III Congresso Consad de Gestão Pública GUIA REFERENCIAL DE MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Bruno Palvarini Painel 12/047 Governança para resultados: metodologias e experiências recentes GUIA REFERENCIAL DE MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Bruno Palvarini RESUMO A Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão apresenta a primeira edição do “Guia Referencial para Medição de Desempenho na Administração Pública”. Trata-se de um referencial metodológico que permite a governos (Federal, estaduais e municipais), áreas ou domínios de políticas públicas, conjuntos de organizações, organizações públicas e suas unidades definirem e mensurarem seu desempenho – assumindo-se que este é um primeiro e decisivo passo para a sua gestão, permitindo, assim, em bases metodologicamente análogas, sua pactuação, avaliação, divulgação. A construção da metodologia baseou-se no estado da arte da literatura gerencial sobre gestão do desempenho e buscou encontrar um difícil equilíbrio entre complexidade e simplicidade. A proposta é a concepção de um metamodelo, um modelo que orienta a construção de modelos específicos de definição e mensuração do desempenho caso a caso, respeitando-se conceitos e princípios básicos. Buscou-se construir um texto o mais sucinto possível, com exemplos de aplicação e ilustrações que possam facilitar a compreensão. O texto está dividido em 4 partes. A primeira parte é conceitual e contextual, buscando elaborar uma aproximação ao tema, conceituando a mensuração do desempenho. A segunda parte apresenta o metamodelo, o conceito de desempenho elaborado e os princípios, elementos gerais e escopo da metodologia de mensuração. A terceira parte está focada da mensuração propriamente dita, concentrando-se na construção de indicadores. A quarta e última parte elabora algumas considerações finais a respeito da aplicação da metodologia e os resultados esperados. Nesse sentido, o Guia propõe uma metodologia conceitualmente embasada e flexível para ser aplicada em vasta variedade de casos, contribuindo para a construção de um acordo sobre o conceito de desempenho no setor público. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 03 2 CONCEITOS: GESTÃO E MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO........................... 04 3 (META) MODELO PARA MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO: A CADEIA DE VALOR E AS SEIS DIMENSÕES DO DESEMPENHO..................... 06 3.1 Subdimensões dos 6Es do desempenho............................................................. 08 3.2 Desempenho ótimo e estrutura de ponderação................................................... 10 4 FORMULAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO...................................... 14 4.1 Passo 1 – Identificação da dimensão, subdimensão e objetos de mensuração.................................................................................................................. 14 4.2 Passo 2 – Estabelecimento de indicadores......................................................... 15 4.3 Passo 3 – Validação preliminar dos indicadores com as partes interessadas.................................................................................................... 16 4.4 Passo 4 – Construção de fórmulas, estabelecimento de metas e notas............. 16 4.5 Passo 5 – Definição de responsáveis.................................................................. 20 4.6 Passo 6 – Geração de sistema de coleta de dados............................................. 22 4.7 Passo 7 – Ponderação e Validação final dos indicadores com as partes interessadas............................................................................................... 22 4.8 Passo 8 – Mensuração do desempenho.............................................................. 25 4.9 Passo 9 – Análise e interpretação dos indicadores............................................. 27 4.10 Passo 10 – Comunicação do desempenho....................................................... 27 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 28 6 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 30 3 1 INTRODUÇÃO O presente artigo apresenta uma síntese da metodologia do “Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual para Construção de Indicadores”1, que trata de uma metodologia conceitualmente embasada que permite a organizações públicas e suas unidades definirem e mensurarem seu desempenho. A metodologia do Guia baseia-se no estado da arte da literatura gerencial sobre gestão do desempenho e procura encontrar um difícil equilíbrio entre complexidade e simplicidade. A complexidade está, primeiramente, no tema, suscitando controvérsias sobre o conceito de desempenho e sua mensuração, questões estas que tem merecido na literatura não apenas tratamento variado, mas sujeito a razoável confusão semântica e conceitual. Além disso, a complexidade também está nos objetos de aplicação, as organizações, que possuem distintos portes, naturezas de atividades, públicos e contextos de atuação. A saída foi a concepção de um metamodelo, um modelo que oriente a construção de modelos específicos de definição e mensuração do desempenho caso a caso, respeitando-se conceitos e princípios básicos. Dessa forma, buscou-se ao mesmo tempo reconhecer a complexidade e perseguir a simplicidade, renunciando-se à busca de soluções exaustivas ou universalmente válidas. Ademais, esta iniciativa constitui a síntese da primeira edição do Guia, que, alem das virtudes e limitações inerentes a qualquer modelo, necessita de aplicações para seu contínuo aperfeiçoamento. Buscou-se construir um texto o mais sucinto possível, com exemplos de aplicação e ilustrações que possam facilitar a compreensão. O texto está dividido em 4 partes. A primeira parte é conceitual e contextual, buscando elaborar uma aproximação ao tema, conceituando a mensuração do desempenho. A segunda parte apresenta o metamodelo, o conceito de desempenho elaborado e os princípios, elementos gerais e escopo da metodologia de mensuração. A terceira parte está focada da mensuração propriamente dita, concentrando-se na construção de indicadores. A quarta e última parte elabora algumas considerações finais a respeito da aplicação da metodologia e os resultados esperados. 