Roteiro dos Pagamentos Com Cartão na América Latina: Como o EMV Influencia a Infraestrutura de Pagamentos? Um documento da SCALA – Smart Card Alliance América Latina Data da Publicação: Julho de 2011 Número da Publicação: FPC-11001 SCALA – Smart Card Alliance Latin America 4110 Ave. Justo Arosemena Local # 2 Panama City, Republic of Panama http://latinamerica.smartcardalliance.org/ Smart Card Alliance 191 Clarksville Rd. Princeton Junction, NJ 08550 www.smartcardalliance.org Smart Card Alliance América Latina © 2011 1 Sobre a SCALA – Smart Card Alliance América Latina SCALA – Smart Card Alliance América Latina é um capítulo da Smart Card Alliance, uma associação de várias companhias sem fins lucrativos, imparcial e multi-indústria que trabalha com o objetivo de estimular o entendimento, adoção, uso e ampla utilização da tecnologia dos smart cards. Através de projetos específicos tais como programas de educação, pesquisa de mercado, fóruns abertos e relações da indústria, a Aliança mantém os seus membros conectados aos líderes de indústria e a idéias inovadoras. A Aliança é a única voz da indústria para os temas relacionados com os smart cards nos Estados Unidos e na América Latina. Para mais informações, por favor visite as páginas da web: http://latinamerica.smartcardalliance.org/ ou http://www.smartcardalliance.org. Através da educação, a SCALA ajuda a reduzir o risco da implementação dos smart cards! Copyright © 2011 Smart Card Alliance, Inc.Todos os direitos reservados. A reprodução ou distribuição desta publicação em qualquer forma está proibida sem a permissão prévia da Smart Card Alliance. A Smart Card Alliance usou todos os meios para assegurar, mas não pode garantir que as informações descritas neste relatório sejam exatas no momento da data da publicação. A Smart Card Alliance não garante a exatidão, integridade ou adequação das informações contidas neste relatório. Smart Card Alliance América Latina © 2011 2 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 5 1.1 1.2 2 OBJETIVO ...........................................................................................................................................5 FRAUDE BASEADA EM CARTÃO .........................................................................................................5 VISÃO GERAL ..................................................................................................................................... 7 2.1 EMV E SEGURANÇA DO CARTÃO .......................................................................................................7 2.1.1 Métodos de Autenticação do Cartão ...................................................................................8 2.1.2 Métodos de Verificação do Portador de Cartão .................................................................9 2.1.3 Autorização da Transação ................................................................................................10 2.2 MUDANÇAS DO EMV À INFRAESTRUTURA DE MENSAGENS.............................................................10 2.3 EMV, CONTACTLESS E NFC ............................................................................................................12 2.3.1 EMV Sem Contato (Contactless) .......................................................................................12 2.3.2 Contactless nos Estados Unidos .......................................................................................13 2.3.3 EMV e os Pagamentos Móveis com NFC ..........................................................................13 2.4 CERTIFICAÇÕES EMV ......................................................................................................................14 3 OPÇÕES .............................................................................................................................................. 16 3.1 CONSIDERAÇÕES ..............................................................................................................................16 3.1.1 Opções de Interface de Cartão .........................................................................................18 3.1.2 Autenticação de Cartão e Opções de Autorização de Transação .....................................19 3.1.3 Verificação Do Cliente......................................................................................................19 3.1.4 Opções Híbridas ...............................................................................................................20 3.2 IMPLICAÇÕES PARA VIAJANTES INTERNACIONAIS ............................................................................20 3.3 INCENTIVOS E MOTIVADORES DA IMPLEMENTAÇÃO EMV ..............................................................20 4 CONSIDERAÇÕES PARA A EMISSÃO DE CARTÕES .............................................................. 26 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 5 CONSIDERAÇÕES DE PAGAMENTO PARA OS ADQUIRENTES E PROCESSADORES... 31 5.1 5.2 5.3 6 PAGAMENTOS SEM CONTATO EMV (CONTACTLESS EMV) ..............................................................31 TRANSAÇÕES DE CONTATO EMV COM ASSINATURA OU COM PIN ..................................................32 RESUMO ...........................................................................................................................................32 CONSIDERAÇÕES DO SISTEMA DE TERMINAIS POS E DO SISTEMA DE POS DO ESTABELECIMENTO ...................................................................................................................... 34 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6 7 INTERFACE DE CARTÃO....................................................................................................................26 PIN OFF-LINE VS. PIN ON-LINE .......................................................................................................26 SISTEMA DE PERSONALIZAÇÃO ........................................................................................................27 SISTEMA CENTRAL - HOST (EARLY OU PARTIAL GRADE) ................................................................27 PROCESSO DE AUTORIZAÇÃO DA TRANSAÇÃO .................................................................................28 RESUMO ...........................................................................................................................................29 SUPORTE DE HARDWARE .................................................................................................................34 SUPORTE DE SOFTWARE ...................................................................................................................34 EMV E A CERTIFICAÇÃO DAS MARCAS............................................................................................35 SUPORTE DE MENSAGENS DA TRANSAÇÃO ......................................................................................36 CAPACIDADE DE ATUALIZAÇÃO DOS TERMINAIS ..............................................................................37 RESUMO ...........................................................................................................................................37 CONSIDERAÇÕES PARA OS CAIXAS AUTOMÁTICOS (ATMS) ........................................... 40 7.1 7.2 7.3 7.4 HARDWARE DO CAIXA AUTOMÁTICO (ATM) ..................................................................................40 SOFTWARE DO CAIXA AUTOMÁTICO (ATM) ...................................................................................40 CERTIFICAÇÕES ................................................................................................................................41 CAPACIDADE DE ATUALIZAÇÃO DO TERMINAL E PLANOS .................................................................41 Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 3 7.5 RESUMO ...........................................................................................................................................42 8 CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 44 9 RECONHECIMENTOS PELA ELABORAÇÃO DESTA PUBLICAÇÃO .................................. 46 10 GLOSSÁRIO ....................................................................................................................................... 49 Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 4 1 Introdução 1 O padrão EMV define os requisitos técnicos para os cartões bancários com microchips integrados e para a infraestrutura de terminais de ponto de venda (POS). Com algumas exceções, as instituições financeiras em todo o mundo emitem cartões bancários EMV para empresas e consumidores. Aproximadamente 1 bilhão de cartões EMV foram emitidos a nível global e 15,4 milhões de terminais de 2 POS aceitam os cartões EMV. Os principais objetivos da inclusão de um chip em um cartão bancário são armazenar as informações dos portadores de cartão de maneira segura, proteger os dados armazenados no chip contra modificações não autorizadas e reduzir o número de transações fraudulentas resultantes de falsificação, perda e roubo dos cartões. 1.1 Objetivo O objetivo deste documento é educar os participantes em toda a cadeia de valor sobre os aspectos críticos da implementação de uma solução EMV no ambiente das suas empresas. Os principais participantes são os emissores, os estabelecimentos, os processadores e fornecedores de hardware, software e serviços de suporte. Apesar de serem mencionados alguns dos principais motivadores que podem ser aplicados para a construção de um caso de negócio, o objetivo deste documento não é tentar desenvolver o caso de negócio completo que é necessário para a tomada de uma decisão de investimento. A especificação do EMV pode resolver as principais questões que desafiam as instituições financeiras. A 3 maioria dos trabalhos do EMV foram realizadas na década de 1990. Ao longo dos anos, a EMVCo vem mantendo e revisando a especificação para manter o mais alto nível de segurança. A EMVCo também desenvolve e administra as novas funcionalidades exigidas pelo mercado. Os participantes da indústria de pagamentos na América Latina reconhecem que existe a necessidade de se educarem sobre a EMV e para aproveitar as lições aprendidas em outros países ao redor do mundo. 1.2 Fraude Baseada em Cartão A um nível global, o Nilson Report estimou que as perdas por fraude de cartões alcançaram $6,89 bilhões de dólares em $14,6 trilhões de dólares de aquisições de bens e serviços e adiantamentos de 4 dinheiro em 2009. De acordo com o Nilson Report, embora o índice de fraude global tenha permanecido estável, o valor das perdas por fraude está aumentando e com as taxas atuais de crescimento, estima-se 5 que irá chegar a $10 bilhões de dólares até 2015. O Mercator Advisory Group relata que as perdas por fraude se encontrem provavelmente reportadas de forma dramaticamente abaixo da quantidade real e que poderiam ser na verdade tão altas quanto $16 bilhões de dólares, especialmente quando são considerados todos os custos associados, tais como as investigações forenses, para o comprometimento 1 2 3 4 5 Os fundadores originais da organização que cuida dos padrões EMV foram a Europay, MasterCard, e Visa — é devido a isto que se utiliza o acrônimo “EMV.” Mais informações sobre as especificações podem ser encontradas na página da web http://www.emvco.com. "Mais de 1 bilhão de cartões EMV se encontram ativos atualmente," EMVCo, http://www.finextra.com/News/Fullstory.aspx?newsitemid=21870 EMVCo é a organização formada em fevereiro de 1999 pela Europay International, MasterCard International e Visa International para administrar, manter e aprimorar as especificações para os sistemas de pagamento com cartões de circuito integrado EMV (EMV Integrated Circuit Card Specifications for Payment Systems). Com a aquisição da Europay pela MasterCard em 2002 e com a JCB e American Express se unindo à organização em 2004 e 2009, respectivamente, a EMVCo está atualmente sendo operada pela American Express, JCB International, MasterCard Worldwide, e Visa, Inc. O Nilson Report, Volume 951, Junho de 2010 Ibidem. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 5 das informações, ações judiciais, fraudes não detectadas e perdas do emissor erroneamente classificada 6 pelos emissores. O verdadeiro custo da fraude, no entanto, excede o valor real em dólares das perdas. As empresas de serviços financeiros causam danos à sua reputação, custos globais mais elevados de funcionamento para um aumento da vigilância (incluindo monitoramento das transações), redução da produtividade e maiores despesas com o pessoal; eles também dão suporte ao custo da re-emissão cartões depois de um incidente de fraude. Um custo normalmente despercebido e que não é bem entendido é o impacto que a fraude tem no uso dos cartões e na perda de rendimentos, com os emissores tendo as taxas de 7 ativação reduzidas em relação aos cartões re-emitidos e diminuição do volume das transações. Os estabelecimentos, processadores e adquirentes também podem causar danos à sua reputação e têm que arcar com o custo da conformidade com o Padrão de Segurança dos Dados da Indústria de Pagamento de Cartões (Payment Card Industry Data Security Standard - PCI DSS). Como um exemplo do impacto do EMV, a Associação de Cartões do Reino Unido (UK Cards Association) reporta uma redução drástica da fraude desde a introdução dos cartões EMV. "A fraude com cartões roubados e perdidos está agora no seu nível mais baixo das últimas duas décadas e as perdas por fraude decorrentes de cartões falsificados também caíram e se encontram no seu nível mais baixo desde 1999. As perdas dos varejistas no Reino Unido se reduziram em 67 por cento desde 2004; as fraudes por cartões roubados e perdidos diminuíram em 58 por cento entre 2004 e 2009; e a fraude 8 por não recebimento de cartões por correio caíram em 91 por cento desde 2004.” As experiências do Reino Unido, assim como em outros países que adotaram os cartões com chip, mostraram uma redução das fraudes nas transações com cartão presente no mercado interno. Porém, as suas experiências também demonstraram uma migração para outros tipos de fraude, especialmente fraudes como no caso de transações de cartão ausente (card-not-present - CNP) e fraude de falsificação para transações internacionais (cross-border) particularmente a fraude em caixas eletrônicos (ATMs). A migração da fraude reduz algumas das economias obtidas com a diminuição da fraude em transações de cartão presente no mercado interno. Esta realidade reforça a necessidade da implementação de uma abordagem em níveis múltiplos de segurança, mesmo com a adoção dos cartões EMV. Isto permite combater a migração da fraude e atender a outras vulnerabilidades na segurança. Os criminosos são conhecidos por explorar sempre o elo mais fraco da cadeia, mudando-se de locais onde haja mecanismos mais sólidos de autenticação para aqueles onde o mesmo não aconteça, ou de instituições financeiras e estabelecimentos que tenham dispositivos mais sofisticados de detecção e prevenção de fraude para aqueles com menores defesas. Com mais de 1 bilhão de cartões EMV emitidos globalmente e projeções que indicam um crescimento contínuo na emissão de cartões EMV, é muito provável que os criminosos migrem as suas atividades de falsificação de cartões de tarja magnética para as regiões que ainda não tenham implementado o EMV, levando a um aumento da fraude por falsificação internacional (cross-border) adquirida nesses países. Individualmente, a indústria de pagamentos de cada um dos países da região da América Latina deverá determinar se está preparada para o potencial aumento significativo da fraude com cartões, se a fraude migrar de países que já se encontrem habilitados para o EMV para os mercados que ainda não estejam na região 6 Fraude à Minha Esquerda, Risco à Direita (“Fraud to the Left of Me, Risk to the Right”), Mercator Advisory Group, Outubro de 2008 7 O Custo Real da Fraude (“The True Cost of Fraud”), Documento da First Data Corporation, Março de 2009 8 Novos Números de Fraude em Cartões e Bancos ("New Card and Banking Fraud Figures"), Associação de Cartões do Reino Unido, 10 de março de 2010, http://www.theukcardsassociation.org.uk/media_centre/press_releases_new/-/page/922/ Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 6 2 Visão Geral A tecnologia do smart card incorpora um chip de circuito integrado seguro com um microprocessador em uma forma de pagamento (form factor). A forma de pagamento mais comumente utilizada é um cartão; no entanto os porta-chaves, os cartões microSD, os adesivos autocolantes (stickers) e, mais recentemente, os telefones com capacidade de NFC podem acomodar a mesma tecnologia. O chip geralmente se alimenta da energia do dispositivo leitor e a requer para poder funcionar. A interface com o leitor pode ser uma interface de contato ou sem contato. Os cartões de interface dupla (Dual-interface cards) incorporam as duas interfaces e, dependendo das opções disponíveis no ponto de aceitação, podem se comunicar tanto através da interface de contato com da sem contato. Os cartões de contato se comunicam com o leitor através de uma placa de contato. A chapa deve entrar em contato com um terminal, geralmente mediante um leitor de inserção no qual o cartão é introduzido. Os caixas eletrônicos normalmente dependem de leitores motorizados que levam o cartão para dentro da ATM, para impedir a sua retirada enquanto a transação é executada. Os cartões sem contato (contactless) contêm uma antena e se comunicam com o leitor através de uma freqüência de rádio (RF). Os cartões de interface dupla combinam as duas tecnologias. A Figura 1 mostra um cartão típico de contato ou interface dupla: a placa de contato é a placa dourada que se observa no lado esquerdo do cartão. A antena incorporada geralmente não é visível na maioria dos cartões; no entanto, muitos cartões sem contato (contactless) exibem um símbolo gráfico que indica que eles contam com a capacidade de pagamento sem contato. 