News
A revista do Grupo LET Recursos Humanos
N0 20 | Março / Abril | 2010 | Ano 4 | www.grupolet.com
PERSONAGEM
Serginho Groisman
(TV Globo – 10 anos de Altas Horas)
“Pessoas talentosas são
sempre as mais tranquilas
e verdadeiras” – Pág. 9
EDIÇÃO ESPECIAL
GRUPO LET – 10 ANOS
Conheça Joaquim Lauria, um líder empreendedor
e os destaques de uma década de sucesso! – Pág. 6
Ainda nesta edição: Uma homenagem ao saudoso Luiz Carlos Campos – Pág. 14
ENTREVISTA
Luiz Augusto
Costa Leite
fala sobre
uma década
de evolução
do RH – Pág. 3
institucional
Foto: Aline Braga
Editorial
Papo com o leitor
“Grupo LET, prazer
em estar com você!”
Caros leitores,
ma vez que Joaquim Lauria, nosso Diretor Executivo, com toda a propriedade, está na capa e na matéria principal desta
edição que celebra os 10 anos do Grupo LET
Recursos Humanos, fiz um “empréstimo”
deste precioso espaço. Primeiro para dizer
que em 2005 tive a honra de conhecer Joaquim Lauria, um profissional, sem nenhum
exagero, ético, transparente e inovador. Homem de visão, Lauria expande sua empresa
com qualidade e cuidado por suas pessoas.
Ele dá o passo certo, no momento preciso, agregando valores ao mercado.
Há quatro anos tenho prazer em estar aqui vestindo a camisa do Grupo LET e há pouco mais de
três tenho mais satisfação ainda em oferecer ao Lauria e ao universo da Gestão de Pessoas este
presente chamado NEWSLET.
E a presente edição, além do histórico de realizações do Grupo LET, traz uma homenagem especial ao eterno Luiz Carlos Campos, grande companheiro de Lauria em muitas jornadas bem logradas.
Brinda também os leitores com uma entrevista para lá de especial com Serginho Groisman, âncora
do Altas Horas (TV Globo) e mestre em perceber e externar tendências da juventude. Fomos a São
Paulo (SP) para entrevistá-lo.
Muita coisa aconteceu entre 2000 e 2010. Luís Augusto Costa Leite, Coordenador do Comitê de
Criação do CONARH 2010, faz uma panorâmica da evolução da área de Recursos Humanos neste
período. Tem muito mais para vocês leitores, mas não vou contar. Folheiem, descubram e curtam.
U
Parabéns Grupo LET, 10 anos de muito sucesso! Que venham muitos outros 10 anos!
Boa leitura!
Alexandre Peconick
Editor Executivo de NEWSLET
Dicas NewsLet - Livros
Antes do
Eu Sou
– Diálogos
com Mooji
Qualitymark
Editora
Às vezes cômico e tenro, ocasionalmente severo e sempre
amável, o guia aborda uma gama
de temas como medo, sofrimento, confusão, relacionamentos,
práticas espirituais e vida diária. Suas respostas encorajam,
desafiam e nunca deixam de
iluminar, pois demonstram ser
convites resolutos para investigar
a natureza do Ser e encontrar a
essência da vida e a paz interior.
2 | Março / Abril | 2010
Dicas de Feedback
– A Ferramenta
Essencial da Liderança, de Bernardo
Leite Moreira
Qualitymark Editora
Mais do que um espelho, qualquer profissional precisa perceber nos outros
quais foram os efeitos provocados por
suas ações. Com preciso e correto embasamento, o autor defende que não
há processo de desenvolvimento de
Liderança sem que se dêem respostas
(ou feedbacks) precisos aos seus interlocutores. Por isso, aqui serão explicadas todas as nuances não apenas de
um bom feedback, bem como daquilo
que esta ferramenta pode causar.
Assim é que se faz
– Desenvolvimento
Pessoal e Profissional, de Roberto
Vieira Ribeiro
Qualitymark Editora
Uma espécie de “pacote comportamental” de ingredientes para a
realização dos sonhos pessoais e
profissionais é o mote desta obra
excelente para mover o indivíduo
a transformar ideias em ações,
embora nenhuma motivação real
seja externa. O que o autor, coach por excelência, faz é seduzir o
leitor a buscar ele mesmo suas
respostas. Mergulhe em cada capítulo e boa viagem!
Expediente
Grupo LET Recursos Humanos
Membro Oficial
Matriz
Centro Empresarial Barra Shopping
Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas
302-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102
Site: http://www.grupolet.com
Escritório São Paulo - Rua James Watt
84, 2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050
São Paulo (SP) – Brasil
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5506-0639
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Churchill 2.370 sala 406, 4º andar Pinheirinho Cep: 81150-0050 - Curitiba
(PR) – Brasil - Tel.: (41) 3268-1007
Escritório Juiz de Fora (MG) – Rua Fernando Lobo 102, sala 804, Ed. Europa
Central Tower, Centro – Cep: 30170-131,
Juiz de Fora (MG) Brasil
Tel.: (32) 3211-5025
Escritório Belo Horizonte (MG)
Rua São Paulo 900, Salas 806 e 807,
Centro Cep: 30170-131
Tel.: (31) 3213-2301
Diretor Executivo: Joaquim Lauria
Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria
Revista
News
Publicação bimestral
Março / Abril 2010
Ano 4 – Nº 20
Tiragem 1.500 exemplares
Jornalista responsável
(redação e edição):
Alexandre Peconick
(Comunicação Grupo LET)
Mtb 17.889 / e-mail para
[email protected]
Diagramação e Arte:
Murilo Lins ([email protected])
Foto da Capa:
Army Agency / Renan Monteiro
Oportunidades:
Cadastre seu currículo diretamente em
nossas vagas clicando www.grupolet.
com/vagas/candidato e boa sorte!
Impressão:
Walprint Gráfica e Editora Ltda.
Endereço: Rua Frei Jaboatão 295,
Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ
E-mail: [email protected]
Tel: (21) 2209-1717
entrevista
ENTREVISTA especial
Luiz Augusto Costa Leite
Foto: Arquivo Pessoal
“2000-2010 - Uma Evolução
(ou Revelação?) do RH”
A
nalisar a evolução de Recursos Humanos na última década não é simples. Por isso, convidamos
para realizar a tarefa Luís Augusto Costa Leite, Coordenador do Comitê de Criação do CONARH (Congresso
Nacional para a Gestão com Pessoas – ABRH - Nacional)
e Diretor da Change Consultoria Management, empresa
com expertise em identificar visões estratégicas de mercado. Representante no Brasil do WIAL (World Institute for
Action Learning), Luís Augusto deixa claro que, se muito
avançaram os gestores de pessoas, há também boa quantidade de “dever de casa” a ser feito para se atingir o patamar ideal.
