Sala Ambiente Metodologia da Pesquisa
Educacional
Apresentação
Ementa: Metodologia de estudo. Questões teóricas e metodológicas da produção do conhecimento
científico, analisando a especificidade da pesquisa em Educação. Abordagens e os enfoques
metodológicos da pesquisa educacional.
Prezado (a) cursista, bem vindo à Sala Ambiente Metodologia da Pesquisa Educacional
Esta sala ambiente o acompanhará até o término do curso, quando você terá que apresentar o
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), um requisito final e obrigatório para a obtenção do título de
especialista em Política e Gestão Educacional em Redes Públicas. Trata-se de um ambiente de
aprendizagem que tem a finalidade de levar todos/as a conhecer as bases que norteiam o
conhecimento científico, os métodos de produção do conhecimento, as etapas da elaboração de
trabalhos acadêmicos. Ao mesmo tempo, buscamos promover um movimento de reflexão teóricoprático entre os temas estudados e as atividades desenvolvidas nas demais salas do curso com o seu
contexto de atuação. Esta sala é muito importante para ajudá-lo a perceber-se como profissional
pesquisador.
Além disso, esclarecemos a partir desta sala, a idéia original que nos levou ao nome do curso, qual
seja, a de gerar uma cultura de desenvolvimento de atividades político-pedagógicas via tecnologia.
Desse modo, pautado numa atitude investigativa, você poderá discutir/analisar o papel dos
profissionais que trabalham na gestão das escolas e das redes de ensino, no que tange às políticas
educacionais
e
gestão
escolar
com
o
apoio
da
tecnologia
da
comunicação.
Esse exercício ocorrerá em estreita relação com a realidade de seu cotidiano de trabalho, sua trajetória
no curso, seu processo de aprendizagem e dos conhecimentos construídos ao longo da vivência das
salas, resultando na elaboração de um projeto-intervenção, que será objeto de trabalho ao longo desta
sala. O projeto-intervenção servirá de base para você desenvolver seu TCC, que orientado por um(a)
professor(a), será apresentado na forma de um artigo científico.
Esta sala, no que diz respeito ao conteúdo, está organizada em quatro unidades temáticas, a saber:
Unidade I – Organização para os estudos e a pesquisa como fundamento da formação
Unidade II – Ambiente virtual como objeto de investigação
Unidade III - Ambiente virtual como objeto de intervenção
Unidade IV – Trabalho de conclusão de curso
Adentremos então, a nossa prazerosa caminhada.
Unidade I - Organização para os estudos e a pesquisa como
Fundamento da Formação
Produtividade do Trabalho Acadêmico
Ao fazer a opção/escolha por um curso na modalidade educação a distância, o cursista se insere num
processo de educação aberta ou autodidata. No entanto, como sabemos, para facilitar seu estudo a
distância no Curso de Especialização em Política e Gestão Educacional em Redes Públicas é
disponibilizado apoio, seja pedagógico ou de navegação no ambiente de aprendizagem, por meio dos
tutores a distância e presencial.
Ressaltamos, entretanto, que é de suma importância a disciplina pessoal, registro de seus estudos¹ ao
longo de todo processo, evitando assim o trabalho duplicado e angústias em relação a prazos,
conteúdos e formas do trabalho final, bem como a execução de algumas ações para obtenção da
eficiência nos estudos. Dentre essas mencionamos:
1. Disponibilizar horário diário para estudar. Organize sua vida de modo a abrir espaços
para o estudo e planejar melhor o aproveitamento de seu tempo. Planeje com a
agenda. Entenda que não basta descobrir tempo: é importante torná-lo produtivo
(RUIZ, 2006).
2. Organize grupos de estudo no município em que reside a fim de estabelecer
intercâmbio com os demais cursistas e socializar os saberes e dúvidas que surgem na
caminhada. O estudo em grupo é proveitoso sob todos os aspectos, quando os seus
integrantes assumem sua parcela de responsabilidade e se dispõem a trabalhar e
contribuir com o crescimento de todos (as).
3. Registre, diariamente, suas dificuldades e limitações de aprendizagem ou de
navegação na plataforma Moodle pois, como você já sabe, poderá solucioná-los
interagindo com os tutores de forma presencial ou a distância.
4. Crie o hábito de ir ao Polo de Apoio Presencial. Lá, além do suporte presencial, você
encontrará referências em algumas áreas do conhecimento que o ajudará a
complementar suas leituras.
Desse modo, não se pode deixar de se destacar o pensamento de Ruiz (2006), quando aponta: terá
realizado um bom curso não tanto aquele que for capaz de reproduzir o que aprendeu, mas aquele
que, diante de problemas novos, tiver nível e método para empreender uma pesquisa séria e profunda.
Nesse sentido, acrescenta Mira y López (1968, p.30) que “aprender é aumentar o cabedal de recursos
de que dispomos para enfrentar os problemas que nos apresenta a vida cultural”.
Ora, se não é possível fazer um bom curso sem organizar tempo para estudo, não é possível pensar
em fazer um bom curso sem dedicar-se as leituras. É preciso ler, ler muito e ler bem, aponta Ruiz
(2006). Para o autor
A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada
vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de
comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com
formas e ângulos diferentes sob os quais o mesmo problema pode ser considerado
(RUIZ, 2006, p.35).
Neste sentido, como forma de aperfeiçoamento do processo da leitura, sugerimos a leitura do trecho do
texto de Délcio Vieira Salomon (1999), que contempla as características do bom e mau leitor.
APERFEIÇOAMENTO DA LEITURA²
O estudo eficiente depende da técnica da leitura. O estudante como o trabalhador intelectual tem
necessidade de ler constantemente. Investigações já foram feitas e concluíram que o sucesso nas
carreiras e atividades do mundo moderno está em relação direta com o hábito da leitura proveitosa: há,
no mínimo, a necessidade de se obterem as informações exatas no lugar e no momento oportuno e a
de aperfeiçoamento profissional, cujo processo é comunicado nos livros, artigos e outros recursos que
exigem leitura e estudo.
