PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA
A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO
EXTERIOR - UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES
AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO- FARMACÊUTICO,
EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL
Universidade Federal Fluminense
Curso de Mestrado em Engenharia de Produção
Niterói - RJ
Jan./1999
PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA
A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO
EXTERIOR - UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES
AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO- FARMACÊUTICO,
EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL
Universidade Federal Fluminense
Curso de Mestrado em Engenharia de Produção
Niterói - RJ
Jan./1999
PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA
A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO
EXTERIOR - UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES
AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO- FARMACÊUTICO,
EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL
Dissertação submetida ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Produção, Universidade Federal
Fluminense, e aprovada em 26 de janeiro de
1999, como parte dos requisitos necessários para
a obtenção do Grau de Mestre.
Orientador:
Prof. Dr. Antônio de Araújo Freitas Júnior
Co-Orientador: Prof. Dr. Rüdiger Hoffmann
A ALEMANHA REUNIDA E SEUS INVESTIMENTOS NO
EXTERIOR- UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES
AUTOMOTIVO, FINANCEIRO E QUÍMICO-FARMACÊUTICO,
EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL
PAULO ROBERTO PFEIL GOMES PEREIRA
Dissertação submetida ao Corpo Docente do Curso de Pós-Graduação de
Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Mestre.
Apresentada à Comissão Examinadora Integrada pelos Professores:
_____________________________________
Prof.Dr. Antônio de Araújo Freitas Júnior - Orientador
Universidade Federal Fluminense
_____________________________________
Prof.Dr. Rüdiger Hoffmann - Co-Orientador
Universidade Federal Fluminense
______________________________________
Prof.Dr. Annibal Parracho de Sannt`Anna
Universidade Federal Fluminense
___________________________________________________
Prof.Dr. Carlos Alberto Nunes Cosenza
Universidade Federal do Rio de Janeiro
_____________________________________
Prof.Dr. Victor Hugo Klagsbrunn
Universidade Federal Fluminense
Aos meu pais, Dra Roswitha Meyer,
às familias Koch&Feil e Lackmann
AGRADECIMENTOS
A proposição, desenvolvimento e consecução desta Dissertação de
Mestrado em Engenharia de Produção tornou-se possível graças à ajuda, ao incentivo e à colaboração de diversas pessoas e Instituições que, de forma direta
ou indireta, contribuíram para a sua conclusão com êxito.
Gostaria, entretanto, de registrar a seguir, meus sinceros agradecimentos aos seguintes professores, profissionais e órgãos, que me auxiliaram de
forma mais direta para o cumprimento deste trabalho:
À Assessoria de Assuntos Culturais e de Imprensa do Consulado
Geral da Alemanha, no Rio de Janeiro, às Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro e São Paulo, sempre disponíveis e atenciosos ao
fornecer informações e material bibliográfico.
A todos os dirigentes e funcionários das empresas que participaram
da pesquisa de campo na Alemanha, extensivos às suas subsidiárias e representações contatadas no Brasil, sem os quais a execução deste trabalho não teria
sido possível.
Às funcionárias da Coordenadoria de Capacitação Docente da PróReitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPP) da UFF, pela boa vontade, aten-
ção e incentivo que recebia, sempre que necessitava de seus serviços. Às funcionárias do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFF, pelo
apoio e atendimento sempre solícito durante a realização do Curso de Mestrado.
Aos Professores dos Curso de Pós-Graduação e Graduação em Engenharia de Produção da UFF, pelo apoio e incentivo para a realização deste trabalho.
Aos Professores Dr. Fernando de Holanda Barbosa do Departamento de Produção da UFF e ao Dr. René Dreifuss do Departamento de Ciências Políticas da UFF pela suas sugestões quanto às definições metodológicas da estrutura deste trabalho.
Aos Professores Dr. Annibal Parracho de Sant`Anna, Dr. Emmanuel
Paiva de Andrade e Hélio Tinoco Marques, do Departamento de Engenharia de
Produção da UFF, Profa Dra Cláudia Morgado do Centro de Tecnologia da UFRJ,
Dr. Waldecy Faria Leite da COPPEAD/UFRJ, bem como ao Economista da BR
Distribuidora e ex-funcionário do DIEESE, Humberto Pires Grault de Lima e ao
MPA Luís Fernando Pfeil Gomes Pereira, do Serviço de Planejamento da PETROBRÁS, pelo auxílio e sugestões quanto a melhor escolha da metodologia, a
ser empregada, na interpretação dos resultados obtidos na pesquisa de campo.
Ao Prof. Dr. Eduardo Rodrigues Gomes, Chefe do Departamento de
Ciências Políticas da UFF, pelas sempre pertinentes correções e sugestões no
encadeamento dos capítulos deste trabalho.
Ao Professores Dr. Rüdiger Hoffmann, M.Sc. Cemaruh Gomes Pereira e Amália Pfeil, bem como à publicitária Denise de Moura, pelo incansável
trabalho de revisão ortográfica.
À Profa Fernanda Menezes e a Enga de Produção, Luciana Monteiro
Mattar, pelo esmero e dedicação no auxílio da confecção da parte gráfica e arte
final.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ), ao
Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), ao Coordenador do Convênio
UFF-Universidade de Tübingen, Prof. Dr. Rüdiger Hoffmann, e ao Diretor da Repartição do Intercâmbio Acadêmico da Universidade de Tübingen, Sr. Eberhart
Däschler, pelo apoio financeiro e logístico relativo à minha viagem e hospedagem
nesta cidade, com vista à realização de minha pesquisa bibliográfica e de campo
na Alemanha.
Aos funcionários do Ministério da Economia (BMWi) e Banco Central
Alemão (Deutsche Bundesbank), Bundesverband Deutscher Banken e.V., Verband der Automobilindustrie e.V. e o Deutscher Industrie- und Handelstag (DIHT),
bem como aos dirigentes das representações Banco do Brasil S.A., Banco Real
S.A. e o Banco do Estado de São Paulo, BANESPA, na Alemanha, pelas informações, endereços e referências das empresas a serem entrevistadas.
Ao Prof. Dr. Andreas Boeckh, extensivo ao seu grupo de trabalho, do
Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Tübingen, Alemanha, pelo apoio recebido para o desenvolvimento da parte do trabalho efetuada na Alemanha. Durante minha estadia, foi-me colocado à disposição, toda a sorte de facilidades e recursos necessários, tanto a nível das instalações e dos serviços, como
do excelente corpo administrativo deste Instituto. Além disto me possibilitou amplo
acesso à biblioteca do Instituto de Economia, bem como aos demais centros de
informações pertinentes, desta Universidade.
Aos Professores Dr. Andreas Boeckh, Dr. Wolf Engels, Heinz Gert
Preuße, Dr. Klaus Hartfelder e a Dra. Roswitha Meyer da Universidade de Tübingen bem como ao Dr. Reinhold Lücker, Universidade de Ulm, pelas sugestões,
colaboração e interesse quando da elaboração e envio da versão em alemão dos
questionários enviados às empresas pesquisadas na Alemanha.
Aos acima citados Prof. Dr. Wolf Engels e o Dr. Reinhold Lücker, pelo apoio e incentivo para que eu realizasse este curso de mestrado.
À Dra Roswitha Meyer, Universidade de Tübingen, pelo incentivo de
todas as horas, além do seu esforço constante de sempre me manter ao par do
que tinha de mais recente em informações, publicações e material bibliográfico
editado na Alemanha. Também, pela forma atenciosa e o interesse com que
sempre acompanhou minhas estadias na Alemanha.
Aos Professores Dr. Antônio de Araújo Freitas Júnior e Dr. Rüdiger
Hoffmann, respectivamente, meu Orientador e Co-Orientador, pela dedicação e
competência na orientação deste trabalho. Além do grande respeito acadêmico,
tenho por eles um grande sentimento de amizade e admiração.
RESUMO
A Alemanha, após a sua reunificação em 3 de outubro de 1990, vai
fortalecendo sua posição entre as nações mais ricas do mundo. Ao mesmo
tempo, seu poder de influência e participação no jogo geo-político mundial vem
crescendo rapidamente nos últimos anos. Seu Produto Interno Bruto (PIB), com
base no ano de 1996, ocupava, mundialmente, a terceira colocação, atrás apenas
dos Estados Unidos e do Japão. No entanto, seu PIB per capita é o segundo do
mundo, atrás apenas do Japão. O Brasil ocupa, há vários anos, entre os países
emergentes, o primeiro lugar, como país de destino final dos investimentos
alemães no exterior. Em nível mundial, o Brasil ocupa a décima primeira posição,
na frente de países como o Japão e o Canadá. Quanto à balança comercial, o
Brasil se posiciona entre os trinta principais parceiros da Alemanha. Neste
contexto de importância, das relações entre estes dois países, este trabalho tem
como objetivo central avaliar, de forma qualitativa, os parâmetros que balizam as
motivações para as tomadas de decisões de investimentos alemães, em nível
mundial e no Brasil. Para tanto, foi feito uma pesquisa na Alemanha, sob a forma
de estudo de caso, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo 44 empresas e
instituições de três setores de sua economia – automotivo, bancário e químicofarmacêutico. As empresas dos setores automotivo e químico-farmacêutico estão
relacionadas, em termos de faturamento, entre as 500 maiores da economia
alemã. Quanto às do setor bancário, estão entre as 50 maiores instituições
alemãs em termos de seus ativos. O referencial teórico básico que lastreou este
i
trabalho foi a conhecida obra de Michael Porter - A Vantagem Competitiva das
Nações (PORTER, 1993) Várias características comportamentais dos alemães
apontadas por Porter vão estar presentes nos resultados e nas conclusões desta
pesquisa. Como objetivo geral, isto é, o estudo dos processos de tomada de
decisões de investimentos alemães, em nível mundial, investigaram-se,
principalmente, os fatores de motivação das empresas alemãs a investir no
exterior; a caracterização do conceito de economia estável por seus dirigentes e
executivos, a existência e relevância, ou não, de estratégia governamental de
incentivo às empresas a investir no exterior, e os indicadores econômicos e
financeiros utilizados neste tipo de decisão. Como objetivo específico, isto é, o
comportamento dos capitais alemães em relação ao Brasil, estudaram-se
principalmente, as motivações das empresas para novos investimentos no país e
suas estratégias para os próximos cinco anos. Foi feito também uma análise
comparativa de country-risk entre o Brasil e um grupo representativo de oito
países, tentando verificar a influência da crise na região asiática, do final de 1997.
Além disto, foram investigados os motivos para a reduzida participação de
capitais alemães no atual processo de privatização de empresas estatais
brasileiras. As conclusões deste trabalho constituem um importante subsídio para
a montagem de portfolios-país1 de capitais produtivos de longo prazo.
Recomenda-se a formulação de políticas diferenciadas de captação de capitais
estrangeiros, de curto, médio e longo prazo, que traria para o Brasil a vantagem
de proteger sua economia de eventuais flutuações, instabilidade e crises no
mercado
financeiro
internacional.
Este
trabalho
sugere,
também,
o
aprofundamento de estudos sobre a destinação e dos efeitos das aplicações dos
fluxos de investimentos diretos no país, vis-a-vis à expansão de sua capacidade
produtiva e à geração de empregos, e por fim, da efetividade das incorporações
estrangeiras em bancos brasileiros, recomendando um maior controle e
acompanhamento das fusões interbancárias.
1
Termo sugerido pelo autor, uma carteira de investimentos estrangeiros em nível de país
ii
ABSTRACT
After the reunification, in October 3rd 1990, Germany has been
strengthened its position among the richest nations in the world. At the same time,
its power of influence and its participation in the global geo-political stake has been
increased in the last few years. It's gross national product (GNP), based on 1996,
was the third one in the world, just after the USA and Japan. However, its GNP per
capita is the second bigger, behind Japan's only. Among the "emergent countries"
Brazil is the first place of destination for the German investments abroad. At a
worldwide level Brazil occupies the eleventh position, before important countries
like Canada or Japan. Brazil is also one of the thirty most important partners of
Germany in commercial exchanges. Within this context of the importance of the
relationship between these two countries, this work main proposal is to
qualitatively evaluate the motivations that lead the taking of decision of the
German investors in the world as well as in Brazil. To achieve this task a research
has been done in Germany, between January and April 1998, involving 44
enterprises and institutions belonging to three areas of economy - automobile
industry, banking and chemical-pharmaceutical industry. The corporations of the
automobile and chemical -pharmaceutical areas are listed among the 500 biggest
of the German economy. The ones of the banking area are among the 50 biggest.
The theoretic basic reference for this present work is the well known Michael
Porter's – The Competitive Advantage of Nations (Porter, 1993). Many of the
German behavioral characteristics pointed by Porter are present in the results and
iii
the conclusions of this research. For the main objective - searching the process
used for taking the decisions by the German investors at a worldwide level - we
have mainly investigated the agents that motivated the German corporations
involved in external investments; the definition of the concept of "stable economy"
by its directors and executives; the existence and important - or not - of a
governmental strategy of encouragement for these corporations to invest abroad;
and the economic and financial indicators used for this kind of decision. For the
specific objective - the behavior of the German capital in which says respect to
Brazil - we have mainly studied the enterprise's interest for new investments in the
country and their strategy for the next 5 years. We also have made a comparative
analysis of the "country-risk" between Brazil and a representative group of eight
countries, trying to check the influence of the late 1997 Asian crisis. Besides that,
we have investigated the reasons for the reduced participation of German capital
in the process of selling of the Brazilian public corporations. The conclusion of this
work becomes an important means for the fitting up of portfolio país1
term capital goods.
for long
We suggest the formulation of different policies to attract
foreign investment: short, medium and long term - in order to protect Brazilian
economy from variations and crisis of the global financial stock markets. This
work still intend to suggest deeper studies about the destination and the effects of
the direct investments in the country "vis-a-vis" to the extension of its productive
capacity and to the creation of jobs, and, finally, to the activity of the foreign
corporations on Brazilian banking, prompting a stronger control on the banking
mergers.
1
Term suggested by the author: Country-portfolio - a portfolio of foreign investments at a country
level.
iv
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
GLOSSÁRIO
RELAÇÃO DOS GRÁFICOS
RELAÇÃO DOS QUADROS
RELAÇÃO DAS TABELAS
i
iii
v
xi
xiii
xv
xvi
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1. APRESENTAÇÃO
1.2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICO
1.2.1.Objetivo Geral
1.2.2. Objetivo Específico
1.3. METODOLOGIA
1.4. A MONTAGEM E O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
1.5. A RELEVÂNCIA DO TEMA
1.6. DIFICULDADES E LIMITES DO TRABALHO
1
1
3
3
3
4
7
8
12
CAPÍTULO II - A REUNIFICAÇÃO ECONÔMICA DA ALEMANHA - UMA
OBRA DE DIFÍCIL CONSTRUÇÃO
2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2.2. ETAPAS DA REUNIFICAÇÃO ALEMÃ
2.2.1.A União Monetária Alemã
2.2.2.Efeitos Imediatos da União Monetária na Alemanha
2.3. TRANSFORMAÇÕES NO LESTE EUROPEU - ALEMANHA ORIENTAL,
UMA EXCEÇÃO
2.4. A HERANÇA DE UMA ECONOMIA PLANIFICADA
2.5. A ALEMANHA REUNIFICADA - DADOS ESTRUTURAIS DA ECONOMIA
13
13
14
15
18
21
23
25
v
2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
31
CAPÍTULO III - A ALEMANHA E O PROCESSO DA UNIFICAÇÃO
EUROPÉIA
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
3.2. MOTIVAÇÕES DOS PAÍSES EUROPEUS PARA UMA MAIOR
INTEGRAÇÃO
3.3. O PROCESSO DE FORMAÇÃO - DA COMUNIDADE À UNIÃO
EUROPÉIA
3.4. O PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIDADE - DESCENTRALIZAÇÃO DAS
DECISÕES
3.5. A UNIÃO MONETÁRIA E ECONÔMICA (UME)
3.6. UNIÃO MONETÁRIA - UMA GRANDE CONTROVÉRSIA
3.7. EUROPA - POSICIONAMENTO POLÍTICO DA ALEMANHA
3.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
32
CAPÍTULO IV - ASPECTOS CONJUNTURAIS E SETORIAIS DA
ECONOMIA ALEMÃ
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
4.2. A SITUAÇÃO ATUAL DA ECONOMIA ALEMÃ
4.2.1. O Mercado Interno
4.2.2. O Mercado Externo
4.2.3. O Nível De Preços
4.3. O FLUXO COMERCIAL E OS INVESTIMENTOS ALEMÃES NO BRASIL
4.3.1. A Balança Comercial com o Brasil
4.3.2. Investimentos Diretos Alemães no Brasil
4.4. OS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E QUÍMICOFARMACÊUTICO ALEMÃES
4.4.1. Setor Automotivo
4.4.2. Setor Bancário
4.4.3. Setor Químico-Farmacêutico
4.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
56
CAPÍTULO V - PESQUISA DE CAMPO - DECISÕES DE INVESTIMENTOS
ALEMÃES DOS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E
QUÍMICO-FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO
BRASIL
5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
5.2. DEFINIÇÃO DAS AMOSTRAS
5.2.1. Agrupamento do Setor Automotivo
5.2.2. Agrupamento do Setor Bancário
5.2.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico
5.3. ELABORAÇÃO E ENVIO DO QUESTIONÁRIO
5.4. COLETA DE DADOS
5.5. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
32
34
35
37
41
47
51
54
56
57
58
59
62
62
62
64
66
67
73
83
86
89
89
90
91
91
92
93
95
97
vi
5.5.1. Agrupamento do Setor Automotivo
5.5.2. Agrupamento do Setor Bancário
5.5.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico
5.5.4. Tabulação dos Resultados
5.6. O TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA
5.6.1. Capital Próprio e de Terceiros
5.6.2. Fusões de Empresas
5.6.3. Investimentos
5.6.4. Consolidação dos Relatórios Financeiros das Empresas
5.6.5. Fatores de Conversão de Unidade Monetária
5.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
97
97
99
99
101
101
101
102
102
103
104
CAPÍTULO VI - ANÁLISE INTRASETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO
6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
6.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR AUTOMOTIVO
6.2.1. Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a
investir no exterior
6.2.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo
alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior?
6.2.3. Caso afirmativo, tipo de apoio que a empresa poderia receber do
governo
6.2.4. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade
econômica em um país
6.2.5. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior
6.2.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor
Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para
escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate)
6.2.7. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa
6.2.8. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa
6.2.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa
6.2.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar
a empresa para novos investimentos no Brasil
6.2.11. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil
6.2.12. Os métodos de avaliação de country-risk empregados para o
Brasil
6.2.13. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil
6.2.14. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de
1997, nesta avaliação de country-risk
6.2.15. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no
médio-longo prazo em relação aos países latino-americanos
(Argentina, Brasil e México)
6.2.16. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro
dos próximos 5 anos
5.6.17. Segundo o setor automotivo, os motivos para a reduzida
participação de capitais alemães no atual processo de
106
106
107
107
108
109
109
110
111
112
112
113
114
116
116
116
117
118
118
119
vii
privatização das empresas estatais brasileiras
6.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR BANCÁRIO
6.3.1.Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a
investir no exterior
6.3.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo
alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior?
6.3.3. Caso afirmativo, tipo de apoio que poderia a empresa receber do
governo
6.3.4. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade
econômica em um país
6.3.5. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior
6.3.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor
Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para
escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate)
6.3.7. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa
6.3.8. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa
6.3.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa
6.3.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar
a empresa para novos investimentos no Brasil
6.3.11.Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil
6.3.12. Os métodos avaliação de country-risk empregados para o Brasil
6.3.13. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil
6.3.14. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de
1997, nesta avaliação de country-risk
6.3.15. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no
médio-longo prazo, em relação aos países latino-americanos
(Argentina, Brasil e México)
6.3.16. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro
dos próximos 5 anos
6.3.17.Segundo o setor bancário, os motivos para a reduzida participação
de capitais alemães no atual processo de privatização das
empresas estatais brasileiras
6.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR QUÍMICO-FARMACÊUTICO
6.4.1.Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs a
investir no exterior
6.4.2. Existem razões de estratégia política, por parte do governo
alemão, que possam motivar a empresa a investir no exterior?
6.4.3. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade
econômica em um país
6.4.4.Indicadores econômicos e financeiros que a empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior
6.4.5.Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor
Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa utiliza para
escolher a respectiva taxa de desconto (discount rate)
6.4.6. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa
6.4.7. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa
121
121
122
122
123
124
125
126
128
129
130
135
135
136
141
141
141
143
145
145
146
146
148
149
149
150
viii
6.4.8. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa
6.4.9. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam motivar
a empresa para novos investimentos no Brasil
6.4.10. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil
6.4.11. Os métodos de avaliação de country-risk empregados para o
Brasil
6.4.12. Índices comparativos de country-risk em relação ao Brasil
6.4.13. Influência da crise financeira na região asiática de dezembro de
1997, nesta avaliação de country-risk
6.4.14. A crise na região asiática e o procedimento da empresa, no
médio-longo prazo, em relação aos países latino-americanos
(Argentina, Brasil e México)
6.4.15. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil dentro
dos próximos 5 anos
6.4.16. Segundo o setor químico-farmacêutico, os motivos para a
reduzida participação de capitais alemães no atual processo de
privatização das empresas estatais brasileiras
6.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
150
151
CAPÍTULO VII - ANÁLISE INTERSETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO
7.1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS
7.2. FATORES DE MOTIVAÇÃO DE INVESTIMENTOS ALEMÃES NO
EXTERIOR
7.3. EXISTÊNCIA DE ESTRATÉGIA POLÍTICA DE MOTIVAÇÃO, POR
PARTE DO GOVERNO ALEMÃO, DE INVESTIMENTOS NO EXTERIOR
7.4. FATORES FUNDAMENTAIS DE ESTABILIDADE ECONÔMICA EM UM
PAÍS
7.5. INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS PARA AVALIAÇÃO DE
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR
7.6. A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL PRÓPRIO E DE TERCEIROS DAS
EMPRESAS
7.7. FONTES DE CAPITAL DE TERCEIROS PREFERIDAS DAS EMPRESAS
7.8. FONTES DE CAPITAL PRÓPRIO PREFERIDAS DAS EMPRESAS
7.9. FATORES FUNDAMENTAIS DE MOTIVAÇÃO DE NOVOS
INVESTIMENTOS NO BRASIL
7.10. ÍNDICES COMPARATIVOS DE COUNTRY-RISK EM RELAÇÃO AO
BRASIL
7.11. EFEITOS DA CRISE ASIÁTICA DE DEZEMBRO DE 1997, NESTA
AVALIAÇÃO DE COUNTRY-RISK
160
160
161
7.12. A CRISE ASIÁTICO E OS INVESTIMENTOS, NO MÉDIO-LONGO
PRAZO, DAS EMPRESAS ALEMÃS, NOS PAÍSES LATINOAMERICANOS
7.13. DISPOSIÇÃO DE INVESTIMENTOS NO BRASIL DENTRO DOS
PRÓXIMOS 5 ANOS
7.14. MOTIVOS DA REDUZIDA PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS ALEMÃES
172
152
154
156
156
156
156
157
159
163
164
164
166
167
167
167
170
171
173
176
ix
NO ATUAL PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DAS EMPRESAS
ESTATAIS BRASILEIRAS
7.15. CONSIDERAÇÕES FINAIS
179
CAPÍTULO VIII - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
8.1.CONCLUSÕES
8.2.RECOMENDAÇÕES
8.2.1.Efetividade de Incorporações Estrangeiras nos Bancos Brasileiros
8.2.2.Regulamentação das Fusões Interbancárias no Brasil
184
184
187
187
189
8.2.3.Avaliação das Fusões e Aquisições Estrangeiras de Empresas
Brasileiras
189
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIBLIOGRAFIA CITADA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
SITES CONSULTADOS
ANEXOS
Anexo I : Relação das Empresas Pesquisadas na Alemanha - Setores
Automobilístico, Bancário e Químico-Farmacêutico
Anexo II: Questionário Original Aplicado às Empresas
Anexo III: Perguntas Selecionadas do Questionário Original
Anexo IV:Tabulação das Perguntas Selecionadas do Questionário Original
192
192
195
196
I
II
IV
XXII
XXXIV
x
GLOSSÁRIO
Abenteuer
AG
BBankG
Bund
Bundesamt
Bundesanstalt
Bundesbank
Bundesministerium
Bundesrat
Bundesrepublik Deutschland
Bundestag
Bundesverband Deutscher Banken e.V.
Bundesverband Deutscher Industrie (BDI)
Bündnis 90/ Die Grünen
Christlich Demokratische Union
Deutschlands (CDU)
Christlich Soziale Union (CSU)
Deutsche Entwicklungsgesellschaft (DEG)
Deutsch
Deutsches Haus
Deutschland
Deutsche Demokratische Republik
Deutsche Entwicklungsgesellschaft DEG)
DDR
DIHT
D-Mark
Freie Demokratische Partei (FDP) (Die
Liberalen)
Gesellschaft
Aventura
Abreviatura de Aktiengesellschaft:
Sociedade de Ações (Anônima)
Lei sobre o Banco Central Alemão
Federação, Liga
Departamento ou Repartição Federal
Statistisches ~: de Estatística
Instituto Federal; ~für Arbeit: Instituto
Federal do Trabalho
Banco Central
Ministério Federal; ~für Wirtschaft: da
Economia
Conselho Federal (Representação
Estadual)
República Federal da Alemanha,
Alemanha Ocidental
Parlamento Federal
Federação dos Bancos Alemães
Federação da Indústria Alemã
Partido Verde (Aliança 90/Os Verdes)
União Democrata Cristã da Alemanha
União Social Cristão (Ala bávara da CDU)
Sociedade de Desenvolvimento Alemã
Alemão (adj.)
Casa Alemã
Alemanha
República Democrática Alemã, Alemanha
Oriental
Sociedade de Desenvolvimento Alemão
Abreviatura de Deutsche Demokratische
Republik. Em contraposição, BRD era a
abreviatura utilizada na Alemanha Oriental
para se referenciar a Alemanha Ocidental
Abreviatura de Deutscher Industrie- und
Handelstag: Confederação Alemã das
Câmaras de Indústria e Comércio Alemão
Marco; moeda em vigor na parte da exAlemanha Ocidental e adotada pela
Alemanha reunida em 1990
Partido Liberal Democrata
Sociedade
xi
Gewinnthesaurierung
GmbH
Grund
Grundgesetz
Gründermentalität
Gutachten
Institut der Deutschen Wirtschaft (IW)
Institut für Angewandte
Wirtschaftsforschung
Kombinat
Kreditgenossenschaften
Kreditwesengesetz (KWG)
Rücklagebildung
Partei des Demokratischen Sozialismus
(PDS)
Sozialistische Einheitspartei Deutschlands
(SED)
Sparkasse
Sozialdemokratische Partei Deutschlands
(SPD)
Union
Verband der Automobilindustrie e.V.
Verfassung
Vertrag
Währung
Währungsunion
Lucros Retidos
Abreviatura de Gesellschaft mit
beschränckter Haftung: Sociedade
Limitada (LTDA)
Base, fundamento
Lei Fundamental; termo utilizado para
designar o caráter provisório da
Constituição da Alemanha Ocidental de 23
de maio de 1949. Após a queda do Muro
de Berlim, esta Lei Fundamental passou
a vigorar para toda a Alemanha
Mentalidade fundadora, criadora
Parecer; Jahres~: parecer anual
Instituto da Economia Alemã
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Termo utilizado na antiga Alemanha
Oriental para designar uma unidade
produtiva
Cooperativas de Crédito
Lei do Sistema de Crédito
Fundo de Reservas
Partido do Socialismo Democrático,
sucessor do Partido Comunista (SED) da
antiga Alemanha Oriental
Partido Socialista Unitário da Alemanha
Caixa Econômica
Partido Social-Democrático da Alemanha
União; Europäische~: União Européia
Associação da Indústria Automotiva
Constituição
Acordo, contrato
Câmbio, moeda
União Monetária
xii
RELAÇÃO DOS GRÁFICOS
Gráfico 2.1:Taxas de Inflação Anual na Alemanha (1993-1998)
Gráfico 2.2:Produto Interno Bruto dos Principais Países Industrializados
(Ano:1996)
Gráfico 2.3:Produto Interno Bruto Per Capita dos Principais Países
Industrializados (Ano:1996)
Gráfico 2.4: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) - Preços Correntes
Gráfico 2.5:Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) - Preços Constantes
Gráfico 2.6: Origem do PIB em Percentagem (Ano:1996)
Gráfico 4.1:Estoque de Investimentos Alemães em Países em Desenvolvimento
até 1995
Gráfico 4.2: Estoque de Investimentos Alemães no Exterior até 1995
Gráfico 4.3:Percentagem do Perfil Setorial das Intenções de Investimentos
Alemães no Brasil no Valor de US$ 5 Bilhões (1997-2001)
Gráfico 5.1:Presença Setorial do Investimento Direto Alemão no Brasil em
Percentagem
Gráfico 6.1:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Automotivo no
Exterior
Gráfico 6.2:Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o
Setor Automotivo
Gráfico 6.3:Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor
Automotivo para Investimentos no Exterior
Gráfico 6.4:Fontes de Capital de Terceiros do Setor Automotivo
Gráfico 6.5 Fontes de Capital Próprio do Setor Automotivo
Gráfico 6.6:Fatores Fundamentais de Motivação para Investimentos do Setor
Automotivo no Brasil
Gráfico 6.7:Índices de Country-Risk do Setor Automotivo
Gráfico 6.8:Disposição do Setor Automotivo para Investimentos no Brasil nos
Próximos 5 anos
Gráfico 6.9:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no
Exterior
Gráfico 6.10:Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para o
Setor Bancário
Gráfico 6.11:Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor Bancário
para Investimentos no Exterior
Gráfico 6.12:Fontes de Capital de Terceiros do Setor Bancário
Gráfico 6.13:Fontes de Capital Próprio do Setor Bancário
Gráfico 6.14:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no
Brasil - Conjunto dos Bancos Entrevistados
Gráfico 6.14.1:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no
Brasil - Bancos com Unidades Operativas no Brasil
Gráfico 6.14.2:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no
Brasil - Bancos com Representações no Brasil.
20
26
26
27
28
65
65
65
66
90
108
110
111
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114
115
117
119
121
123
125
129
130
131
132
133
xiii
Gráfico 6.14.3:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor Bancário no
Brasil - Bancos sem Representações no Brasil.
Gráfico 6.15:Índices de Country-Risk do Conjunto dos Bancos Entrevistados
Gráfico 6.15.1:Índices de Country-Risk - Bancos com Unidades Operativas no
Brasil
Gráfico 6.15.2:Índices de Country-Risk - Bancos com Representações no Brasil
Gráfico 6.15.3:Índices de Country-Risk - Bancos sem Representações no Brasil
Gráfico 6.16:Fatores de Motivação para Investimentos do Setor QuímicoFarmacêutico no Exterior
Gráfico 6.17: Estabilidade Econômica em um País - Fatores Fundamentais para
o Setor Químico-Farmacêutico
Gráfico 6.18:Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo Setor QuímicoFarmacêutico no Exterior
Gráfico 6.19:Relação entre Capital Próprio e de Terceiros do Setor QuímicoFarmacêutico
Gráfico 6.20:Fontes de Capital de Terceiros do Setor Químico-Farmacêutico
Gráfico 6.21:Fontes de Capital Próprio do Setor Químico-Farmacêutico
Gráfico 6.22:Fatores de Motivação de Investimentos do Setor QuímicoFarmacêutico no Brasil
Gráfico 6.23:Índices de Country-Risk do Setor Químico-Farmacêutico
Gráfico 6.24:Disposição do Setor Químico-Farmacêutico para Investimentos no
Brasil nos Próximos 5 anos
134
137
137
138
139
145
147
148
150
151
152
153
155
157
xiv
RELAÇÃO DOS QUADROS
Quadro 2.1:A Queda do Muro de Berlim - Cronologia dos Principais Fatos
(11/03/85 a 09/10/89)
Quadro 3.1:Da Comunidade do Carvão e do Aço para a União Européia Cronológico de 1951 a 1995
Quadro 4.1:Origem do Capital e Posição das Fábricas Automotivas na Indústria
da Alemanha por Faturamento (1996)
Quadro 4.2:Investimentos da Indústria Automotiva no Brasil (1997-1999)
Quadro 5.1:Empresas Automotivas de Maioria de Capital Alemão - Posição
Setorial na Indústria da Alemanha, por Faturamento (1996)
Quadro 5.2:Bancos Pesquisados que Desenvolvem Negócios com o Brasil, seus
Respectivos Volumes Patrimoniais e Posições no Setor Bancário
Alemão (1995-1996)
Quadro 5.3:Posição das Empresas do Setor Químico-Farmacêutico Alemão com
Atividades no Brasil, Baseado em seus Faturamentos em 1996
Quadro 5.4:Categoria e Posição na Alemanha dos Bancos com Unidades
Operativas no Brasil (Ativos de 1996)
Quadro 5.5:Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos com Representações
no Brasil (Ativos de 1996)
Quadro 5.6:Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos sem Representações
no Brasil (Ativos de 1996)
Quadro 6.1:Métodos Empregados na Avaliação de Country-Risk do Setor
Automotivo
Quadro 6.2:Consolidação dos Resultados dos Índices de Country-Risk dos Bancos
Alemães, em Função das Formas de Operação no Brasil
Quadro 6.3:Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães com
Unidades Operativas no País, nos Próximos 5 Anos (1998-2002)
Quadro 6.4:Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães com
Representações no País, nos Próximos 5 Anos
Quadro 6.5:Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos Alemães Sem
Representação no País, nos Próximos 5 Anos
Quadro 7.1:Resumo Setorial das Análises de Country-Risk
14
37
67
68
91
92
93
98
98
135
140
141
142
142
170
xv
RELAÇÃO DAS TABELAS
Tabela 2.1:Indicadores Sócio-Econômicos - Alemanhas Ocidental e Oriental
(Ano:1989)
Tabela 2.2: Produto Interno Bruto dos Principais Países Industrializados
(Ano: 1996)
Tabela 2.3: Evolução do PIB na Alemanha (1991-1996)
Tabela 2.4: Participação da Alemanha no Comércio Internacional (Base:1995)
Tabela 2.5: Exportações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais, Volumes e
Tipos de Produtos (1994-1996)
Tabela 2.6: Importações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais, Volumes e
Tipos de Produtos (1994-1996)
Tabela 3.1: Situação dos Países Europeus com Relação aos Critérios de
Convergência
Tabela 3.2: Valores de Conversão do Euro para os Países da União Monetária
Européia
Tabela 3.2: Critérios de Convergência - Comparação com a Economia Brasileira
Tabela 4.1: Evolução do Nível de Produto, Consumo Interno, Desemprego e
Preços (1993-1997)
Tabela 4.2: Crescimento Econômico e Participação das Exportações Alemãs em
Determinados Países
Tabela 4.3: Evolução do Comércio Exterior da Alemanha com Países e Blocos
de Países (1993 - 1o Sem./1997)
Tabela 4.4: Balança Comercial entre a Alemanha e o Brasil (1985-1996)
Tabela 4.5: Participação Relativa Global do Comércio Entre o Brasil e a
Alemanha (1982-1995)
Tabela 4.6:Contribuição Setorial do Conglomerado Daimler Benz AG em 1996
Tabela 4.7: Faturamento do Conglomerado BMW por Ramo de Atividades
(1996-1997)
Tabela 4.8: Os Maiores Bancos Alemães com Base nos Balanços de 1996
Tabela 4.9: As Dez Maiores Empresas Mundiais do Setor Farmacêutico
Tabela 4.10: Custos em Pesquisa de Novos Medicamentos (1990-1996)
Tabela 5.1: Fatores de Conversão de Unidade Monetária DM/US$ (1990-1997)
Tabela 6.1: Bancos Especiais - Relação entre Capital Próprio e de Terceiros
Tabela 6.2: Bancos Privados de Capital Acionário - Relação entre Capital Próprio
e de Terceiros
Tabela 6.3: Bancos Estaduais - Relação entre Capital Próprio e de Terceiros
Tabela 7.1: Efeitos da Crise Asiática na Avaliação de Country-Risk
Tabela 7.2: Possibilidade de Favorecimento de Países Latino-Americanos Devido
à Crise Asiática
Tabela 7.3:Disposição das Empresas para Novos Investimentos no Brasil
Tabela 7.4: Avaliação da Estabilidade Política e Econômica do Brasil no Presente
e no Futuro (Base: agosto de 1997)
Tabela 7.5: Grandes Entraves para as Atividades de Negócios no Brasil
(Base: agosto de 1997)
24
25
27
29
29
30
44
45
46
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61
63
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77
84
84
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127
127
128
171
172
173
174
178
xvi
Tabela 7.6: Pequenos Entraves para as Atividades de Negócios no Brasil
(Base: agosto de 1997)
Tabela 7.7: Rentabilidade Média de Subsidiárias de Multinacionais Americanas
(1995-1996)
Tabela 8.1: Incorporações Estrangeiras no Setor Financeiro Brasileiro a Partir de
1994
Tabela 8.2: Captação de Recursos Estrangeiros na América- Latina (1990 a
1998)
179
182
188
190
xvii
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
“Química” e não colônias era uma frase popular
na Alemanha, refletindo uma orientação para a
inovação, a fim de assegurar alternativas para as
matérias-primas naturais. As duas guerras
mundiais aceleram esses esforços, já que os
períodos de escassez eram normais (PORTER,
1993, p. 421).
1.1. APRESENTAÇÃO
No contexto dos acontecimentos políticos ocorridos na Europa na
segunda metade de 1989, simbolizados pela queda do Muro de Berlim, 9 de
novembro daquele ano, a Alemanha, formalmente reunificada no ano seguinte, 3
de outubro de 1990, vai reforçando sua posição entre as nações mais ricas do
mundo. Concomitantemente, seu poder de influência e participação no jogo geopolítico mundial vem crescendo rapidamente nos últimos anos. Com base no ano
de 1996, seu Produto Interno Bruto (PIB) ocupava, mundialmente, a terceira
colocação, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Entretanto, seu PIB per
capita ultrapassa o dos Estados Unidos, perdendo apenas para o do Japão.
1
Entre os países emergentes, o Brasil ocupa, há vários anos, o
primeiro lugar, como país de aplicação dos investimentos alemães no exterior. Em
nível mundial, o Brasil ocupa a décima primeira posição, na frente de países como
o Japão e o Canadá.
O estoque de capital alemão em 1998, no Brasil, através das suas
1200 empresas, incluindo reinvestimentos e investimentos, feitos indiretamente,
através de outros países, é de US$ 13.5 bilhões. Este valor corresponde a 15%
do total de capital estrangeiro investido no país. Quanto ao perfil das intenções de
investimentos alemães no Brasil, desde o ano de 1997 até 2001, esses deverão
alcançar um valor total de US$ 5 bilhões. Com relação ao seu fluxo comercial,
exportações e importações, segundo dados do Ministério da Economia da
Alemanha, o Brasil se posiciona entre os seus trinta parceiros mais importantes.
Neste contexto sólido e crescente da importância das relações
bilaterais entre o Brasil e Alemanha, foi desenvolvido o presente trabalho de
dissertação, com o objetivo de avaliar, de forma qualitativa, os parâmetros que
balizam as motivações para as tomadas de decisões de investimentos alemães,
em nível mundial e, em especial, no Brasil.
Para a sua elaboração, foi feita uma pesquisa de campo na
Alemanha, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo 44 empresas e instituições
de três setores de sua economia – automotivo, bancário e químico-farmacêutico tendo como base de atuação, o Instituto de Ciências Políticas da Eberhard-KarlsUniversität Tübingen, Alemanha.
As empresas dos setores automotivo e químico-farmacêutico estão
relacionadas, em termos de faturamento, entre as 500 maiores da economia
alemã. Quanto às do setor bancário, estão entre as 50 maiores instituições
alemãs em termos de seus ativos.
1.2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICO
2
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Neste
estudo
dos
processos
de
tomada
de
decisões
de
investimentos alemães, em nível mundial, fez-se necessário a investigação e
apresentação dos resultados, quanto às seguintes indagações:
• Quais os fatores de motivação das empresas alemãs a investir no
exterior?
• Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão
que possam motivar as empresas alemãs a investir no exterior?
• Quais os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em
um país?
• Quais os indicadores econômicos e financeiros utilizados pelas
empresas para possíveis investimentos no exterior?
• Qual a relação e as fontes preferenciais de capital próprio e de
terceiros das empresas?
1.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Quanto à tomada de decisões de investimentos alemães, em relação
ao Brasil, fez-se necessária a investigação e apresentação de resultados, que
deviam refletir as seguintes questões:
• Quais os fatores fundamentais de motivação das empresas para
novos investimentos no Brasil?
• Existe nas empresas avaliações de country-risk para o Brasil?
3
• Quais os índices comparativos de country-risk para um grupo
representativo de nove países?
• Qual a Influência da crise na região asiática, no final de 1997, nas
avaliações de country-risk, bem como para os investimentos na
América Latina, no médio-longo prazo?
• Qual a disposição das empresas em fazer investimentos no Brasil
nos próximos 5 anos?
• Quais os motivos para reduzida participação de capitais alemães
no atual processo de privatização das empresas estatais
brasileiras?
1.3. METODOLOGIA
Após
reflexões
preliminares
sobre
o
tema
em
questão,
acompanhadas de uma noção geral da extensão do trabalho e da respectiva
literatura envolvida, foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos,
aplicados de forma paralela ou seqüencial, complementar ou independente:
• Revisão bibliográfica da literatura científica existente, bem como
acompanhamento
sistemático,
desde
1995,
de
artigos
e
reportagens divulgados na imprensa especializada, tanto na
Alemanha como no Brasil. A respectiva pesquisa foi feita,
principalmente, junto às bibliotecas, à rede da Internet, à
Assessoria de Assuntos Culturais e de Imprensa do Consulado
Geral da Alemanha, no Rio de Janeiro, às Câmaras de Comércio
e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro e de São Paulo, ao
Ministério da Economia e ao Banco Central da Alemanha, bem
como às diversas federações alemãs da indústria e do comércio.
4
• Definição das composições amostrais da pesquisa de campo
realizada na Alemanha, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo
44 empresas e instituições dos setores automotivo, bancário e
químico-farmacêutico.
• Montagem de um banco de dados sobre as informações e os
endereços das empresas a serem entrevistadas, previamente
codificadas, de forma aleatória, dentro dos seus respectivos
setores.
• Elaboração, pré-teste, tradução do questionário, bem como envio
do mesmo às empresas.
• Coleta de dados efetuada pelo correio, fax e telefone.
• Adicionalmente, programação de viagens para as cidades de
Berlim, Frankfurt am Main, Hamburgo, Ingolstadt, Munique e
Stuttgart, com vistas a entrevistas pessoais, com 15 das 44
empresas e instituições pesquisadas, além do Banco Central
Alemão.
• Tabulação e análise das questões mais diretamente relacionadas
com as estratégias de investimentos dos setores automotivo,
bancário e químico-farmacêutico.
• Discussão dos resultados encontrados com profissionais de
empresas filiais alemãs, no Brasil.
O referencial teórico básico que lastreou este trabalho foi a
conhecida obra de Michael Porter - A Vantagem Competitiva das Nações
(PORTER, op.cit.). Para Porter, a questão chave para a explicação da
competitividade de uma nação, como um todo, passa pelo entendimento da
capacidade das empresas de determinado país em criar e manter a vantagem
5
competitiva em certas indústrias. Com isto, procurou-se separar os atributos
nacionais que estimulam a vantagem competitiva destas indústrias.
Segundo Porter, o padrão de vida de um país está diretamente
relacionado com a sua produtividade, na medida que esta é a causa fundamental
da sua renda nacional per capita. Neste aspecto, produtividade, em nível nacional
é o valor do que é produzido por uma unidade de trabalho ou de capital em um
país. Com isto, produtividade nacional é o único conceito importante de
competitividade em nível nacional. Para a realização deste trabalho, foram
estudados durante quatro anos dez importantes países industrializados, onde se
destacam os Estados Unidos Alemanha e o Japão.
Particularmente importante para esta pesquisa foi o capítulo 7 da
obra de Porter - Padrões de Vantagem Competitiva Nacional: Os Primeiros
Vencedores do Pós-Guerra (PORTER, op.cit., p. 325-438). Este, ao abordar a
Alemanha em O Dinamismo Alemão Renovador, tendo analisado o perfil de mais
de 345 de suas empresas, apresenta uma série de comentários e conclusões,
extremamente interessantes quanto aos padrões de comportamento do povo
alemão.
As famílias consumidoras, por exemplo, tendem a
usar os bens duráveis por mais tempo e a
conservá-los melhor. A compra a crédito é rara:
os alemães compram a dinheiro, e isso parece
refletir uma maior preocupação com a
durabilidade e uma tendência a comprar artigos
de qualidade superior. A penetração dos cartões
de crédito por pessoa de mais de 18 anos era de
apenas 2% na Alemanha em 1987, o mais baixo
índice de qualquer grande país europeu
(PORTER, op.cit., p. 422).
Estes padrões de comportamento alemães estão, constantemente,
permeando, definindo e redefinindo as condições de demanda alemãs, o papel do
seu governo, bem como as estratégias, estruturas e rivalidades de suas
empresas. Várias destas características comportamentais, apontadas por Porter,
vão estar presentes nos resultados e nas conclusões desta pesquisa.
6
1.4. A MONTAGEM E O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Conforme veremos, a seguir, a ordenação e apresentação dos oito
capítulos deste trabalho refletem, tanto quanto possível, a metodologia
empregada.
O presente capítulo apresenta o tema do estudo, colocando o
problema central da pesquisa, seus objetivos gerais e específicos, assim como a
justificativa para a sua realização.
Para o estudo dos processos de tomada de decisões de
investimentos alemães, em nível mundial e em especial no Brasil, faz-se
necessário, inicialmente, descrever a Alemanha no processo de sua reunificação,
bem como no processo de formação e sua inserção na União Européia. Estes
assuntos são temas dos Capítulos II e III, a seguir.
O capítulo II, portanto, apresenta a trajetória deste delicado processo
de negociação política pelo qual passou a Alemanha, com vistas à sua
reunificação, após a queda do Muro de Berlim. Esta trajetória é importante para o
entendimento da estrutura econômica atual da Alemanha, bem como dos
segmentos que a compõem.
O capítulo III faz uma retrospectiva histórica do processo de
formação e evolução da União Européia, suas principais questões, a ela
pertinentes, que vêm sendo discutidas pelos seus países-membros, ao longo
destes últimos dez anos, bem como a compreensão do grau de inserção,
participação e responsabilidade, tanto política como econômica, da Alemanha,
neste contexto.
No capítulo IV é apresentado um panorama da situação conjuntural
da economia alemã, enfatizando seus setores automotivo, bancário e químicofarmacêutico, além de dados estatísticos relativos ao fluxo comercial e de
investimentos entre o Brasil e a Alemanha.
7
O capítulo V aborda a metodologia utilizada na pesquisa de campo
efetuada na Alemanha, relativa às decisões de investimentos, tanto em nível
mundial como no Brasil, das empresas alemães dos setores automotivo, bancário
e químico-farmacêutico.
O capítulo VI apresenta, com auxílio de gráficos e tabelas, a análise
dos resultados intrasetoriais desta pesquisa de campo.
O capítulo VII indaga as principais semelhanças e diferenças de
comportamentos, quando da tomada de decisão de investimentos, por parte dos
setores automotivo, bancário e químico-farmacêuticos, as quais já se evidenciam
no capítulo anterior.
Finalmente, no capítulo VIII, são apresentadas as conclusões do
autor acerca do trabalho, bem como suas recomendações para estudos futuros.
1.5. A RELEVÂNCIA DO TEMA
Conforme foi visto na apresentação inicial deste capítulo, este
trabalho aborda um estudo de caso dos processos de tomada de decisões de
investimentos alemães, em nível mundial e no Brasil.
Em termos de literatura mais recente, além de notícias publicadas
em jornais e revistas especializadas, tanto na Alemanha como no Brasil, existem
algumas pesquisas recentes que abordam, em maior ou menor grau, este tema. A
Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-SP), por
exemplo, realizou, em agosto de 1997, uma pesquisa englobando dirigentes de
cerca 600 empresas localizadas no Brasil, sendo que 61% delas eram de capital
estrangeiro, predominantemente, de origem alemã.
No final de 1997, o Bundestelle für Aussenhandelsinformation (Setor
Federal de Informações de Comércio Exterior da Alemanha), realizou uma
8
pesquisa, através de seus correspondentes estrangeiros, situados em 46 países.
Esta pesquisa, efetuada pelo segundo ano consecutivo, visava, entretanto,
identificar, principalmente, as motivações e possibilidades de exportação dos
diversos setores da economia alemã, para o ano de 1998 (BUNDESSTELLE,
1998).
Posteriormente, em fevereiro de 1998, a Confederação Alemã da
Indústria e Comércio (DIHT) publicou, também, pelo segundo ano consecutivo,
uma pesquisa, realizada entre as suas 83 Câmaras de Indústria e Comércio
(WIRTSCHAFTSLAGE, 1998), abordando a expectativa de seus membros, com
relação a temas tais como: situação econômica, crescimento, comércio exterior,
investimento e desemprego. Aqui, entretanto, a questão dos investimentos,
quando tratada de forma geral, não distingue investimentos externos de internos.
Quando tratada de forma específica, se refere àqueles realizados nas partes
Ocidental e Oriental da Alemanha.
Para a consecução do presente trabalho foi feita uma pesquisa de
campo, no primeiro trimestre do mesmo ano, na Alemanha, que contemplou as
principais empresas dos setores automotivo (5), bancário (28) e químicofarmacêutico (11), de capital majoritário alemão, com atividades comerciais, de
forma direta ou indireta, com o Brasil.
Tendo em vista o porte, a posição estratégica e o grau de inserção
na economia mundial das empresas que compõem estes setores, os resultados
desta pesquisa podem ser considerados uma boa aproximação das posições dos
demais setores produtivos e de serviços da Alemanha.
A relevância e a atualidade do tema proposto por este trabalho,
reside no fato de que o entendimento dos processos decisórios de empresas de
capital estrangeiro, se torna cada vez mais fundamental e decisivo, nas
formulações e estratégias de políticas e programas econômicos de governos,
como é o caso de países, como o Brasil, tão dependentes de poupança externa
para o seu crescimento e desenvolvimento sócio-econômico.
9
Este trabalho, além de conter indagações gerais do processo de
tomada de decisões de investimento, possui, também, questões específicas em
relação ao Brasil. Neste sentido pretende, por exemplo, investigar, quais os
fatores fundamentais de motivação de investimentos por parte das empresas
alemãs, bem como suas disposições para a realização de investimentos futuros
no Brasil.
Com
relação
aos
índices
de
risco-país
(country-risk),
há,
evidentemente, interesse em se verificar o impacto da crise econômica asiática,
no final de 1997, tanto nestas avaliações de risco, como nos investimentos
alemães de médio-longo prazo na América Latina.