1 Documento correspondente ao Produto 4 desenvolvido no âmbito do Projeto de Melhoria da Gestão Pública por meio da Definição de um Guia Referencial para Medição do Desempenho da Gestão, e Controle para o Gerenciamento dos Indicadores de Eficiência, Eficácia e de Resultados do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, disponível em: https://conteudo.gespublica.gov.br/ folder_publicacoes/pasta.2009-04-23.1308768764/Guia%20-%20Indicadores%20%28versao%20 preliminar%20Dez%2009%29.pdf. 4 2 CONCEITOS: GESTÃO E MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO Desempenho é um termo sujeito a inúmeras variações semânticas e conceituais, embora existam alguns consensos majoritários em torno de uma definição. Segundo uma abordagem abrangente, o desempenho pode ser compreendido como esforços empreendidos na direção de resultados a serem alcançados. A equação simplificada é: desempenho = esforços + resultados; ou desempenho = esforços → resultados. Dessa forma, a definição sintética e ao mesmo tempo ampla para o desempenho é estabelecida pela atuação de um objeto (uma organização, projeto, processo, tarefa etc.) para se alcançar um resultado. Logo, desempenho é um conceito peculiar para cada organização, ou seja, um construto específico, para cada objeto. Para isso, torna-se necessária a concepção de um metamodelo de definição e mensuração do desempenho que seja robusto o suficiente para ser capaz de unir as mais diversas abordagens, bem como orientar a construção de modelos específicos para a definição e mensuração do desempenho. Por meio de um metamodelo se pode indicar módulos a partir dos quais os modelos específicos possam ser configurados. Uma vez definido desempenho, o conceito de gestão do desempenho precisa ser qualificado. A gestão do desempenho constitui um conjunto sistemático de ações que buscam definir o conjunto de resultados a serem alcançados e os esforços e capacidades necessários para seu alcance, incluindo-se a definição de mecanismos de alinhamento de estruturas implementadoras e de sistemática de monitoramento e avaliação. A mensuração é parte essencial de um modelo de gestão do desempenho. Mas, não é apenas a ação que apura, em sentido estrito, por meio de indicadores, valores ou medidas dos esforços e resultados. Um sistema de mensuração deve ir além da geração de indicadores (que, em princípio, nunca é trivial) e permitir: a) a geração de indicadores em distintas dimensões de esforços e resultados, com diferentes pesos entre estes (uma vez que representam medidas de distintas importâncias); e b) a geração de uma nota para cada indicador (o que requererá não apenas apurar o valor do indicador no ato da medição, mas comparar 5 o valor apurado com um valor-meta, seja correspondente a uma meta propriamente dita, seja correspondente a um benchmark), que expresse uma medida relativa (medida atual em relação a uma medida “ideal”). Trata-se, assim de uma mensuração agregada e ponderada que permitirá a geração de uma medida síntese do desempenho, uma nota global, que, de certa forma, carrega consigo um componente avaliativo (do real apurado em relação a um ideal). O desafio do Guia é proporcionar a construção de modelos específicos de mensuração do desempenho. Logo, isto implica a definição de variáveis (aspectos ou dimensões) do desempenho que devem ser consideradas (incluídas no modelo). Trata-se, portando, de um modelo lógico-dedutivo, que inclui variáveis sugeridas pela literatura e estabelece uma ordem de causalidade entre elas: desempenho = aspectos relativos aos esforços + aspectos relativos aos resultados; ou seja, um conjunto de esforços que (presumivelmente) causam um conjunto de resultados. 6 3 (META) MODELO PARA MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO: A CADEIA DE VALOR E AS SEIS DIMENSÕES DO DESEMPENHO Conforme apresentado, existem múltiplos aspectos nas dimensões de esforço e do resultado que devem ser considerados em um modelo para a medição de desempenho. Nesse sentido, foi utilizado como metamodelo uma concepção de cadeia de valor2 que identifica seis dimensões do desempenho, permitindo que se identifique em cada dimensão distintos objetos de mensuração, oriente a modelagem de indicadores (sem prejuízo de se identificarem, em alguns casos, indicadores já consagrados) e permita a construção de painéis de acompanhamento da gestão. O metamodelo preconiza assim regras básicas para construção de modelos específicos de mensuração de desempenho. O modelo da Cadeia de Valor e os 6Es do Desempenho permite a construção das definições especificas de desempenho para cada organização de modo a explicitar as dimensões dos resultados (mais a montante da cadeia de valor) e dos esforços (mais a jusante da cadeia de valor), além de sugerir o necessário alinhamento entre ambas as perspectivas. Em síntese, o modelo mensura o que se deve realizar para se produzir um resultado significativo no futuro. O modelo da Cadeia de Valor e dos 6Es do Desempenho constitui-se das dimensões de esforço e de resultado desdobradas em outras dimensões do desempenho. As dimensões de esforço são economicidade, execução e excelência; e as dimensões de resultado são eficiência, eficácia e efetividade. A figura 1 a seguir ilustra o metamodelo denominado “Cadeia de valor e os 6Es do Desempenho®”. 