Braga | Setembro 2015 | Número 4
AS MARCHAS DE SÃO PEDRO
• O grupo;
• A indumentária;
• Atuação das marchas;
• Pag. 16
MIGUEL BANDEIRA - VEREADOR DO URBANISMO E PLANEAMENTO DA C.M.B.
A terra de Frossos e de Merelim, bem como aquelas que diretamente confinam, estão intimamente unidas por
uma ocupação humana muito antiga, de gentes e de cultura... pag. 3
INAUGURAÇÃO POLIDESPORTIVO
DO RIBEIRO
Desporto;
Lazer;
Convívio;
Pag. 17
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Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
EDITORIAL
No próximo dia 4 de outubro, os
portugueses são chamados a votar. Esta eleição, da nova Assembleia da República, da qual sairá
um novo governo para Portugal, realiza-se num momento de
grande dificuldade e exigência.
Na verdade, todos reconhecem
que vivemos um tempo que exige
um elevado sentido de responsabilidade e de determinação. Nem
todos os responsáveis políticos e
nem todos os analistas fazem a
mesma avaliação das causas, da
caracterização, da extensão e da
profundidade dos problemas que
Portugal atravessa, nenhum deles
nega, porém, a sua existência.
Em democracia, é o eleitorado
quem detém a soberania primeira
e é ele a fonte da legitimidade.
Ao votar, o eleitorado responsabiliza e responsabiliza-se. Estou
certo de que o fará com integral
consciência das dificuldades,
mas, ao mesmo tempo, com confiança nas instituições e no futuro do nosso país. Em cada eleição
é, de facto, o futuro que cada
eleitor escolhe e determina – o
futuro de cada um e o futuro de
todos nós.
Sabemos que os próximos tempos continuarão a não ser fáceis.
Sabemos que as dificuldades e
os desafios só se vencerão com o
empenhamento de todos. Votar
é, sem dúvida, uma forma fundamental e consequente de afirmar
esse empenhamento. Portugal
exige-o de todos nós.
A indiferença e o alheamento
da vida da comunidade não resolvem nenhum problema. Pelo
contrário: com indiferença e
alheamento todos os problemas
se multiplicam e se agravam.
Em democracia, todas as crises
têm uma solução. A qualidade
única das democracias representativas é assentarem a sua
legitimidade numa relação de
confiança entre os cidadãos e o
poder político. Como cidadãos,
somos, todos e cada um de nós,
os primeiros e os últimos respon-
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Ricardo Ferreira
sáveis pelos destinos da nossa comunidade política nacional. Como
cidadãos, temos uma parte de
poder e uma parte de responsabilidade que não podemos transferir, quando somos chamados a escolher os nossos representantes.
Neste momento, a escolha da melhor forma de responder à crise
portuguesa está nas mãos dos
cidadãos. Confio no sentido de
responsabilidade do eleitorado,
na sua seriedade, na sua lucidez.
Vamos votar com responsabilidade cívica e confiança na nossa democracia e no nosso país. Estou
certo de que a escolha dos portugueses será, como no passado
ficou demonstrado, a boa escolha
para Portugal.
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
A TERRA DE FROSSOS E MERELIM NA CONSTRUÇÃO
DO TERRITÓRIO BRACARENSE
A terra de Frossos e de Merelim (S. Pedro), bem como aquelas que diretamente confinam, estão intimamente unidas
por uma ocupação humana muito antiga, de gentes e de
culturas cujas memórias se perdem na névoa dos tempos.
De solos profundos e abundantemente férteis que deram
razão de ser ao poder e à prosperidade do território bracarense, Frossos e Merelim, que fazem parte da grande veiga
de Braga, são igualmente pontos de passagem obrigatória
de ancestrais caminhos para quem partia e chegava à cidade, indo e vindo de longas distâncias, do quadrante norte
e noroeste da península ibérica. Os próprios topónimos da
União de Freguesias assim o sugerem, pelas prováveis origens arcaicas e longínquas das palavras que os identificam.
A atual estrada 201, salvaguardadas as pequenas rectificações da história, é o eixo onde repousa antiga via romana
XX, descrita no conhecido itinerário de Antonino. Uma
das vias tentaculares, radiais, por onde se foi processando
o crescimento urbano de Braga no correr destes dois mil
anos. Por aqui calcorreavam os diversos povos que cruzaram a nossa terra, ainda antes da chegada dos romanos,
que trilharam os caminhos mais favoráveis de atravessamento dos rios, em particular o Cávado, e que ponteavam
as portelas das serras minhotas onde era mais fácil vencer
as alturas. Viandantes de diversas motivações e destinos,
passaram por Merelim e Frossos, uns fixando-se, outros
interagindo com as suas gentes. Desde logo os produtores e agricultores que vinham comerciar os seus géneros à
cidade. Muitos e diversos viajantes com as suas múltiplas
finalidades, de trabalho, de festa e de devoção. Certamente, também, os pastores com os seus gados, soldados e
questores da antiguidade entre as cidades Augustas, de
Lucus (Lugo), Asturica (Astorga) e Bracara. Os mercadores
e almocreves de todos os tempos. Os peregrinos a Santiago
que venciam a bela ponte de Prado movidos pela glória de
orarem diante do sepulcro do Santo. Os transportadores
que se relacionavam com o tráfego do rio. Mais tarde a
mala-posta, os lavradores das terras próximas, clérigos e
fidalgos, os artesãos, os caixeiros-viajantes, os primeiros
automóveis e camiões, as recoveiras… Enfim, os que faziam desta via o mais importante eixo de ligação entre
Braga e Ponte de Lima.
Vereador
Miguel Bandeira
Nas últimas décadas o território transformou-se radicalmente. As ocupações e os estilos de vida mudaram.
A fisionomia rural dominada pela agricultura deixou de
prevalecer e os principais fluxos de tráfego rodoviário de
atravessamento desviaram-se para outras estradas. A cidade cresceu para lá dos seus arrabaldes, e Merelim (S.
Pedro) e Frossos vive hoje em pleno ambiente urbano e
com os modos de vida que são próprios da cidade. Os terrenos agrícolas existentes continuam a existir, com os seus
pequenos campos de cultivo, as bouças, as suas hortas e
vinhedos, coabitando próximo com as habitações, e os loteamentos. Mas também com o comércio e os serviços que se
vão afirmando, sobretudo, próximo da estrada, intervalando
também, com pavilhões comercias, oficinas e pequenas indústrias. São cada vez mais aqueles que circulam na estrada
201 com a motivação e a intensidade de quem circula dentro
da mesma cidade, como se dentro de uma das suas ruas se
tratasse. A rua-estrada, por ser cada vez menor a diferença
entre o centro e a periferia da cidade de Braga.
Por tudo isto, um dos principais desafios ao desenvolvimento que a terra de Merelim (S. Pedro) e Frossos tem de
enfrentar nos próximos anos, é sem dúvida, o de promover
e defender o ordenamento do seu território. O equilíbrio
entre os recursos, a paisagem, a qualidade de vida dos seus
fregueses. Merelim (S. Pedro) e Frossos tem um inegável
potencial de qualidade de vida que tem de preservar e potenciar. Porque não estando longe, nem demasiado perto,
pode auferir das vantagens daquela e evitar os malefícios
desta. Urge hoje preservar as tradições dos nossos antepassados e valorizar a identidade como comunidade que se
reconhece no lugar que ocupa. Uma União de Freguesias
que age no presente a pensar naquilo que vai deixar às
gerações de amanhã. Um território digno de continuar a
ser amado.
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Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
INFORMAÇÕES UTEIS
PARQUE DE LAZER DA IGREJA
AULAS DE GINÁSTICA
No passado mês de agosto foram efetuadas obras de
conservação e remodelação no parque de Lazer da
Igreja, tendo-se, entre outros, procedido ao arranjo
e pintura das casas de banho que servirão não só
este equipamento, como também a Igreja. Foi ainda
reparada a rede do campo de jogos, tendo-se também
aumentando a mesma, do lado poente do campo, em
2 metros de altura.
Já iniciaram, no pavilhão José Carlos Macedo, as aulas
de ginástica, gratuita, para a nossa comunidade sénior.
As aulas decorrem à terça-feira com início às 15:30h.
As inscrições estão abertas a todos os que queiram
juntar-se a este grupo maravilhoso, para uma tarde diferente com muita animação.
PAVILHÃO GIMNODESPORTIVO DE
FROSSOS
PAVILHÃO GIMNODESPORTIVO JOSÉ
CARLOS MACEDO
Estão abertas as inscrições para a utilização do pavilhão gimnodesportivo de Frossos, os interessados na
formação de equipas poderão efetuar a inscrição na
junta de freguesia.
Iniciou-se no passado mês de agosto a obra de conservação e remodelação do Pavilhão Gimnodesportivo
José Carlos Macedo, de forma a colmatar as infiltrações de água aí existentes. De entre outras intervenções destaca-se a intervenção geral de toda a cobertura e placas, com remoção e renovação das telas aí
existentes, e a impermeabilização de toda a área envolvente.
SUBSTITUIÇÃO DO COLETOR DAS
ÁGUAS PLUVIAIS DOS CORTELHOS
Iniciou-se no dia 7 do corrente mês a obra relativa à substituição do coletor das águas pluviais dos
Cortelhos, visando substituir o coletor existente por
outro de maiores dimensões de forma a minimizar os
estragos derivados das cheias/ inundações e que muito tem atormentado a população da urbanização da
Igreja, rua das Cangostas e rua dos Cortelhos. A obra
irá decorrer pelo período de 60 dias pelo que estará
concluída no início do mês de novembro.
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Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
BANDA NOVA ESPERANÇA
E CONFERÊNCIA SOBRE A DEPRESSÃO
Nova Esperança
BANDA NOVA ESPERANÇA
Movidos pela vontade de transmitir mensagens positivas e alegrar
aqueles que os escutam, um grupo
de jovens e adultos juntou-se e formou a já conhecida “ Banda Nova
Esperança”. Após percorrerem um
período inicial de ensaios e adaptações, nada melhor do que organizar
a apresentação oficial do grupo.
Esta exposição á comunidade decorreu em articulação com uma
conferência relacionada com a depressão e consequentes implicações
desta na vida pessoal, familiar e social daqueles que a possuem.
CONFERÊNCIA SOBRE
A DEPRESSÃO
O tema escolhido não poderia ser
mais pertinente, uma vez que a
depressão é uma perturbação psiquiátrica muito frequente e que,
segundo a Organização Mundial de
Saúde, em 2020 será a doença mais
debilitante do mundo desenvolvido. Assim, torna-se indispensável
conhecer esta patologia e as respetivas repercussões no indivíduo.
A depressão é um sentimento de
tristeza intenso que pode ocorrer
depois de uma perda recente ou de
outro facto triste, mas é desproporcionada relativamente à magnitude
do acontecimento e persiste para
além de um período justificado. É a
principal causa de incapacidade e a
segunda causa de perda de anos de
vida saudáveis entre as 107 doenças
e problemas de saúde mais relevantes. Está inserida na categoria das
perturbações do humor e estima-se
que em Portugal, pelo menos, 20%
da população é afetada por esta patologia.
A diferenciação entre tristeza e
depressão é, talvez, a etapa mais
complexa do diagnóstico diferencial
desta doença. A tristeza é uma resposta natural, comum e necessária à
perda ou à derrota. É uma experiência autolimitada e que diminui gradualmente, passando pelas fases de
resolução do luto. Contrariamente a
esta situação, a depressão é um estado mais prolongado no tempo e na
intensidade, durando habitualmente
entre 6 a 9 meses, mas em 15 a 20%
dos casos prolonga-se por dois anos
ou mais, sendo que os episódios tendem, geralmente, a repetir-se várias
vezes ao longo da vida.
As causas da depressão não se conhecem por completo, mas existem
alguns fatores que podem predispor à
doença, nomeadamente, fatores hereditários, personalidade introvertida, acontecimentos emocionalmente
desagradáveis e ser do sexo feminino
(estudos psicológicos demonstram
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que as mulheres tendem a responder
às adversidades fechando-se sobre si e
culpabilizando-se).
O diagnóstico da depressão assenta essencialmente sobre os sinais e sintomas
manifestados e a história familiar do
individuo. A sintomatologia característica desta patologia é diversificada e
pode ir desde ansiedade, sentimento de
culpa e desamparo, isolamento social,
diminuição da energia e perturbações
do apetite, podendo mesmo chegar a
pensamentos suicidas e manifestações
psicóticas como delírios e alucinações.
