Módulo II - Intermediário Apresentação Prezado Jovem Cooperativista, Uma longa caminhada começa com o primeiro passo. Você iniciou a sua completando o Nível Básico e agora se prepara para enfrentar o Nível Intermediário do Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas, oferecido pelo SESCOOP. Saiba que esta é uma oportunidade única de se juntar a outros que, da mesma forma, buscam a formação de liderança no seleto mundo do cooperativismo. Você já navegou por uma série de conteúdos que proporcionaram uma viagem pela história do cooperativismo, com escalas em grandes nomes que fizeram surgir no mundo todo este arcabouço teórico. Conheceu os princípios e as doze virtudes da doutrina bem com a estrutura organizacional de uma sociedade cooperativista. Agora saberá qual o seu papel nesta organização de tão grande magnitude. Com todo este suporte você se prepara para o mundo que o cerca sabendo como atuar em cada momento decisivo, seja como líder em uma pequena comunidade ou em uma grande Cooperativa. Portanto, atue proativamente e aproveite esta oportunidade para aumentar seus conhecimentos e buscar novas oportunidades pessoais e profissionais. Seja muito bem-vindo para continuar esta jornada! Márcio Lopes de Freitas Presidente da OCB e do SESCOOP Sistema Brasileiro de Cooperativismo Organização e Administração Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB Conselho de Administração Conselheiros indicados pelos ramos Diretoria-Executiva Presidente titulares Presidente Conselheiros indicados pelas Oces Agropecuário Márcio Lopes de Freitas titulares Elizeu Cardoso Viana Região Norte Malaquias Ancelmo de Oliveira Região Nordeste Onofre Cezário de Souza Filho Região Centro-Oeste Ronaldo Ernesto Scucato Região Sudeste Neivor Canton Região Sul suplentes Gustavo Augusto Gonzaga Região Norte Roberto Coelho da Silva Região Nordeste Marcio Antonio Portocarrero Região Centro-Oeste Francisco de Assis Souza França Luiz Roberto Baggio Lajose Alves Godinho Crédito Valdir Pimenta da Silva Infra-Estrutura Eudes de Freitas Aquino Saúde Rozani Holler Márcio Lopes de Freitas Ronaldo Ernesto Scucato Luiz Roberto Baggio Vice-Presidentes Superintendências Luís Tadeu Prudente Santos Superintendente Administrativo Ramon Gamoeda Belisário Superintendente Técnico Trabalho Conselho Fiscal suplentes Habitacional efetivos Carlos Fabiano Braga Orlando Colavolpe Ruiter Luiz Andrade Pádua suplentes Gerson Marino Thomé Luiz Hilton Temp Roberto Marazi Agostinho Thedim Costa Conselho de Ética Márcio Francisco Blanco do Valle Consumo Nélio Botelho Transporte Willian Kun Niscolo Produção Maria Cristina Costa Pompermayer Educacional Região Sudeste efetivos Américo Utumi Flodoaldo Alves de Alencar José Apolônio de Castro Figueira suplentes Luiz Carlos M. Palmquist Emiliano Pereira Botelho Luiz Dias Thenório Filho Wilson Thiesen Região Sul Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP Conselho Nacional Conselheiros indicados pela OCB Márcio Lopes de Freitas João Nicédio Alves Nogueira (CE) titular Sílvio Silvestre de Carvalho (RR) suplente Benjamim de Freitas Pinheiro (ES) titular Evaristo Câmara Machado Netto (SP) suplente Guntolf Van Kaick (PR) titular Américo Utumi (SP) suplente Antônio Chavaglia (GO) titular Remy Gorga Neto (DF) suplente Presidente Conselheiros indicados pelos ministérios Ministério da Fazenda José Gerardo Fontelles titular Gilson Alceu Bittencourt suplente Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Marcio Antonio Portocarrero titular Ézio Gomes da Mota suplente Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Sílvio Carlos do Amaral e Silva titular Ministério do Trabalho e Emprego Sônia Maria Rocha Heckert titular Ricardo Andrés Cifuentes Silva suplente Ministério da Previdência e Assistência Social Sebastião Faustino de Paula titular Jorceli Pereira de Sousa suplente Conselheiro representante dos empregados em cooperativas Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Paulo Roberto da Silva titular Márcio Cândido Alves suplente Conselheiros indicados pela OCB Élvio Silveira (Ocesc) titular Evandro Scheid Ninaut (OCB) suplente Fábio Luís Trinca (OCB) titular Belmira Neves de Oliveira (OCB) suplente Marcelo Barbosa Avelar titular Raimundo Sérgio Campos suplente Conselheiro representante dos empregados em cooperativas Conselho Fiscal Diretoria-Executiva Conselheiros indicados pelos ministérios Ministério da Previdência e Assistência Social José Raymundo Fernandes de Aguiar titular Sílvio Mattar suplente Ministério da Fazenda Rodrigo Sampaio Marques titular Luiz Fernando Alves suplente Antonino Falchetti titular Márcio Lopes de Freitas Presidente Luís Tadeu Prudente Santos Superintendente Administrativo Ramon Gamoeda Belisário Superintendente Técnico Índice Apresentação ........................................................................................ 5 Introdução ............................................................................................. 9 Capítulo 1 - Doutrina e Filosofia do Cooperativismo ................. 11 Introdução à Legislação Cooperativista ........................................... 11 Capítulo 2 - A Organização ............................................................. 17 A Dimensão do Planejamento ......................................................... 17 Cultura Organizacional .................................................................. 21 O Papel do Líder na Organização ................................................... 23 Empreendedorismo: Conceituação................................................... 29 Capítulo 3 - Gestão de Pessoas ....................................................... 33 O Que é uma Equipe ....................................................................... 33 A Comunicação ............................................................................... 37 Administrar o Tempo: Um Fator Importante ................................. 39 A Importância de Saber Tomar Decisões ......................................... 41 Capítulo 4 - Gestão de Processos e Projetos ................................. 45 Postura diante de Cliente e Fornecedor ........................................... 45 Definição de Processo e Projetos...................................................... 51 Mensagem............................................................................................ 53 Referências Bibliográficas ................................................................ 55 Endereços do Sescoop – Sistema OCB ............................................ 57 Introdução Você já deu os primeiros passos rumo à liderança cooperativista. Já aprendeu que o homem, desde os primórdios, precisa estar junto de outro para garantir sua sobrevivência e para se aperfeiçoar cada vez mais. Com isso, começa a despertar dentro de si uma sede de saber que é característico de uma pessoa com espírito de liderança. Aproveite esta vontade para conhecer o mundo das Cooperativas, nos quais o senso comum é a partilha e o bem-estar de todos. Melhore seus conhecimentos quanto a esta cultura fascinante e se perceba, de repente, satisfazendo seus sonhos e dos demais parceiros, trazendo uma nova perspectiva de vida para todos que o cercam. Utilizando seu aprendizado a partir deste módulo, você desenvolverá procedimentos que possibilitarão o trabalho em equipe e saberá, de maneira eficaz, motivar seus liderados além de administrar de maneira eficiente o tempo no seu espaço produtivo, seja ele qual for. Ao finalizar esta etapa do Programa, você terá noção do quanto custará cada decisão tomada e saberá como lidar com seus clientes e seus fornecedores de forma que ambos saiam contentes com as negociações. Este é o nosso desejo. Siga em frente. Capítulo 1 Doutrina e Filosofia do Cooperativismo Introdução à Legislação Cooperativista Com a finalidade de manter a unidade internacional de sua filosofia e doutrina, e defender seus interesses pelo mundo, o Cooperativismo está organizado em todos os continentes. Sua organização máxima mundial é a Aliança Cooperativa Internacional - ACI, seguida pela Aliança Cooperativa Internacional das Américas - ACI - Américas. No Brasil, a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB é o orgão máximo de representação e está presente em 26 Estados e no Distrito Federal. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo SESCOOP, é o responsável pelo ensino, formação profissional, organização e promoção social dos trabalhadores, associados e empregados das cooperativas brasileiras. O SESCOOP investe continuamente nos associados, dirigentes e empregados, ajudando a profissionalizar a gestão das cooperativas. O Governo brasileiro, atento ao desenvolvimento do cooperativismo, sempre buscou ampará-lo por meio de legislações especifícas. O primeiro Decreto que menciona o cooperativismo surgiu no dia 06 de janeiro de 1903, sob o nº 979, permitindo aos sindicatos a organização de caixas rurais de crédito, bem como cooperativas agropecuárias e de consumo, sem maiores detalhes. Em 05 de janeiro de 1907, surgiu o Decreto nº 1.637, aonde o Governo reconhece a utilidade das cooperativas, mas sem ainda reconhecer sua forma jurídica, distinta de outras entidades. Módulo II - Intermediário 11 A Lei nº 4.948, de 21 de dezembro de 1925, e o Decreto nº 17.339, de 02 de junho de 1926, tratam especificamente das Caixas Rurais Raiffeisen e dos Bancos Populares Luzzatti. Já o Decreto nº 22.239, de 19 de dezembro de 1932, apresenta as características das cooperativas e consagra as postulações doutrinárias do sistema cooperativista, mas foi revogado em 1934, sendo restabelecido em 1938. Em 1943 foi novamente revogado, para ressurgir em 1945, permanecendo em vigor até 1966. Apesar de todos os transtornos, foi uma fase de muita liberdade para formação e funcionamento de cooperativas, inclusive com incentivos fiscais. A partir de 1966, com o Decreto-Lei nº 59, de 21 de novembro, e regulamentado pelo Decreto nº 60.597, de 19 de abril de 1967, o cooperativismo foi submetido ao centralismo estatal, perdendo muitos incentivos fiscais e liberdade já conquistadas. Finalmente, no dia 16 de dezembro de 1971, foi promulgada a Lei nº. 5.764, ainda em vigor, que define o regime jurídico das cooperativas, sua constituição e funcionamento, sistema de representação e órgãos de apoio. Enfim, contém todos os requisitos para a viabilização do Sistema Brasileiro de Cooperativismo. Histórico 12 Decreto Nº 979 de 06 de janeiro de 1903 Faculta aos profissionais da agricultura e indústrias rurais a organização de sindicatos para defesa de seus interesses. Decreto-Lei Nº 1.637 de 5 de janeiro de 1907 Cria Sindicatos profissionais e sociedades cooperativas. Decreto-Lei Nº 17.339 de 2 de junho de 1926 Aprova o regulamento destinado a reger a fiscalização gratuita da organização e funcionamento das Caixas Raiffeisen e Bancos Luzzatti. Decreto-Lei Nº 22.239 de 19 de dezembro de 1932 Já com as alterações em itálico, introduzidas pelo decreto-lei nº 581. Decreto-Lei Nº. 24.647 de 10 de julho de 1934 Revoga o decreto nº 22.239, de 19 de dezembro de 1932; estabelece bases, normas e princípios para a cooperação profissional e para a cooperação social; faculta auxílios diretos e indiretos às cooperativas; e institui o Patrimônio dos Consórcios Profissionais Cooperativos. Decreto-Lei Nº 581 de 1º de agosto de 1938 Dispõe sobre registro, fiscalização e assistência de sociedades cooperativas; revoga os decretos ns.23.611, de 20 de dezembro de 1933; 24.647, de 10 de julho de 1934; e revigora o decreto 22.239, de 19 de dezembro de 1932. Decreto-Lei 5.893 de 19 de outubro de 1943 Dispõe sobre a organização, funcionamento e fiscalização das cooperativas. Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas Decreto-Lei Nº 8.401 de 19 de dezembro de 1945 Revoga os decretos-leis nº 5.893 de 19 de outubro de 1943 e 6.274 de 14 de fevereiro de 1944, exceto disposições dos arts. 104 a 118 e seus parágrafos, revigorando o Decreto-lei nº 581, de 1º de agosto de 1938 e a lei nº 22.239, de 19 de dezembro de 1932. Decreto-Lei Nº 59 de 21 de novembro de 1966 Define a política nacional de cooperativismo, cria o Conselho Nacional do Cooperativismo e dá outras providências. Decreto-Lei 60.597 de 19 de abril de 1967 Regulamenta o Decreto-Lei nº 59, de 21 de novembro de 1966. Lei Nº 5.764 de 16 de dezembro de 1971 Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências. Para que haja legitimidade nas ações das cooperativas, usa-se como referência a Legislação específica: • • • • Constituição Federal (Art. 5º, incisos XVII e Art. 174, § 2º.); Código Civil (Art. 1.093 a 1.096) Lei Federal nº. 5.764/71 Outras legislações específicas A Lei Federal nº. 5.764/71 Estabelece todos os princípios de criação e gestão de todas às Cooperativas, quaisquer que sejam os segmentos das mesmas. Essa foi submetida ao aval da Organização das Cooperativas do Brasil - OCB, a Organização das Cooperativas do Estado - OCE e conta ainda, com a chancela especial da Associação Nacional das Cooperativas de Trabalho - ANCT, criando com isso todo o respaldo legal para que haja transparência em sua formatação e operações com os cooperados e com seus clientes. Observe: Na Lei 5.764/71, em seu Artigo 90, estabelece que não há vínculo empregatício entre o cooperado e a Cooperativa, pois a relação do mesmo com a Sociedade é de ”dono”, pelo fato do profissional ter adquirido as cotas de Capital. Tampouco há vínculo empregatício entre o cooperado e o cliente da Cooperativa para o qual o mesmo eventualmente prestar serviços, pois sua relação com o tomador é uma relação civil, e não trabalhista. A própria Consolidação das leis Trabalhistas - CLT, em seu Artigo 442, Parágrafo Único, especifica que não há vínculo empregatício entre cooperado e Cooperativa, nem entre cooperado e tomador de serviços da Cooperativa. Módulo Ii - Intermediário 13 Direito Constitucional Devido aos princípios de estímulo à valorização do homem, por meio da cooperação mútua, as Cooperativas são beneficiadas pela nossa Constituição Federal, que por meio do Artigo 174, § 2º de 1.988, o Governo passou a valorizar o papel social que tais Sociedades têm prestado ao país, inclusive apoiando e fomentando o cooperativismo em todos os níveis sociais e profissionais. Além disso, a própria Organização Internacional do Trabalho - OIT tem apoiado indistintamente, todas as iniciativas do cooperativismo no mundo. Direito Previdenciário O Decreto-Lei de nº. 611/92 estabeleceu a obrigatoriedade da contribuição à Previdência Social - INSS - por todos os profissionais autônomos associados às Cooperativas de Trabalho e que nessa condição, prestam serviços. Direito Tributário A Constituição garante às Sociedades Cooperativas, ”adequado tratamento tributário aos atos dos cooperados”, estabelecendo um diferencial competitivo das Cooperativas em relação às Empresas Mercantis. Entretanto, sistematicamente os interesses corporativistas dessas mesmas empresas, que se sentindo ameaçadas pelo crescimento do movimento cooperativista, estão buscando fomentar ”lobbys” junto ao Governo, para que haja uma excessiva tributação às Cooperativas. Portanto, como a iniciativa social da Cooperativa de Trabalho, vem agregando um índice satisfatório em relação às oportunidades de resgate dos trabalhadores que estão hoje sofrendo as conseqüências da globalização, do desemprego e da falta de renda, os tribunais tem acatado todos os pedidos de tutela jurisdicional, que as associadas da ANCT tem impetrado, no sentido de fazer valer o direito de trabalhar, gerando riquezas e impostos condizentes com a característica de Entidades Sem Fins Lucrativos. Gestão da Cooperativa A Constituição Brasileira também garante o princípio de gestão independente às cooperativas, estabelecendo que não poderá haver interferência ou fiscalização do Governo no funcionamento das mesmas. Criação de uma Cooperativa Para a formação de uma cooperativa faz-se necessários alguns procedimentos, sem os quais não terão amparo legal. As primeiras iniciativas são: 1. Reunião com os membros do grupo; 2. Definir os objetivos da cooperativa; 3. Ter um mínimo de vinte cooperados; 14 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas 4. Definir o Estatuto; 5. Convocar a Assembléia Geral de Constituição; Os Estatutos estabelecem as regras de funcionamento das cooperativas. A Assembléia Geral serve para definir estas regras, eleger os cargos de Diretoria e Conselho Fiscal. Numa cooperativa, os estatutos devem ser analisados pela Organização das Cooperativas do Estado – OCE e ainda ser filiada à Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB. O Estatuto Social da Cooperativa - Principais Tópicos Por estabelecerem as regras de funcionamento, é fundamental destacar alguns itens no Estatuto, para que fique claro, como se dão os processos da Cooperativa. Principais Tópicos: • enominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da socieD dade, fixação do exercício social e da data do levantamento do balanço geral; • ireitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades D e condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão e normas para representação; • apital mínimo, valor da quota-parte, mínimo de quotas partes a ser C subscrito pelo associado, o modo de integralização, condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou exclusão; • orma de devolução das sobras registradas aos associados ou do rateio F das perdas apuradas; • odo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos M órgãos, definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato e processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais; • ormalidades de convocação das assembléias gerais e a maioria delas F requeridas para a sua instalação, validade das suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiverem interesse particular sem privá-los de participar dos debates; • Casos de dissolução voluntária da sociedade: » modo e processo de alienação ou oneração de bens imóveis; » modo de reformar o estatuto; » número mínimo de associados. Área de Atuação da Cooperativa: Todo o território nacional, por meio de escritórios regionais ou Cooperativas singulares, derivadas da central. Módulo Ii - Intermediário 15 Objetivo da Cooperativa: Definido o objetivo, deve-se agregar profissionais da área específica, criando condições harmônicas de conquista dos objetivos e benefícios comuns, principalmente a defesa sócio-econômica dos mesmos. Quem pode ingressar na Cooperativa: Todos os profissionais que se encontram em condições de oferecer seus serviços profissionais, de acordo com as categorias estabelecidas no Estatuto, não havendo fato impeditivo legal. Direitos dos Cooperados: Todos os direitos dos cooperados devem ser contextualizados no estatuto. Obrigações dos Cooperados: Todos os deveres dos cooperados devem ser contextualizados no estatuto. Exclusão de Associados: O cooperado poderá ser excluído da Sociedade se exercer qualquer atividade considerada prejudicial à Cooperativa, ou que colida com os seus objetivos, ou ainda se deixar de cumprir os dispositivos da Lei, do Estatuto ou das decisões adotadas pela Sociedade. Será excluído ainda, o cooperado que por incapacidade civil não suprida, ou por deixar de atender os requisitos de ingresso e permanência na Sociedade ou ainda por sua morte, não puderem mais contribuir com a Sociedade, e todas estas alternativas também deverão ser contextualizadas no estatuto. Assembléia Geral: Uma vez por ano, será realizada a Assembléia Geral Ordinária - AGO da Cooperativa que deliberará sobre eleições dos membros dos Conselhos nos prazos estabelecidos pelo Estatuto, a prestação de contas, deliberações pertinentes à AGO, aprovação de Relatório de Gestão, fixação das metas para o exercício corrente e fixação dos honorários da Diretoria e Conselhos. Sempre que necessário, a Cooperativa poderá chamar Assembléias Extraordinárias, para deliberar sobre outros assuntos de interesse da Sociedade. 16 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas Capítulo 2 A Organização A Dimensão do Planejamento No mundo atual, com avanços tecnológicos em todas as áreas, com a formação de blocos econômicos, globalização, etc, a concorrência entre as empresas torna-se cada vez mais acirrada e para sobreviver neste cenário é fundamental dar-se a importância devida ao planejamento. Os administradores precisam despertar para a importância de um bom planejamento, que tem o poder de transformar uma empresa, tornando suas rotinas mais eficientes e eficazes. Para melhor entendimento vamos abordar os seguintes conceitos: planejamento, estratégia e tática. Planejamento é o ato de se idealizar a forma de concretização de um empreendimento, onde se estabelecem os objetivos, os recursos necessários para atingi-los, as políticas que deverão conduzir os processos de aquisição, utilização e disposição desses recursos, etapas, prazos e meios para sua concretização. É uma ferramenta utilizada para organizar as informações e os dados importantes, definidos de acordo com uma cronologia, de forma a manter a empresa funcionando com todos os recursos otimizados e assim conseguir atingir os seus objetivos. O primeiro passo para um bom planejamento é a definição do objetivo da empresa. Logicamente dar lucro é objetivo de toda empresa, portanto não precisa estar explicitado no planejamento. O objetivo precisa ser mais específico, mais refinado. Imagine uma empresa fabricante de brinquedos. Seu objetivo seria conquistar as crianças, oferecendo brinquedos atrativos e de qualidade. Para isso necessita de uma forte campanha de marketing que atinja este ”público alvo”, de forma que possa criar um vínculo com ele e fidelizar essa clientela. Módulo II - Intermediário 17 Outra parte do planejamento e tão importante quanto a definição do objetivo é a definição das políticas que deverão conduzir os processos de aquisições, utilização e disposição dos recursos. Esta parte do planejamento trata de como fazer compras, o uso das mercadorias, ou seja, como a empresa deve funcionar. Nessa parte do planejamento é que se define, tomando o exemplo da indústria de brinquedos, quantos brinquedos "A" devem ser