2 A cadeia de valor é definida como o levantamento de toda a ação ou processo necessário para gerar ou entregar produtos ou serviços a um beneficiário. É uma representação organizacional que permite melhor visualização do valor ou do benefício agregado no processo, sendo utilizada amplamente na definição dos resultados e impactos de organizações. (Bennett, 1976; Wholey, 1979). 7 Dimensões do Resultado Eficiência Outros Ética Poder Cultura Insumos (inputs) Eficácia Efetividade Produtos (outputs) Impactos (outcomes) Ações/Atividades P r o j e t o s Economicidade Excelência Figura 1: Cadeia de valor e os 6Es do Desempenho® Fonte: Martins & Marini. Guia de Governança para Resultados. Organizações Execução Dimensões de Esforço 8 A Cadeia de valor e os 6Es do Desempenho® possui dimensões que compõem seis categorias básicas de indicadores, a saber: Efetividade são os impactos gerados pelos produtos/serviços, processos ou projetos. A efetividade está vinculada ao grau de satisfação ou ainda ao valor agregado. Eficácia é a quantidade e qualidade de produtos e serviços entregues ao usuário (beneficiário direto dos produtos e serviços da organização). Eficiência é a relação entre os produtos/serviços gerados (outputs) com os insumos empregados, usualmente sob a forma de custos ou produtividade. Execução refere-se à realização dos processos, projetos e planos de ação conforme estabelecidos; Excelência é a conformidade a critérios e padrões de qualidade/excelência para a realização dos processos, atividades e projetos na busca da melhor execução e economicidade; sendo um elemento transversal. Economicidade está alinhada ao conceito de obtenção e uso de recursos com o menor ônus possível, dentro dos requisitos e da quantidade exigidas pelo input, gerindo adequadamente os recursos financeiros e físicos. 3.1 Subdimensões dos 6Es do desempenho Os 6Es do desempenho podem ser desdobrados em subdimensões que qualificam e auxiliam na caracterização de tipologias de indicadores a serem utilizados. O quadro 1 apresenta as principais subdimensões identificadas e suas respectivas descrições. Dimensão Subdimensões 1.1. Impacto Final: é o resultado gerado pelos produtos e serviços de um determinado sistema (organização, programa, política pública, rede etc.) E1Efetividade no beneficiário final, ou seja, na sociedade. 1.2. Impacto Intermediário: é o resultado intermediário gerado pelos produtos e serviços de um determinado sistema (organização, programa, política pública, setor rede etc.) em seu beneficiário direto. 9 Dimensão Subdimensões 2.1 Quantidade / Volume: é o nível de oferta e disponibilidade de um bens ou serviços gerado por um determinado sistema (organização, programa, política pública, rede etc.). 2.2 Qualidade do produto / serviço: representa a adequação entre as características dos produtos e serviços entregues, e os requisitos e necessidades dos beneficiários. E2 Eficácia 2.3 Acessibilidade e Equidade: é a capacidade de disponibilizar bens e serviços equitativamente e fornecê-los de forma equânime, atendendo igualmente as necessidades dos beneficiários e a sociedade. 2.4 Cobertura: corresponde à relação entre a população atendida sobre a que deveria ser atendida com bens ou serviços públicos gerados por um determinado sistema (organização, programa, política pública, rede etc.). 2.5 Risco: avalia a probabilidade de um determinado sistema assegurar a entrega de bens e serviços para determinados beneficiários e a população. 3.1 Custo-efetividade: relação entre os insumos para a prestação de um determinado serviço ou elaboração de um produto e a efetividade, ou seja, entende-se pelo grau de contribuição de um programa ou ação na consecução de metas e objetivos de impacto fixados para reduzir as dimensões de um problema ou melhorar uma dada situação. 3.2 Produtividade: relação entre o nível de produção (serviços e produtos) e os recursos utilizados, seja o capital humano, imobilizado, investimentos e o tempo. E3Eficiência 3.3 Tempo: tempo decorrido entre o inicio e o fim de um determinado programa, projeto ou processo. 3.4 Custo unitário: conjunto de custos (fixos, variáveis, reais, atribuídos, específicos e não específicos) a ser imputados a uma atividade por cada unidade de produto ou serviço gerado. 3.5 Custo-benefício (qualidade do gasto): relação entre os dispêndios realizados por um determinado sistema e os retornos obtidos por conta desses dispêndios, apresenta a relação entre os insumos e os produtos gerados. 4.1 Execução financeira: relação entre o volume de recursos disponibilizados pelo orçamento e o nível de utilização desses recursos visando atender à realização de etapas e/ou atividades de um programa, E4Execução projeto ou processo (finalísticos ou de suporte. 4.2 Execução física: relação entre o volume de produtos previstos para serem entregues pelo orçamento e o nível de entrega desses produtos, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades. 10 Dimensão Subdimensões 5.1 Conformidade em relação a padrões de excelência gerencial (IAGP). 