosas em domicílios com banheiro/água encanada e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos. A importância desses indicadores é corroborada por outros estudos, que ressalta a importância 69 expressa pela educação, condições econômicas e envelhecimento com ganhos em anos de vida15. Esse estudo traçou o panorama regional das principais causas da mortalidade por doenças cardiovasculares das mulheres idosas do Nordeste, apontando distintas realidades, utilizando os microdados do Censo 2000, fonte esta que disponibiliza o menor nível de desagregação possível nas estatísticas brasileiras. Mostrou-se, ainda, a importância do uso da modelagem de equações estruturais na identificação de fatores explicativos para esta mortalidade. A Modelagem de Equações Estruturais, aplicada para investigação sobre indicadores de condições de vida e de vulnerabilidade associados e explicativos da mortalidade por doenças cardiovasculares das idosas no Nordeste em 2000, mostrouse bastante sensível, viabilizando alguns desses indicadores, como fatores explicativos para essa causa de mortalidade que, no Brasil, é a maior entre idosas. Uma possível explicação para que o modelo 2 não revelasse um ajuste melhor poderia residir no fato de que a variabilidade das taxas de mortalidade pelas principais causas de morte não foi suficiente para ser captada pelo modelo de relacionamento. Ou seja, uma verificação das magnitudes da taxa por causas não discriminou tanto quanto as taxas globais usadas no modelo 1. O desempenho melhor do modelo 1, comparado ao modelo 2, não significa que em situações similares, ele resulte sempre em melhor desempenho. A modelagem pelo uso do modelo 1 apenas revelou que, para o Nordeste brasileiro, o relacionamento entre as variáveis que expressam as condições de vida e a mortalidade de idosas por DCV, foi melhor captado, quando esta última variável (desfecho) é observada diretamente. Neste confrontamento de modelos, o emprego das principais causas de morte observada indiretamente não ajudaria a encontrar melhor relacionamento, o que, de certa forma, tornaria mais simples e direta a busca de relacionamentos por meio deste procedimento metodológico (modelo 1). Referências 1. Camarano AA. Envelhecimento da População Brasileira: uma contribuição demográfica, in Texto para Discussão, IPEA: Brasília. 2002, n. 858. 70 2. Oliveira JCO, Albuquerque FRPC. Projeção da População do Brasil. Parte 1: Níveis e Padrões da Mortalidade no Brasil à luz dos resultados do Censo 2000. 48p. – Relatório Técnico/IBGE, Diretoria de Pesquisas, 2003. Disponível na Internet via http://www.ibge.gov.br (acessado em 12/04/2010) 3. Costa LMF, Peixoto SV, Giatti L. Tendências da mortalidade entre idosos brasileiros (1980 - 2000). Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2004; 13(4): 217-28 4. Santos JP, PAES NA. Associação entre condições de vida e vulnerabilidade com a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos do Nordeste. Rev Bras Epidemiol, 2013 (no prelo). 5. Shryock HS, Siegel JS. and Associates. Studies in Population: The Methods And Materials of Demography. San Diego, California: Condensed Edition by Stockwell, EG; 1976; 577 p. 6. Brass W. Methods for Estimating Fertility and Mortality from Limited and Defective Data, Chapel Hill (NC): International Program of Laboratories for Population Statistics; 1975. 15 7. Paes NA, Gouveia JF. Recuperação das principais causas de morte no Nordeste do Brasil: impacto na expectativa de vida. Rev Saúde Pública. 2010; 44(2):301-9 8. Paes NA. Relatório Técnico de Atividades para o CNPq: Os eventos vitais do Nordeste brasileiro: cenários regionais, qualidade dos dados, relacionamentos e brechas redutíveis da mortalidade. Processo No 479514/2008.2, 2010. Edital Universal 2008, Faixa A-Edital MCT/CNPq 9. Vallin J. Seminário sobre causas de muerte: Aplicación al caso de Francia. Instituto Nacional de Estudos Demográficos e CELADE, 1987; Série E, n. 31, Santiago-Chile. 10. Byrne BM. Structural Equation Modeling With AMOS: Basic concepts, Applications and Programming. Mahwah: Lawrence Erlbaum; 2001. 338 p. 11. Hair JF, Anderson RE, Tatham RL, Black WC. Análise Multivariada de Dados. 5ª. Ed. São Paulo: Bookman Editora; 2005. 593 p. 12. Kline RB. Principles and Practice of Structural Equation Modeling. 2nd Ed. New York: The Guilford Press; 2005. 366 p. 13. Mansur AP, Lopes AIA, Favarato D, Avakian SD, César LAM, Ramires JAF. Transição epidemiológica da mortalidade por doenças circulatórias no Brasil. Arq. Bras. Cardiol [online]. 2009; 93(5): 506-10. 71 14. Mansur AP, Souza MFM, Timerman A, Ramires JAF. Tendência do risco de morte por doenças circulatórias, cerebrovasculares e isquêmicas do coração em 11 capitais do Brasil de 1980 a 1998. Arq Bras Cardiol. 2002; 79: 269-76. 15. França MC, Paes NA. Income, income inequality and mortality in metropolitan regions of Brazil: an exploratory approach. Papeles de Población. 2007; CIEAP/UAEM, No. 53, jul/septiembre. 72 8.1.2. Artigo 3 - Arquivos Brasileiros de Cardiologia MORTALIDADE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES E CONDIÇÕES DE VIDA DOS HOMENS IDOSOS DO NORDESTE DO BRASIL Mortality by cardiovascular diseases and living conditions of elderly men in the Northeast Autores: Professor Jozemar Pereira dos Santos Universidade Federal da Paraíba e Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Área de Saúde Coletiva. UFRN, Natal, RN, Brasil. Participação: Conception and design; data collection; analysis and interpretation of data; and to drafting the article. Professor Neir Antunes Paes (orientador) Universidade Federal da Paraíba. Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde. Departamento de Estatística/UFPB, João Pessoa, PB, Brasil. Participação: Analysis and interpretation of data; revising it critically for important intellectual content; and on final approval of the version to be published Conflito de interesse: Não existe conflito de interesse por parte dos autores. RESUMO Carência de estudos na literatura brasileira sobre determinantes da mortalidade por doenças cardiovasculares dos idosos expressos pelas condições de vida. Neste artigo enfoca-se a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos a partir de 60 anos do Nordeste brasileiro, analisando as condições de vida associadas a esse evento em 2000 a 2010. Três principais causas básicas foram analisadas: doenças cerebrovasculares, isquêmicas do coração e hipertensivas. Traçaram-se como etapas metodológicas: análise da qualidade dos dados de mortalidade e construção de indicadores; seleção dos indicadores representativos das condições de vida; análise de correlação e método dos componentes principais para classificação das regiões. No ano 2000 foi observada uma maior taxa média por DCbV em 88,1% (37/42) das mesorregiões em oito dos nove estados nordestinos. Em 2010, observou-se uma diminuição da taxa média por DCbV para 73,8% (31/42) das mesorregiões, havendo avanço e predominância da taxa de mortalidade padronizada por DIC em 26,2% (11/42) das mesorregiões. De acordo com a classificação das mesorregiões nos anos 2000 e 2010 observou-se no estrato 1 (condições de vida alta) as mesmas mesorregiões: as três regiões metropolitanas e praticamente todas as capitais do Nordeste (exceção de São Luis). Observaram-se diferentes ritmos de envelhecimento 73 entre as regiões, com distintos processos de evolução dos níveis de mortalidade, muitas compatíveis com as condições de vida. Houve regiões com processos avançados da carga de morte convivendo com níveis menos avançados de condições de vida. Descritores: Envelhecimento. Doenças cardiovasculares. Mortalidade. Idoso. Condições de vida ABSTRACT Lack of Brazilian studies in the literature on the determinants of mortality for cardiovascular diseases of the elderly men expressed by the living conditions and vulnerability. Elderly men mortality from cardiovascular diseases from age 60 years and older in Brazil’s Northeast is focused, analyzing life conditions which are associated to that event from 2000 to 2010. Three major causes were analyzed: cerebrovascular diseases, ischemic diseases and hypertensive diseases. Outlined as methodological steps we have: analysis of mortality data quality and construction of indicators; selection of representative indicators of life conditions; correlation and methods analysis of the major elements for classifying regions. In 2000 a higher average rate for CbVD was observed in 88.1% (37/42) of meso eight of the nine northeastern states. In 2010, there was a decrease in the average rate for CbVD to 73.8% (31/42) of meso, with advancement and standardized prevalence rate of IHD mortality in 26.2% (11/42) of meso. According to the classification of meso in 2000 and 2010 was observed in stratum 1 (high life conditions) the same meso: the three metropolitan regions and virtually all the capitals of the northeast (except São Luís). Different aging rhythms were observed in the regions, showing distinct evolutionary processes of mortality rates, many of them compatible with life conditions. There were regions with advanced processes of death coexisting with less advanced life conditions’ levels. Descriptors: Aging. Cardiovascular Diseases. Mortality. Elderly men. Social Conditions Introdução No Brasil, o número de idosos mais do que dobrou nos últimos 20 anos, caracterizando-se como um fenômeno demográfico sem precedentes na história. Essa tendência também pode ser observada no Nordeste brasileiro, considerada como uma das regiões menos desenvolvidas da América Latina. Nesta região, em 2010, o contingente populacional atingiu cerca de 53 milhões de habitantes participando com 74 27,8% da populacional nacionalf. Em 2000, este contingente era 47,7 milhões, tendo um crescimento de 11,12% no decorrer da década, percentual este que vem crescendo a partir da transição demográfica desencadeada nos anos 1980. Esta transição é uma resposta ao aumento da expectativa de vida, aos avanços no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade em toda extensão do país, concomitantemente com mudanças no quadro das causas de mortalidade decorrentes da transição epidemiológica. Ao traçar o perfil epidemiológico, despontam as doenças crônicas como as principais responsáveis pela mortalidade de idosos, representando as doenças cardiovasculares (DCV), o principal grupo de causas de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo. Segundo a RIPSAg, as DCV em 2010 representavam 38,9% dos óbitos da população idosa no Brasil e 42,0% no Nordeste. Predomina as mortes dos homens, sendo 3,5% e 4,1% superior ao das mulheres no Brasil e Nordeste respectivamente. De acordo com o Censo 2010, havia 96 homens para cada 100 mulheres, correspondendo a 49% de homens, com quase 4 milhões a mais de mulheres. No Nordeste, esse percentual foi de 49,1%i. A diferença ocorre porque a taxa de mortalidade entre homens é superior. Trata-se, assim, de um segmento populacional mais vulnerável à morte, o qual está submetido a condições sociais e econômicas especiais e, de certa forma, carente de estudos. Ainda de acordo com a RIPSAg, o maior percentual de internações no Brasil é verificado entre as mulheres e por DCV. Além de morrerem mais cedo, historicamente os homens se cuidam menos e se consultam menos5 A perspectiva dos determinantes sociais do adoecimento tem reemergido no início do século XXI, em razão da globalização econômica12. No entanto, o espaço conferido às doenças crônicas ainda é irrelevanteh. Poucos são os estudos que f FUNDAÇÃO IBGE. Dados Básicos do Censo Demográfico 2010. Acesso em mar/2012. Site disponível na internet: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Dados_do_Universo/Unidades_da_Federacao/. g Ministério da Saúde. IDB 2010 BRASIL, Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2010/c08.def h Council of Science Editors. Global theme issue on poverty and human developments: October 22, (2007). [citado em 2006 jul 10]. Disponível em: http://www.councilscienceeditors.org/globalthemeissue.cfm?printPage=1& 75 investigam como as desigualdades sociais afetam o perfil da mortalidade no Brasil, e em entender as relações entre a mortalidade pelas doenças que mais matam os homens idosos e suas condições de vida. A compreensão das