PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO EXTERIOR - UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO- FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL Universidade Federal Fluminense Curso de Mestrado em Engenharia de Produção Niterói - RJ Jan./1999 PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO EXTERIOR - UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO- FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL Universidade Federal Fluminense Curso de Mestrado em Engenharia de Produção Niterói - RJ Jan./1999 PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO EXTERIOR - UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO- FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL Dissertação submetida ao Curso de Mestrado em Engenharia de Produção, Universidade Federal Fluminense, e aprovada em 26 de janeiro de 1999, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Antônio de Araújo Freitas Júnior Co-Orientador: Prof. Dr. Rüdiger Hoffmann A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO EXTERIOR- UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO-FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA Dissertação submetida ao Corpo Docente do Curso de Pós-Graduação de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Mestre. Apresentada à Comissão Examinadora Integrada pelos Professores: _____________________________________ Prof.Dr. Antônio de Araújo Freitas Júnior - Orientador Universidade Federal Fluminense _____________________________________ Prof.Dr. Rüdiger Hoffmann - Co-Orientador Universidade Federal Fluminense ______________________________________ Prof.Dr. Annibal Parracho de Sannt`Anna Universidade Federal Fluminense ___________________________________________________ Prof.Dr. Carlos Alberto Nunes Cosenza Universidade Federal do Rio de Janeiro _____________________________________ Prof.Dr. Victor Hugo Klagsbrunn Universidade Federal Fluminense Aos meu pais, Dra Roswitha Meyer, às familias Koch&Feil e Lackmann AGRADECIMENTOS A proposição, desenvolvimento e consecução desta Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção tornou-se possível graças à ajuda, ao incentivo e à colaboração de diversas pessoas e Instituições que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a sua conclusão com êxito. Gostaria, entretanto, de registrar a seguir, meus sinceros agradecimentos aos seguintes professores, profissionais e órgãos, que me auxiliaram de forma mais direta para o cumprimento deste trabalho: À Assessoria de Assuntos Culturais e de Imprensa do Consulado Geral da Alemanha, no Rio de Janeiro, às Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro e São Paulo, sempre disponíveis e atenciosos ao fornecer informações e material bibliográfico. A todos os dirigentes e funcionários das empresas que participaram da pesquisa de campo na Alemanha, extensivos às suas subsidiárias e representações contatadas no Brasil, sem os quais a execução deste trabalho não teria sido possível. Às funcionárias da Coordenadoria de Capacitação Docente da PróReitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPP) da UFF, pela boa vontade, aten- ção e incentivo que recebia, sempre que necessitava de seus serviços. Às funcionárias do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFF, pelo apoio e atendimento sempre solícito durante a realização do Curso de Mestrado. Aos Professores dos Curso de Pós-Graduação e Graduação em Engenharia de Produção da UFF, pelo apoio e incentivo para a realização deste trabalho. Aos Professores Dr. Fernando de Holanda Barbosa do Departamento de Produção da UFF e ao Dr. René Dreifuss do Departamento de Ciências Políticas da UFF pela suas sugestões quanto às definições metodológicas da estrutura deste trabalho. Aos Professores Dr. Annibal Parracho de Sant`Anna, Dr. Emmanuel Paiva de Andrade e Hélio Tinoco Marques, do Departamento de Engenharia de Produção da UFF, Profa Dra Cláudia Morgado do Centro de Tecnologia da UFRJ, Dr. Waldecy Faria Leite da COPPEAD/UFRJ, bem como ao Economista da BR Distribuidora e ex-funcionário do DIEESE, Humberto Pires Grault de Lima e ao MPA Luís Fernando Pfeil Gomes Pereira, do Serviço de Planejamento da PETROBRÁS, pelo auxílio e sugestões quanto a melhor escolha da metodologia, a ser empregada, na interpretação dos resultados obtidos na pesquisa de campo. Ao Prof. Dr. Eduardo Rodrigues Gomes, Chefe do Departamento de Ciências Políticas da UFF, pelas sempre pertinentes correções e sugestões no encadeamento dos capítulos deste trabalho. Ao Professores Dr. Rüdiger Hoffmann, M.Sc. Cemaruh Gomes Pereira e Amália Pfeil, bem como à publicitária Denise de Moura, pelo incansável trabalho de revisão ortográfica. À Profa Fernanda Menezes e a Enga de Produção, Luciana Monteiro Mattar, pelo esmero e dedicação no auxílio da confecção da parte gráfica e arte final. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ), ao Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), ao Coordenador do Convênio UFF-Universidade de Tübingen, Prof. Dr. Rüdiger Hoffmann, e ao Diretor da Repartição do Intercâmbio Acadêmico da Universidade de Tübingen, Sr. Eberhart Däschler, pelo apoio financeiro e logístico relativo à minha viagem e hospedagem nesta cidade, com vista à realização de minha pesquisa bibliográfica e de campo na Alemanha. Aos funcionários do Ministério da Economia (BMWi) e Banco Central Alemão (Deutsche Bundesbank), Bundesverband Deutscher Banken e.V., Verband der Automobilindustrie e.V. e o Deutscher Industrie- und Handelstag (DIHT), bem como aos dirigentes das representações Banco do Brasil S.A., Banco Real S.A. e o Banco do Estado de São Paulo, BANESPA, na Alemanha, pelas informações, endereços e referências das empresas a serem entrevistadas. Ao Prof. Dr. Andreas Boeckh, extensivo ao seu grupo de trabalho, do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Tübingen, Alemanha, pelo apoio recebido para o desenvolvimento da parte do trabalho efetuada na Alemanha. Durante minha estadia, foi-me colocado à disposição, toda a sorte de facilidades e recursos necessários, tanto a nível das instalações e dos serviços, como do excelente corpo administrativo deste Instituto. Além disto me possibilitou amplo acesso à biblioteca do Instituto de Economia, bem como aos demais centros de informações pertinentes, desta Universidade. Aos Professores Dr. Andreas Boeckh, Dr. Wolf Engels, Heinz Gert Preuße, Dr. Klaus Hartfelder e a Dra. Roswitha Meyer da Universidade de Tübingen bem como ao Dr. Reinhold Lücker, Universidade de Ulm, pelas sugestões, colaboração e interesse quando da elaboração e envio da versão em alemão dos questionários enviados às empresas pesquisadas na Alemanha. Aos acima citados Prof. Dr. Wolf Engels e o Dr. Reinhold Lücker, pelo apoio e incentivo para que eu realizasse este curso de mestrado. À Dra Roswitha Meyer, Universidade de Tübingen, pelo incentivo de todas as horas, além do seu esforço constante de sempre me manter ao par do que tinha de mais recente em informações, publicações e material bibliográfico editado na Alemanha. Também, pela forma atenciosa e o interesse com que sempre acompanhou minhas estadias na Alemanha. Aos Professores Dr. Antônio de Araújo Freitas Júnior e Dr. Rüdiger Hoffmann, respectivamente, meu Orientador e Co-Orientador, pela dedicação e competência na orientação deste trabalho. Além do grande respeito acadêmico, tenho por eles um grande sentimento de amizade e admiração. RESUMO A Alemanha, após a sua reunificação em 3 de outubro de 1990, vai fortalecendo sua posição entre as nações mais ricas do mundo. Ao mesmo tempo, seu poder de influência e participação no jogo geo-político mundial vem crescendo rapidamente nos últimos anos. Seu Produto Interno Bruto (PIB), com base no ano de 1996, ocupava, mundialmente, a terceira colocação, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. No entanto, seu PIB per capita é o segundo do mundo, atrás apenas do Japão. O Brasil ocupa, há vários anos, entre os países emergentes, o primeiro lugar, como país de destino final dos investimentos alemães no exterior. Em nível mundial, o Brasil ocupa a décima primeira posição, na frente de países como o Japão e o Canadá. Quanto à balança comercial, o Brasil se posiciona entre os trinta principais parceiros da Alemanha. Neste contexto de importância, das relações entre estes dois países, este trabalho tem como objetivo central avaliar, de forma qualitativa, os parâmetros que balizam as motivações para as tomadas de decisões de investimentos alemães, em nível mundial e no Brasil. Para tanto, foi feito uma pesquisa na Alemanha, sob a forma de estudo de caso, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo 44 empresas e instituições de três setores de sua economia – automotivo, bancário e químicofarmacêutico. As empresas dos setores automotivo e químico-farmacêutico estão relacionadas, em termos de faturamento, entre as 500 maiores da economia alemã. Quanto às do setor bancário, estão entre as 50 maiores instituições alemãs em termos de seus ativos. O referencial teórico básico que lastreou este i trabalho foi a conhecida obra de Michael Porter - A Vantagem Competitiva das Nações (PORTER, 1993) Várias características comportamentais dos alemães apontadas por Porter vão estar presentes nos resultados e nas conclusões desta pesquisa. Como objetivo geral, isto é, o estudo dos processos de tomada de decisões de investimentos alemães, em nível mundial, investigaram-se, principalmente, os fatores de motivação das empresas alemãs a investir no exterior; a caracterização do conceito de economia estável por seus dirigentes e executivos, a existência e relevância, ou não, de estratégia governamental de incentivo às empresas a investir no exterior, e os indicadores econômicos e financeiros utilizados neste tipo de decisão. Como objetivo específico, isto é, o comportamento dos capitais alemães em relação ao Brasil, estudaram-se principalmente, as motivações das empresas para novos investimentos no país e suas estratégias para os próximos cinco anos. Foi feito também uma análise comparativa de country-risk entre o Brasil e um grupo representativo de oito países, tentando verificar a influência da crise na região asiática, do final de 1997. Além disto, foram investigados os motivos para a reduzida participação de capitais alemães no atual processo de privatização de empresas estatais brasileiras. As conclusões deste trabalho constituem um importante subsídio para a montagem de portfolios-país1 de capitais produtivos de longo prazo. Recomenda-se a formulação de políticas diferenciadas de captação de capitais estrangeiros, de curto, médio e longo prazo, que traria para o Brasil a vantagem de proteger sua economia de eventuais flutuações, instabilidade e crises no mercado financeiro internacional. Este trabalho sugere, também, o aprofundamento de estudos sobre a destinação e dos efeitos das aplicações dos fluxos de investimentos diretos no país, vis-a-vis à expansão de sua capacidade produtiva e à geração de empregos, e por fim, da efetividade das incorporações estrangeiras em bancos brasileiros, recomendando um maior controle e acompanhamento das fusões interbancárias. 1 Termo sugerido pelo autor, uma carteira de investimentos estrangeiros em nível de país ii ABSTRACT After the reunification, in October 3rd 1990, Germany has been strengthened its position among the richest nations in the world. At the same time, its power of influence and its participation in the global geo-political stake has been increased in the last few years. It's gross national product (GNP), based on 1996, was the third one in the world, just after the USA and Japan. However, its GNP per capita is the second bigger, behind Japan's only. Among the "emergent countries" Brazil is the first place of destination for the German investments abroad. At a worldwide level Brazil occupies the eleventh position, before important countries like Canada or Japan. Brazil is also one of the thirty most important partners of Germany in commercial exchanges. Within this context of the importance of the relationship between these two countries, this work main proposal is to qualitatively evaluate the motivations that lead the taking of decision of the German investors in the world as well as in Brazil. To achieve this task a research has been done in Germany, between January and April 1998, involving 44 enterprises and institutions belonging to three areas of economy - automobile industry, banking and chemical-pharmaceutical industry. The corporations of the automobile and chemical -pharmaceutical areas are listed among the 500 biggest of the German economy. The ones of the banking area are among the 50 biggest. The theoretic basic reference for this present work is the well known Michael Porter's – The Competitive Advantage of Nations (Porter, 1993). Many of the German behavioral characteristics pointed by Porter are present in the results and iii the conclusions of this research. For the main objective - searching the process used for taking the decisions by the German investors at a worldwide level - we have mainly investigated the agents that motivated the German corporations involved in external investments; the definition of the concept of "stable economy" by its directors and executives; the existence and important - or not - of a governmental strategy of encouragement for these corporations to invest abroad; and the economic and financial indicators used for this kind of decision. For the specific objective - the behavior of the German capital in which says respect to Brazil - we have mainly studied the enterprise's interest for new investments in the country and their strategy for the next 5 years. We also have made a comparative analysis of the "country-risk" between Brazil and a representative group of eight countries, trying to check the influence of the late 1997 Asian crisis. Besides that, we have investigated the reasons for the reduced participation of German capital in the process of selling of the Brazilian public corporations. The conclusion of this work becomes an important means for the fitting up of portfolio país1 term capital goods. for long We suggest the formulation of different policies to attract foreign investment: short, medium and long term - in order to protect Brazilian economy from variations and crisis of the global financial stock markets. This work still intend to suggest deeper studies about the destination and the effects of the direct investments in the country "vis-a-vis" to the extension of its productive capacity and to the creation of jobs, and, finally, to the activity of the foreign corporations on Brazilian banking, prompting a stronger control on the banking mergers. 1 Term suggested by the author: Country-portfolio - a portfolio of foreign investments at a country level. iv SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT SUMÁRIO GLOSSÁRIO RELAÇÃO DOS GRÁFICOS RELAÇÃO DOS QUADROS RELAÇÃO DAS TABELAS i iii v xi xiii xv xvi CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1.1. APRESENTAÇÃO 1.2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICO 1.2.1.Objetivo Geral 1.2.2. Objetivo Específico 1.3. METODOLOGIA 1.4. A MONTAGEM E O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 1.5. A RELEVÂNCIA DO TEMA 1.6. DIFICULDADES E LIMITES DO TRABALHO 1 1 3 3 3 4 7 8 12 CAPÍTULO II - A REUNIFICAÇÃO ECONÔMICA DA ALEMANHA - UMA OBRA DE DIFÍCIL CONSTRUÇÃO 2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 2.2. ETAPAS DA REUNIFICAÇÃO ALEMÃ 2.2.1.A União Monetária Alemã 2.2.2.Efeitos Imediatos da União Monetária na Alemanha 2.3. TRANSFORMAÇÕES NO LESTE EUROPEU - ALEMANHA ORIENTAL, UMA EXCEÇÃO 2.4. A HERANÇA DE UMA ECONOMIA PLANIFICADA 2.5. A ALEMANHA REUNIFICADA - DADOS ESTRUTURAIS DA ECONOMIA 13 13 14 15 18 21 23 25 v 2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 CAPÍTULO III - A ALEMANHA E O PROCESSO DA UNIFICAÇÃO EUROPÉIA 3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 3.2. MOTIVAÇÕES DOS PAÍSES EUROPEUS PARA UMA MAIOR INTEGRAÇÃO 3.3. O PROCESSO DE FORMAÇÃO - DA COMUNIDADE À UNIÃO EUROPÉIA 3.4. O PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIDADE - DESCENTRALIZAÇÃO DAS DECISÕES 3.5. A UNIÃO MONETÁRIA E ECONÔMICA (UME) 3.6. UNIÃO MONETÁRIA - UMA GRANDE CONTROVÉRSIA 3.7. EUROPA - POSICIONAMENTO POLÍTICO DA ALEMANHA 3.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 32 CAPÍTULO IV - ASPECTOS CONJUNTURAIS E SETORIAIS DA ECONOMIA ALEMÃ 4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 4.2. A SITUAÇÃO ATUAL DA ECONOMIA ALEMÃ 4.2.1. O Mercado Interno 4.2.2. O Mercado Externo 4.2.3. O Nível De Preços 4.3. O FLUXO COMERCIAL E OS INVESTIMENTOS ALEMÃES NO BRASIL 4.3.1. A Balança Comercial com o Brasil 4.3.2. Investimentos Diretos Alemães no Brasil 4.4. OS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E QUÍMICOFARMACÊUTICO ALEMÃES 4.4.1. Setor Automotivo 4.4.2. Setor Bancário 4.4.3. Setor Químico-Farmacêutico 4.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 56 CAPÍTULO V - PESQUISA DE CAMPO - DECISÕES DE INVESTIMENTOS ALEMÃES DOS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E QUÍMICO-FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL 5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 5.2. DEFINIÇÃO DAS AMOSTRAS 5.2.1. Agrupamento do Setor Automotivo 5.2.2. Agrupamento do Setor Bancário 5.2.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico 5.3. ELABORAÇÃO E ENVIO DO QUESTIONÁRIO 5.4. COLETA DE DADOS 5.5. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS 32 34 35 37 41 47 51 54 56 57 58 59 62 62 62 64 66 67 73 83 86 89 89 90 91 91 92 93 95 97 vi 5.5.1. Agrupamento do Setor Automotivo 5.5.2. Agrupamento do Setor Bancário 5.5.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico 5.5.4. Tabulação dos Resultados 5.6. O TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA 5.6.1. Capital Próprio e de Terceiros 5.6.2. Fusões de Empresas 5.6.3. Investimentos 5.6.4. Consolidação dos Relatórios Financeiros das Empresas 5.6.5. Fatores de Conversão de Unidade Monetária 5.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 97 97 99 99 101 101 101 102 102 103 104 CAPÍTULO VI - ANÁLISE INTRASETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO 6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 6.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR AUTOMOTIVO 6.2.1. Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a investir no exterior 6.2.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior? 6.2.3. Caso afirmativo, tipo de apoio que a empresa poderia receber do governo 6.2.4. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país 6.2.5. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior 6.2.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) 6.2.7. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa 6.2.8. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa 6.2.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa 6.2.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar a empresa para novos investimentos no Brasil 6.2.11. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil 6.2.12. Os métodos de avaliação de country-risk empregados para o Brasil 6.2.13. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil 6.2.14. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk 6.2.15. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no médio-longo prazo em relação aos países latino-americanos (Argentina, Brasil e México) 6.2.16. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos 5.6.17. Segundo o setor automotivo, os motivos para a reduzida participação de capitais alemães no atual processo de 106 106 107 107 108 109 109 110 111 112 112 113 114 116 116 116 117 118 118 119 vii privatização das empresas estatais brasileiras 6.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR BANCÁRIO 6.3.1.Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a investir no exterior 6.3.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior? 6.3.3. Caso afirmativo, tipo de apoio que poderia a empresa receber do governo 6.3.4. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país 6.3.5. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior 6.3.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) 6.3.7. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa 6.3.8. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa 6.3.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa 6.3.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar a empresa para novos investimentos no Brasil 6.3.11.Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil 6.3.12. Os métodos avaliação de country-risk empregados para o Brasil 6.3.13. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil 6.3.14. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk 6.3.15. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no médio-longo prazo, em relação aos países latino-americanos (Argentina, Brasil e México) 6.3.16. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos 6.3.17.Segundo o setor bancário, os motivos para a reduzida participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras 6.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR QUÍMICO-FARMACÊUTICO 6.4.1.Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a investir no exterior 6.4.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior? 6.4.3. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país 6.4.4.Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior 6.4.5.Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) 6.4.6. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa 6.4.7. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa 121 121 122 122 123 124 125 126 128 129 130 135 135 136 141 141 141 143 145 145 146 146 148 149 149 150 viii 6.4.8. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa 6.4.9. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar a empresa para novos investimentos no Brasil 6.4.10. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil 6.4.11. Os métodos de avaliação de country-risk empregados para o Brasil 6.4.12. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil 6.4.13. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk 6.4.14. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no médio-longo prazo, em relação aos países latino-americanos (Argentina, Brasil e México) 6.4.15. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos 6.4.16. Segundo o setor químico-farmacêutico, os motivos para a reduzida participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras 6.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 150 151 CAPÍTULO VII - ANÁLISE INTERSETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO 7.1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS 7.2. FATORES DE MOTIVAÇÃO DE INVESTIMENTOS ALEMÃES NO EXTERIOR 7.3. EXISTÊNCIA DE ESTRATÉGIA POLÍTICA DE MOTIVAÇÃO, POR PARTE DO GOVERNO ALEMÃO, DE INVESTIMENTOS NO EXTERIOR 7.4. FATORES FUNDAMENTAIS DE ESTABILIDADE ECONÔMICA EM UM PAÍS 7.5. INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS PARA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS NO EXTERIOR 7.6. A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL PRÓPRIO E DE TERCEIROS DAS EMPRESAS 7.7. FONTES DE CAPITAL DE TERCEIROS PREFERIDAS DAS EMPRESAS 7.8. FONTES DE CAPITAL PRÓPRIO PREFERIDAS DAS EMPRESAS 7.9. FATORES FUNDAMENTAIS DE MOTIVAÇÃO DE NOVOS INVESTIMENTOS NO BRASIL 7.10. ÍNDICES COMPARATIVOS DE COUNTRY-RISK EM RELAÇÃO AO BRASIL 7.11. EFEITOS DA CRISE ASIÁTICA DE DEZEMBRO DE 1997, NESTA AVALIAÇÃO DE COUNTRY-RISK 160 160 161 7.12. A CRISE ASIÁTICO E OS INVESTIMENTOS, NO MÉDIO-LONGO PRAZO, DAS EMPRESAS ALEMÃS, NOS PAÍSES LATINOAMERICANOS 7.13. DISPOSIÇÃO DE INVESTIMENTOS NO BRASIL DENTRO DOS PRÓXIMOS 5 ANOS 7.14. MOTIVOS DA REDUZIDA PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS ALEMÃES 172 152 154 156 156 156 156 157 159 163 164 164 166 167 167 167 170 171 173 176 ix NO ATUAL PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DAS EMPRESAS ESTATAIS BRASILEIRAS 7.15. CONSIDERAÇÕES FINAIS 179 CAPÍTULO VIII - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 8.1.CONCLUSÕES 8.2.RECOMENDAÇÕES 8.2.1.Efetividade de Incorporações Estrangeiras nos Bancos Brasileiros 8.2.2.Regulamentação das Fusões Interbancárias no Brasil 184 184 187 187 189 8.2.3.Avaliação das Fusões e Aquisições Estrangeiras de Empresas Brasileiras 189 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRAFIA CITADA BIBLIOGRAFIA CONSULTADA SITES CONSULTADOS ANEXOS Anexo I : Relação das Empresas Pesquisadas na Alemanha - Setores Automobilístico, Bancário e Químico-Farmacêutico Anexo II: Questionário Original Aplicado às Empresas Anexo III: Perguntas Selecionadas do Questionário Original Anexo IV:Tabulação das Perguntas Selecionadas do Questionário Original 192 192 195 196 I II IV XXII XXXIV x GLOSSÁRIO Abenteuer AG BBankG Bund Bundesamt Bundesanstalt Bundesbank Bundesministerium Bundesrat Bundesrepublik Deutschland Bundestag Bundesverband Deutscher Banken e.V. Bundesverband Deutscher Industrie (BDI) Bündnis 90/ Die Grünen Christlich Demokratische Union Deutschlands (CDU) Christlich Soziale Union (CSU) Deutsche Entwicklungsgesellschaft (DEG) Deutsch Deutsches Haus Deutschland Deutsche Demokratische Republik Deutsche Entwicklungsgesellschaft DEG) DDR DIHT D-Mark Freie Demokratische Partei (FDP) (Die Liberalen) Gesellschaft Aventura Abreviatura de Aktiengesellschaft: Sociedade de Ações (Anônima) Lei sobre o Banco Central Alemão Federação, Liga Departamento ou Repartição Federal Statistisches ~: de Estatística Instituto Federal; ~für Arbeit: Instituto Federal do Trabalho Banco Central Ministério Federal; ~für Wirtschaft: da Economia Conselho Federal (Representação Estadual) República Federal da Alemanha, Alemanha Ocidental Parlamento Federal Federação dos Bancos Alemães Federação da Indústria Alemã Partido Verde (Aliança 90/Os Verdes) União Democrata Cristã da Alemanha União Social Cristão (Ala bávara da CDU) Sociedade de Desenvolvimento Alemã Alemão (adj.) Casa Alemã Alemanha República Democrática Alemã, Alemanha Oriental Sociedade de Desenvolvimento Alemão Abreviatura de Deutsche Demokratische Republik. Em contraposição, BRD era a abreviatura utilizada na Alemanha Oriental para se referenciar a Alemanha Ocidental Abreviatura de Deutscher Industrie- und Handelstag: Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio Alemão Marco; moeda em vigor na parte da exAlemanha Ocidental e adotada pela Alemanha reunida em 1990 Partido Liberal Democrata Sociedade xi Gewinnthesaurierung GmbH Grund Grundgesetz Gründermentalität Gutachten Institut der Deutschen Wirtschaft (IW) Institut für Angewandte Wirtschaftsforschung Kombinat Kreditgenossenschaften Kreditwesengesetz (KWG) Rücklagebildung Partei des Demokratischen Sozialismus (PDS) Sozialistische Einheitspartei Deutschlands (SED) Sparkasse Sozialdemokratische Partei Deutschlands (SPD) Union Verband der Automobilindustrie e.V. Verfassung Vertrag Währung Währungsunion Lucros Retidos Abreviatura de Gesellschaft mit beschränckter Haftung: Sociedade Limitada (LTDA) Base, fundamento Lei Fundamental; termo utilizado para designar o caráter provisório da Constituição da Alemanha Ocidental de 23 de maio de 1949. Após a queda do Muro de Berlim, esta Lei Fundamental passou a vigorar para toda a Alemanha Mentalidade fundadora, criadora Parecer; Jahres~: parecer anual Instituto da Economia Alemã Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Termo utilizado na antiga Alemanha Oriental para designar uma unidade produtiva Cooperativas de Crédito Lei do Sistema de Crédito Fundo de Reservas Partido do Socialismo Democrático, sucessor do Partido Comunista (SED) da antiga Alemanha Oriental Partido Socialista Unitário da Alemanha Caixa Econômica Partido Social-Democrático da Alemanha União; Europäische~: União Européia Associação da Indústria Automotiva Constituição Acordo, contrato Câmbio, moeda União Monetária xii RELAÇÃO DOS GRÁFICOS Gráfico 2.1:Taxas de Inflação Anual na Alemanha (1993-1998) Gráfico 2.2:Produto Interno Bruto dos Principais Países Industrializados (Ano:1996) Gráfico 2.3:Produto Interno Bruto Per Capita dos Principais Países Industrializados (Ano:1996) Gráfico 2.4: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) - Preços Correntes Gráfico 2.5:Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) - Preços Constantes Gráfico 2.6: Origem do PIB em Percentagem (Ano:1996) Gráfico 4.1:Estoque de Investimentos Alemães em Países em Desenvolvimento até 1995 Gráfico 4.2: Estoque de Investimentos Alemães no Exterior até 1995 Gráfico 4.3:Percentagem do Perfil Setorial das Intenções de Investimentos Alemães no Brasil no Valor de US$ 5 Bilhões (1997-2001) Gráfico 5.1:Presença Setorial do Investimento Direto Alemão no Brasil em Percentagem Gráfico 6.1:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Automotivo no Exterior Gráfico 6.2:Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o Setor Automotivo Gráfico 6.3:Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor Automotivo para Investimentos no Exterior Gráfico 6.4:Fontes de Capital de Terceiros do Setor Automotivo Gráfico 6.5 Fontes de Capital Próprio do Setor Automotivo Gráfico 6.6:Fatores Fundamentais de Motivação para Investimentos do Setor Automotivo no Brasil Gráfico 6.7:Índices de Country-Risk do Setor Automotivo Gráfico 6.8:Disposição do Setor Automotivo para Investimentos no Brasil nos Próximos 5 anos Gráfico 6.9:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Exterior Gráfico 6.10:Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o Setor Bancário Gráfico 6.11:Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor Bancário para Investimentos no Exterior Gráfico 6.12:Fontes de Capital de Terceiros do Setor Bancário Gráfico 6.13:Fontes de Capital Próprio do Setor Bancário Gráfico 6.14:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Conjunto dos Bancos Entrevistados Gráfico 6.14.1:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Bancos com Unidades Operativas no Brasil Gráfico 6.14.2:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Bancos com Representações no Brasil. 20 26 26 27 28 65 65 65 66 90 108 110 111 113 114 115 117 119 121 123 125 129 130 131 132 133 xiii Gráfico 6.14.3:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Bancos sem Representações no Brasil. Gráfico 6.15:Índices de Country-Risk do Conjunto dos Bancos Entrevistados Gráfico 6.15.1:Índices de Country-Risk - Bancos com Unidades Operativas no Brasil Gráfico 6.15.2:Índices de Country-Risk - Bancos com Representações no Brasil Gráfico 6.15.3:Índices de Country-Risk - Bancos sem Representações no Brasil Gráfico 6.16:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor QuímicoFarmacêutico no Exterior Gráfico 6.17: Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o Setor Químico-Farmacêutico Gráfico 6.18:Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor QuímicoFarmacêutico no Exterior Gráfico 6.19:Relação entre Capital Próprio e de Terceiros do Setor QuímicoFarmacêutico Gráfico 6.20:Fontes de Capital de Terceiros do Setor Químico-Farmacêutico Gráfico 6.21:Fontes de Capital Próprio do Setor Químico-Farmacêutico Gráfico 6.22:Fatores de Motivação de Investimentos do Setor QuímicoFarmacêutico no Brasil Gráfico 6.23:Índices de Country-Risk do Setor Químico-Farmacêutico Gráfico 6.24:Disposição do Setor Químico-Farmacêutico para Investimentos no Brasil nos Próximos 5 anos 134 137 137 138 139 145 147 148 150 151 152 153 155 157 xiv RELAÇÃO DOS QUADROS Quadro 2.1:A Queda do Muro de Berlim - Cronologia dos Principais Fatos (11/03/85 a 09/10/89) Quadro 3.1:Da Comunidade do Carvão e do Aço para a União Européia Cronológico de 1951 a 1995 Quadro 4.1:Origem do Capital e Posição das Fábricas Automotivas na Indústria da Alemanha por Faturamento (1996) Quadro 4.2:Investimentos da Indústria Automotiva no Brasil (1997-1999) Quadro 5.1:Empresas Automotivas de Maioria de Capital Alemão - Posição Setorial na Indústria da Alemanha, por Faturamento (1996) Quadro 5.2:Bancos Pesquisados que Desenvolvem Negócios com o Brasil, seus Respectivos Volumes Patrimoniais e Posições no Setor Bancário Alemão (1995-1996) Quadro 5.3:Posição das Empresas do Setor Químico-Farmacêutico Alemão com Atividades no Brasil, Baseado em seus Faturamentos em 1996 Quadro 5.4:Categoria e Posição na Alemanha dos Bancos com Unidades Operativas no Brasil (Ativos de 1996) Quadro 5.5:Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos com Representações no Brasil (Ativos de 1996) Quadro 5.6:Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos sem Representações no Brasil (Ativos de 1996) Quadro 6.1:Métodos Empregados na Avaliação de Country-Risk do Setor Automotivo Quadro 6.2:Consolidação dos Resultados dos Índices de Country-Risk dos Bancos Alemães, em Função das Formas de Operação no Brasil Quadro 6.3:Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães com Unidades Operativas no País, nos Próximos 5 Anos (1998-2002) Quadro 6.4:Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães com Representações no País, nos Próximos 5 Anos Quadro 6.5:Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães Sem Representação no País, nos Próximos 5 Anos Quadro 7.1:Resumo Setorial das Análises de Country-Risk 14 37 67 68 91 92 93 98 98 135 140 141 142 142 170 xv RELAÇÃO DAS TABELAS Tabela 2.1:Indicadores Sócio-Econômicos - Alemanhas Ocidental e Oriental (Ano:1989) Tabela 2.2: Produto Interno Bruto dos Principais Países Industrializados (Ano: 1996) Tabela 2.3: Evolução do PIB na Alemanha (1991-1996) Tabela 2.4: Participação da Alemanha no Comércio Internacional (Base:1995) Tabela 2.5: Exportações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais, Volumes e Tipos de Produtos (1994-1996) Tabela 2.6: Importações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais, Volumes e Tipos de Produtos (1994-1996) Tabela 3.1: Situação dos Países Europeus com Relação aos Critérios de Convergência Tabela 3.2: Valores de Conversão do Euro para os Países da União Monetária Européia Tabela 3.2: Critérios de Convergência - Comparação com a Economia Brasileira Tabela 4.1: Evolução do Nível de Produto, Consumo Interno, Desemprego e Preços (1993-1997) Tabela 4.2: Crescimento Econômico e Participação das Exportações Alemãs em Determinados Países Tabela 4.3: Evolução do Comércio Exterior da Alemanha com Países e Blocos de Países (1993 - 1o Sem./1997) Tabela 4.4: Balança Comercial entre a Alemanha e o Brasil (1985-1996) Tabela 4.5: Participação Relativa Global do Comércio Entre o Brasil e a Alemanha (1982-1995) Tabela 4.6:Contribuição Setorial do Conglomerado Daimler Benz AG em 1996 Tabela 4.7: Faturamento do Conglomerado BMW por Ramo de Atividades (1996-1997) Tabela 4.8: Os Maiores Bancos Alemães com Base nos Balanços de 1996 Tabela 4.9: As Dez Maiores Empresas Mundiais do Setor Farmacêutico Tabela 4.10: Custos em Pesquisa de Novos Medicamentos (1990-1996) Tabela 5.1: Fatores de Conversão de Unidade Monetária DM/US$ (1990-1997) Tabela 6.1: Bancos Especiais - Relação entre Capital Próprio e de Terceiros Tabela 6.2: Bancos Privados de Capital Acionário - Relação entre Capital Próprio e de Terceiros Tabela 6.3: Bancos Estaduais - Relação entre Capital Próprio e de Terceiros Tabela 7.1: Efeitos da Crise Asiática na Avaliação de Country-Risk Tabela 7.2: Possibilidade de Favorecimento de Países Latino-Americanos Devido à Crise Asiática Tabela 7.3:Disposição das Empresas para Novos Investimentos no Brasil Tabela 7.4: Avaliação da Estabilidade Política e Econômica do Brasil no Presente e no Futuro (Base: agosto de 1997) Tabela 7.5: Grandes Entraves para as Atividades de Negócios no Brasil (Base: agosto de 1997) 24 25 27 29 29 30 44 45 46 57 59 61 63 64 69 72 77 84 84 103 127 127 128 171 172 173 174 178 xvi Tabela 7.6: Pequenos Entraves para as Atividades de Negócios no Brasil (Base: agosto de 1997) Tabela 7.7: Rentabilidade Média de Subsidiárias de Multinacionais Americanas (1995-1996) Tabela 8.1: Incorporações Estrangeiras no Setor Financeiro Brasileiro a Partir de 1994 Tabela 8.2: Captação de Recursos Estrangeiros na América- Latina (1990 a 1998) 179 182 188 190 xvii CAPÍTULO I INTRODUÇÃO “Química” e não colônias era uma frase popular na Alemanha, refletindo uma orientação para a inovação, a fim de assegurar alternativas para as matérias-primas naturais. As duas guerras mundiais aceleram esses esforços, já que os períodos de escassez eram normais (PORTER, 1993, p. 421). 1.1. APRESENTAÇÃO No contexto dos acontecimentos políticos ocorridos na Europa na segunda metade de 1989, simbolizados pela queda do Muro de Berlim, 9 de novembro daquele ano, a Alemanha, formalmente reunificada no ano seguinte, 3 de outubro de 1990, vai reforçando sua posição entre as nações mais ricas do mundo. Concomitantemente, seu poder de influência e participação no jogo geopolítico mundial vem crescendo rapidamente nos últimos anos. Com base no ano de 1996, seu Produto Interno Bruto (PIB) ocupava, mundialmente, a terceira colocação, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Entretanto, seu PIB per capita ultrapassa o dos Estados Unidos, perdendo apenas para o do Japão. 1 Entre os países emergentes, o Brasil ocupa, há vários anos, o primeiro lugar, como país de aplicação dos investimentos alemães no exterior. Em nível mundial, o Brasil ocupa a décima primeira posição, na frente de países como o Japão e o Canadá. O estoque de capital alemão em 1998, no Brasil, através das suas 1200 empresas, incluindo reinvestimentos e investimentos, feitos indiretamente, através de outros países, é de US$ 13.5 bilhões. Este valor corresponde a 15% do total de capital estrangeiro investido no país. Quanto ao perfil das intenções de investimentos alemães no Brasil, desde o ano de 1997 até 2001, esses deverão alcançar um valor total de US$ 5 bilhões. Com relação ao seu fluxo comercial, exportações e importações, segundo dados do Ministério da Economia da Alemanha, o Brasil se posiciona entre os seus trinta parceiros mais importantes. Neste contexto sólido e crescente da importância das relações bilaterais entre o Brasil e Alemanha, foi desenvolvido o presente trabalho de dissertação, com o objetivo de avaliar, de forma qualitativa, os parâmetros que balizam as motivações para as tomadas de decisões de investimentos alemães, em nível mundial e, em especial, no Brasil. Para a sua elaboração, foi feita uma pesquisa de campo na Alemanha, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo 44 empresas e instituições de três setores de sua economia – automotivo, bancário e químico-farmacêutico tendo como base de atuação, o Instituto de Ciências Políticas da Eberhard-KarlsUniversität Tübingen, Alemanha. As empresas dos setores automotivo e químico-farmacêutico estão relacionadas, em termos de faturamento, entre as 500 maiores da economia alemã. Quanto às do setor bancário, estão entre as 50 maiores instituições alemãs em termos de seus ativos. 1.2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICO 2 1.2.1 OBJETIVO GERAL Neste estudo dos processos de tomada de decisões de investimentos alemães, em nível mundial, fez-se necessário a investigação e apresentação dos resultados, quanto às seguintes indagações: • Quais os fatores de motivação das empresas alemãs a investir no exterior? • Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que possam motivar as empresas alemãs a investir no exterior? • Quais os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país? • Quais os indicadores econômicos e financeiros utilizados pelas empresas para possíveis investimentos no exterior? • Qual a relação e as fontes preferenciais de capital próprio e de terceiros das empresas? 1.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO Quanto à tomada de decisões de investimentos alemães, em relação ao Brasil, fez-se necessária a investigação e apresentação de resultados, que deviam refletir as seguintes questões: • Quais os fatores fundamentais de motivação das empresas para novos investimentos no Brasil? • Existe nas empresas avaliações de country-risk para o Brasil? 3 • Quais os índices comparativos de country-risk para um grupo representativo de nove países? • Qual a Influência da crise na região asiática, no final de 1997, nas avaliações de country-risk, bem como para os investimentos na América Latina, no médio-longo prazo? • Qual a disposição das empresas em fazer investimentos no Brasil nos próximos 5 anos? • Quais os motivos para reduzida participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras? 1.3. METODOLOGIA Após reflexões preliminares sobre o tema em questão, acompanhadas de uma noção geral da extensão do trabalho e da respectiva literatura envolvida, foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos, aplicados de forma paralela ou seqüencial, complementar ou independente: • Revisão bibliográfica da literatura científica existente, bem como acompanhamento sistemático, desde 1995, de artigos e reportagens divulgados na imprensa especializada, tanto na Alemanha como no Brasil. A respectiva pesquisa foi feita, principalmente, junto às bibliotecas, à rede da Internet, à Assessoria de Assuntos Culturais e de Imprensa do Consulado Geral da Alemanha, no Rio de Janeiro, às Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro e de São Paulo, ao Ministério da Economia e ao Banco Central da Alemanha, bem como às diversas federações alemãs da indústria e do comércio. 4 • Definição das composições amostrais da pesquisa de campo realizada na Alemanha, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo 44 empresas e instituições dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico. • Montagem de um banco de dados sobre as informações e os endereços das empresas a serem entrevistadas, previamente codificadas, de forma aleatória, dentro dos seus respectivos setores. • Elaboração, pré-teste, tradução do questionário, bem como envio do mesmo às empresas. • Coleta de dados efetuada pelo correio, fax e telefone. • Adicionalmente, programação de viagens para as cidades de Berlim, Frankfurt am Main, Hamburgo, Ingolstadt, Munique e Stuttgart, com vistas a entrevistas pessoais, com 15 das 44 empresas e instituições pesquisadas, além do Banco Central Alemão. • Tabulação e análise das questões mais diretamente relacionadas com as estratégias de investimentos dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico. • Discussão dos resultados encontrados com profissionais de empresas filiais alemãs, no Brasil. O referencial teórico básico que lastreou este trabalho foi a conhecida obra de Michael Porter - A Vantagem Competitiva das Nações (PORTER, op.cit.). Para Porter, a questão chave para a explicação da competitividade de uma nação, como um todo, passa pelo entendimento da capacidade das empresas de determinado país em criar e manter a vantagem 5 competitiva em certas indústrias. Com isto, procurou-se separar os atributos nacionais que estimulam a vantagem competitiva destas indústrias. Segundo Porter, o padrão de vida de um país está diretamente relacionado com a sua produtividade, na medida que esta é a causa fundamental da sua renda nacional per capita. Neste aspecto, produtividade, em nível nacional é o valor do que é produzido por uma unidade de trabalho ou de capital em um país. Com isto, produtividade nacional é o único conceito importante de competitividade em nível nacional. Para a realização deste trabalho, foram estudados durante quatro anos dez importantes países industrializados, onde se destacam os Estados Unidos Alemanha e o Japão. Particularmente importante para esta pesquisa foi o capítulo 7 da obra de Porter - Padrões de Vantagem Competitiva Nacional: Os Primeiros Vencedores do Pós-Guerra (PORTER, op.cit., p. 325-438). Este, ao abordar a Alemanha em O Dinamismo Alemão Renovador, tendo analisado o perfil de mais de 345 de suas empresas, apresenta uma série de comentários e conclusões, extremamente interessantes quanto aos padrões de comportamento do povo alemão. As famílias consumidoras, por exemplo, tendem a usar os bens duráveis por mais tempo e a conservá-los melhor. A compra a crédito é rara: os alemães compram a dinheiro, e isso parece refletir uma maior preocupação com a durabilidade e uma tendência a comprar artigos de qualidade superior. A penetração dos cartões de crédito por pessoa de mais de 18 anos era de apenas 2% na Alemanha em 1987, o mais baixo índice de qualquer grande país europeu (PORTER, op.cit., p. 422). Estes padrões de comportamento alemães estão, constantemente, permeando, definindo e redefinindo as condições de demanda alemãs, o papel do seu governo, bem como as estratégias, estruturas e rivalidades de suas empresas. Várias destas características comportamentais, apontadas por Porter, vão estar presentes nos resultados e nas conclusões desta pesquisa. 6 1.4. A MONTAGEM E O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA Conforme veremos, a seguir, a ordenação e apresentação dos oito capítulos deste trabalho refletem, tanto quanto possível, a metodologia empregada. O presente capítulo apresenta o tema do estudo, colocando o problema central da pesquisa, seus objetivos gerais e específicos, assim como a justificativa para a sua realização. Para o estudo dos processos de tomada de decisões de investimentos alemães, em nível mundial e em especial no Brasil, faz-se necessário, inicialmente, descrever a Alemanha no processo de sua reunificação, bem como no processo de formação e sua inserção na União Européia. Estes assuntos são temas dos Capítulos II e III, a seguir. O capítulo II, portanto, apresenta a trajetória deste delicado processo de negociação política pelo qual passou a Alemanha, com vistas à sua reunificação, após a queda do Muro de Berlim. Esta trajetória é importante para o entendimento da estrutura econômica atual da Alemanha, bem como dos segmentos que a compõem. O capítulo III faz uma retrospectiva histórica do processo de formação e evolução da União Européia, suas principais questões, a ela pertinentes, que vêm sendo discutidas pelos seus países-membros, ao longo destes últimos dez anos, bem como a compreensão do grau de inserção, participação e responsabilidade, tanto política como econômica, da Alemanha, neste contexto. No capítulo IV é apresentado um panorama da situação conjuntural da economia alemã, enfatizando seus setores automotivo, bancário e químicofarmacêutico, além de dados estatísticos relativos ao fluxo comercial e de investimentos entre o Brasil e a Alemanha. 7 O capítulo V aborda a metodologia utilizada na pesquisa de campo efetuada na Alemanha, relativa às decisões de investimentos, tanto em nível mundial como no Brasil, das empresas alemães dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico. O capítulo VI apresenta, com auxílio de gráficos e tabelas, a análise dos resultados intrasetoriais desta pesquisa de campo. O capítulo VII indaga as principais semelhanças e diferenças de comportamentos, quando da tomada de decisão de investimentos, por parte dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêuticos, as quais já se evidenciam no capítulo anterior. Finalmente, no capítulo VIII, são apresentadas as conclusões do autor acerca do trabalho, bem como suas recomendações para estudos futuros. 1.5. A RELEVÂNCIA DO TEMA Conforme foi visto na apresentação inicial deste capítulo, este trabalho aborda um estudo de caso dos processos de tomada de decisões de investimentos alemães, em nível mundial e no Brasil. Em termos de literatura mais recente, além de notícias publicadas em jornais e revistas especializadas, tanto na Alemanha como no Brasil, existem algumas pesquisas recentes que abordam, em maior ou menor grau, este tema. A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-SP), por exemplo, realizou, em agosto de 1997, uma pesquisa englobando dirigentes de cerca 600 empresas localizadas no Brasil, sendo que 61% delas eram de capital estrangeiro, predominantemente, de origem alemã. No final de 1997, o Bundestelle für Aussenhandelsinformation (Setor Federal de Informações de Comércio Exterior da Alemanha), realizou uma 8 pesquisa, através de seus correspondentes estrangeiros, situados em 46 países. Esta pesquisa, efetuada pelo segundo ano consecutivo, visava, entretanto, identificar, principalmente, as motivações e possibilidades de exportação dos diversos setores da economia alemã, para o ano de 1998 (BUNDESSTELLE, 1998). Posteriormente, em fevereiro de 1998, a Confederação Alemã da Indústria e Comércio (DIHT) publicou, também, pelo segundo ano consecutivo, uma pesquisa, realizada entre as suas 83 Câmaras de Indústria e Comércio (WIRTSCHAFTSLAGE, 1998), abordando a expectativa de seus membros, com relação a temas tais como: situação econômica, crescimento, comércio exterior, investimento e desemprego. Aqui, entretanto, a questão dos investimentos, quando tratada de forma geral, não distingue investimentos externos de internos. Quando tratada de forma específica, se refere àqueles realizados nas partes Ocidental e Oriental da Alemanha. Para a consecução do presente trabalho foi feita uma pesquisa de campo, no primeiro trimestre do mesmo ano, na Alemanha, que contemplou as principais empresas dos setores automotivo (5), bancário (28) e químicofarmacêutico (11), de capital majoritário alemão, com atividades comerciais, de forma direta ou indireta, com o Brasil. Tendo em vista o porte, a posição estratégica e o grau de inserção na economia mundial das empresas que compõem estes setores, os resultados desta pesquisa podem ser considerados uma boa aproximação das posições dos demais setores produtivos e de serviços da Alemanha. A relevância e a atualidade do tema proposto por este trabalho, reside no fato de que o entendimento dos processos decisórios de empresas de capital estrangeiro, se torna cada vez mais fundamental e decisivo, nas formulações e estratégias de políticas e programas econômicos de governos, como é o caso de países, como o Brasil, tão dependentes de poupança externa para o seu crescimento e desenvolvimento sócio-econômico. 9 Este trabalho, além de conter indagações gerais do processo de tomada de decisões de investimento, possui, também, questões específicas em relação ao Brasil. Neste sentido pretende, por exemplo, investigar, quais os fatores fundamentais de motivação de investimentos por parte das empresas alemãs, bem como suas disposições para a realização de investimentos futuros no Brasil. Com relação aos índices de risco-país (country-risk), há, evidentemente, interesse em se verificar o impacto da crise econômica asiática, no final de 1997, tanto nestas avaliações de risco, como nos investimentos alemães de médio-longo prazo na América Latina. Uma outra questão bastante relevante é a investigação dos motivos da reduzida participação de capitais alemães no processo de privatização das empresas estatais brasileiras. Atrelada a esta questão, a ponderação, também, do papel e da real importância da figura do Presidente da República, como agente catalisador de investimentos diretos no país. Desta forma, acreditamos que os resultados e as conclusões deste trabalho poderão constituir, em uma primeira instância, um valioso subsídio para as autoridades brasileiras competentes, na formulação de suas estratégias de montagem de portfolios-país, de capitais produtivos de longo prazo. Ao se respeitarem as características, comportamentos e especificidades de investidores de longo prazo, privados ou não, decorreria a possibilidade da formulação de políticas diferenciadas para a atração de capitais estrangeiros de longo prazo, mais eficientes, em nível mundial. Por outro lado, uma combinação de diferentes perfis de investimentos, de curto, médio e longo prazo, traria para o país a vantagem de proteger a sua economia das oscilações, sobressaltos e instabilidades do mercado financeiro internacional. 10 Se nos reportarmos, por exemplo, às medidas adotadas pelo governo brasileiro no início de setembro de 1998, em face da queda exacerbada do nível de reservas cambiais após a moratória da Rússia em 17 de agosto de 1998, chegaríamos a uma das seguintes conclusões: ou o governo não dispõe de nenhum outro instrumento efetivo para atrair capitais estrangeiros, a menos do aumento do nível da taxa de juros, ou ele parte do princípio de que os outros são inócuos diante de crise profundas no mercado financeiro internacional. É fato, entretanto, que este tipo de procedimento, elevação de níveis de taxas de juros a um patamar, senão o mais alto, um dos mais altos do mundo, se prolongado, acarreta, o famoso efeito-dominó, com seus desdobramentos desastrosos no sistema econômico e social do país: queda dos investimentos privados e do nível de demanda, inadimplências, falências, diminuição da atividade interna e desemprego, levando, por conseguinte, o país à uma recessão econômica. Diante deste cenário este trabalho pode ser, também, de interesse para diversos órgãos governamentais ou privados de apoio e fomento das relações econômicas e comerciais, entre o Brasil e a Alemanha, tais como representações diplomáticas, associações, câmaras de comércio, federações da indústria, sindicatos, etc. Além disto, este estudo poderá servir aos profissionais e empresários do setor, professores, pesquisadores e estudantes de áreas afins. 