O estudante e o responsável por um trabalho científico enfrentam um problema comum: ter de
consultar e ler uma quantidade imensa de material escrito indicado pelas fontes, bibliografias e
documentação. A cada ano, a explosão bibliográfica, mesmo a especializada, aumenta
assustadoramente. A ciência, sob certo aspecto, é um processo cumulativo e não um produto acabado;
o trabalhador intelectual tem necessidade de se atualizar. Consegui-lo é um desafio. Da parte do leitor,
só será superado através de método e habilidades. Neste caso, método e habilidades se resumem em:


a) saber selecionar o que se deve ler;
b) saber ler com a maior velocidade e o maior proveito possível.
Mas para se atingir esse objetivo é preciso que o interessado comece a medir suas possibilidades: que
espécie de leitor é, quais as suas condições e seu poder de decisão em desenvolver habilidades,
através de treinamento. Por isso, começarei pela análise dos requisitos do "bom leitor". Em seguida é
que apontarei as técnicas da leitura proveitosa. Procuro, dentro da diretriz que venho adotando desde o
início, ser direto e prático. A exposição será concisa e até esquemática em alguns momentos. Mas o
que indicar é fruto de investigações, não são normas de bom senso.
Caberá ao leitor, caso necessitar, decidir por algo a mais que este capítulo apresenta: ler algum
manual que traga resposta a problema específico que não foi identificado ou, talvez, realizar um curso
de "leitura dinâmica”. Entretanto, posso garantir que muitos estudantes que se dispuseram a praticar,
dentro de um período razoável de treinamento individual, as indicações aqui apresentadas obtiveram
êxito, segundo confessaram.
Além da leitura, o trabalhador intelectual, sobretudo quando assume a responsabilidade de fazer um
trabalho científico, necessita saber analisar cientificamente os textos que lê e consulta.
1 – Comparação entre o bom e o mau leitor
À primeira vista parece fora de propósito a epígrafe acima. Poder-se-ia objetar que se trata de um
problema de valor e seria ocioso, numa perspectiva científica, estabelecer um confronto entre "bom" e
"mau", pois se torna um julgamento bastante subjetivo. Sem discutir o mérito e a procedência desse
ponto de vista, que nos transportaria, provavelmente, para um terreno mais abrangente – o do valor
nas mensurações científicas –, a colocação merece uma justificativa. A experiência e a observação têm
mostrado um fato bastante freqüente: há muitas pessoas que “lêem”’ e há pessoas que "sabem ler".
Muitos, sobretudo quando têm consciência do problema, pagam um tributo caro a hábitos formados
desde a escola primária e que os condicionaram a ler sem saber ler. É pelo problema de hábitos
negativos de leitura que se volta o interesse em rotular a pessoa de "mau leitor"; e o "bom leitor",
conseqüentemente, passa a significar aquele que tem habilidades eficientes de leitura.
Introduzir alguém no conhecimento das habilidades de leitura, antes de levá-lo a uma auto-análise,
parece não ser o caminho indicado. É por isso que se estampa diante do interessado o quadro a seguir
onde é possível descobrir seu "perfil de leitor". À medida que esse quadro vai se desenrolando, os
aspectos positivos e negativos vão sendo identificados e as necessidades específicas de cada um vão
sendo colocadas em termos concretos. Ao término dessa atividade, a análise já estará praticamente
feita e a pessoa terá condições de decidir pelo que lhe interessar mais de perto.
O quadro é baseado num esquema semelhante elaborado por Witty (1777), que o produziu, porém, de
maneira sumária e sem a intenção pedagógica aqui proposta.
Não se trata de um teste de psicologia, pois do teste psicológico tem apenas a característica da
objetividade (o quadro deriva de conclusões de pesquisas feitas a respeito de habilidades de leitura
que os estudantes têm) e funciona como estímulo para a reação do leitor.
Atividade 1
Leia o quadro abaixo pausadamente, um item de uma coluna e logo a seguir o correspondente na outra
coluna. Salve-o no seu computador para realizar a tarefa e, quando terminar, deposite-o na Base de
Dados O Bom e o Mau Leitor. À medida que for identificando pontos positivos e pontos negativos,
assinale-os. Depois os reveja e estabeleça o esquema de suas necessidades concretas para
desenvolver hábitos de leitura veloz e producente.
Bom leitor
O bom leitor lê
rapidamente e entende bem
o que lê. Tem habilidades e
hábitos como:
1. Lê com objetivo
determinado.
Ex: aprender certo
assunto, repassar detalhes,
responder a questões
Mau leitor
O mau leitor lê
vagarosamente e entende
mal o que lê. Tem hábitos
como:
1. Lê sem finalidade.
Raramente sabe por
que lê.
2. Lê unidades de
pensamento.
2. Lê palavra por
palavra.
Abarca, num relance, o
sentido de um grupo de
palavras. Relata rapidamente
as idéias encontradas numa
frase ou num parágrafo.
Pega o sentido da
palavra isoladamente.
3. Tem vários padrões
de velocidade.
3. Só tem um ritmo de
leitura.
Ajusta a velocidade da
leitura com o assunto que lê.
Se lê uma novela, é rápido.
Se livro científico para
guardar detalhes, lê mais
devagar para entender bem.
Seja qual for o
assunto, lê sempre
vagarosamente
4. Avalia o que lê.
Pergunta-se
freqüentemente: Que sentido
tem isso para mim? Está o
autor qualificado para
Esforça-se para juntar
os termos para poder
entender a frase.
Freqüentemente tem de reler
as palavras.
4. Acredita em tudo
que lê.
Para ele tudo o que é
impresso é verdadeiro.
Raramente confronta o que lê
Você
precisa rever sua conduta
no sentido de:
escrever sobre tal assunto?
Está ele apresentando
apenas um ponto de vista do
problema? Qual é a idéia
principal deste trecho? Quais
seus fundamentos?
com suas próprias
experiências ou com outras
fontes. Nunca julga
criticamente o escritor ou seu
ponto de vista.
5. Possui bom
vocabulário.
5. Possui vocabulário
limitado.