diferenças nos estágios de envelhecimento das regiões do Brasil, que contemplem fatores sociais, econômicos e de bem-estar que influenciam neste processo, pode trazer elementos para um melhor planejamento na promoção da saúde da população idosa do Nordeste brasileiro. Sabendo-se que as mortes não se distribuem de forma homogênea no País, nem espacialmente, nem nos grupos etários e sexo, faz-se necessário entender a desigualdade na mortalidade entre idosos, levando em conta seus diferenciais. Dado este contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a mortalidade por DCV de homens idosos, a partir de 60 anos, do Nordeste brasileiro, durante a primeira década do século XXI, considerando indicadores socioeconômicos e de vulnerabilidade associados a esse evento. Para tanto, construiu-se um indicador sintético que captasse essas relações, permitindo uma classificação das regiões do Nordeste do Brasil. Métodos Para tal estudo, adotou-se um desenho ecológico com cortes transversais para os anos 2000 e 2010, com informações sobre mortalidade por DCV e indicadores socioeconômicos referentes às 42 mesorregiões que compõem os nove estados nordestinos. Os dados sobre a população foram obtidos dos Censos Demográficos do IBGE de 2000i e 2010i. As populações foram retroprojetadas para os meios desses anos, através do Método Geométrico do Crescimento21. As informações sobre os óbitos em 2000 e 2010 foram extraídos do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde - SIM/MS (2012)j. De modo a evitar possíveis flutuações aleatórias dos dados de óbitos, foi usada a media aritmética simples para o triênio 1999/2000/2001 e biênio 2009/2010. i FUNDAÇÃO IBGE. Dados Básicos do Censo Demográfico 2000. Site disponível na internet: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/Dados_do_Universo/Unidades_da_Federacao/ Acesso em fev./2008. j Ministério da Saúde - Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM. Disponível na internet via http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2010/matriz.htm#mort. (acessado em Mar/2012). 76 Os óbitos do grupo de causas Doenças Cardiovasculares foram desagregadas em suas três principais causas básicas: doenças isquêmicas do coração (DIC), doenças cerebrovasculares (DCbV) e doenças hipertensivas (DHI), as quais foram determinadas de acordo com a Classificação Internacional das Doenças – 10ª Revisão (CID-10), fornecidas pelo SIM/MS (2012)l. Os óbitos foram desagregados para os homens em grupos de idades quinquenais, de 60 anos até 85 anos e mais. Com os dados de óbitos foram calculados os seguintes indicadores para 2000 e 2010: a) proporção de óbitos por doenças cardiovasculares de cada causa estudada em relação aos óbitos totais; b) taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares padronizadas para cada causa básica de óbito, considerando como padrão a população recenseada do Nordeste em 2000; c) variação das taxas de mortalidade padronizadas por doenças cardiovasculares no período 2000-2010 em percentagem; d) brecha redutível de mortalidade (BRM) que expressa a diferença entre a taxa de mortalidade da causa básica de determinada região e a taxa de mortalidade da mesma causa básica de uma região, tomada como referência, com relação à amplitude total das taxas de mortalidade de todas as regiões envolvidas. As BRE podem revelar, indiretamente, a efetividade dos serviços de saúde, quando se compara o comportamento da mortalidade por causas evitáveis entre regiões com características socioeconômicas semelhantes23. Para obtenção da BRM relacionada às mesorregiões do Nordeste, considerouse como referência para cada causa em estudo a mediana das taxas de mortalidade padronizada para os idosos das 42 mesorregiões. A qualidade dos dados de óbitos das regiões foi estudada via dois indicadores: cobertura e percentual das causas mal definidas, definida no Capitulo XVI (Sintomas, sinais e anormalidades encontradas em exames clínicos e de laboratórios, não classificados em nenhum outro lugar). Para o cálculo de ambos os indicadores, foram utilizadas as estimativas obtidas por Paes17. Para a estimativa do primeiro, o autor fez uso do método da Equação do Balanço de Crescimento3. Quanto às causas mal definidas, seu percentual foi redistribuído pelas principais causas definidas (incluindo as doenças cardiovasculares), através da aplicação do método proposto por Lederman24. Após a redistribuição das causas mal definidas e da correção dos subregistros dos óbitos, foram calculados para os homens idosos: taxa de mortalidade 77 padronizada (por 100.000 habitantes) para as DCV e as principais causas básicas (DCbV, DIC e DHI). O entendimento que se tem sobre as condições de vida engendra uma série de discussões conceituais e operacionais, e se correlaciona com outros conceitos igualmente de complexa definição, como bem estar, qualidade ou nível de vida, pobreza, riqueza e exclusão social. Está clara a multidimensionalidade de todos esses fenômenos. Na tentativa de expressar este conceito, existe uma ampla gama de variáveis e/ou indicadores. No entanto, são geralmente contempladas variáveis que se reportam a renda, nível de escolaridade, acesso a serviços básicos de saúde, qualidade de vida, condições de moradia entre outras. Em trabalho prévio, Santos e Paes (2013)20 encontraram resultados altamente significativos da mortalidade por doenças cardiovasculares dos homens idosos no ano 2000, com os seguintes indicadores: anos de estudos, percentual de domicílios com banheiro e água, e probabilidade de sobrevivência aos 60 anos. Para efeito comparativo com o ano 2010, procurou-se usar os mesmos, além de outros referentes à educação, renda e vulnerabilidade da população idosa. Desta forma, foram significativos a 5% para 2010 os indicadores: percentual de idosos que lê e escreve, percentual de domicílios com banheiro e água e renda total média. Com base nessas relações, fez-se uso da análise estatística multivariada de Componentes Principais11 para classificar as mesorregiões nos anos 2000 e 2010 segundo as variáveis descritas em cada um dos períodos. Assim, fez-se uso da força da correlação entre as taxas de mortalidade pelas principais causas básicas das DCV e indicadores referentes à renda, educação e condições de moradia. A partir dos escores associados e obtidos para cada ano, procedeu-se a uma classificação para expressar as diferentes relações para as mesorregiões do Nordeste. Tomou-se os escores ordenados da primeira componente principal em cada um dos anos 2000 e 2010 e, com base na distribuição dos quartis desses escores, efetuou-se a classificação das respectivas mesorregiões em quatro estratos que expressam as condições de vida associadas com a mortalidade por DCV dos homens idosos do Nordeste: 1) condições de vida alta; 2) condições de vida média; 3) condições de vida baixa e 4) condições de vida muito baixa. 78 A classificação obtida nos anos 2000 e 2010 para as mesorregiões ficou em concordância com o critério adotado pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para classificação das unidades geográficas. Levando em consideração que o escore máximo obtido para os municípios do Nordeste foi de 0,772 (Recife/PE) - classificado como IDHM alto – a mesorregião assim constituída, incluindo este município, foi classificada no estrato 1(condições de vida alta), assim como outras regiões de IDHM considerado alto. O programa TabWin 3.6 (DATASUS, MS/Brasil) foi usado para a tabulação e construção de mapas com as variações espaciais das taxas de mortalidade pelas causas básicas das DCV. Extraiu-se os indicadores para 2000 e 2010, a partir da expansão dos microdados dos censos para toda a população coberta, e os arquivos de dados operacionalizados com o uso do pacote estatístico PASW Statistics 18 (SPSS 18). Apesar de não se tratar de estudo primário em seres humanos, o presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley-HULW, da Universidade Federal da Paraíba, e não há conflito de interesses. Resultados As taxas de mortalidade padronizada por DCV para os anos 2000 e 2010, das 42 mesorregiões do Nordeste, e de suas três principais causas básicas são encontradas na Tabela 3.1. Para o ano 2000, foi observada uma maior taxa média por DCbV em 88,1% (37/42) das mesorregiões, em oito dos nove Estados nordestinos, exceto para as quatro mesorregiões localizadas no RN e uma em PE (Metropolitana de Recife), onde prevaleceram, em média, as DIC. Para 2010, observou-se uma diminuição no montante de maior taxa média por DCbV em 73,8% (31/42) das mesorregiões, em oito dos nove Estados nordestinos. Em contrapartida, houve um avanço e predominância da taxa de mortalidade padronizada por DIC em 26,2% (11/42) das mesorregiões do Nordeste, destacando-se com maior 79 número o RN, PE e BA. Por sua vez, as DHI foram aquelas com menores taxas no período (39 entre 42), cujas exceções ficaram por conta de duas mesorregiões em SE e uma no PI. O Mapa da Figura 3.1 ilustra a distribuição espacial do indicador Brecha Redutível de Mortalidade, relacionado àquelas mesorregiões com taxa de mortalidade padronizada inferior e superior ao valor considerado como referência (mediana das TMPI), para o ano 2010, para as três principais causa de óbitos por DC. As mesorregiões representadas pela cor cinza significam valores das brechas inferiores aos do valor mediano, e em branco ao contrário. Os valores medianos das taxas se se encontram especificados abaixo de cada mapa. Na Figura 3.1, as regiões representadas em branco (acima do valor mediano) do grupo das DCV praticamente coincidem com as da DCbV, já que estas últimas se constituem na causa básica dominante do grupo. As regiões em branco predominaram nos Estados no norte do Nordeste (Maranhão e Piauí) e em suas margens litorâneas desde a Paraíba até a Bahia. As DIC apresentaram regiões com brechas redutíveis acima da mediana (cor branca no mapa) em duas das cinco mesorregiões do Maranhão e em três das quatro do Piauí; houve um predomínio nos demais Estados exceto no Ceará e Bahia. Estes apresentaram níveis mais elevados de mortalidade por DIC, em comparação aos outros Estados. Em relação às DHI, o perfil geral das mesorregiões, com manchas brancas, é majoritariamente semelhante ao observado para as DCbV. A Tabela 3.2 apresenta uma classificação das 42 mesorregiões do Nordeste, segundo os extratos que expressam as condições de vida em 2000 e 2010, a partir da informação dos indicadores que representaram as condições de vida e da mortalidade pelas três principais causas básicas das DCV. A classificação foi considerada a partir dos escores da primeira componente principal, determinada através da técnica estatística multivariada de Componentes Principais. Em relação ao primeiro extrato (Tabela 3.2), foram observadas, no período 2000-2010, as mesmas mesorregiões, sem nenhuma mudança de extrato. Neste observa-se que as três regiões metropolitanas (Recife, Salvador e Fortaleza) e praticamente todas as capitais do Nordeste (exceção de São Luis) classificaram-se 80 com condições de vida considerada alta. No outro extremo (condições de vida muito baixa), predominaram mesorregiões pertencentes ao Maranhão, Ceará e Paraíba. No segundo extrato (condições de vida média), houve mobilidade no período para as mesorregiões em apenas três delas. O maior número de mobilidade na classificação ocorreu nos extratos com condições de vida baixa e muito baixa. A Tabela 3.3 fornece a variação das taxas de mortalidade padronizada no período 2000-2010 para as três principais causas mortalidade por DCV, bem como, as brechas redutíveis da mortalidade (BRM) segundo a classificação por estrato das 42 mesorregiões do Nordeste para o ano 2010 e, também, o percentual da população de homens idosos em cada mesorregião no ano 2010. Na última coluna da Tabela 3.3 são encontrados os percentuais de idosos em relação à população total para cada mesorregião. Observou-se um percentual variado para as mesorregiões em todo o Nordeste entre 6,63% e 14,25% com amplitude de 5,62%. Essa amplitude foi reproduzida praticamente nos três primeiros estratos: ficando entre 5,0% e 5,6% e, apenas no último estrato, os percentuais foram mais homogêneos, com uma amplitude em torno de 3,6%. Para as taxas de mortalidade por DCbV foram 69,0% (29 entre 