Uma outra questão bastante relevante é a investigação dos motivos
da reduzida participação de capitais alemães no processo de privatização das
empresas estatais brasileiras. Atrelada a esta questão, a ponderação, também, do
papel e da real importância da figura do Presidente da República, como agente
catalisador de investimentos diretos no país.
Desta forma, acreditamos que os resultados e as conclusões deste
trabalho poderão constituir, em uma primeira instância, um valioso subsídio para
as autoridades brasileiras competentes, na formulação de suas estratégias de
montagem de portfolios-país, de capitais produtivos de longo prazo.
Ao
se
respeitarem
as
características,
comportamentos
e
especificidades de investidores de longo prazo, privados ou não, decorreria a
possibilidade da formulação de políticas diferenciadas para a atração de capitais
estrangeiros de longo prazo, mais eficientes, em nível mundial. Por outro lado,
uma combinação de diferentes perfis de investimentos, de curto, médio e longo
prazo, traria para o país a vantagem de proteger a sua economia das oscilações,
sobressaltos e instabilidades do mercado financeiro internacional.
10
Se nos reportarmos, por exemplo, às medidas adotadas pelo
governo brasileiro no início de setembro de 1998, em face da queda exacerbada
do nível de reservas cambiais após a moratória da Rússia em 17 de agosto de
1998, chegaríamos a uma das seguintes conclusões: ou o governo não dispõe de
nenhum outro instrumento efetivo para atrair capitais estrangeiros, a menos do
aumento do nível da taxa de juros, ou ele parte do princípio de que os outros são
inócuos diante de crise profundas no mercado financeiro internacional.
É fato, entretanto, que este tipo de procedimento, elevação de níveis
de taxas de juros a um patamar, senão o mais alto, um dos mais altos do mundo,
se prolongado, acarreta, o famoso efeito-dominó, com seus desdobramentos
desastrosos no sistema econômico e social do país: queda dos investimentos
privados e do nível de demanda, inadimplências, falências, diminuição da
atividade interna e desemprego, levando, por conseguinte, o país à uma recessão
econômica.
Diante deste cenário este trabalho pode ser, também, de interesse
para diversos órgãos governamentais ou privados de apoio e fomento das
relações econômicas e comerciais, entre o Brasil e a Alemanha, tais como
representações diplomáticas, associações, câmaras de comércio, federações da
indústria, sindicatos, etc. Além disto, este estudo poderá servir aos profissionais e
empresários do setor, professores, pesquisadores e estudantes de áreas afins.
1.6 DIFICULDADES E LIMITAÇÕES DO TRABALHO
As maiores dificuldades e limitações deste trabalho são decorrentes
da própria dinâmica dos assuntos relacionados com o tema proposto. Durante o
ano de 1998, por exemplo, ocorreram uma série de fatos e situações marcantes,
nas áreas de economia e política internacional, indústria, serviços, bem como no
sistema financeiro mundial, muitos deles, novos ou mesmos inesperados. O
desafio, às vezes exaustivo de um permanente acompanhamento on line destas
11
mudanças, obrigou que, diversas vezes, partes deste trabalho tivessem que ser
refeitas.
Neste sentido, um outro fato também a ser destacado, é quanto aos
indicadores sócio econômicos de conjuntura da Alemanha, citados neste trabalho.
Estes, na sua grande maioria, foram baseados nas publicações oficiais do
Governo Alemão, relativas à consolidação dos dados de sua economia no ano de
1997. As atualizações posteriores ou complementares destes indicadores, para o
ano de 1998, foram feitas sempre que possível, a medida que os mesmos iam
sendo divulgados, respeitando, no entanto, a limitação temporal deste trabalho.
Esta literatura mais recente, a respeito, encontra-se disponível na parte desta
obra, referente à bibliografia e os sites da internet consultados.
Quanto à pesquisa de campo, relativo às decisões de investimento
dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, suas dificuldades e
limitações encontram-se explicitadas no capítulo V.
12
CAPÍTULO II
A REUNIFICAÇÃO ECONÔMICA DA ALEMANHA - UMA OBRA DE
DIFÍCIL CONSTRUÇÃO
O Muro simplesmente caiu
François Mitterrand
2.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Alemanha sofreu enormes transformações políticas e econômicas
nestes últimos cinqüenta anos. Este processo iniciado após a Segunda Guerra
Mundial, vai se acelerar vigorosamente após a queda do Muro de Berlim e desembocar na sua reunificação.
A reunificação da Alemanha vai não somente redesenhar o mapa da
Europa, mas também alterar profundamente a composição de forças políticas e
econômicas entre os países deste continente e no mundo.
Para o entendimento da estrutura econômica atual da Alemanha,
bem como dos atores que a constituem, sejam eles o Estado ou a iniciativa privada, importantes para o estudo das motivações e decisões de investimentos ale13
mães no exterior, e em especial no Brasil, faz-se necessário um exame deste
processo de reunificação, o que será visto ao longo deste capítulo.
2.2. ETAPAS DA REUNIFICAÇÃO ALEMÃ
O início do processo de desmoronamento dos sistemas políticos e
sócio-econômicos dos países do Leste europeu, notadamente da parte oriental
da Alemanha, objeto deste estudo, entrou simbolicamente para a História no momento do episódio da derrubada do Muro de Berlim, fartamente documentado pela mídia.
Quadro 2.1: A Queda do Muro de Berlim - Cronologia dos
Principais Fatos (11 / 03/ 1985 a 09/ 10/ 1989)
Data
11/03/85
Fato
Eleição de Gorbatschow para Secretário-Geral do Partido Comunista da União
Soviética.
13/03/87
Rumores quanto a uma oferta soviética de reunificação alemã no contexto de
redução de tropas.
27/10/87
Gorbatschow nega discussão relativa à reunificação.
19/01/89
Erich Honecker discursa na Conferência da Segurança e Cooperação na Europa: “O Muro ainda em 50 e também 100 anos ainda estará de pé”.
Início de 1989 Grande discussão na imprensa americana sobre a reunificação.
02/05/89
Hungria abre as suas fronteiras. Começa a fuga de cidadãos da então Alemanha
Oriental para o Ocidente, através da Hungria.
07/05/89
O Pacto de Varsóvia refuta a “Doutrina de Breschnew” relativa à soberania limitada dos Estados Socialistas.
07/05/89
Fraude nas eleições regionais na Alemanha Oriental.
19/08/89
Fuga em massa de alemães orientais pela fronteira com a Hungria.
04/09/89
Início da “Marcha da Segunda-Feira” da igreja de São Nicolau, em Leipzig.
11/09/89
Hungria permite oficialmente a saída de refugiados da ex - Alemanha Oriental
para a Áustria. Em seguida, também fugas bem sucedidas através das embaixadas da Alemanha Ocidental em Varsóvia e Praga.
07/10/89
Discurso de Gorbatschow durante sua visita à Alemanha Oriental: “Quem tarda,
será punido pela vida”.
09/10/89
Um derramamento de sangue é evitado nos últimos momentos em Leipzig.
18/10/89
Erich Honecker é substituído por Egon Krenz.
09/11/89
Abertura da fronteira interna alemã.
Fonte: SINN, 1992
14
Este acontecimento, pela sua rapidez, ímpeto e proporções totalmente imprevistas, vai tomar o mundo de surpresa, desde os dirigentes máximos
dos países direta ou indiretamente envolvidos com estas mudanças, até o seu
mais simples cidadão. Entretanto, se analisarmos a cronologia dos fatos que convergiram para este acontecimento, desde a eleição de Michail Gorbatschow para
dirigente máximo do partido comunista soviético, em 11 de março de 1985, podemos perceber que estava em marcha um processo de ruptura da forma vigente
com que os países do Leste da Europa se alinhavam e ordenavam em relação a
Moscou, desde meados da década passada.
Apesar disto ser uma conclusão ex-post deste processo, nem por isto deva ser negligenciada, conforme indicam os acontecimentos relacionados no
Quadro 2.1 da página anterior. Estes fatos e dados, que se entrelaçam desde
1985, vão culminar com a queda do Muro de Berlim, em 9 de outubro de 1989.
2.2.1. A União Monetária Alemã
As proposições de política econômica (SIEBERT, 1992) visando à
integração da Alemanha foram se alterando rapidamente. Inicialmente, logo após
a queda do Muro de Berlim, em 9 de Novembro de 1989, havia um consenso que
ambos os Estados alemães deveriam ainda percorrer um longo processo de ajustamento mútuo de, no mínimo, dez anos antes da completa reunificação ter sido
efetuada.
O Plano dos Dez Pontos proposto pelo Chanceler da Alemanha Ocidental (Bundesrepublik Deutschland), Helmut Kohl, ainda em 8 de novembro de
1989, antes da queda do Muro, pretendia desenvolver estruturas federativas entre
ambos os Estados, prevendo-se com isto, uma integração a longo prazo dos seus
mercados, bem como uma restruturação do sistema de produção da Alemanha
Oriental, com vistas a ganhar mais espaço e competitividade no mercado mundial.
No início do ano de 1990, este horizonte de tempo se reduziu drasticamente. Entretanto, nesta época, era quase consenso na Alemanha que ainda
15
deveria ser considerado um prazo de dois a três anos, durante o qual a integração
econômica haveria de ocorrer.
Tendo em vista a existência de duas moedas, um "marco oriental"
(Ostmark) e o outro "ocidental"(D-Mark), havia então, uma proposição que ambas
moedas deveriam ser controladas de Frankfurt, através do Banco Central (Bundesbank) da Alemanha Ocidental. Visava-se, com isto, conferir credibilidade à
moeda do Leste. Além disto, deveria existir um câmbio flexível, no intuito de se
facilitar esta fase de transição da economia planificada do leste, para a de livre
mercado.
Entretanto, o andamento deste movimento de transição econômica
foi acelerado pela vigorosa dinâmica do processo político. Em 6 de fevereiro de
1990, Helmut Kohl propôs a união monetária, ou seja, estender os limites do curso do ‘’marco ocidental’’ (D-Mark) também para a então Alemanha Oriental (DDR).
Nos meios acadêmicos esta proposição de integração monetária significava, contudo, uma total inversão da seqüência esperada de um processo de
unificação econômica. Normalmente uma unificação desta ordem deveria ser antecedida pela circulação de mercadorias, capital e mercado de trabalho.
Entretanto, em face do processo de desmantelamento dos Estados
que compunham a União Soviética, e por conseguinte, da perda do poder político
de Michail Gorbatschow, o principal avalista deste processo, a questão da reunificação era certamente uma corrida contra o tempo, e é muito provável que Helmut
Kohl tivesse consciência disto. Como forma de sustentar este raciocínio, sobre a
percepção de Kohl a respeito deste momento político, é interessante se reportar a
um encontro realizado no outono de 1995, nos Estados Unidos, entre François
Mitterrand, George Bush, Margareth Thatcher e Michail Gorbatschow, ex-líderes
políticos, respectivamente, da França, Estados Unidos, Inglaterra e da então União Soviética, quando da queda do Muro de Berlim.
16
Este encontro foi matéria de reportagem do jornal Die Zeit
(no
11/96), que teve como título Para quê nós terminamos com a guerra fria ? Nesta,
percebe-se as diferenças de opiniões e pontos de vista destas personalidades,
com relação aos acontecimentos políticos da virada da década de oitenta.
A respeito da reunificação da Alemanha, Margareth Thatcher afirmou
tacitamente que era contra, pois significaria tornar a Alemanha a nação dominante
na então Comunidade Européia. Entretanto, a reunificação foi decidida sem que o
resto da Europa fosse devidamente consultado. Segundo ainda Thatcher, todos
ficaram estupefatos que isto tenha acontecido.
Mitterrand por sua vez afirma que seria melhor para os franceses
uma Alemanha dividida. Entretanto nem as superpotências ou mesmo os militares
da Alemanha Oriental (DDR) puderam evitar este processo. Ainda, segundo Miterrand, sem golpe de estado ou agitação, o Muro simplesmente caiu.
Bush, favorável à reunificação, confirma sua diferença de opinião
com relação a Thatcher e Mitterand, alegando que talvez a América se situasse
distante da Europa e voltada para si. Bush completa afirmando que os acontecimentos ocorreram de forma extremamente rápida, superando as expectativas gerais.
Gorbatschow relembra neste encontro um princípio de ação política
que norteou seu governo, ou seja o fim da Doutrina- Breschnjew - igualdade dos
Estados e da sua não-intervenção em assuntos internos. A responsabilidade pela
situação interna dos países deveria ser assumida por eles mesmos. Conclui Gorbatschow que este seu posicionamento era visto com ceticismo por seus interlocutores.
Portanto, em perspectiva histórica, podemos inferir que Helmut Kohl,
pela forma e rapidez com que conduziu este processo de negociação política, não
só com os dirigentes da antiga Alemanha Oriental, mas também com os países
aliados (Estados Unidos, Inglaterra e França) e a União Soviética, muito prova17
velmente tinha uma boa percepção do contexto histórico em que a possibilidade
da unificação da Alemanha estava inserida. Além disto, acreditou em Gorbatschow e no seu princípio de ação política, visto anteriormente.
2.2.2. Efeitos Imediatos da União Monetária na Alemanha
A criação da união monetária alemã em si, ocorreu sem maiores
problemas. O Banco Central Alemão (Deutsche Bundesbank) estendeu sua própria estrutura e organização também a Alemanha Oriental. Em 1o de julho de
1990, a validade do D-Mark foi estendida também aos estados que compunham a
então Alemanha Oriental.
Juntamente com a união monetária, entrou também em vigor uma
união, tanto econômica como social, entre as duas Alemanhas. É interessante
ressaltar que a Alemanha Oriental, apesar ainda de se constituir em um Estado
autônomo, já perdia então sua autonomia no que tange às suas decisões econômicas e financeiras.
Conforme estipulavam os termos do tratado desta união monetária,
a moeda da ex-Alemanha Oriental foi convertida em marcos (D-Mark). As respectivas paridades de troca observadas, bem como a quantidade de moeda M31),
que ingressou na economia, serão mostradas, a seguir (SINN, 1992, p.229):
1
Cf. BETGE (1996, p. 46)
M1: papel moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos comerciais
M2: M1 + depósitos à prazo de até 4 anos
M3: M2 + depósitos em poupança com prazo de carência de 3 meses
18
• Paridade de Troca 1:1 (Em DM)
Pessoas até 14 anos
Î
2000
Pessoas entre 15 e 59 anos
Î
4000
Pessoas acima de 59 anos
Î
6000
Dada a estrutura da população da ex-Alemanha Oriental, esta paridade de troca representou um ingresso adicional de moeda na economia alemã
no valor de 65,5 bilhões de marcos.
• Paridade de Troca 1:2 (Em DM)
Foram trocados dentro desta paridade 171,8 bilhões de marcos (DMark), o que representou um acréscimo de moeda na economia no valor de 85,9
bilhões de DM. O valor total convertido na ex-Alemanha Oriental foi de 151,4 bilhões de DM.
• Paridade de Troca 1:3 (Em DM)
Para uma pequena parcela ainda, pertencente a titulares fora do território da ex-Alemanha Oriental, foi aplicada a paridade de troca 1:3. O valor que
recaiu nesta categoria não estava disponível na fonte consultada do Banco Central Alemão (Deutsche Bundesbank).
É importante lembrar que todas as quantias foram convertidas em
marco alemão, e poderiam ser sacadas a qualquer momento pelo seus titulares.
Apesar de ter sido a proposição, na época, de muitos consultores econômicos,
não houve nenhum tipo de congelamento dos respectivos saques.
O temor que o efeito desta união monetária pudesse provocar uma
forte influência na taxa de inflação para os anos subsequentes, provou-se infundado, conforme mostra o Gráfico 2.1, a seguir. Atualmente, a questão relacionada
19
diretamente com o crescimento da taxa de inflação não é motivo de maiores preocupações para as autoridades alemãs.
Gráfico 2.1: Taxas de Inflação Anual na Alemanha (1993-1998)
Inflação
5,00
4,50
4,50
4,00
1993
3,50
3,00
1994
2,70
1995
2,50
2,00
1,80
1,50
1,75
2,00
1996
1,50
1997
1,00
1998*
0,50
Ano
0,00
Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997
(*) Previsão
2.2.3. O Tratado de Reunificação da Alemanha
Logo após a consecução da união monetária, deu-se início ao processo de negociação do Tratado de Reunificação das Alemanhas (SCHAEUBLE,
1991), já com o Parlamento da Alemanha Oriental inteiramente renovado pelas
eleições livres de 18 de março de 1990. Este Tratado foi assinado em 31 de agosto de 1990, sendo que a Unificação da Alemanha foi formalmente decretada em 3
de outubro de 1990.
Através deste Tratado os estados que compunham a Alemanha Oriental (DDR) passaram a ser também regidos pela Lei Fundamental (Grundgesetz)
da Alemanha Ocidental, conforme seu então Artigo 23.
Segundo este dispositivo original, esta Lei Fundamental só seria válida inicialmente para os estados pertencentes à "Alemanha" (Alemanha Ocidental) na data de sua promulgação em 23 de maio de 1949. Para demais partes,
20
entraria em vigor após suas respectivas adesões à ela (Alemanha Ocidental).
Posteriormente, pôde-se constatar que uma reunificação com base no Artigo 146
desta mesma Lei, do ponto de vista político e econômico, poderia trazer riscos e
resultados imprevisíveis (SIEBERT, op. cit.).
Segundo este artigo, o último, esta Lei Fundamental perderá sua validade no dia que uma nova Constituição entrar em vigor, elaborada, por espontânea vontade pelo povo alemão (..“verliert seine Gueltigkeit an dem Tage, an dem
eine Verfassung in Kraft tritt, die von dem deutschen Volk in freier Enscheidung
beschlossen worden ist..”) (GRUNDGESETZ, 1991, p. 92).
Podem-se facilmente imaginar os transtornos no âmbito da discussão da reunificação alemã, caso tivesse sido aberto, alternativamente, um novo
debate político visando à elaboração de uma Constituição para uma Alemanha
reunificada.
Certamente este processo de integração econômica teria sofrido atrasos. Além disto, teriam sido também imprevisíveis as reações da comunidade
financeira internacional, diante de uma nova formulação constitucional.
2.3. TRANSFORMAÇÕES NO LESTE EUROPEU - ALEMANHA
ORIENTAL, UMA EXCEÇÃO
Comparando-se o processo de transformação estrutural do Leste da
Alemanha com a dos demais países do Leste Europeu, pode-se verificar que se
trata de um caso excepcional. Em uma mudança de um sistema econômico planificado para uma economia de mercado, seja na Alemanha Oriental ou no Leste
Europeu, podemos identificar nitidamente três grandes tarefas: a criação de uma
infra-estrutura institucional, a estabilidade da moeda e o ajuste às condições reais
de mercado.
No caso da Alemanha Oriental, duas delas foram rapidamente completadas. Com a reunificação da Alemanha, conforme o artigo 23 da sua Lei Fun21
damental, a infra-estrutura institucional da parte ocidental da Alemanha foi estendida à sua parte Leste. A questão da estabilidade da moeda ficou encaminhada
com a união monetária, conforme vimos anteriormente.
Entretanto, resta ainda a ser completada a tarefa de adaptação da
economia às reais condições de mercado. Desta forma, neste contexto de profundas mudanças e transformações, a reunificação da Alemanha foi se colocar como
um experimento sem precedentes, na medida em que um mesmo povo, carregando experiências de forma de produção e organização social tão diferentes por
quase meio século, tivera, a partir da reunificação, de se constituir em um só país.
2.4. A HERANÇA DE UMA ECONOMIA PLANIFICADA
Depois da reunificação pôde-se fazer rapidamente um balanço da
herança de uma economia planificada na parte Leste da Alemanha, termo que
estará sendo utilizado daqui para frente, tanto para designar o atual território da
parte Leste da Alemanha como para me referenciar ao território da ex-Alemanha
Oriental.
A situação inicial das empresas da parte Leste da Alemanha, logo
após a reunificação, devido à sua falta de competitividade, enquanto território da
ex-Alemanha Oriental, poderia resumidamente ser caracterizada da seguinte forma:
•
A qualidade de seus produtos não correspondia de modo geral
aos padrões internacionais; as linhas de produção não estavam
orientadas para o mercado do Ocidente; produção e investimento estavam baseados em matriz de preços totalmente irrealistas;
•
As distorções nos preços relativos, que não refletiam a carência
de matérias primas e produtos dos diversos setores da economia, eram devidos em parte, às diversas formas de subsídios,
22
que, na sua maioria, não representavam corretamente seus custos de produção, uma vez que a economia da antiga Alemanha
Oriental não se encontrava suficientemente integrada à divisão
internacional do trabalho.
• Além disto, a grande maioria das empresas desfrutava de uma
situação privilegiada de monopólio. As unidades produtivas
(“Kombinate”), de forma freqüente, compreendiam toda uma indústria e mesmo internamente, devido a uma reserva de mercado estatal, estavam protegidas de outras possíveis concorrências.
•
Com relação aos fatores de mercado, não havia mercados de
trabalho, capital e recursos naturais, sobre os quais a determinação dos seus preços deveriam refletir a escassez destes fatores
da produção. Os preços dos componentes da matriz energética
eram totalmente irrealistas,
sendo que, com relação ao meio
ambiente, os custos de extração de matérias primas não refletiam seus respectivos danos causados.
•
Os estímulos eram mínimos em relação à qualidade de novos
produtos ou em inovações nos seus processos produtivos. Tecnologicamente a economia, como um todo, se encontrava bem
abaixo dos parâmetros internacionais. Os fatores da produção
eram desperdiçados através de processos produtivos ineficientes.
Tabela 2.1: Indicadores Sócio-Econômicos - Alemanhas Oriental
e Ocidental (Ano: 1989)
Potencial de Força de Trabalho
População
População Ativa
População Empregada
População Empregada (%)
Mulheres Trabalhando (%)
Alemanha Oriental
Alemanha Ocidental
16,4 milhões
8,9 milhões
8,9 milhões
54%
50%
62,3 milhões
29,7 milhões
27,7 milhões
48%
37%
23
Desemprego
Produto e Renda (DM)
PIB (Preços Correntes)
PIB per Capita
Renda Disponível per Capita
Comércio Exterior (DM)
Exportações
Importações
Saldo da Balança Comercial
Saldo da Conta Capital
Consumo/ Renda Disponível
Alimentação e Lazer
Bens Industrializados
Aluguel, Luz, Água, Aquecimento
Consumo da Famílias
Carro de Passeio
Televisão
Telefone
Geladeira
Máquina de Lavar
Disponibilidade de Moradia
Habitantes/Apartamento
Área por Habitante
Construção/Moradia após 1945
Apartamentos com Chuveiro
0%
7,1%
353,4 bilhões
21.500
10.200
2,237 trilhões
36.300
22.500
141,1 bilhões
144,7 bilhões
-3,6 bilhões
-
641 bilhões
506,5 bilhões
134,5 bilhões
-136,2 bilhões
41,5%
45,3%
4,6%
23,2%
40,0%
25,8%
54,4%
96%
17%
99%
99%
7 milhões
2,3
27,6 m2
35%
82%
96%
99%
99%
81%
97%
26,6 milhões
2,3
35,5 m2
70%
96%
0
Fonte: Instituto Federal de Estatística de Wiesbaden; Boletim Mensal do Banco Central (n 5, maio de 1990); Anuário Estatístico e Boletim Anual do Banco Estatal da ex-Alemanha Oriental, em SINN, 1992
(*): Alemanha Oriental: Todas as famílias; Alemanha Ocidental: Família de 4 pessoas com renda
bruta entre 2900 e 4400 DM.
(**)Alemanha Oriental: Participação das famílias na qual os respectivos bens estão disponíveis;
Família de 4 pessoas com renda bruta entre 3 000 DM e 4 500 DM.
Concluindo, esta enorme mudança das condições estruturais da economia colocou à mostra a verdadeira situação de seu aparato produtivo, cujas
empresas se tornaram em parte ou totalmente obsoletas. Com isto a passagem
imediata de uma economia planificada para uma de mercado representou um imenso choque para a economia da parte Leste da Alemanha, exigindo portanto,
radicais adaptações de seus agentes econômicos diante deste novo modo de
produção.
Para efeito comparativo do status quo de ambas as economias, Alemanhas Ocidental e Oriental antes da reunificação, são apresentados na Tabela
24
2.1 da página anterior, seus respectivos indicadores econômicos e sociais, relativos ao ano de 1989.
2.5. A ALEMANHA REUNIFICADA - DADOS ESTRUTURAIS DA
ECONOMIA
A Alemanha, uma vez reunificada, vai reforçar sua posição entre as
nações mais ricas do mundo. Além disto, seu poder de influência e participação
no jogo geo-político mundial vem crescendo rapidamente nos últimos anos. Com
base nos resultados auferidos em 1996, o rendimento global de sua economia a
coloca em terceiro lugar no mundo, conforme mostram, a seguir, a Tabela 2.2 e
os Gráficos 2.2 e 2.3.
Tabela 2.2: Produto Interno Bruto dos Principais Países
Industrializados (Ano:1996)
Países
EUA
Japão
Alemanha
França
Itália
Grã-Bretanha
Espanha
Canadá
PIB ( em bilhões de US$)
PIB per Capita (US$/habitante)
7.263
27,300
4.597
36,500
2.361
28,800
1.548
26,700
1.203
21,100
1.135
19,200
586
14,300
578
19,300
Fonte:Statistisches Bundesamt, Wiesbaden, em Perfil da Alemanha, 1998
25
Gráfico 2.2: Produto Interno Bruto dos Principais Países
Industrializados (Ano:1996) - (Em 109 US$)
PIB
8000
7263
7000
6000
4597
5000
4000
3000
2361
2000
1548
1203
1135
586
1000
578
0
Países
EUA
Japão
Alem anha
França
Itália
Grã-Bretanha
Espanha
Canadá
Fonte:Statistisches Bundesamt, Wiesbaden, em Perfil da Alemanha, 1998
Gráfico 2.3: Produto Interno Bruto Per Capita dos Principais Países Industrializados (Ano:1996) - (Em US$)
PIB
40000
36500
35000
27300
30000
28800
26700
25000
21100
20000
19300
19200
14300
15000
10000
5000
0
Países
EUA
Japão
Alem anha
França
Itália
Grã-Bretanha
Espanha
Canadá
Fonte:Statistisches Bundesamt, Wiesbaden, em Perfil da Alemanha, 1998
26
A Tabela 2.3 e os Gráficos 2.4 e 2.5, a seguir, mostram a evolução
do Produto Interno Bruto da Alemanha, a preços correntes e constantes, entre
1991 e 1996. Na seqüência, a origem do seu Produto Interno Bruto (PIB) em percentagem, com base no ano de 1996, conforme o Gráfico 2.6.
Tabela 2.3: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996)
(em bilhões de DM)
PIB Alemão
Preços Correntes
Preços de 1991
1991
2 854
2 854
1992
3 079
2 916
1993
3 164
2 882
1994
3 328
2 960
1995
3 460
3 014
1996
3 542
3 055
Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997
Gráfico 2.4: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) –
Preços Correntes (Em 109 DM)
PIB
4,000
3 328
3,500
3,000
2 854
3 079
3 460
3 542
1991
3 164
1992
2,500
2,000
1993
1,500
1994
1,000
0,500
1995
0,000
Ano
1996
Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997
27
Gráfico 2.5: Evolução do PIB da Alemanha (1991-1996) –
Preços Constantes (Em 109 DM)
PIB
3,100
3 055
3,050
3,000
1992
2 960
2,950
2,900
1991
3 014
2 916
1993
2 882
2 854
1994
2,850
2,800
1995
2,750
Ano
1996
Fonte: Jahresgutachten 1997/1998; Statistisches Bundesamt; 1997
Gráfico 2.6: Origem do PIB em Percentagem (Ano:1996)
13,80
1,10
37,50
14,20
33,40
Indústria Manufatureira
Empresas de Prestação de serviços
Comércio e Transportes
Estado, Comunidades Familiares
Agricultura, Silvicultura e Pesca
Fonte: Statistisches Bundesamt, Wiesbaden; em Perfil da Alemanha; Departamento de Imprensa e
Informação; 1998
No comércio internacional, a Alemanha ocupa, há vários anos, a segunda colocação, atrás, apenas, dos Estados Unidos e na frente do Japão. Conforme a Tabela 2.4, em 1995 suas exportações, no valor de US$ 524 bilhões, corresponderam a 10,4% do comércio internacional. Quanto às suas importações, no
valor de US$ 464 bilhões, corresponderam a 9,1% deste comércio.
28
Tabela 2.4: Participação da Alemanha no Comércio
Internacional (Base 1995)
Países
Estados Unidos
Alemanha
Japão
Participação da Alemanha no Comércio Internacional
Exportações (106 US$)
%
Importações (106 U$)
584,743
11,6
770,852
523,761
10,4
464,253
443,265
8,8
335,991
%
15,1
9,1
6,6
Fonte: Zahlenkompass 1997, Presse- und Informationsamt der Bundesregierung, 1997
No ano de 1996, semelhante aos anos anteriores, o maior volume
das exportações foi para os países europeus, em especial aqueles pertencentes à
União Européia, conforme Tabela 2.5. Mais da metade dos produtos da Alemanha, 56,4%, se destinou a este grupo de países. Dentre estes se destaca a França, com um volume de importações de 11%, Grã-Bretanha incluindo a Irlanda do
Norte, com 8%, e os Países Baixos com 7,4%.
Tabela 2.5: Exportações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais, Volume e Tipos de Produtos (1994-1996)
Exportações
1994
(em 106 DM)
Total das Exportações
Principais Parceiros
França
Grã-Bretanha e Norte da Irlanda
Estados Unidos
Países Baixos
Itália
Bélgica e Luxemburgo
Áustria
Suíça
Grupo de Produtos
Produtos Alimentícios
Produtos Industriais
Matéria Prima
Semi-Acabados
Produtos Acabados
1995
(em 106 DM)
1996
(em 106 DM)
690 573
749 537
771 913
83 092
55 395
54 158
52 765
52 469
46 791
39 738
37 065
87 862
61 912
54 611
57 118
56 874
49 139
41 702
39 680
84 060
61 671
60 112
57 323
57 271
48 113
43 268
37 793
37 211
641 800
7 135
35 188
599 477
38 049
690 908
7 517
37 249
646 142
39 458
708 465
6 687
37 850
663 928
Fonte: Zahlenkompass 1997, Presse- und Iformationsamt der Bundesregierung
Com relação às importações, conforme a Tabela 2.6, o maior volume
das importações da Alemanha, em 1996, foi proveniente também da Europa,
29
sendo que mais da metade, 55,1%, dos países pertencentes à União Européia. A
França, agora como exportador, com um volume de 10,6%, é o principal parceiro
da Alemanha.
Tabela 2.6: Importações Alemãs - Principais Parceiros Comerciais; Volumes e Tipos de Produtos (1994-1996)
1994
(em 106 DM)
Importações
Total das Importações
Principais Parceiros
França
Países Baixos
Itália
Estados Unidos
Grã-Bretanha e Norte da Irlanda
Bélgica e Luxemburgo
Japão
Suíça
Áustria
Grupo de Produtos
Produtos Alimentícios
Produtos Industriais
Matéria Prima
Semi-Acabados
Produtos Acabados
Balança Comercial - Saldo
1995
(em 106 DM)
1996
(em 106 DM)
616 955
6
10 DM
664 243
6
10 DM
669 060
6
10 DM
68 330
51 652
51 830
44 679
38 681
38 048
34 144
26 610
29 398
73 086
58 176
56 825
45 289
43 569
43 965
35 411
28 168
26 034
71 035
57 482
55 009
48 980
45 625
42 141
34 098
27 381
25 296
66 245
532 198
33 160
56 532
442 505
+ 73 617
68 087
560 905
31 631
62 039
467 235
+ 85 303
67 775
565 474
35 629
62 183
467 661
+ 102 853
Fonte: Zahlenkompass 1997, Presse- und Informationsamt der Bundesregierung
Em seguida, pela ordem, os Países Baixos, com 8,6% e a Itália, com
8,2%. A Balança Comercial da Alemanha apresentou, no ano de 1996, um superavit de 102 853 bilhões de DM.
Os demais indicadores sócio-econômicos, que vão caracterizar a atual conjuntura econômica da Alemanha, bem como seus dados relativos ao comércio exterior e investimentos diretos com o Brasil, serão objetos de apreciação
no capítulo IV.
30
2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo acompanhamos a trajetória deste delicado processo
de negociação política pelo qual passou a Alemanha com vista à sua reunificação,
após a queda do Muro de Berlim.
Foi apresentado, também, uma série de indicadores sócioeconômicos da Alemanha, que a situa entre as nações mais ricas do mundo. Com
base no ano de 1995, por exemplo, seu Produto Interno Bruto (PIB) ocupa mundialmente a terceira colocação, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão. Entretanto, seu PIB per capta ultrapassa o dos Estados Unidos, perdendo apenas para
o do Japão. Dentro deste contexto, é cada vez maior a influência e participação
da Alemanha no quadro das decisões geo-políticas, a nível mundial.
Visto isto, torna-se importante, agora, passarmos para o entendimento do processo de inserção da Alemanha junto aos países da Europa Ocidental, no contexto da formação da União Européia. Este tema é objeto, portanto, do
próximo capítulo.
31
CAPÍTULO III
A ALEMANHA E O PROCESSO DA UNIFICAÇÃO EUROPÉIA
Doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento
Europeu questões e divergências que não possam
ser devidamente resolvidas nas respectivas
instâncias jurídicas dos países membros, e portanto,
pela sua abrangência ou conseqüências poderão ser
melhor apreciadas nesta instância superior.
(Princípio da Subsidiaridade, Tratado de Maastricht)
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A política externa da Alemanha Ocidental, após a Segunda Guerra
Mundial, ficou centrada na
consolidação de sua presença entre as principais
nações, bem como de seu papel como membro ativo da União Européia e da
OTAN (PERFIL, 1995).
Com isto, no decorrer do tempo, podem-se observar como principais
desdobramentos de sua política externa, a consecução de três metas
fundamentais: a consolidação do processo de formação do
mercado único
europeu, a criação de um clima de confiança e détente, que permitisse a sua
32
reunificação, bem como o apoio à consolidação e reforma dos processos políticos
e econômicos na Europa.
É importante, no entanto, ressaltar que, ao longo destes anos, esta
política externa da Alemanha Ocidental sempre fez questão de tornar presente e
frisar junto aos países da União Européia, seu desejo de reunificação. Uma série
de cláusulas especiais dos termos do Tratado da União Européia, por exemplo,
refletem bem a preocupação da Alemanha a este respeito.
Neste sentido vale também lembrar que já no preâmbulo da sua Lei
Fundamental (Grundgesetz), promulgada em 23 de maio de 1949, consta que o
povo alemão no seu conjunto continua conclamado em concretizar a unidade e
liberdade da Alemanha em autodeterminação livre (Das gesamte Deutsche Volk
bleibt
aufgefordet,
in
freier
Selbsbestimmung
die
Einheit
und
Freiheit
Deutschlands zu vollenden) (BEHN, 1975, p. 80).
Interessante, também, notar que, desde esta época, apesar desta
Lei Fundamental ser referente apenas à parte da então Alemanha Ocidental
(Bundesrepublik Deutschland), são utilizadas as palavras povo alemão e
Alemanha (Deutschland), já se subentendendo, provavelmente, uma futura
Alemanha reunida.
Portanto, as intenções de se reunificar se espelhavam desde este
forte preceito constitucional, se colocando, por conseguinte, como uma meta
imprescindível a ser atingida pelo Estado (Alemanha Ocidental), até nos
dispositivos administrativos mais simples do cotidiano da vida dos seus cidadãos.
Para ilustrar este fato, podemos citar a antiga sistemática de codificação e
identificação das placas dos veículos automotivos da parte ocidental da
Alemanha.
Pelo antigo código de trânsito da Alemanha Ocidental, a grande
maioria das letras do alfabeto, por exemplo, A (Augsburg), B (Berlin), D
(Düsseldorf), E (Essen), F (Frankfurt), H (Hannover), etc., representava suas
33
principais cidades. Entretanto, letras tais como C, G e J foram, digamos,
“poupadas” para uma futura reunificação, para indicar, respectivamente, as
cidades do Leste da Alemanha, Chemnitz, Gera e Jena.
No que concerne aos objetivos deste trabalho, que é o estudo das
motivações atuais dos investimentos externos alemães, torna-se importante,
agora, a compreensão do grau de inserção, participação e responsabilidade da
Alemanha, neste processo de formação da União Européia, que se iniciou há
mais de quatro décadas. Portanto, neste capítulo será feita uma retrospectiva
histórica
do processo de formação e evolução desta União, as principais
questões, que vêm sendo discutidas pelos seus membros ao longo destes últimos
dez anos, bem como o posicionamento político da Alemanha neste processo.
3.2.
MOTIVAÇÕES DOS PAÍSES EUROPEUS PARA UMA
MAIOR INTEGRAÇÃO
Originalmente, os motivos que levaram os países da Europa em
direção a uma integração européia (WEINFELD, 1992), e, que se tornaram mais
fortes e visíveis após o término da Segunda Guerra Mundial, com a conseqüente
perda de influência e poder desses países europeus, podem ser agrupados em
torno dos seguintes pontos:
•
Depois
da
experiência
de
governos
nacionalistas,
que
desembocaram em menos de meio século em duas guerras
mundiais, a Europa poderia oferecer uma nova forma de
convivência pacífica entre os países - uma nova Europa em
contraposição à de outrora, de domínio nacionalista.
•
Os países europeus, que antes de 1914 detinham um grande
poder político em nível mundial, saíram arrasados da Segunda
Guerra. Os Estados Unidos e a então União Soviética passaram
a ser os novos padrões de referência de superpotências.
34
•
Uma vez unidos, os países ocidentais da Europa esperavam
que, através de uma união européia, pudessem, de forma
conjunta, recuperar parte do poder perdido para estas novas
superpotências. Além disto, estes países poderiam se prevenir
da eclosão de um novo conflito mundial, bem como se proteger
da expansão do comunismo.
•
Em razão das limitações impostas pela guerra, durante anos a
população européia sofreu muito quanto à liberdade da
circulação de pessoas, mercadorias e de capital. Com o final da
guerra, havia um desejo, por parte tanto das pessoas físicas
como jurídicas, de se desfrutar deste tipo de liberdade. Uma
Europa unida poderia conduzir seus habitantes a uma nova era
de estabilidade e prosperidade econômica. Um mercado comum
poderia tanto incentivar o comércio como proporcionar uma
melhor alocação dos fatores da produção.
Em setembro de 1946, logo após a guerra, Winston Churchill, em um
discurso em Zurique, já propunha a criação dos Estados Unidos da Europa, por
considerar prioritário uma estrutura comum para a França e Alemanha. Segundo
Churchill caberia à Inglaterra um papel apenas de promotor, mas não de membro
ativo.
3.3.
O PROCESSO DE FORMAÇÃO - DA COMUNIDADE À
UNIÃO EUROPÉIA
Em 18 de abril de 1951, por iniciativa do Ministro das Relações
Exteriores da França, Robert Schuman, foi assinado o Tratado da Comunidade
Européia do Carvão e do Aço (CECA), tendo como países-membros a Alemanha,
França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos.
35
O principal motivo para a criação desta comunidade seria o
afastamento da antiga rivalidade franco-alemã, bem como o desejo de se
estabelecerem as bases de uma futura federação européia. Desta forma, uma
suposta ameaça da Alemanha à França estaria afastada e, além disto, garantiria
à França um acesso conjunto das reservas de carvão localizadas na Alemanha.
Este Tratado visava também a um maior controle, planejamento e exploração
dessas matérias primas e produtos. Além disto, representava para a Alemanha
Ocidental, ainda não soberana, a possibilidade de novamente conduzir
negociações no cenário internacional. Este Tratado entrou em vigor em 23 de
julho de 1952.
Em 1956, uma comissão de Ministros das Relações Exteriores
destes seis países apresentou um relatório que serviu como subsídio para a
criação da Comunidade Européia de Energia Atômica (Euratom) e da
Comunidade Econômica Européia (CEE). Estes tratados foram assinados no ano
seguinte, entrando em vigor em 1o de janeiro de 1958.
A União Européia, atualmente composta de 15 países, englobou a
Comunidade do Carvão e do Aço (Tratado de Paris, 1951), a Comunidade
Econômica Européia e a Comunidade de Energia Atômica (Tratados de Roma,
1957).
A evolução desta Comunidade do Carvão e do Aço para a União
Européia é assunto de vasta literatura, cujas principais datas encontram-se no
Quadro 3.1, a seguir.
36
Quadro 3.1:
Da Comunidade do Carvão e do Aço para a União
Européia – Cronológico de 1951 a 1995
Data
1951
Fato
Assinado, em 18 de abril, o Tratado da criação da Comunidade Européia do Carvão
e do Aço (CECA), constituída pela Alemanha, França , Bélgica, Holanda, Itália e
Luxemburgo (‘’Europa dos Seis’’).
1958
Entrada em vigor, em 01 de janeiro, o Tratado de Roma, para a criação da
Comunidade Econômica Européia (CEE) e de uma Comunidade Européia de
Energia Atômica (EURATOM).
1967
Tratado de fusão, englobando a CECA, CEE e EURATOM, sob a direção de um
Conselho de Ministros. Esta fusão entrou em vigor em 01 de julho daquele ano.
Conclusão de uma política aduaneira conjunta no ano seguinte.
1970
Início da Cooperação de Políticas Nacionais Externas no contexto da “Cooperação
de Política Européia”.
1973
Ingresso da Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda à CEE (“expansão para o norte”),
subindo o número de seus integrantes para nove.
1979
Criação do Sistema Monetário Europeu visando à coordenação das políticas
monetárias nacionais. A Inglaterra, entretanto, não foi signatária deste acordo.
Primeira eleição direta do Parlamento Europeu.
1981/1986 Espanha, Grécia e Portugal aderem à CEE, completando desta forma a “expansão
para o sul”.
1987
Entrada em vigor o Ato Único Europeu com o Programa Mercado Interno, bem
como reforma nos estatutos da CEE, no que concerne às áreas de meio-ambiente,
ciência e tecnologia.
1991
Em Maastricht, Holanda, acordo para desenvolver a CEE no sentido de uma ‘’União
Européia” com novas reformas institucionais, bem como com a proposição de se
introduzir uma moeda comum européia no mais tardar até o ano de 1999. O Tratado
da União Européia foi assinado em 7 de fevereiro de 1992.
1994
Reunião do Conselho Europeu em Essen, Alemanha, com a participação também
de representantes dos países do Leste europeu. Estabelecimento de uma
estratégia de aproximação destes países com o mercado interno, bem como
estudos sobre política agrária .
1995
Ingresso da Áustria, Suécia e Finlândia à União Européia. Até este ano, solicitação
de ingresso da Bulgária, Chipre, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia,
Romênia, Suíça, Republica Eslovaca e Turquia. A Republica Tcheca solicitou seu
ingresso no ano seguinte.
(Fonte: Departamento de Imprensa e Informação do Governo Federal Alemão)
3.4 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIDADE – DESCENTRALIZAÇÃO
DAS DECISÕES
Dentre os inúmeros assuntos polêmicos que vêm sendo discutidos
nos últimos dez anos no âmbito dos países-membros da União Européia,
destaca-se a aplicação do princípio da subsidiaridade.
37
Este, juntamente com as definições dos rumos a serem dados às
políticas econômicas e comerciais destes países, vão se constituir em temas de
máxima relevância do ponto de vista político e econômico, seja pela constituição e
feição desta União, seja pelas suas repercussões e desdobramentos em relação
aos demais países. Neste contexto, conforme veremos a seguir, a Alemanha vem
participando e sendo centro destas discussões, seja na condição de sujeito ou de
objeto.
Um dos principais objetivos do Tratado sobre a União Européia foi
de democratizar, descentralizar e
tornar mais próxima dos seus cidadãos as
decisões do Parlamento Europeu. Este objetivo veio de encontro à uma das fortes
críticas que se faziam aos termos do Tratado da Comunidade Européia, cujo
Parlamento, de acordo com suas disposições originais, teria, em princípio,
atribuições de legislar até ao nível das estruturas político-administrativas de
pequenas cidades e municípios.
Neste sentido, foi introduzido no artigo 3.b do Tratado da
Comunidade Européia, que definiu as bases e objetivos da União Européia,
o “Princípio da “Subsidiaridade”, pelo qual,
doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento
Europeu questões e divergências que não
possam ser devidamente resolvidas nas
respectivas instâncias jurídicas dos países
membros, e portanto, pela sua abrangência ou
conseqüências poderão ser melhor apreciadas
nesta instância superior
(PRESSE- UND INFORMATIONSAMT DER
BUNDESREGIERUNG, 1992, p. 23).
Evidentemente, sob esta definição de subsidiaridade, torna-se difícil
se determinar os limites de competência das diferentes instâncias, cabíveis para a
apreciação, julgamento e parecer das diversas questões, que vão surgindo a todo
momento na prática. Podemos citar alguns exemplos da atuação da Comissão
Européia na aplicação deste princípio, relacionados com a circulação/exportação
de mercadorias e a política de subsídios. Em março de 1996, por exemplo, a
38
Inglaterra reagiu fortemente à decisão de se proibir a comercialização de sua
carne bovina no interior do Mercado Comum, devido à possível suspeita de
contaminação de seu rebanho pelo vírus da “vaca louca”, que leva a degeneração
do cérebro, devido à ingestão da mesma (doença de Creutzfeldt Jakob).
Reclamando veementemente dos enormes prejuízos que, por conta
desta proibição, estaria sofrendo neste seu setor exportador, a Inglaterra alegou
ter havido precipitação por parte da Comissão Européia que julgou este assunto.
O fim deste embargo só foi decretado pelo ministros da Agricultura da União
Européia 32 meses depois. Durante este período foram sacrificadas 2,6 milhões
de animais. Esta proibição foi um desastre para a indústria frigorífica britânica,
que movimentou cerca de US$ 1,06 bilhões em 1995 (Gazeta Mercantil;
24/11/98).
Neste mesmo ano, o estado da Saxônia, Alemanha, visando
aumentar o número de oferta de empregos ofereceu subsídios à Volkswagen para
o estabelecimento de uma fábrica de automóveis na região, cujo valor total foi
orçado em 780 milhões de marcos.
Neste sentido, foram liberados para a Volkswagen 141,9 milhões de
marcos, mesmo contra um veto escrito de Bruxelas. A maior parte desta soma,
90,7 milhões de marcos, foi considerada subsídio ilegal pela comissão que julgou
o assunto. A Volkswagen teria recebido, segundo esta comissão, mais de um
subsídio pelo mesmo investimento.
A este respeito o artigo 93 do Tratado da Comunidade Européia é
amplo e genérico, incluindo, tanto a concessão de terrenos, quanto créditos
subsidiados, redução de impostos e empréstimos à vista. Subsídios acima de
200.000 marcos por um período de 3 anos devem ser notificados a uma comissão
que trata deste assunto, a Direção Geral IV da Comissão Européia, em Bruxelas.
O parágrafo 2.c deste mesmo artigo, também não estabeleceu limite
de subsídios para as economias de determinadas partes da Alemanha, onde
39
seriam necessários aportes de recursos para minorar as desigualdades regionais
provocadas pela antiga divisão entre as duas Alemanhas.
Apesar dos termos deste artigo, a comissão que julga estas
questões não está mais propensa a considerar a parte leste da Alemanha como
uma região preferencial para recebimento deste tipo de subsídios. O governo
estadual da Saxônia entrou com um processo contra esta decisão por considerar
que a Comissão Européia não tem competência para legislar sobre estes tipos de
investimentos regionais (Die Zeit no 33/96).
No início de 1998, dois outros casos ocorreram envolvendo
novamente a empresa
Volkswagen e a Telekom, a companhia de telefonia
alemã, recentemente privatizada. Com relação ao primeiro caso, a Comissão
Européia aplicou uma multa de cerca de 200 milhões de marcos à Volkswagen.
Desta vez, esta Comissão alega que a Volkswagen vem, há cerca de dez anos,
pressionando seus revendedores italianos a não venderem automóveis para
compradores da Alemanha e da Áustria (Suddeutsche Zeitung, no 23/98).
Devido à desvalorização da Lira, automóveis da Volkswagen
comprados na Itália chegaram a ter preços de até 40% mais baixos do que seus
similares vendidos na Alemanha e Áustria. Segundo a Volkswagen, no período de
1993 a 1996 foram reimportados da Itália cerca de 20.000 veículos. Durante o ano
de 1997, provenientes dos demais países da União Européia, aproximadamente
21.000 veículos. Segundo esta Comissão, esta atitude discriminatória da
Volkswagen fere o direito de liberdade do consumidor em comprar no mercado
interno europeu, onde lhe for mais conveniente.
Com relação a Telekom, esta empresa estaria exigindo uma taxa
única de 53 marcos para aqueles consumidores alemães que desejassem fazer
todas suas ligações telefônicas com outras empresas do mercado. A Comissão
abriu um processo com relação a estas cobranças de taxas da Telekom, no
sentido de verificar se as mesmas são devidas.
40
3.5. A UNIÃO MONETÁRIA E ECONÔMICA (UME)
A implantação da União Monetária e Econômica (UME) é um dos
temas mais presentes e discutidos na história da União Européia. Com a
assinatura do Tratado de Maastricht em fevereiro de 1992, o Conselho Europeu
definiu um roteiro para a concretização desta União (GADDUN, 1992).
No Tratado de Maastricht, que tratam da política monetária e
econômica da União Européia, são estabelecidas as bases de uma política
econômica coordenada, um planejamento escalonado para a formação da UME;
as condições para a entrada de novos países-membros e o estabelecimento do
processo decisório, conforme veremos a seguir:
•
O Conselho Europeu é o formulador das diretrizes de política
econômica dos países membros e da União. O traçado das
políticas econômicas nacionais é competência, como sempre,
de cada país-membro. Entretanto, este Tratado desenvolve um
instrumental que garante que as políticas nacionais devam ser
coordenadas para que possam assegurar uma continuada
convergência dos resultados econômicos dos países membros.
•
A União Européia
pode estabelecer sanções àqueles países
que não seguirem as recomendações e prescrições de corte de
déficit público: O Conselho Europeu pode tornar públicas suas
recomendações e com isto exercer pressão política sobre os
países-membros. Pode também exigir que determinado país
apresente informações adicionais sobre sua situação financeira.
•
A criação da União Monetária e Econômica está sendo feita em
três etapas. A primeira já começou em 1990 com a liberalização
do fluxo de capital, com regras especiais para Espanha, Portugal
e Grécia; estreita sintonia tanto das políticas econômicas como
em relação à condução dos bancos centrais dos governos. Além
41
disto, uma participação de todos os países-membros no
mecanismo de paridade cambial da União.
•
A segunda etapa começou em 1994 com a criação do Instituto
Monetário
Europeu,
que
deve
preparar
procedimentos para a terceira fase.
as
diretrizes
e
Este Instituto deverá,
portanto, apoiar os países-membros a atingir os critérios de
convergência, para que os mesmos possam passar para a fase
subsequente.
•
Em seguida, a terceira fase, com a criação, em 1o de junho de
1998, do Sistema Europeu de Bancos Centrais e um Banco
Central Europeu, proveniente do Instituto Monetário Europeu. O
Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt am Main,
deverá ser politicamente independente. Os representantes de
seus órgãos decisórios não podem preencher outros cargos
dentro da União, nem receber qualquer tipo de orientação de
seus países de origem.