Sabe o que muitas
palavras significam. É ca paz
de, perceber o sentido das
palavras novas pelo contexto.
Sabe usar dicionários e o faz
freqüentemente para
esclarecer o sentido de
certos termos, no momento
oportuno.
Sabe o sentido de
poucas palavras. Nunca relê
uma frase para pegar o
sentido de uma palavra difícil
ou nova. Raramente consulta
o dicionário. Quando o faz,
atrapalha-se em achar a
palavra. Tem dificuldade em
entender a definição das
palavras e em escolher o
sentido exato.
6. Tem habilidades
para conhecer o valor do
livro.
6. Não possui nenhum
critério técnico para conhecer
o valor do livro.
Sabe que a primeira
coisa a fazer quando se toma
um livro é indagar de que
trata, através do titulo, dos
subtítulos encontrados na
página de rosto e não apenas
na capa. Em seguida lê os
títulos do autor. Edição do
livro, índice. "Orelha do livro".
Prefácio. Bibliografia citada.
Só depois é que se vê em
condições de decidir pela
conveniência ou não da
leitura. Sabe selecionar o que
lê. Sabe quando consultar e
quando ler.
Nunca ou raramente lê
a página de rosto do livro, o
índice, o prefácio, a
bibliografia etc., antes de
iniciar a leitura. Começa a ler
a partir do primeiro capítulo.
É comum, até ignorar o autor,
mesmo depois de terminada
a leitura. Jamais seria capaz
de decidir entre leitura e
simples consulta. Não
consegue selecionar o que
vai ler. Deixa-se sugestionar
pelo aspecto material do livro.
7. Sabe quando deve ler um
livro até o fim, quando
interromper a leitura
definitivamente ou
periodicamente. Sabe
quando e como retomar a
leitura, sem perda de tempo e
da continuidade.
7. Não sabe decidir se
é conveniente ou não
interromper uma leitura.
8. Discute
freqüentemente o que lê com
colegas. Sabe distinguir entre
impressões subjetivas e valor
objetivo durante as
8. Raramente discute
com colegas o que lê.
Quando o faz, deixa-se levar
por impressões subjetivas e
emocionais para defender um
Ou lê todo o livro ou o
interrompe sem critério
objetivo, apenas por
questões subjetivas.
discussões.
ponto de vista. Seus
argumentos, geralmente,
derivam da autoridade do
autor, da moda, dos lugarescomuns, das tiradas
eloqüentes, dos preconceitos.
9. Adquire livros com
freqüência e cuida de ter sua
biblioteca particular.
9. Não possui
biblioteca particular.
Quando é estudante
procura os livros de texto
indispensáveis e se esforça
em possuir os chamados
clássicos e fundamentais.
Tem interesse em fazer
assinaturas de periódicos
científicos. Formado,
continua alimentando sua
biblioteca e restringe a
aquisição dos chamados
"compêndios". Tem o hábito
de ir direto às fontes; de ir
além dos livros de texto.
10. Lê assuntos vários.
Lê livros, revistas,
jornais. Em áreas diversas:
ficção, ciência, história etc.
Habitualmente nas áreas de
seu interesse ou
especialização.
11. Lê muito e gosta de
Às vezes é capaz de
adquirir "metros de livro" para
decorar a casa. É
freqüentemente levado a
adquirir livros secundários em
vez dos fundamentais.
Quando estudante, só lê e
adquire compêndios de aula.
Formado, não sabe o que
representa o hábito das “boas
aquisições” de livro.
10. Está condicionado a ler
sempre a mesma espécie de
assunto.
ler.
11. Lê pouco e não
gosta de ler.
Acha que ler traz
informações e causa prazer.
Lê sempre que pode.
Acha que ler é ao
mesmo tempo um trabalho e
um sofrimento.
12. O BOM LEITOR é
aquele que não é só bom na
hora de leitura.
12. O MAU LEITOR não se
revela apenas no ato da
leitura, seja silenciosa ou
oral. É constantemente mau
leitor, porque se trata de uma
atitude de resistência ao
hábito de saber ler.
É bom leitor porque
desenvolve uma atitude de
vida: é constantemente bom
leitor. Não só lê, mas sabe
ler.
Para finalizar este primeiro momento relativo à produtividade do trabalho acadêmico, chamamos
novamente a atenção para a relevância e necessidade de as leituras realizadas serem registradas e
documentadas. As anotações tornam-se mais acessíveis e úteis, se forem feitas em fichas, elaboradas
de acordo com a técnica apropriada.
Documentação dos dados: anotações e fichamentos
Fichar é transcrever anotações em fichas documentais para fins de estudo ou pesquisa. Em outras
palavras ...
Fichamento - registro sintético e documentado dos dados/informações relevantes de uma obra.
A vantagem de se utilizar fichamentos para documentação dos dados está na possibilidade de obter-se
a informação exata, na hora necessária. Além disso, pela facilidade do manuseio, remoção, renovação
ou acréscimo de informações, o uso de fichas é indispensável na tarefa de documentação
bibliográfica. Os registros podem ser realizados nas tradicionais folhas de cartolina, em folhas de papel
comum ou, até mesmo, em arquivos/pastas no computador. O fundamental é que sejam organizadas
(ANDRADE, 2007).
Quanto ao conteúdo, as fichas se prestam a vários tipos de anotações:
→ de indicação bibliográfica
→ de transcrição para citações
→ de apreciação
→ de esquema
→ de resumo
1. De indicação bibliográfica: apresenta os elementos necessários à identificação do
texto, artigo, livro, periódico. Apresentam-se, a seguir, as normas conforme a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Exemplos:
a) FICHAMENTO DE LIVRO
Livro de um só autor:
Elementos essenciais: SOBRENOME, Nome. Título (em negrito, itálico ou sublinhado), edição (a partir
da segunda), local: editora, data.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação.
4.ed.São Paulo: Loyola, 2009.
Livro até três autores:
Elementos essenciais: SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome e SOBRENOME, Nome. Título
(em negrito, itálico ou sublinhado). edição (a partir da segunda), local: editora, data.