42) as mesorregiões que reduziram suas taxas, destacando-se sete dos nove Estados do Nordeste com exceção de Maranhão e Piauí, as quais se encontram geograficamente mais ao norte. O Ceará, a Paraíba e Pernambuco tiveram redução na taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares (DCbV) em todas as suas mesorregiões, com variações entre -79,5% a -12,9%. Enquanto que as reduções em todas as mesorregiões variaram entre -79,5% e -3,8%. Dentre as mesorregiões do estrato 1 (condições de vida alta), as reduções foram expressivas particularmente nas regiões metropolitanas: Recife (-48,9%), Salvador (37,0%) e Fortaleza (-35,4%). As mesorregiões que não apresentaram redução na década tiveram um aumento insipiente, com exceção do Leste Sergipano, com 10,8% de aumento. Com relação ao indicador BRM, apenas a Metropolitana de Fortaleza e Leste Potiguar acusaram valores abaixo do valor mediano. As demais tiveram valores bem acima, indicando elevados níveis de mortalidade em relação ao valor mediano. No 81 extremo oposto, no extrato 4 (condições de vida muito baixa), a grande maioria (oito entre onze) das mesorregiões tiveram importantes reduções na década, no entanto os níveis das BRM foram bem acima do valor mediano para a maioria delas. Destaca-se o estrato 3 (condições de vida baixa) em que, das dez mesorregiões, nove delas apresentaram variação dos níveis das taxas e oito nas brechas redutíveis com valores negativos. Já a redução nos níveis das taxas de mortalidade por DIC ocorreu em apenas 26,2% (11 entre 42), variando de -23,05% a – 0,01 durante o período. A maioria das mesorregiões, portanto, configuraram-se com um aumento ao longo da década, ganhando força com relação à taxa de mortalidade por DCbV predominante no ano 2000. Para as DIC, o extrato que apresentou maior quantidade de mesorregiões com reduções negativas na década, foi no primeiro, para as três metropolitanas e o Leste Potiguar (inclui a capital Natal). No segundo extrato, apenas três mesorregiões acusaram reduções e nos demais extratos (3 e 4) apenas uma. Já para as BRM, destacaram-se os extratos 2 e 4, cada um deles com sete mesorregiões com valores negativos entre os onze. Quanto às DHI, observou-se redução apenas na metropolitana de Recife (101,5%) no extrato 1 e no extrato extremo para Sertões Cearenses (-41,6%) e Agreste Potiguar (-24,4%). Com valores das brechas negativas, o extrato 3 (condições de vida baixa) foi o que apresentou o maior número de valores negativos (oito das onze mesorregiões). Nos demais extratos, este montante não superou cinco, indicando ser a minoria a ter valores abaixo do valor mediano. 82 Tabela 3.1 - Taxa de mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares e suas três principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do Nordeste em 2000 e 2010. UF Mesorregiões (Mesos) Taxa de Mortalidade Padronizada x 100.000 hab DCV* DCbV† DIC‡ DHI§ 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 Norte Maranhense 1519,64 1566,39 603,32 700,41 Oeste Maranhense 1010,49 1510,47 425,77 528,85 Centro Maranhense 1486,39 1559,94 582,99 594,10 MA(5) Leste Maranhense 1405,19 1740,80 548,13 697,63 Sul Maranhense 1355,24 1956,36 414,55 738,99 Norte Piauiense 1774,59 1853,21 617,35 728,52 Centro-Norte Piauí PI(4) 1603,11 1922,20 633,50 682,29 Sudoeste Piauiense 1400,72 1718,54 575,68 618,48 Sudeste Piauiense 1754,10 1753,61 681,71 610,07 Noroeste Cearense 1582,56 1265,39 584,65 454,77 Norte Cearense 1489,07 1397,67 570,31 465,17 Metr. Fortaleza 1415,26 1356,57 568,26 419,80 Sertões Cearenses CE(7) 1732,74 1270,55 567,15 452,11 Jaguaribe 1615,39 1322,67 538,85 440,24 Centro-Sul 1735,90 1481,21 655,82 450,82 Sul Cearense 1528,49 1300,39 592,69 441,46 Oeste Potiguar 1614,61 1353,57 535,78 381,88 Central Potiguar RN(4) 1432,39 1587,48 435,45 439,44 Agreste Potiguar 1660,37 1270,54 443,04 330,15 Leste Potiguar 1541,90 1411,19 433,94 446,82 Sertão Paraibano 1664,14 1549,82 517,31 431,39 Borborema PB(4) 1484,08 1200,58 538,22 355,00 Agreste Paraibano 1554,79 1393,65 532,05 404,13 Mata Paraibana 1584,86 1752,79 660,97 585,66 Sertão Pernambuc 1793,63 1466,34 621,59 433,39 S. Franc. Pernamb. 1880,24 1505,17 788,74 501,76 Agreste Pernambuc PE(5) 2070,80 1481,32 736,32 410,14 Mata Pernambucana 2364,64 2045,83 926,58 669,98 Metropol. de Recife 2484,05 1835,92 829,11 556,69 Sertão Alagoano 1930,88 1710,88 838,58 560,57 Agreste Alagoano AL(3) 1733,73 1713,02 754,62 601,50 Leste Alagoano 1781,16 1880,78 791,20 762,63 Sertão Sergipano 1023,72 1436,46 568,97 523,90 Agreste Sergipano SE(3) 1457,95 1527,24 596,62 519,08 Leste Sergipano 1516,54 1831,78 593,31 665,13 Extr. Oeste Baiano 922,34 1016,26 293,35 363,84 Vale S.Franc. Bahia 1402,77 1325,17 587,13 481,35 Centro Norte 1472,39 1349,61 508,67 452,10 Nordeste Baiano BA(7) 1338,93 1195,96 507,26 426,84 Metropol. Salvador 1988,95 1617,34 723,68 528,30 Centro Sul Baiano 1362,31 1315,28 520,53 440,01 Sul Baiano 1569,01 1700,40 592,23 604,54 Fonte: Dados Brutos – IBGE e Ministério da Saúde. ( ) (†) * DCV – doenças cardiovasculares; DCbV - doenças cerebrovasculares; (‡) (§) DIC - doenças isquêmicas do coração; DHI - doenças hipertensivas; 325,50 213,13 376,46 277,82 343,50 495,74 410,15 304,76 393,97 235,49 358,84 399,23 346,15 394,73 540,56 262,42 584,22 466,81 585,31 562,20 472,83 335,84 318,50 365,99 506,19 462,62 544,55 605,55 830,46 399,43 296,77 363,52 141,33 356,09 314,84 213,13 322,37 329,24 330,15 436,76 281,95 331,73 373,98 423,26 452,81 420,63 530,78 430,46 494,29 449,94 547,69 344,00 384,04 356,95 390,62 434,47 540,49 400,25 529,48 622,84 475,66 470,73 559,33 346,54 412,79 502,81 519,03 476,65 533,70 707,73 793,83 504,75 380,13 433,77 342,30 335,96 440,64 283,08 396,01 340,48 312,31 431,89 367,88 417,94 163,87 110,40 121,71 124,06 64,17 240,66 211,05 170,53 163,29 254,96 247,16 85,72 331,80 178,31 163,12 209,31 128,53 143,54 275,67 243,35 96,03 97,31 164,13 140,76 163,82 169,29 235,22 295,45 296,19 212,41 151,76 140,48 55,03 119,80 176,56 85,32 125,13 152,31 167,03 246,79 138,62 149,48 316,63 336,45 288,03 354,17 318,74 439,13 442,92 377,69 338,70 275,87 307,21 220,01 234,31 208,71 243,96 234,00 203,46 274,85 221,61 289,38 236,21 215,74 309,98 318,97 267,69 285,57 286,81 379,95 146,96 349,29 367,67 421,77 360,40 454,41 396,41 204,07 263,15 313,68 260,21 312,43 271,34 314,36 83 Figura 3.1 - Brechas redutíveis da mortalidade por doenças cardiovasculares e principais causas básicas para os homens idosos das mesorregiões do nordeste do Brasil, 2010. Fonte: Elaboração própria (Uso do Software do DATASUS TabWin- versão 3.6) 3. 84 Tabela 3.2 - Classificação das mesorregiões do Nordeste segundo os escores das condições de vida em 2000 e 2010. Estrato 1. Condições de vida alta 2. Condições de vida média 3. Condições de vida baixa 4. Condições vida muito baixa Mesorregião (2000) Escore(1) Metropol. de Salvador 3,55 Metropol. de Fortaleza 3,08 Metropol. de Recife 2,23 Leste Potiguar 2,03 Leste Sergipano 0,84 Leste Alagoano 0,73 Mata Paraibana 0,61 Sul Baiano 0,38 Centro-Norte Piauiense 0,32 São Franc. Pernamb. 0,19 Central Potiguar 0,14 Norte Maranhense 0,05 Vale São-Franc. Bahia 0,01 Agreste Sergipano -0,16 Norte Piauiense -0,18 Centro Norte Baiano -0,19 Agreste Alagoano* -0,28 Mata Pernambucana -0,32 Oeste Potiguar -0,34 Sudeste Piauiense* -0,36 Nordeste Baiano* -0,37 Sudoeste Piauiense* -0,37 Sertão Pernambucano -0,38 Extremo Oeste Baiano** -0,39 Jaguaribe -0,40 Centro Sul Baiano -0,45 Sul Maranhense** -0,45 Sul Cearense -0,45 Agreste Paraibano** -0,45 Sertão Alagoano* -0,52 Sertão Sergipano* -0,57 Centro-Sul Cearense** -0,58 Agreste Potiguar -0,59 Borborema** -0,60 Norte Cearense -0,62 Sertão Paraibano** -0,63 Oeste Maranhense** -0,66 Agreste Pernambucano** -0,66 Noroeste Cearense -0,69 Sertões Cearenses -0,73 Centro Maranhense -0,86 Leste Maranhense -0,88 NOTA: Classificação das mesos em 2000 e 2010: ) ** Mesorregião melhorou condições de vida em 2010 ( ) * Mesorregião piorou condições de vida em 2010 (1) Escores da CP (componente principal) em 2000 (2) Escores da CP (componente principal) em 2010 ( Mesorregião (2010) Escore(2) Metropol. de Recife 3,06 Metropol. de Salvador 2,83 Metropol. de Fortaleza 2,37 Leste Potiguar 1,73 São Franc. Pernambuc. 1,47 Mata Paraibana 1,02 Leste Alagoano 0,77 Leste Sergipano 0,70 Sul Baiano 0,59 Centro-Norte Piauiense 0,27 Sul Maranhense** 0,18 Centro-Norte Baiano 0,05 Norte Piauiense 0,04 Extremo Oeste Baiano** 0,00 Vale São Franc. Bahia -0,01 Norte Maranhense -0,06 Central Potiguar -0,08 Mata Pernambucana -0,17 Agreste Sergipano -0,30 Agreste Paraibano** -0,35 Oeste Potiguar -0,35 Sertão Pernambucano -0,36 Sertão Paraibano** -0,38 Centro-Sul Baiano -0,40 Oeste Maranhense** -0,43 Sudeste Piauiense* -0,44 Centro-Sul Cearense** -0,48 Borborema** -0,54 Agreste Pernambucano** -0,56 Jaguaribe -0,56 Sul Cearense -0,59 Agreste Potiguar -0,71 Sudoeste Piauiense* -0,72 Nordeste Baiano* -0,73 Noroeste Cearense -0,75 Sertões Cearenses -0,78 Sertão Sergipano* -0,78 Agreste Alagoano* -0,81 Sertão Alagoano* -0,90 Centro Maranhense -0,90 Norte Cearense -0,90 Leste Maranhense -1,06 85 Tabela 3.3 - Variação percentual das taxas no período 2000-2010 e Brechas redutíveis da mortalidade em 2010 para as três principais causas de mortalidade por DCV dos homens idosos e percentual de idosos, segundo a classificação das condições de vida em 2010 das mesorregiões do Nordeste. DCbV Estratos 2010 Mesorregiões 1. Condições de Metropol. de Recife vida alta Metropol. De Salvador Metropol. De Leste Potiguar São Franc. Pernamb. Mata Paraibana Leste Alagoano Leste Sergipano Sul Baiano Centro-Norte Piauiense 2. Condições de Sul Maranhense vida média Centro-Norte Baiano Norte Piauiense Extremo-Oeste Vale São Franc. Bahia Norte Maranhense Central Potiguar Mata Pernambucana Agreste Sergipano Agreste Paraibano Oeste Potiguar 3. Condições de Sertão Pernambucano vida baixa Sertão Paraibano Centro-Sul Baiano Oeste Maranhense Sudeste Piauiense Centro-Sul Cearense Borborema Agreste Pernamb. Jaguaribe Sul Cearense 4. Condições de Agreste Potiguar vida muito Sudoeste Piauiense baixa Nordeste Baiano Noroeste Cearense Sertões Cearenses Sertão Sergipano Agreste Alagoano Sertão Alagoano Centro Maranhense Norte Cearense Leste Maranhense Var% -48,94 -36,98 -35,36 2,88 -57,19 -12,86 -3,75 10,80 2,04 7,15 43,90 -12,51 15,26 19,37 -21,98 13,86 0,91 -38,30 -14,94 -31,65 -40,30 -43,43 -19,92 -18,30 21,43 -11,74 -45,47 -51,61 -79,53 -22,40 -34,26 -34,19 6,92 -18,84 -28,56 -25,45 -8,60 -25,46 -49,59 1,87 -22,60 21,43 DIC Percent. DHI BRE Var% BRE 15,06 8,50 -16,59 -10,34 2,36 21,76 62,68 40,13 26,12 44,10 57,21 -9,12 54,79 -29,53 -2,36 48,29 -12,05 41,26 6,36 -20,21 -25,36 -13,45 -13,91 -11,92 47,65 27,40 -9,42 -31,58 -18,82 -11,86 -11,58 -37,32 29,35 -14,96 -8,51 -9,12 7,48 25,42 15,96 23,71 -6,10 47,65 -4,61 -1,13 -11,84 -19,43 2,94 27,21 16,20 28,55 20,63 17,02 35,28 3,30 -15,17 24,71 18,60 12,96 25,05 14,44 -5,99 22,84 -10,34 2,47 15,46 23,36 49,65 28,07 -0,01 3,09 -2,03 9,15 34,44 -23,05 32,27 -5,71 31,54 11,38 58,71 21,93 20,87 16,86 6,56 33,95 70,68 -101,54 -49,22 -0,18 21,01 4,60 -14,86 61,04 -25,46 7,42 15,91 -2,90 8,58 40,72 -4,14 13,70 55,87 6,73 0,18 66,69 40,16 1,53 55,46 31,91 -2,91 52,45 5,22 12,03 52,35 47,04 19,18 79,87 6,65 -18,08 51,44 5,00 -0,46 45,20 45,81 -29,32 58,19 -30,65 -7,21 52,45 -11,43 -11,52 48,25 5,96 37,20 47,78 -7,62 53,82 22,24 26,56 -18,97 73,64 50,78 -3,92 47,05 3,80 18,92 36,83 -30,84 16,88 38,80 -9,95 24,77 59,35 -20,19 -12,72 48,91 -8,77 -1,87 67,19 12,41 22,49 51,79 13,14 21,08 33,14 -17,67 -16,89 54,89 -26,85 19,75 17,99 -3,74 0,32 14,57 -29,14 -6,38 10,55 -20,91 8,38 -24,39 -24,94 3,35 54,85 25,82 -23,60 35,81 -12,39 -17,39 7,58 -7,29 -8,26 -41,61 -20,81 -17,72 84,73 20,20 -10,32 58,72 22,56 14,08 39,19 16,59 3,91 57,74 -3,34 -9,55 19,55 2,90 -2,39 64,97 18,17 Nota: Var%: Variação das taxas de mortalidade (%); BRE: Brecha Redutível da Mortalidade; DCbV: Doenças cerebrovasculares; DIC: Doenças isquêmicas do coração; DHI: Doenças hipertensivas. Var% BRE Idosos 8,90 9,08 7,91 8,39 7,15 11,33 7,48 6,63 10,75 12,25 7,15 11,39 10,43 11,06 10,06 8,37 12,14 9,96 9,14 11,86 10,13 9,97 10,22 12,36 8,63 11,67 14,25 12,05 9,42 11,15 12,07 11,98 10,88 11,91 11,51 11,70 8,41 8,88 8,58 8,67 11,19 9,68 86 Discussão A