INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS SLIDING JIG PAULO ROBERTO DE LIMA JUNIOR Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia da ICSFUNORTE/SOEBRAS NÚCLEO ALFENAS, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. Alfenas, 2012 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS SLIDING JIG PAULO ROBERTO DE LIMA JUNIOR Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia da ICSFUNORTE/SOEBRAS NÚCLEO ALFENAS, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. ORIENTADOR: DR. João Carlos Martins Alfenas, 2012 “Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si”. (Ayrton Senna) DEDICATÓRIA Dedico aos meus queridos pais, eternos motivadores, sempre dando força e apoiando meus projetos de vida, me ensinando a nunca desistir dos objetivos e dos sonhos! Vocês são pessoas especiais, por todo amor, compreensão e incentivo, pelos momentos de angústias e preocupações causadas por mim. Sem o amor de vocês eu não teria chegado aqui. Dedico-lhes essa conquista com gratidão e amor. Amo muito vocês! AGRADECIMENTOS Agradeço inicialmente a DEUS, a quem devo tudo que sou. Ao meu orientador, Professor Dr. João Carlos Martins, pela paciência, sugestões e toda atenção dada não somente nesse trabalho mas durante todo o curso, mostrando sempre solícito. A Prof.ª Daniela, pelo companheirismo, seus ensinamentos, e principalmente pela amizade e carisma. Levo daqui não só seus ensinamentos, mas também sua amizade tão especial. A todos os outros professores e funcionários do IMPG que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão desse trabalho. A meu grande amigo Prof. Dr. Renato Zapparoli pela ajuda prestada. Aos meus colegas, vencemos mais uma etapa! Que todos sejam muito felizes e que a caminhada de cada um seja brilhante! Obrigado. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS........................................................................................ RESUMO......................................................................................................... ABSTRACT..................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 2 PROPOSIÇÃO ............................................................................................. 3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 3.1 Fundamentos para Distalização de Molares ......................................... 3.2 Aparelhos Distalizadores Intrabucais ...................................................... 3.3 Sliding Jig ............................................................................................. 3.3.1 Mecanismo de ação ............................................................................ 3.3.2 Confecção do Sliding Jig .................................................................... 4 DISCUSSÃO ............................................................................................ 5 CONCLUSÕES ....................................................................................... REFERÊNCIAS .......................................................................................... LISTA DE FIGURAS Figura 1- RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO A correção da Classe II tem despertado grande interesse de parte dos ortodontistas,principalmente no que tange a utilização de aparelhos removíveis. A partir de Oppenheim (1936), que obteve sucesso ao corrigir a Classe II divisão 1 com o uso da ancoragem extrabucal, vários profissionais se empenharam em desenvolver novos aparelhos e novas técnicas para a correção da Classe II,demonstrando os efeitos dentários e ortopédicos que poderiam ser obtidos por meio destes aparelhos (LOGATO, 2010) No diagnostico de uma maloclusão de Classe II ,uma estratégia comum para a correção, por meio de um tratamento sem extrações, é distalizar os molares superiores no estágio inicial do tratamento para transformar a relação molar de Classe II em Classe I. Tendo em vista que essa abordagem depende da capacidade de distalização dos molares, há duas observações importantes: uma, é que a distalização dos primeiros molares é fácil de ser obtida antes da erupção dos segundos molares, e a segunda, é que, forças contínuas movimentam os dentes mais rapidamente que forças intermitentes (GIANELLY, 1999). Várias técnicas e aparelhos auxiliares têm sido desenvolvidos com o intuito de se corrigir a Classe II, seja ela esquelética, dentária ou uma combinação entre ambas. Porém, quando nos referimos ao uso de aparelhos extrabucais, entre eles, Kloehn, utilizado para movimentar dentes individualmente ou em grupo, nota-se rejeição de parte da maioria dos pacientes. Pesquisas recentes têm incentivado a busca de meios, através de aparelhos fixos inter ou intramaxilares, para a correção da má oclusão, sem depender da colaboração do paciente. Alguns aparelhos preconizados para a distalização de molares dispensam ou minimizam a colaboração do paciente, permitindo ao ortodontista maior controle mecânico. Um dos primeiros aparelhos distalizadores foi desenvolvido pelo Dr. Maurício Vaz de Lima (Vaz de Lima,1999). Posteriormente na ortodontia fixa foram criados diversos aparelhos distalizadores, como por exemplo, o Pendulum, magnetos repelentes, e Jones Jig (ALMEIDA; ALMEIDA; INSABRALDE, 1999), Keles Slider ( KELES, 