SAÚDE MENTAL NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES JUNTO Á COMUNIDADE Gizele Pereira de Sousa, psicóloga formada pela UFES, integrante da equipe de Saúde Mental em Domingos Martins e Psicóloga do PSF de Melgaço e Tijuco Preto Tábata Gomes Lopes, psicóloga formada pela UFES, integrante da equipe de Saúde Mental de Domingos Martins e psicóloga do PSF de Barcelos e do PACS de Pedra Azul. Estado do Espírito Santo SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Rua Bernardino Monteiro, 178 – Centro – Domingos Martins – Espírito Santo CEP: 29.260-000 Fone (0xx27) 3268-3178 – Fax (0xx27) 3268-1229 Domingos Martins (breve apresentação) 1. INTRODUÇÃO l A importância da Saúde Mental nos Programas de Saúde da Família (PSF) verifica-se na impossibilidade de se separar doença mental de saúde física. l Desenvolvimentos de ações junto à comunidade, como as oficinas de terapêuticas: pintura e tecelagem contribuem para fortalecer uma nova modalidade de cuidados que privilegiam a escuta, a singularidade, a cultura, as relações interpessoais dos sujeitos e o fortalecimento comunitário. l Rompendo-se assim com o modelo hospitalocêntrico de exclusão e desvalorização do indivíduo enquanto ser singular, de múltiplas potencialidades. l A escolha pela abordagem da oficina terapêutica relaciona-se diretamente com as características sócio-culturais e geográficas presentes na região. 1. INTRODUÇÃO (cont.) Desafios na Zona Rural: l as longas distâncias, l tendência em viver em isolamento (pouco ou nenhum evento de socialização), l grande dificuldade de se desenvolver outra atividade laborativa ou de expressão cultural (trabalho exclusivo na lavoura), l na noção partilhada pelo senso comum que desfavorece, mesmo quando muito adoecido, a aceitação e a procura pela atenção em saúde mental (saúde mental associada a loucura e doença). 2 OBJETIVOS l Ampliar as habilidades dos indivíduos e sua autonomia com as oficinas de pintura e tecelagem. 3. MÉTODO – Análise qualitativa dos registros das oficinas, do discurso dos envolvidos no momento da elaboração de suas obras. – As oficinas são realizadas na Unidade Básica de Saúde (Barcelos) e na sede do Município (Campinho) em Domingos Martins-ES (região de montanhas do Estado). – A Primeira acolhe indivíduos da zona rural, lavradores e meeiros, descendentes de imigrantes (italianos, alemães e pomeranos* e emigrantes (em sua maioria do Estado de MG e BA). – A segunda recebe os usuários da zona urbana, formada predominantemente por imigrantes ítalo-germânicos. *Pomerano ou pomerânio é originário da antiga Pomerânia. A língua é apenas um dialeto 3. MÉTODO cont. – Os participantes chegam as oficinas através de encaminhamento do médico, enfermeiro, assistente social, por indicação do agente comunitário de saúde e também por demanda espontânea (realizado um acolhimento prévio). – As oficinas têm duração de 4 horas, acontecem uma vez por semana a cada quinze dias no período da manhã. – As oficinas acolhem em média 6 usuários de ambos os sexos e conta com a participação de uma psicóloga. – Sendo em sua maioria apresentam sofrimento psíquico menos grave. Oficina de Pintura Oficina de tecelagem 4. Resultados alcançados – Diminuição do isolamento social. – Viabilização da construção de novos territórios existenciais. – O Despertar no indivíduo que sofre a re-significação do desejo na vida, no trabalho e na criação. – Espaço de trocas de experiências de vida e cultural entre os participantes. – Abertura para o desenvolvimento da possibilidade de criar, consumir. 5. Lições aprendidas com a experiência l A comunidade assistida possui algumas peculiaridades dentre: – – l Dificuldade em relacionar os agravos e/ou surgimentos de psicopatologias, incluindo aqui a dependência química, como uma conseqüência advinda do uso abusivo de álcool. Dificuldade em aceitar uma proposta terapêutica por não entender o fenômeno como doença. A proposta terapêutica das oficinas surge como uma alternativa para se alcançar esses indivíduos. 6. Recomendações • Ampliação dos locais sociais junto a outras equipes de PSF para a realização das oficinas de modo a promover e respeitar o exercício da cidadania e promoção da integração. • Ampliar e diversificar a participação de outros profissionais nesse processo. • Trabalhar comprometidos com a abordagem integrada (inter/transdisciplinar). 7. REFERÊNCIAS l LANCETTI, A.; AMARENTE, P. Saúde Mental e Saúde Coletiva. In: Campos, G.W.W. et. Al. (org.). Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo; Rio de Janeiro: Hutec; Fiocruz, 2007. l SCHWARTZ, Eda. O viver, o adoecer e o cuidar das famílias de uma comunidade rural do extremo sul do Brasil [tese]: uma perspectiva ecológica. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Florianópolis, 2002. Disponível em http://www.tede.ufsc.br/teses/PNFR0431.pdf l SCÓZ, T.M.X.; FENILI, R.M. - Como desenvolver projetos de atenção à saúde mental no programa de saúde da família. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 5 n. 2 p. 71 – 77, 2003. Disponível em http:/www.fen.ufg.br/revista l YÉPEZ, T. M. A Interface Psicologia Social e Saúde: Perspectivas e Desafios. Psicologia em Estudo, v. 6, n. 2. Maringá, 2001, pp. 49-56. Obrigada! Estado do Espírito Santo SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Rua Bernardino Monteiro, 178 – Centro – Domingos Martins – Espírito Santo CEP: 29.260-000 – Fone (0xx27) 3268-3178 – Fax (0xx27) 3268-1229 Apresentador: Gizele Pereira de Sousa [email protected]