1.6 DIFICULDADES E LIMITAÇÕES DO TRABALHO As maiores dificuldades e limitações deste trabalho são decorrentes da própria dinâmica dos assuntos relacionados com o tema proposto. Durante o ano de 1998, por exemplo, ocorreram uma série de fatos e situações marcantes, nas áreas de economia e política internacional, indústria, serviços, bem como no sistema financeiro mundial, muitos deles, novos ou mesmos inesperados. O desafio, às vezes exaustivo de um permanente acompanhamento on line destas 11 mudanças, obrigou que, diversas vezes, partes deste trabalho tivessem que ser refeitas. Neste sentido, um outro fato também a ser destacado, é quanto aos indicadores sócio econômicos de conjuntura da Alemanha, citados neste trabalho. Estes, na sua grande maioria, foram baseados nas publicações oficiais do Governo Alemão, relativas à consolidação dos dados de sua economia no ano de 1997. As atualizações posteriores ou complementares destes indicadores, para o ano de 1998, foram feitas sempre que possível, a medida que os mesmos iam sendo divulgados, respeitando, no entanto, a limitação temporal deste trabalho. Esta literatura mais recente, a respeito, encontra-se disponível na parte desta obra, referente à bibliografia e os sites da internet consultados. Quanto à pesquisa de campo, relativo às decisões de investimento dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, suas dificuldades e limitações encontram-se explicitadas no capítulo V. 12 CAPÍTULO II A REUNIFICAÇÃO ECONÔMICA DA ALEMANHA - UMA OBRA DE DIFÍCIL CONSTRUÇÃO O Muro simplesmente caiu François Mitterrand 2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Alemanha sofreu enormes transformações políticas e econômicas nestes últimos cinqüenta anos. Este processo iniciado após a Segunda Guerra Mundial, vai se acelerar vigorosamente após a queda do Muro de Berlim e desembocar na sua reunificação. A reunificação da Alemanha vai não somente redesenhar o mapa da Europa, mas também alterar profundamente a composição de forças políticas e econômicas entre os países deste continente e no mundo. Para o entendimento da estrutura econômica atual da Alemanha, bem como dos atores que a constituem, sejam eles o Estado ou a iniciativa privada, importantes para o estudo das motivações e decisões de investimentos ale13 mães no exterior, e em especial no Brasil, faz-se necessário um exame deste processo de reunificação, o que será visto ao longo deste capítulo. 2.2. ETAPAS DA REUNIFICAÇÃO ALEMÃ O início do processo de desmoronamento dos sistemas políticos e sócio-econômicos dos países do Leste europeu, notadamente da parte oriental da Alemanha, objeto deste estudo, entrou simbolicamente para a História no momento do episódio da derrubada do Muro de Berlim, fartamente documentado pela mídia. Quadro 2.1: A Queda do Muro de Berlim - Cronologia dos Principais Fatos (11 / 03/ 1985 a 09/ 10/ 1989) Data 11/03/85 Fato Eleição de Gorbatschow para Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética. 13/03/87 Rumores quanto a uma oferta soviética de reunificação alemã no contexto de redução de tropas. 27/10/87 Gorbatschow nega discussão relativa à reunificação. 19/01/89 Erich Honecker discursa na Conferência da Segurança e Cooperação na Europa: “O Muro ainda em 50 e também 100 anos ainda estará de pé”. Início de 1989 Grande discussão na imprensa americana sobre a reunificação. 02/05/89 Hungria abre as suas fronteiras. Começa a fuga de cidadãos da então Alemanha Oriental para o Ocidente, através da Hungria. 07/05/89 O Pacto de Varsóvia refuta a “Doutrina de Breschnew” relativa à soberania limitada dos Estados Socialistas. 07/05/89 Fraude nas eleições regionais na Alemanha Oriental. 19/08/89 Fuga em massa de alemães orientais pela fronteira com a Hungria. 04/09/89 Início da “Marcha da Segunda-Feira” da igreja de São Nicolau, em Leipzig. 11/09/89 Hungria permite oficialmente a saída de refugiados da ex - Alemanha Oriental para a Áustria. Em seguida, também fugas bem sucedidas através das embaixadas da Alemanha Ocidental em Varsóvia e Praga. 07/10/89 Discurso de Gorbatschow durante sua visita à Alemanha Oriental: “Quem tarda, será punido pela vida”. 09/10/89 Um derramamento de sangue é evitado nos últimos momentos em Leipzig. 18/10/89 Erich Honecker é substituído por Egon Krenz. 09/11/89 Abertura da fronteira interna alemã. Fonte: SINN, 1992 14 Este acontecimento, pela sua rapidez, ímpeto e proporções totalmente imprevistas, vai tomar o mundo de surpresa, desde os dirigentes máximos dos países direta ou indiretamente envolvidos com estas mudanças, até o seu mais simples cidadão. Entretanto, se analisarmos a cronologia dos fatos que convergiram para este acontecimento, desde a eleição de Michail Gorbatschow para dirigente máximo do partido comunista soviético, em 11 de março de 1985, podemos perceber que estava em marcha um processo de ruptura da forma vigente com que os países do Leste da Europa se alinhavam e ordenavam em relação a Moscou, desde meados da década passada. Apesar disto ser uma conclusão ex-post deste processo, nem por isto deva ser negligenciada, conforme indicam os acontecimentos relacionados no Quadro 2.1 da página anterior. Estes fatos e dados, que se entrelaçam desde 1985, vão culminar com a queda do Muro de Berlim, em 9 de outubro de 1989. 2.2.1. A União Monetária Alemã As proposições de política econômica (SIEBERT, 1992) visando à integração da Alemanha foram se alterando rapidamente. Inicialmente, logo após a queda do Muro de Berlim, em 9 de Novembro de 1989, havia um consenso que ambos os Estados alemães deveriam ainda percorrer um longo processo de ajustamento mútuo de, no mínimo, dez anos antes da completa reunificação ter sido efetuada. O Plano dos Dez Pontos proposto pelo Chanceler da Alemanha Ocidental (Bundesrepublik Deutschland), Helmut Kohl, ainda em 8 de novembro de 1989, antes da queda do Muro, pretendia desenvolver estruturas federativas entre ambos os Estados, prevendo-se com isto, uma integração a longo prazo dos seus mercados, bem como uma restruturação do sistema de produção da Alemanha Oriental, com vistas a ganhar mais espaço e competitividade no mercado mundial. No início do ano de 1990, este horizonte de tempo se reduziu drasticamente. Entretanto, nesta época, era quase consenso na Alemanha que ainda 15 deveria ser considerado um prazo de dois a três anos, durante o qual a integração econômica haveria de ocorrer. Tendo em vista a existência de duas moedas, um "marco oriental" (Ostmark) e o outro "ocidental"(D-Mark), havia então, uma proposição que ambas moedas deveriam ser controladas de Frankfurt, através do Banco Central (Bundesbank) da Alemanha Ocidental. Visava-se, com isto, conferir credibilidade à moeda do Leste. Além disto, deveria existir um câmbio flexível, no intuito de se facilitar esta fase de transição da economia planificada do leste, para a de livre mercado. Entretanto, o andamento deste movimento de transição econômica foi acelerado pela vigorosa dinâmica do processo político. Em 6 de fevereiro de 1990, Helmut Kohl propôs a união monetária, ou seja, estender os limites do curso do ‘’marco ocidental’’ (D-Mark) também para a então Alemanha Oriental (DDR). Nos meios acadêmicos esta proposição de integração monetária significava, contudo, uma total inversão da seqüência esperada de um processo de unificação econômica. Normalmente uma unificação desta ordem deveria ser antecedida pela circulação de mercadorias, capital e mercado de trabalho. Entretanto, em face do processo de desmantelamento dos Estados que compunham a União Soviética, e por conseguinte, da perda do poder político de Michail Gorbatschow, o principal avalista deste processo, a questão da reunificação era certamente uma corrida contra o tempo, e é muito provável que Helmut Kohl tivesse consciência disto. Como forma de sustentar este raciocínio, sobre a percepção de Kohl a respeito deste momento político, é interessante se reportar a um encontro realizado no outono de 1995, nos Estados Unidos, entre François Mitterrand, George Bush, Margareth Thatcher e Michail Gorbatschow, ex-líderes políticos, respectivamente, da França, Estados Unidos, Inglaterra e da então União Soviética, quando da queda do Muro de Berlim. 16 Este encontro foi matéria de reportagem do jornal Die Zeit (no 11/96), que teve como título Para quê nós terminamos com a guerra fria ? Nesta, percebe-se as diferenças de opiniões e pontos de vista destas personalidades, com relação aos acontecimentos políticos da virada da década de oitenta. A respeito da reunificação da Alemanha, Margareth Thatcher afirmou tacitamente que era contra, pois significaria tornar a Alemanha a nação dominante na então Comunidade Européia. Entretanto, a reunificação foi decidida sem que o resto da Europa fosse devidamente consultado. Segundo ainda Thatcher, todos ficaram estupefatos que isto tenha acontecido. Mitterrand por sua vez afirma que seria melhor para os franceses uma Alemanha dividida. Entretanto nem as superpotências ou mesmo os militares da Alemanha Oriental (DDR) puderam evitar este processo. Ainda, segundo Miterrand, sem golpe de estado ou agitação, o Muro simplesmente caiu. Bush, favorável à reunificação, confirma sua diferença de opinião com relação a Thatcher e Mitterand, alegando que talvez a América se situasse distante da Europa e voltada para si. Bush completa afirmando que os acontecimentos ocorreram de forma extremamente rápida, superando as expectativas gerais. Gorbatschow relembra neste encontro um princípio de ação política que norteou seu governo, ou seja o fim da Doutrina- Breschnjew - igualdade dos Estados e da sua não-intervenção em assuntos internos. A responsabilidade pela situação interna dos países deveria ser assumida por eles mesmos. Conclui Gorbatschow que este seu posicionamento era visto com ceticismo por seus interlocutores. Portanto, em perspectiva histórica, podemos inferir que Helmut Kohl, pela forma e rapidez com que conduziu este processo de negociação política, não só com os dirigentes da antiga Alemanha Oriental, mas também com os países aliados (Estados Unidos, Inglaterra e França) e a União Soviética, muito prova17 velmente tinha uma boa percepção do contexto histórico em que a possibilidade da unificação da Alemanha estava inserida. Além disto, acreditou em Gorbatschow e no seu princípio de ação política, visto anteriormente. 2.2.2. Efeitos Imediatos da União Monetária na Alemanha A criação da união monetária alemã em si, ocorreu sem maiores problemas. O Banco Central Alemão (Deutsche Bundesbank) estendeu sua própria estrutura e organização também a Alemanha Oriental. Em 1o de julho de 1990, a validade do D-Mark foi estendida também aos estados que compunham a então Alemanha Oriental. Juntamente com a união monetária, entrou também em vigor uma união, tanto econômica como social, entre as duas Alemanhas. É interessante ressaltar que a Alemanha Oriental, apesar ainda de se constituir em um Estado autônomo, já perdia então sua autonomia no que tange às suas decisões econômicas e financeiras. Conforme estipulavam os termos do tratado desta união monetária, a moeda da ex-Alemanha Oriental foi convertida em marcos (D-Mark). As respectivas paridades de troca observadas, bem como a quantidade de moeda M31), que ingressou na economia, serão mostradas, a seguir (SINN, 1992, p.229): 1 Cf. BETGE (1996, p. 46) M1: papel moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos comerciais M2: M1 + depósitos à prazo de até 4 anos M3: M2 + depósitos em poupança com prazo de carência de 3 meses 18 • Paridade de Troca 1:1 (Em DM) Pessoas até 14 anos Î 2000 Pessoas entre 15 e 59 anos Î 4000 Pessoas acima de 59 anos Î 6000 Dada a estrutura da população da ex-Alemanha Oriental, esta paridade de troca representou um ingresso adicional de moeda na economia alemã no valor de 65,5 bilhões de marcos. • Paridade de Troca 1:2 (Em DM) Foram trocados dentro desta paridade 171,8 bilhões de marcos (DMark), o que representou um acréscimo de moeda na economia no valor de 85,9 bilhões de DM. O valor total convertido na ex-Alemanha Oriental foi de 151,4 bilhões de DM. • Paridade de Troca 1:3 (Em DM) Para uma pequena parcela ainda, pertencente a titulares fora do território da ex-Alemanha Oriental, foi aplicada a paridade de troca 1:3. O valor que recaiu nesta categoria não estava disponível na fonte consultada do Banco Central Alemão (Deutsche Bundesbank). É importante lembrar que todas as quantias foram convertidas em marco alemão, e poderiam ser sacadas a qualquer momento pelo seus titulares. Apesar de ter sido a proposição, na época, de muitos consultores econômicos, não houve nenhum tipo de congelamento dos respectivos saques. O temor que o efeito desta união monetária pudesse provocar uma forte influência na taxa de inflação para os anos subsequentes, provou-se infundado, conforme mostra o Gráfico 2.1, a seguir. Atualmente, a questão relacionada 19 diretamente com o crescimento da taxa de inflação não é motivo de maiores preocupações para as autoridades alemãs. Gráfico 2.1: Taxas de Inflação Anual na Alemanha (1993-1998) Inflação 5,00 4,50 4,50 4,00 1993 3,50 3,00 1994 2,70 1995 2,50 2,00 1,80 1,50 1,75 2,00 1996 1,50 1997 1,00 1998* 0,50 Ano 0,00 Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997 (*) Previsão 2.2.3. O Tratado de Reunificação da Alemanha Logo após a consecução da união monetária, deu-se início ao processo de negociação do Tratado de Reunificação das Alemanhas (SCHAEUBLE, 1991), já com o Parlamento da Alemanha Oriental inteiramente renovado pelas eleições livres de 18 de março de 1990. Este Tratado foi assinado em 31 de agosto de 1990, sendo que a Unificação da Alemanha foi formalmente decretada em 3 de outubro de 1990. Através deste Tratado os estados que compunham a Alemanha Oriental (DDR) passaram a ser também regidos pela Lei Fundamental (Grundgesetz) da Alemanha Ocidental, conforme seu então Artigo 23. Segundo este dispositivo original, esta Lei Fundamental só seria válida inicialmente para os estados pertencentes à "Alemanha" (Alemanha Ocidental) na data de sua promulgação em 23 de maio de 1949. Para demais partes, 20 entraria em vigor após suas respectivas adesões à ela (Alemanha Ocidental). Posteriormente, pôde-se constatar que uma reunificação com base no Artigo 146 desta mesma Lei, do ponto de vista político e econômico, poderia trazer riscos e resultados imprevisíveis (SIEBERT, op. cit.). Segundo este artigo, o último, esta Lei Fundamental perderá sua validade no dia que uma nova Constituição entrar em vigor, elaborada, por espontânea vontade pelo povo alemão (..“verliert seine Gueltigkeit an dem Tage, an dem eine Verfassung in Kraft tritt, die von dem deutschen Volk in freier Enscheidung beschlossen worden ist..”) (GRUNDGESETZ, 1991, p. 92). Podem-se facilmente imaginar os transtornos no âmbito da discussão da reunificação alemã, caso tivesse sido aberto, alternativamente, um novo debate político visando à elaboração de uma Constituição para uma Alemanha reunificada. Certamente este processo de integração econômica teria sofrido atrasos. Além disto, teriam sido também imprevisíveis as reações da comunidade financeira internacional, diante de uma nova formulação constitucional. 2.3. TRANSFORMAÇÕES NO LESTE EUROPEU - ALEMANHA ORIENTAL, UMA EXCEÇÃO Comparando-se o processo de transformação estrutural do Leste da Alemanha com a dos demais países do Leste Europeu, pode-se verificar que se trata de um caso excepcional. Em uma mudança de um sistema econômico planificado para uma economia de mercado, seja na Alemanha Oriental ou no Leste Europeu, podemos identificar nitidamente três grandes tarefas: a criação de uma infra-estrutura institucional, a estabilidade da moeda e o ajuste às condições reais de mercado. No caso da Alemanha Oriental, duas delas foram rapidamente completadas. Com a reunificação da Alemanha, conforme o artigo 23 da sua Lei Fun21 damental, a infra-estrutura institucional da parte ocidental da Alemanha foi estendida à sua parte Leste. A questão da estabilidade da moeda ficou encaminhada com a união monetária, conforme vimos anteriormente. Entretanto, resta ainda a ser completada a tarefa de adaptação da economia às reais condições de mercado. Desta forma, neste contexto de profundas mudanças e transformações, a reunificação da Alemanha foi se colocar como um experimento sem precedentes, na medida em que um mesmo povo, carregando experiências de forma de produção e organização social tão diferentes por quase meio século, tivera, a partir da reunificação, de se constituir em um só país. 2.4. A HERANÇA DE UMA ECONOMIA PLANIFICADA Depois da reunificação pôde-se fazer rapidamente um balanço da herança de uma economia planificada na parte Leste da Alemanha, termo que estará sendo utilizado daqui para frente, tanto para designar o atual território da parte Leste da Alemanha como para me referenciar ao território da ex-Alemanha Oriental. A situação inicial das empresas da parte Leste da Alemanha, logo após a reunificação, devido à sua falta de competitividade, enquanto território da ex-Alemanha Oriental, poderia resumidamente ser caracterizada da seguinte forma: • A qualidade de seus produtos não correspondia de modo geral aos padrões internacionais; as linhas de produção não estavam orientadas para o mercado do Ocidente; produção e investimento estavam baseados em matriz de preços totalmente irrealistas; • As distorções nos preços relativos, que não refletiam a carência de matérias primas e produtos dos diversos setores da economia, eram devidos em parte, às diversas formas de subsídios, 22 que, na sua maioria, não representavam corretamente seus custos de produção, uma vez que a economia da antiga Alemanha Oriental não se encontrava suficientemente integrada à divisão internacional do trabalho. • Além disto, a grande maioria das empresas desfrutava de uma situação privilegiada de monopólio. As unidades produtivas (“Kombinate”), de forma freqüente, compreendiam toda uma indústria e mesmo internamente, devido a uma reserva de mercado estatal, estavam protegidas de outras possíveis concorrências. • Com relação aos fatores de mercado, não havia mercados de trabalho, capital e recursos naturais, sobre os quais a determinação dos seus preços deveriam refletir a escassez destes fatores da produção. Os preços dos componentes da matriz energética eram totalmente irrealistas, sendo que, com relação ao meio ambiente, os custos de extração de matérias primas não refletiam seus respectivos danos causados. • Os estímulos eram mínimos em relação à qualidade de novos produtos ou em inovações nos seus processos produtivos. Tecnologicamente a economia, como um todo, se encontrava bem abaixo dos parâmetros internacionais. Os fatores da produção eram desperdiçados através de processos produtivos ineficientes. Tabela 2.1: Indicadores Sócio-Econômicos - Alemanhas Oriental e Ocidental (Ano: 1989) Potencial de Força de Trabalho População População Ativa População Empregada População Empregada (%) Mulheres Trabalhando (%) Alemanha Oriental Alemanha Ocidental 16,4 milhões 8,9 milhões 8,9 milhões 54% 50% 62,3 milhões 29,7 milhões 27,7 milhões 48% 37% 23 Desemprego Produto e Renda (DM) PIB (Preços Correntes) PIB per Capita Renda Disponível per Capita Comércio Exterior (DM) Exportações Importações Saldo da Balança Comercial Saldo da Conta Capital Consumo/ Renda Disponível Alimentação e Lazer Bens Industrializados Aluguel, Luz, Água, Aquecimento Consumo da Famílias Carro de Passeio Televisão Telefone Geladeira Máquina de Lavar Disponibilidade de Moradia Habitantes/Apartamento Área por Habitante Construção/Moradia após 1945 Apartamentos com Chuveiro 0% 7,1% 353,4 bilhões 21.500 10.200 2,237 trilhões 36.300 22.500 141,1 bilhões 144,7 bilhões -3,6 bilhões - 641 bilhões 506,5 bilhões 134,5 bilhões -136,2 bilhões 41,5% 45,3% 4,6% 23,2% 40,0% 25,8% 54,4% 96% 17% 99% 99% 7 milhões 2,3 27,6 m2 35% 82% 96% 99% 99% 81% 97% 26,6 milhões 2,3 35,5 m2 70% 96% 0 Fonte: Instituto Federal de Estatística de Wiesbaden; Boletim Mensal do Banco Central (n 5, maio de 1990); Anuário Estatístico e Boletim Anual do Banco Estatal da ex-Alemanha Oriental, em SINN, 1992 (*): Alemanha Oriental: Todas as famílias; Alemanha Ocidental: Família de 4 pessoas com renda bruta entre 2900 e 4400 DM. (**)Alemanha Oriental: Participação das famílias na qual os respectivos bens estão disponíveis; Família de 4 pessoas com renda bruta entre 3 000 DM e 4 500 DM. Concluindo, esta enorme mudança das condições estruturais da economia colocou à mostra a verdadeira situação de seu aparato produtivo, cujas empresas se tornaram em parte ou totalmente obsoletas. Com isto a passagem imediata de uma economia planificada para uma de mercado representou um imenso choque para a economia da parte Leste da Alemanha, exigindo portanto, radicais adaptações de seus agentes econômicos diante deste novo modo de produção. Para efeito comparativo do status quo de ambas as economias, Alemanhas Ocidental e Oriental antes da reunificação, são apresentados na Tabela 24 2.1 da página anterior, seus respectivos indicadores econômicos e sociais, relativos ao ano de 1989. 2.5. A ALEMANHA REUNIFICADA - DADOS ESTRUTURAIS DA ECONOMIA A Alemanha, uma vez reunificada, vai reforçar sua posição entre as nações mais ricas do mundo. Além disto, seu poder de influência e participação no jogo geo-político mundial vem crescendo rapidamente nos últimos anos. Com base nos resultados auferidos em 1996, o rendimento global de sua economia a coloca em terceiro lugar no mundo, conforme mostram, a seguir, a Tabela 2.2 e os Gráficos 2.2 e 2.3. Tabela 2.2: Produto Interno Bruto dos Principais Países Industrializados (Ano:1996) Países EUA Japão Alemanha França Itália Grã-Bretanha Espanha Canadá PIB ( em bilhões de US$) PIB per Capita (US$/habitante) 7.263 27,300 4.597 36,500 2.361 28,800 1.548 26,700 1.203 21,100 1.135 19,200 586 14,300 578 19,300 Fonte:Statistisches Bundesamt, Wiesbaden, em Perfil da Alemanha, 1998 25 Gráfico 2.2: Produto Interno Bruto dos Principais Países Industrializados (Ano:1996) - (Em 109 US$) PIB 8000 7263 7000 6000 4597 5000 4000 3000 2361 2000 1548 1203 1135 586 1000 578 0 Países EUA Japão Alem anha França Itália Grã-Bretanha Espanha Canadá Fonte:Statistisches Bundesamt, Wiesbaden, em Perfil da Alemanha, 1998 Gráfico 2.3: Produto Interno Bruto Per Capita dos Principais Países Industrializados (Ano:1996) - (Em US$) PIB 40000 36500 35000 27300 30000 28800 26700 25000 21100 20000 19300 19200 14300 15000 10000 5000 0 Países EUA Japão Alem anha França Itália Grã-Bretanha Espanha Canadá Fonte:Statistisches Bundesamt, Wiesbaden, em Perfil da Alemanha, 1998 26 A Tabela 2.3 e os Gráficos 2.4 e 2.5, a seguir, mostram a evolução do Produto Interno Bruto da Alemanha, a preços correntes e constantes, entre 1991 e 1996. Na seqüência, a origem do seu Produto Interno Bruto (PIB) em percentagem, com base no ano de 1996, conforme o Gráfico 2.6. Tabela 2.3: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) (em bilhões de DM) PIB Alemão Preços Correntes Preços de 1991 1991 2 854 2 854 1992 3 079 2 916 1993 3 164 2 882 1994 3 328 2 960 1995 3 460 3 014 1996 3 542 3 055 Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997 Gráfico 2.4: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) – Preços Correntes (Em 109 DM) PIB 4,000 3 328 3,500 3,000 2 854 3 079 3 460 3 542 1991 3 164 1992 2,500 2,000 1993 1,500 1994 1,000 0,500 1995 0,000 Ano 1996 Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997 27 Gráfico 2.5: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) – Preços Constantes (Em 109 DM) PIB 3,100 3 055 3,050 3,000 1992 2 960 2,950 2,900 1991 3 014 2 916 1993 2 882 2 854 1994 2,850 2,800 1995 2,750 Ano 1996 Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997 Gráfico 2.6: Origem do PIB em Percentagem (Ano:1996) 13,80 1,10 37,50 14,20 33,40 Indústria Manufatureira Empresas de Prestação de serviços Comércio e Transportes Estado, Comunidades Familiares Agricultura, Silvicultura e Pesca Fonte: Statistisches Bundesamt, Wiesbaden; em Perfil da Alemanha; Departamento de Imprensa e Informação; 1998 No comércio internacional, a Alemanha ocupa, há vários anos, a segunda colocação, atrás, apenas, dos Estados Unidos e na frente do Japão. Conforme a Tabela 2.4, em 1995 suas exportações, no valor de US$ 524 bilhões, corresponderam a 10,4% do comércio internacional. Quanto às suas importações, no valor de US$ 464 bilhões, corresponderam a 9,1% deste comércio. 28 Tabela 2.4: Participação da Alemanha no Comércio Internacional (Base 1995) Países Estados Unidos Alemanha Japão Participação da Alemanha no Comércio Internacional Exportações (106 US$) % Importações (106 U$) 584,743 11,6 770,852 523,761 10,4 464,253 443,265 8,8 335,991 % 15,1 9,1 6,6 Fonte: Zahlenkompass 1997, Presse- und Informationsamt der Bundesregierung, 1997 No ano de 1996, semelhante aos anos anteriores, o maior volume das exportações foi para os países europeus, em especial aqueles pertencentes à União Européia, conforme Tabela 2.5. Mais da metade dos produtos da Alemanha, 56,4%, se destinou a este grupo de países. Dentre estes se destaca a França, com um volume de importações de 11%, Grã-Bretanha incluindo a Irlanda do Norte, com 8%, e os Países Baixos com 7,4%. Tabela 2.5: Exportações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais, Volume e Tipos de Produtos (1994-1996) Exportações 1994 (em 106 DM) Total das Exportações Principais Parceiros França Grã-Bretanha e Norte da Irlanda Estados Unidos Países Baixos Itália Bélgica e Luxemburgo Áustria Suíça Grupo de Produtos Produtos Alimentícios Produtos Industriais Matéria Prima Semi-Acabados Produtos Acabados 1995 (em 106 DM) 1996 (em 106 DM) 690 573 749 537 771 913 83 092 55 395 54 158 52 765 52 469 46 791 39 738 37 065 87 862 61 912 54 611 57 118 56 874 49 139 41 702 39 680 84 060 61 671 60 112 57 323 57 271 48 113 43 268 37 793 37 211 641 800 7 135 35 188 599 477 38 049 690 908 7 517 37 249 646 142 39 458 708 465 6 687 37 850 663 928 Fonte: Zahlenkompass 1997, Presse- und Iformationsamt der Bundesregierung Com relação às importações, conforme a Tabela 2.6, o maior volume das importações da Alemanha, em 1996, foi proveniente também da Europa, 29 sendo que mais da metade, 55,1%, dos países pertencentes à União Européia. A França, agora como exportador, com um volume de 10,6%, é o principal parceiro da Alemanha. Tabela 2.6: Importações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais; Volumes e Tipos de Produtos (1994-1996) 1994 (em 106 DM) Importações Total das Importações Principais Parceiros França Países Baixos Itália Estados Unidos Grã-Bretanha e Norte da Irlanda Bélgica e Luxemburgo Japão Suíça Áustria Grupo de Produtos Produtos Alimentícios Produtos Industriais Matéria Prima Semi-Acabados Produtos Acabados Balança Comercial - Saldo 1995 (em 106 DM) 1996 (em 106 DM) 616 955 6 10 DM 664 243 6 10 DM 669 060 6 10 DM 68 330 51 652 51 830 44 679 38 681 38 048 34 144 26 610 29 398 73 086 58 176 56 825 45 289 43 569 43 965 35 411 28 168 26 034 71 035 57 482 55 009 48 980 45 625 42 141 34 098 27 381 25 296 66 245 532 198 33 160 56 532 442 505 + 73 617 68 087 560 905 31 631 62 039 467 235 + 85 303 67 775 565 474 35 629 62 183 467 661 + 102 853 Fonte: Zahlenkompass 1997, Presse- und Informationsamt der Bundesregierung Em seguida, pela ordem, os Países Baixos, com 8,6% e a Itália, com 8,2%. A Balança Comercial da Alemanha apresentou, no ano de 1996, um superavit de 102 853 bilhões de DM. Os demais indicadores sócio-econômicos, que vão caracterizar a atual conjuntura econômica da Alemanha, bem como seus dados relativos ao comércio exterior e investimentos diretos com o Brasil, serão objetos de apreciação no capítulo IV. 30 2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo acompanhamos a trajetória deste delicado processo de negociação política pelo qual passou a Alemanha com vista à sua reunificação, após a queda do Muro de Berlim. Foi apresentado, também, uma série de indicadores sócioeconômicos da Alemanha, que a situa entre as nações mais ricas do mundo. Com base no ano de 1995, por exemplo, seu Produto Interno Bruto (PIB) ocupa mundialmente a terceira colocação, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão. Entretanto, seu PIB per capta ultrapassa o dos Estados Unidos, perdendo apenas para o do Japão. Dentro deste contexto, é cada vez maior a influência e participação da Alemanha no quadro das decisões geo-políticas, a nível mundial. Visto isto, torna-se importante, agora, passarmos para o entendimento do processo de inserção da Alemanha junto aos países da Europa Ocidental, no contexto da formação da União Européia. Este tema é objeto, portanto, do próximo capítulo. 31 CAPÍTULO III A ALEMANHA E O PROCESSO DA UNIFICAÇÃO EUROPÉIA Doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento Europeu questões e divergências que não possam ser devidamente resolvidas nas respectivas instâncias jurídicas dos países membros, e portanto, pela sua abrangência ou conseqüências poderão ser melhor apreciadas nesta instância superior. (Princípio da Subsidiaridade, Tratado de Maastricht) 3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A política externa da Alemanha Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial, ficou centrada na consolidação de sua presença entre as principais nações, bem como de seu papel como membro ativo da União Européia e da OTAN (PERFIL, 1995). Com isto, no decorrer do tempo, podem-se observar como principais desdobramentos de sua política externa, a consecução de três metas fundamentais: a consolidação do processo de formação do mercado único europeu, a criação de um clima de confiança e détente, que permitisse a sua 32 reunificação, bem como o apoio à consolidação e reforma dos processos políticos e econômicos na Europa. É importante, no entanto, ressaltar que, ao longo destes anos, esta política externa da Alemanha Ocidental sempre fez questão de tornar presente e frisar junto aos países da União Européia, seu desejo de reunificação. Uma série de cláusulas especiais dos termos do Tratado da União Européia, por exemplo, refletem bem a preocupação da Alemanha a este respeito. Neste sentido vale também lembrar que já no preâmbulo da sua Lei Fundamental (Grundgesetz), promulgada em 23 de maio de 1949, consta que o povo alemão no seu conjunto continua conclamado em concretizar a unidade e liberdade da Alemanha em autodeterminação livre (Das gesamte Deutsche Volk bleibt aufgefordet, in freier Selbsbestimmung die Einheit und Freiheit Deutschlands zu vollenden) (BEHN, 1975, p. 80). Interessante, também, notar que, desde esta época, apesar desta Lei Fundamental ser referente apenas à parte da então Alemanha Ocidental (Bundesrepublik Deutschland), são utilizadas as palavras povo alemão e Alemanha (Deutschland), já se subentendendo, provavelmente, uma futura Alemanha reunida. Portanto, as intenções de se reunificar se espelhavam desde este forte preceito constitucional, se colocando, por conseguinte, como uma meta imprescindível a ser atingida pelo Estado (Alemanha Ocidental), até nos dispositivos administrativos mais simples do cotidiano da vida dos seus cidadãos. Para ilustrar este fato, podemos citar a antiga sistemática de codificação e identificação das placas dos veículos automotivos da parte ocidental da Alemanha. Pelo antigo código de trânsito da Alemanha Ocidental, a grande maioria das letras do alfabeto, por exemplo, A (Augsburg), B (Berlin), D (Düsseldorf), E (Essen), F (Frankfurt), H (Hannover), etc., representava suas 33 principais cidades. Entretanto, letras tais como C, G e J foram, digamos, “poupadas” para uma futura reunificação, para indicar, respectivamente, as cidades do Leste da Alemanha, Chemnitz, Gera e Jena. No que concerne aos objetivos deste trabalho, que é o estudo das motivações atuais dos investimentos externos alemães, torna-se importante, agora, a compreensão do grau de inserção, participação e responsabilidade da Alemanha, neste processo de formação da União Européia, que se iniciou há mais de quatro décadas. Portanto, neste capítulo será feita uma retrospectiva histórica do processo de formação e evolução desta União, as principais questões, que vêm sendo discutidas pelos seus membros ao longo destes últimos dez anos, bem como o posicionamento político da Alemanha neste processo. 3.2. MOTIVAÇÕES DOS PAÍSES EUROPEUS PARA UMA MAIOR INTEGRAÇÃO Originalmente, os motivos que levaram os países da Europa em direção a uma integração européia (WEINFELD, 1992), e, que se tornaram mais fortes e visíveis após o término da Segunda Guerra Mundial, com a conseqüente perda de influência e poder desses países europeus, podem ser agrupados em torno dos seguintes pontos: • Depois da experiência de governos nacionalistas, que desembocaram em menos de meio século em duas guerras mundiais, a Europa poderia oferecer uma nova forma de convivência pacífica entre os países - uma nova Europa em contraposição à de outrora, de domínio nacionalista. • Os países europeus, que antes de 1914 detinham um grande poder político em nível mundial, saíram arrasados da Segunda Guerra. Os Estados Unidos e a então União Soviética passaram a ser os novos padrões de referência de superpotências. 34 • Uma vez unidos, os países ocidentais da Europa esperavam que, através de uma união européia, pudessem, de forma conjunta, recuperar parte do poder perdido para estas novas superpotências. Além disto, estes países poderiam se prevenir da eclosão de um novo conflito mundial, bem como se proteger da expansão do comunismo. • Em razão das limitações impostas pela guerra, durante anos a população européia sofreu muito quanto à liberdade da circulação de pessoas, mercadorias e de capital. Com o final da guerra, havia um desejo, por parte tanto das pessoas físicas como jurídicas, de se desfrutar deste tipo de liberdade. Uma Europa unida poderia conduzir seus habitantes a uma nova era de estabilidade e prosperidade econômica. Um mercado comum poderia tanto incentivar o comércio como proporcionar uma melhor alocação dos fatores da produção. Em setembro de 1946, logo após a guerra, Winston Churchill, em um discurso em Zurique, já propunha a criação dos Estados Unidos da Europa, por considerar prioritário uma estrutura comum para a França e Alemanha. Segundo Churchill caberia à Inglaterra um papel apenas de promotor, mas não de membro ativo. 3.3. O PROCESSO DE FORMAÇÃO - DA COMUNIDADE À UNIÃO EUROPÉIA Em 18 de abril de 1951, por iniciativa do Ministro das Relações Exteriores da França, Robert Schuman, foi assinado o Tratado da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), tendo como países-membros a Alemanha, França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. 35 O principal motivo para a criação desta comunidade seria o afastamento da antiga rivalidade franco-alemã, bem como o desejo de se estabelecerem as bases de uma futura federação européia. Desta forma, uma suposta ameaça da Alemanha à França estaria afastada e, além disto, garantiria à França um acesso conjunto das reservas de carvão localizadas na Alemanha. Este Tratado visava também a um maior controle, planejamento e exploração dessas matérias primas e produtos. Além disto, representava para a Alemanha Ocidental, ainda não soberana, a possibilidade de novamente conduzir negociações no cenário internacional. Este Tratado entrou em vigor em 23 de julho de 1952. Em 1956, uma comissão de Ministros das Relações Exteriores destes seis países apresentou um relatório que serviu como subsídio para a criação da Comunidade Européia de Energia Atômica (Euratom) e da Comunidade Econômica Européia (CEE). Estes tratados foram assinados no ano seguinte, entrando em vigor em 1o de janeiro de 1958. A União Européia, atualmente composta de 15 países, englobou a Comunidade do Carvão e do Aço (Tratado de Paris, 1951), a Comunidade Econômica Européia e a Comunidade de Energia Atômica (Tratados de Roma, 1957). A evolução desta Comunidade do Carvão e do Aço para a União Européia é assunto de vasta literatura, cujas principais datas encontram-se no Quadro 3.1, a seguir. 36 Quadro 3.1: Da Comunidade do Carvão e do Aço para a União Européia – Cronológico de 1951 a 1995 Data 1951 Fato Assinado, em 18 de abril, o Tratado da criação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), constituída pela Alemanha, França , Bélgica, Holanda, Itália e Luxemburgo (‘’Europa dos Seis’’). 1958 Entrada em vigor, em 01 de janeiro, o Tratado de Roma, para a criação da Comunidade Econômica Européia (CEE) e de uma Comunidade Européia de Energia Atômica (EURATOM). 1967 Tratado de fusão, englobando a CECA, CEE e EURATOM, sob a direção de um Conselho de Ministros. Esta fusão entrou em vigor em 01 de julho daquele ano. Conclusão de uma política aduaneira conjunta no ano seguinte. 1970 Início da Cooperação de Políticas Nacionais Externas no contexto da “Cooperação de Política Européia”. 1973 Ingresso da Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda à CEE (“expansão para o norte”), subindo o número de seus integrantes para nove. 1979 Criação do Sistema Monetário Europeu visando à coordenação das políticas monetárias nacionais. A Inglaterra, entretanto, não foi signatária deste acordo. Primeira eleição direta do Parlamento Europeu. 1981/1986 Espanha, Grécia e Portugal aderem à CEE, completando desta forma a “expansão para o sul”. 1987 Entrada em vigor o Ato Único Europeu com o Programa Mercado Interno, bem como reforma nos estatutos da CEE, no que concerne às áreas de meio-ambiente, ciência e tecnologia. 1991 Em Maastricht, Holanda, acordo para desenvolver a CEE no sentido de uma ‘’União Européia” com novas reformas institucionais, bem como com a proposição de se introduzir uma moeda comum européia no mais tardar até o ano de 1999. O Tratado da União Européia foi assinado em 7 de fevereiro de 1992. 1994 Reunião do Conselho Europeu em Essen, Alemanha, com a participação também de representantes dos países do Leste europeu. Estabelecimento de uma estratégia de aproximação destes países com o mercado interno, bem como estudos sobre política agrária . 1995 Ingresso da Áustria, Suécia e Finlândia à União Européia. Até este ano, solicitação de ingresso da Bulgária, Chipre, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Romênia, Suíça, Republica Eslovaca e Turquia. A Republica Tcheca solicitou seu ingresso no ano seguinte. (Fonte: Departamento de Imprensa e Informação do Governo Federal Alemão) 3.4 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIDADE – DESCENTRALIZAÇÃO DAS DECISÕES Dentre os inúmeros assuntos polêmicos que vêm sendo discutidos nos últimos dez anos no âmbito dos países-membros da União Européia, destaca-se a aplicação do princípio da subsidiaridade. 37 Este, juntamente com as definições dos rumos a serem dados às políticas econômicas e comerciais destes países, vão se constituir em temas de máxima relevância do ponto de vista político e econômico, seja pela constituição e feição desta União, seja pelas suas repercussões e desdobramentos em relação aos demais países. Neste contexto, conforme veremos a seguir, a Alemanha vem participando e sendo centro destas discussões, seja na condição de sujeito ou de objeto. Um dos principais objetivos do Tratado sobre a União Européia foi de democratizar, descentralizar e tornar mais próxima dos seus cidadãos as decisões do Parlamento Europeu. Este objetivo veio de encontro à uma das fortes críticas que se faziam aos termos do Tratado da Comunidade Européia, cujo Parlamento, de acordo com suas disposições originais, teria, em princípio, atribuições de legislar até ao nível das estruturas político-administrativas de pequenas cidades e municípios. Neste sentido, foi introduzido no artigo 3.b do Tratado da Comunidade Européia, que definiu as bases e objetivos da União Européia, o “Princípio da “Subsidiaridade”, pelo qual, doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento Europeu questões e divergências que não possam ser devidamente resolvidas nas respectivas instâncias jurídicas dos países membros, e portanto, pela sua abrangência ou conseqüências poderão ser melhor apreciadas nesta instância superior (PRESSE- UND INFORMATIONSAMT DER BUNDESREGIERUNG, 1992, p. 23). Evidentemente, sob esta definição de subsidiaridade, torna-se difícil se determinar os limites de competência das diferentes instâncias, cabíveis para a apreciação, julgamento e parecer das diversas questões, que vão surgindo a todo momento na prática. Podemos citar alguns exemplos da atuação da Comissão Européia na aplicação deste princípio, relacionados com a circulação/exportação de mercadorias e a política de subsídios. Em março de 1996, por exemplo, a 38 Inglaterra reagiu fortemente à decisão de se proibir a comercialização de sua carne bovina no interior do Mercado Comum, devido à possível suspeita de contaminação de seu rebanho pelo vírus da “vaca louca”, que leva a degeneração do cérebro, devido à ingestão da mesma (doença de Creutzfeldt Jakob). Reclamando veementemente dos enormes prejuízos que, por conta desta proibição, estaria sofrendo neste seu setor exportador, a Inglaterra alegou ter havido precipitação por parte da Comissão Européia que julgou este assunto. O fim deste embargo só foi decretado pelo ministros da Agricultura da União Européia 32 meses depois. Durante este período foram sacrificadas 2,6 milhões de animais. Esta proibição foi um desastre para a indústria frigorífica britânica, que movimentou cerca de US$ 1,06 bilhões em 1995 (Gazeta Mercantil; 24/11/98). Neste mesmo ano, o estado da Saxônia, Alemanha, visando aumentar o número de oferta de empregos ofereceu subsídios à Volkswagen para o estabelecimento de uma fábrica de automóveis na região, cujo valor total foi orçado em 780 milhões de marcos. Neste sentido, foram liberados para a Volkswagen 141,9 milhões de marcos, mesmo contra um veto escrito de Bruxelas. A maior parte desta soma, 90,7 milhões de marcos, foi considerada subsídio ilegal pela comissão que julgou o assunto. A Volkswagen teria recebido, segundo esta comissão, mais de um subsídio pelo mesmo investimento. A este respeito o artigo 93 do Tratado da Comunidade Européia é amplo e genérico, incluindo, tanto a concessão de terrenos, quanto créditos subsidiados, redução de impostos e empréstimos à vista. Subsídios acima de 200.000 marcos por um período de 3 anos devem ser notificados a uma comissão que trata deste assunto, a Direção Geral IV da Comissão Européia, em Bruxelas. O parágrafo 2.c deste mesmo artigo, também não estabeleceu limite de subsídios para as economias de determinadas partes da Alemanha, onde 39 seriam necessários aportes de recursos para minorar as desigualdades regionais provocadas pela antiga divisão entre as duas Alemanhas. Apesar dos termos deste artigo, a comissão que julga estas questões não está mais propensa a considerar a parte leste da Alemanha como uma região preferencial para recebimento deste tipo de subsídios. O governo estadual da Saxônia entrou com um processo contra esta decisão por considerar que a Comissão Européia não tem competência para legislar sobre estes tipos de investimentos regionais (Die Zeit no 33/96). No início de 1998, dois outros casos ocorreram envolvendo novamente a empresa Volkswagen e a Telekom, a companhia de telefonia alemã, recentemente privatizada. Com relação ao primeiro caso, a Comissão Européia aplicou uma multa de cerca de 200 milhões de marcos à Volkswagen. Desta vez, esta Comissão alega que a Volkswagen vem, há cerca de dez anos, pressionando seus revendedores italianos a não venderem automóveis para compradores da Alemanha e da Áustria (Suddeutsche Zeitung, no 23/98). Devido à desvalorização da Lira, automóveis da Volkswagen comprados na Itália chegaram a ter preços de até 40% mais baixos do que seus similares vendidos na Alemanha e Áustria. Segundo a Volkswagen, no período de 1993 a 1996 foram reimportados da Itália cerca de 20.000 veículos. Durante o ano de 1997, provenientes dos demais países da União Européia, aproximadamente 21.000 veículos. Segundo esta Comissão, esta atitude discriminatória da Volkswagen fere o direito de liberdade do consumidor em comprar no mercado interno europeu, onde lhe for mais conveniente. Com relação a Telekom, esta empresa estaria exigindo uma taxa única de 53 marcos para aqueles consumidores alemães que desejassem fazer todas suas ligações telefônicas com outras empresas do mercado. A Comissão abriu um processo com relação a estas cobranças de taxas da Telekom, no sentido de verificar se as mesmas são devidas. 40 3.5. A UNIÃO MONETÁRIA E ECONÔMICA (UME) A implantação da União Monetária e Econômica (UME) é um dos temas mais presentes e discutidos na história da União Européia. Com a assinatura do Tratado de Maastricht em fevereiro de 1992, o Conselho Europeu definiu um roteiro para a concretização desta União (GADDUN, 1992). No Tratado de Maastricht, que tratam da política monetária e econômica da União Européia, são estabelecidas as bases de uma política econômica coordenada, um planejamento escalonado para a formação da UME; as condições para a entrada de novos países-membros e o estabelecimento do processo decisório, conforme veremos a seguir: • O Conselho Europeu é o formulador das diretrizes de política econômica dos países membros e da União. O traçado das políticas econômicas nacionais é competência, como sempre, de cada país-membro. Entretanto, este Tratado desenvolve um instrumental que garante que as políticas nacionais devam ser coordenadas para que possam assegurar uma continuada convergência dos resultados econômicos dos países membros. • A União Européia pode estabelecer sanções àqueles países que não seguirem as recomendações e prescrições de corte de déficit público: O Conselho Europeu pode tornar públicas suas recomendações e com isto exercer pressão política sobre os países-membros. Pode também exigir que determinado país apresente informações adicionais sobre sua situação financeira. • A criação da União Monetária e Econômica está sendo feita em três etapas. A primeira já começou em 1990 com a liberalização do fluxo de capital, com regras especiais para Espanha, Portugal e Grécia; estreita sintonia tanto das políticas econômicas como em relação à condução dos bancos centrais dos governos. Além 41 disto, uma participação de todos os países-membros no mecanismo de paridade cambial da União. • A segunda etapa começou em 1994 com a criação do Instituto Monetário Europeu, que deve preparar procedimentos para a terceira fase. as diretrizes e Este Instituto deverá, portanto, apoiar os países-membros a atingir os critérios de convergência, para que os mesmos possam passar para a fase subsequente. • Em seguida, a terceira fase, com a criação, em 1o de junho de 1998, do Sistema Europeu de Bancos Centrais e um Banco Central Europeu, proveniente do Instituto Monetário Europeu. O Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt am Main, deverá ser politicamente independente. Os representantes de seus órgãos decisórios não podem preencher outros cargos dentro da União, nem receber qualquer tipo de orientação de seus países de origem. Para que determinado país ingresse na União Monetária e Econômica, deverá estar em consonância com os seguintes critérios de convergência: • O déficit público anual não pode ultrapassar 3% do Produto Interno Bruto. • O déficit total acumulado não pode ultrapassar 60% do Produto Interno Bruto. • A taxa de inflação de cada país não pode ser superior a 1.5% da média das inflações dos três países de inflações mais baixas. 42 • A taxa de juros de longo prazo não pode ultrapassar em 2% a média das taxas de juros dos três países, cujos valores são os mais baixos; • Pelo menos durante dois anos antes do ingresso o país em questão não poderá ter tido grandes variações na sua taxa de câmbio em relação ao Sistema de Câmbio Europeu. O consenso, quanto aos cinco critérios de convergência descritos anteriormente, para a entrada dos países na União Monetária e Econômica, foi resultado, acima de tudo, da pressão feita por parte da Alemanha. Estes critérios exigem dos países-membros uma rígida disciplina fiscal e monetária. Conforme a Tabela 3.1, na página seguinte, devido à questões internas, relacionadas com o ceticismo de seus cidadãos, quanto à introdução da nova moeda, o Euro, três países, Grã-Bretanha, Dinamarca e Suécia, não deverão participar, imediatamente, da União Monetária, apesar de se enquadrarem dentro do critério de convergência. A Grécia, foi o único país, dentre os quinze membros da União Monetária, que não conseguiu preencher estes critérios de convergência. 43 Tabela 3.1: Situação dos Países Europeus com Relação aos Critérios de Convergência Ano Critério de Convergência Inflação % Déficit Público % PIB Dívida Pública %PIB Taxa de Juros % Ingresso na UME 19971 2,7 1997 -3,0 1997 60,0 19971 7,8 05/ 1998 UME (União Monetária Européia) - 11 Alemanha França Itália Espanha Países Baixos Bélgica Áustria Finlândia Portugal Irlanda Luxemburgo 1,4 1,2 1,8 1,8 1,8 1,4 1,1 1,3 1,8 1,2 1,4 -2,7 -3,0 -2,7 -2,6 -1,4 -2,1 -2,5 -0,9 -2,5 0,9 1,7 61,3 58,0 121,6 68,8 72,1 122,2 66,1 55,8 62,0 66,3 6,7 5,6 5,5 6,7 6,3 5,5 5,7 5,6 5,9 6,2 6,2 5,6 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim 1,8 1,9 1,9 5,2 -1,9 -0,8 0,7 -4,0 53,4 76,6 65,1 108,7 7,0 6,5 6,2 9,8 Não Não Não Não Países Fora da UME Grã-Bretanha Suécia Dinamarca Grécia Fonte: Comissão Européia em Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998 (1) Período de 12 meses até janeiro de 1998 - Média das melhores taxas de inflação dos países da União Européia em 1997 (França, Áustria e Irlanda): 1,2% Resumindo o processo de criação da União Monetária Européia e da introdução da nova moeda comum, o Euro, teríamos as seguintes fases: FASE A: Preparação da União Monetária Européia - Início: maio de 1998; Duração: 8 meses Ratificação dos 11 países-participantes no início de maio de 1998. Criação do Banco Central Europeu e do Sistema Europeu dos Bancos Centrais: Decisão sobre as estratégias e instrumentos de política monetária. Início da produção das cédulas e moedas. FASE B: Preparação da União Monetária Européia e da Conversão da Nova Moeda – Início: 1o de janeiro de 1999; Duração: 3 anos Fixação irreversível das paridades de câmbio das moedas nacionais para o Euro. O Banco Central Europeu assume a responsabilidade da política monetária. Introdução do Euro como moeda escritural. Emissões das moedas dos Estados em Euro, a partir de 1o de janeiro de 1999; imediata conversão das moedas e divisas, bem como das bolsas e dos sistemas de compensação bancários. Final do ano de 2001 é o último prazo para a conversão, em Euro, das demonstrações financeiras, tanto do setor público como privado. FASE C: Troca das Cédulas e Moedas Início: 1o de janeiro de 2002; Duração: até 6 meses À partir de janeiro de 2002 as cédulas e moedas em Euro serão introduzidas como meios legais de pagamentos. No mais tardar em 1o de julho de 2002, as notas e moedas nacionais perdem suas propriedades, podendo, no entanto, ainda serem trocadas. A duração da fase de trocas das notas e moedas pode variar de país a país. Fonte: Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998 44 Em 31 de dezembro de 1998, os Presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros da União Monetária Européia e do Banco Central Europeu anunciaram a fixação das taxas de câmbios bilaterais, de suas respectivas moedas nacionais, em relação ao Euro. A partir desta data, portanto, as taxas de câmbio do marco alemão, por exemplo, em relação ao Franco francês ou a Lira italiana não poderão mais flutuar. Conforme a Tabela 3.2, o Euro vale na Alemanha aproximadamente 1,96 marco. Tabela 3.2: Valores de Conversão do Euro para os Países da União Monetária Européia Países Áustria Alemanha Bélgica Espanha Finlândia França Itália Irlanda Luxemburgo Holanda Portugal Moeda Xelim Marco Alemão Franco Belga Peseta Espanhola Marco Finlandês Franco Francês Lira Italiana Libra Irlandesa Franco de Luxemburgo Florim dos Países-Baixos Escudo Português Valor de Conversão 13,7603 1,95583 40,3399 166,386 5,94573 6,55957 1936,27 0,787564 40,33991 2,2037 200,482 Fonte: Handelsblatt, 31/12/98 Após a cerimônia de anúncio dos valores de conversão acima, o Presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg declarou que uma moeda é muito mais que um meio de troca, uma unidade ou reserva de valor, mesmo que estas sejam as propriedades mais importantes. Uma moeda é ao mesmo tempo parte da identidade dos cidadãos. Reflete o que eles têm em comum, agora e no futuro. Que o Euro possa se tornar um símbolo para os cidadãos da Europa (Handelsblatt, 31/12/98). Para finalizar esta parte referente aos critérios de convergência e da implantação da União Monetária e Econômica (UME), caso, hipoteticamente, incluíssemos o Brasil (CONJUNTURA, dez/97) neste processo de ajustamento, 45 conforme a Tabela 3.2, chegaríamos à algumas conclusões interessantes da performance comparativa da economia brasileira em relação a estas metas. Tabela 3.3: Critérios de Convergência - Comparação com a Economia Brasileira (Base 1997) Inflação (%) Bélgica Dinamarca Alemanha Grécia Espanha França Irlanda Itália Luxemburgo Holanda Portugal Reino Unido Áustria Finlândia Suécia Média Conv. Maastricht Brasil 1,9 2,8 1,9 6,0 2,4 1,6 2,0 2,7 1,7 2,4 2,5 2,3 2,1 0,9 1,5 2,2 2,6 5,0 Déficit Público (% PIB) 2,7 0,3 3,0 4,9 3,0 2,0 1,0 3,2 1,1 2,3 3,0 2,9 3,0 1,9 2,6 2,9 3,0 3,1 Divida Pública (% PIB) 126,7 67,2 61,8 108,3 68,1 57,9 68,3 122,4 6,5 76,2 64,1 54,7 68,5 59,2 78,5 72,9 60,0 36,4 Taxa de Juros (%) 6,2 6,8 5,8 (......) 7,3 5,8 6,6 8,0 5,8 5,7 5,8 6,0 6,2 6,9 7,6 6,8 8,8 21,5 Fonte: Comissão Européia, Cuadernos de Información Económica Nr.122/97 em Conjuntura Econômica dez/97 • Todos os 15 países europeus possuem taxas de juros abaixo do limite estabelecido por Maastricht. No Brasil, a taxa prevista em dezembro de 1997, para o respectivo ano (21,5%), se situa num patamar que é o triplo da taxa média destes países (6,8%). • A dívida pública brasileira (36,4%) se situa na metade da média destes países (72,9%); só que os juros são muito mais altos. • O critério de convergência não inclui o saldo de transações correntes, cuja forma de financiamento é problemática para a economia brasileira. A inflação brasileira (5%), apesar de baixa em relação à sua história, é mais do que o dobro da média destes países (2,2%). 