O tratamento da depressão é habitualmente a combinação de várias terapias,
entre elas, o tratamento farmacológico
com recurso a vários tipos de antidepressivos consoante a manifestação
clínica da doença e a psicoterapia individual ou em grupo que ajuda o individuo a reassumir, de modo gradual,
antigas responsabilidades e a adaptarse às pressões habituais da vida.
Para concluir, a depressão é uma patologia que, dia após dia, afeta um maior
número de pessoas, devido às complexas circunstâncias da conjuntura atual.
Assim, se pensa que este quadro se encaixa naquilo que sente e no que está
a viver no momento, recorra ao seu
Enfermeiro ou Médico de Família. Não
guarde para si esse sofrimento, partilhe-o com quem o pode ajudar. E nunca
se esqueça: a depressão tem cura!
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
PISCINAS 2015
Terminada a época balnear na
Piscina de Merelim (S. Pedro) e
Frossos, encerramos com a sensação de dever cumprido. Em 58
dias de abertura ao público, quase 21500 banhistas, das diversas
faixas etárias, frequentaram e
desfrutaram do principal espaço
de lazer da freguesia. O dia de
maior afluência, contou com 705
pessoas, em pleno mês de Agosto.
No início, foram definidos dois
objetivos imperativos. O primeiro
foi o de possibilitar o acesso gratuito à piscina a crianças das diversas faixas sociais, tal como já
aconteceu em anos anteriores. O
segundo objetivo foi o de combater alguns comportamentos menos corretos por parte de alguns
veraneantes, de forma a proporcionar bem-estar e segurança aos
restantes utentes.
No sentido de cumprir a primeira
medida, desde cedo se acordou
com diversas Escolas, IPSS, Associações e Centros Sociais a entrada das crianças de forma gratuita durante o período da manhã.
Para além destes acordos, recebemos ainda os Campos de Férias da
Câmara Municipal de Braga referentes às freguesias de Merelim
(S. Pedro) e Frossos e Merelim (S.
Paio), Panoias e Parada de Tibães.
Em consequência disto, cerca de
4000 crianças tiveram manhãs de
pura diversão e felicidade.
Ao longo do período de abertura,
para além dos conterrâneos, tivemos também um número eleva-
do de utentes de outras freguesias, outras cidades e, como já
vem sendo habitual, os diversos
emigrantes que procuram este
espaço para aproveitar grande
parte das suas férias. Das pessoas que experimentaram pela
primeira vez este ano o espaço,
várias foram aquelas que teceram
comentários agradáveis e ficando
clientes assíduos. Evidentemente, e tal como em tudo, existiram também alguns aspetos negativos, que foram reconhecidos,
e os quais se pretende melhorar
para o próximo verão.
Para finalizar em beleza, e em
jeito festivo, no Domingo de encerramento, a 6 de Setembro, a
entrada foi gratuita para todos e
durante todo o dia. Assim, mais
de 300 pessoas aproveitaram o
calor para dar os últimos mergulhos sem qualquer custo.
Concluindo, o balanço da época de 2015 é bastante positivo
devendo-se, claramente, a todos
aqueles que procuraram e fizeram uso correto destas instalações. Ultimando, e a título pessoal, quero agradecer a todos os
vigilantes, nadadores-salvadores
e staff de manutenção, que quer
em momentos excecionais mas
também nos menos bons trabalharam de forma exemplar, dedicada e cuidada.
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Carolina Dantas Pereira
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
PASSEIOS: DE SÃO BENTO DA PORTA ABERTA A
SÃO BENTO DAS PERAS” E “ DA RÉGUA AO POCINHO”
A Junta de Freguesia ocasionou
mais um dia diferente à comunidade sénior da nossa freguesia, de
forma a promover uma maior aproximação e afinidades, facultando
aos nossos pensionistas momentos
que de outra forma não seriam proporcionados. Desta vez o passeio
foi “De São Bento da Porta Aberta
a São Bento das Peras”. O passeio
decorreu no dia 4 de Agosto envolvendo cerca de 100 adoráveis pessoas da nossa comunidade “Sénior”.
A viagem teve início para uns em
Frossos e para outros em Merelim
(S. Pedro) e como primeiro destino a vila de Santa Maria do Bouro
para o tradicional “mata bicho”, seguindo-se então para São Bento da
Porta Aberta onde pudemos fazer a
nossa oração dada a tamanha devoção a este Santo. Seguiu-se a viagem até às Cerdeirinhas, onde nos
esperava o almoço já previamente
encomendado. Claro está, que houve quem leva-se o memorável merendeiro para confraternizar com
os amigos enquanto apreciavam as
magníficas paisagens que este local
nos proporcionava. Após horas de
almoço, confraternização e muito boa disposição seguimos para a
Nossa Sra. da Penha. Retomamos a
viagem para São Bento das Peras,
local muito bonito e agradável, embora desconhecido para a maioria
dos excursionistas, que manifestaram vontade de lá voltar. O resto
da tarde decorreu com muita boa
disposição. Com o cair da tarde e
após o lanche já se adivinhava o
desalento estampado no rosto de
grande parte das pessoas ao verem
o dia a chegar ao fim, mas logo se
animaram ao pensar na nova saída.
E, a nova saída ocorreu no passado
dia 4 de setembro. Desta vez dinamizou-se, o tradicional passeio de
subida ao Douro, alargada a toda a
comunidade, com o objetivo de efetuar o percurso de subida do rio da
Régua ao Pocinho. A saída da nossa freguesia ocorreu, por volta da
5:45h da manhã, de autocarro, com
destino à Régua onde embarcamos
por volta das 9:00h.
Foi fantástico quando se reparou
que fomos contemplados com um
barco só para nós! Já se adivinhava
a animação que seria! E foi!
Após o embarque e o tradicional
votos de boas-vindas da tripulação
esperava-nos o pequeno-almoço
que foi serviço a bordo, a escassos
quilómetros da Régua. O apreciar
das magníficas paisagens, das engenharias das barragens, das vinhas do Douro meticulosamente
tratadas que mais pareciam quadros
artisticamente pintados, enquanto se apreciava o vinho do porto,
oferecido pela tripulação, acompa-
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Manuel Ribeiro da Silva
nhado pelo fabuloso pão-de-ló que
nos seguiu desde Braga, encantou
todos os viajantes. Depois da passagem pela barragem da Valeira e
da barragem de Bagaúste, que encantou toda a gente com as engenharias para o efeito, seguiu-se o
almoço, também este a bordo, e por
sinal muito bem servido. A animação e boa disposição foi constante
onde não faltou a dança e alguns
cantares, já que seguiam a bordo
verdadeiros “cantores” e “cantoras”
da nossa freguesia. Apenas faltou a
tradicional concertina! O Sr. Adolfo
esqueceu-se dela no autocarro!
A subida pelo Douro demorou
6:30h, terminando logo que se passou a barragem do Pocinho. Poderá haver quem pense que é muito
tempo, mas este passou a voar tal
era a animação e beleza a apreciar.
Chegados ao Pocinho aí esperavanos o autocarro que nos traria de
volta. Mas, antes de chegar a casa,
ainda fomos lanchar a Mirandela. A
viagem até casa continuou animada
desta vez com o contar de anedotas.
Já temos pessoas à espera para repetir o feito, falta agora planificar
outras tantas viagens para o próximo ano de forma a promover uma
maior aproximação e afinidades entre as nossas gentes.
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
FESTA DE SÃO PEDRO
Foram 3 dias de elevada atividade
cultural e religiosa, onde foi dado
imenso destaque á parte religiosa, à parte cultural e ao divertimento e Lazer, ações que tem
constituído apanágio nos últimos
anos nesta freguesia.
Nesta Comunidade, faz-se a Festa
com a “ Prata da Casa”, dão-se a
conhecer as capacidades dos seus
habitantes e são aproveitadas e divulgadas as potencialidades desta
freguesia e reduzindo custos.
Os eventos, quando efetuados com
o potencial cultural da freguesia,
servem de incentivo às Comissões
de Festas, pois fruto da situação
económica que se atravessa as
verbas disponíveis são cada vez
menores, facto que constitui motivo de preocupação para quem
assume a responsabilidade de
promover o evento.
A festa começou, no dia 29 de junho com a missa solene em honra
de S. Pedro, retomando-se na sexta feira, dia 3 de julho, com uma
representação Bíblica pelas 22
horas alusiva à vida de S. Pedro,
seguindo-se momentos de diversão
com muita musica, tocada por um
grupo jovem desta terra a banda
“FreeFall”, que perante o inúmero
publico ali presente fez a apresentação do seu primeiro álbum original, prolongando a festa até altas
horas da manhã.
A noite de Sábado foi outro momento alto destas festividades.
Foi a vez da atuação das Marchas
de Merelim S. Pedro, que acompa-
nhadas pela Banda ORL - Orquestra Ritmos Ligeiros da Trofa, pelas
21horas iniciaram o seu trajeto de
desfile desde a rua da Goja até ao
palco da festa junto da Igreja de
Merelim S. Pedro, onde deliciaram
todos os presentes com os seus trajes e atuação. O Município de Braga
fez-se representar com a presença
do seu Vice-Presidente Dr. Firmino
Marques e de alguns elementos do
seu gabinete, facto que encheu
de orgulho não só os participantes
como o Povo da freguesia.
No domingo foi a vez da parte religiosa ter o seu auge, com a realização da Procissão acompanhada
pela Fanfarra dos Escuteiros de
Merelim (Agrupamento 25), onde
os figurantes, elementos das Marchas e das Rusgas também tiveram
o seu lugar, tal como o Executivo
da Junta de Freguesia.
A comunidade de Merelim (S. Pedro) e Frossos sente nestas alturas
um imenso orgulho no trabalho
que se tem efetuado nos últimos
anos por um vasto conjunto de
pessoas da freguesia que de forma
desinteressada e com elevado sentido de responsabilidade, empenho
e altruísmo trabalham em prol do
bem comum e das potencialidades da freguesia, transformando
esta Comunidade em exemplo
único na região.
A Comissão de Festas agradeceu o
contributo e a presença de todos
quantos ali se deslocaram para
naqueles dias viverem verdadeiro
convívio e diversão.
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António Alvelos
PRESTAÇÃO DE CONTAS
DA FESTA
Receita – 7.920,00€
Despesa – 7.678,00€
Saldo – Destina-se a aquisição de algum bem que se julgue necessário.
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
CAMINHADA A SANTIAGO
3ª Etapa – sábado 27 de junho de 2015 (Cerdal – Porriño – 35km)
A 3ª etapa recomeçou no sábado dia 27 de junho.
O ponto de encontro foi na capela de S. Brás por volta das 4h15min.
Todos foram pontuais, tal como havia sido solicitado pela organização. O grupo não pode contar com a presença do Sr. José e da Elsa
que, por imperativos de força maior, não puderam estar presentes
nestas etapas.
Viajamos de autocarro para a freguesia de Cerdal, onde havíamos terminado a 2ª etapa. A proposta era fazermos cerca de 35Km até Porriño. Feita a oração da partida, o grupo seguiu em direção a Valença.
As mochilas iam bastante pesadas e era notório o esforço acrescido
que implicavam. Chegados a Valença tomamos o pequeno-almoço num
café e seguimos para Tui. A passagem sobre o rio Minho é muito agradável. Existem, nos dois lados da ponte, uns passadiços para quem
segue a pé. É uma sensação arrebatadora estar a passar o rio a uma
altura considerável, rodeado de água. É uma paisagem muito bonita,
ainda mais aquela hora do dia.
Chegados a Tui seguimos pelas antigas ruelas que conduzem à Catedral. É um ponto de paragem obrigatório para visitar, ter uns momentos de recolhimento pessoal e para a fotografia da praxe, nos
escadórios que levam à bonita porta de entrada.
Após a passagem por Tui, o grupo seguiu animado, em contacto com
a natureza. A pausa para retemperar forças a meio da manhã foi num
local com sombras junto a um ribeiro de águas frias e cristalinas.
Comemos e descansamos neste agradável espaço que a natureza nos
proporcionou. O descanso foi importante, pois aproximava-se a maior
dificuldade da etapa. A passagem pelo parque industrial de Porriño
não é um lugar bonito para peregrinar: intermináveis retas, sem sombras, onde o calor aperta, e a mochila parece pesar ainda mais do
que o normal (que o diga o nosso colega Jacinto, que parecia levar
um fogão às costas). Todo o grupo seguia mais silencioso, cada qual
tentando vencer esta maior dificuldade que o caminho apresentava.