Para que determinado país ingresse na União Monetária e
Econômica, deverá estar em consonância com os seguintes
critérios de
convergência:
•
O déficit público anual não pode ultrapassar 3% do Produto
Interno Bruto.
•
O déficit total acumulado não pode ultrapassar 60% do Produto
Interno Bruto.
•
A taxa de inflação de cada país não pode ser superior a 1.5% da
média das inflações dos três países de inflações mais baixas.
42
•
A taxa de juros de longo prazo não pode ultrapassar em 2% a
média das taxas de juros dos três países, cujos valores são os
mais baixos;
•
Pelo menos durante dois anos antes do ingresso o país em
questão não poderá ter tido grandes variações na sua taxa de
câmbio em relação ao Sistema de Câmbio Europeu.
O consenso, quanto aos cinco critérios de convergência descritos
anteriormente, para a entrada dos países na União Monetária e Econômica, foi
resultado, acima de tudo, da pressão feita por parte da Alemanha. Estes critérios
exigem dos países-membros uma rígida disciplina fiscal e monetária.
Conforme a Tabela 3.1, na página seguinte, devido à questões
internas, relacionadas com o ceticismo de seus cidadãos, quanto à introdução da
nova moeda, o Euro, três países, Grã-Bretanha, Dinamarca e Suécia, não
deverão
participar,
imediatamente,
da
União
Monetária,
apesar
de
se
enquadrarem dentro do critério de convergência. A Grécia, foi o único país, dentre
os quinze membros da União Monetária, que não conseguiu preencher estes
critérios de convergência.
43
Tabela 3.1: Situação dos Países Europeus com Relação aos
Critérios de Convergência
Ano
Critério de Convergência
Inflação %
Déficit
Público %
PIB
Dívida
Pública
%PIB
Taxa de
Juros %
Ingresso
na UME
19971
2,7
1997
-3,0
1997
60,0
19971
7,8
05/ 1998
UME (União Monetária Européia) - 11
Alemanha
França
Itália
Espanha
Países Baixos
Bélgica
Áustria
Finlândia
Portugal
Irlanda
Luxemburgo
1,4
1,2
1,8
1,8
1,8
1,4
1,1
1,3
1,8
1,2
1,4
-2,7
-3,0
-2,7
-2,6
-1,4
-2,1
-2,5
-0,9
-2,5
0,9
1,7
61,3
58,0
121,6
68,8
72,1
122,2
66,1
55,8
62,0
66,3
6,7
5,6
5,5
6,7
6,3
5,5
5,7
5,6
5,9
6,2
6,2
5,6
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
1,8
1,9
1,9
5,2
-1,9
-0,8
0,7
-4,0
53,4
76,6
65,1
108,7
7,0
6,5
6,2
9,8
Não
Não
Não
Não
Países Fora da UME
Grã-Bretanha
Suécia
Dinamarca
Grécia
Fonte: Comissão Européia em Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998
(1) Período de 12 meses até janeiro de 1998 - Média das melhores taxas de inflação dos países
da União Européia em 1997 (França, Áustria e Irlanda): 1,2%
Resumindo o processo de criação da União Monetária Européia e da
introdução da nova moeda comum, o Euro, teríamos as seguintes fases:
FASE A: Preparação da União Monetária Européia - Início: maio de 1998; Duração: 8 meses
Ratificação dos 11 países-participantes no início de maio de 1998.
Criação do Banco Central Europeu e do Sistema Europeu dos Bancos Centrais: Decisão sobre as
estratégias e instrumentos de política monetária.
Início da produção das cédulas e moedas.
FASE B: Preparação da União Monetária Européia e da Conversão da Nova Moeda –
Início: 1o de janeiro de 1999; Duração: 3 anos
Fixação irreversível das paridades de câmbio das moedas nacionais para o Euro.
O Banco Central Europeu assume a responsabilidade da política monetária.
Introdução do Euro como moeda escritural.
Emissões das moedas dos Estados em Euro, a partir de 1o de janeiro de 1999; imediata conversão
das moedas e divisas, bem como das bolsas e dos sistemas de compensação bancários.
Final do ano de 2001 é o último prazo para a conversão, em Euro, das demonstrações financeiras,
tanto do setor público como privado.
FASE C: Troca das Cédulas e Moedas Início: 1o de janeiro de 2002; Duração: até 6 meses
À partir de janeiro de 2002 as cédulas e moedas em Euro serão introduzidas como meios legais
de pagamentos. No mais tardar em 1o de julho de 2002, as notas e moedas nacionais perdem
suas propriedades, podendo, no entanto, ainda serem trocadas. A duração da fase de trocas das
notas e moedas pode variar de país a país.
Fonte: Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998
44
Em 31 de dezembro de 1998, os Presidentes dos Bancos Centrais
dos países-membros da União Monetária Européia e do Banco Central Europeu
anunciaram a fixação das taxas de câmbios bilaterais, de suas respectivas
moedas nacionais, em relação ao Euro. A partir desta data, portanto, as taxas de
câmbio do marco alemão, por exemplo, em relação ao Franco francês ou a Lira
italiana não poderão mais flutuar. Conforme a Tabela 3.2, o Euro vale na
Alemanha aproximadamente 1,96 marco.
Tabela 3.2: Valores de Conversão do Euro para os
Países da União Monetária Européia
Países
Áustria
Alemanha
Bélgica
Espanha
Finlândia
França
Itália
Irlanda
Luxemburgo
Holanda
Portugal
Moeda
Xelim
Marco Alemão
Franco Belga
Peseta Espanhola
Marco Finlandês
Franco Francês
Lira Italiana
Libra Irlandesa
Franco de Luxemburgo
Florim dos Países-Baixos
Escudo Português
Valor de Conversão
13,7603
1,95583
40,3399
166,386
5,94573
6,55957
1936,27
0,787564
40,33991
2,2037
200,482
Fonte: Handelsblatt, 31/12/98
Após a cerimônia de anúncio dos valores de conversão acima, o
Presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg declarou que
uma moeda é muito mais que um meio de troca,
uma unidade ou reserva de valor, mesmo que
estas sejam as propriedades mais importantes.
Uma moeda é ao mesmo tempo parte da
identidade dos cidadãos. Reflete o que eles têm
em comum, agora e no futuro. Que o Euro possa
se tornar um símbolo para os cidadãos da Europa
(Handelsblatt, 31/12/98).
Para finalizar esta parte referente aos critérios de convergência e da
implantação da União Monetária e Econômica (UME), caso, hipoteticamente,
incluíssemos o Brasil (CONJUNTURA, dez/97) neste processo de ajustamento,
45
conforme a Tabela 3.2, chegaríamos à algumas conclusões interessantes da
performance comparativa da economia brasileira em relação a estas metas.
Tabela 3.3: Critérios de Convergência - Comparação com a
Economia Brasileira (Base 1997)
Inflação
(%)
Bélgica
Dinamarca
Alemanha
Grécia
Espanha
França
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Holanda
Portugal
Reino Unido
Áustria
Finlândia
Suécia
Média
Conv. Maastricht
Brasil
1,9
2,8
1,9
6,0
2,4
1,6
2,0
2,7
1,7
2,4
2,5
2,3
2,1
0,9
1,5
2,2
2,6
5,0
Déficit Público
(% PIB)
2,7
0,3
3,0
4,9
3,0
2,0
1,0
3,2
1,1
2,3
3,0
2,9
3,0
1,9
2,6
2,9
3,0
3,1
Divida Pública
(% PIB)
126,7
67,2
61,8
108,3
68,1
57,9
68,3
122,4
6,5
76,2
64,1
54,7
68,5
59,2
78,5
72,9
60,0
36,4
Taxa de Juros
(%)
6,2
6,8
5,8
(......)
7,3
5,8
6,6
8,0
5,8
5,7
5,8
6,0
6,2
6,9
7,6
6,8
8,8
21,5
Fonte: Comissão Européia, Cuadernos de Información Económica Nr.122/97 em Conjuntura Econômica dez/97
•
Todos os 15 países europeus possuem taxas de juros abaixo do
limite estabelecido por Maastricht. No Brasil, a taxa prevista em
dezembro de 1997, para o respectivo ano (21,5%), se situa num
patamar que é o triplo da taxa média destes países (6,8%).
•
A dívida pública brasileira (36,4%) se situa na metade da média
destes países (72,9%); só que os juros são muito mais altos.
•
O critério de convergência não inclui o saldo de transações
correntes, cuja forma de financiamento é problemática para a
economia brasileira. A inflação brasileira (5%), apesar de baixa
em relação à sua história, é mais do que o dobro da média
destes países (2,2%).
46
3.6. UNIÃO MONETÁRIA - UMA GRANDE CONTROVÉRSIA
Desde a assinatura do Tratado de Maastricht, existe uma grande
discussão na Europa sobre os prós e contras da União Monetária. De forma geral,
os políticos e chefes de Estado que participaram ativamente nos últimos dez anos
da construção da União Européia, onde se incluem François Mitterrand, Valéry
Giscard d’Estaing, Helmut Kohl, Helmut Schmidt, Hans-Dietrich Genscher,
Richard von Weizsäcker, Roman Herzog e Jacques Delors, presidente da
Comissão Européia entre 1985 e 1994, são naturalmente favoráveis a esta União.
Segundo Jacques Delors (DELORS, 1996), se a União Européia não
começasse com um certo número de países-membros, a partir de 1o de janeiro de
1999, isto representaria um forte golpe para a consolidação desta União Européia.
Segundo ainda Delors, ou se introduz a nova moeda, o Euro, ou existe a ameaça
de um período de dúvidas e estagnação, tão comum na história da Europa.
Diferente das fases anteriores, prossegue Delors, os tempos atuais
não
seriam
tão
favoráveis.
O
mundo
estaria
experimentando
fortes
transformações, com o aparecimento de novas potências econômicas em países
situados na Ásia, América Latina, além da China e Índia. Presentemente, existe a
dramática escolha entre sobreviver e sucumbir.
Com relação aos europeus, o que se observou, de modo geral, foi
uma crescente motivação para a aceitação da União Européia. Segundo
estatística do Eurobarometer, entre abril de 1992 e dezembro de 1995 o
percentual de aceitação de uma moeda única européia passou de 49% para
54%. Neste mesmo período o percentual de rejeição da moeda passou de 32%
para 37%.
Na Alemanha, entretanto, a situação foi diferente. Em abril de 1992,
57% da população era contra a nova moeda, enquanto que apenas 23% a favor.
Em dezembro de 1995, verificou-se que o percentual de rejeição da moeda ainda
compreendia mais da metade da população, ou seja 55%, apesar de se verificar
um aumento no grau de aceitação da moeda, ao nível de 38%.
47
No início de 1998, segundo pesquisa publicada pelo jornal
Handelsblatt, de 09/01/98, 56% dos alemães ainda eram contra a introdução da
União Monetária (Euro) e 39% a favor. Quanto à estabilidade desta nova moeda
européia, 73% achavam que a mesma será mais fraca do que o marco alemão,
enquanto que 21% julgam que será igual.
Nos meios acadêmicos e empresariais as opiniões sempre foram
muito divididas, co-existindo argumentos pró e contra esta União. Entretanto é
importante citar um manifesto assinado, por mais de 60 economistas alemães
(Frankfurter Allgemeine Zeitung, 11/06/96), cujo título corresponderia, em
português, A União Monetária Rumo à uma Prova de Rompimento. Dentre os
pontos assinalados neste manifesto se destacariam os seguintes:
•
Uma União Econômica e Monetária pode ser relevante para a
meta da integração européia. Entretanto, as metas do Tratado
de Maastricht em pontos decisivos, não são apropriadas para se
alcançar este objetivo.
•
Uma União Econômica e Monetária exigiria como pré-condição,
durante anos, uma duradoura equiparação das estruturas mais
relevantes dos países membros. O preenchimento, mais ou
menos ao acaso, de alguns critérios não serve de comprovação
dos parâmetros de convergência necessária.
•
Banco
Central
Europeu,
apesar
de
sua
condição
de
independência, não conseguirá manter uma estabilidade de
preços na Europa,
devido às diferenças de realidades
econômicas e sociais de seus países- membros.
Em 12 de janeiro de 1998, quatro conhecidos professores de
universidades
alemãs,
Wilhelm
Hankel,
Wilhelm
Nögling,
Karl
Albrecht
Schachtschneider e Joachim Starbatty, entraram com um processo junto ao
Tribunal Constitucional Federal de Karlsruhe (Handelsblatt, 9/10/98), alegando
48
que o inicio da introdução prematura da nova moeda na Europa abrigaria o perigo
de um imensurável dano para a Alemanha e toda a Europa. A argumentação
quanto à inconstitucionalidade da adesão do governo da Alemanha a esta União,
encontra-se em um livro intitulado A Queixa do Euro - Porque a União Monetária
Deve Fracassar, cujos autores são os próprios professores (HANKEL, 1998).
No mês seguinte, quatro outros professores de universidades
alemãs organizaram um abaixo-assinado com 155 colegas da área acadêmica
(Frankfurter Allgemeine Zeitung, 9.02.98). Apesar de reconhecerem que não resta
outra alternativa para a integração européia, alegam ser prematuro o início da
União Monetária. Este abaixo assinado pôde ser acessado, inclusive, através do
site da internet da Universidade de Mannheim.
O argumento da inconstitucionalidade, alegado por estes primeiros 4
professores acima, relativo à introdução do Euro, em 1o de janeiro de 1999, foi
rejeitado
pelo
Tribunal
Constitucional
Federal
da
Alemanha
(Bundesverfassungsgericht), em 2 de abril de 1998. Através de uma decisão
unânime, a Corte considerou descabido o motivo desta apelação por entender
que as responsabilidades, quanto à estabilidade do Euro, são de matéria e
competência exclusiva do governo e do parlamento alemão (Frankfurter
Allgemeine Zeitung, 03/04/98).
Coincidentemente, neste mesmo dia, o então chanceler Helmut
Kohl, apresentou, no Parlamento, a proposta do Governo de introdução do Euro,
a partir de 1o de janeiro de 1999, em 11 países da Europa. Nesta ocasião, Kohl se
referiu ao Euro como a mais significativa decisão desde a reunificação alemã.
Em 22 de abril de 1998, o Parlamento da Alemanha aprovou, por
uma grande maioria dos partidos políticos, CDU/CSU, SPD, FDP e Bündnis90/Die
Grünen, esta proposta do Governo para a introdução do Euro. O partido PDS,
votando contra, exigiu a postergação desta terceira etapa por mais alguns anos .
No dia seguinte, o Conselho Federal (Bundesrat) ratificou este resultado do
Parlamento (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 24/04/98).
49
Apesar desta aprovação unânime, alguns dos principais líderes
destes partidos, externaram durante esta votação opiniões divergentes. O então
chanceler Helmut Kohl (CDU) afirmou que a integração européia era necessária e
inevitável, e com isto o Euro era um passo para este caminho. Para Kohl, os
países continuarão mantendo suas autonomias, em uma Europa organizada de
forma federativa.
Por outro lado, o ainda candidato a Chanceler, Gerhard Schröder
(SPD), posteriormente vitorioso com as eleições de 27 de setembro de 1998,
afirmou que a introdução do Euro vem acompanhada de riscos. Segundo
Schröder, o desemprego na Europa não vai diminuir sem uma política comum de
emprego, uma harmonização do sistema tributário e do padrão social na Europa.
Para Joschka Fischer, o então líder do Partido Verde (Bündnis90/Die
Grünen), que, com a vitória da coligação do seu partido com o SPD, se tornou o
Ministro das Relações Exteriores, a decisão da introdução do Euro, através do
Parlamento, não foi democrática, pois teria sido mais razoável um plebiscito.
O ex-Ministro das Relações Exteriores, Hans-Dietrich Genscher, que
juntamente com Kohl, foi um dos principais idealizadores da forma e concepção
da atual União Européia, em seu último discurso no Parlamento, pois deixou a
legislatura, pediu votos, de forma veemente, para a aprovação da União
Monetária.
Para Genscher esta União é a resposta da Europa aos desafios dos
novos tempos de globalização, não sendo portanto, de forma alguma, o preço
pelo passado da Alemanha, mas, pelo contrário, a saída para o futuro. Segundo
Genscher, é descabido se referir ao Euro, como precipitação ou parto prematuro,
criticando uma afirmativa anterior de Schröder, neste sentido.
Prosseguindo, Genscher afirma que, com a nova moeda, será
possível se aproveitar, de forma conjunta, do potencial de crescimento do
mercado comum. Com isto, conclui Genscher, a introdução do Euro é um decisivo
50
pressuposto para se criar novas e mais seguras oportunidades de trabalho,
mesmo que o Euro, por si só não consiga isto.
3.7. EUROPA - POSICIONAMENTO POLÍTICO DA ALEMANHA
Conforme visto anteriormente, a posição política da Alemanha, no
que concerne à questão de sua reunificação, sempre esteve presente ao longo
deste processo de formação da União Européia.
Com a consecução deste objetivo, em 3 de outubro de 1990, chegase ao final de um longo debate quanto à harmonização e reciprocidade dos
interesses entre a busca da unidade alemã e a integração européia.
Com a adesão através do artigo 23 da Lei Fundamental, conforme
visto no capítulo II, a Alemanha Oriental unida à Ocidental, também ingressa
automaticamente na União Européia. Neste sentido, em reunião realizada na
cidade de Dublin, Irlanda, é reforçada a estratégia de integração da Comunidade,
bem como de que o território da ex-Alemanha Oriental, agora pertencendo à
Ocidental, também estará coberto pelos termos do Tratado da União Européia.
Entretanto, ao longo destas décadas, este entrelaçamento e o
verdadeiro comprometimento da Alemanha Ocidental com relação ao projeto da
União Européia foi sempre colocado em discussão, por parte dos demais paísesmembros desta União, toda vez que avanços na política européia, com relação à
questão da sua integração, não encontravam ressonância na política externa
alemã.
Em meados de 1988, por exemplo, estava ocorrendo na Europa um
forte impulso de integração no âmbito da Comunidade Européia com vista à
formação de um mercado único, a partir do final de 1992. Esta dinâmica
contrastava inteiramente com a disposição e interesse da política alemã, já que a
questão alemã estava entrando em ebulição.
51
Nesta época a falta de vontade política das autoridades, da então
Alemanha Oriental, em promover reformas estava freando, de forma crescente, o
alargamento das relações econômicas entre os dois Estados alemães. Nesta
situação, prevaleceu a ênfase da política da Alemanha Ocidental em se voltar
para a sua problemática interna.
Neste contexto, freqüentemente se discute, principalmente nos
países vizinhos e em especial na França e Inglaterra, quais seriam os reais
interesses e posicionamento da Alemanha em relação à União Européia. Com a
reunificação, a Alemanha se deslocou fisicamente para a direita, sendo agora o
mais forte país europeu economicamente e o mais próximo dos países do Leste.
Apesar de pouco provável, não só pelo comprometimento tácito e
explícito de seus governantes com o projeto de consolidação da União Européia,
mas também pelo desgaste político que causaria aos demais países, tanto dentro
como fora da Europa, poderia a Alemanha renunciar à condição de país-membro
desta União? Ou então, optando por uma estratégia menos radical, que seria o de
enfraquecer o poder decisório do Parlamento Europeu, ao incentivar a entrada de
novos membros, tais como Polônia, Hungria, países balcânicos, etc.? Em
qualquer dos casos, preferiria, então, a Alemanha assumir a condição de
liderança e de porta-voz, tanto política como economicamente, dos países do
Leste?
Somam-se a isto as fortes críticas que os cidadãos alemães fazem
contra as pesadas transferências de recursos que a Alemanha, enquanto paísmembro, efetua para a União Européia uma transferência líquida anual de 22
bilhões de marcos (US$ 13 bilhões), o que corresponde a cerca de 60% do total
geral (Gazeta Mercantil, 28/12/98). Com um elevado índice de desemprego, e
com enormes gastos em infra-estrutura na sua parte oriental, fica cada vez mais
difícil a seus governantes justificar, junto aos seus eleitores, esta vultosa
transferência externa anual de recursos.
Com as eleições de 27 de setembro de 1998 na Alemanha e a vitória
da coligação do SPD e do Partido Verde, uma nova variável é acrescentada a
52
esta discussão, a respeito do futuro direcionamento político em relação a União
Européia. Com a derrota da coalizão CDU/CSU com o FDP, chega-se ao fim dos
16 anos da “Era Kohl”. Com esta nova composição política, pela primeira vez o
Partido Verde participa do poder, em nível federal.
Em entrevista à imprensa, no dia seguinte a esta vitória, o novo
chanceler alemão, Gerhard Schröder, já afirmava que as linhas gerais da política
externa do país não mudarão, assegurando à comunidade internacional que a
Alemanha continuará sendo um bom parceiro. Com isto, descartou a hipótese de
que a Alemanha se afaste das estruturas da OTAN (O GLOBO, 29/09/98).
Muito significativo foi o fato de que, três dias depois destas eleições,
Schröder já se encontrava em Paris, para encontros com o Presidente Jacques
Chirac e com o primeiro-ministro Lionel Jospin. Muito provavelmente estes
encontros tiveram como pano de fundo o interesse do governo francês em se
assegurar, com este novo governo alemão, a continuidade da aliança francogermânica, base da construção da União Européia, iniciada após Segunda Guerra
Mundial com seus então governantes Robert Schumann e Konrad Adenauer,
Charles de Gaulle, Valéry Giscard d`Estaing, Willy Brandt, Helmut Schmidt e,
posteriormente, François Mitterrand e Helmut Kohl.
Schröder, apesar de considerar este eixo entre a França e a
Alemanha como intocável, deverá possivelmente estreitar os laços políticos e
econômicos com a Grã-Bretanha. Durante sua campanha eleitoral Schröder
demonstrou forte admiração por seu primeiro-ministro Tony Blair. Segundo
Schröder, Blair tomou medidas que trouxeram a Grã-Bretanha de volta à Europa
(ibid., 29/09/98).
Enquanto Schröder se encontrava em Paris, seu Ministro da Defesa,
Rudolf Scharping, participava na Grã-Bretanha do encontro anual do Partido
Trabalhista, tendo como missão reiterar o apoio da Alemanha às idéias de Tony
Blair (id., 30/09/98). Neste contexto, estaria, então Schröder, alterando a
configuração deste eixo tradicional para um novo triângulo Berlim-Londres-Paris?
53
Devido ao pouco tempo de Schröder no poder, é ainda muito prematuro se fazer
qualquer julgamento neste sentido.
Uma outra questão aberta, bastante interessante, é verificar como
funcionará, interna e externamente, o Governo alemão, agora, com uma dupla
liderança no poder - o Chanceler Gerhard Schröder, que possui uma grande
popularidade entre os eleitores do SPD, e o Ministro das Finanças, Okscar
Lafontaine, que por outro lado é quem realmente possui a liderança neste partido.
Em pouco mais de dois meses como Ministro, Oskar Lafontaine já
questionou abertamente tanto a política de juros altos do Banco Central Alemão
quanto a do Banco Central Europeu. Desagradando a comunidade financeira
internacional, já defendeu também o relaxamento das regras fiscais da União
Monetária Européia e a criação de bandas de flutuação entre o Euro , o dólar e o
ien.
Além disto, com a ajuda da França, Lafontaine é favorável à
harmonização dos impostos na União Européia. O governo da Inglaterra, por
outro lado, ao defender a desregulamentação e desoneração tributária, na linha
liberal da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, é radicalmente contra (Gazeta
Mercantil, 03/12/98).
Um outro aspecto, também, bastante interessante, a ser observado
neste novo Governo, é de como se dará a convivência política da coalizão entre o
SPD e o Partido Verde, pela primeira vez no poder, desde sua estréia no
Parlamento Alemão, em março de 1983, com suas propostas inovadoras tais
como a introdução de impostos ecológicos e a desativação, no médio prazo, das
usinas de energia nuclear na Alemanha.
3.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo abordou a Alemanha no processo de unificação
européia. Desta forma foi feita uma retrospectiva histórica do processo de
54
formação e evolução da União Européia, onde a Alemanha teve uma posição de
destaque.
Além disto, foram feitas considerações a respeito das possíveis
mudanças nas diretrizes de suas políticas internas e externas, em função da
recente mudança de governo na Alemanha.
Com os capítulos II e III fica, portanto, a Alemanha referenciada no
seu processo de reunificação, bem como do seu papel no processo de formação
e inserção na União Européia.
Com isto, faz-se necessário agora termos uma visão conjuntural de
sua economia, fundamental para entendermos os fatores e as motivações
determinantes do investimento externo dos diversos segmentos que a compõem.
Também será visto a constituição estrutural dos seus setores automobilístico,
financeiro e químico-farmacêutico, bem como suas relações comerciais com o
Brasil. Estes temas serão tratados, portanto, no capítulo IV, a seguir.
55
CAPÍTULO III
A ALEMANHA E O PROCESSO DA UNIFICAÇÃO EUROPÉIA
Doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento
Europeu questões e divergências que não possam
ser devidamente resolvidas nas respectivas
instâncias jurídicas dos países membros, e portanto,
pela sua abrangência ou conseqüências poderão ser
melhor apreciadas nesta instância superior.
(Princípio da Subsidiaridade, Tratado de Maastricht)
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A política externa da Alemanha Ocidental, após a Segunda Guerra
Mundial, ficou centrada na
consolidação de sua presença entre as principais
nações, bem como de seu papel como membro ativo da União Européia e da
OTAN (PERFIL, 1995).
Com isto, no decorrer do tempo, podem-se observar como principais
desdobramentos de sua política externa, a consecução de três metas
fundamentais: a consolidação do processo de formação do
mercado único
europeu, a criação de um clima de confiança e détente, que permitisse a sua
32
reunificação, bem como o apoio à consolidação e reforma dos processos políticos
e econômicos na Europa.
É importante, no entanto, ressaltar que, ao longo destes anos, esta
política externa da Alemanha Ocidental sempre fez questão de tornar presente e
frisar junto aos países da União Européia, seu desejo de reunificação. Uma série
de cláusulas especiais dos termos do Tratado da União Européia, por exemplo,
refletem bem a preocupação da Alemanha a este respeito.
Neste sentido vale também lembrar que já no preâmbulo da sua Lei
Fundamental (Grundgesetz), promulgada em 23 de maio de 1949, consta que o
povo alemão no seu conjunto continua conclamado em concretizar a unidade e
liberdade da Alemanha em autodeterminação livre (Das gesamte Deutsche Volk
bleibt
aufgefordet,
in
freier
Selbsbestimmung
die
Einheit
und
Freiheit
Deutschlands zu vollenden) (BEHN, 1975, p. 80).
Interessante, também, notar que, desde esta época, apesar desta
Lei Fundamental ser referente apenas à parte da então Alemanha Ocidental
(Bundesrepublik Deutschland), são utilizadas as palavras povo alemão e
Alemanha (Deutschland), já se subentendendo, provavelmente, uma futura
Alemanha reunida.
Portanto, as intenções de se reunificar se espelhavam desde este
forte preceito constitucional, se colocando, por conseguinte, como uma meta
imprescindível a ser atingida pelo Estado (Alemanha Ocidental), até nos
dispositivos administrativos mais simples do cotidiano da vida dos seus cidadãos.
Para ilustrar este fato, podemos citar a antiga sistemática de codificação e
identificação das placas dos veículos automotivos da parte ocidental da
Alemanha.
Pelo antigo código de trânsito da Alemanha Ocidental, a grande
maioria das letras do alfabeto, por exemplo, A (Augsburg), B (Berlin), D
(Düsseldorf), E (Essen), F (Frankfurt), H (Hannover), etc., representava suas
33
principais cidades. Entretanto, letras tais como C, G e J foram, digamos,
“poupadas” para uma futura reunificação, para indicar, respectivamente, as
cidades do Leste da Alemanha, Chemnitz, Gera e Jena.
No que concerne aos objetivos deste trabalho, que é o estudo das
motivações atuais dos investimentos externos alemães, torna-se importante,
agora, a compreensão do grau de inserção, participação e responsabilidade da
Alemanha, neste processo de formação da União Européia, que se iniciou há
mais de quatro décadas. Portanto, neste capítulo será feita uma retrospectiva
histórica
do processo de formação e evolução desta União, as principais
questões, que vêm sendo discutidas pelos seus membros ao longo destes últimos
dez anos, bem como o posicionamento político da Alemanha neste processo.
3.2.
MOTIVAÇÕES DOS PAÍSES EUROPEUS PARA UMA
MAIOR INTEGRAÇÃO
Originalmente, os motivos que levaram os países da Europa em
direção a uma integração européia (WEINFELD, 1992), e, que se tornaram mais
fortes e visíveis após o término da Segunda Guerra Mundial, com a conseqüente
perda de influência e poder desses países europeus, podem ser agrupados em
torno dos seguintes pontos:
•
Depois
da
experiência
de
governos
nacionalistas,
que
desembocaram em menos de meio século em duas guerras
mundiais, a Europa poderia oferecer uma nova forma de
convivência pacífica entre os países - uma nova Europa em
contraposição à de outrora, de domínio nacionalista.
•
Os países europeus, que antes de 1914 detinham um grande
poder político em nível mundial, saíram arrasados da Segunda
Guerra. Os Estados Unidos e a então União Soviética passaram
a ser os novos padrões de referência de superpotências.
34
•
Uma vez unidos, os países ocidentais da Europa esperavam
que, através de uma união européia, pudessem, de forma
conjunta, recuperar parte do poder perdido para estas novas
superpotências. Além disto, estes países poderiam se prevenir
da eclosão de um novo conflito mundial, bem como se proteger
da expansão do comunismo.
•
Em razão das limitações impostas pela guerra, durante anos a
população européia sofreu muito quanto à liberdade da
circulação de pessoas, mercadorias e de capital. Com o final da
guerra, havia um desejo, por parte tanto das pessoas físicas
como jurídicas, de se desfrutar deste tipo de liberdade. Uma
Europa unida poderia conduzir seus habitantes a uma nova era
de estabilidade e prosperidade econômica. Um mercado comum
poderia tanto incentivar o comércio como proporcionar uma
melhor alocação dos fatores da produção.
Em setembro de 1946, logo após a guerra, Winston Churchill, em um
discurso em Zurique, já propunha a criação dos Estados Unidos da Europa, por
considerar prioritário uma estrutura comum para a França e Alemanha. Segundo
Churchill caberia à Inglaterra um papel apenas de promotor, mas não de membro
ativo.
3.3.
O PROCESSO DE FORMAÇÃO - DA COMUNIDADE À
UNIÃO EUROPÉIA
Em 18 de abril de 1951, por iniciativa do Ministro das Relações
Exteriores da França, Robert Schuman, foi assinado o Tratado da Comunidade
Européia do Carvão e do Aço (CECA), tendo como países-membros a Alemanha,
França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos.
35
O principal motivo para a criação desta comunidade seria o
afastamento da antiga rivalidade franco-alemã, bem como o desejo de se
estabelecerem as bases de uma futura federação européia. Desta forma, uma
suposta ameaça da Alemanha à França estaria afastada e, além disto, garantiria
à França um acesso conjunto das reservas de carvão localizadas na Alemanha.
Este Tratado visava também a um maior controle, planejamento e exploração
dessas matérias primas e produtos. Além disto, representava para a Alemanha
Ocidental, ainda não soberana, a possibilidade de novamente conduzir
negociações no cenário internacional. Este Tratado entrou em vigor em 23 de
julho de 1952.
Em 1956, uma comissão de Ministros das Relações Exteriores
destes seis países apresentou um relatório que serviu como subsídio para a
criação da Comunidade Européia de Energia Atômica (Euratom) e da
Comunidade Econômica Européia (CEE). Estes tratados foram assinados no ano
seguinte, entrando em vigor em 1o de janeiro de 1958.
A União Européia, atualmente composta de 15 países, englobou a
Comunidade do Carvão e do Aço (Tratado de Paris, 1951), a Comunidade
Econômica Européia e a Comunidade de Energia Atômica (Tratados de Roma,
1957).
A evolução desta Comunidade do Carvão e do Aço para a União
Européia é assunto de vasta literatura, cujas principais datas encontram-se no
Quadro 3.1, a seguir.
36
Quadro 3.1:
Da Comunidade do Carvão e do Aço para a União
Européia – Cronológico de 1951 a 1995
Data
1951
Fato
Assinado, em 18 de abril, o Tratado da criação da Comunidade Européia do Carvão
e do Aço (CECA), constituída pela Alemanha, França , Bélgica, Holanda, Itália e
Luxemburgo (‘’Europa dos Seis’’).
1958
Entrada em vigor, em 01 de janeiro, o Tratado de Roma, para a criação da
Comunidade Econômica Européia (CEE) e de uma Comunidade Européia de
Energia Atômica (EURATOM).
1967
Tratado de fusão, englobando a CECA, CEE e EURATOM, sob a direção de um
Conselho de Ministros. Esta fusão entrou em vigor em 01 de julho daquele ano.
Conclusão de uma política aduaneira conjunta no ano seguinte.
1970
Início da Cooperação de Políticas Nacionais Externas no contexto da “Cooperação
de Política Européia”.
1973
Ingresso da Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda à CEE (“expansão para o norte”),
subindo o número de seus integrantes para nove.
1979
Criação do Sistema Monetário Europeu visando à coordenação das políticas
monetárias nacionais. A Inglaterra, entretanto, não foi signatária deste acordo.
Primeira eleição direta do Parlamento Europeu.
1981/1986 Espanha, Grécia e Portugal aderem à CEE, completando desta forma a “expansão
para o sul”.
1987
Entrada em vigor o Ato Único Europeu com o Programa Mercado Interno, bem
como reforma nos estatutos da CEE, no que concerne às áreas de meio-ambiente,
ciência e tecnologia.
1991
Em Maastricht, Holanda, acordo para desenvolver a CEE no sentido de uma ‘’União
Européia” com novas reformas institucionais, bem como com a proposição de se
introduzir uma moeda comum européia no mais tardar até o ano de 1999. O Tratado
da União Européia foi assinado em 7 de fevereiro de 1992.
1994
Reunião do Conselho Europeu em Essen, Alemanha, com a participação também
de representantes dos países do Leste europeu. Estabelecimento de uma
estratégia de aproximação destes países com o mercado interno, bem como
estudos sobre política agrária .
1995
Ingresso da Áustria, Suécia e Finlândia à União Européia. Até este ano, solicitação
de ingresso da Bulgária, Chipre, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia,
Romênia, Suíça, Republica Eslovaca e Turquia. A Republica Tcheca solicitou seu
ingresso no ano seguinte.
(Fonte: Departamento de Imprensa e Informação do Governo Federal Alemão)
3.4 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIDADE – DESCENTRALIZAÇÃO
DAS DECISÕES
Dentre os inúmeros assuntos polêmicos que vêm sendo discutidos
nos últimos dez anos no âmbito dos países-membros da União Européia,
destaca-se a aplicação do princípio da subsidiaridade.
37
Este, juntamente com as definições dos rumos a serem dados às
políticas econômicas e comerciais destes países, vão se constituir em temas de
máxima relevância do ponto de vista político e econômico, seja pela constituição e
feição desta União, seja pelas suas repercussões e desdobramentos em relação
aos demais países. Neste contexto, conforme veremos a seguir, a Alemanha vem
participando e sendo centro destas discussões, seja na condição de sujeito ou de
objeto.
Um dos principais objetivos do Tratado sobre a União Européia foi
de democratizar, descentralizar e
tornar mais próxima dos seus cidadãos as
decisões do Parlamento Europeu. Este objetivo veio de encontro à uma das fortes
críticas que se faziam aos termos do Tratado da Comunidade Européia, cujo
Parlamento, de acordo com suas disposições originais, teria, em princípio,
atribuições de legislar até ao nível das estruturas político-administrativas de
pequenas cidades e municípios.
Neste sentido, foi introduzido no artigo 3.b do Tratado da
Comunidade Européia, que definiu as bases e objetivos da União Européia,
o “Princípio da “Subsidiaridade”, pelo qual,
doravante, serão tratadas ao nível do Parlamento
Europeu questões e divergências que não
possam ser devidamente resolvidas nas
respectivas instâncias jurídicas dos países
membros, e portanto, pela sua abrangência ou
conseqüências poderão ser melhor apreciadas
nesta instância superior
(PRESSE- UND INFORMATIONSAMT DER
BUNDESREGIERUNG, 1992, p. 23).
Evidentemente, sob esta definição de subsidiaridade, torna-se difícil
se determinar os limites de competência das diferentes instâncias, cabíveis para a
apreciação, julgamento e parecer das diversas questões, que vão surgindo a todo
momento na prática. Podemos citar alguns exemplos da atuação da Comissão
Européia na aplicação deste princípio, relacionados com a circulação/exportação
de mercadorias e a política de subsídios. Em março de 1996, por exemplo, a
38
Inglaterra reagiu fortemente à decisão de se proibir a comercialização de sua
carne bovina no interior do Mercado Comum, devido à possível suspeita de
contaminação de seu rebanho pelo vírus da “vaca louca”, que leva a degeneração
do cérebro, devido à ingestão da mesma (doença de Creutzfeldt Jakob).
Reclamando veementemente dos enormes prejuízos que, por conta
desta proibição, estaria sofrendo neste seu setor exportador, a Inglaterra alegou
ter havido precipitação por parte da Comissão Européia que julgou este assunto.
O fim deste embargo só foi decretado pelo ministros da Agricultura da União
Européia 32 meses depois. Durante este período foram sacrificadas 2,6 milhões
de animais. Esta proibição foi um desastre para a indústria frigorífica britânica,
que movimentou cerca de US$ 1,06 bilhões em 1995 (Gazeta Mercantil;
24/11/98).
Neste mesmo ano, o estado da Saxônia, Alemanha, visando
aumentar o número de oferta de empregos ofereceu subsídios à Volkswagen para
o estabelecimento de uma fábrica de automóveis na região, cujo valor total foi
orçado em 780 milhões de marcos.
Neste sentido, foram liberados para a Volkswagen 141,9 milhões de
marcos, mesmo contra um veto escrito de Bruxelas. A maior parte desta soma,
90,7 milhões de marcos, foi considerada subsídio ilegal pela comissão que julgou
o assunto. A Volkswagen teria recebido, segundo esta comissão, mais de um
subsídio pelo mesmo investimento.
A este respeito o artigo 93 do Tratado da Comunidade Européia é
amplo e genérico, incluindo, tanto a concessão de terrenos, quanto créditos
subsidiados, redução de impostos e empréstimos à vista. Subsídios acima de
200.000 marcos por um período de 3 anos devem ser notificados a uma comissão
que trata deste assunto, a Direção Geral IV da Comissão Européia, em Bruxelas.
O parágrafo 2.c deste mesmo artigo, também não estabeleceu limite
de subsídios para as economias de determinadas partes da Alemanha, onde
39
seriam necessários aportes de recursos para minorar as desigualdades regionais
provocadas pela antiga divisão entre as duas Alemanhas.
Apesar dos termos deste artigo, a comissão que julga estas
questões não está mais propensa a considerar a parte leste da Alemanha como
uma região preferencial para recebimento deste tipo de subsídios. O governo
estadual da Saxônia entrou com um processo contra esta decisão por considerar
que a Comissão Européia não tem competência para legislar sobre estes tipos de
investimentos regionais (Die Zeit no 33/96).
No início de 1998, dois outros casos ocorreram envolvendo
novamente a empresa
Volkswagen e a Telekom, a companhia de telefonia
alemã, recentemente privatizada. Com relação ao primeiro caso, a Comissão
Européia aplicou uma multa de cerca de 200 milhões de marcos à Volkswagen.
Desta vez, esta Comissão alega que a Volkswagen vem, há cerca de dez anos,
pressionando seus revendedores italianos a não venderem automóveis para
compradores da Alemanha e da Áustria (Suddeutsche Zeitung, no 23/98).
Devido à desvalorização da Lira, automóveis da Volkswagen
comprados na Itália chegaram a ter preços de até 40% mais baixos do que seus
similares vendidos na Alemanha e Áustria. Segundo a Volkswagen, no período de
1993 a 1996 foram reimportados da Itália cerca de 20.000 veículos. Durante o ano
de 1997, provenientes dos demais países da União Européia, aproximadamente
21.000 veículos. Segundo esta Comissão, esta atitude discriminatória da
Volkswagen fere o direito de liberdade do consumidor em comprar no mercado
interno europeu, onde lhe for mais conveniente.
Com relação a Telekom, esta empresa estaria exigindo uma taxa
única de 53 marcos para aqueles consumidores alemães que desejassem fazer
todas suas ligações telefônicas com outras empresas do mercado. A Comissão
abriu um processo com relação a estas cobranças de taxas da Telekom, no
sentido de verificar se as mesmas são devidas.
40
3.5. A UNIÃO MONETÁRIA E ECONÔMICA (UME)
A implantação da União Monetária e Econômica (UME) é um dos
temas mais presentes e discutidos na história da União Européia. Com a
assinatura do Tratado de Maastricht em fevereiro de 1992, o Conselho Europeu
definiu um roteiro para a concretização desta União (GADDUN, 1992).
No Tratado de Maastricht, que tratam da política monetária e
econômica da União Européia, são estabelecidas as bases de uma política
econômica coordenada, um planejamento escalonado para a formação da UME;
as condições para a entrada de novos países-membros e o estabelecimento do
processo decisório, conforme veremos a seguir:
•
O Conselho Europeu é o formulador das diretrizes de política
econômica dos países membros e da União. O traçado das
políticas econômicas nacionais é competência, como sempre,
de cada país-membro. Entretanto, este Tratado desenvolve um
instrumental que garante que as políticas nacionais devam ser
coordenadas para que possam assegurar uma continuada
convergência dos resultados econômicos dos países membros.
•
A União Européia
pode estabelecer sanções àqueles países
que não seguirem as recomendações e prescrições de corte de
déficit público: O Conselho Europeu pode tornar públicas suas
recomendações e com isto exercer pressão política sobre os
países-membros. Pode também exigir que determinado país
apresente informações adicionais sobre sua situação financeira.
•
A criação da União Monetária e Econômica está sendo feita em
três etapas. A primeira já começou em 1990 com a liberalização
do fluxo de capital, com regras especiais para Espanha, Portugal
e Grécia; estreita sintonia tanto das políticas econômicas como
em relação à condução dos bancos centrais dos governos. Além
41
disto, uma participação de todos os países-membros no
mecanismo de paridade cambial da União.
•
A segunda etapa começou em 1994 com a criação do Instituto
Monetário
Europeu,
que
deve
preparar
procedimentos para a terceira fase.
as
diretrizes
e
Este Instituto deverá,
portanto, apoiar os países-membros a atingir os critérios de
convergência, para que os mesmos possam passar para a fase
subsequente.
•
Em seguida, a terceira fase, com a criação, em 1o de junho de
1998, do Sistema Europeu de Bancos Centrais e um Banco
Central Europeu, proveniente do Instituto Monetário Europeu. O
Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt am Main,
deverá ser politicamente independente. Os representantes de
seus órgãos decisórios não podem preencher outros cargos
dentro da União, nem receber qualquer tipo de orientação de
seus países de origem.
Para que determinado país ingresse na União Monetária e
Econômica, deverá estar em consonância com os seguintes
critérios de
convergência:
•
O déficit público anual não pode ultrapassar 3% do Produto
Interno Bruto.
•
O déficit total acumulado não pode ultrapassar 60% do Produto
Interno Bruto.
•
A taxa de inflação de cada país não pode ser superior a 1.5% da
média das inflações dos três países de inflações mais baixas.
42
•
A taxa de juros de longo prazo não pode ultrapassar em 2% a
média das taxas de juros dos três países, cujos valores são os
mais baixos;
•
Pelo menos durante dois anos antes do ingresso o país em
questão não poderá ter tido grandes variações na sua taxa de
câmbio em relação ao Sistema de Câmbio Europeu.
O consenso, quanto aos cinco critérios de convergência descritos
anteriormente, para a entrada dos países na União Monetária e Econômica, foi
resultado, acima de tudo, da pressão feita por parte da Alemanha. Estes critérios
exigem dos países-membros uma rígida disciplina fiscal e monetária.
Conforme a Tabela 3.1, na página seguinte, devido à questões
internas, relacionadas com o ceticismo de seus cidadãos, quanto à introdução da
nova moeda, o Euro, três países, Grã-Bretanha, Dinamarca e Suécia, não
deverão
participar,
imediatamente,
da
União
Monetária,
apesar
de
se
enquadrarem dentro do critério de convergência. A Grécia, foi o único país, dentre
os quinze membros da União Monetária, que não conseguiu preencher estes
critérios de convergência.
43
Tabela 3.1: Situação dos Países Europeus com Relação aos
Critérios de Convergência
Ano
Critério de Convergência
Inflação %
Déficit
Público %
PIB
Dívida
Pública
%PIB
Taxa de
Juros %
Ingresso
na UME
19971
2,7
1997
-3,0
1997
60,0
19971
7,8
05/ 1998
UME (União Monetária Européia) - 11
Alemanha
França
Itália
Espanha
Países Baixos
Bélgica
Áustria
Finlândia
Portugal
Irlanda
Luxemburgo
1,4
1,2
1,8
1,8
1,8
1,4
1,1
1,3
1,8
1,2
1,4
-2,7
-3,0
-2,7
-2,6
-1,4
-2,1
-2,5
-0,9
-2,5
0,9
1,7
61,3
58,0
121,6
68,8
72,1
122,2
66,1
55,8
62,0
66,3
6,7
5,6
5,5
6,7
6,3
5,5
5,7
5,6
5,9
6,2
6,2
5,6
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
1,8
1,9
1,9
5,2
-1,9
-0,8
0,7
-4,0
53,4
76,6
65,1
108,7
7,0
6,5
6,2
9,8
Não
Não
Não
Não
Países Fora da UME
Grã-Bretanha
Suécia
Dinamarca
Grécia
Fonte: Comissão Européia em Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998
(1) Período de 12 meses até janeiro de 1998 - Média das melhores taxas de inflação dos países
da União Européia em 1997 (França, Áustria e Irlanda): 1,2%
Resumindo o processo de criação da União Monetária Européia e da
introdução da nova moeda comum, o Euro, teríamos as seguintes fases:
FASE A: Preparação da União Monetária Européia - Início: maio de 1998; Duração: 8 meses
Ratificação dos 11 países-participantes no início de maio de 1998.
Criação do Banco Central Europeu e do Sistema Europeu dos Bancos Centrais: Decisão sobre as
estratégias e instrumentos de política monetária.
Início da produção das cédulas e moedas.
FASE B: Preparação da União Monetária Européia e da Conversão da Nova Moeda –
Início: 1o de janeiro de 1999; Duração: 3 anos
Fixação irreversível das paridades de câmbio das moedas nacionais para o Euro.
O Banco Central Europeu assume a responsabilidade da política monetária.
Introdução do Euro como moeda escritural.
Emissões das moedas dos Estados em Euro, a partir de 1o de janeiro de 1999; imediata conversão
das moedas e divisas, bem como das bolsas e dos sistemas de compensação bancários.
Final do ano de 2001 é o último prazo para a conversão, em Euro, das demonstrações financeiras,
tanto do setor público como privado.
FASE C: Troca das Cédulas e Moedas Início: 1o de janeiro de 2002; Duração: até 6 meses
À partir de janeiro de 2002 as cédulas e moedas em Euro serão introduzidas como meios legais
de pagamentos. No mais tardar em 1o de julho de 2002, as notas e moedas nacionais perdem
suas propriedades, podendo, no entanto, ainda serem trocadas. A duração da fase de trocas das
notas e moedas pode variar de país a país.
Fonte: Deutsche Bank Research, “Europas Geld für morgen” – Sonderbericht; junho de 1998
44
Em 31 de dezembro de 1998, os Presidentes dos Bancos Centrais
dos países-membros da União Monetária Européia e do Banco Central Europeu
anunciaram a fixação das taxas de câmbios bilaterais, de suas respectivas
moedas nacionais, em relação ao Euro. A partir desta data, portanto, as taxas de
câmbio do marco alemão, por exemplo, em relação ao Franco francês ou a Lira
italiana não poderão mais flutuar. Conforme a Tabela 3.2, o Euro vale na
Alemanha aproximadamente 1,96 marco.
Tabela 3.2: Valores de Conversão do Euro para os
Países da União Monetária Européia
Países
Áustria
Alemanha
Bélgica
Espanha
Finlândia
França
Itália
Irlanda
Luxemburgo
Holanda
Portugal
Moeda
Xelim
Marco Alemão
Franco Belga
Peseta Espanhola
Marco Finlandês
Franco Francês
Lira Italiana
Libra Irlandesa
Franco de Luxemburgo
Florim dos Países-Baixos
Escudo Português
Valor de Conversão
13,7603
1,95583
40,3399
166,386
5,94573
6,55957
1936,27
0,787564
40,33991
2,2037
200,482
Fonte: Handelsblatt, 31/12/98
Após a cerimônia de anúncio dos valores de conversão acima, o
Presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg declarou que
uma moeda é muito mais que um meio de troca,
uma unidade ou reserva de valor, mesmo que
estas sejam as propriedades mais importantes.
Uma moeda é ao mesmo tempo parte da
identidade dos cidadãos. Reflete o que eles têm
em comum, agora e no futuro. Que o Euro possa
se tornar um símbolo para os cidadãos da Europa
(Handelsblatt, 31/12/98).
Para finalizar esta parte referente aos critérios de convergência e da
implantação da União Monetária e Econômica (UME), caso, hipoteticamente,
incluíssemos o Brasil (CONJUNTURA, dez/97) neste processo de ajustamento,
45
conforme a Tabela 3.2, chegaríamos à algumas conclusões interessantes da
performance comparativa da economia brasileira em relação a estas metas.
Tabela 3.3: Critérios de Convergência - Comparação com a
Economia Brasileira (Base 1997)
Inflação
(%)
Bélgica
Dinamarca
Alemanha
Grécia
Espanha
França
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Holanda
Portugal
Reino Unido
Áustria
Finlândia
Suécia
Média
Conv. Maastricht
Brasil
1,9
2,8
1,9
6,0
2,4
1,6
2,0
2,7
1,7
2,4
2,5
2,3
2,1
0,9
1,5
2,2
2,6
5,0
Déficit Público
(% PIB)
2,7
0,3
3,0
4,9
3,0
2,0
1,0
3,2
1,1
2,3
3,0
2,9
3,0
1,9
2,6
2,9
3,0
3,1
Divida Pública
(% PIB)
126,7
67,2
61,8
108,3
68,1
57,9
68,3
122,4
6,5
76,2
64,1
54,7
68,5
59,2
78,5
72,9
60,0
36,4
Taxa de Juros
(%)
6,2
6,8
5,8
(......)
7,3
5,8
6,6
8,0
5,8
5,7
5,8
6,0
6,2
6,9
7,6
6,8
8,8
21,5
Fonte: Comissão Européia, Cuadernos de Información Económica Nr.122/97 em Conjuntura Econômica dez/97
•
Todos os 15 países europeus possuem taxas de juros abaixo do
limite estabelecido por Maastricht. No Brasil, a taxa prevista em
dezembro de 1997, para o respectivo ano (21,5%), se situa num
patamar que é o triplo da taxa média destes países (6,8%).