BAZERMAN, Charles; HOFFNAGEL, Judith Chambliss; DIONISIO, Angela Paiva (Org.). Gênero,
Agência e Escrita. Tradução de Judith Chambliss Hoffnagel.
São Paulo: Cortez, 2006.
Livro elaborado por mais de três autores:
Colocar o nome do primeiro autor que consta na publicação, seguido da expressão latina et al. (= e
outros). As demais informações idem aos exemplos acima.
CAMPELLO, Bernadete Santos et al. A biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica.
Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
b) FICHAMENTO DE CAPÍTULO DE LIVRO
Elementos essenciais: SOBRENOME, Nome. Título do capítulo, seguido da expressão “In” e da
referência completa do livro em que se encontra o capítulo.
SIQUEIRA, José Eduardo. Universidade: uma ponte para o futuro. In: ALMEIDA, Márcio (Org.). A
Universidade Possível: experiências de gestão universitária. São Paulo: Cultura Editora
Associados, 2001. cap. 13, p. 274-284.
APPLE, Michel W.; BEANE, James A. O Argumento por Escolas Democráticas. In: APPLE,
Michel W.;
BEANE, James A. (Org.). Escolas Democráticas. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2001. cap. 1, p. 9-43.
c) FICHAMENTO DE ARTIGO DE REVISTA
Elementos essenciais: SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título do periódico (em negrito, itálico ou
sublinhado), local de publicação (cidade), editora (se houver), numeração correspondente ao ano de
publicação (relativo ao primeiro ano de publicação da revista – se houver), n° volume, número, página
inicial-final, mês. ano.
BOTLER, Alice H. Cultura e Relação de Poder na Escola. Educação & Realidade, Rio Grande
do Sul, v.35, n.2, p.187-206, maio/ago.2010. Disponível em:
<http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/8708/9460>. Acesso em: 28 jul. 2011.
LIMA, Kátia. Contra-reforma da Educação nas Universidades Federais: o REUNI na UFF.
Universidade e Sociedade, Distrito Federal, ano XIX, n.44, p. 147-157, jul. 2009.
d) FICHAMENTO DE ARTIGO DE JORNAL
Elementos essenciais: SOBRENOME, Nome [se houver]. Título do artigo. Título do jornal (em negrito,
itálico ou sublinhado), local de publicação (cidade), data, seção (sem a palavra seção), caderno (com a
palavra caderno), página.
PADILHA JÚNIOR, Robério Fonseca. Desafios do mundo moderno. Jornal do Commercio,
Recife, 20 fev. 2005. Gestão de Talentos, Caderno Empregos e Oportunidades, p. 39.
Artigo não assinado:
SOFTWARE auxilia deficiente visual. Correio do Povo, Porto Alegre, 27 mar. 2007. Disponível
em: <http://www.saci.org.br/pesquisa/veredas/noticias/n2703011.htm>.
Acesso em: 27 mar.2007.
2. De transcrição para citações. Segundo a Norma Brasileira 10520/2002, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), citação numa produção textual é a “menção de
uma informação extraída de outra fonte" (p.1), tais como (livros, periódicos, vídeos, sites e
outros).
Mas, o que são citações?
São elementos que participam da argumentação do autor de um trabalho científico, servindo de apoio
ao discurso, conferindo confiabilidade, relevância ou veracidade à informação extraída de outra fonte.
Sua função é subsidiar o leitor para que ele possa comprovar a veracidade das informações fornecidas
e possibilitar o seu aprofundamento.
Para que servem as citações na produção textual?
Apoiar uma hipótese;
Sustentar uma ideia;
Ilustrar um raciocínio.
Como podem ser as citações?
1. Citação direta, literal ou textual – é a que um autor transcreve, literalmente (ipsis litteris) de outra
fonte, o texto, respeitando todas as características formais em relação à redação, à ortografia e à
pontuação originais.
a) A citação pode ser breve de até três linhas, transcrita no texto entre aspas duplas e
incorporada ao parágrafo.
Exemplos:
Segundo Moreira & Caleffe (2008, p.89), “a pesquisa-ação é uma intervenção em pequena escala no
mundo real e um exame muito de perto dos efeitos dessa intervenção”.
De acordo com Beane & Apple (2001, p.20), “as escolas democráticas, como a própria democracia,
não surgem por acaso. Resultam de tentativas explícitas de educadores colocarem em prática os
acordos e oportunidades que darão vida à democracia”.
b) A citação com mais de três linhas deve aparecer em parágrafo isolado, em espaços
simples, utilizando-se margem própria, com recuo à esquerda, de 4 cm, letra menor que a
do texto, sem aspas, terminando na margem direita do trabalho.
Exemplo:
Quanto menos tempo tivermos, mais motivados deveremos estar para aproveitá-lo ao
máximo. Há alunos de períodos noturnos que trabalham oito ou mais horas por dia, e
que conseguem resultados, em seus estudos, bem maiores que alunos de outros
períodos que não trabalham ou que só trabalham em regime de meio expediente. Isso
não se explica pelo tempo disponível, mas pelo seu melhor aproveitamento (RUIZ,
2002, p.72).
2. Citação indireta ou livre - é a que reproduz ideias de outrem, sem que haja transcrição literal das
palavras utilizadas. Apesar de ser livre, deve ser fiel ao sentido do texto original. Nesse caso, não há
necessidade de indicar as páginas de onde a ideia do texto foi extraída.
Exemplos:
Para Souza (2009) a instituição de conselhos escolares, associação de pais, grêmios estudantis,
eleições para dirigentes e outros mecanismos organizacionais e legais tidos como de gestão
democrática, implementados de forma isolada, não se fazem suficientes para a instituição da gestão
democrática escolar, embora, seguramente, auxiliem.
Na cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Social os governos participantes assumiram o
compromisso de estabelecer cronogramas para erradicar a pobreza (KERSTENETZKY, CARVALHO,
2000).
