A Palavra de Deus como Fundamento da Educação Cristã (2)1
D) ÚTIL PARA A EDUCAÇÃO NA JUSTIÇA:
1) O Sentido de Educar:
Paulo diz que "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para (...) a educação (paidei/a) na justiça" (2Tm 3.16).
Conforme já vimos, a palavra paidei/a (de onde vem a nossa “pedagogia”), significa "educação das crianças", e tem o sentido de treinamento, instrução, disciplina,
ensino, exercício, castigo.
2
Cada cultura tem o seu modelo de homem ideal e, portanto, a educação visa formar esse homem, a fim de atender às expectativas sociais. Paulo sabia muito bem
disso; ele mesmo declarara durante a sua defesa em Jerusalém que fora instruído
por Gamaliel, o grande mestre da Lei. "Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas
criei-me nesta cidade e aqui fui instruído (paideu/w) aos pés de Gamaliel, segundo a
exatidão da lei de nossos antepassados....” (At 22.3).
De igual modo, Estevão, descrevendo a vida de Moisés, fala de sua formação,
declarando: "E Moisés foi educado (paideu/w) em toda a ciência dos egípcios, e era
poderoso em palavras e obras” (At 7.22).
Cito um fato elucidativo. Quando Virgínia e Maryland assinaram um tratado de
paz com os Índios das Seis Nações, como demonstração da generosidade do homem branco, seus governantes mandaram cartas aos índios solicitando que enviassem alguns de seus jovens para estudarem em seus colégios. Seguem abaixo extratos da resposta dos chefes indígenas:
“.... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o
bem para nós e agradecemos de todo o coração.
“Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm
concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão
ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a
nossa.
“.... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do
Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado,
1
Palestra ministrada na Primeira Igreja Presbiteriana em São Bernardo do Campo, SP., por ocasião
do Terceiro Encontro de Educação Cristã promovido pela Secretaria Presbiterial de Educação Cristã
do Presbitério de São Bernardo do Campo, no dia 26/04/08.
2
paidagwgi/a.
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matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam nossa língua muito
mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros,
como caçadores ou como conselheiros.
“Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não
possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres
senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensi3
naremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens”.
Se olharmos ainda que de relance o tipo de formação desde a Antigüidade, poderemos constatar que o seu ideal variava de povo para povo e, até mesmo, de cidade
para cidade, daí a diferença entre os "currículos", visto que este é o caminho, a "cor4
rida" para se atingir o objetivo proposto. Assim, temos, ainda que, grosso modo, di5
versas perspectivas educacionais:
 CHINA: A educação visava conservar intactas as tradições. Portanto o currículo
está voltado apenas para o conhecimento e preservação das tradições, seguindo
sempre o seu modelo. A originalidade era proibida.
 EGITO: Preparar o educando para uma vida essencialmente prática, que o levasse ao sucesso neste mundo e, por meio de determinados ritos, alcançasse o favor
dos deuses, e a felicidade no além.
 ESPARTA: Homens guerreiros, mas que fossem totalmente submissos ao Estado. Neste processo estimula-se até mesmo a delação como modo de evidenciar a
6
sua lealdade ao Estado. “Certamente, essa Esparta dos séculos VIII-VI é, antes de tudo, um Estado guerreiro (...). O lugar dominante ocupado em sua
cultura pelo ideal militar é atestado pelas elegias guerreiras de Tirteu, que
ilustram belas obras plásticas contemporâneas, consagradas, como elas, à
7
glorificação do herói combatente”. “Ao atingir sete anos, o jovem espartano é requisitado pelo Estado: até à morte, pertence-lhe inteiramente. A
educação propriamente dita vai dos sete aos vinte anos; ela é disposta
sob a autoridade direta de um magistrado especial, verdadeiro comissário
8
da Educação nacional, o paidono/moj”.
3
Apud Carlos R. Brandão, O Que é Educação, 6ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 8-9.
4
Currículo" é uma transliteração do latim "curriculum" que é empregado tardiamente, sendo derivado
do verbo "currere", "correr". "Curriculum" tem o sentido próprio de "corrida", "carreira"; um sentido particular de "luta de carros", "corrida de carros", "lugar onde se corre", "hipódromo" e um sentido figurado de "campo", "atalho", "pequena carreira", "corte", "curso". A palavra currículo denota a compreensão que ele não é um fim em si mesmo; é apenas um meio para atingir determinado fim [Vd. Hermisten M.P. Costa, A Propósito da Alteração do Currículo dos Seminários Presbiterianos, São Paulo:
1997, p. 8ss. (Trabalho não publicado)].