produzidos, quanto de matéria prima deve ser comprada para fazer um número ”x”deste brinquedo, horário de funcionamento dos turnos, número de empregados necessários, por quanto cada brinquedo será comercializado, etc. É o "corpo" do planejamento. Estratégia é a forma de utilização dos recursos disponíveis visando atingir os objetivos específicos. Surgiu da atividade militar, que define estratégia como sendo a aplicação de forças em larga escala contra algum inimigo. Traduzindo para termos empresariais, é a mobilização de todos recursos da empresa, visando atingir os objetivos a longo prazo. Em outras palavras, estratégia é a capacidade de antecipar situações e comportamentos do mercado e de pessoas. Se souber qual será a reação do cliente perante um determinado produto ou serviço, pode-se aumentar o faturamento, procurando atender melhor as suas necessidades. Qual poderia ser a estratégia de uma cooperativa de confeiteiros? Poderia ter em mente conquistar todos os empresários e comerciantes que trabalham nos edifícios comerciais das redondezas. Para que? Depois da conquista dessa freguesia, a cooperativa poderia oferecer um serviço de buffets nos eventos e comemorações dessas empresas. Daí a importância de ter os pés no presente, porém com os olhos no futuro. Tática é uma atividade específica realizada para atingir um objetivo. É uma subdivisão da estratégia. Por exemplo, a cooperativa de confeiteiros coloca cartazes na calçada com fotos dos doces mais bonitos e apetitosos, como forma de atrair os clientes. Tática é um esquema específico de emprego de alguns recursos dentro de uma estratégia geral. No planejamento são criadas estratégias para chegar aos seus objetivos e aplicar táticas para cada objetivo específico. O planejamento não garante o sucesso de uma empresa, mas otimiza a possibilidade e ajuda na diminuição dos riscos, uma vez que nele os riscos também são calculados. 18 Com um planejamento bem elaborado pode-se visualizar uma chance ou uma grande oportunidade para uma empresa. Esse mostra como otimizar recursos disponíveis, uma vez que apresenta cada parte da empresa. Ao mesmo tempo, o planejamento permite ver a empresa como um todo, o que vai ajudar a desenvolver métodos e estratégias eficientes para o crescimento da empresa. Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas Lembretes importantes: • eja objetivo e claro ao descrever as informações, tomando cuidado S para não omitir detalhes importantes. • Defina bem o objeto, com um foco claro de atuação. • ão use excessivos termos técnicos, se tiver que usá-los, explique-os N claramente para que os leigos entendam. • imensione sua produção em função da demanda de mercado e não D em função da sua capacidade de produção. • ão invente números, projete custos e receitas tendo por base pesquiN sas e o histórico da empresa. Módulo Ii - Intermediário 19 Cultura Organizacional A cultura organizacional é um conjunto de valores e normas que controlam as interações dos membros da organização entre si e com as pessoas externas, como fornecedores e clientes. Pode ser usada para alcançar vantagem competitiva e para promover os interesses dos stakeholders1, uma vez que controla como as pessoas se comportam, tomam decisões e gerenciam o ambiente organizacional. Os valores são padrões ou princípios éticos que as pessoas utilizam para determinar quais comportamentos e situações são desejáveis ou não na empresa. Valor terminal é uma situação final que as pessoas desejam alcançar e pode estar refletido na missão e objetivos oficiais da empresa. Valor instrumental é a maneira de agir ou um comportamento desejável, como por exemplo: trabalhar pesado, respeitar tradições e autoridade, ser conservador e cuidadoso, ser criativo, corajoso e honesto, aceitar riscos e manter os padrões altos. A cultura organizacional consiste em uma combinação de seus valores terminais e instrumentais, podendo tender para ser mais conservadora ou empreendedora. A maioria dos valores importantes não estão escritos, existindo apenas na forma de pensar, agir e no jeito de enfrentar os problemas que as pessoas aprendem umas com as outras e que são consistentes com os valores aceitáveis pela empresa. A cultura organizacional, baseada nos valores incorporados em suas normas, regras, procedimentos operacionais e objetivos orientam as pessoas em suas ações, decisões e comportamentos. É transmitida à medida que as pessoas aprendem os valores com as práticas formais de socialização e com a convivência, as histórias, cerimônias e linguagem organizacional que se desenvolvem informalmente. A Cultura Organizacional se desenvolve pela interação de quatro fatores que produzem diferentes culturas em organizações diferentes: as características pessoais e profissionais das pessoas; a ética organizacional; os direitos que a organização dá a seus empregados; e a estrutura da organização. Uma cooperativa é um empreendimento comercial, um negócio, que também necessita de resultados, porém difere-se das demais sociedades por não visar lucros. Isto pode, de certa forma, ser considerado uma cultura das or1. Stakeholder ou, em Português, parte interessada, refere-se a todos os envolvidos em um processo, por exemplo, clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade, etc. O processo em questão pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o negócio de uma empresa ou a missão de uma organização sem fins lucrativos). Módulo Ii - Intermediário 21 ganizações cooperativas, embora a cultura organizacional esteja muito mais relacionada com os procedimentos internos de cada organização, podendo a cultura organizacional da cooperativa ”A”ser diferente da cultura organizacional da cooperativa ”B”, mesmo as duas atuando no mesmo ramo. É válido salientar, que apesar de saber que a cultura organizacional é própria de cada empresa, há uma tendência que empresas de mesmo ramo possuam cultura parecida, uma vez que seus valores, missão e objetivos são comuns. Desta forma, é importante ressaltar quais os aspectos que diferem uma sociedade mercantil de uma sociedade cooperativa. Uma cooperativa, como toda empresa, é um ser jurídico. É uma sociedade de pessoas que compartilham os mesmos objetivos e operam reciprocamente. É uma empresa que se difere das demais empresas mercantis por várias características que lhe são peculiares. O cooperativismo tem como fundamentos doutrinários o humanismo, a liberdade, a igualdade, a solidariedade e a racionalidade, sendo uma doutrina econômica que deseja produzir um sistema reformista da sociedade; A Sociedade Cooperativa é uma entidade jurídica de direito privado e, que se diferencia das demais sociedades em alguns tópicos, tais como: 22 • Não está sujeita às leis de falência; • em capital variável na medida em que os sócios ingressam na sociedaT de e ampliam sua atividade ou são eliminados da mesma; • Não visa lucro e seus resultados, portanto, são retornados ao sócio; • capital não responde nas decisões. Cada sócio, independentemente O de seu capital, decide individualmente; • regida por lei específica, por um Estatuto Social e por uma AssemÉ bléia composta por todos os sócios; • omo empresa, a Cooperativa opera no mercado de acordo com as C características de suas atividades; • , portanto, um ser jurídico, devidamente constituído e com plenos É direitos para exercer o seu objetivo social. Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas O Papel do Líder na Organização Encontra-se infindáveis conceitos de liderança, de acordo com a perspectiva de quem o enuncia. Você já conheceu os conceitos básicos de liderança no Módulo Básico deste programa. Nesta fase vamos falar um pouco do que um líder pode fazer dentro de uma organização. Como deve atuar e quais as suas principais características. Uma vez visto que a liderança é a habilidade de influenciar pessoas, por meio da motivação, a agirem entusiasticamente de acordo com a estratégia da empresa e com isso alcançarem um objetivo comum; fica fácil entender qual o papel do líder numa organização. Mas, o que é ser ”Líder”? Em um conceito simples, Liderar é estar pronto para servir. Servir a uma equipe, organizada para um propósito. A figura do líder se confunde com a figura do liderado, pois ambos buscam ”resultados”. Assim, ao final de um trabalho realizado, todos são responsáveis por tudo, sucessos e fracassos. Quando verifica-se a história, se descobre que os grandes líderes tinham ”algo mais” que os outros de suas épocas: usavam o amor, a tolerância e a oportunidade como instrumentos para alcançarem seus objetivos. Por exemplo: Jesus Cristo (líder espiritual) e Mahatma Gandhi (líder político) fizeram grandes revoluções utilizando estas três ”armas”. Portanto, o(a) líder que se baseia na força ou na coerção não tem espaço no Século XXI. Da mesma maneira, o(a) Jovem Líder Cooperativista deve buscar a visão do fazer melhor, utilizando estratégias e tecnologias diferenciadas. Deve também aproveitar as oportunidades de negócios, de crescimento, de agregar valores e fazer tudo que lhe vier à mão de maneira profissional, fugindo do amadorismo. Desta forma, seus liderados e seus clientes terão sempre uma expectativa de que seus anseios serão atendidos. Função do Líder Os líderes desempenham importante função simbólica tanto para os membros do grupo como para os de fora do grupo. É impossível a todo funcionário entender tudo o que se passa na organização. O líder exerce a função de esmiuçar as informações e as apresenta de forma lógica convincente e emocionalmente gratificante para as pessoas que estão tentando entender Módulo Ii - Intermediário 23 as causas e as conseqüências da atividade organizada. Assim, consegue-se reduzir as complexidades da organização à condição simples que as pessoas conseguem entender e comunicar. Quando o tema liderança é debatido sob as várias óticas, de vários autores, percebe-se que existem algumas semelhanças com relação aos requisitos necessários para o desenvolvimento do papel do líder em sua função. O primeiro ponto a destacar é que o desempenho das atividades do líder é diretamente proporcional aos resultados da equipe, ou seja, o seu desempenho depende do compartilhamento dos resultados com as pessoas que fazem parte de sua equipe de trabalho. É preciso envolver-se com a equipe, no sentido de estimular esforços em uma mesma direção, fazendo com que todos possam atingir um mesmo objetivo. Mas, como fazer isso? É sabido que atualmente o diferencial não é mais a tecnologia, pois o mundo vive a era da informação e do conhecimento. O foco principal agora para a obtenção dos resultados organizacionais está nas pessoas. O objetivo principal da liderança está em respeitar as pessoas, estimular o autogerenciamento, as equipes autônomas e as unidades empreendedoras. Os líderes pensam mais a longo prazo, percebem as inter-relações que fazem parte de realidades mais amplas, pensam em termos de renovação, têm habilidades políticas, provocam mudanças, afirmam valores e conseguem unidades. O líder deve ser antes de tudo um Gestor de Pessoas. O que a Organização espera de um Líder O Gestor de Pessoas precisa agir de acordo com seu discurso, uma vez que ele deve servir de exemplo para as pessoas que o seguem. Quando qualquer profissional executor de atividades técnicas passa a assumir um papel de liderança, a equipe espera que ele tenha objetivos claros e estratégias adequadas para conduzir as ações em direção aos resultados organizacionais. Entretanto, é importante ressaltar que a condução das ações passa primeiro pela condução das pessoas em detrimento de seus objetivos pessoais. Cada pessoa é um ser humano único, sistêmico, com personalidade, características, habilidades, atitudes e conhecimentos diferentes uns dos outros. Por isso, é preciso conhecer as ferramentas de Gestão de Pessoas que poderão auxiliar na tomada de decisões em relação ao aproveitamento e valorização dos talentos que integram as equipes de trabalho. A principal ferramenta da Gestão de Pessoas é o aprendizado contínuo, que direciona o líder para o aprendizado organizacional, ou seja, é preciso que ele desenvolva a capacidade de promover educação - desenvolvimento com serviço de alta qualidade e dar abertura para a transmissão de informações, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo, de maneira a permitir a participação dos colaboradores na tomada de decisões, atuando como educador, negociador, incentivador e coordenador. 