News A revista do Grupo LET Recursos Humanos N0 20 | Março / Abril | 2010 | Ano 4 | www.grupolet.com PERSONAGEM Serginho Groisman (TV Globo – 10 anos de Altas Horas) “Pessoas talentosas são sempre as mais tranquilas e verdadeiras” – Pág. 9 EDIÇÃO ESPECIAL GRUPO LET – 10 ANOS Conheça Joaquim Lauria, um líder empreendedor e os destaques de uma década de sucesso! – Pág. 6 Ainda nesta edição: Uma homenagem ao saudoso Luiz Carlos Campos – Pág. 14 ENTREVISTA Luiz Augusto Costa Leite fala sobre uma década de evolução do RH – Pág. 3 institucional Foto: Aline Braga Editorial Papo com o leitor “Grupo LET, prazer em estar com você!” Caros leitores, ma vez que Joaquim Lauria, nosso Diretor Executivo, com toda a propriedade, está na capa e na matéria principal desta edição que celebra os 10 anos do Grupo LET Recursos Humanos, fiz um “empréstimo” deste precioso espaço. Primeiro para dizer que em 2005 tive a honra de conhecer Joaquim Lauria, um profissional, sem nenhum exagero, ético, transparente e inovador. Homem de visão, Lauria expande sua empresa com qualidade e cuidado por suas pessoas. Ele dá o passo certo, no momento preciso, agregando valores ao mercado. Há quatro anos tenho prazer em estar aqui vestindo a camisa do Grupo LET e há pouco mais de três tenho mais satisfação ainda em oferecer ao Lauria e ao universo da Gestão de Pessoas este presente chamado NEWSLET. E a presente edição, além do histórico de realizações do Grupo LET, traz uma homenagem especial ao eterno Luiz Carlos Campos, grande companheiro de Lauria em muitas jornadas bem logradas. Brinda também os leitores com uma entrevista para lá de especial com Serginho Groisman, âncora do Altas Horas (TV Globo) e mestre em perceber e externar tendências da juventude. Fomos a São Paulo (SP) para entrevistá-lo. Muita coisa aconteceu entre 2000 e 2010. Luís Augusto Costa Leite, Coordenador do Comitê de Criação do CONARH 2010, faz uma panorâmica da evolução da área de Recursos Humanos neste período. Tem muito mais para vocês leitores, mas não vou contar. Folheiem, descubram e curtam. U Parabéns Grupo LET, 10 anos de muito sucesso! Que venham muitos outros 10 anos! Boa leitura! Alexandre Peconick Editor Executivo de NEWSLET Dicas NewsLet - Livros Antes do Eu Sou – Diálogos com Mooji Qualitymark Editora Às vezes cômico e tenro, ocasionalmente severo e sempre amável, o guia aborda uma gama de temas como medo, sofrimento, confusão, relacionamentos, práticas espirituais e vida diária. Suas respostas encorajam, desafiam e nunca deixam de iluminar, pois demonstram ser convites resolutos para investigar a natureza do Ser e encontrar a essência da vida e a paz interior. 2 | Março / Abril | 2010 Dicas de Feedback – A Ferramenta Essencial da Liderança, de Bernardo Leite Moreira Qualitymark Editora Mais do que um espelho, qualquer profissional precisa perceber nos outros quais foram os efeitos provocados por suas ações. Com preciso e correto embasamento, o autor defende que não há processo de desenvolvimento de Liderança sem que se dêem respostas (ou feedbacks) precisos aos seus interlocutores. Por isso, aqui serão explicadas todas as nuances não apenas de um bom feedback, bem como daquilo que esta ferramenta pode causar. Assim é que se faz – Desenvolvimento Pessoal e Profissional, de Roberto Vieira Ribeiro Qualitymark Editora Uma espécie de “pacote comportamental” de ingredientes para a realização dos sonhos pessoais e profissionais é o mote desta obra excelente para mover o indivíduo a transformar ideias em ações, embora nenhuma motivação real seja externa. O que o autor, coach por excelência, faz é seduzir o leitor a buscar ele mesmo suas respostas. Mergulhe em cada capítulo e boa viagem! Expediente Grupo LET Recursos Humanos Membro Oficial Matriz Centro Empresarial Barra Shopping Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102 Site: http://www.grupolet.com Escritório São Paulo - Rua James Watt 84, 2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050 São Paulo (SP) – Brasil Tels.: (11) 5506-4299/5505-2509 5506-0639 Escritório Curitiba - Avenida Winston Churchill 2.370 sala 406, 4º andar Pinheirinho Cep: 81150-0050 - Curitiba (PR) – Brasil - Tel.: (41) 3268-1007 Escritório Juiz de Fora (MG) – Rua Fernando Lobo 102, sala 804, Ed. Europa Central Tower, Centro – Cep: 30170-131, Juiz de Fora (MG) Brasil Tel.: (32) 3211-5025 Escritório Belo Horizonte (MG) Rua São Paulo 900, Salas 806 e 807, Centro Cep: 30170-131 Tel.: (31) 3213-2301 Diretor Executivo: Joaquim Lauria Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria Revista News Publicação bimestral Março / Abril 2010 Ano 4 – Nº 20 Tiragem 1.500 exemplares Jornalista responsável (redação e edição): Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) Mtb 17.889 / e-mail para [email protected] Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected]) Foto da Capa: Army Agency / Renan Monteiro Oportunidades: Cadastre seu currículo diretamente em nossas vagas clicando www.grupolet. com/vagas/candidato e boa sorte! Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda. Endereço: Rua Frei Jaboatão 295, Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ E-mail: [email protected] Tel: (21) 2209-1717 entrevista ENTREVISTA especial Luiz Augusto Costa Leite Foto: Arquivo Pessoal “2000-2010 - Uma Evolução (ou Revelação?) do RH” A nalisar a evolução de Recursos Humanos na última década não é simples. Por isso, convidamos para realizar a tarefa Luís Augusto Costa Leite, Coordenador do Comitê de Criação do CONARH (Congresso Nacional para a Gestão com Pessoas – ABRH - Nacional) e Diretor da Change Consultoria Management, empresa com expertise em identificar visões estratégicas de mercado. Representante no Brasil do WIAL (World Institute for Action Learning), Luís Augusto deixa claro que, se muito avançaram os gestores de pessoas, há também boa quantidade de “dever de casa” a ser feito para se atingir o patamar ideal. NEWSLET – Como foi o cenário econômico e político que tivemos entre 2000 e 2010? Luís Augusto – A