2001), molas de níquel-titânio (MIURA et AL., 1988). No entanto, estas terapêuticas apresentam algumas desvantagens, tais como inclinações e rotações indesejáveis. Assim, foi desenvolvido o aparelho Distal Jet, que aplica força constante diretamente no centro de resistência dos molares promovendo o movimento controlado nos três planos de espaço: sagital, transversal e coronário, com ancoragem anterior e associado a um botão de Nance. Em alguns casos, apresenta como desvantagem a dificuldade de ativação (CARANO & TESTA, 1996) O Jones Jig utiliza molas abertas de níquel-titânio que liberam forças leves sobre compressão média de 1 a 5mm sobre os molares e ancoragem mucossuportada, produzindo efeitos de posicionamento distal e extrusão dos molares (ALMEIDA et al. 1999). Apesar da diversidade de distalizadores intrabucais fixos, todos eles têm em comum o fato de produzirem forças suaves e contínuas, no intuito de obter máxima distalização dos molares com um mínimo de efeitos indesejáveis. Porém, nos distalizadores intrabucais convencionais, sempre ocorre alguma reação sobre os pré-molares, caninos e incisivos, necessitando a utilização do botão palatino de Nance, ancorado ao palato e aos pré-molares, para formar a unidade de ancoragem, na tentativa de se opor à reação recíproca das forças de distalização nestes dentes. As indicações para utilização de aparelhos distalizadores intrabucais são: pacientes com maloclusão de Classe II, com relação molar de Classe II uni ou bilateral, pacientes com apinhamento anterior e possibilidade de distalização dos molares superiores para acomodar todos os dentes em ClasseI, necessidade de recuperação de espaço para colocação de próteses ou implantes, necessidade de distalização de até 6mm, pacientes que se recusam a utilizar quaisquer aparelhos que necessitem de sua colaboração (arco extrabucal ou aparelhos ortopédicos funcionais), boa saúde periodontal, ausência de reabsorções ósseas, preferencialmente pacientes mesofaciais. É dada preferência, portanto, à utilização de aparelhos intrabucais para correção das más oclusões, desde que com eficácia, segurança e menor desconforto ao paciente venha solucionar a má oclusão. Assim, demonstraremos a confecção e o mecanismo de ação de um dispositivo intrabucal, interarcos, conhecido como Sliding Jig que promove a distalização de dentes corrigindo a Classe II. Ribeiro (2010) ainda preconiza o uso do cursor no tratamento compensatório da má oclusão de Classe III. A distalização dos molares inferiores poderá ser necessária mesmo após a obtenção do trespasse correto na região dos incisivos. A ancoragem esquelética maxilar associada à mecânica com elásticos de classe III e cursor inferior para o correto reestabelecimento da relação molar por meio da distalização dos dentes inferiores. O propósito desse estudo é apresentar o Sliding Jig como alternativa para distalização de molares e descrever a sequencia de sua construção e seu mecanismo de ação. 2 PROPOSIÇÃO O objetivo deste trabalho é apresentar o método de confecção e o mecanismo de ação de um dispositivo ortodôntico auxiliar na movimentação dentária conhecido como Sliding Jig, que utilizado em associação com o aparelho fixo no tratamentomá oclusão de Classe II promove a distalização dos dentes. 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 Fundamentos para Distalização de Molares De acordo com Bassani e Platcheck ( 2004 ) apud Armstrong ( 1971 ), a distalização dos molares caracteriza-se como um redirecionamento do crescimento maxilar ou projeção mandibular através de sua postura mais anterior. Para tanto, pode-se utilizar dispositivos intra ou extra-orais. A forma mais simples de definir distalização, ou crescimento ântero-posterior, é descrevê-la como o movimento para a distal. Isso é, para mais longe do centro da linha média.Esta descrição consta de uma série de dicionários odontológicos e ortodônticos. Sendo assim, os aparelhos de distalização são os elementos mecânicos, fixos ou removíveis, que buscam um movimento dos segmentos bucais em direção orientada ao longo do arco dentário da linha média, para a esquerda ou para a direita. O objetivo da distalização é obter espaço, por isso ela é muito utilizada na correção dos casos de Classe II, divisão 1, e de Classe III de Angle, aonde existe mesiogressão e apinhamento. Com o uso da distalização é possível corrigir este tipo de maloclusão sem a necessidade de extração de elementos dentários. Desde a década de 60 vem sendo desenvolvidas formas de tratamentos mistas, onde se utilizam aparelhos adaptados de várias técnicas para alcançar um resultado final que conjugue as diversas alterações/correções objetivadas por cada técnica específica. Bench et al. (1978) relataram que para realizar um movimento no sentido anteroposterior do primeiro molar superior a força ideal é de, aproximadamente, 100g para cada cm² de área radicular submetida a movimentação ortodôntica. Os autores verificaram que a área radicular do primeiro molar superior é de, aproximadamente, 1,20cm², para movimentá-lo no sentido anteroposterior, e consequentemente, a força ideal é de, aproximadamente 120g para cada molar superior. Segundo Gianelly et al. (1988) a quantidade de movimentação obtida encontra-se na proporção aproximada de 