5
Veja-se um bom sumário disso em Thomas Ransom Giles, Filosofia da Educação, São Paulo: EPU.,
1983, p. 60-92.
6
Thomas Ransom Giles, Filosofia da Educação, p. 64.
7
Henri-Irénée Marrou, História da Educação na Antigüidade, São Paulo: E.P.U. (5ª reimpr), 1990, p.
35.
8
Henri-Irénée Marrou, História da Educação na Antigüidade, p. 42.
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 ATENAS: Treinamento competitivo entre os homens a fim de formar cidadãos
maduros física e espiritualmente com capacidade de exercitarem a sua liberdade.
 SÓCRATES (469-399 a.C.)/PLATÃO (427-347 a.C.): Formar basicamente por intermédio da música e da ginástica, homens capazes de vencer a injustiça reinan9
te. A educação tinha um forte apelo moral por meio do conhecimento e prática
das virtudes. A sabedoria está associada à vida virtuosa.
10
11
 OS SOFISTAS: Pedagogia elitizada, propícia e adequada apenas a quem pu12
desse pagá-los. Partindo do relativismo e subjetivismo, tinha como objetivo con13
vencer, persuadir o seu oponente independentemente da veracidade do argu14
mento.
9
Platão, A República, 376e ss. p. 86ss.
10
A palavra "sofista" provém do grego Sofisth/j, que é derivada de Sofo/j (= “sábio”). Originariamente, ambas as palavras eram empregadas com uma conotação positiva. É importante lembrar que
foram os próprios sofistas que se designaram assim.
11
"Já desde o começo a finalidade do movimento educacional comandado pelos sofistas
não era a educação do povo, mas a dos chefes. No fundo não era senão uma nova forma
da educação dos nobres (...). Os sofistas dirigiam-se antes de mais nada a um escol, e só a
ele. Era a eles que acorriam os que desejavam formar-se para a política e tornar-se um dia
dirigentes do Estado" (Werner Jaeger, Paidéia: A Formação do Homem Grego, 2ª ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1989, p. 236).
12
A Retórica Sofística, inventada por Górgias (c.483-c.375 a.C.), era famosa. Górgias dizia:
"A palavra é uma grande dominadora que, com pequeníssimo e sumamente invisível
corpo, realiza obras diviníssimas, pois pode fazer cessar o medo e tirar as dores, infundir a alegria e inspirar a piedade (...) O discurso, persuadindo a alma, obriga-a, convencida, a ter
fé nas palavras e a consentir nos fatos (...) A persuasão, unida à palavra, impressiona a alma
como quer (...) O poder do discurso com respeito à disposição da alma é idêntico ao dos
remédios em relação à natureza do corpo. Com efeito, assim como os diferentes remédios
expelem do corpo de cada um diferentes humores, e alguns fazem cessar o mal, outros a
vida, assim também entre os discursos alguns afligem e outros deleitam, outros espantam,
outros excitam até o ardor os seus ouvintes, outros envenenam e fascinam a alma com persuasões malvadas” (Górgias, Elogio de Helena, 8, 14).
"Quanto à sabedoria e ao sábio, eu dou o nome de sábio ao indivíduo capaz de mudar
o aspecto das coisas, fazendo ser e parecer bom para esta ou aquela pessoa o que era ou
lhe parecia mau" (Palavras de Protágoras, conforme, Platão, Teeteto, 166d).
"Mas deixaremos de lado Tísias e Górgias? Esses descobriram que o provável deve ser
mais respeitado que o verdadeiro; chegariam até a provar, pela força da palavra, que as
cousas miúdas são grandes e que as grandes são pequenas, que o novo é antigo e que o
velho é novo" (Platão, Fedro, 267).