década 2000-2010 se resume no grau de incerteza em que os países e organizações vivem em relação ao futuro. Muitos acontecimentos fizeram com que as empresas tivessem que se replanejar constantemente para sobreviver. As grandes empresas aumentaram sua autonomia de ação, ocupando espaços que, inclusive, antes eram do estado. Veio a ilusão de que o mercado resolveria tudo. Sabemos que não foi bem isso que aconteceu, como demonstrou a recente crise. e esquece que cada vez mais a Gestão de Pessoas é definida a partir de um contexto maior do que a própria empresa. Em 2004, quando organizamos no Rio de Janeiro o Congresso Mundial de RH colocamos “Sustentabilidade” em pauta recebemos críticas. O passar dos anos comprovou que a Sustentabilidade será o principal desafio das organizações. Precisamos definir como as organizações se tornam sustentáveis e como RH vai atuar nas organizações no que diz respeito a equilibrar decisões de curto e longo prazo. NEWSLET – E como isso impacta na Gestão de Pessoas? NEWSLET – Nesse sentido as demandas de “Sustentabilidade” ampliaram drasticamente o raio de ação do RH para a sociedade? Luís Augusto - Muita gente pensa em pessoas do ponto de vista instrumental Luís Augusto – Sim. A consciência e o envolvimento nas questões de Susten- tabilidade levaram o RH a transpor as fronteiras da organização e atuar em conjunto com a sociedade. No começo da década, Responsabilidade Social era só filantropia e um tempero de marketing. NEWSLET – E o quê tipo de maturidade esses acontecimentos trazem ao RH? Luís Augusto – A grande questão é deixar de ser parceiro, para ser agente do negócio. Ao mesmo tempo em que RH lutava por um lugar ao sol, era visto pelas lideranças da empresa como mero suporte. Em 2006, quando o CONARH destacou o tema “RH e Governança Corporativa”, foi a sessão de menor audiência porque a própria área de RH não se enxergava a partir da cabeça da governança corporativa. Março / Abril | 2010 | 3 Entrevista NEWSLET – Mas não houve evolução nesta visão? Luís Augusto – Houve, mas não a suficiente. Um dos débitos que trazemos nesta década é a dificuldade real para se adaptar ao mundo novo. RH, que costuma se achar incompreendido, é que não compreende os outros. Tivemos avanços significativos, mas as demandas estão mudando e nós ainda não nos desfizemos dos modelos mentais antigos. O que não quer dizer que não estejamos contribuindo para transformações nas organizações e na sociedade. NEWSLET – Sobre as transformações na forma de atuar, o que o RH faz nas empresas em 2010 que ainda não fazia em 2000? Luís Augusto – Percebe-se em 2010 uma mudança radical. As organizações não podem perder tempo em atividades e procedimentos que não lhe sejam essenciais. Nesse quadro, o crescimento da terceirização precisa ser melhor entendido, pois é através dela que RH terá disponibilidade para se transformar. Esta é a grande discussão da virada de década: RH não tem que ficar cuidando de um profissional que está com problema com o seu gestor; não é aí que deve fazer a diferença. RH deve concentrar esforços nas questões de pensamento, estratégia e transposição para as áreas da empresa de muitas atividades que eram o seu “feudo”. Para isso, tem que ter convicção, competência e munição. NEWSLET – Fala-se em Tecnologia, mas ainda há na base do ser humano problemas de Educação. Mesmo assim, foi ampliada a relação entre Academia e Mercado? Luís Augusto – Os índices educacionais básicos do país melhoram de forma lenta. Fazer Educação é uma 4 | Março / Abril | 2010 necessidade imediata e indiscutível. As empresas estão sendo forçadas a investimentos maciços e diretos de alto a baixo em Educação, seja por meio de universidades corporativas ou se associando às instituições já existentes. Lifelong Education não é matéria acadêmica e nem gerencial. RH precisa saber como materializá-la nas empresas. Ou seja: como transformar o cortador de cana que usa facão em um operador de colheitadeira com comandos eletrônicos? O Brasil é isso. Uma corrida contra o tempo. NEWSLET – Mas, afinal, como fica o papel do RH nas empresas? “A consciência e o envolvimento nas questões de Sustentabilidade levaram o RH a transpor as fronteiras da organização” Luís Augusto – Dividido em dois pedaços: o primeiro, com relação aos processos, RH tem responsabilidade no monitoramento, mas não na operação. O segundo é o da consultoria interna. RH deve ser um consultor de seu cliente, seja interno ou externo; deve ser coach, mentor, estar junto aos executivos pensando estrategicamente. RH deve mudar a empresa junto com seus líderes. Esta década acelerou a visão compartilhada do RH. Só falta explicar para os russos, ou seja, aos CEOs e acionistas, que vamos jogar assim. NEWSLET – Quê desafios de RH esta década não resolveu? Luís Augusto – O primeiro é como colocar diversas gerações convivendo em uma mesma organização. O segundo é o das mulheres que estão se constituindo na maioria da força de trabalho, mas sem o poder de influência correspondente. Vai mudar a concepção do que é “masculino” e “feminino” em termos de gestão. Outra questão complexa é que o processo seletivo valoriza mais o profissional que passou em várias empresas pouco tempo do que outro que passou em uma empresa muito tempo. O tipo de compromisso entre pessoas e empresas tem que ser repensado porque o produto final disso não tem sido bom. Conhecimento e capital humano são palavras-chave. NEWSLET – E os desafios que dizem respeito às relações de trabalhos e as relações sindicais? Luís Augusto – As entidades sindicais não acompanharam os avanços da década e perderam parte de sua representatividade. O gerente da sua empresa passa a ser visto como “pessoa de confiança”. Com as reduções feitas pelas empresas, as pressões por resultados levam-no a nem sempre atender expectativas. Resultado: a qualidade de vida vem caindo. Focar em benefícios e salários já não resolve a integração pessoa-trabalho. Outro item que cresceu: o “assédio moral”. As pessoas estão adquirindo consciência de