2.1 EMV e Segurança do Cartão EMV é um conjunto de especificações de padrão aberto para smart cards de pagamento e dispositivos de aceitação. A EMVCo, controlada pela American Express, JCB, MasterCard e Visa, administra, mantém e aprimora as especificações EMV, para garantir a interoperabilidade global dos cartões de pagamento baseados no chip e dispositivos de aceitação incluindo terminais no ponto de Figura 1: Smart Card com Interface EMV 9 venda e ATMs. As especificações atendem à Dupla interoperabilidade em dois níveis. O nível 1 define as características físicas e eletromagnéticas dos cartões e leitores, enquanto o nível 2 se encarrega de definir os protocolos e elementos de dados. O objetivo principal do EMV é garantir que as normas para os smart cards de pagamentos sejam interoperacionais globalmente. Estas normas se encontravam inicialmente limitadas a cartões com contato; no entanto, agora já se incluem alguns padrões para cartões sem contato (contactless). Além de armazenar informações de pagamento de maneira segura dentro de um chip, em lugar de em uma tarja magnética, o uso do EMV melhora a segurança das operações de pagamento ao agregar a 10 funcionalidade em três áreas: 1. Autenticação do cartão, protegendo contra cartões falsificados 2. Verificação do cliente, autenticando o portador do cartão e protegendo contra cartões perdidos e roubados 3. Autorização da transação, usando regras definidas pelo emissor para autorizar as transações 9 http://www.emvco.com/about_emvco.aspx Além das características de segurança do aplicativo de pagamento, um cartão EMV inclui um chip seguro, que resiste às tentativas de alteração e conta com uma variedade de recursos de hardware e software que detectam e reagem imediatamente tentativas de alteração e possíveis ataques. 10 Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 7 2.1.1 Métodos de Autenticação do Cartão A autenticação do cartão protege o sistema de pagamento contra o uso de cartões falsificados. Os métodos de autenticação do cartão se encontram definidos nas especificações EMV e especificações de pagamento das principais marcas de companhias de pagamento com cartão. A autenticação do cartão pode ser efetuada on-line, off-line ou ambas. 2.1.1.1 Autenticação On-line do Cartão A autenticação de cartões on-line (On-line Card Authentication) requer que a transação seja enviada online para que o emissor possa autenticá-la e autorizá-la, da mesma forma que atualmente as transações de tarja magnética são enviadas on-line nos Estados Unidos e na América Latina. A diferença importante é que os cartões com chip utilizam a criptografia de chaves simétricas para gerar um criptograma mediante a utilização de uma chave secreta compartilhada. Este criptograma, chamado de Criptograma 11 do Pedido de Autorização (Authorization Request Cryptogram - ARQC ), é validado pelo emissor durante a solicitação de autorização on-line. O ARQC é o conjunto de dados dinâmicos que garante que uma transação EMV seja única, ao mesmo tempo em que proporciona proteção contra a fraude por falsificação em transações de cartão presente. O chip gera este criptograma através do aplicativo de um algoritmo aos dados do cartão, do terminal e da transação e, em seguida, codifica todos esses dados com uma chave de Algoritmo de Criptografia 12 Tripla de Dados (Triple Data Encryption Algorithm - TDEA) , conhecida como a Chave Única de Derivação (Unique Derivation Key - UDK), que se encontra armazenada em uma área segura do chip. Como alguns dos dados utilizados para a geração do criptograma são diferentes para cada transação, o criptograma resultante é único para cada transação. 2.1.1.2 Autenticação Off-line do Cartão A autenticação off-line do cartão envolve tanto o cartão EMV como o terminal EMV. Existem três métodos de autenticação off-line do cartão que são definidos pela EMVCo, oferecendo níveis crescentes de proteção contra a falsificação de cartões: Autenticação de dados estáticos (Static data authentication - SDA) (Seção 2.1.1.2.1) Autenticação de dados dinâmicos (Dynamic data authentication - DDA) (Seção 2.1.1.2.2) DDA combinada com a geração do criptograma do aplicativo (AC) / (CDA) (Seção 2.1.1.2.3) 2.1.1.2.1 Autenticação de Dados Estáticos A partir de 2009, a maioria dos cartões emitidos mundialmente dá suporte à SDA. A SDA calcula um criptograma usando um certificado estático de chave pública e elementos de dados estáticos. A SDA se apóia em uma infraestrutura de chave pública (public key infrastructure - PKI) na qual as marcas de pagamento agem como as entidades com autoridade de certificação (CAs) e fornecem certificados de chave pública aos emissores participantes. Durante a personalização do cartão, o emissor utiliza a sua chave privada para assinar um conjunto de dados específicos do cartão e armazena os dados assinados no mesmo cartão junto com o certificado que contém a chave pública do emissor. Para autenticar um cartão, o terminal carrega a chave pública raiz da bandeira de pagamento. O terminal usa a chave raiz para validar os dados do certificado da chave pública do emissor. O terminal, em seguida, extrai a chave pública do emissor do certificado recém validado. O terminal usa a chave pública extraída para validar os dados estáticos do cartão (que haviam sido assinados pelo emissor). Esse processo é conhecido como autenticação de dados estáticos, porque os dados usados para autenticação são estáticos — ou seja, os mesmos dados são utilizados no início de cada transação. 11 12 Também mencionado como Triple Data Encryption Standard (TDES). Também mencionado como Triple Data Encryption Standard (TDES). Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 8 A SDA é o método mais simples para autenticação de um cartão com chip e fornece o nível mais baixo de proteção contra a falsificação de cartões. Embora o nível atual de fraude por falsificação de cartão com chip seja baixo, ele pode aumentar à medida que os mercados do cartão com chip se tornem mais maduros e outras oportunidades de cometer fraude sejam eliminadas. 2.1.1.2.2 Autenticação de Dados Dinâmicos A DDA é semelhante à SDA, mas vai um passo além. A DDA calcula um criptograma que é único para cada cartão específico e para cada transação. Além do par de chaves de emissor, um par de chaves assimétricas (RSA) é gerado para cada cartão. O emissor, em seguida, cria um certificado de chave pública mediante a assinatura da chave pública do cartão. Todos os dados são carregados no cartão durante a personalização. Para autenticar um cartão, os terminais seguem basicamente o mesmo processo utilizado para a SDA, exceto que neste caso um número aleatório é também enviado para ser assinado pela chave privada do cartão. O terminal, em seguida, valida a assinatura usando a chave pública do cartão. A DDA protege contra a clonagem (skimming) e falsificação do cartão. 2.1.1.2.3 DDA Combinada com o Criptograma do aplicativo A CDA combina a funcionalidade da DDA com um criptograma do aplicativo ao final da transação. Este criptograma final é usado para assegurar que os dados utilizados na transação mantenham a sua integridade mesmo depois que a transação tenha sido concluída. Em outras palavras, o uso de um criptograma final impede o tipo de fraude no qual os dados são manipulados após a autenticação no sistema central (host). 2.1.2 Métodos de Verificação do Portador de Cartão A verificação do cliente autentica o portador do cartão. A utilização de um número de identificação pessoal (PIN) é um método comum de verificação de portadores de cartão (cardholder verification method - CVM) que autentica o cliente e evita o uso de um cartão perdido ou roubado. O EMV dá suporte a quatro tipos de CVMs: PIN Off-line PIN On-line Verificação da assinatura Sem CVM Dependendo das regras da bandeira de pagamento e das preferências do emissor, os cartões com chip podem ser personalizados com uma ou mais CVMs com o objetivo de poderem ser aceitos na maior variedade de locais possíveis. Diferentes tipos de terminais dão suportam a diferentes tipos de CVMs. Por exemplo, terminais de POS com atendimento, além de oferecer suporte à solicitação de assinatura, também podem apoiar os PINs on-line, off-line ou ambos, enquanto que outros terminais sem atendimento ativados pelo cartão podem não requerer nenhum CVM (no CVM). O PIN off-line é o único método de verificação do portador de cartão apoiado pelo EMV que não está disponível para os cartões com tarja magnética. O PIN off-line é armazenado de forma segura no cartão. Quando o portador de cartão entra o seu PIN durante uma transação, o terminal de POS envia o PIN ao cartão EMV para a sua verificação. O cartão compara o PIN digitado com o PIN armazenado dentro do chip e envia o resultado da comparação de volta ao terminal de POS, que pode então aprovar a transação off-line ou enviar a transação e o resultado de verificação do PIN a um sistema central (host) do emissor para a sua autorização. O PIN off-line nunca é enviado ao sistema central do emissor — é passado apenas o resultado da comparação que foi realizada com sucesso. O PIN on-line não é armazenado no cartão porque é enviado on-line para ser validado pelo emissor. O PIN on-line é atualmente apoiado pelos cartões de tarja magnética e amplamente disponível em terminais de POS e ATMs na América Latina. O portador de cartão entra o PIN no terminal de POS; o Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 9 PIN é criptografado pelo PIN pad e enviado on-line ao host do emissor para ser validado. A segurança do PIN on-line tem como base o Padrão de Codificação Tripla dos Dados (Triple Data Encryption Standard - TDES) e está padronizada em todo o mundo. Para as transações de ATM, o uso do PIN online é necessário já que este é o único método de verificação (CVM) válido para esse tipo de transação. Como resultado, qualquer implementação que utilize o PIN off-line ainda será exigido o uso do PIN online para se conseguir acesso às ATMs. Se um cartão apoiar CVMs tanto de PIN on-line como de PIN off-line, o emissor deve se assegurar de que os dois PINs se mantenham sincronizados. A sincronização do PIN é importante, porque quando é solicitado que os portadores de cartão entrem o seu PIN, eles não sabem se devem entrar o seu de PIN on-line ou o off-line. A verificação de assinatura requer uma assinatura em papel no POS, como é exigida atualmente no caso das transações com cartões de tarja magnética. A validação ocorre quando a assinatura no recibo é comparada e coincide com a assinatura no verso do cartão. O EMV também oferece suporte a transações que não exigem "nenhum CVM." A opção de nenhum CVM (no CVM) normalmente é usada para transações de baixo valor ou para transações realizadas em locais com terminais de POS sem atendimento. Em geral, as opções de CMV com PIN on-line ou off-line protegem diretamente contra a fraude resultante de cartões perdidos, roubados e que nunca foram recebidos pelo correio. 2.1.3 Autorização da Transação As transações EMV podem ser autorizadas on-line ou off-line. Para as autorizações on-line, cada transação continua tal como é realizada atualmente na América Latina para os cartões com tarja magnética. A informação da transação é enviada ao emissor junto com um criptograma específico para essa transação (ARQC), e o emissor tanto pode autorizar como recusar a transação. Em uma transação EMV off-line, o cartão e o terminal se comunicam e usam uma série de parâmetros de risco definidos pelo emissor que estão armazenados no cartão para determinar se a transação pode ser autorizada. As transações off-line são usadas quando os terminais não têm conexão on-line (por exemplo, em um quiosque para a venda de entradas), nos países onde os custos de telecomunicações são altos, ou durante os horários de pico para aumentar a velocidade das transações. Os cartões podem ser configurados para que a autorização possa ser efetuada tanto on-line como offline, dependendo das circunstâncias. Também é importante observar que o uso da CVM com PIN off-line não é restrito exclusivamente às transações autorizadas off-line. Na maioria das circunstâncias, o PIN off-line pode ser usado como a CVM e a transação pode então ser enviada on-line para autorização. 2.2 Mudanças do EMV à Infraestrutura de Mensagens A indústria de pagamentos está se movendo no sentido da interoperabilidade global com a tecnologia de chip que proporciona flexibilidade na forma de pagamento com recursos de serviços de valor agregado e maior segurança. A infraestrutura de pagamentos EMV inclui um novo campo que contém toda a nova informação do chip para a mensagem. Na América Latina, este campo é comumente conhecido como Campo 55 (Field 55), definido pela norma ISO/IEC 8583 (o padrão que define a infraestrutura para o conteúdo e as mensagens para as transações financeiras). Em outros países, os dados, por vezes, podem ser enviados em um formato de bitmap, conhecido como terceiro bitmap (third bitmap). O Campo 55 é um contêiner genérico, flexível, de comprimento variável que está de acordo com a codificação do formato “etiqueta – longitude – valor” (“tag – length – value” - TLV). Cada elemento de dados transportado neste campo contém uma etiqueta (tag), seguido do comprimento (length) dos dados e posteriormente seguido dos próprios dados (value). O criptograma do pedido de autorização, o número imprevisível do terminal, o valor da transação e o indicador da forma de pagamento são alguns exemplos típicos dos tipos de dados transportados neste campo. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 10 O Campo 23 contém o número de seqüência do cartão (card sequence number). Quando dois ou mais cartões estão associados ao mesmo número de conta, este campo contém o número atribuído a cada cartão específico. Por exemplo, existem algumas situações (como no caso de famílias), onde um mesmo número de conta primária (primary account number - PAN) é usado por diferentes portadores de cartão. Para estes cartões, o número de seqüência do cartão identifica o cartão individual que está enviando os dados do chip na mensagem de autorização. Os emissores, adquirentes e estabelecimentos terão que alterar a sua infraestrutura para oferecer 13 suporte ao Campo 55 e ao Campo 23 no pedido de autorização e nas mensagens de resposta. Tabela 1. Etiquetas Mais Comuns do Campo 55 Etiqueta Descrição Funcionalidade Detalhes 9F26 Criptograma do aplicativo (Application cryptogram) Autenticação do cartão Contém o criptograma usado para autenticar a transação. 9F36 Contador Sequencial de Transações (Application transaction sequence counter) Autenticação do cartão Contém o valor do contador sequencial das transações. O terminal de POS mantém um contador sequencial de transações que incrementa a contagem cada vez que uma transação é iniciada. 9F07 Controle do uso do aplicativo (Application usage control) Autenticação do cartão Especifica as restrições do emissor relacionadas ao uso geográfico e serviços permitidos para a aplicação.* 9F27 Dados da informação do criptograma (Cryptogram information data) Autenticação do cartão Indica o tipo de criptograma e as ações a serem executadas pelo terminal. 9F34 Resultados da CVM (CVM results) Autenticação do cartão Identifica como o portador do cartão foi verificado no POS: assinatura, PIN ou se a verificação não foi necessária. 9F0D Código de ação do Autorização da transação emissor — default (Issuer action code — default) Especifica as condições do emissor que fazem com que uma transação seja rejeitada, mesmo que ela tenha sido aprovada on-line, mas o terminal não seja capaz de processá-la on-line.* 9F0E Código de ação do Autorização da transação emissor — recusa (Issuer action code — denial) Especifica as condições do emissor que fazem com que uma transação seja recusada sem uma tentativa de processála on-line.* 9F0F Código de ação do Autorização da transação emissor — on-line (Issuer action code — on-line) Especifica as condições do emissor que fazem com que uma transação seja transmitida on-line.* 9F10 Dados do aplicativo do emissor (Issuer application data) Contém dados do aplicativo do emissor transmitidos do chip para o emissor. São atualizados pelo emissor na mensagem de resposta. 13 Autenticação do cartão As exigências das mensagens devem ser discutidas com as bandeiras de pagamento para garantir que todas as mudanças necessárias às mensagens sejam consideradas durante a implementação. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 11 Etiqueta Descrição Funcionalidade Detalhes 9F37 Autenticação do cartão Contém o valor numérico imprevisível do terminal de POS. É um número gerado pelo terminal que pode ser utilizado no algoritmo do criptograma do aplicativo. Número imprevisível (Unpredictable number) *http://www.emvlab.org/emvtags/all Tabela 2. Campo 23, Número de Sequência do Cartão Marca Descrição da Marca Funcionalidade Detalhes 23 Número de sequência do cartão Autenticação do cartão Contém um número de sequência do cartão EMV que indica ao emissor se o cartão que foi utilizado no POS caso vários cartões estejam associados ao mesmo número da conta primária. 2.3 EMV, Contactless e NFC Os cartões de crédito e débito sem contato (contactless) com a marca de alguma das bandeiras de pagamento estão sendo emitidos globalmente. Enquanto que todas as implementações estão baseadas no protocolo de comunicação sem contato ISO/IEC 14443, a implementação do aplicativo de pagamento e o enfoque de segurança nos Estados Unidos difere com respeito às implementações EMV em outros mercados. 