Exercícios de Aprofundamento – História – Revolução Industrial e Ideias Sociais
no Século XIX
1. (Fuvest 2015) O desenvolvimento de teorias científicas, geralmente, tem forte relação com
contextos políticos, econômicos, sociais e culturais mais amplos. A evolução dos conceitos
básicos da Termodinâmica ocorre, principalmente, no contexto
a) da Idade Média.
b) das grandes navegações.
c) da Revolução Industrial.
d) do período entre as duas grandes guerras mundiais.
e) da Segunda Guerra Mundial.
2. (Mackenzie 2014)
Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução
Industrial, considere as afirmativas a seguir:
I. Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até meados do século XIX. A
invenção da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam o
início das mudanças nos processos produtivos.
II. O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para o início da industrialização
devido à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Comercial.
III. Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e o de
mineração.
IV. As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como a
Alemanha, França e Estados Unidos ainda no Século XVIII recrutando operários com
salários atrativos promovendo, assim, um intenso êxodo rural.
Estão corretas,
a) apenas I, II e III.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas II, III e IV.
d) apenas I, III e IV.
e) I, II, III e IV.
3. (Fuvest 2014) Com base na leitura da obra A cidade e as serras, de Eça de Queirós,
publicada originalmente em 1901, é correto concluir que, nela, encontra-se
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a) o prenúncio de uma consciência ecológica que iria eclodir com força somente em finais do
século XX, mas que, nessa obra, já mostrava um sentido visionário, inspirado pela invenção
dos motores a vapor.
b) uma concepção de hierarquia civilizacional entre as regiões do mundo, na qual, a Europa
representaria a modernidade e um modelo a seguir, e a América, o atraso e um modelo a ser
evitado.
c) a construção de uma associação entre indivíduo e divindade, já que, no livro, a natureza é,
fundamentalmente, símbolo de uma condição interior a ser alcançada por meio de
resignação e penitência.
d) a manifestação de um clima de forte otimismo, decorrente do fim do ciclo bélico mundial do
século XIX, que trouxe à tona um anseio de modernização de sociedades em vários
continentes.
e) uma valorização do meio rural e de modos de vida a ele associados, nostalgia típica de um
momento da história marcado pela consolidação da industrialização e da concentração da
maior parte da população em áreas urbanas.
4. (Espcex (Aman) 2015) “O acúmulo de capitais, a modernização da agricultura, a
disponibilidade de mão de obra e de recursos naturais e a força do puritanismo ajudam a
explicar o pioneirismo da __________ na Revolução Industrial”.
BOULOS Jr, p.421
Das opções abaixo listadas, o país que melhor preenche o espaço acima é:
a) Alemanha
b) Holanda
c) Itália
d) Inglaterra
e) Espanha
5. (Fuvest 2015)
Os cartazes acima circularam durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
a) Identifique, em cada um dos cartazes, um elemento que permita associá-los,
respectivamente, às principais forças políticas envolvidas nessa guerra.
b) Caracterize as principais propostas das forças políticas representadas nos cartazes.
6. (G1 - ifsp 2014) Observe a imagem a seguir, que apresenta uma das formas de luta e
resistência dos trabalhadores europeus contra a profunda exploração que sofriam nas
primeiras etapas da Revolução Industrial.
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Analisando a imagem, é correto afirmar que a estratégia de luta apresentada é o
a) anarquismo, no qual os trabalhadores recusam-se a trabalhar até que os patrões ofereçam
melhorias.
b) trotskismo, no qual os trabalhadores agridem fisicamente os patrões para negociar melhorias
nas fábricas.
c) ludismo, no qual os trabalhadores destroem as máquinas das fábricas, consideradas
símbolos da opressão.
d) vandalismo, no qual os trabalhadores destroem as fábricas com a intenção de prejudicar o
governo.
e) socialismo, no qual os trabalhadores quebram a propriedade privada para construir o
sindicato.
7. (Unicamp 2014) Um motivo para a melhoria da dieta ao longo do século XIX era que
chegavam cada vez mais alimentos do que chamamos de “periferia” da Europa, denominação
vaga que engloba a Rússia e a Europa do Leste, como também das zonas de abastecimento
do Novo e do Velho Mundo. Grande parte da Europa acabou por beneficiar-se dessas
importações, mas os países mais necessitados desses produtos eram aqueles onde a
industrialização e o desenvolvimento urbano ocorreram com maior ímpeto, ou seja, GrãBretanha, os Países Baixos e a Alemanha. Do Novo Mundo chegavam o açúcar, o café e o
cacau, e da China, do Ceilão e da Índia chegavam o chá e o arroz.