literatura brasileira é profícua ao apontar a deficiência das estatísticas de óbitos da região Nordeste, sendo considerada, juntamente com a região Norte, como a de qualidade mais deficiente quando comparadas com as demais regiões14. Os maiores problemas sobre qualidade dos dados estão concentrados nos sub-registros e a proporção de causas mal definidas. Ambas foram tratadas neste estudo14,17. Embora possam persistir erros nas estimativas utilizadas neste trabalho17, admite-se que as correções realizadas produziram níveis bastante plausíveis de mortalidade para as causas investigadas, e com potencial explicativo para revelar os diferenciais da mortalidade por doenças cardiovasculares das mesorregiões do Nordeste. As doenças cardiovasculares dos idosos no Nordeste, como nas populações em geral, constituem-se na maior causa da mortalidade. Do mesmo modo como observado para o Brasil, no período 2000-2010, mais de metade dos óbitos em idosos no Nordeste foi causada por doenças relacionadas ao aparelho circulatório, corroborando com os achados de que indivíduos com mais de 60 anos apresentam óbitos predominantemente relacionados às doenças crônicas degenerativas14. Os níveis da mortalidade por DCV para as regiões do Nordeste ficaram abaixo, quando comparados com os do Brasil15. Dentre as doenças cardiovasculares, predominaram as doenças cerebrovasculares, sendo seguida pelas doenças isquêmicas do coração e doenças hipertensivas, reproduzindo um padrão observado em outras populações14,15. As mesorregiões dos Estados do Nordeste, com valores mais elevados pelas DCV, foram encontradas para Pernambuco, Alagoas, Piauí e Ceará, em ordem decrescente. Os mais baixos ficaram com o Sergipe e o Maranhão. Em uma posição intermediária situou-se a Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia. Especula-se que, para as mesorregiões que apresentam variação percentual negativa das taxas na década, bem como BRM negativas (abaixo do valor mediano), tiveram uma maior resposta aos investimentos no campo da assistência à saúde a partir de ações públicas como programas voltados para a saúde do homem idoso, aumento na demanda masculina aos serviços de saúde. 87 A discussão sobre a questão da relação entre o status de saúde de uma sociedade e indicadores que expressam as condições de vida tem-se mostrado recorrente e atual4,10,13,18. No Brasil, esse tema também tem despertado a atenção de estudiosos, principalmente a partir do final dos anos noventa, quando os sistemas de informações sobre mortalidade melhoraram a qualidade dos seus dados, permitindo investigações mais acuradas das relações entre mortalidade e indicadores socioeconômicos1,2,9. No Brasil, estudos ao nível macrorregional e em unidades federadas encontraram maior mortalidade por DCV, em regiões com condições de vida mais desenvolvidas, com menores taxas de pobreza6. Estes resultados são concordantes com os encontrados neste trabalho para as mesorregiões classificadas no extrato 1 (Tabela 3.3) cujas BRM apresentaram valores acima da valor mediano para a grande maioria das mesorregiões. No primeiro extrato, posicionou-se a grande maioria das capitais do Nordeste, onde os indicadores sociais e econômicos são geralmente mais favoráveis e com infraestrutura de saúde mais diversificada e distribuída. Segundo o IDHM 2013, as nove capitais do Nordeste encontram-se entre os 15 municípios com os escores mais elevadosk. Nestas mesorregiões, o processo de transição epidemiológica encontrava-se em estágio mais avançado. O crescimento do contingente de idosos e o das DCV, em um primeiro momento dessa transição, estaria em um ritmo diretamente relacionado para, em seguida, haver uma diminuição das DCV, de acordo com o estágio 4 da teoria da transição epidemiológica conforme proposta por Omran16. Uma relação direta também foi verificada no extrato 3 (condições de vida baixa), para a maioria das mesorregiões (oito em dez), cujos valores das BRM foram negativos, sugerindo níveis mais baixos das DCV comparativamente ao valor mediano do Nordeste. Ou seja, condições de vida estariam associadas com níveis mais baixos das DCV, remetendo a um processo de transição da morte por estas causas básicas. No entanto, no extrato 2 (condições de vida média), algumas mesorregiões apresentaram características do extrato 1, com um misto de situações: relações diretas e inversas. Quadro similar, também ocorreu no extrato 4 (condições de vida muita baixa), com mesorregiões com características de mesorregiões classificadas no extrato 3. k PNUD BRASIL, IPEA e FJP. Acesso ao site em 10/08/2013: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/ 88 É preciso notar, no entanto, que associações inversas foram relatadas em vários estudos ecológicos7,19,22 os quais evidenciaram associação negativa entre DCV e situação socioeconômica, como encontrado nos Estados Unidos, Austrália, e ainda em municípios como o Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil. Embora não se possam nivelar os níveis de desenvolvimento das regiões do Nordeste com as de países e regiões mais desenvolvidas, não se pode deixar de registrar essa situação que precisa ser melhor investigada: seja pela deficiência dos dados de mortalidade, seja pelas características contraditórias encontradas nessas regiões. Para uma região marcada por desigualdades regionais de desenvolvimento, como o Nordeste brasileiro, as contradições são evidentes. Para todos os extratos da classificação adotada, foram encontradas mesorregiões com processos de envelhecimento da população bastante diferenciados. Uma averiguação sobre uma associação entre o percentual de idosos e os indicadores usados aqui para expressar as condições de vida não revelou nenhuma significância estatística. Ou seja, não houve evidência de uma relação explícita ou associação, o que sugere que, no Nordeste, o aumento nos níveis de envelhecimento não tem sido acompanhado por uma melhora nas condições de vida. Por sua vez, houve evidências estatísticas de uma relação inversa entre o percentual de idosos e as mortes por DCV (R = -0,55, p < 0,01). No entanto, é preciso notar que, quando as mesorregiões são desagregadas em uma classificação, esta relação se dilui, e esta não mais se configura ao serem feitas análises internas nos extratos. Conclusão Os diferentes processos de transição, tanto demográfica como epidemiológica dos idosos, somados às dificuldades em resgatar os registros de óbitos, são elementos que dificultam o entendimento maior dessas relações diante de um mosaico de contrastes regionais. Estudos mais específicos são necessários para uma maior clareza sobre estas relações. Se for válido a teoria da transição epidemiológica de que níveis avançados convivem nesse primeiro momento com níveis elevados por DCV, para em seguida decair até último nível, então é possível especular que as regiões do Nordeste em 2010 que poderiam já estar entrando em um processo de inversão dessa relação seriam 89 algumas regiões do estrato 1. As regiões dos demais estratos ainda estariam em um ritmo de ascensão por DCV. Referências 1. Bassanesi SL., Azambuja MI., Achutti A. Mortalidade precoce por doenças cardiovasculares e desigualdades sociais em Porto Alegre: da evidencia à ação. Arq Bras Cardiol, 2008; 90(6): 403-412. 2. Boakari FM. Poverty and education: Brazils’s search for viable solutions? Advances in education in diverse communities: research, policy and praxis, 2006; 4: 253-294. Disponível: http://www.sciencedirect.com/science. Acesso 30 de janeiro de 2008. 3. Brass W. Methods for Estimating Fertility and Mortality from Limited and Defective Data, Chapel Hill (NC), 1975: International Program of Laboratories for Population Statistics; 15. 4. Braveman P, Tarimo E. Social inequalities in health within countries: not only an issue for affluent nations. Soc Sci Med., 2006; 11: 1621-1635. 5. Chaimovicz, F. Saúde do Idoso (2ª. Ed.) Belo horizonte: Núcleo de Educação em Saúde Coletiva - UFMG. 2013, 170 págs. 6. Duarte EC. et al. Epidemiologia das Desigualdades em Saúde no Brasil: Um Estudo Exploratório. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. 2002 7. Drumond JM, Barros MBA. Desigualdades socioespaciais na mortalidade do adulto no município de São Paulo. Rev Bras Epidemiol. 1999; 2(1-2):34-49 8. Farrel S. Income inequality and cardiovascular disease in North-America: shifiting the paradigm. Havard Health Policy Review. 2000; 2(3). 9. França MC, Paes NA. Income, income inequality and mortality in metropolitan regions of Brazil: an exploratory approach. Papeles de Población. 2007; No. 53, CIEAP/UAEM. 10. Ghosh S, Kulkarni PM. Does the pattern of causes of death vary across socioeconomic classes within a population? An exploratory analysis for India. Genus; LX, 2004; (2): 55-81. 11. Hair JF. et al. Análise Multivariada de Dados (5ª. Ed.). São Paulo: Bookman Editora, 2005. 12. Labonté R, Schrecker T. Globalization and social determinantes of health. Introduction and methodologic background. Global Health; 2007; 3: 7. 13. Lynch JW. et al. Income inequality and mortality: importance to health of individual income, psychosocial environment, or material conditions. BMJ; 2000;320 (7243): 1200-1204. 14. Mansur AP. et al. Tendência do risco de morte por doenças circulatórias, cerebrovasculares e isquêmicas do coração em 11 capitais do Brasil de 1980 a 1998. Arq Bras Cardiol; 2002; 79: 269-76. 90 15. Mansur AP. et al. Transição epidemiológica da mortalidade por doenças circulatórias no Brasil. Arq. Bras. Cardiol [online]; 2009; 93(5): 506-10. 16. Omran AR. The epidemiologic transition in the Americas. Pan-American Health Organization & University of Maryland at College Park, 1996. (15) 17. Paes NA, Gouveia JF. Recuperação das principais causas de morte no Nordeste do Brasil: impacto na expectativa de vida. Rev Saúde Pública; 2010; 44(2):301-9. 18. Ross C, Wu Chia-Ling. The links between education and health. American Sociological Review; 1995; 60 (5): 719-745. 19. Santos MS, Noronha CP. Padrões espaciais de mortalidade e diferenciais socioeconômicos na cidade do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública; 2001; 17:1099-110 20. Santos JP, Paes NA. Associação entre condições de vida e vulnerabilidade com a mortalidade por doenças cardiovasculares de homens idosos do Nordeste. Rev Bras Epidemiol. 2013 (no prelo). 21. Shryock HS., Siegel, J.S. and Associates. Studies in Population: The Methods And Materials of Demography. San Diego (California): Condensed Edition by Stockwell, EG; 1976; Cap 23. Population Projections; p.439-43. 22. Singh GK, Siahpush M. Increasing inequalities in all-cause and cardiovascular mortality amonf US adults aged 25-64 years by area socioeconomic status, 1969-1998. Int J Epidemiol.; 2002; 31:600-13. 23. Silva LMV. et al. Brechas redutíveis de mortalidade em capitais brasileiras (1980-1998). Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2005; Vol. 14, nº4, pp. 203222. 24. Vallin J. Seminário sobre causas de muerte: Aplicación al caso de Francia. Instituto Nacional de Estudos Demográficos e CELADE; 1987; Série E, n. 31, Santiago-Chile. 