3. Citação de citação - quando o autor não se utiliza do texto original, mas de uma citação já feita em
obra consultada. A citação poderá ser reproduzida literalmente, ou ser interpretada. Esse tipo de
citação deve ser evitado ao máximo, já que a obra final não foi consultada, havendo risco de má
interpretação e de incorreções. No entanto, sabemos, que nem sempre é possível o acesso a
obra/documento original. Neste caso, usa-se a expressão latina apud (citado por, conforme, segundo),
seguida da indicação da fonte efetivamente consultada.
Exemplo:
“O Homem não se define pelo que é, mas pelo que deseja ser” (RATKEN, 1997 apud FINGER, 2000,
p.2).
IMPORTANTE !!
3. De apreciação: anotam-se críticas, comparações com outras obras, comentários, opiniões sobre o
que leu.
4. De esquemas: os esquemas elaborados nas fichas tanto podem referir-se a resumo de obras ou de
capítulos. No esquema utiliza-se as palavras-chave sublinhadas durante a leitura do texto. Evita-se o
uso de frases em esquemas. Chaves, gráficos, quadros, numeração progressiva são utilizados na
hierarquização das ideias.
5. De resumo: apresenta de forma concisa os traços gerais, as grandes linhas da obra, levanta as
ideias essenciais do texto-base e deve preservar as intenções e ênfases do autor. De acordo com
Andrade (2007, p.34), "os resumos são classificados pela extensão e pelo grau de complexidade das
informações". A seguir, expomos os tipos de resumo apontados pela autora e suas principais
características:
• Resumo descritivo ou indicativo – destaca os tópicos principais do texto lido. Aconselha-se o uso de
frases curtas.
• Resumo Informativo ou analítico – apresenta-se as partes mais importantes do texto lido. Não é
permitido opinião pessoal ou interpretação de quem elabora o resumo. Abolição de gráficos, citações e
exemplificações. O resumo informativo reduz a extensão do texto a 1/3 ou ¼ do original.
• Resumo crítico – condensação do texto original a 1/3 ou ¼ de sua extensão, preservando os tópicos
principais. Permite opinião pessoal e comentários do autor do resumo.
• Sinopse – indica apenas o tema e o assunto da obra, com suas partes principais. Resumo curto
elaborado pelo autor e editor. Não deve exceder a 100 palavras.
• Resenha – tipo de resumo crítico. Exige amplo conhecimento do assunto, para que se estabeleça
comparação com obras similares.
1. Referência
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 9. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1999. cap. 2, p.49-89.
2. Esquema
CONFRONTO
BOM LEITOR
MAU LEITOR
3. Resumo
O texto destaca as características do bom e do mau leitor.
Apresenta indicações para o bom aproveitamento da leitura
(continua....)
4. Citações
“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos”
(RUIZ, 2006, p.44).
5. Apreciação (parecer, crítica, questões levantadas e dúvidas)
A obra trata de uma das questões mais atuais em educação: o
professor pesquisador. Aborda uma pesquisa com professores das
escolas sobre a temática (continua...)
Atividade 2
Escolha um dos textos sugeridos nas Salas Ambiente já vivenciadas, isto é, Fundamentos do Direito à
Educação, Planejamento e Financiamento da Educação Escolar no Brasil ou Política e Gestão na
Educação e elabore um fichamento completo, contendo referência, esquema, resumo informativo,
citações e apreciação do texto selecionado. A atividade deve ser postada na Base de Dados
Fichamento Completo.
Pesquisa Como Fundamento da Formação
A produção de novos conhecimentos gera nos sujeitos a necessidade de uma constante atualização.
Para tanto, precisam cultivar o hábito de estudar continuamente, tendo em vista acompanhar as
profundas mudanças que acontecem no mundo em ritmo acelerado.
Por outro lado, importa registrar que as agências de informação tais como: universidades, meios de
comunicação e meios eletrônicos, como a Internet, contribuem para que parcela significativa da
população tenha acesso a um volume imenso de dados. No entanto, esse conjunto de informações
adquirido não garante a relevância e veracidade da informação. Nesse sentido, emerge a importância
de se desenvolver estudos/análises que, baseados em métodos de pesquisa, possibilitem a seleção e
sistematização das informações a fim de transformá-lo em conhecimento. Nesse sentido, Gatti (2002,
p. 9-10) ressalta que,
Visando à criação de um corpo de conhecimento sobre certo assunto, o ato de
pesquisar deve apresentar certas características específicas. Não buscamos,
com ele, qualquer conhecimento, mas um conhecimento que ultrapasse nosso
entendimento imediato na explicação ou na compreensão da realidade que
observamos. Um conhecimento que pode até mesmo contrariar esse
entendimento primeiro e negar as explicações superficiais e não sistemáticas.
Um conhecimento que obtemos indo além dos fatos, desvelando processos,
explicando consistentemente segundo algum referencial.
A pesquisa constitui-se assim, em elemento importante e relevante desde a educação infantil até a
pós-graduação, seja lato sensu (especialização), seja stricto sensu (mestrado e doutorado), bem como
nas áreas de atuação técnica, a exemplo do exercício profissional nas secretarias municipais e
estaduais de educação.
IMPORTANTE !!
Esta Sala Ambiente, no que diz respeito ao conteúdo, não
se limita a um texto-base próprio, específico. Aquilo que é
necessário aprender sobre Metodologia da Pesquisa,
também, deverá ser acessado em diferentes endereços eletrônicos, a saber:
1. No artigo de Liliana Soares Ferreira, intitulado “A Pesquisa Educacional no Brasil: tendências e
perspectivas”. Disponível na Revista Contrapontos, n. 9, v. 1, 2009, que pode ser acessado em:
<http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/974>.
2. No texto de Marli André, “Pesquisa em Educação: buscando rigor e qualidade”, que pode ser lido
por meio do acesso ao endereço: <www.scielo.br/pdf/cp/n113/a03n113.pdf>.
3. Consulte também, o site:
<www.eac.fea.usp.br/eac/observatorio/metodologia-projeto-pesquisa.asp>
chamado de “Observatório USP de Educação e Pesquisa Contábil”. Esta página possibilita o acesso
do/da cursista às regras básicas do trabalho científico.