Chegados a Porriño, por volta da hora de almoço, dirigimo-nos ao albergue que se encontrava encerrado (só abria às 15h). Já lá estavam
outros peregrinos a aguardar a abertura do mesmo, mas como queríamos ficar juntos e não havia certezas quanto ao número de lugares
disponíveis, decidimos também ficar por lá a aguardar a nossa vez e
aproveitamos para almoçar.
Por volta das 15h, o albergue abriu. Um a um fomos fazendo a inscrição. O receio que o número de lugares não chegasse para todos foi in-
09
Filipe Mesquita
vadindo o nosso pensamento. Contudo foi possível ficarmos todos no
albergue, após o nosso grupo sobraram apenas duas vagas (seriam
as do Sr. José e da Elsa) que foram
rapidamente ocupadas. Para uns
foi uma mera coincidência, para
mim foi intervenção divina.
O melhor do dia estava para chegar. Após o banho, o grupo aproveitou a tarde para dar uns passeios pela localidade. Comeram-se
gelados, beberam-se granizados e
umas quantas cervejas. O jantar
foi oferecido pela organização. No
jardim anexo ao albergue, com o
rio a passar ao lado, num fim de
tarde ameno, podemos desfrutar
de um jantar preparado pela nossa
colega Irene, e levado ainda quente pelo nosso amigo Sebastião. O
repasto a todos soube bem, até ao
funcionário do albergue, que fizemos questão que nele participasse.
Após o jantar, fomos descansar o
melhor possível, porque no dia seguinte havia uma nova etapa para
se cumprir.
4ª etapa – domingo 28 de junho de
2015 (Porriño – Pontevedra – 36km)
O toque de alvorada foi bem cedo.
Mais cedo para uns do que para
outros, pois teimaram em se orien-
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
tarem pela hora espanhola, e não pela hora portuguesa como estava combinado. Tomado o pequenoalmoço fizemos a oração da partida, já no exterior do
albergue. Seguimos bem-dispostos, ainda de noite,
pelas ruas de Porriño rumo a Pontevedra. O ritmo era
forte, aproveitando a frescura da noite. Após a saída
de Porriño encontramos um número de jovens peregrinos de Oviedo. Um grupo de 63 estudantes que
havia terminado o 9º ano, e de 3 professores, seus
tutores, que todos os anos fazem a peregrinação de
Tui até Santiago de Compostela. Acompanhámos os
jovens durante alguns minutos tornando a estrada
pequena para tanta gente. Propusemos aos professores que para o ano saíssem de Ponte de Lima em
vez de Tui para conhecerem a beleza do caminho no
nosso Minho. O grupo de estudantes apenas pensava
fazer 15km naquele dia, pelo que tivemos que seguir
em frente, pois o nosso propósito era consideravelmente maior.
Em Redondela, paramos para fazermos um repouso e
comermos um pequeno lanche a meio da manhã. Naquela cidade espanhola decorriam provas de atletismo. Quando abandonávamos a cidade ainda nos cruzamos com alguns dos concorrentes. Seguimos então
rumo a Pontevedra. A paisagem neste troço é espetacular, começam-se a visualizar as rias com as suas
plataformas de viveiros de mexilhões à superfície. Ao
longe parecem uma armada estacionada, à espera de
ordens superiores. É uma paisagem que reconforta a
alma e nos dá forças para seguir em frente.
O almoço estava programado para um café, logo após
a ponte S. Paio. No entanto, para muita surpresa
nossa, estava encerrado. Tal facto colocou-nos um
dilema: ou voltávamos para trás em busca de um
local onde pudéssemos almoçar, ou então seguíamos
em frente e compartilhávamos tudo aquilo que ainda
restava nas mochilas. Decidimos seguir em frente.
Rapidamente encontramos um local aprazível, junto
a um ribeiro, com mesas e bancos, onde pudemos fazer um piquenique improvisado. Todos partilhamos
o que tínhamos, e tal como o milagre da multiplicação dos pães, todos comeram o que quiseram e ainda
sobrou comida. Alguns elementos do grupo, aproveitaram a fresca água do ribeiro, para porem os pés
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Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
em descanso e refrescarem o corpo. Retemperados
pelo alimento, seguimos para o termo da etapa em
Pontevedra. O regresso de autocarro, como sempre, foi animado, contando-se as peripécias da jornada, ficando o desejo para que as próprias etapas
não demorassem.
quando o vi pegar na bandeira e a desfraldar com
orgulho. Todos o seguiam cantando o hino nacional. Que grande momento vivemos. O orgulho
da nossa nação estava ali bem vincado naquele
grupo de peregrinos de Merelim S. Pedro, enquanto os transeuntes olhavam com admiração
para aquele alegre grupo.
Por fim chegamos. Todos se abraçaram. É um momento indescritível. Uns não esperavam chegar
tão longe. Para outros era a primeira vez que
eram assoberbados pela alegria de tamanha façanha. Nem os mais experientes ficaram indiferentes por mais esta conquista. Por último foram
feitas as fotografias da praxe já com alguns dos
familiares presentes.
O autocarro de regresso estava marcado para as
17h. Todos aproveitaram o tempo disponível para
almoçar, comprar as habituais lembranças, e também para ir buscar o merecido diploma do peregrino à Oficina do Peregrino, pelo feito alcançado.
Quando chegou a hora da partida, ainda ocorreu
um contratempo que nos fez demorar um pouco
mais em Santiago. O autocarro, quando se preparava para entrar na estação, foi abalroado por
um veículo. Não foi nada de grave, no entanto,
como foi necessário chamar a polícia, tal facto
atrasou o nosso regresso. Uma vez mais, a viagem decorreu dentro de um espírito de alegria,
comentários jocosos, e também com o sentido do
dever cumprido.
Ficou no ar, a possibilidade deste grupo, brevemente, fazer o complemento desta peregrinação, de
Santiago de Compostela a Finisterra. A ver vamos.
Por último, uma palavra de apreço à comissão organizadora da peregrinação. Foram muitas horas
de dedicação, em reuniões, em idas prévias aos
locais (albergues) para que nada faltasse, pelo
sacrifício que todos os elementos demonstraram
sempre pensando num objetivo comum, o bem
estar de todos. Para eles, um agradecimento de
todos os peregrinos.
6ª etapa – domingo 12 de julho de 2015 (Valga –
Santiago de Compostela – 33km)
Decidimos sair bem cedo, por volta das 3h30min,
porque tínhamos como finalidade chegar a Santiago antes das 11 horas para podermos participar na
missa do peregrino. Era ainda noite cerrada. Tomado o pequeno-almoço e feita a oração da partida
seguimos monte acima, monte abaixo iluminados
por algumas lanternas. Estava um frio cortante,
mas apesar das dificuldades do percurso adotamos
um andamento fortíssimo, próprio de quem queria
verdadeiramente chegar cedo a Santiago de Compostela. Passamos rapidamente por Pontecesures,
depois Padrón com a sua catedral. Aqui e ali, um ou
outro colega começou a sentir nos músculos a dureza do ritmo implementado e uma ou outra bolha
incomodativa. Com o incentivo dos demais todos
foram ultrapassando as dificuldades. Apesar do forte ritmo, cedo constatamos que não seria possível
chegarmos a Santiago a tempo da missa do peregrino. A organização tentou então passar a mensagem
de que o importante era chegarmos todos, pelo que
diminuímos naturalmente o andamento.
Já em Santiago de Compostela, nas ruas junto à
catedral, com todo o grupo unido, decidimos que
o José Pedro Oliveira, caçula do grupo, seria o
porta-bandeira. Confesso que fiquei sensibilizado
Até breve.
Ultreia
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Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
O MEU TESTEMUNHO
(continuação)
Nova etapa se aproxima, outra caminhada o mesmo intuito, boa disposição vincada e patente em todos os caminhantes e peregrinos, porque
a amizade e união conjuga-se com satisfação regozijo proveniente dum
grupo coeso fraterno e solidário.
O percurso ainda estava distante, o caminho a percorrer era visivelmente árduo difícil devido às condições climatéricas, as próprias subidas ingremes e descidas inconstantes. O próprio cansaço acentuando-se cada
vez mais rigoroso…relembro compassividade à dificuldade à dor ao sofrimento dos transeuntes as bolhas nos pés novo enredo e sacrifício.
Temos bem presente o carinho, a amabilidade, era injusto para comigo
próprio, não alertar a eficácia e prontidão exercida pelo Dr. Luís Filipe
cuidando com esmero e empenho, ministrando a referida consulta ou
assistência com galanteios desmedidos, incutindo força coragem, porque iriam suplantar facilmente o flagelo e dor.
Último dia do referido trajeto, doze de Julho de dois mil e quinze,
algo ficou inserido no maleável pensamento…. Saímos bastante cedo,
os pássaros ainda dormitavam, caminhávamos no silêncio absoluto da
noite. Algum nervosismo e ansiedade incutido para a missa das onze
horas, a distância encurtecia o objetivo estava relativamente ao nosso
alcance, dentro destes moldes e pensamentos não queiram sonhar ou
imaginar o que ondulava no cérebro perseverante.
Já cantarolávamos todos em conjunto, onde passávamos, o povo estava radiante, estupefacto mediante o grupo elevado. Diziam-se algumas
piadas e trocadilhos, riam-se de satisfação perante aquilo que observavam. Deparamo-nos com o términus da viagem, concentramo-nos no
referido local previsto, alegres, sorridentes, ótima disposição contínua
envolvendo os quarenta participantes destinados a S. Tiago de Compostela.
Falando referindo o nome do grupo memorizamos, guardamos intrinsecamente e agradecendo por um longo período de tempo, o trabalho
entusiasmo e alegria aos elementos da respetiva direção, abdicando de
longas horas para o determinado projeto louvável grandioso e magistral.
Também era imperdoável não relembrar o trabalho esforço e dedicação
que proporcionaram aos caminhantes, contribuindo eficazmente para
um facilitismo preponderante aos amigos imprescindíveis: António Jorge Silva, Irene Dias Ribeiro, Sebastião Miguel Pinto.
Os nossos sinceros e grandiosos parabéns, o nosso muito obrigado.
12
Armando Anjos
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
FESTAS RELIGIOSAS
São Miguel
As festividades em honra de São Miguel
contam já com muitos anos de existência,
poder-se-á até dizer, várias décadas passaram desde o seu início até à atualidade.
Através de relatos das pessoas mais idosas
da paróquia, percebe-se que, inicialmente,
era realizada a Procissão em honra do Senhor da Agonia, estando as festividades de
São Miguel circunscritas apenas à Eucaristia
Solene.
Com o passar dos anos e sendo São Miguel o
Padroeiro de Frossos, em 1970, deu-se então
início às comemorações em sua memória.
É inegável a importância que estas festividades têm na paróquia, com a mobilização
de tantas pessoas que, ativamente ou de
forma indireta, ano após ano, abrilhantam
as comemorações em honra do nosso Padroeiro.
E este ano não é exceção. Mais uma vez, realizar-se-ão as Festas em honra de São Miguel,
tal como já vem sendo hábito. A programação
destas festividades encontra-se descrita no
cartaz.
A Comissão de Festas de São Miguel de
Frossos composta pelos elementos da foto,
agradece desde já a disponibilidade, contributo e dedicação de todos quantos colaboraram para a realização da festa em
honra do nosso Padroeiro a todos, muito
Obrigado!
Comissão de Festas de São Pedro
A comissão de festas informa toda a comunidade que no dia 18 de outubro se realizará no largo de São Brás a feira das colheitas.
Toda a verba angariada reverterá para as festas de São Pedro, pelo que apelamos ao contributo de toda a população.
A comissão de Festas
13
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
A MORTE ANUNCIADA
DAS PALMEIRAS (?)
O gorgulho-das-palmeiras Rhynchophorus ferrugineus (Coleoptera:
Curculionidae), também conhecido
por escaravelho-das-palmeiras ou
escaravelho-vermelho, é um inseto
recente em Portugal, que ameaça
destruir as palmeiras em todo o território. A sua presença foi observada
inicialmente no Algarve em 2007,
encontrando-se presentemente distribuído em quase todo o território
continental, com especial destaque
para os distritos da orla costeira
(Setúbal, Lisboa, Coimbra, Aveiro e
Porto) e os concelhos minhotos de
Esposende, Viana e Caminha, onde
a situação é mais preocupante ou
mesmo dramática.