(Adaptado de Norman J. G. Pounds, La Vida Cotidiana: historia de la cultura material.
Barcelona: Editorial Crítica, 1992, p. 507-509.)
a) Explique a relação entre o processo de industrialização e importação de alimentos na
Europa.
b) Por que a dieta europeia melhorou ao longo do século XIX?
8. (Mackenzie 2014) A respeito das consequências do processo industrial na Inglaterra,
durante os anos 1840, Friedrich Engels escreveu.
Todas as grandes cidades possuem um ou vários “bairros de má reputação” – onde se
concentra a classe operária. É certo que é frequente a pobreza morar em vielas escondidas,
muito perto dos palácios dos ricos, mas, em geral, designaram-lhe um lugar à parte, onde, ao
abrigo dos olhares das classes mais felizes, tem de se safar sozinha, melhor ou pior. Estes
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“bairros de má reputação” são organizados em toda a Inglaterra mais ou menos da mesma
maneira, as piores casas na parte mais feia da cidade (...).
Friedrich Engels. A situação da classe trabalhadora em Inglaterra. Lisboa: Afrontamento, 1975,
p.59
Pela análise da citação acima e do contexto histórico da época, assinale a alternativa correta.
a) Em uma perspectiva comparada, o Brasil também vivenciou, à mesma época citada do
excerto, um processo industrial significativo, com exploração da mão de obra imigrante na
implantação dos setores de infraestrutura. Esse processo ficou conhecido como
“desenvolvimentismo”.
b) Apesar dos avanços verificados no processo produtivo, a introdução de máquinas pouco
contribuiu para a remodelação do espaço urbano, uma vez que continuaram predominantes
as mesmas concepções medievais, com destaque para os “bairros de má reputação”.
c) No início do século XIX, as cidades industriais europeias lembravam os antigos espaços
urbanos da época renascentista: remodelados conforme as necessidades da população –
elite e populares.
d) A Europa vivenciou, naquele período, o nascimento de ideologias contestatórias do sistema
capitalista, destacando-se o Anarquismo defendido por Engels, segundo o qual o melhor
caminho para alcançar uma sociedade mais justa seria a social democracia.
e) A consolidação da maquinofatura no processo produtivo provocou uma definitiva separação
entre capital e trabalho, gerou amplas camadas marginalizadas do processo de acumulação
capitalista e criou concepções burguesas de ocupação dos espaços públicos.
9. (Unesp 2014) Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] foi provavelmente o mais
importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e
das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi acidental.
(Eric Hobsbawm. A era das revoluções: 1789-1848, 1986.)
Aponte dois fatores que justifiquem a importância dada pelo texto à Revolução Industrial e
indique dois motivos do pioneirismo britânico.
10. (Fgv 2014) A nova entrada da pobreza indigente será não mais um fenômeno temporário
do desemprego ou como resistência ao trabalho dos pobres não moralizados, mas como
Criatura da própria sociedade industrial, como resíduo que, produzido por ela, nela não tem
lugar. É em Londres que o sistema de fábrica despeja sua escória humana. Mais uma vez
questiona-se o pensamento liberal em um dos seus pressupostos básicos, o laissez-faire. Uns
pedem ao governo leis severas de controle da superpopulação e medidas no sentido de se
exportar o resíduo para as colônias.
(Maria Stella Bresciani, Londres e Paris no século XIX. p. 104-7. Adaptado)
Segundo o texto,
a) a produção do “resíduo” pelo sistema de fábrica torna a pobreza algo crônico, o que leva a
propostas intervencionistas que colocam em xeque a própria ação do Estado liberal.
b) soluções para o intervencionismo do Estado absolutista reforçam o laissez-faire, uma vez
que a miséria produzida pelo sistema fabril é pontual e não gera tensões sociais.
c) o laissez-faire passa a ser questionado porque o sistema industrial produz a miséria, ou seja,
não acentua as diferenças sociais e garante ao Estado liberal todas as formas de
intervenção.
d) a miséria não é produto do sistema de fábrica e sim do desemprego e da vagabundagem, o
que torna as propostas do controle do “resíduo” inviáveis para o Estado liberal.
e) a industrialização produz o vagabundo e o desempregado, mas não a miséria, e, portanto,
soluções intervencionistas harmonizam-se com o Estado absolutista e não com o Estado
liberal.