91 APÊNDICE II 8.2. Bases de Dados Utilizadas Bases de Dados – Artigo 1 (Tabela 1.A, Tabela 2.A e Tabela.2B) Bases de Dados – Artigo 2 (Tabela 1.A, Tabela 2.A e Tabela.2B) Bases de Dados – Artigo 3 (Tabela 3.A) 92 Tabela 1.A – Taxa de mortalidade padronizada dos idosos por doenças cardiovasculares nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil, 2000 DADOS DEMOGRÁFICOS UF Micro MA Lit. Ocid. Maranhense MA Aglom. Urb. São Luís MA Rosário MA Lencois Maranhenses MA Baixada Maranhense MA Itapecuru Mirim MA Gurupi MA Pindaré MA Imperatriz MA Médio Mearim MA Alto Mearim e Grajaú MA Presidente Dutra MA Baixo Parnaíba Maranh. MA Chapadinha MA Codó MA Coelho Neto MA Caxias MA Chap. Alto Itapecuru MA Porto Franco MA Gerais de Balsas MA Chap. das Mangabeiras PI Baixo Parnaíba Piauí PI Litoral Piauíense PI Teresina PI Campo Maior PI Médio Parnaíba Piauí PI Valença do Piauí PI Alto Parnaíba Piauíense PI Bertolínia PI Floriano PI Alto Médio Gurguéia PI São Raimundo Nonato PI Chap.Extr. Sul Piauí PI Picos PI Pio IX PI Alto Médio Canindé CE Lit. Camocim e Acarau CE Ibiapaba CE Coreau CE Meruoca CE Sobral CE Ipu CE Santa Quitéria CE Itapipoca CE Baixo Curu CE Uruburetama CE Médio Curu DCV 1053,89 2734,84 1538,65 730,41 1204,11 1855,94 659,70 1210,73 1161,05 1495,49 1556,81 1406,89 1130,29 1320,39 1811,80 1759,09 1586,34 823,26 1477,41 1947,91 640,39 1521,29 2027,88 2190,13 1336,16 1446,24 1439,89 1662,22 1148,81 1756,63 1144,02 1501,23 1191,40 2129,93 1786,96 1345,40 1443,79 2385,07 1361,41 1548,11 1423,56 1706,80 1209,22 1388,71 1260,68 1608,10 1609,10 TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab) IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV 107,18 178,63 357,25 392,98 951,88 135,98 174,84 349,67 271,28 591,45 1180,45 579,23 2133,53 264,22 343,31 1038,91 274,76 274,76 522,04 384,66 1206,96 235,50 323,82 382,69 24,80 151,50 377,80 151,12 654,21 96,70 148,68 327,11 125,58 317,65 384,13 354,59 890,92 92,66 228,08 384,88 179,61 439,04 798,25 319,30 1484,55 117,82 259,21 636,23 70,68 94,24 329,85 164,92 660,07 150,02 120,01 240,03 143,45 350,02 430,35 269,69 862,77 91,62 190,88 335,94 117,08 195,13 517,11 292,70 996,37 118,97 123,93 480,84 201,32 350,86 580,94 345,11 1040,21 174,31 157,44 449,82 105,19 368,16 652,18 378,68 1252,72 24,56 270,20 589,52 58,62 410,34 515,86 422,07 809,72 34,70 150,38 393,29 91,64 305,48 427,68 274,93 600,00 46,15 184,62 230,77 143,17 302,26 461,34 397,71 1143,86 64,44 145,00 644,43 136,57 309,55 646,42 646,42 1102,41 88,90 248,93 435,63 128,71 214,52 858,09 471,95 1017,30 138,72 92,48 693,61 137,35 267,82 638,66 501,31 1070,76 130,73 199,21 429,55 106,92 267,29 256,60 181,76 658,66 83,64 167,28 292,74 69,25 415,52 461,69 484,77 1167,36 116,74 186,78 350,21 92,76 371,03 537,99 909,02 1305,19 48,34 177,25 580,08 30,49 243,96 243,96 121,98 292,75 50,25 58,55 104,50 225,38 315,53 552,17 428,22 1278,24 178,82 245,05 562,96 255,95 675,96 682,52 347,82 1683,74 178,68 487,94 652,88 373,01 492,78 843,54 379,85 1687,29 342,13 230,83 698,00 152,31 408,46 484,62 270,00 1226,16 148,13 395,00 444,38 194,27 420,92 582,81 194,27 1111,38 185,23 119,85 457,63 124,61 318,44 623,03 359,97 1331,73 92,48 147,97 684,36 360,94 197,88 751,96 277,04 1394,01 84,21 168,97 844,86 107,70 323,10 466,70 251,30 1408,30 46,94 563,32 422,49 295,11 309,17 590,23 519,96 1182,50 248,95 211,61 435,66 102,14 183,86 551,58 224,72 878,42 64,27 149,97 364,22 47,28 484,65 543,75 401,90 1302,94 57,65 219,08 484,28 109,98 329,93 549,88 201,62 753,19 22,15 221,53 354,44 202,43 536,88 836,13 519,28 1511,53 182,43 321,42 634,15 201,75 259,40 720,55 576,44 1064,15 122,79 286,50 450,22 85,69 385,62 488,46 377,05 1222,98 190,82 225,51 468,37 203,17 229,10 613,83 263,69 1283,95 277,50 169,81 550,86 415,58 406,55 871,81 442,68 2136,27 449,10 396,51 788,96 346,54 74,26 346,54 297,04 1373,01 514,88 147,11 514,88 154,81 103,21 825,66 258,02 1040,78 271,51 90,50 316,76 197,82 368,50 504,26 244,37 1119,15 196,70 220,44 434,10 294,05 236,52 498,61 447,47 1485,34 392,47 156,99 495,11 172,75 230,33 431,86 302,30 969,50 228,91 161,58 296,24 97,21 298,57 597,15 395,78 1334,98 168,71 330,08 594,14 262,64 280,15 490,26 192,60 964,97 186,22 203,15 338,58 232,10 431,04 629,98 298,41 1481,68 319,91 202,05 589,31 430,34 318,08 561,32 261,95 1244,98 200,80 301,21 441,77 Continua... ODC 291,39 388,24 206,07 29,74 185,31 400,59 120,01 213,78 242,90 236,16 343,89 231,35 138,46 289,99 293,38 92,48 280,14 115,00 466,94 483,40 87,83 271,54 309,26 335,26 197,50 315,98 369,92 337,94 328,60 248,95 278,52 530,40 155,07 347,48 163,72 303,58 198,80 360,09 73,55 181,01 200,09 289,82 107,72 227,39 220,08 303,07 261,04 93 Continuação da Tabela 1.A DADOS DEMOGRÁFICOS UF Micro CE Canindé CE Baturité CE Chorozinho CE Cascavél CE Fortaleza CE Pacajus CE Sertão de Crateus CE Sertão Quixeramobim CE Sertão de Inhamuns CE Sertão Senador Pompéu CE Litoral de Aracati CE Baixo Jaguaribe CE Médio Jaguaribe CE Serra do Pereiro CE Iguatú CE Várzea Alegre CE Lavras da Mangabeira CE Chapada do Araripe CE Caririaçu CE Barro CE Carirí CE Brejo Santo RN Mossoró RN Chap. Apodi RN Médio Oeste RN Vale do Açu RN Serra S.Miguel RN Pau dos Ferros RN Umarizal RN Macau RN Angicos RN Serra Santana RN Seridó Ocid. RN Seridó Oriental RN Baixa Verde RN Borborema Potiguar RN Agreste Potiguar RN Litoral Nordeste RN Macaíba RN Natal RN Litoral Sul PB Catolé do Rocha PB Cajazeiras PB Sousa PB Patos PB Píancó PB Itaporanga PB Serra Teixeira PB Seridó Ocid.PB TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab) IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO DCV DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV 1324,82 149,98 299,96 587,42 224,97 1161,89 187,40 274,85 399,79 1592,58 299,52 409,10 518,68 321,44 1414,32 186,66 323,07 538,45 1489,55 201,97 454,44 555,43 227,22 1430,48 195,07 357,62 487,67 1639,04 303,53 379,41 622,23 333,88 1196,56 275,07 220,06 440,11 1642,34 89,50 429,73 685,84 337,53 1223,47 80,26 287,43 511,23 1188,18 81,94 368,74 450,69 286,80 1069,59 165,97 258,18 368,83 1905,73 272,80 307,88 658,63 491,05 1583,57 319,62 239,71 497,59 1611,48 244,16 466,13 510,52 310,75 1143,83 163,40 236,03 426,67 1660,37 424,75 208,51 494,25 347,52 1463,19 401,98 217,07 385,90 1753,39 385,50 402,08 605,19 257,00 1415,50 347,74 241,37 499,11 1951,98 268,40 366,00 829,59 341,60 1515,52 305,21 210,49 705,14 1594,22 198,34 389,20 587,54 306,87 1348,08 215,97 303,06 477,23 1490,22 74,51 283,14 566,28 461,97 1194,69 156,45 227,56 412,45 1425,14 172,00 540,57 172,00 417,71 1160,62 346,15 305,43 264,70 1615,60 146,38 482,51 639,73 314,44 1281,68 138,98 303,69 555,91 1913,55 287,03 467,76 712,27 361,45 1508,92 254,75 372,33 499,71 1678,56 55,95 671,42 615,47 307,74 1328,76 24,61 615,16 516,74 1601,43 295,65 209,42 578,98 443,47 1434,04 370,08 196,60 451,03 1229,78 186,33 242,23 465,82 223,60 1293,96 307,32 210,27 452,89 1436,80 172,42 218,39 632,19 252,88 1403,02 100,22 289,51 567,89 2040,63 222,41 375,32 825,70 480,97 1487,13 225,26 294,09 494,32 1333,80 169,76 266,76 460,77 400,14 949,08 73,82 221,45 390,18 1915,60 115,40 709,70 663,54 380,81 1273,72 117,50 361,91 460,61 1504,70 199,15 641,71 486,82 177,02 1330,22 22,93 619,24 550,44 1539,83 115,49 500,45 577,44 346,46 811,21 101,40 253,50 354,90 1552,35 148,39 570,72 422,33 376,67 1380,21 300,95 456,61 394,35 1663,72 132,04 686,61 528,16 237,67 1280,02 119,07 327,45 506,05 1602,80 119,22 490,11 476,87 490,11 1182,63 55,01 371,29 385,04 1523,23 70,03 490,24 595,29 297,64 1009,43 93,47 299,09 336,48 1894,67 135,33 595,47 730,80 433,07 1150,65 167,80 383,55 311,63 1324,77 174,97 549,91 274,95 299,95 1086,91 152,17 456,50 239,12 1036,73 155,51 388,77 336,94 155,51 1397,22 206,15 389,39 435,20 1424,00 56,40 408,87 422,97 493,47 1196,15 42,22 492,53 295,52 1481,77 195,51 391,02 411,60 473,34 1181,20 192,29 192,29 384,58 1588,68 189,69 640,21 474,23 260,83 1424,35 223,43 335,14 642,36 1716,56 365,56 572,19 429,14 238,41 1365,35 204,80 273,07 494,94 1675,87 271,76 543,53 425,76 335,17 1178,13 196,35 436,34 425,44 1228,75 325,99 300,92 376,15 225,69 1024,96 125,00 274,99 374,99 1522,75 221,37 543,36 402,49 275,03 1081,32 229,55 362,45 259,76 2092,82 243,53 902,58 592,08 258,75 1426,83 153,91 503,34 451,34 1323,29 182,52 501,94 365,04 212,94 1204,82 225,90 316,27 391,57 1539,04 87,45 664,59 454,72 332,29 1516,20 48,91 407,58 440,19 1693,59 90,73 463,72 564,53 534,29 1583,09 96,74 325,41 633,24 1646,17 45,52 409,65 470,33 659,98 1576,79 43,20 388,80 482,40 2040,86 77,90 498,53 794,53 638,74 1741,83 172,95 407,66 630,02 1746,53 164,77 362,49 362,49 724,98 1741,83 147,61 206,66 560,93 1380,99 30,69 460,33 398,95 429,64 1322,31 150,26 270,47 571,00 1601,77 175,19 450,50 575,63 350,39 1513,86 229,37 298,18 619,31 1375,48 117,90 392,99 235,80 628,79 1218,77 234,38 281,26 328,13 Continua... ODC 262,36 323,07 325,11 220,06 288,51 258,18 385,00 236,03 233,15 229,10 189,44 268,22 355,56 183,26 216,19 244,95 172,25 323,82 242,62 322,92 369,18 221,45 300,81 114,67 101,40 197,17 327,45 357,54 243,01 263,69 239,12 297,77 295,52 402,89 83,79 307,20 87,27 149,99 175,19 235,03 240,96 570,61 518,90 597,60 518,84 797,11 330,58 344,06 375,01 94 Continuação da Tabela 1.A DADOS DEMOGRÁFICOS UF Micro Seridó Or. PB PB PB Cariri Ocid. PB Cariri Oriental PB Curimataú Ocid. PB Curimataú Or. PB Esperança PB Brejo PB PB Guarabira PB Campina Grande PB Itabaiana PB Umbuzeiro PB Litoral Norte PB Sapé PB João Pessoa PB Litoral Sul PB PE Araripina PE Salgueiro PE Pajeú PE Sertão Moxotó PE Petrolina PE Itaparica PE Vale do Ipanema PE Vale do Ipojuca PE Alto Capibaribe PE Médio Capibaribe PE Garanhuns PE Brejo PE PE Mata Set. PE Vitória S. Antão PE PE Mata Merid. PE PE Itamaracá PE Recife PE Suape AL Serr. Sertão Alagoano AL Alag. Sert. S. Francisco AL Santana do Ipanema AL Batalha AL Palmeira dos Índios AL Arapiraca AL Traipu AL Serrana dos Quilombos AL Mata Alagoana AL Litoral Norte Alagoano AL Maceió AL S. Miguel dos Campos AL Penedo DCV 1707,90 1400,35 1452,59 1587,79 1572,26 1736,17 1734,06 1877,33 1688,36 1106,66 1135,70 1509,99 1481,42 1897,89 1450,13 1453,47 1652,20 2086,58 1982,26 1819,19 1941,29 1644,30 2293,76 1974,39 2040,15 2209,14 2263,04 2344,24 2332,98 2416,71 2269,94 2339,13 2843,07 2227,37 2119,31 1640,61 1736,24 1514,07 1945,44 1741,67 1750,67 1787,66 1553,56 2389,23 1501,13 1704,72 TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab) IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV 76,47 305,89 713,75 586,30 1123,65 88,71 413,98 295,70 107,72 353,94 477,04 446,27 1256,17 129,95 375,41 404,28 87,16 290,52 726,30 319,57 1201,23 133,47 266,94 500,51 114,78 401,73 554,77 478,25 1516,30 216,61 334,77 452,92 135,87 388,21 427,03 582,32 1631,60 158,63 543,87 339,92 209,54 299,34 568,74 628,61 2051,16 173,34 462,23 606,68 163,59 261,74 785,23 507,13 1672,26 157,76 299,74 741,47 446,36 472,61 301,95 590,77 1584,17 382,39 341,42 191,19 78,53 346,24 613,95 628,23 1465,88 73,75 270,43 617,70 38,16 209,88 457,93 381,61 1212,59 72,39 253,38 398,16 126,19 168,25 546,82 252,38 1341,18 186,28 186,28 596,08 82,74 351,64 579,17 393,01 1330,77 65,45 196,34 610,84 150,02 393,80 600,07 318,79 1513,56 129,21 276,87 775,24 157,65 511,36 774,11 382,00 1637,13 169,10 324,73 721,30 172,63 207,16 690,54 345,27 1165,49 105,95 423,81 494,45 107,00 419,10 499,35 401,26 1058,75 121,23 266,71 347,53 154,33 481,14 680,85 317,73 1232,69 137,77 246,54 587,34 226,45 566,13 626,78 606,56 1548,13 228,52 395,88 476,35 167,51 558,38 679,36 502,54 1441,16 192,15 416,34 464,37 142,83 533,73 729,18 345,80 1287,42 146,05 238,01 508,48 195,76 391,52 848,29 473,09 1422,21 203,17 203,17 555,34 203,23 535,78 461,88 369,50 996,14 65,54 314,57 419,43 250,45 606,24 830,84 510,83 1756,18 234,76 394,28 642,58 254,37 484,51 738,88 436,06 1391,51 217,76 286,80 594,85 240,32 516,43 823,22 429,51 1669,42 272,38 377,82 637,02 178,41 661,17 881,56 425,04 1702,35 179,98 408,71 637,44 284,53 463,20 681,56 780,82 1681,31 193,53 381,02 580,60 234,18 591,49 956,05 504,58 1713,95 227,85 371,02 725,91 326,29 592,76 929,93 413,30 1740,72 358,52 311,35 617,98 325,89 632,41 893,76 467,85 1735,26 244,68 419,05 652,48 323,06 816,16 705,64 340,07 1858,03 373,10 537,26 537,26 215,01 883,33 743,12 378,14 1691,68 190,64 576,87 550,92 350,52 791,91 1038,57 538,76 2015,83 300,46 518,98 661,02 71,28 445,47 997,86 694,94 1905,26 72,58 326,62 907,27 374,00 249,33 914,21 540,22 1186,95 306,31 191,44 344,60 191,14 445,99 589,35 366,35 1177,18 123,19 260,07 451,71 213,22 456,90 852,89 152,30 1132,83 56,64 169,93 453,13 164,32 258,21 481,22 551,64 1377,90 156,36 312,72 459,30 170,85 451,91 881,79 429,87 1781,27 227,07 343,14 777,10 120,12 180,17 900,86 540,52 1291,36 215,23 71,74 215,23 55,14 413,54 647,89 565,18 1359,86 119,55 224,15 597,74 158,40 339,43 837,26 414,86 1428,08 256,54 171,03 709,77 145,65 339,84 776,78 97,10 1138,57 218,96 262,75 525,49 163,27 533,46 1141,27 480,11 1870,56 176,25 361,60 844,88 174,74 277,99 659,23 325,64 1270,70 107,97 332,21 498,31 145,70 276,83 684,80 495,39 1595,06 290,01 342,74 553,66 Continua... ODC 295,70 346,53 300,31 472,61 453,22 808,91 441,73 614,55 476,33 452,46 335,30 349,05 258,41 353,17 70,64 290,96 224,78 379,79 304,24 373,24 379,26 183,50 415,34 233,69 298,74 412,46 489,88 308,51 367,96 368,43 268,63 278,64 469,81 598,80 344,60 328,51 396,49 390,89 378,46 717,42 358,64 247,99 131,37 441,20 307,29 355,92 95 Continuação da Tabela 1.A DADOS DEMOGRÁFICOS UF Micro SE Serg. Sertão