•
A dívida pública brasileira (36,4%) se situa na metade da média
destes países (72,9%); só que os juros são muito mais altos.
•
O critério de convergência não inclui o saldo de transações
correntes, cuja forma de financiamento é problemática para a
economia brasileira. A inflação brasileira (5%), apesar de baixa
em relação à sua história, é mais do que o dobro da média
destes países (2,2%).
46
3.6. UNIÃO MONETÁRIA - UMA GRANDE CONTROVÉRSIA
Desde a assinatura do Tratado de Maastricht, existe uma grande
discussão na Europa sobre os prós e contras da União Monetária. De forma geral,
os políticos e chefes de Estado que participaram ativamente nos últimos dez anos
da construção da União Européia, onde se incluem François Mitterrand, Valéry
Giscard d’Estaing, Helmut Kohl, Helmut Schmidt, Hans-Dietrich Genscher,
Richard von Weizsäcker, Roman Herzog e Jacques Delors, presidente da
Comissão Européia entre 1985 e 1994, são naturalmente favoráveis a esta União.
Segundo Jacques Delors (DELORS, 1996), se a União Européia não
começasse com um certo número de países-membros, a partir de 1o de janeiro de
1999, isto representaria um forte golpe para a consolidação desta União Européia.
Segundo ainda Delors, ou se introduz a nova moeda, o Euro, ou existe a ameaça
de um período de dúvidas e estagnação, tão comum na história da Europa.
Diferente das fases anteriores, prossegue Delors, os tempos atuais
não
seriam
tão
favoráveis.
O
mundo
estaria
experimentando
fortes
transformações, com o aparecimento de novas potências econômicas em países
situados na Ásia, América Latina, além da China e Índia. Presentemente, existe a
dramática escolha entre sobreviver e sucumbir.
Com relação aos europeus, o que se observou, de modo geral, foi
uma crescente motivação para a aceitação da União Européia. Segundo
estatística do Eurobarometer, entre abril de 1992 e dezembro de 1995 o
percentual de aceitação de uma moeda única européia passou de 49% para
54%. Neste mesmo período o percentual de rejeição da moeda passou de 32%
para 37%.
Na Alemanha, entretanto, a situação foi diferente. Em abril de 1992,
57% da população era contra a nova moeda, enquanto que apenas 23% a favor.
Em dezembro de 1995, verificou-se que o percentual de rejeição da moeda ainda
compreendia mais da metade da população, ou seja 55%, apesar de se verificar
um aumento no grau de aceitação da moeda, ao nível de 38%.
47
No início de 1998, segundo pesquisa publicada pelo jornal
Handelsblatt, de 09/01/98, 56% dos alemães ainda eram contra a introdução da
União Monetária (Euro) e 39% a favor. Quanto à estabilidade desta nova moeda
européia, 73% achavam que a mesma será mais fraca do que o marco alemão,
enquanto que 21% julgam que será igual.
Nos meios acadêmicos e empresariais as opiniões sempre foram
muito divididas, co-existindo argumentos pró e contra esta União. Entretanto é
importante citar um manifesto assinado, por mais de 60 economistas alemães
(Frankfurter Allgemeine Zeitung, 11/06/96), cujo título corresponderia, em
português, A União Monetária Rumo à uma Prova de Rompimento. Dentre os
pontos assinalados neste manifesto se destacariam os seguintes:
•
Uma União Econômica e Monetária pode ser relevante para a
meta da integração européia. Entretanto, as metas do Tratado
de Maastricht em pontos decisivos, não são apropriadas para se
alcançar este objetivo.
•
Uma União Econômica e Monetária exigiria como pré-condição,
durante anos, uma duradoura equiparação das estruturas mais
relevantes dos países membros. O preenchimento, mais ou
menos ao acaso, de alguns critérios não serve de comprovação
dos parâmetros de convergência necessária.
•
Banco
Central
Europeu,
apesar
de
sua
condição
de
independência, não conseguirá manter uma estabilidade de
preços na Europa,
devido às diferenças de realidades
econômicas e sociais de seus países- membros.
Em 12 de janeiro de 1998, quatro conhecidos professores de
universidades
alemãs,
Wilhelm
Hankel,
Wilhelm
Nögling,
Karl
Albrecht
Schachtschneider e Joachim Starbatty, entraram com um processo junto ao
Tribunal Constitucional Federal de Karlsruhe (Handelsblatt, 9/10/98), alegando
48
que o inicio da introdução prematura da nova moeda na Europa abrigaria o perigo
de um imensurável dano para a Alemanha e toda a Europa. A argumentação
quanto à inconstitucionalidade da adesão do governo da Alemanha a esta União,
encontra-se em um livro intitulado A Queixa do Euro - Porque a União Monetária
Deve Fracassar, cujos autores são os próprios professores (HANKEL, 1998).
No mês seguinte, quatro outros professores de universidades
alemãs organizaram um abaixo-assinado com 155 colegas da área acadêmica
(Frankfurter Allgemeine Zeitung, 9.02.98). Apesar de reconhecerem que não resta
outra alternativa para a integração européia, alegam ser prematuro o início da
União Monetária. Este abaixo assinado pôde ser acessado, inclusive, através do
site da internet da Universidade de Mannheim.
O argumento da inconstitucionalidade, alegado por estes primeiros 4
professores acima, relativo à introdução do Euro, em 1o de janeiro de 1999, foi
rejeitado
pelo
Tribunal
Constitucional
Federal
da
Alemanha
(Bundesverfassungsgericht), em 2 de abril de 1998. Através de uma decisão
unânime, a Corte considerou descabido o motivo desta apelação por entender
que as responsabilidades, quanto à estabilidade do Euro, são de matéria e
competência exclusiva do governo e do parlamento alemão (Frankfurter
Allgemeine Zeitung, 03/04/98).
Coincidentemente, neste mesmo dia, o então chanceler Helmut
Kohl, apresentou, no Parlamento, a proposta do Governo de introdução do Euro,
a partir de 1o de janeiro de 1999, em 11 países da Europa. Nesta ocasião, Kohl se
referiu ao Euro como a mais significativa decisão desde a reunificação alemã.
Em 22 de abril de 1998, o Parlamento da Alemanha aprovou, por
uma grande maioria dos partidos políticos, CDU/CSU, SPD, FDP e Bündnis90/Die
Grünen, esta proposta do Governo para a introdução do Euro. O partido PDS,
votando contra, exigiu a postergação desta terceira etapa por mais alguns anos .
No dia seguinte, o Conselho Federal (Bundesrat) ratificou este resultado do
Parlamento (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 24/04/98).
49
Apesar desta aprovação unânime, alguns dos principais líderes
destes partidos, externaram durante esta votação opiniões divergentes. O então
chanceler Helmut Kohl (CDU) afirmou que a integração européia era necessária e
inevitável, e com isto o Euro era um passo para este caminho. Para Kohl, os
países continuarão mantendo suas autonomias, em uma Europa organizada de
forma federativa.
Por outro lado, o ainda candidato a Chanceler, Gerhard Schröder
(SPD), posteriormente vitorioso com as eleições de 27 de setembro de 1998,
afirmou que a introdução do Euro vem acompanhada de riscos. Segundo
Schröder, o desemprego na Europa não vai diminuir sem uma política comum de
emprego, uma harmonização do sistema tributário e do padrão social na Europa.
Para Joschka Fischer, o então líder do Partido Verde (Bündnis90/Die
Grünen), que, com a vitória da coligação do seu partido com o SPD, se tornou o
Ministro das Relações Exteriores, a decisão da introdução do Euro, através do
Parlamento, não foi democrática, pois teria sido mais razoável um plebiscito.
O ex-Ministro das Relações Exteriores, Hans-Dietrich Genscher, que
juntamente com Kohl, foi um dos principais idealizadores da forma e concepção
da atual União Européia, em seu último discurso no Parlamento, pois deixou a
legislatura, pediu votos, de forma veemente, para a aprovação da União
Monetária.
Para Genscher esta União é a resposta da Europa aos desafios dos
novos tempos de globalização, não sendo portanto, de forma alguma, o preço
pelo passado da Alemanha, mas, pelo contrário, a saída para o futuro. Segundo
Genscher, é descabido se referir ao Euro, como precipitação ou parto prematuro,
criticando uma afirmativa anterior de Schröder, neste sentido.
Prosseguindo, Genscher afirma que, com a nova moeda, será
possível se aproveitar, de forma conjunta, do potencial de crescimento do
mercado comum. Com isto, conclui Genscher, a introdução do Euro é um decisivo
50
pressuposto para se criar novas e mais seguras oportunidades de trabalho,
mesmo que o Euro, por si só não consiga isto.
3.7. EUROPA - POSICIONAMENTO POLÍTICO DA ALEMANHA
Conforme visto anteriormente, a posição política da Alemanha, no
que concerne à questão de sua reunificação, sempre esteve presente ao longo
deste processo de formação da União Européia.
Com a consecução deste objetivo, em 3 de outubro de 1990, chegase ao final de um longo debate quanto à harmonização e reciprocidade dos
interesses entre a busca da unidade alemã e a integração européia.
Com a adesão através do artigo 23 da Lei Fundamental, conforme
visto no capítulo II, a Alemanha Oriental unida à Ocidental, também ingressa
automaticamente na União Européia. Neste sentido, em reunião realizada na
cidade de Dublin, Irlanda, é reforçada a estratégia de integração da Comunidade,
bem como de que o território da ex-Alemanha Oriental, agora pertencendo à
Ocidental, também estará coberto pelos termos do Tratado da União Européia.
Entretanto, ao longo destas décadas, este entrelaçamento e o
verdadeiro comprometimento da Alemanha Ocidental com relação ao projeto da
União Européia foi sempre colocado em discussão, por parte dos demais paísesmembros desta União, toda vez que avanços na política européia, com relação à
questão da sua integração, não encontravam ressonância na política externa
alemã.
Em meados de 1988, por exemplo, estava ocorrendo na Europa um
forte impulso de integração no âmbito da Comunidade Européia com vista à
formação de um mercado único, a partir do final de 1992. Esta dinâmica
contrastava inteiramente com a disposição e interesse da política alemã, já que a
questão alemã estava entrando em ebulição.
51
Nesta época a falta de vontade política das autoridades, da então
Alemanha Oriental, em promover reformas estava freando, de forma crescente, o
alargamento das relações econômicas entre os dois Estados alemães. Nesta
situação, prevaleceu a ênfase da política da Alemanha Ocidental em se voltar
para a sua problemática interna.
Neste contexto, freqüentemente se discute, principalmente nos
países vizinhos e em especial na França e Inglaterra, quais seriam os reais
interesses e posicionamento da Alemanha em relação à União Européia. Com a
reunificação, a Alemanha se deslocou fisicamente para a direita, sendo agora o
mais forte país europeu economicamente e o mais próximo dos países do Leste.
Apesar de pouco provável, não só pelo comprometimento tácito e
explícito de seus governantes com o projeto de consolidação da União Européia,
mas também pelo desgaste político que causaria aos demais países, tanto dentro
como fora da Europa, poderia a Alemanha renunciar à condição de país-membro
desta União? Ou então, optando por uma estratégia menos radical, que seria o de
enfraquecer o poder decisório do Parlamento Europeu, ao incentivar a entrada de
novos membros, tais como Polônia, Hungria, países balcânicos, etc.? Em
qualquer dos casos, preferiria, então, a Alemanha assumir a condição de
liderança e de porta-voz, tanto política como economicamente, dos países do
Leste?
Somam-se a isto as fortes críticas que os cidadãos alemães fazem
contra as pesadas transferências de recursos que a Alemanha, enquanto paísmembro, efetua para a União Européia uma transferência líquida anual de 22
bilhões de marcos (US$ 13 bilhões), o que corresponde a cerca de 60% do total
geral (Gazeta Mercantil, 28/12/98). Com um elevado índice de desemprego, e
com enormes gastos em infra-estrutura na sua parte oriental, fica cada vez mais
difícil a seus governantes justificar, junto aos seus eleitores, esta vultosa
transferência externa anual de recursos.
Com as eleições de 27 de setembro de 1998 na Alemanha e a vitória
da coligação do SPD e do Partido Verde, uma nova variável é acrescentada a
52
esta discussão, a respeito do futuro direcionamento político em relação a União
Européia. Com a derrota da coalizão CDU/CSU com o FDP, chega-se ao fim dos
16 anos da “Era Kohl”. Com esta nova composição política, pela primeira vez o
Partido Verde participa do poder, em nível federal.
Em entrevista à imprensa, no dia seguinte a esta vitória, o novo
chanceler alemão, Gerhard Schröder, já afirmava que as linhas gerais da política
externa do país não mudarão, assegurando à comunidade internacional que a
Alemanha continuará sendo um bom parceiro. Com isto, descartou a hipótese de
que a Alemanha se afaste das estruturas da OTAN (O GLOBO, 29/09/98).
Muito significativo foi o fato de que, três dias depois destas eleições,
Schröder já se encontrava em Paris, para encontros com o Presidente Jacques
Chirac e com o primeiro-ministro Lionel Jospin. Muito provavelmente estes
encontros tiveram como pano de fundo o interesse do governo francês em se
assegurar, com este novo governo alemão, a continuidade da aliança francogermânica, base da construção da União Européia, iniciada após Segunda Guerra
Mundial com seus então governantes Robert Schumann e Konrad Adenauer,
Charles de Gaulle, Valéry Giscard d`Estaing, Willy Brandt, Helmut Schmidt e,
posteriormente, François Mitterrand e Helmut Kohl.
Schröder, apesar de considerar este eixo entre a França e a
Alemanha como intocável, deverá possivelmente estreitar os laços políticos e
econômicos com a Grã-Bretanha. Durante sua campanha eleitoral Schröder
demonstrou forte admiração por seu primeiro-ministro Tony Blair. Segundo
Schröder, Blair tomou medidas que trouxeram a Grã-Bretanha de volta à Europa
(ibid., 29/09/98).
Enquanto Schröder se encontrava em Paris, seu Ministro da Defesa,
Rudolf Scharping, participava na Grã-Bretanha do encontro anual do Partido
Trabalhista, tendo como missão reiterar o apoio da Alemanha às idéias de Tony
Blair (id., 30/09/98). Neste contexto, estaria, então Schröder, alterando a
configuração deste eixo tradicional para um novo triângulo Berlim-Londres-Paris?
53
Devido ao pouco tempo de Schröder no poder, é ainda muito prematuro se fazer
qualquer julgamento neste sentido.
Uma outra questão aberta, bastante interessante, é verificar como
funcionará, interna e externamente, o Governo alemão, agora, com uma dupla
liderança no poder - o Chanceler Gerhard Schröder, que possui uma grande
popularidade entre os eleitores do SPD, e o Ministro das Finanças, Okscar
Lafontaine, que por outro lado é quem realmente possui a liderança neste partido.
Em pouco mais de dois meses como Ministro, Oskar Lafontaine já
questionou abertamente tanto a política de juros altos do Banco Central Alemão
quanto a do Banco Central Europeu. Desagradando a comunidade financeira
internacional, já defendeu também o relaxamento das regras fiscais da União
Monetária Européia e a criação de bandas de flutuação entre o Euro , o dólar e o
ien.
Além disto, com a ajuda da França, Lafontaine é favorável à
harmonização dos impostos na União Européia. O governo da Inglaterra, por
outro lado, ao defender a desregulamentação e desoneração tributária, na linha
liberal da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, é radicalmente contra (Gazeta
Mercantil, 03/12/98).
Um outro aspecto, também, bastante interessante, a ser observado
neste novo Governo, é de como se dará a convivência política da coalizão entre o
SPD e o Partido Verde, pela primeira vez no poder, desde sua estréia no
Parlamento Alemão, em março de 1983, com suas propostas inovadoras tais
como a introdução de impostos ecológicos e a desativação, no médio prazo, das
usinas de energia nuclear na Alemanha.
3.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo abordou a Alemanha no processo de unificação
européia. Desta forma foi feita uma retrospectiva histórica do processo de
54
formação e evolução da União Européia, onde a Alemanha teve uma posição de
destaque.
Além disto, foram feitas considerações a respeito das possíveis
mudanças nas diretrizes de suas políticas internas e externas, em função da
recente mudança de governo na Alemanha.
Com os capítulos II e III fica, portanto, a Alemanha referenciada no
seu processo de reunificação, bem como do seu papel no processo de formação
e inserção na União Européia.
Com isto, faz-se necessário agora termos uma visão conjuntural de
sua economia, fundamental para entendermos os fatores e as motivações
determinantes do investimento externo dos diversos segmentos que a compõem.
Também será visto a constituição estrutural dos seus setores automobilístico,
financeiro e químico-farmacêutico, bem como suas relações comerciais com o
Brasil. Estes temas serão tratados, portanto, no capítulo IV, a seguir.
55
CAPÍTULO IV
ASPECTOS CONJUNTURAIS E SETORIAIS DA ECONOMIA ALEMÃ
Nem todos os alemães acreditam em Deus, mas
todos certamente acreditam no Deutsche Bundesbank.
Jacques Delors Ex-Presidente da Comissão Européia
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nos capítulos anteriores foram abordados aspectos relacionados
com a reunificação da Alemanha, bem como o papel desta no processo de formação da União Monetária e Econômica da Europa. O entendimento destes fatos é muito importante para podermos situar e delimitar o contexto histórico onde
vêm se movendo, desde a Segunda Guerra Mundial, os diversos agentes econômicos constituintes da economia alemã.
Neste capítulo será apresentado um panorama da situação atual
desta economia, quanto aos seus mercados, interno e externo, e seu nível de
preços. Além disto, serão mostrados alguns dados estatísticos, que caracterizam
a relevância do fluxo comercial e de investimentos entre a Alemanha e o Brasil.
Este, se coloca em primeiro lugar, há vários anos, entre os países em desenvol56
vimento, como destino final de investimentos diretos alemães, no exterior. Será
apresentado também, de forma sucinta, a situação atual dos setores automotivo,
bancário e químico-farmacêutico, objetos de pesquisa de campo deste trabalho.
4.2. A SITUAÇÃO ATUAL DA ECONOMIA ALEMÃ
Em 1997 houve uma recuperação da economia alemã na esteira do
setor exportador, sem provocar um efeito significativo no mercado de trabalho.
Depois de uma paralisação na virada do ano de 1996 para 1997, a produção
aumentou em 1997 de forma contínua, sem contudo resultar em uma dinâmica
própria visível. O Produto Interno Bruto cresceu cerca de 2,5%, e, para 1998, há
uma previsão de crescimento de 3% (JAHRESGUTACHTEN, 1997).
A forte demanda externa se refletiu no aumento das exportações,
que cresceu 10,5% em 1997. Em contrapartida, a demanda no mercado interno
teve um resultado, considerado fraco, de 1%, sendo previsto para 1998 um crescimento ainda pouco significativo de 1,5%.
Tabela 4.1: Evolução do Nível de Produto, Consumo Interno,
Desemprego e Preços (1993-1997)
PIB Total
Parte Ocidental
Parte Oriental
Consumo Interno
Investimento Equipamento
Investimento Construção
Consumo Privado
Consumo Estatal
Desempregados
Parte Ocidental
Parte Oriental
Índice do Custo de Vida (1991=100)
Unid.
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
1993
-1,2
-2,0
9,3
-1,4
-14,4
1,3
0,1
-0,5
8,8
7,3
14,9
4,5
1994
2,7
2,1
9,6
2,7
-1,0
6,5
1,2
2,1
9,6
8,3
14,6
2,7
1995
1,8
1,5
5,3
2,0
1,6
0,3
1,9
2,2
9,4
8,4
13,4
1,8
1996
1,4
1,3
2,0
0,8
1,9
-3,1
1,3
1,8
10,3
9,1
15,0
1,5
1997
2,5
2,5
2
1
4
-2,75
1
0,5
11,8*
9,9
19,4
1,75
Fonte: Jahresgutachten 1997/98, Statistisches Bundesamt, 1997
(*) Bundesamt für Arbeit, em janeiro, 1998
Com relação à inflação, não houve pressão para o crescimento do
nível de preços. Os indicadores da evolução do nível de produto, consumo interno, desemprego e preços encontram-se consolidados na Tabela 4.1.
57
4.2.1. O Mercado Interno
A demanda interna como um todo, considerando os investimentos
em equipamentos e instalações, construções, consumo privado e do Estado,
teve um crescimento considerado fraco, sendo que, para o ano de 1998, está
previsto um pequeno aumento de 1,5% (JAHRESGUTACHTEN, 1997).
Entre o ano de 1993 e 1997, o consumo privado cresceu a uma taxa média anual de 1,25%, sem contudo caracterizar um movimento de expansão
da economia. Neste período o forte corte no nível de empregos e salários freou a
demanda do setor privado. Soma-se a estes fatores o aumento da carga tributária, que também contribuiu para a diminuição da renda disponível.
Devido ao desaquecimento dos investimentos em construção, o
crescimento dos investimentos em instalações diminuíram em 1,2% em 1996 e
estagnaram em 1997. Para o ano de 1998 o incremento em investimentos de
instalações deverá ser de 1,75%, devendo ocasionar um investimento total em
equipamentos e instalações de cerca de 5%.
Os investimentos no setor da construção civil tiveram um forte
crescimento após a reunificação, tanto devido ao atendimento da grande demanda reprimida da parte Leste, quanto aos incentivos do governo naquela região. A partir de 1996, este setor, com um crescimento negativo de -3,1%, começou a experimentar uma forte retração.
Em 1997 estes investimentos na construção civil também foram
negativos, no valor de -2,75%. A recuperação e expansão deste setor, por ser
intensivo em mão de obra, é fundamental para a diminuição do nível de desemprego na Alemanha, principalmente na sua parte Leste.
58
4.2.2. O Mercado Externo
Em 1997, o setor exportador alemão teve uma participação expressiva em quase todos os mercados. Significativo, no entanto, foi o aumento das
exportações para os países da União Européia. Decisivo para este resultado foi
o crescimento econômico conjuntural destes países, responsáveis como sempre
por mais da metade das exportações alemãs, chegando a atingir 56,4% do total
exportado no ano 1996, conforme mostra a Tabela 4.2, a seguir.
Tabela 4.2: Crescimento Econômico e Participação das Exportações Alemãs em Determinados Países
Países
Alemanha
França
Reino Unido
Itália
Países Baixos
União Européia1
EUA
Japão
Centro/Leste Europa2
América Latina3
Sudoeste da Ásia
PIB Real
Exportações Alemãs
1997
1998
1996
Relação Ano Anterior (%)
Percentagem
+2,5
+3
+2
+3
10,9
3,5
+2
8,0
+1
+2
7,4
+3
+3,5
7,4
2,5
+3
56,4
3,5
2,5
7,8
+1
+2
2,7
+4
+4,5
5,9
+5
+5
2,2
+5
+5
5,0
Fonte: Jahresgutachten 1997/98, Statistisches Bundesamt, 1997
1) UE-15,
2) Polônia, Eslovênia, Hungria, Repúblicas Eslovaca e Tcheca,
3) Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela;
4) Hong-Kong, Coréia do Sul, Malásia, Cingapura, Tailândia e Taiwan
Além disto, para as exportações como um todo, contribuíram também a competitividade de seus preços, devido tanto aos ganhos de produtividade e queda dos custos do fator trabalho do seu setor exportador, como da desvalorização do marco diante do dólar e da libra esterlina. Na Tabela 4.2 podemos também observar que o crescimento econômico médio dos países da União
Européia ocorreu de forma semelhante ao da Alemanha, alcançando em 1997
um crescimento do produto de 2,5%.
59
Com relação aos Estados Unidos, Canadá e México, as exportações continuaram intensas. Bastante positivos também foram os resultados referentes às
regiões da Europa Central e do Leste, bem como da América Latina. Moderados,
entretanto, foram os resultados em relação aos países do Sudeste da Ásia. A
crise financeira, ocorrida no final de 1997, nesta última região, deverá provocar
efeitos reduzidos nas exportações alemãs como um todo. Por um lado, devido
ao baixo percentual no volume de exportações (5%); por outro, devido à desvalorização do marco no mercado internacional (DEUTSCHE BUNDESBANK,
fev.1998).
Uma questão conjuntural importante é saber se esta dinâmica do
setor exportador alemão poderá ser transmitida ao seu mercado interno, reativando e impulsionando sua demanda por bens e serviços e com isto reduzindo o
alto nível de desemprego.
A situação favorável do setor exportador, entretanto, parece indicar que, concomitante com a crescente piora no mercado de trabalho, cada vez
mais a participação da industria diminui no mercado interno, tanto na geração
como na composição do valor dos produtos exportados pela Alemanha.
Com isto, as empresas alemãs poderiam estar se valendo da importação de matérias primas e/ou deslocando toda ou parte da sua produção
para países que lhes oferecessem custo de produção mais favoráveis. A resposta a estas indagações, entretanto, não é objeto deste trabalho.
No que concerne à participação das importações alemãs, provenientes dos diferentes blocos de países, conforme a Tabela 4.3, a seguir, os parceiros da União Européia perderam um pouco de terreno, enquanto que os demais países industrializados, América Latina e o bloco dos países do Leste da
Ásia mantiveram suas respectivas participações de forma aproximadamente
constante.
60
Tabela 4.3: Evolução do Comércio Exterior da Alemanha com
Países e Blocos de Países (1993 - 1o Sem./1997)
Países e Blocos
Total
União Européia
Bélgica/Luxemburgo
Dinamarca
Finlândia
França
Grécia
Irlanda
Itália
Países Baixos
Áustria
Portugal
Suécia
Espanha
Reino Unido
Demais Países Industrializados incluindo1
Estados Unidos
Canadá
Japão
Noruega
Suíça
Europa Central/ Leste, incluindo2
Países do CEFTA3
Polônia
República Tcheca
República Eslovaca
Hungria
Eslovênia
Leste Asiático4
Rep.Popular da China
América Latina5
Demais Países em
Desenvolvim.6
Países da OPEC7
Part.
%
1996
100
56,4
6,2
1,8
1,0
10,9
0,7
0,4
7,4
7,4
5,6
1,0
2,4
3,6
8,0
20,9
Exportação
1993 1994 1995 1996 1997 Part.
%
1996
-6,4
9,9
8,5
3,0 14,2 100
-13,4
8,9
8,8 -0,1 12,9 55,1
-13,8
9,5
5,0 -2,1 10,3
6,3
-12,9 14,3 11,2 -3,0 11,0
1,8
-17,8 15,7 28,3
6,1 14,0
0,9
-11,1
7,5
5,7 -4,3 11,7 10,6
-15,9 -9,1 -3,9 -3,4 16,0
0,4
-5,7 14,3 10,4 -5,5 20,1
1,1
-23,9 10,5
8,4
0,7 11,7
8,2
-13,3
9,2
8,2
0,4
9,5
8,6
-6,7
6,7
4,9
3,8
7,1
3,8
-13,3 -4,3 14,7 16,3 19,0
1,2
-13,3 20,9 20,1
0,2 10,2
2,1
-25,3
6,7 18,0
6,8 20,6
3,3
-3,2 10,2 11,8 -0,4 21,3
6,8
3,3 11,1
6,1
6,4 14,3 22,4
Importação
1993 1994 1995 1996 1997
0
1
Sem
-11,1
8,9
7,7
0,7 12,6
-16,5
8,1
9,2 -1,6 12,6
-24,1 11,9 15,6 -4,2 13,3
-26,6
9,0 11,1 -6,2 13,1
-13,8 24,0
2,1 -12,3
4,7
-14,4
4,4
7,0 -2,8
9,7
-9,4 -5,8 -1,6 -5,2
8,3
-3,3 15,3 22,9 -11,6 11,1
-17,6
7,6
9,6 -3,2
8,8
-18,3
3,4 12,6 -1,2 12,8
-5,7 11,3 -11,4 -2,8 13,9
-9,5
4,1 25,8 13,1 14,1
-11,0 11,9 -0,7 -0,5
6,4
-14,1 17,9 20,4
4,6 19,0
-18,6
9,1 12,6
4,7 20,2
-6,9
7,5
4,5
3,3 10,7
7,8
0,5
2,7
0,9
4,9
8,4
9,5
-5,9
7,3
-9,1
-5,1
14,3
15,8
11,1
13,6
16,2
9,7
12,8
0,8
-6,6
5,2
2,5
7,1
14,1
10,1
2,6
12,5
8,7
-4,8
17,8
26,3
37,0
0,6
20,9
1,5
25,8
7,3 -4,8
0,7 -6,5
5,1 -10,3
1,0
2,0
4,1 -4,9
8,5
3,1
10,8
9,5
0,1
12,4
10,4
24,3
1,4
22,6
3,7
4,5
5,9
18,2
8,1
-7,6
-3,7
25,8
-2,8
6,8
18,3
-6,2
-0,9
24,3
6,0
20,0
5,9
2,2
1,8
0,5
1,1
0,4
5,0
1,4
2,4
3,1
17,0
17,8
N/D
N/D
10,1
78,9
17,7
67,1
9,7
-1,0
18,3
6,7
26,0
45,1
23,6
13,6
23,8
7,3
13,3
9,8
21,0
22,6
22,6
51,5
10,2
12,0
13,4
4,7
9,6
8,2
20,1
28,9
17,2
19,2
18,8
-1,2
4,9
1,0
3,8
2,0
25,2
30,5
20,0
23,4
29,1
14,2
9,1
-2,4
26,7
9,6
9,1
5,8
4,2
1,8
1,7 N/D
0,5 N/D
1,2 -2,1
0,5 58,2
4,5
1,6
2,7 18,5
2,0 -12,8
2,8
3,8
22,8
17,2
32,0
47,4
19,5
11,6
7,4
11,5
17,7
7,6
24,0
22,6
24,6
42,8
27,7
8,6
3,3
3,8
4,8
2,9
5,1
-1,9
7,5
9,1
14,7
0,3
-2,5
12,1
-6,1
3,5
19,6
16,7
15,3
24,4
29,6
16,5
6,3
17,1
15,9
11,7
2,2 -20,2
-3,6
4,2
-0,6
19,5
1,9
-5,5 -14,3
12,8
12,3
-8,0
Fonte: Jahresgutachten 1997/98, Statistisches Bundesamt, 1997; N/D: não disponível
OBS.: Com relação a Tabela 4.3, foram considerados os seguintes agrupamentos de países:
(1) Austrália, Japão, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul e EUA, bem como Europa sem os
países da União Européia.
(2) Albânia, Bulgária, Hungria, Polônia, Romênia, a antiga Tcheco-Eslováquia e a antiga União
Soviética.
(3) Eslovênia, Hungria, Polônia, República Eslovaca, República Tcheca.
(4) Hong-Kong, Coréia do Sul, Malásia, Cingapura, Tailândia e Taiwan.
(5) América Central e América do Sul, excluindo a Venezuela.
(6) África, excluindo a África do Sul, Ásia (excluindo o Japão, Países do Leste Asiático e a República Popular da China), Oceânia, sem os países da OPEP.
(7) Arábia Saudita, Argélia, Gabão, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Libéria, Nigéria, União dos
Emirados Árabes e Venezuela.
61
4.2.3. O Nível de Preços
No final de 1997, o nível de preços na Alemanha permaneceu estável. O aumento dos preços de importação, juntamente com a valorização do dólar, e o aumento das cotações do preço do petróleo, no mercado internacional,
foram amortecidos no país pela queda dos níveis de salários.
De acordo com o Banco Central da Alemanha (Bundesbank), no
que concerne à meta de estabilização do nível de preços, a economia se encontra atualmente em uma situação relativamente confortável (DEUTSCHE BUNDESBANK, fevereiro, 1998). Conforme visto no Gráfico 2.1, do capítulo II, o índice de preços do custo de vida no ano de 1997 foi de 1,75% em relação ao ano
anterior. Em 1998, a previsão de inflação é de 2% (JAHRESGUTACHTEN,
1997).
4.3. O FLUXO COMERCIAL E OS INVESTIMENTOS ALEMÃES
NO BRASIL
4.3.1. A Balança Comercial com o Brasil
As exportações da Alemanha para a América Latina, no período
entre 1989 e 1996, mais que dobraram, ou seja, passaram de US$ 6,1 bilhões
para US$ 13,4 bilhões (bfai, 1998). No primeiro semestre de 1997, as exportações cresceram cerca de 26,7%. Quanto às importações, atingiram, neste mesmo período, um crescimento de 15,9%. No que concerne ao Mercosul, em 1997,
os volumes das exportações e importações alemãs foram respectivamente de
US$ 4.6 bilhões e US$ 7.2 bilhões, com um saldo favorável, por conseguinte, de
US$ 2.6 bilhões.
62
Com relação ao Brasil, este país, segundo dados do Ministério da
Economia Alemã (WIRTSCHAFT, 1998), se posiciona entre os trinta mais importantes parceiros comerciais da Alemanha. Conforme a Tabela 4.4 abaixo, a balança comercial com o Brasil vinha sendo deficitária desde a metade da década
passada, revertendo este quadro a partir do ano de 1995.
Tabela 4.4: Balança Comercial entre a Alemanha e o Brasil
(1985 a 1996)
Ano
Exportações
106DM
Alemanha Ocidental
1985
1989
1990
Alemanha
1992
1993
1994
1995
1996
%
Importações
106DM
%
Saldo
106DM
2 475
3 168
2 889
+28%
-8,81
6 365
5 657
5 105
-12,54
-9,76
-3 890
-2 489
-2 216
2 903
4 230
5 070
7 225
7 237
+45,71
+19,86
+42,50
+0,16
5 378
4 417
5 160
4 997
4 879
-17,87
+16,82
-3,16
-2,36
-2 475
-187
-90
+2 228
+2 358
Fonte: Bundesministerium für Wirtschaft, Wirtschaft in Zahlen `97; dec, 1997
Em termos globais, a participação relativa do comércio entre o Brasil e a Alemanha pode ser observada na Tabela 4.5, a seguir. O volume das exportações brasileiras começa a cair na composição das importações alemãs a
partir de 1994. Este fato se deveu, provavelmente, à influencia do crescimento
dos mercados compradores do Cone Sul. Efeito contrário ocorre com as importações brasileiras, que, no mesmo período, aumentaram sua participação nas
exportações alemãs.
Tabela 4.5: Participação Relativa Global do Comércio Entre o
Brasil e a Alemanha (1982-1995)
Ano
1982
Comércio Mundial
da Alemanha
(milhões US$)
Export.(A)
176,424.00
Import.(B)
155,323.00
Comércio do
Brasil/Alemanha
(milhões US$)
Exp.Br(C)
1,337.20
Exportação
Brasil/
Importação
Alemanha
Imp.Br.(D) (C/B).100%
950.30
0,86
Importação
Brasil/
Exportação
Alemanha
(D/A).100%
0,54
63
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
169,417.00
171,735.00
183,933.00
243,326.00
294,369.00
323,323.00
341,231.00
410,104.00
402,843.00
422,271.00
380,154.00
427,219.00
510,731.00
152,877.00
153,022.00
158,488.00
190,972.00
228,441.00
250,467.00
269,702.00
346,153.00
389,908.00
402,441.00
248,631.00
381,890.00
442,864.00
1,295.00
1,461.10
1,422.90
1,240.80
1,499.50
1,727.20
1,850.50
1,843.60
2,158.10
2,073.00
1,808.20
2,048.90
2,158.20
783.40
730.00
950.70
1,363.90
1,543.90
1,517.50
1,584.90
1,866.20
1,905.80
1,900.90
2,291.30
3,414.70
5,139.40
0,85
0,95
0,90
0,65
0,66
0,69
0,69
0,53
0,55
0,52
0,73
0,54
0,49
0,46
0,43
0,52
0,56
0,52
0,47
0,46
0,46
0,47
0,45
0,60
0,80
1,01
Fonte: Deutsche Bundesbank e Banco Central do Brasil , proveniente da Câmara de Comércio e Industria Brasil/Alemanha
4.3.2. Investimentos Diretos Alemães no Brasil
Conforme o Gráfico 4.1, a seguir, o Brasil ocupa, há vários anos, o
primeiro lugar, entre os países em desenvolvimento, como local de aplicação
dos investimentos alemães no exterior (INVESTITIONSHANDBUCH, 1998). Em
nível mundial, o Brasil ocupa a décima primeira colocação, na frente de países
como o Japão e o Canadá (Gráfico 4.2).
64
Gráfico 4.1: Estoque de Investimentos Alemães em Países em
Desenvolvimento até 1995 (Em 109 US$)
Investimentos
12
11.4
10
8
6
5
4.8
4.5
4
2.4
2.2
2.1
2
1.7
1.7
1.3
0
Países
Brasil
Hungria
México
Rep. Tcheca
Cingapura
Hong Kong
Argentina
China
Polônia
Malásia
Fonte: IDI, Statistics Yearbook 1995, OECD; Deutsche Bundesbank, AHK São Paulo, em Investitionshandbuch
Brasilien, janeiro/1998.
Gráfico 4.2: Estoque de Investimentos Alemães no Exterior
até 1995 (Em 109 US$)
Investimentos
100
88.5
90
80
70
60
50
41.4
40
36.7
34.4
30
24.3
20
18.8 16.3 15.5
14.6 12.8 11.4 8.8
10
8.4
0
Países
EUA
Bel/Lux.
França
Inglaterra
Holanda
Irlanda
Suíça
Áustria
Espanha
Brasil
Japão
Canadá
Itália
Fonte: IDI, Statistics Yearbook 1995, OECD; Deutsche Bundesbank, AHK São Paulo, em
Investitionshandbuch Brasilien, janeiro/ 1998.
65
O estoque de capital alemão em 1998 no Brasil, através das suas
1200 empresas, incluindo reinvestimentos e investimentos, feitos indiretamente,
através de outros países, é de US$ 13,5 bilhões. Este valor corresponde a 15%
do total de capital estrangeiro investido no país (KEY-FACTS/98, 1998). O perfil
das intenções de investimentos alemães no Brasil, desde o ano de 1997 até
2001, é de US$ 5 bilhões. Conforme o Gráfico 4.3, abaixo, o setor automotivo
lidera as intenções de investimentos, seguido do setor químico com 22,9%.
Gráfico 4.3: Percentagem do Perfil Setorial das Intenções de
Investimentos Alemães no Brasil no Valor de US$
5 Bilhões (1997-2001)
7,6
7,8
11,2
50,5
22,9
Autom obilístico
Quím ica
Siderurgia e Mineração
Telecom unicações, Eletro-eletrônico
Outros
Fonte: Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (SP), Anais da XXIV Reunião da Comissão
Mista
Brasil-Alemanha, 14-16 de setembro de 1997; Volume X.
4.4.
OS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E QUÍMICOFARMACÊUTICO ALEMÃES
Para situar as motivações de investimentos no Brasil, dos setores
automotivo, bancário e químico-farmacêutico, será apresentado, a seguir, um
panorama sucinto do status atual, dos mesmos, na Alemanha. No caso do setor
bancário, serão apresentadas também as origens históricas do atual sistema
financeiro da Alemanha.
66
4.4.1. Setor Automotivo
A indústria automotiva na Alemanha, como um todo, é composta de
7 grandes empresas, sendo que destas, 5 possuem maioria de capital alemão.
Durante o ano de 1996, esta indústria como um todo, com cerca de 707.000 trabalhadores, obteve um faturamento total de cerca de 306 bilhões de marcos,
(US$204 bilhões). Com este porte, a Alemanha é a terceira maior produtora de
veículos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão.
Quadro 4.1: Origem do Capital e Posição das Fábricas Automotivas na Indústria da Alemanha por Faturamento (1996)
Empresas
Capital
Volkswagen AG
Mercedes-Benz AG
Conglomerado BMW
Adam Opel
Ford Werke AG
Audi AG
Porsche AG
Estado: Niedersachen (20% ações2)
Daimler Benz (100% das ações)
Família Dr. Herbert Quandt3>50%)
General Motors Corp. (100% ações)
Ford Motor Comp. (100% das ações)
Volkswagen AG (99% das ações)
Famílias Porsche e Piech
Setor Indústria Faturamento
(106US$)1
1o
2o
66,584
o
2
4o
51,622
3o
10o
34,758
o
o
4
22
18,841
5o
25o
17,559
6o
40o
12,507
o
o
7
262
1,870
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98
(1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com
base nas paridades médias do DM/US$ em 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main. (2) 80% restante das ações muito pulverizada (3) Maioria das ações com a família Quandt.
A maior empresa do setor é a Volkswagen, com um faturamento de
US$ 66,584 bilhões de dólares, seguido da Mercedes Benz e da BMW. A origem
do capital e a posição das fábricas automotivas na indústria da Alemanha, segundo seu faturamento em 1996, pode ser visto no Quadro 4.1, acima.
O valor dos investimentos das empresas automotivas de capital alemão, aproximadamente US$2 bilhões, que estão sendo feitos no Brasil, desde
67
1997 até 1999, pode ser visto no Quadro 4.2, a seguir. A Volkswagen, com valores acima de US$ 1 bilhão, lidera o volume de investimentos.
Quadro 4.2: Investimentos da Indústria Automotiva no
Brasil (1997-1999)
Empresa
VW/ Audi2
VW
VW
Mercedes
Benz
Chrysler/
BMW3
BMW/Rover
Investi- Produção1 Início da
mentos
Opera106 US$
ção
750 Até 170 de
Fev. 99
capacidade
270
Nov. 96
250
40 Nov. 97
Início da
Construção
Nov. 97
96/97
Modelo
Local
A3 e Novo
Golf
Motores
Caminhões/
ônibus
Classe A,
São José dos
Pinhais/PR
São Carlos/SP
Resende/RJ
820
40
Fev. 99
98
Juiz de Fora/MG
500
200
1999
-
Motores
Campo Largo/PR
150
20
97
Defender
São Bernardo/SP
Fonte: Câmara de Comércio e Industria Brasil-Alemanha (AHK-SP), em Anais da XXIV Reunião da Comissão Mista
Brasil-Alemanha, 14-16 de setembro de 1997; Volume X, e posteriormente atualizados pela AHK-SP em 15/12/98
(1) Em 1000 unidades por ano
(2) Valores atualizados obtidos, em 23/11/98, diretamente da fábrica de São José dos Pinhais/PR
(3) Valores atualizados obtidos, em 07/12/98, diretamente da fábrica de Campo Largo/PR
A seguir, serão apresentados alguns comentários sucintos sobre a
forma de atuação destas empresas e suas relações comerciais com o Brasil.
Mercedes-Benz AG
A estratégia de atuação da Mercedes-Benz no curto, médio, e longo prazo para a América Latina parece se inserir na estratégia de expansão do
conglomerado Daimler Benz AG no longo prazo.
Este conglomerado é composto das empresas Mercedes-Benz, Daimler Benz Espacial (DASA), Daimler-Benz Interserviços (DEBIS) e um Setor de
Negócios, concentrado basicamente nas áreas de ferrovias, transporte de massa
e microeletrônica.
68
Com base no Relatório Financeiro da Daimler-Benz de 1996, verificamos que todos os seus ramos de negócios contribuíram para o faturamento
consolidado da empresa, conforme mostra a Tabela 4.6, a seguir.
Tabela 4.6: Contribuição Setorial do Conglomerado DaimlerBenz AG em 1996
Ramos de Negócio
Mercedes Benz
DASA
DEBIS
Setor de Negócios
Contribuição no Faturamento Global (%)
71
12
10
7
Faturamento/1996
(109 DM)
77,6
13,1
13,1
8,0
Crescimento
Percentual (%)
8
13
12
N/D
Fonte: Relatório Financeiro da Daimler-Benz, 1996
N/D: Não disponível
Da mesma forma, a Mercedes-Benz tem, como política estratégica, atuar de forma regional, alocando sua produção de veículos tanto na
Argentina, como no Brasil e no México. Além disto, a Mercedes-Benz prefere,
para este posicionamento, países com alto potencial de consumo interno para
seus produtos. No Brasil, relativamente ao ano de 1996, sua participação no
mercado para caminhões acima de 6 toneladas foi de 39%, sendo que para ônibus, 70%.
Evidentemente que esta forma de atuação regional da MercedesBenz, direta ou indiretamente, atrai negócios para o conglomerado DaimlerBenz. Conforme noticiado na imprensa (Handelsblatt, 16/02/98), três companhias aéreas da América Latina encomendaram ao consórcio multinacional, no qual
a Daimler faz parte, aquisições de aeronaves no valor de 3,9 bilhões de dólares.
Dentre elas, a empresa de aviação brasileira TAM, que pretende
comprar 110 aeronaves ao preço médio de 35 milhões de dólares. As primeiras
entregas já deverão ocorrer em 1999, sendo que a encomenda completa deverá
ser entregue até o ano de 2005.
Em nível mundial, ao anunciar em 7 de maio de 1998 sua fusão
com a companhia americana Chrysler, a Daimler Benz está criando a quinta
maior empresa automobilística do mundo, por volume, atrás da GM, Ford, Toyo69
ta e do Grupo Volkswagen (The Economist, 19/05/98). Com uma receita em torno de US$ 130 bilhões, esta nova empresa, Daimler-Chrysler, terá uma composição acionária de 53% de capital alemão e 47% de americano.
Volkswagen AG
O conglomerado da Volkswagen, com um volume de vendas de
4,257 milhões de veículos em 1997, obteve o seu recorde mundial de produção
em toda a sua história. Estes números representam um aumento de cerca de
7,3% em relação ao seu resultado de 1996 (Handelsblatt, 04/02/98).
Na própria Alemanha, seu resultado não foi expressivo se comparado com o de outras regiões, como veremos em seguida. Houve um crescimento de vendas de 3,9%, equivalente a uma entrega de cerca de um milhão de veículos. Na Europa Ocidental, entretanto, a empresa apresentou um resultado
bem melhor, ou seja, um crescimento de 6,8%, para uma produção de 1.482.000
veículos.
Apesar da crise financeira em alguns países da Ásia, o volume de
vendas na região foi de 371.500 veículos, o que representa um aumento de 13%
em relação ao ano anterior. Entretanto, foi nos Estados Unidos que a Volkswagen apresentou seu maior crescimento percentual, ou seja, de 13%, chegando a
um volume de vendas de 273.000 unidades. No Brasil, um dos seus maiores
mercados, o resultado esteve bem abaixo das expectativas. Houve um crescimento de vendas de apenas 1,4%, equivalente a 597.900 veículos.
Segundo a Volkswagen do Brasil, este resultado deveu-se ao pacote de medidas econômicas do governo brasileiro, no segundo semestre de 1997.
Dentre elas, aquelas relativas ao equilíbrio do orçamento federal e de sua balança comercial, que teriam enfraquecido a demanda por automóveis.
70
Para o ano de 1998, a previsão é de pelo menos um crescimento
positivo, não estando excluída a hipótese de uma queda de vendas entre 10 a
15% em relação a 1997. Esta queda de vendas, ainda segundo a empresa, deverá representar no Brasil um corte de 2.000 funcionários.
Bayerische Motoren Werke - BMW
As atividades do conglomerado da BMW podem ser divididas nos
segmentos Automotivo da BMW, Grupo Automotivo da Rover, Motocicletas
BMW, Construção de Turbinas de Aviação e o Setor de Serviço Financeiro. Este
último oferece um serviço de crediário e leasing para os negócios da BMW.
Em 1997, as entregas dos veículos automotivos cresceram mundialmente em torno de 5%, atingindo a marca de 675 mil unidades. Com relação à
América Latina, houve um crescimento de 26%, correspondendo a 8.700 unidades. No Brasil, o maior mercado da região, as vendas aumentaram em 11%, atingindo um volume de 3.350 unidades.
Com base no Relatório Financeiro do Conglomerado da BMW, para
o ano de 1997, o faturamento do seu segmento Automotivo, com 67,29% é o
mais expressivo, seguido da Rover, com 30,98%. Estes resultados podem ser
vistos na Tabela 4.7, a seguir.
71
Tabela 4.7: Faturamento do Conglomerado BMW por Ramo de
Atividades (1996 e 1997)
Conglomerado da BMW
Automotivo da BMW
Automotivo da Rover
Motocicletas da BMW
Turbinas de Aviação
Serviço Financeiro
Outros
Total
Faturamento
1996 (106 DM)
35 887
15 203
935
217
6 312
- 6 289
52 265
Faturamento
1997 (106 DM)
40 466
18 633
1 105
523
7 757
- 8 347
60 137
% do Total 1997
67,29
30,98
1,84
0,87
12,90
(-)13,88
100
Fonte: Relatório Financeiro do Conglomerado da BMW - Ano de 1997
Conforme o Quadro 4.2, visto anteriormente, a BMW/Rover está investindo US$150 milhões em Minas Gerais, para a construção de uma fábrica de
capacidade para 20.000 veículos/ano.
Audi AG
A Volkswagen AG detém quase 100% do capital acionário da Audi
AG. Em 1996, a Audi AG, empregando 34.529 trabalhadores, obteve um faturamento de cerca de 18,8 bilhões de marcos, o que representa um aumento de
12,76% em relação ao ano anterior (SCHMACKE, 1997). Em São José dos Pinhais, no Paraná, a Audi, juntamente com a Volkswagen deverá iniciar, a partir
de fevereiro de 1999, a produção do Audi A3. O valor deste investimento é de
cerca de U$ 750 milhões, conforme Quadro 4.2, visto anteriormente.
Dr.Ing.h.c.F.Porsche AG
O Grupo Porsche realiza a produção e comercialização de seus
produtos através da Porsche AG, na Alemanha, suas 24 subsidiárias, bem como
representantes espalhados em cerca de 70 mercados mundiais. O mercado da
América Latina é atendido pela sua forma mais tradicional, ou seja, exportação
72
de veículos da Porsche AG, através de representantes locais. Segundo seu relatório anual 1996/1997 foram vendidos para esta região cerca de 200 automóveis.
Rolls Royce - A Disputa entre a BMW e a Volkswagen
Em 5 de junho de 1998, o conglomerado Vickers Plc confirmou definitivamente a venda da sua fábrica de automóveis Rolls Royce para a Volkswagen, por um valor de aproximadamente 1,25 bilhões de marcos. Esta posição
põe fim a uma acirrada disputa entre as empresas Volkswagen e BMW (Handelsblatt, 05/06/98). Esta última chegou a fazer uma oferta de 1 bilhão de marcos, que, inclusive, tinha sido aceita por este conglomerado.
Entretanto, a BMW, fornecedora há vários anos de motores e acessórios para a Rolls Royce, por se sentir prejudicada neste processo de compra, ameaçou entrar na justiça. Para se evitar uma disputa judicial, foi feito um
acordo, no mês seguinte, entre estas duas empresas alemãs. A Volkswagen vai
operar a empresa até dezembro de 2002. A partir desta data, a BMW assume a
produção da Rolls Royce, deixando com a empresa Volkswagen a marca irmã
da Rolls Royce, Bentley (Jornal do Brasil, 29/07/98).
4.4.2. Setor Bancário
O sistema bancário atual na Alemanha é o resultado de um longo
desenvolvimento histórico (HEIN, 1996) que, apesar das constantes mudanças
ocorridas neste século, no país, se desenvolveu de forma continuada. Para o
entendimento deste sistema, serão vistas a seguir, inicialmente nesta seção, as
suas origens históricas e o papel desempenhado pelo seu Banco Central (Bundesbank). Em seguida, as profundas reestruturações por que passa o sistema
bancário, fruto de fusões interbancárias, que ocorrem, tanto na Alemanha como
em nível mundial.