46 3.6. UNIÃO MONETÁRIA - UMA GRANDE CONTROVÉRSIA Desde a assinatura do Tratado de Maastricht, existe uma grande discussão na Europa sobre os prós e contras da União Monetária. De forma geral, os políticos e chefes de Estado que participaram ativamente nos últimos dez anos da construção da União Européia, onde se incluem François Mitterrand, Valéry Giscard d’Estaing, Helmut Kohl, Helmut Schmidt, Hans-Dietrich Genscher, Richard von Weizsäcker, Roman Herzog e Jacques Delors, presidente da Comissão Européia entre 1985 e 1994, são naturalmente favoráveis a esta União. Segundo Jacques Delors (DELORS, 1996), se a União Européia não começasse com um certo número de países-membros, a partir de 1o de janeiro de 1999, isto representaria um forte golpe para a consolidação desta União Européia. Segundo ainda Delors, ou se introduz a nova moeda, o Euro, ou existe a ameaça de um período de dúvidas e estagnação, tão comum na história da Europa. Diferente das fases anteriores, prossegue Delors, os tempos atuais não seriam tão favoráveis. O mundo estaria experimentando fortes transformações, com o aparecimento de novas potências econômicas em países situados na Ásia, América Latina, além da China e Índia. Presentemente, existe a dramática escolha entre sobreviver e sucumbir. Com relação aos europeus, o que se observou, de modo geral, foi uma crescente motivação para a aceitação da União Européia. Segundo estatística do Eurobarometer, entre abril de 1992 e dezembro de 1995 o percentual de aceitação de uma moeda única européia passou de 49% para 54%. Neste mesmo período o percentual de rejeição da moeda passou de 32% para 37%. Na Alemanha, entretanto, a situação foi diferente. Em abril de 1992, 57% da população era contra a nova moeda, enquanto que apenas 23% a favor. Em dezembro de 1995, verificou-se que o percentual de rejeição da moeda ainda compreendia mais da metade da população, ou seja 55%, apesar de se verificar um aumento no grau de aceitação da moeda, ao nível de 38%. 47 No início de 1998, segundo pesquisa publicada pelo jornal Handelsblatt, de 09/01/98, 56% dos alemães ainda eram contra a introdução da União Monetária (Euro) e 39% a favor. Quanto à estabilidade desta nova moeda européia, 73% achavam que a mesma será mais fraca do que o marco alemão, enquanto que 21% julgam que será igual. Nos meios acadêmicos e empresariais as opiniões sempre foram muito divididas, co-existindo argumentos pró e contra esta União. Entretanto é importante citar um manifesto assinado, por mais de 60 economistas alemães (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 11/06/96), cujo título corresponderia, em português, A União Monetária Rumo à uma Prova de Rompimento. Dentre os pontos assinalados neste manifesto se destacariam os seguintes: • Uma União Econômica e Monetária pode ser relevante para a meta da integração européia. Entretanto, as metas do Tratado de Maastricht em pontos decisivos, não são apropriadas para se alcançar este objetivo. • Uma União Econômica e Monetária exigiria como pré-condição, durante anos, uma duradoura equiparação das estruturas mais relevantes dos países membros. O preenchimento, mais ou menos ao acaso, de alguns critérios não serve de comprovação dos parâmetros de convergência necessária. • Banco Central Europeu, apesar de sua condição de independência, não conseguirá manter uma estabilidade de preços na Europa, devido às diferenças de realidades econômicas e sociais de seus países- membros. Em 12 de janeiro de 1998, quatro conhecidos professores de universidades alemãs, Wilhelm Hankel, Wilhelm Nögling, Karl Albrecht Schachtschneider e Joachim Starbatty, entraram com um processo junto ao Tribunal Constitucional Federal de Karlsruhe (Handelsblatt, 9/10/98), alegando 48 que o inicio da introdução prematura da nova moeda na Europa abrigaria o perigo de um imensurável dano para a Alemanha e toda a Europa. A argumentação quanto à inconstitucionalidade da adesão do governo da Alemanha a esta União, encontra-se em um livro intitulado A Queixa do Euro - Porque a União Monetária Deve Fracassar, cujos autores são os próprios professores (HANKEL, 1998). No mês seguinte, quatro outros professores de universidades alemãs organizaram um abaixo-assinado com 155 colegas da área acadêmica (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 9.02.98). Apesar de reconhecerem que não resta outra alternativa para a integração européia, alegam ser prematuro o início da União Monetária. Este abaixo assinado pôde ser acessado, inclusive, através do site da internet da Universidade de Mannheim. O argumento da inconstitucionalidade, alegado por estes primeiros 4 professores acima, relativo à introdução do Euro, em 1o de janeiro de 1999, foi rejeitado pelo Tribunal Constitucional Federal da Alemanha (Bundesverfassungsgericht), em 2 de abril de 1998. Através de uma decisão unânime, a Corte considerou descabido o motivo desta apelação por entender que as responsabilidades, quanto à estabilidade do Euro, são de matéria e competência exclusiva do governo e do parlamento alemão (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 03/04/98). Coincidentemente, neste mesmo dia, o então chanceler Helmut Kohl, apresentou, no Parlamento, a proposta do Governo de introdução do Euro, a partir de 1o de janeiro de 1999, em 11 países da Europa. Nesta ocasião, Kohl se referiu ao Euro como a mais significativa decisão desde a reunificação alemã. Em 22 de abril de 1998, o Parlamento da Alemanha aprovou, por uma grande maioria dos partidos políticos, CDU/CSU, SPD, FDP e Bündnis90/Die Grünen, esta proposta do Governo para a introdução do Euro. O partido PDS, votando contra, exigiu a postergação desta terceira etapa por mais alguns anos . No dia seguinte, o Conselho Federal (Bundesrat) ratificou este resultado do Parlamento (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 24/04/98). 49 Apesar desta aprovação unânime, alguns dos principais líderes destes partidos, externaram durante esta votação opiniões divergentes. O então chanceler Helmut Kohl (CDU) afirmou que a integração européia era necessária e inevitável, e com isto o Euro era um passo para este caminho. Para Kohl, os países continuarão mantendo suas autonomias, em uma Europa organizada de forma federativa. Por outro lado, o ainda candidato a Chanceler, Gerhard Schröder (SPD), posteriormente vitorioso com as eleições de 27 de setembro de 1998, afirmou que a introdução do Euro vem acompanhada de riscos. Segundo Schröder, o desemprego na Europa não vai diminuir sem uma política comum de emprego, uma harmonização do sistema tributário e do padrão social na Europa. Para Joschka Fischer, o então líder do Partido Verde (Bündnis90/Die Grünen), que, com a vitória da coligação do seu partido com o SPD, se tornou o Ministro das Relações Exteriores, a decisão da introdução do Euro, através do Parlamento, não foi democrática, pois teria sido mais razoável um plebiscito. O ex-Ministro das Relações Exteriores, Hans-Dietrich Genscher, que juntamente com Kohl, foi um dos principais idealizadores da forma e concepção da atual União Européia, em seu último discurso no Parlamento, pois deixou a legislatura, pediu votos, de forma veemente, para a aprovação da União Monetária. Para Genscher esta União é a resposta da Europa aos desafios dos novos tempos de globalização, não sendo portanto, de forma alguma, o preço pelo passado da Alemanha, mas, pelo contrário, a saída para o futuro. Segundo Genscher, é descabido se referir ao Euro, como precipitação ou parto prematuro, criticando uma afirmativa anterior de Schröder, neste sentido. Prosseguindo, Genscher afirma que, com a nova moeda, será possível se aproveitar, de forma conjunta, do potencial de crescimento do mercado comum. Com isto, conclui Genscher, a introdução do Euro é um decisivo 50 pressuposto para se criar novas e mais seguras oportunidades de trabalho, mesmo que o Euro, por si só não consiga isto. 3.7. EUROPA - POSICIONAMENTO POLÍTICO DA ALEMANHA Conforme visto anteriormente, a posição política da Alemanha, no que concerne à questão de sua reunificação, sempre esteve presente ao longo deste processo de formação da União Européia. Com a consecução deste objetivo, em 3 de outubro de 1990, chegase ao final de um longo debate quanto à harmonização e reciprocidade dos interesses entre a busca da unidade alemã e a integração européia. Com a adesão através do artigo 23 da Lei Fundamental, conforme visto no capítulo II, a Alemanha Oriental unida à Ocidental, também ingressa automaticamente na União Européia. Neste sentido, em reunião realizada na cidade de Dublin, Irlanda, é reforçada a estratégia de integração da Comunidade, bem como de que o território da ex-Alemanha Oriental, agora pertencendo à Ocidental, também estará coberto pelos termos do Tratado da União Européia. Entretanto, ao longo destas décadas, este entrelaçamento e o verdadeiro comprometimento da Alemanha Ocidental com relação ao projeto da União Européia foi sempre colocado em discussão, por parte dos demais paísesmembros desta União, toda vez que avanços na política européia, com relação à questão da sua integração, não encontravam ressonância na política externa alemã. Em meados de 1988, por exemplo, estava ocorrendo na Europa um forte impulso de integração no âmbito da Comunidade Européia com vista à formação de um mercado único, a partir do final de 1992. Esta dinâmica contrastava inteiramente com a disposição e interesse da política alemã, já que a questão alemã estava entrando em ebulição. 51 Nesta época a falta de vontade política das autoridades, da então Alemanha Oriental, em promover reformas estava freando, de forma crescente, o alargamento das relações econômicas entre os dois Estados alemães. Nesta situação, prevaleceu a ênfase da política da Alemanha Ocidental em se voltar para a sua problemática interna. Neste contexto, freqüentemente se discute, principalmente nos países vizinhos e em especial na França e Inglaterra, quais seriam os reais interesses e posicionamento da Alemanha em relação à União Européia. Com a reunificação, a Alemanha se deslocou fisicamente para a direita, sendo agora o mais forte país europeu economicamente e o mais próximo dos países do Leste. Apesar de pouco provável, não só pelo comprometimento tácito e explícito de seus governantes com o projeto de consolidação da União Européia, mas também pelo desgaste político que causaria aos demais países, tanto dentro como fora da Europa, poderia a Alemanha renunciar à condição de país-membro desta União? Ou então, optando por uma estratégia menos radical, que seria o de enfraquecer o poder decisório do Parlamento Europeu, ao incentivar a entrada de novos membros, tais como Polônia, Hungria, países balcânicos, etc.? Em qualquer dos casos, preferiria, então, a Alemanha assumir a condição de liderança e de porta-voz, tanto política como economicamente, dos países do Leste? Somam-se a isto as fortes críticas que os cidadãos alemães fazem contra as pesadas transferências de recursos que a Alemanha, enquanto paísmembro, efetua para a União Européia uma transferência líquida anual de 22 bilhões de marcos (US$ 13 bilhões), o que corresponde a cerca de 60% do total geral (Gazeta Mercantil, 28/12/98). Com um elevado índice de desemprego, e com enormes gastos em infra-estrutura na sua parte oriental, fica cada vez mais difícil a seus governantes justificar, junto aos seus eleitores, esta vultosa transferência externa anual de recursos. Com as eleições de 27 de setembro de 1998 na Alemanha e a vitória da coligação do SPD e do Partido Verde, uma nova variável é acrescentada a 52 esta discussão, a respeito do futuro direcionamento político em relação a União Européia. Com a derrota da coalizão CDU/CSU com o FDP, chega-se ao fim dos 16 anos da “Era Kohl”. Com esta nova composição política, pela primeira vez o Partido Verde participa do poder, em nível federal. Em entrevista à imprensa, no dia seguinte a esta vitória, o novo chanceler alemão, Gerhard Schröder, já afirmava que as linhas gerais da política externa do país não mudarão, assegurando à comunidade internacional que a Alemanha continuará sendo um bom parceiro. Com isto, descartou a hipótese de que a Alemanha se afaste das estruturas da OTAN (O GLOBO, 29/09/98). Muito significativo foi o fato de que, três dias depois destas eleições, Schröder já se encontrava em Paris, para encontros com o Presidente Jacques Chirac e com o primeiro-ministro Lionel Jospin. Muito provavelmente estes encontros tiveram como pano de fundo o interesse do governo francês em se assegurar, com este novo governo alemão, a continuidade da aliança francogermânica, base da construção da União Européia, iniciada após Segunda Guerra Mundial com seus então governantes Robert Schumann e Konrad Adenauer, Charles de Gaulle, Valéry Giscard d`Estaing, Willy Brandt, Helmut Schmidt e, posteriormente, François Mitterrand e Helmut Kohl. Schröder, apesar de considerar este eixo entre a França e a Alemanha como intocável, deverá possivelmente estreitar os laços políticos e econômicos com a Grã-Bretanha. Durante sua campanha eleitoral Schröder demonstrou forte admiração por seu primeiro-ministro Tony Blair. Segundo Schröder, Blair tomou medidas que trouxeram a Grã-Bretanha de volta à Europa (ibid., 29/09/98). Enquanto Schröder se encontrava em Paris, seu Ministro da Defesa, Rudolf Scharping, participava na Grã-Bretanha do encontro anual do Partido Trabalhista, tendo como missão reiterar o apoio da Alemanha às idéias de Tony Blair (id., 30/09/98). Neste contexto, estaria, então Schröder, alterando a configuração deste eixo tradicional para um novo triângulo Berlim-Londres-Paris? 53 Devido ao pouco tempo de Schröder no poder, é ainda muito prematuro se fazer qualquer julgamento neste sentido. Uma outra questão aberta, bastante interessante, é verificar como funcionará, interna e externamente, o Governo alemão, agora, com uma dupla liderança no poder - o Chanceler Gerhard Schröder, que possui uma grande popularidade entre os eleitores do SPD, e o Ministro das Finanças, Okscar Lafontaine, que por outro lado é quem realmente possui a liderança neste partido. Em pouco mais de dois meses como Ministro, Oskar Lafontaine já questionou abertamente tanto a política de juros altos do Banco Central Alemão quanto a do Banco Central Europeu. Desagradando a comunidade financeira internacional, já defendeu também o relaxamento das regras fiscais da União Monetária Européia e a criação de bandas de flutuação entre o Euro , o dólar e o ien. Além disto, com a ajuda da França, Lafontaine é favorável à harmonização dos impostos na União Européia. O governo da Inglaterra, por outro lado, ao defender a desregulamentação e desoneração tributária, na linha liberal da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, é radicalmente contra (Gazeta Mercantil, 03/12/98). Um outro aspecto, também, bastante interessante, a ser observado neste novo Governo, é de como se dará a convivência política da coalizão entre o SPD e o Partido Verde, pela primeira vez no poder, desde sua estréia no Parlamento Alemão, em março de 1983, com suas propostas inovadoras tais como a introdução de impostos ecológicos e a desativação, no médio prazo, das usinas de energia nuclear na Alemanha. 3.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este capítulo abordou a Alemanha no processo de unificação européia. Desta forma foi feita uma retrospectiva histórica do processo de 54 formação e evolução da União Européia, onde a Alemanha teve uma posição de destaque. Além disto, foram feitas considerações a respeito das possíveis mudanças nas diretrizes de suas políticas internas e externas, em função da recente mudança de governo na Alemanha. Com os capítulos II e III fica, portanto, a Alemanha referenciada no seu processo de reunificação, bem como do seu papel no processo de formação e inserção na União Européia. Com isto, faz-se necessário agora termos uma visão conjuntural de sua economia, fundamental para entendermos os fatores e as motivações determinantes do investimento externo dos diversos segmentos que a compõem. Também será visto a constituição estrutural dos seus setores automobilístico, financeiro e químico-farmacêutico, bem como suas relações comerciais com o Brasil. Estes temas serão tratados, portanto, no capítulo IV, a seguir. 55 CAPÍTULO III A ALEMANHA E O PROCESSO DA UNIFICAÇÃO EUROPÉIA Doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento Europeu questões e divergências que não possam ser devidamente resolvidas nas respectivas instâncias jurídicas dos países membros, e portanto, pela sua abrangência ou conseqüências poderão ser melhor apreciadas nesta instância superior. (Princípio da Subsidiaridade, Tratado de Maastricht) 3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A política externa da Alemanha Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial, ficou centrada na consolidação de sua presença entre as principais nações, bem como de seu papel como membro ativo da União Européia e da OTAN (PERFIL, 1995). Com isto, no decorrer do tempo, podem-se observar como principais desdobramentos de sua política externa, a consecução de três metas fundamentais: a consolidação do processo de formação do mercado único europeu, a criação de um clima de confiança e détente, que permitisse a sua 32 reunificação, bem como o apoio à consolidação e reforma dos processos políticos e econômicos na Europa. É importante, no entanto, ressaltar que, ao longo destes anos, esta política externa da Alemanha Ocidental sempre fez questão de tornar presente e frisar junto aos países da União Européia, seu desejo de reunificação. Uma série de cláusulas especiais dos termos do Tratado da União Européia, por exemplo, refletem bem a preocupação da Alemanha a este respeito. Neste sentido vale também lembrar que já no preâmbulo da sua Lei Fundamental (Grundgesetz), promulgada em 23 de maio de 1949, consta que o povo alemão no seu conjunto continua conclamado em concretizar a unidade e liberdade da Alemanha em autodeterminação livre (Das gesamte Deutsche Volk bleibt aufgefordet, in freier Selbsbestimmung die Einheit und Freiheit Deutschlands zu vollenden) (BEHN, 1975, p. 80). Interessante, também, notar que, desde esta época, apesar desta Lei Fundamental ser referente apenas à parte da então Alemanha Ocidental (Bundesrepublik Deutschland), são utilizadas as palavras povo alemão e Alemanha (Deutschland), já se subentendendo, provavelmente, uma futura Alemanha reunida. Portanto, as intenções de se reunificar se espelhavam desde este forte preceito constitucional, se colocando, por conseguinte, como uma meta imprescindível a ser atingida pelo Estado (Alemanha Ocidental), até nos dispositivos administrativos mais simples do cotidiano da vida dos seus cidadãos. Para ilustrar este fato, podemos citar a antiga sistemática de codificação e identificação das placas dos veículos automotivos da parte ocidental da Alemanha. Pelo antigo código de trânsito da Alemanha Ocidental, a grande maioria das letras do alfabeto, por exemplo, A (Augsburg), B (Berlin), D (Düsseldorf), E (Essen), F (Frankfurt), H (Hannover), etc., representava suas 33 principais cidades. Entretanto, letras tais como C, G e J foram, digamos, “poupadas” para uma futura reunificação, para indicar, respectivamente, as cidades do Leste da Alemanha, Chemnitz, Gera e Jena. No que concerne aos objetivos deste trabalho, que é o estudo das motivações atuais dos investimentos externos alemães, torna-se importante, agora, a compreensão do grau de inserção, participação e responsabilidade da Alemanha, neste processo de formação da União Européia, que se iniciou há mais de quatro décadas. Portanto, neste capítulo será feita uma retrospectiva histórica do processo de formação e evolução desta União, as principais questões, que vêm sendo discutidas pelos seus membros ao longo destes últimos dez anos, bem como o posicionamento político da Alemanha neste processo. 3.2. MOTIVAÇÕES DOS PAÍSES EUROPEUS PARA UMA MAIOR INTEGRAÇÃO Originalmente, os motivos que levaram os países da Europa em direção a uma integração européia (WEINFELD, 1992), e, que se tornaram mais fortes e visíveis após o término da Segunda Guerra Mundial, com a conseqüente perda de influência e poder desses países europeus, podem ser agrupados em torno dos seguintes pontos: • Depois da experiência de governos nacionalistas, que desembocaram em menos de meio século em duas guerras mundiais, a Europa poderia oferecer uma nova forma de convivência pacífica entre os países - uma nova Europa em contraposição à de outrora, de domínio nacionalista. • Os países europeus, que antes de 1914 detinham um grande poder político em nível mundial, saíram arrasados da Segunda Guerra. Os Estados Unidos e a então União Soviética passaram a ser os novos padrões de referência de superpotências. 34 • Uma vez unidos, os países ocidentais da Europa esperavam que, através de uma união européia, pudessem, de forma conjunta, recuperar parte do poder perdido para estas novas superpotências. Além disto, estes países poderiam se prevenir da eclosão de um novo conflito mundial, bem como se proteger da expansão do comunismo. • Em razão das limitações impostas pela guerra, durante anos a população européia sofreu muito quanto à liberdade da circulação de pessoas, mercadorias e de capital. Com o final da guerra, havia um desejo, por parte tanto das pessoas físicas como jurídicas, de se desfrutar deste tipo de liberdade. Uma Europa unida poderia conduzir seus habitantes a uma nova era de estabilidade e prosperidade econômica. Um mercado comum poderia tanto incentivar o comércio como proporcionar uma melhor alocação dos fatores da produção. Em setembro de 1946, logo após a guerra, Winston Churchill, em um discurso em Zurique, já propunha a criação dos Estados Unidos da Europa, por considerar prioritário uma estrutura comum para a França e Alemanha. Segundo Churchill caberia à Inglaterra um papel apenas de promotor, mas não de membro ativo. 3.3. O PROCESSO DE FORMAÇÃO - DA COMUNIDADE À UNIÃO EUROPÉIA Em 18 de abril de 1951, por iniciativa do Ministro das Relações Exteriores da França, Robert Schuman, foi assinado o Tratado da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), tendo como países-membros a Alemanha, França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. 35 O principal motivo para a criação desta comunidade seria o afastamento da antiga rivalidade franco-alemã, bem como o desejo de se estabelecerem as bases de uma futura federação européia. Desta forma, uma suposta ameaça da Alemanha à França estaria afastada e, além disto, garantiria à França um acesso conjunto das reservas de carvão localizadas na Alemanha. Este Tratado visava também a um maior controle, planejamento e exploração dessas matérias primas e produtos. Além disto, representava para a Alemanha Ocidental, ainda não soberana, a possibilidade de novamente conduzir negociações no cenário internacional. Este Tratado entrou em vigor em 23 de julho de 1952. Em 1956, uma comissão de Ministros das Relações Exteriores destes seis países apresentou um relatório que serviu como subsídio para a criação da Comunidade Européia de Energia Atômica (Euratom) e da Comunidade Econômica Européia (CEE). Estes tratados foram assinados no ano seguinte, entrando em vigor em 1o de janeiro de 1958. A União Européia, atualmente composta de 15 países, englobou a Comunidade do Carvão e do Aço (Tratado de Paris, 1951), a Comunidade Econômica Européia e a Comunidade de Energia Atômica (Tratados de Roma, 1957). A evolução desta Comunidade do Carvão e do Aço para a União Européia é assunto de vasta literatura, cujas principais datas encontram-se no Quadro 3.1, a seguir. 36 Quadro 3.1: Da Comunidade do Carvão e do Aço para a União Européia – Cronológico de 1951 a 1995 Data 1951 Fato Assinado, em 18 de abril, o Tratado da criação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), constituída pela Alemanha, França , Bélgica, Holanda, Itália e Luxemburgo (‘’Europa dos Seis’’). 1958 Entrada em vigor, em 01 de janeiro, o Tratado de Roma, para a criação da Comunidade Econômica Européia (CEE) e de uma Comunidade Européia de Energia Atômica (EURATOM). 1967 Tratado de fusão, englobando a CECA, CEE e EURATOM, sob a direção de um Conselho de Ministros. Esta fusão entrou em vigor em 01 de julho daquele ano. Conclusão de uma política aduaneira conjunta no ano seguinte. 1970 Início da Cooperação de Políticas Nacionais Externas no contexto da “Cooperação de Política Européia”. 1973 Ingresso da Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda à CEE (“expansão para o norte”), subindo o número de seus integrantes para nove. 1979 Criação do Sistema Monetário Europeu visando à coordenação das políticas monetárias nacionais. A Inglaterra, entretanto, não foi signatária deste acordo. Primeira eleição direta do Parlamento Europeu. 1981/1986 Espanha, Grécia e Portugal aderem à CEE, completando desta forma a “expansão para o sul”. 1987 Entrada em vigor o Ato Único Europeu com o Programa Mercado Interno, bem como reforma nos estatutos da CEE, no que concerne às áreas de meio-ambiente, ciência e tecnologia. 1991 Em Maastricht, Holanda, acordo para desenvolver a CEE no sentido de uma ‘’União Européia” com novas reformas institucionais, bem como com a proposição de se introduzir uma moeda comum européia no mais tardar até o ano de 1999. O Tratado da União Européia foi assinado em 7 de fevereiro de 1992. 1994 Reunião do Conselho Europeu em Essen, Alemanha, com a participação também de representantes dos países do Leste europeu. Estabelecimento de uma estratégia de aproximação destes países com o mercado interno, bem como estudos sobre política agrária . 1995 Ingresso da Áustria, Suécia e Finlândia à União Européia. Até este ano, solicitação de ingresso da Bulgária, Chipre, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Romênia, Suíça, Republica Eslovaca e Turquia. A Republica Tcheca solicitou seu ingresso no ano seguinte. (Fonte: Departamento de Imprensa e Informação do Governo Federal Alemão) 3.4 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIDADE – DESCENTRALIZAÇÃO DAS DECISÕES Dentre os inúmeros assuntos polêmicos que vêm sendo discutidos nos últimos dez anos no âmbito dos países-membros da União Européia, destaca-se a aplicação do princípio da subsidiaridade. 37 Este, juntamente com as definições dos rumos a serem dados às políticas econômicas e comerciais destes países, vão se constituir em temas de máxima relevância do ponto de vista político e econômico, seja pela constituição e feição desta União, seja pelas suas repercussões e desdobramentos em relação aos demais países. Neste contexto, conforme veremos a seguir, a Alemanha vem participando e sendo centro destas discussões, seja na condição de sujeito ou de objeto. Um dos principais objetivos do Tratado sobre a União Européia foi de democratizar, descentralizar e tornar mais próxima dos seus cidadãos as decisões do Parlamento Europeu. Este objetivo veio de encontro à uma das fortes críticas que se faziam aos termos do Tratado da Comunidade Européia, cujo Parlamento, de acordo com suas disposições originais, teria, em princípio, atribuições de legislar até ao nível das estruturas político-administrativas de pequenas cidades e municípios. Neste sentido, foi introduzido no artigo 3.b do Tratado da Comunidade Européia, que definiu as bases e objetivos da União Européia, o “Princípio da “Subsidiaridade”, pelo qual, doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento Europeu questões e divergências que não possam ser devidamente resolvidas nas respectivas instâncias jurídicas dos países membros, e portanto, pela sua abrangência ou conseqüências poderão ser melhor apreciadas nesta instância superior (PRESSE- UND INFORMATIONSAMT DER BUNDESREGIERUNG, 1992, p. 23). Evidentemente, sob esta definição de subsidiaridade, torna-se difícil se determinar os limites de competência das diferentes instâncias, cabíveis para a apreciação, julgamento e parecer das diversas questões, que vão surgindo a todo momento na prática. Podemos citar alguns exemplos da atuação da Comissão Européia na aplicação deste princípio, relacionados com a circulação/exportação de mercadorias e a política de subsídios. Em março de 1996, por exemplo, a 38 Inglaterra reagiu fortemente à decisão de se proibir a comercialização de sua carne bovina no interior do Mercado Comum, devido à possível suspeita de contaminação de seu rebanho pelo vírus da “vaca louca”, que leva a degeneração do cérebro, devido à ingestão da mesma (doença de Creutzfeldt Jakob). Reclamando veementemente dos enormes prejuízos que, por conta desta proibição, estaria sofrendo neste seu setor exportador, a Inglaterra alegou ter havido precipitação por parte da Comissão Européia que julgou este assunto. O fim deste embargo só foi decretado pelo ministros da Agricultura da União Européia 32 meses depois. Durante este período foram sacrificadas 2,6 milhões de animais. Esta proibição foi um desastre para a indústria frigorífica britânica, que movimentou cerca de US$ 1,06 bilhões em 1995 (Gazeta Mercantil; 24/11/98). Neste mesmo ano, o estado da Saxônia, Alemanha, visando aumentar o número de oferta de empregos ofereceu subsídios à Volkswagen para o estabelecimento de uma fábrica de automóveis na região, cujo valor total foi orçado em 780 milhões de marcos. Neste sentido, foram liberados para a Volkswagen 141,9 milhões de marcos, mesmo contra um veto escrito de Bruxelas. A maior parte desta soma, 90,7 milhões de marcos, foi considerada subsídio ilegal pela comissão que julgou o assunto. A Volkswagen teria recebido, segundo esta comissão, mais de um subsídio pelo mesmo investimento. A este respeito o artigo 93 do Tratado da Comunidade Européia é amplo e genérico, incluindo, tanto a concessão de terrenos, quanto créditos subsidiados, redução de impostos e empréstimos à vista. Subsídios acima de 200.000 marcos por um período de 3 anos devem ser notificados a uma comissão que trata deste assunto, a Direção Geral IV da Comissão Européia, em Bruxelas. O parágrafo 2.c deste mesmo artigo, também não estabeleceu limite de subsídios para as economias de determinadas partes da Alemanha, onde 39 seriam necessários aportes de recursos para minorar as desigualdades regionais provocadas pela antiga divisão entre as duas Alemanhas. Apesar dos termos deste artigo, a comissão que julga estas questões não está mais propensa a considerar a parte leste da Alemanha como uma região preferencial para recebimento deste tipo de subsídios. O governo estadual da Saxônia entrou com um processo contra esta decisão por considerar que a Comissão Européia não tem competência para legislar sobre estes tipos de investimentos regionais (Die Zeit no 33/96). No início de 1998, dois outros casos ocorreram envolvendo novamente a empresa Volkswagen e a Telekom, a companhia de telefonia alemã, recentemente privatizada. Com relação ao primeiro caso, a Comissão Européia aplicou uma multa de cerca de 200 milhões de marcos à Volkswagen. Desta vez, esta Comissão alega que a Volkswagen vem, há cerca de dez anos, pressionando seus revendedores italianos a não venderem automóveis para compradores da Alemanha e da Áustria (Suddeutsche Zeitung, no 23/98). Devido à desvalorização da Lira, automóveis da Volkswagen comprados na Itália chegaram a ter preços de até 40% mais baixos do que seus similares vendidos na Alemanha e Áustria. Segundo a Volkswagen, no período de 1993 a 1996 foram reimportados da Itália cerca de 20.000 veículos. Durante o ano de 1997, provenientes dos demais países da União Européia, aproximadamente 21.000 veículos. Segundo esta Comissão, esta atitude discriminatória da Volkswagen fere o direito de liberdade do consumidor em comprar no mercado interno europeu, onde lhe for mais conveniente. Com relação a Telekom, esta empresa estaria exigindo uma taxa única de 53 marcos para aqueles consumidores alemães que desejassem fazer todas suas ligações telefônicas com outras empresas do mercado. A Comissão abriu um processo com relação a estas cobranças de taxas da Telekom, no sentido de verificar se as mesmas são devidas. 40 3.5. A UNIÃO MONETÁRIA E ECONÔMICA (UME) A implantação da União Monetária e Econômica (UME) é um dos temas mais presentes e discutidos na história da União Européia. Com a assinatura do Tratado de Maastricht em fevereiro de 1992, o Conselho Europeu definiu um roteiro para a concretização desta União (GADDUN, 1992). No Tratado de Maastricht, que tratam da política monetária e econômica da União Européia, são estabelecidas as bases de uma política econômica coordenada, um planejamento escalonado para a formação da UME; as condições para a entrada de novos países-membros e o estabelecimento do processo decisório, conforme veremos a seguir: • O Conselho Europeu é o formulador das diretrizes de política econômica dos países membros e da União. O traçado das políticas econômicas nacionais é competência, como sempre, de cada país-membro. Entretanto, este Tratado desenvolve um instrumental que garante que as políticas nacionais devam ser coordenadas para que possam assegurar uma continuada convergência dos resultados econômicos dos países membros. • A União Européia pode estabelecer sanções àqueles países que não seguirem as recomendações e prescrições de corte de déficit público: O Conselho Europeu pode tornar públicas suas recomendações e com isto exercer pressão política sobre os países-membros. Pode também exigir que determinado país apresente informações adicionais sobre sua situação financeira. • A criação da União Monetária e Econômica está sendo feita em três etapas. A primeira já começou em 1990 com a liberalização do fluxo de capital, com regras especiais para Espanha, Portugal e Grécia; estreita sintonia tanto das políticas econômicas como em relação à condução dos bancos centrais dos governos. Além 41 disto, uma participação de todos os países-membros no mecanismo de paridade cambial da União. • A segunda etapa começou em 1994 com a criação do Instituto Monetário Europeu, que deve preparar procedimentos para a terceira fase. as diretrizes e Este Instituto deverá, portanto, apoiar os países-membros a atingir os critérios de convergência, para que os mesmos possam passar para a fase subsequente. • Em seguida, a terceira fase, com a criação, em 1o de junho de 1998, do Sistema Europeu de Bancos Centrais e um Banco Central Europeu, proveniente do Instituto Monetário Europeu. O Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt am Main, deverá ser politicamente independente. Os representantes de seus órgãos decisórios não podem preencher outros cargos dentro da União, nem receber qualquer tipo de orientação de seus países de origem. Para que determinado país ingresse na União Monetária e Econômica, deverá estar em consonância com os seguintes critérios de convergência: • O déficit público anual não pode ultrapassar 3% do Produto Interno Bruto. • O déficit total acumulado não pode ultrapassar 60% do Produto Interno Bruto. • A taxa de inflação de cada país não pode ser superior a 1.5% da média das inflações dos três países de inflações mais baixas. 42 • A taxa de juros de longo prazo não pode ultrapassar em 2% a média das taxas de juros dos três países, cujos valores são os mais baixos; • Pelo menos durante dois anos antes do ingresso o país em questão não poderá ter tido grandes variações na sua taxa de câmbio em relação ao Sistema de Câmbio Europeu. O consenso, quanto aos cinco critérios de convergência descritos anteriormente, para a entrada dos países na União Monetária e Econômica, foi resultado, acima de tudo, da pressão feita por parte da Alemanha. Estes critérios exigem dos países-membros uma rígida disciplina fiscal e monetária. Conforme a Tabela 3.1, na página seguinte, devido à questões internas, relacionadas com o ceticismo de seus cidadãos, quanto à introdução da nova moeda, o Euro, três países, Grã-Bretanha, Dinamarca e Suécia, não deverão participar, imediatamente, da União Monetária, apesar de se enquadrarem dentro do critério de convergência. A Grécia, foi o único país, dentre os quinze membros da União Monetária, que não conseguiu preencher estes critérios de convergência. 43 Tabela 3.1: Situação dos Países Europeus com Relação aos Critérios de Convergência Ano Critério de Convergência Inflação % Déficit Público % PIB Dívida Pública %PIB Taxa de Juros % Ingresso na UME 19971 2,7 1997 -3,0 1997 60,0 19971 7,8 05/ 1998 UME (União Monetária Européia) - 11 Alemanha França Itália Espanha Países Baixos Bélgica Áustria Finlândia Portugal Irlanda Luxemburgo 1,4 1,2 1,8 1,8 1,8 1,4 1,1 1,3 1,8 1,2 1,4 -2,7 -3,0 -2,7 -2,6 -1,4 -2,1 -2,5 -0,9 -2,5 0,9 1,7 61,3 58,0 121,6 68,8 72,1 122,2 66,1 55,8 62,0 66,3 6,7 5,6 5,5 6,7 6,3 5,5 5,7 5,6 5,9 6,2 6,2 5,6 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim 1,8 1,9 1,9 5,2 -1,9 -0,8 0,7 -4,0 53,4 76,6 65,1 108,7 7,0 6,5 6,2 9,8 Não Não Não Não Países Fora da UME Grã-Bretanha Suécia Dinamarca Grécia Fonte: Comissão Européia em Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998 (1) Período de 12 meses até janeiro de 1998 - Média das melhores taxas de inflação dos países da União Européia em 1997 (França, Áustria e Irlanda): 1,2% Resumindo o processo de criação da União Monetária Européia e da introdução da nova moeda comum, o Euro, teríamos as seguintes fases: FASE A: Preparação da União Monetária Européia - Início: maio de 1998; Duração: 8 meses Ratificação dos 11 países-participantes no início de maio de 1998. Criação do Banco Central Europeu e do Sistema Europeu dos Bancos Centrais: Decisão sobre as estratégias e instrumentos de política monetária. Início da produção das cédulas e moedas. FASE B: Preparação da União Monetária Européia e da Conversão da Nova Moeda – Início: 1o de janeiro de 1999; Duração: 3 anos Fixação irreversível das paridades de câmbio das moedas nacionais para o Euro. O Banco Central Europeu assume a responsabilidade da política monetária. Introdução do Euro como moeda escritural. Emissões das moedas dos Estados em Euro, a partir de 1o de janeiro de 1999; imediata conversão das moedas e divisas, bem como das bolsas e dos sistemas de compensação bancários. Final do ano de 2001 é o último prazo para a conversão, em Euro, das demonstrações financeiras, tanto do setor público como privado. FASE C: Troca das Cédulas e Moedas Início: 1o de janeiro de 2002; Duração: até 6 meses À partir de janeiro de 2002 as cédulas e moedas em Euro serão introduzidas como meios legais de pagamentos. No mais tardar em 1o de julho de 2002, as notas e moedas nacionais perdem suas propriedades, podendo, no entanto, ainda serem trocadas. A duração da fase de trocas das notas e moedas pode variar de país a país. Fonte: Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998 44 Em 31 de dezembro de 1998, os Presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros da União Monetária Européia e do Banco Central Europeu anunciaram a fixação das taxas de câmbios bilaterais, de suas respectivas moedas nacionais, em relação ao Euro. A partir desta data, portanto, as taxas de câmbio do marco alemão, por exemplo, em relação ao Franco francês ou a Lira italiana não poderão mais flutuar. Conforme a Tabela 3.2, o Euro vale na Alemanha aproximadamente 1,96 marco. Tabela 3.2: Valores de Conversão do Euro para os Países da União Monetária Européia Países Áustria Alemanha Bélgica Espanha Finlândia França Itália Irlanda Luxemburgo Holanda Portugal Moeda Xelim Marco Alemão Franco Belga Peseta Espanhola Marco Finlandês Franco Francês Lira Italiana Libra Irlandesa Franco de Luxemburgo Florim dos Países-Baixos Escudo Português Valor de Conversão 13,7603 1,95583 40,3399 166,386 5,94573 6,55957 1936,27 0,787564 40,33991 2,2037 200,482 Fonte: Handelsblatt, 31/12/98 Após a cerimônia de anúncio dos valores de conversão acima, o Presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg declarou que uma moeda é muito mais que um meio de troca, uma unidade ou reserva de valor, mesmo que estas sejam as propriedades mais importantes. Uma moeda é ao mesmo tempo parte da identidade dos cidadãos. Reflete o que eles têm em comum, agora e no futuro. Que o Euro possa se tornar um símbolo para os cidadãos da Europa (Handelsblatt, 31/12/98). Para finalizar esta parte referente aos critérios de convergência e da implantação da União Monetária e Econômica (UME), caso, hipoteticamente, incluíssemos o Brasil (CONJUNTURA, dez/97) neste processo de ajustamento, 45 conforme a Tabela 3.2, chegaríamos à algumas conclusões interessantes da performance comparativa da economia brasileira em relação a estas metas. Tabela 3.3: Critérios de Convergência - Comparação com a Economia Brasileira (Base 1997) Inflação (%) Bélgica Dinamarca Alemanha Grécia Espanha França Irlanda Itália Luxemburgo Holanda Portugal Reino Unido Áustria Finlândia Suécia Média Conv. Maastricht Brasil 1,9 2,8 1,9 6,0 2,4 1,6 2,0 2,7 1,7 2,4 2,5 2,3 2,1 0,9 1,5 2,2 2,6 5,0 Déficit Público (% PIB) 2,7 0,3 3,0 4,9 3,0 2,0 1,0 3,2 1,1 2,3 3,0 2,9 3,0 1,9 2,6 2,9 3,0 3,1 Divida Pública (% PIB) 126,7 67,2 61,8 108,3 68,1 57,9 68,3 122,4 6,5 76,2 64,1 54,7 68,5 59,2 78,5 72,9 60,0 36,4 Taxa de Juros (%) 6,2 6,8 5,8 (......) 7,3 5,8 6,6 8,0 5,8 5,7 5,8 6,0 6,2 6,9 7,6 6,8 8,8 21,5 Fonte: Comissão Européia, Cuadernos de Información Económica Nr.122/97 em Conjuntura Econômica dez/97 • Todos os 15 países europeus possuem taxas de juros abaixo do limite estabelecido por Maastricht. No Brasil, a taxa prevista em dezembro de 1997, para o respectivo ano (21,5%), se situa num patamar que é o triplo da taxa média destes países (6,8%). • A dívida pública brasileira (36,4%) se situa na metade da média destes países (72,9%); só que os juros são muito mais altos. • O critério de convergência não inclui o saldo de transações correntes, cuja forma de financiamento é problemática para a economia brasileira. A inflação brasileira (5%), apesar de baixa em relação à sua história, é mais do que o dobro da média destes países (2,2%). 46 3.6. UNIÃO MONETÁRIA - UMA GRANDE CONTROVÉRSIA Desde a assinatura do Tratado de Maastricht, existe uma grande discussão na Europa sobre os prós e contras da União Monetária. De forma geral, os políticos e chefes de Estado que participaram ativamente nos últimos dez anos da construção da União Européia, onde se incluem François Mitterrand, Valéry Giscard d’Estaing, Helmut Kohl, Helmut Schmidt, Hans-Dietrich Genscher, Richard von Weizsäcker, Roman Herzog e Jacques Delors, presidente da Comissão Européia entre 1985 e 1994, são naturalmente favoráveis a esta União. Segundo Jacques Delors (DELORS, 1996), se a União Européia não começasse com um certo número de países-membros, a partir de 1o de janeiro de 1999, isto representaria um forte golpe para a consolidação desta União Européia. Segundo ainda Delors, ou se introduz a nova moeda, o Euro, ou existe a ameaça de um período de dúvidas e estagnação, tão comum na história da Europa. Diferente das fases anteriores, prossegue Delors, os tempos atuais não seriam tão favoráveis. O mundo estaria experimentando fortes transformações, com o aparecimento de novas potências econômicas em países situados na Ásia, América Latina, além da China e Índia. Presentemente, existe a dramática escolha entre sobreviver e sucumbir. Com relação aos europeus, o que se observou, de modo geral, foi uma crescente motivação para a aceitação da União Européia. Segundo estatística do Eurobarometer, entre abril de 1992 e dezembro de 1995 o percentual de aceitação de uma moeda única européia passou de 49% para 54%. Neste mesmo período o percentual de rejeição da moeda passou de 32% para 37%. Na Alemanha, entretanto, a situação foi diferente. Em abril de 1992, 57% da população era contra a nova moeda, enquanto que apenas 23% a favor. Em dezembro de 1995, verificou-se que o percentual de rejeição da moeda ainda compreendia mais da metade da população, ou seja 55%, apesar de se verificar um aumento no grau de aceitação da moeda, ao nível de 38%. 47 No início de 1998, segundo pesquisa publicada pelo jornal Handelsblatt, de 09/01/98, 56% dos alemães ainda eram contra a introdução da União Monetária (Euro) e 39% a favor. Quanto à estabilidade desta nova moeda européia, 73% achavam que a mesma será mais fraca do que o marco alemão, enquanto que 21% julgam que será igual. Nos meios acadêmicos e empresariais as opiniões sempre foram muito divididas, co-existindo argumentos pró e contra esta União. Entretanto é importante citar um manifesto assinado, por mais de 60 economistas alemães (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 11/06/96), cujo título corresponderia, em português, A União Monetária Rumo à uma Prova de Rompimento. Dentre os pontos assinalados neste manifesto se destacariam os seguintes: • Uma União Econômica e Monetária pode ser relevante para a meta da integração européia. Entretanto, as metas do Tratado de Maastricht em pontos decisivos, não são apropriadas para se alcançar este objetivo. • Uma União Econômica e Monetária exigiria como pré-condição, durante anos, uma duradoura equiparação das estruturas mais relevantes dos países membros. O preenchimento, mais ou menos ao acaso, de alguns critérios não serve de comprovação dos parâmetros de convergência necessária. • Banco Central Europeu, apesar de sua condição de independência, não conseguirá manter uma estabilidade de preços na Europa, devido às diferenças de realidades econômicas e sociais de seus países- membros. Em 12 de janeiro de 1998, quatro conhecidos professores de universidades alemãs, Wilhelm Hankel, Wilhelm Nögling, Karl Albrecht Schachtschneider e Joachim Starbatty, entraram com um processo junto ao Tribunal Constitucional Federal de Karlsruhe (Handelsblatt, 9/10/98), alegando 48 que o inicio da introdução prematura da nova moeda na Europa abrigaria o perigo de um imensurável dano para a Alemanha e toda a Europa. A argumentação quanto à inconstitucionalidade da adesão do governo da Alemanha a esta União, encontra-se em um livro intitulado A Queixa do Euro - Porque a União Monetária Deve Fracassar, cujos autores são os próprios professores (HANKEL, 1998). No mês seguinte, quatro outros professores de universidades alemãs organizaram um abaixo-assinado com 155 colegas da área acadêmica (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 9.02.98). Apesar de reconhecerem que não resta outra alternativa para a integração européia, alegam ser prematuro o início da União Monetária. Este abaixo assinado pôde ser acessado, inclusive, através do site da internet da Universidade de Mannheim. O argumento da inconstitucionalidade, alegado por estes primeiros 4 professores acima, relativo à introdução do Euro, em 1o de janeiro de 1999, foi rejeitado pelo Tribunal Constitucional Federal da Alemanha (Bundesverfassungsgericht), em 2 de abril de 1998. Através de uma decisão unânime, a Corte considerou descabido o motivo desta apelação por entender que as responsabilidades, quanto à estabilidade do Euro, são de matéria e competência exclusiva do governo e do parlamento alemão (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 03/04/98). Coincidentemente, neste mesmo dia, o então chanceler Helmut Kohl, apresentou, no Parlamento, a proposta do Governo de introdução do Euro, a partir de 1o de janeiro de 1999, em 11 países da Europa. Nesta ocasião, Kohl se referiu ao Euro como a mais significativa decisão desde a reunificação alemã. Em 22 de abril de 1998, o Parlamento da Alemanha aprovou, por uma grande maioria dos partidos políticos, CDU/CSU, SPD, FDP e Bündnis90/Die Grünen, esta proposta do Governo para a introdução do Euro. O partido PDS, votando contra, exigiu a postergação desta terceira etapa por mais alguns anos . No dia seguinte, o Conselho Federal (Bundesrat) ratificou este resultado do Parlamento (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 24/04/98). 49 Apesar desta aprovação unânime, alguns dos principais líderes destes partidos, externaram durante esta votação opiniões divergentes. O então chanceler Helmut Kohl (CDU) afirmou que a integração européia era necessária e inevitável, e com isto o Euro era um passo para este caminho. Para Kohl, os países continuarão mantendo suas autonomias, em uma Europa organizada de forma federativa. Por outro lado, o ainda candidato a Chanceler, Gerhard Schröder (SPD), posteriormente vitorioso com as eleições de 27 de setembro de 1998, afirmou que a introdução do Euro vem acompanhada de riscos. Segundo Schröder, o desemprego na Europa não vai diminuir sem uma política comum de emprego, uma harmonização do sistema tributário e do padrão social na Europa. Para Joschka Fischer, o então líder do Partido Verde (Bündnis90/Die Grünen), que, com a vitória da coligação do seu partido com o SPD, se tornou o Ministro das Relações Exteriores, a decisão da introdução do Euro, através do Parlamento, não foi democrática, pois teria sido mais razoável um plebiscito. O ex-Ministro das Relações Exteriores, Hans-Dietrich Genscher, que juntamente com Kohl, foi um dos principais idealizadores da forma e concepção da atual União Européia, em seu último discurso no Parlamento, pois deixou a legislatura, pediu votos, de forma veemente, para a aprovação da União Monetária. Para Genscher esta União é a resposta da Europa aos desafios dos novos tempos de globalização, não sendo portanto, de forma alguma, o preço pelo passado da Alemanha, mas, pelo contrário, a saída para o futuro. Segundo Genscher, é descabido se referir ao Euro, como precipitação ou parto prematuro, criticando uma afirmativa anterior de Schröder, neste sentido. Prosseguindo, Genscher afirma que, com a nova moeda, será possível se aproveitar, de forma conjunta, do potencial de crescimento do mercado comum. Com isto, conclui Genscher, a introdução do Euro é um decisivo 50 pressuposto para se criar novas e mais seguras oportunidades de trabalho, mesmo que o Euro, por si só não consiga isto. 3.7. EUROPA - POSICIONAMENTO POLÍTICO DA ALEMANHA Conforme visto anteriormente, a posição política da Alemanha, no que concerne à questão de sua reunificação, sempre esteve presente ao longo deste processo de formação da União Européia. Com a consecução deste objetivo, em 3 de outubro de 1990, chegase ao final de um longo debate quanto à harmonização e reciprocidade dos interesses entre a busca da unidade alemã e a integração européia. Com a adesão através do artigo 23 da Lei Fundamental, conforme visto no capítulo II, a Alemanha Oriental unida à Ocidental, também ingressa automaticamente na União Européia. Neste sentido, em reunião realizada na cidade de Dublin, Irlanda, é reforçada a estratégia de integração da Comunidade, bem como de que o território da ex-Alemanha Oriental, agora pertencendo à Ocidental, também estará coberto pelos termos do Tratado da União Européia. Entretanto, ao longo destas décadas, este entrelaçamento e o verdadeiro comprometimento da Alemanha Ocidental com relação ao projeto da União Européia foi sempre colocado em discussão, por parte dos demais paísesmembros desta União, toda vez que avanços na política européia, com relação à questão da sua integração, não encontravam ressonância na política externa alemã. Em meados de 1988, por exemplo, estava ocorrendo na Europa um forte impulso de integração no âmbito da Comunidade Européia com vista à formação de um mercado único, a partir do final de 1992. Esta dinâmica contrastava inteiramente com a disposição e interesse da política alemã, já que a questão alemã estava entrando em ebulição. 51 Nesta época a falta de vontade política das autoridades, da então Alemanha Oriental, em promover reformas estava freando, de forma crescente, o alargamento das relações econômicas entre os dois Estados alemães. Nesta situação, prevaleceu a ênfase da política da Alemanha Ocidental em se voltar para a sua problemática interna. Neste contexto, freqüentemente se discute, principalmente nos países vizinhos e em especial na França e Inglaterra, quais seriam os reais interesses e posicionamento da Alemanha em relação à União Européia. Com a reunificação, a Alemanha se deslocou fisicamente para a direita, sendo agora o mais forte país europeu economicamente e o mais próximo dos países do Leste. Apesar de pouco provável, não só pelo comprometimento tácito e explícito de seus governantes com o projeto de consolidação da União Européia, mas também pelo desgaste político que causaria aos demais países, tanto dentro como fora da Europa, poderia a Alemanha renunciar à condição de país-membro desta União? Ou então, optando por uma estratégia menos radical, que seria o de enfraquecer o poder decisório do Parlamento Europeu, ao incentivar a entrada de novos membros, tais como Polônia, Hungria, países balcânicos, etc.? Em qualquer dos casos, preferiria, então, a Alemanha assumir a condição de liderança e de porta-voz, tanto política como economicamente, dos países do Leste? Somam-se a isto as fortes críticas que os cidadãos alemães fazem contra as pesadas transferências de recursos que a Alemanha, enquanto paísmembro, efetua para a União Européia uma transferência líquida anual de 22 bilhões de marcos (US$ 13 bilhões), o que corresponde a cerca de 60% do total geral (Gazeta Mercantil, 28/12/98). Com um elevado índice de desemprego, e com enormes gastos em infra-estrutura na sua parte oriental, fica cada vez mais difícil a seus governantes justificar, junto aos seus eleitores, esta vultosa transferência externa anual de recursos. Com as eleições de 27 de setembro de 1998 na Alemanha e a vitória da coligação do SPD e do Partido Verde, uma nova variável é acrescentada a 52 esta discussão, a respeito do futuro direcionamento político em relação a União Européia. Com a derrota da coalizão CDU/CSU com o FDP, chega-se ao fim dos 16 anos da “Era Kohl”. Com esta nova composição política, pela primeira vez o Partido Verde participa do poder, em nível federal. Em entrevista à imprensa, no dia seguinte a esta vitória, o novo chanceler alemão, Gerhard Schröder, já afirmava que as linhas gerais da política externa do país não mudarão, assegurando à comunidade internacional que a Alemanha continuará sendo um bom parceiro. Com isto, descartou a hipótese de que a Alemanha se afaste das estruturas da OTAN (O GLOBO, 29/09/98). Muito significativo foi o fato de que, três dias depois destas eleições, Schröder já se encontrava em Paris, para encontros com o Presidente Jacques Chirac e com o primeiro-ministro Lionel Jospin. Muito provavelmente estes encontros tiveram como pano de fundo o interesse do governo francês em se assegurar, com este novo governo alemão, a continuidade da aliança francogermânica, base da construção da União Européia, iniciada após Segunda Guerra Mundial com seus então governantes Robert Schumann e Konrad Adenauer, Charles de Gaulle, Valéry Giscard d`Estaing, Willy Brandt, Helmut Schmidt e, posteriormente, François Mitterrand e Helmut Kohl. Schröder, apesar de considerar este eixo entre a França e a Alemanha como intocável, deverá possivelmente estreitar os laços políticos e econômicos com a Grã-Bretanha. Durante sua campanha eleitoral Schröder demonstrou forte admiração por seu primeiro-ministro Tony Blair. Segundo Schröder, Blair tomou medidas que trouxeram a Grã-Bretanha de volta à Europa (ibid., 29/09/98). Enquanto Schröder se encontrava em Paris, seu Ministro da Defesa, Rudolf Scharping, participava na Grã-Bretanha do encontro anual do Partido Trabalhista, tendo como missão reiterar o apoio da Alemanha às idéias de Tony Blair (id., 30/09/98). Neste contexto, estaria, então Schröder, alterando a configuração deste eixo tradicional para um novo triângulo Berlim-Londres-Paris? 