13
"A sofística, que caracteriza os últimos cinqüenta anos do século V, não designa uma doutrina, mas uma maneira de ensinar. Os sofistas são professores que vão de cidade em cidade em busca de auditores e que, por preço convencionado, ensinam os alunos, seja por lições pomposas, seja por uma série de cursos, os métodos adequados a fazer triunfar uma
tese qualquer. À pesquisa e à manifestação da verdade substitui-se a preocupação do êxito, baseado na arte de convencer, de persuadir, de seduzir” (Émile Bréhier, História da Filosofia, São Paulo: Mestre Jou, 1977, I/1 p. 69-70).
14
Vd. Platão, Teeteto, 166c-167d; Sofista, 231d; Mênon, 91c-92b; Fedro, 267; Protágoras, 313c;
312a; Crátilo, 384b; Górgias, 337d; A República, 336b; 338c.
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 ARISTÓTELES (384-322 a.C.): Formar homens moderados, que tivessem zelo
15
pela ética e estética.
 RENASCENÇA: Formar homens eruditos que soubessem ler e escrever em gre16
go, latim e, em alguns lugares o hebraico, tendo um estilo erudito, que pudessem contribuir para a criação do novo, tendo o homem como "medida de todas as
coisas".
 ATUALIDADE: Formar homens competitivos, que alcancem o sucesso a qualquer
preço. É claro que isto sofrerá alterações em cada área de estudo e, também, será diferente entre os países, contudo, esta visão geral nos parece pertinente.
Retornando ao ensino bíblico, perguntamos: E nós, que tipo de homens somos;
que tipo de formação temos dado aos nossos filhos?; que tipo de formação a Igreja
tem proporcionado à infância e à juventude? Que modelo temos apresentado? Notemos, que Paulo nos diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino
(didaskali/a), para a repreensão, para a correção, para a educação (paidei/a) na
justiça” (2Tm 3.16).
Como já mencionamos, é neste sentido que Salomão diz: "O temor do Senhor é o
princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino (LXX: paidei/a)” (Pv 1.7; Vd. Pv. 9.10; 15.33; Sl 111.10). "Ouvi o ensino (LXX: paidei/a), sêde
sábios, e não o rejeites” (Pv 8.33).
15
Aristóteles, Ética a Nicômaco, São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, Vol. IV), 1973, V.2,
1130b 26-27. p. 324
16
O hebraico, que era então ainda mais ignorado do que o grego e o latim, foi também redescoberto.
Surgindo, então, as famosas escolas que ensinavam os três idiomas – em Lovaina (1517), Oxford
(1517 e 1525), Paris (1530) –, visando formar o “homo trilinguis”. (Vejam-se:. Jacob Burckhardt, A
Cultura do Renascimento na Itália: Um Ensaio, São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p. 154; Jean
Delumeau, A Civilização do Renascimento, Lisboa: Editorial Estampa, 1984, Vol. I, p. 97). Foi assim
que foi elaborada a primeira gramática hebraica, escrita por um cristão, Reuchlin (1455-1522) em
1506. Não devemos nos esquecer também, que é deste período a publicação da “Bíblia Poliglota
Complutense” – recebendo este nome por ter sido impressa em Complutum, forma latina da atual Alcalá, Espanha, onde Ximenes fundou uma Universidade –, que continha o Antigo Testamento em 3
idiomas, formatado em três colunas paralelas: Hebraico, latim (da vulgata) e grego (da LXX), tendo,
também, uma tradução latina interlinear. Na parte inferior da página, constava do Novo Testamento
em grego e latim. Esta obra sendo promovida pelo Cardeal Francisco Ximenes de Cisneros (14371517), foi iniciada em 1502 sendo concluída em 1517 (O NT estava concluído desde 1514), sendo
constituída por seis volumes. Todavia, o papa Leão X só deu permissão para a sua circulação em
22/03/1520. Ao que parece, esta obra não chegou a Alemanha antes de 1522 e, Lutero não se utilizou dela para a sua tradução do Novo Testamento (Vejam-se mais detalhes em: W.G. Kümmel, Introdução ao Novo Testamento, São Paulo: Paulinas, 1982, p. 713-714; Wilson Paroschi, Crítica
Textual do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1993, p. 107-108; E. Lohse, Introdução ao Novo Testamento, São Leopoldo, RS.: Sinodal, © 1972, p. 261; Hipólito Escolar, Historia del Libro, 2ª
ed. corregida y ampliada, Salamanca/Madrid: Fundación Germán Sánchez Ruipérez/Pirámide, 1988,
p. 416ss.). Quanto à disposição das três colunas da obra: Hebraico, Latim e Grego, “Cisneros dizia
que adotara esta disposição para recordar o lugar que a Igreja romana ocupava entre a sinagoga e a Igreja grega: posição análoga à do Cristo entre os dois ladrões!” (Jean Delumeau, A Civilização do Renascimento, Vol. I, p. 98).