1mm/mês, embora haja uma grande variação individual. O autor salienta que essa movimentação se dá mais pela inclinação distal da coroa do que pelo movimento de corpo do molar, pois com a movimentação dos molares, a inclinação axial dos dentes se altera, com as coroas movendo-se mais distalmente do que as raízes. Se os molares forem movimentados de corpo, ao longo de um fio rígido, a sua proporção de movimentação diminui para 0,5mm/mês. O movimento mais rápido ocorre quando o molar é inclinado para distal. Contudo, se os segundos molares não se apresentam irrompidos, a proporção aumenta para mais de 1mm/mês. A distalização deve prosseguir até que os molares atinjam uma sobrecorreção de 2mm aproximadamente. A sobrecorreção é necessária por duas razões principais: 1) perda de ancoragem que, invariavelmente, ocorre durante a retração dos pré-molares, caninos e incisivos. Assim a sobrecorreção serve para compensar essa perda de ancoragem; 2) os molares distalizados, geralmente, movimentam-se pela inclinação para distal, com a movimentação maior da coroa do que da raiz. Após a sobrecorreção, o movimento para anterior subseqüente dos molares leva a uma verticalização das raízes, movimentando as coroas mais para mesial do que as raízes. Bowman (2002) recomendou que os molares fossem sobrecorrigidos em 30%(ou aproximadamente 2mm) durante a distalização, para compensar alguma inclinação distal desses dentes ou perda de ancoragem esperada durante a retração dos dentes superiores restantes. A distalização tem efeito sobre os dentes, a parte óssea, músculos, articulações, respiração e no desenvolvimento psicológico. Sobre os dentes, o principal efeito causado pela distalização é a mudança de posição. Dependendo do tipo de aparelho usado, há um movimento de corpo ou uma inclinação dentária, levando a chamada chave de oclusão. Sobre a parte óssea, alguns autores/pesquisadores, afirmam que há um aumento do perímetro ósseo. A distalização também promove movimentos mastigatórios mais equilibrados, com os elementos dentários em chave de oclusão, guia canina satisfatória, movimentos de lateralidade bem conduzidos, sincronia entre os músculos elevadores e abaixadores da mandíbula, língua em sua posição correta ao invés de deitada no assoalho da boca, logo pressão sub atmosférica equilibrada, levando assim a uma estabilidade das articulações têmporo mandibulares. Com o movimento distal é possível adquirir-se selamento labial levando ao equilibrio das válvulas que comandam a matriz funcional oronasofaringea (CORREIA, 2010). 3.2 Aparelhos Distalizadores intrabucais Nos ensinamentos de Klöehn ( 1961 ), foi relatado o uso do aparelho extrabucal como recurso terapêutico para promover ancoragem, distalização de molares e alterações ortopédicas na maxila. O aparelho extrabucal permite a distalização unilateral ou bilateral dos molares permanentes com total controle sobre o centro de rotação e sobre o componente vertical dos molares, por meio do ajuste da linha de ação da força e do tipo de tração aplicada, respectivamente. Além de distalizar molares, se usado em fase de crescimento, promove alterações ortopédicas importantes. No entanto, o sucesso do uso do AEB está ligado à cooperação do paciente, o que muitas vezes dificulta o trabalho do ortodontista. Em virtude da total dependência da cooperação e aceitação do paciente é que surgiram, nos últimos anos, aparelhos alternativos para distalização dos molares superiores, priorizando a ancoragem intrabucal.Estes aparelhos quase sempre são fixos e usam forças suaves, porém contínuas,liberadas por molas superelásticas e fios superelásticos de níquel e titânio, magnetos,helicóides e alças confeccionadas com fios TMA ou de aço inoxidável. De uma forma geral, os distalizadores têm como princípio a dissipação de uma força em direção distal, sendo que, como efeito indesejável, ocorre a angulação movimentados e a perda de ancoragem, isto é, a mesialização dos pré-molares e dentes anteriores, o que resulta, geralmente, em aumento da sobressaliência e do apinhamento anterossuperior. Esses efeitos podem ser diversificados de acordo com a região da força dissipada e o reforço de ancoragem empregado (SANTOS et al.,2006). (Figura 1) Figura 1 – Sobreposição cefalométrica expondo as alterações médias suscitadas pelo aparelho Pêndulo sobre os molares e os incisivos centrais superiores. Obedecendo aos princípios newtonianos, se a ação da mecânica está na distalização dos molares, a reação está na inclinação vestibular dos incisivos. Fonte: Santos et al., 2006. A superelasticidade e as propriedades mecânicas das ligas de níquel-titânio também foram exploradas na fabricação das molas abertas e fechadas. Miura et al. (1988) realizaram ensaios mecânicos com molas abertas e fechadas, fabricadas com ligas de níquel-titânio exibiram propriedades de memória superior e de superelasticidade similar às propriedades dos arcos de níquel-titânio. Mostraram que a atividade de superelasticidade poderia ser, efetivamente, controlada pela alteração no diâmetro do fio, diâmetro da luz da mola e por transformações de temperatura. Citaram como característica importante das molas, a capacidade de exercer forças constantes e contínuas, sendo possível usá-las seletivamente na obtenção de um ótimo movimento