direitos humanos. O alto número de ações sobre assédio moral obriga as organizações a pensarem porque isso está acontecendo. NEWSLET – Para finalizar, fale sobre a mudança comportamental que a Tecnologia tem provocado na hierarquia das organizações... Luís Augusto - A maneira de se olhar a hierarquia está sendo mudada graças à evolução da tecnologia. A tendência é cada vez maior de que as pessoas se relacionem, fora e dentro da empresa, em redes horizontais. Todo mundo passa a ter o poder de influenciar. Essa mudança de relacionamento traz a pergunta: como vou produzir resultados em rede com menos peso da hierarquia? Esta é a grande mudança. Foto: Site sxc.hu acontece o n s e d a d i v o N Instituto Capacitare Candidatos serão convocados via torpedos SMS Q uase 120 empresas já utilizam hoje em todo o país a consultoria dos programas de trainees oferecidos pelo Instituto Capacitare – empresa parceira do Grupo LET Recursos Humanos. Em 2010 esta ferramenta que realiza recrutamento e seleção incluindo provas on line estará sendo consolidada. Além disso, o Capacitare aprimorou muito sua capacidade em colocar nas empresas os “estagiários de alta performance” por meio das mais modernas tecnologias. “O retorno sobre a confiança em nosso trabalho tem sido tão grande LET que algumas empresas já nos delegam a ligação direta com os seus líderes, como é o caso da Souza Cruz e da Shell; é interessante saber que os líderes já consideram o programa de estágio como vitais para a competitividade e sustentabilidade de suas organizações”, revela Leyla Nascimento, Diretora do Instituto Capacitare, que já tem sua página no Twitter (www. twitter.com/capacitare). “O Twitter é a nossa grande ferramenta de convocação de candidatos”, admite Leyla ao acrescentar que também há página do Capacitare no Orkut. Espera-se para breve o fechamento de parceria com uma empresa de telecomunicação. A empreitada vai ampliar o acesso dos processos seletivos à juventu- revitaliza São Paulo Há uma demanda crescente de serviços em RH na região de São Paulo e o escritório local do Grupo LET tem 15 profissionais gabaritados em atender clientes como TV Globo, RGIS, L´Oréal, UCI Cinemas, entre outros. Ao todo são oito na área de recrutamento e seleção e sete em departamento de pessoal; todos sob responsabilidade de Alline Correia. Recentemente foi inaugurado o novo escritório de Vila Carrão (SP). “Em São Paulo há uma di- versidade cada vez maior de níveis de perfis para as vagas dentro das mesmas empresas e temos cumprido nosso maior desafio que é o de entender o negócio do cliente e entregar cada vez mais rapidamente as pessoas certas para ele”, destaca Alline, que também enfatiza a parceria local que o escritório LET – São Paulo tem estabelecido com instituições de ensino do porte de uma FGV (Fundação Getúlio Vargas) ou de um IBMEC. de. Explica-se: os estudantes serão convocados por torpedos SMS. Outra novidade do Instituto Capacitare neste ano será a abertura de sua filial São Paulo, (dentro das dependentes do escritório Grupo LET – São Paulo) prevista para o 2º semestre. “As empresas paulistas sem dúvida irão usufruir muito de nossas ferramentas inovadoras”, assegura a Diretora ao enfatizar que o Capacitare já administra estagiários em quase todos os estados do Brasil. Segundo Leyla, março tem sido um excelente mês para se buscar estágio, especialmente nas área de Administração; Tecnologia da Informação; Engenharias de Produção Eletrônica e Mecânica; e Comunicação, tanto em Publicidade como em Jornalismo. Foto: Alexandre Peconick Joaquim Lauria, Priscilla Monteiro (2ª da esquerda para a direita) e José Renato Alverca com alguns colaboradores do escritório LET – São Paulo Março / Abril | 2010 | 5 capa LET 10anos! Foto: Army Agency / Renan Monteiro Grupo A História de Joaquim Lauria, um líder empreendedor L “ auria” nomeia uma província do estado de Potenza, norte da Itália. Há uma “Comunidade Lauria” próxima à região italiana da Calábria. E um pouco do jeitão italiano acolhedor, com profundo senso de justiça, transpira e inspira Joaquim Lauria. Aos 63 anos ele dirige com transparência, ética e visão estratégica o Grupo LET Recursos Humanos. No último dia 16 de março esta consultoria de RH completou sua primeira década. Nascido no Rio de Janeiro, também em um dia 16 (fevereiro de 1947), Lauria viveu a infância e adolescência em um país que sonhava acordado com o crescimento. Dos seus pais ganhou o legado da importância em investir a vida nos estudos. O menino fez primário na Escola Afonso Penna (pública), o antigo ginásio no Instituto Lafayette e o científico (nível médio) no Colégio Pedro II. Depois de prestar o vestibular, 6 | Março / Abril | 2010 ingressou na Faculdade de Arquitetura de Barra do Piraí. De volta ao Rio, como lembra, “não tendo pai rico e nem arquiteto”, seguiu a orientação de um amigo e decidiu cursar Administração de Empresas pela SUAM (Centro Universitário Augusto Motta). “Tive a facilidade e a felicidade de fazer estágio no escritório do famoso arquiteto Lúcio Costa com um aprendizado fantástico em termos de natureza e profundidade; mas era difícil o campo de trabalho para um arquiteto”, admite Lauria. Joaquim Lauria fez ainda pós-graduação em Engenharia Econômica na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1975. No decorrer de sua carreira também concluiu pós-graduação em Recursos Humanos na PUCRJ em 1980 e em marketing na FGV (Fundação Getúlio Vargas, Botafogo, Rio) no ano de 1983. Resumimos alguns passos do Diretor Executivo do Grupo LET até a criação desta empresa; fundamentais para entender o conjunto de valores de uma consultoria que tem crescido pelo menos 15% a cada 12 meses. Com apenas 23 anos, Lauria assumiu grande responsabilidade na GGS Indústrias Gráficas, como Analista Sênior de Organização e Métodos ao realizar uma reestruturação completa. Era o ano de 1971. E já em 1972 o executivo foi “mordido pelo bichinho do RH” ao sentar-se na cadeira de Gerente de RH da CCPL (indústria de laticínios). “Meu primeiro