4. Por fim, no site da Secretaria de Educação do Governo de Minas Gerais, no endereço:
<crv.educacao.mg.gov.br>. Na página inicial clicar em temas educacionais e, depois, em metodologia
de pesquisa. Alí podem ser acessados diversos textos que orientam a produção de um trabalho
acadêmico de pesquisa. Recomendamos a leitura de:

Conhecimento Científico e outras Formas de Conhecimento
<http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=
32520&tipo=ob&cp=003366&cb=&n1=&n2=Biblioteca%20Virtual&n3=Temas%
20Educacionais&n4=&b=s>

Monografia e a Redação de Trabalhos Acadêmico-Científicos
<http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=
32514&tipo=ob&cp=003366&cb=&n1=&n2=Biblioteca%20Virtual&n3=Temas%20Educa
cionai s&n4=&b=s>

Abordagem Qualitativa
<http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=
32496&tipo=ob&cp=003366&cb=&n1=&n2=Biblioteca%20Virtual&n3=Temas%20Educa
cionai s&n4=&b=s>
Ao fazermos as leituras indicadas nos sites acima estamos exercitando o ato da pesquisa e buscando
“conhecer” de forma mais complexa e profunda sobre Metodologia Científica, na perspectiva de ir além
do que é propagado no discurso do senso comum. Como sabemos o senso comum é conhecido como
o conhecimento popular, do dia a dia, que usamos no cotidiano obtido por meio da convivência familiar
e social. Trata-se de um nível de conhecimento importante, no entanto, precisamos avançar. Afinal,
nessa Sala Ambiente nosso foco é o conhecimento científico, a pesquisa científica.
Rampazzo (2009), no que diz respeito as formas de conhecimento ressalta em sua obra quatro
diferentes níveis: o conhecimento popular, o conhecimento científico, o conhecimento filosófico e o
conhecimento teológico. Cabe registrar que o autor reconhece outras formas de conhecimento. No
entanto, nesse momento, focaremos nosso olhar nos níveis acima mencionados. Para tanto, vejamos
no quadro síntese, a seguir, suas principais características:
Conhecimento
Popular
Objetivo
Objeto de Estudo
Resolver problemas Qualquer objeto do
imediatos do
cotidiano.
cotidiano.
Metodologia Utilizada
Esse conhecimento
não vai além do fato
em si, do fenômeno
isolado: é um
conhecimento
ametódico e
assistemático.
Científico
Filosófico
Teológico
Explicar os
fenômenos naturais
e sociais, gerando
conhecimento
sistematizado.
Fenômenos naturais
e sociais
(aprendizagem,
violência, política
etc).
Conhecer a
essência dos
fenômenos.
Realidades mediatas
não perceptíveis pelo
sentido.
Explicar os
fenômenos naturais
e sociais por meio Os dados da fé.
da fé.
Procedimentos de
verificação, como:
observação
sistemática, testes
experimentais.
Baseado na
investigação científica.
Método racional.
Integração entre a fé e
a razão.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos escritos de Rampazzo (2009), Marconi e
Lakatos (2003).
A partir do exposto, percebe-se, que os níveis de conhecimento se diferenciam quanto ao objetivo,
objeto de estudo e metodologia. Ressaltamos, entretanto, que o conhecimento científico apresenta
certas características que o torna diferenciado e com maior confiabilidade para poder explicar os
fenômenos naturais e sociais. São elas:
a) É contingente – suas proposições e hipóteses têm sua veracidade ou falsidade
conhecida por meio da experimentação e não apenas da razão;
b) É sistemático – saber ordenado logicamente em sistema de ideias (teorias) e não
conhecimentos dispersos e desconexos;
c) É verificável – suas hipóteses são verificadas – observação/experimentação para
comprovar ou refutar;
d) É cumulativo – seu desenvolvimento é uma conseqüência de contínua seleção de
conhecimento;
e) É falível – verdades não são definitivas e/ou absolutas;
f) É aproximadamente exato – novas proposições e desenvolvimento de técnicas podem
reformular o acervo de teoria existente (FERRARI, 1974).
É importante ressaltar que para compreender um determinado fenômeno cientificamente precisa-se ter
o entendimento de que existem abordagens que fundamentam uma investigação científica, dentre
essas ressaltamos a abordagem quantitativa e a abordagem qualitativa.
A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto na coleta quanto no
tratamento das informações, através do uso de técnicas estatísticas (RICHARDSON, 1985). A análise
qualitativa, por sua vez, refere-se à interpretação e expressão dos significados lógicos dos dados
coletados, tendo por base os marcos teóricos utilizados na pesquisa.
Desenvolver pesquisa no campo das ciências sociais, e especialmente no campo da educação, tem
como desafio principal tratar os aspectos qualitativos sem desprezar o quantitativo, estudar a prática
enquanto campo privilegiado da teoria, tratar das especificidades da parte como expressão e
especificidade da totalidade. De forma que, as abordagens qualitativas e quantitativas são passíveis de
serem combinadas, complementando-as.
Como sabemos a pesquisa científica tem diferentes finalidades e pode ser classificada de diferentes
formas. Alguns autores classificam a pesquisa de acordo com seus objetivos em três categorias:
exploratória, descritiva e explicativa (GIL, 1994).

Pesquisa exploratória - constitui a primeira etapa de uma investigação científica.
Desenvolve-se com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca
de determinado fenômeno. Para Moreira & Caleffe (2008, p.69), "quando o tema
escolhido é bastante amplo, torna-se necessário seu esclarecimento e delimitação, o
que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros procedimentos".

Pesquisa descritiva - é amplamente usada na educação e nas ciências
comportamentais. Baseia-se na premissa de que os problemas podem ser resolvidos e
as práticas melhoradas por meio da observação objetiva e minuciosa, da análise e da
descrição (MOREIRA & CALEFFE, 2008). Segundo Gil (1994), as pesquisas
descritivas têm como objetivo essencial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

Pesquisa explicativa – busca identificar os fatores que determinam ou que contribuem
para a ocorrência dos fenômenos. Tipo de pesquisa que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Afirma
Moreira & Caleffe (2008, p.70), que o “conhecimento científico está assentado nos
resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isso não significa, que as pesquisas
exploratórias e descritivas tenham menor importância, pois constituem etapa prévia
para obter explicações científicas”.