NEWSLET – Como foi o cenário econômico
e político que tivemos entre 2000 e 2010?
Luís Augusto – A década 2000-2010 se
resume no grau de incerteza em que os
países e organizações vivem em relação ao futuro. Muitos acontecimentos
fizeram com que as empresas tivessem
que se replanejar constantemente para
sobreviver. As grandes empresas aumentaram sua autonomia de ação, ocupando espaços que, inclusive, antes
eram do estado. Veio a ilusão de que o
mercado resolveria tudo. Sabemos que
não foi bem isso que aconteceu, como
demonstrou a recente crise.
e esquece que cada vez mais a Gestão
de Pessoas é definida a partir de um
contexto maior do que a própria empresa. Em 2004, quando organizamos no
Rio de Janeiro o Congresso Mundial de
RH colocamos “Sustentabilidade” em
pauta recebemos críticas. O passar dos
anos comprovou que a Sustentabilidade será o principal desafio das organizações. Precisamos definir como as
organizações se tornam sustentáveis e
como RH vai atuar nas organizações no
que diz respeito a equilibrar decisões
de curto e longo prazo.
NEWSLET – E como isso impacta na
Gestão de Pessoas?
NEWSLET – Nesse sentido as demandas de “Sustentabilidade” ampliaram
drasticamente o raio de ação do RH
para a sociedade?
Luís Augusto - Muita gente pensa em
pessoas do ponto de vista instrumental
Luís Augusto – Sim. A consciência e o
envolvimento nas questões de Susten-
tabilidade levaram o RH a transpor as
fronteiras da organização e atuar em
conjunto com a sociedade. No começo
da década, Responsabilidade Social
era só filantropia e um tempero de marketing.
NEWSLET – E o quê tipo de maturidade
esses acontecimentos trazem ao RH?
Luís Augusto – A grande questão
é deixar de ser parceiro, para ser
agente do negócio. Ao mesmo tempo em que RH lutava por um lugar ao
sol, era visto pelas lideranças da empresa como mero suporte. Em 2006,
quando o CONARH destacou o tema
“RH e Governança Corporativa”, foi
a sessão de menor audiência porque
a própria área de RH não se enxergava a partir da cabeça da governança corporativa.
Março / Abril | 2010 | 3
Entrevista
NEWSLET – Mas não houve evolução
nesta visão?
Luís Augusto – Houve, mas não a suficiente. Um dos débitos que trazemos
nesta década é a dificuldade real para
se adaptar ao mundo novo. RH, que
costuma se achar incompreendido,
é que não compreende os outros. Tivemos avanços significativos, mas as
demandas estão mudando e nós ainda não nos desfizemos dos modelos
mentais antigos. O que não quer dizer
que não estejamos contribuindo para
transformações nas organizações e
na sociedade.
NEWSLET – Sobre as transformações na forma de atuar, o que o RH faz
nas empresas em 2010 que ainda não
fazia em 2000?
Luís Augusto – Percebe-se em 2010
uma mudança radical. As organizações
não podem perder tempo em atividades e procedimentos que não lhe sejam essenciais. Nesse quadro, o crescimento da terceirização precisa ser
melhor entendido, pois é através dela
que RH terá disponibilidade para se
transformar. Esta é a grande discussão
da virada de década: RH não tem que
ficar cuidando de um profissional que
está com problema com o seu gestor;
não é aí que deve fazer a diferença. RH
deve concentrar esforços nas questões
de pensamento, estratégia e transposição para as áreas da empresa de muitas atividades que eram o seu “feudo”.
Para isso, tem que ter convicção, competência e munição.
NEWSLET – Fala-se em Tecnologia,
mas ainda há na base do ser humano
problemas de Educação. Mesmo assim, foi ampliada a relação entre Academia e Mercado?
Luís Augusto – Os índices educacionais básicos do país melhoram de
forma lenta. Fazer Educação é uma
4 | Março / Abril | 2010
necessidade imediata e indiscutível.
As empresas estão sendo forçadas
a investimentos maciços e diretos de
alto a baixo em Educação, seja por
meio de universidades corporativas ou
se associando às instituições já existentes. Lifelong Education não é matéria acadêmica e nem gerencial. RH
precisa saber como materializá-la nas
empresas. Ou seja: como transformar
o cortador de cana que usa facão em
um operador de colheitadeira com comandos eletrônicos? O Brasil é isso.
Uma corrida contra o tempo.
NEWSLET – Mas, afinal, como fica o
papel do RH nas empresas?
“A consciência e o
envolvimento nas questões
de Sustentabilidade levaram
o RH a transpor as fronteiras
da organização”
Luís Augusto – Dividido em dois pedaços: o primeiro, com relação aos
processos, RH tem responsabilidade
no monitoramento, mas não na operação. O segundo é o da consultoria
interna. RH deve ser um consultor de
seu cliente, seja interno ou externo;
deve ser coach, mentor, estar junto
aos executivos pensando estrategicamente. RH deve mudar a empresa
junto com seus líderes. Esta década
acelerou a visão compartilhada do
RH. Só falta explicar para os russos,
ou seja, aos CEOs e acionistas, que
vamos jogar assim.
NEWSLET – Quê desafios de RH esta
década não resolveu?
Luís Augusto – O primeiro é como colocar diversas gerações convivendo em
uma mesma organização. O segundo é
o das mulheres que estão se constituindo na maioria da força de trabalho, mas
sem o poder de influência correspondente. Vai mudar a concepção do que
é “masculino” e “feminino” em termos
de gestão. Outra questão complexa é
que o processo seletivo valoriza mais o
profissional que passou em várias empresas pouco tempo do que outro que
passou em uma empresa muito tempo.
O tipo de compromisso entre pessoas e
empresas tem que ser repensado porque o produto final disso não tem sido
bom. Conhecimento e capital humano
são palavras-chave.
NEWSLET – E os desafios que dizem
respeito às relações de trabalhos e as
relações sindicais?
Luís Augusto – As entidades sindicais não acompanharam os avanços
da década e perderam parte de sua
representatividade. O gerente da sua
empresa passa a ser visto como “pessoa de confiança”. Com as reduções
feitas pelas empresas, as pressões
por resultados levam-no a nem sempre atender expectativas. Resultado:
a qualidade de vida vem caindo. Focar em benefícios e salários já não
resolve a integração pessoa-trabalho.
Outro item que cresceu: o “assédio
moral”. As pessoas estão adquirindo
consciência de direitos humanos. O
alto número de ações sobre assédio
moral obriga as organizações a pensarem porque isso está acontecendo.