grande trabalho na CCPL foi o de arrumar, a pedido do presidente, a área de RH, que tinha 130 funcionários, coisa hoje inimaginável; adorei lidar com pessoas, gerando benefícios para elas”, lembra. Da CCPL, onde ficou por 10 anos, transferiu-se para a Rioquima (mais capa Passo a passo do Grupo LET (Liderança, Experiência, Tecnologia): 2001 2003 2005 2007 2009 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Criação do Grupo LET 16 de março. Aumenta a demanda de Recrutamento e Seleção, sobretudo em hotéis. Criação da Passenger Card, empresa parceira de cartões de assistência ao viajante. Criação da área de Comunicação do Grupo LET – em abril. Criação da área de Comunicação do Grupo Let - em abril. E do Instituto Capacitare - Em Dezembro. Consolidação das parcerias com as instituições que atuam com os PCDs (Profissionais com Deficiência Física). Vocês Colaboradores, Clientes, Parceiros e Candidatos escrevem a nossa história. Contrato com a TV Globo e mudança para a Barra da Tijuca. Abertura dos escritórios São Paulo e Macaé (RJ) e criação da KL Produções Artísticas. dois) e em seguida para o Banco Boavista. Mas foi à frente da Diretoria de Planejamento Estratégico, Recursos Humanos e Administração da Natrom Engenharia que Lauria ganharia experiência em negociação sindical. “Implantamos a área de Qualidade na empresa, tema polêmico nos anos 70; e montamos um sindicato patronal, entre outras ações”, revela o executivo. Convidado pela FIESP, Lauria sentou-se à mesa para negociar com os trabalhadores. Entre eles estava o então metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva. “À mesa conversando, o Lula era uma pessoa educada, tranquila”, recorda-se Lauria, sobre o atual Presidente da República. A experiência valeu muito. Tanto que entre 1984 e 1986 Lauria exerceu a função de Superintendente de Relações Industriais no SERPRO (Serviço Fede- Diversificação de clientes por vários segmentos de mercado - início da participação no RH na Praça (ABRH-RJ) – abertura do escritório em Curitiba (PR). Início da jornada de certificação de qualidade ABNT NBR ISO 9001:2000 - lançamento da revista NEWSLET e estande Grupo LET no Congresso RH-RIO 2007 (ABRH-RJ). ral de Processamento de Dados). “Não queria ir de jeito nenhum à época”, reconhece, ele, “mas fui convencido por uma pessoa fantástica de RH, o João Marcos (ler depoimento dele em quadro anexo)”, conta. Foi feito à época o primeiro acordo coletivo de trabalho pós-regime militar. Era uma fase de abertura de uma empresa formada pelo AI-5. O desafio consistia em explicar às pessoas do país inteiro que a ditadura tinha terminado. No ano de 1988, Lauria começou a contribuir na reformulação da Soletur. Cumpriu o desafio não apenas de multiplicar faturamento, como também de dar à gestão de pessoas de uma empresa do ramo de turismo um caráter mais dinâmico e profissional. Ao longo de quase quatro décadas, Lauria atuou com estruturas de negócio e segmentos completamente dife- Expansão para Minas Gerais e início dos estudos que viabilizem filiais em outros estados. rentes. Atendeu e aprendeu com uma diversidade de profissionais. Turbinou seu perfil de líder. “Todos os bons valores que aprendi e vivenciei em trabalhos anteriores trouxe ao Grupo LET Recursos Humanos”, reconhece o executivo. Da matriz na Barra da Tijuca aos escritórios LET ou às unidades locadas em clientes, o tratamento é justo e igualitário, do auxiliar de limpeza ao gerente administrativo. “Minha porta é aberta a todos que tragam sugestões, angústias e críticas”, informa Lauria, que em 10 anos também aprimorou em larga escala a tecnologia de seus processos. “Dispomos de um sistema de folha de pagamento que pouquíssimas empresas têm no Brasil”, garante. A empresa, que em 16 de março de 2000 funcionava em um escritório na Colaboradores da matriz do Grupo LET nas áreas de RH (Recursos Humanos) e DP (Departamento de Pessoal) Foto: Alexandre Peconick Março / Abril | 2010 | 7 Foto: Alexandre Peconick capa Futuro Promissor Kryssiam Lauria acredita que o Grupo LET tem amplo potencial para seguir crescendo ano após ano, oferecendo alta qualidade ao mercado Avenida Nilo Peçanha, Centro do Rio, hoje conta com matriz no Centro Empresarial do Barra Shopping, na zona oeste carioca e filiais em áreas nobres de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Juiz de Fora; mas já esteve também em Macaé (RJ), Goiânia e Brasília (DF). “A estratégia de abertura de filiais só se justifica se houver demanda consistente de negócios nas localidades, ou seja, não nos aventuramos”, justifica Lauria. O primeiro cliente oficial do Grupo LET (março de 2000) foi a MHC Tecnologia, do Rio de Janeiro. À equipe se resumia a Lauria, uma psicóloga, um profissional de administrativo e um de departamento de pessoal. Em 10 anos de Grupo LET muita gente já passou por seus computadores e salas de recrutamento. E o índice de satisfação dos clientes é praticamente 100%. Mais do que isso, clientes como TV GLOBO e Hotel Sheraton (para citar dois exemplos) contribuíram, na visão de Lauria, para o up grade dos profissionais LET na medida em que demandaram trabalhos extremamente desafiadores. O que o Grupo LET agrega ao seu negócio? João Marcos Fonseca Pereira, Diretor Regional de RH da TV GLOBO “Atender bem a um cliente é entender do negócio dele! O Grupo LET faz isto ao nos atender dentro dos prazos, pontualidade e qualidade demandados. O programa tem que ir para o ar na hora e minuto programados. Viver este compromisso é o que o Grupo LET faz sempre que precisamos deles. Nossa cultura de qualidade é muito forte. Fazer direito na primeira vez é importantíssimo! Não temos tempo, nem humor para aceitar erros! O Grupo LET se desdobra para corresponder a esta expectativa.” Rogerio Oliveira, Criação de Ambientes e Equipes de Operação de Produção da TV Globo “O Grupo LET nos dá aquilo que é fundamental para o bom andamento do nosso trabalho: garantir aos diversos programas da CGP, profissionais de talento com condições de atender imediatamente