53 Devido ao pouco tempo de Schröder no poder, é ainda muito prematuro se fazer qualquer julgamento neste sentido. Uma outra questão aberta, bastante interessante, é verificar como funcionará, interna e externamente, o Governo alemão, agora, com uma dupla liderança no poder - o Chanceler Gerhard Schröder, que possui uma grande popularidade entre os eleitores do SPD, e o Ministro das Finanças, Okscar Lafontaine, que por outro lado é quem realmente possui a liderança neste partido. Em pouco mais de dois meses como Ministro, Oskar Lafontaine já questionou abertamente tanto a política de juros altos do Banco Central Alemão quanto a do Banco Central Europeu. Desagradando a comunidade financeira internacional, já defendeu também o relaxamento das regras fiscais da União Monetária Européia e a criação de bandas de flutuação entre o Euro , o dólar e o ien. Além disto, com a ajuda da França, Lafontaine é favorável à harmonização dos impostos na União Européia. O governo da Inglaterra, por outro lado, ao defender a desregulamentação e desoneração tributária, na linha liberal da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, é radicalmente contra (Gazeta Mercantil, 03/12/98). Um outro aspecto, também, bastante interessante, a ser observado neste novo Governo, é de como se dará a convivência política da coalizão entre o SPD e o Partido Verde, pela primeira vez no poder, desde sua estréia no Parlamento Alemão, em março de 1983, com suas propostas inovadoras tais como a introdução de impostos ecológicos e a desativação, no médio prazo, das usinas de energia nuclear na Alemanha. 3.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este capítulo abordou a Alemanha no processo de unificação européia. Desta forma foi feita uma retrospectiva histórica do processo de 54 formação e evolução da União Européia, onde a Alemanha teve uma posição de destaque. Além disto, foram feitas considerações a respeito das possíveis mudanças nas diretrizes de suas políticas internas e externas, em função da recente mudança de governo na Alemanha. Com os capítulos II e III fica, portanto, a Alemanha referenciada no seu processo de reunificação, bem como do seu papel no processo de formação e inserção na União Européia. Com isto, faz-se necessário agora termos uma visão conjuntural de sua economia, fundamental para entendermos os fatores e as motivações determinantes do investimento externo dos diversos segmentos que a compõem. Também será visto a constituição estrutural dos seus setores automobilístico, financeiro e químico-farmacêutico, bem como suas relações comerciais com o Brasil. Estes temas serão tratados, portanto, no capítulo IV, a seguir. 55 CAPÍTULO IV ASPECTOS CONJUNTURAIS E SETORIAIS DA ECONOMIA ALEMÃ Nem todos os alemães acreditam em Deus, mas todos certamente acreditam no Deutsche Bundesbank. Jacques Delors Ex-Presidente da Comissão Européia 4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Nos capítulos anteriores foram abordados aspectos relacionados com a reunificação da Alemanha, bem como o papel desta no processo de formação da União Monetária e Econômica da Europa. O entendimento destes fatos é muito importante para podermos situar e delimitar o contexto histórico onde vêm se movendo, desde a Segunda Guerra Mundial, os diversos agentes econômicos constituintes da economia alemã. Neste capítulo será apresentado um panorama da situação atual desta economia, quanto aos seus mercados, interno e externo, e seu nível de preços. Além disto, serão mostrados alguns dados estatísticos, que caracterizam a relevância do fluxo comercial e de investimentos entre a Alemanha e o Brasil. Este, se coloca em primeiro lugar, há vários anos, entre os países em desenvol56 vimento, como destino final de investimentos diretos alemães, no exterior. Será apresentado também, de forma sucinta, a situação atual dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, objetos de pesquisa de campo deste trabalho. 4.2. A SITUAÇÃO ATUAL DA ECONOMIA ALEMÃ Em 1997 houve uma recuperação da economia alemã na esteira do setor exportador, sem provocar um efeito significativo no mercado de trabalho. Depois de uma paralisação na virada do ano de 1996 para 1997, a produção aumentou em 1997 de forma contínua, sem contudo resultar em uma dinâmica própria visível. O Produto Interno Bruto cresceu cerca de 2,5%, e, para 1998, há uma previsão de crescimento de 3% (JAHRESGUTACHTEN, 1997). A forte demanda externa se refletiu no aumento das exportações, que cresceu 10,5% em 1997. Em contrapartida, a demanda no mercado interno teve um resultado, considerado fraco, de 1%, sendo previsto para 1998 um crescimento ainda pouco significativo de 1,5%. Tabela 4.1: Evolução do Nível de Produto, Consumo Interno, Desemprego e Preços (1993-1997) PIB Total Parte Ocidental Parte Oriental Consumo Interno Investimento Equipamento Investimento Construção Consumo Privado Consumo Estatal Desempregados Parte Ocidental Parte Oriental Índice do Custo de Vida (1991=100) Unid. % % % % % % % % % % % % 1993 -1,2 -2,0 9,3 -1,4 -14,4 1,3 0,1 -0,5 8,8 7,3 14,9 4,5 1994 2,7 2,1 9,6 2,7 -1,0 6,5 1,2 2,1 9,6 8,3 14,6 2,7 1995 1,8 1,5 5,3 2,0 1,6 0,3 1,9 2,2 9,4 8,4 13,4 1,8 1996 1,4 1,3 2,0 0,8 1,9 -3,1 1,3 1,8 10,3 9,1 15,0 1,5 1997 2,5 2,5 2 1 4 -2,75 1 0,5 11,8* 9,9 19,4 1,75 Fonte: Jahresgutachten 1997/98, Statistisches Bundesamt, 1997 (*) Bundesamt für Arbeit, em janeiro, 1998 Com relação à inflação, não houve pressão para o crescimento do nível de preços. Os indicadores da evolução do nível de produto, consumo interno, desemprego e preços encontram-se consolidados na Tabela 4.1. 57 4.2.1. O Mercado Interno A demanda interna como um todo, considerando os investimentos em equipamentos e instalações, construções, consumo privado e do Estado, teve um crescimento considerado fraco, sendo que, para o ano de 1998, está previsto um pequeno aumento de 1,5% (JAHRESGUTACHTEN, 1997). Entre o ano de 1993 e 1997, o consumo privado cresceu a uma taxa média anual de 1,25%, sem contudo caracterizar um movimento de expansão da economia. Neste período o forte corte no nível de empregos e salários freou a demanda do setor privado. Soma-se a estes fatores o aumento da carga tributária, que também contribuiu para a diminuição da renda disponível. Devido ao desaquecimento dos investimentos em construção, o crescimento dos investimentos em instalações diminuíram em 1,2% em 1996 e estagnaram em 1997. Para o ano de 1998 o incremento em investimentos de instalações deverá ser de 1,75%, devendo ocasionar um investimento total em equipamentos e instalações de cerca de 5%. Os investimentos no setor da construção civil tiveram um forte crescimento após a reunificação, tanto devido ao atendimento da grande demanda reprimida da parte Leste, quanto aos incentivos do governo naquela região. A partir de 1996, este setor, com um crescimento negativo de -3,1%, começou a experimentar uma forte retração. Em 1997 estes investimentos na construção civil também foram negativos, no valor de -2,75%. A recuperação e expansão deste setor, por ser intensivo em mão de obra, é fundamental para a diminuição do nível de desemprego na Alemanha, principalmente na sua parte Leste. 58 4.2.2. O Mercado Externo Em 1997, o setor exportador alemão teve uma participação expressiva em quase todos os mercados. Significativo, no entanto, foi o aumento das exportações para os países da União Européia. Decisivo para este resultado foi o crescimento econômico conjuntural destes países, responsáveis como sempre por mais da metade das exportações alemãs, chegando a atingir 56,4% do total exportado no ano 1996, conforme mostra a Tabela 4.2, a seguir. Tabela 4.2: Crescimento Econômico e Participação das Exportações Alemãs em Determinados Países Países Alemanha França Reino Unido Itália Países Baixos União Européia1 EUA Japão Centro/Leste Europa2 América Latina3 Sudoeste da Ásia PIB Real Exportações Alemãs 1997 1998 1996 Relação Ano Anterior (%) Percentagem +2,5 +3 +2 +3 10,9 3,5 +2 8,0 +1 +2 7,4 +3 +3,5 7,4 2,5 +3 56,4 3,5 2,5 7,8 +1 +2 2,7 +4 +4,5 5,9 +5 +5 2,2 +5 +5 5,0 Fonte: Jahresgutachten 1997/98, Statistisches Bundesamt, 1997 1) UE-15, 2) Polônia, Eslovênia, Hungria, Repúblicas Eslovaca e Tcheca, 3) Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela; 4) Hong-Kong, Coréia do Sul, Malásia, Cingapura, Tailândia e Taiwan Além disto, para as exportações como um todo, contribuíram também a competitividade de seus preços, devido tanto aos ganhos de produtividade e queda dos custos do fator trabalho do seu setor exportador, como da desvalorização do marco diante do dólar e da libra esterlina. Na Tabela 4.2 podemos também observar que o crescimento econômico médio dos países da União Européia ocorreu de forma semelhante ao da Alemanha, alcançando em 1997 um crescimento do produto de 2,5%. 59 Com relação aos Estados Unidos, Canadá e México, as exportações continuaram intensas. Bastante positivos também foram os resultados referentes às regiões da Europa Central e do Leste, bem como da América Latina. Moderados, entretanto, foram os resultados em relação aos países do Sudeste da Ásia. A crise financeira, ocorrida no final de 1997, nesta última região, deverá provocar efeitos reduzidos nas exportações alemãs como um todo. Por um lado, devido ao baixo percentual no volume de exportações (5%); por outro, devido à desvalorização do marco no mercado internacional (DEUTSCHE BUNDESBANK, fev.1998). Uma questão conjuntural importante é saber se esta dinâmica do setor exportador alemão poderá ser transmitida ao seu mercado interno, reativando e impulsionando sua demanda por bens e serviços e com isto reduzindo o alto nível de desemprego. A situação favorável do setor exportador, entretanto, parece indicar que, concomitante com a crescente piora no mercado de trabalho, cada vez mais a participação da industria diminui no mercado interno, tanto na geração como na composição do valor dos produtos exportados pela Alemanha. Com isto, as empresas alemãs poderiam estar se valendo da importação de matérias primas e/ou deslocando toda ou parte da sua produção para países que lhes oferecessem custo de produção mais favoráveis. A resposta a estas indagações, entretanto, não é objeto deste trabalho. No que concerne à participação das importações alemãs, provenientes dos diferentes blocos de países, conforme a Tabela 4.3, a seguir, os parceiros da União Européia perderam um pouco de terreno, enquanto que os demais países industrializados, América Latina e o bloco dos países do Leste da Ásia mantiveram suas respectivas participações de forma aproximadamente constante. 60 Tabela 4.3: Evolução do Comércio Exterior da Alemanha com Países e Blocos de Países (1993 - 1o Sem./1997) Países e Blocos Total União Européia Bélgica/Luxemburgo Dinamarca Finlândia França Grécia Irlanda Itália Países Baixos Áustria Portugal Suécia Espanha Reino Unido Demais Países Industrializados incluindo1 Estados Unidos Canadá Japão Noruega Suíça Europa Central/ Leste, incluindo2 Países do CEFTA3 Polônia República Tcheca República Eslovaca Hungria Eslovênia Leste Asiático4 Rep.Popular da China América Latina5 Demais Países em Desenvolvim.6 Países da OPEC7 Part. % 1996 100 56,4 6,2 1,8 1,0 10,9 0,7 0,4 7,4 7,4 5,6 1,0 2,4 3,6 8,0 20,9 Exportação 1993 1994 1995 1996 1997 Part. % 1996 -6,4 9,9 8,5 3,0 14,2 100 -13,4 8,9 8,8 -0,1 12,9 55,1 -13,8 9,5 5,0 -2,1 10,3 6,3 -12,9 14,3 11,2 -3,0 11,0 1,8 -17,8 15,7 28,3 6,1 14,0 0,9 -11,1 7,5 5,7 -4,3 11,7 10,6 -15,9 -9,1 -3,9 -3,4 16,0 0,4 -5,7 14,3 10,4 -5,5 20,1 1,1 -23,9 10,5 8,4 0,7 11,7 8,2 -13,3 9,2 8,2 0,4 9,5 8,6 -6,7 6,7 4,9 3,8 7,1 3,8 -13,3 -4,3 14,7 16,3 19,0 1,2 -13,3 20,9 20,1 0,2 10,2 2,1 -25,3 6,7 18,0 6,8 20,6 3,3 -3,2 10,2 11,8 -0,4 21,3 6,8 3,3 11,1 6,1 6,4 14,3 22,4 Importação 1993 1994 1995 1996 1997 0 1 Sem -11,1 8,9 7,7 0,7 12,6 -16,5 8,1 9,2 -1,6 12,6 -24,1 11,9 15,6 -4,2 13,3 -26,6 9,0 11,1 -6,2 13,1 -13,8 24,0 2,1 -12,3 4,7 -14,4 4,4 7,0 -2,8 9,7 -9,4 -5,8 -1,6 -5,2 8,3 -3,3 15,3 22,9 -11,6 11,1 -17,6 7,6 9,6 -3,2 8,8 -18,3 3,4 12,6 -1,2 12,8 -5,7 11,3 -11,4 -2,8 13,9 -9,5 4,1 25,8 13,1 14,1 -11,0 11,9 -0,7 -0,5 6,4 -14,1 17,9 20,4 4,6 19,0 -18,6 9,1 12,6 4,7 20,2 -6,9 7,5 4,5 3,3 10,7 7,8 0,5 2,7 0,9 4,9 8,4 9,5 -5,9 7,3 -9,1 -5,1 14,3 15,8 11,1 13,6 16,2 9,7 12,8 0,8 -6,6 5,2 2,5 7,1 14,1 10,1 2,6 12,5 8,7 -4,8 17,8 26,3 37,0 0,6 20,9 1,5 25,8 7,3 -4,8 0,7 -6,5 5,1 -10,3 1,0 2,0 4,1 -4,9 8,5 3,1 10,8 9,5 0,1 12,4 10,4 24,3 1,4 22,6 3,7 4,5 5,9 18,2 8,1 -7,6 -3,7 25,8 -2,8 6,8 18,3 -6,2 -0,9 24,3 6,0 20,0 5,9 2,2 1,8 0,5 1,1 0,4 5,0 1,4 2,4 3,1 17,0 17,8 N/D N/D 10,1 78,9 17,7 67,1 9,7 -1,0 18,3 6,7 26,0 45,1 23,6 13,6 23,8 7,3 13,3 9,8 21,0 22,6 22,6 51,5 10,2 12,0 13,4 4,7 9,6 8,2 20,1 28,9 17,2 19,2 18,8 -1,2 4,9 1,0 3,8 2,0 25,2 30,5 20,0 23,4 29,1 14,2 9,1 -2,4 26,7 9,6 9,1 5,8 4,2 1,8 1,7 N/D 0,5 N/D 1,2 -2,1 0,5 58,2 4,5 1,6 2,7 18,5 2,0 -12,8 2,8 3,8 22,8 17,2 32,0 47,4 19,5 11,6 7,4 11,5 17,7 7,6 24,0 22,6 24,6 42,8 27,7 8,6 3,3 3,8 4,8 2,9 5,1 -1,9 7,5 9,1 14,7 0,3 -2,5 12,1 -6,1 3,5 19,6 16,7 15,3 24,4 29,6 16,5 6,3 17,1 15,9 11,7 2,2 -20,2 -3,6 4,2 -0,6 19,5 1,9 -5,5 -14,3 12,8 12,3 -8,0 Fonte: Jahresgutachten 1997/98, Statistisches Bundesamt, 1997; N/D: não disponível OBS.: Com relação a Tabela 4.3, foram considerados os seguintes agrupamentos de países: (1) Austrália, Japão, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul e EUA, bem como Europa sem os países da União Européia. (2) Albânia, Bulgária, Hungria, Polônia, Romênia, a antiga Tcheco-Eslováquia e a antiga União Soviética. (3) Eslovênia, Hungria, Polônia, República Eslovaca, República Tcheca. (4) Hong-Kong, Coréia do Sul, Malásia, Cingapura, Tailândia e Taiwan. (5) América Central e América do Sul, excluindo a Venezuela. (6) África, excluindo a África do Sul, Ásia (excluindo o Japão, Países do Leste Asiático e a República Popular da China), Oceânia, sem os países da OPEP. (7) Arábia Saudita, Argélia, Gabão, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Libéria, Nigéria, União dos Emirados Árabes e Venezuela. 61 4.2.3. O Nível de Preços No final de 1997, o nível de preços na Alemanha permaneceu estável. O aumento dos preços de importação, juntamente com a valorização do dólar, e o aumento das cotações do preço do petróleo, no mercado internacional, foram amortecidos no país pela queda dos níveis de salários. De acordo com o Banco Central da Alemanha (Bundesbank), no que concerne à meta de estabilização do nível de preços, a economia se encontra atualmente em uma situação relativamente confortável (DEUTSCHE BUNDESBANK, fevereiro, 1998). Conforme visto no Gráfico 2.1, do capítulo II, o índice de preços do custo de vida no ano de 1997 foi de 1,75% em relação ao ano anterior. Em 1998, a previsão de inflação é de 2% (JAHRESGUTACHTEN, 1997). 4.3. O FLUXO COMERCIAL E OS INVESTIMENTOS ALEMÃES NO BRASIL 4.3.1. A Balança Comercial com o Brasil As exportações da Alemanha para a América Latina, no período entre 1989 e 1996, mais que dobraram, ou seja, passaram de US$ 6,1 bilhões para US$ 13,4 bilhões (bfai, 1998). No primeiro semestre de 1997, as exportações cresceram cerca de 26,7%. Quanto às importações, atingiram, neste mesmo período, um crescimento de 15,9%. No que concerne ao Mercosul, em 1997, os volumes das exportações e importações alemãs foram respectivamente de US$ 4.6 bilhões e US$ 7.2 bilhões, com um saldo favorável, por conseguinte, de US$ 2.6 bilhões. 62 Com relação ao Brasil, este país, segundo dados do Ministério da Economia Alemã (WIRTSCHAFT, 1998), se posiciona entre os trinta mais importantes parceiros comerciais da Alemanha. Conforme a Tabela 4.4 abaixo, a balança comercial com o Brasil vinha sendo deficitária desde a metade da década passada, revertendo este quadro a partir do ano de 1995. Tabela 4.4: Balança Comercial entre a Alemanha e o Brasil (1985 a 1996) Ano Exportações 106DM Alemanha Ocidental 1985 1989 1990 Alemanha 1992 1993 1994 1995 1996 % Importações 106DM % Saldo 106DM 2 475 3 168 2 889 +28% -8,81 6 365 5 657 5 105 -12,54 -9,76 -3 890 -2 489 -2 216 2 903 4 230 5 070 7 225 7 237 +45,71 +19,86 +42,50 +0,16 5 378 4 417 5 160 4 997 4 879 -17,87 +16,82 -3,16 -2,36 -2 475 -187 -90 +2 228 +2 358 Fonte: Bundesministerium für Wirtschaft, Wirtschaft in Zahlen `97; dec, 1997 Em termos globais, a participação relativa do comércio entre o Brasil e a Alemanha pode ser observada na Tabela 4.5, a seguir. O volume das exportações brasileiras começa a cair na composição das importações alemãs a partir de 1994. Este fato se deveu, provavelmente, à influencia do crescimento dos mercados compradores do Cone Sul. Efeito contrário ocorre com as importações brasileiras, que, no mesmo período, aumentaram sua participação nas exportações alemãs. Tabela 4.5: Participação Relativa Global do Comércio Entre o Brasil e a Alemanha (1982-1995) Ano 1982 Comércio Mundial da Alemanha (milhões US$) Export.(A) 176,424.00 Import.(B) 155,323.00 Comércio do Brasil/Alemanha (milhões US$) Exp.Br(C) 1,337.20 Exportação Brasil/ Importação Alemanha Imp.Br.(D) (C/B).100% 950.30 0,86 Importação Brasil/ Exportação Alemanha (D/A).100% 0,54 63 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 169,417.00 171,735.00 183,933.00 243,326.00 294,369.00 323,323.00 341,231.00 410,104.00 402,843.00 422,271.00 380,154.00 427,219.00 510,731.00 152,877.00 153,022.00 158,488.00 190,972.00 228,441.00 250,467.00 269,702.00 346,153.00 389,908.00 402,441.00 248,631.00 381,890.00 442,864.00 1,295.00 1,461.10 1,422.90 1,240.80 1,499.50 1,727.20 1,850.50 1,843.60 2,158.10 2,073.00 1,808.20 2,048.90 2,158.20 783.40 730.00 950.70 1,363.90 1,543.90 1,517.50 1,584.90 1,866.20 1,905.80 1,900.90 2,291.30 3,414.70 5,139.40 0,85 0,95 0,90 0,65 0,66 0,69 0,69 0,53 0,55 0,52 0,73 0,54 0,49 0,46 0,43 0,52 0,56 0,52 0,47 0,46 0,46 0,47 0,45 0,60 0,80 1,01 Fonte: Deutsche Bundesbank e Banco Central do Brasil , proveniente da Câmara de Comércio e Industria Brasil/Alemanha 4.3.2. Investimentos Diretos Alemães no Brasil Conforme o Gráfico 4.1, a seguir, o Brasil ocupa, há vários anos, o primeiro lugar, entre os países em desenvolvimento, como local de aplicação dos investimentos alemães no exterior (INVESTITIONSHANDBUCH, 1998). Em nível mundial, o Brasil ocupa a décima primeira colocação, na frente de países como o Japão e o Canadá (Gráfico 4.2). 64 Gráfico 4.1: Estoque de Investimentos Alemães em Países em Desenvolvimento até 1995 (Em 109 US$) Investimentos 12 11.4 10 8 6 5 4.8 4.5 4 2.4 2.2 2.1 2 1.7 1.7 1.3 0 Países Brasil Hungria México Rep. Tcheca Cingapura Hong Kong Argentina China Polônia Malásia Fonte: IDI, Statistics Yearbook 1995, OECD; Deutsche Bundesbank, AHK São Paulo, em Investitionshandbuch Brasilien, janeiro/1998. Gráfico 4.2: Estoque de Investimentos Alemães no Exterior até 1995 (Em 109 US$) Investimentos 100 88.5 90 80 70 60 50 41.4 40 36.7 34.4 30 24.3 20 18.8 16.3 15.5 14.6 12.8 11.4 8.8 10 8.4 0 Países EUA Bel/Lux. França Inglaterra Holanda Irlanda Suíça Áustria Espanha Brasil Japão Canadá Itália Fonte: IDI, Statistics Yearbook 1995, OECD; Deutsche Bundesbank, AHK São Paulo, em Investitionshandbuch Brasilien, janeiro/ 1998. 65 O estoque de capital alemão em 1998 no Brasil, através das suas 1200 empresas, incluindo reinvestimentos e investimentos, feitos indiretamente, através de outros países, é de US$ 13,5 bilhões. Este valor corresponde a 15% do total de capital estrangeiro investido no país (KEY-FACTS/98, 1998). O perfil das intenções de investimentos alemães no Brasil, desde o ano de 1997 até 2001, é de US$ 5 bilhões. Conforme o Gráfico 4.3, abaixo, o setor automotivo lidera as intenções de investimentos, seguido do setor químico com 22,9%. Gráfico 4.3: Percentagem do Perfil Setorial das Intenções de Investimentos Alemães no Brasil no Valor de US$ 5 Bilhões (1997-2001) 7,6 7,8 11,2 50,5 22,9 Autom obilístico Quím ica Siderurgia e Mineração Telecom unicações, Eletro-eletrônico Outros Fonte: Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (SP), Anais da XXIV Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha, 14-16 de setembro de 1997; Volume X. 4.4. OS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E QUÍMICOFARMACÊUTICO ALEMÃES Para situar as motivações de investimentos no Brasil, dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, será apresentado, a seguir, um panorama sucinto do status atual, dos mesmos, na Alemanha. No caso do setor bancário, serão apresentadas também as origens históricas do atual sistema financeiro da Alemanha. 66 4.4.1. Setor Automotivo A indústria automotiva na Alemanha, como um todo, é composta de 7 grandes empresas, sendo que destas, 5 possuem maioria de capital alemão. Durante o ano de 1996, esta indústria como um todo, com cerca de 707.000 trabalhadores, obteve um faturamento total de cerca de 306 bilhões de marcos, (US$204 bilhões). Com este porte, a Alemanha é a terceira maior produtora de veículos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Quadro 4.1: Origem do Capital e Posição das Fábricas Automotivas na Indústria da Alemanha por Faturamento (1996) Empresas Capital Volkswagen AG Mercedes-Benz AG Conglomerado BMW Adam Opel Ford Werke AG Audi AG Porsche AG Estado: Niedersachen (20% ações2) Daimler Benz (100% das ações) Família Dr. Herbert Quandt3>50%) General Motors Corp. (100% ações) Ford Motor Comp. (100% das ações) Volkswagen AG (99% das ações) Famílias Porsche e Piech Setor Indústria Faturamento (106US$)1 1o 2o 66,584 o 2 4o 51,622 3o 10o 34,758 o o 4 22 18,841 5o 25o 17,559 6o 40o 12,507 o o 7 262 1,870 Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98 (1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com base nas paridades médias do DM/US$ em 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. (2) 80% restante das ações muito pulverizada (3) Maioria das ações com a família Quandt. A maior empresa do setor é a Volkswagen, com um faturamento de US$ 66,584 bilhões de dólares, seguido da Mercedes Benz e da BMW. A origem do capital e a posição das fábricas automotivas na indústria da Alemanha, segundo seu faturamento em 1996, pode ser visto no Quadro 4.1, acima. O valor dos investimentos das empresas automotivas de capital alemão, aproximadamente US$2 bilhões, que estão sendo feitos no Brasil, desde 67 1997 até 1999, pode ser visto no Quadro 4.2, a seguir. A Volkswagen, com valores acima de US$ 1 bilhão, lidera o volume de investimentos. Quadro 4.2: Investimentos da Indústria Automotiva no Brasil (1997-1999) Empresa VW/ Audi2 VW VW Mercedes Benz Chrysler/ BMW3 BMW/Rover Investi- Produção1 Início da mentos Opera106 US$ ção 750 Até 170 de Fev. 99 capacidade 270 Nov. 96 250 40 Nov. 97 Início da Construção Nov. 97 96/97 Modelo Local A3 e Novo Golf Motores Caminhões/ ônibus Classe A, São José dos Pinhais/PR São Carlos/SP Resende/RJ 820 40 Fev. 99 98 Juiz de Fora/MG 500 200 1999 - Motores Campo Largo/PR 150 20 97 Defender São Bernardo/SP Fonte: Câmara de Comércio e Industria Brasil-Alemanha (AHK-SP), em Anais da XXIV Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha, 14-16 de setembro de 1997; Volume X, e posteriormente atualizados pela AHK-SP em 15/12/98 (1) Em 1000 unidades por ano (2) Valores atualizados obtidos, em 23/11/98, diretamente da fábrica de São José dos Pinhais/PR (3) Valores atualizados obtidos, em 07/12/98, diretamente da fábrica de Campo Largo/PR A seguir, serão apresentados alguns comentários sucintos sobre a forma de atuação destas empresas e suas relações comerciais com o Brasil. Mercedes-Benz AG A estratégia de atuação da Mercedes-Benz no curto, médio, e longo prazo para a América Latina parece se inserir na estratégia de expansão do conglomerado Daimler Benz AG no longo prazo. Este conglomerado é composto das empresas Mercedes-Benz, Daimler Benz Espacial (DASA), Daimler-Benz Interserviços (DEBIS) e um Setor de Negócios, concentrado basicamente nas áreas de ferrovias, transporte de massa e microeletrônica. 68 Com base no Relatório Financeiro da Daimler-Benz de 1996, verificamos que todos os seus ramos de negócios contribuíram para o faturamento consolidado da empresa, conforme mostra a Tabela 4.6, a seguir. Tabela 4.6: Contribuição Setorial do Conglomerado DaimlerBenz AG em 1996 Ramos de Negócio Mercedes Benz DASA DEBIS Setor de Negócios Contribuição no Faturamento Global (%) 71 12 10 7 Faturamento/1996 (109 DM) 77,6 13,1 13,1 8,0 Crescimento Percentual (%) 8 13 12 N/D Fonte: Relatório Financeiro da Daimler-Benz, 1996 N/D: Não disponível Da mesma forma, a Mercedes-Benz tem, como política estratégica, atuar de forma regional, alocando sua produção de veículos tanto na Argentina, como no Brasil e no México. Além disto, a Mercedes-Benz prefere, para este posicionamento, países com alto potencial de consumo interno para seus produtos. No Brasil, relativamente ao ano de 1996, sua participação no mercado para caminhões acima de 6 toneladas foi de 39%, sendo que para ônibus, 70%. Evidentemente que esta forma de atuação regional da MercedesBenz, direta ou indiretamente, atrai negócios para o conglomerado DaimlerBenz. Conforme noticiado na imprensa (Handelsblatt, 16/02/98), três companhias aéreas da América Latina encomendaram ao consórcio multinacional, no qual a Daimler faz parte, aquisições de aeronaves no valor de 3,9 bilhões de dólares. Dentre elas, a empresa de aviação brasileira TAM, que pretende comprar 110 aeronaves ao preço médio de 35 milhões de dólares. As primeiras entregas já deverão ocorrer em 1999, sendo que a encomenda completa deverá ser entregue até o ano de 2005. Em nível mundial, ao anunciar em 7 de maio de 1998 sua fusão com a companhia americana Chrysler, a Daimler Benz está criando a quinta maior empresa automobilística do mundo, por volume, atrás da GM, Ford, Toyo69 ta e do Grupo Volkswagen (The Economist, 19/05/98). Com uma receita em torno de US$ 130 bilhões, esta nova empresa, Daimler-Chrysler, terá uma composição acionária de 53% de capital alemão e 47% de americano. Volkswagen AG O conglomerado da Volkswagen, com um volume de vendas de 4,257 milhões de veículos em 1997, obteve o seu recorde mundial de produção em toda a sua história. Estes números representam um aumento de cerca de 7,3% em relação ao seu resultado de 1996 (Handelsblatt, 04/02/98). Na própria Alemanha, seu resultado não foi expressivo se comparado com o de outras regiões, como veremos em seguida. Houve um crescimento de vendas de 3,9%, equivalente a uma entrega de cerca de um milhão de veículos. Na Europa Ocidental, entretanto, a empresa apresentou um resultado bem melhor, ou seja, um crescimento de 6,8%, para uma produção de 1.482.000 veículos. Apesar da crise financeira em alguns países da Ásia, o volume de vendas na região foi de 371.500 veículos, o que representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Entretanto, foi nos Estados Unidos que a Volkswagen apresentou seu maior crescimento percentual, ou seja, de 13%, chegando a um volume de vendas de 273.000 unidades. No Brasil, um dos seus maiores mercados, o resultado esteve bem abaixo das expectativas. Houve um crescimento de vendas de apenas 1,4%, equivalente a 597.900 veículos. Segundo a Volkswagen do Brasil, este resultado deveu-se ao pacote de medidas econômicas do governo brasileiro, no segundo semestre de 1997. Dentre elas, aquelas relativas ao equilíbrio do orçamento federal e de sua balança comercial, que teriam enfraquecido a demanda por automóveis. 70 Para o ano de 1998, a previsão é de pelo menos um crescimento positivo, não estando excluída a hipótese de uma queda de vendas entre 10 a 15% em relação a 1997. Esta queda de vendas, ainda segundo a empresa, deverá representar no Brasil um corte de 2.000 funcionários. Bayerische Motoren Werke - BMW As atividades do conglomerado da BMW podem ser divididas nos segmentos Automotivo da BMW, Grupo Automotivo da Rover, Motocicletas BMW, Construção de Turbinas de Aviação e o Setor de Serviço Financeiro. Este último oferece um serviço de crediário e leasing para os negócios da BMW. Em 1997, as entregas dos veículos automotivos cresceram mundialmente em torno de 5%, atingindo a marca de 675 mil unidades. Com relação à América Latina, houve um crescimento de 26%, correspondendo a 8.700 unidades. No Brasil, o maior mercado da região, as vendas aumentaram em 11%, atingindo um volume de 3.350 unidades. Com base no Relatório Financeiro do Conglomerado da BMW, para o ano de 1997, o faturamento do seu segmento Automotivo, com 67,29% é o mais expressivo, seguido da Rover, com 30,98%. Estes resultados podem ser vistos na Tabela 4.7, a seguir. 71 Tabela 4.7: Faturamento do Conglomerado BMW por Ramo de Atividades (1996 e 1997) Conglomerado da BMW Automotivo da BMW Automotivo da Rover Motocicletas da BMW Turbinas de Aviação Serviço Financeiro Outros Total Faturamento 1996 (106 DM) 35 887 15 203 935 217 6 312 - 6 289 52 265 Faturamento 1997 (106 DM) 40 466 18 633 1 105 523 7 757 - 8 347 60 137 % do Total 1997 67,29 30,98 1,84 0,87 12,90 (-)13,88 100 Fonte: Relatório Financeiro do Conglomerado da BMW - Ano de 1997 Conforme o Quadro 4.2, visto anteriormente, a BMW/Rover está investindo US$150 milhões em Minas Gerais, para a construção de uma fábrica de capacidade para 20.000 veículos/ano. Audi AG A Volkswagen AG detém quase 100% do capital acionário da Audi AG. Em 1996, a Audi AG, empregando 34.529 trabalhadores, obteve um faturamento de cerca de 18,8 bilhões de marcos, o que representa um aumento de 12,76% em relação ao ano anterior (SCHMACKE, 1997). Em São José dos Pinhais, no Paraná, a Audi, juntamente com a Volkswagen deverá iniciar, a partir de fevereiro de 1999, a produção do Audi A3. O valor deste investimento é de cerca de U$ 750 milhões, conforme Quadro 4.2, visto anteriormente. Dr.Ing.h.c.F.Porsche AG O Grupo Porsche realiza a produção e comercialização de seus produtos através da Porsche AG, na Alemanha, suas 24 subsidiárias, bem como representantes espalhados em cerca de 70 mercados mundiais. O mercado da América Latina é atendido pela sua forma mais tradicional, ou seja, exportação 72 de veículos da Porsche AG, através de representantes locais. Segundo seu relatório anual 1996/1997 foram vendidos para esta região cerca de 200 automóveis. Rolls Royce - A Disputa entre a BMW e a Volkswagen Em 5 de junho de 1998, o conglomerado Vickers Plc confirmou definitivamente a venda da sua fábrica de automóveis Rolls Royce para a Volkswagen, por um valor de aproximadamente 1,25 bilhões de marcos. Esta posição põe fim a uma acirrada disputa entre as empresas Volkswagen e BMW (Handelsblatt, 05/06/98). Esta última chegou a fazer uma oferta de 1 bilhão de marcos, que, inclusive, tinha sido aceita por este conglomerado. Entretanto, a BMW, fornecedora há vários anos de motores e acessórios para a Rolls Royce, por se sentir prejudicada neste processo de compra, ameaçou entrar na justiça. Para se evitar uma disputa judicial, foi feito um acordo, no mês seguinte, entre estas duas empresas alemãs. A Volkswagen vai operar a empresa até dezembro de 2002. A partir desta data, a BMW assume a produção da Rolls Royce, deixando com a empresa Volkswagen a marca irmã da Rolls Royce, Bentley (Jornal do Brasil, 29/07/98). 4.4.2. Setor Bancário O sistema bancário atual na Alemanha é o resultado de um longo desenvolvimento histórico (HEIN, 1996) que, apesar das constantes mudanças ocorridas neste século, no país, se desenvolveu de forma continuada. Para o entendimento deste sistema, serão vistas a seguir, inicialmente nesta seção, as suas origens históricas e o papel desempenhado pelo seu Banco Central (Bundesbank). Em seguida, as profundas reestruturações por que passa o sistema bancário, fruto de fusões interbancárias, que ocorrem, tanto na Alemanha como em nível mundial. 73 No final desta seção será apresentada, também, a lista dos bancos que participaram desta pesquisa, ou seja, todos aqueles constantes da lista dos 50 maiores bancos alemães, que desenvolvem negócios com o Brasil Origens Históricas do Atual Sistema Bancário da Alemanha Tomando como base suas referências históricas iniciais, podem-se distinguir três segmentos bancários: bancos de capital fechado (Privatbanken) e aberto (Aktienbanken); caixas econômicas (Sparkassensektor) e as cooperativas de créditos (Kreditgenossenschaften). O sistema bancário no século XVIII e XIX foi marcado pela presença dos banqueiros, que acima de tudo, com capitais próprios, efetuavam as operações bancarias dos comerciantes. Com o crescente desenvolvimento da indústria, principalmente a partir da metade do século XIX, aumentou, cada vez mais, a demanda por capital. Como forma de se obtê-lo, começaram a aparecer, também com a presença dos banqueiros, os bancos de capital acionário. Com isto, as disponibilidades de capitais passaram também a ser obtidas através da emissão de seus títulos. O volume de poupança de grande parte da população, durante praticamente todo o século XIX, era muito escasso e, por conseguinte, não despertava muito interesse de captação por parte dos banqueiros. Somente os bancos acionários, no início deste século, passaram a se dirigir a este mercado, abrindo filiais para a captação destes crescentes recursos de poupança. Através desta captação de recursos, bem como de inúmeras fusões, foram surgindo bancos privados de capital acionário cada vez maiores, os 74 quais foram ganhando a parcela de mercado dos bancos privados de capital próprio, pouco interessados na captação deste tipo de poupança. O Estado, entretanto, em torno do ano 1800, começava a recolher este, então ainda, pequeno volume de poupança da população. Cidades e comunidades passaram então a fundar instituições de poupança. Remonta, portanto, a este período a constituição das atuais caixas econômicas, que, de certa forma, ainda guardam algumas de suas características originais: as caixas econômicas são instituições regionais; a maioria delas, já no seu nome, menciona sua respectiva origem, por exemplo, Sparkasse der Stadt Köln. Seus territórios de atuação se restringem ainda hoje, basicamente à região à qual pertencem seus proprietários - princípio regional. Este, tem como origem, o fato de no início estas atividades terem sido pouco rentáveis, não comportando, portanto, a concorrência de diversas instituições deste tipo na mesma região. Depois da Segunda Guerra Mundial, com o aumento crescente da renda dos trabalhadores, da então Alemanha Ocidental, as caixas econômicas foram ficando cada vez mais capitalizadas, o que lhes permitiu começar a concorrer com os bancos acionários em relação aos seus clientes do setor industrial. Movimento semelhante, mas de sentido contrário, passou a ocorrer por parte dos bancos acionários, que passaram também a disputar as reservas de poupança de grande parte da população. Com isto, as funções das caixas econômicas e destes bancos acionários foram se tornando cada vez mais semelhantes. As caixas econômicas contam com o apoio de suas respectivas instituições centrais (Landesbanken), as quais foram criadas há décadas. São instituições bancarias em nível estadual, que na sua grande maioria fazem o pa75 pel de bancos estaduais (Landesbanken Girozentralen). O Bayerische Landesbank Girozentrale, por exemplo, tanto é o Banco do Estado da Baviera como a instituição central das caixas econômicas deste estado. O acúmulo destas duas atividades, por parte destes bancos estaduais, permitiu que se tornassem ao longo do tempo, grandes instituições. O Westdeutsche Landesbank, por exemplo, com base nos dados relativos ao ano de 1995, conforme Tabela 4.1, vista anteriormente, pelo seu volume de negócios, encontra-se ao nível do Dresdner Bank AG, então o segundo banco de capital acionário alemão. O também pouco interesse dos bancos de capital privado nos séculos XVIII e XIX a financiar, no campo, os lavradores e, na cidade, o setor artesanal e a pequena empresa, motivou as empresas a se unirem e a criarem as cooperativas de crédito. Estas cooperativas de crédito, tanto nas cidades (Volksbanken) como no campo (Raiffeisenbanken), se destinam basicamente a cobrir as necessidades de créditos das pequenas e médias empresas. Tendo em vista que concentram suas atividades em nível regional, estas cooperativas permaneceram instituições pequenas. Semelhante à estrutura das caixas econômicas, mencionada anteriormente, possuem também suas cooperativas centrais (Genossenschaftliche Zentralbanken). Atualmente, tanto os bancos de capital acionário, como as caixas econômicas e as cooperativas de créditos, apesar de terem surgido por motivos diversos, guardam entre si mais semelhanças do que diferenças. Suas instituições centrais oferecem hoje todos os tipos de possibilidades de operações de investimentos e financiamentos para seus clientes. São denominados, portanto, bancos universais. 76 Tendo em vista que, além destas instituições, existem poucos outros bancos, os quais são muito especializados em certos tipos de serviços, pode-se dizer que o sistema bancário alemão é hoje um sistema bancário universal (Universalbankensystem). A relação dos quinze maiores bancos alemães, ordenados com base nos seus respectivos balanços de 1996, e separado de acordo com suas origens no sistema bancário alemão (cf. HEIN, 1996, p. 19), pode ser vista na Tabela 4.8, a seguir. Tabela 4.8: Os Maiores Bancos Alemães com Base nos Balanços de 1996 (Valor dos Ativos em milhões DM) Bancos Alemães Deutsche Bank AG Grupo Dresdner Bank AG Westdeutsche Landesbank1 Commerzbank AG Bayerische Vereinsbank AG Bayerische Landesbank Girozentrale1 Bayerische Hypotheken- und Wechselbank AG Bankgesellschaft Berlin AG2 Deutsche Genossenschaftsbank Kreditanstalt für Wiederaufbau Norddeutsche Landesbank1 Südwestdeutsche Landesbank1 Landesbank Hessen-Thüringen1 Deutsche Pfandbrief- und Hypothenbank . Landesbank Berlin – Girozentrale1 Capital Acionário 866 779 561 163 Caixas Econômicas Cooperativas Bancos Especiais 470 789 448 003 403 581 360 502 339 404 337 458 331 782 251 560 229 506 207 352 174 808 172 100 168 790 Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98 (1) Banco Estadual, devido às suas origens, foi acima classificado como Caixa Econômica (2) Banco acionário de capital majoritário do governo estadual 77 O Banco Central da Alemanha ( Deutsche Bundesbank) O aparecimento de uma primeira legislação regulamentando o sistema bancário alemão, depois da Segunda Guerra Mundial, data de 1947, com a criação dos bancos centrais nos estados (Landeszentralbanken) das três zonas de ocupação Ocidentais. Em 1948 estes bancos criaram o Banco dos Estados Alemães (Bank Deutscher Länder). Esta estrutura de Banco Central em dois níveis vai permanecer até o ano de 1957. Em 26 de julho de 1957 é aprovada, então, pelo parlamento, a lei da criação do Banco Central Alemão, que entrou em vigor em 1o de agosto, 1957. Segundo o parágrafo 3 desta lei (BBankG1), o Banco Central Alemão (Deutsche Bundesbank), com a competência da política monetária, que, por lei, a ele lhe cabe, controla a circulação da moeda e o suprimento de crédito na economia, com o objetivo de assegurar a estabilidade da moeda (BETGE, 1996, p. 38). Para o exercício de sua competência, o Bundesbank é independente do Governo Federal, sofrendo, também, nenhum tipo de controle por parte do Parlamento alemão. Para expressar a confiança e a reputação que esta instituição goza junto aos diversos agentes da economia alemã, vale citar uma frase de Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Européia: Nem todos os alemães acreditam em Deus, mas todos certamente acreditam no Bundesbank. Um episódio ocorrido em maio de 1997 entre o Bundesbank e o Ministério das Finanças da Alemanha, serve como exemplo para ilustrar esta sua firme postura de independência. Sob a alegação que as reservas em ouro, cerca de 14 bilhões de marcos, depositadas no Bundesbank, estariam escrituralmente cotadas abaixo do seu real valor de mercado, o Ministério das Finanças, solicitou a esta instituição que fizesse sua devida correção para o novo valor, equivalente a 56 bilhões de marcos. Com este acréscimo escritural de valor 1 Gesetz über die Deutsche Bank: Lei sôbre o Banco Central Alemão 78 das reservas de ouro, 42 bilhões de marcos, o governo alemão caberia, então, reinvindicar cerca de 20 bilhões de marcos. Diante desta solicitação do Ministério das Finanças, o conselho do Bundesbank, reunido em 28 de maio de 1997, rejeitou a hipótese de reavaliação de suas reservas. Através de um comunicado, bem sucinto, de cinco pontos, o Bundesbank comunicou a este Ministério que uma distribuição das reservas desta ordem de grandeza, do ponto de vista de política monetária, poderia ser até viável. Entretanto, prossegue este comunicado, caso esta distribuição fosse estipulada legalmente, este fato significaria uma ingerência na política monetária do Bundesbank. E, concluindo, declara que tal medida estaria em contradição, tanto com a tradição alemã, bem como a concepção do Tratado de Maastricht sobre a independências do Banco Central. (DEUTSCHE BUNDESBANK, maio, 1997). Com a criação do Banco Central Europeu em 1o de junho de 1998, a partir de 1o de janeiro de 1999, o Deutsche Bundesbank vai perdendo a sua principal função, que é a de gestor da política monetária na Alemanha. Conforme visto no capítulo III, as políticas monetárias dos países pertencentes à União Européia, como é o caso da Alemanha, passarão a ser comuns, centralizadas e conduzidas por esta nova instituição. Processos de Fusão do Sistema Bancário Alemão Uma onda de fusões de empresas está assolando a economia mundial. No ano passado ocorreram cerca de 26.000 incorporações, com um volume de 1,6 trilhão de dólares (SCHMITZ, 1998). O processo de globalização é hoje, certamente, o motivo dominante das fusões, tanto nos setores de produtos como de serviços. Na indústria alemã temos, por exemplo, no setor automo- 79 tivo, as fusões da Daimler-Benz com a Chrysler, da Volkswagen com a Rolls Royce; no metalúrgico da Thyssen com a Krupp. Com relação especificamente ao setor financeiro, pode-se observar uma constelação de motivos interessantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, as fusões têm como motivações, basicamente, superar as restrições da legislação bancária americana quanto às limitações tanto geográficas, de atuação das instituições, bem como de suas atividades comerciais de investimentos. Estas fusões permitem a estas instituições atuarem, nacionalmente, sob a forma de bancos universais. É o caso por exemplo da fusão, anunciada em abril de 1998, do Citicorp e do Travelers Group, ambos de Nova York. O futuro Citigroup, que estará presente em mais de cem países, oferecerá todos os tipos de serviços bancários: o atendimento clássico a clientes, fundos de investimentos, bancos de investimentos, seguros, etc. Este novo conglomerado, avaliado em bolsa no valor de US$140 bilhões, se tornava então, nesta data, o grupo financeiro mais diversificado do mundo, na frente, portanto, do United Bank of Switzerland (UBS), Deutsche Bank e o Tokyo-Mitsubishi-Bank (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 07/04/98). Conforme veremos adiante, esta posição de maior conglomerado financeiro do mundo passou a ser ocupada pelo Deutsche Bank, em novembro de 1998. Na Ásia, especialmente, no Japão, as fusões são utilizadas como mecanismo de defesa do sistema financeiro, evitando, quando for o caso, as insolvências ou falências de suas instituições. É o caso, por exemplo, do plano de saneamento do sistema bancário japonês para o Long-Term Credit Bank (LTBC), 9o maior instituição financeira do país. O LTBC, devido a uma grande quantidade de créditos podres, possui um rombo acumulado equivalente a US$39,8 bilhões (Jornal do Brasil, 24/10/98). Um outro exemplo neste sentido é do governo japonês, que está em processo de aprovação de uma lei que disponibilizará o equivalente a cerca 80 de US$ 362 milhões para estatizar bancos, lançar como perdas os créditos em liquidação e para injetar novo capital nas instituições (Gazeta Mercantil, 16/10/98). No que concerne à Europa, as fusões estariam refletindo o esforço das instituições de se reposicionarem neste mercado comum europeu de capitais. Além disto, os altos e crescentes custos de tecnologia de informação são também um argumento importante para os bancos de expandir mais rapidamente, através das fusões, suas bases de clientes. A desregulamentação do setor, as privatizações e o aparecimento de mais instituições estrangeiras também deverão contribuir para que este processo de fusão bancária continue (SCHMITZ, op.cit.). Com a introdução da moeda Euro, nos países pertencentes à União Monetária, o clima de competição dos bancos europeus deverá se acirrar fortemente. A crescente atividade das instituições de seguros nas atividades bancárias clássicas (Cf. HEIN, 1996, p. 21) deverá também provocar o recrudescimento desta concorrência (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 17/01/98). Quanto a estratégia destas fusões na Europa, enquanto que bancos americanos e japoneses, de maneira geral, se retiraram de certas áreas de negócios, especialmente aquelas que competem aos bancos de varejo, os grandes bancos europeus, principalmente, partiram ativamente para uma política de fusões, tanto interna, como externamente a seus países de origem (KLAGGE, 1996). Na Alemanha, como reflexo deste processo de fusões e incorporações, está ocorrendo uma forte reestruturação do sistema bancário. Em julho de 1997 foi anunciada a fusão do Bayerische Vereinsbank AG com o Bayerische Hypothekenbank AG, que a partir de 1o de setembro de 1998 passarm a constituir o Bayerische Hypo-. und Vereinsbank AG. Com isto, este novo conglomerado financeiro passou a ocupar a posição de segundo maior banco na Alemanha. 81 Em 20.01.98 o Governador (Ministerpräsident) de Baden- Württemberg, Erwin Teufel, anunciou à imprensa o processo de fusão dos bancos Südwest-LB, Landeskreditbank e o LandesGirokasse (LG) (Südwest Tagesblatt, de 21/01/98). Com a fusão destes 3 bancos deverá surgir o Landesbank Baden-Württemberg (LBW), que, em volume de negócios, deverá ocupar o quarto lugar na Alemanha, depois do Deutsche Bank, Bayerische Hypo- und Vereinsbank AG e o Dresdner Bank. O DG Bank (Deutsche Genossenschaftsbank), uma instituição de crédito cooperativo, por decisão da maioria do Parlamento alemão em 29.06.98, alterou seu estatuto, passando a atuar como uma sociedade de capital aberto (AG), retroativo a 01/01/98. No ano anterior, o Governo já tinha se desfeito de sua participação acionária (6,1%), no valor de aproximadamente 660 milhões de marcos. Apesar desta alteração estatutária, o DG Bank AG continua desempenhando o papel de entidade máxima das Federações de Cooperativas de Crédito. Na segunda metade de novembro de 1998, o Deutsche Bank confirmou as negociações de compra do Bankers Trust, o sétimo banco comercial dos Estados Unidos. Com um ativo total de US$ 843 bilhões, o Deutsche Bank está se tornando o maior grupo financeiro do mundo, ultrapassando o UBS da Suíça e o Citigroup dos Estados Unidos, os quais possuem ativos, respectivamente, de US$ 789 bilhões e US$ 703 bilhões (Gazeta Mercantil, 24/11/98). Interessante notar que esta é a terceira grande aquisição recente de empresas americanas, por parte das alemãs. Anteriormente tivemos a aquisição de 50% do grupo Barnes&Noble pela editora Bertelsmann e da fusão da Daimler Benz, da qual o Deutsche Bank é acionista, com a Chrysler. Dois dias depois de ter seIado oficialmente este acordo para a compra do Bankers Trust Corp., o Deutsche Bank AG confirmou a compra do banco Crédit Lyonnais Belgium, no valor de US$ 595 milhões. Com isto, o Deutsche Bank inclui um quarto país à sua rede de agencias nos 11 países, que estão ingressando na União Monetária (Gazeta Mercantil, 03/12/98). 82 Neste processo de reestruturação do sistema bancário alemão, a opinião prevalecente no mercado é de que, provavelmente, em um futuro próximo, o número de seus bancos estaduais fique reduzidos a cinco ou seis. São divergentes, no entanto, as opiniões quanto à forma de atuação das companhias seguradoras e instituições bancárias: se as mesmas trabalharão mais na forma de parcerias ou como competidoras. Entretanto, independentemente de suas estratégias de atuação, é cada vez mais tênue na Alemanha a fronteira dos setores segurador e bancário, tanto em nível dos serviços oferecidos como de suas composições e participações acionárias (Der Spiegel, no 31/1997). 4.4.3. Setor Químico-Farmacêutico A indústria química da Alemanha, em geral, se constitui em um dos seus principais setores da economia na produção de bens intermediários. Com base no ano de 1996, este setor, empregando cerca de 518.000 pessoas, obteve um faturamento de 216 bilhões de marcos, com uma cota de exportação equivalente à 43,3% (PERFIL, 1998). Até o início dos anos oitenta, as empresas alemãs Hoechst e Bayer eram os maiores fabricantes mundiais de medicamentos. No final desta mesma década, com o inicio das fusões entre as grandes empresas, Bristol-Myers com a Squibb e a SmithKline Beckman com a Beecham Group, aquelas empresas alemãs começaram a perder suas posições de liderança, conforme pode ser visto na Tabela 4.9, a seguir: Tabela 4.9: As Dez Maiores Empresas Mundiais do Setor Farmacêutico (Em Bilhões de US$) País Empresas Faturamento do Setor Farmacêutico % do Faturamento Total da Empresa 83 Inglaterra EUA Suiça USA Alemanha EUA EUA EUA Inglaterra/EUA Suiça Glaxo Wellcome Merck Novartis Bristol-Myers Squibb Hoechst Marion Roussel Pfizer American Home Products Johnson&Johnson SmithKline Beecham Roche 13,03 13,3 9,86 8,70 8,39 8,19 7,46 7,19 6,71 6,69 100 60,50 33,6 57,8 100 72,40 52,9 33,20 54,2 51,8 o Fonte: Financial Times, Les Echos em Der Spiegel n 7/98 e composição própria Um dos principais motivos que estariam impulsionando estas fusões seria o aumento, cada vez maior, dos custos das pesquisas de ponta do setor farmacêutico, em relação à descoberta e lançamento de novos medicamentos, conforme mostra a Tabela 4.10, a seguir. Tabela 4.10: Custos em Pesquisa de Novos Medicamentos (1990-1996) Ano 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Custos (Bilhões DM*) Número de Novos Medicamentos 31,5 36,9 39,6 45,2 47,7 46,2 53,0 37 36 43 39 47 39 51 Fonte: Financial Times, Les Echos em Der Spiegel 7/98 (*) Unidade de Moeda utilizada (Bilhões DM) foi confirmada com a própria redação da revista Der Spiegel em Hamburgo Este movimento de fusões começou a se intensificar nos anos noventa. Em 1995, a empresa inglesa Glaxo assumiu o controle de sua concorrente Wellcome. Neste mesmo ano, no intuito de fortalecer sua posição no mercado americano, a Hoechst por sua vez incorporou a firma americana Marion Merrell Down. 84 Em 1996, as empresas suíças Ciba Geigy e Sandoz se fundiram com o nome de Novartis. A empresa também suíça Roche comprou a Boehringer, de origem alemã. No início de 1998 a Glaxo Wellcome e a SmithKline Beecham anunciaram a intenção de se fundir, com base em uma possível complementação tecnológica. Na área de pesquisa genética a Smithkline Beecham é líder, enquanto que a Glaxo Wellcome é altamente desenvolvida na tecnologia denominada de química automatizada. Devido à falta de entendimento entre os diretores executivos das respectivas empresas, quanto à forma e composição da nova diretoria, a ser criada, a fusão destas duas empresas acabou, inesperadamente, não se concretizando (Handelsblatt, no 39/98; Der Spiegel, no 10/98 e Financial Times, 25/02/98). Caso esta operação de junção tivesse sido concretizada, teríamos tido, na época, a maior fusão entre empresas já realizada, superando o porte de empresas tais como a Microsoft, Esso, e Coca-Cola, atrás apenas da General Electric. Em 1o de dezembro de 1998, as duas maiores empresas farmacêuticas da Alemanha e da França, Hoechst AG e Rhône Poulenc, respectivamente, divulgaram um acordo de fusão, que deverá estar concluído em três anos, com a criação da segunda empresa mundial na área de medicamentos e uma das líderes em defensivos agrícolas – Avantis. No Brasil, esta nova empresa, que deverá resultar em um faturamento anual de cerca de US$ 1 bilhão, será a líder do setor farmacêutico de vacinas humanas e de nutrição animal (Gazeta Mercantil, 02/12/98). Pouco mais de uma semana depois a Zeneca Group, terceira maior produtora de medicamentos da Grã-Bretanha anunciou a compra da empresa sueca, Astra AB, por US$ 34, 6 bilhões em ações. Com a criação desta nova 85 empresa, a AstraZeneca, surge a terceira maior fabricante de produtos farmacêuticos do mundo (Gazeta Mercantil, 10/12/98). Diante desta onda de fusões, a questão é saber se este processo deverá contemplar também suas duas outras grandes empresas, Bayer e BASF. Além disto, permanece também a interrogação com a relação às perspectivas de sobrevivência, no mercado, de um grande número de fabricantes de porte médio alemão, cerca de 1200, diante destes mega-conglomerados. Em entrevista à revista Focus, no início de fevereiro de 1998 e com grande repercussão na imprensa em geral, o Presidente da Hoechst, Jürgen Dormann, previu que dentro de cinco anos, das atuais 20 grandes empresas do setor farmacêutico, deverão sobrar apenas 10 (Focus; no 7/98). 4.