11. (Fgv 2014) O “socialismo real” agora enfrentava não apenas seus próprios problemas
sistêmicos insolúveis mas também os de uma economia mundial mutante e problemática, na
qual se achava cada vez mais integrado.
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Com o colapso da URSS, a experiência do “socialismo realmente existente” chegou ao fim.
Pois, mesmo onde os regimes comunistas sobreviveram e tiveram êxito, como na China,
abandonaram a ideia original de uma economia única, centralmente controlada e estatalmente
planejada, baseada num Estado completamente coletivizado.
(Eric Hobsbawm, Era dos extremos. p. 458 e 481. Adaptado)
A partir do texto, é correto afirmar que:
a) os países do socialismo real, como a União Soviética, acompanharam em parte as
mudanças da década de 1970 e sobreviveram sem reformas, pois, mesmo sem o grande
avanço técnico-científico, conseguiram neutralizar os graves efeitos da burocratização, da
economia planificada, da proletarização da classe média e do obsoleto parque industrial e,
ainda, mantiveram a unidade do bloco socialista.
b) nos anos 1980, as reformas econômicas e políticas – a perestroika – colocaram os países
do socialismo real no rumo do capitalismo, substituindo a ação estatal pelo mercado, com
ênfase nas privatizações e na abertura para o capital estrangeiro, medidas que obtiveram
pleno êxito e fizeram a economia perder suas características estatizantes, impedindo, ainda,
o fim do bloco socialista.
c) a unidade do bloco do socialismo real foi motivada pelo equilíbrio da estrutura política dos
Estados em se adaptar às necessidades da economia de mercado, pois a planificação pelo
Estado burocratizado é incompatível com a economia de mercado, apoiada no
desenvolvimento técnico-científico, nas crescentes privatizações, no apoio do capital externo
e nas diferenciações salariais.
d) nos países do socialismo real, os problemas externos, isto é, da economia mundial, a partir
dos anos 1970, responsáveis pelas oscilações do comércio internacional, prevaleceram
sobre os problemas internos, como a burocratização do Estado e o atraso técnico-científico,
que sofreram reformas estatais nos anos 1980 e minimizaram as graves tensões sociais,
mantendo a união do bloco socialista.
e) além dos problemas internos da própria estrutura política endurecida pela burocracia e pelo
autoritarismo, os países do socialismo real, a partir dos anos 1970, já inseridos no mercado
mundial, enfrentaram o baixo desenvolvimento técnico-científico e as tensões sociais e
ensaiaram, sem êxito, nos anos 1980, reformas políticas e econômicas para manter a
unidade do bloco socialista.
12. (Enem PPL 2013) O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário
urbano livre, ao contrário, vende-se a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão
8,10,12,15 horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprietário das matériasprimas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de subsistência, isto é, ao capitalista.
MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão
Popular, 2010.
O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais com a
implementação do sistema capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao
a) desenvolvimento agrário e ao regime de servidão.
b) aumento da produção rural, que fixou a população nesse meio.
c) desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho.
d) aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão.
e) desenvolvimento da produção.
13. (Unesp 2013) No final do século XVIII, a Inglaterra mantinha relações comerciais regulares
com várias regiões do continente africano. O interesse de ingleses nesse comércio derivava,
entre outras coisas, da necessidade de
a) mercado consumidor para os tecidos, produzidos em escala industrial nas fábricas inglesas
e francesas.
b) especiarias e sal, utilizados na conservação de alimentos consumidos nas grandes cidades
europeias.
c) petróleo, utilizado como fonte principal de energia nas fábricas instaladas em torno das
grandes cidades inglesas.
d) matérias-primas, como o algodão e os óleos vegetais, que eram utilizadas pelas fábricas
inglesas.
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e) mão de obra a ser empregada nas manufaturas e fábricas que proliferavam na Inglaterra e
na França.
14. (Fuvest 2013) Maldito, maldito criador! Por que eu vivo? Por que não extingui, naquele
instante, a centelha de vida que você tão desumanamente me concedeu? Não sei! O
desespero ainda não se apoderara de mim. Meus sentimentos eram de raiva e vingança.