S. Francisco SE Carira SE Nossa Senhora das Dores SE Agreste de Itabaiana SE Tobias Barreto SE Agreste de Lagarto SE Propriá SE Cotinguiba SE Japaratuba SE Baixo Cotinguiba SE Aracajú SE Boquim SE Estância BA Barreiras BA Cotegipe BA Santa Maria da Vitória BA Juazeiro BA Paulo Afonso BA Barra BA Bom Jesus da Lapa BA Senhor do Bonfim BA Irecê BA Jacobina BA Itaberaba BA Feira de Santana BA Jeremoabo BA Euclides da Cunha BA Ribeira do Pombal BA Serrinha BA Alagoinhas BA Entre Rios BA Catú BA Santo Antônio de Jesus BA Salvador BA Boquira BA Seabra BA Jequié BA Livramento do Brumado BA Guanambi BA Brumado BA Vitória da Conquista BA Itapetinga BA Valença BA Ilhéus-Itabuna BA Porto Seguro DCV 1103,63 943,82 1567,72 1342,67 1234,26 1687,17 1427,25 1443,53 1141,76 1679,68 1990,82 1232,10 1700,61 1032,67 852,92 881,42 1380,38 1377,48 1461,81 1391,43 1295,33 1278,54 1456,86 1656,42 1674,78 953,45 1182,61 1242,23 1260,19 1708,03 1687,05 2191,68 1981,70 1793,49 1255,58 1537,36 1672,42 1111,23 1283,73 1191,80 1439,90 1406,48 1493,59 1853,61 1359,83 TAXA DE MORTALIDADE PADRONIZADA (x 100.000 hab) IDOSOS - MASCULINO IDOSOS - FEMININO DHI DIC DCbV ODC DCV DHI DIC DCV 24,26 218,30 472,99 363,84 924,87 119,34 328,18 223,76 85,80 64,35 664,96 128,70 795,99 88,44 132,67 420,11 165,02 467,56 412,56 440,06 1474,84 120,40 481,58 511,68 127,87 255,75 588,22 358,05 1250,78 154,59 267,02 421,61 121,40 263,04 607,01 182,10 1244,90 169,76 339,52 471,55 64,89 438,01 778,69 405,57 1558,32 71,65 447,79 609,00 249,77 303,29 481,70 338,97 1490,37 180,65 210,76 722,60 122,85 307,13 614,27 399,27 1309,37 62,35 374,11 467,63 163,11 293,60 456,71 195,73 1037,73 159,65 119,74 359,22 276,11 253,10 644,26 437,18 1506,56 215,22 344,36 602,62 197,14 511,09 764,20 438,08 1609,33 174,33 319,61 650,51 132,48 225,22 490,19 384,20 1111,30 172,17 172,17 422,61 94,48 310,43 701,84 512,88 1560,01 128,93 244,96 683,31 104,31 187,76 219,05 490,26 1044,65 142,45 201,81 379,87 27,51 302,65 412,70 110,05 788,62 112,66 187,77 262,87 124,14 148,97 248,29 335,19 842,97 112,40 67,44 314,71 95,37 316,23 612,39 331,29 1130,46 102,36 262,59 453,97 75,82 303,30 644,51 328,57 1078,12 136,18 272,37 374,51 99,67 332,23 564,79 431,90 1111,96 105,90 232,98 455,38 229,65 337,72 526,85 283,69 1058,33 244,23 217,09 339,21 70,49 387,72 502,27 273,17 885,15 145,90 155,63 311,26 136,45 212,25 449,76 454,82 969,01 135,45 166,71 343,84 91,05 391,00 412,42 530,26 1241,94 121,16 252,43 353,40 216,84 295,14 578,24 505,96 1252,75 234,53 188,77 400,42 246,70 360,08 600,65 415,25 1318,90 229,37 250,88 461,14 112,17 196,30 504,77 140,21 1037,42 226,93 97,26 453,87 93,36 336,11 441,92 267,64 1013,74 122,14 213,74 384,73 135,76 434,44 386,92 251,16 870,17 151,62 263,69 290,06 143,08 308,17 407,22 363,20 1092,28 120,75 263,47 389,71 164,33 368,50 692,17 448,17 1500,88 261,39 252,96 569,15 353,48 337,41 610,55 305,28 1100,72 171,54 200,13 371,67 215,90 503,76 876,67 516,84 1451,45 211,12 348,35 548,91 270,35 351,96 665,67 629,96 1524,83 260,12 247,56 513,06 254,12 454,57 628,71 367,00 1450,35 256,75 299,49 551,90 111,61 251,12 418,53 455,73 1123,78 120,02 141,84 447,33 194,88 303,14 606,28 353,67 1144,20 119,74 232,83 379,18 232,81 313,58 584,40 482,25 1495,89 223,87 217,77 578,00 109,75 329,25 384,13 260,66 1089,95 114,73 172,10 430,25 119,70 231,15 586,14 284,81 1222,58 204,37 149,63 426,99 105,16 268,74 490,74 286,27 955,79 110,73 174,84 378,82 87,04 281,02 594,36 410,33 1184,14 66,78 228,61 472,63 148,05 277,59 499,67 462,66 1082,09 50,62 246,79 423,98 126,69 286,72 566,76 466,75 1263,10 112,28 196,48 477,17 196,45 384,82 674,88 533,90 1503,04 205,12 286,46 589,43 125,28 323,64 535,06 321,03 1175,54 167,93 202,09 449,72 ODC 223,76 154,78 361,19 379,45 245,21 376,15 331,19 374,11 319,30 301,31 397,09 313,04 451,24 320,52 187,77 337,19 280,39 295,06 254,16 244,23 233,45 307,37 484,66 388,98 340,48 259,35 256,49 112,07 285,42 354,14 271,61 321,96 470,01 284,93 381,87 339,27 423,33 358,54 405,09 250,60 369,88 341,71 428,05 383,13 315,94 96 Tabela 2.A – Indicadores de condições e vida e de vulnerabilidade dos homens idosos nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil – Censo de 2000 INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 MA Litoral Ocid. Maranhense 2,93 57,3 37,6 60,89 251 166,26 63,7 7,26 79,8 61,2 MA Aglom. Urb. de São Luís 5,84 25,3 73,0 150,79 916,90 594,53 64,0 38,83 87,6 73,8 MA Rosário 2,81 59,7 33,7 53,41 222,6 197,43 60,3 8,03 81,6 63,9 MA Lencois Maranhenses 2,75 66,5 28,2 49,09 213,7 164,37 75,3 4,82 77,5 57,8 MA Baixada Maranhense 2,96 52,8 43,1 63,12 233,3 175,05 65,5 10,07 81,2 63,2 MA Itapecuru Mirim 2,92 65,8 27,0 56,32 181,4 156,89 70,7 10,20 80,6 62,3 MA Gurupi 2,88 61,5 36,2 62,51 225,2 159,42 54,6 4,53 80,6 62,3 MA Pindaré 2,89 66,6 33,8 67,30 217,1 157,03 60,2 11,10 80,7 62,4 MA Imperatriz 3,32 59,9 42,5 95,46 413,80 179,85 60,4 19,77 82,7 65,6 MA Médio Mearim 3,00 63,9 36,1 66,27 236,6 177,37 70,9 17,50 81,1 63,1 MA Alto Mearim e Grajaú 2,92 64,1 36,3 67,50 284,4 165,02 68,1 9,85 79,5 60,6 MA Presidente Dutra 2,71 66,1 34,3 79,65 226,6 162,63 73,2 16,86 78,6 59,3 MA Baixo Parnaíba Maranh. 3,24 68,9 27,3 48,80 226,4 172,28 73,3 10,74 79,3 60,4 MA Chapadinha 3,19 63,4 33,0 55,84 244,3 172,84 75,1 10,08 80,3 61,9 MA Codó 2,93 65,7 33,4 62,76 206,40 168,22 71,4 13,73 77,9 58,3 MA Coelho Neto 3,15 71,7 23,8 61,85 237,5 164,13 72,1 8,99 79,7 61,0 MA Caxias 3,68 59,7 38,2 71,82 302,6 224,66 71,2 17,64 83,7 67,1 MA Chap. do Alto Itapecuru 2,85 57,3 38,8 71,37 254 176,78 75,2 16,73 82,0 64,5 MA Porto Franco 3,76 55,8 48,3 103,37 339,7 178,69 70,0 28,16 85,4 70,0 MA Gerais de Balsas 3,16 60,2 38,2 95,55 267,90 191,51 74,3 21,55 78,3 59,0 MA Chap. das Mangabeiras 2,94 52,4 46,6 68,96 224,2 181,59 69,0 13,40 83,2 66,4 PI Baixo Parnaíba Piauíense 3,01 63,0 31,4 62,57 242,5 185,40 75,8 17,63 79,2 60,3 PI Litoral Piauíense 3,93 53,7 45,8 70,71 368,40 286,83 77,6 24,17 79,55 60,75 PI Teresina 5,49 47,6 52,4 83,91 809,3 493,74 72,9 23,72 86,3 71,6 PI Campo Maior 3,04 66,0 33,0 60,64 219,80 172,48 80,3 17,46 83,2 66,4 PI Médio Parnaíba Piauíense 2,99 63,8 34,5 70,75 232,9 176,11 83,9 31,07 87,1 72,8 PI Valença do Piauí 3,08 74,3 32,8 76,57 249,3 169,66 86,0 30,79 84,6 68,6 PI Alto Parnaíba Piauíense 3,29 66,5 37,3 83,96 280 167,30 77,6 28,86 84,9 69,2 PI Bertolínia 2,92 60,2 36,7 72,72 234,1 171,84 84,0 35,83 86,7 72,1 PI Floriano 3,92 55,9 46,3 82,19 343,1 264,85 71,9 30,75 79,6 60,8 PI Alto Médio Gurguéia 2,97 65,1 38,2 81,06 259,1 175,28 81,5 30,30 85,2 69,6 PI São Raimundo Nonato 3,25 56,3 42,1 72,82 292,60 193,44 81,1 17,35 84,5 68,4 PI Chap.Extr. Sul Piauíense 3,31 48,5 47,5 73,66 328,5 204,69 78,5 23,67 83,2 66,4 PI Picos 3,53 63,4 39,2 81,87 333,8 221,33 77,8 33,53 82,8 65,7 PI Pio IX 3,09 76,9 30,7 99,56 326,6 173,22 86,4 27,29 82,6 65,3 PI Alto Médio Canindé 2,97 73,4 41,5 66,88 267,5 181,08 82,8 19,82 81,3 63,4 CE Lit. Camocim e Acarau 2,98 62,5 33,9 71,75 249,4 182,20 78,4 24,15 85,1 71,8 CE Ibiapaba 3,27 67,6 34,1 79,74 245 186,14 76,0 37,45 87,4 75,6 CE Coreau 3,02 69,0 33,6 61,76 202,9 173,63 78,3 27,01 86,6 74,2 CE Meruoca 3,17 56,8 32,8 73,79 251,7 204,17 84,0 19,46 84,8 71,4 CE Sobral 3,72 60,6 39,5 76,63 315,3 227,32 73,8 29,64 87,8 76,3 CE Ipu 2,96 66,4 35,1 76,67 230,8 189,00 85,3 28,35 89,0 78,4 CE Santa Quitéria 2,56 66,5 38,8 70,53 234,1 180,98 78,9 26,73 88,5 77,5 CE Itapipoca 2,81 58,9 36,8 69,16 252,4 196,55 82,3 18,16 89,1 78,5 CE Baixo Curu 3,14 57,5 38,1 82,43 261 228,66 75,5 33,05 86,3 73,7 CE Uruburetama 2,95 65,4 31,0 70,51 313,4 193,39 82,1 24,62 87,0 74,9 CE Médio Curu 3,42 62,8 35,6 72,63 293,6 213,25 83,4 19,83 85,6 72,7 Continua... 97 Continuação da Tabela 2.A UF Micro CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN PB PB PB PB PB PB PB PB Canindé Baturité Chorozinho Cascavél Fortaleza Pacajus Sertão de Crateus Sertão de Quixeramobim Sertão de Inhamuns Sertão Senador Pompéu Litoral de Aracati Baixo Jaguaribe Médio Jaguaribe Serra do Pereiro Iguatú Várzea Alegre Lavras da Mangabeira Chapada do Araripe Caririaçu Barro Carirí Brejo Santo Mossoró Chap. Apodi Médio Oeste Vale do Açu Serra S.Miguel Pau dos Ferros Umarizal Macau Angicos Serra Santana Seridó Ocid. Seridó Oriental Baixa Verde Borborema Potiguar Agreste Potiguar Litoral Nordeste Macaíba Natal Litoral Sul Catolé do Rocha Cajazeiras Sousa Patos Píancó Itaporanga Serra Teixeira Seridó Ocid.PB INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 2,81 69,3 30,2 64,03 204,63 173,98 71,3 18,33 86,9 74,8 3,00 60,3 34,3 76,31 240,79 175,16 80,1 23,05 89,1 78,5 3,02 63,4 32,1 71,50 216,08 184,76 52,8 9,64 84,8 71,3 3,17 64,2 32,3 100,45 255,84 217,56 79,0 27,03 89,8 79,7 6,19 32,9 66,9 129,92 909,26 700,03 67,7 50,89 90,2 80,4 3,13 55,8 40,2 115,78 364,42 184,14 69,2 28,86 88,2 77,0 3,19 64,6 38,6 79,30 256,82 194,11 81,0 25,22 88,7 77,8 3,20 64,7 32,6 77,47 232,87 183,21 81,2 23,88 87,9 76,4 2,79 69,5 32,8 66,01 275,66 167,41 83,8 24,37 82,7 68,1 2,77 66,6 32,7 83,85 239,67 174,66 86,4 28,11 86,5 74,0 3,84 57,3 35,2 94,66 311,95 240,47 79,9 32,47 84,9 71,5 2,92 55,7 38,9 98,38 265,19 193,64 87,1 41,85 91,1 82,1 3,08 59,6 33,7 98,54 286,60 175,68 90,2 38,15 89,1 78,5 2,72 70,4 26,7 81,85 241,68 163,42 91,9 26,38 87,2 75,3 3,35 60,2 37,6 95,77 303,48 227,06 85,5 35,52 85,7 72,7 2,85 64,7 35,8 66,46 204,70 160,96 84,1 31,82 87,3 75,4 2,93 55,5 40,0 71,46 256,48 189,26 84,6 34,95 82,4 67,7 3,11 71,0 30,0 77,36 224,01 178,84 78,7 26,76 84,8 71,3 2,72 57,1 37,6 64,66 210,95 173,32 81,7 26,02 82,9 68,4 3,28 59,5 39,8 80,31 275,30 173,81 83,8 30,18 89,3 78,9 4,29 56,5 42,0 103,84 378,85 256,22 77,3 40,50 88,3 77,1 3,37 63,2 39,0 89,66 287,16 182,22 76,3 39,96 88,2 77,0 80,8 3,88 56,2 41,4 121,36 400,98 310,08 43,57 88,7 77,2 2,85 56,5 36,0 85,62 237,53 190,57 88,4 25,28 84,4 69,9 2,63 53,3 33,4 84,53 234,75 191,13 83,5 18,86 82,3 66,7 3,27 62,4 31,0 107,58 331,88 190,24 84,0 43,98 86,4 73,3 78,7 2,64 58,5 35,7 61,14 206,65 174,14 38,47 85,8 72,2 2,73 57,7 34,5 87,19 242,16 189,38 86,8 47,64 87,6 75,3 2,95 54,5 38,2 87,73 250,38 204,65 86,5 38,76 87,1 74,4 3,64 55,0 40,8 92,77 288,37 261,70 88,9 28,82 86,5 73,4 2,93 62,4 30,6 92,61 286,08 206,31 85,1 36,11 83,6 68,7 2,67 61,5 30,8 80,00 234,32 183,21 88,6 30,41 81,5 65,5 84,8 3,27 48,3 43,2 128,94 406,44 262,02 54,58 90,7 80,7 3,17 46,7 43,0 136,56 348,50 276,18 83,4 66,90 90,7 80,7 2,90 67,6 25,7 76,56 238,25 184,06 79,1 30,55 81,8 65,9 2,97 66,2 29,6 74,42 260,43 205,72 84,8 55,97 86,9 74,1 3,26 66,7 26,8 82,13 275,23 208,67 85,2 34,00 86,6 73,5 83,4 3,30 67,4 28,6 69,01 243,01 182,17 36,67 81,7 65,8 3,80 57,9 35,4 112,10 346,38 275,43 75,9 57,69 87,5 75,1 6,57 29,0 69,8 246,48 1114,40 922,53 77,0 82,63 89,1 77,8 3,46 67,7 27,3 91,80 247,51 219,07 79,8 49,52 85,5 71,8 2,78 60,7 35,1 85,18 236,73 142,23 82,5 38,98 84,6 68,6 86,4 3,32 64,2 36,5 85,05 311,90 171,84 38,18 79,4 60,6 3,19 60,8 38,7 84,68 291,84 175,71 79,7 40,72 84,0 67,6 3,72 60,7 43,5 81,76 345,71 207,87 74,5 45,14 82,1 64,6 3,39 63,7 36,6 70,39 253,72 178,59 84,2 40,75 84,0 67,6 2,95 59,6 40,1 67,36 230,46 149,46 82,6 34,69 84,5 68,5 87,5 2,84 60,0 37,9 65,98 199,10 161,80 39,20 79,4 60,6 2,98 51,8 41,2 93,09 256,11 187,37 85,3 50,41 87,2 73,1 Continua... 