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, foi apresentado um panorama atual da economia alemã, o seu fluxo comercial e de investimentos com o Brasil, bem como uma descrição dos seus setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico. O ano de 1998 foi sem precedentes na história das fusões e aquisições de empresas, que ultrapassaram US$ 2.4 trilhões, 50% acima das ocorridas em 1997. As companhias americanas foram responsáveis por dois terços destas operações, sendo que a maior delas foi da união das empresas de petróleo Exxon e Mobil, ocorridas no final do ano, dando origem a maior empresa do mundo em termos de faturamento (The Economist, 26/12/98). Neste contexto, as empresas alemãs foram bastante ativas. Na área automotiva vimos a maior fusão transnacional ocorrida, proporcionada pela empresa Daimler-Benz com a americana Chrysler. No setor químicofarmacêutico, a Hoechst com a companhia francesa Rhone-Poulenc. Com rela- 86 ção aos setor bancário, o Deutsche Bank adquiriu o Bankers Trust Corp. por US$ 10 bilhões, se tornando o maior conglomerado financeiro do mundo. Diante da mudança de governo na Alemanha, com a vitória de Gerhard Schröder, à frente da coligação social-democrata com o Partido Verde, em setembro de 1998, ainda é muito cedo para qualquer prognóstico de como se comportará a economia alemã daqui para frente. Entretanto, pelo que se pode depreender de suas declarações iniciais no governo, bem como de seu gabinete, Schröder está apresentando, pelo menos em nível de discurso, concepções bem diferentes, em relação àquelas do seu antecessor Helmut Kohl, quanto ao combate ao desemprego e às crises financeiras internacionais. O novo Ministro da Economia, Oskar Lafontaine, com uma liderança incontestável junto ao SPD, é francamente favorável, por exemplo, a uma política fiscal mais expansiva, bem como uma monetária menos austera, como forma de geração de novos empregos. Menos de uma semana depois de tomarem posse, tanto Schröder como Lafontaine (cf. p. 45, Cap. III) declararam à imprensa, em 01/11/98, que desejam respeitar a independência do Banco Central Alemão. Ao mesmo tempo criticaram sua política de juros altos. Segundo Schröder, o Banco Central não está somente comprometido com a estabilidade do valor da moeda, mas é também responsável pelo crescimento econômico, e com isto, pela geração de empregos. No dia seguinte, já na Inglaterra, tanto Schröder como Tony Blair, em declaração conjunta à imprensa, afirmaram que desejam juntos procurar um caminho para um melhor entrelaçamento entre crescimento econômico e justiça social. Schröder aproveitou para novamente salientar que também a política monetária deveria dar sua contribuição para diminuir o nível de desemprego. 87 Diante das crises na Rússia e na Ásia, Schröder cobrou uma nova ordem internacional para o funcionamento do mercado financeiro. Segundo Schröder, os governos dos países-membros da União Européia devem encontrar novas regras para tornar improvável o surgimento de novas crises. Concluindo, Schröder afirma que a economia mundial necessita de uma nova ordem, na qual os atores privados, empresas e bancos, possam corretamente atuar. Finalizando, tendo abordado neste capítulo os aspectos conjunturais e setoriais da economia alemã, será visto no capítulo V, a seguir, a metodologia empregada na pesquisa de campo realizada com as 44 empresas na Alemanha, a respeito das decisões de investimentos dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, em nível mundial, e em particular no Brasil. 88 CAPÍTULO V PESQUISA DE CAMPO - DECISÕES DE INVESTIMENTOS ALEMÃES DOS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E QUÍMICO-FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL 5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Com o objetivo de avaliar de forma qualitativa os parâmetros que balizam as motivações para as tomadas de decisões de investimentos alemães, em nível mundial e, em especial, no Brasil, foi feita uma pesquisa de campo na Alemanha, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo 44 empresas e instituições de três setores de sua economia. Para tanto foi utilizado, como base de atuação, o Instituto de Ciências Políticas da Eberhard-Karls-Universität Tübingen, Alemanha. O custeio da passagem e da estadia foi providenciado, respectivamente, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ) e pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD - Deutscher Akademischer Austauschdienst), dentro do Acordo de Cooperação Técnico-Científica entre a Universidade Federal Fluminense e a Eberhard-Karl-Universität Tübingen. 89 Serão apresentados, a seguir, a respectiva metodologia quanto à definição das amostras; elaboração e envio do questionário; coleta, avaliação e tratamento dos dados. 5.2. DEFINIÇÃO DAS AMOSTRAS As composições amostrais desta pesquisa contemplaram as principais empresas alemãs dos setores automotivo (5) e químico-farmacêutico (11), as quais possuem atividades no Brasil (SCHMACK, op.cit.). Incluíu também as principais instituições bancárias (28), sejam elas bancos estaduais (Landesbanken) ou privados de capital acionário (Aktienbanken), bem como cooperativas de crédito (Kreditgenossenschaften), com atividades comerciais com o Brasil. A forma de atuação destas instituições bancárias encontra-se no Anexo I. Os setores automotivo e químico-farmacêutico foram escolhidos em razão de sua importância na composição média dos investimentos alemães no Brasil, ou seja, respectivamente de 23% e 19% do investimento total da Alemanha no país, conforme é visto no Gráfico 5.1, abaixo. Gráfico 5.1: Presença Setorial do Investimento Direto Alemão no Brasil em Percentagem Automotivo 19 Químico-Farmacêutico 23 Mecânico 8 Auto-Peças 8 19 10 13 Eletro-Eletrônico Metalúrgico Outros Fonte: Anais do XV Encontro Empresarial Brasil-Alemanha e da XIV Reunião da Comissão Mista BrasilAlemanha, de 14 a 16 de setembro de 1997 90 O setor bancário vai se juntar a este grupo em razão de sua importância estratégica nos fluxos de capitais envolvidos nas operações de investimentos, tanto próprios como de terceiros. A definição setorial das empresas que participaram desta amostra, se encontra a seguir. 5.2.1. Agrupamento do Setor Automotivo A composição amostral deste setor é constituída das empresas automotivas, cuja maioria do capital próprio é alemã, possuindo ou não planta de produção no Brasil. Portanto, foram entrevistadas as empresas Volkswagen, Mercedes-Benz, BMW, Audi e Porsche, conforme o Quadro 5.1 abaixo. Quadro 5.1: Empresas Automotivas de Maioria de Capital Alemão - Posição Setorial e na Indústria da Alemanha por Faturamento (1996) Empresas Volkswagen AG Mercedes-Benz AG Conglomerado BMW Audi AG Porsche AG Setor Indústria o 1 2o 3o 6o 7o o 2 4o 10o 40o 262o Faturamento (109 US$)1 100,123 77,624 52,265 18,807 2,812 Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98 (1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com base na paridade média do DM/US$ em 1996 (1:1,5037), fornecida diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. 5.2.2. Agrupamento do Setor Bancário A composição amostral do setor bancário é constituída das instituições que desenvolvem negócios no Brasil, seja na forma de investimentos diretos ou de operações de créditos, conforme o Quadro 5.2, a seguir. 91 Quadro 5.2: Bancos Pesquisados que Desenvolvem Negócios com o Brasil, seus Respectivos Volumes Patrimoniais e Posições no Setor Bancário Alemão (19951996) Bancos Deutsche Bank AG Grupo Dresdner Bank AG Westdeutsche Landesbank Commerzbank AG Bayerische Vereinsbank AG2 Bayerische Landesbank-Girozentrale Bayerische Hypotheken- und Wechselbank AG2 DG Bank Deutsche Genossenschaftsbank Kreditanstalt für Wiederaufbau Norddeutsche Landesbank Girozentrale Südwestdeutsche Landesbank Landesbank Hessen-Thüringen Girozentrale Deutsche Pfandbrief- und Hypothenbank AG Landesbank Berlin-Girozentrale Landeskreditbank Baden-Württemberg Landesbank Schleswig-Holstein Girozentrale Hamburgische Landesbank-Girozentrale Landesbank Rheinland-Pfalz-Girozentrale BHF-Bank AG BfG Bank AG SGZ-Bank WGZ-Bank Berliner Bank AG Landesgirokasse und öffentliche Bank und Landssparkasse Stuttgart Sachsen LB Landesbank Sachsen Girozentrale Genossenschaftliche Zentralbank AG Vereins- und Westbank AG Baden-Württembergische Bank AG Ativo/95 Ativo/96 Posição Posição 103US$1 103US$1 Ano /95 Ano/96 o o 481,132.6 576,430.8 1 1 o o 337,904.8 373,188.1 2 2 o o 298,941.2 313,087.0 3 3 o o 281,885.2 297,933.7 4 4 o o 248,669.9 268,391.9 5 5 o o 222,100.0 239,743.3 6 6 o o 208,231.9 225,712.5 7 7 o o 203,111.3 220,643.7 8 9 o o 174,220.9 167,360.5 10 10 o o 145,725.3 152,694.0 11 11 o o 125,795.0 137,894.5 12 12 o o 109,632.4 116,251.9 13 13 o o 105,465.2 114,451.0 14 14 o o 99,942.81 112,249.7 15 15 o o 80,942.95 88,399.28 16 16 o o 65,021.62 70,147.64 20 19 o o 59,671.50 66,933.56 21 21 o o 49,577.35 54,552.10 25 23 o o 45,281.07 49,307.71 28 27 o o 46,198.91 46,507.28 27 29 o 30,666.06 35,032.92 35 32o o 30,874.60 31,788.92 34 34o o o 28,780.16 31,395.89 36 36 o 24,605.94 25,601.52 40 42o 18,553.49 21,120.80 20,170.18 17,717.95 24,231.56 21,826.83 20,603.84 20,085.12 o 49 o 43 o 46 o 52 o 43 o 47 o 48 o 50 Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98 (1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com base nas paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. (2) Bayerische Vereinsbank AG e o Bayerische Hypothekenbank AG, a partir de 1o de setembro de 1998 passam a constituir o Bayerische Hypo- und Vereinsbank. 5.2.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico Conforme o Quadro 5.3, a composição amostral deste setor é constituída pelas 11 empresas alemãs, classificadas como químico-farmacêuticas ou 92 simplesmente farmacêuticas, incluídas no grupo das 500 maiores da industria alemã (SCHMACKE; op. cit.). Quadro 5.3: Posição das Empresas do Setor QuímicoFarmacêutico Alemão com Atividades no Brasil, Baseado em seus Faturamentos em 1996 Empresas Asta Medica AG B.Braun Melsungen AG Bayer AG Boehringer Ingelheim Byk Gulden GmbH Fresenius Grupo BASF AG Hoechst AG Knoll AG (100% BASF) Merck KGaA Schering AG No Setor Químico Na Indústria Alemã Alemão 11o 486o o 229o 9 o 3 13o 4o 93o o 10 N/D2 o 202o 7 2o 12o o 1 11o o 8 212o 5o 96o o 131o 6 Faturamento/96 (106 US$)1 957.64 2,109.46 32,325.60 4,711.71 1,008.63 2,410,72 32,437.32 33,867.79 2,303.65 4,623.93 3,506.02 Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98. (1) Paridade média DM/US$ (1:1,5037) em 1996 fornecida pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. (2) N/D: Não disponível. Deve-se ressaltar que, no Quadro 5.3, os dados referentes à Byk Gulden GmbH foram fornecidos diretamente pela própria empresa, a qual pertence ao Grupo Altana AG. Esta ocupa, por sua vez, a 317a colocação entre as 500 maiores empresas da indústria alemã. Deve-se registrar também que, quanto ao Grupo BASF, os dados foram extraídos de seu balanço, que se encontra parcialmente consolidado. Com isto, torna-se difícil saber qual a contribuição da empresa Knoll AG, 100% pertencente à BASF, neste conglomerado. 5.3. ELABORAÇÃO E ENVIO DO QUESTIONÁRIO Para se efetuar esta pesquisa de campo na Alemanha, foi elaborado, inicialmente, um questionário em português, contendo 32 perguntas, conforme Anexo II. Estas perguntas envolviam informações e indagações a respeito de sua 93 política e estratégia empresarial, tanto em nível mundial, como em relação ao Brasil. Para que as respostas fossem as mais objetivas possíveis, facilitando e diminuindo o tempo de seu preenchimento, a maioria das perguntas eram de múltipla escolha, oferecendo, no entanto, ao respondente, uma opção de resposta aberta. Algumas destas perguntas de múltipla escolha solicitavam do respondente uma ordenação, em ordem decrescente, de suas preferências de opções. Ainda na sua fase de pré-teste, este questionário tinha sido enviado a duas representações de bancos alemães no Rio de Janeiro. As informações e endereços de contatos das empresas foram obtidas, ainda no Brasil, através da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro. Na Alemanha, através do Ministério da Economia (BMWi), Banco Central (Deutsche Bundesbank), bem como das federações de setores da indústria e do comércio tais como Bundesverband Deutscher Banken e.V., Verband der Automobilindustrie e.V. e o Deutscher Industrie- und Handelstag (DIHT). Além disto, contou-se também com o auxílio das representações dos bancos brasileiros na Alemanha, ou seja, Banco do Brasil S.A., Banco Real S.A. e o Banco do Estado de São Paulo, BANESPA. As informações e os endereços foram catalogados em um banco de dados. Para garantir o caráter confidencial das respostas, cada uma das empresas recebeu, de forma aleatória, um código de identificação: (Ai) para o setor automotivo, (Bi) para o bancário e (QFi) para o químico-farmacêutico. Antes do envio deste questionário às empresas, o mesmo foi traduzido para a língua alemã. Tendo em vista que a maioria das perguntas eram de caráter subjetivo, envolvendo termos muito específicos de economia e finanças, houve uma grande preocupação para que esta tradução fosse a mais fidedigna possível, respeitando, portanto, as diferenças de interpretação de linguagem em questão. 94 Um fato que serve para ilustrar bem a importância desta tarefa de tradução pôde ser observado por ocasião da pergunta relativa aos fatores que poderiam motivar empresas alemãs a investir no Brasil. No questionário original em português, constava como alternativa, o fator Aventura (Abenteuer). Tanto na Universidade de Tübingen como de Ulm, foi sugerido, entretanto, que se suprimisse esta alternativa na versão final do questionário em alemão, sob a alegação que, culturalmente o alemão é avesso a riscos e aventuras. Por via das dúvidas, esta alternativa foi retirada do grupo daquelas inicialmente propostas. Terminados os trabalhos de tradução que duraram cerca de uma semana, o questionário começou a ser enviado às 44 empresas relacionadas, que foram, sem exceção, previamente contatadas e informadas por telefone. O objetivo era que o questionário fosse respondido pelos profissionais das empresas, que lidassem diretamente com as operações de negócios com o Brasil. No intuito de sensibilizar os entrevistados para um pronto retorno do questionário, houve a preocupação de citar, na carta de encaminhamento, os apoios institucionais recebidos, ou seja, da Universidade Federal Fluminense, Eberhard-Karls-Universität Tübingen, Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ) e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). Tanto a carta de encaminhamento quanto o questionário enviado às empresas foram feitos em papel timbrado da Universidade Federal Fluminense. Os envelopes destas correspondências, a serem enviadas pelo correio, eram carimbados com o nome da Universidade de Tübingen e de seu Instituto de Ciências Políticas. 5.4. COLETA DE DADOS Do total de 44 empresas, 42 responderam ao questionário na Alemanha. Por sugestão de suas matrizes, apenas 2 delas responderam aos questionários através de suas subsidiárias no Brasil. As empresas enviavam suas res95 postas tanto por correio, como também por fax, sendo, de modo geral, surpreendente a rapidez com que as mesmas as mandavam. Possíveis dúvidas eram esclarecidas, geralmente, por telefone. Adicionalmente, foram programadas entrevistas pessoais com 15 destas empresas e instituições, localizadas nas cidades de Berlim, Frankfurt am Main, Hamburgo, Ingolstadt, Munique e também Stuttgart. A duração média destes encontros variou de 30 a 45 minutos, sendo que em alguns casos, ultrapassou 1 hora. Dos três setores, o bancário foi não somente o mais transparente no fornecimento de informações e dados, mas também o mais receptivo na marcação das visitas e entrevistas. O setor químico foi menos transparente, mas também cooperativo. O setor automotivo, em contraposição, foi de modo geral, muito refratário a fornecer informações, mesmo aquelas tornadas públicas, através de seus Relatórios Financeiros. Um fato observado, comum a estes três setores, quanto ao preenchimento dos questionários, foi que, na sua grande maioria, seus profissionais são muito reticentes ao responder a questões subjetivas, para as quais se sentem impossibilitados de fundamentar suas respostas com dados, fatos ou exemplos concretos. O pragmatismo tem caracterizado a direção das empresas alemãs: A maioria das companhias alemãs tem sido dirigida por executivos com formação técnica e científica (Porter, op.cit., p. 426). Em função das respostas a este questionário, foram selecionadas e tabuladas as questões mais diretamente relacionadas com as estratégias de investimentos dos três setores acima mencionados, tanto em nível mundial como, em particular, em relação ao Brasil, conforme, respectivamente, os Anexos III e IV. A análises destes resultados encontram-se nos capítulos VI e VIII, subseqüentes. 96 5.5. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS O critério da avaliação dos resultados, quanto à forma de agrupamento setorial das empresas do setor automotivo, bancário e químicofarmacêutico, bem como à tabulação das respectivas respostas, será descrito a seguir. 5.5.1. Agrupamento do Setor Automotivo Para efeito de avaliação de resultados, as empresas automotivas de capital alemão foram analisadas de forma conjunta. Portanto, não foi feita nenhuma distinção entre elas quanto ao volume de faturamento, nível de produção ou tipo de veículo (automóveis, caminhões, ou ônibus). 5.5.2. Agrupamento do Setor Bancário Em razão de diferentes formas de atuação do setor bancário alemão no Brasil, e com base em diversas conversas com seus profissionais, tanto no Brasil como na Alemanha, para efeito de avaliação dos resultados, no que concerne às questões mais diretamente relacionadas com o Brasil, optou-se em separar os bancos em 3 grupos, em função de suas atividades aqui no país, independentemente de os mesmos serem bancos estaduais, privados ou especiais. O primeiro grupo, então, foi constituído por bancos que possuem unidades operativas no país (4), seja através de filiais ou sucursais, conforme o Quadro 5.4. No segundo grupo foram agrupados os bancos com escritórios de representação no país (6), conforme o Quadro 5.5. Por último, o terceiro grupo, abrange os bancos que não possuem representação no país (18), conforme o Quadro 5.6. 97 Quadro 5.4: Categoria e Posição na Alemanha dos Bancos com Unidades Operativas no Brasil (Ativos de 1996) Bancos com Unidades Operativas no Brasil Deutsche Bank AG Grupo Dresdner Bank AG Westdeutsche Landesbank Commerzbank AG Categoria1 de Posição na Banco Categoria - 1996 Capital Acionário 1o Capital Acionário 2o Banco Estadual 1o Capital Acionário 3o Setor Bancário Alemão - 1996 1o 2o 3o 4o Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98. Quadro 5.5: Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos com Representações no Brasil (Ativos de 1996) Bancos com Representações Brasil Bayerische Vereinsbank AG DG Bank Südwestdeutsche Landesbank BHF-Bank AG Vereins- und Westbank AG Baden-Württembergische Bank no Categoria de Posição na Bancos Categoria - 1996 Capital Acionário 4o Coop.de Crédito 1o Banco Estadual 4o Capital Acionário 7o Capital Acionário 12o Capital Acionário 13o Setor Bancário Alemão - 1996 50 9o 12o 27o 48o 50o Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98 .Valores indicados inicialmente em DM. 1 Termo capital acionário utilizado nos Quadros 5.4, 5.5 e 5.6, referente a bancos privados 98 Quadro 5.6: Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos sem Representações no Brasil (Ativos de 1996) Bancos sem Representações no Brasil Categoria de Banco Bayerische Landesbank-Girozentrale Bayerische Hypotheken- und Wechsel- bank AG Kreditanstalt für Wiederaufbau Norddeutsche Landesbank Girozentrale Landesbank Hessen-Thüringen Girozentrale Deutsche Pfandbrief- und Hypothekenbank AG Landesbank Berlin-Girozentrale Landeskreditbank Baden-Württemberg Landesbank Schleswig-Holstein Girozentrale Hamburgische Landesbank-Girozentrale Landesbank Rheinland-Pfalz-Girozentrale BfG Bank AG Südwestdeutsche Genossenschafts-Zentralbank AG (SGZ-Bank) Westdeutsche Genossenschafts-Zentralbank eG (WGZ-Bank) Berliner Bank AG Landesgirokasse und öffentliche Bank und Landessparkasse Stuttgart Sachsen LB Landesbank Sachsen Girozentrale Genossenschaftliche Zentralbank AG Banco Estadual Capital Acionário Banco Especial Banco Estadual Banco Estadual Capital Acionário Banco Estadual Banco Estadual Banco Estadual Banco Estadual Banco Estadual Capital Acionário Capital Acionário Posição na Setor BancáCategoria rio Alemão 1996 1996 2o 6o o 5 7o o 2 10o o 3 11o 5o 13o o 6 14o o 6 15o o 7 16o 8o 19o o 9 21o o 10 23o o 8 29o 9o 32o Cooperativa de Crédito Capital Acionário Banco Estadual 3o 34o 9o 11o 36o 42o Banco Estadual Capital Acionário 12o 11o 43o 47o Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98; 5.5.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico Da mesma forma que o setor automotivo, as empresas químicofarmacêuticas foram analisadas de forma conjunta. Portanto, não foi feita nenhuma distinção entre elas quanto ao volume de faturamento, nível de produção ou tipo de produto. 5.5.4. Tabulação das Respostas A tabulação das perguntas selecionadas do questionário (Anexo IV), que serão objeto de análise no Capítulo 6, obedeceu aos seguintes critérios: 99 • As respostas às perguntas que envolviam uma ordenação decrescente de preferências foram tabuladas sob a forma de matriz freqüência-relevância (cf. Anexo 4). Em razão do tamanho das amostras e por se tratar de uma avaliação qualitativa, foram aceitos e ponderados normalmente as avaliações de iguais preferências das empresas para mais de uma alternativa. • Para efeito de ponderação, a alternativa de maior preferência, para uma ordenação de 5 alternativas, recebeu peso 5, independente do porte das empresa. Da mesma forma, no caso de ordenação de 4 preferencias, foi atribuído peso 4. Em ambos os casos, a última alternativa do grupo escolhido recebeu peso 1. • Em alguns casos o respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as alternativas simplesmente com a letra X, ao invés de ordená-las. Portanto, para efeito de ponderação, foi atribuído peso 3 (ponto médio entre 1 e 5), a cada alternativa escolhida, em uma ordenação de 5 preferências. De forma semelhante, para uma ordenação de 4 preferências, um peso igual a 2,5. • Na questão relativa à análise de country-risk, um dos respondentes, ao invés de assinalar uma nota em uma escala proposta, variando de 0 a 10, indicou apenas um intervalo de notas. Para efeito de totalização dos resultados do setor, a nota a ser atribuída a este respondente foi equivalente à média aritmética dos limites de notas deste intervalo. • A alternativa Outros foi a escolhida pelos setores sempre que o caráter geral de suas respostas não se enquadrava nas demais alternativas oferecidas. Pelas caraterísticas de suas atividades, este fato ocorreu, sobremaneira, com o setor bancário. 100 5.6. O TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA O tratamento dos dados da pesquisa com relação à estrutura patrimonial e composição acionária das empresas, bem como a conceituação do termo investimento será visto a seguir. 5.6.1. Capital Próprio e de Terceiros Uma das empresas do setor automotivo lançou toda sua rubrica provisões como capital de terceiros. Com isto, seu percentual de capital próprio seria de aproximadamente 13%, ou seja, muito abaixo dos demais valores das empresas do setor automotivo. Como forma de tornar comparativo este resultado, após consulta ao mercado financeiro, foi arbitrado que 80% destas provisões seria recalculada como capital próprio, sendo que os 20% restantes como capital de terceiros. Por outro lado, a legislação creditícia alemã (KWG) permite que a rubrica Provisões (Rückstellungen), classificadas pelo setor bancário como capital de terceiros, juntamente com as Obrigações Subordinadas (Nachrangige Verbindlickkeiten) possam ser consideradas como capital próprio, no cálculo da respectiva estrutura de capital. Entretanto, como o setor bancário trabalha com um percentual muito baixo de capital próprio, isto provoca uma mudança pouco significativa em relação à forma tradicional de determinação da estrutura de capital deste setor. 5.6.2. Fusões de Empresas A análise das respostas do questionário foi feita levando-se em consideração a composição acionária das empresas até abril de 1998. Portanto, não contempla, por exemplo, a fusão do Bayerische Vereinsbank AG com um outro 101 banco da Bavária, o Bayerische Hypothekenbank AG, que a partir do dia 1o de setembro de 1998 passaram a constituir o Bayerische Hypo- und Vereinsbank AG. Com esta fusão, este novo banco passou a ocupar a posição de segundo maior banco na Alemanha. Da mesma forma, não contempla também as fusões da MercedesBenz e a Chrysler, bem como a da Hoechst AG com a Rhône Poulenc, ocorridas posteriormente. 5.6.3. Investimentos Quando da elaboração ao questionário, comum aos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, o termo investimento foi empregado na sua conceituação mais ampla, ou seja, tanto de aquisição de ativos fixos como, também, de investimentos financeiros. Com isto, os bancos tiveram uma certa dificuldade em responder às questões relacionadas com investimentos, na medida em que este termo foi entendido, pela maioria dos seus respondentes, no sentido restrito da palavra, ou seja, de aquisição de ativos fixos, tais como instalações de fábricas, maquinaria, imóveis, etc., o que portanto, não seria uma atividade preferencial do setor bancário. 5.6.4. Consolidação dos Relatórios Financeiros das Empresas Os relatórios financeiros das grandes empresas alemãs, na sua maioria, já apresentam seus resultados de tal forma consolidada que torna-se difícil identificar e separar os demonstrativos financeiros das holdings e de suas empresas controladas. É o caso, por exemplo, do Grupo Daimler-Benz e a Mercedes-Benz, Volkswagen AG e a Audi, o conglomerado da BMW e a BMW automotiva. Com isto, para efeito de análise de estrutura patrimonial, para a determinação do capital próprio e de terceiros, foi considerado, como boa aproximação 102 pelo mercado financeiro, que a estrutura de capital das empresas holdings e seuas respectivos conglomerados são semelhantes. É interessante notar que, a publicação anual, que lista as 500 maiores empresas da Alemanha, Die grossen 500 auf einen Blick, edição 1997/1998, utilizada nesta pesquisa, ao publicar separadamente os faturamentos e os números de trabalhadores, por exemplo, da Daimler Benz e da Mercedes-Benz, acaba por fazer uma dupla contagem. A editora do livro, uma vez contatada, confirmou esta dupla contagem e a dificuldade de se separarem os demonstrativos financeiros das holdings e suas controladas. 5.6.5. Os Fatores de Conversão de Unidade Monetária Os fatores de conversão de unidade monetária entre o dólar e o marco alemão, indicado em diversas tabelas deste trabalho, foram estabelecidos com base em suas paridades médias anuais, conforme a Tabela 5.1, a seguir. Tabela 5.1: Fatores de Conversão de Unidade Monetária DM/US$ (1990/1997) Ano 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 DM Dólar 1,6161 1,6612 1,5595 1,6544 1,6218 1,4338 1,5037 1,7348 1 1 1 1 1 1 1 1 Fonte: Dados fornecidos diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt, am Main 103 5.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este capítulo abordou a metodologia utilizada na pesquisa de campo, envolvendo empresas alemãs do setor automotivo, financeiro e químicofarmacêutico, relativo às decisões de investimentos alemães, tanto em nível mundial, como no Brasil. As composições amostrais destes setores foram baseadas na lista das 500 maiores empresas da Alemanha, da publicação anual de outubro, Die grossen 500 auf einen Blick, organizada por Ernst Schmack, edição 1997/1998. Com referência à elaboração do questionário, é importante ressaltar o cuidado dispensado para minimizar possíveis diferenças de interpretação de linguagem, que poderiam surgir, quando da formulação e versão das perguntas, da língua portuguesa para a alemã. No que concerne à coleta dos dados, o setor mais transparente e mais solícito, foi, sem dúvida, o bancário. Em contraposição, na outra ponta teríamos o setor automotivo, muito fechado e com uma resistência enorme em fornecer informações. Apesar de ser em menor número, este setor requereu, relativamente, um esforço muito maior para ser entrevistado. Um outro fato também observado quanto à coleta de dados, comum aos três setores, foi que na sua grande maioria, seus profissionais são muito reticentes a responder questões subjetivas, para as quais se sentem impossibilitados de fundamentar suas respostas com dados, fatos ou exemplos concretos. Com relação ao tratamento dos dados, as composições acionárias das empresas, são aquelas vigentes até abril de 1998. Como as perguntas do questionário foram idênticas para os três setores, os bancos tiveram uma certa dificuldade em responder às questões relacionadas com o termo investimento, na medida em que este termo foi entendido, pela maioria dos seus respondentes, no sentido restrito da palavra, ou seja, de aquisição de ativos fixos, tais como instala- 104 ções de fábricas, maquinaria, imóveis, etc., o que portanto, não seria uma atividade preferencial do setor bancário. Feitas estas observações metodológicas, passaremos agora para o capítulo VI, a seguir, onde será feita uma análise dos resultados desta pesquisa de campo. 105 CAPÍTULO VI ANÁLISE INTRASETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO Do ponto de vista da atratividade de investimentos de empresas alemãs no Brasil, a figura do Presidente da República não é tão importante, pois é passageira. Mais importante é a estabilidade econômica do país. (Um dos entrevistados da Indústria Automotiva) 6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS No capítulo anterior foi apresentada a metodologia utilizada na pesquisa de campo realizada na Alemanha, sobre as decisões de investimentos dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico alemães, em nível mundial e no Brasil. Do questionário inicial enviado às empresas (Anexo II), foram selecionadas e analisadas 17 perguntas (Anexo III), que mais diretamente se relacionavam com o objetivo proposto pelo estudo de caso em questão, cujos resultados intrasetoriais serão apresentados a seguir. 106 6.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR AUTOMOTIVO Nesta pesquisa tomaram parte as empresas automotivas da Alemanha, cujos controles acionários são alemães, independentemente de as mesmas possuírem ou não plantas de produção no Brasil. Para tanto, foi enviado um questionário para Volkswagen, Mercedes Benz, BMW, Audi e Porsche. Posteriormente, representantes destas empresas foram pessoalmente entrevistados, cuja análise correspondente encontra-se, a seguir. 6.2.1. Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a investir no exterior (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Nesta pergunta, entre um conjunto de 10 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar empresas alemãs a investir no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Conforme o Gráfico 6.1, a seguir, baseado na análise ponderada das respostas, o fator mais importante que possa motivar as empresas do setor automotivo a investirem no exterior é a possibilidade de se terem uma base de apoio estratégico para a incorporação de novos mercados. 107 Gráfico 6.1: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Automotivo no Exterior Percentual Ponderado 25,00 Base para incorporação de novos m ercados 20,88 20,00 18,15 Pressionado pela globalização 16,34 15,00 10,00 Política da em presa 9,08 9,08 Estratégia de diversificação de risco 5,00 Proxim idade das filiais de seus concorrentes 0,00 Fatores Em seguida, pela ordem, a pressão do processo de globalização da indústria e a estratégia de suas empresas de realizarem investimentos no exterior. Finalmente, no mesmo nível de preferência, a possibilidade de se estarem próximas das filiais de seus concorrentes, bem como de se constituírem uma estratégia de diversificação de seus riscos. 6.2.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior? Os respondentes deveriam opinar, através das alternativas Sim e Não, sobre a existência de razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que poderiam motivar a empresa a investir no exterior. Quatro das cinco empresas entrevistadas informaram não contar com qualquer tipo de apoio direto do governo alemão, para investirem no exterior. 108 6.2.3. Caso afirmativo, tipo de apoio que a empresa poderia receber do governo A única empresa que respondeu afirmativamente, quanto à possibilidade de se receber algum tipo de apoio, por parte do governo alemão, para investir no exterior, citou o seguro à exportação Hermes, que, dependendo do country-risk da operação de exportação, pode ser colocado à disposição das empresas alemãs. 6.2.4. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Entre um conjunto de 6 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país, que poderiam motivar empresas alemãs a investirem no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente as respostas que atribuíram a diferentes alternativas o mesmo grau de importância. Conforme o Gráfico 6.2, a seguir, baseado na ordenação de preferência das respostas do setor automotivo, o fator mais importante para a estabilidade econômica em um país é o seu alto nível de reservas cambiais. 109 Gráfico 6.2: Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o Setor Automotivo Percentual Ponderado 25,00 Alto nível de reservas cam biais 19,79 20,00 18,80 17,31 Pequena probabilidade de um a desvalorização cam bial 17,31 13,60 15,00 Pequeno déficit na balança com ercial 10,00 Outros 5,00 Baixas taxas reais de juros 0,00 Fatores Em segundo lugar, a pequena probabilidade de uma desvalorização cambial. Em seguida, no mesmo grau de prioridade, um pequeno déficit na sua balança comercial, bem como os fatores incluídos na alternativa Outros. Nesta, foram citados os fatores relativos ao crescimento da renda líquida da população e o grau de restrição do país às importações. Por último, a alternativa relativa às baixas taxas reais internas de juros. 6.2.5. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior (Critério de avaliação:no1 mais importante, no4 menos importante) Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os indicadores econômicos utilizados para possíveis avaliações de investimentos no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a diferentes alternativas o mesmo grau de importância. 110 Gráfico 6.3: Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor Automotivo para Investimentos no Exterior Percentual Ponderado 35 30,28 30 27,44 Outros 25,24 25 20 Taxa Interna de Retorno (TIR) 17,03 15 Tem po de Retorno do Investim ento (Pay-Back) 10 5 Valor Presente Líquido (VPL) 0 Fatores Conforme o Gráfico 6.3, acima, baseado na análise ponderada das respostas, a opção de maior peso recaíu sobre a alternativa Outros, com apenas um respondente (conf. Anexo 4), onde foi citado um indicador não econômicofinanceiro, ou seja, o de critério de decisão política para investimentos no exterior. Em seguida, pela ordem, os indicadores de Taxa Interna de Retorno (TIR); Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back) e, por último, o de Valor Presente Líquido (VPL). 6.2.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) A única empresa que assinalou o Valor Presente Líquido (VPL) como indicador de investimentos no exterior informou que utiliza um método próprio para escolher a sua respectiva taxa de desconto. 111 6.2.7. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa Conforme mencionado no capítulo anterior, uma das empresas do setor automotivo lançou a totalidade de suas provisões como capital de terceiros, resultando, com isto, que o seu percentual de capital próprio encontra-se bem abaixo dos valores encontrados para as demais empresas do setor. No que concerne a esta pergunta, para efeito de equalização dos resultados, 80% destas provisões foram considerados como capital próprio, sendo que os 20% restantes, portanto, como capital de terceiros. Além disto, duas das cinco empresas do setor apresentaram seus relatórios financeiros de tal forma consolidados, que se torna difícil identificar e separar seus demonstrativos financeiros de suas controladas. Como forma de se contornar esta situação, para efeito de determinação do capital próprio e de terceiros, foi considerado, que a estrutura de capital destas holdings, com relação às suas empresas controladas, é semelhante. Feitas estas considerações, podemos observar que as empresas do setor automotivo operam com um volume de capital próprio na faixa entre 28% e 42,40%. O volume de capital de terceiros, por conseguinte, está variando entre 72% e 57,60%. 6.2.8. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, ao respondente assinalar mais de uma alternativa. Desta forma, conforme o Gráfico 6.4, a seguir, a alternativa preferida, com 3 votos, foi a da obtenção de recursos no país onde o projeto deverá ser desenvolvido. Em segundo lugar, no mesmo grau de preferência: obtenção de crédito, tanto na Alemanha como no mercado financeiro internacional, onde os custos forem os mais baixos. 112 Gráfico 6.4: Fontes de Capital de Terceiros do Setor Automotivo Votos 4 Obtenção de recursos na Alem anha para financiam ento de projeto no exterior 3 3 3 2 2 Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido 2 2 1 1 0 Fontes de Capital de Terceiros Obtenção de crédito no m ercado financeiro internacional, onde os custos forem m ais baixos Apenas uma das cinco empresas entrevistadas não respondeu a esta pergunta. 6.2.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa Da mesma forma que na pergunta anterior, entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, ao respondente assinalar mais de uma alternativa. Conforme o Gráfico 6.5, a seguir, a alternativa preferida, com 4 votos, para aumentar o capital próprio da empresa, foi a relativa à obtenção de recursos próprios no mercado acionário alemão. 113 Gráfico 6.5: Fontes de Capital Próprio do Setor Automotivo Votos 5 4 Aquisição de recursos no mercado acionário alemão para financiamento de projeto no exterior 4 3 2 1 1 0 Aquisição de recursos no mercado acionário onde deverá se situar o projeto Fontes de Capital Próprio Em seguida, com 1 voto, a alternativa da aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país, sendo que apenas uma das cinco empresas entrevistadas não respondeu a esta pergunta. 6.2.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar a empresa para novos investimentos no Brasil (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Entre um conjunto de 7 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar os 5 fatores que poderiam motivar as empresas alemãs a realizar novos investimentos no Brasil. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a diferentes alternativas o mesmo grau de importância, conforme o Gráfico 6.6, a seguir. 114 Gráfico 6.6: Fatores Fundamentais de Motivação para Investimentos do Setor Automotivo no Brasil Percentual Ponderado A credibilidade e competência do Presidente da República 25,00 19,74 20,00 15,00 17,54 Entrada no mercado da América do Sul 16,67 14,62 14,25 O novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável Outros 10,00 5,00 Subvenções governamentais no Brasil 0,00 Fatores A alternativa de maior peso, quanto aos fatores que poderiam motivar as empresas para novos investimentos no Brasil, foi aquela relativa à credibilidade e competência do Presidente da República. Entretanto, deve-se registrar que, contrariamente, um dos respondentes afirmou que, para a atração de novos investimentos para o Brasil, a figura do Presidente da República não é tão importante, pois é passageira. Mais importante, concluíu, seria, por exemplo, a estabilidade econômica do país e a presença de um aparelho burocrático competente. Em seguida, em ordem decrescente de importância, a entrada da empresa para o mercado da América do Sul; o novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento econômico estável. Em quarto lugar, a alternativa Outros. Nesta, foi citada a possibilidade de manutenção e expansão da participação da indústria alemã, tanto no mercado automotivo brasileiro como mundial. Um outro fator também citado, de motivação para novos investimentos no Brasil, seria o da existência de 115 uma maior estabilidade em sua política de importação. Por último, as subvenções governamentais no Brasil. 6.2.11. Se a empresa faz de avaliação de country-risk para o para o Brasil Através das alternativas Sim e Não, apenas uma das cinco empresas automotivas entrevistadas afirmou não fazer análise de country-risk para o Brasil. Como justificativa, a empresa informou que exporta seus veículos para o Brasil através de representantes independentes, os quais assumem os riscos desta operação. 6.2.12. Os métodos de avaliação de country-risk empregados para o Brasil Das quatro empresas automotivas, que afirmaram fazer avaliação de country-risk para o Brasil, apenas uma não indicou que tipo de método ou fonte de informação utilizava. Entre as outras três, duas utilizavam, respectivamente, informações de institutos especializados e do Banco Mundial, sendo que a empresa restante utilizava método próprio. 6.2.13. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil Nesta pergunta os respondentes deveriam atribuir notas, variando de zero a dez, a um conjunto de 9 países da América Latina, Ásia e Europa. A Argentina, México, China Coréia do Sul, Taiwan e Rússia forma escolhidos por serem países representativos de fluxos de investimentos internacionais, em suas respectivas regiões. A República Tcheca foi incluída por sua proximidade geográfica e cultural com a Alemanha e, finalmente, a França por ser um 116 parâmetro de país de economia estável. Esta faixa de notas estaria representando desde países de risco zero até aqueles de risco extremo para retornos de investimentos. Conforme o Gráfico 6.7, a seguir, em decorrência das notas atribuídas pelas empresas do setor automotivo, a França é o país que apresenta o menor risco de investimento, seguindo com uma boa margem de distância os países Taiwan, República Tcheca, Argentina e Coréia do Sul. Gráfico 6.7: Índices de Country-Risk do Setor Automotivo Somatório das Notas 50 42 40 30 35 35 34 33 28 25 21 20 9 10 0 Países Argentina Brasil México China Coréia do Sul Taiwan França Rússia República Tcheca O Brasil, dentre os nove países listados, ocupa a sétima colocação, juntamente com o México, sendo que a Rússia ocupa a última posição. 6.2.14. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk Dentre as cinco empresas automotivas entrevistadas, quatro informaram que a crise do final do ano de 1997, na região asiática, influenciou a avaliação de country-risk, proposta na questão anterior. A empresa que respondeu negativamente justificou que considera a crise asiática como sendo uma crise de curto prazo. 117 .2.15. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no médio-longo-prazo em relação aos países latino- americanos (Argentina, Brasil e México) Todas as quatro empresas automotivas entrevistadas que declararam na pergunta anterior, que a crise de dezembro de 1997 na região asiática influenciou sua avaliação de country-risk acima, não acreditam que esta crise possa mudar, no médio-longo prazo, os procedimentos das suas empresas a favor dos países latino-americanos acima citados. Dentre as razões apresentadas, foi citado que os mercados asiáticos e latino-americanos são totalmente diferentes. Além disto, pelo volume de negócios envolvidos na região, a preocupação com relação a novos investimentos contemplaria um horizonte de longo prazo. Portanto, os negócios na América Latina prosseguiriam como de costume, ou seja, “business as usual”. 6.2.16. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos Conforme o Gráfico 6.8, a seguir, dentre as cinco empresas automotivas entrevistadas, três informaram que deverão fazer investimentos no Brasil em um volume acima da média dos últimos 5 anos. 118 Gráfico 6.8: Disposição do Setor Automotivo para Investimentos no Brasil nos Próximos 5 anos Núm ero de Em presas 1,2 A1 1 0,8 A2 0,6 A3 0,4 A4 0,2 A5 0 Investim entos Manutenção do Investim ento abaixo acim a da m édia dos nível dos últim os 5 da m édia dos últim os 5 anos anos últim os 5 anos Nenhum investim ento Ai: Codificação aleatória do setor automotivo Entre as duas restantes, uma informou que deverá manter o nível de investimentos dos últimos 5 anos, sendo que a última, pelo reduzido tamanho de sua fatia de mercado no Brasil, não prevê nenhum tipo de investimento nos próximos anos. 6.2.17. Segundo o setor automotivo, os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras Os motivos alegados pelas empresas automotivas, para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras, são bastante diversos. Variaram, muito provavelmente, em função de seus conhecimentos, inserções e presenças no mercado automotivo brasileiro. De forma geral, podem, entretanto, ser resumidamente agrupados, com base em razões objetivas e subjetivas de seus respondentes. Com relação ao primeiro grupo teríamos o seguinte quadro: 119 • Falta de expertise por parte das empresas alemãs, dos setores a serem privatizados no Brasil. Muitos dos seus congêneres foram recentemente privatizados ou encontram-se em processo de privatização na Alemanha, como é o caso das telecomunicações e do transporte ferroviário; • Falta de disponibilidade de recursos, já aplicados no Leste Europeu, na Ásia e no Pacífico; • Condições instáveis da economia, como um todo. Tarifas alfandegárias e licenças de importação ainda se alteram de forma imprevisível no país. • Inflexibilidade da mão de obra em se adestrar para assumir novas funções. Dentre os fatores citados, com base em razões subjetivas de seus respondentes, foram citados a memória de um passado recente no Brasil onde tudo poderia acontecer, em termos de funcionamento e regras, tanto no campo político como econômico; o receio de risco financeiro em setores, cujas tarifas são controladas pelo governo (Bill of Operation1). 1 Regra de Operação 120 6.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR BANCÁRIO A pesquisa envolveu 28 instituições bancárias que, de alguma forma, desenvolvem atividades econômicas e comerciais com o Brasil. No que concerne às questões dos itens 6.3.10, 6.3.13 e 6.3.16, mais diretamente relacionadas com o Brasil, optou-se em separar os bancos em 3 grupos: bancos com filiais ou sucursais; bancos com representações e bancos sem representações no país. A análise destas respostas encontra-se a seguir: 6.3.1. Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a investir no exterior (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Entre um conjunto de 10 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar empresas alemãs a investirem no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Gráfico 6.9: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Exterior Percentual Ponderado 20,00 17,97 18,00 Outros 16,00 14,00 12,00 12,85 12,11 11,46 Base para a incorporação de novos m ercados 10,96 10,00 Pressionado pela globalização 8,00 Política da em presa 6,00 4,00 Maior m argem de lucro do que na Alem anha 2,00 0,00 Fatores 121 Portanto, conforme o Gráfico 6.9, da página anterior, baseado na análise ponderada das respostas, os fatores de maior peso, segundo o setor bancário, que possam motivar as empresas alemãs a investirem no exterior, estão enquadrados na alternativa Outros. Nesta, foram citadas a possibilidade de se estar próximo de seus clientes no exterior, bem como de acompanhar suas respectivas atividades de exportação; o interesse da Federação Bancária das Cooperativas Alemãs em ser representada no exterior; menores custos de produção em geral, e da mão de obra, em particular. Em segundo lugar, a possibilidade de se ter uma base de apoio para a incorporação de novos mercados; seguida, muito próximas, respectivamente, pela pressão do processo de globalização das indústrias; a estratégia política de investimento no exterior de suas empresas e, finalmente, a possibilidade de se obter maior margem de lucro do que na Alemanha. 6.3.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior? Entre os 28 bancos entrevistados, 27 responderam negativamente quanto à existência de razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior. 6.3.3. Caso afirmativo, tipo de apoio que poderia a empresa receber do governo O único banco que respondeu afirmativamente a esta pergunta, citou o seguro à exportação Hermes, colocado à disposição das empresas pelo governo; Sociedade Alemã de Desenvolvimento (DEG); e a “Casa Alemã” (Deutsches Haus), uma espécie de “incubadora” para pequenas e médias empresas alemãs no exterior, já existentes no México e Singapura. 122 Apesar de ter respondido negativamente, quanto à existência de um apoio direto do governo às empresas alemãs para investimentos no exterior, uma das instituições bancárias pesquisadas salientou que poderia haver, indiretamente, neste sentido, ações conjuntas do governo com a Confederação da Indústria Alemã (BDI) e com a Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHT). 6.3.4. Ordenação de 5 fatores que são fundamentais para a estabilidade econômica em um país (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Entre um conjunto de 6 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar empresas alemãs a investirem no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Conforme o Gráfico 6.10, abaixo, baseado na análise ponderada das respostas, os fatores mais importantes para caracterizar a estabilidade econômica em um país foram enquadrados na alternativa Outros. Gráfico 6.10: Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o Setor Bancário Percentual Ponderado 25,00 21,36 20,00 19,39 Outros 16,20 15,00 15,34 14,22 Baixa taxa de inflação Alto nível de reservas cam biais 10,00 Pequeno déficit na balança com ercial 5,00 Baixas taxas reais de juros 0,00 Fatores 123 Nesta opção, foram citados a estabilidade política do país; a existência de condições estruturais de funcionamento da economia de mercado; uma sólida, contínua e confiável política econômica, seu grau de endividamento externo, nível de poupança interna, crescimento econômico constante; baixo déficit orçamentário e pequena taxa de desemprego. Em seguida, pela ordem, a baixa taxa de inflação; alto nível de reservas cambiais; um pequeno déficit na balança comercial e por último, as baixas taxas reais internas de juros. 6.3.5. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos importante) Houve, por parte dos bancos, uma certa dificuldade em responderem a esta questão, na medida em que o termo investimento foi entendido no sentido restrito da palavra, ou seja, de aquisição de ativos fixos, tais como instalações de fábricas, maquinaria, imóveis, etc., o que portanto, não seria uma atividade preferencial do setor bancário. Esta dificuldade estará novamente presente nas perguntas subsequentes 6.3.10 e 6.3.16, que envolvem mais diretamente este conceito restrito do termo investimento. Na pergunta em questão, entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os indicadores econômico-financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Apenas 12 bancos, dos 28 bancos entrevistados, responderam a esta pergunta. Desta forma, e conforme Gráfico 6.11, da página seguinte, baseado na análise ponderada das respostas, a opção de maior peso recaíu sobre a 124 alternativa Outros. Nesta categoria foram mencionadas a necessidade do acompanhamento das atividades dos clientes no exterior; assim como a política de investimentos da empresa visando o longo prazo. Foi citado também que, dependendo do tipo de projeto, os diferentes indicadores econômicos e financeiros listados devem ser utilizados. Gráfico 6.11: Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor Bancário para Investimentos no Exterior Percentual Ponderado 35 30 25 29,46 24,20 23,32 23,02 Outros 20 Tem po de Retorno do Investim ento (Pay-Back) 15 10 Taxa Interna de Retorno (TIR) 5 Valor Presente Líquido (VPL) 0 Fatores Em seguida, pela ordem, os indicadores de Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back); Taxa Interna de Retorno (TIR); e, por último, o de Valor Presente Líquido (VPL). 6.3.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido, o critério que a empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto(discount rate) Na pergunta anterior, 6 instituições financeiras assinalaram o Valor Presente Líquido (VPL) como o indicador preferido para avaliação de projetos de 125 investimentos no exterior. Neste sentido, como critérios que balizam a escolha das respectivas taxas de descontos para determinação de seus Valores Presentes Líquidos, 3 instituições elegeram o Custo Médio Ponderado de Capital. As outras 3 empresas escolheram o Modelo de Precificação de Ativos Financeiros, CAPM1 (cf. GITMAN, 1987, p.143). 6.3.7- A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa Entre as 28 instituições relacionadas, 17 bancos responderam espontaneamente a esta pergunta. Os dados referentes às outras 7 instituições foram obtidos através dos seus respectivos relatórios financeiros. Apenas 2 bancos não responderam a esta pergunta ou enviaram seus relatórios financeiros. Conforme mencionado no capítulo anterior, a legislação bancária alemã (KWG) permite que as rubricas Provisões (Rückstellungen), classificada pelo setor bancário como capital de terceiros, e as Obrigações Subordinadas (Nachrangige Verbindlickkeiten) possam ser consideradas como capital próprio, no cálculo da respectiva estrutura de capital. Como pode ser observado nas três tabelas, a seguir, de modo geral os bancos trabalham com um volume de capital próprio muito baixo, se comparados com os setores automotivo e químico-farmacêutico. Conforme a Tabela 6.1, o percentual de 15% de capital próprio para o banco B22, pode ser devido às características da sua forma estatutária de banco de crédito cooperativo. 