2.3.1 EMV Sem Contato (Contactless) As especificações EMV proporcionam a base para os pagamentos sem contato EMV, porém não especificam toda a funcionalidade do aplicativo de pagamento. As bandeiras de pagamento podem implementar os pagamentos sem contato EMV para funcionar tanto em ambientes on-line como off-line e aproveitando a função de segurança do criptograma EMV para validar a autenticidade de um cartão e da transação. Isto previne a clonagem de cartões e os ataques de repetição (replay fraud). O suporte do criptograma EMV exige mudanças na rede para transportar os dados adicionais que são requeridos para a autenticação on-line, da mesma forma que com as transações de contato EMV. Considerando que um dos objetivos primários dos pagamentos sem contato (contactless) EMV é o de capturar as transações de micro pagamentos, tipicamente é requerido os cartões com DDA ou CDA, particularmente para as transações que são autorizadas off-line e que exigem CDA ou DDA pela bandeira de pagamento; contudo é importante ressaltar que nem todas as transações sem contato são aprovadas off-line. As aplicações sem contato EMV também podem aproveitar os contadores de velocidade do EMV para limitar o número de transações consecutivas e o valor monetário a ser autorizado off-line. O fluxo das transações sem contato EMV para cada uma das bandeiras de pagamento varia de acordo com o grau de funções da administração de risco e tipo de criptograma de autenticação que é implementado na aplicação de pagamento sem contato. Os vários enfoques independentes referentes aos pagamentos sem contato EMV exigiram que os terminais de POS fossem aprovados por cada uma das bandeiras de pagamento. A EMVCo reconheceu a necessidade da padronização e desenvolveu um roteiro comum para os terminais sem contato. Na fase 1, a EMVCo está criando um grupo combinado de especificações do terminal para as quatro especificações das bandeiras de pagamento e administrará os testes e aprovações dos kernels sem contato de acordo com estas especificações. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 12 2.3.2 Contactless nos Estados Unidos Nos Estados Unidos, as bandeiras de pagamento implementaram transações de pagamento sem contato que aproveitam a infraestrutura existente para pagamentos com cartão de tarja magnética, minimizando o impacto nos estabelecimentos e na rede adquirente que transporta as mensagens. Este enfoque, conhecido como contactless MSD (pelas siglas em inglês de magnetic stripe data), facilitou a implementação simples por parte dos emissores, estabelecimentos e processadores de pagamentos, assim como a rápida adoção por parte dos consumidores e a aceitação em comércios. Com os pagamentos sem contato MSD, o formato de mensagem para a Trilha 1 (Track 1) e a Trilha 2 (Track 2) da tarja magnética permanece intacto, com uma diferença notável; o chip no cartão permite o cálculo de um valor dinâmico de verificação do cartão baseado em uma chave única do cartão e um simples contador de transações. O dado dinâmico de verificação é passado na mensagem no mesmo lugar que estava originalmente designado para o valor de verificação original do cartão. O contador de transações do cartão (application transaction counter - ATC) é passado na área reservada para os dados discricionários do emissor (issuer discretionary data) dentro do formato da trilha (track). Os pagamentos sem contato MSD não dão suporte à autenticação off-line nem às autorizações off-line. O valor de verificação dinâmico do cartão (dynamic card verification value) melhorou significativamente a segurança das transações em comparação com o valor de verificação do código estático do identificador do cartão (CVV / CVC / CID) utilizado nas transações de tarja magnética. O uso de dados dinâmicos na transação evita ataques de repetição (replay attacks) onde nenhuma transação pode ser realizada duas vezes, contra a clonagem do cartão (skimming) já que a chave do cartão nunca sai da área segura da memória do smart card. Uma nova geração de cartões sem contato se aproxima mais do padrão EMV. Estes cartões dão suporte a um criptograma completamente apoiado pelo EMV que é validado pelo emissor na mensagem de autorização. Os novos cartões sem contato requerem mudanças na rede que administra as mensagens. São requeridos novos campos na mensagem de autorização para transportar o criptograma de 8 bytes e todos os dados relacionados. O requerimento de mudar a infraestrutura que transporta as mensagens para os novos cartões sem contato proporciona a ponte que permite o suporte de futuros produtos, sem contato, com contato e telefones móveis NFC baseados no chip EMV. Apesar de que os leitores com diferentes interfaces são exigidos para dar suporte às transações de contato e sem contato, o protocolo e a infraestrutura da rede que apóiam as mensagens são idênticos. Os estabelecimentos, os adquirentes e processadores que atualizem a sua rede para dar suporte à nova geração de cartões sem contato, estarão se preparando também para apoiar as mensagens requeridas para dar suporte aos cartões com chip de contato. As bandeiras de pagamento recomendam que os países da América Latina interessados em emitir ou que já estejam emitindo cartões MSD, que migrem a sua infraestrutura de pagamento para o EMV. 2.3.3 EMV e os Pagamentos Móveis com NFC Uma área onde se espera um crescimento em futuro próximo é o uso da Comunicação de Curto Alcance ou Near Field Communication (NFC) em telefones celulares habilitados para pagamentos sem contato e 14 outras aplicações móveis como cupões e lealdade. A tecnologia NFC é um padrão de comunicação wireless que permite o intercâmbio de dados entre 15 dispositivos que se encontram a uns poucos centímetros de distancia um do outro. Os telefones móveis habilitados para NFC incorporam um microcircuito ou chip (conhecido como elemento seguro) que permite aos telefones armazenar uma aplicação de pagamento e informação da conta do cliente para 14 Para maior informação veja o documento da Smart Card Alliance chamado "Chip-Enabled Mobile Marketing," de setembro de 2010, http://www.smartcardalliance.org/pages/publications-chip-enabled-mobile-marketing. 15 Para maior informação sobre NFC, veja a página na web do NFC Forum em http://www.nfc-forum.org. O NFC Forum define as especificações para a comunicação de etiquetas NFC e dos leitores, porém não define especificações para pagamento. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 13 utilizar tal informação com um cartão virtual de pagamento. As transações NFC entre um telefone celular e um terminal de POS utilizam o padrão de protocolo de comunicação ISO/IEC 14443 que já é utilizado atualmente para os cartões de crédito e débito EMV. Os telefones habilitados para NFC poderão conter uma ou mais aplicações de pagamento e contas de diferentes emissores. A especificação NFRC não define ou especifica a aplicação de pagamento. As aplicações de pagamento deverão se basear nas especificações da marca ou bandeira de pagamento 16 para a região do mundo onde tal cartão virtual seja utilizado. Por exemplo, no México e Brasil se deverá utilizar uma aplicação de pagamento sem contato que suporte as transações EMV. Isto permite aos clientes utilizar seus telefones habilitados para NFC para pagamentos na rede de terminais sem contato de crédito e débito EMV existente. A EMVCo tem estado muito ativa na definição da arquitetura, especificações, requerimentos e processos de aprovação para dar suporte aos pagamentos sem contato em telefones. Isto tem sido importante para dar suporte ao lançamento dos pagamentos móveis sem contato na Europa, que utiliza uma infraestrutura baseada em pagamentos EMV. A EMVCo está trabalhando com outros grupos da indústria 17 para: Desenvolver as especificações necessárias que são específicas dos pagamentos sem contato móveis, e que são comuns a todas as marcas de pagamento. Comunicar os requisitos e proporcionar diretrizes sobre como os elementos e perfis da arquitetura definida por outras organizações podem ser utilizadas no contexto de pagamentos móveis sem contato para promover a interoperacionalidade. Desenvolver processos para determinar o nível de conformidade das implementações, especificações, perfis e requisitos definidos pela EMVCo. 2.4 Certificações EMV A certificação e os esquemas de avaliação EMV utilizam um enfoque de indústria padronizado que é progressivo e aplicado aos circuitos integrados (IC), a seguir aos sistemas operacionais e finalmente à aplicação. Cada peça da cadeia de valor pode reutilizar a certificação do passo prévio para fazer sua própria verificação. A EMVCo avalia todos os cartões inteligentes baseados em chips EMV e as implementações dos pedidos de pagamento comuns da EMVCo (Common Payment Application) para garantir que se ajustem às diretrizes de segurança da EMVCo, incluindo as rotinas de firmware e software necessárias para ter acesso às funções de segurança do chip. As marcas de pagamento individuais: American Express, Discover, JCB, MasterCard e Visa – avaliam a segurança de seus aplicativos de pagamento. Estas avaliações, que são realizadas por laboratórios certificados de segurança externos, proporcionam um alto nível de certeza de que as funções de segurança podem administrar os métodos de ataque conhecidos e resultam em um certificado de conformidade datado da EMVCo que permite acompanhar o processo desde o fabricante até o emissor. A Tabela 2 ilustra a arquitetura de software de EMV e as avaliações e certificações que são utilizadas em cada capa. As certificações de POS e ATMs são discutidas nas seções 6.3 e 7.3, respectivamente. Tabela 2. Certificações do software de chip EMV Arquitetura com Chip EMV Nível de dados Dados de Personalização 16 Avaliações e Certificações As marcas de pagamento validam a personalização de Dois exemplos de programas com EMV NFC são: Kuwait com o National Bank of Kuwait, Visa, Zain e ViVOtech, http://www.vivotech.com/newsroom/press_releases/NBK_Visa_Zain_Middle%20East.asp; Prova em 2010 Mobile World Congress que incluiu a GSMA, Telefonica, Visa, Samsung, Giesecke & Devrient, Ingenico, ITN International e A Caixa, http://www.nearfieldcommunicationsworld.com/2010/02/15/32738/nfc-trial-begins-at-mobile-worldcongress/ 17 "Contactless Mobile Payment Architecture Overview," Versão 1.0, EMVCo, Junho de 2010, http://www.emvco.com/best_practices.aspx?id=162 Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 14 cartão, antes da emissão em produção. Parâmetros de Administração de Risco Informação do cliente Certificados e chaves criptográficas Nível de Aplicação EMV American Express AEIPS, ExpressPay Discover D-PAS JCB J Smart MasterCard Mchip, PayPass Mchip / Magstripe Visa VSDC, payWave qVSDC / MSD Nível de Plataforma e Sistema operacional Advantis Cartões Java GlobalPlatform MULTOS Outros sistemas operacionais nativos As marcas de pagamento certificam as aplicações. A EMVCo certifica os sistemas operacionais abertos de chip. As marcas de pagamento certificam as implementações de sistema operacional EMV nativo. MULTOS certifica os seus próprios sistemas operacionais. Chip Hardware EEPROM ROM Motor criptográfico (DES, PKI) Lógica de proteção de Memória Fonte: Datacard Group, Smart Card Alliance Antes de realizar a seleção do sistema operacional ou plataforma, é importante entender que tipo de benefícios, que padrões e que tipo de suporte cada um recebe. As plataformas são descritas na Tabela 3 a seguir. Tabela 3. Descrição das Plataformas EMV Plataforma Descrição Benefício Advantis Especificação de Personalização Fácil implementação e personalização GlobalPlatform Padrão aberto para a administração de aplicativos Facilidade para agregar aplicações (ex. lealdade, PKI) MULTOS Especificação Técnica Especificação técnica simples Nativa Não é padrão, proprietária Sistema operacional fechado, difícil Fonte: Smart Card Alliance América Latina Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 15 3 Opções Durante o ano passado, a Smart Card Alliance forneceu materiais educativos sobre as considerações para a migração ao EMV. Durante a década passada, os benefícios da migração foram aumentando enquanto que os custos de implementação e as dificuldades diminuíram. Vários provedores de terminais e alguns adquirentes e processadores já implementaram a infraestrutura para dar suporte aos clientes 18 em mais de 18 países da América Latina. Os benefícios da migração para o EMV incluem: Melhorar a segurança da infraestrutura das transações de pagamento na América Latina, eliminando-a como um alvo para os criminosos que se dedicam à fraude global com cartões de tarja magnética. Aumentar a satisfação dos clientes, especialmente quando se encontram viajando internacionalmente em regiões que já migraram para ao EMV. Incrementar a satisfação dos clientes internacionais quando utilizam seus cartões EMV em estabelecimentos e caixas automáticos (ATMs) na América Latina. Manter a interoperacionalidade com o resto do mundo na medida em que se faz a migração para o EMV. Aproveitar as soluções e produtos compatíveis com o EMV que já se encontram disponíveis comercialmente, para ter um risco menor ao utilizar um enfoque comprovado para a redução da fraude. Posicionar a indústria para outras formas de pagamento, principalmente pagamentos sem contato com móveis NFC. 3.1 Considerações Vários fatores e desenvolvimentos interconectados devem ser considerados para construir um plano de migração ao EMV para a América Latina, incluindo o uso de contato EMV, a seleção de opções do padrão EMV ajustado às necessidades do ambiente da América Latina, convergência com os pagamentos sem contato com móveis NFC e a seleção do método de verificação do cliente (cardholder verification method - CVM). O planejamento para a implementação de EMV requer a tomada de decisões em quatro áreas: 1. Interface de Cartão 2. Método de Autenticação de Cartão 3. Autorização de Transação 4. Método de Verificação do Cliente Embora cada decisão deva ser tomada de maneira independente, algumas delas se encontram interconectadas, e algumas seleções podem mudar de maneira dinâmica dependendo das circunstâncias; Em outras palavras, existem múltiplas possibilidades. 18 É importante ressaltar que o suporte para o adquirente e/ou processador pode ser específico para algumas plataformas e talvez não estejam disponíveis na região. Os estabelecimentos e os emissores devem contatar os seus adquirentes e/ou processadores para determinar se dão suporte ao EMV. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 16 A Figura 4 ressalta a potencial complexidade da seleção das opções de implementação. 1. Card Authentication Online Offline 4. Contact, Contactless, or Dual Chip Interface No CVM Offline PIN Online PIN Signature Online Offline 2. Transaction Authorization Figura 4. Opções de Implementação para o EMV A distinção entre autenticação e autorização é um ponto que é importante entender. A autenticação verifica a legitimidade de um cartão especificamente. Por outro lado, a autorização dá validade à aprovação do banco para a transação, considerando a situação da conta do cliente (por exemplo, o saldo disponível e o resultado de diferentes verificações) para prevenir a fraude. Como é mostrado na Figura 5, se um cartão é autenticado off-line (A), a transação também pode ser autorizada off-line, com base em certos limites predeterminados (como um valor máximo de compra); entretanto, se um cartão é autenticado off-line (B), mesmo assim a transação deve ser autorizada on-line, então o cartão será autenticado uma segunda vez. Card Authentication Online Offline No CVM Offline PIN Online PIN Signature B1 B2 A Not used Online Offline Transaction Authorization Figura 5. Autorização vs. Autenticação on-line e off-line Para simplificar a análise, as seções restantes organizam e discutem as diferentes opções mostradas na Tabela 3 para cada grupo de participantes. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 17 Tabela 3. Opções de implementação Opção 1. Interface de Cartão 2. Autenticação de Cartão 3. Transação Autorizada Descrição a) Contato Padrão para cartões com chip EMV. Requer uma leitora de contato. b) Sem contato (Contactless) Cartão de RF, NFC em um telefone celular ou outras formas de pagamento (form factors), incluindo decalques (stickers). Requer uma leitora sem contato. c) Interface dual O cartão contém as duas interfaces, contato e sem contato. Trabalha tanto com leitores de contato como sem contato. a) On-line Utiliza o criptograma de 8 bytes Triplo DES. Não requer SDA, DDA ou um criptoprocessador PKI.* b) Off-line Utiliza SDA, DDA e/ou CDA e PKI. Requer um co-processador criptográfico para PKI (apenas para DDA e CDA). a) On-line Mensagem de autorização enviada ao emissor similar à implementação atual para as transações de tarja magnética. b) Off-line A autorização é feita através da análise de risco de EMV e pela comunicação entre o cartão e o terminal Se pode forçar ir on-line dependendo dos limites e outros fatores. 4. Verificação do cliente a) Assinatura Não há requerimentos especiais para o POS. b) PIN on-line O POS requer PIN PAD. O POS requer PIN PAD. Requer um co-processador criptográfico para PKI (apenas para DDA e CDA). Não há requerimentos especiais para o POS. Reservado normalmente para transações de baixo valor. c) PIN off-line § d) Sem CVM * Todos os cartões com chip utilizados com EMV incluem um motor de criptografia DES. A criptografia DES é utilizada como a parte central da segurança do chip e é utilizada no processo de personalização e no uso de scripts post-emissão do emissor utilizados para mudar a configuração do cartão EMV. § O PIN off-line pode ser utilizado cifrado (enciphered) ou em plain text. 3.1.1 Opções de Interface de Cartão Cada uma das três interfaces de cartão, contato, sem contato e interface dual possuem vantagens e desvantagens para os participantes da indústria em uma migração para o EMV. A interface de contato requer a emissão de cartões com chip de contato e a instalação de terminais com leitores de contato nos estabelecimentos e caixas automáticos (ATMs). As características de segurança dos cartões EMV não podem ser utilizadas com os leitores para cartões sem contato. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 18 Contato A interface sem contato proporciona uma ponte para o aplicativo de pagamentos sem contato móveis habilitados em NFC. A desvantagem da escolha de apenas uma interface sem contato é a instalação limitada de leitores sem contato. Cartões de interface dupla possuem interfaces EMV sem contato e com contato. A seleção de um cartão de interface dupla permite que um mesmo cartão possa ser utilizado tanto em POS com leitores de contato dentro de América Latina como em leitores sem contato fora da América Latina. Esta interface seria ideal para os portadores de cartão que viajam internacionalmente. A indústria de pagamentos da América Latina está se movendo em direção do EMV, no esquema de cartões com contato, mantendo o uso de cartões "sem contato" como uma opção que o emissor pode optar por dar suporte. Outros países na América Latina e de outras partes do mundo estão implementando o EMV com contato e em alguns casos ambos, ou seja, tanto com contato como sem contato EMV. No futuro e por algum tempo, todos os cartões EMV da América Latina continuarão a ter uma tarja magnética para garantir a aceitação nos mercados sem EMV. 3.1.2 Autenticação de Cartão e Opções de Autorização de Transação É importante diferenciar entre a autenticação off-line e a autorização de transações off-line. O EMV está desenhado de forma que a autenticação on-line e off-line possa ser feita em uma única transação. Todas as transações on-line ou off-line na América Latina dão suporte ao SDA para garantir que os dados do cartão não tenham sido modificados como parte da transação EMV. A realização da autenticação off-line não requer nem implica que a transação seja feita completamente off-line. A capacidade para off-line está inserida no EMV para ambientes onde uma comunicação confiável on-line não está disponível ou é cara. Com o EMV, um cartão pode requerer a realização de transações off-line, inclusive quando opere em terminais on-line até um determinado valor monetário ou se alcança um determinado número de transações consecutivas. No momento em que a transação vá on-line; se utilizam os mesmos parâmetros off-line para terminais que estão completamente off-line. A autenticação on-line do cartão e a autorização de transações on-line quando são executas em conjunto são conhecidas como "EMV on-line", uma aplicação otimizada com autenticação on-line 100% compatível com as implementações de EMV em todas as partes do mundo. O EMV on-line pode ser apropriado para os países com uma infraestrutura de telecomunicações rápida e confiável, como na maioria dos países da América Latina. Para a autenticação on-line, o padrão EMV especifica que o cartão gere um criptograma de 8 bytes utilizando chave simétrica Tripla DES (Triple Data Encryption Standard - TDES), em lugar de utilizar a infraestrutura de chave pública RSA mais complexa. A implementação do EMV on-line não necessita utilizar SDA, DDA ou PIN off-line. Esta aplicação evita os custos adicionais de cartões pelo uso de co-processadores criptográficos para dar suporte DDA ou CDA, as autoridades de certificação e o suporte de PKI em terminais POS. Estas economias de custos devem ser um fator quando se compara o investimento da implementação de EMV on-line com o custo de implementação de EMV off-line. Outra opção é implementar o EMV com capacidade off-line, porém requerendo que a maioria das transações vá on-line. Por exemplo, no Canadá, só uns poucos adquirentes estão habilitados para offline. Os demais operam preferindo o uso de transações on-line e estabelecem limites de piso em zero, condicionando a que todas as transações sejam enviadas on-line. Entretanto, os terminais de POS instalados em estabelecimentos do Canadá apóiam todo o complemento de SDA, DDA e CDA. 3.1.3 Verificação Do Cliente A escolha dos métodos de verificação do titular do cartão – PIN on-line, PIN off-line, assinatura ou não CVM – é mais simples. (Consulte a seção 2.1.2 para detalhes adicionais sobre a verificação dos métodos de EMV para a habilitação do cliente.) A seleção da verificação da assinatura evita a necessidade de instalar PIN Pads e elimina certas mudanças de comportamento dos titulares de cartões e requerimentos de capacitação. Se for selecionada a opção de PIN pode haver a necessidade da Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 19 instalação de PIN Pads nos estabelecimentos (se realiza PIN on-line ou PIN cifrado off-line). A seleção de PIN também afeta o processo de autorização de EMV para os emissores e adquirentes ou processadores (que se tratam nas seções 4 e 5). 3.1.4 Opções Híbridas É provável que a implementação de EMV na América Latina combine diferentes opções, dependendo do tipo de lugar e/ou transações e variando segundo o país. Dependendo de qual produto se está oferecendo, emissores individuais podem optar pela implementação de múltiplos enfoques, a infraestrutura da empresa adquirente apoiará a todas elas e os estabelecimentos escolherão quais características de EMV querem apoiar. Esta é a situação na maioria dos outros mercados atuais, assim como no ambiente atual da América Latina com tarja magnética para a verificação dos titulares de cartões. Uma solução híbrida poderia incorporar os benefícios disponíveis com todas as opções e assegurar a compatibilidade com os cartões do resto do mundo. Embora à primeira vista, esta solução possa parecer complicada, a flexibilidade que oferece poderia facilitar a transição para o EMV por acomodar os objetivos únicos do estabelecimento, do mercado específico e do emissor. 3.2 Implicações para viajantes internacionais 19 O Aite Group tem estimado que 9.7 milhões de portadores de cartão americanos tiveram problemas de aceitação de cartão de tarja magnética quando viajaram internacionalmente em 2008, custando aos bancos 447 milhões de dólares em receitas perdidas. Uma pequena percentagem dos terminais de POS europeus são apenas off-line, principalmente localizados em postos de gasolina noturnos e desatendidos e quiosques de passagem de trem na Espanha, França e Reino Unido, e não aceitam cartões EMV apenas on-line. Enquanto que estes lugares sejam apenas uma minoria, eles tendem a gerar consequências bastante importantes se não estão disponíveis para ser utilizados pelos cartões de pagamento dos portadores de cartão. Esta situação exige uma decisão importante para os emissores. Eles devem emitir cartões EMV apenas on-line e aceitar o risco de que seus cartões não funcionem nos lugares off-line? Eles devem configurar seus cartões para ir on-line sempre que possível e apenas permitir transações sem conexão quando o terminal indica que não pode ir on-line? Dado que a maioria dos mercados já implementaram o EMV de contato, os estabelecimentos teriam que instalar leitores para a aceitação dos cartões de contato EMV de seus clientes. 3.3 Incentivos e Motivadores da Implementação EMV A implementação de EMV na América Latina tem sido impulsionada por vários fatores, entre eles; os índices mais altos de fraude, regulamentação governamental, inovação e mandatos das marcas de pagamentos financeiros. Isto por sua vez tem promovido a migração de cartões e terminais para o EMV pelos principais emissores e adquirentes da América Latina. A fim de acelerar o processo, o mercado tem desenvolvido alguns incentivos para a migração ao EMV que ajudam aos emissores e adquirentes a desenvolver um caso de negócios para migrar gradualmente (baseado no ciclo de vida do cartão e terminal) suas carteiras de risco maiores e finalmente todas as suas contas. O incentivo de mercado mais conhecido para a migração EMV é o mandato de troca de responsabilidade (Liability Shift Mandate). Sob este esquema, a responsabilidade financeira para uma transação em disputa se encontra com um emissor sobre as condições originais, porém se transfere ao adquirente (ou vice-versa) quando o primeiro cumpre com certos requisitos e o segundo não o faz. Devido aos níveis de adoção dos diferentes países da América Latina e o Caribe, a Visa Inc. e MasterCard Worldwide definiram diferentes 19 "The Broken Promise of Pay Anywhere, Anytime: The Experience of the U.S. Cardholder Abroad," Aite Group report, October, 2009, http://www.getfluentc.com/pdf/Aite_GroupBroken_Promise_of_Anytime_Anywhere_Report.pdf Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 20 etapas para o inicio da participação no mandato de troca de responsabilidade de EMV. Estas etapas se incluem na Tabela 4 abaixo, junto com outras iniciativas regionais. Tabela 4. Mandatos de Migração EMV Data de Efetivação Tipo Região Marcas Mandatos de MasterCard Worldwide Janeiro 1, 2005 Política de Troca de Responsabilidade Regional: A Troca de Responsabilidade entra em vigor dentro de a região. América Latina / Caribe MasterCard Worldwide Janeiro 1, 2005 Incentivo no Intercâmbio: Novo incentivo de 10 pontos na taxa de intercâmbio é dado à parte que cumpre com o chip. América Latina / Caribe MasterCard Worldwide & Visa Inc. Janeiro 1, 2006 Todos os adquirentes de chip na América Latina devem operar em “Full Grade" EMV. Isto significa que os Adquirentes devem enviar a informação do chip ao emissor na transação. Adquirentes de chip "Partial Grade" não são permitidos a partir desta data. América Latina / Caribe MasterCard Worldwide Abril 15, 2011 Brasil, Colômbia e Venezuela: Todos os Emissores e Adquirentes participam em programas de troca de responsabilidade a nível inter-regional para as transações de POS. América Latina / Caribe e outras regiões (exceto USA) MasterCard Worldwide Agosto 1, 2011 México: Todos os Emissores e Adquirentes participam nos programas de troca de responsabilidade a nível inter-regional para todos os produtos em transações de POS. América Latina / Caribe e outras regiões (exceto USA) MasterCard Worldwide Outubro 12, 2012 Todos os demais países: Emissores e Adquirentes participarão nos programas de troca de responsabilidade a nível inter-regional para todos os produtos em transações de POS e ATM (exceto México). América Latina / Caribe e outras regiões (exceto USA) MasterCard Worldwide Setembro 1, 2014 México: Emissores e Adquirentes participarão nos programas de troca de responsabilidade a nível inter-regional para transações de ATM. América Latina / Caribe e outras regiões (exceto USA) MasterCard Worldwide América Latina / Caribe Visa Inc. Mandatos de Visa Inc. Janeiro 1, 2004 Emissores: Cartões emitidos na região da América Latina e o Caribe devem cumprir ao menos com o nível de segurança conhecido como SDA + CAM, que consta dos seguintes elementos: Autenticação de dados estáticos ou SDA. A SDA é um mecanismo que se baseia na codificação da chave pública e que Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 21 Data de Efetivação Tipo Região Marcas protege a informação de chip contra a falsificação no momento da transação, sem a necessidade da transação on-line viajar ao host do emissor. Método de autenticação de cartão CAM (Card Authentication Method). O CAM é um método que se baseia na codificação simétrica (Triple DES) e que protege contra skimming, visto que a informação contida em um chip não é copiada em outro chip. O CAM é verificado on-line pelo sistema da marca de pagamento ou internamente no host do emissor. Janeiro 1, 2004 Emissores: Todos os processadores devem ter a capacidade de processar as transações em modo "Early EMV" em seus sistemas centrais (host). A etapa Early EMV corresponde à primeira fase de migração para a tecnologia de chip na qual, com mínimas modificações em seus sistemas, os emissores podem ter a capacidade de processar cartões chip identificando os novos valores que mostram que a transação se realizou com chip em um terminal que suporta a tecnologia de chip. Como resultado, os emissores possuem a capacidade de beneficiar-se de transações mais seguras uma vez que decidam começar a emitir cartões com chip. América Latina / Caribe Visa Inc. Janeiro 1, 2004 Adquirentes: Todos os novos terminais comprados (com exceção dos terminais de captura eletrônica com autorização de voz) devem dar suporte a todas as seguintes funcionalidades: América Latina / Caribe Visa Inc. América Latina / Visa Inc. Janeiro 1, 2004 Chip (com terminais de leitura de chip aprovados para EMV nível 1) Pin off-line (Off-line PIN) para os cartões com chip Autenticação de dados dinâmicos (Dynamic Data Authentication - DDA). DDA é um mecanismo que está baseado na codificação com chaves públicas e que protege a informação do chip contra a clonagem (skimming) no ponto de transação. Quando se suporta DDA, o terminal também deve dar suporte à Autenticação de Dados Estáticos (Static Data Authentication - SDA). Números de conta de comprimento variável até 19 dígitos. Adquirentes: Um adquirente deve dar suporte à Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 22 Data de Efetivação Tipo Região opção Early EMV para transações em seu sistema central (host). A opção Early EMV corresponde à primeira fase da migração para a tecnologia de chip na qual, com mínimas modificações em seus sistemas, os emissores podem ter a capacidade de processar transações com chip e enviar ao emissor a nova informação que mostra que a transação foi realizada com um cartão com chip em um terminal que suporta a tecnologia de chip. Caribe Janeiro 1, 2004 Adquirentes: Todos os novos caixas automáticos (ATMs) devem conter um dispositivo para a leitura de chip que se encontre aprovado para EMV nível 1. América Latina / Caribe Janeiro 1, 2005 Qualquer estabelecimento da categoria de viagens e entretenimento (Travel and entertainment - T&E) com terminais independentes (stand-alone) ou seja, um terminal utilizado no ponto de venda que não está conectado a uma caixa registradora e que já conte com uma dispositivo para leitura de chip, deve ter a aplicação EMV funcionando e contar com as respectivas aprovações para EMV nível 1 e 2. Abril 1, 2011 O Brasil e México estabeleceram uma troca de responsabilidade para transações com chip EMV (liability shift) intra-regional entre os dois países apenas, e ao nível inter-regional para as transações de POS. Brasil / México Visa Inc. Outubro 1, 2012 O Brasil e México estabelecerão uma troca de responsabilidade para transações com chip EMV (liability shift) intra-regional entre os dois países apenas, e ao nível inter-regional para as transações em caixas automáticos (ATMs) com cartões clonados, falsificados ou manipuladas. Brasil / México Visa Inc. Outubro 1, 2012 O resto dos países da América Latina e o Caribe se unirão à troca de responsabilidade a nível inter-regional e intra-regional para as transações feitas utilizando cartões fraudulentos, excluindo caixas automáticos. Visa Inc. Outubro 1, 2014 O resto dos países da América Latina e o Caribe se unirão à troca de responsabilidade a nível inter-regional e intra-regional para as transações conduzidas utilizando cartões roubados, extraviados ou não recebidos (por exemplo cartões roubados de caixas de correio), incluindo transações realizadas em ATMs com cartões fraudulentos. Visa Inc. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 23 Marcas Visa Inc. Visa Inc. Data de Efetivação Tipo Região Marcas Colômbia Superinten dencia Bancaria de Colombia A migração para o EMV no México também tem sido impulsionada por regulamentações governamentais para melhorar a segurança das transações financeiras. Estas regulamentações têm feito com que tanto os emissores como os adquirentes realizem sua migração para os cartões EMV. México Comisión Nacional Bancaria e de Valores A migração para o EMV na Venezuela também tem sido impulsionada por regulamentações governamentais para melhorar a segurança das transações financeiras. Estas regulamentações têm feito com que tanto os emissores como os adquirentes realizem sua migração para os cartões EMV. Venezuela Superinten dencia Bancaria de Venezuela Outros Incentivos Regionais "Circular 052 da Colômbia," emitida pelo autoridade reguladora do setor bancário local (a Superintendência Bancária), obriga a todas as instituições financeiras envolvidas na emissão e aquisição de cartões, a migrar para os pagamentos com cartões EMV. Esta regulamentação governamental embora controversa, ajudou a aumentar o uso dos cartões EMV para pagamentos, reduzindo a fraude, e melhorando os serviços financeiros no país. Nota: A troca de responsabilidade (Liability shift) significa que no caso de uma fraude ocorrida e envolvendo um cartão ou um terminal com chip, a responsabilidade por tal fraude será transferida para a parte (emissor ou adquirente) que não tenha atualizado o seu dispositivo (seja cartão ou terminal) com a tecnologia de chip. A Tabela 5 mostra as datas da troca de responsabilidade (liability shift) para as diferentes regiões. Tabela 5. Datas da Troca de Responsabilidade da Visa 3.4 3.5 Chip Transação com Cartão Falsificado POS ATM Chip & PIN Cartões perdidos, roubados ou não entregues Atualmente AP – Ásia Pacifico 1 2 Canadá ECMOA – Europa Central, Oriente Médio e África (CEMEA por suas siglas em inglês) Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 24 Canadá ECMOA 2 Canadá ECMOA 2 Europa Europa Europa ------ Brasil / México Em vigor em Abril 2011 Brasil / México Em vigor em Outubro 1, 2012 LAC – América Latina e o 3 Caribe Brasil / México ------ Em vigor em Abril 1, 2013 ------ Austrália ------ Nova Zelândia Em vigor em Outubro 1, 2014 3 3 -----LAC LAC Todas as transações excluindo as transações domésticas na China e Japão 2 Excluindo as transações domésticas no Canadá até 30 de março de 2011. 3 Excluindo as transações domésticas fora do Brasil e México 1 Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 25 4 Considerações para a Emissão de Cartões O EMV proporciona uma variedade de opções que permitem flexibilidade na implementação; um emissor pode implementar apenas as opções que melhor acomodem suas necessidades e as do seu mercado específico. Esta seção discute as implicações para o emissor, de selecionar opções particulares de implementação em cinco áreas principais: A interface do cartão com chip, o método de verificação do cliente, o sistema de personalização, o sistema central (host) e o processo de autorização da transação. 