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A educação significa também "disciplina". Deus muitas vezes usa este recurso para nos educar, a fim de que sejamos salvos. Paulo diz: "Mas, quando julgados, somos disciplinados (paideu/w) pelo Senhor, para não sermos condenados com o
mundo” (1Co 11.32).
Na educação divina (disciplina), vemos estampada a Sua graça que atua de forma pedagógica: "Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os
homens, educando-nos (paideu/w) para que, renegadas a impiedade e as paixões
mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tt 2.11-12)
–; e o Seu amor. Jesus disse: "Eu repreendo (e)le/gxw) e disciplino (paideu/w) a
quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te” (Ap 3.19). Aqui, como em outros textos, percebemos a ligação entre a repreensão e a disciplina (= educação) operada
por Deus naqueles a quem Ele ama.
Moisés, compreendendo bem a “didática” de Deus, diz ao povo: “Recordar-te-ás
de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta
17
anos, para te humilhar (hfnf(), para te provar, para saber o que estava no teu coração (ʡʡʬ) (lebab), se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou (hfnf(),
e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus
pais o conheceram, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas
de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem” (Dt 8.2-3. Do
mesmo modo, Dt 8.16) (Vd. Sl 102.23; Is 64.12; Lm 3.33).
O salmista narra a sua experiência: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição (hfnf(),
para que aprendesse (ʣʮʬ)(la‫ޛ‬mad) os teus decretos” (Sl 119.71). As aflições corretamente compreendidas podem ser instrumentos utilíssimos para a prevenção e correção de nossos desvios espirituais.
O que a Palavra de Deus nos mostra, e por certo temos confirmado isto em nossa
experiência, é que buscamos a Deus mais intensamente em meios às aflições: “Estou aflitíssimo (hfnf(), vivifica-me, Senhor, segundo a tua palavra” (Sl 119.107). “Antes
de ser afligido (hfnf(), andava errado, mas agora guardo a tua palavra” (Sl 119.67).
O coração contrito – demonstra Moisés – aprende com a disciplina do Senhor e
se alegra por Deus tê-lo afligido: “Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido (hfnf(), por tantos anos quantos suportamos a adversidade” (Sl 90.15).
O desejo de Deus é a restauração de Seus filhos. Neste sentido, Paulo recomenda ao jovem Timóteo como deveria agir com aqueles que se opunham à mensagem
do Evangelho: "Disciplinando (paideu/w = “ensinando”, “instruindo”) com mansidão
os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimenA palavra hebraica (hfnf() (‘ãnãh) tem o sentido de “aflito”, “oprimido”, com o sentimento de impotência, consciente de que o seu resgate depende unicamente da misericórdia de Deus. Esta palavra é
contrastada com o orgulho, que se julga poderoso para resolver todos os seus problemas, relegando
Deus a uma posição secundária, sendo-Lhe indiferente.
hfnf( (‘ãnãh) apresenta também a idéia de ser humilhado por outra pessoa: (Gn 16.6; 34.2; Ex 26.6;
Dt 22.24,29; Jz 19.24; 20.5).
17
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to para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem
a sua vontade” (2Tm 2.25-26).
2) O Sentido de Justiça:
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para (...) a educação (paidei/a)
na justiça (dikaiosu/nh)" (2Tm 3.16).
Temos visto que a palavra "Educação" (paide/ia) significa "educação das crianças", e tem o sentido de treinamento, instrução, disciplina, ensino, exercício. Vimos
também que o ideal de Deus para a nossa formação é nos fazer "sábios". Ser sábio
conforme a sabedoria de Deus é o mesmo que ser educado na justiça (2Tm 3.16).