NEWSLET – Para finalizar, fale sobre
a mudança comportamental que a
Tecnologia tem provocado na hierarquia das organizações...
Luís Augusto - A maneira de se olhar
a hierarquia está sendo mudada graças
à evolução da tecnologia. A tendência
é cada vez maior de que as pessoas
se relacionem, fora e dentro da empresa, em redes horizontais. Todo mundo
passa a ter o poder de influenciar. Essa
mudança de relacionamento traz a pergunta: como vou produzir resultados
em rede com menos peso da hierarquia? Esta é a grande mudança.
Foto: Site sxc.hu
acontece
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Instituto
Capacitare
Candidatos serão
convocados via
torpedos SMS
Q
uase 120 empresas já utilizam hoje em todo o país
a consultoria dos programas de trainees oferecidos pelo Instituto Capacitare – empresa parceira do Grupo LET Recursos
Humanos. Em 2010 esta ferramenta
que realiza recrutamento e seleção
incluindo provas on line estará sendo
consolidada. Além disso, o Capacitare aprimorou muito sua capacidade
em colocar nas empresas os “estagiários de alta performance” por meio
das mais modernas tecnologias.
“O retorno sobre a confiança em
nosso trabalho tem sido tão grande
LET
que algumas empresas já nos delegam a ligação direta com os seus líderes, como é o caso da Souza Cruz e
da Shell; é interessante saber que os
líderes já consideram o programa de
estágio como vitais para a competitividade e sustentabilidade de suas organizações”, revela Leyla Nascimento,
Diretora do Instituto Capacitare, que
já tem sua página no Twitter (www.
twitter.com/capacitare). “O Twitter é a
nossa grande ferramenta de convocação de candidatos”, admite Leyla ao
acrescentar que também há página
do Capacitare no Orkut. Espera-se
para breve o fechamento de parceria
com uma empresa de telecomunicação. A empreitada vai ampliar o acesso dos processos seletivos à juventu-
revitaliza São Paulo
Há uma demanda crescente de serviços em RH na região de São Paulo
e o escritório local do Grupo LET tem
15 profissionais gabaritados em atender clientes como TV Globo, RGIS,
L´Oréal, UCI Cinemas, entre outros. Ao
todo são oito na área de recrutamento
e seleção e sete em departamento de
pessoal; todos sob responsabilidade
de Alline Correia. Recentemente foi
inaugurado o novo escritório de Vila
Carrão (SP). “Em São Paulo há uma di-
versidade cada vez maior de níveis de
perfis para as vagas dentro das mesmas empresas e temos cumprido nosso maior desafio que é o de entender o
negócio do cliente e entregar cada vez
mais rapidamente as pessoas certas
para ele”, destaca Alline, que também
enfatiza a parceria local que o escritório LET – São Paulo tem estabelecido
com instituições de ensino do porte de
uma FGV (Fundação Getúlio Vargas)
ou de um IBMEC.
de. Explica-se: os estudantes serão
convocados por torpedos SMS.
Outra novidade do Instituto Capacitare neste ano será a abertura de sua
filial São Paulo, (dentro das dependentes do escritório Grupo LET – São
Paulo) prevista para o 2º semestre. “As
empresas paulistas sem dúvida irão
usufruir muito de nossas ferramentas
inovadoras”, assegura a Diretora ao
enfatizar que o Capacitare já administra
estagiários em quase todos os estados
do Brasil. Segundo Leyla, março tem
sido um excelente mês para se buscar
estágio, especialmente nas área de Administração; Tecnologia da Informação;
Engenharias de Produção Eletrônica e
Mecânica; e Comunicação, tanto em
Publicidade como em Jornalismo.
Foto: Alexandre Peconick
Joaquim Lauria, Priscilla Monteiro
(2ª da esquerda para a direita)
e José Renato Alverca com alguns
colaboradores do escritório LET – São Paulo
Março / Abril | 2010 | 5
capa
LET
10anos!
Foto: Army Agency / Renan Monteiro
Grupo
A História de Joaquim Lauria, um líder empreendedor
L
“
auria” nomeia uma província
do estado de Potenza, norte
da Itália. Há uma “Comunidade Lauria” próxima à região italiana da Calábria. E um pouco do
jeitão italiano acolhedor, com profundo
senso de justiça, transpira e inspira Joaquim Lauria. Aos 63 anos ele dirige com
transparência, ética e visão estratégica o
Grupo LET Recursos Humanos. No último dia 16 de março esta consultoria de
RH completou sua primeira década.
Nascido no Rio de Janeiro, também
em um dia 16 (fevereiro de 1947), Lauria viveu a infância e adolescência em
um país que sonhava acordado com
o crescimento. Dos seus pais ganhou
o legado da importância em investir a
vida nos estudos. O menino fez primário na Escola Afonso Penna (pública),
o antigo ginásio no Instituto Lafayette
e o científico (nível médio) no Colégio
Pedro II. Depois de prestar o vestibular,
6 | Março / Abril | 2010
ingressou na Faculdade de Arquitetura
de Barra do Piraí. De volta ao Rio, como
lembra, “não tendo pai rico e nem arquiteto”, seguiu a orientação de um
amigo e decidiu cursar Administração
de Empresas pela SUAM (Centro Universitário Augusto Motta).
“Tive a facilidade e a felicidade de
fazer estágio no escritório do famoso
arquiteto Lúcio Costa com um aprendizado fantástico em termos de natureza e profundidade; mas era difícil o
campo de trabalho para um arquiteto”, admite Lauria.
Joaquim Lauria fez ainda pós-graduação em Engenharia Econômica na
UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro) em 1975. No decorrer de sua
carreira também concluiu pós-graduação em Recursos Humanos na PUCRJ em 1980 e em marketing na FGV
(Fundação Getúlio Vargas, Botafogo,
Rio) no ano de 1983.
Resumimos alguns passos do Diretor Executivo do Grupo LET até a criação desta empresa; fundamentais para
entender o conjunto de valores de uma
consultoria que tem crescido pelo menos 15% a cada 12 meses.
Com apenas 23 anos, Lauria assumiu grande responsabilidade na GGS
Indústrias Gráficas, como Analista Sênior de Organização e Métodos ao realizar uma reestruturação completa. Era
o ano de 1971. E já em 1972 o executivo
foi “mordido pelo bichinho do RH” ao
sentar-se na cadeira de Gerente de RH
da CCPL (indústria de laticínios). “Meu
primeiro grande trabalho na CCPL foi o
de arrumar, a pedido do presidente, a
área de RH, que tinha 130 funcionários,
coisa hoje inimaginável; adorei lidar
com pessoas, gerando benefícios para
elas”, lembra.