Quando a noite caiu, deixei meu abrigo e vagueei pelos bosques. (...) Oh! Que noite miserável
passei eu! Sentia um inferno devorar-me, e desejava despedaçar as árvores, devastar e
assolar tudo o que me cercava, para depois sentar-me e contemplar satisfeito a destruição.
Declarei uma guerra sem quartel à espécie humana e, acima de tudo, contra aquele que me
havia criado e me lançara a esta insuportável desgraça!
Mary Shelley. Frankenstein. 2ª ed. Porto Alegre: LPM, 1985.
O trecho acima, extraído de uma obra literária publicada pela primeira vez em 1818, pode ser
lido corretamente como uma
a) apologia à guerra imperialista, incorporando o desenvolvimento tecnológico do período.
b) crítica à condição humana em uma sociedade industrializada e de grandes avanços
científicos.
c) defesa do clericalismo em meio à crescente laicização do mundo ocidental.
d) recusa do evolucionismo, bastante em voga no período.
e) adesão a ideias e formulações humanistas de igualdade social.
15. (G1 - ifsp 2013) Leia o excerto.
Em 1843, a revista inglesa The Artisan publicou um artigo sobre as condições sanitárias dos
operários nas cidades.
O artigo nos revela que as ruas eram tão estreitas que qualquer um podia saltá-las e entrar na
casa da frente pela janela; os prédios eram muito altos e estreitos de modo que a luz mal
penetrava no pátio ou ruazinha que os separava; não havia esgotos ou banheiros públicos ou
mesmo sanitários nas casas: imundícies e excrementos de pelo menos 50.000 pessoas
corriam nas valetas, trazendo um mau cheiro insuportável, que não só feria o olfato, mas
representava um grande perigo à saúde das pessoas. As casas dessa gente pobre que ali
morava pareciam ser sempre muito sujas. A maior parte delas se compunha de um único
cômodo, com pouquíssima ventilação, com janelas quebradas ou mal colocadas, por onde
entrava um cortante vento no inverno. Não raras vezes, um monte de palha servia de cama
para a família toda: ali se amontoavam numa confusão revoltante, homens, mulheres, velhos e
crianças. A água só existia nas bombas públicas e era muito difícil transportá-la, o que
logicamente, favorecia tamanha imundície.
(ENGELS, Friederich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Global. p.47.
Adaptado)
Na Inglaterra do século XIX, a vida miserável levada pelos operários se devia
a) à resistência desses trabalhadores aos ensinamentos dos patrões: para se ter saúde, a
primeira condição é ter higiene.
b) à Revolução Gloriosa que, ao implantar o regime parlamentarista, deixou de lado as
preocupações com a sociedade, pois isso não interessava economicamente aos lordes e
aos burgueses.
c) à diminuição de empregos pelo fechamento das indústrias e à extinção dos programas
habitacionais feitos pelo governo.
d) à crise econômica existente na Inglaterra, vítima de seguidas secas e excessivos gastos
com a Coroa e com a nobreza britânicas.
e) aos baixíssimos salários que eram pagos, o que lhes impossibilitava viver de modo mais
saudável e mais confortável.
16. (Unesp 2013) As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos
séculos entre comerciantes europeus e chefes africanos, continuaram a ser o sustentáculo do
fornecimento de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram mais pessoas, e
sim matérias-primas.
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(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
O texto refere-se à redefinição das relações comerciais entre europeus e africanos, ocorrida
quando
a) portugueses e espanhóis libertaram suas colônias africanas e permitiram que elas
comercializassem marfim, café e outros produtos livremente com o resto do mundo.
b) norte-americanos passaram a estimular a independência das colônias africanas, para
ampliar o mercado consumidor de seus tecidos e produtos alimentícios.
c) ingleses e holandeses estabeleceram amplo comércio escravista entre os dois litorais do
Atlântico Sul.
d) ingleses e franceses buscaram resinas, tinturas e outros produtos na África e
desestimularam o comércio escravista.
e) portugueses e espanhóis conquistaram e colonizaram as costas leste e oeste da África.
17. (Enem PPL 2013) TEXTO I
O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande
escala, representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos
lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo.
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado).
TEXTO II
Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida
para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu
o sistema doméstico de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde
moravam para trabalhar em diferentes fábricas.
LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado).