Ou, como disse Calvino (1509-1564): "instrução na justiça significa instrução
18
numa vida piedosa e santa". Paulo está nos dizendo que a Escritura é útil para
o nosso treinamento na justiça. Aqui algumas perguntas se configuram como de suma importância para a continuação de nossa meditação: O que significa justiça?
Qual o sentido da palavra empregada por Paulo? E, qual o sentido bíblico desta justiça?
A palavra "justiça" adquire na Bíblia o sentido de "retidão". Proceder justamente
significa agir conforme o caráter de Deus, Aquele que é justo absolutamente:
"....Deus é fidelidade, e não há nEle injustiça: é reto e justo (LXX: di/kaioj)” (Dt
32.4).
O Antigo Testamento, indicando a justiça de Deus manifesta em Seu Reino, declara, numa linguagem figurada, que: "Justiça (LXX: dikaiosu/nh) e direito são o
fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem” (Sl 89.14). A justiça é o fundamento do Seu governo: ".... Justiça (dikaiosu/nh) e juízo são a base do seu trono"
(Sl 97.2).
Deste modo, o nosso "treinamento na justiça" indica a nossa busca por um comportamento semelhante ao modelo de Deus. A educação que Deus nos dá por intermédio da Sua Palavra visa o nosso envolvimento, o nosso compromisso com os
Seus preceitos.
A justiça operada por Deus é sempre decorrente da Sua Palavra; portanto, “Nenhum outro jamais se apropriará corretamente da justiça divina senão aque19
le que a abraça como ela lhe é oferecida e apresentada na Palavra”. Desejar a justiça de Deus significa desejar o cumprimento da promessa de Deus.
A educação na justiça não consiste apenas na tentativa de um melhoramento moral, antes é o estabelecimento de um novo modelo, resultante da nova natureza que
foi implantada em nosso coração pelo Espírito, como fruto da obra sacrificial e vitori18
19
J. Calvino, As Pastorais, (2Tm 3.16), p. 264.
João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 2, (Sl 40.10), p. 233.
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osa de Cristo. "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para
que nele fossemos feitos justiça (dikaiosu/nh) de Deus” (2Co 5.21).
Por meio do sacrifício vicário de Cristo fomos declarados justos diante de Deus;
por isso é que a Escritura afirma que Cristo é a nossa justiça: "....Vós sois dele [de
Deus], em Cristo Jesus, o qual se tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça (dikaiosu/nh), e santificação e redenção” (1Co 1.30). Na justificação Deus nos declara
justos, perdoando todos os nossos pecados, os quais foram pagos definitivamente
por Cristo; por isso, já não há nenhuma condenação sobre nós; estamos em paz
com Deus amparados pela justiça de Cristo (Vd. Rm 5.1; 8.1,31-33). Na justificação
Deus declara que já não há mais culpa em nós.
Deus nos gerou em Cristo para a prática da justiça de Cristo. "Carregando ele
mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos
aos pecados, vivamos para a justiça (dikaiosu/nh); por suas chagas fostes sarados”
(1Pe 2.24). A prática do "caminho da justiça" (2Pe 2.21) tornou-se o sinal inconfundível de todos os que pertencem a Cristo: "Se sabeis que ele [Jesus] é justo
(di/kaioj), reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça (dikaiosu/nh) é
nascido dele (...). Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça (dikaiosu/nh) é justo (di/kaioj), assim como ele é justo (di/kaioj) (...).
Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não
pratica justiça (dikaiosu/nh) não procede de Deus, também aquele que não ama a
seu irmão" (1Jo 2.29; 3.7,10).
Os critérios de justiça variam de povo para povo e até mesmo conforme os nossos interesses pecaminosos. A nossa mente tem a capacidade de usar um recurso
chamado de "mecanismo de defesa", que consiste na racionalização, que nada mais
é do que a tentativa de justificar as nossas crenças já dogmatizadas pelos nossos
desejos. Por isso é que a justiça que devemos seguir não é a de homens, conforme
os seus pecados e/ou nossos interesses, mas, sim, a justiça de Deus. É neste sentido que Jesus nos adverte quanto à "justiça" dos escribas e fariseus. “.... Se a vossa
justiça (dikaiosu/nh) não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20).
A justiça destes homens visava tão somente satisfazer os seus próprios desejos
de serem vistos e admirados como homens "piedosos" e geniais "intérpretes da lei".