5.2 Conformidade: representa a adequação dos projetos, ações e processos aos padrões e requisitos definidos. Exemplos: retrabalhos, erros, responsabilidade ambiental, infraestrutura (conforto etc.), medidas e especificações, segurança (acidentes por horas trabalhadas), transparência, confidencialidade, acessibilidade, confiabilidade, inovação, prazo etc. 5.3 Riscos: avalia a probabilidade de ocorrência de falhas ou a entrega de E5Excelência produtos fora das especificações estabelecidas nos processos ou nos programas, de modo que isso possa provocar a insatisfação das partes envolvidas. 5.4 Causalidade: é a avaliação de fatores precedentes que impactam ou influenciam o comportamento ou resultado subsequente, sendo, deste modo, indicadores que avaliam a adequação à padrões, normas e especificações. 5.5 Comunicação: é a avaliação da fluxos de informação e seus canais, averiguando a existência ou não de falhas no processo de comunicação. 6.1 Quantidade de recursos: é o nível de oferta e disponibilidade de um produto ou serviço gerado por um determinado fornecedor ou sistema (organização, programa, política pública, setor rede etc.). 6.2 Qualidade dos recursos: representa a adequação entre as características dos produtos e serviços adquiridos, e os requisitos e necessidades da organização (ou Governo). E6Economicidade 6.3 Acessibilidade: é a capacidade de captar bens e serviços equitativamente e fornecê-los de forma equânime, atendendo igualmente as necessidades dos beneficiários e a sociedade. 6.4 Cobertura: é a avaliação do nível de abrangência de um determinado insumo crítico para a execução de programas, projetos, processos, sendo desta forma um insumo que requer alta disponibilidade. 6.5 Risco: Avalia a possibilidade de ocorrência de falhas no fornecimento de recursos para prover programas, projetos e processos. Quadro 1: Dimensões e subdimensões dos 6Es do Desempenho 3.2 Desempenho ótimo e estrutura de ponderação Segundo o modelo apresentado, a otimização do desempenho requer atuação ao longo de toda a cadeia de valor. É necessário se pensar no balanceamento dos 6Es do Desempenho. O desempenho ótimo é aquele que é efetivo, eficaz, eficiente, excelente, econômico e cuja execução de ações e 11 atividades ocorre em conformidade com requisitos e prazos definidos. Embora haja precedência da dimensão efetividade (e sucessivamente, eficácia e eficiência, excelência, execução e economicidade, da direita para a esquerda da cadeia de valor), problemas em qualquer uma das dimensões impõe padrões subótimos de desempenho. Portanto, o modelo de desempenho ótimo é representado pela existência dos 6Es. Além de necessidade de possuir todos os Es no modelo, há uma ponderação entre eles para a geração de uma medida final do desempenho (uma nota global) e sua disposição em um Painel de Controle (scorecard). Há a precedência de pesos entre os Es: Prioridades: [E1 > E2 > E3] ≥ [E4 > E5 > E6]. A estrutura de ponderação proposta prioriza o resultado sobre o esforço. Para isso, duas alternativas são propostas: Alternativa 1 – Ponderação com grau de flexibilidade: Resultado = [E1+E2+E3]≥ 60% / 70%; sendo que, PE1 ≥ PE2 ≥ PE3; Esforço = [E4+E5+E6]≤ 40% / 30%, sendo que, PE4≥ PE5 ≥ PE6. Alternativas 2 – Ponderação fixa: Dimensão do Desempenho Peso Efetividade (E1) 2,5 Eficácia (E2) 2 Eficiência (E3) 1,5 Execução (E4) 1,5 Excelência (E5) 1,5 Economicidade (E6) 1 Total dos pesos 10 Proporção 60% resultado 40% Esforço 100% Assim como existe ponderações para as dimensões, também deve ser aplicada a lógica de pesos para os indicadores dentro de cada dimensão. O quadro 2 ilustra a síntese do modelo de ponderações. O modelo envolve algumas instâncias de agregação de valores. 12 Dimensão do Desempenho Peso da Dimensão E1 Efetividade 2,5 E2 Eficácia 2 E3 Eficiência 1,5 E4 Execução 1,5 E5 Excelência 1,5 E6 Economicidade 1 Indicador (segundo Subdimensão) Peso do indicador Nota do indicador Nota ponderada (A) 5 9 45 5 4 3 7 8 9 35 32 27 5 4 2 7 9 8 35 36 16 5 6 30 4 9 36 3 8 24 5 3 3 3 9 7 7 7 45 21 21 21 5 3 8 9 40 27 3 3 3 9 7 7 27 21 21 1.1. Impacto final Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 1.1. Impacto Intermediário Taxa de Analfabetismo de 15 anos ou mais Índice de distorção Idade / Série Taxa de conclusão do ensino médio na Rede de Ensino 2.1. Quantidade Número de jovens e adultos alfabetizados Quantidade de novas escolas construídas Número de escola de Educação básica com conexão de Banda Larga 3.1. Custo-efetividade Custo-efetividade (outcomes/custo) das políticas de educação 3.4. Utilização de recursos Volume do gasto público em educação (despesa orçamentária) em relação ao PIB Custo médio por hora-aula 4.1. Execução física e execução financeira Grau de implantação das ações do Planejamento Estratégico Taxa de empenho Taxa de liquidação Taxa de execução orçamentária 5.1 Critérios do MEGP Pontuação nos critérios de excelência em gestão (MEGP) Índice de Inovação em Gestão (prêmios e reconhecimentos recebidos) 6.1. Quantidade de recursos Gastos públicos per capita com a Educação Gasto total de compras do Governo com o setorial de Educação Gastos com merenda escolar Nota do Desempenho Agregado (D) Quadro 2: Exemplo de ponderações e notas aplicadas aos indicadores e sua nota consolidada final Nota da Dimensão (B) Nota ponderada da Dimensão (C) 8,18 20,44 7,91 15,82 7,50 11,25 7,71 11,57 8,38 12,56 7,67 7,67 79,31 13 Acerca do modelo de desempenho e ponderações, duas principais condições ideais são ressaltadas: a) que seja possível a modelagem de indicadores significativos e representativos nas 6 dimensões; b) que seja possível gerar uma nota para cada indicador. Em condições reais, algumas vezes, é possível que nem todas as dimensões do Desempenho possam ser contempladas (tendo em conta problemas na disponibilidade de dados que inviabilizem a geração de indicadores) como também é possível que não se consiga gerar uma nota para cada indicador. 