24 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas Pontualmente, pode-se indicar algumas Atitudes que a organização espera do líder: Auto-conhecimento -reconhecimento dos seus pontos fracos e fortes, bem como dos objetivos a serem atingidos; Sinceridade -honestidade no pensamento e nas ações, agindo com integridade e confiança absolutas com os dirigentes e com os funcionários (seguidores); Curiosidade -aprimoramento permanente por meio de cursos, treinamentos, etc.; Audácia -disposição de correr riscos calculáveis; Responsabilidade -escolha das ações mais pertinentes; Auto-motivação -conhecimento do que se pretende, o que favorece uma motivação consistente; Ética -padrão elevado de comportamento: honestidade e integridade na adoção de regras e normas definidas pela sociedade; Flexibilidade -capacidade de adaptar-se às mudanças organizacionais e mundiais; Administração do tempo -priorização de atividades e aproveitamento das reuniões de forma satisfatória, eliminando as decisões pendentes; Proficiência -conhecimento profundo do que faz, mediante treinamento constante; Gerenciamento recíproco -estabelecimento de relações de troca satisfatórias entre dar e receber. Características de um Verdadeiro Líder O líder como um Gestor de Pessoas não precisa ser tirano para obter mais de sua equipe. Ele motiva seus liderados de tal forma que, mesmo sem sua presença física (utilizando telefone, fax e internet), consegue atingir os resultados desejados. Para que haja legitimidade do Líder é necessário que ele seja escolhido por seus liderados e não ”imposto” por ninguém. Isto dá uma pré-disposição de todos em segui-lo, ”arregaçando as mangas” com ele. Para o desenvolvimento de uma liderança efetiva, é necessário que o líder dê aos seus liderados tudo o que for necessário para que eles se desenvolvam pessoal e profissionalmente, buscando alcançar as metas esperadas. Dessa forma, o Jovem Líder Cooperativista deve inspirar e influenciar seus liderados. Isso só será possível com o desenvolvimento de confiança entre todos e com um comportamento consistente, verdadeiro, respeitoso e ético do líder. Módulo Ii - Intermediário 25 Isto posto, pode-se caracterizar um Jovem Líder Cooperativista como aquele que: I - Conhece cada um de sua equipe: O verdadeiro líder tem a visão clara de sua área de atuação, conhece profundamente sua equipe e estuda como cada um pode responder às exigências de seu setor; II - Acompanha e orienta: Atualmente, a Avaliação de Desempenho é quase uma regra nas empresas e associações. Se o líder não oferecer suporte e não acompanhar sua equipe, não será possível cobrar ou analisar o desempenho de cada um. Se o líder não apóia, não orienta, não tem como cobrar credibilidade. III - Tem um Profundo respeito e vocação para lidar com pessoas: Vocação para ser um líder é para poucos. É necessário que valorize pessoas, goste de acompanhar, saiba respeitar, dê suporte, saiba ouvir, seja humilde, reconheça os erros e estimule o desenvolvimento, sem se colocar como ”chefe”; IV - Sabe pedir ajuda: Muitos líderes têm medo de serem rotulados como incapazes, pois aprenderam que pedir ajuda é falta de habilidade, de competência. Historicamente, as empresas sempre valorizaram quem sabe se virar sozinho. Atualmente, isto está mudando, essas preferem quem saiba dividir problemas e buscar soluções em conjunto com os outros; V - É ético: Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. É estar tranqüilo com a consciência pessoal e agir de acordo com os valores morais de sua sociedade; VI - Desenvolve novos hábitos e novas atitudes: O líder é aquele que se empenha em desenvolver novos hábitos e atitudes. É necessário mudá-los, e isso não é uma tarefa fácil nem rápida. Precisa, antes de tudo de abrir mão de alguns conceitos e valores que nem sempre queremos. VII - É motivador: A função do líder é motivar e cuidar que cada pessoa produza, que transforme suas intenções em ações, e isso se traduza em resultados. É essencialmente um compromisso com a pessoa, acompanhando sua evolução, dando-lhe suporte nos momentos difíceis e estimulando-a a avançar. O líder do Século XXI não é mais valorizado só pelo seu potencial individual, mas pelo que ele consegue que as pessoas façam e a sua capacidade para descobrir o talento oculto dessas. 26 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas A Liderança no Cooperativismo Já se sabe que o Cooperativismo é um movimento ou simplesmente uma atitude ou disposição em que a união voluntária das pessoas busca satisfazer aspirações econômicas, sociais e culturais comuns, como uma forma ideal de organização das atividades sócio-econômicas da humanidade. Também sabe-se que o líder ideal é aquele que motiva sua equipe e se realiza com a realização dos seus companheiros. A liderança no cooperativismo, então, deve ser alicerçada em aspectos comportamentais e técnicos, que nunca podem perder o foco de resultados compartilhados. O líder deve estimular e motivar o verdadeiro espírito do cooperativismo nos cooperados e ter clareza da seriedade e da cultura da cooperação como alternativa na melhoria de resultados e qualidade de vida. É preciso ter paciência, conhecimento e sabedoria para lidar com os diferentes interesses dos associados. O líder deve ter transparência nas informações, capacidade de diálogo, paixão e interesse pela sua cooperativa, comprometimento na transmissão e prática dos princípios e valores que regem a sociedade cooperativa. Líderes e demais associados devem ter consciência clara, de que a cooperativa só será forte se o associado cumprir com sua parcela de fidelidade e comprometimento. O papel do líder na cooperativa é institucionalizá-la, ou seja, dar-lhe identidade para que ela possa se perpetuar. É um papel complexo em que se espera que ele seja um homem de relações públicas, político, financista e exemplo: moral e espiritual. Contudo esse também deve ter espírito empreendedor para que tenha condições de assumir a execução de um projeto. Um líder com espírito empreendedor entra em ação com toda a veracidade, age como se nada mais importasse, constrói e conquista. Porém a necessidade do espírito empreendedor não se restringe à liderança, antes o líder deve multiplicar esse espírito e alcançar todos os cooperados, de forma que todos ajam com veemência na construção do projeto e tornem-se empreendedores. Módulo Ii - Intermediário 27 Empreendedorismo: Conceituação Princípios básicos do Empreendedorismo Em 1950 a palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter para designar uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Somente mais tarde, entre 1967 e 1970, com Kevin Knight e Peter Drucker respectivamente, é que foi agregado a este conceito o fator risco, ou seja, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. E em 1985 com Gifford Pinchot III foi introduzido o conceito de Intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma organização. A palavra empreendedorismo é uma tradução livre do termo entrepreneurship que tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo de novo. Ainda pode-se complementar com outras definições, tais como: Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação. Empreendedor é utilizado para designar, principalmente, as atividades de quem se dedica a geração de riquezas, seja na transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento, ou na inovação em áreas como marketing, produção, organização, entre outras. Exemplifica-se ainda alguns conceitos de empreendedorismo por estudiosos da área: McClelland2: ”Indivíduo movido por realização” Schumpeter3: ”É o agente do processo de destruição criativa” Drucker4: ”É fazer o negócio de hoje capaz de construir o futuro” 2. David Clarence McClelland - Americano (1917-98) Doutor em psicologia em Yale em 1941 e professor das Universidades de Wesleyan, Harvard e Boston. McClelland é principalmente conhecido pelo trabalho sobre motivação de realização. 3. Joseph Alois Schumpeter (Triesch, 8 de Fevereiro de 1883 - Taconic, 8 de Janeiro de 1950) foi um dos mais importantes economistas do século XX. 4. Peter Ferdinand Drucker, (nasceu em 19 de novembro de 1909, em Viena, Áustria - faleceu em 11 de novembro de 2005, em Claremont, Califórnia, EUA). Era filósofo e administrador austríaco, sendo considerado o pai do Marketing moderno. Módulo Ii - Intermediário 29 Shinyashiki5: ”Guerreiro amoroso” Filion6: ”É alguém que equilibra o sonhar com o fazer” Kets de Vries7: ”Desajustados que precisam criar seu próprio meio ambiente” Dolabella8: ”Alguém que sonha o sonho acordado e busca transformar o seu sonho em realidade” Pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE e Aliança Brasileira de Assistência Social e Educacional - ABASE: Empreendedor é o indivíduo que possui ou busca desenvolver uma atitude de inquietação, ousadia e proatividade na relação com o mundo, condicionada por características pessoais, pela cultura e pelo ambiente, que favorece a interferência criativa e realizadora, no meio, em busca de ganhos econômicos e sociais. Na área empresarial podemos exemplificar o que seja uma pessoa empreendedora: • Aquela que abre uma empresa, qualquer que seja; • A pessoa que compra uma empresa e coloca nelas suas inovações e im- plementações, agregando assim valor ao produto e, consequentemente, aumentado sua produtividade, assumindo os riscos, com sua forma de vender, administrar, fabricar, distribuir e comprar os produtos; • essoa que inova na forma de fazer propaganda em seus produtos e P serviços, agregando novos valores; • empregado que introduz inovações em uma empresa/organização, O provocando o surgimento de valores adicionais, gerando assim melhorias na receita da empresa, bem como crescimento em volume de produção; O empreendedor é uma pessoa capaz de identificar oportunidades, tendo visão de mercado, possuindo alto poder de persuasão e sedução, colocando suas idéias, inserindo com êxito seus produtos, proporcionando crescimento financeiro. Porém é necessário que esteja preparado para assumir os riscos do negócio e estar sempre atento para aprender com os erros cometidos, que fazem parte do contexto, cabendo ao empreendedor fazer deles acertos futuros. 