1 Capital Asset Pricing Model 126 Tabela 6.1: Bancos Especiais - Relação entre Capital Próprio e de Terceiros Bancos Especiais Capital Próprio (%) Capital de Terceiros (%) B8 5,87* 94,13 B9 4 96 B22 15 85 (*): Valor calculado com base no Relatório Financeiro de 1996 Bi: Codificação aleatória do setor bancário Com relação aos bancos privados, conforme a Tabela 6.2, os percentuais de capital próprio variam, na sua maioria, entre 2,02% a 8,5%. Igualmente ao banco especial B22 da tabela anterior, a origem, como banco cooperativo, de B26, possivelmente poderá explicar sua composição de capital próprio, acima da média dos demais. Tabela 6.2: Bancos Privados de Capital Acionário - Relação entre Capital Próprio e de Terceiros Bancos Privados de Capital Acionário Capital Próprio (%) Capital de Terceiros (%) B1 4 96 B2 3 97 B4 3,20 96,80 B5 5,77* 94,23 B7 3 97 B13 2,02 97,98 B19 8% 92 B20 8,50* 91,50 B11 5 95 B23 6,7 93,3 B26 12 88 B27 7,75* 92,25 B28 8 92 (*) Valor determinado com base no Relatório Financeiro de 1996 Bi: Codificação aleatória do setor bancário Quanto à Tabela 6.3, a seguir, a característica de banco estadual do B3 possivelmente explique seu elevado volume de capital próprio. 127 Tabela 6.3 : Bancos Estaduais - Relação Entre Capital Próprio e de Terceiros Bancos Estaduais Capital Próprio (%) Capital de Terceiros (%) B3 40 60 B6 N/D N/D B10 3,1 96,9 B11 2,75 97,25 B12 2,71* 97,29 B14 3,10* 96,90 B15 3,1 96,9 B16 4,46* 95,54 B17 4 96 B18 5 95 B24 N/D N/D B25 3,33* 96,67 (*) Valores determinados com base no Relatório Financeiro de 1996 Bi: Codificação aleatória do setor bancário N/D: Não disponível 6.3.8. Fontes de capital de terceiros preferidos pela empresa Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível portanto, que se escolhesse mais de uma alternativa. Das 28 instituições bancárias, 24 responderam a esta pergunta. Desta forma, conforme o Gráfico 6.12, a seguir, a alternativa preferida, com 18 votos, foi a da obtenção de recursos no mercado financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos. 128 Gráfico 6.12: Fontes de Capital de Terceiros do Setor Bancário Votos 20 Recursos na Alemanha para financiamento de projeto no exterior 18 15 Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido 10 7 6 5 1 0 Crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos. Outros Fonte de Recursos de Capital de Terceiros Em segundo lugar, com 7 votos, a alternativa Outros, onde foram citados empréstimos e depósitos de clientes; emissão própria de títulos; empréstimos da parte de outros bancos; e por último, dependendo do projeto de investimento a ser realizado, uma combinação das diversas fontes de captação de recursos de terceiros (product mix). Segue-se pela ordem, com 6 votos, a obtenção de recursos na própria Alemanha e, com 1 voto, recursos do país onde determinado projeto seria desenvolvido. 6.3.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa Das 28 instituições bancárias, 23 responderam a esta pergunta. Da mesma forma que na pergunta anterior, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, a escolha de mais de uma alternativa. Conforme o Gráfico 6.13, abaixo, com 13 votos, a alternativa Outros foi a mais votada, onde foram citados recursos da matriz do banco, do fundo de reservas (Rücklagebildung) e lucros retidos (Gewinnthesaurierung), recursos diretos do governo, no caso de bancos estaduais, e recursos da Federação das Cooperativas de Crédito, no caso das suas instituições associadas. 129 Gráfico 6.13: Fontes de Capital Próprio do Setor Bancário Votos 14 13 12 No mercado acionário alemão para financiamento de projeto no exterior 10 8 Recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país 7 6 4 3 Outros 2 0 Fontes de Capital Próprio Em segundo lugar, com 7 votos, a de obtenção de recursos próprios no mercado acionário alemão. Por último, com 3 votos, a aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país. 6.3.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar a empresa para novos investimentos no Brasil (Critério de avaliação: no 5 mais importante, no 5 menos importante). A avaliação desta resposta foi feita, inicialmente, considerando-se os bancos alemães em seu conjunto. Em seguida, estes bancos foram subdivididos por categorias, conforme suas formas de atuação no Brasil, ou seja, bancos que possuem no país unidades operativas, e bancos com ou sem representações no país. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Os resultados serão apresentados, a seguir. 130 Bancos Alemães em Conjunto (28) Dos 28 bancos relacionados, 22 responderam a esta pergunta. Conforme o Gráfico 6.14, abaixo, baseado na análise ponderada dos resultados, a alternativa de maior peso foi aquela relativa ao novo ambiente macroeconômico do Brasil, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável. Em segundo lugar a alternativa Outros. Por se encontrar em maioria, prevaleceram as opiniões dos bancos que não possuem representações no Brasil. Foram citados: a necessidade de estarem próximos dos clientes; o fato de o Brasil não ser considerado, para um banco estadual alemão, um país de investimentos, sendo feitas, portanto, apenas operações bancárias rotineiras; um aumento das transações de mercadorias entre o Brasil e a Alemanha; exigência dos clientes alemães e uma maior confiança, não somente no Presidente da República, mas também no sistema político brasileiro. Em seguida, em ordem decrescente de importância, a facilidade de remessa de lucros; a alteração da Constituição Brasileira, que permite a quebra de monopólios e a equiparação da empresa estrangeira à nacional, e o acesso ao mercado da América do Sul. Gráfico 6.14: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Conjunto dos Bancos Percentual Ponderado Ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável Outros 25,00 20,45 20,00 19,45 14,74 15,00 14,58 13,75 10,00 Facilidade de remessa de lucros Alteração na Constituição: quebra de monopólios e empresa estrangeira equiparada à nacional Entrada no mercado da América do Sul 5,00 0,00 Fatores 131 Bancos Alemães com Unidades Operativas no Brasil (4) Conforme o Gráfico 6.14.1, abaixo, baseado nas análises ponderadas das respostas de três dos quatro bancos que possuem unidades operativas no Brasil, sob a forma de subsidiárias ou filiais, a alternativa Outros foi a de maior peso. Nesta, foi citada a necessidade de se estarem próximos de seus clientes. Em segundo lugar, empatados, a alteração da Constituição Brasileira, que permite quebra de monopólios e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional, bem como o acesso da empresa ao mercado da América do Sul. Em seguida pela ordem, o novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável e a facilidade de remessa de lucros. Gráfico 6.14.1: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Bancos com Unidades Operativas no Brasil Percentual Ponderado 25,00 20,00 20,00 18,00 18,00 16,00 15,00 14,00 10,00 5,00 0,00 Fatores Outros Entrada no mercado da América do Sul Alteração na Constituição: quebra de monopólios e empresa estrangeira equiparada à nacional Ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável Facilidade de remessa de lucros 132 Bancos Alemães Com Representações no Brasil (6) Conforme o Gráfico 6.14.2, a seguir, baseado na análise ponderada das respostas de 4 dos 6 bancos que possuem representações no Brasil, a alternativa de maior peso foi a relativa ao novo ambiente macroeconômico do país, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável. No segundo lugar, recaíu a alternativa relativa à credibilidade e competência do Presidente da República. Em seguida, pela ordem, a facilidade de remessa de lucros; a entrada no mercado da América do Sul e a alteração da Constituição Brasileira, que permite a quebra de monopólios e a equiparação do conceito de empresa estrangeira e nacional. Gráfico 6.14.2: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Bancos com Representações no Brasil. Percentual Ponderado 30,00 25,00 27,14 20,10 20,00 18,08 16,58 15,00 12,06 10,00 5,00 0,00 Fatores O novo am biente m acroeconôm ico com inflação baixa e um a taxa de crescim ento estável. A credibilidade e com petência do Presidente da República. Facilidade de rem essa de lucros. Entrada no m ercado da Am érica do Sul. Alteração na Constituição: quebra de m onopólios e em presa estrangeira equiparada à nacional. 133 Bancos Alemães Sem Representações no Brasil (18) Conforme o Gráfico 6.14.3, baseado na análise ponderada das respostas de 15 dos 18 bancos que não possuem representações no Brasil, a alternativa de maior peso foi a relativa ao novo ambiente macroeconômico do país, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável. Em segundo lugar, a alternativa Outros. Nesta, conforme já assinalado anteriormente, quando da análise do sistema bancário como um todo, o Brasil não é considerado para um banco estadual alemão um país de investimentos, sendo feitas apenas operações bancárias rotineiras; um aumento das transações de mercadorias entre o Brasil e a Alemanha; exigência dos clientes alemães em serem acompanhados em seus negócios no exterior e uma maior confiança, não somente no Presidente da República mas também no sistema político brasileiro. Em seguida, pela ordem, a alteração da Constituição Brasileira, que permite a quebra de monopólios e a equiparação do conceito de empresa estrangeira e nacional; a facilidade de remessa de lucros e, por último, a possibilidade de acesso da empresa ao mercado da América do Sul. Gráfico 6.14.3: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no Brasil - Bancos sem Representações no Brasil. Percentual Ponderado 25,00 20,00 15,00 21,01 18,98 15,66 14,96 13,14 10,00 5,00 0,00 Fatores O ambiente macroeconômico: inflação baixa e uma taxa de crescimento estável Outros Alteração na Constituição:quebra de monopólios e empresa estrangeira equiparada à nacional. Facilidade de remessa de lucros Entrada no mercado da América do Sul 134 6.3.11. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil Dos 28 bancos relacionados, 27 responderam a esta pergunta. Destes, apenas 3 bancos afirmaram que não fazem análise de country-risk para o Brasil. 6.3.12. Os métodos de avaliação de country-risk empregados para o Brasil De um total de 24 bancos, que fazem análise de country-risk para o Brasil, 20 bancos fizeram comentários quanto aos métodos de avaliação utilizados. Na sua grande maioria possuem métodos próprios de avaliação de risco, sendo que 5 se utilizam de agências de rating. Um resumo destes comentários se encontra agrupado, conforme o Quadro 6.1 abaixo: Quadro 6.1: Métodos Empregados nas Avaliações de CountryRisk do Setor Automotivo No de Bancos 1 1 1 9 2 2 1 1 1 1 2 3 Métodos Empregados Diversos métodos de avaliação. Avaliação de diversos indicadores econômicos. Rating com base em dados econômicos e comportamento político. Análise de risco própria. Com base nas avaliações de agências de “rating”. Análise de risco própria e agências de “ratings”. 2 “Thinktanks2” vis-a-vis avaliação própria. Análise interna do conglomerado do Grupo. “Scoring-Modelle3” Institutional Investors Rating Laender-Analyse, com base em diferentes dados. “Grupos de analistas” Modelos de pontuação 135 6.3.13. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil. Nesta pergunta os respondentes deveriam atribuir notas, variando de zero a dez, a um conjunto de 9 países da América Latina, Ásia e Europa, representativos para os fluxos de investimentos de capital,. Esta faixa de notas estaria representando desde países de risco zero até aqueles de risco extremo para retornos de investimentos. Inicialmente foram analisados os índices de country-risk para o conjunto dos bancos relacionados na pesquisa. Em seguida, foram analisados os índices de country-risk para as instituições bancárias conforme sua forma de atuação no Brasil, ou seja, aquelas com unidades operativas, as que possuem e as que não possuem representações no país. Os resultados destas análises são apresentadas a seguir: Country-risk - Bancos Alemães em Conjunto (28) Conforme o Gráfico 6.15, a seguir, em função das notas atribuídas pelas 28 instituições bancárias entrevistadas, a França é o país que apresenta o menor risco de investimento, seguida por uma boa margem de distância por Taiwan, República Tcheca, China e México. O Brasil ocupa a penúltima posição, seguido da Rússia. 136 Gráfico 6.15: Índices de Country-Risk do Conjunto dos Bancos Entrevistados Som atório das Notas 250 Argentina 196,5 Brasil 200 165 153 144 150 141 México 161 China 123,5 Coréia do Sul 104 100 Taiw an França 50 Rússia 13 República Tcheca 0 Países Country-Risk - Bancos com Unidades Operativas no Brasil (6) Conforme o gráfico 6.15.1, em função das notas atribuídas pelas 4 instituições bancárias com unidades operativas no Brasil, a França é o país que apresenta o menor risco de investimento, seguida por uma boa margem de distância por Taiwan, México, juntamente com a China, e depois a Coréia do Sul. O Brasil ocupa a penúltima posição, seguido da Rússia. Gráfico 6.15.1: Índices de Country-Risk - Bancos com Unidades Operativas no Brasil Som atório das Notas 25 20 18 Argentina 22,5 19 18,5 16 16 Brasil México 17 China 15 Coréia do Sul 10 10 Taiw an França 5 Rússia 3 República Tcheca 0 Países 137 Country-Risk - Bancos com Representações no Brasil (18) Conforme o gráfico 6.15.2, em função das notas atribuídas pelas 6 instituições bancárias com representações no Brasil, a França é o país que apresenta o menor risco de investimento, seguida por uma boa margem de distância por México, Argentina, Taiwan e República Tcheca. O Brasil ocupa a penúltima posição, seguido da Rússia. Gráfico 6.15.2: Índices de Country-Risk - Bancos com Representações no Brasil Som atório das Notas 40 35 30 25 34 30 26 Argentina 37 37 Brasil 29 28 México 24 China 20 Coréia do Sul 15 Taiw an 10 França 5 Rússia 0 0 Países República Tcheca Country-Risk - Bancos sem representações no Brasil Conforme o Gráfico 6.15.3, a seguir, em função das notas atribuídas pelas 18 instituições bancárias que não possuem representações no Brasil, a França é o país que apresenta o menor risco de investimento, seguida por uma boa margem de distância por Taiwan, República Tcheca, China e México. O Brasil ocupa a penúltima posição, seguido da Rússia 138 Gráfico 6.15.3: Índices de Country-Risk - Bancos sem Representações no Brasil Som atório das Notas 160 120 100 80 Argentina 137 140 Brasil 116 109 104 91 México 107 China 77 Coréia do Sul 66 Taiw an 60 França 40 20 10 Rússia República Tcheca 0 Países É interessante notar que, entre os 9 países selecionados, o Brasil se posicionou em 8o lugar tanto no conjunto total dos bancos, como nos grupos com unidades operativas, e sem representação comercial no país. O Brasil obtém uma colocação menos ruim, passando de 8o para 6o lugar, quando é avaliado pelo grupo de bancos com representações no Brasil. Isto pode ser, talvez, explicado pelo seu tipo de atuação no país, onde se comportam apenas como “espectadores” dos processos econômicos e políticos no país, não podendo desenvolver nenhum tipo de negócio. 139 Quadro 6.2: Consolidação dos Resultados dos Índices de Country-Risk dos Bancos Alemães, em Função das Formas de Operação no Brasil Consolidação dos Resultados dos Índices de Country-Risk de Bancos Alemães Conjunto dos Bancos Sem Representação Com Representação Unidades Operativas no Brasil no Brasil no Brasil Países Ordem Países Ordem Países Ordem Países Ordem França 1o França 1o França 1o França 1o o o o Taiwan 2 Taiwan 2 México 2 Taiwan 2o o o o R. Tcheca 3 R. Tcheca 3 Argentina 3 México/China 3o o o o China 4 China 4 Taiwan 4 4o México 5o México 5o R. Tcheca 5o Coréia do Sul 5o o o o Argentina 6 Coréia do Sul 6 Brasil 6 Argentina 6o o o o Coréia do Sul 7 Argentina 7 China 7 R. Tcheca 7o o o o Brasil 8 Brasil 8 C. do Sul/Rússia 8 Brasil 8o Rússia 9o Rússia 9o Rússia 9o 6.3.14. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk Dos 27 bancos, do total de 28, que responderam ao questionário, 25 consideram que a crise asiática influenciou a avaliação de risco da pergunta anterior. Em contrapartida, 2 afirmam que não houve qualquer tipo de influencia nesta avaliação. 6.3.15. A crise e o procedimento da empresa, no médio-longo prazo, em relação aos países latino-americanos (Argentina, Brasil e México) Dos 25 bancos que responderam a esta pergunta, 19 consideram que a crise asiática não deverá mudar no médio-longo prazo o procedimento da empresa a favor dos países latino-americanos acima citados. 140 6.3.16. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos Entre as 22 instituições financeiras que responderam a esta pergunta, 7 informaram que deverão fazer investimentos no Brasil em um volume acima da média dos últimos 5 anos; 5 deverão manter o nível de investimentos dos últimos 5 anos e 10 não deverão fazer investimentos no período considerado. Seis instituições não responderam a esta pergunta. Conforme o Quadro 6.3, abaixo, dos 4 bancos que possuem unidades operativas no Brasil, 3 responderam a esta pergunta. Destes, 2 afirmaram que deverão fazer investimentos acima da média dos últimos 5 anos e 1 afirmou que deverá manter o nível dos investimentos dos últimos cinco anos. Quadro 6.3: Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães com Unidades Operativas no País, nos Próximos 5 Anos (1998-2002) Banco Categoria Nível de Investimento B1 Capital Acionário Privado Investimentos acima da média dos últimos 5 anos B2 Capital Acionário Privado Investimentos acima da média dos últimos 5 anos B3 Banco Estadual Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos. B4 Capital Acionário Privado Não respondeu Bi: Codificação aleatória do setor bancário Com relação aos 6 bancos com representações no Brasil, conforme o Quadro 6.4 abaixo, 5 responderam a esta pergunta. Destes, 1 afirmou que deverá fazer investimentos acima da média dos últimos 5 anos; 2 deverão manter o nível dos investimentos dos últimos cinco anos e 2, apesar de continuarem a fazer operações comerciais com o Brasil, não deverão fazer investimentos no país. 141 Quadro 6.4: Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães com Representações no País, nos Próximos 5 Anos 1998-2002) Bancos Categoria Nível de Investimento B5 B8 B11 B19 B27 B28 Capital Acionário Privado Cooperativa de Crédito Banco Estadual Capital Acionário Privado Capital Acionário Privado Capital Acionário Privado Investimentos acima da média dos últimos 5 anos Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos Nenhum investimento Nenhum investimento Não respondeu Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos Bi: Codificação aleatória do setor bancário Finalmente, com relação aos 18 bancos sem representações no Brasil, conforme o Quadro 6.5, abaixo, 14 responderam a esta pergunta. Destes, 4 afirmaram que deverão fazer investimentos acima da média dos últimos 5 anos; 2 deverão manter o nível dos investimentos dos últimos cinco anos e 8, apesar de continuarem a fazer operações comerciais com o Brasil, não deverão fazer investimentos aqui no país. Quadro 6.5: Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães Sem Representação no País, nos Próximos 5 Anos (1998-2002) Bancos Categoria B6 Banco Estadual B7 Capital Acionário Privado B9 Banco Especial B10 Banco Estadual B12 Banco Estadual B13 Capital Acionário Privado B14 Banco Estadual B15 Banco Estadual B16 Banco Estadual B17 Banco Estadual B18 Banco Estadual B20 Capital Acionário Privado B21 Capital Acionário Privado B22 Cooperativa de Crédito B23 Capital Acionário Privado B24 Banco Estadual B25 Banco Estadual B26 Capital Acionário Privado Bi: Codificação aleatória do setor bancário Nível de Investimento Não Respondeu Nenhum investimento Não Respondeu Nenhum investimento Nenhum investimento Investimentos acima da média dos últimos 5 anos Nenhum investimento Nenhum investimento Nenhum investimento Investimentos acima da média dos últimos 5 anos Nenhum investimento Nenhum investimento Investimentos acima da média dos últimos 5 anos Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos Investimentos acima da média dos últimos 5 anos Não Respondeu Não Respondeu Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos. 142 6.3.17. Segundo o setor bancário, os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras Os motivos alegados pelos bancos, para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras, podem ser separados em razões objetivas e subjetivas. Estas razões, em menor ou maior grau, foram explicitadas por todas as 22 instituições bancárias, das 28 do setor, que responderam a esta pergunta. Portanto, não estão diretamente relacionadas com o porte ou a forma com que estas instituições bancárias atuam no Brasil, ou seja, através de unidades operativas, de representações ou mesmo diretamente da Alemanha. Estas razões serão apresentadas a seguir. Razões Objetivas da Pequena Participação de Capitais Alemães no Atual Processo de Privatização das Empresas Estatais Brasileiras. • No Brasil as privatizações estão ocorrendo em seus setores de infra-estrutura, serviços que na Alemanha são fornecidos pelo governo, em nível federal, estadual ou municipal. Com isto, haveria por parte do empresariado alemão uma falta de experiência, tanto na questão em si das privatizações, bem como na sua capacidade de formar consórcios empresariais de porte para participar deste processo. Além disto, os investidores potenciais já estariam participando do processo de privatizações que ocorre própria Alemanha . • Com relação, mais especificamente, ao setor de telecomunicações, a preferência das empresas alemãs tem sido, 143 primeiramente, em participar da privatização deste setor na própria Alemanha, para depois, então, partir para a dos mercados estrangeiros. • As indústrias automotiva, química e de máquinas já investem de forma intensiva no Brasil. Um dos respondentes chegou a dizer que considera injusta a afirmação que os alemães estão participando pouco neste processo de privatização, uma vez que as empresas de porte da Alemanha já se encontram lá. • A prioridade dos investidores alemães é no seu próprio espaço econômico, mais especificamente, no Leste da Alemanha e da Europa. Além disto, concentram seus investimentos, também, nos Estados Unidos, nas outras partes da Europa e na Ásia. • Pequeno porte das empresas médias alemãs diante das megaprivatizações no Brasil. Os setores privatizados no Brasil não foram de relevância primordial para a indústria alemã ou não corresponderam ao interesse das empresas alemãs em termos de opções de produtos. • Ambiente econômico inseguro; falta de solução efetiva para o déficit público e em conta corrente, do balanço de pagamentos. Além disto, o risco de uma forte desvalorização da moeda, trazendo como conseqüência uma recessão econômica, e por conseguinte, uma desestabilização política interna. • Déficit de informações: pouco conhecimento das mudanças estruturais no Brasil, do mercado brasileiro, bem como das oportunidades existentes neste seu processo de privatização. Distância geográfica. 144 Razões Subjetivas da Pequena Participação de Capitais Alemães no Atual Processo de Privatização das Empresas Estatais Brasileiras. • Os alemães teriam, antes de tudo, uma mentalidade de criadores e/ou de fundadores de empreendimentos (Gründermentalität), e menos de gerentes, característica esta que estaria mais afeita à cultura de negócios americana. • Insegurança quanto a um desenvolvimento continuado no Brasil, devido, atualmente, mais a uma postura pessimista dos alemães, com baixa disposição para riscos. • Preferência “histérica” por títulos (bonds), etc., apesar de que a aquisição de ativos está se tornando cada vez mais comum. • Imagem desfavorável do Brasil, que estaria associada ao protecionismo do governo brasileiro às empresas nacionais e aos habituais comportamentos políticos instáveis do país. Esta imagem provocaria uma falta de disposição de se investir em um contexto de regras não definidas. Soma-se a isto o trauma da moratória da dívida externa brasileira em 1982. 145 6.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR QUÍMICOFARMACÊUTICO Desta pesquisa fizeram parte as 11 maiores empresas químico- farmacêuticas da Alemanha, cujos resultados apresentamos, a seguir. 6.4.1. Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a investir no exterior (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Conforme pode ser observado no Gráfico 6.16, abaixo, entre um conjunto de 10 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar empresas alemãs a investir no exterior. Gráfico 6.16: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Químico-Farmacêutico no Exterior Percentagem Ponderada 20,00 18,00 16,00 Outros 18,03 17,03 16,22 14,42 14,00 12,00 Política da em presa 13,52 Base para a incorporação de novos m ercados 10,00 8,00 6,00 Pressionado pela globalização 4,00 2,00 Maior m argem de lucro do que na Alem anha 0,00 Fatores Foram aceitas e ponderadas, normalmente, respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Baseado na 146 análise ponderada das respostas do setor químico-farmacêutico, a alternativa de maior peso foi a de Outros. Nesta, foi citada o tamanho do mercado e a possibilidade de criação de novos potenciais de mercado. Em seguida, pela ordem, as alternativas relacionadas com a estratégia política da empresa para investimentos no exterior; bases para a incorporação de novos mercados; a pressão do processo de globalização da indústria e, por último, maiores margens de lucros do que aquelas obtidas na Alemanha. 6.4.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior? Os respondentes deveriam optar entre as alternativas Sim e Não, quanto à existência de razões de estratégia política, por parte do governo alemão, que poderiam motivar a empresa a investir no exterior. Todas as 11 empresas informaram não contar com qualquer tipo de apoio direto, por parte do governo alemão, para investir no exterior. 6.4.3. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Entre um conjunto de 6 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar empresas alemãs a investir no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. 147 Baseado na análise ponderada das respostas do setor químicofarmacêutico, o fator mais importante para a estabilidade econômica em um país é a sua baixa taxa de inflação. Em seguida, muito próximos, um pequeno déficit na sua balança comercial, uma pequena probabilidade de uma desvalorização cambial e a alternativa Outros. Nesta, foram citadas a necessidade de existência de um orçamento de governo equilibrado, bem como uma reduzida participação de empresas estatais na economia. Por último, da mesma forma que no setor automotivo, as baixas taxas internas reais internas de juros. Estes resultados podem ser vistos no Gráfico 6,17, a seguir. Gráfico 6.17: Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o Setor Químico- Farmacêutico Percentagem Ponderada 25,00 Baixa taxa de inflação 19,76 20,00 15,00 17,80 16,62 16,02 14,96 Pequena probabilidade de um a desvalorização cam bial 10,00 Outros Baixas taxas reais de juros 5,00 0,00 Pequeno déficit na balança com ercial Fatores 148 6.4.4. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos importante) Conforme o Gráfico 6.18, abaixo, entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior. Gráfico 6.18: Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor Químico-Farmacêutico no Exterior Percentagem Ponderada 45 40 38,75 33,23 35 Valor Presente Líquido (VPL) 28,03 30 25 Tem po de Retorno do Investim ento (Pay-Back) 20 15 10 Taxa Interna de Retorno (TIR) 5 0 Fatores Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Baseado na análise ponderada das respostas, a alternativa de maior peso recaíu sobre o indicador de Valor Presente Líquido (VPL), diferentemente do setor automotivo, onde a preferência foi para um indicador não econômico-financeiro, ou seja, o de critério de política empresarial. 149 Em seguida, pela ordem, os indicadores de Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). 6.4.5. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) Dos cinco respondentes que escolheram o Valor Presente Líquido (VPL) como o indicador preferido de investimentos no exterior, três têm preferência, de forma distinta, como critérios para as escolhas de suas taxas de desconto (discount rate), respectivamente, o custo médio ponderado de capital (relação entre os capitais próprios e de terceiros), o método de precificação de ativos financeiros (CAPM) e taxas de descontos arbitradas. As duas outras empresas optaram pela alternativa Outros, esclarecendo que, para a determinação de suas taxas de desconto, utilizam como taxa básica, a de mercado, adicionada de um spread de risco, em função do tipo de projeto. 6.4.6. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa Entre responderam a as esta onze empresas pergunta. Devido relacionadas, à forma de apenas duas não consolidação dos conglomerados, conforme observado no capítulo anterior, para efeito de determinação do capital próprio e de terceiros, foi considerado que a estrutura de capital de uma empresa holding e de sua controlada são semelhantes. 150 Por conseguinte, podemos observar no Gráfico 6.19 que a faixa de composição de capital próprio, do setor químico-farmacêutico, é de 20% a 50%, com um valor médio em torno de 30%. Gráfico 6.19: Relação Entre Capital Próprio e de Terceiros do Setor Químico-Farmacêutico % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 50 67 50 33 50 56 65,52 QF2 QF3 75 70 70 20 25 30 30 QF8 QF9 QF10 QF11 50 44 34,48 QF1 80 QF4 QF5 QF6 QF7 Capital de Terceiros Em presas Capital Próprio QFi: Codificação aleatória do setor químico-farmacêutico 6.4.7. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa. Das 11 empresas entrevistadas, dez responderam a esta pergunta. Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, que se escolhesse mais de uma alternativa. Desta forma, conforme o Gráfico 6.20, a alternativa preferida, com 7 votos, para a obtenção de recursos de terceiros, é o mercado financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos. Segue-se, com 4 votos, a obtenção de crédito no próprio país onde determinado projeto será desenvolvido; recursos na própria Alemanha, com 3 votos e, por último, a alternativa Outros, com 1 voto. Nesta, foi citado, 151 dependendo do projeto, a combinação das três fontes de recursos anteriormente citadas. Estes resultados podem ser observados no Gráfico 6.20. Gráfico 6.20: Fontes de Capital de Terceiros do Setor QuímicoFarmacêutico Votos 8 Obtenção de recursos na Alem anha para financiam ento de projeto no exterior 7 7 6 Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido 5 4 4 3 3 Obtenção de crédito no m ercado financeiro internacional, onde os custos forem m ais baixos 2 1 1 Outros 0 Fontes de Recursos de Terceiros 6.4.8. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa Das 11 empresas entrevistadas, 9 responderam a esta pergunta. Da mesma forma que na pergunta anterior, entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, que se escolhesse mais de uma alternativa. A alternativa preferida de fonte de recursos de capital próprio, com 6 votos, semelhante ao do setor automotivo, é no mercado acionário alemão. Estes resultados podem ser observados no Gráfico 6.21, a seguir. 152 Gráfico 6.21: Fontes de Capital Próprio do Setor QuímicoFarmacêutico Votos 7 Aquisição de recursos no m ercado acionário alem ão para financiam ento de projeto no exterior 6 6 5 4 4 3 2 1 1 1 Aquisição de recursos no m ercado acionário onde deverá se situar o projeto Aquisição de recursos no m ercado acionário m ais conveniente de um terceiro país Outros 0 Fontes de Capital Próprio Em seguida, com 4 votos, a alternativa Outros. Nesta, foram citados recursos próprios, de grandes acionistas, lucros retidos (Gewinnthesaurierung) e, conforme o projeto, a combinação das três alternativas propostas na questão. Finalmente, no mesmo nível de importância, com 1 voto cada, a aquisição de recursos no mercado acionário do país, onde determinado projeto deve ser implantado, bem como no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país. 6.4.9. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar a empresa para novos investimentos no Brasil (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante) Entre um conjunto de 7 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, quais os fatores que poderiam motivar a empresa a realizar novos investimentos no Brasil. 153 Gráfico 6.22: Fatores de Motivação de Investimentos do Setor Químico- Farmacêutico no Brasil Percentagem Ponderada 20,00 18,00 16,00 18,70 18,21 14,47 14,34 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 13,36 4,00 2,00 0,00 Fatores Outros O novo am biente m acroeconôm ico com inflação baixa e um a taxa de crescim ento estável Alteração na Constituíção, que perm ite a possibilidade de quebra de m onopólio e a equiparação do conceito de em presa estrangeira à nacional Entrada no m ercado da Am érica do Sul Facilidade de rem essa de lucros Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Conforme o Gráfico 6.22, acima, a alternativa de maior peso é Outros. Nesta, foram citados a renovação dos investimentos já existentes no país; a possibilidade de desenvolvimento de mercados maiores, através da integração com os mercados da América do Sul; a redução do Custo-Brasil; uma melhor distribuição do nível de renda, possibilitando, por conseguinte, um aumento do consumo interno; queda ou supressão de tarifas de importação; o aprimoramento das estruturas democráticas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e a simplificação do sistema jurídico/legal . Em segundo lugar, o novo ambiente macroeconômico do país, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável. 154 Em seguida, por ordem decrescente de importância, a alteração da Constituição, que permite a possibilidade de quebra de monopólio e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional, a entrada da empresa para o mercado da América do Sul e a possível facilidade de remessa de lucros. 6.4.10. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil Entre as onze empresas do setor químico-farmacêutico, oito responderam a esta pergunta. Destas, seis afirmaram que fazem avaliação de country-risk para o Brasil, sendo que as três restantes não responderam a esta pergunta. 6.4.11. Os métodos de avaliação de country-risk empregados para o Brasil Das seis empresas do setor químico-farmacêutico, que afirmaram fazer avaliação de country-risk para o Brasil, apenas uma não indicou que método ou fonte de informação utilizava. Dentre as outras quatro, uma recorre às avaliações do sistema bancário. Uma segunda empresa se baseia na sua própria experiência de avaliação de risco, combinada com dados provenientes de agências de rating. Para finalizar, as outras duas recorrem diretamente às agências de rating. 6.4.12. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil Nesta pergunta os respondentes deveriam atribuir notas, variando de zero a dez, a um conjunto de 9 países, representativos para os fluxos de investimentos de capital. 155 Esta faixa de variação de notas estaria representando desde situações de países de risco zero até aqueles de risco extremo, para retornos de investimentos. Conforme o Gráfico 6.23, a seguir, o país que apresenta o menor risco de investimento é a França. Em seguida, com uma boa margem de distância, o México, a República Tcheca, Taiwan e a Argentina. Gráfico 6.23: Índices de Country-Risk do Setor QuímicoFarmacêutico Som atório das Notas 80 76 70 56 60 50 48 51 62 Argentina Brasil 45 46 47 México China 40 Coréia do Sul 30 Taiw an França 20 10 Rússia 10 República Tcheca 0 Países O Brasil, dentre os nove países listados, ocupa a sexta colocação, seguido pela China, Coréia do Sul e a Rússia. 156 6.4.13. Influência da crise financeira na região asiática de Dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk Entre as onze empresas do setor químico-farmacêutico entrevistadas, nove responderam a esta questão. Destas, oito informaram que a crise do final do ano de 1997 na região asiática, influenciou sua avaliação de country-risk, proposta na questão anterior. 6.4.14. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no médio-longo prazo em relação aos países latinoamericanos (Argentina, Brasil e México) Dentre as oito empresas do setor químico-farmacêutico entrevistadas, que declararam na questão anterior, que a crise de dezembro de 1997 na região asiática influenciou sua avaliação de country-risk acima, sete não acreditam que esta crise possa mudar, no médio-longo prazo, o procedimento da sua empresa a favor dos países latino- americanos acima citados. A empresa restante, não respondeu. 6.4.15. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil nos próximos cinco anos Conforme o Gráfico 6.24, a seguir, dentre as onze empresas do setor químico-farmacêutico entrevistadas, dez responderam a esta pergunta. Seis delas afirmaram que deverão fazer investimentos no Brasil acima da média dos últimos 5 anos. As outras quatro, entretanto, deverão manter o nível de investimento neste período. 157 Gráfico 6.24: Disposição do Setor Químico-Farmacêutico para Investimentos no Brasil nos Próximos 5 anos N úm e ro de E m pre s a s 1,2 QF1 QF2 1 QF3 0,8 QF5 0,6 QF4 QF6 0,4 QF8 QF9 0,2 QF10 0 Inv e s t im e nt o s a c im a M a nut e nç ã o do ní v e l do s últ im o s 5 a no s da m é dia do s últ im o s 5 a no s Inv e s t im e nt o a ba ixo da m é dia do s últ im o s 5 a no s N e nhum inv e s t im e nt o QF11 QFi: Codificação aleatória do setor químico-farmacêutico 6.4.16. Segundo o setor químico-farmacêutico, os motivos para reduzida participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras Sete entre as onze empresas entrevistadas, responderam a esta pergunta. Sob a perspectiva do setor químico-farmacêutico, os principais motivos citados, para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras, podem ser resumidamente agrupadas, com base em razões objetivas e subjetivas de seus respondentes. Com relação ao primeiro grupo teríamos o seguinte: • As principais empresas alemãs que, até o presente, poderiam participar deste processo são estatais ou para-estatais, que não se orientam ou possuem uma política de globalização. • Até o presente não foram privatizadas empresas que poderiam ser atraentes para o setor químico-farmacêutico, tanto em nível 158 de suprimento para um mercado de escala mundial como de portifólio de produtos. Com base em uma percepção mais subjetiva dos respondentes, foram citados os seguintes fatores: • Falta de informação sobre este processo de privatização que está ocorrendo no Brasil, o que torna difícil uma avaliação das empresas a serem privatizadas, bem como dos seus mercados. • Para muitos o Brasil ainda é considerado um país exótico e instável. • Processo de privatização estaria ocorrendo de forma lenta, faltando tanto por parte do governo quanato do legislativo brasileiro, uma negociação responsável. 6.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente capítulo foi apresentado a análise intrasetorial das empresas alemãs dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, que participaram da pesquisa de campo. Com base nestes resultados, pode-se observar que, dependendo do tipo de pergunta, havia coincidências parciais, ou mesmo unânimes, nas respostas desses setores. Estes perfis de comportamentos intrasetoriais serão apresentados no capítulo VII, a seguir. 159 CAPÍTULO VII ANÁLISE COMPARATIVA INTERSETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO Ao contrário da Grã-Bretanha e da França, a Alemanha não tinha colônias que lhe assegurassem mercados de exportação. As empresas alemãs tiveram sempre de vender a compradores estrangeiros exigentes e foram obrigados a re0construir posições no exterior, depois das duas guerras mundiais. Isso fortaleceu a capacidade alemã. (Porter, op.cit., p. 422) 7.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS No capítulo anterior, foram apresentados os resultados intrasetoriais da pesquisa de campo relativo às decisões de investimentos dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico alemães, em nível mundial e no Brasil. Com base nestes resultados, podem-se verificar algumas semelhanças na percepção, análise e julgamento de certas questões propostas, que muito provavelmente espelham a forma com que estas empresas se posicionam e agem, quando da tomada de decisões de investimentos no exterior. 160 Por outro lado, em função de suas particularidades setoriais, podese verificar para um conjunto de outras questões, no entanto, a ocorrência de comportamentos diversos, por parte destes mesmos agentes econômicos. Neste sentido, uma análise das principais semelhanças e diferenças destes comportamentos, observadas nesta pesquisa, vão ser resumidas, a seguir: 7.2. FATORES DE MOTIVAÇÃO DE INVESTIMENTOS ALEMÃES NO EXTERIOR Com base na avaliação ponderada dos resultados, o fator de maior motivação de investimentos no exterior, para o setor automotivo, recaiu sobre a necessidade de se ter uma base estratégica para a incorporação de novos mercados. Por outro lado, tanto o setor bancário como o químico-farmacêutico, listaram outros fatores, divergentes diferentes daqueles oferecidos como alternativa para a indagação em questão. O setor bancário citou, por exemplo, a possibilidade de se estar próximo de seus clientes no exterior, bem como de acompanhar suas respectivas atividades de exportação; a Federação Bancária das Cooperativas Alemãs em ser representada no exterior; e por fim, salientaram-se os menores custos de produção em geral, e da mão de obra, em particular. Quanto ao setor químico-farmacêutico, foi citado o tamanho e a possibilidade de criação de novos potenciais de mercado. Interessante notar que, tanto o setor bancário como o químico-farmacêutico, classificam em último lugar, dentre uma lista de 5 fatores prioritários, a possibilidade de se obter no exterior maiores margens de lucro do que na Alemanha. Com relação a estes resultados, um artigo publicado na revista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de Tübingen, de autoria de Ulrike Batz, 161 em abril de 1997, sobre os fatores determinantes de investimentos alemães no exterior, apresenta, inicialmente, os resultados de duas diferentes pesquisas. A primeira foi realizada em 1989, pelo Conselho de Comércio e Industria da Alemanha (DIHT), junto a cerca de 7,200 empresas da parte ocidental da Alemanha. Através desta pesquisa verificou-se que cerca de 20% dos entrevistados consideram os tributos e impostos como o principal motivo para se realizar investimentos no exterior. A gama de motivos variam em função das regiões consideradas: Os investimentos na América do Norte, Europa Ocidental e Sudoeste da Ásia estariam relacionados com a venda de produtos. Em contrapartida, para as regiões da Europa Central , teria como motivo principal, os custos. A outra pesquisa citada neste artigo, tendo como referência o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, de 05/02/97, foi realizada pelo Instituto de Economia Alemã (IW). Segundo estes resultados, somente um terço dos investimentos diretos no exterior estaria relacionado com estratégias de vendas e de acompanhamento das exportações. Os outros dois terços estariam relacionados com objetivos de se abaixar seus custos na Alemanha. Como alternativa ao método de se obter conclusões, através de pesquisas, como foi os dois casos acima, Batz propõe e apresenta seus resultados, com base em um modelo analítico de regressão, aplicado às estruturas regionais e setoriais de investimentos alemães no exterior, que estão em linha com os nossos resultados explicitados acima. Os resultados deste modelo também indicam a importância de estratégias de vendas nas estruturas de investimentos. Para esta avaliação pesou, acima de tudo, a importância dos países industrializados, como regiões-alvo dos investimentos diretos alemães, o aumento considerável da participação dos setores de serviços, instituições de créditos e companhias de seguros nos ativos das empresas alemãs no exterior, bem como um peso acima da média dos setores especialmente competitivos e voltados para a exportação, como, por exemplo, a indústria química, eletrônica , automotiva e mecânica. Para estes últimos quatro setores, como fator de transferência de plantas industriais para o exterior, pode-se 162 identificar referências isoladas, relacionadas com custos mais baixos de mão de obra. 7.3. EXISTÊNCIA DE ESTRATÉGIA POLÍTICA DE MOTIVAÇÃO, POR PARTE DO GOVERNO ALEMÃO, DE INVESTIMENTOS NO EXTERIOR A maioria das empresas entrevistadas foi quase unânime em responder negativamente, quanto à existência de uma estratégia política, por parte do governo alemão, que possa motivar investimentos de empresas alemãs no exterior. O governo alemão tem uma participação relativamente modesta na política industrial, em comparação com a maioria dos países europeus e asiáticos. Não há, por exemplo, um ministério do comércio exterior na Alemanha; os alemães acham que esse comércio é função principalmente das empresas, não do governo (Porter, op.cit., p. 429). Das 44 empresas pesquisadas, apenas 2, respectivamente do setores automotivo e bancário, responderam afirmativamente a esta pergunta. Ambas, entretanto, esclareceram que não identificaram nesta estratégia de incentivo para investimentos no exterior, um cunho político, mas meramente comercial, por parte do governo. Neste sentido, a primeira destas empresas citou o seguro Hermes, que, dependendo do tipo de operação de exportação, pode ser colocado à disposição das empresas, pelo governo. A segunda, além de também citar esta modalidade de incentivo, incluiu a Sociedade Alemã de Desenvolvimento (DEG) e a “Casa Alemã” (Deutsches Haus), uma espécie de incubadora para pequenas e médias empresas alemãs no exterior, já atuando no México e Cingapura. 163 7.4. FATORES FUNDAMENTAIS DE ESTABILIDADE ECONÔMICA EM UM PAÍS Com base na avaliação ponderada dos resultados, as opiniões dos três setores envolvidos na pesquisa são divergentes, quanto aos fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país. O setor automotivo considera o alto nível de reservas cambiais, enquanto que o setor químico-farmacêutico, a baixa taxa de inflação. O setor bancário, por sua vez, listou outros fatores, divergentes daqueles oferecidos como alternativas para a indagação em questão. Entre estes fatores, foram citados a estabilidade política; condições estruturais de funcionamento da economia de mercado; uma sólida, contínua e confiável política fiscal; o grau de endividamento externo, nível de poupança interna, constante crescimento econômico; baixo déficit orçamentário e taxa de desemprego. 7.5. INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS PARA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS NO EXTERIOR Para o setor químico-farmacêutico, a alternativa de maior peso recaiu sobre o indicador de Valor Presente Líquido (VPL). Segue-se, pela ordem, o Tempo de Retorno de Investimento (Pay-Back) e, por último, a Taxa Interna de Retorno (TIR). Por outro lado, tanto o setor automotivo como o bancário, listaram outros fatores, diferentes daqueles oferecidos como alternativa preferida para a indagação em questão. Um dos respondentes do setor automotivo citou, por exemplo, um indicador não econômico-financeiro, ou seja, o de critério de decisão política para investimentos no exterior. O setor bancário, por sua vez, citou a necessidade do acompanhamento das atividades dos clientes no exterior; a política de negócios das empre164 sas para investimentos, visando o longo prazo. Também foi mencionado por este setor que, dependendo do tipo de projeto, os diferentes indicadores econômicos e financeiros citados, devem ser utilizados. Interessante notar que, tanto o setor automotivo como o bancário, ordenaram, prioritariamente, os demais fatores de forma idêntica, ou seja, em segundo lugar a Taxa Interna de Retorno, seguido do Tempo de Retorno de Investimento (Pay-Back) e, por último, o Valor Presente Líquido. Setorialmente, os critérios de preferência para a escolha da taxa de desconto (discount rate) a ser aplicada na determinação do Valor Presente Líquido (VPL) de projetos são distintos. Além disto, muitos respondentes frisaram que a preferencia por determinado indicador não invalidaria, também, a utilização, concomitante, dos demais, para a escolha de determinada taxa de desconto. No setor automotivo, a única empresa que indicou preferir o método do VPL, como indicador de investimentos no exterior, informou que utiliza um método próprio para escolher a sua respectiva taxa de desconto. No setor bancário, entre os três bancos que escolheram em primeiro lugar o indicador de Valor Presente Líquido (VPL), a determinação da sua respectiva taxa de desconto é feita preferencialmente pelo método CAPM (Método de Precificação de Ativos Financeiros), seguido do Custo Médio Ponderado de Capital. Quanto ao setor químico-farmacêutico, e conforme vimos anteriormente, dos cinco respondentes que escolheram o Valor Presente Líquido (VPL), como o indicador preferido de investimentos no exterior, três utilizam, diferentemente, como critérios para as escolhas de suas taxas de desconto (discount rate) o custo médio ponderado de capital (relação entre os capitais próprios e de terceiros), o método de precificação de ativos CAPM (Capital Asset Pricing Model), e taxas de descontos arbitradas. 165 As duas outras empresas do setor químico optaram pela alternativa Outros, declarando que, para a determinação de suas taxas de desconto, utilizam, como taxa básica, a de mercado, adicionada de um spread de risco, em função do tipo de projeto. 7.6. A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL PRÓPRIO E DE TERCEIROS DAS EMPRESAS Pela especificidade de sua atividade principal, ou seja, de comercialização não de produtos mas de serviços, os bancos, de um modo geral, trabalham com um volume de capital próprio muito baixo, se comparados com os setores automotivo e químico-farmacêutico, variando, em média, entre 3% e 8% em relação ao total do seu passivo. Já os setores automotivo e químico-farmacêutico, voltados para a comercialização de produtos, possuem, em comparação com o setor bancário, um ativo imobilizado bem maior em máquinas, instalações e imóveis. Com isto, suas necessidades de financiamento, através de capital próprio, são bem maiores. Nesta pesquisa, as empresas do setor automotivo operam com um capital próprio na faixa entre 28% e 42,40% do seu passivo total. De forma semelhante, a composição de capital próprio do setor químico-farmacêutico é de 20% a 50%. 7.7..FONTES DE CAPITAL DE TERCEIROS PREFERIDAS DAS EMPRESAS Tanto para o setor automotivo como para o químico-farmacêutico, como fonte de recursos preferida, a obtenção de capitais no país, onde o projeto deverá ser desenvolvido. Para o setor bancário, no entanto, a fonte preferida é a obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos. 166 7.8. FONTES DE CAPITAL PRÓPRIO PREFERIDAS DAS EMPRESAS Tanto para o setor automotivo como para o químico-farmacêutico, a aquisição de recursos no mercado acionário alemão é a alternativa preferida de aumento de capital próprio. O setor bancário, entretanto, assinalou outras fontes que não aquelas oferecidas na pergunta em questão. Foram citados recursos das matrizes dos bancos, fundos de reservas (Rücklagebildung), lucros retidos (Gewinnthesaurierung), recursos diretos do governo, no caso de bancos estaduais e da Federação das Cooperativas de Crédito, no caso de Cooperativa de Crédito. 7.9. FATORES FUNDAMENTAIS DE MOTIVAÇÃO DE NOVOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Com base na avaliação ponderada dos resultados, o setor automotivo considerou a credibilidade e competência do Presidente da República, como fator primordial de motivação para novos investimentos no Brasil. Esta resposta talvez possa ser explicada pela dependência, deste setor, de decisões internas no país, mais diretamente ligadas ao governo, tais como níveis de preços de combustíveis, manutenção e investimentos na construção de novas estradas, etc. O setor bancário, por sua vez, elegeu o novo ambiente macroeconômico no país, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável, como o principal fator de motivação para novos investimentos no Brasil. Quanto ao setor químico-farmacêutico, conforme visto no capítulo VI, citou outros fatores, diferentes daqueles oferecidos como alternativas para a indagação em questão: a renovação dos investimentos já existentes no país; a possibilidade de desenvolvimento de mercados maiores, através da integração 167 com os mercados da América do Sul; a redução do Custo-Brasil e uma melhor distribuição do nível de renda, possibilitando, por conseguinte, um aumento do consumo interno. Além disto, a queda ou supressão de tarifas de importação; o aprimoramento de estruturas democráticas seguras do Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e, por último, a simplificação do sistema jurídico/legal. Com relação a estes componentes políticos, é interessante nos reportarmos a uma pesquisa realizada em agosto de 1997, coordenada pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-SP). Esta pesquisa faz parte de sua publicação, Investitionshandbuch Brasilien, que teria como título Manual de Investimentos no Brasil (INVESTITIONSHANDBUCH, 1998), distribuída tanto na Alemanha, como no Brasil. Esta pesquisa englobou cerca 600 empresas localizadas no Brasil, 61% delas de capital estrangeiro, predominantemente provenientes da Alemanha. Um terço destas empresas são do setor de serviços e dois terços do industrial. Segundo esta pesquisa 86% das empresas não acreditam em uma mudança arbitrária de governo, através, por exemplo, de um golpe de Estado. Entretanto, 61,7% acreditam na possibilidade de alteração substancial da política econômica, devido à mudança de governo, através de eleições. Nesta mesma pesquisa, 52,2% das empresas consideram que mudanças inesperadas na legislação ou na política podem influenciar em suas atividades. Deve-se ressaltar que, a questão da credibilidade e competência do Presidente da República, mencionada pelo setor automotivo nesta nossa pesquisa, não foi citada por estes dois setores, bancário, no seu conjunto, e químicofarmacêutico, como um dos cinco fatores primordiais de investimento. Neste sentido, alguns respondentes explicitaram que, apesar de reconhecerem como importante a figura do Presidente da República, esta é passageira e temporária, não sendo portanto um fator determinante de investimentos no longo prazo em um país. 168 É interessante, entretanto, notar que, como estratégia de atração de investimentos diretos para o Brasil, o Governo brasileiro parece centrar-se, ainda muito, na figura do Presidente da República. Em sua estadia na Espanha, em maio de 1998, por exemplo, o Presidente Fernando Henrique Cardoso se encontrou em Madri com os maiores empresários daquele país, vendendo a imagem do Brasil como um país ideal para investimentos estrangeiros; garantindo que o país tem políticas definidas e Ministro da Fazenda estável, ele afirmou que, enquanto estiver na presidência, “não haverá surpresas” (O GLOBO, 19/05/98). Com base nos resultados da nossa pesquisa, uma declaração como esta, muito provavelmente teria pouco efeito prático na Alemanha, que possui uma tradição de governo parlamentarista bastante arraigada em seus cidadãos, pouco afeitos, portanto, a sobressaltos e surpresas com mudanças de governos. Muito pelo contrário, este tipo de declaração poderia até denotar uma fragilidade e pouco amadurecimento das estruturas políticas e econômicas no Brasil, cujas garantias para os investimentos estrangeiros estariam, então, sempre condicionadas a avais presidenciais, de cunho personalista, conforme visto acima. 