14 4 FORMULAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO A formulação de indicadores pode ser realizada por um conjunto de passos necessários para assegurar que os princípios da qualidade e do sistema de medição do desempenho estejam em conformidade com o desejado pela organização. Em síntese, os passos são: 4.1 Passo 1 – Identificação da dimensão, subdimensão e objetos de mensuração A identificação dos objetos de mensuração se dá a partir do uso da cadeia de valor, por se tratar de um instrumento facilitador da representação do universo de análise, contribuindo para uma melhor compreensão do ambiente interno e externo, bem como para explicitação dos resultados e impactos pretendidos pela organização, programa ou governo. A figura 2 abaixo ilustra este conceito. Figura 2: Diagrama da Cadeia de Valor: instrumento de elucidação dos objetos de mensuração Uma vez explicitados os objetos de mensuração e os atores (partes interessadas), é necessário definir para qual dimensão dos 6Es se deseja criar os indicadores. 15 Por fim, mas não menos importante, a definição da subdimensão que procura explorar as medidas possíveis e cabíveis de serem extraídas a partir da dimensão escolhida. Esta etapa é conduzida como base no quadro 3 abaixo. Dimensão Subdimensão 1.1 Impacto Final Objeto de mensuração (Elementos da Cadeia de Valor) Desenvolvimento econômico, esperança de vida e educação E1 Efetividade 1.2 Impacto Intermediário Resultado de Política Pública de educação Quadro 3: Definição do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração 4.2 Passo 2 – Estabelecimento de indicadores Após identificar os objetos de mensuração, dimensões e subdimensões, os subsídios principais para a elaboração do indicador (como medir) já estão definidos. Além disso, é necessário identificar se a escolha do indicador atende às expectativas de seus públicos de interesse, como os órgãos setoriais, órgãos centrais, órgãos de controle e outros possíveis interessados, de modo a assegurar a relevância do indicador proposto. O quadro 4 abaixo, apresenta o desdobramento da dimensão dos 6Es, perpassando pela definição da categoria da subdimensão e, por sua vez, o estabelecimento do indicador. Dimensão E1 Efetividade E2 Eficácia E3 Eficiência E4 Execução E5 Excelência E6Economicidade Subdimensão 1.1 Final Impacto Objeto de mensuração Indicador Desenvolvimento econômico, Índice de Desenvolvimento esperança de vida e Humano (IDH) educação 16 E1 Efetividade 1.2 Impacto Intermediário Resultado de Política Pública Taxa de Analfabetismo de 15 anos ou mais de educação E2 Eficácia E3 Eficiência Quadro 4. Desdobramento da dimensão dos 6Es em indicadores 4.3 Passo 3 – Validação preliminar dos indicadores com as partes interessadas Selecionar e validar os indicadores com as partes interessadas é fundamental para a obtenção de um conjunto significativo de indicadores que propicie uma visão global da organização e represente o desempenho da mesma. O processo de validação é conduzido vis-à-vis com a análise dos critérios de avaliação do indicador. Durante a validação são levados em conta diversos critérios, tais como: seletividade; simplicidade e clareza; representatividade; rastreabilidade e acessibilidade; comparabilidade; estabilidade; custo-efetividade etc. Esses critérios servirão de base para a decisão de manter, modificar ou excluir os indicadores inicialmente propostos. 4.4 Passo 4 – Construção de fórmulas, estabelecimento de metas e notas Uma vez definido o conjunto de indicadores e, por sua vez, analisados a luz dos critérios (principalmente, seletividade e viabilidade), o passo de construção de fórmulas e estabelecimento de metas e notas pode ser iniciado. Construção de fórmulas A fórmula descreve como deve ser calculado o indicador, possibilitando clareza com as dimensões a serem avaliadas. A fórmula permite que o indicador seja: inteligível; interpretado uniformemente; compatibilizado com o processo de coleta de dados; específico quanto à interpretação dos resultados e apto em fornecer subsídios para o processo de tomada de decisão. Cada fórmula possui uma unidade de medida que confere um significado ao resultado. As unidades de medida podem ser diversas, contudo, sua composição deve seguir uma linha de raciocínio, possibilitando a análise do resultado obtido e a comparação com uma serie histórica. 