30 5. Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra com pós-graduação em Gestão de Negócios (MBA - USP), é um profundo conhecedor da alma humana. 6. Louis Jacques Filion - Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Ottawa, MBA pela HEC (the University of Montreal Business School), Ph.D. em Entrepreneurship pela Universidade de Lancaster e Professor responsável pela cadeira de Entrepreneurship Maclean Hunter da HEC. 7. Manfred F.R. Kets de Vries (Países Baixos) - Psicanalista. Professor, universidade de McGill. Professor, universidade de Harvard. Professor, HEC, Montreal. 8. Fernando Dolabella - O criador da”Pedagogia Empreendedora”, implantada em escolas de 123 cidades, 59 anos, conserva uma paixão que devota ao estudo do empreendedorismo, tema dos nove livros que já escreveu. Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas O empreendedor procura se aprofundar no conhecimento do seu produto, o que lhe permite uma maior facilidade em expor, tanto o produto como suas idéias, sendo capaz de usar estas habilidades em favor de seu aperfeiçoamento empresarial. O Empreendedor consciente Para iniciar um negócio próprio, o empreendedor deve ter consciência de todas as dificuldades iniciais que irá encontrar no seu caminho, tais como: • Trâmites legais; • Comportamento do mercado para o produto; • Quanto precisa investir; • Qual a necessidade de capital de giro; • Quando começará a ter retorno; • Em quanto tempo terá o capital investido de volta, etc. A conscientização do empreendedorismo consiste em mostrar à pessoa candidata o processo de conhecimento do negócio previsto. A pessoa deve procurar formar uma cultura empreendedora e de posse dessa formação fazer uma auto-análise, despertando-a para a sua responsabilidade na função de pessoa executora, na transformação de conhecimento em riquezas para a sociedade, para a empresa e, principalmente, para si mesma. Consciente destas variáveis e obrigações pertinentes, o empreendedor poderá começar a traçar suas metas e fazer seu planejamento. Sempre ”com os pés no presente e os olhos no futuro.” Módulo Ii - Intermediário 31 Capítulo 3 Gestão de Pessoas O que é uma Equipe “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.” (Raul Seixas) Começar com um verso de Raul Seixas exprime bem o sentido do trabalho em equipe. Um verdadeiro líder sabe que sozinho não pode alcançar seus objetivos, que precisa trabalhar em equipe, ou melhor, que precisa de uma equipe que compartilhe dos mesmos sonhos. Para tanto, é preciso estabelecer laços de convivência que levarão a união e harmonia da equipe. A concepção de equipe está vinculada à de processo de trabalho e se sujeita às transformações pelas quais esse vem passando ao longo do tempo. Neste sentido, sem querer apontar todos os motivos que justificam a existência desta forma de exercer o trabalho, diría-se que a idéia de equipe advém: • Da necessidade histórica do homem de somar esforços para alcançar objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados ou seriam de forma mais trabalhosa ou inadequada; e • Da imposição que o desenvolvimento e a complexidade do mundo moderno têm imposto ao processo de produção, gerando relações de dependência e/ou complementaridade de conhecimentos e habilidades para o alcance dos objetivos. Como um grupo se torna uma equipe? Atualmente pode-se identificar vários tipos de grupos trabalhando nas mais diferentes situações. Alguns destes grupos Módulo II - Intermediário 33 conseguem se tornar equipes e outros permanecem apenas como grupos. Desta forma, uma pergunta surge desta constatação: quais são os elementos fundamentais que marcam esta diferença. O que deve-se considerar para construir uma equipe de trabalho? Apontar alguns itens básicos implicam na transformação de um grupo de trabalhadores em equipe de trabalho: • grupo consegue identificar vantagens do trabalho em equipe, como O a complementaridade, interdependência e sinergismo das ações em relação ao trabalho isolado, individual; • isposição de compartilhar objetivos, decisões, responsabilidades e D também resultados; • ecessidade de definir com clareza os objetivos e resultados – indiviN duais e do grupo – a serem alcançados; • I mportância de construir, em conjunto, um plano de trabalho e definir a responsabilidade de cada membro do grupo, para alcançar os objetivos; • Necessidade da avaliação constante dos processos e dos resultados; • ercepção de que o fracasso de um pode significar o fracasso de todos P e que o sucesso de um é fundamental para o sucesso da equipe; • I mportância de se garantir a educação permanente de todos os membros da equipe; • ecessidade de aprimorar as relações interpessoais e de valorizar a N comunicação entre os membros da equipe; • isposição das pessoas em ouvir e considerar as experiências e saberes D de cada membro do grupo. O trabalho em equipe não implica em eliminar as diferenças existentes entre seus membros (sociais, culturais, etc.) E sim trabalhar estas diferenças e os conflitos; e, • inalmente, é fundamental que os objetivos e resultados definidos se F constituam em desafios constantes para o grupo, algo que instigue cada integrante. Como perceber-se, fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe de trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que passa pelo aprendizado coletivo da necessidade de uma comunicação aberta, de uma prática democrática que permita o exercício pleno das capacidades individuais e uma atuação mais criativa e saudável de cada sujeito, evitando, assim, a cristalização de posições, a rotulação e a deterioração das relações interpessoais. Dessa forma, o grupo poderá buscar seus objetivos, responsabilizando-se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos. Diante disto, surgem inúmeros conceitos de equipe, porém, um dos mais abrangentes e que define com maior clareza seria: 34 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas Conceito de equipe "Conjunto ou grupo de pessoas com habilidades complementares, comprometidas umas com as outras pela missão comum, objetivos comuns (obtidos pela negociação entre os atores sociais envolvidos) e um plano de trabalho bem definido." (Carlos Haroldo Piancastelli, Horácio Pererira de Faria e Marília Resenda da Silveira) Nesse conceito, reconhece-se a diversidade de conhecimentos e habilidades entre os membros da equipe, que se complementam e enriquecem o trabalho como um todo, contribuindo desta maneira para que a equipe tenha mais chances de atingir seu objetivo. Sendo assim, o grupo tem um projeto de como alcançá-lo. Atualmente tem-se agregado, ainda, a idéia de que, no desenvolvimento do processo de trabalho e na busca de seus objetivos, os componentes da equipe deverão criar as condições necessárias ao crescimento individual e coletivo. Para se atingir o grau de entrosamento necessário à equipe e, conseqüentemente, atingir seus objetivos, a comunicação é de extrema importância. Quanto maior for a comunicação entre a equipe mais harmoniosas serão suas ações. A comunicação é um referencial no indicador de como está o desenvolvimento das ações de uma equipe. Se existirem problemas de comunicação na equipe, com certeza existem problemas no desempenho das atividades. Uma comunicação efetiva entre quem concebeu a idéia e a equipe levará a eficiência do trabalho. Módulo Ii - Intermediário 35 A Comunicação “A comunicação é um meio de obter a ação dos outros e é definida como o processo de transmitir e entender informação. É um modo de desenvolver entendimento entre pessoas através de um intercâmbio de fatos, opiniões, idéias, atitudes e emoções.” TREWATHA & NEWPORT (1979) Existe uma centena de conceitos e definições de comunicação variando de acordo com a ótica de quem o enuncia, sendo possível encontrar inúmeras variações na literatura disponível. A intenção é estabelecer alguns parâmetros básicos para a sua compreensão e, sobretudo, indicar a nossa perspectiva diante destes conceitos e definições. O conceito acima enunciado é um dos mais abrangentes e atuais, de forma que nos dá uma boa dimensão da importância da comunicação. É comum dizer que a essência da liderança está na capacidade de se comunicar. Desta forma, a comunicação é fundamental para o exercício da influência, para a coordenação das atividades grupais e, portanto, para a efetivação do processo de liderança. A habilidade de se relacionar é diretamente proporcional ao êxito de um líder. O objetivo do comunicador é transmitir uma mensagem para outras pessoas, de maneira que essa mensagem seja recebida sem distorções, na forma originalmente concebida. Cada vez mais a busca da excelência nas comunicações é um desafio para quem pretende atingir um alto nível de profissionalismo. Em um mundo competitivo, onde um bom marketing pessoal pode ser a senha para o sucesso, há necessidade da competência técnica, aliada à competência comportamental e emocional, que incluem relações interpessoais mais enriquecedoras. Poucos mecanismos eficazes de comunicação são aplicados atualmente nas organizações. Na realidade, a ênfase maior está na metodologia de trabalho, nos fluxogramas, relatórios e processos. Diferença entre Informação e Comunicação Informação - Emissor envia a mensagem (conjunto de dados com a intenção de eliminar uma série de incertezas) para o Receptor. Módulo Ii - Intermediário 37 Comunicação - Emissor envia a mensagem para o Receptor, no entanto esta mensagem deve ser entendida, decodificada e retornada ao Emissor por meio do feedback (compreensão da mensagem que foi transmitida). Obs.: Um dos grandes problemas de comunicação nas organizações está relacionado com a falta de feedback. Para ouvir Atentamente • Valorize a pessoa que está falando. lhar nos olhos, total atenção, postura física adequada (semelhante à O postura do outro). • • Ouça o que não está sendo dito. • Procure ouvir a verdade, reais anseios e necessidades do seu receptor. Observe incongruências e pergunte: Como você está vendo isso? Como você está escutando isso? ou, Como você está sentindo isso? • • Limite o tempo de sua fala. Faça com que as pessoas falem, utilize ganchos, por exemplo: O que mais? Fale-me um pouco mais sobre isso. • • Ouvir muito... Falar o indispensável... Acima de tudo: entenda verdades, anseios e pontos de vista que não estão sendo ditos. • vite a tendência de pensar no que dizer quando a pessoa parar de E falar. • 38 • Confie no seu maravilhoso cérebro, ele saberá o que dizer. • Ouça e entenda o ponto de vista do seu interlocutor. • Confira se você o entendeu, perguntando. • Repita os comentários dele. • Certifique-se de que ele sabe que você ouviu o que ele disse. Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas Administrar o Tempo: Um Fator Importante A cada dia se tem mais necessidade de se realizar inúmeras tarefas, e isso, por vezes, fica tão confuso que não se sabe nem por onde começar. Aprender a administrar melhor tempo é muito importante. Administrar o tempo não é cronometrar cada tarefa, é definir prioridades. É muito difícil fazer tudo o que se precisa e se deseja, por isso deve-se ter em mente que saber administrar o tempo é ter clareza do que é prioritário e empenhar-se para que essas coisas sejam feitas. Provavelmente as outras nunca serão feitas, pois não eram prioridade. Deve-se então elaborar uma lista de atividades constando de tarefas urgentes e tarefas importantes. Creio que tarefas não classificadas como urgentes ou importantes não farão parte desta lista. Porém existirão aquelas que são importantes e urgentes, que implicam, logicamente, em tarefas que deverão ser executadas imediatamente. O problema surge com as atividades que se consideram importantes, mas não urgentes, e as urgentes, mas não são consideradas importantes. Existem situações conflitantes na hora de priorizar o que é mais importante ou urgente. Considerando que você precisa ficar mais tempo com seu filho, mas você tem que trabalhar ”x” horas por dia. Se para você o trabalho é mais importante, o problema está resolvido. Mas se seu filho é mais importante, possivelmente o trabalho seja urgente, pois tem que ser feito ou será demitido, e não terá condições de manter o seu filho. Surge então o conflito entre o que é importante e o que é urgente. É aí que desorienta, por muitas vezes não ser dono do tempo. Algumas tarefas não são selecionadas, mas são impostas. Não se tem a autonomia sobre o tempo que se quer ter. Na maioria das vezes usa-se de forma incorreta o tempo. Quanto tempo perde-se lendo longas listas de e-mails sem importância, de propaganda, correntes, etc.? Tem pessoas que já se habituaram a ler todas as manhãs um jornal do começo ao fim. Com isso perdem um tempo muito grande que poderia estar sendo utilizado em outra tarefa mais importante ou urgente. Se ele se detiver em ler apenas as notícias realmente necessárias sobrará tempo para uma outra tarefa. Dessa maneira vamos ganhando um tempinho a mais durante o dia para aplicarmos em algo que realmente nos interessa. Administrar o tempo é assumir a autonomia sobre a sua vida, e não ficar escravo do relógio. Se você quer ter a autonomia de decidir passar mais tempo com seu filho, ou sem fazer nada, você tem que ganhar este tempo deixando de fazer outras coisas que são menos importantes para você. Módulo Ii - Intermediário 39 O tempo é exatamente igual para todos, ou seja, o dia de todos tem vinte e quatro horas. Porém algumas pessoas conseguem fazer uma porção de coisas num dia e outros têm a sensação que o dia acabou e não conseguiram fazer nada. Só que uns conseguem administrá-lo bem e não o desperdiçam, pois um dia perdido não se recupera, está perdido para sempre. Existem estudiosos que dizem que o recurso mais escasso na sociedade é o tempo. E a forma de ganhar tempo é deixando de fazer coisas sem importância ou urgentes. Existem pessoas extremamente ocupadas, porém improdutivas, porque não sabem a que se dedicar. Fazem dez coisas ao mesmo tempo e não concluem nenhuma delas, ou seja, não produzem nada. Se você quer ser produtivo, administre seu tempo, saiba exatamente o que vai fazer. A melhor forma de administrar o tempo é planejá-lo de maneira estratégica. Defina primeiro seus objetivos, onde quer chegar. O que quer fazer e o que quer ser num prazo de ”x” anos. Depois transforme seus objetivos em metas, quantificando e dando prazo a cada meta e decida como as metas serão alcançadas. Crie em seguida os planos táticos: explorar as alternativas específicas disponíveis para se chegar aonde se deseja, escolher fontes de financiamento (emprego, em geral, é fonte de financiamento). Finalmente, ponha os planos em execução. Como em todo planejamento, durante todo o processo devemos constantemente estar avaliando os meios que estão sendo utilizados, verificando se estão mesmo levando ao objetivo almejado, de maneira que possa rapidamente fazer a ”correção de rumos”. Se você não souber aonde quer chegar, nunca irá chegar lá, por mais tempo que tenha. "Quem tem tempo, não é quem não faz nada: é quem consegue administrar o tempo que tem, de modo a poder fazer aquilo que quer." Eduardo O. C. Chaves 40 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas A Importância de saber Tomar Decisões Um processo é basicamente a maneira de ”proceder” com as rotinas e situações de uma empresa, é composto por uma seqüência de tarefas inter-relacionadas. Um dos processos mais importantes de uma empresa é a tomada de decisão. Para a tomada de decisão o líder precisa ser dotado de habilidades e competências que o distinga e o capacite à superação de desafios. Além disso, ele precisa dispor de um bom sistema de informação e inteligência para então poder diagnosticar a situação problema, ou seja, poder percebê-la, identificá-la, defini-la e desenvolver soluções criativas. O processo decisório é influenciado pelas características e particularidades humanas, cada pessoa reage de maneira diferente diante das situações e propõe alternativas conforme a visão racional, emocional e os conhecimentos que possui. Nesse sentido o jovem líder cooperativo dotado de habilidades e competências, será capaz de construir meios que possibilitem que o processo decisório aconteça sem gargalos e que sejam tomadas as decisões que levem às ações mais profundas e assertivas. Portanto, antes de propor ações, o líder, lançando mão dos instrumentos necessários, deve identificar com clareza o problema, esse deve ser o primeiro passo na tomada de decisão. Problema não é necessariamente uma situação negativa ou dificuldade imediata que a organização poderá enfrentar, mas, pode indicar uma nova alternativa ainda não explorada e que não foi percebida. Cabe aqui fazer um rápido relato de uma parábola do livro ”Como atirar vacas ao precipício” de Alzira Castilho. A parábola conta a história de um homem que era dono de uma vaquinha da qual tirava seu sustento e de toda sua família, mas, um dia a vaquinha caiu no precipício e morreu; a princípio ele estava arruinado, não tinha mais de onde tirar o sustento, só que aquela situação levou-o a perceber uma nova oportunidade, ele olhou para o terreno e percebeu que podia plantar grãos e o novo negócio prosperou. Então, o homem que antes mal ganhava o sustento da família tornou-se um grande produtor, ou seja, diante de uma situação problema ele percebeu uma alternativa ainda não explorada. Portanto, depende da disposição mental do líder identificar as situações e suas alternativas. Uma situação problema pode ser entendida como aquela que ocorre quando o estado atual das coisas é diferente do estado desejado. O quadro abaixo mostra alguns exemplos de situações que podem sinalizar ao líder possíveis problemas. Módulo Ii - Intermediário 41 Indicadores de Situação/Problema Indicador Exemplos Desvio em relação à experiência • padrão anterior foi quebrado; do passado. • queda nas vendas; • turnover maior, ou seja, alta rotatividade de pessoal. Desvio em relação ao plano • projeções e expectativas não estão sendo alcançadas; • lucros menores; • estouros de orçamentos; • projetos atrasados. Problemas trazidos por terceiros • clientes insatisfeitos; • problemas criados por outras pessoas ao departamento; • demissão de subordinados. Desempenho de competidores • o concorrente desenvolve novos e melhores processos; • competidores dentro da organização; • novos lançamentos; • melhor atendimento. Reconhecendo problemas Alguns tipos de perguntas que o líder deve fazer para definir uma situação/problema: 1. Qual a distância entre o estado atual das coisas e o que se deseja? 2. Como essa distância afeta nossas chances de alcançar e superar os objetivos organizacionais? 3. Essa distância é um problema? Qual a dificuldade em resolvê-la? 4. Qual a rapidez com que devemos agir? Estabelecendo prioridades: É importante para o líder estabelecer prioridades. E diante de um problema definido, fazer as seguintes perguntas: 1. É um problema fácil de ser enfrentado? 2. O problema poderia se resolver sozinho? 3. Esta decisão deve ser tomada por mim? Definido o problema de forma clara e analisadas suas particularidades, será possível estabelecer objetivos, hipóteses e limitações para saber como conduzi-lo. Quando o problema estiver de fato definido, será possível visualizar um caminho a ser percorrido, para onde ele conduzirá e quando, provavelmente, o destino será alcançado. Alguns autores sugerem que para se encontrar a solução do problema é preciso ter: 42 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas 1. Metodologia adequada - é necessário conhecimento técnico, reconhecer e analisar o problema para então, criar e aplicar uma metodologia adequada à situação; 2. Capacidade cognitiva para gerar ações que produzam estratégias - é importante ter o conhecimento técnico, mas também é valorizado o desenvolvimento de habilidades e de competências interpessoais, ou seja, as habilidades cognitivas de se relacionar e se comunicar construtivamente com as pessoas e as organizações; 3. Identificação, eliminação de barreiras e transformação para um nível mental adequado - ter a percepção individual de que existem objeções, isso porque há valores e estados humanos divergentes. Essas barreiras, muitas vezes de cunho emocional, influenciam o processo decisório; No processo de tomada de decisão o líder deve estar atento para identificar os diferentes desejos ou expectativas envolvidas, e buscar encontrar soluções que harmonizem estas diferentes perspectivas. A pior alternativa é desconsiderar ou tentar impor um sistema de crenças pessoais para as outras pessoas envolvidas. Organizações que pesam suas opções e calculam nível de risco, estão usando o modelo racional de tomada de decisão. O modelo racional é o processo de quatro etapas que ajudam os líderes a pensarem alternativas e escolher a que tiver melhor chance de sucesso. • xaminar a situação: definir problema, identificar os objetivos da E decisão e diagnosticar as causas; • Criar alternativas: buscar alternativas; não avaliar ainda; • Avaliar • as Alternativas e selecionar a melhor; e, Implementar. Enfim, tomar decisões requer a compreensão de um universo racional e emocional, pertinentes a cada pessoa. Essa ação caracteriza-se como uma importante competência na liderança, que deve ser aprimorada no sentido da correta identificação, descrição e solução de problemas. Para tanto, além de habilidades e competências de ordem técnica, outras, de ordem pessoal, devem ser aperfeiçoadas, e barreiras, eliminadas. A partir da definição do problema, pode-se estabelecer relações e respostas mais significativas e contundentes para a melhor condução dos negócios. Módulo Ii - Intermediário 43 Capítulo 4 Gestão de Processos e Projetos Postura diante de Cliente e Fornecedor Você já sabe quem são clientes