dentário. Observaram que as molas abertas mostraram valores de cargas de superelasticidade mais constantes e, portanto, as forças contínuas poderiam ser alcançadas mais com as molas abertas do que com as molas fechadas. Entretanto, consideraram de difícil controle, o estágio final da deflexão, pois a força remanescente não era suficiente ao movimento dentário. Consequentemente, as molas abertas deveriam ser um pouco maiores que a distância desejada do movimento a ser alcançado. Figura 2 - Molas Abertas e fechadas. Fonte: Orthometric Gianelly et al. (1988) utilizaram magnetos para distalizar molares.Com a presença dos segundos molares houve uma distalização média de 0,75 a 1mm/mês. Em 1991 o autor preconizou o uso de um aparelho modificado de Nance associado a uma mola de Nitinol superelástica e a um arco contínuo, cuja a movimentação foi de 1 a 1,5mm/mês. Bondemark & Kurol (1992) utilizaram o mecanismo dos magnetos de samáriocobalto (SmCo5) e evidenciaram uma movimentação para distal da coroa dos molares de 4mm em 16 semanas. O aparelho denominado Pêndulo e sua variação Pendex, os quais estão ilustrados na figura (3), foram criados por Hilgers e têm sido divulgados pelo autor desde 1991. Foi desenvolvido com a finalidade de promover a distalização dos primeiros e/ou segundos molares superiores, em pacientes não colaboradores, sem o uso de extrações e usando um aparelho que não fosse volumoso, que fosse fácil de ativar, e precisasse de ativações limitadas, usando forças leves e contínuas. Figura 3 : Ilustração do aparelho Pêndulo e do Pendex (com torno expansor ). Fonte: Dental Press J. Orthod. vol.16 no.3 Maringá Maio/Junho 2011 A denominação do aparelho baseou-se na forma com que estas forças são geradas,como se fosse um pêndulo partindo da linha média do palato em direção aos molares superiores. A porção anterior do aparelho é estabilizada de várias formas: originalmente se fez por meio de apoios oclusais colados nos molares decíduos ou nos primeiros e segundo prémolares;recentemente, o método mais estável de retenção do aparelho consiste em banda nos primeiros pré-molares decíduos e grampos de apoios oclusais nos segundos pré-molares. Estas extensões podem ser removidas durante o tratamento para permitir o deslocamento natural dos segundos pré-molares para distal. Havendo necessidade de uma expansão transversal da maxila, coloca-se um parafuso expansor na região mediana do palato. Este aparelho modificado pelo parafuso expansor denomina-se Pendex. (CORREIA, 2010) Jones & White (1992) preconizaram um dispositivo para distalização, deniminado Jones Jig (Figura 4), pré fabricado com fio de aço inoxidável 0.045”, que é inserido no tubo do aprelho extrabucal e se extente até a região dos caninos, onde se encontra uma mola de secção aberta de NiTi. Próximo ao molar, há uma extensão para inserção do tubo molar (do arco principal) e um gancho, onde uma amarrilho deve ligar o dispositivo ao tubo molar, servindo como retenção do aparelho. As molas são ativadas com fio de amarrilho unindo-as ao bráquete do segundo pré-molar superior. As reativações ocorrem num intervalo de quatro a cinco semanas, liberando uma força de 70 a 75g, numa compressão de 1 a 5mm. A ancoragem é feita através do botão de Nance cimentado nos segundos prémolares.Feita a distalização, instala-se um Botão Palatino de Nance nos primeiros molares para contenção. De acordo com os autores, a duração do tratamento varia segundo o tipo de Classe II. Se a Classe II for conseqüente de uma rotação da cúspide mesiovestibular, o tratamento dura em média 90 a 120 dias. Por outro lado, se uma ‘verdadeira’ Classe II dentária estiver presente, o período de tratamento prolonga-se de 120 a 180 dias. Os autores contraindicam o uso do Jones Jig para pacientes com padrão de crescimento extremamente vertical, pois não se restringe a extrusão dos molares com a utilização desse aparelho. A protrusão dos incisivos superiores caracterizou-se como insignificante, com exceção dos casos em que o aparelho fixo já se encontrava instalado previamente ao Jones Jig. Provavelmente, nesses pacientes,a protrusão ocorreu devido ao efeito protrusivo dos arcos iniciais de nivelamento. Obteve-se a distalização necessária dos molares superiores em todos os casos tratados, sem a necessidade de cooperação do paciente. Figura 4 - Componentes do aparelho Jones Jig: 1) corpo principal 2) mola aberta de NiTi 3) cursor e Vista Oclusal do aparelhos Jones Jig e do Botão de Nance modificado. Fonte: Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.9 no.5 Carano e Testa(1996) idealizaram o Distal Jet .Um aparelho distalizador intrabucal fixo, que apresenta um mecanismo de ação capaz de distalizar os molares uni ou bilateralmente e corrigir as rotações dentro de um período de quatro a nove meses, conseguindo em média distalizar de 3 a 5mm. Esse aparelho independe da cooperação do paciente, além de ser confortável, simples manuseio, ser estético, fácil ajuste do botão de Nance e a distalização dos molares ocorre com movimento de corpo, como está bem esclarecida na figura (5). Este aparelho utiliza uma ancoragem dentomucosuportada caracterizada pelo uso do aparelho de Nance modificado que pode está unido tanto aos primeiros quanto aos segundos prémolares superiores. De acordo com os criadores deste aparelho, Carrano & Testa (1996), os outros aparelhos de distalização existentes no mercado inclinam e rotacionam coroas de molares,necessitando do uso de extra oral na fase seguinte de tratamento. A movimentação do molar é comparada às realizadas na técnica dos magnetos e no aparelho Jones Jig, sendo obtido um movimento de distalização em corpo. Em estudo feito por BOLLA et al.