4.1 Interface de Cartão Uma das primeiras decisões que um emissor deve tomar para uma implementação de EMV é decidir qual será a interface de cartão que utilizará: contato, sem contato e dupla interface. Esta decisão deverá basear-se nos objetivos individuais e no plano de negócio do emissor. A decisão sobre a interface a ser utilizada também ajudará a determinar o aplicativo associado com a bandeira de pagamento que deverá personalizar o plástico para dar suporte aos cartões de contato, sem contato e de interface dupla. Algumas considerações fundamentais nesta decisão são os clientes aos quais se planeja entregar os cartões e com que produtos. Os cartões e os leitores de contato estão amplamente difundidos nos mercados da América Latina e na maioria dos mercados globais. Para habilitar os clientes a utilizar seus cartões, o uso de um cartão EMV proporcionará aceitação global. Para pagamentos sem contato (contactless), os emissores implementando o EMV deverão dar suporte aos pagamentos sem contato EMV. Os cartões de interface dupla suportam tanto a interface de contato como a sem contato (contactless) permitindo uma aceitação ainda maior, mas incorre em um custo adicional ao dar suporte às duas interfaces. 4.2 PIN Off-line vs. PIN On-line Como se discutiu no capítulo anterior, o PIN off-line é diferente e independente do PIN on-line ou é utilizado no POS. O PIN off-line pode ser implementado de duas maneiras: PIN off-line (Plain text off-line PIN). O leitor de chip envia o PIN ao chip do cartão como texto. PIN cifrado off-line (Enciphered off-line PIN). Tanto o componente seguro do dispositivo de POS (por exemplo o leitor de chip) ou o próprio PIN pad cifra o PIN, utilizando uma chave pública de codificação autenticada que pertence ao chip. O PIN cifrado é enviado ao chip onde o mesmo é decodificado utilizando a chave privada do chip. O PIN cifrado off-line (Enciphered off-line PIN) requer o suporte de chaves públicas (PKI) e que o cartão conte com um processador criptográfico. Estes elementos podem aumentar o custo do cartão e requerer um esquema de suporte adicional. Adicionalmente, o emissor deve ser capaz de administrar o PIN off-line, proporcionando serviços básicos como re-inicialização (reset) e desbloqueio do PIN. Estes tipos de serviços requerem que o emissor possua a capacidade de dar suporte aos scripts EMV do emissor. Um emissor deve avaliar como estes scripts podem ser entregues ao cartão, como por exemplo, mediante uma visita pessoal à infraestrutura de suporte nas agências ou através da rede de ATMs. Para a conveniência e facilidade dos clientes, se requer que sempre sejam mantidos sincronizados o PIN off-line e o PIN on-line, o que pode exigir recursos e considerações adicionais. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 26 4.3 Sistema de Personalização Durante a preparação para a emissão de cartões EMV, os emissores necessitam considerar as implicações de hardware, software e do processo de emissão. A emissão de cartões EMV requer software adicional e um módulo de segurança por hardware (hardware security module - HSM) para a preparação de dados EMV e para a administração das chaves na central de processamento além de hardware e software adicional que deve ser agregado ao equipamento de personalização do centro de emissão. Os aplicativos de preparação de dados e de administração de chaves EMV oferecem a capacidade de configurar as etiquetas (tags) EMV e preparar tanto as etiquetas como as chaves EMV para serem carregadas no chip. As etiquetas EMV são os parâmetros de configuração de EMV que representam as decisões de implementação do emissor e que são colocadas no chip. As chaves criptográficas são parte integral do processo de segurança e autenticação EMV, assim como para assegurar as atualizações de scripts EMV uma vez que o cartão tenha sido emitido e se encontra nas mãos do cliente. Tanto a preparação de dados como a administração de chaves requer um módulo de segurança por hardware (hardware security module - HSM) para gerar, armazenar e processar as chaves criptográficas durante o processo de preparação de dados. Os aplicativos podem compartilhar o mesmo HSM ou utilizar HSMs separados. Os aplicativos de preparação de dados e de administração de chaves EMV podem ser instalados no centro de processamento seguro do emissor, ou os emissores podem contratar um bureau de personalização para realizar estas funções que já estejam instaladas e que tenham sido auditadas pelas diferentes bandeiras de pagamento que são suportadas. O equipamento central de personalização também deve incorporar o suporte para a personalização do chip. Se o emissor ou o bureau de personalização ainda não tiverem agregado o suporte para a personalização do chip, será necessária a aquisição de uma atualização com um módulo de chip para seu equipamento existente de personalização ou pode ser necessária a compra de um novo equipamento de personalização central com capacidade de chip. O modulo de personalização de chip pode ser comprado com suporte tanto para contato como para sem contato (contactless), e em alguns casos o mesmo módulo pode dar suporte à personalização de chips de contato e sem contato. O provedor do equipamento de personalização pode recomendar o melhor modulo de personalização de chip baseado nos objetivos do emissor. Também é requerido um HSM e um software especial de personalização EMV que se comunique com o equipamento de personalização para dar suporte à personalização do chip. Os HSMs são utilizados para armazenar as chaves criptográficas, derivar as chaves durante a personalização e garantir as linhas de comunicação durante a personalização. 4.4 Sistema Central - Host (Early ou Partial Grade) Para que os emissores (ou processadores) possam dar suporte aos cartões chip, eles podem processar os dados completos de chip ou utilizar o serviço de processamento de dados de uma marca de pagamento. O serviço é geralmente denominado de "early chip data option". Este serviço está disponível para o processamento de dados sem contato e com contato. A opção "early chip data option" proporciona a um emissor a flexibilidade necessária para processar inicialmente os cartões chip ao mesmo tempo em que fazem as mudanças necessárias para apoiar o campo 55 e campo 23 para a migração de dados completos de chip. Durante o processamento se verifica o criptograma de pedido de autorização e, se necessário, gera um criptograma de resposta de autorização para enviar de volta ao chip. Para validar o criptograma, o emissor ou processador deve ter a chave simétrica utilizada pelo cartão. Os dados do chip, a seguir, são utilizados para calcular o valor de criptograma e compará-lo com o valor calculado pelo cartão. Este processo, conhecido como validação do método (CAM) de autenticação de cartão, é um poderoso desestimulador para a criação de cartões falsos. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 27 A opção "early chip data option" requer que o emissor ou processador faça poucas ou nenhuma mudança no sistema de host, para assim reduzir os gastos de implementação inicial e potencialmente acelerá-la. Os inconvenientes desta opção são que o emissor tem uma visibilidade reduzida no momento da transação (por exemplo, o emissor não obterá os dados completos do chip no campo 55; embora tenha os resultados de validação do criptograma) e limitada flexibilidade para realizar mudanças no chip tais como desbloquear e modificar um PIN off-line através de scripts de comandos do emissor. A opção de dados completos de chip (full chip data option) requer mudanças no sistema de host para processar os dados das transações de chip. Os benefícios deste enfoque incluem a maior visibilidade do emissor no momento da transação e flexibilidade imediata ao ser capaz de bloquear os aplicativos. Entretanto, este enfoque faz com que o emissor incorra em custos associados com mudanças no sistema host. É importante mencionar que o aplicativo “early” ou “partial grade” é opcional apenas para os emissores; todos os adquirentes devem ser capazes de enviar todos os dados EMV (Full EMV). 4.5 Processo de Autorização da Transação Em um ambiente de cartão de tarja magnética, o processo de autorização de transações é baseado em dados estáticos para autenticar as transações e as redes on-line para autorizar as transações baseadas em parâmetros de risco. Hoje em dia, um cliente passa o cartão de tarja magnética em um terminal no estabelecimento, os dados da trilha 1 ou 2 são capturados e a transação é enviada a um adquirente, sendo encaminhada à rede ou marca do pagamento correspondente e finalmente enviada a um emissor para autenticação e autorização. O emissor valida os dados da trilha e determina a autenticidade do cartão baseado no elemento de dados CVV / CVC / CID estático dentro da trilha. Uma vez que se autentica o cartão, o emissor aplica seus parâmetros de risco e utiliza redes neurais de fraude e o resultado do PIN on-line (se for o caso) para determinar a resposta ao pedido de autorização. Este processo é facilitado de uma maneira efetiva e econômica através da infraestrutura de telecomunicações, que permite o envio de quase todas as transações dos comerciantes aos emissores on-line. Por muito tempo, os emissores da América Latina têm sido capazes de aproveitar este modelo de processamento de transações para administrar a fraude de forma eficientemente. Mas o ambiente dinâmico da fraude e a escala dos recentes comprometimentos de dados fazem com que a migração para o EMV seja uma solução atraente a longo prazo. O processo de autorização de transações EMV se baseia em dados dinâmicos para autenticar as transações, e certos parâmetros de risco podem ser administrados pelo emissor do cartão. Em um cenário EMV, um portador de cartão insere um cartão EMV no leitor e o terminal POS do estabelecimento identifica qual aplicativo de marca de pagamento está no cartão para que o terminal utilize os protocolos de aplicativo da marca de pagamento correspondente. Uma vez que o aplicativo tenha sido selecionado, o cartão e o terminal entram em um diálogo para identificar o processo de administração de risco e determinar se a transação deve ser realizada on-line ou off-line. Um emissor pode utilizar o perfil de cartão para definir se e quando uma transação é on-line ou off-line. Se o processamento de transações off-line é implementado por um emissor, uma variedade de características off-line devem ser consideradas, tais como os controles de autorização de dados e autenticação de dados off-line, CVMs on-line ou off-line. Se o processamento de transações on-line é implementado por um emissor, o cartão admite a autenticação on-line de cartões e o uso de métodos de verificação do titular de cartão on-line ou off-line. Para a autenticação de cartão on-line, o chip gera o criptograma EMV conhecido como criptograma de pedido de autorização (ARQC). Os dados equivalentes da trilha 2, o ARQC e potencialmente o CVM de PIN cifrado on-line ou os resultados da comparação do PIN off-line são enviados na mensagem de autorização. O emissor verifica a validade da mensagem de autorização e a autenticidade do cartão com base no ARQC. O emissor também pode utilizar os resultados da administração de risco on-line e off-line para determinar a resposta de autorização. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 28 4.6 Resumo A Tabela 6 resume as considerações para os Emissores. Tabela 6. Considerações do Emissor Opção 1. Interface de cartão Consideração a) Contato Os cartões e leitores de contato se encontram amplamente difundidos na América Latina b) Sem contato (Contactless) Leitores e cartões sem contato não estão implementados a nível mundial, mas alguns emissores dos Estados Unidos e Canadá têm adotado a tecnologia e a emissão Européia é esperada que venha a aumentar. Os emissores terão que apoiar o EMV sem contato. Neste momento, não são aceitos os cartões sem contato MSD nos mercados EMV sem contato. 2. Autenticação de cartão c) Interface dupla O suporte das interfaces gera custos adicionais a) On-line Os Emissores devem decidir se desejam validar os dados do cartão por conta própria ou permitir que marcas de cartão façam a validação em seu nome. b) Off-line Os emissores devem decidir se desejam permitir que o cartão autentique os dados de chip. SDA ou DDA podem ser utilizados pelo emissor. O suporte da infraestrutura de chave pública gera gastos adicionais. 3. Autorização de transação a) On-line Os emissores devem decidir se desejam receber “full chip data” ou “early chip data”. b) Off-line Os emissores podem aplicar diversos parâmetros de risco para permitir que o chip EMV autorize transações off-line em seu nome. Os parâmetros de risco podem incluir a comprovação de limite de quantidade de transações e o número de transações off-line consecutivas antes de exigir a realização de uma autorização on-line. A autorização off-line também afeta as transações menores. Os emissores terão que modificar sua compensação e liquidação para receber os dados adicionais de chip (geralmente no mesmo formato do campo 55 em um pedido de autorização). Os sistemas de compensação e liquidação devem ser modificados para permitir a fácil identificação das transações off-line assim como as transações on-line. 4. Verificação do cliente a) Assinatura A assinatura é incluída na lista de CVM do chip a menos que as marcas de pagamento o indiquem de outra maneira. b) PIN on-line Os emissores podem incluir o PIN on-line na lista de CVM. A infraestrutura de PIN on-line terá que ser suportada pelo emissor. As caixas automáticas só admitem o PIN on-line. c) PIN off-line Os emissores podem incluir o PIN off-line na lista de CVM. A infraestrutura de PIN off-line deverá ser apoiada pelo emissor Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 29 Contato Opção Consideração d) Sem CVM Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 30 para a administração do PIN. Os emissores devem estar conscientes de que o PIN sem conexão pode ser diferente do PIN on-line; portanto, a administração do PIN é fundamental para evitar que os portadores de cartão fiquem confusos. É necessário que o PIN off-line e o PIN on-line sejam mantidos sincronizados para evitar a confusão entre os portadores de cartões. Os emissores terão que dar suporte ao campo 55 para o processamento de “Full EMV” de chip para realizar os scripts necessários para desbloquear e mudar o PIN off-line do emissor. O apoio à infraestrutura off-line de PIN acarreta gastos adicionais. Inclui a opção de “No CVM” na lista de CVM a menos que seja especificado de outra forma pelas marcas de pagamento. 5 Considerações de Pagamento para os Adquirentes e Processadores As plataformas atuais de tarja magnética operam tanto nos ambientes de mensagem dupla como em ambientes de mensagem única (single message). O POS de um estabelecimento ou um sistema de transações de cartão ausente do estabelecimento transmite as mensagens de transações para a autorização ou aprovação para o processador adquirente ou, em alguns casos, diretamente à rede da marca de pagamento. Estas mensagens incluem, mas não se limitam à informação da trilha da tarja magnética dos portadores de cartões, ao PIN para transações de débito com PIN quando se passa o cartão no terminal, ao número de conta (primary account number - PAN) e a data de vencimento se a informação do cartão é digitada manualmente (as transações de débito com PIN só podem ser passadas no terminal). Podem ser apresentados dados adicionais com a mensagem de transação para as transações de cartão ausente para ajudar aos comerciantes na prevenção da fraude (por exemplo, CVV2 / CVC2 ou o serviço AVS com os dados de verificação do endereço (address verification service - AVS). As mensagens são baseadas nos sistemas de mensagens proprietárias e a norma ISO/IEC 8583. Os dados da tarja magnética não devem ser armazenados depois da autorização. No processo de dupla mensagem, só o PAN e a data de vencimento são retidos pelo processador do estabelecimento para criar o registro de liquidação. Os dados de resposta de autorização indicam a presença de dados da tarja magnética no POS. O PIN nuca é mantido e sempre deve estar cifrado usando a codificação Tripla DES. As seções a seguir descrevem as mudanças nesta infraestrutura de aquisição e processamento requeridas para admitir o MSD sem contato, EMV sem contato e transações de contato EMV. Para uma transação sem contato de MSD, a mensagem enviada pelo sistema de host ou do dispositivo POS do estabelecimento à rede da bandeira de pagamento é similar à mensagem enviada quando se inicia a transação ao passar o cartão. As diferencias são: Os valores enviados no campo de modo de entrada do POS (POS Entry Mode) e no campo de capacidade do Terminal (Terminal Capability). Estes campos contêm valores que identificam o método de entrada no POS utilizado para capturar os dados dos portadores de cartões e se o terminal é capaz de ler ou não um chip. O valor / código dinâmico de verificação do cartão (dCVV / CVC3), que se transmite na mensagem no mesmo campo que foi utilizado para o valor de verificação do cartão original e o contador de transação de aplicativo (application transaction counter - ATC), que ocorre na área reservada na trilha da tarja magnética para os dados proprietários do emissor. O chip sem contato proporciona os dados equivalentes de tarja magnética ao terminal de POS através da interface de RF. Os provedores de software e de terminais deverão certificar que transmitem os campos correspondentes para processar as transações sem contato. Os processadores devem certificar que transmitem os campos correspondentes às redes das marcas de pagamento. 5.1 Pagamentos sem contato EMV (Contactless EMV) Em uma transação sem contato de EMV, apresentando o cartão sem contato com o dispositivo POS, são enviados os dados de chip do cartão no dispositivo de POS. O processador deve ser capaz de receber todos os tipos possíveis de dados de chip a partir do dispositivo de POS e colocar os dados nas etiquetas do campo 55 apropriados e nas etiquetas específicas utilizadas por cada uma das marcas de pagamento. Adicionalmente, os processadores necessitarão dar suporte aos novos campos e valores para identificar o método de entrada de POS (POS entry method) e o número de sequência do cartão (campo 23) quando seja obtido do chip. Os provedores de software e os provedores de terminais deverão certificar Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 31 que transmitem os campos adequados para transações de EMV sem contato para os processadores. Os processadores devem certificar que transmitem os campos correspondentes às redes das marcas de pagamento. Os processadores devem atualizar seus sistemas para armazenar os dados correspondentes do campo 55. Os sistemas de liquidação devem ser atualizados para apoiar os dados necessários dos campos 55 e 23 nos registros de compensação para sua apresentação às redes das marcas de pagamento, para garantir a qualificação do intercâmbio adequado e apoiar as novas categorias de intercâmbio. 