e fornecedores, agora deve aprender um pouco mais sobre eles, uma vez que eles fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empresa. Lembrese dos conceitos: Conceito de Cliente Cliente: todo aquele que recebe um produto (resultado de um processo) e é afetado, direta ou indiretamente, por sua qualidade. É importante destacar que o conceito de cliente é muito mais abrangente do que o de consumidor. O Código de Defesa do Consumidor define em seu art. 2º, caput: ”Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Na concepção de Bosi (2000: 2): ”clientes são pessoas, indivíduos com sentimentos, pensamentos e reações próprias que esperam que o tratemos individualmente, buscando compreender seus desejos e necessidades, para podermos satisfazêlos plenamente”, e ”satisfazer as necessidades dos clientes e consumidores é em última instância, a razão de ser de uma empresa, sua missão básica e condição de sobrevivência”. Cliente não é apenas o consumidor final do produto ou serviço (cliente externo) que se coloca no mercado. Há também os Módulo II - Intermediário 45 clientes potenciais e os clientes internos. Cliente interno é o colega do lado, do departamento vizinho ou da filial. Qualquer solicitação que ele fizer precisa ser tratada como uma solicitação de um cliente. Se não conseguir dar atenção adequada a um colega de trabalho ser capazes de satisfazer as necessidades do consumidor? Aprimorando o dito popular "O Cliente Tem Sempre Razão", pense o seguinte: O cliente deve ser tratado como se tivesse razão... Assim ficará mais fácil entendê-lo e até mesmo esforçar-se para dar o máximo de si, tratando-o com respeito e ajudando-o a solucionar o problema que o aflige. Para o cliente vendemos: • • • • • Nossa imagem profissional; Cordialidade; Respeito mútuo; Confiança; Fidelidade ao produto, ao atendimento e à empresa. O bom atendimento é atingido com treinamento diário e contínuo seguido das normas de conduta, de caráter e de uma boa educação, bem como de cursos e investimentos sócio-culturais. O que evitar diante do cliente: • Bocejar: Se o serviço ou produto tiver alguma falha, ele terá motivos de sobra para justificar sua insatisfação. • Mascar chiclete: Nada mais monótono do que o movimento contínuo do maxilar; • Debruçar-se sobre a mesa ou balcão ou, o que ainda seria pior: encostar-se numa parede como se fosse um quadro decorativo. • Ler revistas ou jornais: Para o cliente é coisa de funcionário que não tem o que fazer. • Lixar as unhas: Principalmente em recepções; se precisar, faça em lugar fechado, longe dos olhares do público. • Chegar atrasado(a): Uma pessoa que aguarda ser atendida tem cada minuto de sua vida desperdiçado pela ineficiência ou falta de respeito do funcionário que chega atrasado. Nunca se esqueça: A pontualidade é uma forma de respeito para com os demais. • Mau humor: Indiscutivelmente o pior defeito do ser humano e um erro gravíssimo na vida do profissional. O mau humor é notado e percebido não só na cara do(a) contaminado(a), mas pela atitude negativa e pela indisposição na postura, gestos e atitude. • Poluição verbal: Ocorre quando se tratar os colegas de trabalho por apelidos irônicos ou pejorativos, como: gordo, alemão, crioulo, magrela... Quem trata um colega assim, não terá muito respeito pelo cliente. Afinal, colega de trabalho também é cliente...cliente interno, lembra-se? 46 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas • Poluição Visual: Evite aqueles ”modelinhos” que comprometem a sua imagem profissional e a da própria empresa. Estão absolutamente proibidas jóias e bijuterias grandes ou barulhentas, cores berrantes, decotes extravagantes ou acessórios que desviam a atenção do cliente. • Nunca fale mal da empresa em que trabalha, do chefe, dos colegas de trabalho ou de outros clientes: Agindo dessa forma, o cliente poderá pensar que você também poderá criticá-lo assim que virar as costas. • Reclamar de salário, da vida, da família e do mundo: Reclamações incomodam e não são bem vistas pelo interlocutor. • Comentários maliciosos ou maldosos sobre alguém ou alguma coisa: evite este tipo de comentários. • Excesso de intimidade: Também deve ser abolido. Nada de chamar o cliente de ‘fofo’, ‘meu amor’, ‘paixão’, ‘querida’, ‘lindinha’, ‘meu bem’, ‘gato’, ‘moreno’... Conceito de Fornecedores Fornecedores: aqueles que abastecem, propiciam os insumos necessários. Também podem ser internos e/ou externos. Segundo Plácido e Silva: ”fornecedor é derivado do francês fournir (fornecer, prover), de que se compôs fornisseur (fornecedor), entende-se todo comerciante ou estabelecimento que abastece ou fornece habitualmente uma casa ou um outro estabelecimento dos gêneros e mercadorias necessários ao seu consumo.” Segundo o Código de Defesa do Consumidor é considerado fornecedor toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvam atividades de produção, montagem, transformação, beneficiamento, acondicionamento ou reacondicionamento, renovação ou recondicionamento, criação, construção, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços (bancos, seguradoras, corretoras, etc.). Isto é todo aquele que de alguma forma interfere no produto ou serviço assumido sua participação e responsabilidade pelo que fez. Pode-se distinguir três figuras básicas que se enquadram no conceito de fornecedor: Fornecedor ou Produtor Real: Pessoa física ou jurídica que sob sua responsabilidade participa do processo de fabricação ou produção do produto acabado, de um componente ou de uma matéria prima; ou ainda aquela pessoa física ou jurídica que tem um produto exclusivo, patenteado ou não, que produz normalmente, seja um produto inteiro ou mesmo que produzido em partes, com a participação de outras pessoas jurídicas ou físicas, mas com a montagem final sob responsabilidade do produtor real. Módulo Ii - Intermediário 47 Fornecedor ou Produtor Aparente: Aquele que embora não tendo participado do processo de fabricação, apresenta-se como tal pela colocação do seu nome, marca ou outro sinal de identificação. Empresta seu nome e assume responsabilidades em conjunto com o Produtor Real. Fornecedor ou Produtor Presumido: Aquele que importa o produto ou vende produtos sem identificação clara de seu fabricante, produtor, importador ou construtor, assumindo a responsabilidade. Várias são as formas utilizadas pelas empresas para avaliarem os seus fornecedores. De um modo geral devem enfatizar os seguintes aspectos: 48 • usto: Verificar se os custos estão compatíveis com o mercado, partinC do do princípio que eles devem ser reduzidos. O cliente deverá dispor de meios para analisar os processos produtivos e a partir daí compor custos e compará-los com os propostos pelo fornecedor. • ualidade: O relacionamento somente frutificará se o fornecedor disQ puser de qualidade. Mesmo que ainda não seja um padrão de qualidade desejável, é fundamental que reconheça suas deficiências e esteja disposto a implantar programa de melhoria contínua, visando dispor de um sistema de qualidade nos moldes da ISO 9000 ou QS 9000. O cliente/comprador deverá dispor de meios para avaliar a qualidade e as melhorias que estão sendo obtidas. • ontualidade: O fornecedor deverá possuir uma cultura de pontualiP dade nas suas entregas. Caso contrário, o relacionamento jamais poderá ser do tipo comakerships9. A não-pontualidade quebrará a cadeia cliente/fornecedor, com efeitos devastadores nas imagens de ambos, já que o cliente-comprador não irá, por sua vez, cumprir os prazos. • I novação: O fornecedor inovativo cria uma alavancagem muito importante no cliente-comprador, embora o mais comum seja a necessidade de atender a solicitações de inovações que lhe são impostas. • lexibilidade: É a capacidade que tanto o cliente quanto o fornecedor F devem ter para rapidamente adaptarem-se às alterações e solicitações do mercado. No relacionamento cliente/fornecedor, este deve ter agilidade para as adaptações tão rápidas quanto às do seu cliente. • rodutividade: É a relação output sobre input ou valor dos produtos/ P serviços sobre o custo dos insumos. Tanto o cliente quanto o fornecedor devem estar preparados para, de forma contínua, implantar programas de melhoria da produtividade, visando, por exemplo, reduções de custos, melhoria na qualidade dos processos e produtos e redução dos prazos de entrega. 9. Comakerships - Produção, planejamento e desenvolvimento de um produto em parceria com um fornecedor. Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas • I nstalações: O cliente deve avaliar as instalações produtivas do fornecedor quanto às condições mínimas de fabricar produtos de qualidade. Outros aspectos a serem avaliados são layout, movimentação interna de materiais, condições de armazenagem de matérias-primas e produtos acabados, limpeza housekeping e gestão visual. • apacitação gerencial e financeira: Verificar se o fornecedor dispõe de C estrutura organizacional definida, com a cadeia decisória estruturada, possibilitando a identificação dos responsáveis pelas decisões. Checar também se a capacidade financeira da empresa é saudável, se dispõe de capital de giro para atender os pedidos que eventualmente lhes seriam colocados. Módulo Ii - Intermediário 49 Definição de Processo e Projetos Para a execução das tarefas diárias, as empresas precisam criar procedimentos internos que facilitem estas atividades. Cada tarefa demanda uma maneira de proceder, ou seja, um processo. Conceito de Processo Processo é uma série de tarefas logicamente inter-relacionadas que quando executadas produzem resultados explícitos. Processo no latim procedere é verbo que indica a ação de avançar, ir para frente (pro+cedere). É conjunto seqüencial e peculiar de ações que objetivam atingir uma meta. É usado para criar, inventar, projetar, transformar, produzir, controlar, manter e usar produtos ou sistemas. “É uma sistemática de ações direcionadas para a consecução de uma meta.” (Juran) Gestão de processos é uma metodologia utilizada para padronização, revisão e melhoria de processos dentro de uma organização. Utiliza estratégias abrangentes, sistemáticas e estruturadas que garante a participação efetiva dos envolvidos, independente do nível hierárquico, promovendo o comprometimento com a qualificação do processo de trabalho. Chama-se de processo o conjunto de atividades relacionadas com o objetivo essencial da organização. Como exemplo de um processo de negócio: entregar um produto ou um serviço ao Cliente. Assegurar que os processos de uma organização ocorram de forma regular, amplia o valor agregado percebido pelo cliente, desta forma quanto maior for a padronização dos processos, mais fácil se torna a rotina do processo na empresa e melhor a forma de geri-los. Gerir processos com eficiência é crítico para o sucesso de uma empresa, e existem inúmeras dificuldades, posto que eles não são isolados e integramse entre si. Para garantir uma gestão efetiva e uma melhoria contínua dos processos, alguns aspectos devem ser observados, tais como: objetivos claros, comprometimento dos envolvidos, documentação, comunicação e padronização. Módulo