Jesus novamente nos adverte: "Guardai-vos de exercer a vossa justiça (dikaiosu/nh) diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mt 6.1-2).
Por isso a Bíblia nos ensina enfaticamente, que a justiça que devemos seguir é a
de Deus, conforme é-nos ensinada por Jesus Cristo; e "a justiça exigida por Cristo
20
é nada menos que uma completa conformidade com a santa lei de Deus".
Lembremo-nos de que o Senhor conhece os nossos corações, sabendo de nossas
intenções e motivações (Jo 2.25). E é Ele mesmo Quem nos julgará com justiça.
20
G. Hendriksen, El Evangelio Segun San Mateo, Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura
Cristiana, 1986, p. 307.
A Palavra de Deus como fundamento da Educação Cristã (2) – Rev. Hermisten – 05/05/08 – 8
Paulo insiste com o jovem Timóteo neste ponto: ".... Segue a justiça (dikaiosu/nh), a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão” (1Tm 6.11). "Foge
21
22
(feu/gw), outrossim, das paixões da mocidade. Segue (diw/kw) a justiça (dikaiosu/nh), a fé, o amor e a paz com os que de coração puro, invocam o Senhor” (2Tm
2.22).
A Palavra de Deus nos instrui na justiça, a fim de que o nosso viver seja caracterizado pelos frutos da justiça. Isto equivale a dizer que a justiça de Cristo em nós se
revela no agir; ela frutifica em nosso comportamento. A vontade de Deus é que revelemos a Sua justiça em nós por meio de nossa fé e de nossas atitudes, devendo ser
estas, evidências daquela. Paulo escreve aos efésios: "....Quanto ao trato passado,
vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do
engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo
homem, criado segundo Deus, em justiça (dikaiosu/nh) e retidão procedentes da
verdade. Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo
(...). Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe (...). Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para a edificação (...). Não
entristeçais o Espírito de Deus (...). Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e
gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia. Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em
Cristo vos perdoou....” (Ef 4.22-32).
Neste texto, Paulo apresenta diversos frutos da justiça que consistem basicamente no abandono do pecado e na prática da justiça. A justiça de Cristo frutifica em nós
por intermédio da mudança de paradigma, que consiste numa mudança de valores e
comportamento. Aos mesmos efésios Paulo diz: "....Outrora éreis trevas, porém agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda a bondade, e justiça (dikaiosu/nh), e verdade, provando sempre o que é agradável ao Senhor" (Ef 5.8-10).
O cristão é responsável por descobrir diariamente – orientado pela Palavra –, a atitude ética correta condizente com a sua nova natureza que reflita a justiça de Cristo, sendo agradável a Deus. Deus se agrada com a nossa integridade em servi-Lo;
com a nossa busca por fazer a Sua vontade, mesmo nas mínimas coisas. O desafio
de todo aquele que deseja fazer a vontade de Deus é aplicar a Sua Palavra à sua
realidade diária, aos desafios de nossa vida social, profissional, familiar, estudantil e
afetiva.
Jesus Cristo nos diz que pelos frutos nós conhecemos a qualidade de uma árvore; e aplica este exemplo à vida espiritual. Deste modo, o nosso desejo de agradar a
21
22
O verbo, no presente imperativo, indica uma ação que deve se tornar um hábito de vida.
O verbo está no presente imperativo ativo. Associando-se o fugir ao seguir, temos um comportamento constante e complementar que deve fazer parte da conduta cristã. Diw/kw é utilizado sistematicamente para aqueles que perseguiam a Jesus, os discípulos e a Igreja (Mt 5.10-12; Lc 21.12; Jo
5.16; 15.20). Lucas emprega este mesmo verbo para descrever a perseguição que Paulo efetuou
contra a Igreja (At 22.4; 26.11; 1Co 15.9; Gl 1.13,23; Fp 3.6), sendo também a palavra utilizada por
Jesus Cristo quando pergunta a Saulo do porquê de sua perseguição (At 9.4-5/At 22.7-8/At 26.14-15).
Paulo diz que prosseguia para o alvo (Fp 3.12,14). O escritor de Hebreus diz que devemos perseguir
a paz e a santificação (Hb 12.14). Pedro ensina o mesmo a respeito da paz (1Pe 3.11).