Recentemente, a sua presença foi
confirmada nos concelhos de Braga (Palmeira, Merelim (S. Pedro),
Ferreiros, Real, Dume, Cabreiros,
Gondizalves, S. Lázaro, Ferreiros,
entre outras), Vila Verde, Amares
e Ponte de Lima. Provavelmente,
a área de dispersão do inseto será
mais abrangente, pelo que urge
tomar medidas no sentido de
conter a sua dispersão. A grande maioria das árvores atacadas
encontra-se num estado em que
é impossível a sua recuperação,
pelo que o seu abate é obrigatório por lei.
Entre as várias espécies de palmeiras atacadas, a palmeira-dasCanárias (Phoenix dactylifera
L.), parece ser a mais apetecida
pelo inseto.
Os sintomas do ataque do inseto, que podem ser visíveis nas
primeiras fases de infestação,
incluem a destruição de nova
rebentação e o vergar das folhas
mais antigas, o que dá à árvore
um aspeto de “guarda-chuva”
(Ver foto – palmeira da esquerda). Numa fase mais avançada
das infestações, os gorgulhos
adultos já deixaram a árvore, podendo estes deslocar-se em voos
de grandes distâncias (3 a 5 km),
colonizando novas plantas.
O reconhecimento por parte da
União Europeia, da elevada nocividade que esta praga representa, levou a considerá-la como de
luta obrigatória, tendo publicado
a Decisão da Comissão 2007/365/
CE, que estabelece as medidas a
tomar para evitar a sua introdução e propagação no território.
Esta decisão foi atualizada pela
Decisão 2010/467/CE, que introduziu alterações relevantes,
principalmente no que respeita à
lista de plantas suscetíveis, tipo
de medidas a aplicar e elaboração
e execução dos planos de ação
para controlo do inseto.
Compete aos proprietários a aplicação das medidas fitossanitárias
de acordo com a legislação.
Em caso de deteção da presença
da praga, os proprietários são
obrigados a informar a respetiva
Câmara Municipal ou a Direção
Regional de Agricultura e Pescas,
14
Raúl Rodrigues
a fim de avaliarem a possibilidade
de recuperação das palmeiras.
Se o inseto for detetado na fase
inicial, as árvores podem ser tratadas com produtos químicos ou
biológicos, com grande probabilidade de recuperação. Se as árvores estiverem irrecuperáveis,
o proprietário é notificado para
fazer o abate, cujo preço pode oscilar entre 300 euros e 1000 euros
(dependendo do tamanho). O não
cumprimento desta notificação
implica o pagamento dos custos
à entidade que execute o abate
ficando o proprietário do terreno, sujeito a uma contraordenação que pode ir dos 100 euros aos
3740 euros, para particulares, ou
dos 250 euros aos 44.890 euros,
no caso de pessoas coletivas.
Dada a evolução verificada e a
necessidade previsível de abate
de um número considerável de
exemplares nos concelhos minhotos, torna-se urgente que os municípios, em conjunto com as juntas de freguesia e Ministério da
Agricultura, façam um diagnóstico o mais rápido possível acerca
do estado sanitário das palmeiras,
de forma a ser possível a eliminação das árvores irremediavelmente perdidas e o tratamento das
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
que se encontram em fase inicial de
colonização pelo inseto.
O combate do gorgulho-das-palmeiras tem que ser encarado como um
processo coletivo, onde o envolvimento dos mais diversos organismos
da administração central e local e
dos cidadãos poderá dar os seus frutos, principalmente através de uma
monitorização adequada da praga.
No entanto, a falta de conhecimento dos cidadãos sobre esta temática,
pode fazer com que estes incorram
em coimas pesadas. É aqui que os
Municípios, as Juntas de Freguesia
e o Ministério da Agricultura e as
Instituições de Ensino Superior têm
um papel fundamental ao nível do
esclarecimento dos cidadãos, da realização de diagnósticos e monitorização da praga, do abate e queima
das plantas atacadas, da realização
dos tratamentos quando necessários,
bem como na adoção de práticas culturais que dificultem a progressão do
inseto, uma vez que não são conhecidos inimigos naturais desta praga.
15
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
MARCHAS DE SÃO PEDRO
No âmbito das festas de S. Pedro, e tal como já vem
sucedendo ao longo dos anos anteriores, a Comunidade de Merelim (S. Pedro) dinamiza, promove e divulga
as suas potencialidades culturais através do potencial
Humano existente na freguesia.
Desde há uns anos que se tem promovido eventos no
âmbito das festividades em honra de São Pedro, que
marcam significativamente as festas, de forma a dar
maior brilho e significado à Festa, referimo-nos ao
desfile e atuação das Marchas de São Pedro de Merelim
e à Encenação Bíblica.
As Marchas de São Pedro de Merelim, fundadas há
cinco anos por um grupo de senhoras bairristas e
empenhadas, está a tornar-se mais um dos ex-libris
desta Comunidade, e já conta atualmente com cerca
de 76 participantes 24 dos quais são crianças dos 4
aos 13 anos.
A beleza da indumentária dos elementos das marchas
traduz a alegria, a nobreza, o saber estar, a elegância,
a felicidade e a beleza das Gentes da freguesia. O desfile e atuação do grupo das Marchas é um colírio para
as vistas de todos.
Merelim (S. Pedro) e Frossos sentem um enorme orgulho no Grupo das suas Marchas. Elas, para além da
sua beleza, demonstram a garra, a união, o esforço,
empenho, cultura e espírito de entreajuda deste Povo
que tem imenso orgulho da sua freguesia.
Outro momento, de grande valor cultural e artístico
das festas de São Pedro de Merelim, é a Encenação
Bíblica. Esta, com duração aproximada de 45 minutos
tem elevado simbolismo e envolvimento das pessoas,
reproduz cenas bíblicas alusivas á vida de São Pedro,
onde as cerca de 30 personagens representam várias
figuras do cristianismo, mas tendo sempre como figura principal São Pedro Apostolo. Os atores vestemse a rigor com roupas e adornos da época, sendo o
cenário cuidado, adaptado à situação da cena que se
vive no momento.
A representação deste ato bíblico, acompanhado de
cânticos cristãos sob o tema de São Pedro e as Mar-
Manuel Dantas Pereira
chas de São Pedro de Merelim, promovem não só as
potencialidades artísticas dos participantes, como o
envolvimento da maior parte das pessoas da Freguesia que fazem gosto em ajudar, participar e interagir,
sendo esta uma verdadeira característica das Gentes
desta Freguesia.
As Gentes de Merelim e Frossos estão de parabéns.
16
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
POLIDESPORTIVO DO RIBEIRO
OFICIALMENTE INAUGURADO
A cerimónia de abertura decorreu
na manhã de sábado, dia 25 de
julho, na qual não faltou o tradicional destapar da placa e que
teve como principais protagonistas o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, e o presidente
da Junta da União das Freguesias
de Merelim (S. Pedro) e Frossos,
Ricardo Ferreira. Estiveram ainda
presentes vários representantes
da Câmara Municipal com especial
enfoque para o vice-presidente
Firmino Marques e para a vereadora do desporto Sameiro Araújo.
O Polidesportivo está altamente
equipado e nele podem ser praticados vários desportos, como
futebol, ténis, basquetebol e andebol, sendo o piso em relva sintética apropriada à prática destas
modalidades.
O recinto também possui as populares máquinas de fazer exercício
físico ao ar livre. Estas máquinas,
tão desejadas pela nossa popu-
lação, têm sido muito utilizadas
pela nossa comunidade dado que
até agora não havia mais nada do
género em Frossos.
Este projeto que estava planeado
há vários anos, custou pouco mais
de 100 mil euros. A execução da
obra foi da responsabilidade da
junta de freguesia, que a efetuou
ao abrigo de um contrato interadmistrativo de delegação de competência celebrado com a Câmara
Municipal, e está agora a servir
cerca de 700 pessoas que vivem
nas redondezas da urbanização
da Quinta do Ribeiro. Promover a
saúde e o desporto tem sido uma
das prioridades da freguesia.
E, é neste contexto que nos congratulamos ao dispor de um equipamento desportivo, que pode
ser utilizado livremente e a qualquer hora do dia, promovendo-se
assim a saúde e o bem estar da
nossa população.
A verdade é que a freguesia ape-
Soraia Pinto
nas dispunha de um equipamento semelhante no parque de lazer
da Igreja que se tornou insuficiente para os nossos habitantes.
Naturalmente que este equipamento não se pode confundir,
como há quem o faça, com o
“ringue da escola”, com os campos de futebol ou com os pavilhões gimnodesportivos. Este é
um equipamento, de utilização
gratuíta que serve toda a população para aqui praticar desporto,
seguindo-se quiça uma boa merenda já que também dispõe de
um espaço de lazer para o efeito.
Este “é um projeto para toda a
comunidade”.
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
A ÁGUA A TODOS DIZ RESPEITO
Quero começar este artigo com uma
pergunta : chega às nossas casas
todos os dias os serviços básicos de
abastecimento - água, eletricidade,
gás, telecomunicações, complementados pelos serviços de recolha de
lixo e esgotos.
Num cenário de corte de serviços ou
perante uma catástrofe, qual o serviço que não conseguimos dispensar? A
minha resposta é claramente a água.
Sem água não matamos a sede, não
cozinhamos, não podemos cuidar da
nossa higiene pessoal, da roupa, da
casa...seria o único serviço sem o qual
eu não conseguiria sobreviver. E isto
é uma reflexão concreta, pois quando
há cortes de água, é uma aflição.
Só que aflição mesmo é não a ter de
todo...E aqui somos remetidos para
os Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio (ODM - www.objetivosdomilenio.org.br) estabelecidos na
Cimeira do Milénio, realizada em
Setembro de 2000, onde os 189 Estados Membros das Nações Unidas se
comprometeram com 8 objectivos :
1º- Erradicar a pobreza extrema e a
fome; 8º- Criar uma parceria global
para o desenvolvimento e entre eles
temos o 7º- objectivo: Garantir a
sustentabilidade ambiental no qual
se incluem os princípios de desenvolvimento sustentável e a redução
da população sem acesso permanente a água potável.
E donde vem água, de que fábrica?
Não se fabrica, não é ? É um recurso
Natural!!
Logo a preservação dos Recursos
Naturais é um assunto que a todos
diz respeito, sem excepção, não só
a técnicos e profissionais da área e
aos Senhores e Senhoras com assento nas Cimeiras e Conferências.
E esta é a razão de escolha do tema,
A ÁGUA A TODOS DIZ RESPEITO ! E é
um recurso escasso.
O planeta Terra, muitas vezes denominado por “Planeta Azul”, possui ¾
da sua superfície coberta por água.
No entanto, 97,5% desta água é salgada, ou seja, não serve para consumo humano direto. Dos restantes,
2,5% de água doce, grande parte
está congelada ou em lençóis freáticos inacessíveis, restando apenas 1%
desses 2,5 % para consumo humano,
conforme ilustra a figura seguinte.
Rosa Barros
A água no seu estado puro, possui
características que a distinguem dos
outros líquidos: é incolor, inodora e insípida, ou seja, não tem cor,
cheiro ou sabor. Contudo na natureza raramente encontramos água no
seu estado puro, devido às diversas
substâncias que nela se dissolvem ao
longo do seu percurso, o que dá características fisico-quimicas. Todos
notamos diferença ente a água da
torneira no Norte do país e no Sul.
Esta diferença deriva da diferente
constituição geológica dos solos. De
uma forma simplificada podemos dizer que a Norte predominam os granitos a Sul predominam os calcários.
18
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
A totalidade de água presente no
planeta está distribuída por diferentes reservatórios naturais:
Oceanos, Solo (lençóis freáticos),
Atmosfera, Rios e Lagos.
Cada vez mais é determinante
cada cidadão dar o seu contributo, agindo de forma responsável,
informada e consciente.
O desenvolvimento socioeconómico e demográfico do século
XX, cujo rumo é indissociável da
Revolução Industrial (séc. XIX),
alterou significativamente a interação entre o Homem e a Natureza. Permitiu-nos numa escala
nunca imaginada moldar o território ás nossas necessidades e
vontades!