Da CCPL, onde ficou por 10 anos,
transferiu-se para a Rioquima (mais
capa
Passo a passo do Grupo LET (Liderança, Experiência, Tecnologia):
2001
2003
2005
2007
2009
2000
2002
2004
2006
2008
2010
Criação do
Grupo LET
16 de março.
Aumenta a demanda de
Recrutamento e Seleção,
sobretudo em hotéis.
Criação da Passenger
Card, empresa parceira
de cartões de assistência
ao viajante.
Criação da área de
Comunicação do Grupo LET
– em abril. Criação da área
de Comunicação do Grupo
Let - em abril. E do Instituto
Capacitare - Em Dezembro.
Consolidação das parcerias
com as instituições que
atuam com os PCDs
(Profissionais com
Deficiência Física).
Vocês Colaboradores,
Clientes, Parceiros
e Candidatos escrevem
a nossa história.
Contrato com a TV Globo
e mudança para
a Barra da Tijuca.
Abertura dos escritórios
São Paulo e Macaé (RJ)
e criação da KL
Produções Artísticas.
dois) e em seguida para o Banco Boavista. Mas foi à frente da Diretoria de
Planejamento Estratégico, Recursos
Humanos e Administração da Natrom
Engenharia que Lauria ganharia experiência em negociação sindical. “Implantamos a área de Qualidade na empresa,
tema polêmico nos anos 70; e montamos um sindicato patronal, entre outras
ações”, revela o executivo. Convidado
pela FIESP, Lauria sentou-se à mesa
para negociar com os trabalhadores.
Entre eles estava o então metalúrgico
Luís Inácio Lula da Silva. “À mesa conversando, o Lula era uma pessoa educada, tranquila”, recorda-se Lauria, sobre o atual Presidente da República.
A experiência valeu muito. Tanto que
entre 1984 e 1986 Lauria exerceu a função de Superintendente de Relações
Industriais no SERPRO (Serviço Fede-
Diversificação de clientes
por vários segmentos
de mercado - início da
participação no RH na Praça
(ABRH-RJ) – abertura do
escritório em Curitiba (PR).
Início da jornada de
certificação de qualidade
ABNT NBR ISO 9001:2000
- lançamento da revista
NEWSLET e estande
Grupo LET no Congresso
RH-RIO 2007 (ABRH-RJ).
ral de Processamento de Dados). “Não
queria ir de jeito nenhum à época”, reconhece, ele, “mas fui convencido por uma
pessoa fantástica de RH, o João Marcos
(ler depoimento dele em quadro anexo)”, conta. Foi feito à época o primeiro
acordo coletivo de trabalho pós-regime
militar. Era uma fase de abertura de uma
empresa formada pelo AI-5. O desafio
consistia em explicar às pessoas do país
inteiro que a ditadura tinha terminado.
No ano de 1988, Lauria começou a
contribuir na reformulação da Soletur.
Cumpriu o desafio não apenas de multiplicar faturamento, como também de
dar à gestão de pessoas de uma empresa do ramo de turismo um caráter
mais dinâmico e profissional.
Ao longo de quase quatro décadas,
Lauria atuou com estruturas de negócio e segmentos completamente dife-
Expansão para Minas
Gerais e início dos
estudos que viabilizem
filiais em outros estados.
rentes. Atendeu e aprendeu com uma
diversidade de profissionais. Turbinou
seu perfil de líder. “Todos os bons valores que aprendi e vivenciei em trabalhos anteriores trouxe ao Grupo LET
Recursos Humanos”, reconhece o executivo.
Da matriz na Barra da Tijuca aos escritórios LET ou às unidades locadas
em clientes, o tratamento é justo e igualitário, do auxiliar de limpeza ao gerente
administrativo. “Minha porta é aberta a
todos que tragam sugestões, angústias
e críticas”, informa Lauria, que em 10
anos também aprimorou em larga escala a tecnologia de seus processos.
“Dispomos de um sistema de folha de
pagamento que pouquíssimas empresas têm no Brasil”, garante.
A empresa, que em 16 de março de
2000 funcionava em um escritório na
Colaboradores da matriz do Grupo LET nas áreas de RH (Recursos Humanos) e DP (Departamento de Pessoal)
Foto: Alexandre Peconick
Março / Abril | 2010 | 7
Foto: Alexandre Peconick
capa
Futuro Promissor
Kryssiam Lauria acredita que o Grupo LET
tem amplo potencial para seguir
crescendo ano após ano, oferecendo
alta qualidade ao mercado
Avenida Nilo Peçanha, Centro do Rio,
hoje conta com matriz no Centro Empresarial do Barra Shopping, na zona
oeste carioca e filiais em áreas nobres
de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte
e Juiz de Fora; mas já esteve também
em Macaé (RJ), Goiânia e Brasília (DF).
“A estratégia de abertura de filiais só se
justifica se houver demanda consistente de negócios nas localidades, ou seja,
não nos aventuramos”, justifica Lauria.
O primeiro cliente oficial do Grupo
LET (março de 2000) foi a MHC Tecnologia, do Rio de Janeiro. À equipe se
resumia a Lauria, uma psicóloga, um
profissional de administrativo e um de
departamento de pessoal. Em 10 anos
de Grupo LET muita gente já passou
por seus computadores e salas de recrutamento. E o índice de satisfação
dos clientes é praticamente 100%. Mais
do que isso, clientes como TV GLOBO
e Hotel Sheraton (para citar dois exemplos) contribuíram, na visão de Lauria,
para o up grade dos profissionais LET
na medida em que demandaram trabalhos extremamente desafiadores.
O que
o Grupo LET agrega
ao seu negócio?
João Marcos Fonseca Pereira,
Diretor Regional de
RH da TV GLOBO
“Atender bem a um cliente é entender
do negócio dele! O Grupo LET faz isto
ao nos atender dentro dos prazos, pontualidade e qualidade demandados. O
programa tem que ir para o ar na hora e
minuto programados. Viver este compromisso é o que o Grupo LET faz sempre
que precisamos deles. Nossa cultura
de qualidade é muito forte. Fazer direito
na primeira vez é importantíssimo! Não
temos tempo, nem humor para aceitar
erros! O Grupo LET se desdobra para
corresponder a esta expectativa.”
Rogerio Oliveira,
Criação de Ambientes e Equipes de
Operação de Produção da TV Globo
“O Grupo LET nos dá aquilo que é fundamental para o bom andamento do nosso trabalho: garantir aos diversos programas da CGP, profissionais de talento com
condições de atender imediatamente ao
nosso chamado. Vejo no Grupo LET esta
parceria e sinto total confiança no trabalho. Seus colaboradores atuando junto à
nossa área, garantem a tranquilidade de
um bom serviço.