As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre
as sociedades que se industrializavam são, respectivamente,
a) ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico.
b) acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho.
c) debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho.
d) indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais.
e) minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos.
18. (Unesp 2013) Leia.
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de
padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência
excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional num
esforço comum. Sua única ideologia foi a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma
violência contra a natureza humana. De acordo com uma certa perspectiva, esta violência pode
ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa época em que a cobiça dos
proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda sido
limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a doença
os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial,
mas sim o próprio trabalho.
(Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. 2, 1987. Adaptado.)
O texto afirma que a Revolução Industrial
a) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar
mecanismos de defesa e proteção dos trabalhadores.
b) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e
apoio plenos de todos os segmentos da população.
c) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveuos num duro processo de produção.
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d) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de
consolidar a ideia de que o trabalho enobrece o homem.
e) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e
facilitou o alastramento de epidemias.
19. (G1 - ifsp 2013) Por volta dos séculos XV e XVI, os artesãos tinham grande interesse pelo
seu trabalho específico e pela habilidade de realizá-lo. Assim, por exemplo, vidreiros,
especialistas na difícil arte de fazer garrafas, copos e contas de vidro se realizavam, chegando
até a revelar certo senso artístico. Dessa maneira, cada artesão se integrava totalmente em
seu trabalho, interessando-se por ele.
(MARX,K. e ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec. 1986. p. 81. Adaptado)
Passados alguns séculos, a Revolução Industrial do século XIX trouxe aos trabalhadores
a) a mesma satisfação que os artesãos dos séculos XV e XVI tinham em seu trabalho.
b) uma maior satisfação, pois, com a produção industrial, o fruto de seu trabalho era de melhor
qualidade.
c) uma satisfação todo dia, pois, no século XIX, a jornada de trabalho era de apenas 6 horas
diárias e sobrava muito tempo para o lazer.
d) uma satisfação a todo mês, quando ele recebia seu salário e, ao final de um ano, quando ele
podia ter férias.
e) nenhuma satisfação, pois o operário não via o produto final de seu trabalho.
20. (Unicamp 2013) As exposições universais do século XIX, sobretudo as de Londres e Paris,
se caracterizavam
a) pelo louvor à superioridade europeia e pela apresentação otimista da técnica e da ciência.
b) pela crítica à expansão sobre a África, movimento considerado um freio ao progresso
europeu.
c) pela crítica marxista aos princípios burgueses dominantes nos centros urbanos europeus.
d) pelo elogio das sociedades burguesas associadas às vanguardas da época, como o
Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.
21. (Fatec 2013) Em 2012, o Brasil comemorou os 100 anos de nascimento do escritor baiano
Jorge Amado. Uma das características de seus livros é a defesa de suas ideias políticas.
Leia atentamente o trecho do romance Jubiabá, publicado em 1937.
“Quando eu saio de casa, digo a meus filhos: vocês são irmãos de todas as crianças operárias
do Brasil. Digo isso porque posso morrer e quero que meus filhos continuem a lutar pela
redenção do proletariado. O proletariado é uma força e se souber se conduzir, se souber dirigir
a sua luta, conseguirá o que quiser...”
(AMADO, Jorge. Jubiabá. São Paulo: Martins Fontes, s/d, p. 286. Adaptado)
Considerando que o trecho expressa o ponto de vista do escritor, conclui-se que Jorge Amado
defendia uma posição política
a) integralista.
b) socialista.
c) neoliberal.
d) absolutista.
e) nazifascista.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Física]
Os conceitos básicos da Termodinâmica foram alavancados a partir de 1698 com a invenção
da primeira térmica, uma bomba d'água que funcionava com vapor, criada por Thomas Severy
para retirar água das minas de carvão, na Inglaterra. A partir daí, essa máquina foi sendo cada
vez mais aprimorada com a contribuição de vários engenheiros, inventores e construtores de
instrumentos, como James Watt. Por volta de 1760, a máquina térmica já era um sucesso,
tendo importante contribuição na Revolução Industrial.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
A Primeira Revolução Industrial revolucionou a maneira como se produziam as mercadorias,
em especial com a criação de maquinários movidos a vapor. Na Inglaterra da década de 1770,
o mercado de tecidos, os transportes (como trens e navios) e as comunicações funcionavam a
partir de máquina a vapor. Logo, a termodinâmica está relacionada à Revolução Industrial.