Portugal concentra 2/3 da população na faixa litoral situada
entre Viana do Castelo e a Península de Setúbal, de que resulta
uma grande pressão urbanística.
Por via da pressão urbana sobre
os recursos naturais e a subida
abrupta do termómetro, decorrido mais de um século e meio
de industrialização, que implica
a queima de quantidades cada
vez maiores de petróleo, combustíveis e carvão, o corte das
florestas, a utilização de certos
métodos de cultivo, as monoculturas e a ocupação de reservas
naturais, disparou a quantidade
de emissões gasosas para a atmosfera.
O aumento de emissões para atmosfera de Gases com Efeito de
Estufa na atmosfera (GEE) principalmente o dióxido de carbono,
19
metano e óxido nitroso, afecta a
qualidade do ar e danifica a camada de ozono, levando à subida
de temperatura da Terra e a todo
um conjunto de fenómenos daí
resultantes, tais como a subida
do nível médio do mar, derretimento dos glaciares, fenómenos
meteorológicos extremos (inundações e secas), em conclusão as
Alterações Climáticas.
A relação do Homem com a Natureza é marcada, de acordo com
Saraiva (1987), nas diferentes
épocas históricas e nas diferentes culturas, por atitudes diferenciadas, que contudo poderíamos dividir em diferentes fases
sequenciais:
• uma fase de Temor dos fenómenos naturais que, porque incontroláveis e não compreendidos, eram sacralizados;
• uma fase de Harmonia, na qual
o Homem procurou adaptar-se,
integrar-se nos processos naturais, explorando os seus recursos, ao mesmo tempo que respeitava as suas contingências;
• uma fase de Controlo, onde procura um domínio sobre os recursos e respetivos ciclos, com o objetivo de maximizar a exploração,
• por fim, uma fase de Degradação, quando a exploração e controlo dos recursos é conduzida
de forma delapidadora, excedendo a capacidade de regeneração
dos ecossistemas no seu equilí-
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
brio dinâmico.
• a tomada de consciência da sociedade, relativamente à escala e
perda de controlo das intervenções e às suas consequências,
nesta última fase, está a conduzir-nos à fase de Recuperação e
Sustentabilidade.
No sentido da Recuperação e Sustentabilidade e decorridas várias
conversações, começou a ser discutido e negociado em Quioto,
no Japão, em 1997, o Protocolo
de Quioto, após 8 anos de conversações entra em vigor a 16
de Fevereiro de 2005, primeiro
tratado jurídico internacional
que explicitamente pretende limitar as emissões de gases com
efeito de estufa dos países desenvolvidos.
As principais linhas de acção do
Protocolo de Quioto são :
• Reformar os sectores de energia
e transportes;
• Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
• Limitar as emissões de metano
pela adequada gestão de resíduos;
• Proteger florestas e outros absorventes de carbono.
E é na sequência destas diretrizes
que assume um papel primordial
a preservação das florestas, dos
ecossistemas fluviais e ribeirinhos, fulcrais para a biodiversidade, do solo e para segurança e
bem-estar das populações. Estes
ecossistemas contribuem grandemente para a redução dos niveis
de carbono e são as grandes reservas de água doce.
É imperativo que cada um de nós
assuma um papel ativo na Recuperação e Sustentabilidade deste
Terreno que todos os dias pisamos.
Arborização, preservação de grandes manchas florestais, preservação e valorização de rios, ribeiras,
lagos e zonas húmidas. Redução
de áreas pavimentadas.
A arborização e reflorestação, bem
como a preservação de grandes
manchas florestais contribuem
para a melhoria de qualidade do
ar, e servem ainda para retenção
e infiltração de água no solo. A
água é fonte de vida pelo que a
preservação de rios, ribeiras, lagos
e zonas húmidas está por si só explicada. Deve-se aqui acrescentar
um conceito mais amplo de ecossistemas fluviais e ribeirinhos,
também designados de corredores
fluviais, que incluem comunidades faunisticas e floristicas, representando um dos habitats mais
ricos que podemos encontrar. Por
isso também as áreas envolventes
dos corpos de água devem ser protegidos e não urbanizados, com
especial atenção a recuperação da
vegetação ripicola (marginal) e a
não ocupação das zonas sujeitas a
inundações.
A pavimentação reduz a infiltração de água no solo e a recarga
de poços, minas e dos aquiferos
ou lençol freatico. A pavimentação excessiva, aliada à falta de
arborização, em dias de Verão
cria uma ilha de calor, e em dias
20
de inverno toda a água que chove
escorre para onde pode, pois não
tem onde se infiltrar.
Cada um de nós, no seu quotidiano, num pequeno gesto, faz a
diferença.
O Homem perdoa às vezes, Deus
perdoa sempre, a Natureza nunca
perdoa!
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
GRIPE E VACINAÇÃO ANTI-GRIPAL
A gripe é uma infeção respiratória
aguda muito contagiosa, causada
por um vírus que não é específico
dos humanos.
A vacina contra a gripe é uma vacina utilizada para prevenir a gripe,
isto é, para as infeções causadas
pelo Myxovirus influenzae (vírus
influenza), responsável por doenças do trato respiratório. O quadro
gripal causado pelo vírus influenza é
caracterizado clinicamente por febre
alta, calafrios, cefaleia, mal estar,
dor muscular e eventualmente tosse.
O mal estar geral pode persistir por
vários dias e até mesmo semanas.
Além disso, em algumas situações,
a gripe pode levar a complicações
como pneumonias virais e bacterianas. A vacina age estimulando o
organismo a produzir sua própria
proteção (anticorpos) contra a gripe.
A vacinação é fortemente recomendada para grupos prioritários que
incluem:
- Adultos e crianças com seis meses
de idade ou mais, com doença pulmonar ou cardiovascular crónicas e
graves, insuficiência renal crónica,
diabetes insulino-dependente, cirrose hepática e hemoglobinopatias; - Adultos e crianças com seis meses
de idade ou mais, imunocomprometidos ou HIV-positivos; - Pacientes submetidos a transplantes;
- Profissionais de saúde e familiares
que estejam em contacto com os pacientes mencionados anteriormente;
- Pessoas de 60 anos e mais, por oca-
sião das campanhas anuais.
A vacina é relativamente segura e é verdade que não protege em
absoluto mas previne a gripe ou atenua bastante os sintomas.
As reações adversas são localizadas e transitórias, como dor local
(de pequena intensidade), vermelhidão e ligeiro inchaço no local da
picada. Estes efeitos colaterais podem aparecer 6 a 12 horas após
vacinação e podem persistir durante um ou dois dias. No entanto,
quando existentes, podem ser facilmente revertidos com a aplicação
de gelo no local da picada e/ou através da toma de um analgésico/
antipirético, como o paracetamol, por exemplo. Quanto à sua eficácia, a vacina anti-gripal apresenta índices de eficácia altos, apesar de se mostrar menos eficaz no caso dos idosos. Depois de aplicada a vacina cumpre a sua primeira fase de imunização
cumpridos 15 dias completando o seu ciclo na totalidade passados
45 dias.
A imunização conferida pela vacina tem a duração de 1 ano uma
vez que ao fim deste período de tempo o vírus sofre mutação e
há necessidade de se atualizar a/as estirpe do vírus circulante(s)
contida(s) na vacina.
Além de se vacinar, é também essencial que adote algumas medidas que lhe permitem manter-se mais afastado do vírus da gripe.
Deve, por exemplo, reforçar a higiene das mãos, lavando-as mais
frequentemente ao longo do dia e ter o cuidado de tossir ou espirrar para um lenço descartável ou na direção do próprio cotovelo.
Encontre mais informação sobre a gripe na sua farmácia e procure
no seu farmacêutico a assistência que lhe permitirá passar o Inverno de uma forma mais saudável.
Equipa farmácia
do carmo
21
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
DAR CALOR
Incutida pela sua própria (R)
EVOLUTION – Social Responsiblity Evolution, a SERNIS resolveu desenvolver um projeto totalmente focado no fator social:
“DAR CALOR”.
Pelo menos 4.420 pessoas vivem
nas ruas em Portugal. Este era o
número das pessoas acompanhadas no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração das pessoas em Situação de Sem-Abrigo,
coordenada pelo Instituto de
Segurança Social em 2013. Não
espelha o fenómeno na sua totalidade mas serve de referência.
Nos últimos anos, este número
tem triplicado.
A iniciativa DAR CALOR pretende
ajudar os sem-abrigo a enfrentar
as vagas de frio que se avizinham,
oferecendo-lhes sacos cama aquecidos que poderão ser recarregados nos postos de carregamento
de carros elétricos, ou em qualquer outro ponto de abastecimento de corrente elétrica.
Sernis desenvolveu uma técnica revolucionária, com a ajuda
de fibras de carbono aplicadas
em têxtil, que torna possível o
aquecimento de tecidos, mesmo
em condições desfavoráveis como
aquelas existentes na presença da
água. Na prática, a tecnologia aplicada pode funcionar mesmo debaixo de água o que, para o sistema
em questão, se torna fundamental
pela sua utilização em dias de chuva. A introdução desta técnica em
sacos cama, conjugada com um sistema de armazenamento de energia, permitiu a constituição de um
KIT que facilitará uma temperatura
confortável durante toda a noite.
As extremas descidas de temperatura que se fazem sentir em todo o
país nos meses de inverno tornam
a sobrevivência ao ar livre quase
impossível para estas pessoas.
Através da doação destes KITs,
devidamente certificados e munidos com sistemas de segurança
elétrica, pretendemos facilitar a
árdua tarefa de sobreviver com
temperaturas abaixo dos 3 graus
que frequentemente ocorrem nos
meses de inverno em Portugal.
Estamos empenhados na construção de uma plataforma via internet capaz de dar a conhecer
casos reais de pessoas reais com
22
Engº Fernando
necessidades reais, de forma a
sensibilizar as pessoas e empresas
na doação destes KITs, com o objetivo de chegar ao maior número
possível de sem-abrigo.
Vamos necessitar de efetuar uma
parceria com a rede de postos de
carregamento de energia para
carros elétricos, para que os semabrigo possam proceder ao carregamento das baterias das mantas
de uma forma gratuita.
A rede conta atualmente com 1300
pontos de carregamento em espaços
de acesso público em Portugal continental. No concelho de Braga podemos encontrar 14 destes postos.
Numa segunda fase, o projeto pretende auxiliar também idosos que
vivem sós e isolados, assim como
pessoas carentes com problemas de
diabetes, que também sofrem com
as vagas de frio, através da distribuição de mantas de aquecimento.
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
IN MEMORIUM
Maria João, não nos chegamos a conhecer pessoalmente, mas deixa-me
tratar-te assim…por tu.
Conhecia-te dos teus artigos, como colaboradora do “Despertares”.
Foi assim: um dia, por mero acaso, veio-me parar às mãos um exemplar
da publicação; o número que tinha inserto um artigo teu, que captou de
imediato a minha atenção e ao qual devotei uns minutos de leitura; era o
artigo em que afirmavas: “…qualquer forma de arte resulta como um escape, uma forma saudável de exorcizar os seus demónios…” Quando urge
a necessidade de exorcizar os meus demónios, pinto…como tal, não podia
estar mais de acordo contigo, revi-me naquele parágrafo e identifiqueime com o artigo e passei a ser teu leitor assíduo. A escrita que utilizavas
nas tuas dissertações, era de fácil leitura, era fresca, oralizada, leve, mas
simultaneamente muito objetiva e profunda de ideias intensas e sublimes,
que calavam no fundo do meu íntimo. Os teus artigos, que fizeram o meu
deleite, eram simultaneamente, um ponto de partida para uma reflexão,
para um momento de introspeção e de encontro com o outro “eu”, o meu
“eu” interior e dava comigo a pensar: …na limonada que podemos fazer,
quando a vida nos dá limões. Arrepio-me com aquela espécie de premonição, sexto sentido ou intuição feminina no artigo “Porque só o amor
é importante”. Quero dizer-te que de quando em vez os revisito, pena
terem sido tão poucos; pena não teres tido mais tempo de vida para nos
continuar a chamar a atenção para pormenores, que o bulício do nosso
dia-a-dia ou o nosso egocentrismo não nos deixa enxergar.
Os artigos deixavam transparecer uma pessoa jovem, mas de ideias bem
arrumadas, otimista e de bem com a vida, se bem que esta se veio a revelar ingrata e injusta contigo, foi pena!