As pesquisas também podem ser classificadas quanto aos procedimentos, isto é, a
maneira pela qual se adota para a coleta de dados necessários para a elaboração da
pesquisa. Nesta modalidade, incluem-se as pesquisas de “campo” (local da ocorrência
dos fatos) e as pesquisas de fontes de “papel” - pesquisa bibliográfica e a pesquisa
documental - (ANDRADE, 2004).
De acordo com o seu objeto, a pesquisa classifica-se em: bibliográfica, de campo e de
laboratório.

Pesquisa bibliográfica – procura explicar um problema a partir de referências teóricas
publicadas em livros, artigos científicos etc. Pode ser realizada independente ou
constitui-se como parte de outros tipos de pesquisa de um determinado trabalho. Seu
fim principal é pôr o pesquisador em contato com tudo que se tem feito em torno do
assunto de que vai tratar, viabilizando o acesso às informações. A bibliografia constitui
um ramo auxiliar da ciência que nos ensina a procurar as fontes e os livros que
utilizaremos em nosso trabalho.
Fases da Pesquisa Bibliográfica
1. A escolha e delimitação do tema: Escolhido o tema, faz-se necessário delimitá-lo, ou seja, definir
sua extensão e profundidade, o tipo de abordagem.
2. A coleta de dados: De posse do tema deve-se procurar na biblioteca, através de fichários,
catálogos uma bibliografia sobre o assunto, que fornecerá os dados essenciais para a elaboração do
trabalho. Selecionadas as obras que poderão ser úteis para o desenvolvimento do assunto procede-se
com a localização das informações necessárias.
3. Localização das informações: Deve-se fazer uma leitura prévia, procurar o índice ou sumário, lêse o prefácio, a contracapa, os títulos, e subtítulos, pesquisando a existência das informações
desejadas.
IMPORTANTE !!

Pesquisa de campo - é utilizada com o propósito de alcançar informações e/ou
conhecimentos sobre o problema o qual se busca resposta diretamente no local onde o
fenômeno ocorreu ou ocorre. Para tanto, utiliza-se de técnicas de coleta de dados
(observação, entrevistas, questionários etc) a ser definido em função dos objetivos da
pesquisa.

Pesquisa de laboratório – provoca, produz e reproduz fenômenos em condição de
controle. Não é sinônimo de pesquisa experimental, embora a grande maioria das
pesquisas de laboratório seja experimental.
É pertinente registrar que outros tipos de pesquisas também podem ser identificados
na literatura sobre a temática. Dentre essas podemos mencionar:

Pesquisa-ação – "é uma intervenção em pequena escala no mundo real e um exame
muito de perto dos efeitos dessa intervenção" (MOREIRA & CALEFFE, 2008, p.90).
Acrescenta os autores:
A pesquisa-ação é situacional – está preocupada com o diagnóstico do
problema em um contexto específico para tentar resolvê-los nesse
contexto; é usualmente (embora não inevitavelmente) colaborativa –
equipes de pesquisadores trabalham juntos no projeto; ela é
participativa – os participantes da equipe tomam parte diretamente ou
indiretamente na implementação da pesquisa; e ela é auto-avaliativa –
as modificações são continuamente avaliadas, pois o objetivo é
melhorar a prática (ibidem).

Pesquisa ex-post-facto - quando o "experimento" se realiza depois dos fatos.

Pesquisa experimental - tipo de investigação que envolve a manipulação de variáveis
para proporcionar o estudo da relação causa-efeito e estabelecer relações entre as
variáveis investigadas.
Atividade 3 - Complementar
Assista ao filme “Óleo de Lorenzo” pensando/refletindo sobre o que acabamos de ler e estudar no texto
3. Após o filme, sistematize num texto de no máximo 1 página os principais fatos que caracterizam os
níveis de conhecimentos estudados e os tipos de pesquisa explicitados ao longo do filme. A atividade
deve ser postada na Base de Dados Filme “Óleo de Lorenzo”. No Fórum de Debates
comente/discuta/troque idéias com os demais cursistas sobre o filme e a atividade.
Sugestão de link: http://www.megaupload.com/?d=096SLU33
Unidade II - Ambiente Virtual como Objeto de Investigação
A proposta de trabalho desta sala ambiente – que só terá a sua conclusão final com a redação do TCC
- pretende ser diferente, pois vivemos, nessa segunda década do séc. XXI, inteiramente imersos na
realidade de uma sociedade fundada nas tecnologias, inclusive na informação. Os meios eletrônicos
aceleram a circulação de informações e revolucionam a forma como as pessoas se comunicam. As
Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC’s) invadem as escolas e ensejam a criação de
inúmeras “redes” de convivência social que ultrapassam as formas tradicionais de relações entre os
seres humanos.
Essa onda tecnológica confronta com uma tradição dominante nas redes públicas de ensino,
caracterizadas pela centralização, verticalização, hierarquização e homogenização. “Rede”, aqui, é
apenas um nome usado para expressar a mera soma de escolas que “pertencem” a uma instância
governamental, seja municipal, seja estadual ou federal.
O que liga estas escolas, além do governo que as comanda? Elas estão, realmente, próximas entre sí?
Existe alguma horizontalidade entre elas, propiciando uma comunicação direta, sem passar pelo crivo
do centro supervisor? As escolas que constituem uma determinada “rede pública de ensino” trocam
experiências, debatem seus problemas, socializam suas soluções? Parece-nos que a resposta, hoje, é
não!
Mas as TIC’s podem ser disseminadas como ferramentas para superar essa lógica de gestão, dando
uma outra dimensão para a ideia de rede, permitindo a criação de espaços virtuais – redes sociais de
comunicação ou relação institucional – onde as diferentes experiências vividas na gestão
cotidiana das escolas (as relações gestor-docentes, gestor-pais/mães, gestor-estudantes, docentespais/mães, docentes estudantes, estudantes entre si etc.) podem circular livremente e estabelecer
novos horizontes, limites e possibilidades para a gestão educacional e escolar.