17 A fórmula de cálculo e a unidade de medida fornecem subsídios para identificar o comportamento esperado do indicador, ou seja, se o indicador é maiormelhor, menor-melhor ou igual-melhor. Dessa forma, a interpretação do indicador informa se o bom desempenho é alcançado quando o resultado do indicador está aumentando, diminuindo ou permanecendo o mesmo. Trata-se de uma informação integrante que orienta a análise crítica do desempenho do indicador. Estabelecimento de metas Uma vez estabelecidas as fórmulas e as fontes dos dados, segue-se o estabelecimento de metas. A meta é uma expressão numérica que representa o estado futuro de desempenho desejado. Todos os indicadores de desempenho devem ter metas, podendo ser definida mais de uma meta por indicador. As metas têm como objetivo serem suficientes para assegurar a efetiva implementação da estratégia. As metas contêm uma finalidade, um valor e um prazo. A finalidade de cada meta é enunciada no detalhamento do indicador e expressa um propósito da organização. Um estado de futuro esperado em um determinado período. Para isso, as metas devem ser: alcançáveis; desafiadoras; diretas; negociáveis; fundamentadas em séries históricas, tendências e benchmark. Definição de notas A nota deve refletir o esforço no alcance da meta acordada, por indicador em particular, o que implicará na determinação de valores de 0 (zero) a 10 (dez) para cada um, conforme a relação entre o resultado observado e a meta acordada. Sugere-se o uso de uma escala padrão ou escalas especificas para cada indicador. Vale destacar que escalas específicas para cada indicador devem ser fixadas em função dos valores correspondentes à grandeza da medida, de maneira que o instrumento de medição tenha precisão adequada a sua utilização, primando por captar a variação do estímulo correspondente. Por exemplo, um indicador anual de disponibilidade de energia elétrica deve possuir escala delineada entre 90% e 100%. Por outro lado, um indicador de taxa de execução física de programa deve apresentar escala com variação entre 0% e 100%, e sua respectiva interpolação de notas. A adequação da sensibilidade da escala ao indicador é fundamental para evitar interpretações enviesadas na análise de valores aferidos pela mensuração. O quadro 5 ilustra um exemplo de escala de notas. 18 Resultado observado no alcance da meta Nota atribuída 96% ou mais 10 91% a 95% 9 81% a 90% 8 71% a 80% 7 61% a 70% 6 51% a 60% 5 41% a 50% 4 40% ou menos Zero Quadro 5: Escala de notas O resultado da multiplicação do peso pela nota corresponderá ao total de pontos atribuídos a cada indicador dentro de cada dimensão. O quadro 6 a seguir apresenta a síntese das etapas da construção do indicador até esta etapa. 19 Indicador Fórmula Unid. Série Vo Metas Interpretação/ Fonte histórica Benchmark sentido 2005 2007 2010 2011 Maior-melhor Índice de (Longevidade + Desenvolvimento Educação + decimal Humano (IDH) Renda)/3 PNUD 0,794 Taxa de alcance/nota 10 9 8 7 6 5 4 99,86% 99,75% 99,60% 99,46% 99,3% 99,16% Canadá = 0,816 0,966 0,823 0,843 100% 99,99% 99,85% 99,74% 99,59% 99,45% 99,29% Chile = 0,878 Menor-melhor Total de analfabetos na Taxa de faixa etária/total Analfabetismo de da população 15 anos ou mais com a mesma faixa etária % Quadro 6: Definição da escala de notas do indicador IBGE 10,9 Chile =3,5 Reino Unido 9,9 9,2 =1 Japão =1 9 99% 100% 97,01% 96,01% 95,01% 94,01% 93,01% - 97% - 96% - 95% - 94% 98,9% -- 20 4.5 Passo 5 – Definição de responsáveis Os indicadores de desempenho se desdobram para toda organização e possuem como objetivo central entregar informações sobre o grau de cumprimento das metas. Portanto, o passo seguinte após a construção das fórmulas e estabelecimento das metas é estabelecer os responsáveis pela apuração do indicador. Uma vez identificado o responsável pela coleta, é definida a periodicidade de coleta do indicador, ou seja, é descrita a periodicidade temporal em que os resultados conexos ao indicador devem estar disponíveis para serem apurados. Exemplos, semanal, mensal, semestral, anual. O quadro 7 a seguir apresenta o estabelecimento de responsáveis e periodicidade do indicador. 21 Indicador Fórmula Unid. Série Interpretação/ Vo Metas Fonte/ histórica Sentido/ Benchmark Responsável Periodicidade 2005 2007 2010 2011 Maior-melhor Índice de (Longevidade Desenvolvimento + Educação decimal Humano (IDH) + Renda)/3 PNUD 0,794 Canadá 0,966 0,816 Chile 0,878 Taxa de alcance/nota 10 = = 0,823 0,843 100% 9 8 7 6 5 4 99,86% 99,75% 99,60% 99,46% 99,3% 99,16% 99,99% 99,85% 99,74% 99,59% 99,45% 99,29% Anual Total de analfabetos Taxa de na faixa Analfabetismo etária/total da de 15 anos ou população mais com a mesma faixa etária Menormelhor IBGE % 10,9 Anual Quadro 7: Estabelecimento de responsáveis e periodicidade por indicador Chile =3,5 Reino 9,9 Unido =1 Japão =1 9,2 9 99% 97,01% 96,01% 95,01% 94,01% 93,01% - 97% - 96% - 95% - 94% 100% 98,9% -- 22 4.6 Passo 6 – Geração de sistema de coleta de dados A sistemática de coleta de dados determina os requisitos para o levantamento de informações sobre os indicadores. Essa etapa é complexa, uma vez que há necessidade de se coletar dados acessíveis, confiáveis e de qualidade. A identificação dos dados varia de acordo com o tempo e os recursos disponíveis, assim como o tipo de informação necessária. De modo geral as principais técnicas de coleta de dados são: Tradicionais: aplicação de questionários, realização de entrevistas, observação direta, análise documental (físicos e virtuais); Em grupo: oficinas, brainstorm, reuniões em equipe – por exemplo, Joint Application Design (JAD); De prototipação: simulação e experimentação; Cognitivas: análise mental, dedução e inferências; e Contextuais: análise social, análise do ambiente interno e análise do ambiente externo. Após definidos os métodos de coleta das informações é necessário seguir para o próximo passo, de validação dos indicadores pelas partes interessadas. 