(2002), com 20 indivíduos com idade media de 12 anos, observou-se que ocorreu uma distalização média de 3,2mm e uma inclinação do molar para a distal de 3,1°, durante em media 5 meses de tratamento com o Distal Jet. Figura 5 - Aparelho Distal Jet. O mecanismo de tubo telescópio está localizado de modo que as molas comprimidas de NiTi exercem uma força distal próxima aos centros de resistência dos primeiros molares superiores com o objetivo de promover movimentação de corpo. O aparelho compõe de um botão de Nance soldado aos segundos prémolares superiores. Tubos bilaterais de 0.036” de diâmetro ligam-se ao acrílico do Botão de Nance e inserem-se em fios instalados nos tubos linguais dos primeiros molares superiores. Entre o tubo e o fio encontram-se molas de Niti de 150 a 250 gramas, ativadas de acordo com a proximidade ou não de um parafuso. Bolla et. al.(2002) concluíram que o aparelho Distal Jet compara-se favoravelmente com outros dispositivos de distalização intrabucal (ex: Jones Jig, Pêndulo), e também com a mecânica com protração mandibular (ex: Herbst) para a correção de maloclusões de pacientes com relação molar de classe II. Keles (2001) desenvolveu e avaliou os efeitos dentários de um novo aparelho, denominado de Keles Slider, com a finalidade de distalizar os molares superiore para corrigir a relação dentária de Classe II. A amostra consistiu de 15 indivíduos, sendo sete do gênero feminino e oito do gênero masculino, com idade média de 13, 32 anos, apresentando características de relação molar unilateral de Classe II,um arco inferior bem alinhado e presença dos segundos molares irrompidos. Foi instalado um botão palatino de Nance, cimentado nos primeiros pré-molares, como meio de ancoragem. No lado da relação dentária de Classe I, um segmento de fio de aço, de diâmetro de 1,1mm foi incorporado no botão palatino e estendeu-se até a banda do primeiro molar,onde foi soldado. Na banda do molar, que apresentava relação de Classe II, foi soldado um tubo com luz interna de diâmetro de 1,1mm na palatina, por onde passava um segmento de fio de aço 0.9mm de diâmetro e ficava paralelo ao plano oclusal e que se estendia até o acrílico do botão palatino. Para realizar a distalização do molar, uma mola aberta de NiTi, com 2,0cm de comprimento foi colocada no segmento de fio e pressionada contra o tubo, por meio de uma trava fixadora. A mola comprimida gerou uma força de, aproximadamente, 200g e o aparelho foi ativado mensalmente. Os resultados revelaram que: os molares distalizaram 4,9mm, a relação molar de chave de oclusão foi alcançada num período de tratamento de 6,1 meses, os primeiros pré-molares mesializaram 1,3mm; os incisivos protruiram e inclinaram para vestibular 1,8mm e 3,2º respectivamente. (LOGATO, 2010). Siva et al. (2003) desenvolveram um sistema intraoral de forças biomecânicas, denominadas Ertty System, cujo objetivo é distalizar o molar superior em movimento de corpo, assim como, todo segmento dentário desse mesmo lado, sem provocar efeitos colaterais. O aparelho recebe uma única ativação e segundo seus preconizadores elimina a utilização o aparelho extrabucal, no entanto, deve ser associado a elásticos de Classe II, portanto, de qualquer forma, exige cooperação do paciente (Figura 6). Figura 6 – Ertty System Fonte: Manhães, Kuramae, Lucato, Valdrighi e Vedovello Filho, 2009. Os dispositivos de distalização de molares que não dependem da colaboração do paciente e se utilizam do suporte dento-mucoso são muito utilizados na correção das más oclusões de ClasseII de natureza dentoalveolar em pacientes adultos e não-colaboradores. Atualmente, existem diversos tipos e modelos de dispositivos que efetuam a distalização dos molares. A maioria destes aparelhos utiliza como sistema de ancoragem o botão de Nance associado ao apoio dentário. A ancoragem oferecida por este sistema não é capaz de evitar totalmente as forças de reação, resultando num componente de força que produz movimento para mesial dos pré-molares e caninos, e para vestibular dos incisivos. Este efeito colateral indesejado pode acarretar num aumento do tempo de tratamento, pois estas unidades terão que ser movimentadas novamente no sentido contrário,para distal (VILELLA, et al.,2008). Recentemente, com o advento dos microparafusos ortodônticos como dispositivos temporários de ancoragem, muitas pesquisas vêm surgindo na literatura, no intuito de descrever a sua utilização como ancoragem para a distalização de molares superiores e inferiores. Modificações do aparelho Pendulum foram propostas, utilizando um implante osteointegrado no palato, substituindo o Botão de Nance, com o objetivo de corrigir as más oclusões de Classe II que não se beneficiavam de extrações. Outros aparelhos surgiram com uma filosofia semelhante, porém utilizando microparafusos com a finalidade de ancorar o botão de acrílico do Pendulum (VILELLA, et al.,2008). Segundo Laboissière Jr et al.