Nesse campo, aprendemos com os próprios estudantes, jovens de diferentes idades, regiões, capital
cultural e condição sócio-econômica: eles/as usam com desenvoltura e enorme familiaridade celulares,
computadores, facebook, orkut, twiter, blutooth, e-mail, “baixam” vídeos e músicas etc, ultrapassando
fronteiras físicas e se relacionam com o mundo.
E você? Que ferramentas da internet você usa para o desenvolvimento de
relações pessoais? Você emprega essas ferramentas para fins profissionais?
O desafio que estamos propondo é qualificar a gestão das escolas na utilização desses instrumentos
revolucionários de comunicação, pensando sobre como construir uma ferramenta inserida na rede
mundial de computadores (internet) que rompa com as distâncias físicas e os limites institucionais,
impulsionado novas formas de relacionamento no campo da gestão educacional e escolar. A
ideia-matriz é gerar uma "cultura" de desenvolvimento de atividades político pedagógicas e
aquelas relacionadas à gestão dos sistemas e das escolas via tecnologia.
Os seus passos para realizar essa atividade serão iniciados conforme o que se segue:
Atividade 4
Esta atividade é prática e deverá ser realizada seguindo alguns passos, que serão reutilizados
posteriormente na Unidade III:
Primeiro passo: Identificar/ caracterizar/ descrever seu ambiente de trabalho:
Você deverá descrever detalhadamente o seu ambiente de trabalho - imaginando esclarecer uma
pessoa que não conhece este ambiente – o que se faz lá, por exemplo:
a) quem são os sujeitos com os/as quais você interage?
b) quais são os objetos da sua interação cotidiana?
c) quais são os problemas mais comuns no cotidiano de seu trabalho?
Segundo passo: Descrever as perspectivas que você tem de melhorias educacionais a partir
destas rotinas:
Que ideias você vem desenvolvendo para intervir neste contexto com a intenção de obter
transformações ou mudanças no seu cotidiano profissional? Que objetivos você têm em mente? Que
resultados você espera alcançar?
Terceiro passo: Descrever como as ferramentas virtuais podem ajudar a melhorar estas rotinas e,
conseqüentemente, estes resultados?
Entre na internet e descreva de forma abreviada e com as suas palavras cada uma destas ferramentas
virtuais:
 Facebook
 Blog
 Twitter
 Google groups: criar um grupo com pessoas reais
do seu ambiente de trabalho.
 Google documents: criar um documento
e desenvolve-lo junto a sua equipe de trabalho
 Skype:
 Ambiente moodle do curso
Que ferramentas ou instrumentos disponíveis no elenco das tecnologias educacionais você acha que
podem ser utilizadas para alcançar essas mudanças? Qual delas lhe parece mais
adequada/interessante? Qual delas apresenta maiores possibilidades para o desenvolvimento de um
instrumento de trabalho de equipe?
Quarto passo: Refletir criticamente a respeito de qual destas ferramentas foi mais interessante para
você? Quais as possibilidades de desenvolver um trabalho de equipe em seu ambiente de trabalho real
com algumas destas ferramentas? Responda a estas questões de maneira analítica e crítica.
Ao responder a estas questões, você precisará definir, com segurança, quais são os objetivos para o
uso desta(s) ferramenta(s) e os resultados que você espera obter. Para tanto, registre tudo o que você
observou /pesquisou nestes quatro passos num documento e poste na Base de Dados Ambiente
Virtual Como Objeto de Investigação.
Para a atividade 4:
1) Escreva, no mínimo, 30 linhas sem contar referências e cabeçalho;
2) Redija uma por uma, suas respostas aos três passos iniciais da atividade, de forma
que, no quarto passo, você analise o que escreveu e reflita profundamente com base
no que você descreveu. Assim, você terá um texto com consistência e coerência,
exigências básicas do trabalho acadêmico.
Leia o texto Poder local e educação no Brasil: dimensões e tensões de autoria de Sofia Lerche Vieira,
publicado na Revista Brasileira de Política e Administração da Educação (v.27, n.1, p. 123-133,
jan./abr. 2011), disponível na nossa biblioteca.
Em seguida procure compará-lo com o artigo apresentado acima (de José Carlos Vaz Gestão
Democrática da Educação). A partir desta comparação, escreva um texto em que apareça um
argumento comum aos dois textos e um argumento que apareça de modo diferente nos dois textos
(que sejam contrários). Poste seu texto na Base de dados: Gestão da Educação.
Biblioteca da Sala

ABRANCHES, Sérgio. O que fazer quando eu recebo um trabalho CRTL+C, CTRL+V?
Autoria, pirataria e plágio na era digital: desafios para a prática docente. In: XAVIER,
Antonio Carlos et al. Hipertexto & Cibercultura. Links com literatura, publicidade, plágio
e redes sociais. São Paulo: Respel, 2011.
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Maria Margarida de. Como Preparar Trabalhos Para Cursos de Pós-Graduação: noções
práticas. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
______. Redação Científica: elaboração do TCC passo a passo. São Paulo: Factash, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação:
trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2011.
______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de
Janeiro, 2002.
______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
CRUZ, Anamaria da Costa; MENDES, Maria Tereza Reis. Trabalhos Acadêmicos, dissertações e
teses: estrutura e apresentação.São Paulo: Intertexto, 2003.
FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da Ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
LOPEZ Y MIRA, Emilio. Como Estudar e Como Aprender. São Paulo: Metre Jou,1968.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica.
5.ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MOREIRA, Herivelto; CALEFFE, Luiz Gonzaga. Metodologia da Pesquisa Para Professor
Pesquisador. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.
NORMALIZAÇÃO de trabalhos da UFSC. Disponível em:
<http://portalbu.ufsc.br/normalizacao-de-trabalhos-2/>. Acesso em: 21 ago. 2011.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia Científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. 4.
ed. São Paulo: Loyola, 2009.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1985.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 6.ed. São Paulo: Atlas,
2006.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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Sala Ambiente Metodologia da Pesquisa Educacional