4.7 Passo 7 – Ponderação e Validação final dos indicadores com as partes interessadas A ponderação e validação final dos indicadores com as partes interessadas são fundamentais para a obtenção de uma cesta de indicadores relevante e legítima que assegure a visão global da organização e, assim, possa representar o desempenho da mesma. O processo de validação é conduzido vis-àvis uma sistemática de ponderações em que são definidos pesos para as dimensões do desempenho e para cada critério de seleção do indicador, avaliando o grau de relevância de dimensões e de indicadores para a mensuração do desempenho da organização (ou Governo). 23 A seleção dos indicadores usou como base na metodologia da Matriz de Avaliação Quantitativa3, elaborada pela SPI e adaptada ao contexto do Guia. É apresentado um conjunto de critérios de seleção do indicador e são estabelecidos pesos (variando entre 1 e 5 para obtenção de uma maior sensibilidade) para cada indicador sugerido, segundo seu grau de importância. A análise dos indicadores é realizada a partir da Matriz de Avaliação Quantitativa, ilustrada no quadro 8. O indicador atendendo a um determinado critério é inserido o número “1“ em sua respectiva célula, caso contrario é inserido o número “0“. O quadro 9 representa um exemplo da matriz em que a coluna “Peso ponderado total” resulta na soma ponderada dos pesos assinalados para cada indicador. Essa técnica permite estabelecer uma classificação dos indicadores, utilizando ou não o recorte por dimensão e classificando-os segundo uma ordem de prioridade. Vale ressaltar que a matriz de avaliação não é a única determinante da seleção de indicadores, mas também outros critérios, sendo eles objetivos ou subjetivos, como experiência, opiniões de especialistas etc. podem ser utilizados. 3 Metodologia desenvolvida pela Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Guia Metodológico para a Construção de Indicadores, versão 2.1, 2009. 24 Indicador Dimensão Critérios e Ponderações 1 IDH Efetividade 1 Taxa de Analfabetismo de 15 Efetividade 1 anos ou mais Número de horas de Excelência 0 capacitação/servidor Peso ponderado total Peso 2 Peso 3 Peso 4 Peso 5 Peso 6 Peso 7 Peso 8 Peso 9 Peso 10 Peso 11 Peso 12 Peso 13 Peso 5 1 4 1 4 1 4 1 4 1 5 1 5 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 1 4 5,0 5 1 4 1 4 1 4 1 4 1 5 1 5 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 1 4 5,0 5 0 4 1 4 1 4 1 4 0 5 1 5 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 0 4 3,2 Critérios 1 Representatividade (proximidade com o objetivo da unidade de análise) 2 Atendimento às necessidades de informação das partes interessadas 3 Confiabilidade metodológica 4 Confiabilidade da fonte 5 Simplicidade 6 Objetividade, Clareza e Comunicabilidade 7 Exequibilidade de mensuração 8 Economicidade de obtenção 9 Estabilidade ao longo do tempo 10 Investigativos (rastreabilidade ao longo do tempo) 11 Tempestividade 12 Comparabilidade 13 Sensibilidade Quadro 8. Matriz de Avaliação Quantitativa de Indicadores Fonte: Adaptado de Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI), 2009. 25 4.8 Passo 8 – Mensuração do desempenho Após a execução de todos os passos básicos para a criação do indicador e sua sistemática, torna-se necessário medir o que se deseja. Esse passo é iniciado com a coleta de dados e o cálculo do indicador, e finalizado com a conversão do valor obtido na nota correspondente. De forma a facilitar a mensuração e a ponderação relativas a cada indicador, o quadro 9 a seguir exemplifica o modelo de desempenho consolidado da unidade de análise com destaque para as notas atribuídas por indicador, por dimensão e o valor do desempenho agregado mensurados em um determinado ciclo de monitoramento e avaliação. 26 Dimensão do Desempenho Peso da Dimensão E1 Efetividade 2,5 E2 Eficácia 2 E3 Eficiência 1,5 E4 Execução 1,5 E5 Excelência 1,5 E6 Economicidade 1 Indicador (segundo Subdimensão) 1.1. Impacto final Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 1.1. Impacto Intermediário Taxa de Analfabetismo de 15 anos ou mais Índice de distorção Idade / Série Taxa de conclusão do ensino médio na Rede de Ensino 2.1. Quantidade Número de jovens e adultos alfabetizados Quantidade de novas escolas construídas Número de escola de Educação básica com conexão de Banda Larga 3.1. Custo-efetividade Custo-efetividade (outcomes/custo) das políticas de educação 3.4. Utilização de recursos Volume do gasto público em educação (despesa orçamentária) em relação ao PIB Custo médio por hora-aula 4.1. Execução física e execução financeira Grau de implantação das ações do Planejamento Estratégico Taxa de empenho Taxa de liquidação Taxa de execução orçamentária 5.1 Critérios do MEGP Pontuação nos critérios de excelência em gestão (MEGP) Índice de Inovação em Gestão (prêmios e reconhecimentos recebidos) 6.1. Quantidade de recursos Gastos públicos per capita com a Educação Gasto total de compras do Governo com o setorial de Educação Gastos com merenda escolar Nota de Desempenho Agregado Quadro 9. Exemplo de ponderações e notas aplicadas aos indicadores e sua consolidação Peso do indicador Nota do indicador Nota ponderada 5 9 45 5 4 3 7 8 9 35 32 27 5 4 2 7 9 8 35 36 16 5 6 30 4 9 36 3 8 24 5 3 3 3 9 7 7 7 45 21 21 21 5 3 8 9 40 27 3 3 3 9 7 7 27 21 21 Nota da Dimensão Nota ponderada da Dimensão 8,18 20,44 7,91 15,82 7,50 11,25 7,71 11,57 8,38 12,56 7,67 7,67 79,31 27 4.9 Passo 9 – Análise e interpretação dos indicadores Promover a análise e a interpretação dos dados é aspecto primordial para o processo decisório, pois, caso contrário, a existência de uma sistemática de monitoramento e avaliação não proporciona ganhos e benefícios para a organização, havendo