73
No final desta seção será apresentada, também, a lista dos bancos
que participaram desta pesquisa, ou seja, todos aqueles constantes da lista dos
50 maiores bancos alemães, que desenvolvem negócios com o Brasil
Origens Históricas do Atual Sistema Bancário da Alemanha
Tomando como base suas referências históricas iniciais, podem-se
distinguir três segmentos bancários: bancos de capital fechado (Privatbanken) e
aberto (Aktienbanken); caixas econômicas (Sparkassensektor) e as cooperativas
de créditos (Kreditgenossenschaften).
O sistema bancário no século XVIII e XIX foi marcado pela presença dos banqueiros, que acima de tudo, com capitais próprios, efetuavam as operações bancarias dos comerciantes. Com o crescente desenvolvimento da indústria, principalmente a partir da metade do século XIX, aumentou, cada vez mais,
a demanda por capital.
Como forma de se obtê-lo, começaram a aparecer, também com a
presença dos banqueiros, os bancos de capital acionário. Com isto, as disponibilidades de capitais passaram também a ser obtidas através da emissão de seus
títulos.
O volume de poupança de grande parte da população, durante praticamente todo o século XIX, era muito escasso e, por conseguinte, não despertava muito interesse de captação por parte dos banqueiros. Somente os bancos
acionários, no início deste século, passaram a se dirigir a este mercado, abrindo
filiais para a captação destes crescentes recursos de poupança.
Através desta captação de recursos, bem como de inúmeras fusões, foram surgindo bancos privados de capital acionário cada vez maiores, os
74
quais foram ganhando a parcela de mercado dos bancos privados de capital
próprio, pouco interessados na captação deste tipo de poupança.
O Estado, entretanto, em torno do ano 1800, começava a recolher
este, então ainda, pequeno volume de poupança da população. Cidades e comunidades passaram então a fundar instituições de poupança.
Remonta, portanto, a este período a constituição das atuais caixas
econômicas, que, de certa forma, ainda guardam algumas de suas características originais: as caixas econômicas são instituições regionais; a maioria delas, já
no seu nome, menciona sua respectiva origem, por exemplo, Sparkasse der
Stadt Köln.
Seus territórios de atuação se restringem ainda hoje, basicamente
à região à qual pertencem seus proprietários - princípio regional. Este, tem como
origem, o fato de no início estas atividades terem sido pouco rentáveis, não
comportando, portanto, a concorrência de diversas instituições deste tipo na
mesma região.
Depois da Segunda Guerra Mundial, com o aumento crescente da
renda dos trabalhadores, da então Alemanha Ocidental, as caixas econômicas
foram ficando cada vez mais capitalizadas, o que lhes permitiu começar a concorrer com os bancos acionários em relação aos seus clientes do setor industrial.
Movimento semelhante, mas de sentido contrário, passou a ocorrer
por parte dos bancos acionários, que passaram também a disputar as reservas
de poupança de grande parte da população. Com isto, as funções das caixas
econômicas e destes bancos acionários foram se tornando cada vez mais semelhantes.
As caixas econômicas contam com o apoio de suas respectivas
instituições centrais (Landesbanken), as quais foram criadas há décadas. São
instituições bancarias em nível estadual, que na sua grande maioria fazem o pa75
pel de bancos estaduais (Landesbanken Girozentralen). O Bayerische Landesbank Girozentrale, por exemplo, tanto é o Banco do Estado da Baviera como a
instituição central das caixas econômicas deste estado.
O acúmulo destas duas atividades, por parte destes bancos estaduais, permitiu que se tornassem ao longo do tempo, grandes instituições. O
Westdeutsche Landesbank, por exemplo, com base nos dados relativos ao ano
de 1995, conforme Tabela 4.1, vista anteriormente, pelo seu volume de negócios, encontra-se ao nível do Dresdner Bank AG, então o segundo banco de capital acionário alemão.
O também pouco interesse dos bancos de capital privado nos séculos XVIII e XIX a financiar, no campo, os lavradores e, na cidade, o setor artesanal e a pequena empresa, motivou as empresas a se unirem e a criarem as
cooperativas de crédito.
Estas cooperativas de crédito, tanto nas cidades (Volksbanken)
como no campo (Raiffeisenbanken), se destinam basicamente a cobrir as necessidades de créditos das pequenas e médias empresas.
Tendo em vista que concentram suas atividades em nível regional,
estas cooperativas permaneceram instituições pequenas. Semelhante à estrutura das caixas econômicas, mencionada anteriormente, possuem também suas
cooperativas centrais (Genossenschaftliche Zentralbanken).
Atualmente, tanto os bancos de capital acionário, como as caixas
econômicas e as cooperativas de créditos, apesar de terem surgido por motivos
diversos, guardam entre si mais semelhanças do que diferenças. Suas instituições centrais oferecem hoje todos os tipos de possibilidades de operações de
investimentos e financiamentos para seus clientes. São denominados, portanto,
bancos universais.
76
Tendo em vista que, além destas instituições, existem poucos outros bancos, os quais são muito especializados em certos tipos de serviços, pode-se dizer que o sistema bancário alemão é hoje um sistema bancário universal
(Universalbankensystem).
A relação dos quinze maiores bancos alemães, ordenados com base nos seus respectivos balanços de 1996, e separado de acordo com suas origens no sistema bancário alemão (cf. HEIN, 1996, p. 19), pode ser vista na Tabela 4.8, a seguir.
Tabela 4.8: Os Maiores Bancos Alemães com Base nos Balanços de 1996 (Valor dos Ativos em milhões DM)
Bancos Alemães
Deutsche Bank AG
Grupo Dresdner Bank AG
Westdeutsche Landesbank1
Commerzbank AG
Bayerische Vereinsbank AG
Bayerische Landesbank Girozentrale1
Bayerische Hypotheken- und
Wechselbank AG
Bankgesellschaft Berlin AG2
Deutsche Genossenschaftsbank
Kreditanstalt für Wiederaufbau
Norddeutsche Landesbank1
Südwestdeutsche Landesbank1
Landesbank Hessen-Thüringen1
Deutsche Pfandbrief- und Hypothenbank .
Landesbank Berlin – Girozentrale1
Capital
Acionário
866 779
561 163
Caixas
Econômicas
Cooperativas
Bancos
Especiais
470 789
448 003
403 581
360 502
339 404
337 458
331 782
251 560
229 506
207 352
174 808
172 100
168 790
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98
(1) Banco Estadual, devido às suas origens, foi acima classificado como Caixa Econômica
(2) Banco acionário de capital majoritário do governo estadual
77
O Banco Central da Alemanha ( Deutsche Bundesbank)
O aparecimento de uma primeira legislação regulamentando o sistema bancário alemão, depois da Segunda Guerra Mundial, data de 1947, com a
criação dos bancos centrais nos estados (Landeszentralbanken) das três zonas
de ocupação Ocidentais. Em 1948 estes bancos criaram o Banco dos Estados
Alemães (Bank Deutscher Länder). Esta estrutura de Banco Central em dois níveis vai permanecer até o ano de 1957.
Em 26 de julho de 1957 é aprovada, então, pelo parlamento, a lei
da criação do Banco Central Alemão, que entrou em vigor em 1o de agosto,
1957. Segundo o parágrafo 3 desta lei (BBankG1), o Banco Central Alemão
(Deutsche Bundesbank), com a competência da política monetária, que, por lei,
a ele lhe cabe, controla a circulação da moeda e o suprimento de crédito na economia, com o objetivo de assegurar a estabilidade da moeda (BETGE, 1996,
p. 38).
Para o exercício de sua competência, o Bundesbank é independente do Governo Federal, sofrendo, também, nenhum tipo de controle por parte
do Parlamento alemão. Para expressar a confiança e a reputação que esta instituição goza junto aos diversos agentes da economia alemã, vale citar uma frase
de Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Européia: Nem todos os alemães acreditam em Deus, mas todos certamente acreditam no Bundesbank.
Um episódio ocorrido em maio de 1997 entre o Bundesbank e o
Ministério das Finanças da Alemanha, serve como exemplo para ilustrar esta
sua firme postura de independência. Sob a alegação que as reservas em ouro,
cerca de 14 bilhões de marcos, depositadas no Bundesbank, estariam escrituralmente cotadas abaixo do seu real valor de mercado, o Ministério das Finanças, solicitou a esta instituição que fizesse sua devida correção para o novo valor, equivalente a 56 bilhões de marcos. Com este acréscimo escritural de valor
1
Gesetz über die Deutsche Bank: Lei sôbre o Banco Central Alemão
78
das reservas de ouro, 42 bilhões de marcos, o governo alemão caberia, então,
reinvindicar cerca de 20 bilhões de marcos.
Diante desta solicitação do Ministério das Finanças, o conselho do
Bundesbank, reunido em 28 de maio de 1997, rejeitou a hipótese de reavaliação
de suas reservas. Através de um comunicado, bem sucinto, de cinco pontos, o
Bundesbank comunicou a este Ministério que uma distribuição das reservas desta ordem de grandeza, do ponto de vista de política monetária, poderia ser até
viável.
Entretanto, prossegue este comunicado, caso esta distribuição fosse estipulada legalmente, este fato significaria uma ingerência na política monetária do Bundesbank. E, concluindo, declara que tal medida estaria em contradição, tanto com a tradição alemã, bem como a concepção do Tratado de Maastricht sobre a independências do Banco Central. (DEUTSCHE BUNDESBANK,
maio, 1997).
Com a criação do Banco Central Europeu em 1o de junho de 1998,
a partir de 1o de janeiro de 1999, o Deutsche Bundesbank vai perdendo a sua
principal função, que é a de gestor da política monetária na Alemanha. Conforme
visto no capítulo III, as políticas monetárias dos países pertencentes à União
Européia, como é o caso da Alemanha, passarão a ser comuns, centralizadas e
conduzidas por esta nova instituição.
Processos de Fusão do Sistema Bancário Alemão
Uma onda de fusões de empresas está assolando a economia
mundial. No ano passado ocorreram cerca de 26.000 incorporações, com um
volume de 1,6 trilhão de dólares (SCHMITZ, 1998). O processo de globalização
é hoje, certamente, o motivo dominante das fusões, tanto nos setores de produtos como de serviços. Na indústria alemã temos, por exemplo, no setor automo-
79
tivo, as fusões da Daimler-Benz com a Chrysler, da Volkswagen com a Rolls
Royce; no metalúrgico da Thyssen com a Krupp.
Com relação especificamente ao setor financeiro, pode-se observar
uma constelação de motivos interessantes. Nos Estados Unidos, por exemplo,
as fusões têm como motivações, basicamente, superar as restrições da legislação bancária americana quanto às limitações tanto geográficas, de atuação das
instituições, bem como de suas atividades comerciais de investimentos.
Estas fusões permitem a estas instituições atuarem, nacionalmente, sob a forma de bancos universais. É o caso por exemplo da fusão, anunciada
em abril de 1998, do Citicorp e do Travelers Group, ambos de Nova York. O futuro Citigroup, que estará presente em mais de cem países, oferecerá todos os
tipos de serviços bancários: o atendimento clássico a clientes, fundos de investimentos, bancos de investimentos, seguros, etc.
Este novo conglomerado, avaliado em bolsa no valor de US$140
bilhões, se tornava então, nesta data, o grupo financeiro mais diversificado do
mundo, na frente, portanto, do United Bank of Switzerland (UBS), Deutsche
Bank e o Tokyo-Mitsubishi-Bank (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 07/04/98).
Conforme veremos adiante, esta posição de maior conglomerado financeiro do
mundo passou a ser ocupada pelo Deutsche Bank, em novembro de 1998.
Na Ásia, especialmente, no Japão, as fusões são utilizadas como
mecanismo de defesa do sistema financeiro, evitando, quando for o caso, as
insolvências ou falências de suas instituições. É o caso, por exemplo, do plano
de saneamento do sistema bancário japonês para o Long-Term Credit Bank
(LTBC), 9o maior instituição financeira do país. O LTBC, devido a uma grande
quantidade de créditos podres, possui
um rombo acumulado equivalente a
US$39,8 bilhões (Jornal do Brasil, 24/10/98).
Um outro exemplo neste sentido é do governo japonês, que está
em processo de aprovação de uma lei que disponibilizará o equivalente a cerca
80
de US$ 362 milhões para estatizar bancos, lançar como perdas os créditos em
liquidação e para injetar novo capital nas instituições
(Gazeta Mercantil,
16/10/98).
No que concerne à Europa, as fusões estariam refletindo o esforço
das instituições de se reposicionarem neste mercado comum europeu de capitais. Além disto, os altos e crescentes custos de tecnologia de informação são
também um argumento importante para os bancos de expandir mais rapidamente, através das fusões, suas bases de clientes.
A desregulamentação do setor, as privatizações e o aparecimento
de mais instituições estrangeiras também deverão contribuir para que este processo de fusão bancária continue (SCHMITZ, op.cit.).
Com a introdução da moeda Euro, nos países pertencentes à União Monetária, o clima de competição dos bancos europeus deverá se acirrar fortemente. A crescente atividade das instituições de seguros nas atividades bancárias clássicas (Cf. HEIN, 1996, p. 21) deverá também provocar o recrudescimento desta concorrência (Frankfurter Allgemeine Zeitung, 17/01/98).
Quanto a estratégia destas fusões na Europa, enquanto que bancos americanos e japoneses, de maneira geral, se retiraram de certas áreas de
negócios, especialmente aquelas que competem aos bancos de varejo, os grandes bancos europeus, principalmente, partiram ativamente para uma política de
fusões, tanto interna, como externamente a seus países de origem (KLAGGE,
1996).
Na Alemanha, como reflexo deste processo de fusões e incorporações, está ocorrendo uma forte reestruturação do sistema bancário. Em julho de
1997 foi anunciada a fusão do Bayerische Vereinsbank AG com o Bayerische
Hypothekenbank AG, que a partir de 1o de setembro de 1998 passarm a constituir o Bayerische Hypo-. und Vereinsbank AG. Com isto, este novo conglomerado financeiro passou a ocupar a posição de segundo maior banco na Alemanha.
81
Em
20.01.98
o
Governador
(Ministerpräsident)
de
Baden-
Württemberg, Erwin Teufel, anunciou à imprensa o processo de fusão dos bancos Südwest-LB, Landeskreditbank e o LandesGirokasse (LG) (Südwest Tagesblatt, de 21/01/98). Com a fusão destes 3 bancos deverá surgir o Landesbank
Baden-Württemberg (LBW), que, em volume de negócios, deverá ocupar o quarto lugar na Alemanha, depois do Deutsche Bank, Bayerische Hypo- und Vereinsbank AG e o Dresdner Bank.
O DG Bank (Deutsche Genossenschaftsbank), uma instituição de
crédito cooperativo, por decisão da maioria do Parlamento alemão em 29.06.98,
alterou seu estatuto, passando a atuar como uma sociedade de capital aberto
(AG), retroativo a 01/01/98. No ano anterior, o Governo já tinha se desfeito de
sua participação acionária (6,1%), no valor de aproximadamente 660 milhões de
marcos. Apesar desta alteração estatutária, o DG Bank AG continua desempenhando o papel de entidade máxima das Federações de Cooperativas de Crédito.
Na segunda metade de novembro de 1998, o Deutsche Bank confirmou as negociações de compra do Bankers Trust, o sétimo banco comercial
dos Estados Unidos. Com um ativo total de US$ 843 bilhões, o Deutsche Bank
está se tornando o maior grupo financeiro do mundo, ultrapassando o UBS da
Suíça e o Citigroup dos Estados Unidos, os quais possuem ativos, respectivamente, de US$ 789 bilhões e US$ 703 bilhões (Gazeta Mercantil, 24/11/98). Interessante notar que esta é a terceira grande aquisição recente de empresas americanas, por parte das alemãs. Anteriormente tivemos a aquisição de 50% do
grupo Barnes&Noble pela editora Bertelsmann e da fusão da Daimler Benz, da
qual o Deutsche Bank é acionista, com a Chrysler.
Dois dias depois de ter seIado oficialmente este acordo para a
compra do Bankers Trust Corp., o Deutsche Bank AG confirmou a compra do
banco Crédit Lyonnais Belgium, no valor de US$ 595 milhões. Com isto, o
Deutsche Bank inclui um quarto país à sua rede de agencias nos 11 países, que
estão ingressando na União Monetária (Gazeta Mercantil, 03/12/98).
82
Neste processo de reestruturação do sistema bancário alemão, a
opinião prevalecente no mercado é de que, provavelmente, em um futuro próximo, o número de seus bancos estaduais fique reduzidos a cinco ou seis. São
divergentes, no entanto, as opiniões quanto à forma de atuação das companhias
seguradoras e instituições bancárias: se as mesmas trabalharão mais na forma
de parcerias ou como competidoras.
Entretanto, independentemente de suas estratégias de atuação, é
cada vez mais tênue na Alemanha a fronteira dos setores segurador e bancário,
tanto em nível dos serviços oferecidos como de suas composições e participações acionárias (Der Spiegel, no 31/1997).
4.4.3. Setor Químico-Farmacêutico
A indústria química da Alemanha, em geral, se constitui em um dos
seus principais setores da economia na produção de bens intermediários. Com
base no ano de 1996, este setor, empregando cerca de 518.000 pessoas, obteve um faturamento de 216 bilhões de marcos, com uma cota de exportação equivalente à 43,3% (PERFIL, 1998).
Até o início dos anos oitenta, as empresas alemãs Hoechst e Bayer
eram os maiores fabricantes mundiais de medicamentos. No final desta mesma
década, com o inicio das fusões entre as grandes empresas, Bristol-Myers com
a Squibb e a SmithKline Beckman com a Beecham Group, aquelas empresas
alemãs começaram a perder suas posições de liderança, conforme pode ser visto na Tabela 4.9, a seguir:
Tabela 4.9: As Dez Maiores Empresas Mundiais do Setor
Farmacêutico (Em Bilhões de US$)
País
Empresas
Faturamento do Setor
Farmacêutico
% do Faturamento
Total da Empresa
83
Inglaterra
EUA
Suiça
USA
Alemanha
EUA
EUA
EUA
Inglaterra/EUA
Suiça
Glaxo Wellcome
Merck
Novartis
Bristol-Myers Squibb
Hoechst Marion Roussel
Pfizer
American Home Products
Johnson&Johnson
SmithKline Beecham
Roche
13,03
13,3
9,86
8,70
8,39
8,19
7,46
7,19
6,71
6,69
100
60,50
33,6
57,8
100
72,40
52,9
33,20
54,2
51,8
o
Fonte: Financial Times, Les Echos em Der Spiegel n 7/98 e composição própria
Um dos principais motivos que estariam impulsionando estas fusões seria o aumento, cada vez maior, dos custos das pesquisas de ponta do
setor farmacêutico, em relação à descoberta e lançamento de novos medicamentos, conforme mostra a Tabela 4.10, a seguir.
Tabela 4.10: Custos em Pesquisa de Novos Medicamentos
(1990-1996)
Ano
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
Custos (Bilhões DM*)
Número de Novos Medicamentos
31,5
36,9
39,6
45,2
47,7
46,2
53,0
37
36
43
39
47
39
51
Fonte: Financial Times, Les Echos em Der Spiegel 7/98
(*) Unidade de Moeda utilizada (Bilhões DM) foi confirmada com a própria redação da revista Der Spiegel
em Hamburgo
Este movimento de fusões começou a se intensificar nos anos noventa. Em 1995, a empresa inglesa Glaxo assumiu o controle de sua concorrente Wellcome. Neste mesmo ano, no intuito de fortalecer sua posição no mercado
americano, a Hoechst por sua vez incorporou a firma americana Marion Merrell
Down.
84
Em 1996, as empresas suíças Ciba Geigy e Sandoz se fundiram
com o nome de Novartis. A empresa também suíça Roche comprou a Boehringer, de origem alemã.
No início de 1998 a Glaxo Wellcome e a SmithKline Beecham anunciaram a intenção de se fundir, com base em uma possível complementação
tecnológica. Na área de pesquisa genética a Smithkline Beecham é líder, enquanto que a Glaxo Wellcome é altamente desenvolvida na tecnologia denominada de química automatizada.
Devido à falta de entendimento entre os diretores executivos das
respectivas empresas, quanto à forma e composição da nova diretoria, a ser criada, a fusão destas duas empresas acabou, inesperadamente, não se concretizando (Handelsblatt, no 39/98; Der Spiegel, no 10/98 e Financial Times,
25/02/98).
Caso esta operação de junção tivesse sido concretizada, teríamos
tido, na época, a maior fusão entre empresas já realizada, superando o porte de
empresas tais como a Microsoft, Esso, e Coca-Cola, atrás apenas da General
Electric.
Em 1o de dezembro de 1998, as duas maiores empresas farmacêuticas da Alemanha e da França, Hoechst AG e Rhône Poulenc, respectivamente,
divulgaram um acordo de fusão, que deverá estar concluído em três anos, com a
criação da segunda empresa mundial na área de medicamentos e uma das líderes em defensivos agrícolas – Avantis. No Brasil, esta nova empresa, que deverá resultar em um faturamento anual de cerca de US$ 1 bilhão, será a líder do
setor farmacêutico de vacinas humanas e de nutrição animal (Gazeta Mercantil,
02/12/98).
Pouco mais de uma semana depois a Zeneca Group, terceira maior
produtora de medicamentos da Grã-Bretanha anunciou a compra da empresa
sueca, Astra AB, por US$ 34, 6 bilhões em ações. Com a criação desta nova
85
empresa, a AstraZeneca, surge a terceira maior fabricante de produtos farmacêuticos do mundo (Gazeta Mercantil, 10/12/98).
Diante desta onda de fusões, a questão é saber se este processo
deverá contemplar também suas duas outras grandes empresas, Bayer e BASF.
Além disto, permanece também a interrogação com a relação às perspectivas de
sobrevivência, no mercado, de um grande número de fabricantes de porte médio
alemão, cerca de 1200, diante destes mega-conglomerados.
Em entrevista à revista Focus, no início de fevereiro de 1998 e
com grande repercussão na imprensa em geral, o Presidente da Hoechst, Jürgen Dormann, previu que dentro de cinco anos, das atuais 20 grandes empresas
do setor farmacêutico, deverão sobrar apenas 10 (Focus; no 7/98).
4.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, foi apresentado um panorama atual da economia
alemã, o seu fluxo comercial e de investimentos com o Brasil, bem como uma
descrição dos seus setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico.
O ano de 1998 foi sem precedentes na história das fusões e aquisições de empresas, que ultrapassaram US$ 2.4 trilhões, 50% acima das ocorridas em 1997. As companhias americanas foram responsáveis por dois terços
destas operações, sendo que a maior delas foi da união das empresas de petróleo Exxon e Mobil, ocorridas no final do ano, dando origem a maior empresa do
mundo em termos de faturamento (The Economist, 26/12/98).
Neste contexto, as empresas alemãs foram bastante ativas. Na área automotiva vimos a maior fusão transnacional ocorrida, proporcionada pela
empresa Daimler-Benz com a americana Chrysler. No setor químicofarmacêutico, a Hoechst com a companhia francesa Rhone-Poulenc. Com rela-
86
ção aos setor bancário, o Deutsche Bank adquiriu o Bankers Trust Corp. por
US$ 10 bilhões, se tornando o maior conglomerado financeiro do mundo.
Diante da mudança de governo na Alemanha, com a vitória de Gerhard Schröder, à frente da coligação social-democrata com o Partido Verde, em
setembro de 1998, ainda é muito cedo para qualquer prognóstico de como se
comportará a economia alemã daqui para frente.
Entretanto, pelo que se pode depreender de suas declarações iniciais no governo, bem como de seu gabinete, Schröder está apresentando, pelo
menos em nível de discurso, concepções bem diferentes, em relação àquelas do
seu antecessor Helmut Kohl, quanto ao combate ao desemprego e às crises financeiras internacionais.
O novo Ministro da Economia, Oskar Lafontaine, com uma liderança incontestável junto ao SPD, é francamente favorável, por exemplo, a uma
política fiscal mais expansiva, bem como uma monetária menos austera, como
forma de geração de novos empregos.
Menos de uma semana depois de tomarem posse, tanto Schröder
como Lafontaine (cf. p. 45, Cap. III) declararam à imprensa, em 01/11/98, que
desejam respeitar a independência do Banco Central Alemão. Ao mesmo tempo
criticaram sua política de juros altos. Segundo Schröder, o Banco Central não
está somente comprometido com a estabilidade do valor da moeda, mas é também responsável pelo crescimento econômico, e com isto, pela geração de empregos.
No dia seguinte, já na Inglaterra, tanto Schröder como Tony Blair,
em declaração conjunta à imprensa, afirmaram que desejam juntos procurar um
caminho para um melhor entrelaçamento entre crescimento econômico e justiça
social. Schröder aproveitou para novamente salientar que também a política monetária deveria dar sua contribuição para diminuir o nível de desemprego.
87
Diante das crises na Rússia e na Ásia, Schröder cobrou uma nova
ordem internacional para o funcionamento do mercado financeiro. Segundo
Schröder, os governos dos países-membros da União Européia devem encontrar
novas regras para tornar improvável o surgimento de novas crises. Concluindo,
Schröder afirma que a economia mundial necessita de uma nova ordem, na qual
os atores privados, empresas e bancos, possam corretamente atuar.
Finalizando, tendo abordado neste capítulo os aspectos conjunturais e setoriais da economia alemã, será visto no capítulo V, a seguir, a metodologia empregada na pesquisa de campo realizada com as 44 empresas na Alemanha, a respeito das decisões de investimentos dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, em nível mundial, e em particular no Brasil.
88
CAPÍTULO V
PESQUISA DE CAMPO - DECISÕES DE INVESTIMENTOS
ALEMÃES DOS SETORES AUTOMOTIVO, BANCÁRIO E
QUÍMICO-FARMACÊUTICO, EM NÍVEL MUNDIAL E NO BRASIL
5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Com o objetivo de avaliar de forma qualitativa os parâmetros que
balizam as motivações para as tomadas de decisões de investimentos alemães,
em nível mundial e, em especial, no Brasil, foi feita uma pesquisa de campo na
Alemanha, entre janeiro e abril de 1998, envolvendo 44 empresas e instituições
de três setores de sua economia. Para tanto foi utilizado, como base de atuação,
o Instituto de Ciências Políticas da Eberhard-Karls-Universität Tübingen, Alemanha.
O custeio da passagem e da estadia foi providenciado, respectivamente, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ) e pelo
Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD - Deutscher Akademischer
Austauschdienst), dentro do Acordo de Cooperação Técnico-Científica entre a
Universidade Federal Fluminense e a Eberhard-Karl-Universität Tübingen.
89
Serão apresentados, a seguir, a respectiva metodologia quanto à definição das amostras; elaboração e envio do questionário; coleta, avaliação e tratamento dos dados.
5.2. DEFINIÇÃO DAS AMOSTRAS
As composições amostrais desta pesquisa contemplaram as principais empresas alemãs dos setores automotivo (5) e químico-farmacêutico (11), as
quais possuem atividades no Brasil (SCHMACK, op.cit.). Incluíu também as principais instituições bancárias (28), sejam elas bancos estaduais (Landesbanken)
ou privados de capital acionário (Aktienbanken), bem como cooperativas de crédito (Kreditgenossenschaften), com atividades comerciais com o Brasil. A forma de
atuação destas instituições bancárias encontra-se no Anexo I.
Os setores automotivo e químico-farmacêutico foram escolhidos em
razão de sua importância na composição média dos investimentos alemães no
Brasil, ou seja, respectivamente de 23% e 19% do investimento total da Alemanha
no país, conforme é visto no Gráfico 5.1, abaixo.
Gráfico 5.1: Presença Setorial do Investimento Direto Alemão
no Brasil em Percentagem
Automotivo
19
Químico-Farmacêutico
23
Mecânico
8
Auto-Peças
8
19
10
13
Eletro-Eletrônico
Metalúrgico
Outros
Fonte: Anais do XV Encontro Empresarial Brasil-Alemanha e da XIV Reunião da Comissão Mista BrasilAlemanha, de 14 a 16 de setembro de 1997
90
O setor bancário vai se juntar a este grupo em razão de sua importância estratégica nos fluxos de capitais envolvidos nas operações de investimentos, tanto próprios como de terceiros. A definição setorial das empresas que participaram desta amostra, se encontra a seguir.
5.2.1. Agrupamento do Setor Automotivo
A composição amostral deste setor é constituída das empresas automotivas, cuja maioria do capital próprio é alemã, possuindo ou não planta de
produção no Brasil. Portanto, foram entrevistadas as empresas Volkswagen, Mercedes-Benz, BMW, Audi e Porsche, conforme o Quadro 5.1 abaixo.
Quadro 5.1: Empresas Automotivas de Maioria de Capital Alemão - Posição Setorial e na Indústria da Alemanha
por Faturamento (1996)
Empresas
Volkswagen AG
Mercedes-Benz AG
Conglomerado BMW
Audi AG
Porsche AG
Setor
Indústria
o
1
2o
3o
6o
7o
o
2
4o
10o
40o
262o
Faturamento (109 US$)1
100,123
77,624
52,265
18,807
2,812
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98
(1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com
base na paridade média do DM/US$ em 1996 (1:1,5037), fornecida diretamente pelo Dresdner
Bank, Frankfurt am Main.
5.2.2. Agrupamento do Setor Bancário
A composição amostral do setor bancário é constituída das instituições que desenvolvem negócios no Brasil, seja na forma de investimentos diretos
ou de operações de créditos, conforme o Quadro 5.2, a seguir.
91
Quadro 5.2: Bancos Pesquisados que Desenvolvem Negócios
com o Brasil, seus Respectivos Volumes Patrimoniais e Posições no Setor Bancário Alemão (19951996)
Bancos
Deutsche Bank AG
Grupo Dresdner Bank AG
Westdeutsche Landesbank
Commerzbank AG
Bayerische Vereinsbank AG2
Bayerische Landesbank-Girozentrale
Bayerische Hypotheken- und Wechselbank AG2
DG Bank Deutsche Genossenschaftsbank
Kreditanstalt für Wiederaufbau
Norddeutsche Landesbank Girozentrale
Südwestdeutsche Landesbank
Landesbank Hessen-Thüringen Girozentrale
Deutsche Pfandbrief- und Hypothenbank AG
Landesbank Berlin-Girozentrale
Landeskreditbank Baden-Württemberg
Landesbank Schleswig-Holstein Girozentrale
Hamburgische Landesbank-Girozentrale
Landesbank Rheinland-Pfalz-Girozentrale
BHF-Bank AG
BfG Bank AG
SGZ-Bank
WGZ-Bank
Berliner Bank AG
Landesgirokasse und öffentliche Bank und
Landssparkasse Stuttgart
Sachsen LB Landesbank Sachsen Girozentrale
Genossenschaftliche Zentralbank AG
Vereins- und Westbank AG
Baden-Württembergische Bank AG
Ativo/95
Ativo/96
Posição
Posição
103US$1
103US$1
Ano /95
Ano/96
o
o
481,132.6 576,430.8
1
1
o
o
337,904.8 373,188.1
2
2
o
o
298,941.2 313,087.0
3
3
o
o
281,885.2 297,933.7
4
4
o
o
248,669.9 268,391.9
5
5
o
o
222,100.0 239,743.3
6
6
o
o
208,231.9 225,712.5
7
7
o
o
203,111.3 220,643.7
8
9
o
o
174,220.9 167,360.5
10
10
o
o
145,725.3 152,694.0
11
11
o
o
125,795.0 137,894.5
12
12
o
o
109,632.4 116,251.9
13
13
o
o
105,465.2 114,451.0
14
14
o
o
99,942.81 112,249.7
15
15
o
o
80,942.95 88,399.28
16
16
o
o
65,021.62 70,147.64
20
19
o
o
59,671.50 66,933.56
21
21
o
o
49,577.35 54,552.10
25
23
o
o
45,281.07 49,307.71
28
27
o
o
46,198.91 46,507.28
27
29
o
30,666.06 35,032.92
35
32o
o
30,874.60 31,788.92
34
34o
o
o
28,780.16 31,395.89
36
36
o
24,605.94 25,601.52
40
42o
18,553.49
21,120.80
20,170.18
17,717.95
24,231.56
21,826.83
20,603.84
20,085.12
o
49
o
43
o
46
o
52
o
43
o
47
o
48
o
50
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98
(1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com
base nas paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main.
(2) Bayerische Vereinsbank AG e o Bayerische Hypothekenbank AG, a partir de 1o de setembro
de 1998 passam a constituir o Bayerische Hypo- und Vereinsbank.
5.2.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico
Conforme o Quadro 5.3, a composição amostral deste setor é constituída pelas 11 empresas alemãs, classificadas como químico-farmacêuticas ou
92
simplesmente farmacêuticas, incluídas no grupo das 500 maiores da industria alemã (SCHMACKE; op. cit.).
Quadro 5.3: Posição das Empresas do Setor QuímicoFarmacêutico Alemão com Atividades no Brasil,
Baseado em seus Faturamentos em 1996
Empresas
Asta Medica AG
B.Braun Melsungen AG
Bayer AG
Boehringer Ingelheim
Byk Gulden GmbH
Fresenius
Grupo BASF AG
Hoechst AG
Knoll AG (100% BASF)
Merck KGaA
Schering AG
No Setor Químico Na Indústria Alemã
Alemão
11o
486o
o
229o
9
o
3
13o
4o
93o
o
10
N/D2
o
202o
7
2o
12o
o
1
11o
o
8
212o
5o
96o
o
131o
6
Faturamento/96
(106 US$)1
957.64
2,109.46
32,325.60
4,711.71
1,008.63
2,410,72
32,437.32
33,867.79
2,303.65
4,623.93
3,506.02
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98.
(1) Paridade média DM/US$ (1:1,5037) em 1996 fornecida pelo Dresdner Bank, Frankfurt am
Main. (2) N/D: Não disponível.
Deve-se ressaltar que, no Quadro 5.3, os dados referentes à Byk
Gulden GmbH foram fornecidos diretamente pela própria empresa, a qual pertence ao Grupo Altana AG. Esta ocupa, por sua vez, a 317a colocação entre as 500
maiores empresas da indústria alemã. Deve-se registrar também que, quanto ao
Grupo BASF, os dados foram extraídos de seu balanço, que se encontra parcialmente consolidado. Com isto, torna-se difícil saber qual a contribuição da empresa Knoll AG, 100% pertencente à BASF, neste conglomerado.
5.3. ELABORAÇÃO E ENVIO DO QUESTIONÁRIO
Para se efetuar esta pesquisa de campo na Alemanha, foi elaborado, inicialmente, um questionário em português, contendo 32 perguntas, conforme
Anexo II. Estas perguntas envolviam informações e indagações a respeito de sua
93
política e estratégia empresarial, tanto em nível mundial, como em relação ao
Brasil.
Para que as respostas fossem as mais objetivas possíveis, facilitando e diminuindo o tempo de seu preenchimento, a maioria das perguntas eram de
múltipla escolha, oferecendo, no entanto, ao respondente, uma opção de resposta
aberta. Algumas destas perguntas de múltipla escolha solicitavam do respondente
uma ordenação, em ordem decrescente, de suas preferências de opções. Ainda
na sua fase de pré-teste, este questionário tinha sido enviado a duas representações de bancos alemães no Rio de Janeiro.
As informações e endereços de contatos das empresas foram obtidas, ainda no Brasil, através da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha
do Rio de Janeiro. Na Alemanha, através do Ministério da Economia (BMWi),
Banco Central (Deutsche Bundesbank), bem como das federações de setores da
indústria e do comércio tais como Bundesverband Deutscher Banken e.V., Verband der Automobilindustrie e.V. e o Deutscher Industrie- und Handelstag (DIHT).
Além disto, contou-se também com o auxílio das representações dos bancos brasileiros na Alemanha, ou seja, Banco do Brasil S.A., Banco Real S.A. e o Banco
do Estado de São Paulo, BANESPA.
As informações e os endereços foram catalogados em um banco de
dados. Para garantir o caráter confidencial das respostas, cada uma das empresas recebeu, de forma aleatória, um código de identificação: (Ai) para o setor automotivo, (Bi) para o bancário e (QFi) para o químico-farmacêutico.
Antes do envio deste questionário às empresas, o mesmo foi traduzido para a língua alemã. Tendo em vista que a maioria das perguntas eram de
caráter subjetivo, envolvendo termos muito específicos de economia e finanças,
houve uma grande preocupação para que esta tradução fosse a mais fidedigna
possível, respeitando, portanto, as diferenças de interpretação de linguagem em
questão.
94
Um fato que serve para ilustrar bem a importância desta tarefa de
tradução pôde ser observado por ocasião da pergunta relativa aos fatores que
poderiam motivar empresas alemãs a investir no Brasil. No questionário original
em português, constava como alternativa, o fator Aventura (Abenteuer). Tanto na
Universidade de Tübingen como de Ulm, foi sugerido, entretanto, que se suprimisse esta alternativa na versão final do questionário em alemão, sob a alegação
que, culturalmente o alemão é avesso a riscos e aventuras. Por via das dúvidas,
esta alternativa foi retirada do grupo daquelas inicialmente propostas.
Terminados os trabalhos de tradução que duraram cerca de uma
semana, o questionário começou a ser enviado às 44 empresas relacionadas, que
foram, sem exceção, previamente contatadas e informadas por telefone. O objetivo era que o questionário fosse respondido pelos profissionais das empresas, que
lidassem diretamente com as operações de negócios com o Brasil.
No intuito de sensibilizar os entrevistados para um pronto retorno do
questionário, houve a preocupação de citar, na carta de encaminhamento, os apoios institucionais recebidos, ou seja, da Universidade Federal Fluminense, Eberhard-Karls-Universität Tübingen, Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ) e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD).
Tanto a carta de encaminhamento quanto o questionário enviado às
empresas foram feitos em papel timbrado da Universidade Federal Fluminense.
Os envelopes destas correspondências, a serem enviadas pelo correio, eram carimbados com o nome da Universidade de Tübingen e de seu Instituto de Ciências
Políticas.
5.4. COLETA DE DADOS
Do total de 44 empresas, 42 responderam ao questionário na Alemanha. Por sugestão de suas matrizes, apenas 2 delas responderam aos questionários através de suas subsidiárias no Brasil. As empresas enviavam suas res95
postas tanto por correio, como também por fax, sendo, de modo geral, surpreendente a rapidez com que as mesmas as mandavam. Possíveis dúvidas eram esclarecidas, geralmente, por telefone.
Adicionalmente, foram programadas entrevistas pessoais com 15
destas empresas e instituições, localizadas nas cidades de Berlim, Frankfurt am
Main, Hamburgo, Ingolstadt, Munique e também Stuttgart. A duração média destes encontros variou de 30 a 45 minutos, sendo que em alguns casos, ultrapassou
1 hora.
Dos três setores, o bancário foi não somente o mais transparente no
fornecimento de informações e dados, mas também o mais receptivo na marcação das visitas e entrevistas. O setor químico foi menos transparente, mas também cooperativo. O setor automotivo, em contraposição, foi de modo geral, muito
refratário a fornecer informações, mesmo aquelas tornadas públicas, através de
seus Relatórios Financeiros.
Um fato observado, comum a estes três setores, quanto ao preenchimento dos questionários, foi que, na sua grande maioria, seus profissionais são
muito reticentes ao responder a questões subjetivas, para as quais se sentem
impossibilitados de fundamentar suas respostas com dados, fatos ou exemplos
concretos.
O pragmatismo tem caracterizado a direção das
empresas alemãs: A maioria das companhias alemãs tem sido dirigida por executivos com formação técnica e científica (Porter, op.cit., p. 426).
Em função das respostas a este questionário, foram selecionadas e
tabuladas as questões mais diretamente relacionadas com as estratégias de investimentos dos três setores acima mencionados, tanto em nível mundial como,
em particular, em relação ao Brasil, conforme, respectivamente, os Anexos III e
IV. A análises destes resultados encontram-se nos capítulos VI e VIII, subseqüentes.
96
5.5. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
O critério da avaliação dos resultados, quanto à forma de agrupamento setorial das empresas do setor automotivo, bancário e químicofarmacêutico, bem como à tabulação das respectivas respostas, será descrito a
seguir.
5.5.1. Agrupamento do Setor Automotivo
Para efeito de avaliação de resultados, as empresas automotivas de
capital alemão foram analisadas de forma conjunta. Portanto, não foi feita nenhuma distinção entre elas quanto ao volume de faturamento, nível de produção ou
tipo de veículo (automóveis, caminhões, ou ônibus).
5.5.2. Agrupamento do Setor Bancário
Em razão de diferentes formas de atuação do setor bancário alemão
no Brasil, e com base em diversas conversas com seus profissionais, tanto no
Brasil como na Alemanha, para efeito de avaliação dos resultados, no que concerne às questões mais diretamente relacionadas com o Brasil, optou-se em separar os bancos em 3 grupos, em função de suas atividades aqui no país, independentemente de os mesmos serem bancos estaduais, privados ou especiais. O
primeiro grupo, então, foi constituído por bancos que possuem unidades operativas no país (4), seja através de filiais ou sucursais, conforme o Quadro 5.4. No
segundo grupo foram agrupados os bancos com escritórios de representação no
país (6), conforme o Quadro 5.5. Por último, o terceiro grupo, abrange os bancos
que não possuem representação no país (18), conforme o Quadro 5.6.
97
Quadro 5.4: Categoria e Posição na Alemanha dos Bancos com
Unidades Operativas no Brasil (Ativos de 1996)
Bancos com Unidades Operativas no
Brasil
Deutsche Bank AG
Grupo Dresdner Bank AG
Westdeutsche Landesbank
Commerzbank AG
Categoria1 de
Posição na
Banco
Categoria - 1996
Capital Acionário
1o
Capital Acionário
2o
Banco Estadual
1o
Capital Acionário
3o
Setor Bancário
Alemão - 1996
1o
2o
3o
4o
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98.
Quadro 5.5: Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos
com Representações no Brasil (Ativos de 1996)
Bancos com Representações
Brasil
Bayerische Vereinsbank AG
DG Bank
Südwestdeutsche Landesbank
BHF-Bank AG
Vereins- und Westbank AG
Baden-Württembergische Bank
no
Categoria de
Posição na
Bancos
Categoria - 1996
Capital Acionário
4o
Coop.de Crédito
1o
Banco Estadual
4o
Capital Acionário
7o
Capital Acionário
12o
Capital Acionário
13o
Setor Bancário
Alemão - 1996
50
9o
12o
27o
48o
50o
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98 .Valores indicados inicialmente em DM.
1
Termo capital acionário utilizado nos Quadros 5.4, 5.5 e 5.6, referente a bancos privados
98
Quadro 5.6: Categoria e Posições na Alemanha dos Bancos sem
Representações no Brasil (Ativos de 1996)
Bancos sem Representações no Brasil
Categoria de
Banco
Bayerische Landesbank-Girozentrale
Bayerische Hypotheken- und Wechsel- bank AG
Kreditanstalt für Wiederaufbau
Norddeutsche Landesbank Girozentrale
Landesbank Hessen-Thüringen Girozentrale
Deutsche Pfandbrief- und Hypothekenbank AG
Landesbank Berlin-Girozentrale
Landeskreditbank Baden-Württemberg
Landesbank Schleswig-Holstein Girozentrale
Hamburgische Landesbank-Girozentrale
Landesbank Rheinland-Pfalz-Girozentrale
BfG Bank AG
Südwestdeutsche Genossenschafts-Zentralbank
AG (SGZ-Bank)
Westdeutsche Genossenschafts-Zentralbank eG
(WGZ-Bank)
Berliner Bank AG
Landesgirokasse und öffentliche Bank und Landessparkasse Stuttgart
Sachsen LB Landesbank Sachsen Girozentrale
Genossenschaftliche Zentralbank AG
Banco Estadual
Capital Acionário
Banco Especial
Banco Estadual
Banco Estadual
Capital Acionário
Banco Estadual
Banco Estadual
Banco Estadual
Banco Estadual
Banco Estadual
Capital Acionário
Capital Acionário
Posição na Setor BancáCategoria
rio Alemão
1996
1996
2o
6o
o
5
7o
o
2
10o
o
3
11o
5o
13o
o
6
14o
o
6
15o
o
7
16o
8o
19o
o
9
21o
o
10
23o
o
8
29o
9o
32o
Cooperativa de
Crédito
Capital Acionário
Banco Estadual
3o
34o
9o
11o
36o
42o
Banco Estadual
Capital Acionário
12o
11o
43o
47o
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98;
5.5.3. Agrupamento do Setor Químico-Farmacêutico
Da mesma forma que o setor automotivo, as empresas químicofarmacêuticas foram analisadas de forma conjunta. Portanto, não foi feita nenhuma distinção entre elas quanto ao volume de faturamento, nível de produção ou
tipo de produto.
5.5.4. Tabulação das Respostas
A tabulação das perguntas selecionadas do questionário (Anexo IV),
que serão objeto de análise no Capítulo 6, obedeceu aos seguintes critérios:
99
•
As respostas às perguntas que envolviam uma ordenação decrescente de preferências foram tabuladas sob a forma de matriz
freqüência-relevância (cf. Anexo 4). Em razão do tamanho das
amostras e por se tratar de uma avaliação qualitativa, foram aceitos e ponderados normalmente as avaliações de iguais preferências das empresas para mais de uma alternativa.
•
Para efeito de ponderação, a alternativa de maior preferência,
para uma ordenação de 5 alternativas, recebeu peso 5, independente do porte das empresa. Da mesma forma, no caso de
ordenação de 4 preferencias, foi atribuído peso 4. Em ambos os
casos, a última alternativa do grupo escolhido recebeu peso 1.
•
Em alguns casos o respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as alternativas simplesmente
com a letra X, ao invés de ordená-las. Portanto, para efeito de
ponderação, foi atribuído peso 3 (ponto médio entre 1 e 5), a cada alternativa escolhida, em uma ordenação de 5 preferências.
De forma semelhante, para uma ordenação de 4 preferências,
um peso igual a 2,5.
•
Na questão relativa à análise de country-risk, um dos respondentes, ao invés de assinalar uma nota em uma escala proposta, variando de 0 a 10, indicou apenas um intervalo de notas. Para efeito de totalização dos resultados do setor, a nota a ser atribuída a este respondente foi equivalente à média aritmética dos limites de notas deste intervalo.
•
A alternativa Outros foi a escolhida pelos setores sempre que o
caráter geral de suas respostas não se enquadrava nas demais
alternativas oferecidas. Pelas caraterísticas de suas atividades,
este fato ocorreu, sobremaneira, com o setor bancário.
100
5.6. O TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA
O tratamento dos dados da pesquisa com relação à estrutura patrimonial e composição acionária das empresas, bem como a conceituação do termo investimento será visto a seguir.
5.6.1. Capital Próprio e de Terceiros
Uma das empresas do setor automotivo lançou toda sua rubrica provisões como capital de terceiros. Com isto, seu percentual de capital próprio seria
de aproximadamente 13%, ou seja, muito abaixo dos demais valores das empresas do setor automotivo.
Como forma de tornar comparativo este resultado, após consulta ao
mercado financeiro, foi arbitrado que 80% destas provisões seria recalculada como capital próprio, sendo que os 20% restantes como capital de terceiros.
Por outro lado, a legislação creditícia alemã (KWG) permite que a
rubrica Provisões (Rückstellungen), classificadas pelo setor bancário como capital
de terceiros, juntamente com as Obrigações Subordinadas (Nachrangige Verbindlickkeiten) possam ser consideradas como capital próprio, no cálculo da respectiva estrutura de capital. Entretanto, como o setor bancário trabalha com um percentual muito baixo de capital próprio, isto provoca uma mudança pouco significativa em relação à forma tradicional de determinação da estrutura de capital deste
setor.
5.6.2. Fusões de Empresas
A análise das respostas do questionário foi feita levando-se em consideração a composição acionária das empresas até abril de 1998. Portanto, não
contempla, por exemplo, a fusão do Bayerische Vereinsbank AG com um outro
101
banco da Bavária, o Bayerische Hypothekenbank AG, que a partir do dia 1o de
setembro de 1998 passaram a constituir o Bayerische Hypo- und Vereinsbank
AG. Com esta fusão, este novo banco passou a ocupar a posição de segundo
maior banco na Alemanha.
Da mesma forma, não contempla também as fusões da MercedesBenz e a Chrysler, bem como a da Hoechst AG com a Rhône Poulenc, ocorridas
posteriormente.
5.6.3. Investimentos
Quando da elaboração ao questionário, comum aos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, o termo investimento foi empregado na sua
conceituação mais ampla, ou seja, tanto de aquisição de ativos fixos como, também, de investimentos financeiros. Com isto, os bancos tiveram uma certa dificuldade em responder às questões relacionadas com investimentos, na medida em
que este termo foi entendido, pela maioria dos seus respondentes, no sentido
restrito da palavra, ou seja, de aquisição de ativos fixos, tais como instalações de
fábricas, maquinaria, imóveis, etc., o que portanto, não seria uma atividade preferencial do setor bancário.
5.6.4. Consolidação dos Relatórios Financeiros das Empresas
Os relatórios financeiros das grandes empresas alemãs, na sua
maioria, já apresentam seus resultados de tal forma consolidada que torna-se difícil identificar e separar os demonstrativos financeiros das holdings e de suas
empresas controladas. É o caso, por exemplo, do Grupo Daimler-Benz e a Mercedes-Benz, Volkswagen AG e a Audi, o conglomerado da BMW e a BMW automotiva. Com isto, para efeito de análise de estrutura patrimonial, para a determinação do capital próprio e de terceiros, foi considerado, como boa aproximação
102
pelo mercado financeiro, que a estrutura de capital das empresas holdings e seuas respectivos conglomerados são semelhantes.
É interessante notar que, a publicação anual, que lista as 500 maiores empresas da Alemanha, Die grossen 500 auf einen Blick, edição 1997/1998,
utilizada nesta pesquisa, ao publicar separadamente os faturamentos e os números de trabalhadores, por exemplo, da Daimler Benz e da Mercedes-Benz, acaba
por fazer uma dupla contagem. A editora do livro, uma vez contatada, confirmou
esta dupla contagem e a dificuldade de se separarem os demonstrativos financeiros das holdings e suas controladas.
5.6.5. Os Fatores de Conversão de Unidade Monetária
Os fatores de conversão de unidade monetária entre o dólar e o
marco alemão, indicado em diversas tabelas deste trabalho, foram estabelecidos
com base em suas paridades médias anuais, conforme a Tabela 5.1, a seguir.
Tabela 5.1: Fatores de Conversão de Unidade Monetária DM/US$
(1990/1997)
Ano
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
DM
Dólar
1,6161
1,6612
1,5595
1,6544
1,6218
1,4338
1,5037
1,7348
1
1
1
1
1
1
1
1
Fonte: Dados fornecidos diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt, am Main
103
5.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo abordou a metodologia utilizada na pesquisa de campo, envolvendo empresas alemãs do setor automotivo, financeiro e químicofarmacêutico, relativo às decisões de investimentos alemães, tanto em nível mundial, como no Brasil.