(2005), para o paciente onde, durante o tratamento, houve perda de ancoragem e ainda há necessidade de espaço para corrigir problemas ortodônticos, os microparafusos ortodônticos, juntamente com Sliding Jig modificado, tornam-se uma excelente para retratamento. Além das molas de NiTi, no protocolo de distalização, os autores recomendam a utilização do Sliding Jig modificado, por ser simples e eficiente, para movimentar molares ou outros dentes, uni ou bilateralmente conforme afirma Lucato et al. (2004). Marassi & Marassi (2008) , consideram que os mini-implantes instalados no processo alveolar vestibular entre os 2º pré-molares e os 1º molares superiores (mais apicalmente possíveis) associado ao uso de cursor de distalização, proporcionará uma linha de ação de força paralela ao plano oclusal, passando próximo ao centro de resistência dos molares (Figura 7). Esse método, de acordo com os autores, é indicado para casos onde é possível fazer o alinhamento e nivelamento prévio ao início da distalização, pois será necessário o fio ortodôntico principal como guia para evitar o giro dos molares para distal. Podendo ser usado para distalizações uni ou bilaterais. Figura 7 –Mini-implante associado a sliding jig Fonte: Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.11 no.4 Maringá July/Aug. 2006 3.3 Sliding Jig O emprego de dispositivos auxiliares no tratamento ortodôntico não é necessariamente novo. O Sliding Jig é um aparato de baixo custo, fácil confecção e grande aceitação por parte do paciente. Suas principais indicações consistem em movimentações dentárias utilizando-se a ancoragem intermaxilar, tais como a distalização de molares, a retração de pré-molares e caninos, entre outros. Segundo Alves, Bolognese e Souza (2006), Sliding Jig associados à mecânica de elásticos intermaxilares, ancorados na arcada oposta são indicados para a movimentação dos dentes permanentes no sentido distal, permitindo recolocação dos molares superiores ou inferiores, obtenção de relação molar de Classe I, distalização de pré-molares e melhor posicionamento dos dentes permanentes anteriores. Ainda se faz necessária a preparação da arcada antagonista, afim de minimizar os efeitos colaterais do uso dos elástico intermaxilares. A necessidade de cooperação por parte do paciente também deve ser incluída nas variáveis a serem analisadas no planejamento ortodôntico (MOSCARDINI, 2010). 3.3.1 Mecanismo de ação Segundo Tweed (1999),o uso do cursor deslizante associado a elásticos de Classe II, tem a finalidade de distalizar os dentes superiores,mantendo um preparo prévio de ancoragem inferior. A mecânica de Sliding Jig faz uso de um cursor deslizante tracionado por um elástico intermaxilar sobre o fio de nivelamento que deve ser um fio de calibre .020”ou até mesmo um fio retangular que não ofereça atrito para o deslize . Este dispositivo pode ser utilizado como método auxiliar para distalização de dentes (molares, pré-molares e caninos) ou como ancoragem, e que pode ser aplicado em qualquer técnica ortodôntica. Podemos considerar que o elástico intermaxilar parte de um arco de estabilidade inferior ou superior, Classe II e Classe III respectivamente e são colocados no gancho dos cursores. Outra opção é colocar o cursor até 2o molar, remover o braquete do 2º pré-molar, colocar um gurim e mola aberta, distalizando simultaneamente o 2º e o 1º molar (Figura 8) Figura 8 – Mecânica de Sliding Jig instalada Fonte: Lucato et al.,2004 Ao se utilizar a mecânica de distalização com apoio de elásticos intermaxilares, deve-se ter em mente que os elásticos de Classe II e Classe III podem apresentar efeitos indesejáveis, como a componente de força vertical sobre o dente de apoio do elástico podendo causar extrusão e ou giro do mesmo e, uma componente mesial que tende a mesializar os dentes anteriores, resultando em inclinação vestibular dos incisivos superiores ou inferiores. Portanto, torna-se necessário o conhecimento de manobras ortodônticas que possam atuar minimizando ou neutralizando os efeitos colaterais decorrentes do uso de elásticos intermaxilares (Figura 9) O padrão facial do paciente deve ser levado em consideração. Entre eles, o padrão dolicofacial é considerado como o menos indicado para o uso de elásticos e movimentos distais pela componente de forças verticais. Na mecânica de Sliding Jig têm-se um arco de nivelamento que recebe o cursor, o qual deverá receber o efeito de distalização, e um arco de estabilização, que deve proporcionar ao sistema uma certa rigidez, dificultando os efeitos colaterais do uso dos elásticos.Considerando-se que o arco estabilizador tem como objetivo proporcionar um sistema rígido deve-se utilizar um fio retangular .021 x .025” e conjugar todos os elementos dentários. Indica-se ainda, em casos extremos de necessidade de ancoragem, a colocação de meios auxiliares como o Botão de Nance ou Barra Transpalatina no arco superior e Arco Lingual no arco inferior. Deve-se salientar que é recomendado não apoiar o elástico nos dentes terminais do arco de estabilização, pela possibilidade de giroversões. Finalmente,para evitar a força mesial nos incisivos,pode-se inserir torque lingual resistente na região de incisivos, e aplicar força do elástico