ao nosso chamado. Vejo no Grupo LET esta parceria e sinto total confiança no trabalho. Seus colaboradores atuando junto à nossa área, garantem a tranquilidade de um bom serviço. Visão de futuro – Kryssiam Lauria – Diretor Adjunto do Grupo LET “Vejo cada vez mais o Grupo LET aumentando sua participação no mercado. Este ano conseguimos dois clientes muito grandes que entraram e trarão um crescimento ao Grupo LET de cerca de 20%, bem alto em relação à média do mercado. Temos como meta sempre dar o passo no momento certo e dar oportunidade ao desenvolvimento de nossas pessoas, algumas delas conosco desde a abertura de nossos negócios. Damos prioridade às promoções internas antes de contratar alguém de fora.” Foto: Alexandre Peconick Colaboradores do Grupo LET das áreas de Tecnologia, Administrativo, Financeiro, Comercial e Recepção Rodolfo Santos, Coordenador de Desenvolvimento de Competências da TV GLOBO “A equipe do Grupo LET é imprescindível para encontrarmos os melhores talentos a fim de atender as áreas de Produção e Criação da TVG (Central Globo de Produção). Quem imaginaria que poderíamos mudar o perfil dos profissionais das equipes de cabelo e maquiagem depois de 40 anos de sucesso? Somente com o apoio deste excelente time conseguimos formar e contratar “artistas” de cabelo e maquiagem com superior completo. Dessa forma, o Grupo LET nos ajuda a superar os desafios que o High Definition nos trouxe.” personagem Foto: TV Globo / Zé Paulo Cardeal Decanos O Altas Horas também completa 10 anos Serginho Groisman – TV Globo “Percepções sobre a convivência de gerações” M uito mais do ser “criticamente jovem” e poder dizer o que pensa e o que gosta, doa a quem doer, Serginho Groisman conduz aos 59 anos, um programa de TV que, se não é um educador, como ele mesmo reforça, lança sempre “boas pulgas atrás das orelhas de muita gente”. A exemplo do Grupo LET, o Altas Horas completa em 2010 seus 10 anos e traz aos leitores o presente expresso nas palavras do apaixonado jornalista paulistano que, para o bem de todos, não tem freios na língua. Serginho recebeu NEWSLET com simpatia e simplicidade em sua redação na TV Globo – São Paulo. Agora sim,...entendemos porque ele faz de seu programa um autêntico laboratório. Fala garoto! NEWSLET – O mercado de trabalho está mais plural em termos de faixa de idade. Há desafio nesta necessária convivência? Serginho Groisman – Não acredito que necessariamente haja conflitos entre gerações, mas isso vai depender de onde acontece o trabalho, qual a natureza e os objetivos dele. Coordeno um grupo de 14 pessoas, alguns trabalham comigo há 20 anos, outros há quatro. Existem diferenças de idade, mas isso nunca criou problema. O meu trabalho, aliás, é direcionado a faixas etárias muito distintas. Quando estamos trabalhando o foco é comum. No caso de um programa de TV, que depende do que está acontecendo, musicalmente, por exemplo, os mais jovens têm um gosto diferente dos outros. Mas isso apenas soma, não divide. NEWSLET – Como você observa a troca de lições entre os mais experientes e os mais jovens? Serginho Groisman – A experiência significa que a pessoa adquiriu certas normas de conduta e ganha atalhos para chegar mais facilmente ao que se quer. Os jovens absorvem isso na convivência com gerações mais antiMarço / Abril | 2010 | 9 personagem Foto: TV Globo / Zé Paulo Cardeal gas. E as pessoas mais novas trazem uma energia diferente e uma curiosidade fundamental para o ambiente de trabalho. Particularmente aprendo muito com os jovens essa Curiosidade e desejo nunca perder este valor. NEWSLET – É possível se direcionar positivamente esta curiosidade? Serginho Groisman – Sim. Ser experiente não é tudo. Não basta ter vivência naquele espaço, se aquele espaço está em constante transformação. Por outro lado não adiante o jovem saber utilizar a Internet e tudo da nova tecnologia se ele não tiver um conhecimento, uma curiosidade e um poder de leitura e interpretação. A questão das diferenças de idade hoje está relacionada à busca de um foco comum que é a associação entre a atualização e o conhecimento. As pessoas experientes têm o conhecimento e as mais jovens têm o instrumental. Mas ambos devem buscar um equilíbrio entre essas duas ferramentas. NEWSLET – Há nos jovens da plateia do seu programa uma preocupação com a leitura? Serginho Groisman – Infelizmente não! Os jovens ainda lêem pouco. Usam a Internet de um modo normalmente equivocado. Ainda falta às pessoas irem aos lugares mais interessantes da Internet. Falta capacidade de leitura e critérios. Falta um sistema educacional no Brasil que ajude as pessoas a se tornarem mais críticas. NEWSLET – Assim como o Grupo LET o Altas Horas está completando 10 anos. Nesses 10 anos, quais foram os momentos mais gratificantes do crescimento desta equipe de trabalho e dos resultados obtidos? Serginho Groisman – O programa vai amadurecendo, com situações de 10 | Março / Abril | 2010 “Meu princípio número um é o de dar voz às pessoas e essa voz não pode ser censurada” Serginho Groisman maior interatividade. Este programa não existe e nem tem sentido sem a plateia. E queremos estudantes porque queremos pessoas que façam perguntas sem nenhuma censura. lugar que tenha censura. Quando me chamam, sabem o que pode vir. Meu princípio número um é o de dar voz às pessoas e essa voz não pode ser censurada. NEWSLET – Não ter censura é bom para que você cresça na sua capacidade de criticar? NEWSLET – A arte de entrevistar inclui um aprendizado constante, pois há velocidade de mudança nas linguagens. Você se lembra de algum exemplo de entrevista que não correspondeu à sua expectativa? Serginho Groisman – Não ter censura é fundamental. Não vou trabalhar em personagem Serginho Groisman – A arte da entrevista é a de saber ouvir, mais do que saber falar. Evidente que muitas vezes você convida alguém que te decepciona. Às vezes convido uma pessoa que desempenha um papel público exemplar e aqui, sem poder interpretar, não corresponde ao que vemos dela em outros ambientes. NEWSLET – Quem, por exemplo, não te correspondeu? Serginho Groisman – Não dá para falar os nomes, mas são pessoas das quais particularmente não gostei. Às vezes vem uma pessoa que você pensa ser engraçada, porque publicamente é engraçada, e aqui, frente a frente com perguntas imprevisíveis, mostra não ter nenhuma graça. Às vezes vem um político que se pensava ter um conteúdo e ele demonstra não ter. Isso é freqüente. Não acontece uma ou duas vezes. O curioso é que as pessoas mais TALENTOSAS são sempre as mais tranqüilas e verdadeiras. Uma simples pergunta pode deixar alguém deprimido. NEWSLET – Você sente que alguns dos seus entrevistados, justamente por esta imprevisibilidade, chegam ali inseguros? Serginho Groisman – Já presenciei sim algumas pessoas mais nervosas, mas em pouco tempo elas se soltam porque o programa é acolhedor. Claro que, dentro das circunstâncias, pode acontecer. Por exemplo, aquele juiz de futebol que confessou ter manipulado alguns resultados (Nota da R.: Edílson Pereira de Carvalho no Brasileirão 2005) veio aqui e o ambiente foi tenso para ele. NEWSLET – Depois da Y, teremos a Geração W (nascido a partir de 1994) que só pensa e fala eletronicamente, faz tudo pela lei do menor esforço e não tem fidelidade a marcas. Como lidar com eles? “A questão das diferenças de idade está relacionada à busca de um foco comum que é a associação entre a atualização e o conhecimento” Serginho Groisman – Na época da ditadura só havia duas opções: ser contra ou a favor. Com a Internet as pessoas têm uma abrangência e uma abertura maior em relação ao consumo de tudo: música, cultura, informação. Quem gosta de um tipo de música, não se atrela a isso. A Internet trouxe também a pirataria. Estou falando tudo isso, para explicar que a fidelidade das pessoas às marcas está desaparecendo. Cada um faz suas próprias escolhas. E isso inclui as empresas. NEWSLET – Criar um ambiente de trabalho mais volátil seria uma saída? Serginho Groisman – Seria. A cabeça dessa nova geração não é igual a das anteriores. Também na escola o aluno de hoje é muito diferente. Por isso os professores sofrem ao não conseguirem captar como é este jovem. Do mesmo jeito, nas empresas, o novo funcionário tem uma cabeça mais aberta, é mais ansioso. Aqui na TV Globo a área de RH entende bem estas mudanças. Todo mundo trabalha por um motivo comum, mas tem espaço para sua individualidade. NEWSLET – Meu filho de quatro anos, que não está conseguindo se entender bem com a escola dele, me disse: “papai a escola é muito parada pra mim”. Ele precisa ficar fazendo algo o tempo todo... Serginho Groisman – Sim, isso é comum de acontecer. Mas não precisamos entrar em uma loucura de achar que tudo deve ser rápido e não há espaço para contemplação. O que deve ser compreendido é que existe uma geração que capta tudo mais rapidamente. Uma empresa precisa ter memória e rapidez. Memória é “o que você precisa passar para as pessoas que vão trabalhar com você”. NEWSLET – Você é muito diferente de sua idade cronológica. A convivência com jovens influi nisso? Serginho Groisman – Não. É biológico. Meus pais eram assim. A curiosidade está em mim. As pessoas devem ser atentas independente da idade, que está na cabeça. Já fiz entrevista, por exemplo, com juventudes dos partidos políticos. Alguns desses caras falam como se tivessem 60 anos! NEWSLET – E falar de “política brasileira” em um programa de auditório na TV é mais difícil do que falar de “sexo”? Serginho Groisman – É! O jovem brasileiro não tem uma boa formação política, ao contrário do jovem argentino, do chileno. Há uma explicação cultural para isso, pelo modo como o Brasil foi formado. Esta é uma ferida exposta nossa. Mas, é claro, toda vez que vem um político ao programa, com uma circunstância polêmica, ele passa mal aqui. NEWSLET – Que mensagem você gostaria de destinar aos jovens que vão entrar no mercado de trabalho nos próximos 10 anos? Serginho Groisman – Ter em primeiro lugar certeza do talento. Não é só acreditar em si, mas provar que é talentoso. Só que é preciso um segundo valor: Paciência. Nenhum talento acontece sem paciência. Se tiver ambos, não tem erro: um dia dá certo! Março / Abril | 2010 | 11 POR DENTRO DE RH - BENEFícios Foto – Divulgação AON O Dia da Crianças AON é muito importante para o desenvolvimento de Eduardo, filho de Carlos Eduardo AON “Papai quero trabalhar com você!” uitos gestores ainda se perguntam: como fazer para que a criança absorva o ambiente de trabalho do pai (ou da mãe) explicando para ela porque é necessário este pai (ou mãe) passar tantas horas no trabalho? O RH da AON, uma das maiores consultorias de seguros do mundo, com matriz brasileira em São Paulo (SP), já descobriu, ao seu jeito, uma boa resposta ao criar o “Dia das Crianças AON”. Em um mercado repleto de trabalhadores que deixam seus filhos pequenos em casa esta ação se transforma em retentora de talentos e atrativa de profissionais. Como prática já instituída na empresa há mais de seis anos, durante um dia inteiro no mês de outubro, crianças dos dois aos 12 anos, filhos de funcionários, ganham um momento de integração com o trabalho dos pais. Na parte da manhã, são recebidos em um buffet localizado próximo à sede da empresa onde há um autêntico parque temático com brincadeiras das mais diversas. Após o almoço, a criança vai para o escritório do pai acompanhar o passo a passo de seu trabalho até a hora em que ela quiser ficar. Para facilitar esta passagem do mundo da criança para o do adulto, em 2009 a área de Recursos Humanos trouxe para dentro do universo corporativo um grupo de teatro, que apresentou a peça “O Lobo Mau e Cha- M 12 | Março / Abril | 2010 peuzinho Vermelho”, relacionando a história dos três porquinhos ao ambiente de trabalho. Segundo Agatha Machado Alves, Gerente da RH da AON, a ideia foi a de colocar para a criança que “o papai tem o tempo para as brincadeiras, mas também precisa do espaço para trabalhar, importante para que o Lobo Mau não derrube a casinha”. “Trazendo uma história