As composições amostrais destes setores foram baseadas na lista
das 500 maiores empresas da Alemanha, da publicação anual de outubro, Die
grossen 500 auf einen Blick, organizada por Ernst Schmack, edição 1997/1998.
Com referência à elaboração do questionário, é importante ressaltar
o cuidado dispensado para minimizar possíveis diferenças de interpretação de
linguagem, que poderiam surgir, quando da formulação e versão das perguntas,
da língua portuguesa para a alemã.
No que concerne à coleta dos dados, o setor mais transparente e
mais solícito, foi, sem dúvida, o bancário. Em contraposição, na outra ponta teríamos o setor automotivo, muito fechado e com uma resistência enorme em fornecer informações. Apesar de ser em menor número, este setor requereu, relativamente, um esforço muito maior para ser entrevistado. Um outro fato também observado quanto à coleta de dados, comum aos três setores, foi que na sua grande
maioria, seus profissionais são muito reticentes a responder questões subjetivas,
para as quais se sentem impossibilitados de fundamentar suas respostas com
dados, fatos ou exemplos concretos.
Com relação ao tratamento dos dados, as composições acionárias
das empresas, são aquelas vigentes até abril de 1998. Como as perguntas do
questionário foram idênticas para os três setores, os bancos tiveram uma certa
dificuldade em responder às questões relacionadas com o termo investimento, na
medida em que este termo foi entendido, pela maioria dos seus respondentes, no
sentido restrito da palavra, ou seja, de aquisição de ativos fixos, tais como instala-
104
ções de fábricas, maquinaria, imóveis, etc., o que portanto, não seria uma atividade preferencial do setor bancário.
Feitas estas observações metodológicas, passaremos agora para o
capítulo VI, a seguir, onde será feita uma análise dos resultados desta pesquisa
de campo.
105
CAPÍTULO VI
ANÁLISE INTRASETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO
Do ponto de vista da atratividade de investimentos
de empresas alemãs no Brasil, a figura do
Presidente da República não é tão importante,
pois é passageira. Mais importante é a
estabilidade econômica do país.
(Um dos entrevistados da Indústria Automotiva)
6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No capítulo anterior foi apresentada a metodologia utilizada na
pesquisa de campo realizada na Alemanha, sobre as decisões de investimentos
dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico alemães, em nível
mundial e no Brasil. Do questionário inicial enviado às empresas (Anexo II), foram
selecionadas e analisadas 17 perguntas (Anexo III), que mais diretamente se
relacionavam com o objetivo proposto pelo estudo de caso em questão, cujos
resultados intrasetoriais serão apresentados a seguir.
106
6.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR AUTOMOTIVO
Nesta pesquisa tomaram parte as empresas automotivas da
Alemanha, cujos controles acionários são alemães, independentemente de as
mesmas possuírem ou não plantas de produção no Brasil. Para tanto, foi enviado
um questionário para Volkswagen, Mercedes Benz, BMW, Audi e Porsche.
Posteriormente,
representantes
destas
empresas
foram
pessoalmente
entrevistados, cuja análise correspondente encontra-se, a seguir.
6.2.1. Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas
alemãs a investir no exterior (Critério de avaliação: no 1
mais importante, no 5 menos importante)
Nesta pergunta, entre um conjunto de 10 alternativas propostas, o
respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam
motivar empresas alemãs a investir no exterior. Foram aceitas e ponderadas
normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau
de importância.
Conforme o Gráfico 6.1, a seguir, baseado na análise ponderada das
respostas, o fator mais importante que possa motivar as empresas do setor
automotivo a investirem no exterior é a possibilidade de se terem uma base de
apoio estratégico para a incorporação de novos mercados.
107
Gráfico 6.1: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor
Automotivo no Exterior
Percentual
Ponderado
25,00
Base para incorporação de novos
m ercados
20,88
20,00
18,15
Pressionado pela globalização
16,34
15,00
10,00
Política da em presa
9,08
9,08
Estratégia de diversificação de
risco
5,00
Proxim idade das filiais de seus
concorrentes
0,00
Fatores
Em seguida, pela ordem, a pressão do processo de globalização da
indústria e a estratégia de suas empresas de realizarem investimentos no exterior.
Finalmente, no mesmo nível de preferência, a possibilidade de se estarem
próximas das filiais de seus concorrentes, bem como de se constituírem uma
estratégia de diversificação de seus riscos.
6.2.2. Existem razões de estratégia política, por parte do
governo alemão, que possam motivar a empresa a
investir no exterior?
Os respondentes deveriam opinar, através das alternativas Sim e
Não, sobre a existência de razões de estratégia política, por parte do governo
alemão, que poderiam motivar a empresa a investir no exterior. Quatro das cinco
empresas entrevistadas informaram não contar com qualquer tipo de apoio direto
do governo alemão, para investirem no exterior.
108
6.2.3.
Caso afirmativo, tipo de apoio que a empresa poderia
receber do governo
A única empresa que respondeu afirmativamente, quanto à
possibilidade de se receber algum tipo de apoio, por parte do governo alemão,
para investir no exterior, citou o seguro à exportação Hermes, que, dependendo
do country-risk da operação de exportação, pode ser colocado à disposição das
empresas alemãs.
6.2.4. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade
econômica em um país (Critério de avaliação: no 1 mais
importante, no 5 menos importante)
Entre um conjunto de 6 alternativas propostas, o respondente
deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores fundamentais para a
estabilidade econômica em um país, que poderiam motivar empresas alemãs a
investirem no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente as respostas
que atribuíram a diferentes alternativas o mesmo grau de importância.
Conforme o Gráfico 6.2, a seguir, baseado na ordenação de
preferência das respostas do setor automotivo, o fator mais importante para a
estabilidade econômica em um país é o seu alto nível de reservas cambiais.
109
Gráfico 6.2: Estabilidade Econômica em um País - Fatores
Fundamentais para o Setor Automotivo
Percentual
Ponderado
25,00
Alto nível de reservas cam biais
19,79
20,00
18,80
17,31
Pequena probabilidade de um a
desvalorização cam bial
17,31
13,60
15,00
Pequeno déficit na balança
com ercial
10,00
Outros
5,00
Baixas taxas reais de juros
0,00
Fatores
Em segundo lugar, a pequena probabilidade de uma desvalorização
cambial. Em seguida, no mesmo grau de prioridade, um pequeno déficit na sua
balança comercial, bem como os fatores incluídos na alternativa Outros. Nesta,
foram citados os fatores relativos ao crescimento da renda líquida da população e
o grau de restrição do país às importações. Por último, a alternativa relativa às
baixas taxas reais internas de juros.
6.2.5. Indicadores econômicos e financeiros que
a empresa
utiliza para possíveis investimentos no exterior (Critério
de avaliação:no1 mais importante, no4 menos importante)
Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente
deveria ordenar, de forma decrescente, os indicadores econômicos utilizados para
possíveis avaliações de investimentos no exterior. Foram aceitas e ponderadas
normalmente respostas que atribuíram a diferentes alternativas o mesmo grau de
importância.
110
Gráfico 6.3: Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo
Setor Automotivo para Investimentos no Exterior
Percentual
Ponderado
35
30,28
30
27,44
Outros
25,24
25
20
Taxa Interna de Retorno
(TIR)
17,03
15
Tem po de Retorno do
Investim ento (Pay-Back)
10
5
Valor Presente Líquido
(VPL)
0
Fatores
Conforme o Gráfico 6.3, acima, baseado na análise ponderada das
respostas, a opção de maior peso recaíu sobre a alternativa Outros, com apenas
um respondente (conf. Anexo 4), onde foi citado um indicador não econômicofinanceiro, ou seja, o de critério de decisão política para investimentos no exterior.
Em seguida, pela ordem, os indicadores
de Taxa Interna de Retorno (TIR);
Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back) e, por último, o de Valor Presente
Líquido (VPL).
6.2.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre
o Valor Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa
utiliza para escolher a
respectiva taxa de desconto
(discount rate)
A única empresa que assinalou o Valor Presente Líquido (VPL)
como indicador de investimentos no exterior informou que utiliza um método
próprio para escolher a sua respectiva taxa de desconto.
111
6.2.7. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa
Conforme mencionado no capítulo anterior, uma das empresas do
setor automotivo lançou a totalidade de suas provisões como capital de terceiros,
resultando, com isto, que o seu percentual de capital próprio encontra-se bem
abaixo dos valores encontrados para as demais empresas do setor.
No que concerne a esta pergunta, para efeito de equalização dos
resultados, 80% destas provisões foram considerados como capital próprio, sendo
que os 20% restantes, portanto, como capital de terceiros.
Além disto, duas das cinco empresas do setor apresentaram seus
relatórios financeiros de tal forma consolidados, que se torna difícil identificar e
separar seus demonstrativos financeiros de suas controladas. Como forma de se
contornar esta situação, para efeito de determinação do capital próprio e de
terceiros, foi considerado, que a estrutura de capital destas holdings, com relação
às suas empresas controladas, é semelhante.
Feitas estas considerações, podemos observar que as empresas do
setor automotivo operam com um volume de capital próprio na faixa entre 28% e
42,40%. O volume de capital de terceiros, por conseguinte, está variando entre
72% e 57,60%.
6.2.8. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa
Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente
deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, ao
respondente assinalar mais de uma alternativa. Desta forma, conforme o Gráfico
6.4, a seguir, a alternativa preferida, com 3 votos, foi a da obtenção de recursos
no país onde o projeto deverá ser desenvolvido. Em segundo lugar, no mesmo
grau de preferência: obtenção de crédito, tanto na Alemanha como no mercado
financeiro internacional, onde os custos forem os mais baixos.
112
Gráfico 6.4: Fontes de Capital de Terceiros do Setor Automotivo
Votos
4
Obtenção de recursos na Alem anha
para financiam ento de projeto no
exterior
3
3
3
2
2
Obtenção de crédito no país onde o
projeto deverá ser desenvolvido
2
2
1
1
0
Fontes de Capital de Terceiros
Obtenção de crédito no m ercado
financeiro internacional, onde os
custos forem m ais baixos
Apenas uma das cinco empresas entrevistadas não respondeu a
esta pergunta.
6.2.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa
Da mesma forma que na pergunta anterior, entre um conjunto de 4
alternativas propostas, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas
preferidas, sendo possível, portanto, ao respondente assinalar mais de uma
alternativa.
Conforme o Gráfico 6.5, a seguir, a alternativa preferida, com 4
votos, para aumentar o capital próprio da empresa, foi a relativa à obtenção de
recursos próprios no mercado acionário alemão.
113
Gráfico 6.5: Fontes de Capital Próprio do Setor Automotivo
Votos
5
4
Aquisição de recursos no
mercado acionário alemão para
financiamento de projeto no
exterior
4
3
2
1
1
0
Aquisição de recursos no
mercado acionário onde deverá
se situar o projeto
Fontes de Capital Próprio
Em seguida, com 1 voto, a alternativa da aquisição de recursos no
mercado acionário mais conveniente de um terceiro país, sendo que apenas uma
das cinco empresas entrevistadas não respondeu a esta pergunta.
6.2.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam
motivar a empresa para novos investimentos no Brasil
(Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos
importante)
Entre um conjunto de 7 alternativas propostas, o respondente
deveria ordenar os 5 fatores que poderiam motivar as empresas alemãs a realizar
novos investimentos no Brasil. Foram aceitas e ponderadas normalmente
respostas que atribuíram a diferentes alternativas o mesmo grau de importância,
conforme o Gráfico 6.6, a seguir.
114
Gráfico 6.6: Fatores
Fundamentais de Motivação para
Investimentos do Setor Automotivo no Brasil
Percentual
Ponderado
A credibilidade e competência do
Presidente da República
25,00
19,74
20,00
15,00
17,54
Entrada no mercado da América do Sul
16,67
14,62
14,25
O novo ambiente macroeconômico com
inflação baixa e uma taxa de
crescimento estável
Outros
10,00
5,00
Subvenções governamentais no Brasil
0,00
Fatores
A alternativa de maior peso, quanto aos fatores que poderiam
motivar as empresas para novos investimentos no Brasil, foi aquela relativa à
credibilidade e competência do Presidente da República. Entretanto, deve-se
registrar que, contrariamente, um dos respondentes afirmou que, para a atração
de novos investimentos para o Brasil, a figura do Presidente da República não é
tão importante, pois é passageira. Mais importante, concluíu, seria, por exemplo,
a estabilidade econômica do país e a presença de um aparelho burocrático
competente.
Em seguida, em ordem decrescente de importância, a entrada da
empresa para o mercado da América do Sul; o novo ambiente macroeconômico
com inflação baixa e uma taxa de crescimento econômico estável.
Em quarto lugar, a alternativa Outros. Nesta, foi citada a
possibilidade de manutenção e expansão da participação da indústria alemã,
tanto no mercado automotivo brasileiro como mundial. Um outro fator também
citado, de motivação para novos investimentos no Brasil, seria o da existência de
115
uma maior estabilidade em sua política de importação. Por último, as subvenções
governamentais no Brasil.
6.2.11. Se a empresa faz de avaliação de country-risk para o
para o Brasil
Através das alternativas Sim e Não, apenas uma das cinco
empresas automotivas entrevistadas afirmou não fazer análise de country-risk
para o Brasil. Como justificativa, a empresa informou que exporta seus veículos
para o Brasil através de representantes independentes, os quais assumem os
riscos desta operação.
6.2.12. Os métodos de avaliação de country-risk empregados
para o Brasil
Das quatro empresas automotivas, que afirmaram fazer avaliação
de country-risk para o Brasil, apenas uma não indicou que tipo de método ou
fonte
de
informação
utilizava.
Entre
as
outras
três,
duas
utilizavam,
respectivamente, informações de institutos especializados e do Banco Mundial,
sendo que a empresa restante utilizava método próprio.
6.2.13.
Índices comparativos de country-risk
em relação ao
Brasil
Nesta pergunta os respondentes deveriam atribuir notas, variando
de zero a dez, a um conjunto de 9 países da América Latina, Ásia e Europa. A
Argentina, México, China Coréia do Sul, Taiwan e Rússia forma escolhidos por
serem países representativos de fluxos de investimentos internacionais, em suas
respectivas regiões. A República Tcheca foi incluída por sua proximidade
geográfica e cultural com a Alemanha e, finalmente, a França por ser um
116
parâmetro de país de economia estável. Esta faixa de notas estaria
representando desde países de risco zero até aqueles de risco extremo para
retornos de investimentos. Conforme o Gráfico 6.7, a seguir, em decorrência das
notas atribuídas pelas empresas do setor automotivo, a França é o país que
apresenta o menor risco de investimento, seguindo com uma boa margem de
distância os países Taiwan, República Tcheca, Argentina e Coréia do Sul.
Gráfico 6.7: Índices de Country-Risk do Setor Automotivo
Somatório das Notas
50
42
40
30
35
35
34
33
28
25
21
20
9
10
0
Países
Argentina
Brasil
México
China
Coréia do Sul
Taiwan
França
Rússia
República Tcheca
O Brasil, dentre os nove países listados, ocupa a sétima colocação,
juntamente com o México, sendo que a Rússia ocupa a última posição.
6.2.14. Influência da crise financeira na região asiática de
dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk
Dentre as cinco empresas automotivas entrevistadas, quatro
informaram que a crise do final do ano de 1997, na região asiática, influenciou a
avaliação de country-risk, proposta na questão anterior. A empresa que
respondeu negativamente justificou que considera a crise asiática como sendo
uma crise de curto prazo.
117
.2.15. A crise na região asiática e o procedimento da empresa,
no médio-longo-prazo em relação aos países latino- americanos (Argentina,
Brasil e México)
Todas
as
quatro
empresas
automotivas
entrevistadas
que
declararam na pergunta anterior, que a crise de dezembro de 1997 na região
asiática influenciou sua avaliação de country-risk acima, não acreditam que esta
crise possa mudar, no médio-longo prazo, os procedimentos das suas empresas
a favor dos países latino-americanos acima citados.
Dentre as razões apresentadas, foi citado que os mercados asiáticos
e latino-americanos são totalmente diferentes. Além disto, pelo volume de
negócios envolvidos na região, a preocupação com relação a novos investimentos
contemplaria um horizonte de longo prazo.
Portanto, os negócios na América Latina prosseguiriam como de
costume, ou seja, “business as usual”.
6.2.16.
Disposição da empresa em fazer investimentos no
Brasil dentro dos próximos 5 anos
Conforme o Gráfico 6.8, a seguir, dentre as cinco empresas
automotivas entrevistadas, três informaram que deverão fazer investimentos no
Brasil em um volume acima da média dos últimos 5 anos.
118
Gráfico 6.8: Disposição do Setor Automotivo para Investimentos
no Brasil nos Próximos 5 anos
Núm ero de
Em presas
1,2
A1
1
0,8
A2
0,6
A3
0,4
A4
0,2
A5
0
Investim entos
Manutenção do
Investim ento abaixo
acim a da m édia dos nível dos últim os 5
da m édia dos
últim os 5 anos
anos
últim os 5 anos
Nenhum
investim ento
Ai: Codificação aleatória do setor automotivo
Entre as duas restantes, uma informou que deverá manter o nível
de investimentos dos últimos 5 anos, sendo que a última, pelo reduzido tamanho
de sua fatia de mercado no Brasil, não prevê nenhum tipo de investimento nos
próximos anos.
6.2.17. Segundo o setor automotivo, os motivos para a ainda
pequena participação de capitais alemães no atual
processo
de
privatização
das
empresas
estatais
brasileiras
Os motivos alegados pelas empresas automotivas, para a ainda
pequena participação de capitais alemães no atual processo de privatização das
empresas estatais
brasileiras, são bastante diversos. Variaram, muito
provavelmente, em função de seus conhecimentos, inserções e presenças no
mercado automotivo brasileiro. De forma geral, podem, entretanto, ser
resumidamente agrupados, com base em razões objetivas e subjetivas de seus
respondentes. Com relação ao primeiro grupo teríamos o seguinte quadro:
119
•
Falta de expertise por parte das empresas alemãs, dos setores a
serem privatizados no Brasil. Muitos dos seus congêneres foram
recentemente privatizados ou encontram-se em processo de
privatização na Alemanha, como é o caso das telecomunicações
e do transporte ferroviário;
•
Falta de disponibilidade de recursos, já aplicados no Leste
Europeu, na Ásia e no Pacífico;
•
Condições instáveis da economia, como um todo. Tarifas
alfandegárias e licenças de importação ainda se alteram de
forma imprevisível no país.
•
Inflexibilidade da mão de obra em se adestrar para assumir
novas funções.
Dentre os fatores citados, com base em razões subjetivas de seus
respondentes, foram citados a memória de um passado recente no Brasil onde
tudo poderia acontecer, em termos de funcionamento e regras, tanto no campo
político como econômico; o receio de risco financeiro em setores, cujas tarifas são
controladas pelo governo (Bill of Operation1).
1
Regra de Operação
120
6.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR BANCÁRIO
A pesquisa envolveu 28 instituições bancárias que, de alguma
forma, desenvolvem atividades econômicas e comerciais com o Brasil. No que
concerne às questões dos itens 6.3.10, 6.3.13 e 6.3.16, mais diretamente
relacionadas com o Brasil, optou-se em separar os bancos em 3 grupos: bancos
com
filiais
ou
sucursais;
bancos
com
representações
e
bancos
sem
representações no país. A análise destas respostas encontra-se a seguir:
6.3.1. Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas
alemãs a investir no exterior (Critério de avaliação: no 1
mais importante, no 5 menos importante)
Entre um conjunto de 10 alternativas propostas, o respondente
deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar
empresas alemãs a investirem no exterior. Foram aceitas e ponderadas
normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau
de importância.
Gráfico 6.9: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor
Bancário no Exterior
Percentual
Ponderado
20,00
17,97
18,00
Outros
16,00
14,00
12,00
12,85
12,11
11,46
Base para a incorporação de
novos m ercados
10,96
10,00
Pressionado pela globalização
8,00
Política da em presa
6,00
4,00
Maior m argem de lucro do que
na Alem anha
2,00
0,00
Fatores
121
Portanto, conforme o Gráfico 6.9, da página anterior, baseado na
análise ponderada das respostas, os fatores de maior peso, segundo o setor
bancário, que possam motivar as empresas alemãs a investirem no exterior, estão
enquadrados na alternativa Outros. Nesta, foram citadas a possibilidade de se
estar próximo de seus clientes no exterior, bem como de acompanhar suas
respectivas atividades de exportação; o interesse da Federação Bancária das
Cooperativas Alemãs em ser representada no exterior; menores custos de
produção em geral, e da mão de obra, em particular.
Em segundo lugar, a possibilidade de se ter uma base de apoio para
a incorporação de novos mercados; seguida, muito próximas, respectivamente,
pela pressão do processo de globalização das indústrias; a estratégia política de
investimento no exterior de suas empresas e, finalmente, a possibilidade de se
obter maior margem de lucro do que na Alemanha.
6.3.2. Existem razões de estratégia política, por parte do
governo alemão, que possam motivar a empresa a
investir no exterior?
Entre os 28 bancos entrevistados, 27 responderam negativamente
quanto à existência de razões de estratégia política, por parte do governo alemão,
que possam motivar a empresa a investir no exterior.
6.3.3.
Caso afirmativo, tipo de apoio que poderia a empresa
receber do governo
O único banco que respondeu afirmativamente a esta pergunta, citou
o seguro à exportação Hermes, colocado à disposição das empresas pelo
governo; Sociedade Alemã de Desenvolvimento (DEG); e a “Casa Alemã”
(Deutsches Haus), uma espécie de “incubadora” para pequenas e médias
empresas alemãs no exterior, já existentes no México e Singapura.
122
Apesar de ter respondido negativamente, quanto à existência de um
apoio direto do governo às empresas alemãs para investimentos no exterior, uma
das
instituições
bancárias
pesquisadas
salientou
que
poderia
haver,
indiretamente, neste sentido, ações conjuntas do governo com a Confederação da
Indústria Alemã (BDI) e com a Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e
Comércio (DIHT).
6.3.4.
Ordenação de 5 fatores que são fundamentais para a
estabilidade
econômica
em
um
país
(Critério
de
avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante)
Entre um conjunto de 6 alternativas propostas, o respondente
deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar
empresas alemãs a investirem no exterior. Foram aceitas e ponderadas
normalmente respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau
de importância.
Conforme o Gráfico 6.10, abaixo, baseado na análise ponderada das
respostas, os fatores mais importantes para caracterizar a estabilidade econômica
em um país foram enquadrados na alternativa Outros.
Gráfico 6.10: Estabilidade Econômica em um País - Fatores
Fundamentais para o Setor Bancário
Percentual
Ponderado
25,00
21,36
20,00
19,39
Outros
16,20
15,00
15,34
14,22
Baixa taxa de inflação
Alto nível de reservas cam biais
10,00
Pequeno déficit na balança
com ercial
5,00
Baixas taxas reais de juros
0,00
Fatores
123
Nesta opção, foram citados a estabilidade política do país; a
existência de condições estruturais de funcionamento da economia de mercado;
uma sólida, contínua e confiável política econômica, seu grau de endividamento
externo, nível de poupança interna, crescimento econômico constante; baixo
déficit orçamentário e pequena taxa de desemprego. Em seguida, pela ordem, a
baixa taxa de inflação; alto nível de reservas cambiais; um pequeno déficit na
balança comercial e por último, as baixas taxas reais internas de juros.
6.3.5.
Indicadores econômicos e financeiros que a empresa
utiliza para possíveis investimentos no exterior (Critério
de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos
importante)
Houve,
por
parte
dos
bancos,
uma
certa
dificuldade
em
responderem a esta questão, na medida em que o termo investimento foi
entendido no sentido restrito da palavra, ou seja, de aquisição de ativos fixos, tais
como instalações de fábricas, maquinaria, imóveis, etc., o que portanto, não seria
uma atividade preferencial do setor bancário.
Esta
dificuldade
estará
novamente
presente
nas
perguntas
subsequentes 6.3.10 e 6.3.16, que envolvem mais diretamente este conceito
restrito do termo investimento.
Na pergunta em questão, entre um conjunto de 4 alternativas
propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os indicadores
econômico-financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no
exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a
duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Apenas 12 bancos, dos
28 bancos entrevistados, responderam a esta pergunta.
Desta forma, e conforme Gráfico 6.11, da página seguinte, baseado
na análise ponderada das respostas, a opção de maior peso recaíu sobre a
124
alternativa Outros. Nesta categoria foram mencionadas a necessidade do
acompanhamento das atividades dos clientes no exterior; assim como a política
de investimentos da empresa visando o longo prazo. Foi citado também que,
dependendo do tipo de projeto, os diferentes indicadores econômicos e
financeiros listados devem ser utilizados.
Gráfico 6.11: Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados
pelo Setor Bancário para Investimentos no
Exterior
Percentual
Ponderado
35
30
25
29,46
24,20
23,32
23,02
Outros
20
Tem po de Retorno do
Investim ento (Pay-Back)
15
10
Taxa Interna de Retorno (TIR)
5
Valor Presente Líquido (VPL)
0
Fatores
Em seguida, pela ordem, os indicadores de Tempo de Retorno do
Investimento (Pay-Back); Taxa Interna de Retorno (TIR); e, por último, o de Valor
Presente Líquido (VPL).
6.3.6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o
Valor Presente Líquido, o critério que a empresa utiliza
para escolher a respectiva taxa de desconto(discount
rate)
Na pergunta anterior, 6 instituições financeiras assinalaram o Valor
Presente Líquido (VPL) como o indicador preferido para avaliação de projetos de
125
investimentos no exterior. Neste sentido, como critérios que balizam a escolha
das respectivas taxas de descontos para determinação de seus
Valores
Presentes Líquidos, 3 instituições elegeram o Custo Médio Ponderado de Capital.
As outras 3 empresas escolheram o Modelo de Precificação de Ativos
Financeiros, CAPM1 (cf. GITMAN, 1987, p.143).
6.3.7- A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa
Entre as 28 instituições relacionadas, 17 bancos responderam
espontaneamente a esta pergunta. Os dados referentes às outras 7 instituições
foram obtidos através dos seus respectivos relatórios financeiros. Apenas 2
bancos não responderam a esta pergunta ou enviaram seus relatórios financeiros.
Conforme mencionado no capítulo anterior, a legislação bancária
alemã (KWG) permite que as rubricas Provisões (Rückstellungen), classificada
pelo setor bancário como capital de terceiros, e as Obrigações Subordinadas
(Nachrangige Verbindlickkeiten) possam ser consideradas como capital próprio,
no cálculo da respectiva estrutura de capital.
Como pode ser observado nas três tabelas, a seguir, de modo geral
os bancos trabalham com um volume de capital próprio muito baixo, se
comparados com os setores automotivo e químico-farmacêutico.
Conforme a Tabela 6.1, o percentual de 15% de capital próprio para
o banco B22, pode ser devido às características da sua forma estatutária de
banco de crédito cooperativo.
1
Capital Asset Pricing Model
126
Tabela 6.1: Bancos Especiais - Relação entre Capital Próprio e
de Terceiros
Bancos Especiais
Capital Próprio (%)
Capital de Terceiros (%)
B8
5,87*
94,13
B9
4
96
B22
15
85
(*): Valor calculado com base no Relatório Financeiro de 1996
Bi: Codificação aleatória do setor bancário
Com relação aos bancos privados, conforme a Tabela 6.2, os
percentuais de capital próprio variam, na sua maioria, entre 2,02% a 8,5%.
Igualmente ao banco especial B22 da tabela anterior, a origem, como banco
cooperativo, de B26, possivelmente poderá explicar sua composição de capital
próprio, acima da média dos demais.
Tabela 6.2: Bancos Privados de Capital Acionário - Relação
entre Capital Próprio e de Terceiros
Bancos Privados de Capital Acionário
Capital Próprio (%)
Capital de Terceiros (%)
B1
4
96
B2
3
97
B4
3,20
96,80
B5
5,77*
94,23
B7
3
97
B13
2,02
97,98
B19
8%
92
B20
8,50*
91,50
B11
5
95
B23
6,7
93,3
B26
12
88
B27
7,75*
92,25
B28
8
92
(*) Valor determinado com base no Relatório Financeiro de 1996
Bi: Codificação aleatória do setor bancário
Quanto à Tabela 6.3, a seguir, a característica de banco estadual do
B3 possivelmente explique seu elevado volume de capital próprio.
127
Tabela 6.3 : Bancos Estaduais - Relação Entre Capital Próprio e
de Terceiros
Bancos Estaduais
Capital Próprio (%)
Capital de Terceiros (%)
B3
40
60
B6
N/D
N/D
B10
3,1
96,9
B11
2,75
97,25
B12
2,71*
97,29
B14
3,10*
96,90
B15
3,1
96,9
B16
4,46*
95,54
B17
4
96
B18
5
95
B24
N/D
N/D
B25
3,33*
96,67
(*) Valores determinados com base no Relatório Financeiro de 1996
Bi: Codificação aleatória do setor bancário
N/D: Não disponível
6.3.8. Fontes de capital de terceiros preferidos pela empresa
Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente
deveria apenas assinalar as alternativas preferidas, sendo possível portanto, que
se escolhesse mais de uma alternativa. Das 28 instituições bancárias, 24
responderam a esta pergunta. Desta forma, conforme o Gráfico 6.12, a seguir, a
alternativa preferida, com 18 votos, foi a da obtenção de recursos no mercado
financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos.
128
Gráfico 6.12: Fontes de Capital de Terceiros do Setor Bancário
Votos
20
Recursos na Alemanha para
financiamento de projeto no exterior
18
15
Obtenção de crédito no país onde o
projeto deverá ser desenvolvido
10
7
6
5
1
0
Crédito no mercado financeiro
internacional, onde os custos forem
mais baixos.
Outros
Fonte de Recursos de Capital de Terceiros
Em segundo lugar, com 7 votos, a alternativa Outros, onde foram citados
empréstimos e depósitos de clientes; emissão própria de títulos; empréstimos da
parte de outros bancos; e por último, dependendo do projeto de investimento a
ser realizado, uma combinação das diversas fontes de captação de recursos de
terceiros (product mix).
Segue-se pela ordem, com 6 votos, a obtenção de recursos na
própria Alemanha e, com 1 voto, recursos do país onde determinado projeto seria
desenvolvido.
6.3.9. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa
Das 28 instituições bancárias, 23 responderam a esta pergunta. Da
mesma forma que na pergunta anterior, o respondente deveria apenas assinalar
as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, a escolha de mais de uma
alternativa. Conforme o Gráfico 6.13, abaixo, com 13 votos, a alternativa Outros
foi a mais votada, onde foram citados recursos da matriz do banco, do fundo de
reservas (Rücklagebildung) e lucros retidos (Gewinnthesaurierung), recursos
diretos do governo, no caso de bancos estaduais, e recursos da Federação das
Cooperativas de Crédito, no caso das suas instituições associadas.
129
Gráfico 6.13: Fontes de Capital Próprio do Setor Bancário
Votos
14
13
12
No mercado acionário alemão
para financiamento de projeto
no exterior
10
8
Recursos no mercado
acionário mais conveniente
de um terceiro país
7
6
4
3
Outros
2
0
Fontes de Capital Próprio
Em segundo lugar, com 7 votos, a de obtenção de recursos próprios
no mercado acionário alemão. Por último, com 3 votos, a aquisição de recursos
no mercado acionário mais conveniente de um terceiro país.
6.3.10. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam
motivar a empresa para novos investimentos no Brasil
(Critério de avaliação: no 5 mais importante, no 5 menos
importante).
A avaliação desta resposta foi feita, inicialmente, considerando-se os
bancos alemães em seu conjunto. Em seguida, estes bancos foram subdivididos
por categorias, conforme suas formas de atuação no Brasil, ou seja, bancos que
possuem no país unidades operativas, e bancos com ou sem representações no
país. Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas
ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Os resultados serão
apresentados, a seguir.
130
Bancos Alemães em Conjunto (28)
Dos 28 bancos relacionados, 22 responderam a esta pergunta.
Conforme o Gráfico 6.14, abaixo, baseado na análise ponderada dos resultados,
a alternativa de maior peso foi aquela relativa ao novo ambiente macroeconômico
do Brasil, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável.
Em segundo lugar a alternativa Outros. Por se encontrar em maioria,
prevaleceram as opiniões dos bancos que não possuem representações no
Brasil. Foram citados: a necessidade de estarem próximos dos clientes; o fato de
o Brasil não ser considerado, para um banco estadual alemão, um país de
investimentos, sendo feitas, portanto, apenas operações bancárias rotineiras; um
aumento das transações de mercadorias entre o Brasil e a Alemanha; exigência
dos clientes alemães e uma maior confiança, não somente no Presidente da
República, mas também no sistema político brasileiro.
Em seguida, em ordem decrescente de importância, a facilidade de
remessa de lucros; a alteração da Constituição Brasileira, que permite a quebra
de monopólios e a equiparação da empresa estrangeira à nacional, e o acesso ao
mercado da América do Sul.
Gráfico 6.14: Fatores de
Motivação para Investimentos do
Setor Bancário no Brasil - Conjunto dos Bancos
Percentual
Ponderado
Ambiente macroeconômico com
inflação baixa e uma taxa de
crescimento estável
Outros
25,00
20,45
20,00
19,45
14,74
15,00
14,58
13,75
10,00
Facilidade de remessa de lucros
Alteração na Constituição: quebra de
monopólios e empresa estrangeira
equiparada à nacional
Entrada no mercado da América do Sul
5,00
0,00
Fatores
131
Bancos Alemães com Unidades Operativas no Brasil (4)
Conforme
o
Gráfico
6.14.1,
abaixo,
baseado
nas
análises
ponderadas das respostas de três dos quatro bancos que possuem unidades
operativas no Brasil, sob a forma de subsidiárias ou filiais, a alternativa Outros foi
a de maior peso. Nesta, foi citada a necessidade de se estarem próximos de seus
clientes.
Em segundo lugar, empatados, a alteração da Constituição
Brasileira, que permite quebra de monopólios e a equiparação do conceito de
empresa estrangeira à nacional, bem como o acesso da empresa ao mercado da
América do Sul. Em seguida pela ordem, o novo ambiente macroeconômico com
inflação baixa e uma taxa de crescimento estável e a facilidade de remessa de
lucros.
Gráfico 6.14.1: Fatores de Motivação para Investimentos do
Setor
Bancário
no
Brasil
-
Bancos
com
Unidades Operativas no Brasil
Percentual
Ponderado 25,00
20,00
20,00
18,00
18,00
16,00
15,00
14,00
10,00
5,00
0,00
Fatores
Outros
Entrada no mercado da América do Sul
Alteração na Constituição: quebra de monopólios e empresa estrangeira equiparada à nacional
Ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável
Facilidade de remessa de lucros
132
Bancos Alemães Com Representações no Brasil (6)
Conforme o Gráfico 6.14.2, a seguir, baseado na análise ponderada
das respostas de 4 dos 6 bancos que possuem representações no Brasil, a
alternativa de maior peso foi a relativa ao novo ambiente macroeconômico do
país, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável.
No segundo lugar, recaíu a alternativa relativa à credibilidade e
competência do Presidente da República. Em seguida, pela ordem, a facilidade
de remessa de lucros; a entrada no mercado da América do Sul e a alteração da
Constituição Brasileira, que permite a quebra de monopólios e a equiparação do
conceito de empresa estrangeira e nacional.
Gráfico 6.14.2: Fatores de Motivação para Investimentos do
Setor Bancário no
Brasil - Bancos com
Representações no Brasil.
Percentual
Ponderado
30,00
25,00
27,14
20,10
20,00
18,08
16,58
15,00
12,06
10,00
5,00
0,00
Fatores
O novo am biente m acroeconôm ico com inflação baixa e um a taxa de crescim ento estável.
A credibilidade e com petência do Presidente da República.
Facilidade de rem essa de lucros.
Entrada no m ercado da Am érica do Sul.
Alteração na Constituição: quebra de m onopólios e em presa estrangeira equiparada à nacional.
133
Bancos Alemães Sem Representações no Brasil (18)
Conforme o Gráfico 6.14.3, baseado na análise ponderada das
respostas de 15 dos 18 bancos que não possuem representações no Brasil, a
alternativa de maior peso foi a relativa ao novo ambiente macroeconômico do
país, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável.
Em segundo lugar, a alternativa Outros. Nesta, conforme já
assinalado anteriormente, quando da análise do sistema bancário como um todo,
o Brasil não é considerado para um banco estadual alemão um país de
investimentos, sendo feitas apenas operações bancárias rotineiras; um aumento
das transações de mercadorias entre o Brasil e a Alemanha; exigência dos
clientes alemães em serem acompanhados em seus negócios no exterior e uma
maior confiança, não somente no Presidente da República mas também no
sistema político brasileiro. Em seguida, pela ordem, a alteração da Constituição
Brasileira, que permite a quebra de monopólios e a equiparação do conceito de
empresa estrangeira e nacional; a facilidade de remessa de lucros e, por último,
a possibilidade de acesso da empresa ao mercado da América do Sul.
Gráfico 6.14.3: Fatores de Motivação para Investimentos do
Setor
Bancário
no
Brasil
-
Bancos
sem
Representações no Brasil.
Percentual
Ponderado 25,00
20,00
15,00
21,01
18,98
15,66
14,96
13,14
10,00
5,00
0,00
Fatores
O ambiente macroeconômico: inflação baixa e uma taxa de crescimento estável
Outros
Alteração na Constituição:quebra de monopólios e empresa estrangeira equiparada à nacional.
Facilidade de remessa de lucros
Entrada no mercado da América do Sul
134
6.3.11. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil
Dos 28 bancos relacionados, 27 responderam a esta pergunta.
Destes, apenas 3 bancos afirmaram que não fazem análise de country-risk para o
Brasil.
6.3.12. Os métodos de avaliação de country-risk empregados
para o Brasil
De um total de 24 bancos, que fazem análise de country-risk para o
Brasil, 20 bancos fizeram comentários quanto aos métodos de avaliação
utilizados. Na sua grande maioria possuem métodos próprios de avaliação de
risco, sendo que 5 se utilizam de agências de rating. Um resumo destes
comentários se encontra agrupado, conforme o Quadro 6.1 abaixo:
Quadro 6.1: Métodos Empregados nas Avaliações de CountryRisk do Setor Automotivo
No de Bancos
1
1
1
9
2
2
1
1
1
1
2
3
Métodos Empregados
Diversos métodos de avaliação.
Avaliação de diversos indicadores econômicos.
Rating com base em dados econômicos e comportamento político.
Análise de risco própria.
Com base nas avaliações de agências de “rating”.
Análise de risco própria e agências de “ratings”.
2 “Thinktanks2” vis-a-vis avaliação própria.
Análise interna do conglomerado do Grupo.
“Scoring-Modelle3”
Institutional Investors Rating Laender-Analyse, com base em diferentes dados.
“Grupos de analistas”
Modelos de pontuação
135
6.3.13.
Índices comparativos de country-risk
em relação ao
Brasil.
Nesta pergunta os respondentes deveriam atribuir notas, variando
de zero a dez, a um conjunto de 9 países da América Latina, Ásia e Europa,
representativos para os fluxos de investimentos de capital,. Esta faixa de notas
estaria representando desde países de risco zero até aqueles de risco extremo
para retornos de investimentos.
Inicialmente foram analisados os índices de country-risk para o
conjunto dos bancos relacionados na pesquisa. Em seguida, foram analisados os
índices de country-risk para as instituições bancárias conforme sua forma de
atuação no Brasil, ou seja, aquelas com unidades operativas, as que possuem e
as que não possuem representações no país. Os resultados destas análises são
apresentadas a seguir:
Country-risk - Bancos Alemães em Conjunto (28)
Conforme o Gráfico 6.15, a seguir, em função das notas atribuídas
pelas 28 instituições bancárias entrevistadas, a França é o país que apresenta o
menor risco de investimento, seguida por uma boa margem de distância por
Taiwan, República Tcheca, China e México. O Brasil ocupa a penúltima posição,
seguido da Rússia.
136
Gráfico 6.15: Índices de Country-Risk do Conjunto dos Bancos
Entrevistados
Som atório das
Notas
250
Argentina
196,5
Brasil
200
165
153
144
150
141
México
161
China
123,5
Coréia do Sul
104
100
Taiw an
França
50
Rússia
13
República Tcheca
0
Países
Country-Risk - Bancos com Unidades Operativas no Brasil (6)
Conforme o gráfico 6.15.1, em função das notas atribuídas pelas 4
instituições bancárias com unidades operativas no Brasil, a França é o país que
apresenta o menor risco de investimento, seguida por uma boa margem de
distância por Taiwan, México, juntamente com a China, e depois a Coréia do Sul.
O Brasil ocupa a penúltima posição, seguido da Rússia.
Gráfico 6.15.1: Índices de Country-Risk - Bancos com Unidades
Operativas no Brasil
Som atório das
Notas
25
20
18
Argentina
22,5
19
18,5
16
16
Brasil
México
17
China
15
Coréia do Sul
10
10
Taiw an
França
5
Rússia
3
República Tcheca
0
Países
137
Country-Risk - Bancos com Representações no Brasil (18)
Conforme o gráfico 6.15.2, em função das notas atribuídas pelas 6
instituições bancárias com representações no Brasil, a França é o país que
apresenta o menor risco de investimento, seguida por uma boa margem de
distância por México, Argentina, Taiwan e República Tcheca. O Brasil ocupa a
penúltima posição, seguido da Rússia.
Gráfico
6.15.2:
Índices
de
Country-Risk
-
Bancos
com
Representações no Brasil
Som atório das
Notas
40
35
30
25
34
30
26
Argentina
37
37
Brasil
29
28
México
24
China
20
Coréia do Sul
15
Taiw an
10
França
5
Rússia
0
0
Países
República Tcheca
Country-Risk - Bancos sem representações no Brasil
Conforme o Gráfico 6.15.3, a seguir, em função das notas atribuídas
pelas 18 instituições bancárias que não possuem representações no Brasil, a
França é o país que apresenta o menor risco de investimento, seguida por uma
boa margem de distância por Taiwan, República Tcheca, China e México. O Brasil
ocupa a penúltima posição, seguido da Rússia
138
Gráfico
6.15.3:
Índices
de
Country-Risk
-
Bancos
sem
Representações no Brasil
Som atório das
Notas
160
120
100
80
Argentina
137
140
Brasil
116
109
104
91
México
107
China
77
Coréia do Sul
66
Taiw an
60
França
40
20
10
Rússia
República Tcheca
0
Países
É interessante notar que, entre os 9 países selecionados, o Brasil se
posicionou em 8o lugar tanto no conjunto total dos bancos, como nos grupos com
unidades operativas, e sem representação comercial no país.
O Brasil obtém uma colocação menos ruim, passando de 8o para 6o
lugar, quando é avaliado pelo grupo de bancos com representações no Brasil. Isto
pode ser, talvez, explicado pelo seu tipo de atuação no país, onde se comportam
apenas como “espectadores” dos processos econômicos e políticos no país, não
podendo desenvolver nenhum tipo de negócio.
139
Quadro 6.2:
Consolidação dos Resultados dos Índices de
Country-Risk dos Bancos Alemães, em Função
das Formas de Operação no Brasil
Consolidação dos Resultados dos Índices de Country-Risk de Bancos Alemães
Conjunto dos Bancos Sem Representação Com Representação
Unidades Operativas
no Brasil
no Brasil
no Brasil
Países
Ordem Países
Ordem Países
Ordem Países
Ordem
França
1o
França
1o
França
1o
França
1o
o
o
o
Taiwan
2
Taiwan
2
México
2
Taiwan
2o
o
o
o
R. Tcheca
3
R. Tcheca
3
Argentina
3
México/China
3o
o
o
o
China
4
China
4
Taiwan
4
4o
México
5o
México
5o
R. Tcheca
5o
Coréia do Sul
5o
o
o
o
Argentina
6
Coréia do Sul
6
Brasil
6
Argentina
6o
o
o
o
Coréia do Sul
7
Argentina
7
China
7
R. Tcheca
7o
o
o
o
Brasil
8
Brasil
8
C. do Sul/Rússia
8
Brasil
8o
Rússia
9o
Rússia
9o
Rússia
9o
6.3.14. Influência da crise financeira na região asiática de
dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk
Dos 27 bancos, do total de 28, que responderam ao questionário, 25
consideram que a crise asiática influenciou a avaliação de risco da pergunta
anterior. Em contrapartida, 2 afirmam que não houve qualquer tipo de influencia
nesta avaliação.
6.3.15. A crise e o procedimento da empresa, no médio-longo
prazo,
em
relação
aos
países
latino-americanos
(Argentina, Brasil e México)
Dos 25 bancos que responderam a esta pergunta, 19 consideram
que a crise asiática não deverá mudar no médio-longo prazo o procedimento da
empresa a favor dos países latino-americanos acima citados.
140
6.3.16. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil
dentro dos próximos 5 anos
Entre as 22 instituições financeiras que responderam a esta
pergunta, 7 informaram que deverão fazer investimentos no Brasil em um volume
acima da média dos últimos 5 anos; 5 deverão manter o nível de investimentos
dos últimos 5 anos e 10 não deverão fazer investimentos no período considerado.
Seis instituições não responderam a esta pergunta.
Conforme o Quadro 6.3, abaixo, dos 4 bancos que possuem
unidades operativas no Brasil, 3 responderam a esta pergunta. Destes, 2
afirmaram que deverão fazer investimentos acima da média dos últimos 5 anos e
1 afirmou que deverá manter o nível dos investimentos dos últimos cinco anos.
Quadro 6.3: Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos
Alemães com
Unidades Operativas no País, nos
Próximos 5 Anos (1998-2002)
Banco Categoria
Nível de Investimento
B1
Capital Acionário Privado Investimentos acima da média dos últimos 5 anos
B2
Capital Acionário Privado Investimentos acima da média dos últimos 5 anos
B3
Banco Estadual
Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos.
B4
Capital Acionário Privado Não respondeu
Bi: Codificação aleatória do setor bancário
Com relação aos 6 bancos com representações no Brasil, conforme
o Quadro 6.4 abaixo, 5 responderam a esta pergunta. Destes, 1 afirmou que
deverá fazer investimentos acima da média dos últimos 5 anos; 2 deverão manter
o nível dos investimentos dos últimos cinco anos e 2, apesar de continuarem a
fazer operações comerciais com o Brasil, não deverão fazer investimentos no
país.
141
Quadro 6.4: Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos
Alemães com Representações no País, nos
Próximos 5 Anos 1998-2002)
Bancos
Categoria
Nível de Investimento
B5
B8
B11
B19
B27
B28
Capital Acionário Privado
Cooperativa de Crédito
Banco Estadual
Capital Acionário Privado
Capital Acionário Privado
Capital Acionário Privado
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos
Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos
Nenhum investimento
Nenhum investimento
Não respondeu
Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos
Bi: Codificação aleatória do setor bancário
Finalmente, com relação aos 18 bancos sem representações no
Brasil, conforme o Quadro 6.5, abaixo, 14 responderam a esta pergunta. Destes,
4 afirmaram que deverão fazer investimentos acima da média dos últimos 5 anos;
2 deverão manter o nível dos investimentos dos últimos cinco anos e 8, apesar de
continuarem a fazer operações comerciais com o Brasil, não deverão fazer
investimentos aqui no país.
Quadro 6.5: Disposição de Investimento no Brasil dos Bancos
Alemães
Sem
Representação
no
País,
nos
Próximos 5 Anos (1998-2002)
Bancos
Categoria
B6
Banco Estadual
B7
Capital Acionário Privado
B9
Banco Especial
B10
Banco Estadual
B12
Banco Estadual
B13
Capital Acionário Privado
B14
Banco Estadual
B15
Banco Estadual
B16
Banco Estadual
B17
Banco Estadual
B18
Banco Estadual
B20
Capital Acionário Privado
B21
Capital Acionário Privado
B22
Cooperativa de Crédito
B23
Capital Acionário Privado
B24
Banco Estadual
B25
Banco Estadual
B26
Capital Acionário Privado
Bi: Codificação aleatória do setor bancário
Nível de Investimento
Não Respondeu
Nenhum investimento
Não Respondeu
Nenhum investimento
Nenhum investimento
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos
Nenhum investimento
Nenhum investimento
Nenhum investimento
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos
Nenhum investimento
Nenhum investimento
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos
Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos
Não Respondeu
Não Respondeu
Manutenção do nível de investimentos dos últimos 5 anos.
142
6.3.17. Segundo o setor bancário, os motivos para a ainda
pequena participação de capitais alemães no atual
processo
de
privatização
das
empresas
estatais
brasileiras
Os motivos alegados pelos bancos, para a ainda pequena
participação de capitais alemães no atual processo de privatização das empresas
estatais brasileiras, podem ser separados em razões objetivas e subjetivas. Estas
razões, em menor ou maior grau, foram explicitadas por todas as 22 instituições
bancárias, das 28 do setor, que responderam a esta pergunta.
Portanto, não estão diretamente relacionadas com o porte ou a
forma com que estas instituições bancárias atuam no Brasil, ou seja, através de
unidades operativas, de representações ou mesmo diretamente da Alemanha.
Estas razões serão apresentadas a seguir.
Razões Objetivas da Pequena Participação de Capitais Alemães
no Atual Processo de Privatização das Empresas Estatais
Brasileiras.
•
No Brasil as privatizações estão ocorrendo em seus setores de
infra-estrutura, serviços que na Alemanha são fornecidos pelo
governo, em nível federal, estadual ou municipal. Com isto,
haveria por parte do empresariado alemão uma falta de
experiência, tanto na questão em si das privatizações, bem como
na sua capacidade de formar consórcios empresariais de porte
para participar deste processo. Além disto, os investidores
potenciais já estariam participando do processo de privatizações
que ocorre própria Alemanha .
•
Com
relação,
mais
especificamente,
ao
setor
de
telecomunicações, a preferência das empresas alemãs tem sido,
143
primeiramente, em participar da privatização deste setor na
própria Alemanha, para depois, então, partir
para a dos
mercados estrangeiros.
•
As indústrias automotiva, química e de máquinas já investem de
forma intensiva no Brasil. Um dos respondentes chegou a dizer
que considera injusta a afirmação que os alemães estão
participando pouco neste processo de privatização, uma vez que
as empresas de porte da Alemanha já se encontram lá.
•
A prioridade dos investidores alemães é no seu próprio espaço
econômico, mais especificamente, no Leste da Alemanha e da
Europa. Além disto, concentram seus investimentos, também,
nos Estados Unidos, nas outras partes da Europa e na Ásia.
•
Pequeno porte das empresas médias alemãs diante das megaprivatizações no Brasil. Os setores privatizados no Brasil não
foram de relevância primordial para a indústria alemã ou não
corresponderam ao interesse das empresas alemãs em termos
de opções de produtos.
•
Ambiente econômico inseguro; falta de solução efetiva para o
déficit público e em conta corrente, do balanço de pagamentos.
Além disto, o risco de uma forte desvalorização da moeda,
trazendo como conseqüência uma recessão econômica, e por
conseguinte, uma desestabilização política interna.