Se a vida fosse justa e este mundo perfeito, um pai e uma mãe nunca
deveriam enterrar um filho. Pela ordem natural das coisas, os mais velhos
partem primeiro, mas…será que há uma ordem natural das coisas? Sou
pai e nem em pensamento ouso experimentar a incomensurável dor que
é, a perda de um filho. Para quem crê e eu sou crente, perante um facto
destes, fica-nos a legitimidade da dúvida: os Anjos da Guarda, às vezes
andam distraídos ou o Criador, de vez em quando, coloca-nos à prova e
testa a nossa fé?
Convido os leitores a uma releitura dos artigos da Maria João e comprovem se eu não tenho razão.
Como forma de homenagem e preito de gratidão, curvo-me, perante a tua
memória, com respeito e emoção…
Até sempre!
23
Mario Costa
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
CONTINUAR A TER BOAS NOTAS
Após mais um período de férias
de verão e com um ano escolar a
iniciar, convidei 3 crianças para
uma conversa sobre o regresso às
aulas, hábitos alimentares, desportivos e de poupança. Leonor
Ferreira, Joel Araújo e Inês Marques têm, respetivamente 9, 10
e 11 anos. Os três conversaram
comigo e desabafaram que depois
dos dias descontraídos, típicos
das férias de verão, nos primeiros
dias custa a arrancar. Mudar de
escola, reencontrar os amigos e
fazer novos, provoca-lhes algum
nervosismo e ansiedade. Comecei
por perguntar: o que esperam do
novo ano escolar? Joel Araújo,
que frequentará o 5º ano, respondeu com determinação: «Espero ter boas notas em todas as
disciplinas, claro! Não me meter
em trapalhadas ou confusões!»
Leonor Ferreira e Inês Marques,
acrescentam que pretendem:
«Continuar a ter boas notas.»
respondida a primeira questão,
Leonor, aluna do 4º ano da EB
1 de Frossos, reconhece que a
disciplina em que sente mais
forte é: «Português.» Inês, que
frequentará o 6º ano, admite
ser mais forte a: «Matemática
e educação musical.» Joel, aluno do 5º ano, afirma ser muito
bom a: «Matemática.» Resolvo os
problemas facilmente!». Respondida esta questão, pretendi saber de que forma aconselhariam
algum amigo a estudar e a Inês,
um pouco hesitante, respondeu:
«Nunca pensei bem no assunto
mas sei, por experiência própria,
que estudar ajuda-me a ter boas
notas!». Por sua vez e sem dúvidas, Joel: «Dizia que se não estudar não vai ter uma boa vida
e sem estudar pode não ser nin-
24
Teresa Silva
guém na vida!», Leonor concorda
com ambos e acrescenta que: “Eu
diria que é preciso estudar para
ter um bom futuro e muitos conhecimentos!». Tal como todas as
crianças, estas também querem,
no futuro, exercer uma profissão
por vocação e Joel avança que
sonha: «Entrar na universidade
e um dia ser um bom médico!”
Inês conta que: “Sonho um dia
ter um emprego ligado à música!”
Os sonhos da Leonor vão além do
trabalho e responde: «Gostava de
fazer uma viagem e ter um bom
futuro!». Durante a conversa verifico que estas crianças são apli-
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
cadas e conscientes da importância que isso terá durante todo
o percurso escolar. De seguida,
conversamos sobre hábitos alimentares e todos reconhecem a
importância de manter uma alimentação saudável e reforçam
a importância de beber muita
água e evitar os doces. Uma alimentação saudável, na opinião
de Inês, é: «Uma alimentação
equilibrada, com 3 principais refeições ao longo do dia, mas sem
esquecer os lanches de manhã e
à tarde e beber muita água». A
opinião da Leonor está de acordo
com a da Inês e reconhece que é
fundamental: «Comer muita fruta, legumes, sopa, beber muita
água e evitar os doces». Por sua
vez, Joel, admite não ter hábitos saudáveis ao desabafar que:
«Eu não tenho uma alimentação
saudável. Não como legumes, não
consigo beber água, nem sopa e
como muitos chocolates» Apesar
de lamentarem que cometem os
erros típicos de qualquer criança, todos concordam que manter uma alimentação saudável é
importante por causa da saúde.
Tal como a alimentação, também
a atividade física é fundamental
para se manterem saudáveis e
Inês começa por dizer: «A atividade física é importante porque
ajuda a manter-nos saudáveis e
em forma. Já pratiquei natação
e dança, mas de momento tenho
apenas as aulas de educação física na escola». Para Leonor: «A
atividade física é importante
para nos sentirmos bem fisicamente e mais saudáveis. Eu só
tenho as aulas de educação física
na escola». «Eu não pratico desporto, mas faz bem. Eu só faço
caminhadas. Este verão fiz 6 horas de caminhadas», conta Joel.
Mudando de assunto, desta vez
relacionado com economias, todas estas crianças sabem que é
importante poupar e dizem que
o fazem porque todos têm um
mealheiro. Leonor julga que deve
poupar: «Sim. Porque o dinheiro é importante e devemos tentar juntar algum e não gastá-lo
todo. », Inês também é poupada ao revelar: «Sim, para se um
dia precisar ter algum dinheiro
guardado.», Joel também julga
importante poupar porque: “Se
precisar de alguma coisa, tenho
dinheiro.”. E, para finalizar, não
poderia deixar de lhes perguntar:
julgam que, atualmente, existe
respeito entre alunos e professores nas escolas? Inês pensa que:
«Não, porque há alunos que não
respeitam os professores e por-
25
tam-se muito mal, mas também
há professores que não respeitam
os alunos.», Leonor acredita que:
«Em alguns casos sim. Mas alguns
alunos não respeitam os professores e deviam ser castigados.»,
«Em alguns sítios não há respeito
pelos professores. Até agora nenhuma professora me faltou ao
respeito.» Conclui Joel.
E no final da conversa, depois de
recolher ideias e opiniões, constato estas crianças estão preparadas
para regressar à escola com toda a
força e enfrentar os desafios que
lhes são colocados diariamente
que, todos, encaram com coragem
e entusiasmo!
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
ATIVIDADES DE VERÃO DO AGRUPAMENTO
DOS ESCUTEIROS N.º 25 DE MERELIM S. PEDRO
No âmbito das atividades do verão de 2015, o Agrupamento 25 de Merelim (S.
Pedro), promoveu para a Família Escutista, as seguintes atividades de Verão.
PASSEIO E ACAMPAMENTO EM ESPANHA
Realizou-se o passeio do Agrupamento, com acampamento no parque de campismo de Baltar
em Sanxenxo – Espanha, espaço lindíssimo com condições espetaculares para esta prática.
Com saída de Merelim S.Pedro, o passeio iniciou-se com uma visita à Catedral da Sr.ª
Peregrina em Ponte Vedra – Espanha, a que seguiu o almoço partilhado entre todos os escuteiros. Após almoço seguiu-se para Sanxenxo, onde se montaram as tendas e respetivo
acampamento, seguindo-se o respetivo banho na piscina existente naquele local.
Depois de refrescados, assistimos à Eucaristia e posteriormente, desfrutamos do jantar,
feito pela Rosinha, com excelente convívio fraterno e diversão.
O Dia seguinte, domingo, iniciou-se com a tradicional alvorada, seguindo-se o pequenoalmoço. A manhã foi passada na praia e o almoço foi o excelente “pica-no-chão” que
muito deliciou os veraneantes.
A tarde iniciou-se com a desmontagem do acampamento, seguindo-se então a viagem de
regresso, com paragem em Valença onde se lanchou e uma visita pela fortaleza.
O passeio terminou com a chegada a Merelim S. Pedro pelas 19:30 horas.
PASSEIO E ACAMPAMENTO NA PRAIA DO CABEDELO
Como é habitual no mês de Agosto, os Escuteiros acamparam na Praia do Cabedelo em
Viana do Castelo, num parque com boas condições onde nada falta.
Todos os elementos do Agrupamento 25 estiveram muito ativos quer na cozinha, quer nas
actividades de praia.
A quarta-feira teve um programa diferente, com a realização de uma visita a Viana do Castelo, onde realizamos um passeio de barco, e visitas ao Forte de Santiago da Barra, capela da
Sr.ª da Agonia, local onde dedicamos um pouco do nosso tempo com uma oração naquele local de culto. O passeio contemplou ainda uma paragem na tradicional pastelaria das “Bolas
de Natário”, uma vez que era tempo de retemperar forças e ponto de passagem obrigatório.
A tarde dessa quarta-feira terminou com uma ida à piscina.
Esta atividade proporcionou momentos de alegria, diversão, convívio e sã camaradagem
como é apanágio da Família Escutista.
26
António Alvelos
Ch. do Agrupamento
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
AS REDES SOCIAIS
As redes sociais (R.S.) são hoje a
companhia permanente e indispensável de milhões de pessoas.
A proliferação de forma exponencial destas na sociedade, causou
vastas transformações de índole
pessoal, social, económico e de
comportamento, bem como alteração significativa nos hábitos
das famílias, organismos, empresas e Instituições, entre muitos
outros fatores, incontáveis de
aqui mencionar.
Por se tratar de uma questão atual, pertinente e de interesse geral
e porque também sou utilizador
das redes sociais, resolvi abordar
e trazer a lume este assunto, de
forma a lançar um debate e um
alerta no que concerne a alguma
segurança dos utilizadores.
O objetivo do presente artigo, não
é de forma alguma repugnar ou
descredibilizar as R.S.. Pretendese apenas sensibilizar os leitores
para uma mera introspeção, relativa à forma por vezes abusiva e
indiscriminada como usamos as
nossas páginas das redes sociais,
alertando essencialmente para os
aspetos relacionados com a segurança tanto pessoal como coletiva
e para a parcimónia que devemos
ter com na sua utilização.
Pretendo ser isento e dar continuidade a este tema. Na próxima
edição serão apresentados dois artigos, de cronistas diferentes, um
aficionado e utilizador das redes
que apresentará o seu ponto de
vista relativamente às vantagens
destas, e um outro não utilizador
de qualquer R.S. que apresentará as razões da sua não adesão a
estas plataformas. Com essa exposição de ideias, será dada oportunidade aos leitores de melhor formarem a sua própria opinião sobre
este assunto.
A evolução tecnológica das telecomunicações e das R.S. promoveram hábitos, transformações
sociais, culturais e pessoais, a
velocidades alucinantes, que a sociedade em geral foi adotando sem
dar conta das suas consequências.
As R.S. tornaram-se elemento
integrante do quotidiano das
pessoas e da sociedade. Fazem
parte permanente da maioria das
famílias, associações, organismos ou empresas. Tornaram-se
em muitos casos, uma verdadeira
Manuel Dantas
pandemia que contaminou, causou dependência, mudou hábitos,
comportamentos e personalidade
nas pessoas, entre muitas outras
práticas que se instalou no seio
da sociedade, tornando-se até em
muitos casos, mais um elemento
na mesa da refeição.
Poderíamos aqui elencar, com
respetivo desenvolvimento, um
extenso rol de vantagens e desvantagens associadas a quem usa
as R.S.. No entanto, e tendo em
vista não condicionar ou retirar
oportunidade aos cronistas do
próximo número, de aí sim, esmiuçarem os seus pontos de vista, vou neste artigo apenas alertar o leitor para algumas, poucas
brechas de segurança que as R.S.
abrem aquando de um simples
“clic”, com a publicação e troca
de comentários, que muitas vezes
são postados perante determinada notícia, acontecimento, foto
ou outro motivo qualquer.
• A inexistência de segurança.
A utilização desmedida e descuidada, sem regras mínimas de segurança, resultantes muitas vezes
pela inexistência ou deficiente
formação nessa área, leva grande
27
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
parte dos utilizadores das R.S. a
expor publicamente a sua vida
privada e familiar, partilhando-a
com amigos, com os amigos dos
seus amigos e desconhecidos ou
até mesmo com o público geral,
com o simples facto da publicação de fotografias, vídeos ou
qualquer outro tipo de ficheiro,
opinião ou comentário. As pessoas ganharam a rotina da fotografia, de se fotografarem e publicarem as chamadas “selfies”, “
false self”, ou lá como queiram
chamar, sem terem em conta que
com estas simples ações a sua segurança física, e dos seus bens,
passa a ficar comprometida a
partir do momento da publicação
das fotos dos locais que visitam
ou do local onde se encontram
em dado momento. Estas ações
permitem a determinados grupos organizados que fiscalizam
e controlam o movimento e hábitos de pessoas alvo, quando
estas se encontram fora da residência. Seria bom que antes de
se publicarem “coisas” se tenha a
verdadeira noção desta perda de
segurança e da exposição da sua
privacidade.
