LÊNIN: O GUIA GENIAL DA REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE Nº 06 – OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2007 1917: A REVOLUÇÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA “Camaradas! A revolução operária e camponesa, de cuja necessidade os bolcheviques sempre falaram, realizou-se. Que significado tem esta revolução operária e camponesa? Em primeiro lugar, seu significado consiste em que teremos um governo soviético, nosso próprio órgão de poder, sem qualquer participação da burguesia. As próprias massas oprimidas criarão o poder. O velho aparelho governamental será destruído pela raiz pelas organizações soviéticas. Começa agora uma nova fase na história da Rússia, e a presente Revolução deve conduzir à vitória do socialismo. Uma de nossas tarefas imediatas é a necessidade de pôr fim à guerra. Mas está claro para todos que, para pôr fim a esta guerra, estreitamente ligada ao sistema capitalista, é necessário vencer o próprio capital. Uma paz justa e imediata encontrará em toda parte um eco caloroso entre as massas proletárias internacionais. Ganharemos a confiança dos camponeses com um só decreto que suprima a propriedade latifundiária. Instituiremos um verdadeiro controle operário da produção. Agora aprenderemos a trabalhar em conjunto. Isso é testemunhado pela revolução que acaba de ocorrer. Possuímos a força da organização de massas que vencerá tudo e conduzirá o proletariado à revolução mundial. Na Rússia devemos agora ocupar-nos da construção do Estado proletário socialista. Viva a revolução socialista mundial!” Com estas palavras Lênin encaminhava, em 25 de outubro de 1917 (calendário russo – 7 de novembro no nosso calendário), à Reunião do Soviete de Deputados Operários e Soldados de Petrogrado, o relatório sobre a derrubada do governo autocrático burguês na Rússia. Lênin fez um relato sobre as tarefas que estavam por ser cumpridas pelo poder soviético, e sua resolução foi adotada por imensa maioria. Inaugurava-se um novo tempo em todo o mundo. O exemplo da revolução bolchevique, que mobilizou operários, camponeses, soldados e marinheiros russos, organizados no interior das suas organizações representativas (os sovietes), em defesa da paz, do pão e da terra, ecoou nos corações e mentes dos trabalhadores de todo o mundo. Para estes, a vitória do socialismo na Rússia manteve acesa a chama da luta contra o capital e contribuiu para que avanços no campo dos direitos sociais e trabalhistas fossem conquistados em suas nações. A Revolução Soviética provocaria um verdadeiro processo civilizatório na sociedade capitalista, impondo um novo patamar da luta de classes em todo o mundo, ao contribuir de forma significativa para que a classe trabalhadora, estimulada pelo exemplo bolchevique, se organizasse com maior radicalidade. Vladimir Ilitch Ulianov, codinome Lênin, nasceu em 1870, em Simbirsk, no coração da Rússia. Os pais de Lênin eram professores e tiveram seis filhos, dos quais os cinco que sobreviveram, criados em meio à feroz repressão da década de 1870 na Rússia czarista, parecem ter-se feito revolucionários quase que automaticamente. O irmão mais velho, Alexandre, foi um terrorista que se viu implicado na trama para assassinar Alexandre III. Quando morreu executado, aos 19 anos de idade, Lênin já tinha posição firmada contra os métodos terroristas: “Não, não é esse o caminho que devemos seguir”. Formado em Direito e vivendo em São Petersburgo, uniu-se a um grupo de intelectuais marxistas e lutou pela criação do Partido Social-Democrata (antiga denominação para os partidos de corte operário) na Rússia. Perseguido pelo regime, foi exilado na Sibéria, onde conheceu e casou-se com Krupskaia, professora e militante revolucionária, também condenada ao exílio. Em 1900, o casal partiu para a Suíça, onde arranjou meios para publicação de um jornal clandestino, o Iskra (“A Centelha”). Em 1903, realizou-se, fora da Rússia, o congresso do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), no qual se deu a divisão entre bolcheviques (“maioria”), defensores da luta revolucionária contra o capitalismo, e mencheviques (“minoria”), grupo moderado. Líder da facção bolchevique, Lênin voltou a São Petersburgo durante a revolução popular de 1905, mas, derrotado o movimento, foi obrigado a exilar-se novamente. Retornou à Rússia em abril de 1917, após a Revolução de Fevereiro, quando o regime dos czares foi derrubado e substituído pelo governo provisório, de hegemonia burguesa, que manteve o país na Grande Guerra iniciada em 1914, levando o povo russo à fome e ao desespero. Lênin liderou os bolcheviques na preparação, junto aos sovietes de operários, soldados e camponeses, para a revolução socialista, que, vitoriosa, tirou a Rússia da guerra, decretou a reforma agrária, nacionalizou os bancos e as empresas estrangeiras. A companheira Krupskaia, recapitulando os anos de exílio, descreveu a inteira absorção de Lênin pela causa política a que se dedicara: “Amava a vida campestre, as florestas verdejantes, as caminhadas pelas montanhas e lagos; mas também amava os ruídos da cidade grande, a multidão dos trabalhadores, seus camaradas, o movimento, a luta, a vida em todas as suas facetas. Observando-o dia a dia, porém, a gente podia ver que ele ia se tornando cada vez mais reservado, mais cuidadoso com as pessoas e mais meditativo. Os anos de exílio foram difíceis de agüentar e consumiram muito das forças de Lênin; mas fizeram dele o homem de luta que as massas precisavam e o único que as haveria de conduzir à vitória.” Entre em contato com a União da Juventude Comunista de Nova Friburgo: [email protected] http://www.ujcfriburgo.blogspot.com