de 6 onças (180 gramas), otimizando assim a mecânica. Ainda segundo Moscardini (2010), sempre que possível,os segundos molares inferiores devem ser incluídos no tratamento, para aumentar a unidade de ancoragem e, em contrapartida, diminuir a tendência de mesialização que os molares poderiam ter com o uso dos elásticos. Figura 9 - Ilustração da tendência de extrusão do molar e vestibularização dos incisivos e dobras de compensação. Fonte: Rev. Clin. Ortod. Dental Press 2010 abr-maio Panhóca (2008) descreveu um caso de paciente que apresentava oclusão de Classe II de Angle, segunda divisão, caninos em posição de Classe II, sobremordida acentuada, ausência de primeiros molares inferiores direito e esquerdo, diastemas generalizados inferiores, rotações dentárias no arco superior e inferior, tratada com uso de barras transpalatinas para correção das rotações dos primeiros e segundos molares superiores e obtenção de distalização. A mecânica de sliding jig foi utilizada com o objetivo de mesializar os primeiros pré-molares inferiores e, conjuntamente, com molas abertas, abrir espaços entre os pré-molares inferiores, formando-se uma ponte óssea no rebordo alveolar desta região, o que proporcionou um local mais adequado para se instalar um implante dentário para substituir um pré-molar. Os elásticos de Classe II também serviram para ajustes anteroposteriores dos arcos, levando os caninos para uma relação de Classe I,sendo mantida a relação molar de Classe II. A Barra transpalatina foi utilizada nos elementos dentais 16-26 e 17-27 com ativação simétrica dos lados direito e esquerdo, para se obter correção da rotação dos molares superiores. Os elásticos intermaxilares Classe II apoiados em cursores (sliding jig) foram instalados no arco superior e em amarrilhos metálicos com gancho nos elementos 34 e 44, para se obter espaços entre os pré-molares inferiores para instalação de implantes dentários. Foram utilizadas molas de secção abertas entre os elementos 34-35 e 44-45 para auxiliar na obtenção de espaços entre pré-molares inferiores onde foram instalados os implantes dentários. A contenção superior foi realizada com placa tipo Hawley modificada e a inferior por meio de barra de fio metálica colada do elemento 33 a 43. O autor salientou que apesar de não ter sido obtida a relação de chave molar, obteve-se correção da relação de canino de Classe II sem a realização de extrações dentárias ou cirurgia ortognática. 3.3.2 Confecção do Sliding Jig Lucato et al. (2004)preconizaram que para a confecção do Sliding Jig pega-se aproximadamente 10cm de fio de aço .020”.Em uma das extremidades, deixando cerca de 1cm, dobra-se o fio ao redor do alicate 139, confeccionando uma gota, cujo tamanho em altura determinará a altura do cursor, o qual deve ser ao suficiente para ter liberdade de movimentação, não interferindo nos bráquetes e na oclusão do paciente (Fig.10 -15). 10 12 11 10 13 14 15 Figuras 10 a 15- Confecção do Sliding Jig, Fonte: Lucato et al., 2004. Em seguida, fecha-se a gota, determinando a altura, e vira-se o em fio em 90º no sentido horizontal (Figuras 16 - 19 ), onde se marca o comprimento do cursor, que deve extender-se, por exemplo, da mesial do tudo do 2º molar até a região interbraquetes do canino e incisivo lateral,não permanecendo muito próximo ao canino para evitar o movimento de deslize para a distal do molar e também para que o mesmo possa movimentar-se para a distal e continuar a mecânica de distalização, no caso do molar. A haste horizontal pode ser ligeiramente dobrada para acompanhar a anatomia da arcada dentária do paciente. 16 17 18 19 Figuras 16 a 19 - Confecção do Sliding Jig. Fonte: Lucato et al., 2004 Para se determinar o tamanho exato do cursor, com a ponta piramidal do alicate 139, dobra-se o fio novamente em 90º para cima, no mesmo sentido que a primeira alça confeccionada, e inclina-se ligeiramente para que possa fazer parte da alça distal, que deve necessariamente ficar no mesmo plano que a primeira alça (Fig. 20). Faz-se então, uma 2ª alça em forma de gota, da mesma altura que a 1ª e para fechá-la, envolve-se o fio ao redor do início da gota e corta-se rente para que não fique ponta aguda ferindo o paciente (Figura 21 - 23). 20 21 22 23 Finalmente, à frente da 1ª alça, na sobra de 1cm deixado para sua confecção, determina-se um gancho em forma de U ou de anzol, aonde será engatado o elástico (Figura 24 - 31). 24 26 25 27 28 29 30 31 4 Discussão A partir da descrição de cada aparelho é possível encontrar várias características básicas de cada técnica muito importantes no momento da decisão sobre qual é a mais indicada para cada caso. A distalização dos molares superiores passa a ser uma exigência do tratamento quando a intenção é corrigir a relação de Classe II sem extração de dentes e sem avanço mandibular. Além de influenciar a relação interarcos, a distalização dos molares reflete na relação intra-arco, com aumento do perímetro do arco dentário superior, o que pode ser revertido na correção do apinhamento superior e/ou na correção do trespasse horizontal aumentado (SANTOS et al., 2006). Papadoulos (2009) preconiza que pacientes com padrão de crescimento extremamente vertical e com tendência a mordida aberta anterior, bem como aqueles com posicionamento inadequado