Noutro campo, o uso exagerado
das novas tecnologias nas escolas, obriga os alunos desde muito
cedo, a colocarem os seus trabalhos em plataformas eletrónicas
ou moodles, sem previamente se
inteirarem da formação e capacidade dos pais em supervisionarem e acompanharem os filhos na
utilização destas ferramentas a
partir de casa, facto que poderá
facilitar e concorrer para o gerar
de situações indesejáveis, por
exemplo, bullying, sextexting e
assédio sexual, por parte de pedófilos ou outros predadores sexuais, passando as escolas a ter este
problema dentro e fora de portas.
• Os Posts, comentários e troca
de opiniões .
As R.S. vieram dar todo o tempo de antena aos “treinadores
de bancada”. Estes escrevem sobre tudo, comentam e opinam
sobre tudo. Geralmente, muitos
deles, não dizem o que sabem e
falam sobre tudo o que não sabem. Pessoas que de forma vil e
covarde, utilizando o anonimato
que o computador lhes garante
muitas vezes com um perfil falso, julgam-se no direito de comentar sobre tudo e sobre todos.
São senhores da verdade e do conhecimento, utilizando por vezes
linguagem imprecisa, indelicada,
errada, desajustada ou mesmo
insultuosa. Provocam por vezes
enormes tempestades de respostas, de troca de comentários e insinuações nada abonatórios para
quem os lê, alguns deles com
linguagem muito descuidada,
atacando de forma indiscriminada tudo e todos, demonstrando
com esses atos a sua verdadeira
deformação humana, ética e intelectual.
Por vezes uma simples notícia,
foto ou informação é motivo de
opinião, de abordagem, comentário e discussão, independentemente de o assunto ser ou não do
interesse dos comentadores. Uma
28
mentira é transformada em verdade e uma verdade em verdadeira
mentira.
Alguns destes comentadores utilizam a forma anonima ou com
perfil falso, julgando que não
serão detetados. Desconhecem
é que, em situações pontuais,
quando exista necessidade de
recorrer a atos de justiça, são facilmente identificados através do
endereço IP da máquina e respetivo MACaddress, existindo sempre
a possibilidade de inclusive, obter
o registo de tudo o que comentaram ou afirmaram, constituindo
prova perante a Lei, o que pelo
menos garante a possibilidade de
colocar algum travão para casos
extremos.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
E INFORMAÇÃO
A internet tem sido a melhor arma
para lutar contra as injustiças.
Mas que seja bem utilizada
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
CONCLUSÃO
As redes sociais são uma verdadeira espada de dois gumes.
De um lado temos a sua enorme
utilidade, tais como: a globalização, o conhecimento, a informação em tempo útil, a inexistência
de distância entre qualquer parte
do mundo, o reencontro de velhos
amigos separados pelo tempo e
pela distancia, a possibilidade de
permanente comunicação de forma gratuita, a partilha de notícias, acontecimento e informação
em tempo útil, a publicidade gratuita, a disponibilização e partilha
de conhecimento, a descoberta
e o desenvolvimento intelectual
promovidos pela necessidade de
pesquisar e saber, as plataformas
on-line, o contacto permanente
entre as pessoas, a possibilidade
de interligação entre as empresas usando as redes sociais como
ferramenta de trabalho, com o
consequente aumento e aperfeiçoamento de produtividade com
menos custos, os telefones inteligentes, Smartphones, entre muitos outros inúmeros aspetos.
Do outro lado temos: o uso excessivo e indiscriminado das redes, a constante quebra e falta de
29
segurança resultante em muitos
casos da deformação moral, ética
e por desconhecimento, a perda
da confidencialidade, do respeito,
a clonagem de fotos a partir das
disponíveis na rede, a alteração do
significado da palavra amigo por
conhecido, as amizades e traições
familiares a partir das redes sociais, a troca de convívio familiar
pelas conversas nas redes sociais,
a necessidade de proibir as redes
sociais nos locais de trabalho para
não perturbar a produção, a obtenção do perfil psicológico de
um candidato a trabalho a partir
da sua pagina na R.S, a destruição da língua falada e escrita, a
troca da leitura de livros pelas
conversas nas R.S. e consequente
perda de capacidade de expressão
oral e escrita, o incremento exagerado de estrangeirismos símbolos e expressões abreviadas, entre
muitos outros fatores, os quais
irão certamente ser pontos de
abordagem pelos cronistas desta
matéria no próximo numero, mas
que certamente irá deliciar aos
leitores deste jornal.
Está aberto o debate!
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
ATIVIDADES CULTURAIS NA
FREGUESIA ATÉ FINAIS DE 2015
Dando cumprimento ao programa de atividades culturais previstas e referidas
na edição n.º 2 deste Jornal, datado de Março do presente ano, estão previstas
as seguintes atividades.
Caminhadas
• 10 e 11 de outubro – Caminhada a Santa Luzia em Viana do Castelo com a
duração de 2 dias a decorrer durante um fim-de-semana;
• 21 de novembro – Caminhada n.º 4, a local ainda por determinar;
• 27 de dezembro – Caminhada n.º 5, a local ainda por determinar.
Convívios.
• 8 de novembro - Magusto de S. Martinho;
• 13 de dezembro - Festa de Natal da Freguesia.
Festividades
• Festividades em honra de S. Miguel de Frossos – dias 2, 3 e 4 de Outubro
As diversas organizações destes eventos, caminhadas, convívios e comissão de
festas, pretendem com estas atividades promover o convívio, lazer, desporto
entre todos, esperando uma participação massiva da população em todos os
eventos e apela a todos sem exceção para que venham e tragam um amigo.
ATIVIDADE DE GRUPOS CULTURAIS
Grupo de Concertinas de Merelim
O responsável pelo Grupo de Concertinas, Joaquim Gonçalves, informa que relativamente aos ensaios deste grupo, à semelhança dos anos anteriores, continuam a ser às quartas-feiras e sábados, no edifício sede da Junta de Freguesia em
(Merelim S. Pedro), encontrando-se aberto a novos elementos que pretendam
aprender e integrar aquele grupo.
30
Comissão da Cultura
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
MERELINENSE - NOVOS CORPOS SOCIAIS
No passado mês de Julho, tomou posse a nova direção do Merelinense Futebol Clube
para a época desportiva 2015/2016, e que passamos a apresentar:
MESA DA ASSEMBLEIA
Presidente
António Ferreira da Silva
Vice-Presidente
Fernando José Barros Pereira
Vice-Presidente
Gabriel António Loureiro Costa
Presidente
Ricardo José Pinto dos Anjos Ferreira
Vice-Presidente
Domingos Jesus Ferreira Ferraz
1.º Secretário
Carlos Daniel Faria da Silva
Tesoureiro
José Manuel Fernandes Bonjardim
2.º Secretário
António Ferreira de Sousa
Tesoureiro Adjunto Bruno Manuel Gomes Fernandes
Secretário
Tatiana Catarina Correia Azevedo
Secretário Adjunto
Adelino da Silva Barbosa Azevedo
Vogal
António Carlos Zão da Rocha Martins
Vogal
Hugo Ricardo Costa Mendes
Vogal
João Miguel Duarte Lourenço
Vogal
João Pedro Araújo Pinto
Vogal
Henrique Miguel Carvalho Martins
Vogal
Sebastião Miguel Ribeiro Pinto
Vogal
Joaquim Oliveira Gomes
Vogal
Pedro Manuel Duarte Loureiro
Vogal
Fernando Miguel Rodrigues Gomes
Vogal
António Jorge Silva Monteiro
Vogal
Armando Luís Vale Silva
Vogal
José Carlos Silva Barbosa
Vogal
José Fernando Silva Monteiro
CONSELHO FISCAL
Presidente
Sérgio Luís Ribeiro Ferreira
1.º Secretário
Héli S. Loureiro Igreja da Silva
2.º Secretário
Rui Pedro Vieira Ferraz
Esta direção surgiu após longas conversações de um grupo de amigos que motivados pelo amor ao seu clube decidiu dar
continuidade a um trabalho de longas décadas, motivado para a obtenção de bons resultados e no crescimento do clube.
Queremos ainda informar que estão abertas as inscrições para as escolinhas e que podem ser efetuadas no Café
Bar Merelinense.
Também informamos que está a decorrer uma campanha para atualização de quotas, bem como a angariação de
novos sócios.
Queremos a família Merelinense outra vez reunida para levar o nome da nossa freguesia a todos os cantos do mundo.
Sozinhos chegamos mais rápido, mas juntos chegamos mais longe!
A direção
31
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
A CAPELA DE S. BRÁS
A capela de São Brás, em S. Pedro
de Merelim, Braga, está colocada
em frente à estrada que vai de
Braga para Prado, Ponte de Lima
e Valença. Esta estrada corresponde grosso modo, à via romana
que de Bracara Augusta se dirigia
para a também romana cidade de
Lugo e que passava igualmente
por aquelas três vilas.
O lugar que ocupa é hoje, sem
dúvida, o mais central da freguesia. Este facto mostra-nos que
a posterior via medieval deverá
ter sido ligeiramente deslocada
pois antes deveria passar junto
à igreja paroquial. Não sabemos,
porém, se foi a criação da capela que deu origem à alteração da
via. A verdade é que é à sua volta que se desenvolve o principal
núcleo habitacional de S. Pedro
de Merelim.
A capela deu, aliás, origem a um
pequeno largo que foi sucessivamente organizado, ora na retaguarda do templo – com o alinhamento das casas situadas nas
traseiras da capela –, ora à frente, sobressaindo do outra lado da
estrada uma das casas mais importantes da freguesia, a que foi
mandada construir por Manuel
José Rocha Veloso em data desconhecida, mas seguramente em
finais do século XIX.
Este homem era, então, um dos
capitalistas mais conhecidos de
Braga. A sua fortuna teve origem no Brasil; e qual foi a fortuna bracarense do século XIX que
não teve esta origem? Foi tam-
bém proprietário de dois dos mais
importantes edifícios situados no
coração de Braga: um é a Casa Rolão, que foi concebida por André
Soares, na avenida Central, hoje
ocupada pela livraria “Centésima
Página”; o outro é o edifício que
mandou fazer de raiz e que ocupa
a esquina, lado nascente, da avenida 31 de Janeiro, com frente para
o largo da Senhora-a-Branca, onde
em tempos funcionou um posto da
Segurança Social e hoje está dividida em apartamentos.
A capela de São Brás data do tempo do arcebispo D. Frei Agostinho
de Jesus, um homem que também
foi conhecido pelo nome de família, Agostinho de Castro, e que
governou o arcebispado de Braga
entre os anos de 1590 e 1609. Esta
informação é colhida pela existência da sua pedra de armas, colocada na fachada do lado sul, sobre a
porta lateral da capela. Para a descrição desta pedra vamos seguir a
lição do investigador Vaz Osório da
Nóbrega:
- Escudo peninsular, com as suas
correias
- Cruz simples posta em pala atrás
do escudo
- Chapéu eclesiástico com cordões
de seis borlas pendentes a cada
lado (1, 2 e 3)
- Cartela decorativa sobre a qual
assenta o escudo.
A inexistência dos livros que deram a origem à capela e da provisão arcebispal que a autorizou
não nos permitem avançar nem
com uma data mais precisa, nem
32
Eduardo Pires
de Oliveira
com as razões que levaram à
sua construção. Pode, porém,
alvitrar-se – embora sem qualquer segurança – ter tido origem numa intervenção pessoal
do arcebispo.
Sob as armas do arcebispo,
numa inscrição recente, pode
ler-se uma inscrição que nos indica a data de construção. Deve,
porém, colocar-se uma questão:
onde é que terá sido colhida a
informação? Ao contrário do
que se lê na lápide o arcebispo
não usava os dois apelidos em
simultâneo. Ele era Castro, de
família. Quando decidiu seguir
vida religiosa mudou então o
apelido para Jesus:
CAPELA DE S. BRAZ
MANDADA ERIGIR PELO
ARCEBISPO DE BRAGA
D. FREI AGOSTINHO DE JESUS
E CASTRO
NO ANO DE 1602
RECONSTRUIDA EM 1688
Normalmente, uma capela pública, como era o caso desta, tinha um grupo de zeladores que
moravam nas casas situadas nas
proximidades e que tomavam
conta do seu asseio e manutenção. Casos houve em que esses
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
grupos, com o passar dos tempos, se decidiram organizar numa confraria para melhor poderem defender as suas ideias e intuitos. É o que aqui deverá ter
acontecido.