98 Continuação da Tabela 2.A UF Micro PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL Seridó Or. PB Cariri Ocid. Cariri Oriental Curimataú Ocid. Curimataú Or. Esperança Brejo PB Guarabira Campina Grande Itabaiana Umbuzeiro Litoral Norte Sapé João Pessoa Litoral Sul PB Araripina Salgueiro Pajeú Sertão Moxotó Petrolina Itaparica Vale do Ipanema Vale do Ipojuca Alto Capibaribe Médio Capibaribe Garanhuns Brejo PE Mata Set. PE Vitória S. Antão Mata Merid. PE Itamaracá Recife Suape Serr. do Sertão Alagoano Alag. Sert. S. Francisco Santana do Ipanema Batalha Palmeira dos Índios Arapiraca Traipu Serrana dos Quilombos Mata Alagoana Litoral Norte Alagoano Maceió São Miguel dos Campos Penedo INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 2,86 61,9 34,1 78,34 247,93 159,28 87,5 36,35 81,8 64,1 2,95 52,6 44,9 85,50 257,82 192,10 88,3 41,73 83,4 66,6 2,77 59,6 38,8 87,32 232,22 174,06 90,2 43,54 83,6 66,9 2,87 64,1 31,3 75,98 233,91 167,32 83,9 37,34 81,2 63,3 2,99 68,8 27,3 66,79 247,32 171,69 83,5 34,32 81,0 62,8 3,25 56,5 37,1 93,50 277,53 182,48 87,7 40,44 81,7 64,0 3,12 66,0 27,5 77,82 260,62 184,80 81,1 42,54 84,9 69,1 3,19 68,5 28,2 79,94 230,21 156,42 79,7 52,57 80,3 61,8 4,94 45,5 52,5 105,26 617,91 319,07 76,2 64,22 80,1 61,5 3,19 65,4 29,2 77,00 225,84 159,12 84,5 39,34 79,3 60,4 2,63 68,4 28,3 63,33 215,79 144,25 77,7 20,58 76,9 57,0 2,98 65,4 29,2 72,48 224,73 143,73 74,4 47,24 79,1 60,0 2,74 68,3 25,8 75,07 218,02 148,02 73,8 34,62 77,9 58,3 6,41 32,4 66,0 172,58 877,54 571,68 74,6 74,87 88,7 75,7 3,15 70,1 26,9 82,13 268,53 142,55 69,0 44,86 83,1 66,2 3,07 69,5 35,3 87,31 249,63 150,51 75,4 21,95 85,5 70,5 3,38 57,9 44,1 87,88 294,82 215,12 88,6 42,72 90,2 78,8 3,25 58,2 39,9 86,53 250,46 177,43 84,9 44,54 85,6 70,7 3,76 59,5 41,9 85,87 321,41 233,58 83,3 40,92 85,8 71,1 3,96 55,5 50,2 106,91 410,05 218,16 77,1 43,30 89,5 77,6 3,22 47,9 50,9 97,12 273,88 189,95 83,8 42,94 89,5 77,5 3,11 69,3 31,2 72,83 208,35 150,65 80,6 38,34 84,5 68,9 3,83 56,9 40,8 115,29 320,50 203,49 76,3 43,97 83,7 67,6 3,05 60,4 37,8 118,99 255,36 161,76 70,2 35,29 87,6 74,0 3,21 66,0 31,1 83,71 222,99 162,99 79,1 37,18 85,7 70,8 3,46 59,6 37,4 80,98 288,36 176,73 79,0 38,31 82,2 65,1 2,98 64,5 30,4 87,59 211,90 151,79 79,7 52,35 83,6 67,3 3,54 55,1 40,5 95,75 277,19 183,31 74,1 46,50 87,3 73,5 3,61 50,7 42,6 97,08 326,42 190,23 73,6 40,91 88,3 75,3 3,56 60,9 38,4 82,98 254,58 175,75 73,1 51,40 85,1 69,9 4,16 48,1 47,3 116,62 307,62 241,70 70,1 64,53 91,7 81,8 6,78 23,1 76,5 203,34 969,32 601,14 75,3 77,58 91,4 81,1 4,02 48,3 51,8 116,98 289,07 199,35 71,0 65,48 89,7 78,0 2,83 69,4 29,8 55,45 214,88 177,50 76,6 15,67 83,3 64,1 3,37 59,6 38,4 83,28 290,37 234,08 76,4 46,62 85,4 67,8 2,75 61,8 28,0 61,34 289,43 196,64 72,0 24,48 81,7 61,4 2,92 66,8 30,2 78,28 341,73 169,13 69,4 29,36 84,4 65,9 2,98 62,8 32,8 72,64 270,71 218,35 68,6 33,90 87,3 71,2 3,10 65,0 32,6 69,10 300,22 199,45 64,3 27,42 85,4 67,7 2,94 69,5 24,9 51,67 306,11 300,23 64,2 28,21 86,7 69,9 3,69 69,6 27,6 76,21 247,39 197,14 66,6 46,12 86,0 68,8 3,19 68,4 29,6 67,75 237,82 189,02 63,1 40,86 83,9 65,1 3,49 64,0 32,0 70,77 334,44 268,43 8,1 38,23 89,2 74,6 6,18 37,4 61,9 116,82 874,43 662,08 74,6 66,22 87,8 71,9 3,62 64,2 33,7 84,92 367,57 216,66 63,7 50,37 87,0 70,6 3,50 57,7 35,0 80,35 304,24 227,29 73,4 50,71 87,6 71,7 Continua... 99 Continuação da Tabela 2.A UF Micro SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA Serg. Sertão S. Francisco Carira Nossa Senhora das Dores Agreste de Itabaiana Tobias Barreto Agreste de Lagarto Propriá Cotinguiba Japaratuba Baixo Cotinguiba Aracajú Boquim Estância Barreiras Cotegipe Santa Maria da Vitória Juazeiro Paulo Afonso Barra Bom Jesus da Lapa Senhor do Bonfim Irecê Jacobina Itaberaba Feira de Santana Jeremoabo Euclides da Cunha Ribeira do Pombal Serrinha Alagoinhas Entre Rios Catú Santo Antônio de Jesus Salvador Boquira Seabra Jequié Livramento do Brumado Guanambi Brumado Vitória da Conquista Itapetinga Valença Ilhéus-Itabuna Porto Seguro INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 2,75 70,2 29,1 75,91 253,29 188,46 73,8 53,18 81,0 63,0 2,60 62,2 34,0 97,39 264,44 182,96 74,8 52,66 83,8 67,3 3,43 55,5 43,1 81,87 311,72 206,31 74,8 55,52 85,9 70,8 2,76 55,9 38,5 98,05 280,66 227,92 77,1 52,74 91,3 80,7 2,97 59,1 41,9 90,27 249,72 179,40 76,8 48,37 80,3 61,9 3,06 59,0 35,8 87,00 338,03 225,08 74,3 44,61 88,6 75,6 3,07 53,3 40,4 84,61 270,22 227,26 79,7 66,11 80,4 62,1 2,49 53,6 36,3 80,70 29,85 225,91 73,2 49,98 86,1 71,1 3,05 61,5 30,9 85,64 313,89 204,80 75,3 56,71 85,1 69,5 3,52 48,3 46,0 96,48 306,68 247,00 72,7 65,16 86,4 71,6 6,08 24,4 74,1 179,81 1026,24 752,38 75,4 81,90 88,0 74,5 3,00 64,1 34,5 86,01 288,59 205,24 67,4 45,35 81,5 63,7 3,58 55,7 41,4 83,42 367,05 281,32 67,5 43,24 85,0 69,3 3,83 56,9 46,2 105,42 362,73 211,59 66,8 44,51 85,4 69,9 3,05 61,4 43,5 70,63 235,16 176,39 79,3 31,19 87,1 72,9 3,05 66,3 40,5 82,41 245,12 175,36 74,2 39,19 86,6 72,0 3,63 53,8 47,7 96,58 357,77 222,99 75,6 42,34 82,9 65,9 3,54 53,4 51,0 98,01 384,03 309,33 77,4 49,42 81,7 64,1 3,11 57,2 44,7 75,92 259,93 181,49 75,7 36,05 85,4 69,9 3,19 62,2 42,5 71,35 271,04 167,89 74,1 37,85 85,1 69,4 3,12 55,7 47,1 87,98 288,82 217,18 78,3 31,96 80,3 61,8 2,90 48,3 54,3 86,41 273,67 167,38 83,4 32,06 80,1 61,5 2,98 56,4 47,8 82,94 296,82 182,58 81,8 34,58 80,0 61,4 3,13 63,5 41,7 77,76 262,11 191,14 78,6 29,83 82,6 65,4 3,86 50,6 50,4 89,43 382,24 257,61 73,4 34,21 84,8 69,0 3,01 72,3 27,4 68,27 240,79 178,26 70,8 25,10 77,5 57,8 2,73 67,6 39,9 67,89 225,61 185,41 81,1 30,29 81,3 63,3 2,80 65,1 36,4 83,80 237,08 170,71 80,6 41,66 79,7 61,0 2,75 62,4 40,4 91,45 241,77 176,82 79,4 34,55 84,1 67,7 4,11 52,4 49,1 88,46 401,85 338,75 75,4 41,84 78,7 59,5 3,55 57,5 39,7 80,05 311,44 230,56 65,6 33,29 81,9 64,3 3,92 43,9 54,6 116,25 465,59 355,64 71,0 49,21 86,4 71,7 3,69 49,6 49,3 100,51 362,91 281,91 78,4 49,56 86,9 72,5 6,78 16,4 84,2 183,93 1147,52 799,28 71,0 71,50 88,0 74,4 2,67 56,6 50,4 76,30 245,73 184,61 84,5 29,67 87,7 74,0 3,11 60,8 46,2 92,15 253,08 170,22 75,9 42,14 84,0 67,6 3,51 61,1 41,1 93,33 312,84 203,28 70,9 38,70 85,7 70,5 2,76 57,4 44,0 93,81 243,68 174,74 86,6 41,90 86,6 71,9 3,02 62,0 42,1 92,53 267,89 168,28 78,5 41,39 88,9 76,2 2,81 67,9 39,5 86,81 252,02 185,62 82,5 28,51 86,6 72,0 3,74 63,1 43,2 84,97 308,38 208,64 71,1 34,81 85,2 69,7 3,39 67,0 36,8 95,54 296,8 174,25 70,0 55,38 85,8 70,6 3,68 61,8 40,7 84,35 333,47 222,85 69,8 37,54 86,5 71,9 4,21 55,6 48,0 94,03 361,78 245,65 64,0 43,64 85,4 70,0 3,86 62,1 42,8 140,63 395,95 223,34 59,9 50,76 84,9 69,1 100 Tabela 2.B – Indicadores de condições e vida e de vulnerabilidade das mulheres idosas nas 187 microrregiões do nordeste do Brasil – Censo de 2000 INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE UF Micro Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 MA Litoral Ocid. Maranhense 3,33 58,7 37,3 60,89 171,42 162,14 70,8 7,26 79,8 61,2 MA Aglom. Urb. de São Luís 5,61 26,5 71,6 150,79 434,55 396,36 60,0 38,83 87,6 73,8 MA Rosário 3,18 58,9 31,5 53,41 182,84 173,47 67,2 8,03 81,6 63,9 MA Lencois Maranhenses 3,13 63,3 32,5 49,09 180,36 165,06 78,7 4,82 77,5 57,8 MA Baixada Maranhense 3,17 62,4 34,2 63,12 168,92 162,19 74,0 10,07 81,2 63,2 MA Itapecuru Mirim 3,15 74,1 20,5 56,32 163,87 161,87 79,7 10,20 80,6 62,3 MA Gurupi 2,68 63,8 31,8 62,51 166,82 159,51 63,8 4,53 80,6 62,3 MA Pindaré 2,96 74,2 23,5 67,30 168,15 158,86 67,9 11,10 80,7 62,4 MA Imperatriz 3,29 62,2 34,4 95,46 191,42 170,27 72,9 19,77 82,7 65,6 MA Médio Mearim 3,09 67,3 27,3 66,27 174,94 161,39 73,3 17,50 81,1 63,1 MA Alto Mearim e Grajaú 2,99 67,7 29,8 67,50 194,38 173,17 76,9 9,85 79,5 60,6 MA Presidente Dutra 2,99 71,6 24,8 79,65 185,80 162,20 80,4 16,86 78,6 59,3 MA Baixo Parnaíba Maranh. 3,17 64,8 29,2 48,80 171,33 161,25 79,1 10,74 79,3 60,4 MA Chapadinha 3,26 70,3 24,0 55,84 183,48 171,03 83,9 10,08 80,3 61,9 MA Codó 3,45 73,7 23,4 62,76 173,91 169,22 76,0 13,73 77,9 58,3 MA Coelho Neto 3,41 80,2 16,6 61,85 169,50 160,70 79,6 8,99 79,7 61,0 MA Caxias 3,97 66,4 29,5 71,82 197,41 185,53 74,4 17,64 83,7 67,1 MA Chap. do Alto Itapecuru 3,04 67,0 29,0 71,37 181,20 173,66 78,3 16,73 82,0 64,5 MA Porto Franco 3,23 54,6 42,9 103,37 223,18 183,68 80,5 28,16 85,4 70,0 MA Gerais de Balsas 3,50 60,2 35,6 95,55 202,69 176,21 79,0 21,55 78,3 59,0 MA Chap. das Mangabeiras 3,31 61,6 34,4 68,96 196,76 177,73 79,9 13,40 83,2 66,4 PI Baixo Parnaíba Piauíense 3,33 66,5 24,2 62,57 187,39 177,78 83,6 17,63 79,2 60,3 PI Litoral Piauíense 4,07 54,3 41,1 70,71 228,01 210,70 75,4 24,17 79,55 60,75 PI Teresina 4,99 47,4 48,6 83,91 353,69 290,90 72,9 23,72 86,3 71,6 PI Campo Maior 3,29 66,9 27,9 60,64 184,79 179,50 82,4 17,46 83,2 66,4 PI Médio Parnaíba Piauíense 3,15 67,0 26,7 70,75 182,05 177,92 88,9 31,07 87,1 72,8 PI Valença do Piauí 3,41 75,4 25,9 76,57 185,83 179,88 88,1 30,79 84,6 68,6 PI Alto Parnaíba Piauíense 3,61 69,8 29,2 83,96 187,72 173,53 84,7 28,86 84,9 69,2 PI Bertolínia 3,18 60,8 31,6 72,72 183,90 175,01 88,5 35,83 86,7 72,1 PI Floriano 4,23 58,2 39,6 82,19 242,24 203,51 75,5 30,75 79,6 60,8 PI Alto Médio Gurguéia 3,16 68,4 28,2 81,06 202,01 183,91 87,7 30,30 85,2 69,6 PI São Raimundo Nonato 3,01 62,1 32,4 72,82 187,49 172,70 87,7 17,35 84,5 68,4 PI Chap.Extr. Sul Piauíense 3,26 56,0 37,3 73,66 223,64 182,86 89,3 23,67 83,2 66,4 PI Picos 3,42 71,5 27,3 81,87 223,76 184,71 81,7 33,53 82,8 65,7 PI Pio IX 3,37 73,7 27,3 99,56 189,85 174,32 90,2 27,29 82,6 65,3 PI Alto Médio Canindé 3,08 77,9 27,0 66,88 189,30 182,08 90,0 19,82 81,3 63,4 CE Lit. Camocim e Acarau 3,18 58,1 36,4 71,75 188,84 177,45 74,4 24,15 85,1 71,8 CE Ibiapaba 3,07 66,7 29,8 79,74 172,97 167,71 75,3 37,45 87,4 75,6 CE Coreau 3,48 69,0 33,2 61,76 174,25 165,12 80,7 27,01 86,6 74,2 CE Meruoca 2,93 53,7 33,7 73,79 168,59 162,26 87,8 19,46 84,8 71,4 CE Sobral 3,63 58,9 38,4 76,63 198,05 180,58 71,3 29,64 87,8 76,3 CE Ipu 3,15 64,0 35,3 76,67 178,45 169,76 85,4 28,35 89,0 78,4 CE Santa Quitéria 3,01 65,1 39,1 70,53 170,35 164,59 74,3 26,73 88,5 77,5 CE Itapipoca 3,21 55,7 40,0 69,16 177,65 166,52 80,8 18,16 89,1 78,5 CE Baixo Curu 3,27 46,8 45,5 82,43 212,49 195,23 76,0 33,05 86,3 73,7 CE Uruburetama 3,40 55,6 40,2 70,51 189,61 171,91 81,7 24,62 87,0 74,9 CE Médio Curu 3,10 52,1 45,8 72,63 184,05 175,21 79,2 19,83 85,6 72,7 Continua... 101 Continuação da Tabela 2.B UF Micro CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN PB PB PB PB PB PB PB PB Canindé Baturité Chorozinho Cascavél Fortaleza Pacajus Sertão de Crateus Sertão de Quixeramobim Sertão de Inhamuns Sertão Senador Pompéu Litoral de Aracati Baixo Jaguaribe Médio Jaguaribe Serra do Pereiro Iguatú Várzea Alegre Lavras da Mangabeira Chapada do Araripe Caririaçu Barro Carirí Brejo Santo Mossoró Chap. Apodi Médio Oeste Vale do Açu Serra S.Miguel Pau dos Ferros Umarizal Macau Angicos Serra Santana Seridó Ocid. Seridó Oriental Baixa Verde Borborema Potiguar Agreste Potiguar Litoral Nordeste Macaíba Natal Litoral Sul Catolé do Rocha Cajazeiras Sousa Patos Píancó Itaporanga Serra Teixeira Seridó Ocid.PB INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 3,13 59,6 40,2 64,03 181,89 162,70 74,9 18,33 86,9 74,8 3,42 51,5 42,7 76,31 178,85 171,54 77,1 23,05 89,1 78,5 2,87 60,1 33,9 71,50 178,90 175,74 55,1 9,64 84,8 71,3 3,17 50,5 42,6 100,45 181,97 175,67 75,1 27,03 89,8 79,7 5,54 30,3 68,7 129,92 473,97 411,56 56,9 50,89 90,2 80,4 3,10 46,3 50,6 115,78 190,69 176,04 72,1 28,86 88,2 77,0 3,20 62,5 35,9 79,30 181,95 168,71 78,3 25,22 88,7 77,8 3,75 54,7 42,5 77,47 179,91 171,22 79,8 23,88 87,9 76,4 3,44 67,7 33,0 66,01 202,25 191,13 86,2 24,37 82,7 68,1 3,15 57,0 40,7 83,85 182,18 171,95 87,6 28,11 86,5 74,0 3,41 44,7 44,5 94,66 181,42 175,62 74,9 32,47 84,9 71,5 3,25 47,3 48,4 98,38 190,28 178,22 86,9 41,85 91,1 82,1 3,35 51,6 48,5 98,54 184,83 173,85 89,1 38,15 89,1 78,5 3,09 58,6 40,3 81,85 198,50 172,73 91,6 26,38 87,2 75,3 3,74 52,5 42,5 95,77 205,30 190,58 80,8 35,52 85,7 72,7 3,24 60,1 37,0 66,46 172,11 163,83 86,4 31,82 87,3 75,4 3,29 52,1 44,4 71,46 182,84 178,17 83,9 34,95 82,4 67,7 3,78 71,3 27,1 77,36 180,33 169,44 79,7 26,76 84,8 71,3 2,83 61,0 31,9 64,66 173,73 165,24 84,9 26,02 82,9 68,4 3,64 55,6 42,0 80,31 177,56 168,67 87,4 30,18 89,3 78,9 4,20 52,8 42,4 103,84 238,89 200,88 74,6 40,50 88,3 77,1 3,65 62,7 33,5 89,66 184,62 167,12 77,1 39,96 88,2 77,0 4,32 40,3 55,2 121,36 256,39 235,36 73,6 43,57 88,7 77,2 3,44 42,3 50,1 85,62 176,10 165,48 90,0 25,28 84,4 69,9 3,13 42,3 44,8 84,53 224,86 177,55 84,3 18,86 82,3 66,7 3,07 51,6 37,4 107,58 181,98 172,43 83,1 43,98 86,4 73,3 3,19 51,9 42,5 61,14 183,65 177,55 79,5 38,47 85,8 72,2 3,33 46,5 46,8 87,19 192,51 181,56 86,0 47,64 87,6 75,3 3,32 41,0 49,1 87,73 197,28 191,46 86,3 38,76 87,1 74,4 3,37 45,9 48,1 92,77 231,74 201,19 79,3 28,82 86,5 73,4 3,06 50,9 40,1 92,61 198,84 188,39 84,8 36,11 83,6 68,7 3,13 55,6 37,8 80,00 196,24 189,92 90,1 30,41 81,5 65,5 3,94 36,4 57,2 128,94 279,26 247,15 79,4 54,58 90,7 80,7 3,72 35,4 55,3 136,56 239,89 217,48 74,4 66,90 90,7 80,7 3,20 61,0 30,1 76,56 168,30 164,00 80,3 30,55 81,8 65,9 3,35 59,6 34,6 74,42 188,49 176,39 87,4 55,97 86,9 74,1 3,28 63,1 30,6 82,13 189,14 174,50 88,2 34,00 86,6 73,5 3,17 54,8 39,4 69,01 184,21 179,71 83,4 36,67 81,7 65,8 3,61 51,5 41,0 112,10 217,72 198,09 76,9 57,69 87,5 75,1 5,44 28,7 69,5 246,48 514,40 439,55 62,8 82,63 89,1 77,8 3,19 60,6 33,1 91,80 191,73 179,36 82,6 49,52 85,5 71,8 3,40 56,1 39,6 85,18 181,52 168,93 87,3 38,98 84,6 68,6 3,94 52,4 45,3 85,05 196,48 179,84 86,2 38,18 79,4 60,6 3,61 54,3 44,6 84,68 192,21 179,53 74,3 40,72 84,0 67,6 3,92 53,4 44,7 81,76 201,09 189,81 68,4 45,14 82,1 64,6 3,56 67,4 29,4 70,39 177,16 167,38 80,5 40,75 84,0 67,6 3,50 62,6 31,9 67,36 191,49 174,50 81,8 34,69 84,5 68,5 3,27 58,8 35,5 65,98 177,70 172,40 86,9 39,20 79,4 60,6 3,45 41,0 46,7 93,09 193,60 176,68 81,6 50,41 87,2 73,1 Continua... 