Resposta da questão 2:
[A]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]
O item incorreto é o [IV], uma vez que a Primeira Revolução Industrial foi concentrada no Reino
Unido e, em menor medida, na França. Estados Unidos e Alemanha tiveram industrialização
mais tardia, principalmente a partir do século XIX.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
A alternativa [IV] está incorreta porque a Primeira Revolução Industrial não ocorreu em países
como a França, os EUA e a Alemanha, ficando restrita à Inglaterra.
Resposta da questão 3:
[E]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
O romance A cidade e as serras é a continuação do conto Civilização, de Eça de Queiroz. Em
ambos, o autor critica os males da civilização, defendendo os valores da natureza.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
Durante a Segunda Revolução Industrial, contexto do livro A cidade e as serras, houve uma
grande expansão da industrialização nas cidades, proporcionando a chegada de novas
tecnologias e causando certo caos na vida urbana. Para se contrapor a esses problemas
trazidos pela industrialização, na obra de Eça de Queirós está presente a grande valorização
da vida no campo e a busca utópica pelo lugar ideal que seria o meio rural.
Resposta da questão 4:
[D]
Somente a alternativa [D] está correta. A questão remete as explicações do pioneirismo inglês
na Revolução Industrial. Os fatores determinantes para a Revolução Industrial ter começado na
Inglaterra foram a marinha forte, recursos naturais como ferro e carvão, acúmulo de capital,
estabilidade política que se deu após a Revolução Gloriosa de 1689, os cercamentos no campo
que provocaram o êxodo rural gerando mão de obra barata na cidade, a força da ética
protestante com viés capitalista, entre outros.
Resposta da questão 5:
a) Elemento 1 - força política de direita, nacionalista: suástica alemã;
Elemento 2 - força política de esquerda, republicana: foice e martelo.
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b) Propostas nacionalistas: implantação de um regime totalitarista, derrubando a República
espanhola;
Propostas republicanas: defesa da República e implantação de ideais socialistas na Espanha.
Resposta da questão 6:
[C]
O ludismo caracterizou-se pela violência dos operários contra as máquinas, consideradas por
eles como as culpadas pelas suas dificuldades na vida socioeconômica nas fábricas e nas
cidades.
Resposta da questão 7:
a) O processo de industrialização dos países europeus contou com um fator comum: o
êxodo dos trabalhadores do campo para as cidades. Nesse sentido, a mão de obra que
anteriormente lavrava os campos e produzia os alimentos que abasteciam os países passou
a trabalhar nas recém-criadas fábricas, criando a necessidade de importação de alimentos.
b) Como o próprio texto deixa claro, a dieta melhorou porque a Europa passou a importar
alimentos de “novos” lugares, ampliando a quantidade e a variedade de produtos. Nesse
contexto, o neocolonialismo promovido na África e na Ásia contribuiu para essa melhora,
porque os países europeus passaram a importar novos alimentos de localidades como a Índia
e a China.
Resposta da questão 8:
[E]
A Revolução Industrial acentuou na Inglaterra a divisão social entre proprietários e
operários, o que fez com que as diferenças sociais entre a burguesia e o proletariado
ficassem grandes demais, o que levava os trabalhadores a terem que morar em bairros como
os descritos pelo texto que acompanha a questão.
Resposta da questão 9:
A Revolução Industrial gerou uma série de transformações no mundo, tais como: a
consolidação do capitalismo, o surgimento de proletariado, a separação entre capital
(burguesia) e trabalho (operário), intensificou o êxodo rural, entre outros. O pioneirismo da
Inglaterra na Revolução Industrial se deve a um conjunto de fatores, entre eles: marinha forte,
recursos naturais como ferro e carvão, acúmulo de capital, estabilidade política, ética
protestante, entre outros.
Resposta da questão 10:
[A]
A aceleração do capitalismo no século XIX produziu um resíduo humano que, em longo prazo,
o mercado não conseguiu absorver. Esse fenômeno levantou discussões sobre como o Estado
deveria lidar com isso, abrindo, então, mão do chamado laissez-faire (a não intervenção do
Estado).
Resposta da questão 11:
[E]
O texto deixa claro que os países que tentaram aplicar o chamado socialismo real, diante de
uma série de problemas – como autoritarismo e burocracia –, a partir de um certo momento
optaram por abrir mão de algumas características fundamentais do socialismo, como economia
centralizada no Estado e o Estado coletivo.