Visão de futuro – Kryssiam Lauria –
Diretor Adjunto do Grupo LET
“Vejo cada vez mais o Grupo LET
aumentando sua participação no mercado. Este ano conseguimos dois clientes
muito grandes que entraram e trarão um
crescimento ao Grupo LET de cerca de
20%, bem alto em relação à média do
mercado. Temos como meta sempre dar
o passo no momento certo e dar oportunidade ao desenvolvimento de nossas
pessoas, algumas delas conosco desde
a abertura de nossos negócios. Damos
prioridade às promoções internas antes
de contratar alguém de fora.”
Foto: Alexandre Peconick
Colaboradores do Grupo LET das áreas de Tecnologia, Administrativo, Financeiro, Comercial e Recepção
Rodolfo Santos, Coordenador de
Desenvolvimento de
Competências da TV GLOBO
“A equipe do Grupo LET é imprescindível para encontrarmos os melhores
talentos a fim de atender as áreas de
Produção e Criação da TVG (Central Globo de Produção). Quem imaginaria que
poderíamos mudar o perfil dos profissionais das equipes de cabelo e maquiagem
depois de 40 anos de sucesso? Somente
com o apoio deste excelente time conseguimos formar e contratar “artistas”
de cabelo e maquiagem com superior
completo. Dessa forma, o Grupo LET nos
ajuda a superar os desafios que o High
Definition nos trouxe.”
personagem
Foto: TV Globo / Zé Paulo Cardeal
Decanos
O Altas Horas também
completa 10 anos
Serginho Groisman – TV Globo
“Percepções sobre a convivência de gerações”
M
uito mais do ser “criticamente jovem” e poder
dizer o que pensa e o
que gosta, doa a quem
doer, Serginho Groisman conduz aos
59 anos, um programa de TV que, se
não é um educador, como ele mesmo
reforça, lança sempre “boas pulgas
atrás das orelhas de muita gente”. A
exemplo do Grupo LET, o Altas Horas
completa em 2010 seus 10 anos e
traz aos leitores o presente expresso
nas palavras do apaixonado jornalista
paulistano que, para o bem de todos,
não tem freios na língua. Serginho recebeu NEWSLET com simpatia e simplicidade em sua redação na TV Globo
– São Paulo. Agora sim,...entendemos
porque ele faz de seu programa um
autêntico laboratório. Fala garoto!
NEWSLET – O mercado de trabalho
está mais plural em termos de faixa
de idade. Há desafio nesta necessária convivência?
Serginho Groisman – Não acredito que
necessariamente haja conflitos entre
gerações, mas isso vai depender de
onde acontece o trabalho, qual a natureza e os objetivos dele. Coordeno um
grupo de 14 pessoas, alguns trabalham
comigo há 20 anos, outros há quatro.
Existem diferenças de idade, mas isso
nunca criou problema. O meu trabalho, aliás, é direcionado a faixas etárias
muito distintas. Quando estamos trabalhando o foco é comum. No caso de um
programa de TV, que depende do que
está acontecendo, musicalmente, por
exemplo, os mais jovens têm um gosto
diferente dos outros. Mas isso apenas
soma, não divide.
NEWSLET – Como você observa a
troca de lições entre os mais experientes e os mais jovens?
Serginho Groisman – A experiência
significa que a pessoa adquiriu certas
normas de conduta e ganha atalhos
para chegar mais facilmente ao que
se quer. Os jovens absorvem isso na
convivência com gerações mais antiMarço / Abril | 2010 | 9
personagem
Foto: TV Globo / Zé Paulo Cardeal
gas. E as pessoas mais novas trazem
uma energia diferente e uma curiosidade fundamental para o ambiente
de trabalho. Particularmente aprendo
muito com os jovens essa Curiosidade e desejo nunca perder este valor.
NEWSLET – É possível se direcionar
positivamente esta curiosidade?
Serginho Groisman – Sim. Ser experiente não é tudo. Não basta ter vivência naquele espaço, se aquele espaço
está em constante transformação. Por
outro lado não adiante o jovem saber
utilizar a Internet e tudo da nova tecnologia se ele não tiver um conhecimento, uma curiosidade e um poder de
leitura e interpretação. A questão das
diferenças de idade hoje está relacionada à busca de um foco comum que
é a associação entre a atualização e o
conhecimento. As pessoas experientes
têm o conhecimento e as mais jovens
têm o instrumental. Mas ambos devem
buscar um equilíbrio entre essas duas
ferramentas.
NEWSLET – Há nos jovens da plateia do seu programa uma preocupação com a leitura?
Serginho Groisman – Infelizmente
não! Os jovens ainda lêem pouco.
Usam a Internet de um modo normalmente equivocado. Ainda falta às pessoas irem aos lugares mais interessantes da Internet. Falta capacidade
de leitura e critérios. Falta um sistema
educacional no Brasil que ajude as
pessoas a se tornarem mais críticas.
NEWSLET – Assim como o Grupo
LET o Altas Horas está completando
10 anos. Nesses 10 anos, quais foram os momentos mais gratificantes
do crescimento desta equipe de trabalho e dos resultados obtidos?
Serginho Groisman – O programa
vai amadurecendo, com situações de
10 | Março / Abril | 2010
“Meu princípio número
um é o de dar voz às
pessoas e essa voz não
pode ser censurada”
Serginho Groisman
maior interatividade. Este programa
não existe e nem tem sentido sem a
plateia. E queremos estudantes porque queremos pessoas que façam
perguntas sem nenhuma censura.
lugar que tenha censura. Quando me
chamam, sabem o que pode vir. Meu
princípio número um é o de dar voz
às pessoas e essa voz não pode ser
censurada.
NEWSLET – Não ter censura é bom
para que você cresça na sua capacidade de criticar?
NEWSLET – A arte de entrevistar inclui um aprendizado constante, pois
há velocidade de mudança nas linguagens. Você se lembra de algum
exemplo de entrevista que não correspondeu à sua expectativa?
Serginho Groisman – Não ter censura
é fundamental. Não vou trabalhar em
personagem
Serginho Groisman – A arte da entrevista é a de saber ouvir, mais do que
saber falar. Evidente que muitas vezes
você convida alguém que te decepciona. Às vezes convido uma pessoa que
desempenha um papel público exemplar e aqui, sem poder interpretar, não
corresponde ao que vemos dela em
outros ambientes.
NEWSLET – Quem, por exemplo,
não te correspondeu?