A Palavra de Deus como fundamento da Educação Cristã (2) – Rev. Hermisten – 05/05/08 – 9
Deus será demonstrado em nossa prática, condizente com a Sua justiça. "Pelos
seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos
dos abrolhos? Assim toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz
frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir
frutos bons (...). Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai que está nos céus” (Mt 7.16-18,20,21).
O apóstolo Paulo nos fala do fruto do Espírito como uma característica dos filhos
de Deus; daqueles que andam no Espírito: "O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio....” (Gl
5.22-23).
Paulo ora a Deus pelos filipenses, para que eles se apresentassem diante de
Cristo "sinceros e inculpáveis", tendo a responsabilidade de viverem hoje, "cheios do
fruto de justiça". "E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e
mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as cousas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o dia de Cristo, cheios do fruto de justiça
(dikaiosu/nh), o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp
1.9-11).
Portanto, nós como justificados em Cristo, devemos frutificar em toda boa obra de
justiça, evidenciando a habitação do Espírito em nós em todas as áreas de nosso viver.
E) ÚTIL PARA CONCEDER-NOS DISCERNIMENTO E SABEDORIA:
Sabedoria consiste na habilidade de saber usar os recursos que temos; discernimento está ligado à capacidade de interpretar os fatos, entender o que está acontecendo, saber distinguir, separar os eventos em suas relações causais ou acidentais.
Deus, por intermédio da Sua Palavra, nos dá sabedoria espiritual e discernimento
para que possamos reconhecer nos Seus testemunhos a Palavra de vida eterna; a
fim de que vejamos com clareza os sinais dos tempos, sem nos deixar levar por falsas doutrinas engenhosamente criadas pelos homens, seguindo sabiamente o caminho de Deus.
Podemos citar alguns testemunhos de servos de Deus que usufruíram deste discernimento: Davi: "A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma; o testemunho do
Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices” (Sl 19.7). O salmista: "A revelação das
tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples” (Sl 119.130). "Por meio dos
teus preceitos consigo entendimento; por isso detesto todo caminho de falsidade” (Sl
119.104).
Paulo, escrevendo ao jovem Timóteo, recorda o aprendizado deste nas Escrituras, dizendo: “.... desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3.15).
O que tem faltado à Igreja é sabedoria para discernir, por intermédio da Palavra
A Palavra de Deus como fundamento da Educação Cristã (2) – Rev. Hermisten – 05/05/08 – 10
de Deus, o que está acontecendo. A Bíblia não é um manual hermético repleto de
"regrinhas" fechadas e acabadas, para cada e toda situação; ela é de fato o Livro por
excelência, com princípios eternos para todas as situações de nossa vida. Muitas
vezes temos sido iludidos, enganados espiritualmente, justamente porque nos tem
faltado a meditação na Palavra de Deus, acompanhada pela oração para que Deus
nos dê a compreensão dos fatos, da Sua vontade para o nosso momento presente.
Diz o salmista: "Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque aqueles eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos
os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais entendido que os
idosos, porque guardo os teus preceitos. De todo mau caminho desvio os meus
pés, para observar a tua palavra” (Sl 119.98-101).
Deus não deseja um povo ingênuo, imaturo quanto à interpretação da realidade;
Ele quer que sejamos maduros, aptos para discernir, interpretar os acontecimentos e
que, sem titubear, sigamos os Seus preceitos.
Esta sabedoria espiritual exige um laborioso processo de compreensão, entendimento e prática da verdade. Portanto, a nossa sabedoria consiste em nos submeter às Escrituras.
Lutero (1483-1546) constatou acertadamente: “quão grande dano tem havido
23
quando se tenta ser sábio e interessante sem ou acima da Escritura”.
O caminho da sabedoria é o caminho da santidade. Se nós queremos ser santos,
devemos buscar na Palavra de Deus a coragem para cumprir os Seus decretos, o
ânimo para não nos abatermos com as ciladas do diabo, e o discernimento e sabedoria para que possamos interpretar a Palavra de Deus, avaliando os fatos, e aplicando os princípios eternos de Deus à nossa realidade cotidiana.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ESCOLA DOMINICAL COMO UM INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ:
A Escola Dominical é a Escola do Senhor, Aquele que tem domínio sobre todas
as coisas. Deus nos deu a Sua Palavra para que a conheçamos, meditemos e a pratiquemos, sendo conduzidos a Jesus Cristo (Jo 5.39). Assim, na Sua Escola, o natural e indispensável é que o Livro-texto seja a Sua Palavra e, que o currículo seja elaborado a partir daí em suas perspectivas, conteúdos e conclusões, formando assim, um quadro de referência bíblico.