Resposta da questão 12:
[C]
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Exercícios de Aprofundamento – História – Revolução Industrial e Ideias Sociais
no Século XIX
As mudanças tecnossociais mencionadas no enunciado estão relacionadas às novas relações
de trabalho, como as mencionadas no texto (“vende (...) horas da sua vida (...) a quem melhor
pagar (...) isto é, ao capitalista”).
Resposta da questão 13:
[D]
O século XVIII foi caracterizado pela Revolução Industrial na Inglaterra e, apesar de destacarse a indústria têxtil e sua matéria-prima fundamental, o algodão, outros componentes eram
necessários para o desenvolvimento, funcionamento e manutenção do maquinário. No século
XVIII, o mercado era essencialmente inglês e europeu, e a mão de obra era composta por
antigos camponeses expulsos de suas terras. As especiarias já não tinham grande importância
comercial, e o petróleo e seus derivados não haviam sido descobertos.
Resposta da questão 14:
[B]
O romance Frankenstein, de Mary Shelley, foi escrito e publicado sob o contexto da Primeira
Revolução Industrial, época marcada por grandes avanços científicos e pela crença de que o
homem poderia controlar a natureza – fatos que são questionados pela autora.
Resposta da questão 15:
[E]
De uma forma geral, os livros didáticos destacam dois grandes problemas vivenciados pela
classe operária desde os primórdios da Revolução Industrial: a questão do trabalho e dos
salários e a questão das condições de vida, pois a maioria dos operários vivia em cortiços, em
bairros operários, sem as menores condições estruturais, entre elas a falta de saneamento,
como destacada no texto.
Resposta da questão 16:
[D]
A partir do século XVIII, com a expansão da manufatura e da Revolução Industrial na
Inglaterra, os interesses europeus, principalmente de Inglaterra e França, se modificaram e a
África se tornou fonte de matérias-primas industriais ou de produtos utilizados como
complemento dessa atividade. Desse modo, o tráfico negreiro que criava instabilidade entre
povos africanos e em sua economia básica passou a ser condenada.
Resposta da questão 17:
[B]
O texto [I] deixa clara a importância da máquina a vapor na mudança radial no sistema de
produção e, logo, acentua as inovações tecnológicas e o texto [II] apresenta uma mudança na
forma de trabalho durante a Revolução Industrial, do trabalho doméstico para o trabalho fabril,
mostrando, então, as mudanças no mundo do trabalho.
Resposta da questão 18:
[C]
O autor destaca aspectos sociais da Revolução Industrial, na medida em que promove a
separação definitiva entre capital e trabalho e agudiza as distinções sociais. Mais do que um
avanço tecnológico, aponta o retrocesso social, na medida em que trabalhadores são
submetidos a uma condição de vida e de trabalho marcada pela exploração e pela miséria.
Resposta da questão 19:
[E]
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Exercícios de Aprofundamento – História – Revolução Industrial e Ideias Sociais
no Século XIX
O texto destaca a relação de satisfação pessoal que envolve um trabalhador e sua obra, num
determinado momento e contexto histórico, a partir da visão de um crítico do mundo capitalista
– Karl Marx – e da exploração do trabalhador industrial, séculos depois. A Revolução Industrial
promoveu a separação definitiva entre capital e trabalho e aprofundou a ideia de
especialização, fazendo com que o trabalhador operário se tornasse apenas uma peça a mais
no processo produtivo, e não como um realizador.
Resposta da questão 20:
[A]
A questão demanda conhecimentos específicos sobre a história ocidental no século XIX. A
segunda metade desse século foi marcada por uma expansão técnica e científica e também
pela expansão imperialista europeia. As grandes exposições universais eram formas de
celebrar os avanços da ciência e também de enaltecer o poder das grandes nações industriais,
capazes de dominar imensos impérios coloniais, atestando, assim, uma suposta superioridade
sobre os demais povos.
Resposta da questão 21:
[B]
O Socialismo é, prioritariamente, um movimento de defesa do proletariado (trabalhador).
Segundo Karl Marx, seu criador, apenas quando o proletariado percebesse sua situação injusta
no mundo ele poderia lutar – através da “revolução do proletariado” – para modificar o mundo a
seu favor. O estágio final dessa modificação seria a adoção do socialismo como regime
político. Daí, a partir do texto, a afirmação de que Jorge Amado era socialista.
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