7.10. ÍNDICES COMPARATIVOS DE COUNTRY-RISK EM RELAÇÃO AO BRASIL Entre o total de 44 empresas entrevistadas, 40 responderam a esta pergunta. Destas, 34 declararam fazer avaliação de country-risk para o Brasil. O Quadro 7.1 mostra um resumo dos valores de country-risk, vistos anteriormente, que foram atribuídos pelos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico a um conjunto de 9 países representativos de fluxos de investimentos de capital, provenientes da América Latina, Ásia e Europa. Quadro 7.1: Resumo Setorial das Análises de Country-Risk 169 Conjunto dos Setores Países Ordem França 1o Taiwan 2o R. Tcheca 3o México 4o Argentina 5o Brasil 6o China 7o Coréia Sul 8o Rússia 9o Resumo Setorial das Análises de Country-Risk Setor Automotivo Setor Bancário Países França Taiwan R. Tcheca Argentina Coréia Sul China Brasil/México Rússia Ordem 1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o 8o 9o Países França Taiwan R. Tcheca China México Argentina Coréia Sul Brasil Rússia Setor QuímicoFarmacêutico Ordem Países Ordem 1o França 1o o 2 México 2o 3o R. Tcheca 3o o 4 Taiwan 4o o 5 Argentina 5o o 6 Brasil 6o 7o China 7o o 8 Coréia Sul 8o o 9 Rússia 9o Tanto os setores automotivo como o bancário consideram a França, seguida de Taiwan e Republica Tcheca, como o de menor índice de risco-país. Já para o setor químico-farmacêutico, a França também ocupa o primeiro lugar, seguida, entretanto, do México e a República Tcheca. Na colocação geral a França ocupa o primeiro lugar, seguida de Taiwan e República Tcheca. Setorialmente, o Brasil, segundo o setor automotivo, divide o sétimo lugar com o México; oitavo lugar segundo o setor bancário e sexto, segundo o setor químico-farmacêutico. Na colocação geral o Brasil ocupa a sexta posição, à frente da China, Coréia do Sul e da Rússia. Em todas as avaliações efetuadas a Rússia ocupa a última colocação. 7.11..EFEITOS DA CRISE ASIÁTICA DE DEZEMBRO DE 1997, NESTA AVALIAÇÃO DE COUNTRY-RISK De um total de quarenta e quatro empresas dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico entrevistadas, quarenta e uma responderam a esta pergunta. Tanto em conjunto como setorialmente, a grande maioria dos entrevistados informou que a crise asiática, em dezembro de 1997, influenciou a 170 avaliação de country-risk acima. A distribuição das respostas entre os setores encontra-se na Tabela 7.1, a seguir. Tabela 7.1: Efeitos da Crise Asiática na Avaliação de CountryRisk Setores Automotivo Bancário Químico-Farmacêutico Total N/R: Não respondeu 7.12. Efeitos da Crise Asiática na Avaliação de Country-Risk Sim Não N/R 4 1 25 2 8 1 37 4 1 2 3 A CRISE ASIÁTICA E OS INVESTIMENTOS, NO MÉDIOLONGO PRAZO, DAS EMPRESAS ALEMÃS NOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS De um total de trinta e sete empresas, dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico entrevistadas, que responderam positivamente à pergunta anterior, a maioria, tanto em conjunto como setorialmente, informou que não acredita que esta crise asiática poderá favorecer, no médio-longo prazo, investimentos de empresas alemãs nos países latino-americanos, Argentina, Brasil e México. Neste sentido, estes setores justificam que os mercados latinoamericano e asiático são totalmente diferentes. Além disto, pelo volume de negócios envolvidos nestes países da América Latina, a preocupação com relação a novos investimentos contempla um horizonte de longo prazo. Com isto, os mesmos não sofreriam influências, por exemplo, da crise asiática, que no entendimen- 171 to, da grande maioria dos entrevistados, é uma crise de curto prazo. A distribuição das respostas entre os setores encontra-se na Tabela 7.2. Tabela 7.2: Possibilidade de Favorecimento de Países LatinoAmericanos Devido à Crise Asiática Setores Automotivo Bancário Químico-Farmacêutico Total N/R: Não respondeu Favorecimento de Países Latino-Americanos Devido à Crise Asiática Sim Não N/R 4 6 19 0 7 1 6 30 1 172 7.13 DISPOSIÇÃO DE INVESTIMENTOS NO BRASIL NOS PRÓXIMOS 5 ANOS Do total de 44 empresas entrevistadas, 7 não responderam a este questionário. A grande maioria das empresas, tanto do setor automotivo como bancário e químico-farmacêutico, afirmou a disposição de manter no país, pelo menos o nível de investimentos da média dos últimos anos. O resultado setorial dos votos da disposição das respectivas empresas em fazer investimentos no Brasil, dentro dos próximos anos, encontra-se resumido na Tabela 7.3, a seguir. Tabela 7.3: Disposição das Empresas para Novos Investimentos no Brasil Setores Automotivo Bancário Químico-Farmacêutico Total (*) N/R: Não respondeu Disposição das Empresas para Novos Investimentos no Brasil A B C D 3 1 1 7 5 10 6 4 16 10 11 N/R* 6 1 7 A pesquisa da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK-SP), citada anteriormente, no item 7.9, apesar de ter sido feita em agosto de 1997, antes, portanto, da crise asiática, no final de 1997, e da moratória da Rússia, em agosto de 1998, oferece um bom parâmetro de como as empresas alemãs, aqui instaladas, consideram a estabilidade política e econômica brasileira para um horizonte de tempo de cinco anos. Em uma escala de 1 (muito estável) a 6 (muito instável), as empresas entrevistadas avaliaram estes horizontes de tempo, cujas respectivas médias de notas encontram-se na Tabela 7.4, a seguir. Tabela 7.4: Avaliação da Estabilidade Política e Econômica do Brasil no Presente e no Futuro (Base: agosto de 1997) 173 Horizonte de Tempo Muito Estável Estabilidade Política hoje .....em 5 anos Estabilidade Econômica hoje .....em 5 anos Moderado Muito Instável Média das Notas 6 5 4 3 2 1 4,6 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 4,5 4,3 6 5 4 3 2 1 4,4 Fonte: INVESTITIONSHANDBUCH, 1998 Ainda segundo esta pesquisa, 96% dos entrevistados concordam com a afirmativa que o Brasil ganhará importância no futuro como país de investimentos. Em 22 de setembro de 1998, através da matéria que teria como título, Firmas Alemães Continuam Investindo (Deutsche Firmen investieren weiter) o jornal Handelsblatt, reportou uma pesquisa feita com empresas alemãs no Brasil. Seus resultados mostraram que, apesar da desconfiança do mercado financeiro em relação ao Brasil, decorrente ainda dos efeitos da crise asiática, quando este, então passou a ser considerado a bola da vez, ou seja, o próximo país a sofrer uma crise cambial, após a da Rússia, a maioria das empresas alemãs situadas no país, com algumas exceções, vêem o seu futuro, no país, com otimismo. Importante notar que esta conclusão foi obtida no contexto da duplicação da taxa de juros, por parte do governo brasileiro, para 40%, e do rebaixamento do Brasil, como risco-país, pela agência de rating Moody`s, dos Estados Unidos. Segundo ainda esta matéria, as empresas Volkswagen e Mercedes Benz do Brasil , apesar de sofrerem redução dos seus volumes de vendas, decorrentes da diminuição do poder de consumo (juros elevados, diminuição de salários e desemprego) da população, não estariam cortando seus investimentos, mas sim postergando a expansão de suas capacidades de produção. A industria química alemã, por sua vez, estaria compensando a diminuição de seus clientes no Brasil, através de resultados positivos nos seus 174 respectivos setores farmacêuticos. Seria o caso, portanto, da Bayer que deverá ter um faturamento de cerca de 7% superior ao ano de 1997. No início de novembro de 1998, A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK-SP), através de um informe aos seus associados, intitulado Multis mantêm seus Investimentos no Brasil (Multi halten an Investitionen in Brasilien fest) declara que a despeito do retrocesso da economia brasileira que deverá recrudescer no próximo ano, os mais expressivos grupos internacionais mantêm seus planos de investimentos para o Brasil. Como motivos pra esta confiança na economia brasileira, no médio e longo prazo, os dirigentes das respectivas empresas citam o mercado potencial, bem como a estabilidade política e o câmbio do país. A esperada recessão é considerada como um infeliz incidente que deverá ser superada no final de 1999. (MULTI, 04/11/98) Finalizando, os dados e conclusões das pesquisas e matérias acima, que refletem o sentimento da indústria de capital estrangeiro no país, como um todo, convergem para os resultados encontrados em nossa pesquisa, restrita aos setores automotivo, bancário e o químico-farmacêutico, os quais deverão manter no país, nos próximos anos, pelo menos o nível de investimentos da média dos últimos anos. 175 7.14. MOTIVOS DA REDUZIDA PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS ALEMÃES NO ATUAL PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DAS EMPRESAS ESTATAIS BRASILEIRAS Com base nas respostas das empresas, apresentadas no capítulo anterior, quanto à pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras, podemos reunir cinco razões objetivas, que em maior ou menor grau, são compartilhadas pelos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico. Estas razões seriam as seguintes: • As privatizações do Brasil, ocorrem nos setores de infraestrutura, ocupados na Alemanha por empresas públicas, em nível federal, estadual ou municipal, que não se orientam ou possuem uma política de globalização. Com isto faltaria expertise à maioria das empresas alemãs, para participar mais ativamente deste processo. • A prioridade dos investidores alemães estaria voltada na direção do Leste da Alemanha e da Europa. • Um ambiente econômico instável no Brasil, devido principalmente ao seu déficit público e em conta corrente, bem como o fato de o Real estar apreciado em relação ao dólar. • Os setores privatizados no Brasil não corresponderam ao interesse das empresas alemãs, tanto em termos de porte, como de portifólio de seus produtos ou serviços. • Falta de informação na Alemanha sobre este processo de privatização, tornando, portanto, difícil às suas empresas, a identificação de oportunidades de negócios. 176 Estes fatores, que classificamos como de razões objetivas, estão em consonância com o que tem sido divulgado nos jornais alemães, bem como com as discussões que vêm se realizando regularmente, envolvendo empresários e autoridades governamentais dos dois países. Foi o caso por exemplo do XV Encontro Empresarial Brasil-Alemanha e da XXIV Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha, que ocorreram, conjuntamente, entre 14 e 16 de setembro de 1997 no Rio de Janeiro. Até então, a participação de capitais alemães no processo de privatização o Brasil, no valor de US$ 30 bilhões, tinha sido, apenas, de 1,4%. O jornal Handelsblatt, de 19 de setembro de 1997, noticiou estes dois eventos em uma matéria intitulada Velocidade de Reforma Emocionante – Os alemães acordam tarde para a privatização (Atemraubendes Reformtempo Deutsche verschlafen Privatisierung). Nesta, cita o então Vice-Ministro da Economia da Alemanha, Heinrich L. Kolb, que justifica que o pouco interesse dos alemães nas privatizações brasileiras seria devido à estrutura econômica da Alemanha, onde a maioria do setor de serviços ainda se encontra sob o controle do governo, ou está sendo presentemente privatizado. Com isto, haveria pouca experiência na Alemanha a respeito das privatizações (Handelsblatt, 19.09.97) Esta matéria, entretanto, ao mencionar a participação da estatal francesa EDF na privatização da Light, comenta que o fato de um setor de energia ser controlado pelo governo não deve ser um impeditivo para que se participe deste processo de privatização. Quanto às razões subjetivas apresentadas por estes três setores, a mais significativa diz respeito à imagem desfavorável do Brasil, que para muitos na Alemanha, ainda é considerado um país exótico e instável, tanto econômicacomo politicamente. A este respeito, o mesmo artigo (Handelsblatt, 19/09/97) também comentou que, para os representantes alemães, a falta de informações na Ale- 177 manha, sobre a estabilidade política e econômica no Brasil, é um fator de inibição de investimentos. Cita então Hans-Olaf Henkel, presidente da Federação das Indústrias Alemãs (BDI), que afirma que ainda circulam no nosso país alguns preconceitos arraigados sobre o Brasil (da geistern bei uns noch einige Vorurteile über Brasilien herum). Interessante notar que esta falta de informações na Alemanha sobre o Brasil contrasta com a experiência de empresas alemãs que atuam no país. Isto também pode ser observada na pesquisa da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (INVESTITIONSHANDBUCH, 1997) citada anteriormente, Em uma escala de 1(muito estável) a 6 (muito instável), aquelas 600 empresas, localizadas no Brasil, deveriam avaliar os fatores percebidos como entraves para as suas atividades de negócios. Por ordem decrescente foram citados a infraestrutura, financiamento, legislação tributária e impostos elevados, bem como as leis trabalhistas. A média das notas conferidas por estas empresas podem ser observadas na Tabela 7.5, a seguir. Tabela 7.5: Grandes Entraves para a Atividade de Negócios no Brasil (Base: agosto de 1997) Grandes Entraves para a Atividade Comercial no Brasil Média das Notas 4,4 4,3 4,3 4,2 Infra-estrutura Financiamento Impostos e Legislação Tributária Leis Trabalhistas Fonte: INVESTITIONSHANDBUCH, 1998 Por outro lado, fatores como instabilidade de políticas econômicas, inflação e controle de preços, que no passado prejudicavam o funcionamento da economia, foram apontados como os menores entraves, conforme a Tabela 7.6, a seguir. 178 Tabela 7.6: Pequenos Entraves para a Atividade de Negócios no Brasil (Base: agosto de 1997) Pequenos Entraves para a Atividade Comercial no Brasil Média das Notas 3,2 2,5 2,1 1,9 Instabilidade de Política Econômica Inflação Controle de Preços Terrorismo Fonte: INVESTITIONSHANDBUCH, 1998 De importância secundária foram citados fatores como a legislação de comércio exterior, corrupção, controle de divisas e criminalidade. Para finalizar esta questão, sobre possíveis entraves para negócios no Brasil, esta pesquisa concluíu que estes resultados se encontram em contradição com a tendência de apresentação na mídia européia, que facilmente pode transmitir, aos não familiarizados, uma imagem distorcida da realidade no Brasil (INVESTITIONSHANDBUCH, 1997, p. 33). 7.15. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, onde foi feita uma análise comparativa das respostas da pesquisa de campo, realizada com os setores automotivo, bancário e químicofarmacêutico alemães, quanto às decisões de investimentos, é importante, inicialmente ressaltarmos, a questão das estratégias de vendas, como fator fundamental de motivação de investimentos no exterior, seja na necessidade de se ter uma base de representação no exterior, seja na criação ou incorporação de novos mercados. O fator custo de produção na Alemanha, ocuparia, então, neste contexto, um papel secundário. Neste processo, conforme ressalta Porter, em comparação com a maioria dos países europeus e asiáticos, o governo alemão tem uma participação relativamente pequena, como fator motivador destes investimentos no exterior (PORTER, op. cit.). 179 Um fato interessante é que tanto o setor automotivo como o químicofarmacêutcio coincidiram nas suas preferências, tanto para aumento de capital próprio como de terceiros. Para o primeiro caso, aquisição de recursos no mercado acionário alemão; para o segundo, obtenção de recursos no país onde o projeto deverá ser desenvolvido. Com relação aos motivos principais para novos investimentos no Brasil, vimos que os setores bancário e químico-farmacêutico alemães privilegiam menos a figura e credibilidade do Presidente da República do que os aspectos relacionados com a estabilidade de suas estruturas econômicas e políticas. No caso específico da Alemanha, esta questão cultural, a que nos referimos antes, pode ser ilustrada, quando de um encontro, em Frankfurt, do Ministro da Fazenda, Pedro Malan, com banqueiros alemães. ....Mas os alemães ficaram pouco curiosos. Na apresentação pública a cerca de 60 banqueiros alemães, num salão do elegante Frankfurter Hof Hotel, surgiram apenas três questões – sobre juros, restrições do crédito internacional e dívida externa. Malan olhou a sala, aguardou nova questão e terminou por fechar o encontro, agradecendo o apoio. “Alemão pergunta pouco mesmo, mas está otimista com o Brasil e satisfeito com o programa fiscal”, garantiu Ralf Kelpin, diretor do Bankgesellschaft Berlin Group. (Gazeta Mercantil de 30/11/98). Quanto aos índices comparativos de country-risk para um ranking de nove países, o Brasil ocupa, comparativamente, as melhores colocações junto ao setor produtivo, automotivo (5) e químico-farmacêutico (11), ao contrário do que acontece no setor bancário (28). Este resultado esteve de acordo com a percepção de parte da comunidade financeira internacional, posteriormente à moratória da Rússia, em agosto de 1998. Nesta ocasião, o Brasil passou a ser considerado o país bola da vez, ou seja, o próximo a ser acometido de uma crise cambial, fato este que, dentro do limite temporal deste trabalho, não ocorreu. 180 Vimos também que, segundo nossa pesquisa, a grande maioria das empresas alemãs dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico deverão manter o nível de investimentos dos últimos anos. Este resultado está em consonância com duas outras pesquisas realizadas, respectivamente, pela Câmara de Comercio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo e, pelo jornal alemão Handelsblatt. É evidente que esta confissão de fé das empresas multinacionais, em geral, no Brasil, está embasada menos nas suas simpatias gratuitas pelo país do que pela sua rentabilidade média proporcionada – a maior do mundo. É o que demonstra recente estudo da Sobeet (Sociedade de Estudos das Empresas Brasileiras Transnacionais), com base no lucro líquido em relação aos ativos totais das subsidiárias americanas no país, que corresponde quase ao dobro da média do mundo. O Brasil ocupa a primeira colocação, na frente do Chile, Ásia e da China, considerada separadamente, conforme pode ser visto na Tabela a 7.7, a seguir (Gazeta Mercantil, 30/11/98). 181 Tabela 7.7: Rentabilidade Média de Subsidiárias de Multinacionais1 Americanas no Período 1995-1996 Países Hospedeiros Brasil Chile Ásia2 China América Latina3 México Argentina Europa Austrália Canadá Japão Mundo Rentabilidade (em %) 8,42 7,13 6,75 6,30 6,10 6,07 5,03 3,99 3,99 3,86 2,40 4,42 Fonte: Survey of Current Business – Departamento de Comércio EUA, set/98 Elaboração: Sobeet, em Gazeta Mercantil de 30/11/98 (1) Empresas não financeiras; (2) Inclusive China, Japão e Austrália; (3) Exclui Brasil, Chile, México e Argentina Enquanto as empresas tiveram uma rentabilidade média de 8,42% no Brasil, no resto do mundo o retorno foi de 4,42%. De acordo com a Sobeet o bom desempenho do país, pode ser explicado pelo grande número de oportunidades concentradas neste ano, como privatizações e aquisições de bancos. Mas uma parte significativa vem de investimentos de multinacionais já instaladas (40% a 45%) e novas multinacionais , que entram no país sem ser por meio de privatização ou aquisição (5% a 10%). ...As empresas multinacionais instaladas no Brasil confirmam o interesse pelo país e garantem que vão manter investimentos. ...... A crise da Rússia não deve afetar muito os investimentos (Gazeta Mercantil 30/11/98). Segundo ainda a Sobeet, entre as 500 maiores multinacionais, somente 95 não estão no país e entre as 100 maiores, somente 9 estão ausentes. 182 Para finalizar estas considerações, uma questão muito importante é a reduzida participação alemã nas privatizações brasileiras. Segundo a nossa pesquisa, as razões objetivas, da reduzida participação alemã neste processo, confirmam as opiniões compartilhadas na mídia alemã, bem como entre os empresários e autoridades governamentais, diretamente envolvidos com as relações econômicas e comerciais entre estes dois países. Quanto às razões subjetivas, relacionadas, por exemplo com a imagem desfavorável do Brasil, no que concerne a sua instabilidade política e econômica, de certa forma podemos atribuí-las, em parte, a uma falta, na Alemanha, de informação adequada ou atualizada do país. 183 CAPÍTULO VIII CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Só políticos de larga visão compreendem que o segredo do bom governo consiste em conciliar subótimos. Toda política ótima, no sentido econômico, é tirânica porque impõe desnecessárias perversidades àqueles que não têm como escapar delas.(SANTOS, 1998, p. 120) 8.1 CONCLUSÕES Este trabalho cumpriu seus objetivos geral e específico, inicialmente propostos, que foram o estudo das motivações de investimentos alemães, a nível mundial e no Brasil, focalizando-se no último caso seus setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico. Tendo como base uma pesquisa de campo efetuada na Alemanha, durante o primeiro trimestre de 1998, procurou-se, inicialmente, investigar os fatores de motivação das empresas alemãs a investir no exterior; a caracterização, por parte dos dirigentes e executivos, dos parâmetros de uma economia estável; a possível existência de estratégia governamental de incentivo 184 às empresas para investimentos no estrangeiro; bem como os indicadores econômicos e financeiros utilizados neste tipo de decisão. Como objetivo específico, isto é, o comportamento dos capitais alemães em relação ao Brasil, estudaram-se principalmente, as motivações das empresas para novos investimentos e suas estratégias de curto prazo para o país. Foi feita também uma análise comparativa de country-risk entre o Brasil e um grupo representativo de oito países, tentando verificar a influência da crise asiática, no final de 1997, sobre os países da América Latina. Além disto, foram investigados os motivos para a reduzida participação de capitais alemães no atual processo de privatização de empresas estatais brasileiras. Verificamos que a grande maioria das empresas participantes da pesquisa deverá manter o nível de investimentos dos últimos anos no país. Neste contexto de atração de novos capitais, é interessante notar o papel secundário, atribuído pelos dirigentes e executivos alemães, à figura do Presidente da República, conferindo eles mais ênfase aos aspectos concernentes à estabilidade econômica e política do Brasil. Quanto aos resultados dos índices comparativos de country-risk da pesquisa, o Brasil ocupa colocações menos ruins junto ao setor produtivo alemão, automotivo e químico-farmacêutico, do que no setor bancário alemão. Conforme já comentado no capítulo anterior, este resultado esteve de acordo com a percepção de parte da comunidade financeira internacional, posteriormente à moratória da Rússia, em agosto de 1998, quando o Brasil passou a ser considerado o país bola da vez de uma crise cambial. Quanto às razões objetivas da reduzida participação alemã nas privatizações brasileiras, os resultados confirmam as opiniões compartilhadas na mídia alemã, bem como entre empresários, autoridades governamentais e câmaras de comércio e indústria, diretamente envolvidos com as relações econômicas e comerciais entre estes dois países. 185 Entre estas razões, destaca-se o fato de que faltaria expertise à maioria das empresas alemãs para participar mais ativamente deste processo, na medida em que as privatizações do Brasil ocorrem nos setores de infra-estrutura, ocupados na Alemanha, geralmente, por empresas públicas, a nível federal, estadual ou municipal, que não se orientam ou possuem uma política de globalização. Além disto ressalta-se, também, a prioridade dos investidores alemães, que estaria voltada para o Leste da Alemanha e da Europa. Quanto às razões subjetivas apontadas por estes três setores, sobressai a imagem desfavorável do Brasil, considerado por muitos alemães, ainda um país exótico e instável, tanto econômica- como politicamente. Conforme mencionado no capítulo VII, esta falta de informações na Alemanha sobre o Brasil contrasta com a experiência de empresas alemãs que atuam no país. Deve-se registrar, no entanto, o esforço conjunto que tem sido feito pelos Governos do Brasil e da Alemanha, através do Itamarati e do Ministério da Economia da Alemã (BMWi1), bem como das confederações2 e câmaras de comércio e indústria3 dos dois países, visando à uma maior integração econômica e comercial. Neste sentido realiza-se anualmente a Reunião da Comissão Mista de Cooperação Econômica Brasil-Alemanha, juntamente com o Encontro Empresarial Brasil-Alemanha. Com base nas características do investidor alemão, explicitadas neste trabalho, aliada à alta rentabilidade que o país oferece às empresas multinacionais, há a possibilidade de se estruturar estratégias mais efetivas de montagem de portfolios-país de capitais produtivos de longo prazo. A formulação de políticas diferenciadas de captação de capitais estrangeiros, de curto, médio e longo prazo, traria para o país a vantagem de proteger sua economia de eventuais flutuações, instabilidades e crises no mercado financeiro internacional. 1 Bundesministerium für Wirtschaft (BMWi) Confederação Nacional da Indústria e a Bundesverband Deutscher Industrie (BDI), Deutscher Industrie- und Handelstag (DIHT) 3 Conselho Integrado das Câmaras Brasil-Alemanha 2 186 8.2 RECOMENDAÇÕES A análise dos processos decisórios de investimentos alemães, relativos aos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, em nível mundial e no Brasil, sugere, por decorrência, a necessidade de se aprofundar, através de novos estudos, as seguintes questões: 8.2.1 Efetividade de Incorporações Estrangeiras nos Bancos Brasileiros Desde 1994, com a implantação do Plano Real, houve a compra ou a troca do controle acionário de 11 entre os 25 maiores bancos brasileiros. Estas operações, envolvendo um total de ativos de R$ 21,25 bilhões, cerca de 21% do total dos atuais 25 maiores bancos brasileiros, excluídos o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, provocaram profundas mudanças no ranking do setor financeiro nacional. O banco holandês ABN-Amro, por exemplo, que adquiriu 70% do capital total e 40% do capital votante do Real, passou da posição de 26o , no ranking por ativos de 1997, para o 5o lugar em 1998 (Gazeta Mercantil, 23/12/98). Conforme mostra o Quadro 8.1, a seguir, mais da metade destas operações de compra ou troca de controle acionário envolveram instituições estrangeiras. 187 Tabela 8.1: Incorporações Estrangeiras no Setor Financeiro Brasileiro a Partir de 1994 Origem Banco Holanda ⇒ ABN-Amro Inglaterra ⇒ HSBC Espanha ⇒ Santander França Espanha Portuga Bélgica Brasil Portugal ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Sudameris Bilbao Vizcaya Espírito Santo Crédit Agricole Monteiro Aranha Caixa Geral de Depósitos Controle Ativos (R$109) Banco Real Bamerindus Geral do Comércio e do Noroeste América do Sul Excel-Econômico Boavista 25 14,10 10,66 Posição no Brasil Junho de 1998 5o 8o 10o 9,36 7,44 5,56 12o 14o 20o Bandeirantes 5,39 19o Total 77,51 Fonte: Gazeta Mercantil de 23/12/98 (*) Segundo a Gazeta Mercantil, dados referentes à época da negociação, out./nov. de 1998, que, no entanto, não comprometem a análise e interpretação desta tabela Conforme pode ser visto na tabela acima, o banco inglês HSBC, por sua vez, que realizava operações no Brasil através de representação, ocupa agora a 8a posição no ranking, após adquirir o Bamerindus, quarto maior banco brasileiro em 1994. Interessante registrar também a participação do banco Santander, 10o colocado no ranking nacional em 1998, após a aquisição dos Bancos Geral do Comércio e do Noroeste. É o 5o maior banco em operações de renda fixa, com uma participação de 4,97% do mercado, e o 9o maior banco em operações de renda variável, com uma participação de 1,74% (Gazeta Mercantil, 04.12.98). Neste contexto crescente de participação de instituições estrangeiras no país, através da compra ou de controle acionário de bancos nacionais, seria interessante investigar, no médio-longo prazo, a real efetividade destas incorporações, quanto aos objetivos ensejados com estas. Através desta 188 investigação se poderiam montar perfis comparativos de vantagens e desvantagens da integração de culturas empresariais, administrativas, recursos humanos e mão de obra oriundos de diferentes países, aqui no Brasil. 8.2.2 Regulamentação das Fusões Interbancárias no País Com o processo crescente de formação de grandes conglomerados financeiros, tanto em nível mundial como no Brasil, torna-se cada vez mais premente, por parte do Governo (Banco Central e CADE4), a necessidade de um maior acompanhamento e controle destas fusões interbancárias. Uma progressiva concentração financeira, feita de forma descontrolada, segundo apenas os ditames do chamado livre mercado, poderia comprometer a competitividade e até a própria existência do setor bancário brasileiro, ao eliminar a participação de pequenas e médias instituições financeiras. Um mercado financeiro menos concentrado, pelo contrário, além de permitir um maior acesso ao crédito para as pequenas e médias empresas, terá mais capacidade sistêmica de absorver eventuais dificuldades financeiras de um ou mais participantes no mercado. 8.2.3 Avaliação das Fusões e das Aquisições Estrangeiras de Empresas Brasileiras O Brasil, desde o ano de 1995, vem liderando na América Latina, o movimento de fusões e aquisições de empresas locais, pelas empresas multinacionais. Segundo pesquisa da empresa de consultoria KPMG Corporate Finance, foram realizadas no país, até setembro de 1998, 175 transações. Em segundo lugar vem a Argentina que, até junho de 1998, efetuou 33 operações, seguido do México com 31 e o Chile com 13 (Gazeta Mercantil, 03/01/99). 4 CADE: Conselho Administrativo de Direito Econômico 189 Ainda segundo a KPMG, estas operações de fusões e compras no Brasil contemplaram primordialmente os setores de produtos químicos e petroquímicos (21 operações), telecomunicações (21), alimentos, bebidas e fumo (16) e instituições financeiras (18). Em 1997, de acordo com a Unctad5, dos US$ 43.8 bilhões de transações realizadas na América Latina, US$10.4 bilhões, ou seja, cerca de 22%, foram realizadas no Brasil, o que corresponde a 63% dos investimentos diretos realizados no país. Conforme pode ser visto na Tabela 8.2, a seguir, desde meados da década de oitenta o México liderava esta captação de recursos na América Latina, sendo, no entanto ultrapassado pelo Brasil em 1996. Tabela 8.2: Captação de Recursos Estrangeiros na AméricaLatina (1990 a 1998) Países Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela 1990-1994 1995-1997 1998* 2,931 107 1,703 1,207 860 293 5,409 118 785 69 836 5,400 489 11,904 4,373 3,828 498 10,396 151 2,419 151 2,752 5,800 660 24,000 4,700 6,000 580 8,000 210 3,000 160 5,000 Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Gazeta Mercantil de 21.12.98 (*) estimativa Dentro deste contexto de preferência das multinacionais pelo Brasil, seria interessante investigar qual a destinação e emprego destes capitais. Se, por exemplo, estes fluxos de investimentos representam expansão da capacidade produtiva do setor, com um aumento do emprego dos fatores de produção no médio-longo prazo, ou se simplesmente se trata de aquisição de plantas 5 Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento 190 industriais, sem expansão, portanto, da capacidade do sistema produtivo, como um todo. Conforme visto anteriormente, no capítulo VII, quando da consolidação dos fatores de motivação de investimentos alemães no exterior, os motivos apontados pelos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico são bastante diversos, não implicando, necessariamente, em uma estratégia de aumento no nível de oferta de seus produtos ou serviços. O resultado desta investigação poderia ser de grande valia na definição de estratégias de captação de investimentos de longo prazo, conforme já foi mencionado no início deste capítulo. 191 Anexo I Formas de Operação dos Bancos Alemães no Brasil Tabela A1.1: Bancos Privados de Capital Acionário Pesquisados, suas Respectivas Posições nesta Categoria (1996) e Forma de Atuação no Brasil Bancos Privados de Capital Acionário Deutsche Bank AG Grupo Dresdner Bank AG Commerzbank AG Bayerische Vereinsbank AG Bayerische Hypotheken- und Wechselbank AG Deutsche Pfandbrief- und Hypothekenbank AG BHF-Bank AG BfG Bank AG Südwestdeutsche GenossenschaftsZentralbank AG (SGZ-Bank) Berliner Bank AG Genossenschaftliche Zentralbank AG Vereins-und Westbank AG Baden-Württembergische Bank AG Ativo/96 Posição Forma de Atuação no Brasil US$1 Ano /96 576,430.80 1o Subsidiárias e Sucursais Subsidiárias e Sucursais 373,188.14 2o 297,933.76 3o Representações (SP/RJ); 15,4% na Holding do UNIBANCO, ou seja, 7,5% no UNIBANCO S.A. 268,391.97 4o Representações (SP/RJ) 225,712.58 5o 114,451.02 6o 49,307.71 46,507.28 35,032.92 7o 8o 9o Representação (SP) - 31,395.89 21,826.83 20,603.84 20,085.12 10o 11o 12o 13o Representações (SP/RJ) Representação (SP) - Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98 (1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com base nas paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. II Tabela A1.2: Bancos Estaduais Pesquisados, suas Respectivas Posições nesta Categoria, Conforme seus Ativos (1996) Bancos Estaduais Westdeutsche Landesbank Girozentrale Bayerische Landesbank-Girozentrale Norddeutsche Landesbank Girozentrale Südwestdeutsche Landesbank Landesbank Hessen-Thüringen Girozentrale Landesbank Berlin-Girozentrale Landeskreditbank BadenWürttemberg Landesbank Schleswig-Holstein Girozentrale Hamburgische LandesbankGirozentrale Landesbank Rheinland-PfalzGirozentrale Landesgirokasse und öffentliche Bank und Landessparkasse Stuttgart Sachsen LB Landesbank Sachsen Girozentrale Ativo/96 Posição Forma de Atuação no Brasil US$1 Ano /96 Através da Subsidiária 313,087.05 1o Banque Européenne pour l`Amérique Latine (BEAL) S.A o 239,743.30 2 152,694.02 3o 137,894.53 116,251.91 4o 5o 112,249.78 88,399.28 6o 7o - 70,147.64 8o - 66,933.56 9o - 54,552.10 10o - 25,601.52 11o - 24,231.56 12o - Representação(SP) - Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98 (1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com base nas paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. Tabela A1.3: Bancos Especiais, Cooperativas de Créditos e Caixas Econômicas Pesquisados e suas Respectivas Posições na Categoria, Conforme seus Ativos (1996) Bancos DG Bank Deutsche Genossenschaftsbank Kreditanstalt für Wiederaufbau Westdeutsche GenossenschaftsZentralbank eG (WGZ-Bank) Ativo/96 Posição US$1 Ano /96 220,643.75 1o 167,360.51 31788.92 2o 3o Presença e Forma de Atuação no Brasil Representação(SP) - Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98 (1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas com base nas paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. III SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL Questionário O questionário abaixo é composto de uma série de perguntas relativas às estratégias gerais de investimentos alemães a nível mundial, bem como no caso particular do Brasil. Estas perguntas deverão ser respondidas por extenso ou sob a forma de múltipla escolha. As informações e dados isolados das empresas, constantes neste questionário, serão tratados e mantidoss de forma confidencial. Os resultados desta pesquisa, a serem divulgados apenas de forma agregada, se encontrarão à disposição das empresas que estão participando deste estudo. Número do questionário a ser preenchido: _______ 1) Informações Gerais Sobre a Empresa: 1.1) Número total de funcionários (a nível mundial): ______________________________________ 1.2) Setor, no qual a empresa atua: Automotivo Químico/Farmacêutico 1.3) Financeiro Há quanto tempo esta empresa atua neste setor? _________ IV 1.4) Em quais países esta empresa está representada? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 2) Informações Sobre a Empresa no Brasil (Se for o caso): 2.1) Cidade no Brasil onde se localiza sua sede: _______________________________________ 2.2) Número total de funcionários: ____________________________ 2.3) Há quanto tempo esta empresa atua no Brasil? ______________ 3) Política e Estratégia Mundial da Empresa: 3.1) Faturamento médio anual da empresa, a nível mundial (em US$): ____________________________________________________ 3.2) Investimento médio anual da empresa, a nível mundial, nos últimos cinco anos (em US$): ______________________________________________________ 3.3) Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): V Afinidades culturais com os países, onde deverá ser feito o investimento. Estratégia de diversificação de risco. Pressionado pela globalização. Incentivos por parte do governo alemão. Incentivos por parte do governo estrangeiro. Política da empresa. Base para a incorporação de novos mercados. Proximidade das filiais de seus concorrentes. Maior margem de lucro do que na Alemanha. Outros (Favor completar): ____________________________________ 3.4) Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar sua empresa a investir no exterior? Sim 3.5) Não Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3.6) Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): VI Baixa taxa de inflação. Pequeno déficit na balança comercial. Baixas taxas reais de juros. Pequena probabilidade de uma desvalorização cambial. Alto nível de reservas cambiais. Outros (Favor completar):____________________________________. 3.7) Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): Valor Presente Líquido (VPL). Taxa Interna de Retorno (TIR). Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back). Outros (Favor completar):_____________________________________ 3.8) Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) ? Custo médio ponderado de capital (Relação entre os capitais próprios e de terceiros). CAPM (Capital Asset Pricing Model). Arbitrado. Outros (Favor completar): ____________________________________ 3.9) Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa? Capital Próprio Capital de Terceiros % % VII 3.10) Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa? Obtenção de recursos na Alemanha para financiamento de projeto no exterior. Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido. Obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos. Outros (Favor completar):_____________________________________ 3.11) De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio? Aquisição de recursos no mercado acionário alemão para financiamento de projeto no exterior. Aquisição de recursos no mercado acionário onde deverá se situar o projeto. Aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país. Outros (Favor completar):_____________________________________ 3.12) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio de sua empresa a nível mundial nos últimos cinco anos: 1997: _____________________ 1996: _____________________ 1995: _____________________ 1994: _____________________ 1993: _____________________ 4) Política de Investimento da Empresa no Brasil: 4.1) Faturamento médio anual da empresa, no Brasil (em US$): Até US$ 1 bilhão Superior a US$ 1 bilhão. VIII 4.2) Investimento médio anual da empresa, no Brasil (em US$): ___________________________________________________ 4.3) Percentual do faturamento no Brasil em relação ao faturamento global da empresa, no setor correspondente: _______________________________________________ 4.4) Percentual do investimento no Brasil em relação ao investimento global da empresa, no setor correspondente: _______________________________________________ 4.5) Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). Alteração na Constituição, que permite a possibilidade de quebra de monopólio e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional. O novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável. A credibilidade e competência do Presidente da República. A possível facilidade de remessa de lucros. Subvenções governamentais no Brasil. Entrada para o mercado da América do Sul. 4.6) Outros (Favor completar): ____________________________________ Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil? Sim 4.7) Não Caso positivo, que tipos de métodos são empregados? IX _____________________________________________ 4.8) Quais são na sua opinião os índices de country-risk para os seguintes Argentina: Brasil: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) México: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) China: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Coréia do Sul (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Taiwan: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) França: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Rússia: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) República Tcheca: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) 4.9) países? A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima? Sim Não 4.10) Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados? Sim Não 4.11) Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos? Investimentos acima da média dos últimos 5 anos. Manutenção do nível dos últimos 5 anos. Investimento abaixo da média dos últimos cinco anos. Nenhum investimento. X 4.12) Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 4.13) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio de sua empresa no Brasil nos últimos cinco anos: 1997: ___________________________ 1996: ___________________________ 1995: ___________________________ 1994: ___________________________ 1993: ___________________________ 4.14) Para finalidades acadêmicas gostaríamos de obter os balanços de sua empresa relativos aos últimos cinco anos, tanto consolidado a nível mundial como para o Brasil. Gostaríamos de ressaltar nossos agradecimentos pelo esforço e o tempo dedicado por V.Sa no preenchimento deste questionário. Para pequenos esclarecimentos de dúvidas que possam surgir, caso o(a) Senhor(a) deseje, favor indicar, a seguir, seu nome, telefone, fax e/ou e-mail: XI Nome: _______________________________________ Tel: ____________________ Fax: ____________________ e-mail: _______________________@_________________ Para quaisquer esclarecimentos favor se dirigir à seguinte referência: Prof.Paulo Pfeil Universität Tübingen Institut für Politikwissenschaft c/o: Prof.Dr.Andreas Boeckh Melanchthonstraße 36 72074 Tübingen Tel: 07071-29 75907 Fax: 07071-29 2417 e-mail: [email protected] XII SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL Questionário O questionário abaixo é composto de uma série de perguntas relativas às estratégias gerais de investimentos alemães a nível mundial, bem como no caso particular do Brasil. Estas perguntas deverão ser respondidas por extenso ou sob a forma de múltipla escolha. As informações e dados isolados das empresas, constantes neste questionário, serão tratados e mantidos de forma confidencial. Os resultados desta pesquisa, a serem divulgados apenas de forma agregada, se encontrarão à disposição das empresas que estão participando deste estudo. Número do questionário a ser preenchido: _______ 1) Informações Gerais Sobre a Empresa: 1.1) Número total de funcionários (a nível mundial): ______________________________________ 1.2) Setor, no qual a empresa atua: Automotivo Químico/Farmacêutico 1.3) Financeiro Há quanto tempo esta empresa atua neste setor? _________ IV 1.4) Em quais países esta empresa está representada? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 2) Informações Sobre a Empresa no Brasil (Se for o caso): 2.1) Cidade no Brasil onde se localiza sua sede: _______________________________________ 2.2) Número total de funcionários: ____________________________ 2.3) Há quanto tempo esta empresa atua no Brasil? ______________ 3) Política e Estratégia Mundial da Empresa: 3.1) Faturamento médio anual da empresa, a nível mundial (em US$): ____________________________________________________ 3.2) Investimento médio anual da empresa, a nível mundial, nos últimos cinco anos (em US$): ______________________________________________________ 3.3) Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): V Afinidades culturais com os países, onde deverá ser feito o investimento. Estratégia de diversificação de risco. Pressionado pela globalização. Incentivos por parte do governo alemão. Incentivos por parte do governo estrangeiro. Política da empresa. Base para a incorporação de novos mercados. Proximidade das filiais de seus concorrentes. Maior margem de lucro do que na Alemanha. Outros (Favor completar): ____________________________________ 3.4) Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar sua empresa a investir no exterior? Sim 3.5) Não Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3.6) Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): VI Baixa taxa de inflação. Pequeno déficit na balança comercial. Baixas taxas reais de juros. Pequena probabilidade de uma desvalorização cambial. Alto nível de reservas cambiais. Outros (Favor completar):____________________________________. 3.7) Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): Valor Presente Líquido (VPL). Taxa Interna de Retorno (TIR). Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back). Outros (Favor completar):_____________________________________ 3.8) Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) ? Custo médio ponderado de capital (Relação entre os capitais próprios e de terceiros). CAPM (Capital Asset Pricing Model). Arbitrado. Outros (Favor completar): ____________________________________ 3.9) Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa? Capital Próprio Capital de Terceiros % % VII 3.10) Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa? Obtenção de recursos na Alemanha para financiamento de projeto no exterior. Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido. Obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos. Outros (Favor completar):_____________________________________ 3.11) De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio? Aquisição de recursos no mercado acionário alemão para financiamento de projeto no exterior. Aquisição de recursos no mercado acionário onde deverá se situar o projeto. Aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país. Outros (Favor completar):_____________________________________ 3.12) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio de sua empresa a nível mundial nos últimos cinco anos: 1997: _____________________ 1996: _____________________ 1995: _____________________ 1994: _____________________ 1993: _____________________ 4) Política de Investimento da Empresa no Brasil: 4.1) Faturamento médio anual da empresa, no Brasil (em US$): Até US$ 1 bilhão Superior a US$ 1 bilhão. VIII 4.2) Investimento médio anual da empresa, no Brasil (em US$): ___________________________________________________ 4.3) Percentual do faturamento no Brasil em relação ao faturamento global da empresa, no setor correspondente: _______________________________________________ 4.4) Percentual do investimento no Brasil em relação ao investimento global da empresa, no setor correspondente: _______________________________________________ 4.5) Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). Alteração na Constituição, que permite a possibilidade de quebra de monopólio e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional. O novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável. A credibilidade e competência do Presidente da República. A possível facilidade de remessa de lucros. Subvenções governamentais no Brasil. Entrada para o mercado da América do Sul. 4.6) Outros (Favor completar): ____________________________________ Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil? Sim 4.7) Não Caso positivo, que tipos de métodos são empregados? IX _____________________________________________ 4.8) Quais são na sua opinião os índices de country-risk para os seguintes Argentina: Brasil: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) México: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) China: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Coréia do Sul (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Taiwan: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) França: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Rússia: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) República Tcheca: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) 4.9) países? A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima? Sim Não 4.10) Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados? Sim Não 4.11) Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos? Investimentos acima da média dos últimos 5 anos. Manutenção do nível dos últimos 5 anos. Investimento abaixo da média dos últimos cinco anos. Nenhum investimento. X 4.12) Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 4.13) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio de sua empresa no Brasil nos últimos cinco anos: 1997: ___________________________ 1996: ___________________________ 1995: ___________________________ 1994: ___________________________ 1993: ___________________________ 4.14) Para finalidades acadêmicas gostaríamos de obter os balanços de sua empresa relativos aos últimos cinco anos, tanto consolidado a nível mundial como para o Brasil. Gostaríamos de ressaltar nossos agradecimentos pelo esforço e o tempo dedicado por V.Sa no preenchimento deste questionário. Para pequenos esclarecimentos de dúvidas que possam surgir, caso o(a) Senhor(a) deseje, favor indicar, a seguir, seu nome, telefone, fax e/ou e-mail: XI Nome: _______________________________________ Tel: ____________________ Fax: ____________________ e-mail: _______________________@_________________ Para quaisquer esclarecimentos favor se dirigir à seguinte referência: Prof.Paulo Pfeil Universität Tübingen Institut für Politikwissenschaft c/o: Prof.Dr.Andreas Boeckh Melanchthonstraße 36 72074 Tübingen Tel: 07071-29 75907 Fax: 07071-29 2417 e-mail: [email protected] XII SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL Fragebogen Der nachfolgende Fragebogen enthält eine Reihe von Fragen bezüglich der allgemeinen Strategie deutscher Investitionen in der Welt und speziell in Brasilien. Dieses Formular enthält Fragen, die entweder durch Ankreuzen einer oder mehrerer Optionen oder etwas ausführlicher beantwortet werden sollten. Die Angaben, die die Unternehmen machen, werden selbstverständlich vertraulich behandelt. Die Ergebnisse dieser Studie, die nur in zusammengefaßter Form veröffentlicht werden sollen, werden den Firmen, die an dieser Studie teilnehmen, zur Verfügung gestellt werden. Nr. des ausgefüllten Fragebogens: _______ 1) Allgemeine Angaben über das Unternehmen: 1.1) Gesamtzahl der Angestellten (weltweit): _____________________________________________________________ 1.2) Sektor, in dem das Unternehmen tätig ist: Automobilbau Chemie/Pharmazie Finanz 1.3) Wie lange ist das Unternehmen auf diesem Sektor tätig? _________ XIII 1.4) In welchen Ländern ist es vertreten? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 2) Angaben über das Unternehmen in Brasilien (falls zutreffend): 2.1) Stadt in Brasilien, in der der Sitz des Unternehmens ist: _______________________________________ 2.2) Gesamtzahl der Beschäftigten: _____________________________________ 2.3) Seit wann ist das Unternehmen in Brasilien tätig? ______________ 3) Politik und Strategie des Unternehmens weltweit: 3.1) Durchschnittlicher Jahresumsatz des Unternehmen weltweit (in US$): __________________________________________________________ 3.2) Durchschnittliche jährliche Investitionen des Unternehmens in den letzten 5 Jahren (in US$): __________________________________________________________ 3.3) Bitte nennen Sie in der Reihenfolge 5 Faktoren der Wichtigkeit (Bedeutung), die XIV deutsche Unternehmen motivieren, im Ausland zu investieren. (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig): Kulturelle Affinität mit den Ländern, wo neu investiert wird. Strategie zur Risikoverteilung. Zwang zur Globalisierung. Anreize seitens der deutschen Bundesregierung. Anreize seitens der ausländischen Regierung. Unternehmenspolitik. Brückenkopf zur Erschließung neuer Märkte. Nähe zu den Niederlassungen von Konkurrenten. Höhere Gewinnspannen als in Deutschland. Andere (Bitte ausfüllen):______________________________________ 3.4) Gibt es politisch- strategische Anreize seitens der deutschen Bundesregierung, die Ihr Unternehmen zu Auslandsinvestitionen veranlassen können? Ja 3.5) Nein Falls ja, welche Art von Unterstützungen könnte Ihr Unternehmen von der Bundesregierung bekommen? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3.6) Welche sind Ihrer Meinung nach Merkmale für die wirtschaftliche Stabilität in XV einem Land? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig). Niedrige Inflationsrate. Geringes Defizit in der Handelsbilanz. Niedrige reale Zinssätze. Geringe Wahrscheinlichkeit einer Abwertung der Währung. Hohe Außenhandelsreserven. Andere (bitte ausfüllen):______________________________________. 3.7) Welche Wirtschafts- und Finanzindikatoren nutzt Ihr Unternehmen für mögliche Auslandsinvestitionen? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 4 am wenigsten wichtig). Die Kapitalwertmethode (Net Present Value). Die Interne Zinssatz-Methode (Internal Rate of Return). Die Amortisationszeit (Pay-Back). Andere (bitte ausfüllen):______________________________________ 3.8) Falls bei der vorhergehenden Frage die Kapitalwertmethode den wichtigsten Stellenwert erhielt, welches Kriterium wird von Ihrem Unternehmen für den Diskontierungszinsatz (discount rate) ausgewählt? Abgewogene Durchschnittskosten des Kapitals (Der Anteil von Eigenund Fremdkapital). CAPM (Capital Asset Pricing Model). Nach Gutdünken. Andere (bitte ausfüllen):______________________________________ 3.9) Wie setzt sich der Eigen- und Fremdkapitalanteil in Ihrem Unternehmen zusammen? XVI SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL Fragebogen Der nachfolgende Fragebogen enthält eine Reihe von Fragen bezüglich der allgemeinen Strategie deutscher Investitionen in der Welt und speziell in Brasilien. Dieses Formular enthält Fragen, die entweder durch Ankreuzen einer oder mehrerer Optionen oder etwas ausführlicher beantwortet werden sollten. Die Angaben, die die Unternehmen machen, werden selbstverständlich vertraulich behandelt. Die Ergebnisse dieser Studie, die nur in zusammengefaßter Form veröffentlicht werden sollen, werden den Firmen, die an dieser Studie teilnehmen, zur Verfügung gestellt werden. Nr. des ausgefüllten Fragebogens: _______ 1) Allgemeine Angaben über das Unternehmen: 1.1) Gesamtzahl der Angestellten (weltweit): _____________________________________________________________ 1.2) Sektor, in dem das Unternehmen tätig ist: Automobilbau Chemie/Pharmazie Finanz 1.3) Wie lange ist das Unternehmen auf diesem Sektor tätig? _________ XIII 1.4) In welchen Ländern ist es vertreten? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 2) Angaben über das Unternehmen in Brasilien (falls zutreffend): 2.1) Stadt in Brasilien, in der der Sitz des Unternehmens ist: _______________________________________ 2.2) Gesamtzahl der Beschäftigten: _____________________________________ 2.3) Seit wann ist das Unternehmen in Brasilien tätig? ______________ 3) Politik und Strategie des Unternehmens weltweit: 3.1) Durchschnittlicher Jahresumsatz des Unternehmen weltweit (in US$): __________________________________________________________ 3.2) Durchschnittliche jährliche Investitionen des Unternehmens in den letzten 5 Jahren (in US$): __________________________________________________________ 3.3) Bitte nennen Sie in der Reihenfolge 5 Faktoren der Wichtigkeit (Bedeutung), die XIV deutsche Unternehmen motivieren, im Ausland zu investieren. (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig): Kulturelle Affinität mit den Ländern, wo neu investiert wird. Strategie zur Risikoverteilung. Zwang zur Globalisierung. Anreize seitens der deutschen Bundesregierung. Anreize seitens der ausländischen Regierung. Unternehmenspolitik. Brückenkopf zur Erschließung neuer Märkte. Nähe zu den Niederlassungen von Konkurrenten. Höhere Gewinnspannen als in Deutschland. Andere (Bitte ausfüllen):______________________________________ 3.4) Gibt es politisch- strategische Anreize seitens der deutschen Bundesregierung, die Ihr Unternehmen zu Auslandsinvestitionen veranlassen können? Ja 3.5) Nein Falls ja, welche Art von Unterstützungen könnte Ihr Unternehmen von der Bundesregierung bekommen? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3.6) Welche sind Ihrer Meinung nach Merkmale für die wirtschaftliche Stabilität in XV einem Land? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig). Niedrige Inflationsrate. Geringes Defizit in der Handelsbilanz. Niedrige reale Zinssätze. Geringe Wahrscheinlichkeit einer Abwertung der Währung. Hohe Außenhandelsreserven. Andere (bitte ausfüllen):______________________________________. 3.7) Welche Wirtschafts- und Finanzindikatoren nutzt Ihr Unternehmen für mögliche Auslandsinvestitionen? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 4 am wenigsten wichtig). Die Kapitalwertmethode (Net Present Value). Die Interne Zinssatz-Methode (Internal Rate of Return). Die Amortisationszeit (Pay-Back). Andere (bitte ausfüllen):______________________________________ 3.8) Falls bei der vorhergehenden Frage die Kapitalwertmethode den wichtigsten Stellenwert erhielt, welches Kriterium wird von Ihrem Unternehmen für den Diskontierungszinsatz (discount rate) ausgewählt? Abgewogene Durchschnittskosten des Kapitals (Der Anteil von Eigenund Fremdkapital). CAPM (Capital Asset Pricing Model). Nach Gutdünken. Andere (bitte ausfüllen):______________________________________ 3.9) Wie setzt sich der Eigen- und Fremdkapitalanteil in Ihrem Unternehmen zusammen? XVI Eigenkapital Fremdkapital % % 3.10) Welche Art von Fremdkapital bevorzugt Ihr Unternehmen? Beschaffung von Mitteln in Deutschland zur Projektfinanzierung im Ausland. Kreditaufnahme in dem Land, wo ein Projekt geplant ist. Kreditaufnahme auf dem internationalen Finanzmarkt, wo die Kosten am niedrigsten sind. Andere (bitte ausfüllen): ______________________________________ 3.11) Welche Art der Erweiterung des Eigenkapitals bevorzugt Ihr Unternehmen? Beschaffung von Mitteln über den deutschen Aktienmarkt zur Projektfinanzierung im Ausland. Beschaffung von Mitteln über den Aktienmarkt des Projektlandes. Beschaffung von Mitteln über Aktienmärkte beliebiger Drittländer. Andere (bitte ausfüllen): ______________________________________ 3.12) Bitte geben Sie das Verhältnis zwischen Nettogewinn nach Steuer und Eigenkapital Ihres Unternehmens weltweit in den letzten 5 Jahren an: 1997: _____________________ 1996: _____________________ 1995: _____________________ 1994: _____________________ 1993: _____________________ XVII 4) Investitionspolitik des Unternehmens in Brasilien: 4.1) Durchschnittlicher Jahresumsatz des Unternehmens in Brasilien (falls zutreffend): Bis U$ 1 Milliarde 4.2) Mehr als U$S 1 Milliarde Durchschnittliche jährliche Investitionen des Unternehmens in Brasilien (falls zutreffend, in US$): ___________________________________________________ 4.3) Anteil des in Brasilien erzielten Jahresumsatzes am Gesamtumsatz des Unternehmens im entsprechenden Unternehmensbereich: _______________________________________________ 4.4) Anteil der in Brasilien getätigten Investitionen an den Gesamtinvestitionen des Unternehmens im entsprechenden Unternehmensbereich: _______________________________________________ 4.5) Bitte nennen Sie die grundlegenden Faktoren, die Ihr Unternehmen zu neuen Investitionen in Brasilien bewegen könnten. (Bewertung der Kriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig). Möglichkeit durch die Änderung in der brasilianischen Verfassung, die den Abbau von Monopolen und die Gleichheit von brasilianischen und ausländischen Unternehmen erlaubt. Das neue makroökonomische Umfeld mit niedriger Inflation und stabilen Wachstumsraten. Die Vertrauenswürdigkeit und Kompetenz des Staatspräsidenten. Der leicht mögliche Transfer von Gewinnen. Staatliche Subventionen in Brasilien. Zugang zum südamerikanischen Markt. 4.6) Andere (bitte ausfüllen):______________________________________ Macht Ihr Unternehmen eine Country-Risk-Abschätzung für Brasilien? XVIII Ja 4.7) Nein Falls ja, welche Methoden verwenden Sie dafür? __________________________________________________________ 4.8) Welches sind Ihrer Meinung nach die Country-Risks für die folgenden Länder? Argentinien: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Brasilien: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Mexiko: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) China: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Südkorea: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Taiwan: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Frankreich: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Rußland: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Tschech. Republik: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) 4.9) Hat die gegenwärtige Krise Risikoeinschätzung beeinflußt? Ja im asiatischen Raum Ihre obige Nein 4.10) Falls ja: Gehen Sie davon aus, daß dies das Investitionsverhalten Ihrer Firma mittel- oder langfristig zugunsten der genannten lateinamerikanischen Länder verändern wird? Ja Nein 4.11) Wie schätzen Sie die Bereitschaft Ihres Unternehmens ein, Investitionen in Brasilien innerhalb der nächsten 5 Jahre zu tätigen? XIX Investition über dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre. Beibehaltung des Niveaus der letzten 5 Jahre. Investition unter dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre. Keine. 4.12) Was sind Ihrer Meinung nach die Gründe für die noch geringe Beteiligung deutscher Kapitalanleger am Prozeß der derzeitigen Privatisierung von brasilianischen Staatsunternehmen? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 4.13) Bitte geben Sie das Verhältnis zwischen Nettogewinn nach Steuer Eigenkapital Ihres Unternehmens in Brasilien in den letzten 5 Jahren an: und 1997: ___________________________ 1996: ___________________________ 1995: ___________________________ 1994: ___________________________ 1993: ___________________________ 4.14) Für wissenschaftliche Zwecke hätten wir gern - falls möglich - die Bilanz Ihres Unternehmens während der letzten 5 Jahre weltweit und speziell in Brasilien. XX Für die Mühe und die Zeit, die Sie in die Beantwortung dieses Bogens gesteckt haben, möchten wir Ihnen ausdrücklich danken. Sollten Sie darüber hinaus bereit sein, bei möglicherweise entstehenden Fragen für eine kurze Rückfrage zur Verfügung zu stehen, geben Sie bitte nachstehend Ihre Namen, Telefon- und Faxnummer (und/oder e-mail) an. Namen: _______________________________________ Telefon: ____________________ Fax: ____________________ e-mail: _______________________@_________________ Bei Rückfragen wenden Sie sich bitte an: Prof.Paulo Pfeil Universität Tübingen Institut für Politikwissenschaft c/o: Prof.Dr.Andreas Boeckh Melanchthonstraße 36 72074 Tübingen Tel: 07071-29 75907 Fax: 07071-29 2417 e-mail: [email protected] XXI Perguntas Selecionadas do Questionário 1) Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): A) Afinidades culturais com os países, onde deverá ser feito o investimento. B) Estratégia de diversificação de risco. C) Pressionado pela globalização. D) Incentivos por parte do governo alemão. E) Incentivos por parte do governo estrangeiro. F) Política da empresa. G) Base para a incorporação de novos mercados. H) Proximidade das filiais de seus concorrentes. I) Maior margem de lucro do que na Alemanha. J) Outros (Favor completar): ____________________________________ 2) Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar sua empresa a investir no exterior? Sim 3) Não Caso afirmativo, que tipo de apoio poderia sua empresa receber do governo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ XXII 4) Na sua opinião quais os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante): A) Baixa taxa de inflação. B) Pequeno déficit na balança comercial. C) Baixas taxas reais de juros. D) Pequena probabilidade de uma desvalorização cambial. E) Alto nível de reservas cambiais. F) Outros (Favor completar):____________________________________. 5) Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos importante): A) Valor Presente Líquido (VPL). B) Taxa Interna de Retorno (TIR). C) Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back). D) Outros (Favor completar):_____________________________________ 6) Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) ? A) Custo médio ponderado de capital (Relação entre os capitais próprios e de terceiros). B) CAPM (Capital Asset Pricing Model). C) Arbitrado. D) Outros (Favor completar): ____________________________________ 7) Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa? XXIII Capital Próprio % Capital de Terceiros % 8) Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa? A) Obtenção de recursos na Alemanha para financiamento de projeto no exterior. B) Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido. C) Obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos. D) Outros (Favor completar):_____________________________________ 9) De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio? A) Aquisição de recursos no mercado acionário alemão para financiamento de projeto no exterior. B) Aquisição de recursos no mercado acionário onde deverá se situar o projeto. C) Aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país. D) Outros (Favor completar):_____________________________________ XXIV 10) Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). A) Alteração na Constituição, que permite a possibilidade de quebra de monopólio e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional. B) O novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável. C) A credibilidade e competência do Presidente da República. D) A possível facilidade de remessa de lucros. E) Subvenções governamentais no Brasil. F) Entrada para o mercado da América do Sul. G) Outros (Favor completar): ____________________________________ 11) Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil? Sim 12) Não Caso positivo, que tipos de métodos são empregados? _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 13) Quais são na sua opinião os índices de country-risk para os seguintes países? XXV Argentina: Brasil: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) México: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) China: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Coréia do Sul (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Taiwan: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) França: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) Rússia: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) República Tcheca: (Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco) 14) A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima? Sim 15) Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados? Sim 16) Não Não Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos? XXVI A) Investimentos acima da média dos últimos 5 anos. B) Manutenção do nível dos últimos 5 anos. C) Investimento abaixo da média dos últimos cinco anos. D) Nenhum investimento. 17) Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ XXVII Ausgewählte Fragen vom Fragebogen 1) Bitte nennen Sie in der Reihenfolge 5 Faktoren der Wichtigkeit (Bedeutung), die deutsche Unternehmen motivieren, im Ausland zu investieren. (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig): A) Kulturelle Affinität mit den Ländern, wo neu investiert wird. B) Strategie zur Risikoverteilung. C) Zwang zur Globalisierung. D) Anreize seitens der deutschen Bundesregierung. E) Anreize seitens der ausländischen Regierung. F) Unternehmenspolitik. G) Brückenkopf zur Erschließung neuer Märkte. H) Nähe zu den Niederlassungen von Konkurrenten. I) Höhere Gewinnspannen als in Deutschland. J) Andere (Bitte ausfüllen):_____________________________________ 2) Gibt es politisch- strategische Anreize seitens der deutschen Bundesregierung, die Ihr Unternehmen zu Auslandsinvestitionen veranlassen können? Ja 3) Nein Falls ja, welche Art von Unterstützungen könnte Ihr Unternehmen von der Bundesregierung bekommen? ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ 4) Welche sind Ihrer Meinung nach Merkmale für die wirtschaftliche Stabilität in XXVIII einem Land? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig). A) Niedrige Inflationsrate. B) Geringes Defizit in der Handelsbilanz. C) Niedrige reale Zinssätze. D) Geringe Wahrscheinlichkeit einer Abwertung der Währung. E) Hohe Außenhandelsreserven. F) Andere (bitte ausfüllen):____________________________________ 5) Welche Wirtschafts- und Finanzindikatoren nutzt Ihr Unternehmen für mögliche Auslandsinvestitionen? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 4 am wenigsten wichtig). A) Die Kapitalwertmethode (Net Present Value). B) Die Interne Zinssatz-Methode (Internal Rate of Return). C) Die Amortisationszeit (Pay-Back). D) Andere (bitte ausfüllen):_____________________________________ 6) Falls bei der vorhergehenden Frage die Kapitalwertmethode den wichtigsten Stellenwert erhielt, welches Kriterium wird von Ihrem Unternehmen für den Diskontierungszinsatz (discount rate) ausgewählt? A) Abgewogene Durchschnittskosten des Kapitals (Der Anteil von Eigen- und Fremdkapital). B) CAPM (Capital Asset Pricing Model). C) Nach Gutdünken. D) Andere (bitte ausfüllen)_____________________________________ 7) Wie setzt sich der Eigen- und Fremdkapitalanteil in Ihrem zusammen? Unternehmen XXIX Eigenkapital % Fremdkapital % 8) Welche Art von Fremdkapital bevorzugt Ihr Unternehmen? A) Beschaffung von Mitteln in Deutschland zur Projektfinanzierung im Ausland. B) Kreditaufnahme in dem Land, wo ein Projekt geplant ist. C) Kreditaufnahme auf dem internationalen Finanzmarkt, wo die Kosten am niedrigsten sind. D) Andere (bitte ausfüllen): ____________________________________ 9) Welche Art der Erweiterung des Eigenkapital bevorzugt Ihr Unternehmen? A) Beschaffung von Mitteln über den deutschen Aktienmarkt zur Projektfinanzierung im Ausland. B) Beschaffung von Mitteln über den Aktienmarkt des Projektlandes. C) Beschaffung von Mitteln über Aktienmärkte beliebiger Drittländer. D) Andere (bitte ausfüllen): ____________________________________ 10) Bitte nennen Sie die grundlegenden Faktoren, die Ihr Unternehmen zu neuen Investitionen in Brasilien bewegen könnten. (Bewertung der Kriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig). XXX A) Möglichkeit durch die Änderung in der brasilianischen Verfassung, die den Abbau von Monopolen und die Gleichheit von brasilianischen und ausländischen Unternehmen erlaubt. B) Das neue makroökonomische Umfeld mit niedriger Inflation und stabilen Wachstumsraten. C) Die Vertrauenswürdigkeit und Kompetenz des Staatspräsidenten. D) Der leicht mögliche Transfer von Gewinnen. E) Staatliche Subventionen in Brasilien. F) Zugang zum südamerikanischen Markt. G) Andere (bitte ausfüllen):_____________________________________ 11) Macht Ihr Unternehmen eine Country-Risk-Abschätzung für Brasilien? Ja 12) Nein Falls ja, welche Methoden verwenden Sie dafür? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 13) Welches sind Ihrer Meinung nach die Country-Risks für die folgenden Länder? XXXI Argentinien: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Brasilien: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Mexiko: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) China: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Südkorea: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Taiwan: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Frankreich: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Rußland: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) Tschech. Republik: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko) 14) Hat die gegenwärtige Krise Risikoeinschätzung beeinflußt? Ja 15) asiatischen Raum Ihre obige Nein Falls ja: Gehen Sie davon aus, daß dies das Investitionsverhalten Ihrer Firma mittel- oder langfristig zugunsten der genannten lateinamerikanischen Länder verändern wird? Ja 16) im Nein Wie schätzen Sie die Bereitschaft Ihres Unternehmens ein, Investitionen in Brasilien innerhalb der nächsten 5 Jahre zu tätigen? XXXII A) Investition über dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre. B) Beibehaltung des Niveaus der letzten 5 Jahre. C) Investition unter dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre. D) Keine. 17) Was sind Ihrer Meinung nach die Gründe für die noch geringe Beteiligung deutscher Kapitalanleger am Prozeß der derzeitigen Privatisierung von brasilianischen Staatsunternehmen? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ XXXIII TABULAÇÃO DAS PERGUNTAS SELECIONADAS DO QUESTIONÁRIO I - SETOR AUTOMOTIVO ALEMÃO 1 - Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). Montadoras Alternativas A A1 A2 A3 A4 A5 % Ponderado Colocação B 5 4 6,81 - C 5 4 3 9,08 4o D 3 1 2 2 2 18,15 2o E 5 4,54 - F 4 5 2 10,59 - G 2 3 3 1 3 16,34 3o H 1 2 1 2 1 20,88 1o I 4 4 4 9,08 4o J 5 5 4,54 - - Devido ao tamanho da amostra e por se tratar de uma avaliação qualitativa, foram aceitos e ponderados normalmente as avaliações de empresas para mais de uma alternativa. Tal procedimento foi aplicado a casos semelhantes ao longo desta avaliação dos setores automobilístico, bancário e químico-farmacêutico. Tabulação da Pergunta 1: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G H I J Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 0 0 1 0 0 1 3 0 0 0 0 0 3 0 1 1 2 0 0 0 0 1 1 0 0 3 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 3 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 2 0 Pontos 3 6 20 1 7 18 23 6 2 0 Votantes 2 3 5 1 3 5 5 3 2 0 Valor Ponderado Percentagem 1,50 2,00 4,00 1,00 2,33 3,60 4,60 2,00 1,00 - 6,81 9,08 18,15 4,54 10,59 16,34 20,88 9,08 4,54 - 22,03 Ordem 4o 2o 3o 1o 4o - 100,00 2 - Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar sua empresa a investir no exterior? Montadoras Alternativas Sim A1 A2 A3 A4 A5 No de Votos Não X X 1 X X X 4 XXXIV 3 - Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo? Montadoras Métodos Empregados A1 A2 A3 A4 A5 Não se aplica Seguro-Exportação Hermes Não se aplica Não se aplica Não se aplica 4 - Na sua opinião, quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). Montadoras A1 A2 A3 A4 A5 % Ponderado Colocação Alternativas A B 2 5 1 4 1 4 3 13,19 17,31 3o C D 3 3 2 5 13,60 5o E 1 2 5 2 1 18,80 2o F 2 2 19,79 1o 4 1 17,31 3o Tabulação da Pergunta 4: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F Total ⇒ 5 4 3 2 1 1o 2o 3o 4o 5o 0 2 2 2 0 1 1 0 1 2 2 0 0 1 2 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 Pontos Votantes 8 14 11 19 8 2 3 4 4 5 2 1 Valor Ponderado Percentagem (%) 2,67 3,50 2,75 3,80 4,00 3,50 18,72 13,19 17,31 13,60 18,80 19,79 17,31 100,00 Ordem 3o 4o 2o 1o 3o 5 - Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos importante). Montadoras Alternativas A A1 A2 A3 A4 A5 % Ponderado Colocação B X 3 17,03 4o C 1 X 1 1 27,44 2o D 1 2 2 25,44 3o 1 30,28 1o O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as alternativas com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído neste caso, a cada alternativa escolhida, um peso igual a 4. XXXV Tabulação da Pergunta 5: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 4 3 2,5 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D Total ⇒ 1o 2o X 3o 4o 0 3 1 1 0 1 2 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Pontos Votantes 4,5 14,5 10 4 2 4 3 1 Valor Ponderado Percentagem (%) 2,25 3,63 3,33 4,00 13,21 17,03 27,44 25,24 30,28 100,00 Ordem 4o 2o 3o 1o 6 - Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) ? Montadoras Alternativas A B N/A N/A N/A N/A A1 A2 A3 A4 A5 C N/A N/A N/A N/A D N/A N/A N/A N/A N/A Próprio N/A N/A N/A N/A: Não se aplica 7- Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa? Montadoras Relação A1 A2 A3 A4 A5 Capital Próprio (%) 42,40* 33,70** 30,00 42,40* 28,00 Capital de Terceiros (%) 57,60 66,30 70,00 57,60 72,00 (*) Valor calculado diretamente de seu Relatório Financeiro de 1997 (**) Valor calculado diretamente de seu Relatório Financeiro de 1996 8 - Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa? Montadoras Alternativas A A1 A2 A3 A4 A5 No de Votos Colocação B X X N/R 2 2o C X X X N/R 3 1o D X N/R X 2 2o N/R - N/R: Não respondeu XXXVI 9 - De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio? Montadoras Alternativas A B X X X N/R X 4 10 A1 A2 A3 A4 A5 No de Votos Colocação C N/R - D X N/R 1 20 N/R - N/R: Não respondeu 10 - Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para novos investimentos no Brasil (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos importante). Montadoras Alternativas A B 3 5 5 7,31 - A1 A2 A3 A4 A5 % Ponderado Colocação C 1 2 3 4 1 16,67 3o D 5 5 3 19,74 1o E 4 4 4 3 9,87 - F 3 6 2 2 4 14,25 5o G 4 1 1 2 2 17,54 2o 2 5 1 14,62 4o Tabulação da Pergunta 10: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 0 2 3 0 0 2 1 0 1 0 0 2 2 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 0 3 1 1 0 2 0 0 0 0 0 1 Pontos Votantes 5 19 18 9 13 20 10 3 5 4 4 4 5 3 Valor Ponderado 1,67 3,80 4,50 2,25 3,25 4,00 3,33 22,80 Percentagem (%) 7,31 16,67 19,74 9,87 14,25 17,54 14,62 100,00 Ordem 3o 1o 5o 2o 4o XXXVII 11- Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil? Montadoras A1 A2 A3 A4 A5 No de Votos Alternativas Sim X X X X 4 Não X 1 12 - Caso positivo, que tipos de métodos são empregados? Montadoras Métodos Empregados A1 A2 A3 A4 A5 Não respondeu Método próprio Institutos especializados Banco Mundial N/A N/A: Não se aplica 13 - Quais são, na sua opinião, os índices de country-risk para os seguintes países? Montadoras A1 A2 A3 A4 A5 Somatório das Notas Colocação Países Notas de Zero a 10 A B C 4 5 5 7 7 9 7 7 5 7 28 35 4o 7o Argentina Brasil D E F G H I 4 7 9 8 7 35 5 3 8 9 9 34 7 5 6 9 6 33 5 2 5 6 3 21 3 1 2 2 1 9 8 5 10 10 9 42 6 5 7 5 2 25 7o 6o 5o 2o 1o 9o 3o México China C. Sul Taiwan França Rússia R.Tcheca 14 - A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima? Montadoras A1 A2 A3 A4 A5 No de Votos Alternativas Sim Não X X X X X 4 1 XXXVIII 15 - Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados? Montadoras A1 A2 A3 A4 A5 Alternativas Sim Não X (Business as usual1) X (Mercados totalmente diferentes. Além disto, pelo volume de negócios envolvidos a preocupação é pelo longo prazo) N/A N/A X X N/A: Não se aplica 16 - Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos? Montadoras A1 A2 A3 A4 A5 No de Votos Colocação Alternativas A B X X X X 3 1o 1 2o C D 0 - X 1 2o 17 - Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras? Montadoras A1 A2 A3 A4 A5 Processo de Privatização Falta de disponibilidade de recursos, já aplicados no Leste Europeu, Ásia e Pacífico; Ausência de uma transparência devida, burocracia; Influência do passado, onde tudo era possível. Falta de experiência; Risco financeiro (Bill of Operation2) Do ponto de vista da empresa, inflexibilidade da mão de obra. Não soube responder (“Ich weiss es nicht3 “). Condições instáveis da economia como um todo (Alfândega, licenças, etc., se alteram de forma imprevisível). 1 Negócios como de costume Regra de operação 3 “Isto eu não sei” 2 XXXIX 2 - SETOR BANCÁRIO ALEMÃO 1- Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior (Critério de avaliação: No 1 mais importante, No 5 menos importante). Bancos Alternativas A B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 % Ponderado Colocação B 5 4 5 4 5 3 2 5 6,74 - C 5 X 3 4 4 3 3 2 3 4 3 4 1 3 3 3 5 9,72 - D 2 2 2 X 4 2 3 5 3 1 1 2 3 5 1 4 5 2 2 2 2 1 2 2 4 5 1 12,11 3o E 5 5 3 5 5 5 4,79 - F 4 2 3 4 3 4 4 3 4 5 3 6,21 - G 3 1 X 1 2 5 4 4 3 5 2 3 5 4 5 1 2 1 1 2 2 11,46 4o H 1 3 4 X 2 3 1 3 1 5 2 2 4 3 3 1 1 1 1 1 4 3 4 2 1 4 12,85 2o I 4 5 5 5 4 2 2 4 4 3 5 4 5 7,19 - J 5 5 3 X 5 2 4 3 1 1 2 5 4 2 2 2 2 1 4 3 10,96 5o 1 1 1 1 1 1 17,97 1o O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as alternativas com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído a cada alternativa escolhida um peso igual a 3. XL Tabulação da Pergunta 1: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G H I J Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 0 1 4 0 0 5 9 0 3 6 1 1 11 0 1 5 4 1 6 0 1 8 4 1 4 4 7 1 4 0 2 4 3 0 5 2 5 5 3 0 4 2 4 5 1 4 0 5 4 0 Pontos Votantes 15 43 86 8 19 65 92 22 61 30 8 16 26 6 11 20 25 12 20 6 Valor Ponderado 1,88 2,71 3,37 1,33 1,73 3,19 3,58 2,00 3,05 5,00 27,83 Percentagem Ordem (%) 6,74 9,72 12,11 4,79 6,21 11,46 12,85 7,19 10,96 17,97 100,00 3o 4o 2o 5o 1o 2 - Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar sua empresa a investir no exterior? Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 No de Votos Alternativas Sim Não X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1 27 XLI 3 - Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo? Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 Tipo de Apoio Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Influência indireta BDI4, DIHT5 Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Não se aplica Hermes, DEG6, Deutsches Haus7 4 Bundesverband Deutscher Industrie (Federação Nacional da Indústria Alemã) Deutscher Industrie- und Handelstag (Conselho da Indústria e Comércio Alemão) 6 Deutsche Entwicklungsgesellschaft (Sociedade de Desenvolvimento Alemã) 7 “Casa Alemã” : escritórios de apoio às pequenas e médias empresas no exterior 5 XLII 4 - Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 % Ponderado Colocação Alternativas A B 2 2 1 2 1 2 X X 3 4 3 1 3 4 2 2 3 2 3 1 5 2 3 1 2 2 3 1 2 1 1 2 5 4 1 5 3 4 1 2 1 3 1 2 2 4 1 2 1 2 3 4 2 3 19,39 2o 15,34 4o C D 2 3 5 X 2 4 1 1 2 5 4 4 1 5 1 3 5 1 5 3 4 4 1 4 14,22 5o E 2 4 4 5 2 2 5 5 5 3 4 3 1 3 1 3 3 2 1 3 4 5 5 5 2 1 13,49 - F 2 5 3 X 1 5 1 4 4 4 5 4 5 5 1 4 2 4 2 4 2 4 1 3 3 5 5 16,20 3o 2 1 3 1 1 1 1 1 3 21,36 1o O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as alternativas com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído a cada alternativa escolhida um peso igual a 3. XLIII Tabulação da Pergunta 4: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 12 2 6 4 4 6 8 10 3 5 4 1 6 7 4 6 4 2 1 5 6 4 8 0 1 2 5 7 7 0 Pontos Votantes 113 83 71 73 91 40 28 26 24 26 27 9 Valor Ponderado 4,04 3,19 2,96 2,81 3,37 4,44 20,81 Percentagem (%) 19,39 15,34 14,22 13,49 16,20 21,36 100,00 Ordem 2o 4o 5o 3o 1o 5 - Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos importante). Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 % Ponderado Colocação Alternativas A B C D 1 3 2 1 1 3 2 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 1 N/R N/R N/R N/R 3 1 2 1 N/R N/R N/R N/R 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 1 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 1 2 3 3 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 2 1 3 23,02 23,32 24,20 29,46 4o 3o 2o 1o N/R: Não respondeu XLIV Tabulação da Pergunta 5: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 4 3 3 3 1 1 3 0 3 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pontos Votantes 25 19 23 9 8 6 7 2 Valor Ponderado 3,13 3,17 3,29 4,00 13,58 Percentagem (%) 23,02 23,32 24,20 29,46 100,00 Ordem 4o 3o 2o 1o 6 - Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) ? Bancos Alternativas A B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 Total B N/A N/A X N/A N/A N/A N/A N/A X N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A X 3 C N/A N/A X N/A N/A N/A X N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A X N/A N/A N/A N/A N/A N/A 3 D N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A - N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A - N/A: Responderam na pergunta 5 alternativa diferente de VPL N/R: Não respondeu XLV 7 - Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa? Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 Relação Capital Próprio (%) 4,00 3,00 40,00 3,20 5,77* N/D 3,00 5,87* 4,00 3,10 2,75 2,71* 2,02* 2,50 Capital de Terceiros (%) 96,00 97,00 60,00 96,80 94,23 N/D 97,00 94,13 96,00 96,90 97,25 97,29 97,98 97,50 3,10 4,46* 4,00 5,00 8,00 8,50* 5,00 15,00 6,70 N/D 3,33* 12,00 7,75* 8,00 96,90 95,54 96,00 95,00 92,00 91,50 95,00 95,00 93,30 N/D 96,67 88,00 92,25 92,00 (*) Valor calculado com base no relatório financeiro de 1996 N/D: Não disponível XLVI 8 - Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa? Bancos Alternativas A B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 No de Votos Colocação B - C - X D X X X X X X X X X X X X X X X X X X X N/R N/R X X N/R N/R N/R N/R N/R N/R 6 3o 1 4o X X X X X N/R X X X N/R N/R X N/R X 18 1o N/R N/R N/R N/R 7 2o N/R: Não respondeu XLVII 9 - De que forma sua empresa prefere aumentar o seu capital próprio? Bancos Alternativas A B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B D - - X N/R N/R N/R X N/R N/R X N/R X X N/R N/R X X X X X B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 No de Votos Colocação C X X X X X X X X X X X N/R N/R X N/R 7 2o N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R X N/R 0 - 3 3o 13 1o N/R: Não respondeu XLVIII 10 - Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). 10a - Bancos Alemães em Conjunto Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 %Ponderado Colocação Alternativas A B C D E F G 1 1 4 1 4 2 2 3 5 4 1 2 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 5 1 2 4 3 3 1 5 4 2 4 2 1 3 5 4 2 5 1 3 1 2 3 1 2 3 5 4 2 1 3 5 4 4 3 1 5 2 1 3 2 4 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 1 4 2 5 X 1 5 4 2 3 4 1 5 2 3 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 3 1 2 5 4 3 4 5 2 1 1 1 3 2 4 2 1 2 1 5 4 3 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 4 2 5 3 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 5 2 1 4 3 14,58 20,45 10,50 14,74 6,53 13,75 19,45 4o 1o 3o 5o 2o N/R: Não respondeu O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar a alternativa com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído a cada alternativa escolhida um peso igual a 3. XLIX Tabulação da Pergunta 10a: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 4 11 2 3 0 2 3 3 7 1 5 0 5 1 2 3 3 4 0 5 2 5 0 3 6 2 4 0 2 0 7 1 3 3 0 Pontos Votantes 50 92 36 60 7 56 25 16 21 16 19 5 19 6 Valor Ponderado 3,13 4,38 2,25 3,16 1,40 2,95 4,17 21,43 Percentagem (%) 14,58 20,45 10,50 14,74 6,53 13,75 19,45 100,00 Ordem 4o 1o 3o 5o 2o 10b - Bancos Alemães com Unidades Operativas no Brasil Bancos B1 B2 B3 B4 % Ponderado Colocação Alternativas A B 1 1 2 3 2 N/R N/R 18,00 16,00 2o 4o C D 4 5 N/R 6,00 - 1 4 N/R 14,00 5o E F 4 N/R 8,00 - G 2 1 N/R 18,00 2o 1 N/R 20,00 1o N/R: Não respondeu Tabulação da Pergunta 10b: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Pontos Votantes 9 12 3 7 2 9 5 2 3 2 2 1 2 1 Valor Ponderado 4,50 4,00 1,50 3,50 2,00 4,50 5,00 25,00 Percentagem (%) 18,00 16,00 6,00 14,00 8,00 18,00 20,00 100,00 Ordem 2o 4o 5o 2o 1o L 10c - Bancos Alemães Com Representações no Brasil Bancos B5 B8 B11 B19 B27 B28 % Ponderado Colocação Alternativas A B C D E F G 5 1 2 4 3 4 2 5 1 3 2 1 3 5 4 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 5 2 1 4 3 12,06 27,14 20,10 18,08 6,03 16,58 0,00 5o 1o 2o 3o 4o - N/R: Não respondeu . Tabulação da Pergunta 10c: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 0 2 1 1 0 0 0 1 2 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 1 0 0 2 0 1 0 2 0 1 0 1 0 0 Pontos Votantes 8 18 10 12 1 11 0 4 4 3 4 1 4 0 Valor Ponderado 2,00 4,50 3,33 3,00 1,00 2,75 16,58 Percentagem (%) 12,06 27,14 20,10 18,09 6,03 16,58 100,00 Ordem 5o 1o 2o 3o 4o - 10d - Bancos Alemães Sem Representações no Brasil Bancos B6 B7 B9 B10 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B25 % Colocação Alternativas A B C D E F G 3 1 5 4 2 4 2 1 3 5 1 2 3 1 2 3 5 4 4 3 1 5 2 1 3 2 4 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 1 4 2 5 X 1 5 4 2 3 4 1 5 2 3 3 1 2 5 4 3 4 5 2 1 1 1 3 2 4 2 1 2 1 5 4 3 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 4 2 5 3 1 15,66 21,01 9,92 14,96 6,33 13,14 18,98 3o 1o 4o 5o 2o O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar a alternativa com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequênciarelevância abaixo, foi atribuído a cada alternativa escolhida um peso igual a 3. N/R: Não respondeu . Tabulação da Pergunta 10d: Matriz Frequência-Relevância LI Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 3 8 1 1 0 1 2 1 4 0 5 0 4 1 2 2 3 3 0 2 2 4 0 2 3 1 3 0 0 0 5 1 2 3 0 Pontos Votantes 33 62 23 41 4 36 20 10 14 11 13 3 13 5 Valor Ponderado 3,30 4,43 2,09 3,15 1,33 2,77 4,00 21,08 Percentagem (%) 15,66 21,01 9,92 14,96 6,33 13,14 18,98 100,00 Ordem 3o 1o 4o 5o 2o 11 - Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil? Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 Alternativas Sim X X X N/R X X X X X X X X X X B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 No de Votos Não N/R X X X X X X X X X X X X X X 24 3 N/R: Não respondeu 12 - Caso positivo, que tipos de métodos são empregados? LII Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 Métodos Empregados Diversos métodos. Avaliação de diversos indicadores econômicos. Não respondeu. Não respondeu. Não respondeu. Análise de risco própria e agências de “ratings”. Como base nas avaliações de agências de “ratings”. Método próprio. Processo interno com base em dados econômicos totais. Análise de risco -país própria. Método próprio. Análise de risco própria e agências de “ratings”. Método próprio. Análise de risco -país própria. Não respondeu. Comitê de rating/ países com base em numerosos indicadores. Processo de rating próprio. Não respondeu 2 Thinktanks vis-a-vis avaliação própria. Análise interna do conglomerado das empresas do grupo Modelo de rating. Rating com base em dados econômicos e comportamento político. Critério de rating próprio. Não se aplica, pois não faz análise de risco-Brasil. Não respondeu. Institutional Investors Rating, Ländernanalyse com base em diferentes dados. Não respondeu. Utilização de agências internacionais. LIII 13 - Quais são, na sua opinião, os índices de country-risk para os seguintes países? 13a - Bancos Alemães em Conjunto Bancos Notas de Zero a Dez A B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 Somatório das Notas Colocação Países B C D E F G H I 6 5 7 N/R 5 6 6 N/R 6 7 7 6 7 4 8 8 6 8 5 4 6 7 5 4 6 4 4 5 6 5 8 N/R 5 8 7 N/R 7 8 8 6 8 3 9 8 7 8 7 4 6 7 5 5 6 4 5 5 5 5 6 N/R 4 6 7 N/R 5 5 7 6 8 3 9 7 6 6 4 4 5 7 4 6 6 4 4 5 5 4 7 N/R 8 6 5 N/R 3 3 5 4 5 2 8 5 5 7 10 5 7 8 5 5 5 3 6 5 7 6 4 N/R 8 7 6 N/R 6 5 6 6 6 3 10 5 5 8 10 7 7 7 5 5 6 3 8 5 3 3 4 N/R 4 4 1 N/R 1 2 5 3 6 1 10 4 3 8 10 6 5 2 3 2 3 2 4 5 0 1 2 N/R 0 1 1 N/R 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 7 7 8,5 N/R 7 8 7 N/R 9 7 9 8 9 5 6 10 7 9 10 5 8 9 6 8 8 8 5 6 4 6 7,5 N/R 3 5 4 N/R 3 4 5 4 6 2 3 3 6 6 10 2 7 5 4 6 4 3 5 6 153 165 144 141 161 104 13 196,5 123,5 5o México 4o China 7o C. Sul 2o Taiwan 6o 8o Argentina Brasil 1o França 9o Rússia 3o R.Tcheca N/R: Não respondeu O respondente indicou apenas faixas de notas. Para efeito de ponderação nas respectivas matrizes de freqüência-relevância abaixo foram atribuídas médias das faixas de notas indicadas. Portanto, 8,5 e 7,5 para as respectivas faixas de notas 7-8 e 8-9. LIV 13b - Bancos Alemães com Unidades Operativas no Brasil Bancos B1 B2 B3 B4 Somatório das Notas Colocação Países Notas de Zero a Dez A B C 6 6 5 5 5 5 7 8 6 N/R N/R N/R 18 19 16 6o E F G H I 5 4 7 N/R 16 7 6 4 N/R 17 3 3 4 N/R 10 0 1 2 N/R 3 7 7 8,5 N/R 22,5 4 6 7,5 N/R 18,5 3o 3o 5o 2o 1o 9o 7o México China C. Sul Taiwan 8o Argentina Brasil D França Rússia R.Tcheca N/R: Não respondeu Conforme observado acima, o respondente indicou apenas faixas de notas. Para efeito de ponderação nas respectivas matrizes de freqüência-relevância abaixo foram atribuídas médias das faixas de notas indicadas. Portanto, 8,5 e 7,5 para as respectivas faixas de notas 7-8 e 8-9. 13c - Bancos Alemães com Representações no Brasil Bancos Notas de Zero a Dez A B5 B8 B11 B19 B27 B28 Somatório das Notas Colocação Países B C D E F G H I 5 N/R 7 5 4 5 5 N/R 8 7 5 5 4 N/R 7 4 4 5 8 N/R 5 10 6 5 8 N/R 6 10 8 5 4 N/R 5 10 4 5 0 N/R 0 0 0 0 7 N/R 9 10 5 6 3 N/R 5 10 5 6 26 30 24 34 37 28 0 37 29 2o México 7o China 8o C. Sul 4o Taiwan 3o 6o Argentina Brasil 1o França 8o Rússia 5o R.Tcheca N/R: Não respondeu LV 13d - Bancos Alemães Sem Representações no Brasil Bancos Notas de Zero a Dez A B C 6 8 6 B6 6 7 7 B7 6 7 5 B9 7 8 5 B10 6 6 6 B12 7 8 8 B13 4 3 3 B14 8 9 9 B15 8 8 7 B16 6 7 6 B17 8 8 6 B18 4 4 4 B20 6 6 5 B21 7 7 7 B22 5 5 4 B23 4 5 6 B24 6 6 6 B25 4 4 4 B26 Somatório das 109 116 104 Notas Colocação 7o 8o 5o Países Argentina Brasil México D E 6 5 3 3 4 5 2 8 5 5 7 5 7 8 5 5 5 3 91 4o China F 7 6 6 5 6 6 3 10 5 5 8 7 7 7 5 5 6 3 107 6o C.Sul G 4 1 1 2 3 6 1 10 4 3 8 6 5 2 3 2 3 2 66 H 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 10 2o 1o Taiwan França I 8 7 9 7 8 9 5 6 10 7 9 5 8 9 6 8 8 8 137 5 4 3 4 4 6 2 3 3 6 6 2 7 5 4 6 4 3 77 9o 3o Rússia R.Tcheca 14 - A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima? Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 No de Votos Alternativas Sim Não X X X N/R N/R X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 25 2 N/R: Não respondeu LVI 15 - Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados? Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 No de Votos Alternativas Sim Não X X N/A N/A N/A N/A X X X X X X X X N/A N/A X X X X N/R N/R X X X X X X X X X X 6 19 N/R: Não respondeu N/A: Não se aplica LVII 16 - Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos? Bancos Alternativas A B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B D X X N/R X N/R N/R X N/R N/R N/R N/R N/R N/R X X N/R N/R N/R X X X B12 B13 B14 B15 B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 B26 B27 B28 No de Votos Colocação C X X X X X X X X X X X N/R N/R N/R 7 2o N/R N/R X N/R X N/R N/R N/R N/R N/R N/R 5 3o 0 - 10 1o N/R: Não respondeu LVIII 17- Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatizacao das empresas estatais brasileiras? Bancos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 Alternativas Processo de Privatização Não considera justo se utilizar o termo pouca participação dos investimentos alemães neste processo de privatização, à medida que as empresas alemãs já se encontram em grande número no Brasil; as privatizações estão ocorrendo em setores de infra-estrutura, cujos serviços na Alemanha são fornecidos pelo governo, a nível federal, estadual ou municipal; os alemães tenderiam a uma mentalidade de criadores e/ou de fundadores (Gründermentalität), mas não de gerentes, o que estaria mais de acôrdo com a cultura americana. Baixa disposição para riscos; distância geográfica; falta de experiência nos setores que estão sendo privatizados; imagem desfavorável do Brasil. Preferência “histérica” por títulos (bonds), etc., apesar de que a aquisição de ativos está se tornando mais comum. Não respondeu Insegurança no que diz respeito ao desenvolvimento continuado no Brasil, devido atualmente mais à uma postura pessimista dos alemães. Fora isto, existe grande investimento da economia alemã nas sua filiais existentes. Não respondeu Não respondeu Prioridade dos investidores alemães no seu próprio espaço econômico, mais especificamente no Leste da Europa. Preferência pelos mercados do Leste da Europa, bem como desconhecimento das oportunidades existentes neste processo de privatização no Brasil. Atualmente, uma presença grande dos investidores alemães na própria Alemanha. As empresas estatais brasileiras, a serem privatizadas não correspondem ao interesse das empresas alemãs em termos de opções de produtos. Pequeno porte das empresas médias alemãs diante do tamanho das mega-privatizações no Brasil; nenhuma experiência em privatizações e/ou formação de consórcios empresariais para participar deste processo; orientação dos investidores para o Leste da Europa. Pouco conhecimento do mercado; ambiente econômico inseguro; falta de solução efetiva para o déficit publico e em conta corrente do balanço de pagamento. Além disto, o risco de uma forte desvalorização da moeda, trazendo como conseqüência uma recessão econômica, e por conseguinte, uma desestabilização política interna. Não respondeu Concentração mais forte de investimentos, devido a proximidade geográfica, no Leste da Europa. Com relação mais especificamente ao setor de telecomunicações, a preferencia das empresas alemães tem sido, primeiramente, em participar da privatização deste setor na própria Alemanha, para depois, então, partir para os mercados estrangeiros. Alto risco; avaliação ruim das perspectivas de investimentos. B21 B22 A pouca participação de capitais alemães no processo de privatizações no Brasil se deve muito mais à necessidade de se resolver, primeiramente, os problemas internos, na própria Alemanha, do que à falta de interesse em novos mercados. Alto nível de investimentos alemães no passado; concentração de investimentos no Leste da Alemanha e Europa; motivos estratégicos - os setores privatizados no Brasil não foram de relevância primordial para a indústria alemã. Não respondeu Investimentos alemães já presentes na área produtiva; no setor de serviços, a maioria dos fornecedores alemães vislumbra sua participação no exterior de forma restritiva; foco dos investimentos está voltado para o Leste da Europa e Ásia. Capitais disponíveis já comprometidos. Investimentos já realizados no Leste da Europa e Ásia. Déficit de informações. Protecionismo e como sempre, comportamentos políticos instáveis. Bancos Alternativas B16 B17 B18 B19 B20 LIX B23 B24 B25 B26 B27 B28 Processo de Privatização Investidores potenciais já estão participando do processo de privatizações na própria Alemanha; falta de disposição de investir em um contexto sem regras claras; Trauma de moratória da dívida externa brasileira depois de 1982; após a reunificação da Alemanha, orientação dos investimentos alemãs para o Leste da Alemanha e da Europa. Não respondeu Não respondeu As industrias automotiva, química e de máquinas investem de forma intensiva no Brasil; os investimentos adicionais são mais dependentes das oportunidades de mercado do setor de serviços, tais como o bancário e o segurador. Falta de experiência das empresas alemãs pois os tipos das empresas privatizadas no Brasil são em parte ainda estatais na Alemanha. Disponibilidade de investimentos comprometida com a reunificação da Alemanha; concentração de investimentos nos Estados Unidos e na Europa; pouco conhecimento das mudanças estruturais no Brasil; dúvidas quanto ao desenvolvimento de longo prazo aqui no país. LX III- SETOR QUÍMICO-FARMACÊUTICO 1 - Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 % Ponderado Colocação Alternativas A B C D E F G H I J 1 4 2 5 3 5 2 2 4 2 1 1 3 3 5 3 2 1 4 2 5 3 4 1 5 4 3 2 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 3 5 4 1 2 X X X X X 4 3 5 2 1 4 1 2 3 5 1 3 5 4 2 7,51 12,52 14,42 6,76 3,00 17,03 16,22 9,01 13,52 18,03 4o 2o 3o 5o 1o N/R: Não respondeu O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar suas alternativas com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído para as alternativas escolhidas um peso igual a 3. . Tabulação da Pergunta 1: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas 1o 2o 3o 4o 5o 0 1 2 0 0 3 2 0 1 1 0 2 2 0 1 2 3 0 0 0 1 2 2 0 0 3 2 1 2 1 0 2 2 1 0 1 2 0 0 0 2 2 1 0 1 0 0 1 1 0 A B C D E F G H I J Total ⇒ Pontos Votantes 5 25 32 3 2 34 36 4 12 8 3 9 10 2 3 9 10 2 4 2 Valor Ponderado 1,67 2,78 3,20 1,50 0,67 3,78 3,60 2,00 3,00 4,00 22,19 Percentagem (%) 7,51 12,52 14,42 6,76 3,00 17,03 16,22 9,01 13,52 18,03 100,00 Ordem 4o 2o 3o 5o 1o LXI 2 - Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar sua empresa a investir no exterior? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 No de Votos Alternativas Sim Não X X X X X X X X X X X 0 11 3 - Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 Métodos Empregados Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não se Aplica Não Respondeu 4 - Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país? (Critério de avaliação: No 1 mais importante, No 5 menos importante). Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 % Ponderado Colocação Alternativas A B 5 4 2 2 3 1 2 3 1 4 N/R N/R 1 4 X 1 2 3 1 2 3 19,76 17,80 1o 2o C 3 1 4 5 2 N/R 3 X 5 2 4 14,96 5o D 1 1 5 1 3 N/R 2 3 5 5 16,62 3o E 2 2 2 4 5 N/R 5 4 4 1 14,84 - F N/R X 16,02 4o O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as respostas com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído para as alternativas escolhidas um peso igual a 3. N/R: Não respondeu LXII Tabulação da Pergunta 4: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ 5 4 3 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F Total ⇒ 1o 2o 3o 4o 5o 3 2 1 3 1 0 3 2 2 1 3 0 3 2 3 2 0 3 0 3 2 0 3 0 1 0 2 3 2 0 Pontos Votantes 37 30 28 28 25 9 10 9 10 9 9 3 Valor Ponderado 3,70 3,33 2,80 3,11 2,78 3,00 18,72 Percentagem (%) 19,76 17,80 14,96 16,62 14,84 16,02 100,00 Ordem 1O 2O 5O 3O 4O 5 - Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos importante). Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 % Ponderado Colocação Alternativas A B C D 1 3 2 1 N/R N/R N/R N/R 2 3 1 1 1 2 3 N/R N/R N/R N/R X X 1 2 1 2 3 3 2 1 38,75 28,03 33,23 1O 3O 2O - N/R: Não respondeu O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as respostas com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído para as alternativas escolhidas um peso igual a 4. Matriz Frequência-Relevância da Pergunta 5 Pesos ⇒ 4 3 2,5 2 1 Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D Total ⇒ 1o 2o X 3o 4o 5 0 3 0 1 3 2 0 0 1 1 0 1 2 2 0 0 0 0 0 Pontos Votantes 25 15,5 24,5 0 7 6 8 0 Valor Ponderado 3,57 2,58 3,06 0,00 9,22 Percentagem (%) 38,75 28,03 33,23 0,00 100,00 Ordem 1O 3O 2O - LXIII 6- Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate) ? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 No de Votos Colocação Alternativas A B X N/R N/A N/A C D N/R N/A N/A N/A N/A N/R N/A N/A X N/A N/A N/A 1 2o N/A 1 2o N/A 1 2o N/A N/A X X N/R N/A N/A N/A N/A X N/A 2 1o N/A: Não se aplica N/R: Não respondeu 7 - Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 Relação Capital Próprio (%) 33,00 50,00 44,00 N/R 50,00 34,48* N/R 20,00 25,00 30,00 30,00 Capital de Terceiros (%) 67,00 50,00 56,00 N/R 50,00 65,52 N/R 80,00 75,00 70,00 70,00 N/R: Não respondeu (*) Valor calculado com base no relatório financeiro de 1996. LXIV 8 - Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 No de Votos Colocação Alternativas A B X X X X N/R N/R X X X 3 4 3o 2o C D X X X X N/R X X X 7 1o X N/R 1 4o N/R: Não respondeu 9 - Que fonte de recursos sua empresa prefere para aumento de capital próprio? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 No de Votos Colocação Alternativas A B X X X X X N/R N/R N/R N/R C D X N/R N/R X X N/R N/R X X X X 6 1o 1 3o 1 3o 4 2o N/R: Não respondeu LXV 10 - Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para novos investimentos no Brasil (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante). Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 % Ponderado Colocação Alternativas A B C D E F G 5 1 2 3 4 3 1 2 2 5 2 1 1 1 3 1 2 1 2 1 4 3 2 2 5 3 4 1 X X X X X 2 1 5 3 4 4 2 5 3 1 1 4 5 2 3 14,47 18,21 9,79 13,36 11,13 14,34 18,70 3o 2o 5o 4o 1o O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as respostas com a letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído para as alternativas escolhidas um peso igual a 3. Tabulação da Pergunta 10: Matriz Frequência-Relevância Pesos ⇒ Avaliação ⇒ ⇓ Alternativas A B C D E F G Total ⇒ 5 1o 4 2o 3 3o 2 4o 1 5o Pontos Votantes 2 6 0 0 0 2 2 1 2 2 2 1 1 2 3 1 0 5 0 3 1 1 2 0 0 0 3 0 1 0 3 0 1 0 0 26 45 11 23 5 29 21 8 11 5 7 2 9 5 Valor 3,25 4,09 2,20 3,29 2,50 3,22 4,20 21,24 Percentagem 14,29 17,98 9,67 14,44 10,99 14,16 18,46 100,00 Ordem 4O 2O 3O 5O 1O 11 - Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 No de Votos Alternativas Sim Não X X X X N/R N/R X N/R N/R X X X N/R N/R 6 2 N/R: Não respondeu 12 - Caso positivo, que tipos de métodos são empregados? LXVI Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 Métodos Empregados Avaliação de bancos. Experiência própria, utilização de dados de agencias de ‘rating’ . Não se aplica. Não se aplica. Não respondeu. Rating de investidores institucionais e análises fundamentalistas. Não respondeu. avaliação livre. Não respondeu. Agências de "rating" Não se aplica 13 - Quais são, na sua opinião, os índices de country-risk para os seguintes países? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 Somatório das Notas Colocação Países Notas de zero a 10 A B C 3 3 4 4 5 3 N/R N/R N/R 5 6 6 6 5 6 8 8 7 N/R N/R N/R 4 4 4 5 6 4 7 9 6 6 5 5 48 51 45 5O Argentina 6O Brasil 2O México D E F 5 5 N/R 7 10 5 N/R 6 4 8 6 56 7 6 N/R 5 10 5 N/R 6 7 10 6 62 7O China 8O C.Sul G 7 5 N/R 5 5 3 N/R 3 4 10 5 47 H 0 1 N/R 1 0 0 N/R 1 2 2 3 10 I 5 10 N/R 7 10 9 N/R 9 8 10 8 76 5 7 N/R 4 4 3 N/R 4 5 7 7 46 4O 1O 9O 3O Taiwan França Rússia R.Tcheca N/R: Não respondeu 14 - A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima? Empresas Alternativas Sim Não X QF1 X QF2 N/R N/R QF3 X QF4 X QF5 X QF6 N/R N/R QF7 X QF8 X QF9 X QF10 X QF11 No de Votos 8 1 N/R: Não respondeu LXVII 15 - Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 No de Votos Alternativas Sim Não X X N/A N/A X X N/R N/R N/A N/A N/A N/A X X X 0 7 N/A: Não se aplica N/R: Não respondeu 16 - Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil dentro dos próximos 5 anos? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 No de Votos Colocação Alternativas A B X X X X X X N/R N/R X X X X 6 4 1o 2o C D N/R N/R 0 - 0 - N/R: Não respondeu LXVIII 17 - Na sua opinião, quais os motivos para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras? Empresas QF1 QF2 QF3 QF4 QF5 QF6 QF7 QF8 QF9 QF10 QF11 Processo de Privatização Não respondeu. Até o presente pouca venda para produtos de escalas mundiais, Aspectos de portifolio (no sentido de produtos). As empresas alemãs em questão são mesmo estatais ou paraestatais(saneamento básico, telecomunicação, aeroportos, etc.) e não se orientam globalmente. Difícil avaliação de empresas; difícil avaliação do mercado; falta de informação sobre o Brasil. Abertura do Leste, com grandes investimentos; imagem ruim do Brasil. Falta de experiência e conhecimento da área. Não respondeu. Não respondeu. O processo é muito lento. Falta por parte do Governo/Congresso uma negociação responsável. Certo favorecimento para ofertantes brasileiros, Dificuldade de formação de parcerias. Empresas alemãs não têm ciência do tamanho do mercado. Brasil exótico e considerado instável. Consolidação da reunificação alemã; instabilidade econômica e política no Brasil. LXIX