•
Déficit de informações: pouco conhecimento das mudanças
estruturais no Brasil, do mercado brasileiro, bem como das
oportunidades existentes neste seu processo de privatização.
Distância geográfica.
144
Razões Subjetivas da Pequena Participação de Capitais
Alemães no Atual Processo de Privatização das Empresas
Estatais Brasileiras.
•
Os alemães teriam, antes de tudo, uma mentalidade de
criadores
e/ou
de
fundadores
de
empreendimentos
(Gründermentalität), e menos de gerentes, característica esta
que estaria mais afeita à cultura de negócios americana.
•
Insegurança quanto a um desenvolvimento continuado no Brasil,
devido, atualmente, mais a uma postura pessimista dos
alemães, com baixa disposição para riscos.
•
Preferência “histérica” por títulos (bonds), etc., apesar de que a
aquisição de ativos está se tornando cada vez mais comum.
•
Imagem desfavorável do Brasil, que estaria associada ao
protecionismo do governo brasileiro às empresas nacionais e
aos habituais comportamentos políticos instáveis do país. Esta
imagem provocaria uma falta de disposição de se investir em um
contexto de regras não definidas. Soma-se a isto o trauma da
moratória da dívida externa brasileira em 1982.
145
6.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SETOR QUÍMICOFARMACÊUTICO
Desta pesquisa fizeram parte as 11 maiores empresas
químico-
farmacêuticas da Alemanha, cujos resultados apresentamos, a seguir.
6.4.1.
Ordenação de 5 fatores que possam motivar empresas alemãs
a investir no exterior (Critério de avaliação: no 1 mais
importante, no 5 menos importante)
Conforme pode ser observado no Gráfico 6.16, abaixo, entre um
conjunto de 10 alternativas propostas, o respondente deveria ordenar, de forma
decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar empresas alemãs a investir no
exterior.
Gráfico 6.16: Fatores de Motivação para Investimentos do Setor
Químico-Farmacêutico no Exterior
Percentagem
Ponderada
20,00
18,00
16,00
Outros
18,03
17,03
16,22
14,42
14,00
12,00
Política da em presa
13,52
Base para a incorporação
de novos m ercados
10,00
8,00
6,00
Pressionado pela
globalização
4,00
2,00
Maior m argem de lucro
do que na Alem anha
0,00
Fatores
Foram
aceitas
e
ponderadas,
normalmente,
respostas
que
atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Baseado na
146
análise ponderada das respostas do setor químico-farmacêutico, a alternativa de
maior peso foi a de Outros. Nesta, foi citada o tamanho do mercado e a
possibilidade de criação de novos potenciais de mercado.
Em seguida, pela ordem, as alternativas relacionadas com a
estratégia política da empresa para investimentos no exterior; bases para a
incorporação de novos mercados; a pressão do processo de globalização da
indústria e, por último, maiores margens de lucros do que aquelas obtidas na
Alemanha.
6.4.2. Existem razões de estratégia política, por parte do
governo alemão, que possam motivar a empresa a
investir no exterior?
Os respondentes deveriam optar entre as alternativas Sim e Não,
quanto à existência de razões de estratégia política, por parte do governo alemão,
que poderiam motivar a empresa a investir no exterior. Todas as 11 empresas
informaram não contar com qualquer tipo de apoio direto, por parte do governo
alemão, para investir no exterior.
6.4.3. Ordenação de 5 fatores fundamentais para a estabilidade
econômica em um país (Critério de avaliação: no 1 mais
importante, no 5 menos importante)
Entre um conjunto de 6 alternativas propostas, o respondente
deveria ordenar, de forma decrescente, os 5 fatores que poderiam motivar
empresas alemãs a investir no exterior. Foram aceitas e ponderadas normalmente
respostas que atribuíram a duas ou mais alternativas o mesmo grau de
importância.
147
Baseado na análise ponderada das respostas do setor químicofarmacêutico, o fator mais importante para a estabilidade econômica em um país
é a sua baixa taxa de inflação.
Em seguida, muito próximos, um pequeno déficit na sua balança
comercial, uma pequena probabilidade de uma desvalorização cambial e a
alternativa Outros. Nesta, foram citadas a necessidade de existência de um
orçamento de governo equilibrado, bem como uma reduzida participação de
empresas estatais na economia.
Por último, da mesma forma que no setor automotivo, as baixas taxas
internas reais internas de juros. Estes resultados podem ser vistos no Gráfico
6,17, a seguir.
Gráfico 6.17: Estabilidade Econômica em um País - Fatores
Fundamentais
para
o
Setor
Químico-
Farmacêutico
Percentagem
Ponderada
25,00
Baixa taxa de inflação
19,76
20,00
15,00
17,80
16,62 16,02
14,96
Pequena probabilidade de
um a desvalorização cam bial
10,00
Outros
Baixas taxas reais de juros
5,00
0,00
Pequeno déficit na balança
com ercial
Fatores
148
6.4.4. Indicadores econômicos e financeiros que a empresa
utiliza para possíveis investimentos no exterior (Critério
de avaliação: no 1 mais importante, no 4 menos
importante)
Conforme o Gráfico 6.18, abaixo, entre um conjunto de 4 alternativas
propostas, o respondente deveria ordenar, de forma decrescente, os indicadores
econômicos e financeiros que a empresa utiliza para possíveis investimentos no
exterior.
Gráfico 6.18: Indicadores Econômico-Financeiros Utilizados pelo
Setor Químico-Farmacêutico no Exterior
Percentagem
Ponderada
45
40
38,75
33,23
35
Valor Presente
Líquido (VPL)
28,03
30
25
Tem po de Retorno
do Investim ento
(Pay-Back)
20
15
10
Taxa Interna de
Retorno (TIR)
5
0
Fatores
Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram
a duas ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Baseado na análise
ponderada das respostas, a alternativa de maior peso recaíu sobre o indicador de
Valor Presente Líquido (VPL), diferentemente do setor automotivo, onde a
preferência foi para um indicador não econômico-financeiro, ou seja, o de critério
de política empresarial.
149
Em seguida, pela ordem, os indicadores de Tempo de Retorno do
Investimento (Pay-Back) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).
6.4.5. Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre
o Valor Presente Líquido (VPL), o critério que a empresa
utiliza para escolher a
respectiva taxa de desconto
(discount rate)
Dos cinco respondentes que escolheram o Valor Presente Líquido
(VPL) como o indicador preferido de investimentos no exterior, três têm
preferência, de forma distinta, como critérios para as escolhas de suas taxas de
desconto (discount rate), respectivamente, o custo médio ponderado de capital
(relação entre os capitais próprios e de terceiros), o método de precificação de
ativos financeiros (CAPM) e taxas de descontos arbitradas.
As duas outras empresas optaram pela alternativa Outros,
esclarecendo que, para a determinação de suas taxas de desconto, utilizam como
taxa básica, a de mercado, adicionada de um spread de risco, em função do tipo
de projeto.
6.4.6. A relação entre capital próprio e de terceiros na empresa
Entre
responderam
a
as
esta
onze
empresas
pergunta.
Devido
relacionadas,
à
forma
de
apenas
duas
não
consolidação
dos
conglomerados, conforme observado no capítulo anterior, para efeito de
determinação do capital próprio e de terceiros, foi considerado que a estrutura de
capital de uma empresa holding e de sua controlada são semelhantes.
150
Por conseguinte, podemos observar no Gráfico 6.19 que a faixa de
composição de capital próprio, do setor químico-farmacêutico, é de 20% a 50%,
com um valor médio em torno de 30%.
Gráfico 6.19: Relação Entre Capital Próprio e de Terceiros do
Setor Químico-Farmacêutico
%
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
50
67
50
33
50
56
65,52
QF2
QF3
75
70
70
20
25
30
30
QF8
QF9
QF10
QF11
50
44
34,48
QF1
80
QF4
QF5
QF6
QF7
Capital de Terceiros
Em presas
Capital Próprio
QFi: Codificação aleatória do setor químico-farmacêutico
6.4.7. Fontes de capital de terceiros preferidas pela empresa.
Das 11 empresas entrevistadas, dez responderam a esta pergunta.
Entre um conjunto de 4 alternativas propostas, o respondente deveria apenas
assinalar as alternativas preferidas, sendo possível, portanto, que se escolhesse
mais de uma alternativa. Desta forma, conforme o Gráfico 6.20, a alternativa
preferida, com 7 votos, para a obtenção de recursos de terceiros, é o mercado
financeiro internacional, onde os custos forem mais baixos.
Segue-se, com 4 votos, a obtenção de crédito no próprio país onde
determinado projeto será desenvolvido; recursos na própria Alemanha, com 3
votos e, por último, a alternativa Outros, com 1 voto. Nesta, foi citado,
151
dependendo do projeto, a combinação das três fontes de recursos anteriormente
citadas. Estes resultados podem ser observados no Gráfico 6.20.
Gráfico 6.20: Fontes de Capital de Terceiros do Setor QuímicoFarmacêutico
Votos
8
Obtenção de recursos na Alem anha
para financiam ento de projeto no
exterior
7
7
6
Obtenção de crédito no país onde o
projeto deverá ser desenvolvido
5
4
4
3
3
Obtenção de crédito no m ercado
financeiro internacional, onde os
custos forem m ais baixos
2
1
1
Outros
0
Fontes de Recursos de Terceiros
6.4.8. Fontes de capital próprio preferidas pela empresa
Das 11 empresas entrevistadas, 9 responderam a esta pergunta. Da
mesma forma que na pergunta anterior, entre um conjunto de 4 alternativas
propostas, o respondente deveria apenas assinalar as alternativas preferidas,
sendo possível, portanto, que se escolhesse mais de uma alternativa.
A alternativa preferida de fonte de recursos de capital próprio, com 6
votos, semelhante ao do setor automotivo, é no mercado acionário alemão. Estes
resultados podem ser observados no Gráfico 6.21, a seguir.
152
Gráfico 6.21: Fontes de Capital Próprio do Setor QuímicoFarmacêutico
Votos
7
Aquisição de recursos no
m ercado acionário alem ão
para financiam ento de
projeto no exterior
6
6
5
4
4
3
2
1
1
1
Aquisição de recursos no
m ercado acionário onde
deverá se situar o projeto
Aquisição de recursos no
m ercado acionário m ais
conveniente de um
terceiro país
Outros
0
Fontes de Capital Próprio
Em seguida, com 4 votos, a alternativa Outros. Nesta, foram citados
recursos próprios, de grandes acionistas, lucros retidos (Gewinnthesaurierung) e,
conforme o projeto, a combinação das três alternativas propostas na questão.
Finalmente, no mesmo nível de importância, com 1 voto cada, a aquisição de
recursos no mercado acionário do país, onde determinado projeto deve ser
implantado, bem como no mercado acionário mais conveniente de um terceiro
país.
6.4.9. Ordenação dos fatores fundamentais, os quais poderiam
motivar a empresa para novos investimentos no Brasil
(Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos
importante)
Entre um conjunto de 7 alternativas propostas, o respondente
deveria ordenar, de forma decrescente, quais os fatores que poderiam motivar a
empresa a realizar novos investimentos no Brasil.
153
Gráfico 6.22: Fatores de Motivação de Investimentos do Setor
Químico- Farmacêutico no Brasil
Percentagem
Ponderada
20,00
18,00
16,00
18,70
18,21
14,47
14,34
14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
13,36
4,00
2,00
0,00
Fatores
Outros
O novo am biente m acroeconôm ico com inflação baixa e um a taxa de crescim ento estável
Alteração na Constituíção, que perm ite a possibilidade de quebra de m onopólio e a
equiparação do conceito de em presa estrangeira à nacional
Entrada no m ercado da Am érica do Sul
Facilidade de rem essa de lucros
Foram aceitas e ponderadas normalmente respostas que atribuíram a duas
ou mais alternativas o mesmo grau de importância. Conforme o Gráfico 6.22,
acima, a alternativa de maior peso é Outros.
Nesta, foram citados a renovação dos investimentos já existentes no país;
a possibilidade de desenvolvimento de mercados maiores, através da integração
com os mercados da América do Sul; a redução do Custo-Brasil; uma melhor
distribuição do nível de renda, possibilitando, por conseguinte, um aumento do
consumo interno; queda ou supressão de tarifas de importação; o aprimoramento
das estruturas democráticas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e a
simplificação do sistema jurídico/legal .
Em segundo lugar, o novo ambiente macroeconômico do país, com
inflação baixa e uma taxa de crescimento estável.
154
Em seguida, por ordem decrescente de importância, a alteração da
Constituição, que permite a possibilidade de quebra de monopólio e a
equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional, a entrada da
empresa para o mercado da América do Sul e a possível facilidade de remessa
de lucros.
6.4.10. Se a empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil
Entre as onze empresas do setor químico-farmacêutico, oito
responderam a esta pergunta. Destas, seis afirmaram que fazem avaliação de
country-risk para o Brasil, sendo que as três restantes não responderam a esta
pergunta.
6.4.11. Os métodos de avaliação de country-risk empregados
para o Brasil
Das seis empresas do setor químico-farmacêutico, que afirmaram
fazer avaliação de country-risk
para o Brasil, apenas uma não indicou
que
método ou fonte de informação utilizava. Dentre as outras quatro, uma recorre às
avaliações do sistema bancário. Uma segunda empresa se baseia na sua própria
experiência de avaliação de risco, combinada com dados provenientes de
agências de rating. Para finalizar, as outras duas recorrem diretamente
às
agências de rating.
6.4.12. Índices comparativos de country-risk
em relação ao
Brasil
Nesta pergunta os respondentes deveriam atribuir notas, variando
de zero a dez, a um conjunto de 9 países, representativos para os fluxos de
investimentos de capital.
155
Esta faixa de variação de notas estaria representando desde
situações de países de risco zero até aqueles de risco extremo, para retornos de
investimentos.
Conforme o Gráfico 6.23, a seguir, o país que apresenta o menor
risco de investimento é a França. Em seguida, com uma boa margem de
distância, o México, a República Tcheca, Taiwan e a Argentina.
Gráfico 6.23:
Índices de Country-Risk do Setor QuímicoFarmacêutico
Som atório das
Notas
80
76
70
56
60
50
48
51
62
Argentina
Brasil
45
46
47
México
China
40
Coréia do Sul
30
Taiw an
França
20
10
Rússia
10
República Tcheca
0
Países
O Brasil, dentre os nove países listados, ocupa a sexta colocação,
seguido pela China, Coréia do Sul e a Rússia.
156
6.4.13. Influência da crise financeira na região asiática de
Dezembro de 1997, nesta avaliação de country-risk
Entre
as
onze
empresas
do
setor
químico-farmacêutico
entrevistadas, nove responderam a esta questão. Destas, oito informaram que a
crise do final do ano de 1997 na região asiática, influenciou sua avaliação de
country-risk, proposta na questão anterior.
6.4.14. A crise na região asiática e o procedimento da empresa,
no médio-longo prazo em relação aos países latinoamericanos (Argentina, Brasil e México)
Dentre
as
oito
empresas
do
setor
químico-farmacêutico
entrevistadas, que declararam na questão anterior, que a crise de dezembro de
1997 na região asiática influenciou sua avaliação de country-risk acima, sete não
acreditam que esta crise possa mudar, no médio-longo prazo, o procedimento da
sua empresa a favor dos países latino- americanos acima citados. A empresa
restante, não respondeu.
6.4.15. Disposição da empresa em fazer investimentos no Brasil
nos próximos cinco anos
Conforme o Gráfico 6.24, a seguir, dentre as onze empresas do
setor químico-farmacêutico entrevistadas, dez responderam a esta pergunta. Seis
delas afirmaram que deverão fazer investimentos no Brasil acima da média dos
últimos 5 anos. As outras quatro, entretanto, deverão manter o nível de
investimento neste período.
157
Gráfico 6.24: Disposição do Setor Químico-Farmacêutico para
Investimentos no Brasil nos Próximos 5 anos
N úm e ro de E m pre s a s
1,2
QF1
QF2
1
QF3
0,8
QF5
0,6
QF4
QF6
0,4
QF8
QF9
0,2
QF10
0
Inv e s t im e nt o s a c im a M a nut e nç ã o do ní v e l
do s últ im o s 5 a no s
da m é dia do s
últ im o s 5 a no s
Inv e s t im e nt o a ba ixo
da m é dia do s
últ im o s 5 a no s
N e nhum
inv e s t im e nt o
QF11
QFi: Codificação aleatória do setor químico-farmacêutico
6.4.16. Segundo o setor químico-farmacêutico, os motivos para
reduzida participação de capitais alemães no atual
processo
de
privatização
das
empresas
estatais
brasileiras
Sete entre as onze empresas entrevistadas, responderam a esta
pergunta. Sob a perspectiva do setor químico-farmacêutico, os principais motivos
citados, para a ainda pequena participação de capitais alemães no atual processo
de privatização das empresas estatais
brasileiras, podem ser resumidamente
agrupadas, com base em razões objetivas e subjetivas de seus respondentes.
Com relação ao primeiro grupo teríamos o seguinte:
•
As principais empresas alemãs que, até o presente, poderiam
participar deste processo são estatais ou para-estatais, que não
se orientam ou possuem uma política de globalização.
•
Até o presente não foram privatizadas empresas que poderiam
ser atraentes para o setor químico-farmacêutico, tanto em nível
158
de suprimento para um mercado de escala mundial como de
portifólio de produtos.
Com base em uma percepção mais subjetiva dos respondentes,
foram citados os seguintes fatores:
•
Falta de informação sobre este processo de privatização que
está ocorrendo no Brasil, o que torna difícil uma avaliação das
empresas a serem privatizadas, bem como dos seus mercados.
•
Para muitos o Brasil ainda é considerado um país exótico e
instável.
•
Processo de privatização estaria ocorrendo de forma lenta,
faltando tanto por parte do governo quanato do legislativo
brasileiro, uma negociação responsável.
6.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente capítulo foi apresentado a análise intrasetorial das
empresas alemãs dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, que
participaram da pesquisa de campo. Com base nestes resultados, pode-se
observar que, dependendo do tipo de pergunta, havia coincidências parciais, ou
mesmo unânimes, nas respostas desses setores. Estes perfis de comportamentos
intrasetoriais serão apresentados no capítulo VII, a seguir.
159
CAPÍTULO VII
ANÁLISE COMPARATIVA INTERSETORIAL DA PESQUISA DE CAMPO
Ao contrário da Grã-Bretanha e da França, a Alemanha não tinha colônias que lhe assegurassem
mercados de exportação. As empresas alemãs tiveram sempre de vender a compradores estrangeiros exigentes e foram obrigados a re0construir
posições no exterior, depois das duas guerras
mundiais. Isso fortaleceu a capacidade alemã.
(Porter, op.cit., p. 422)
7.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No capítulo anterior, foram apresentados os resultados intrasetoriais
da pesquisa de campo relativo às decisões de investimentos dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico alemães, em nível mundial e no Brasil. Com
base nestes resultados, podem-se verificar algumas semelhanças na percepção,
análise e julgamento de certas questões propostas, que muito provavelmente espelham a forma com que estas empresas se posicionam e agem, quando da tomada de decisões de investimentos no exterior.
160
Por outro lado, em função de suas particularidades setoriais, podese verificar para um conjunto de outras questões, no entanto, a ocorrência de
comportamentos diversos, por parte destes mesmos agentes econômicos. Neste
sentido, uma análise das principais semelhanças e diferenças destes comportamentos, observadas nesta pesquisa, vão ser resumidas, a seguir:
7.2.
FATORES DE MOTIVAÇÃO DE INVESTIMENTOS
ALEMÃES NO EXTERIOR
Com base na avaliação ponderada dos resultados, o fator de maior
motivação de investimentos no exterior, para o setor automotivo, recaiu sobre a
necessidade de se ter uma base estratégica para a incorporação de novos mercados.
Por outro lado, tanto o setor bancário como o químico-farmacêutico,
listaram outros fatores, divergentes diferentes daqueles oferecidos como alternativa para a indagação em questão.
O setor bancário citou, por exemplo, a possibilidade de se estar próximo de seus clientes no exterior, bem como de acompanhar suas respectivas
atividades de exportação; a Federação Bancária das Cooperativas Alemãs em ser
representada no exterior; e por fim, salientaram-se os menores custos de produção em geral, e da mão de obra, em particular.
Quanto ao setor químico-farmacêutico, foi citado o tamanho e a possibilidade de criação de novos potenciais de mercado. Interessante notar que, tanto o setor bancário como o químico-farmacêutico, classificam em último lugar,
dentre uma lista de 5 fatores prioritários, a possibilidade de se obter no exterior
maiores margens de lucro do que na Alemanha.
Com relação a estes resultados, um artigo publicado na revista do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de Tübingen, de autoria de Ulrike Batz,
161
em abril de 1997, sobre os fatores determinantes de investimentos alemães no
exterior, apresenta, inicialmente, os resultados de duas diferentes pesquisas. A
primeira foi realizada em 1989, pelo Conselho de Comércio e Industria da Alemanha (DIHT), junto a cerca de 7,200 empresas da parte ocidental da Alemanha.
Através desta pesquisa verificou-se que cerca de 20% dos entrevistados consideram os tributos e impostos como o principal motivo para se realizar investimentos
no exterior. A gama de motivos variam em função das regiões consideradas: Os
investimentos na América do Norte, Europa Ocidental e Sudoeste da Ásia estariam relacionados com a venda de produtos. Em contrapartida, para as regiões da
Europa Central , teria como motivo principal, os custos.
A outra pesquisa citada neste artigo, tendo como referência o jornal
Frankfurter Allgemeine Zeitung, de 05/02/97, foi realizada pelo Instituto de Economia Alemã (IW). Segundo estes resultados, somente um terço dos investimentos diretos no exterior estaria relacionado com estratégias de vendas e de acompanhamento das exportações. Os outros dois terços estariam relacionados com
objetivos de se abaixar seus custos na Alemanha.
Como alternativa ao método de se obter conclusões, através de
pesquisas, como foi os dois casos acima, Batz propõe e apresenta seus resultados, com base em um modelo analítico de regressão, aplicado às estruturas regionais e setoriais de investimentos alemães no exterior, que estão em linha com os
nossos resultados explicitados acima.
Os resultados deste modelo também indicam a importância de estratégias de vendas nas estruturas de investimentos. Para esta avaliação pesou,
acima de tudo, a importância dos países industrializados, como regiões-alvo dos
investimentos diretos alemães, o aumento considerável da participação dos setores de serviços, instituições de créditos e companhias de seguros nos ativos das
empresas alemãs no exterior, bem como um peso acima da média dos setores
especialmente competitivos e voltados para a exportação, como, por exemplo, a
indústria química, eletrônica , automotiva e mecânica. Para estes últimos quatro
setores, como fator de transferência de plantas industriais para o exterior, pode-se
162
identificar referências isoladas, relacionadas com custos mais baixos de mão de
obra.
7.3. EXISTÊNCIA DE ESTRATÉGIA POLÍTICA DE MOTIVAÇÃO,
POR PARTE DO GOVERNO ALEMÃO, DE INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR
A maioria das empresas entrevistadas foi quase unânime em responder negativamente, quanto à existência de uma estratégia política, por parte
do governo alemão, que possa motivar investimentos de empresas alemãs no
exterior.
O governo alemão tem uma participação relativamente modesta na política industrial, em comparação com a maioria dos países europeus e asiáticos. Não há, por exemplo, um ministério do comércio exterior na Alemanha; os alemães acham
que esse comércio é função principalmente das
empresas, não do governo (Porter, op.cit., p. 429).
Das 44 empresas pesquisadas, apenas 2, respectivamente do setores automotivo e bancário, responderam afirmativamente a esta pergunta. Ambas,
entretanto, esclareceram que não identificaram nesta estratégia de incentivo para
investimentos no exterior, um cunho político, mas meramente comercial, por parte
do governo.
Neste sentido, a primeira destas empresas citou o seguro Hermes,
que, dependendo do tipo de operação de exportação, pode ser colocado à disposição das empresas, pelo governo. A segunda, além de também citar esta modalidade de incentivo, incluiu a Sociedade Alemã de Desenvolvimento (DEG) e a
“Casa Alemã” (Deutsches Haus), uma espécie de incubadora para pequenas e
médias empresas alemãs no exterior, já atuando no México e Cingapura.
163
7.4.
FATORES FUNDAMENTAIS DE ESTABILIDADE
ECONÔMICA EM UM PAÍS
Com base na avaliação ponderada dos resultados, as opiniões dos
três setores envolvidos na pesquisa são divergentes, quanto aos fatores fundamentais para a estabilidade econômica em um país. O setor automotivo considera
o alto nível de reservas cambiais, enquanto que o setor químico-farmacêutico, a
baixa taxa de inflação. O setor bancário, por sua vez, listou outros fatores, divergentes daqueles oferecidos como alternativas para a indagação em questão.
Entre estes fatores, foram citados a estabilidade política; condições
estruturais de funcionamento da economia de mercado; uma sólida, contínua e
confiável política fiscal; o grau de endividamento externo, nível de poupança interna, constante crescimento econômico; baixo déficit orçamentário e taxa de desemprego.
7.5.
INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS PARA
AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS NO EXTERIOR
Para o setor químico-farmacêutico, a alternativa de maior peso recaiu sobre o indicador de Valor Presente Líquido (VPL). Segue-se, pela ordem, o
Tempo de Retorno de Investimento (Pay-Back) e, por último, a Taxa Interna de
Retorno (TIR).
Por outro lado, tanto o setor automotivo como o bancário, listaram
outros fatores, diferentes daqueles oferecidos como alternativa preferida para a
indagação em questão. Um dos respondentes do setor automotivo citou, por exemplo, um indicador não econômico-financeiro, ou seja, o de critério de decisão
política para investimentos no exterior.
O setor bancário, por sua vez, citou a necessidade do acompanhamento das atividades dos clientes no exterior; a política de negócios das empre164
sas para investimentos, visando o longo prazo. Também foi mencionado por este
setor que, dependendo do tipo de projeto, os diferentes indicadores econômicos e
financeiros citados, devem ser utilizados.
Interessante notar que, tanto o setor automotivo como o bancário,
ordenaram, prioritariamente, os demais fatores de forma idêntica, ou seja, em segundo lugar a Taxa Interna de Retorno, seguido do Tempo de Retorno de Investimento (Pay-Back) e, por último, o Valor Presente Líquido.
Setorialmente, os critérios de preferência para a escolha da taxa de
desconto (discount rate) a ser aplicada na determinação do Valor Presente Líquido (VPL) de projetos são distintos. Além disto, muitos respondentes frisaram que
a preferencia por determinado indicador não invalidaria, também, a utilização,
concomitante, dos demais, para a escolha de determinada taxa de desconto.
No setor automotivo, a única empresa que indicou preferir o método
do VPL, como indicador de investimentos no exterior, informou que utiliza um método próprio para escolher a sua respectiva taxa de desconto.
No setor bancário, entre os três bancos que escolheram em primeiro
lugar o indicador de Valor Presente Líquido (VPL), a determinação da sua respectiva taxa de desconto é feita preferencialmente pelo método CAPM (Método de
Precificação de Ativos Financeiros), seguido do Custo Médio Ponderado de Capital.
Quanto ao setor químico-farmacêutico, e conforme vimos anteriormente, dos cinco respondentes que escolheram o Valor Presente Líquido (VPL),
como o indicador preferido de investimentos no exterior, três utilizam, diferentemente, como critérios para as escolhas de suas taxas de desconto (discount rate)
o custo médio ponderado de capital (relação entre os capitais próprios e de terceiros), o método de precificação de ativos CAPM (Capital Asset Pricing Model), e
taxas de descontos arbitradas.
165
As duas outras empresas do setor químico optaram pela alternativa Outros, declarando que, para a determinação de suas taxas de desconto, utilizam, como taxa básica, a de mercado, adicionada de um spread de risco,
em função do tipo de projeto.
7.6. A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL PRÓPRIO E DE TERCEIROS
DAS EMPRESAS
Pela especificidade de sua atividade principal, ou seja, de comercialização não de produtos mas de serviços, os bancos, de um modo geral, trabalham com um volume de capital próprio muito baixo, se comparados com os setores automotivo e químico-farmacêutico, variando, em média, entre 3% e 8% em
relação ao total do seu passivo.
Já os setores automotivo e químico-farmacêutico, voltados para a
comercialização de produtos, possuem, em comparação com o setor bancário,
um ativo imobilizado bem maior em máquinas, instalações e imóveis. Com isto,
suas necessidades de financiamento, através de capital próprio, são bem maiores. Nesta pesquisa, as empresas do setor automotivo operam com um capital
próprio na faixa entre 28% e 42,40% do seu passivo total. De forma semelhante, a
composição de capital próprio do setor químico-farmacêutico é de 20% a 50%.
7.7..FONTES DE CAPITAL DE TERCEIROS PREFERIDAS DAS
EMPRESAS
Tanto para o setor automotivo como para o químico-farmacêutico,
como fonte de recursos preferida, a obtenção de capitais no país, onde o projeto
deverá ser desenvolvido. Para o setor bancário, no entanto, a fonte preferida é a
obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem
mais baixos.
166
7.8. FONTES DE CAPITAL PRÓPRIO PREFERIDAS DAS
EMPRESAS
Tanto para o setor automotivo como para o químico-farmacêutico, a
aquisição de recursos no mercado acionário alemão é a alternativa preferida de
aumento de capital próprio.
O setor bancário, entretanto, assinalou outras fontes que não aquelas oferecidas na pergunta em questão. Foram citados recursos das matrizes dos
bancos, fundos de reservas (Rücklagebildung), lucros retidos (Gewinnthesaurierung), recursos diretos do governo, no caso de bancos estaduais e da Federação
das Cooperativas de Crédito, no caso de Cooperativa de Crédito.
7.9. FATORES FUNDAMENTAIS DE MOTIVAÇÃO DE
NOVOS INVESTIMENTOS NO BRASIL
Com base na avaliação ponderada dos resultados, o setor automotivo considerou a credibilidade e competência do Presidente da República, como
fator primordial de motivação para novos investimentos no Brasil. Esta resposta
talvez possa ser explicada pela dependência, deste setor, de decisões internas no
país, mais diretamente ligadas ao governo, tais como níveis de preços de combustíveis, manutenção e investimentos na construção de novas estradas, etc.
O setor bancário, por sua vez, elegeu o novo ambiente macroeconômico no país, com inflação baixa e uma taxa de crescimento estável, como o
principal fator de motivação para novos investimentos no Brasil.
Quanto ao setor químico-farmacêutico, conforme visto no capítulo
VI, citou outros fatores, diferentes daqueles oferecidos como alternativas para a
indagação em questão: a renovação dos investimentos já existentes no país; a
possibilidade de desenvolvimento de mercados maiores, através da integração
167
com os mercados da América do Sul; a redução do Custo-Brasil e uma melhor
distribuição do nível de renda, possibilitando, por conseguinte, um aumento do
consumo interno. Além disto, a queda ou supressão de tarifas de importação; o
aprimoramento de estruturas democráticas seguras do Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e, por último, a simplificação do sistema jurídico/legal.
Com relação a estes componentes políticos, é interessante nos reportarmos a uma pesquisa realizada em agosto de 1997, coordenada pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-SP). Esta pesquisa faz parte de sua publicação, Investitionshandbuch Brasilien, que teria como
título Manual de Investimentos no Brasil (INVESTITIONSHANDBUCH, 1998), distribuída tanto na Alemanha, como no Brasil. Esta pesquisa englobou cerca 600
empresas localizadas no Brasil, 61% delas de capital estrangeiro, predominantemente provenientes da Alemanha. Um terço destas empresas são do setor de
serviços e dois terços do industrial.
Segundo esta pesquisa 86% das empresas não acreditam em uma
mudança arbitrária de governo, através, por exemplo, de um golpe de Estado.
Entretanto, 61,7% acreditam na possibilidade de alteração substancial da política
econômica, devido à mudança de governo, através de eleições. Nesta mesma
pesquisa, 52,2% das empresas consideram que mudanças inesperadas na legislação ou na política podem influenciar em suas atividades.
Deve-se ressaltar que, a questão da credibilidade e competência do
Presidente da República, mencionada pelo setor automotivo nesta nossa pesquisa, não foi citada por estes dois setores, bancário, no seu conjunto, e químicofarmacêutico, como um dos cinco fatores primordiais de investimento. Neste sentido, alguns respondentes explicitaram que, apesar de reconhecerem como importante a figura do Presidente da República, esta é passageira e temporária, não
sendo portanto um fator determinante de investimentos no longo prazo em um
país.
168
É interessante, entretanto, notar que, como estratégia de atração de
investimentos diretos para o Brasil, o Governo brasileiro parece centrar-se, ainda
muito, na figura do Presidente da República. Em sua estadia na Espanha, em
maio de 1998, por exemplo, o Presidente Fernando Henrique Cardoso se encontrou em Madri com os maiores empresários daquele país, vendendo a imagem do
Brasil como um país ideal para investimentos estrangeiros; garantindo que o país
tem políticas definidas e Ministro da Fazenda estável, ele afirmou que, enquanto
estiver na presidência, “não haverá surpresas” (O GLOBO, 19/05/98).
Com base nos resultados da nossa pesquisa, uma declaração como
esta, muito provavelmente teria pouco efeito prático na Alemanha, que possui
uma tradição de governo parlamentarista bastante arraigada em seus cidadãos,
pouco afeitos, portanto, a sobressaltos e surpresas com mudanças de governos.
Muito pelo contrário, este tipo de declaração poderia até denotar
uma fragilidade e pouco amadurecimento das estruturas políticas e econômicas
no Brasil, cujas garantias para os investimentos estrangeiros estariam, então,
sempre condicionadas a avais presidenciais, de cunho personalista, conforme
visto acima.
7.10. ÍNDICES COMPARATIVOS DE COUNTRY-RISK EM
RELAÇÃO AO BRASIL
Entre o total de 44 empresas entrevistadas, 40 responderam a esta
pergunta. Destas, 34 declararam fazer avaliação de country-risk para o Brasil.
O Quadro 7.1 mostra um resumo dos valores de country-risk, vistos
anteriormente, que foram atribuídos pelos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico a um conjunto de 9 países representativos de fluxos de investimentos de capital, provenientes da América Latina, Ásia e Europa.
Quadro 7.1: Resumo Setorial das Análises de Country-Risk
169
Conjunto dos
Setores
Países
Ordem
França
1o
Taiwan
2o
R. Tcheca
3o
México
4o
Argentina
5o
Brasil
6o
China
7o
Coréia Sul
8o
Rússia
9o
Resumo Setorial das Análises de Country-Risk
Setor Automotivo
Setor Bancário
Países
França
Taiwan
R. Tcheca
Argentina
Coréia Sul
China
Brasil/México
Rússia
Ordem
1o
2o
3o
4o
5o
6o
7o
8o
9o
Países
França
Taiwan
R. Tcheca
China
México
Argentina
Coréia Sul
Brasil
Rússia
Setor QuímicoFarmacêutico
Ordem Países
Ordem
1o
França
1o
o
2
México
2o
3o
R. Tcheca
3o
o
4
Taiwan
4o
o
5
Argentina
5o
o
6
Brasil
6o
7o
China
7o
o
8
Coréia Sul
8o
o
9
Rússia
9o
Tanto os setores automotivo como o bancário consideram a França,
seguida de Taiwan e Republica Tcheca, como o de menor índice de risco-país. Já
para o setor químico-farmacêutico, a França também ocupa o primeiro lugar, seguida, entretanto, do México e a República Tcheca. Na colocação geral a França
ocupa o primeiro lugar, seguida de Taiwan e República Tcheca.
Setorialmente, o Brasil, segundo o setor automotivo, divide o sétimo
lugar com o México; oitavo lugar segundo o setor bancário e sexto, segundo o
setor químico-farmacêutico. Na colocação geral o Brasil ocupa a sexta posição, à
frente da China, Coréia do Sul e da Rússia. Em todas as avaliações efetuadas a
Rússia ocupa a última colocação.
7.11..EFEITOS DA CRISE ASIÁTICA DE DEZEMBRO DE 1997,
NESTA AVALIAÇÃO DE COUNTRY-RISK
De um total de quarenta e quatro empresas dos setores automotivo,
bancário e químico-farmacêutico entrevistadas, quarenta e uma responderam a
esta pergunta. Tanto em conjunto como setorialmente, a grande maioria dos entrevistados informou que a crise asiática, em dezembro de 1997, influenciou a
170
avaliação de country-risk acima. A distribuição das respostas entre os setores encontra-se na Tabela 7.1, a seguir.
Tabela 7.1: Efeitos da Crise Asiática na Avaliação de CountryRisk
Setores
Automotivo
Bancário
Químico-Farmacêutico
Total
N/R: Não respondeu
7.12.
Efeitos da Crise Asiática na Avaliação de Country-Risk
Sim
Não
N/R
4
1
25
2
8
1
37
4
1
2
3
A CRISE ASIÁTICA E OS INVESTIMENTOS, NO MÉDIOLONGO PRAZO, DAS EMPRESAS ALEMÃS NOS PAÍSES
LATINO-AMERICANOS
De um total de trinta e sete empresas, dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico entrevistadas, que responderam positivamente à
pergunta anterior, a maioria, tanto em conjunto como setorialmente, informou que
não acredita que esta crise asiática poderá favorecer, no médio-longo prazo, investimentos de empresas alemãs nos países latino-americanos, Argentina, Brasil
e México.
Neste sentido, estes setores justificam que os mercados latinoamericano e asiático são totalmente diferentes. Além disto, pelo volume de negócios envolvidos nestes países da América Latina, a preocupação com relação a
novos investimentos contempla um horizonte de longo prazo. Com isto, os mesmos não sofreriam influências, por exemplo, da crise asiática, que no entendimen-
171
to, da grande maioria dos entrevistados, é uma crise de curto prazo. A distribuição
das respostas entre os setores encontra-se na Tabela 7.2.
Tabela 7.2: Possibilidade de Favorecimento de Países LatinoAmericanos Devido à Crise Asiática
Setores
Automotivo
Bancário
Químico-Farmacêutico
Total
N/R: Não respondeu
Favorecimento de Países Latino-Americanos Devido à Crise
Asiática
Sim
Não
N/R
4
6
19
0
7
1
6
30
1
172
7.13 DISPOSIÇÃO DE INVESTIMENTOS NO BRASIL NOS
PRÓXIMOS 5 ANOS
Do total de 44 empresas entrevistadas, 7 não responderam a este
questionário. A grande maioria das empresas, tanto do setor automotivo como
bancário e químico-farmacêutico, afirmou a disposição de manter no país, pelo
menos o nível de investimentos da média dos últimos anos.
O resultado setorial dos votos da disposição das respectivas empresas em fazer investimentos no Brasil, dentro dos próximos anos, encontra-se resumido na Tabela 7.3, a seguir.
Tabela 7.3: Disposição das Empresas para Novos Investimentos
no Brasil
Setores
Automotivo
Bancário
Químico-Farmacêutico
Total
(*) N/R: Não respondeu
Disposição das Empresas para
Novos Investimentos no Brasil
A
B
C
D
3
1
1
7
5
10
6
4
16
10
11
N/R*
6
1
7
A pesquisa da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha
(AHK-SP), citada anteriormente, no item 7.9, apesar de ter sido feita em agosto
de 1997, antes, portanto, da crise asiática, no final de 1997, e da moratória da
Rússia, em agosto de 1998, oferece um bom parâmetro de como as empresas
alemãs, aqui instaladas, consideram a estabilidade política e econômica brasileira
para um horizonte de tempo de cinco anos. Em uma escala de 1 (muito estável) a
6 (muito instável), as empresas entrevistadas avaliaram estes horizontes de tempo, cujas respectivas médias de notas encontram-se na Tabela 7.4, a seguir.
Tabela 7.4: Avaliação da Estabilidade Política e Econômica do
Brasil no Presente e no Futuro (Base: agosto de 1997)
173
Horizonte de
Tempo
Muito Estável
Estabilidade
Política hoje
.....em 5 anos
Estabilidade Econômica hoje
.....em 5 anos
Moderado
Muito Instável
Média
das Notas
6
5
4
3
2
1
4,6
6
6
5
5
4
4
3
3
2
2
1
1
4,5
4,3
6
5
4
3
2
1
4,4
Fonte: INVESTITIONSHANDBUCH, 1998
Ainda segundo esta pesquisa, 96% dos entrevistados concordam
com a afirmativa que o Brasil ganhará importância no futuro como país de investimentos.
Em 22 de setembro de 1998, através da matéria que teria como título, Firmas Alemães Continuam Investindo (Deutsche Firmen investieren weiter) o
jornal Handelsblatt, reportou uma pesquisa feita com empresas alemãs no Brasil.
Seus resultados mostraram que, apesar da desconfiança do mercado financeiro
em relação ao Brasil, decorrente ainda dos efeitos da crise asiática, quando este,
então passou a ser considerado a bola da vez, ou seja, o próximo país a sofrer
uma crise cambial, após a da Rússia, a maioria das empresas alemãs situadas no
país, com algumas exceções, vêem o seu futuro, no país, com otimismo. Importante notar que esta conclusão foi obtida no contexto da duplicação da taxa de
juros, por parte do governo brasileiro, para 40%, e do rebaixamento do Brasil,
como risco-país, pela agência de rating Moody`s, dos Estados Unidos.
Segundo ainda esta matéria, as empresas Volkswagen e Mercedes
Benz do Brasil , apesar de sofrerem redução dos seus volumes de vendas, decorrentes da diminuição do poder de consumo (juros elevados, diminuição de salários e desemprego) da população, não estariam cortando seus investimentos,
mas sim postergando a expansão de suas capacidades de produção.
A industria química alemã, por sua vez, estaria compensando a diminuição de seus clientes no Brasil, através de resultados positivos nos seus
174
respectivos setores farmacêuticos. Seria o caso, portanto, da Bayer que deverá
ter um faturamento de cerca de 7% superior ao ano de 1997.
No início de novembro de 1998, A Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha (AHK-SP), através de um informe aos seus associados, intitulado
Multis mantêm seus Investimentos no Brasil (Multi halten an Investitionen in Brasilien fest) declara que
a despeito do retrocesso da economia brasileira
que deverá recrudescer no próximo ano, os mais
expressivos grupos internacionais mantêm seus
planos de investimentos para o Brasil. Como motivos pra esta confiança na economia brasileira,
no médio e longo prazo, os dirigentes das respectivas empresas citam o mercado potencial, bem
como a estabilidade política e o câmbio do país. A
esperada recessão é considerada como um infeliz
incidente que deverá ser superada no final de
1999. (MULTI, 04/11/98)
Finalizando, os dados e conclusões das pesquisas e matérias acima,
que refletem o sentimento da indústria de capital estrangeiro no país, como um
todo, convergem para os resultados encontrados em nossa pesquisa, restrita aos
setores automotivo, bancário e o químico-farmacêutico, os quais deverão manter
no país, nos próximos anos, pelo menos o nível de investimentos da média dos
últimos anos.
175
7.14. MOTIVOS DA REDUZIDA PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS
ALEMÃES NO ATUAL PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO
DAS EMPRESAS ESTATAIS BRASILEIRAS
Com base nas respostas das empresas, apresentadas no capítulo
anterior, quanto à pequena participação de capitais alemães no atual processo de
privatização das empresas estatais brasileiras, podemos reunir cinco razões objetivas, que em maior ou menor grau, são compartilhadas pelos setores automotivo,
bancário e químico-farmacêutico. Estas razões seriam as seguintes:
•
As privatizações do Brasil, ocorrem nos setores de infraestrutura, ocupados na Alemanha por empresas públicas, em nível federal, estadual ou municipal, que não se orientam ou possuem uma política de globalização. Com isto faltaria expertise à
maioria das empresas alemãs, para participar mais ativamente
deste processo.
•
A prioridade dos investidores alemães estaria voltada na direção
do Leste da Alemanha e da Europa.
•
Um ambiente econômico instável no Brasil, devido principalmente ao seu déficit público e em conta corrente, bem como o fato
de o Real estar apreciado em relação ao dólar.
•
Os setores privatizados no Brasil não corresponderam ao interesse das empresas alemãs, tanto em termos de porte, como de
portifólio de seus produtos ou serviços.
•
Falta de informação na Alemanha sobre este processo de privatização, tornando, portanto, difícil às suas empresas, a identificação de oportunidades de negócios.
176
Estes fatores, que classificamos como de razões objetivas, estão em
consonância com o que tem sido divulgado nos jornais alemães, bem como com
as discussões que vêm se realizando regularmente, envolvendo empresários e
autoridades governamentais dos dois países. Foi o caso por exemplo do XV Encontro Empresarial Brasil-Alemanha e da XXIV Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha, que ocorreram, conjuntamente, entre 14 e 16 de setembro de 1997
no Rio de Janeiro. Até então, a participação de capitais alemães no processo de
privatização o Brasil, no valor de US$ 30 bilhões, tinha sido, apenas, de 1,4%.
O jornal Handelsblatt, de 19 de setembro de 1997, noticiou estes
dois eventos em uma matéria intitulada Velocidade de Reforma Emocionante – Os
alemães acordam tarde para a privatização (Atemraubendes Reformtempo Deutsche verschlafen Privatisierung). Nesta, cita o então Vice-Ministro da Economia da Alemanha, Heinrich L. Kolb, que justifica que
o pouco interesse dos alemães nas privatizações
brasileiras seria devido à estrutura econômica da
Alemanha, onde a maioria do setor de serviços
ainda se encontra sob o controle do governo, ou
está sendo presentemente privatizado. Com isto,
haveria pouca experiência na Alemanha a respeito das privatizações (Handelsblatt, 19.09.97)
Esta matéria, entretanto, ao mencionar a participação da estatal
francesa EDF na privatização da Light, comenta que o fato de um setor de energia ser controlado pelo governo não deve ser um impeditivo para que se participe
deste processo de privatização.
Quanto às razões subjetivas apresentadas por estes três setores, a
mais significativa diz respeito à imagem desfavorável do Brasil, que para muitos
na Alemanha, ainda é considerado um país exótico e instável, tanto econômicacomo politicamente.
A este respeito, o mesmo artigo (Handelsblatt, 19/09/97) também
comentou que, para os representantes alemães, a falta de informações na Ale-
177
manha, sobre a estabilidade política e econômica no Brasil, é um fator de inibição
de investimentos. Cita então Hans-Olaf Henkel, presidente da Federação das Indústrias Alemãs (BDI), que afirma que ainda circulam no nosso país alguns preconceitos arraigados sobre o Brasil (da geistern bei uns noch einige Vorurteile
über Brasilien herum).
Interessante notar que esta falta de informações na Alemanha sobre
o Brasil contrasta com a experiência de empresas alemãs que atuam no país. Isto
também pode ser observada na pesquisa da Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha (INVESTITIONSHANDBUCH, 1997) citada anteriormente, Em
uma escala de 1(muito estável) a 6 (muito instável), aquelas 600 empresas, localizadas no Brasil, deveriam avaliar os fatores percebidos como entraves para as
suas atividades de negócios. Por ordem decrescente foram citados a infraestrutura, financiamento, legislação tributária e impostos elevados, bem como as
leis trabalhistas. A média das notas conferidas por estas empresas podem ser
observadas na Tabela 7.5, a seguir.
Tabela 7.5: Grandes Entraves para a Atividade de Negócios
no Brasil (Base: agosto de 1997)
Grandes Entraves para a Atividade Comercial no Brasil
Média das Notas
4,4
4,3
4,3
4,2
Infra-estrutura
Financiamento
Impostos e Legislação Tributária
Leis Trabalhistas
Fonte:
INVESTITIONSHANDBUCH,
1998
Por outro lado, fatores como instabilidade de políticas econômicas,
inflação e controle de preços, que no passado prejudicavam o funcionamento da
economia, foram apontados como os menores entraves, conforme a Tabela 7.6, a
seguir.
178
Tabela 7.6: Pequenos Entraves para a Atividade de Negócios
no Brasil (Base: agosto de 1997)
Pequenos Entraves para a Atividade Comercial no
Brasil
Média das Notas
3,2
2,5
2,1
1,9
Instabilidade de Política Econômica
Inflação
Controle de Preços
Terrorismo
Fonte:
INVESTITIONSHANDBUCH,
1998
De importância secundária foram citados fatores como a legislação de comércio exterior, corrupção, controle de divisas e criminalidade.
Para finalizar esta questão, sobre possíveis entraves para negócios no
Brasil, esta pesquisa concluíu que estes resultados se encontram em contradição
com a tendência de apresentação na mídia européia, que facilmente pode transmitir, aos não familiarizados, uma imagem distorcida da realidade no Brasil (INVESTITIONSHANDBUCH, 1997, p. 33).
7.15. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, onde foi feita uma análise comparativa das respostas
da pesquisa de campo, realizada com os setores automotivo, bancário e químicofarmacêutico alemães, quanto às decisões de investimentos, é importante, inicialmente ressaltarmos, a questão das estratégias de vendas, como fator fundamental de motivação de investimentos no exterior, seja na necessidade de se ter
uma base de representação no exterior, seja na criação ou incorporação de novos
mercados. O fator custo de produção na Alemanha, ocuparia, então, neste contexto, um papel secundário. Neste processo, conforme ressalta Porter, em comparação com a maioria dos países europeus e asiáticos, o governo alemão tem uma
participação relativamente pequena, como fator motivador destes investimentos
no exterior (PORTER, op. cit.).
179
Um fato interessante é que tanto o setor automotivo como o químicofarmacêutcio coincidiram nas suas preferências, tanto para aumento de capital
próprio como de terceiros. Para o primeiro caso, aquisição de recursos no mercado acionário alemão; para o segundo, obtenção de recursos no país onde o projeto deverá ser desenvolvido.
Com relação aos motivos principais para novos investimentos no
Brasil, vimos que os setores bancário e químico-farmacêutico alemães privilegiam
menos a figura e credibilidade do Presidente da República do que os aspectos
relacionados com a estabilidade de suas estruturas econômicas e políticas. No
caso específico da Alemanha, esta questão cultural, a que nos referimos antes,
pode ser ilustrada, quando de um encontro, em Frankfurt, do Ministro da Fazenda,
Pedro Malan, com banqueiros alemães.
....Mas os alemães ficaram pouco curiosos. Na
apresentação pública a cerca de 60 banqueiros
alemães, num salão do elegante Frankfurter Hof
Hotel, surgiram apenas três questões – sobre juros, restrições do crédito internacional e dívida externa. Malan olhou a sala, aguardou nova questão
e terminou por fechar o encontro, agradecendo o
apoio. “Alemão pergunta pouco mesmo, mas está
otimista com o Brasil e satisfeito com o programa
fiscal”, garantiu Ralf Kelpin, diretor do Bankgesellschaft Berlin Group. (Gazeta Mercantil de
30/11/98).
Quanto aos índices comparativos de country-risk para um ranking de
nove países, o Brasil ocupa, comparativamente, as melhores colocações junto ao
setor produtivo, automotivo (5) e químico-farmacêutico (11), ao contrário do que
acontece no setor bancário (28).
Este resultado esteve de acordo com a percepção de parte da comunidade financeira internacional, posteriormente à moratória da Rússia, em agosto de 1998. Nesta ocasião, o Brasil passou a ser considerado o país bola da
vez, ou seja, o próximo a ser acometido de uma crise cambial, fato este que, dentro do limite temporal deste trabalho, não ocorreu.