5.2 Transações de Contato EMV com Assinatura ou com PIN As mudanças requeridas pelas transações de EMV sem contato são também exigidas pelas transações de contato EMV, com a exceção de que só serão recuperados os dados do chip pelo leitor de chip ao ser inserido o cartão. Quando a transação requer um PIN, o PIN é validado utilizando tanto o PIN off-line em texto (off-line plain text PIN) enviando o PIN sem cifrar a o cartão, o PIN off-line cifrado (on-line enciphered PIN) cifrando o PIN introduzido antes de enviá-lo ao cartão, ou utilizando o PIN on-line cifrado (on-line enciphered PIN) cifrando o PIN introduzido antes de enviá-lo on-line para o emissor do cartão. Para o uso do PIN cifrado on-line, o processador deve ser capaz de receber o PIN codificado e passar este PIN cifrado à rede das marcas de pagamento. 5.3 Resumo Para todo o processamento de EMV, os processadores devem poder receber os dados do criptograma de resposta do aplicativo (application response cryptogram) e os dados dos scripts EMV nas mensagens de resposta das redes da marca de pagamento e passar estes dados ao dispositivo de POS do estabelecimento. Todos os dispositivos e software devem estar certificados pela EMVCo e as marcas de pagamento antes que se possam ser utilizados para processar as transações EMV. Os adquirentes de pagamento devem decidir quais leitores, dispositivos e aplicativos de software devem ser certificados e implementados, com base nas necessidades de seus estabelecimentos. Os processadores deverão determinar as capacidades de suporte do sistema operacional e certificar junto às marcas de pagamento. Os processadores com múltiplas plataformas terão que determinar as capacidades de cada sistema; o apoio poderá limitar-se a apenas uma plataforma. É importante mencionar que muitos adquirentes e processadores já iniciaram a implantação da infraestrutura EMV para ajudar aos seus clientes de outros países. A Tabela 7 resume as considerações de pagamento para os adquirentes e processadores. Tabela 7. Considerações de pagamento para os adquirentes e processadores Opção 1. Interface de cartão 2. Autenticação de cartão Consideração a) Contato Não suporta pagamentos sem contato com móbiles NFC. Pode exigir um PIN pad. b) Sem contato (Contactless) Limitado número de implementações sem contato nos mercados da América Latina. c) Interface dupla Limitado número de implementações sem contato nos mercados da América Latina. a) On-line Devem dar suporte aos campos opcionais se forem recebidos do emissor. b) Off-line Qualquer indicador de dados no campo 55 que proporciona Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 32 Opção Consideração informação acerca da autenticação contribuirá para o êxito da autenticação. 3. Autorização de transação a) On-line A infraestrutura pode necessitar dar suporte ao campo 55. b) Off-line A maioria dos tipos de transação requer que a autorização seja obtida on-line. As autorizações off-line afetam as transações (qualificação de intercâmbio e regras operacionais). 4. Verificação do cliente a) Assinatura As transações iguais ou inferiores a um valor determinado segundo o tipo de estabelecimento não requerem que o estabelecimento obtenha e valide a assinatura no POS. b) PIN on-line Se for requerido o uso do PIN on-line para as transações, então devem ser realizadas as mudanças necessárias no processamento para dar suporte ao PIN on-line. É requerido o uso de um PIN pad. c) PIN off-line d) Sem CVM Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 33 Os processadores devem dar suporte ao campo 55 para identificar o resultado da validação do PIN off-line. Pode exigir um PIN pad para dar suporte ao PIN codificado off-line. O PIN em texto off-line pode ter suporte a partir do teclado do terminal. Os terminais devem ser configurados para não solicitar um PIN ou assinatura se o chip não requer a verificação do cliente. 6 Considerações do sistema de Terminais POS e do Sistema de POS do Estabelecimento A capacidade dos terminais de POS desempenha um papel fundamental para o êxito das inovações de qualquer sistema de pagamento. Os emissores podem distribuir cartões e outros dispositivos de pagamento com novas funções (como uma sofisticada ferramenta de prevenção da fraude, para trazer comodidade ao cliente, ou para ser usado com as funções de marketing), mas os cartões estarão condenados ao fracasso se os terminais de POS dos estabelecimentos não puderem apoiar tais inovações. Inclusive a adoção da tecnologia de tarja magnética levou anos, principalmente devido à quantidade de tempo que levou para que os terminais de POS apropriados fossem implementados. Na época atual de rápida inovação tecnológica, a capacidade dos terminais possui maior influencia sobre o êxito das inovações de pagamento. A própria indústria de terminais está experimentando uma revolução que exige uma maior flexibilidade e a capacidade de adaptar-se rapidamente a um amplo conjunto de possibilidades. Assim, semelhante aos estabelecimentos, necessitam de uma estratégia para planificar e desenvolver os requerimentos dos POS para suas lojas, e os provedores de terminais necessitam também um plano de desenvolvimento de produtos para continuar sendo relevantes e competitivos. No passado, os terminais de POS na América Latina se dedicaram a apoiar a tecnologia de tarja magnética e, nos últimos anos, ao chip de contato EMV. Entretanto, em um futuro próximo na América Latina, os terminais também começarão a dar suporte ao EMV sem contato, ao EMV com contato e aplicativos NFC. Levando em conta todas estas possibilidades, é importante considerar os seguintes parâmetros: Suporte de Hardware Suporte de Software Certificação de EMV e das bandeiras de pagamento Suporte para as mensagens de transações Capacidade de atualização do software do terminal e planos 6.1 Suporte de Hardware Para dar suporte aos cartões EMV, um terminal necessita de um dispositivo de interface (card interface device - CID) para ler o cartão de contato EMV e um leitor sem contato que suporte o padrão ISO/IEC 14443. Todos os pagamentos sem contato MSD, sem contato EMV e móbiles NFC utilizam o ISO/IEC 14443. Entretanto, todos os terminais com um leitor sem contato que seja compatível com o ISO/IEC 14443 não podem necessariamente aceitar todos estes tipos de pagamentos. Os terminais também devem incluir software ou firmware que seja compatível com os aplicativos sem contato, utilizados por uma marca em particular ou um dispositivo de NFC. Esta é uma consideração importante ao avaliar os terminais e requer uma compreensão dos requisitos de software e de certificação dos terminais. 6.2 Suporte de Software O software do terminal de POS é mais complexo que o hardware, porque varia entre marcas de pagamento. A Tabela 6 oferece uma visão simplificada dos componentes de software de um terminal POS . Lógica de contato EMV da Lógica sem contato EMV da marca Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 34 Lógica sem contato MSD da marca marca Kernel EMV Lógica de tarja magnética Tabela 6. Vista simplificada dos componentes de software de um terminal POS O kernel EMV proporciona a lógica básica de um terminal de pagamento EMV. A lógica EMV de contato da marca e a lógica EMV sem contato da marca aproveitam o kernel EMV, e também incorporam as opções de processamento de EMV específicas da marca. O EMV proporciona múltiplas opções de implementação para as marcas de pagamento como American Express, Discover, JCB, MasterCard e Visa. Cada marca de pagamento implementou padrões EMV diferentes e um terminal requer lógica de software específica para cada aplicativo. Tendo em vista que o EMV admite a flexibilidade do aplicativo, os provedores de aplicativos de POS devem ter seus aplicativos certificados por cada marca de pagamento antes que os mesmos sejam aprovados para seu uso no mercado. Em consequência, é importante saber quais os aplicativos de terminais receberam as aprovações de certificação da marca de pagamento. A certificação de aplicativos de terminal pode ser um processo longo. Muitos provedores de terminais oferecem terminais que tenham sido certificados pelo menos pela MasterCard e Visa. A lógica MSD sem contato não é uma implementação de EMV mas foi desenvolvida para aproveitar a infraestrutura atual e as mensagens da tarja magnética. Por esta razão, os leitores sem contato podem ser adicionados a um terminal de tarja magnética POS sem a necessidade de lógica EMV ou certificações; entretanto o processador adquirente deve fazer uma auto-avaliação, executando sempre os scripts de prova da marca de pagamento para validar o aplicativo. A Tabela 7 ilustra as relações entre a lógica dos aplicativos e cada tipo de chip de pagamento. Contactless EMV Visa EMV MC EMV Discover EMV Amex EMV Contato EMV Visa EMV MC EMV Discover EMV Amex EMV Kernel EMV U.S. Contactless Visa MasterCard Discover Amex Lógica de tarja magnética Tabela 7. Vista detalhada dos componentes de software de Terminal POS O terminal de POS não requer uma lógica específica para os pagamentos sem contato com telefones celulares NFC desde que o aplicativo de pagamento NFC no móbile emule o EMV sem contato para alguma das marcas de pagamento ou uma transação de MSD. Para evitar a imposição de novos requisitos de terminais estritamente para o NFC, os aplicativos NFC estão aproveitando a infraestrutura sem contato definida para o EMV sem contato ou sem contato MSD. 6.3 EMV e a Certificação das Marcas Os terminais de contato EMV e os terminais sem contato EMV requerem várias certificações. A primeira certificação é a de EMV. Para obter esta certificação, os terminais devem ser testados para comprovar se todas as funções do kernel EMV funcionam corretamente. A certificação EMV significa que o terminal cumpre com os requisitos da especificação básica EMV. Depois de receber a Certificação EMV, um terminal deve ser verificado para assegurar que cumpre com os requisitos da marca. Os adquirentes fazem apenas uma avaliação que é a de executar os scripts de prova que são feitos pela Visa Inc. e Mastercard Worldwide. Os dispositivos sem contato têm que ser certificados pela EMVCo nível 1 e 2. O terminal deve passar por um conjunto específico e único de provas definidas pela rede da marca de pagamento. Ao considerar a distribuição dos terminais compatíveis com o EMV, é importante estar seguro de que os terminais estão certificados por cada uma das marcas. Existem requisitos de certificação de terminal que se aplicam a contato e sem contato EMV. É fundamental que os adquirentes se assegurem de que os terminais adquiridos possuem certificações Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 35 atualizadas para todas as capacidades que necessitam ser apoiadas e que suportam cada uma das marcas de pagamento que aceitam. Configuração do POS Nem todos os terminais de uma determinada marca possuem o mesmo suporte de software, certificações EMV e das marcas de pagamento; são possíveis múltiplas configurações de terminais Os terminais independentes (standalone) não estão conectados a qualquer outro sistema de caixa registradora. Um terminal independente pode dar suporte EMV desde que o adquirente ou a organização de venda independente (independent sales organization - ISO) suporte a mensagem EMV. Os próprios vendedores de terminais podem desenvolver o aplicativo para o terminal EMV que suporte uma marca de pagamento em particular. Sistemas de POS integrados Os grandes varejistas em geral possuem os seus próprios sistemas de software específicos para as caixas registradoras com toda ou uma parte da lógica de processamento de cartões de crédito e débito. Para dar suporte ao EMV de contato, EMV sem contato MSD ou móbiles NFC sem contato, estes sistemas terão que incorporar a lógica adicional para aproveitar a lógica em um terminal de marca certificada que o acompanhe. Terminais de provedores de serviços de valor agregado Estes terminais possuem um software específico desenvolvido como parte de uma oferta de serviços de terminal do ISO, do adquirente ou do distribuidor. 6.4 Suporte de Mensagens da Transação A Figura 8 mostra o caminho da comunicação entre o terminal POS e o sistema host do emissor. O formato de mensagem padrão EMV para a comunicação entre o sistema do host de processamento emissor e o adquirente é definido pelo campo 55 (ver seção 2.2) e o padrão ISO/IEC 8583. A comunicação entre o terminal e o adquirente não está padronizada. Figura 8. Comunicação entre o Host, o Adquirente e o Terminal Para apoiar a especificação da mensagem Full EMV, o que significa apoiar todos os elementos de dados EMV do campo 55 e o campo 23, ambos os segmentos a e b devem ser modificados. Mudar a mensagem no segmento b requer mudanças na lógica do aplicativo do terminal e no sistema de host adquirente. A codificação de ponto a ponto (End-to-end encryption) e o padrão Payment Card Industry Data Security Standard (PCI DSS) são duas outras iniciativas que os estabelecimentos estão implementando, que também afetam os processos e a infraestrutura da transação de pagamento. O aplicativo de cada iniciativa de maneira isolada sugere desenvolvimento em separado e os esforços de implementação do aplicativo no terminal POS. É recomendado às entidades que estão iniciando o desenvolvimento nestas áreas a implementação das mudanças de mensagens para dar suporte ao Full EMV, ainda que os campos não possam ser utilizados imediatamente. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 36 6.5 Capacidade de atualização dos terminais Os estabelecimentos devem se assegurar de que seus terminais e adquirentes suportem a administração remota de terminais assim como a atualização do aplicativo. As implementações de chip de contato e sem contato na América Latina já se encontram em processo. Por esta razão, um número crescente de adquirentes estão oferecendo e os varejistas estão instalando, terminais que incluem o hardware para processar o EMV de contato ou sem contato mas não incluem os aplicativos de EMV. Estes terminais estão desenhados para facilitar as atualizações e descargas de aplicativos remotas e já receberam certificações das marcas para aplicativos de EMV que podem ser descarregadas (download) no futuro. Se o adquirente planeja comprar uma atualização que seja compatível com o EMV, o adquirente deve assegurar ao estabelecimento que a atualização tenha sido certificada pelas marcas de pagamento para o modelo de terminal específico do comerciante. Ao avaliar as opções de implementação dos terminais de POS, as atualizações de terminais oferecem um enfoque potencialmente rentável para administrar as incertezas do mercado. Entretanto, ao avaliar este enfoque, é importante considerar os custos de atualização de software e estratégias de implementação do adquirente. 6.6 Resumo O caminho dos terminais se complementa com estratégias de apoio comercial para cada comprador e ISO no mercado. Os adquirentes e ISO avaliam a demanda de características e funções exigidas por seus clientes e que são requeridas para implementar a lógica do aplicativo de EMV junto com as mudanças das mensagens descritas para apoiar o EMV. Adicionalmente, estas organizações são responsáveis pela venda de terminais que possam satisfazer as necessidades dos estabelecimentos para os próximos 3 a 5 anos. Uma grande parte do seu investimento se encontra na certificação e no desenvolvimento de aplicativos EMV a nível das marcas. Entretanto, existem terminais disponíveis que possuem as certificações necessárias, e alguns dos principais compradores na América Latina estão instalando terminais com o hardware para dar suporte ao chip de contato e sem contato para transações EMV. Em alguns casos, estes compradores estão ativando o suporte para chip de contato EMV e sem contato EMV; em outros casos, estão dispostos a descarregar as atualizações EMV conforme seja necessário. A Tabela 8 resume as considerações para os terminais POS e os sistemas adquirentes. Tabela 8. Considerações para os terminais POS e os sistemas. Opção 1. Interface de cartão Considerações a) Contato b) Sem contato (Contactless) Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 37 O terminal deve ter um leitor de chip de contato e ser carregado com software de aplicativo que admite transações EMV para cada uma das marcas de pagamento. O terminal deve ser certificado pela EMVCo e cumprir com todos os requisitos das marcas de pagamento para as quais serão aceitos os cartões EMV; a empresa adquirente normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. O terminal deve ter um leitor sem contato e ser carregado com um aplicativo que pode dar suporte às transações sem contato MSD, transações sem contato EMV ou ambos. O terminal deve ser certificado pela EMVCo e cumprir com todos os requisitos das marcas de pagamento para as quais serão aceitos os cartões EMV; a empresa adquirente normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. Opção Considerações c) Interface dupla 2. Autenticação de cartão a) On-line b) Off-line 3. Autorização de transação a) On-line Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 38 O terminal deve ter um leitor de chip de contato e ser carregado com software de aplicativo que admite transações EMV para cada uma das marcas de pagamento. O terminal deve ser certificado pela EMVCo e por cada marca de pagamento que aceitará os cartões EMV; a empresa adquirente normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. O terminal deve ter um leitor sem contato e ser carregado com um aplicativo que pode dar suporte às transações sem contato MSD, transações sem contato EMV ou ambos. O aplicativo do terminal deve estar certificado pela EMVCo e por cada marca de