Serginho Groisman – Não dá para falar
os nomes, mas são pessoas das quais
particularmente não gostei. Às vezes
vem uma pessoa que você pensa ser
engraçada, porque publicamente é
engraçada, e aqui, frente a frente com
perguntas imprevisíveis, mostra não ter
nenhuma graça. Às vezes vem um político que se pensava ter um conteúdo e
ele demonstra não ter. Isso é freqüente.
Não acontece uma ou duas vezes. O
curioso é que as pessoas mais TALENTOSAS são sempre as mais tranqüilas
e verdadeiras. Uma simples pergunta
pode deixar alguém deprimido.
NEWSLET – Você sente que alguns
dos seus entrevistados, justamente
por esta imprevisibilidade, chegam
ali inseguros?
Serginho Groisman – Já presenciei sim
algumas pessoas mais nervosas, mas
em pouco tempo elas se soltam porque
o programa é acolhedor. Claro que, dentro das circunstâncias, pode acontecer.
Por exemplo, aquele juiz de futebol que
confessou ter manipulado alguns resultados (Nota da R.: Edílson Pereira de
Carvalho no Brasileirão 2005) veio aqui
e o ambiente foi tenso para ele.
NEWSLET – Depois da Y, teremos a
Geração W (nascido a partir de 1994)
que só pensa e fala eletronicamente,
faz tudo pela lei do menor esforço e
não tem fidelidade a marcas. Como
lidar com eles?
“A questão das
diferenças de idade
está relacionada
à busca de um
foco comum que
é a associação
entre a atualização
e o conhecimento”
Serginho Groisman – Na época da
ditadura só havia duas opções: ser
contra ou a favor. Com a Internet as
pessoas têm uma abrangência e uma
abertura maior em relação ao consumo
de tudo: música, cultura, informação.
Quem gosta de um tipo de música,
não se atrela a isso. A Internet trouxe
também a pirataria. Estou falando tudo
isso, para explicar que a fidelidade das
pessoas às marcas está desaparecendo. Cada um faz suas próprias escolhas. E isso inclui as empresas.
NEWSLET – Criar um ambiente de
trabalho mais volátil seria uma saída?
Serginho Groisman – Seria. A cabeça dessa nova geração não é igual a
das anteriores. Também na escola o
aluno de hoje é muito diferente. Por
isso os professores sofrem ao não
conseguirem captar como é este jovem. Do mesmo jeito, nas empresas,
o novo funcionário tem uma cabeça
mais aberta, é mais ansioso. Aqui na
TV Globo a área de RH entende bem
estas mudanças. Todo mundo trabalha por um motivo comum, mas tem
espaço para sua individualidade.
NEWSLET – Meu filho de quatro
anos, que não está conseguindo se
entender bem com a escola dele, me
disse: “papai a escola é muito parada pra mim”. Ele precisa ficar fazendo algo o tempo todo...
Serginho Groisman – Sim, isso é comum de acontecer. Mas não precisamos entrar em uma loucura de achar
que tudo deve ser rápido e não há
espaço para contemplação. O que
deve ser compreendido é que existe
uma geração que capta tudo mais rapidamente. Uma empresa precisa ter
memória e rapidez. Memória é “o que
você precisa passar para as pessoas
que vão trabalhar com você”.
NEWSLET – Você é muito diferente
de sua idade cronológica. A convivência com jovens influi nisso?
Serginho Groisman – Não. É biológico. Meus pais eram assim. A curiosidade está em mim. As pessoas devem
ser atentas independente da idade,
que está na cabeça. Já fiz entrevista, por exemplo, com juventudes dos
partidos políticos. Alguns desses caras falam como se tivessem 60 anos!
NEWSLET – E falar de “política brasileira” em um programa de auditório na TV
é mais difícil do que falar de “sexo”?
Serginho Groisman – É! O jovem brasileiro não tem uma boa formação política, ao contrário do jovem argentino, do
chileno. Há uma explicação cultural para
isso, pelo modo como o Brasil foi formado. Esta é uma ferida exposta nossa.
Mas, é claro, toda vez que vem um político ao programa, com uma circunstância
polêmica, ele passa mal aqui.
NEWSLET – Que mensagem você
gostaria de destinar aos jovens que
vão entrar no mercado de trabalho
nos próximos 10 anos?
Serginho Groisman – Ter em primeiro lugar certeza do talento. Não é só
acreditar em si, mas provar que é talentoso. Só que é preciso um segundo valor: Paciência. Nenhum talento
acontece sem paciência. Se tiver ambos, não tem erro: um dia dá certo!
Março / Abril | 2010 | 11
POR DENTRO DE RH - BENEFícios
Foto – Divulgação AON
O Dia da Crianças AON
é muito importante para o
desenvolvimento de Eduardo,
filho de Carlos Eduardo
AON
“Papai quero
trabalhar com você!”
uitos gestores ainda se
perguntam: como fazer
para que a criança absorva o ambiente de trabalho
do pai (ou da mãe) explicando para ela
porque é necessário este pai (ou mãe)
passar tantas horas no trabalho? O RH
da AON, uma das maiores consultorias
de seguros do mundo, com matriz brasileira em São Paulo (SP), já descobriu,
ao seu jeito, uma boa resposta ao criar
o “Dia das Crianças AON”. Em um mercado repleto de trabalhadores que deixam seus filhos pequenos em casa esta
ação se transforma em retentora de talentos e atrativa de profissionais.
Como prática já instituída na empresa há mais de seis anos, durante um
dia inteiro no mês de outubro, crianças
dos dois aos 12 anos, filhos de funcionários, ganham um momento de integração com o trabalho dos pais. Na
parte da manhã, são recebidos em um
buffet localizado próximo à sede da
empresa onde há um autêntico parque
temático com brincadeiras das mais
diversas. Após o almoço, a criança vai
para o escritório do pai acompanhar o
passo a passo de seu trabalho até a
hora em que ela quiser ficar.
Para facilitar esta passagem do
mundo da criança para o do adulto,
em 2009 a área de Recursos Humanos trouxe para dentro do universo
corporativo um grupo de teatro, que
apresentou a peça “O Lobo Mau e Cha-
M
12 | Março / Abril | 2010
peuzinho Vermelho”, relacionando a
história dos três porquinhos ao ambiente de trabalho. Segundo Agatha Machado Alves, Gerente da RH da AON, a
ideia foi a de colocar para a criança que
“o papai tem o tempo para as brincadeiras, mas também precisa do espaço
para trabalhar, importante para que o
Lobo Mau não derrube a casinha”. “Trazendo uma história infantil para contar
uma situação de trabalho do pai, ajudamos a desfazer, na cabeça da criança,
a imagem de que esse trabalho seja um
mistério”, explica Agatha, que tem formação em Psicologia.