infantil para contar uma situação de trabalho do pai, ajudamos a desfazer, na cabeça da criança, a imagem de que esse trabalho seja um mistério”, explica Agatha, que tem formação em Psicologia. Ela conta que a AON já tinha um bom ambiente de trabalho e que esta ação foi apenas um valor agregado que o RH ofereceu aos seus colaboradores para ampliar o vínculo casatrabalho, fruto de uma percepção inerente ao mercado: “O pai fica muito ausente do filho; além disso, o filho pequeno ainda não tem noção exata de que o pai precisa do trabalho para lhe proporcionar brinquedos e passeios e, mesmo entre pais cultos, pode haver dificuldade emocional em explicar isso”, esclarece a Gerente de RH que ouviu de muitos pais o elogio de que a AON está sendo um grande parceiro na educação de seus filhos. Cento e vinte funcionários participaram do Dia das Crianças AON em 2009 somente na matriz em São Paulo e para as demais foi destinado um vale-presente a cada funcionário com filhos dentro da faixa-etária mencionada. A participação no evento é opcional e cada pai se responsabiliza por trazer seu filho, que por sua vez recebe um convite personalizado. Na atividade de 2009, o “Lobo Mau” e a “Vovozinha” foram levados para os escritórios da AON, enquanto os “Três Porquinhos” estavam na recepção para darem boa vindas à criançada. A equipe de Recursos Humanos acompanhou cada ação, que incluiu uma mini-palestra, em linguagem infantil, sobre a cultura da AON. Respondendo a perguntas do tipo “vocês sabem o que o papai faz?” e “sabem como funciona esse negócio de seguros?”; o RH começou a desmistificar para as crianças a questão de que “o trabalho do papai é um monstro”. Mesmo os funcionários que não têm filhos são convidados a “entrarem no clima”. Integração é a palavra chave. Repletas de curiosidade as crianças questionaram: “Por que papai fica tantas horas fora?” ou “O que eu posso fazer para ajudar o trabalho do papai aqui, para ficar perto dele?”. Os resultados desta ação são extensos. Conforme assegura a equipe de RH, de imediato o Dia das Crianças AON provoca um “apaixonamen- “Quando saio para trabalhar ela me pergunta pela minha chefe e não mais aonde vou ou com quem vou ficar”, conta Luciana to entre funcionário e empresa”. Vários ligam e passam e-mails definindo esta como a melhor prática de RH e se dizendo encantados com a ansiedade de seus filhos por ver o vídeo do evento várias vezes e perguntar pela edição do ano seguinte. Algumas crianças já se dizem “funcionárias da AON”, enquanto outras já planejam o dia em que estarão atuando ao lado dos pais. “Se sentir útil e respeitado vale demais; um filho de um funcionário fez um desenho muito bonito dele brincando com outras crianças e puxando um balãozinho que dizia ´muito obrigado´”, conta Agatha. Segundo Eduardo Lopez Ferreira, Gerente de Infra-estrutura da AON, o contato com outras crianças filhas de funcionários está sendo muito importante para o desenvolvimento de seu filho, o pequeno Carlos Eduardo, de três anos. “Meu filho identifica facilmente as pessoas do meu trabalho e já não faz tantas perguntas quando saio para trabalhar, pois ele já está bem familiarizado com todos”, comemora. Já para Edson Nascimento, da área de Relacionamento pós-venda, o Dia das Crianças AON aumentou muito sua relação de confiança com a empresa. “Minhas filhas Ingrid (12 anos) a Letícia (10) se surpreenderam com a multifuncionalidade do meu trabalho Foto: Alexandre Peconick POR DENTRO DE RH - BENEFícios “Tia” Agatha A Gerente de RH está presente em cada passo do planejamento e da execução do Dia das Crianças AON. A paixão por estar com crianças é fundamental para o sucesso desta ação e passaram a compreender porque às vezes chego mais tarde; mais do que isso elas adoraram tanto o evento que todo os anos me cobram a presença delas”, admira-se Edson. Para Luiza, de cinco anos, filha de Luciana Carchat, funcionária da área de sinistro-auto o contato com as colegas de trabalho da mãe é algo que ela adora. “Quando saio para trabalhar ela me pergunta pela minha chefe e não mais aonde vou ou com quem vou ficar”, conta Luciana que curtiu ver sua filha ocupar sua cadeira de trabalho para fazer desenhos. “Considero esta ação inovadora e nunca trabalhei em outra empresa que oferecesse algo semelhante”, revela ela que está há dois anos na AON. Além de ir de encontro às necessidades dos pais o evento proporciona ao RH uma visão integrada dois funcionários que, na presença dos filhos, se mostram muito mais. Não à toa, a AON foi uma empresa que cresceu fortemente mesmo em tempos de crise – em 2006 eram 400 funcionários e em 2010 são 800 em São Paulo e 11 filiais pelo país. Benefícios gerados por práticas como a do “Dia das Crianças AON” têm comprovado o quanto cada vez mais o local de trabalho pode ser uma extensão da casa de cada um, aumentando produtividade na medida em que alivia o estresse. Março / Abril | 2010 | 13 homenagem Foto: Arquivo de família Luiz Carlos Campos “Um Gestor Muito à frentedo seu tempo” L uiz Carlos Campos foi e é uma espécie de bússola para muitos dos mais bem sucedidos gestores de pessoas que tomam importantes decisões diariamente. O grande SER HUMANO que ingressou na eternidade a 18 de setembro de 2005 tinha aguçada capacidade de percepção e entendimento das necessidades das pessoas. Também por isso antecipava situações que se transformavam em tendências. Como todos dizem em qualquer reunião de RHs, o Luiz Carlos tinha um raríssimo dom de cativar, entusiasmar e se relacionar com pessoas independente de classe social, nível cultural, raça, nacionalidade, religião ou qualquer outro atributo. Dava o tom adequado para se obter o melhor resultado, mesmo em momentos de extrema pressão. “Na Coca-Cola, onde ele foi Gerente de RH, percebeu que a premiação de um relógio de ouro para quem completasse 20 anos de casa não era adequada à realidade social de todos os funcionários; então procurou ouvir seus funcionários e criou uma política de bonificação em dinheiro condizente à realidade de cada pessoa. Isso é estar à frente do tempo”, enfatiza Rodrigo Campos, filho de Luiz Carlos. 