A Escola Dominical se constitui para a Igreja e para a família em organismo de
fundamental importância. Para aqueles que por muitos ou mesmo alguns anos têm
desfrutado do privilégio de participar dessa Escola, esta afirmação não carece de
23
Lutero, Apud Phillip J. Spener, Mudança para o Futuro: Pia Desideria, Curitiba, PR./São Bernardo
do Campo, SP.: Encontrão Editora/Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião,
1996, p. 43.
A Palavra de Deus como fundamento da Educação Cristã (2) – Rev. Hermisten – 05/05/08 – 11
demonstração. No decorrer nos anos a Igreja tem sido amplamente abençoada por
meio do ensino ministrado na Escola Dominical.
É necessário que enfatizemos que a Escola Dominical não substitui o ensino familiar: o culto doméstico, a prática da oração e o testemunho dos pais (2Tm 1.3-5;
3.15/Pv 22.6/Dt 4.9-10). Ela é um reforço a esses procedimentos, sendo retroalimentada pelas próprias famílias. Na Escola Dominical temos uma escola sui generis, entre outros, pelos seguintes motivos: pelo seu currículo permanente (A Bíblia), pelo
seu propósito eterno (Santidade) e pela sua integração (toda a família). Esta é a Escola do Senhor!
No ano de 1913, Herculano de Gouvêa Jr. escreveu um artigo para a Revista de
Missões Nacionais, intitulado: “O que se deve esperar da Escola Dominical”. O articulista apresentou três benefícios “que a Igreja pode receber da Escola Dominical”, a saber: a) “A conservação dos filhos da Igreja no seio dela”; b) “Um
conhecimento mais metódico, regular e completo da Bíblia, ministrado aos
24
membros da Igreja”; c) “Conversões”.
Na edição de setembro da Revista de Missões Nacionaes, foram publicados cin25
co artigos de alunos do Seminário Presbiteriano do Sul dirigidos à Escola Dominical. Estes artigos, reunidos e prefaciados pelo professor, que suponho ser o Rev.
George E. Henderlite (lamentavelmente não consta o nome do professor), foi publicado sob o título: O Mestre da Escola Dominical. No prefácio, o professor diz: “Igre26
ja que não ensina não pode evangelizar o Brasil”. À frente continua: “Sem a
meditação na Palavra da Vida, a Igreja Reformada no Brasil será apenas um
pouco melhor do que a Igreja Romana com suas inépcias e fracassos (...).
Somente o Evangelho da graça e a verdade do Filho de Deus poderá trans27
figurar o caráter nacional”.
Hoje, ainda cremos que as observações do Rev. Herculano de Gouvêa Jr. são
coerentes; a Escola Dominical se propõe a educar biblicamente os filhos da aliança,
solidificar a fé dos adultos por meio de um ensino sistemático das Escrituras e ser
um instrumento de evangelização para que aqueles que não conhecem a Cristo
possam fazê-lo e, pelo Espírito se renderem ao Senhor.
Somos herdeiros deste trabalho que cresceu e frutificou. Cabe-nos a responsabilidade de participar, orar e usar a nossa inteligência para aperfeiçoar a Escola Dominical, a fim de que partindo sempre das Escrituras Sagradas, ela continue sendo um
veículo poderoso de propagação do Evangelho e de edificação espiritual da Igreja.
24
Herculano Gouvêa Jr., O que se deve esperar da Escola Dominical: In: Revista da Missões Nacionaes, Outubro de 1913, p. 1-2.
25
Galdino Moreira, Julio Nogueira, Jorge Goulart, Paschoal Pitta e João Camargo.
26
O Mestre da Escola Dominical, Campinas, SP.: Imprensa do Seminário Theológico de Campinas,
1913, p. 3.
27
Ibidem., p. 7.
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São Paulo, 25 de abril de 2008.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
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