Ela conta que a AON já tinha um
bom ambiente de trabalho e que esta
ação foi apenas um valor agregado
que o RH ofereceu aos seus colaboradores para ampliar o vínculo casatrabalho, fruto de uma percepção inerente ao mercado: “O pai fica muito
ausente do filho; além disso, o filho
pequeno ainda não tem noção exata de que o pai precisa do trabalho
para lhe proporcionar brinquedos e
passeios e, mesmo entre pais cultos,
pode haver dificuldade emocional em
explicar isso”, esclarece a Gerente de
RH que ouviu de muitos pais o elogio
de que a AON está sendo um grande
parceiro na educação de seus filhos.
Cento e vinte funcionários participaram do Dia das Crianças AON
em 2009 somente na matriz em São
Paulo e para as demais foi destinado
um vale-presente a cada funcionário
com filhos dentro da faixa-etária mencionada. A participação no evento é
opcional e cada pai se responsabiliza
por trazer seu filho, que por sua vez
recebe um convite personalizado.
Na atividade de 2009, o “Lobo Mau”
e a “Vovozinha” foram levados para os
escritórios da AON, enquanto os “Três
Porquinhos” estavam na recepção
para darem boa vindas à criançada. A
equipe de Recursos Humanos acompanhou cada ação, que incluiu uma
mini-palestra, em linguagem infantil,
sobre a cultura da AON. Respondendo a perguntas do tipo “vocês sabem
o que o papai faz?” e “sabem como
funciona esse negócio de seguros?”;
o RH começou a desmistificar para as
crianças a questão de que “o trabalho
do papai é um monstro”. Mesmo os
funcionários que não têm filhos são
convidados a “entrarem no clima”. Integração é a palavra chave.
Repletas de curiosidade as crianças questionaram: “Por que papai
fica tantas horas fora?” ou “O que eu
posso fazer para ajudar o trabalho do
papai aqui, para ficar perto dele?”.
Os resultados desta ação são extensos. Conforme assegura a equipe
de RH, de imediato o Dia das Crianças AON provoca um “apaixonamen-
“Quando saio
para trabalhar
ela me pergunta
pela minha chefe
e não mais aonde
vou ou com
quem vou ficar”,
conta Luciana
to entre funcionário e empresa”. Vários ligam e passam e-mails definindo
esta como a melhor prática de RH e
se dizendo encantados com a ansiedade de seus filhos por ver o vídeo do
evento várias vezes e perguntar pela
edição do ano seguinte. Algumas
crianças já se dizem “funcionárias da
AON”, enquanto outras já planejam o
dia em que estarão atuando ao lado
dos pais.
“Se sentir útil e respeitado vale demais; um filho de um funcionário fez
um desenho muito bonito dele brincando com outras crianças e puxando
um balãozinho que dizia ´muito obrigado´”, conta Agatha.
Segundo Eduardo Lopez Ferreira,
Gerente de Infra-estrutura da AON, o
contato com outras crianças filhas de
funcionários está sendo muito importante para o desenvolvimento de seu
filho, o pequeno Carlos Eduardo, de
três anos. “Meu filho identifica facilmente as pessoas do meu trabalho
e já não faz tantas perguntas quando
saio para trabalhar, pois ele já está
bem familiarizado com todos”, comemora.
Já para Edson Nascimento, da área
de Relacionamento pós-venda, o Dia
das Crianças AON aumentou muito
sua relação de confiança com a empresa. “Minhas filhas Ingrid (12 anos)
a Letícia (10) se surpreenderam com a
multifuncionalidade do meu trabalho
Foto: Alexandre Peconick
POR DENTRO DE RH - BENEFícios
“Tia” Agatha
A Gerente de RH está
presente em cada passo
do planejamento e da
execução do Dia das
Crianças AON. A paixão
por estar com crianças
é fundamental para o
sucesso desta ação
e passaram a compreender porque às
vezes chego mais tarde; mais do que
isso elas adoraram tanto o evento que
todo os anos me cobram a presença
delas”, admira-se Edson.
Para Luiza, de cinco anos, filha de
Luciana Carchat, funcionária da área
de sinistro-auto o contato com as colegas de trabalho da mãe é algo que
ela adora. “Quando saio para trabalhar ela me pergunta pela minha chefe
e não mais aonde vou ou com quem
vou ficar”, conta Luciana que curtiu
ver sua filha ocupar sua cadeira de
trabalho para fazer desenhos. “Considero esta ação inovadora e nunca
trabalhei em outra empresa que oferecesse algo semelhante”, revela ela
que está há dois anos na AON.
Além de ir de encontro às necessidades dos pais o evento proporciona ao RH uma visão integrada
dois funcionários que, na presença
dos filhos, se mostram muito mais.
Não à toa, a AON foi uma empresa
que cresceu fortemente mesmo em
tempos de crise – em 2006 eram 400
funcionários e em 2010 são 800 em
São Paulo e 11 filiais pelo país. Benefícios gerados por práticas como
a do “Dia das Crianças AON” têm
comprovado o quanto cada vez mais
o local de trabalho pode ser uma extensão da casa de cada um, aumentando produtividade na medida em
que alivia o estresse.
Março / Abril | 2010 | 13
homenagem
Foto: Arquivo de família
Luiz Carlos Campos
“Um Gestor Muito
à frentedo seu tempo”
L
uiz Carlos Campos foi e é
uma espécie de bússola para
muitos dos mais bem sucedidos gestores de pessoas
que tomam importantes decisões diariamente. O grande SER HUMANO que
ingressou na eternidade a 18 de setembro de 2005 tinha aguçada capacidade
de percepção e entendimento das necessidades das pessoas. Também por
isso antecipava situações que se transformavam em tendências.
Como todos dizem em qualquer reunião de RHs, o Luiz Carlos tinha um raríssimo dom de cativar, entusiasmar e se
relacionar com pessoas independente
de classe social, nível cultural, raça, nacionalidade, religião ou qualquer outro
atributo. Dava o tom adequado para se
obter o melhor resultado, mesmo em
momentos de extrema pressão.
“Na Coca-Cola, onde ele foi Gerente de
RH, percebeu que a premiação de um relógio de ouro para quem completasse 20
anos de casa não era adequada à realidade social de todos os funcionários; então
procurou ouvir seus funcionários e criou
uma política de bonificação em dinheiro
condizente à realidade de cada pessoa.
Isso é estar à frente do tempo”, enfatiza
Rodrigo Campos, filho de Luiz Carlos.