É muito possível que a confraria tenha sido autorizada em 1721, pois conhece-se uma provisão, com
data de 17 de Maio deste ano, que os autoriza. É a
Provisão a favor dos confrades de São Brás [sita na
freguesia de São Pedro de Merelim, para se erigirem
os estatutos da sua confraria].
Estes Estatutos viriam a ser revistos mais do que uma
vez: em 28 de Maio de 1735 forma pela primeira vez
alterados e em 23 de Janeiro de 1754 foram acrescentados. Em 27 de Janeiro de 1767 houve lugar a um
novo acréscimo. No século XIX foram novamente reformados, pelo menos em 1806 e 1824; mas com toda
a certeza que houve mais outra alteração no final
desta centúria pois isso aconteceu em todas as confrarias. No século XX seriam feitas novas alterações,
umas em virtude de normas religiosas e outras de
normas do Governo, tendo estas sido feitas logo após
a implantação da República, pertencendo a aprovação ao Governo Civil; são as que foram realizadas em
1914 e 1937.
Há quem aponte a data de 1694 para a fundação da
confraria. Infelizmente não explicita onde é que foi
buscar essa informação. Quando se referem tempos
históricos mandam as regras que as fontes sejam citadas para poderem ser confrontadas.
Olhando hoje para a capela pode dizer-se que quase
nada tem a ver com o templo inicial. A única memória existente é a pedra de armas de D. Frei Agostinho
de Jesus.
É bem possível que a capela original fosse mais pequena que a atual. Em finais do século XVIII recebeu
uma série de obras que a transformaram totalmente e, sobretudo, a tornaram maior. O conhecimento
deste facto permite-nos pensar que o lugar estava
em crescimento e a ficar mais habitado. Essa a razão
para a necessidade de fazer crescer a área ocupada
pela capela.
Uma alteração de arquitetura num edifício religioso
não se faz sem a necessária autorização da Mitra,
isto é, os serviços burocráticos da arquidiocese, que
estavam sob a alçada do arcebispo.
Nos inícios do ano de 1779 os membros da confraria
estavam plenamente conscientes de que a sua capela
era insuficiente para os crentes que a ela acorriam.
Para ultrapassar esta questão decidiram pedir autorização ao arcebispo para a poder aumentar. A necessária provisão foi concedida no dia 18 de Março daquele
mesmo ano. É a Provisão para se reedificar a Capela
de Sao Bras da freguesia de Sao Pedro de Merelim, a
favor do Juiz e Oficiais da Confraria de Sao Bras da
mesma freguesia.
A verdade, porém, é que a confraria já tinha antes
decidido avançar com a obra. O pedido formal foi
apenas uma justificação feita à posteriori! Ou seja,
aconteceu algo semelhante que hoje se faz continuamente. Aliás, devo dizer que gostava de saber qual é
a percentagem de edifícios construídos (1) com todas
as correções processuais e (2) com essas correções a
serem feitas posteriormente! Ou seja, nihil est novi
sub sole; traduzindo, não há nada de novo na terra!
Verdade verdade é que no dia 17 de Outubro de 1778
já tinha sido lavrado em Mire de Tibães, onde residia
o tabelião do Couto, um Ajuste e obrigação da obra
da capela de São Brás [São Pedro de Merelim, lugar
de São Brás] que fizeram os oficiais da confraria com
os mestres de pedraria Manuel Mendes e Francisco
Gonçalves, de Palmeira. A ideia da Confraria passava
por lançar abaixo a capela e com a mesma pedra e
mais fazer uma nova. As palavras a mesma pedra e
mais, que retiramos do copo daquele ato notarial, são
bem explícitas do facto de se querer fazer uma capela
maior que a existente.
As obras demoraram mais de um ano pois só em 31
de Janeiro de 1780 é que a Mitra, ouvido o Arcebispo
D. Gaspar de Bragança, deu a necessária autorização:
Pela presente vista a remessa do Serenissimo Senhor
e informação do Reverendo Paroco sobre o comple-
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Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
mento, e decencia da capela de São Bras sita
na freguesia de São Pedro de Merelim concedo
licença ao mesmo Reverendo Paroco para que na
mesma forma do Ritual Romano possa benzer
a dita capela visto se achar feita e acabada e
decentemente ornada e depois de benzida nella
se possão celebrar o Santo Sacrificio da Missas e
todos os mais Officios Divinos...
Mas não se ficaram por aqui as alterações. Segundo a uma pedra epigrafada que está colocada
sob o brasão do arcebispo, a capela recebeu uma
nova reconstrução no ano de 1868.
Já no século XX, a sineira de dois sinos foi transformada numa torre quadrangular, perdendo assim um certo ar rural e dando uma aparência
mais encorpada à capela.
Em data recente a fachada da capela esteve recoberta com azulejo, decoração que não se manteve durante muito tempo porque poucas décadas depois foi retirado. E ainda bem pois assim,
caiada de branco, a fica muitíssimo mais bonita.
É bem possível que, exceptuando a torre sineira,
as linhas que hoje vemos sejam aquelas que lhe
foram dadas pelo desconhecido arquiteto que a
concebeu em 1778. As pirâmides a sobrepujar
todos os pormenores principais da fachada; a
bela curvatura da empena e, sobretudo, o óculo
remetem-nos para essa data. O óculo foi um elemento que André Soares utilizou imenso e que
trouxe de novo para a arquitetura bracarense.
Mas, claro, que nada há aqui que nos indique
que o grande mestre do tardobarroco e do rococó bracarense trabalhou na capela.
A meio, sobre a porta e sob o óculo, vê-se, num
recortado nicho, a figura do padroeiro, recente, em terracota. Desconhece-se o paradeiro da
imagem primitiva, em granito.
O interior é bastante simples, com um só retábulo e um só púlpito. Excetuando a pia baptismal, dividida em gomos bem salientes, nada há
mais aqui que possa ter a ver com as obras dos
séculos anteriores. Olhando com atenção, tudo
indica que quer o retábulo quer as imagens devocionais e os castiçais tenham sido feitos no
século XX. Nem sequer se conserva o confessionário que
fora autorizado pelo arcebispo D. Frei Caetano Brandão
em 22 de Outubro de 1802, pela Provisam a favor do Juiz
e mais Officiaes da Confraria de Sao Bras, sitta na sua
Capella Publica da Estrada do Carmo da freguesia de Sao
Pedro de Merelim, para na dita Capella se poder colocar
um confessionario.
Como é natural, a sacristia é muito simples. Curiosamente, é aqui que se guardam as peças mais antigas
da capela. Referimo-nos a uma imagem setecentista, em
madeira, do padroeiro, a um lavatório de pé alto lavrado
em granito e, sobretudo, a uma tábua pintada, a pedir
urgente e mais do que necessário restauro, em que se
pode ler o SUMARIO DAS INDULGENCIAS CONCEDIDAS
AOS CONFRADES DE SÃO BRAS PELLA SANITIDADE (sic)
DE CLEMENTE XI. Ostenta a data de 29 de Janeiro de
1721. Esta peça é hoje o bem mais antigo de uma confraria que é velha mais de quatrocentos anos. Só por
isso, mais do que acarinhada deveria ser restaurada com
o máximo cuidado.
Em 1981 a capela foi novamente restaurada, segundo
uma inscrição que se pode ler no interior.
Desde os inícios da década de 1980 que a capela de São
Brás também tem vindo a servir como capela mortuária
da freguesia.
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Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
ESPAÇO DOS EMPRESÁRIOS DE MERELIM SÃO PEDRO & FROSSOS
TCO - TERESA CARDOSO OLIVEIRA, LDA.
Uma empresa que nasceu em Merelim (S. Pedro) e está a crescer em
Frossos.
Assistimos recentemente à união
das freguesias de Merelim (S. Pedro) e Frossos, e a empresa Teresa Cardoso Oliveira Lda partilha a
sua história com estas duas freguesias que agora se uniram.
A história da TCO tem início em
1964, com a criação da empresa
Teresa Cardoso Oliveira & Cª Lda,
que se dedicava à confeção de
malhas em teares retos no lugar
de São Brás em Merelim (S. Pedro).
No ano de 1975 a empresa passou a denominar-se Teresa Cardoso Oliveira, nome individual,
iniciando a sua atividade na confeção em tecido de fardas escolares e de trabalho. Três anos mais
tarde começa a apostar no mercado da revenda e a abandonar o
negócio das malhas.
Foi no ano de 1982 que se deu
o ponto de viragem no tipo de
artigos comercializados deixando os artigos de criança e dedicando-se à confeção de roupa de
senhora e pré-mamã. Mais tarde
já em 1995 aconteceu a inauguração da primeira superfície
comercial, localizada no centro
Grossista de Revenda Grocenter
em Famalicão. Nos dias de hoje
conta com mais três superfícies
estrategicamente posicionadas
no território nacional, uma no
Grossista Centro Norte e Sul de
Samora Correia, outra na Zona
Industrial do Mindelo em Vila do
Conde e ainda em Albergaria-a-Velha no lugar de Vista Alegre.
Foi no decorrer da mudança de milénio que a TCO se mudou para a
zona industrial do Feital em Frossos e onde está localizada até aos
dias de hoje. É nesta zona industrial que a empresa tem batalhado
para conseguir ser uma referência
a nível nacional e acompanhado
sempre as mais recentes inovações e exigências do mercado.
Com a necessidade de vender ao
público a TCO optou por criar lojas
próprias com o nome de Boutique
da Tereza. Nestas lojas são comercializados todos os produtos produzidos com a característica especial de vender todos os tamanhos.
Neste momento conta com três
lojas, duas em Braga (Rua de São
Marcos e Minhocenter) e uma em
Ponte de Lima (Em frente à escola
secundaria), brevemente está previsto a abertura de mais uma loja
em local ainda por revelar.
A Boutique da Tereza tem ainda
o canal de vendas online que se
foca mais especificamente nos
tamanhos grandes e envia regularmente para todo o país e para
alguns pontos na Europa, uma
aposta clara no mercado digital que comprova a capacidade
de inovação da empresa. O site
www.boutiquetetereza.com rece-
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Rui Humberto
be mais de um milhar de visitas
diárias e a página do Facebook
conta já com cerca de 70 000 seguidores sendo estes indicadores
importantes da aposta forte no
mundo digital.
A Boutique da Tereza é uma marca que aspira aos valores da liberdade e igualdade de escolhas.
Uma marca que não estigmatiza
mas inclui. Uma marca que mostra o melhor que existe em todos
os tamanhos, feita para sí a pensar no seu corpo!
Merelim (São Pedro) e Frossos | Setembro de 2015 | Número 4
CULINÁRIA
PUDIM
TRADICIONAL
- 12 ovos;
- 12 colheres (sopa) de açúcar;
- 1 copo de leite ( 200 ml);
- 2 colheres (sopa) de amido de milho;
- 1 cálice de vinho do Porto;
- caramelo;
1º Em uma bacia, colocar 10 gemas e dois ovos inteiros.
2º Adicionar o açúcar e bater muito bem com uma colher de pau.
3º Pegar numa tigela e dissolver
o amido de milho no leite. Adicionar de seguida à mistura de
ovos com açúcar. Mexer tudo.
ADIVINHA
SOPA DE LETRAS
“Estando a Dona Princesa
Entre tábuas e taboinhas,
Chova que não chova
Está sempre molhadinha.”
- CASTANHAS;
- OUTONO;
- ESCOLA;
- FRIO;
- MARMELADA;
- VINHO;
Lingua
4º Adicionar o vinho do Porto em
fio sempre a mexer.
5º Verter a mistura para uma forma de pudim, previamente barrada
com o caramelo e fechar.
6º Levar a cozer numa panela com
água por aproximadamente 1 hora
em lume médio.
Tiragem:
1750 exemplares
Grafismo:
José Luís Correia
Data:
Setembro 2015
Distribuição:
Grupo da Cultura de Merelim (São Pedro) e Frossos
*Propriedade da junta de freguesia de Merelim (São Pedro) e Frossos
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as marchas de são pedro - Freguesia Merelim São Pedro e Frossos