102 Continuação da Tabela 2.B UF Micro PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PB PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE PE AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL AL Seridó Or. PB Cariri Ocid. Cariri Oriental Curimataú Ocid. Curimataú Or. Esperança Brejo PB Guarabira Campina Grande Itabaiana Umbuzeiro Litoral Norte Sapé João Pessoa Litoral Sul PB Araripina Salgueiro Pajeú Sertão Moxotó Petrolina Itaparica Vale do Ipanema Vale do Ipojuca Alto Capibaribe Médio Capibaribe Garanhuns Brejo PE Mata Set. PE Vitória S. Antão Mata Merid. PE Itamaracá Recife Suape Serr. do Sertão Alagoano Alag. Sert. S. Francisco Santana do Ipanema Batalha Palmeira dos Índios Arapiraca Traipu Serrana dos Quilombos Mata Alagoana Litoral Norte Alagoano Maceió São Miguel dos Campos Penedo INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 3,10 53,0 42,9 78,34 174,64 169,74 87,9 36,35 81,8 64,1 3,45 50,2 47,1 85,50 197,29 177,8 83,6 41,73 83,4 66,6 3,40 49,9 49,9 87,32 182,48 177,59 90,7 43,54 83,6 66,9 3,17 57,1 36,6 75,98 190,81 177,05 87,4 37,34 81,2 63,3 3,35 67,1 27,6 66,79 189,80 175,16 84,9 34,32 81,0 62,8 3,54 50,7 43,1 93,50 195,24 184,79 85,3 40,44 81,7 64,0 3,66 64,8 31,0 77,82 214,65 205,44 83,4 42,54 84,9 69,1 3,26 61,9 32,6 79,94 173,33 167,07 79,0 52,57 80,3 61,8 4,56 43,7 52,9 105,26 276,13 237,22 67,8 64,22 80,1 61,5 3,39 60,6 32,1 77,00 181,11 175,55 79,5 39,34 79,3 60,4 3,05 64,6 32,1 63,33 182,45 173,74 83,0 20,58 76,9 57,0 3,24 61,0 31,1 72,48 186,15 178,55 76,0 47,24 79,1 60,0 3,28 64,8 28,7 75,07 180,06 166,76 68,9 34,62 77,9 58,3 5,94 33,6 62,8 172,58 503,11 438,11 63,3 74,87 88,7 75,7 3,22 69,6 25,1 82,13 176,18 172,47 70,8 44,86 83,1 66,2 3,31 68,7 31,1 87,31 176,79 158,88 78,5 21,95 85,5 70,5 3,62 58,0 39,9 87,88 204,47 190,68 85,1 42,72 90,2 78,8 3,74 53,6 43,4 86,53 185,06 172,16 80,2 44,54 85,6 70,7 3,84 53,6 40,7 85,87 192,79 170,94 79,3 40,92 85,8 71,1 4,22 55,7 45,1 106,91 233,99 180,62 75,1 43,30 89,5 77,6 3,64 52,5 44,8 97,12 223,10 199,85 85,3 42,94 89,5 77,5 3,48 69,4 25,9 72,83 171,84 158,40 82,4 38,34 84,5 68,9 4,07 56,8 39,5 115,29 197,84 168,40 72,0 43,97 83,7 67,6 3,24 58,6 37,7 118,99 183,41 156,00 72,5 35,29 87,6 74,0 3,66 67,9 27,5 83,71 183,19 166,85 80,6 37,18 85,7 70,8 3,73 62,4 31,4 80,98 189,14 163,15 79,9 38,31 82,2 65,1 3,26 68,0 24,9 87,59 172,87 156,50 81,0 52,35 83,6 67,3 3,89 58,7 37,0 95,75 168,24 144,61 60,2 46,50 87,3 73,5 3,73 62,6 31,3 97,08 164,20 142,81 66,2 40,91 88,3 75,3 3,96 63,7 33,0 82,98 166,84 147,60 58,2 51,40 85,1 69,9 4,23 56,0 42,3 116,62 194,52 180,02 57,0 64,53 91,7 81,8 5,95 29,4 68,7 203,34 400,01 318,91 51,2 77,58 91,4 81,1 4,08 56,8 38,8 116,98 170,62 136,44 54,0 65,48 89,7 78,0 3,22 69,3 27,7 55,45 179,45 163,54 77,2 15,67 83,3 64,1 3,19 58,0 38,3 83,28 182,87 173,85 74,4 46,62 85,4 67,8 2,84 65,3 26,8 61,34 191,39 174,26 78,8 24,48 81,7 61,4 2,70 67,3 27,8 78,28 186,42 175,99 79,0 29,36 84,4 65,9 3,48 62,5 30,8 72,64 206,18 195,13 73,9 33,90 87,3 71,2 3,10 66,3 28,9 69,10 195,27 171,66 66,5 27,42 85,4 67,7 3,04 64,0 29,2 51,67 187,74 179,38 70,0 28,21 86,7 69,9 3,85 72,9 22,7 76,21 198,28 177,88 67,5 46,12 86,0 68,8 3,20 74,1 20,7 67,75 184,01 167,78 61,6 40,86 83,9 65,1 3,89 62,5 28,3 70,77 197,85 192,36 65,2 38,23 89,2 74,6 5,59 41,2 56,6 116,82 515,50 392,37 64,5 66,22 87,8 71,9 3,57 65,6 29,4 84,92 207,41 194,25 62,9 50,37 87,0 70,6 3,83 55,1 37,1 80,35 199,21 185,38 71,8 50,71 87,6 71,7 Continua... 103 Continuação da Tabela 2.B UF Micro SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE SE BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA Serg. Sertão S. Francisco Carira Nossa Senhora das Dores Agreste de Itabaiana Tobias Barreto Agreste de Lagarto Propriá Cotinguiba Japaratuba Baixo Cotinguiba Aracajú Boquim Estância Barreiras Cotegipe Santa Maria da Vitória Juazeiro Paulo Afonso Barra Bom Jesus da Lapa Senhor do Bonfim Irecê Jacobina Itaberaba Feira de Santana Jeremoabo Euclides da Cunha Ribeira do Pombal Serrinha Alagoinhas Entre Rios Catú Santo Antônio de Jesus Salvador Boquira Seabra Jequié Livramento do Brumado Guanambi Brumado Vitória da Conquista Itapetinga Valença Ilhéus-Itabuna Porto Seguro INDICADORES DE CONDIÇÕES DE VIDA E VULNERABILIDADE Anos Analf Le RPC RdT Apo Apo Banh PRB PRB Est Escr med med Pen Prev Agua 40 60 2,89 63,8 32,2 75,91 198,03 187,33 78,9 53,18 81,0 63,0 3,27 70,0 26,7 97,39 194,17 183,67 84,5 52,66 83,8 67,3 3,37 56,7 37,7 81,87 178,16 172,88 78,1 55,52 85,9 70,8 3,11 60,6 32,9 98,05 179,29 165,92 77,1 52,74 91,3 80,7 3,19 62,3 38,9 90,27 191,41 178,32 82,8 48,37 80,3 61,9 3,12 56,4 37,0 87,00 184,15 169,63 75,3 44,61 88,6 75,6 3,28 52,9 40,5 84,61 209,96 180,50 82,5 66,11 80,4 62,1 3,27 49,8 40,3 80,70 184,53 180,44 67,9 49,98 86,1 71,1 3,22 60,4 30,1 85,64 175,29 166,61 86,2 56,71 85,1 69,5 3,63 50,3 40,8 96,48 207,41 194,69 62,6 65,16 86,4 71,6 5,39 30,0 66,4 179,81 469,44 399,10 61,7 81,90 88,0 74,5 3,26 67,7 31,0 86,01 169,29 163,46 68,8 45,35 81,5 63,7 3,77 50,3 41,9 83,42 239,85 212,24 73,8 43,24 85,0 69,3 3,68 63,9 34,6 105,42 184,48 164,58 75,7 44,51 85,4 69,9 2,83 66,4 30,8 70,63 177,23 16,85 88,0 31,19 87,1 72,9 3,54 73,8 27,3 82,41 179,09 171,29 79,7 39,19 86,6 72,0 3,63 56,9 41,0 96,58 207,19 185,77 74,4 42,34 82,9 65,9 3,66 59,0 41,7 98,01 222,20 213,81 69,7 49,42 81,7 64,1 3,45 60,7 34,4 75,92 183,01 170,43 77,3 36,05 85,4 69,9 3,68 67,8 31,5 71,35 190,60 172,56 77,9 37,85 85,1 69,4 3,24 63,5 34,4 87,98 196,31 183,97 82,2 31,96 80,3 61,8 3,03 59,5 38,0 86,41 183,41 170,76 87,4 32,06 80,1 61,5 3,04 61,5 39,0 82,94 181,59 169,42 85,4 34,58 80,0 61,4 2,92 66,5 33,8 77,76 183,01 170,56 80,2 29,83 82,6 65,4 4,11 58,5 40,0 89,43 228,91 196,07 73,8 34,21 84,8 69,0 2,42 76,8 18,9 68,27 167,83 160,14 76,8 25,10 77,5 57,8 2,96 74,1 29,8 67,89 171,98 161,83 83,2 30,29 81,3 63,3 2,88 66,9 30,3 83,80 179,79 168,93 84,7 41,66 79,7 61,0 2,93 67,2 33,0 91,45 188,32 171,88 83,5 34,55 84,1 67,7 3,85 59,1 40,2 88,46 226,74 205,33 67,8 41,84 78,7 59,5 3,36 59,0 34,2 80,05 183,46 175,22 70,0 33,29 81,9 64,3 3,52 55,0 40,7 116,25 217,06 200,37 64,9 49,21 86,4 71,7 3,68 55,2 42,0 100,51 224,81 198,75 77,8 49,56 86,9 72,5 6,10 24,8 74,8 183,93 538,24 440,35 53,0 71,50 88,0 74,4 2,57 71,5 28,0 76,30 175,32 168,67 85,7 29,67 87,7 74,0 3,31 71,7 30,2 92,15 182,39 170,85 82,8 42,14 84,0 67,6 3,64 69,0 30,4 93,33 190,98 171,99 70,9 38,70 85,7 70,5 3,45 69,5 30,4 93,81 184,63 177,72 85,6 41,90 86,6 71,9 3,32 70,7 28,1 92,53 184,22 169,80 81,2 41,39 88,9 76,2 3,15 80,1 20,5 86,81 177,17 169,92 80,5 28,51 86,6 72,0 3,79 73,9 27,2 84,97 198,16 174,93 67,9 34,81 85,2 69,7 3,77 72,5 26,5 95,54 188,53 163,96 70,5 55,38 85,8 70,6 3,81 62,9 36,7 84,35 207,89 184,72 68,7 37,54 86,5 71,9 4,24 59,6 42,0 94,03 245,09 198,82 60,9 43,64 85,4 70,0 3,80 71,8 30,2 140,63 194,72 171,16 60,8 50,76 84,9 69,1 104 Tabela 3.A –Relação entre a população total e a população de idosos – Taxa de envelhecimento nas 42 mesorregiões do nordeste do Brasil – Censo de 2010 UF MA MA MA MA MA PI PI PI PI CE CE CE CE CE CE CE RN RN RN RN PB PB PB PB PE PE PE PE PE AL AL AL SE SE SE BA BA BA BA BA BA BA Nome_Meso 3. Norte Maranhense 4. Oeste Maranhense 1. Centro Maranhense 2. Leste Maranhense 5. Sul Maranhense 2. Norte Piauiense 1. Centro-Norte Piauiense 4. Sudoeste Piauiense 3. Sudeste Piauiense 1. Noroeste Cearense 2. Norte Cearense 3. Metropol. Fortaleza 4. Sertões Cearense 5. Jaguaribe 6. Centro-Sul Cearense 7. Sul Cearense 4. Oeste Potiguar 2. Central Potiguar 1. Agreste Potiguar 3. Leste Potiguar 1. Sertão Paraibano 2. Borborema 3. Agreste Paraibano 4. Mata Paraibana 1. Sertão Pernambucano 2. São Franc. Pernamb 3. Agreste Pernambucano 4. Mata Pernambucana 5. Metropol. Recife 1. Sertão Alagoano 2. Agreste Alagoano 3. Leste Alagoano 1. Sertão Sergipano 2. Agreste sergipano 3. Leste Sergipano 1. Extremo-Oeste Baiano 2. Vale São Franc. Bahia 5. Centro-Norte Baiano 6. Nordeste Baiano 7. Metrop de Salvador 3. Centro-Sul Baiano 4. Sul Baiano Pop_total Pop_Idosos Taxa de Taxa de Envelh. - Medidas descritivas Média D_Padrão Mediana Min Máx 2010 2010 Envelhecimento 81.967 6.863 8,37 8,38 1,14 8,32 6,58 10,33 312.551 26.985 8,63 8,05 0,51 8,14 7,38 8,63 159.781 13.853 8,67 9,35 0,49 9,56 8,67 9,83 130.345 12.621 9,68 9,14 0,58 9,30 8,38 9,82 65.671 4.698 7,15 8,38 0,89 8,76 7,15 9,23 165.364 17.240 10,43 10,18 0,24 10,18 9,94 10,43 109.711 13.443 12,25 11,57 2,03 12,13 8,25 13,76 59.602 6.483 10,88 9,93 1,26 10,01 8,20 11,77 28.962 3.379 11,67 11,13 0,38 10,91 10,81 11,67 12.188 1.403 11,51 11,00 1,27 10,64 9,53 12,89 42.885 4.797 11,19 10,68 0,69 11,02 9,73 11,62 592.320 125.921 7,91 7,77 0,14 7,77 7,62 7,91 132.911 15.547 11,70 13,06 0,87 13,21 11,70 14,12 155.525 17.336 11,15 11,74 1,13 11,92 10,19 12,96 47.556 6.777 14,25 13,49 0,74 13,72 12,49 14,25 44.942 5.426 12,07 11,52 1,09 12,07 9,67 12,79 70.169 7.105 10,13 11,44 1,51 11,83 8,46 13,15 30.694 3.727 12,14 11,54 1,21 12,14 9,24 12,61 66.880 8.009 11,98 11,28 0,60 11,36 10,52 11,98 143.492 12.043 8,39 8,82 0,53 8,73 8,26 9,57 60.914 6.228 10,22 11,52 0,96 11,08 10,22 12,88 36.914 4.447 12,05 13,11 0,64 13,31 12,05 13,76 57.393 6.807 11,86 12,26 1,02 12,39 9,86 13,46 65.606 7.430 11,33 9,57 1,31 9,38 8,22 11,33 80.315 8.004 9,97 10,48 0,88 10,13 9,70 11,96 218.190 15.605 7,15 7,92 0,77 7,92 7,15 8,70 133.194 12.545 9,42 10,92 0,97 10,75 9,42 12,40 104.535 10.415 9,96 9,47 0,49 9,65 8,80 9,96 1.523.040 135.608 8,90 7,86 0,76 7,55 7,13 8,90 38.624 3.313 8,58 9,21 0,53 9,16 8,58 9,95 199.109 17.680 8,88 10,03 0,94 10,04 8,88 11,17 33.735 2.525 7,48 7,91 0,64 7,70 7,22 8,79 78.727 6.623 8,41 9,64 1,23 9,64 8,41 10,88 79.018 7.226 9,14 9,93 0,62 9,87 9,14 10,84 43.841 2.905 6,63 8,15 0,97 8,49 6,63 9,10 59.834 6.619 11,06 9,63 2,34 11,06 6,33 11,51 81.351 8.182 10,06 9,38 0,48 9,37 8,71 10,06 162.175 18.464 11,39 10,50 0,82 10,68 9,06 11,39 154.334 18.384 11,91 10,64 1,44 10,95 7,99 12,30 261.256 23.719 9,08 8,16 0,72 8,08 7,33 9,08 49.277 6.090 12,36 11,67 0,97 11,28 10,45 13,20 505.447 54.336 10,75 9,28 1,05 8,74 8,36 10,75 105 9. ANEXOS ANEXO I 9.1. Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa 106 ANEXO II 9.2 Comprovantes de submissão dos artigos 2 e 3 Submissão – Artigo 2 Data 01 de abril de 2014 Prezado Jozemar, Obrigada pelo interesse em publicar na REBEP. Recebemos a submissão do artigo "_____Modelagem de equações estruturais: contribuição metodológica para o estudo da mortalidade no Brasil", de autoria de Jozemar Pereira dos Santos e Neir Antunes Paes, o qual para referências futuras identificamos com o número 2014_00118. O trabalho será enviado para pareceristas e assim que tivermos retorno, de pelo menos dois pareceristas, entraremos em contato novamente. Att Suzana _______________________________________________________________________ Suzana Cavenaghi Editora REBEP 2013-2014 www.rebep.org.br http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0102-3098&lng=en&nrm=iso Submissão – Artigo 3 107 ANEXO III 9.3 Certificados de Apresentação de trabalhos em Congressos Nacional e Internacional 108 Certificado de Apresentação de Trabalho – IX CLATSE 109 Certificado de Apresentação de Trabalho – 55ª RBRAS 110 Certificado de Apresentação de Trabalho – 56ª RBRAS 111 Certificado de Apresentação de Trabalho – 58ª RBRAS 112 Programa de Apresentação dos Trabalhos - ASMDA 2013 15th Applied Stochastic Models and Data Analysis International Conference (Including Demographics 2013 Workshop), June 25–28, 2013 Mataró, Espanha. Modeling of Mortality in Elderly Women due to Cardiovascular Disease in the Northeast of Brazil Jozemar P. Santos & Neir Paes Department of Statistics Federal University of Paraíba, Brazil 113 Certificado de Apresentação de Trabalho – XXIX ALAS