14 | Março / Abril | 2010 Além de Ética e Transparência, outro valor amplamente evidente não apenas no discurso, mas nas ações de Luiz Carlos era o da Generosidade. Rodrigo narra um fato de Luiz Carlos que o pai lhe pediu em vida para não revelar, pois jamais quis tirar proveito do mesmo: “Certa vez meu pai foi convidado a fazer uma palestra magna em um Congresso de Administração em Chapecó (SC). Também estariam lá Miriam Leitão, Roberto Shiniashiki e Arnaldo Jabor. Seria normal ele cobrar um cachê. Perguntaram quanto cobraria e ele disse: “Cobro muito caro, meu valor é um quilo de alimento trazido por cada congressista para doarmos às instituições de caridade”. Nesse congresso ele arrecadou mais de uma tonelada. Para o bolso dele, não quis nada. Ele dizia ter um trato: “em todas as palestras que fazia doava seu conhecimento, ou seja, era Responsabilidade Social. E quando ele cobrava dinheiro pedia que a quantia fosse depositada direto em uma instituição de caridade.” E mesmo quando não viajava, muitas eram as vezes em que dava coachs informais e gratuitos nos quais também não cobrava. Um bate-papo com Luiz Carlos Campos equivalia, segundo inúmeros executivos, a uma espécie de “aula de planejamento estratégico”. Tudo com muito suporte. Apaixonado pela leitura, Luiz Carlos tinha apenas em casa, segundo seus filhos, cerca de 500 livros sobre os mais variados temas ligados à Gestão de Pessoas. Inspiração sempre esteve junto ao termo transpiração em sua vida. Aos 14 anos, Luiz perdeu seu pai e teve que “se tornar o homem da casa”. À época, acordava às quatro e meia da manhã para trabalhar. Muitos anos mais tarde, em 1971 já trabalhava no setor de Compras da Coca-Cola. Em 1973 era transferido ao RH onde ficaria até 1983, chegando ao cargo de Gerente. Depois atuou em empresas como Estaleiro Verolme, Wortington do Brasil, Alcatel Telecomunicações, até alçar vôo empreendedor com sua empresa: a Tao Empresarial, mais tarde Joll Solução Saúde. Presidiu a ABRH - RJ entre 1998 e 2003, em dois mandatos e depois a ABRH – Nacional, quando em 2004 liderou o fantástico empreendimento de trazer para o Rio de Janeiro o Congresso Mundial de Recursos Humanos. Hoje, os filhos de Luiz Carlos Campos; Rodrigo, Helena, Christiano e Luiza buscam, com muita ética, transparência e generosidade dar continuidade ao seu legado. homenagem Foto: Arquivo de família Meu jeito de gostar de gente Luiz Carlos Campos Gosto de gente que gosta de gente. Gosto principalmente daquela gente que ... Adora gostar de gente. Gosto de gente com brilho nos olhos, que incendeia os outros com a chama do fogo-paixão, próprio das pessoas que escolheram fazer o que gostam. Presto mais atenção ainda, naquela gente que... Aprende a gostar do que está fazendo. Gosto de gente que não recua, frente ao desafio de modificar o que precisa ser modificado. Essas pessoas sabem que a força e o sucesso da transformação consiste em saber que o primeiro e mais importante passo é... Modificar a si próprio. Gosto de gente que sabe que o mundo nunca muda, mas quando você é a mudança... O mundo muda junto. Gosto de gente que se emociona com o singelo da vida. Esses são diferenciados pois nunca perdem as oportunidade de... Enxergar o óbvio e desfrutar da beleza, nem sempre aparente, das coisas simples. Gosto de gente que planta, de gente que colhe, e de quem sabe plantar pra colher. esses... têm a iniciativa e acabativa dos empreendedores. Gostos de pessoas que conspiram aquarianamente. Essas pessoas sabem que as transformações eficazes do século 21, serão...o resultado do pensamento inteligente orientado para o bem. Gosto de gente que resiste às tentações do ilícito e do mal, e repudia todas as suas outras formas de manifestação. Esses... Podem ter convivido uma vida inteira na pobreza, mas nunca conhecerão a sua pior forma de expressão,... A pobreza de espírito. Admiro muito os que sabem reconhecer e compartilhar o crédito com o autor da obra. Gente assim tem maneira a mais de se realizar...crescer pelo sucesso do outro. Gosto daqueles que têm o hábito de agradecer. Essa prática combina gratidão e humildade. Dois ingredientes imprescindíveis para manutenção do sucesso. Gosto de gente perseverante, pois sem dúvida a tenacidade é a forma mais certa de superação. Admiro as pessoas que brilham como as estrelas. Mas aprendi a gostar e a apreciar o brilho maior, mas muitas vezes invisível,...dos produtores de estrelas. Gosto de gente que repudia o preconceito em todas as suas formas de manifestação. Esses sabem o valor da inclusão e da importância de conviver com a diversidade. Pessoas assim...consegue, viver com conforto, em qualquer lugar do planeta. Gosto e gosto muito dos missionários do saber, que têm a consciência e a responsabilidade de compartilhar o conhecimento adquirido. Esses, por sabedoria, já aprenderam... que num degrau acima do ensinar, está o aprender. Gosto dos eternos aprendizes, porque esse tipo de gente constrói o seu crescimento na certeza de que há sempre algo a aprender... pessoas assim nunca serão vazias. Gosto de gente que engravida além do biológico. Esse ser, masculino ou feminino, gera a vida por solidariedade e dá abrigo ao próximo. Pessoas assim, com certeza, têm um órgão a mais que os outros... Um útero no coração. Gosto de estar perto de gente jovem de qualquer idade. Pessoas com essa característica, jamais criarão rugas na alma. Gosto de gente que sabe que o crescimento como pessoa, vem da capacidade de tolerar o intolerável, de conviver com o que parece inconvivível e, muito, mas muito acima...perdoar o que todos imaginam imperdoável. Gosto de gente que faz da atitude do presente, a grande construtora do passado. Esses, terão sempre a história conspirando ao seu favor. Gosto dos amantes do belo, dos que curtem o bom e dos que propagam o bem. E eu estou desconfiado, que é de gente assim que Deus também gosta. 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