pagamento para assegurar que segue o processo de transação específica definido por cada esquema de pagamento; a empresa adquirente normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. A certificação das marcas de pagamento poderá ser realizada executando scripts de prova. Um processo de certificação cobre tanto as transações on-line como off-line. A empresa adquirente normalmente também deve obter uma certificação de mensagens que viajam pelas redes das marcas de pagamento. Os terminais deverão estar prontos para dar suporte ao SDA, DDA, CDA e criptograma de autenticação on-line. O aplicativo do terminal deve estar certificado pela EMVCo e por cada marca de pagamento para assegurar que segue o processo de transação específica definido por cada esquema de pagamento; a empresa adquirente normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. A certificação das marcas de pagamento poderá ser realizada mediante a execução de scripts de prova. Um processo de certificação cobre tanto as transações on-line como off-line. A empresa adquirente normalmente também deve obter uma certificação das mensagens que viajam pelas redes das marcas de pagamento. Os terminais deverão estar prontos para dar suporte ao SDA, DDA, CDA e criptograma de autenticação on-line. Os sistemas e terminais POS devem dar suporte ao uso do campo 55 para autorização e compensação. O aplicativo do terminal deve estar certificado pela EMVCo e por cada marca de pagamento para assegurar que segue o processo de transação específica definido por cada marca de pagamento; a empresa adquirente normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. A certificação das marcas de pagamento poderá ser realizada mediante a execução de scripts de prova. Um processo de certificação cobre tanto as transações on-line como off-line. A empresa adquirente normalmente também deve obter uma certificação das mensagens que viajam pelas redes das marcas de pagamento. Opção Considerações Os sistemas e terminais POS devem dar suporte ao uso do campo 55 para autorização e compensação. O aplicativo do terminal deve estar certificado pela EMVCo e por cada marca de pagamento para se assegurar que segue o processo de transação específica definido por cada marca de pagamento; a empresa adquirente normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. A certificação das marcas de pagamento poderá ser realizada mediante a execução de scripts de prova. Um processo de certificação cobre tanto as transações on-line como off-line. A empresa adquirente normalmente também deve obter uma certificação das mensagens que viajam pelas redes das marcas de pagamento. a) Assinatura Não se requerem mudanças. b) PIN on-line O terminal deve dar suporte à introdução do PIN ou deve ter um PIN pad conectado. c) PIN off-line O terminal deve dar suporte à introdução do PIN ou deve ter um PIN pad com um leitor de chip conectado. d) Sem CVM Não são requeridas mudanças. O terminal deve ser capaz der dar suporte a opção de "no CVM" de acordo com as regras das marcas de pagamento. b) Off-line 4. Verificação do cliente Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 39 7 Considerações para os Caixas Automáticos (ATMs) Os caixas automáticos (ATMs) têm sido sinônimo de rápido e cômodo acesso ao dinheiro em espécie. A simplicidade e a popularidade destes dispositivos também os torna um objetivo primordial para os defraudadores. Tendo em vista que uma das principais características do cartão EMV é a inclusão de um chip de segurança, o suporte para os cartões EMV nos caixas automáticos requer uma mudança generalizada. Entretanto, existem razões convincentes para que a indústria de serviços financeiros adote o uso dos cartões EMV nos caixas automáticos. Como resultado do esforço dos países que implementaram o EMV, a fraude em caixas automáticos (tais como a fraude por clonagem em caixa automático - ATM skimming) está migrando dos países que já implementaram o EMV até aquelas áreas que ainda não tenham ativado a funcionalidade do EMV. O uso de cartões com PIN e chip EMV ajudaram a reduzir a fraude em caixas automáticos ao redor de 36 por cento na Europa em 2009 em comparação com 2008, de acordo com o Conselho Europeu de Pagamentos (European Payment 20 Council) . Os proprietários de caixas automáticos (ATMs), os bancos e os ISOs, junto com seus provedores, devem querer revisar cuidadosamente os equipamentos que têm implementados. Porque os caixas automáticos tipicamente são atualizados ou repostos em ciclos de 7 anos, uma parte significativa da base instalada terá que ser visitada durante uma transição ao EMV. Devido ao fato de que a verificação do PIN é obrigatória para os caixas automáticos, o aplicativo terá menos variações. Ainda que o suporte para cartões inseridos completamente tenha sido o enfoque típico da conversão inicial de ATMs EMV, novas opções sem contato estão agora disponíveis. Portanto no momento de examinar os caixas automáticos, deverão ser examinadas as seguintes capacidades: Capacidades de Hardware Capacidades de Software EMV Certificações pelas marcas Capacidade de atualização do software do Terminal e planos 7.1 Hardware do Caixa Automático (ATM) O hardware requerido na ATM inclui vários componentes. Um caixa automático necessita de um CID de contato EMV para ler os cartões de contato EMV. Um leitor de chip aprovado é essencial. Alguns caixas automáticos podem ter sido vendidos prontos para o EMV; entretanto, é essencial assegurar-se de que o dispositivo instalado tenha sido certificado e que a última versão da especificação encontra-se instalada ou pode ser atualizada. Adicionalmente, um caixa automático deverá ser equipado com um PIN pad de codificação aprovado. Este requerimento já se encontra incluído desde a atualização obrigatória de Triple DES que ocorreu na América Latina há alguns anos atrás. 7.2 Software do Caixa Automático (ATM) O software de ATM inclui o software necessário para ativar todas as funções de hardware necessárias. Adicionalmente, é necessário um firmware ou software específico para habilitar os aplicativos específicos sem contato apoiados pelos cartões ou dispositivos NFC usados no caixa automático. Esta é uma consideração importante ao avaliar os terminais, e é útil para compreender os requisitos de software e de certificação dos terminais. Os caixas automáticos devem ter um kernel EMV aprovado e certificado e devem apoiar todas as extensões requeridas para o protocolo de mensagem. 20 Relatório do Conselho Europeu de Pagamentos (European Payments Council Report), Abril de 2010, http://www.europeanpaymentscouncil.eu/article.cfm?articles_uuid=3EBDA5B6-CB2E-179D-211BE1EBB4A0CE0C Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 40 7.3 Certificações Os terminais de contato e sem contato EMV requerem múltiplas certificações (Figura 9. ): EMVCo Nível 1: Certificação da funcionalidade da interface entre o cartão e o leitor EMVCo Nível 2: Certificação da funcionalidade do aplicativo de software do terminal Certificação das marcas de pagamento Figura 9. Requerimentos de Certificação de Caixas Automáticos (ATMs) Para obter as certificações de nível 1 e 2, os terminais deverão submeter-se às provas de laboratório para verificar o cumprimento das características eletromecânicas, interface lógica e requisitos do Protocolo de transmissão (nível 1) e os requerimentos de aplicativos de débito e crédito (nível 2) definidos nas especificações EMV. A certificação EMV garante que o terminal cumpre com os requisitos da especificação básica EMV. A EMVCo proporciona apenas as certificações de nível 1 e 2. Tendo em vista que o EMV admite tantas opções de implementação, podem ser necessárias várias implementações de EMV em um mesmo terminal. Cada marca de pagamento pode aplicar as normas de EMV de uma forma ligeiramente diferente, e cada marca requer uma programação específica do terminal para o aplicativo desta marca. Portanto os terminais de ATM devem passar por um conjunto de provas definidas por cada marca de pagamento para receber a certificação a nível de marca. Também existem requisitos de certificação para terminais de contato EMV. Em consequência, é importante entender quais as certificações que um caixa automático recebeu e de qual marca de pagamento. A certificação dos aplicativos do terminal pode ser um processo longo para o provedor do aplicativo do terminal. Embora muitos provedores de terminais já possuam terminais que tenham sido certificados pelas marcas de pagamento principais, a certificação é transferível apenas se o aplicativo se mantiver sem mudanças através das implementações. Se houverem mudanças para um aplicativo específico, um novo processo de aprovação será requerido para o aplicativo. Quando se adquire um terminal de ATM, deve certificar-se de que possui um kernel de software aprovado e que foram implementadas as extensões necessárias para o protocolo de mensagens. 7.4 Capacidade de atualização do terminal e planos Os caixas automáticos instalados na América Latina suportam hoje em dia o chip de contato EMV e os cartões de tarja magnética. Todos os provedores de ATMs informam haver oferecido caixas EMV durante os últimos 5 anos. Os caixas automáticos mais novos estão equipados para a aceitação de Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 41 cartões EMV e a maioria das implementações na América Latina já contam com leitores chip habilitados. O custo de um leitor de chip é quase o mesmo do que o custo de um leitor de no chip, porque os provedores de ATMs atendem aos países onde os leitores de chip já são o padrão. Os caixas automáticos têm se desenvolvido nos últimos 10 anos, de sistemas proprietários fechados para PCs que executam os sistemas operacionais padrão. O software dos caixas automáticos modernos pode ser facilmente atualizado. Para proteção contra a incerteza de que tipo de instrumento de pagamento se deve apoiar, os proprietários das ATMs estão aproveitando esta capacidade de ampliação futura para instalar terminais com o hardware que suporta transações EMV de contato ou sem contato, mas sem os aplicativos de EMV instalados ou ativados. Estes terminais estão desenhados para facilitar as atualizações e descargas de aplicativos remotos e têm recebido certificações a nível de marca com aplicativos de EMV que podem ser descarregados no futuro. A conversão para o EMV em diversos países, especialmente no Reino Unido e Canadá, tem demonstrado que também é possível atualizar o software de ATMs para funcionalidade em EMV; entretanto o hardware previamente instalado requer a verificação de que todo o hardware cumpre com a especificação mais recente e que o hardware instalado anteriormente e que tem estado inativo durante anos não tenha oxidado. A seguir se apresentam algumas considerações que podem ajudar aos proprietários de caixas automáticos (ATMs) na preparação de uma avaliação na preparação para o EMV. 1. Qual é o inventário da rede de caixas automáticos? Os caixas automáticos podem se atualizados ou necessitam ser trocados? Por que as atualizações são normalmente menos custosas que a instalação de novos caixas automáticos? Quais são os caixas automáticos que podem ser atualizados? 2. Se houver uma decisão pendente de atualização de ATM, considerar os modelos de caixas automáticos onde o hardware é compatível com as especificações EMV e que só requeiram uma atualização de software para habilitar as funções. Todos os provedores principais de ATM possuem modelos EMV. 3. Uma consideração importante é se o provedor de ATM recebeu a certificação de nível 1 e nível 2 da EMVCo para os dispositivos necessários. Assegurar-se de que estas rotas de atualização já tenham sido provadas no campo. 4. Mesmo com a base correta de hardware e software, o software da ATM deve ser certificado pelas diversas marcas de pagamento. Assegurar-se de que se tenham sido obtidas estas certificações para a configuração de software adquirida. 5. Para os caixas automáticos processados por um prestador de serviço, o processador também terá que obter a certificação com as marcas de pagamento individuais a fim de garantir que todas as partes do sistema são totalmente compatíveis e estão em conformidade. 7.5 Resumo A Tabela 9 resume as considerações para os caixas automáticos. Tabela 9. Considerações para os Caixas Automáticos (ATMs) Opção 1. Interface de cartão Consideração a) Contato Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 42 O terminal deve ter um leitor de chip de contato e ser carregado com software de aplicativo que admite transações EMV para cada uma das marcas de pagamento. O terminal deve ser certificado pela EMVCo e cumprir com todos os requisitos das marcas de pagamento para que sejam aceitos os cartões EMV; o proprietário da ATM normalmente assume a responsabilidade de obter as Opção Consideração certificações e de completar as certificações de ponto a ponto (end-to-end network certifications). a) On-line 2. Autenticação de cartão O aplicativo do terminal deve estar certificado pela EMVCo e por cada marca de pagamento para assegurar que atende ao processo de transação específica definido por cada esquema de pagamento; o proprietário da ATM normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações O proprietário do ATM normalmente também deve obter uma certificação das mensagens que viajam pelas redes das marcas de pagamento. Os terminais devem estar prontos para dar suporte ao SDA, DDA, CDA e criptograma de autenticação on-line. 3. Autorização de transação b) Off-line Não se aplica para ATMs a) On-line Os sistemas e terminais ATMs devem dar suporte ao uso do campo 55 para autorização. O aplicativo do terminal deve estar certificado pela EMVCo e por cada marca de pagamento para assegurar que atende ao processo de transação específica definido por cada esquema de pagamento; o proprietário da ATM normalmente assume a responsabilidade de obter as certificações. O proprietário da ATM normalmente também deve obter uma certificação das mensagens que viajam pelas redes das marcas de pagamento. 4. Verificação do cliente b) Off-line Não se aplica para as ATMs a) Assinatura Não se aplica para as ATMs b) PIN on-line A ATM deve dar suporte à introdução do PIN em um PIN pad que cifre a informação. c) PIN off-line Não se aplica para as ATMs d) Sem CVM Não se aplica para as ATMs Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 43 8 Conclusões Para reduzir a fraude de cartões falsificados, roubados e extraviados e para proteger os dados do titular, quase todos os países do mundo estão implementando amplamente o EMV. O EMV é um padrão aberto que melhora a segurança da autenticação do cartão contra a falsificação, verificação de titular contra a perda ou roubo de cartões e a autorização de transação contra a interceptação e reprodução. Existe um movimento em todo o mundo para adotar o EMV, um padrão comum que garante a inter-operacionalidade e aceitação mundial, para novos fatores de pagamento além de cartões, incluindo key fobs, cartões microSD, etiquetas adesivas, telefones NFC. A autenticação do cartão pode ser realizada igualmente de maneira segura utilizando técnicas on-line e off-line. Assim mesmo, a verificação dos portadores de cartões pode ser feita mediante um PIN on-line ou off-line, além da assinatura ou em alguns casos, sem nenhum tipo de verificação. Por último, a autorização pode ser feita off-line entre o cartão e o terminal de POS, apesar de que as transações estão obrigadas serem autorizadas via on-line nos países da América Latina. A indústria deveria sopesar cuidadosamente os custos versus os benefícios de apoiar a autorização off-line para as transações. O EMV requer um campo adicional na mensagem da rede, geralmente denominada de "Campo 55." O padrão EMV também inclui as transações de pagamento sem contato; as implementações tradicionais de MSD sem contato estão evoluindo para apoiar os pagamentos sem contato móveis NFC e serem compatíveis com o padrão EMV globalmente inter-operável. A Aliança de Cartões Inteligentes (Smart Card Alliance) investigou o tema de um plano de toda a indústria para o EMV com a finalidade de educar os interessados da indústria de pagamentos, incluindo os bancos emissores, comerciantes, compradores ou fornecedores e provedores da indústria, sobre as ações que cada participante deve considerar para emitir, aceitar e processar as transações EMV. O planejamento de um projeto de EMV requer a escolha da interface do cartão (contato, sem contato ou dual), definição do método de autenticação de cartão, do método de verificação dos portadores de cartões e um enfoque de autorização de transação. O mercado latino-americano pode evoluir para uma combinação híbrida de opções para oferecer o melhor apoio, tipo de transação e compatibilidade com o resto do mundo. Os emissores e estabelecimentos podem optar pela implementação apenas das opções que necessitam. O EMV impactará a interface do cartão e o processamento de autorização de transações e host. Os emissores poderão optar por emitir cartões de interface de contato, sem contato ou dual. Os sistemas de host do emissor devem processar dados completos de chip, ou como uma opção, aproveitar as vantagens do serviço em nome do emissor (on-behalf-of service) que as marcas de pagamento oferecem, que requerem mudanças mínimas no sistema host. Os emissores também devem decidir se os cartões sempre serão autorizados on-line ou se também se admite a autorização off-line. Estas opções também devem refletir-se nos métodos de verificação dos portadores de cartões que são suportados. Os adquirentes e os processadores terão que modificar seus sistemas para receber todos os tipos possíveis de dados do chip e colocar os mesmos nas etiquetas apropriadas do campo 55. Também será requerida a certificação para assegurar que estão transmitindo os campos correspondentes às redes de pagamento. Muitos terminais de POS novos no mercado hoje em dia possuem um leitor de chip de cartão inteligente e outros componentes de hardware para apoiar o EMV. Estes terminais de POS de chip que já estão em uso irão simplesmente requerer uma atualização de software ou firmware para dar suporte pleno ao chip EMV. Adicionalmente, os leitores sem contato instalados podem exigir a atualização de software ou firmware para dar suporte ao EMV sem contato. O software de POS requer um kernel EMV que seja certificado por um laboratório para demonstrar a conformidade com os requisitos básicos de EMV e seja certificado pelas diversas marcas de pagamento, já que cada uma delas possui necessidades diferentes. Os terminais de POS independentes podem ser apoiados por ISOs e mensagens de adquirente EMV, mas os sistemas de POS integrados que são administrados pelos estabelecimentos maiores terão modificações de software para dar suporte às mudanças de mensagens EMV. Em alguns casos, os Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 44 estabelecimentos estão instalando hardware com capacidade de EMV, mas não habilitados. Idealmente estes terminais poderão ser atualizados de forma remota. Os caixas automáticos oferecem um caso convincente para o EMV já que são objeto de ataques fraudulentos para o saque de dinheiro. Todos os principais provedores de ATM oferecem caixas com capacidade EMV, e em alguns casos, os caixas automáticos existentes podem ser atualizados em lugar de substituídos. Os proprietários das ATM necessitam revisar o hardware do seu equipamento, o software, as certificações e as capacidades de atualização. As ATMs devem ter um leitor de chip de contato EMV certificado pela EMVCo níveis 1 e 2, além de contar com as certificações específicas das marcas. O PIN on-line é o único método de verificação do titular apoiado pelos caixas automáticos e requer PIN pads aprovados como já é requerido pelo mandato de atualização de Triplo DES. O software deve conter um kernel EMV certificado e apoiar os chip sem contato. O custo real da fraude está aumentando e ameaça causar danos à reputação da indústria. Este dano poderá acelerar-se na medida em que os criminosos migram para as regiões mais fracas da cadeia em áreas que não tenham implementado o EMV. O custo de implementação de EMV provavelmente tem diminuído desde as estimativas originais, devido ao amadurecimento da tecnologia. O plano descrito neste documento demonstra que várias opções estão disponíveis para a migração ao EMV. Devido ao amadurecimento, à ampla disponibilidade de produtos e tecnologia do EMV, a migração será muito mais simples do que se tivesse sido feita na década passada. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 45 9 Reconhecimentos pela elaboração desta publicação Este documento foi desenvolvido pelo Conselho de Pagamentos Financeiros do Smart Card Alliance América Latina para educar os interessados de toda a cadeia de valor de pagamentos, sobre os aspectos críticos da implementação de uma solução EMV em seus ambientes de negócio na América Latina. A publicação deste documento pela Smart Card Alliance América Latina não implica no respaldo de qualquer das organizações membros desta Aliança. A Smart Card Alliance América Latina (SCALA), deseja agradecer ao Conselho de Pagamentos de Cartão Inteligente da Smart Card Alliance dos Estados Unidos por suas contribuições. Os participantes do Conselho Pagamentos envolvidos no desenvolvimento deste documento incluem a: Accenture LLP; American Express; Apriva; Booz Allen Hamilton; Capgemini; Capital One; Chase Card Services; CPI Card Group; Datacard Group; Discover Financial Services; epay North America; First Data Corporation; Fiserv; Gemalto; Giesecke & Devrient; Heartland Payment Systems; HID Global; IBM; JPMorgan Chase; LTK Engineering Services; MasterCard Worldwide; Nagra ID Security; Oberthur Technologies; Smartcard Marketing Solutions; Thales e-Security; Visa Inc.; ViVOtech; Watchdata. Agradecimentos especiais aos seguintes membros do Conselho de Pagamentos que contribuíram para o desenvolvimento original deste documento: Deborah Baxley, Capgemini Troy Bernard, Discover Financial Services Guy Berg, Datacard Group Louis Bianchin, Watchdata Donna Colella, First Data Corporation Deana Cook, Chase Card Services Jo Ann Davaris, American Express Joe DeFilippo, Capital One Jason Dell, First Data Corporation Willy Dommen, Booz Allen Hamilton James Ellis, HID Global Michael English, Heartland Payment Systems Jacob Greene, Discover Financial Services Sabrina Hapberg, First Data Corporation Ian Hermon, Thales e-Security Bengt Horsma, First Data Corporation Simon Hurry, Visa Inc. Hap Huynh, Visa Inc. Ryan Julian, Discover Financial Services Mohammad Khan, ViVOtech Kevin Krest, Smartcard Marketing Solutions Michelle Lehouck, CPI Card Group James Lock, JPMorgan Chase Oliver Manahan, MasterCard Worldwide Don Malloy, Nagra ID Security Joshua Martiesian, LTK Engineering Services John McNulty, Fiserv Cathy Medich, Smart Card Alliance Jean-Louis Meyer, Datacard Group Barry Mosteller, Oberthur Technologies Melissa O'Brien, Apriva Mira Olson, First Data Corporation Ron Pinkus, Giesecke & Devrient JC Raynon, ViVOtech Gregory Riche, IBM John Shaw, epay North America Dori Skelding, Chase Card Services Brian Stein, Accenture Jeffrey Stroud, Gemalto Tom Zalewski, ViVOtech Os participantes envolvidos na modificação e adaptação deste documento para a América Latina incluem a: Gemalto, Visa Inc., MasterCard Worldwide e Morpho Um agradecimento especial aos seguintes membros do Conselho de Pagamentos Financeiros da SCALA e aos colaboradores que ajudaram no desenvolvimento deste documento: Marcelo de Oliveira, Visa Inc. Dimas Gomez, Gemalto Kim Hangoc, MasterCard Worldwide Willian Lemes, Morpho Reconhecimento de outras organizações membros do Conselho de Pagamento Financeiros da SCALA: Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 46 G&D Burti, Oberthur Technologies, Assenda, Banred S.A., Banrisul, First Data CAC, GET Group, Redeban Multicolor S.A., e Telered S.A. Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 47 Sobre o Conselho de Pagamentos Financeiros O Conselho de Pagamentos Financeiros da Aliança de Cartões Inteligentes América Latina (Smart Card Alliance Latin America Financial Payments Council) se concentra em facilitar a adoção dos pagamentos habilitados com chip e aplicativos de pagamento na América Latina através de programas de educação para os consumidores, comerciantes, emissores, adquirentes ou processadores, regulamentadores do governo, provedores de telecomunicações móveis e os provedores de serviços de pagamentos. O grupo reúne os participantes da indústria de pagamentos, incluindo os líderes da indústria de pagamentos, os estabelecimentos e provedores, e está trabalhando em projetos relacionados com a implementação EMV, pagamentos sem contato, pagamentos habilitados em NFC e aplicativos de pagamentos móbiles e e-commerce habilitado com chip. O principal objetivo do Conselho é informar e educar os mercados sobre o valor dos pagamentos com chip habilitando e melhorando a segurança da infraestrutura de pagamentos e aumentando o valor dos pagamentos e aplicativos relacionadas com os aplicativos de pagamento dos participantes da indústria. A participação no conselho está aberta a qualquer membro da Aliança de Cartão Inteligente que deseje contribuir aos projetos do conselho. Acerca da SCALA – Smart Card Alliance América Latina SCALA – Smart Card Alliance América Latina é um capítulo da Smart Card Alliance, uma associação de várias companhias sem fins lucrativos, imparcial e multi-indústria que trabalha com o objetivo de estimular o entendimento, adoção, uso e ampla utilização da tecnologia dos smart cards. Através de projetos específicos tais como programas de educação, pesquisa de mercado, fóruns abertos e relações da indústria, a Aliança mantém os seus membros conectados aos líderes de indústria e a idéias inovadoras. A Aliança é a única voz da indústria para os temas relacionados com os smart cards nos Estados Unidos e na América Latina. Para mais informações, por favor visite as páginas da web: http://latinamerica.smartcardalliance.org/ SCALA ajuda a reduzir o risco na implementação da tecnologia de cartões inteligentes através de educação! Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 48 10 Glossário Card Authentication Method (Método De Autenticação De Cartão) No contexto de uma transação de pagamento, corresponde ao método utilizado pelo sistema para determinar se o cartão utilizado para realizar o pagamento não é falso. Código De Segurança De Cartão (Card Security Code) Código contido na tarja magnética ou impresso no cartão de pagamento e que é utilizado pelas marcas de pagamento nas transações de débito e crédito para proteger contra a fraude de cartão. Card Verification Code - CVC (Código De Verificação De Cartão) / Card Verification Value - CVV (Valor De Verificação De Cartão) Termos utilizados pela MasterCard e pela Visa para identificar os códigos de segurança do cartão que são utilizados nas suas transações de débito e crédito para proteção contra a fraude com cartão. Cardholder Verification Method - CVM (Método De Verificação Do Cliente) No contexto de uma transação de pagamento, corresponde ao método utilizado para autenticar se a pessoa que está apresentando o cartão é um cliente válido. O EMV suporta quatro tipos de CVM: PIN off-line, PIN on-line, verificação da assinatura e no CVM. Chip Card (Cartão Chip) Um dispositivo que inclui um circuito integrado seguro que pode ser um micro controlador seguro ou dispositivo equivalente com memória interna, ou um chip de memória segura. O cartão se conecta ao leitor mediante um contato físico direto ou remotamente mediante uma interface sem contato utilizando uma frequência de rádio. Com um micro controlador, os cartões com chip possuem uma capacidade única de armazenar de maneira segura grandes quantidades de informação, realizar funções próprias do cartão (por exemplo codificação e autenticação mútua) e interagem de maneira inteligente com o leitor de o cartão. A tecnologia dos cartões com chip está em conformidade com os padrões internacionais (ISO/IEC 7816 e ISO/IEC 14443) e está disponível em uma variedade de formatos (form factors), incluindo cartões plásticos, chaveiros, módulos de identificação do subscritor (subscriber identity modules - SIMs) utilizados em telefones celulares GSM, e tokens baseados em USB. Combined DDA With Application Cryptogram - CDA (CDA Combinado Com Criptograma De Aplicativo) Uma técnica de autenticação utilizada nas transações EMV que combina a funcionalidade de DDA com um criptograma de aplicativo adicional ao final da transação. Este criptograma de aplicativo final é utilizado para assegurar que a informação da transação mantenha sua integridade mesmo depois de que a transação tenha sido completada. Contact Chip Card (Cartão Com Chip De Contato) Um cartão com chip que se comunica com o leitor através de uma placa de contatos. Esta placa deve entrar em contato com um terminal, usualmente mediante a inserção do cartão em um leitor de chip. Contactless Magnetic Stripe Data - MSD (Dados De Tarja Magnética Para Transações Sem Contato) Enfoque dos Estados Unidos na implementação dos pagamentos sem contato. Com os dados da tarja magnética para transações sem contato (MSD), o formato da mensagem para a trilha 1 e trilha 2 da tarja magnética se mantêm intacto, com uma diferencia notável. O chip do cartão permite o cálculo de um dado dinâmico de verificação do cartão baseado em uma chave única por cartão e um simples contador de transações do aplicativo (application transaction counter). O valor dinâmico de verificação do cartão é passado na mensagem no mesmo campo que é utilizado para o dado original de verificação do cartão. O contador de transações do aplicativo (application transaction counter - ATC) é passado na área reservada para os dados proprietários do emissor (issuer discretionary data) da trilha da tarja magnética. Contactless Payments (Pagamentos Sem Contato) Transações de pagamento que não requerem contato físico entre o dispositivo de pagamento do consumidor e o terminal físico do ponto de venta (point-of-sale - POS). Em uma transação de pagamento sem contato, o consumidor aproxima o cartão sem contato (contactless) ao dispositivo móbil (menos de Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 49 2 a 4 polegadas) do terminal de POS do estabelecimento e a informação de pagamento se comunica sem contato ou de maneira Wireless mediante um sinal de rádiofrequência (RF). Contactless Chip Card (Cartão Chip Sem Contato) Um cartão chip que se comunica com um leitor mediante uma interface que utiliza um sinal de rádiofrequência. CVC Ver código de verificação de cartão. CVV Ver valor de verificação de cartão. Dual-Interface Chip Card (Cartão Chip De Interface Dual) Um cartão com chip que possui ambas as opções de interface, contato e sem contato. Dynamic Card Security Code (Código Dinâmico De Segurança De Cartão) Um código de segurança que é trocado para cada transação, substituindo o código estático de segurança do cartão de tarja magnética. Dynamic Authentication Data (Dados Dinâmicos De Autenticação) Informação que é utilizada durante uma transação para verificar o cartão ou o cliente participante em uma transação e que troca de transação à transação. Dynamic Data Authentication - DDA (Dados Dinâmicos De Autenticação) Uma técnica de autenticação utilizada nas transações EMV, que calcula um criptograma para cada transação, que é único para o cartão específico e a transação. O DDA protege contra a clonagem (skimming) e contra a falsificação (counterfeiting). EMV Especificações desenvolvidas pela Europay, MasterCard e Visa que definem os requerimentos para assegurar a interoperabilidade entre os cartões de pagamento com chip e os terminais. EMV Tags (Etiquetas EMV) Configuração de parâmetros EMV que representam as opções de implementação EMV selecionadas pelo emissor para o aplicativo EMV do chip. EMVCo Uma organização criada em fevereiro de 1999 pela Europay Internacional, MasterCard Internacional e Visa Internacional para administrar, manter, e melhorar as especificações dos Cartões de Circuitos Integrados EMV para os Sistemas de Pagamento. Na atualidade, a EMVCo é propriedade da American Express, JCB, MasterCard Worldwide e Visa, Inc. Magnetic Stripe Card (Cartão De Tarja Magnética) Um cartão plástico que utiliza uma tarja de material magnético para armazenar informação. A informação é armazenada ao alterar o magnetismo das partículas magnéticas do material e lida posteriormente deslizando (swiping) a tarja magnética em um leitor de tarjas magnéticas. Near Field Communication - NFC (Comunicação De Curto Alcance) Um padrão baseado na tecnologia de comunicação wireless que permite o intercâmbio de informação entre dispositivos que se encontram apenas a poucos centímetros de distância. Os telefones celulares habilitados para NFC incorporam chips inteligentes (conhecidos como elemento seguro) que permitem aos telefones armazenar de maneira segura o aplicativo de pagamento e a informação da conta do cliente para utilizar essa informação como um “cartão virtual de pagamento”. As transações de pagamento NFC entre um telefone celular e um terminal de POS utilizam o protocolo de comunicação padrão ISO/IEC 14443 utilizado atualmente pelos cartões de crédito e débito sem contato EMV. Off-Line Authorization (Autorização Off-Line) É o ato de autorizar ou declinar uma transação de pagamento apenas mediante a comunicação entre o cartão e o terminal, utilizando parâmetros de risco definidos pelo emissor que são configurados no cartão Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 50 para determinar se a transação pode ser autorizada sem a necessidade de ter que ir on-line ao sistema host do emissor. Off-Line PIN (Pin Off-Line) Em uma transação EMV, é o processo de comparar o PIN digitado pelo cliente com o PIN armazenado dentro do cartão de pagamento EMV, sem a necessidade de ir ao host do emissor para realizar a mencionada comparação. Apenas o resultado da comparação é enviado ao sistema host do emissor. On-Line Authorization (Autorização On-Line) É o ato de autorizar ou declinar uma transação de pagamento enviando a informação da transação ao emissor e solicitando uma resposta. On-Line PIN (PIN On-Line) Em uma transação EMV, é o processo de comparar o PIN digitado pelo cliente com o PIN armazenado no sistema host do emissor. O PIN é encriptado pelo PIN pad do terminal POS antes de ser enviado ao sistema host do emissor. Payment Card Industry Data Security Standard - PCI DSS (Padrão De Segurança De Dados Da Indústria De Cartões De Pagamento) Um marco desenvolvido pelo Conselho de Padrões de Segurança da Indústria de Cartões de Pagamento (Payment Card Industry Security Standards Council) para definir um processo robusto de segurança de dados para pagamentos com cartões – incluindo a prevenção, detecção e reação apropriada ante os incidentes de segurança. Personal Identification Number - PIN (Número De Identificação Pessoal) Um segredo que é memorizado por um individuo que o utiliza para autenticar a sua identidade. PIN Ver número de identificação pessoal. Public Key Infrastructure - PKI (Infraestrutura De Chave Pública) A arquitetura, organização, técnicas, práticas e procedimentos que de maneira conjunta suportam a implementação e operação de um sistema de certificados baseados no uso da criptografia de chaves públicas. Cartão Inteligente (Smart card) Ver Cartão chip. Static Data Authentication - SDA (Autenticação De Dados Estáticos) Uma técnica de autenticação utilizada nas transações EMV que usa um criptograma que possui um certificado de chave pública estático e elementos de dados estáticos. Com a SDA, os dados utilizados para a autenticação são estáticos, ou seja, os mesmos dados são utilizados sempre ao inicio de cada transação. Symmetric Key Technology (Tecnologia De Chaves Simétricas) Chaves que são utilizadas para a criptografia de chaves (secretas) simétricas. Em um sistema de criptografia simétrica, a mesma chave secreta é utilizada para realizar tanto a operação criptográfica como o seu inverso (por exemplo, para cifrar e decifrar, ou para criar um código de autenticação de uma mensagem e para verificação de tal código). Smart Card Alliance América Latina e Caribe © 2011 51