14 | Março / Abril | 2010
Além de Ética e Transparência, outro
valor amplamente evidente não apenas
no discurso, mas nas ações de Luiz
Carlos era o da Generosidade. Rodrigo
narra um fato de Luiz Carlos que o pai
lhe pediu em vida para não revelar, pois
jamais quis tirar proveito do mesmo:
“Certa vez meu pai foi convidado a fazer uma palestra magna em um Congresso de Administração em Chapecó (SC).
Também estariam lá Miriam Leitão, Roberto Shiniashiki e Arnaldo Jabor. Seria normal ele cobrar um cachê. Perguntaram
quanto cobraria e ele disse: “Cobro muito
caro, meu valor é um quilo de alimento
trazido por cada congressista para doarmos às instituições de caridade”. Nesse
congresso ele arrecadou mais de uma tonelada. Para o bolso dele, não quis nada.
Ele dizia ter um trato: “em todas as palestras que fazia doava seu conhecimento,
ou seja, era Responsabilidade Social. E
quando ele cobrava dinheiro pedia que a
quantia fosse depositada direto em uma
instituição de caridade.”
E mesmo quando não viajava, muitas eram as vezes em que dava coachs
informais e gratuitos nos quais também
não cobrava. Um bate-papo com Luiz
Carlos Campos equivalia, segundo
inúmeros executivos, a uma espécie
de “aula de planejamento estratégico”.
Tudo com muito suporte. Apaixonado
pela leitura, Luiz Carlos tinha apenas
em casa, segundo seus filhos, cerca
de 500 livros sobre os mais variados
temas ligados à Gestão de Pessoas.
Inspiração sempre esteve junto ao
termo transpiração em sua vida. Aos 14
anos, Luiz perdeu seu pai e teve que “se
tornar o homem da casa”. À época, acordava às quatro e meia da manhã para
trabalhar. Muitos anos mais tarde, em
1971 já trabalhava no setor de Compras
da Coca-Cola. Em 1973 era transferido
ao RH onde ficaria até 1983, chegando
ao cargo de Gerente. Depois atuou em
empresas como Estaleiro Verolme, Wortington do Brasil, Alcatel Telecomunicações, até alçar vôo empreendedor com
sua empresa: a Tao Empresarial, mais
tarde Joll Solução Saúde.
Presidiu a ABRH - RJ entre 1998 e
2003, em dois mandatos e depois a
ABRH – Nacional, quando em 2004 liderou o fantástico empreendimento de trazer para o Rio de Janeiro o Congresso
Mundial de Recursos Humanos. Hoje, os
filhos de Luiz Carlos Campos; Rodrigo,
Helena, Christiano e Luiza buscam, com
muita ética, transparência e generosidade dar continuidade ao seu legado.
homenagem
Foto: Arquivo de família
Meu jeito de gostar de gente
Luiz Carlos Campos
Gosto de gente que gosta de gente. Gosto
principalmente daquela gente que ...
Adora gostar de gente.
Gosto de gente com brilho nos olhos,
que incendeia os outros com a chama
do fogo-paixão, próprio das pessoas que
escolheram fazer o que gostam. Presto
mais atenção ainda, naquela gente que...
Aprende a gostar do que está fazendo.
Gosto de gente que não recua, frente
ao desafio de modificar o que precisa ser
modificado. Essas pessoas sabem que a força
e o sucesso da transformação consiste em
saber que o primeiro e mais importante
passo é...
Modificar a si próprio.
Gosto de gente que sabe que o mundo
nunca muda, mas quando você é a
mudança...
O mundo muda junto.
Gosto de gente que se emociona com o
singelo da vida. Esses são diferenciados
pois nunca perdem as oportunidade de...
Enxergar o óbvio e desfrutar da beleza,
nem sempre aparente, das coisas simples.
Gosto de gente que planta, de gente que
colhe, e de quem sabe plantar pra colher.
esses...
têm a iniciativa e acabativa dos
empreendedores.
Gostos de pessoas que conspiram
aquarianamente. Essas pessoas sabem
que as transformações eficazes do século
21, serão...o resultado do pensamento
inteligente orientado para o bem.
Gosto de gente que resiste às tentações do
ilícito e do mal, e repudia todas as suas
outras formas de manifestação. Esses...
Podem ter convivido uma vida inteira
na pobreza, mas nunca conhecerão a sua
pior forma de expressão,...
A pobreza de espírito.
Admiro muito os que sabem reconhecer
e compartilhar o crédito com o autor da
obra. Gente assim tem maneira a mais de
se realizar...crescer pelo sucesso do outro.
Gosto daqueles que têm o hábito de
agradecer. Essa prática combina
gratidão e humildade. Dois ingredientes
imprescindíveis para manutenção do
sucesso.
Gosto de gente perseverante, pois sem
dúvida a tenacidade é a forma mais certa
de superação.
Admiro as pessoas que brilham como
as estrelas. Mas aprendi a gostar e a
apreciar o brilho maior, mas muitas vezes
invisível,...dos produtores de estrelas.
Gosto de gente que repudia o preconceito em
todas as suas formas de manifestação. Esses
sabem o valor da inclusão e da importância
de conviver com a diversidade.
Pessoas assim...consegue, viver com
conforto, em qualquer lugar do planeta.
Gosto e gosto muito dos missionários
do saber, que têm a consciência e a
responsabilidade de compartilhar o
conhecimento adquirido.
Esses, por sabedoria, já aprenderam...
que num degrau acima do ensinar, está o
aprender.
Gosto dos eternos aprendizes, porque esse
tipo de gente constrói o seu crescimento na
certeza de que há sempre algo a aprender...
pessoas assim nunca serão vazias.
Gosto de gente que engravida além do
biológico.
Esse ser, masculino ou feminino, gera
a vida por solidariedade e dá abrigo
ao próximo.
Pessoas assim, com certeza, têm um órgão
a mais que os outros...
Um útero no coração.
Gosto de estar perto de gente jovem
de qualquer idade. Pessoas com essa
característica, jamais criarão rugas na
alma.
Gosto de gente que sabe que o crescimento
como pessoa, vem da capacidade de tolerar
o intolerável, de conviver com o que
parece inconvivível e, muito, mas muito
acima...perdoar o que todos imaginam
imperdoável.
Gosto de gente que faz da atitude do
presente, a grande construtora do passado.
Esses, terão sempre a história conspirando
ao seu favor.
Gosto dos amantes do belo, dos que curtem
o bom e dos que propagam o bem.
E eu estou desconfiado, que é de gente
assim que Deus também gosta.
Março / Abril | 2010 | 15
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GRUPO LET – 10 ANOS