Ii - Intermediário 51 Projetos “Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados.” (PROCHONW, Schaffer, 1999 apud ONU, 1984) Fases de um Projeto De forma sintética pode-se identificar como fases de um projeto dois momentos distintos: o da elaboração de um projeto e o da execução de um projeto. Cada um deles possui um foco diferente e necessita de profissionais de diferentes áreas. Neste trabalho enfoca-se a parte da elaboração de um projeto, pois toda ação que se deseja promover, seja uma ação social, seja a captação de recursos, etc., tanto em empresas mercantis, empresas públicas ou cooperativas, é feita a partir de projetos bem elaborados. Formulação de Projetos Um projeto nasce para solucionar um problema, para suprir alguma necessidade. Assim, elaborar um projeto é solucionar problemas ou suprir necessidades, convertendo idéias em ações. Quando se transfere para o papel, ou seja, descreve-se um conjunto de idéias e ações necessárias para algo que se deseja executar, alcançar um determinado objetivo, recursos necessários, como obtê-los numa cronologia de ações, surge o Projeto. O Projeto é organizado em um documento de forma a subsidiar a sistematização das ações, e focando atingir o objetivo, possam ser identificadas deficiências ou falhas e apontadas correções de rumos. Alguns itens devem ser observados na formulação de projetos: • stabelecimento correto do problema (foco) - deve ser significante E em relação aos fatores de sucesso no negócio; deve ter dimensão administrável; deve ser mensurável; • I dentificação das pessoas e instituições a quem afeta resolver o problema, buscando criar vínculos com os mesmos desde o início do projeto; • Busca adequada de fontes de financiamento. Esses são os elementos básicos que vão dar subsídios para o desenvolvimento de um projeto. Você chegou ao fim de mais um desafio, com certeza, deve estar se perguntando: E Agora? 52 Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas Mensagem Sua missão, a partir de agora, será disseminar todos os conceitos e valores aprendidos afim de que outras pessoas possam beber dessa mesma fonte e se saciarem com novos conhecimentos sobre Cooperativismo. A partir desse momento você, Jovem Líder Cooperativista, tem a sua disposição toda uma Legislação que dará suporte legal para suas decisões. Lembre-se: Muitas pessoas estão ávidas por um novo conhecimento que melhore suas vidas e de seus familiares. Portanto, terá que se conhecer mais, agregar valores a seu perfil pessoal e se comunicar sempre para que não estacione no tempo. Todos devem estar se perguntando sobre o desemprego atual, sobre o medo do futuro e sobre a defasagem de qualificação profissional. Como se sair dessa? Não há limite de idade para ser melhor e é necessário o uso de todas as virtudes para sobreviver neste início de século. Esta reflexão deve ser feita a cada dia, pois isso dará munição para vencer a acirrada concorrência. Você aprendeu a importância de tomar decisões certas, na hora certa, com as pessoas certas. Assim, deixe que seus sonhos o levem cada vez mais a lugares inexplorados que o conduzirão ao sucesso, juntamente com todos seus liderados. Parabéns por mais esta vitória! Módulo II - Intermediário 53 Referências Bibliográficas ALVES, S. Revigorando a cultura da empresa. São Paulo, Makron Books, 1997. BARROS, C. D´A. Excelência em Serviços. Rio de Janeiro, Qualitymark, 1996. BERNHARD, L.A.; WALSH, M. Leadership: the key to the profissionalization of nursing. New York: McGraw - Hill Book, 1981. BUENO, W. C. Comunicação na era da qualidade. São Paulo, Comtexto/Unimed Amparo, 1995. CANCLINI, N. G. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais de globalização. 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Jamel Cecílio, 3427 - Jardim Goiás CEP: 74810-100 - Goiânia/GO - Sescoop do Distrito Federal - Sescoop/DF Presidente: Roberto Marazi Superintendente: Anderson do Carmo Gariglio Tel.: (61) 3345 3036 - 3345 4202 - 3345 0483 - Fax: (61) 3245 3121 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Avenida W/4 - SEPS 712/912 - Bloco F CEP: 70390-125 - Brasília/DF Região Norte - Sescoop do Estado do Acre - Sescoop/AC Presidente: Manoel Valdemiro Francalino da Rocha Superintendente: Emerson Costa Gomes Telefax:(68) 3223 6487 - 3223 7697 E-Mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Rua Chile, 213 - Bairro Habitasa CEP: 069900-310- Rio Branco/AC - Sescoop do Estado do Amazonas - Sescoop/AM Presidente: José Merched Chaar Superintendente: Petrúcio Pereira de Magalhães Júnior Tel.: (92) 3611 8518 - 3611 2226 - Fax: (92) 3611 2226 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Avenida Carcalho Leal, 1154 Cachoeirinha CEP: 69065-000 - Manaus/AM - Sescoop do Estado do Pará - Sescoop/PA Presidente: Erivaldo de Jesus Araújo Superintendente: Francisco José Rego Magalhães Tel.: (91) 3246 1094 - 3226 0484 - Fax: (91) 3246 9944 E-mail: [email protected] [email protected] Endereço: TV. Vileta, 2766 - Altos - Marco CEP: 66095-490 - Belém/PA - Sescoop do Estado do Amapá - Sescoop/AP Presidente: Elizeu Cardoso Viana Superintendente: Maria Doriane de Carvalho Telefax: (96) 3223 0110 - 3222 0733 E-mail: [email protected] Endereço: Avenida BAB, 251 - Centro CEP: 68906-005 - Macapá/AP - Sescoop do Estado de Tocantins - Sescoop/TO Presidente: Ruiter Luiz Andrade Pádua Superintendente: Maria José de Andrade Leão de Oliveira Telefax: (63) 3215 3291 - 3215 4079 E-mail: [email protected] Endereço: Avenida JK- 110 - Lote 16 - 1º Piso, Salas 2/6 CEP: 77006-130 - Palmas/TO - Sescoop do Estado de Roraima - Sescoop/RR Presidente: Sílvio Silvestre de Carvalho Superintendente: Jucélia Rodrigues do Carmo Tel.: (95) 3623 2312 - 3623 2912 - Fax: (95) 3623 0978 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Avenida Major Williams, 1018 - São Francisco CEP: 69301-110 - Boa Vista/RR Módulo II - Intermediário 57 Região Nordeste - Sescoop do Estado do Maranhão - Sescoop/MA Presidente: Adalva Alves Monteiro Superintendente: Márcia Tereza Correia Ribeiro Néri Tel.: (98) 3221 0563 - 3231 5710 - Fax: (98) 3221 5156 / 3222 8092 E-mail: [email protected] Endereço: Rua do Alecrim, 415 - Ed. Palácio dos Esportes 3º Andar - Sala 314 - CEP: 65010-903 - São Luís/MA - Sescoop do Estado do Piauí - Sescoop/PI Presidente: José Pinto de Alencar Superintendente: Flávio André Pereira Moura Telefax: (86) 3325 3034 - 3325 4444 E-mail: [email protected] - [email protected] [email protected] Endereço: Rua Alto Longá, s/nº - Ed. Cidapi - Água Mineral CEP: 64006-140 -Teresina/PI - Sescoop do Estado do Ceará - Sescoop/CE Presidente: João Nicédio Alves Nogueira Superintendente: José Aparecido dos Santos Tel.: (85) 3231 2802 - 3231 6833 - Fax: (85) 3231 3641 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Rua Ildefonso Albano, 1585 - Sls 02/03 E 04 Aldeota - CEP: 60115-000 - Fortaleza/CE - Sescoop do Estado do Rio Grande do Norte - Sescoop/RN Presidente: Roberto Coelho da Silva Superintendente: Francisco das Chagas Azevedo Tel.: (84) 3605 2531 - 3605 2532 - Fax: (84) 3205 6669 www.ocern.com.br - E-mail: [email protected] [email protected] Endereço: Avenida Jerônimo Câmara, 2994 - Nazaré CEP: 59060-300 - Natal/RN Presidente: Orlando Colavolpe Superintendente: Alderico Alves Sena Tel.: (71) 3321 1369 - Fax: (71) 3322 0145 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Rua Boulevard Suisso, 129 - 1º andar - Jardim Baiano Nazaré - CEP: 40050-330 - Salvador/BA Região Sudeste - Sescoop do Estado de Minas Gerais - Sescoop/MG Presidente: Ronaldo Ernesto Scucato Diretor-Superintendente: William Bicalho da Cruz Tel.: (31) 3284 5888 - 3284 5889 - Fax: (31) 3227 7972 -3284 5873 www.ocemg.org.br - E-mail - [email protected] Endereço: Avenida do Contorno, 5005 - Serra CEP: 30110-100 - Belo Horizonte/MG - Sescoop do Estado do Espírito Santo - Sescoop/ES Presidente: Esthério Sebastião Colnago Superintendente: Carlos André Santos de Oliveria Tel.: (27) 2125 3200 - 2125 3202 www.ocees.org.br - E-mail: [email protected] [email protected] Endereço: Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, 2501 Bento Ferreira - CEP: 29052-120 - Vitória/ES - Sescoop do Estado do Rio de Janeiro - Sescoop/RJ Presidente: Francisco de Assis Souza França Superintendente: Jacqueline Coelho de Oliveira Calçado Tel.: (21) 2232 0133 - 2232 0344 - Fax: (21) 2232 0133 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Avenida Presidente Vargas, 583 - Sala 1204 CEP: 20071-003 - Rio de Janeiro/RJ - Sescoop do Estado da Paraíba - Sescoop/PB - Sescoop do Estado de São Paulo - Sescoop/SP Presidente: Agostinho dos Santos Superintendente: José Cauby Pita Tel.: (83) 3221 6753 - 3221 0911 - 3222 6268 - Fax: (83) 3222 3660 E-mail: [email protected] / [email protected] Endereço: Avenida Coremas, 498 - Centro CEP: 58013-430 - João Pessoa/PB Presidente: Edivaldo Del Grande Superintendente: Aramis Moutinho Junior Tel.: (11) 5576 5955 - 5576 5991 - Fax: (11) 5576 5992/ 5995 www.portaldocooperativismo.org.br Endereço: Rua Correia Dias, 185 - Paraíso CEP: 04104-000 - São Paulo/SP - Sescoop do Estado de Pernambuco - Sescoop/PE Região Sul Presidente: Malaquias Ancelmo de Oliveira Superintendente: Cleonice Pereira Pedrosa Tel.: (81) 3271 1478 - 3271 2672 - Fax: (81) 3454 4142 www.ocepe.org.br - E-mail: [email protected] [email protected] Endereço: Rua Manuel Joaquim de Almeida, 165 - Iputinga CEP: 50670-730 - Recife/PE - Sescoop Estado de Alagoas - Sescoop/AL Presidente: Marcos Antônio Braga da Rocha Diretor-Executivo: Márcia Túlia Pessoa de Oliveira Tel.: (82) 3350 3409 - Fax: (82) 3223 6296 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Avenida Governador Lamenha Filho, 1880 - Feitosa CEP: 57043-000 - Maceió/AL - Sescoop do Estado de Sergipe - Sescoop/SE Presidente: José Milton de Almeida Superintendente: Manoel Messias do Nascimento Telefax: (79) 3259 1134 - 3259 2752 - 3259 6434 Fax: (79) 3259 2752 - 3259 1134 E-mail: [email protected] - [email protected] Endereço: Avenida Augusto Franco, 1328 - 1º andar - Siqueira Campos - CEP: 49075-100 - Aracaju/SE 58 - Sescoop do Estado da Bahia - Sescoop/BA Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas - Sescoop do Estado do Paraná - Sescoop/PR Presidente: João Paulo Koslovski Superintendente: José Roberto Ricken Tel.: (41) 3200 1100 - 3200 1195 - Fax: (41) 3200 1199 www.ocepar.org.br - E-mail: [email protected] Endereço: Avenida Cândido de Abreu, 501 - Centro Cívico CEP: 80530-000 - Curitiba/PR - Sescoop do Estado de Santa Catarina - Sescoop/SC Presidente: Neivor Canton Diretor Superintendente: Geci Pungan Tel.: (48) 3224 8833 - Fax: (48) 3224 8794 www.ocesc.org.br - E-mail: [email protected] [email protected] Endereço: Rua Vidal Ramos, 224 - (Mezanino) - Ed. Jaime Linhares - Caixa Postal 31 - CEP: 88010-320 - Florianópolis/SC - Sescoop do Estado do Rio Grande do Sul - Sescoop/RS Presidente: Vergílio Frederico Périus Superintendente: Luisiano Paulo Meneghetti Tel.: (51) 3254 5400 - 3221.4377 - Fax: (51) 3254 5432 E-mail: [email protected] Endereço: Avenida Vigário José Inácio 303. 1º e 5º Andar Centro - CEP: 90020-100 - Porto Alegre/RS