do botão de Nance (quando necessário para ancoragem), estes não devem ser candidatos à distalização de molares superiores. O autor ainda contraindica em pacientes com mordida aberta e perfis severamente protrusivos,devido componente extrusivo dos molares. A ancoragem é necessária em todas as técnicas. A perda desta é um risco constante e precisa-se tomar cuidado com as distorções daí decorrentes. Em função da dificuldade na cooperação dos pacientes, foram apresentados alguns aparelhos que promovem a distalização de molares com a mínima colaboração do paciente, como: pêndulo/pendex (HILGERS, 1992); distal Jet (CARANO & TESTA 1996); mini-implantes (BRANEMARK, 1985; KANOMI, 1997). Os mini-implantes representam para a Ortodontia uma alternativa viável para obtenção da máxima resposta de movimentação dentária sem que haja a perda de ancoragem como efeito colateral da mecânica empregada. Em função de seu tamanho reduzido, baixo custo e principalmente, não necessitar da cooperação do paciente e não apresentar comprometimento estético, tem havido uma crescente demanda na clínica ortodôntica para sua utilização. Contudo, não deve ser esquecido que apesar da técnica ser relativamente simples, requer um planejamento cuidadoso e treinamento adequado tanto por parte do profissional que realizará a instalação como também daquele que aplicará as forças para movimentação dentária, de forma que seja obtido sucesso no tratamento (Marassi & Marassi 2008). Os objetivos do tratamento ortodôntico, geralmente, são atingidos com a devida cooperação do paciente. Uma estratégia comum para a correção da maloclusão de Classe II por meio de um tratamento sem extração é distalizar os molares superiores no estágio inicial do tratamento para transformar a relação molar Classe II em Classe I (Gianelly et al., 1988). Em virtude da falta de colaboração por parte do paciente, vários aparelhos foram apresentados, afim de sanar essa dificuldade. Aparelhos como os Magnetos repelentes (ITOH et al,1991,BONDEMARK & KUROL, 1992, BERNHOLD, 1994).Porém observaram que para cada 0,5mm a 1mm de movimento de distalização, perde-se de 50 a 70% da força entre os magnetos. Gianelly (1988) recomenda ativações mensais . Outros aparelhos como Pendulum ou Pendex, o Jones Jig e o Distal Jet (HILGERS, 1992; JONES & WHITE, 1992; CARANO & TESTA, 1996) além de outros surgiram com a mesma proposta sendo alternativas em casos onde há necessidade de ganho de espaços nas arcadas, simétricos ou assimétricos, e que não dependa da cooperação do paciente. Segundo Moscardini (2010) um grande problema na utilização dos distalizadores intrabucais é o chamado “efeito rebote”, que consiste na protrusão e/ou vestibularização das unidades do bloco de ancoragem da força. Pois, utilizam a mesma arcada como ancoragem, o que dificulta o controle desse movimento indesejado. Assim, com a preocupação com a mesialização dos molares, após terem sido distalizados, já que a fase subseqüente de retração dos pré-molares se faz normalmente com a ancoragem nos molares que acabaram de ser distalizados, causando perda de ancoragem, surge o Sliding Jig, que propõe uma ancoragem intermaxilar. O Sliding Jig é um dispositivo altamente viável na prática ortodôntica, tendo em vista que pode ser utilizado em muitas alternativas mecânicas, tem baixo custo, fácil confecção e bem tolerado pelo paciente. Desde que os cuidados com arcada antagonista sejam tomados,é possível controlar, de forma bastante precisa, os efeitos colaterais dos arcos intermaxilares (MOSCARDINI, 2010). Lucato et al. (2004) recomendam que os elásticos não sejam apoiados nos dentes terminais do arco de estabilização, evitando assim giroversões. Deve-se haver também a preocupação com a direção dos elásticos intermaxilares, em virtude do vetor da força aplicada, que deve ser o mais horizontal possível, evitando assim o componente extrusivo e mecânica de ancoragem no arco oposto anulando as forças de mesialização.(ALVES et al.,2006). Moscardini (2010) ainda ressalta a importância da motivação do paciente, tendo em vista que o Sliding Jig depende de sua colaboração, e a ausência dessa pode causar o comprometimento da fase do tratamento em questão. 5 CONCLUSÕES Conforme a revisão de literatura e após uma visão de cada aparelho e sua atuação, concluiu-se que existem diversos aparelhos para a correção da má oclusão de Classe II. Aparentemente, não há um sistema ideal, sendo que cada um apresenta as suas vantagens, suas desvantagens e também sua melhor indicação. Um sistema único não é capaz de resolver todas as más oclusões de Classe II. Portanto cabe ao clínico conhecer as diversas formas para que possa indicar a melhor para cada paciente individualmente. Em relação ao Sliding Jig: 1) O dispositivo Sliding Jig é de fácil confecção e baixo custo, principalmente por dispensar a fase laboratorial. 2) A mecânica com Sliding Jig é simples e eficiente e pode ser usada para movimentar molares e também outros dentes, uni ou bilateralmente. 3) Durante a mecânica com Sliding Jig são necessárias manobras que visam eliminar os efeitos colaterais decorrentes do uso de elástico intermaxilar. 4) A mecânica de Sliding Jig requer colaboração do paciente. 5) O Sliding Jig é bem aceito pelo paciente por ser um dispositivo intrabucal.