apenas dispêndio de tempo e de recursos. A análise e a interpretação de dados podem ocorrer de diversas formas, após a prévia coleta e mensuração das informações. As principais formas de análise e interpretação ocorrem por meio de: Reuniões gerenciais; Reuniões operacionais; Intercâmbio de informações e soluções; e Na gestão do dia-a-dia. 4.10 Passo 10 – Comunicação do desempenho A comunicação é um fator preponderante para a integração da organização e o desdobramento dos resultados em todos os níveis, internamente e externamente. Um mito com relação à comunicação e a tomada de decisão é que, atualmente, não há tempo para repassar informações e realizar considerações. A interação entre as equipes e o alinhamento de conhecimentos cria sinergia e um senso comum de atuação. O processo de comunicação move as ações, estimula a mudança, gera a consciência e o engajamento, e mantém o ritmo da organização na busca do melhor desempenho. Para realizar a comunicação do desempenho as organizações podem adotar as mais diversas ferramentas existentes, cujas mais comuns são: Apresentação institucional de resultados para os colaboradores; Painel de indicadores com seus respectivos resultados (Central de resultados); Banners com faixas de desempenho (vermelho, amarelo, verde e azul); Reuniões de avaliação de desempenho; Relatórios anuais (físicos e virtuais); e Avaliação externa (prêmios de excelência). 28 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A medição de desempenho na gestão pública está entre os principais instrumentos para subsidiar os gestores e os dirigentes em suas decisões e escolhas. Atualmente, há a exigência cada vez maior em aperfeiçoar os níveis de esforços e resultados das organizações, bem como gerar e fortalecer os mecanismos de transparência e responsabilização para os cidadãos e partes interessadas, sendo estes os fundamentos para impulsionar o desenvolvimento e implementação de indicadores de desempenho nas instituições públicas. No âmbito geral, os indicadores de desempenho fornecem informações sobre temas fundamentais da gestão pública, tais como nível de efetividade, eficácia, eficiência, qualidade, economia de recursos e produtividade dos produtos/serviços, além de apontar o grau de melhoria da gestão. Nesse contexto, o propósito principal deste artigo é a apresentação sintética de um guia referencial não exaustivo, mas representativo o suficiente para possibilitar a diversas organizações a definição do seu desempenho, subsidiar com conceitos e metodologias para a construção de seus indicadores de desempenho e a elaboração de painéis de controle para o acompanhamento da gestão. Uma das principais diretrizes do desenvolvimento do Guia foi a busca do isomorfismo entre abordagens distintas, permitindo a sugestão de um modelo que as contemple e permita a geração de resultados. Esta síntese do Guia contempla a definição dos conceitos de desempenho e de medição do desempenho, a metodologia da Cadeia de Valor e dos 6Es do Desempenho® e as etapas do modelo de definição e implementação de indicadores (aderente a metodologia dos 6Es do Desempenho). O texto se propôs a desenvolver de maneira didática aspectos conceituais e metodológicos envolvidos da formulação e implementação de indicadores de desempenho no âmbito da gestão pública para implementar a objetiva e efetiva mensuração dos resultados nas organizações públicas. Consideramos a necessidade permanente de realização de um ciclo de inovação (introdução de melhorias), comunicação (entre as partes que compõem o sistema organizacional para que a inovação ocorra a primeira vez) e sustentabilidade (fundamental para que a inovação se perpetue) na aplicação do 29 Guia, refletindo as ideias de aprimoramento permanente, de flexibilidade e de adequação ao contexto. Em outras palavras, julgamos ser preferível para as organizações que fizerem uso do Guia a implementação de versões evolutivas de seus indicadores que a alternativa de aguardar até que todos os possíveis elementos estejam disponíveis. O Guia proposto reconhece a diferença entre indicadores objetivos e outros de natureza mais subjetiva, percebendo que os tratamentos de ambos serão distintos. Como já dito, o próprio modelo deve se aprimorar à medida que maior conhecimento detivermos dos objetos de nossa mensuração. Por fim, reconhecemos a importância cada vez maior presente em organizações que se constituem de redes internas de pessoas e unidades (e que participam de outras redes complexas na prestação de seus serviços) de identificar tempestivamente os efeitos colaterais que existem entre as partes componentes, para que a tomada de decisão seja efetiva. Os indicadores possuem este papel fundamental. 30 6 REFERÊNCIAS AKAO, Y. Kanri: policy deployment for successful TQM. Productivity. Press, Cambridge. 1991. AUGUST, Judy H. JAD – Joint Application Design. Makron Books, SP, 1993. AUSTRALIAN PUBLIC SERVICE COMMISSIONER (APSC). Annual Report 2006/07. 2007. BENNETT, C. Analyzing impacts of extension programs, ESC-575. 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Atualmente atua como Diretor do Departamento de Programas de Gestão da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, coordenando o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública), cuja missão é voltada para a disseminação de uma cultura de excelência em gestão, que contribua para a melhoria dos serviços públicos prestados ao cidadão e para o aumento da competitividade do País. Endereço eletrônico: [email protected]