180
Vimos também que, segundo nossa pesquisa, a grande maioria das
empresas alemãs dos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico deverão manter o nível de investimentos dos últimos anos. Este resultado está em
consonância com duas outras pesquisas realizadas, respectivamente, pela Câmara de Comercio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo e, pelo jornal alemão
Handelsblatt.
É evidente que esta confissão de fé das empresas multinacionais,
em geral, no Brasil, está embasada menos nas suas simpatias gratuitas pelo país
do que pela sua rentabilidade média proporcionada – a maior do mundo.
É o que demonstra recente estudo da Sobeet (Sociedade de Estudos das Empresas Brasileiras Transnacionais), com base no lucro líquido em relação aos ativos totais das subsidiárias americanas no país, que corresponde
quase ao dobro da média do mundo. O Brasil ocupa a primeira colocação, na
frente do Chile, Ásia e da China, considerada separadamente, conforme pode ser
visto na Tabela a 7.7, a seguir (Gazeta Mercantil, 30/11/98).
181
Tabela 7.7: Rentabilidade Média de Subsidiárias de
Multinacionais1 Americanas no Período 1995-1996
Países Hospedeiros
Brasil
Chile
Ásia2
China
América Latina3
México
Argentina
Europa
Austrália
Canadá
Japão
Mundo
Rentabilidade (em %)
8,42
7,13
6,75
6,30
6,10
6,07
5,03
3,99
3,99
3,86
2,40
4,42
Fonte: Survey of Current Business – Departamento de Comércio EUA, set/98
Elaboração: Sobeet, em Gazeta Mercantil de 30/11/98
(1) Empresas não financeiras; (2) Inclusive China, Japão e Austrália; (3) Exclui Brasil, Chile,
México e Argentina
Enquanto as empresas tiveram uma rentabilidade média de 8,42%
no Brasil, no resto do mundo o retorno foi de 4,42%. De acordo com a Sobeet
o bom desempenho do país, pode ser explicado
pelo grande número de oportunidades concentradas neste ano, como privatizações e aquisições
de bancos. Mas uma parte significativa vem de investimentos de multinacionais já instaladas (40%
a 45%) e novas multinacionais , que entram no
país sem ser por meio de privatização ou aquisição (5% a 10%). ...As empresas multinacionais
instaladas no Brasil confirmam o interesse pelo
país e garantem que vão manter investimentos.
...... A crise da Rússia não deve afetar muito os
investimentos (Gazeta Mercantil 30/11/98).
Segundo ainda a Sobeet, entre as 500 maiores multinacionais, somente 95 não estão no país e entre as 100 maiores, somente 9
estão ausentes.
182
Para finalizar estas considerações, uma questão muito importante é a reduzida participação alemã nas privatizações brasileiras.
Segundo a nossa pesquisa, as razões objetivas, da reduzida participação
alemã neste processo, confirmam as opiniões compartilhadas na mídia
alemã, bem como entre os empresários e autoridades governamentais,
diretamente envolvidos com as relações econômicas e comerciais entre
estes dois países.
Quanto às razões subjetivas, relacionadas, por exemplo com
a imagem desfavorável do Brasil, no que concerne a sua instabilidade
política e econômica, de certa forma podemos atribuí-las, em parte, a uma
falta, na Alemanha, de informação adequada ou atualizada do país.
183
CAPÍTULO VIII
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Só políticos de larga visão compreendem que o
segredo do bom governo consiste em conciliar
subótimos. Toda política ótima, no sentido
econômico,
é
tirânica
porque
impõe
desnecessárias perversidades àqueles que não
têm como escapar delas.(SANTOS, 1998, p. 120)
8.1 CONCLUSÕES
Este trabalho cumpriu seus objetivos geral e específico, inicialmente
propostos, que foram o estudo das motivações de investimentos alemães, a nível
mundial e no Brasil, focalizando-se no último caso seus setores automotivo,
bancário e químico-farmacêutico.
Tendo como base uma pesquisa de campo efetuada na Alemanha,
durante o primeiro trimestre de 1998, procurou-se, inicialmente, investigar os
fatores de motivação das empresas alemãs a investir no exterior; a
caracterização, por parte dos dirigentes e executivos, dos parâmetros de uma
economia estável; a possível existência de estratégia governamental de incentivo
184
às empresas para investimentos no estrangeiro; bem como os indicadores
econômicos e financeiros utilizados neste tipo de decisão.
Como objetivo específico, isto é, o comportamento dos capitais
alemães em relação ao Brasil, estudaram-se principalmente, as motivações das
empresas para novos investimentos e suas estratégias de curto prazo para o
país. Foi feita também uma análise comparativa de country-risk entre o Brasil e
um grupo representativo de oito países, tentando verificar a influência da crise
asiática, no final de 1997, sobre os países da América Latina. Além disto, foram
investigados os motivos para a reduzida participação de capitais alemães no atual
processo de privatização de empresas estatais brasileiras.
Verificamos que a grande maioria das empresas participantes da
pesquisa deverá manter o nível de investimentos dos últimos anos no país. Neste
contexto de atração de novos capitais, é interessante notar o papel secundário,
atribuído pelos dirigentes e executivos alemães, à figura do Presidente da
República, conferindo eles mais ênfase aos aspectos concernentes à estabilidade
econômica e política do Brasil.
Quanto aos resultados dos índices comparativos de country-risk da
pesquisa, o Brasil ocupa colocações menos ruins junto ao setor produtivo alemão,
automotivo e químico-farmacêutico, do que no setor bancário alemão. Conforme
já comentado no capítulo anterior, este resultado esteve de acordo com a
percepção de parte da comunidade financeira internacional, posteriormente à
moratória da Rússia, em agosto de 1998, quando o Brasil passou a ser
considerado o país bola da vez de uma crise cambial.
Quanto às razões objetivas da reduzida participação alemã nas
privatizações brasileiras, os resultados confirmam as opiniões compartilhadas na
mídia alemã, bem como entre empresários, autoridades governamentais e
câmaras de comércio e indústria, diretamente envolvidos com as relações
econômicas e comerciais entre estes dois países.
185
Entre estas razões, destaca-se o fato de que faltaria expertise à
maioria das empresas alemãs para participar mais ativamente deste processo, na
medida em que as privatizações do Brasil ocorrem nos setores de infra-estrutura,
ocupados na Alemanha, geralmente, por empresas públicas, a nível federal,
estadual ou municipal, que não se orientam ou possuem uma política de
globalização. Além disto ressalta-se, também, a prioridade dos investidores
alemães, que estaria voltada para o Leste da Alemanha e da Europa.
Quanto às razões subjetivas
apontadas por estes três setores,
sobressai a imagem desfavorável do Brasil, considerado por muitos alemães,
ainda um país exótico e instável, tanto econômica- como politicamente. Conforme
mencionado no capítulo VII, esta falta de informações na Alemanha sobre o Brasil
contrasta com a experiência de empresas alemãs que atuam no país.
Deve-se registrar, no entanto, o esforço conjunto que tem sido feito
pelos Governos do Brasil e da Alemanha, através do Itamarati e do Ministério da
Economia da Alemã (BMWi1), bem como das confederações2 e câmaras de
comércio e indústria3 dos dois países, visando à uma maior integração econômica
e comercial. Neste sentido realiza-se anualmente a Reunião da Comissão Mista
de Cooperação Econômica Brasil-Alemanha, juntamente com o Encontro
Empresarial Brasil-Alemanha.
Com base nas características do investidor alemão, explicitadas
neste trabalho, aliada à alta rentabilidade que o país oferece às empresas
multinacionais, há a possibilidade de se estruturar estratégias mais efetivas de
montagem de portfolios-país de capitais produtivos de longo prazo. A formulação
de políticas diferenciadas de captação de capitais estrangeiros, de curto, médio e
longo prazo, traria para o país a vantagem de proteger sua economia de
eventuais flutuações, instabilidades e crises no mercado financeiro internacional.
1
Bundesministerium für Wirtschaft (BMWi)
Confederação Nacional da Indústria e a Bundesverband Deutscher Industrie (BDI), Deutscher
Industrie- und Handelstag (DIHT)
3
Conselho Integrado das Câmaras Brasil-Alemanha
2
186
8.2 RECOMENDAÇÕES
A análise dos processos decisórios de investimentos alemães,
relativos aos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico, em nível
mundial e no Brasil, sugere, por decorrência, a necessidade de se aprofundar,
através de novos estudos, as seguintes questões:
8.2.1 Efetividade de Incorporações Estrangeiras nos Bancos
Brasileiros
Desde 1994, com a implantação do Plano Real, houve a compra ou
a troca do controle acionário de 11 entre os 25 maiores bancos brasileiros. Estas
operações, envolvendo um total de ativos de R$ 21,25 bilhões, cerca de 21% do
total dos atuais 25 maiores bancos brasileiros, excluídos o Banco do Brasil e a
Caixa Econômica Federal, provocaram profundas mudanças no ranking do setor
financeiro nacional. O banco holandês ABN-Amro, por exemplo, que adquiriu 70%
do capital total e 40% do capital votante do Real, passou da posição de 26o , no
ranking por ativos de 1997, para o 5o lugar em 1998 (Gazeta Mercantil, 23/12/98).
Conforme mostra o Quadro 8.1, a seguir, mais da metade destas operações de
compra ou troca de controle acionário envolveram instituições estrangeiras.
187
Tabela 8.1: Incorporações Estrangeiras no Setor Financeiro
Brasileiro a Partir de 1994
Origem
Banco
Holanda ⇒ ABN-Amro
Inglaterra ⇒ HSBC
Espanha ⇒ Santander
França
Espanha
Portuga
Bélgica
Brasil
Portugal
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
Sudameris
Bilbao Vizcaya
Espírito Santo
Crédit Agricole
Monteiro Aranha
Caixa Geral de
Depósitos
Controle
Ativos
(R$109)
Banco Real
Bamerindus
Geral do Comércio e
do Noroeste
América do Sul
Excel-Econômico
Boavista
25
14,10
10,66
Posição no
Brasil Junho
de 1998
5o
8o
10o
9,36
7,44
5,56
12o
14o
20o
Bandeirantes
5,39
19o
Total
77,51
Fonte: Gazeta Mercantil de 23/12/98
(*) Segundo a Gazeta Mercantil, dados referentes à época da negociação, out./nov. de 1998, que,
no entanto, não comprometem a análise e interpretação desta tabela
Conforme pode ser visto na tabela acima, o banco inglês HSBC, por
sua vez, que realizava operações no Brasil através de representação, ocupa
agora a 8a posição no ranking, após adquirir o Bamerindus, quarto maior banco
brasileiro em 1994.
Interessante registrar também a participação do banco Santander,
10o colocado no ranking nacional em 1998, após a aquisição dos Bancos Geral do
Comércio e do Noroeste. É o 5o maior banco em operações de renda fixa, com
uma participação de 4,97% do mercado, e o 9o maior banco em operações de
renda variável, com uma participação de 1,74% (Gazeta Mercantil, 04.12.98).
Neste
contexto
crescente
de
participação
de
instituições
estrangeiras no país, através da compra ou de controle acionário de bancos
nacionais, seria interessante investigar, no médio-longo prazo, a real efetividade
destas incorporações, quanto aos objetivos ensejados com estas. Através desta
188
investigação
se
poderiam
montar
perfis
comparativos
de
vantagens
e
desvantagens da integração de culturas empresariais, administrativas, recursos
humanos e mão de obra oriundos de diferentes países, aqui no Brasil.
8.2.2
Regulamentação das Fusões Interbancárias no País
Com o processo crescente de formação de grandes conglomerados
financeiros, tanto em nível mundial como no Brasil, torna-se cada vez mais
premente, por parte do Governo (Banco Central e CADE4), a necessidade de um
maior acompanhamento e controle destas fusões interbancárias. Uma progressiva
concentração financeira, feita de forma descontrolada, segundo apenas os
ditames do chamado livre mercado, poderia comprometer a competitividade e até
a própria existência do setor bancário brasileiro, ao eliminar a participação de
pequenas e médias instituições financeiras.
Um mercado financeiro menos concentrado, pelo contrário, além de
permitir um maior acesso ao crédito para as pequenas e médias empresas, terá
mais capacidade sistêmica de absorver eventuais dificuldades financeiras de um
ou mais participantes no mercado.
8.2.3 Avaliação das Fusões e das Aquisições Estrangeiras de
Empresas Brasileiras
O Brasil, desde o ano de 1995, vem liderando na América Latina, o
movimento de fusões e aquisições de empresas locais, pelas
empresas
multinacionais. Segundo pesquisa da empresa de consultoria KPMG Corporate
Finance, foram realizadas no país, até setembro de 1998, 175 transações. Em
segundo lugar vem a Argentina que, até junho de 1998, efetuou 33 operações,
seguido do México com 31 e o Chile com 13 (Gazeta Mercantil, 03/01/99).
4
CADE: Conselho Administrativo de Direito Econômico
189
Ainda segundo a KPMG, estas operações de fusões e compras no
Brasil contemplaram primordialmente os setores de produtos químicos e
petroquímicos (21 operações), telecomunicações (21), alimentos, bebidas e fumo
(16) e instituições financeiras (18).
Em 1997, de acordo com a Unctad5, dos US$ 43.8 bilhões de
transações realizadas na América Latina, US$10.4 bilhões, ou seja, cerca de
22%, foram realizadas no Brasil, o que corresponde a 63% dos investimentos
diretos realizados no país. Conforme pode ser visto na Tabela 8.2, a seguir,
desde meados da década de oitenta o México liderava esta captação de recursos
na América Latina, sendo, no entanto ultrapassado pelo Brasil em 1996.
Tabela 8.2: Captação de Recursos Estrangeiros na AméricaLatina (1990 a 1998)
Países
Argentina
Bolívia
Brasil
Chile
Colômbia
Equador
México
Paraguai
Peru
Uruguai
Venezuela
1990-1994
1995-1997
1998*
2,931
107
1,703
1,207
860
293
5,409
118
785
69
836
5,400
489
11,904
4,373
3,828
498
10,396
151
2,419
151
2,752
5,800
660
24,000
4,700
6,000
580
8,000
210
3,000
160
5,000
Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Gazeta Mercantil de 21.12.98
(*) estimativa
Dentro deste contexto de preferência das multinacionais pelo Brasil,
seria interessante investigar qual a destinação e emprego destes capitais. Se, por
exemplo, estes fluxos de investimentos representam expansão da capacidade
produtiva do setor, com um aumento do emprego dos fatores de produção no
médio-longo prazo, ou se simplesmente se trata de aquisição de plantas
5
Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento
190
industriais, sem expansão, portanto, da capacidade do sistema produtivo, como
um todo.
Conforme
visto
anteriormente,
no
capítulo
VII,
quando
da
consolidação dos fatores de motivação de investimentos alemães no exterior, os
motivos apontados pelos setores automotivo, bancário e químico-farmacêutico
são bastante diversos, não implicando, necessariamente, em uma estratégia de
aumento no nível de oferta de seus produtos ou serviços. O resultado desta
investigação poderia ser de grande valia na definição de estratégias de captação
de investimentos de longo prazo, conforme já foi mencionado no início deste
capítulo.
191
Anexo I
Formas de Operação dos Bancos Alemães no Brasil
Tabela A1.1: Bancos Privados de Capital Acionário Pesquisados, suas
Respectivas Posições nesta Categoria (1996) e Forma de Atuação no Brasil
Bancos Privados de Capital Acionário
Deutsche Bank AG
Grupo Dresdner Bank AG
Commerzbank AG
Bayerische Vereinsbank AG
Bayerische Hypotheken- und
Wechselbank AG
Deutsche Pfandbrief- und
Hypothekenbank AG
BHF-Bank AG
BfG Bank AG
Südwestdeutsche
GenossenschaftsZentralbank AG
(SGZ-Bank)
Berliner Bank AG
Genossenschaftliche Zentralbank AG
Vereins-und Westbank AG
Baden-Württembergische Bank AG
Ativo/96
Posição Forma de Atuação no Brasil
US$1
Ano /96
576,430.80
1o
Subsidiárias e Sucursais
Subsidiárias e Sucursais
373,188.14
2o
297,933.76
3o
Representações (SP/RJ);
15,4% na Holding do
UNIBANCO, ou seja, 7,5% no
UNIBANCO S.A.
268,391.97
4o
Representações (SP/RJ)
225,712.58
5o
114,451.02
6o
49,307.71
46,507.28
35,032.92
7o
8o
9o
Representação (SP)
-
31,395.89
21,826.83
20,603.84
20,085.12
10o
11o
12o
13o
Representações (SP/RJ)
Representação (SP)
-
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.); Edição 1997/98
(1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com
base nas paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas
diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main.
II
Tabela A1.2: Bancos Estaduais Pesquisados, suas Respectivas Posições
nesta Categoria, Conforme seus Ativos (1996)
Bancos Estaduais
Westdeutsche Landesbank
Girozentrale
Bayerische Landesbank-Girozentrale
Norddeutsche Landesbank
Girozentrale
Südwestdeutsche Landesbank
Landesbank Hessen-Thüringen
Girozentrale
Landesbank Berlin-Girozentrale
Landeskreditbank BadenWürttemberg
Landesbank Schleswig-Holstein
Girozentrale
Hamburgische LandesbankGirozentrale
Landesbank Rheinland-PfalzGirozentrale
Landesgirokasse und öffentliche Bank
und Landessparkasse Stuttgart
Sachsen LB Landesbank Sachsen
Girozentrale
Ativo/96 Posição Forma de Atuação no Brasil
US$1
Ano /96
Através da Subsidiária
313,087.05
1o
Banque Européenne pour
l`Amérique Latine (BEAL) S.A
o
239,743.30
2
152,694.02
3o
137,894.53
116,251.91
4o
5o
112,249.78
88,399.28
6o
7o
-
70,147.64
8o
-
66,933.56
9o
-
54,552.10
10o
-
25,601.52
11o
-
24,231.56
12o
-
Representação(SP)
-
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98
(1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas posteriormente com
base nas paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas
diretamente pelo Dresdner Bank, Frankfurt am Main.
Tabela A1.3: Bancos Especiais, Cooperativas de Créditos e Caixas
Econômicas Pesquisados e suas Respectivas Posições na Categoria,
Conforme seus Ativos (1996)
Bancos
DG Bank Deutsche
Genossenschaftsbank
Kreditanstalt für Wiederaufbau
Westdeutsche GenossenschaftsZentralbank eG (WGZ-Bank)
Ativo/96 Posição
US$1
Ano /96
220,643.75
1o
167,360.51
31788.92
2o
3o
Presença e Forma de
Atuação no Brasil
Representação(SP)
-
Fonte: 500 Maiores Empresas, Schmacke (Org.) Edição 1997/98
(1) Valores indicados inicialmente em DM. Devidas conversões foram feitas com base nas
paridades médias do DM/US$ em 1995 (1:1,4338) e 1996 (1:1,5037), fornecidas diretamente pelo
Dresdner Bank, Frankfurt am Main.
III
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO
DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL
Questionário
O questionário abaixo é composto de uma série de perguntas relativas às estratégias
gerais de investimentos alemães a nível mundial, bem como no caso particular do
Brasil.
Estas perguntas deverão ser respondidas por extenso ou sob a forma de múltipla
escolha.
As informações e dados isolados das empresas, constantes neste questionário, serão
tratados e mantidoss de forma confidencial. Os resultados desta pesquisa, a serem
divulgados apenas de forma agregada, se encontrarão à disposição das empresas que
estão participando deste estudo.
Número do questionário a ser preenchido: _______
1)
Informações Gerais Sobre a Empresa:
1.1)
Número total de funcionários (a nível mundial):
______________________________________
1.2)
Setor, no qual a empresa atua:
Automotivo
Químico/Farmacêutico
1.3)
Financeiro
Há quanto tempo esta empresa atua neste setor? _________
IV
1.4)
Em quais países esta empresa está representada?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
2)
Informações Sobre a Empresa no Brasil (Se for o caso):
2.1)
Cidade no Brasil onde se localiza sua sede:
_______________________________________
2.2)
Número total de funcionários: ____________________________
2.3)
Há quanto tempo esta empresa atua no Brasil? ______________
3)
Política e Estratégia Mundial da Empresa:
3.1)
Faturamento médio anual da empresa, a nível mundial (em US$):
____________________________________________________
3.2)
Investimento médio anual da empresa, a nível mundial, nos últimos cinco anos
(em US$):
______________________________________________________
3.3)
Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no
exterior. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante):
V
Afinidades culturais com os países, onde deverá ser feito o investimento.
Estratégia de diversificação de risco.
Pressionado pela globalização.
Incentivos por parte do governo alemão.
Incentivos por parte do governo estrangeiro.
Política da empresa.
Base para a incorporação de novos mercados.
Proximidade das filiais de seus concorrentes.
Maior margem de lucro do que na Alemanha.
Outros (Favor completar): ____________________________________
3.4)
Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem
motivar sua empresa a investir no exterior?
Sim
3.5)
Não
Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do
governo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3.6)
Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade
econômica em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5
menos importante):
VI
Baixa taxa de inflação.
Pequeno déficit na balança comercial.
Baixas taxas reais de juros.
Pequena probabilidade de uma desvalorização cambial.
Alto nível de reservas cambiais.
Outros (Favor completar):____________________________________.
3.7)
Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais
importante, no 5 menos importante):
Valor Presente Líquido (VPL).
Taxa Interna de Retorno (TIR).
Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back).
Outros (Favor completar):_____________________________________
3.8)
Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente
Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa
de desconto (discount rate) ?
Custo médio ponderado de capital (Relação entre os capitais próprios e de
terceiros).
CAPM (Capital Asset Pricing Model).
Arbitrado.
Outros (Favor completar): ____________________________________
3.9)
Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa?
Capital Próprio
Capital de Terceiros
%
%
VII
3.10) Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa?
Obtenção de recursos na Alemanha para financiamento de projeto no
exterior.
Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido.
Obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem
mais baixos.
Outros (Favor completar):_____________________________________
3.11) De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio?
Aquisição de recursos no mercado acionário alemão para financiamento de
projeto no exterior.
Aquisição de recursos no mercado acionário onde deverá se situar o projeto.
Aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro
país.
Outros (Favor completar):_____________________________________
3.12) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio
de sua empresa a nível mundial nos últimos cinco anos:
1997: _____________________
1996: _____________________
1995: _____________________
1994: _____________________
1993: _____________________
4)
Política de Investimento da Empresa no Brasil:
4.1)
Faturamento médio anual da empresa, no Brasil (em US$):
Até US$ 1 bilhão
Superior a US$ 1 bilhão.
VIII
4.2)
Investimento médio anual da empresa, no Brasil (em US$):
___________________________________________________
4.3)
Percentual do faturamento no Brasil em relação ao faturamento global da
empresa, no setor correspondente:
_______________________________________________
4.4)
Percentual do investimento no Brasil em relação ao investimento global da
empresa, no setor correspondente:
_______________________________________________
4.5)
Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa
para novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante,
no 5 menos importante).
Alteração na Constituição, que permite a possibilidade de quebra de
monopólio e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional.
O novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de
crescimento estável.
A credibilidade e competência do Presidente da República.
A possível facilidade de remessa de lucros.
Subvenções governamentais no Brasil.
Entrada para o mercado da América do Sul.
4.6)
Outros (Favor completar): ____________________________________
Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil?
Sim
4.7)
Não
Caso positivo, que tipos de métodos são empregados?
IX
_____________________________________________
4.8)
Quais são na sua opinião os índices de country-risk para os seguintes
Argentina:
Brasil:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
México:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
China:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Coréia do Sul
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Taiwan:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
França:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Rússia:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
República
Tcheca:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
4.9)
países?
A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima?
Sim
Não
4.10) Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo
prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos
acima citados?
Sim
Não
4.11) Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no
Brasil dentro dos próximos 5 anos?
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos.
Manutenção do nível dos últimos 5 anos.
Investimento abaixo da média dos últimos cinco anos.
Nenhum investimento.
X
4.12) Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de
capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais
brasileiras?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
4.13) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio
de sua empresa no Brasil nos últimos cinco anos:
1997: ___________________________
1996: ___________________________
1995: ___________________________
1994: ___________________________
1993: ___________________________
4.14) Para finalidades acadêmicas gostaríamos de obter os balanços de sua
empresa relativos aos últimos cinco anos, tanto consolidado a nível
mundial
como para o Brasil.
Gostaríamos de ressaltar nossos agradecimentos pelo esforço e o tempo dedicado por
V.Sa no preenchimento deste questionário.
Para pequenos esclarecimentos de dúvidas que possam surgir, caso o(a) Senhor(a)
deseje, favor indicar, a seguir, seu nome, telefone, fax e/ou e-mail:
XI
Nome:
_______________________________________
Tel:
____________________
Fax:
____________________
e-mail:
_______________________@_________________
Para quaisquer esclarecimentos favor se dirigir à seguinte referência:
Prof.Paulo Pfeil
Universität Tübingen
Institut für Politikwissenschaft
c/o: Prof.Dr.Andreas Boeckh
Melanchthonstraße 36
72074 Tübingen
Tel: 07071-29 75907
Fax: 07071-29 2417
e-mail: [email protected]
XII
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO
DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL
Questionário
O questionário abaixo é composto de uma série de perguntas relativas às estratégias
gerais de investimentos alemães a nível mundial, bem como no caso particular do
Brasil.
Estas perguntas deverão ser respondidas por extenso ou sob a forma de múltipla
escolha.
As informações e dados isolados das empresas, constantes neste questionário, serão
tratados e mantidos de forma confidencial. Os resultados desta pesquisa, a serem
divulgados apenas de forma agregada, se encontrarão à disposição das empresas que
estão participando deste estudo.
Número do questionário a ser preenchido: _______
1)
Informações Gerais Sobre a Empresa:
1.1)
Número total de funcionários (a nível mundial):
______________________________________
1.2)
Setor, no qual a empresa atua:
Automotivo
Químico/Farmacêutico
1.3)
Financeiro
Há quanto tempo esta empresa atua neste setor? _________
IV
1.4)
Em quais países esta empresa está representada?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
2)
Informações Sobre a Empresa no Brasil (Se for o caso):
2.1)
Cidade no Brasil onde se localiza sua sede:
_______________________________________
2.2)
Número total de funcionários: ____________________________
2.3)
Há quanto tempo esta empresa atua no Brasil? ______________
3)
Política e Estratégia Mundial da Empresa:
3.1)
Faturamento médio anual da empresa, a nível mundial (em US$):
____________________________________________________
3.2)
Investimento médio anual da empresa, a nível mundial, nos últimos cinco anos
(em US$):
______________________________________________________
3.3)
Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no
exterior. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante):
V
Afinidades culturais com os países, onde deverá ser feito o investimento.
Estratégia de diversificação de risco.
Pressionado pela globalização.
Incentivos por parte do governo alemão.
Incentivos por parte do governo estrangeiro.
Política da empresa.
Base para a incorporação de novos mercados.
Proximidade das filiais de seus concorrentes.
Maior margem de lucro do que na Alemanha.
Outros (Favor completar): ____________________________________
3.4)
Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem
motivar sua empresa a investir no exterior?
Sim
3.5)
Não
Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do
governo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3.6)
Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade
econômica em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5
menos importante):
VI
Baixa taxa de inflação.
Pequeno déficit na balança comercial.
Baixas taxas reais de juros.
Pequena probabilidade de uma desvalorização cambial.
Alto nível de reservas cambiais.
Outros (Favor completar):____________________________________.
3.7)
Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais
importante, no 5 menos importante):
Valor Presente Líquido (VPL).
Taxa Interna de Retorno (TIR).
Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back).
Outros (Favor completar):_____________________________________
3.8)
Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente
Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa
de desconto (discount rate) ?
Custo médio ponderado de capital (Relação entre os capitais próprios e de
terceiros).
CAPM (Capital Asset Pricing Model).
Arbitrado.
Outros (Favor completar): ____________________________________
3.9)
Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa?
Capital Próprio
Capital de Terceiros
%
%
VII
3.10) Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa?
Obtenção de recursos na Alemanha para financiamento de projeto no
exterior.
Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido.
Obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os custos forem
mais baixos.
Outros (Favor completar):_____________________________________
3.11) De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio?
Aquisição de recursos no mercado acionário alemão para financiamento de
projeto no exterior.
Aquisição de recursos no mercado acionário onde deverá se situar o projeto.
Aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro
país.
Outros (Favor completar):_____________________________________
3.12) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio
de sua empresa a nível mundial nos últimos cinco anos:
1997: _____________________
1996: _____________________
1995: _____________________
1994: _____________________
1993: _____________________
4)
Política de Investimento da Empresa no Brasil:
4.1)
Faturamento médio anual da empresa, no Brasil (em US$):
Até US$ 1 bilhão
Superior a US$ 1 bilhão.
VIII
4.2)
Investimento médio anual da empresa, no Brasil (em US$):
___________________________________________________
4.3)
Percentual do faturamento no Brasil em relação ao faturamento global da
empresa, no setor correspondente:
_______________________________________________
4.4)
Percentual do investimento no Brasil em relação ao investimento global da
empresa, no setor correspondente:
_______________________________________________
4.5)
Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa
para novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante,
no 5 menos importante).
Alteração na Constituição, que permite a possibilidade de quebra de
monopólio e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional.
O novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de
crescimento estável.
A credibilidade e competência do Presidente da República.
A possível facilidade de remessa de lucros.
Subvenções governamentais no Brasil.
Entrada para o mercado da América do Sul.
4.6)
Outros (Favor completar): ____________________________________
Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil?
Sim
4.7)
Não
Caso positivo, que tipos de métodos são empregados?
IX
_____________________________________________
4.8)
Quais são na sua opinião os índices de country-risk para os seguintes
Argentina:
Brasil:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
México:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
China:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Coréia do Sul
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Taiwan:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
França:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Rússia:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
República
Tcheca:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
4.9)
países?
A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima?
Sim
Não
4.10) Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo
prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos
acima citados?
Sim
Não
4.11) Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no
Brasil dentro dos próximos 5 anos?
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos.
Manutenção do nível dos últimos 5 anos.
Investimento abaixo da média dos últimos cinco anos.
Nenhum investimento.
X
4.12) Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de
capitais alemães no atual processo de privatização das empresas estatais
brasileiras?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
4.13) Favor indicar a relação entre lucro líquido, depois do imposto, e capital próprio
de sua empresa no Brasil nos últimos cinco anos:
1997: ___________________________
1996: ___________________________
1995: ___________________________
1994: ___________________________
1993: ___________________________
4.14) Para finalidades acadêmicas gostaríamos de obter os balanços de sua
empresa relativos aos últimos cinco anos, tanto consolidado a nível
mundial
como para o Brasil.
Gostaríamos de ressaltar nossos agradecimentos pelo esforço e o tempo dedicado por
V.Sa no preenchimento deste questionário.
Para pequenos esclarecimentos de dúvidas que possam surgir, caso o(a) Senhor(a)
deseje, favor indicar, a seguir, seu nome, telefone, fax e/ou e-mail:
XI
Nome:
_______________________________________
Tel:
____________________
Fax:
____________________
e-mail:
_______________________@_________________
Para quaisquer esclarecimentos favor se dirigir à seguinte referência:
Prof.Paulo Pfeil
Universität Tübingen
Institut für Politikwissenschaft
c/o: Prof.Dr.Andreas Boeckh
Melanchthonstraße 36
72074 Tübingen
Tel: 07071-29 75907
Fax: 07071-29 2417
e-mail: [email protected]
XII
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO
DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL
Fragebogen
Der nachfolgende Fragebogen enthält eine Reihe von Fragen bezüglich der
allgemeinen Strategie deutscher Investitionen in der Welt und speziell in Brasilien.
Dieses Formular enthält Fragen, die entweder durch Ankreuzen einer oder mehrerer
Optionen oder etwas ausführlicher beantwortet werden sollten.
Die Angaben, die die Unternehmen machen, werden selbstverständlich vertraulich
behandelt. Die Ergebnisse dieser Studie, die nur in zusammengefaßter Form veröffentlicht werden sollen, werden den Firmen, die an dieser Studie teilnehmen, zur
Verfügung gestellt werden.
Nr. des ausgefüllten Fragebogens: _______
1)
Allgemeine Angaben über das Unternehmen:
1.1)
Gesamtzahl der Angestellten (weltweit):
_____________________________________________________________
1.2)
Sektor, in dem das Unternehmen tätig ist:
Automobilbau
Chemie/Pharmazie
Finanz
1.3)
Wie lange ist das Unternehmen auf diesem Sektor tätig? _________
XIII
1.4)
In welchen Ländern ist es vertreten?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
2)
Angaben über das Unternehmen in Brasilien (falls zutreffend):
2.1)
Stadt in Brasilien, in der der Sitz des Unternehmens ist:
_______________________________________
2.2)
Gesamtzahl der Beschäftigten:
_____________________________________
2.3)
Seit wann ist das Unternehmen in Brasilien tätig? ______________
3)
Politik und Strategie des Unternehmens weltweit:
3.1)
Durchschnittlicher Jahresumsatz des Unternehmen weltweit (in US$):
__________________________________________________________
3.2)
Durchschnittliche jährliche Investitionen des Unternehmens in den letzten 5
Jahren (in US$):
__________________________________________________________
3.3)
Bitte nennen Sie in der Reihenfolge 5 Faktoren der Wichtigkeit (Bedeutung), die
XIV
deutsche Unternehmen motivieren, im Ausland zu investieren.
(Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig):
Kulturelle Affinität mit den Ländern, wo neu investiert wird.
Strategie zur Risikoverteilung.
Zwang zur Globalisierung.
Anreize seitens der deutschen Bundesregierung.
Anreize seitens der ausländischen Regierung.
Unternehmenspolitik.
Brückenkopf zur Erschließung neuer Märkte.
Nähe zu den Niederlassungen von Konkurrenten.
Höhere Gewinnspannen als in Deutschland.
Andere (Bitte ausfüllen):______________________________________
3.4)
Gibt es politisch- strategische Anreize seitens der deutschen
Bundesregierung, die Ihr Unternehmen zu Auslandsinvestitionen veranlassen
können?
Ja
3.5)
Nein
Falls ja, welche Art von Unterstützungen könnte Ihr Unternehmen
von der Bundesregierung bekommen?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3.6)
Welche sind Ihrer Meinung nach Merkmale für die wirtschaftliche Stabilität in
XV
einem Land? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten
wichtig).
Niedrige Inflationsrate.
Geringes Defizit in der Handelsbilanz.
Niedrige reale Zinssätze.
Geringe Wahrscheinlichkeit einer Abwertung der Währung.
Hohe Außenhandelsreserven.
Andere (bitte ausfüllen):______________________________________.
3.7)
Welche Wirtschafts- und Finanzindikatoren nutzt Ihr Unternehmen für
mögliche Auslandsinvestitionen? (Bewertungskriterien: no 1 am
wichtigsten, no 4 am wenigsten wichtig).
Die Kapitalwertmethode (Net Present Value).
Die Interne Zinssatz-Methode (Internal Rate of Return).
Die Amortisationszeit (Pay-Back).
Andere (bitte ausfüllen):______________________________________
3.8)
Falls bei der vorhergehenden Frage die Kapitalwertmethode den wichtigsten
Stellenwert erhielt, welches Kriterium wird von Ihrem Unternehmen für den
Diskontierungszinsatz (discount rate) ausgewählt?
Abgewogene Durchschnittskosten des Kapitals (Der Anteil von Eigenund Fremdkapital).
CAPM (Capital Asset Pricing Model).
Nach Gutdünken.
Andere (bitte ausfüllen):______________________________________
3.9)
Wie setzt sich der Eigen- und Fremdkapitalanteil in Ihrem Unternehmen
zusammen?
XVI
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO
DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
NITERÓI-RIO DE JANEIRO-BRASIL
Fragebogen
Der nachfolgende Fragebogen enthält eine Reihe von Fragen bezüglich der
allgemeinen Strategie deutscher Investitionen in der Welt und speziell in Brasilien.
Dieses Formular enthält Fragen, die entweder durch Ankreuzen einer oder mehrerer
Optionen oder etwas ausführlicher beantwortet werden sollten.
Die Angaben, die die Unternehmen machen, werden selbstverständlich vertraulich
behandelt. Die Ergebnisse dieser Studie, die nur in zusammengefaßter Form veröffentlicht werden sollen, werden den Firmen, die an dieser Studie teilnehmen, zur
Verfügung gestellt werden.
Nr. des ausgefüllten Fragebogens: _______
1)
Allgemeine Angaben über das Unternehmen:
1.1)
Gesamtzahl der Angestellten (weltweit):
_____________________________________________________________
1.2)
Sektor, in dem das Unternehmen tätig ist:
Automobilbau
Chemie/Pharmazie
Finanz
1.3)
Wie lange ist das Unternehmen auf diesem Sektor tätig? _________
XIII
1.4)
In welchen Ländern ist es vertreten?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
2)
Angaben über das Unternehmen in Brasilien (falls zutreffend):
2.1)
Stadt in Brasilien, in der der Sitz des Unternehmens ist:
_______________________________________
2.2)
Gesamtzahl der Beschäftigten:
_____________________________________
2.3)
Seit wann ist das Unternehmen in Brasilien tätig? ______________
3)
Politik und Strategie des Unternehmens weltweit:
3.1)
Durchschnittlicher Jahresumsatz des Unternehmen weltweit (in US$):
__________________________________________________________
3.2)
Durchschnittliche jährliche Investitionen des Unternehmens in den letzten 5
Jahren (in US$):
__________________________________________________________
3.3)
Bitte nennen Sie in der Reihenfolge 5 Faktoren der Wichtigkeit (Bedeutung), die
XIV
deutsche Unternehmen motivieren, im Ausland zu investieren.
(Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig):
Kulturelle Affinität mit den Ländern, wo neu investiert wird.
Strategie zur Risikoverteilung.
Zwang zur Globalisierung.
Anreize seitens der deutschen Bundesregierung.
Anreize seitens der ausländischen Regierung.
Unternehmenspolitik.
Brückenkopf zur Erschließung neuer Märkte.
Nähe zu den Niederlassungen von Konkurrenten.
Höhere Gewinnspannen als in Deutschland.
Andere (Bitte ausfüllen):______________________________________
3.4)
Gibt es politisch- strategische Anreize seitens der deutschen
Bundesregierung, die Ihr Unternehmen zu Auslandsinvestitionen veranlassen
können?
Ja
3.5)
Nein
Falls ja, welche Art von Unterstützungen könnte Ihr Unternehmen
von der Bundesregierung bekommen?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3.6)
Welche sind Ihrer Meinung nach Merkmale für die wirtschaftliche Stabilität in
XV
einem Land? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten
wichtig).
Niedrige Inflationsrate.
Geringes Defizit in der Handelsbilanz.
Niedrige reale Zinssätze.
Geringe Wahrscheinlichkeit einer Abwertung der Währung.
Hohe Außenhandelsreserven.
Andere (bitte ausfüllen):______________________________________.
3.7)
Welche Wirtschafts- und Finanzindikatoren nutzt Ihr Unternehmen für
mögliche Auslandsinvestitionen? (Bewertungskriterien: no 1 am
wichtigsten, no 4 am wenigsten wichtig).
Die Kapitalwertmethode (Net Present Value).
Die Interne Zinssatz-Methode (Internal Rate of Return).
Die Amortisationszeit (Pay-Back).
Andere (bitte ausfüllen):______________________________________
3.8)
Falls bei der vorhergehenden Frage die Kapitalwertmethode den wichtigsten
Stellenwert erhielt, welches Kriterium wird von Ihrem Unternehmen für den
Diskontierungszinsatz (discount rate) ausgewählt?
Abgewogene Durchschnittskosten des Kapitals (Der Anteil von Eigenund Fremdkapital).
CAPM (Capital Asset Pricing Model).
Nach Gutdünken.
Andere (bitte ausfüllen):______________________________________
3.9)
Wie setzt sich der Eigen- und Fremdkapitalanteil in Ihrem Unternehmen
zusammen?
XVI
Eigenkapital
Fremdkapital
%
%
3.10) Welche Art von Fremdkapital bevorzugt Ihr Unternehmen?
Beschaffung von Mitteln in Deutschland zur Projektfinanzierung im
Ausland.
Kreditaufnahme in dem Land, wo ein Projekt geplant ist.
Kreditaufnahme auf dem internationalen Finanzmarkt, wo die Kosten am
niedrigsten sind.
Andere (bitte ausfüllen): ______________________________________
3.11) Welche Art der Erweiterung des Eigenkapitals bevorzugt Ihr Unternehmen?
Beschaffung von Mitteln über den deutschen Aktienmarkt zur
Projektfinanzierung im Ausland.
Beschaffung von Mitteln über den Aktienmarkt des Projektlandes.
Beschaffung von Mitteln über Aktienmärkte beliebiger Drittländer.
Andere (bitte ausfüllen): ______________________________________
3.12) Bitte geben Sie das Verhältnis zwischen Nettogewinn nach Steuer und
Eigenkapital Ihres Unternehmens weltweit in den letzten 5 Jahren an:
1997: _____________________
1996: _____________________
1995: _____________________
1994: _____________________
1993: _____________________
XVII
4)
Investitionspolitik des Unternehmens in Brasilien:
4.1)
Durchschnittlicher Jahresumsatz des Unternehmens in Brasilien
(falls zutreffend):
Bis U$ 1 Milliarde
4.2)
Mehr als U$S 1 Milliarde
Durchschnittliche jährliche Investitionen des Unternehmens in Brasilien (falls
zutreffend, in US$):
___________________________________________________
4.3)
Anteil des in Brasilien erzielten Jahresumsatzes am Gesamtumsatz des
Unternehmens im entsprechenden Unternehmensbereich:
_______________________________________________
4.4)
Anteil der in Brasilien getätigten Investitionen an den Gesamtinvestitionen des
Unternehmens im entsprechenden Unternehmensbereich:
_______________________________________________
4.5)
Bitte nennen Sie die grundlegenden Faktoren, die Ihr Unternehmen zu neuen
Investitionen in Brasilien bewegen könnten. (Bewertung der Kriterien: no 1 am
wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig).
Möglichkeit durch die Änderung in der brasilianischen Verfassung, die den
Abbau von Monopolen und die Gleichheit von brasilianischen und ausländischen
Unternehmen erlaubt.
Das neue makroökonomische Umfeld mit niedriger Inflation und stabilen
Wachstumsraten.
Die Vertrauenswürdigkeit und Kompetenz des Staatspräsidenten.
Der leicht mögliche Transfer von Gewinnen.
Staatliche Subventionen in Brasilien.
Zugang zum südamerikanischen Markt.
4.6)
Andere (bitte ausfüllen):______________________________________
Macht Ihr Unternehmen eine Country-Risk-Abschätzung für Brasilien?
XVIII
Ja
4.7)
Nein
Falls ja, welche Methoden verwenden Sie dafür?
__________________________________________________________
4.8)
Welches sind Ihrer Meinung nach die Country-Risks für die folgenden
Länder?
Argentinien: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Brasilien:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Mexiko:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
China:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Südkorea:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Taiwan:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Frankreich: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Rußland:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(extremes Risiko)
Tschech.
Republik:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(extremes Risiko)
4.9)
Hat die gegenwärtige Krise
Risikoeinschätzung beeinflußt?
Ja
im
asiatischen
Raum
Ihre
obige
Nein
4.10) Falls ja: Gehen Sie davon aus, daß dies das Investitionsverhalten Ihrer Firma
mittel- oder langfristig zugunsten der genannten lateinamerikanischen Länder
verändern wird?
Ja
Nein
4.11) Wie schätzen Sie die Bereitschaft Ihres Unternehmens ein,
Investitionen in Brasilien innerhalb der nächsten 5 Jahre zu tätigen?
XIX
Investition über dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre.
Beibehaltung des Niveaus der letzten 5 Jahre.
Investition unter dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre.
Keine.
4.12) Was sind Ihrer Meinung nach die Gründe für die noch geringe
Beteiligung deutscher Kapitalanleger am Prozeß der derzeitigen Privatisierung
von brasilianischen Staatsunternehmen?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
4.13) Bitte geben Sie das Verhältnis zwischen Nettogewinn nach Steuer
Eigenkapital Ihres Unternehmens in Brasilien in den letzten 5 Jahren an:
und
1997: ___________________________
1996: ___________________________
1995: ___________________________
1994: ___________________________
1993: ___________________________
4.14) Für wissenschaftliche Zwecke hätten wir gern - falls möglich - die Bilanz Ihres
Unternehmens während der letzten 5 Jahre weltweit und speziell in Brasilien.
XX
Für die Mühe und die Zeit, die Sie in die Beantwortung dieses Bogens gesteckt haben,
möchten wir Ihnen ausdrücklich danken.
Sollten Sie darüber hinaus bereit sein, bei möglicherweise entstehenden Fragen für
eine kurze Rückfrage zur Verfügung zu stehen, geben Sie bitte nachstehend Ihre
Namen, Telefon- und Faxnummer (und/oder e-mail) an.
Namen:
_______________________________________
Telefon:
____________________
Fax:
____________________
e-mail:
_______________________@_________________
Bei Rückfragen wenden Sie sich bitte an:
Prof.Paulo Pfeil
Universität Tübingen
Institut für Politikwissenschaft
c/o: Prof.Dr.Andreas Boeckh
Melanchthonstraße 36
72074 Tübingen
Tel: 07071-29 75907
Fax: 07071-29 2417
e-mail: [email protected]
XXI
Perguntas Selecionadas do Questionário
1)
Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no
exterior. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante):
A)
Afinidades culturais com os países, onde deverá ser feito o investimento.
B)
Estratégia de diversificação de risco.
C)
Pressionado pela globalização.
D)
Incentivos por parte do governo alemão.
E)
Incentivos por parte do governo estrangeiro.
F)
Política da empresa.
G)
Base para a incorporação de novos mercados.
H)
Proximidade das filiais de seus concorrentes.
I)
Maior margem de lucro do que na Alemanha.
J)
Outros (Favor completar): ____________________________________
2)
Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem
motivar sua empresa a investir no exterior?
Sim
3)
Não
Caso afirmativo, que tipo de apoio poderia sua empresa receber do
governo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
XXII
4)
Na sua opinião quais os fatores fundamentais para a estabilidade econômica
em um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos
importante):
A)
Baixa taxa de inflação.
B)
Pequeno déficit na balança comercial.
C)
Baixas taxas reais de juros.
D)
Pequena probabilidade de uma desvalorização cambial.
E)
Alto nível de reservas cambiais.
F)
Outros (Favor completar):____________________________________.
5)
Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais
importante, no 4 menos importante):
A)
Valor Presente Líquido (VPL).
B)
Taxa Interna de Retorno (TIR).
C)
Tempo de Retorno do Investimento (Pay-Back).
D)
Outros (Favor completar):_____________________________________
6)
Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente
Líquido, qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa
de desconto (discount rate) ?
A)
Custo médio ponderado de capital (Relação entre os capitais próprios e de
terceiros).
B)
CAPM (Capital Asset Pricing Model).
C)
Arbitrado.
D)
Outros (Favor completar): ____________________________________
7)
Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa?
XXIII
Capital Próprio
%
Capital de Terceiros
%
8)
Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa?
A)
Obtenção de recursos na Alemanha para financiamento de projeto no
exterior.
B)
Obtenção de crédito no país onde o projeto deverá ser desenvolvido.
C)
Obtenção de crédito no mercado financeiro internacional, onde os
custos forem mais baixos.
D)
Outros (Favor completar):_____________________________________
9)
De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio?
A)
Aquisição de recursos no mercado acionário alemão para financiamento de
projeto no exterior.
B)
Aquisição de recursos no mercado acionário onde deverá se situar o projeto.
C)
Aquisição de recursos no mercado acionário mais conveniente de um terceiro
país.
D)
Outros (Favor completar):_____________________________________
XXIV
10)
Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa
para novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante,
no 5 menos importante).
A)
Alteração na Constituição, que permite a possibilidade de quebra de
monopólio e a equiparação do conceito de empresa estrangeira à nacional.
B)
O novo ambiente macroeconômico com inflação baixa e uma taxa de
crescimento estável.
C)
A credibilidade e competência do Presidente da República.
D)
A possível facilidade de remessa de lucros.
E)
Subvenções governamentais no Brasil.
F)
Entrada para o mercado da América do Sul.
G)
Outros (Favor completar): ____________________________________
11)
Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil?
Sim
12)
Não
Caso positivo, que tipos de métodos são empregados?
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
13)
Quais são na sua opinião os índices de country-risk para os seguintes
países?
XXV
Argentina:
Brasil:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
México:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
China:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Coréia do Sul
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Taiwan:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
França:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
Rússia:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
República
Tcheca:
(Risco zero) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (Extremo risco)
14)
A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima?
Sim
15)
Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo
prazo o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos
acima citados?
Sim
16)
Não
Não
Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos
no Brasil dentro dos próximos 5 anos?
XXVI
A)
Investimentos acima da média dos últimos 5 anos.
B)
Manutenção do nível dos últimos 5 anos.
C)
Investimento abaixo da média dos últimos cinco anos.
D)
Nenhum investimento.
17)
Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de
capitais alemães no atual processo de privatização das empresas
estatais brasileiras?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
XXVII
Ausgewählte Fragen vom Fragebogen
1)
Bitte nennen Sie in der Reihenfolge 5 Faktoren der Wichtigkeit (Bedeutung), die
deutsche Unternehmen motivieren, im Ausland zu investieren.
(Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig):
A)
Kulturelle Affinität mit den Ländern, wo neu investiert wird.
B)
Strategie zur Risikoverteilung.
C)
Zwang zur Globalisierung.
D)
Anreize seitens der deutschen Bundesregierung.
E)
Anreize seitens der ausländischen Regierung.
F)
Unternehmenspolitik.
G)
Brückenkopf zur Erschließung neuer Märkte.
H)
Nähe zu den Niederlassungen von Konkurrenten.
I)
Höhere Gewinnspannen als in Deutschland.
J)
Andere (Bitte ausfüllen):_____________________________________
2)
Gibt es politisch- strategische Anreize seitens der deutschen
Bundesregierung, die Ihr Unternehmen zu Auslandsinvestitionen veranlassen
können?
Ja
3)
Nein
Falls ja, welche Art von Unterstützungen könnte Ihr Unternehmen
von der Bundesregierung bekommen?
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
4)
Welche sind Ihrer Meinung nach Merkmale für die wirtschaftliche Stabilität in
XXVIII
einem Land? (Bewertungskriterien: no 1 am wichtigsten, no 5 am wenigsten
wichtig).
A)
Niedrige Inflationsrate.
B)
Geringes Defizit in der Handelsbilanz.
C)
Niedrige reale Zinssätze.
D)
Geringe Wahrscheinlichkeit einer Abwertung der Währung.
E)
Hohe Außenhandelsreserven.
F)
Andere (bitte ausfüllen):____________________________________
5)
Welche Wirtschafts- und Finanzindikatoren nutzt Ihr Unternehmen für
mögliche Auslandsinvestitionen? (Bewertungskriterien: no 1 am
wichtigsten, no 4 am wenigsten wichtig).
A)
Die Kapitalwertmethode (Net Present Value).
B)
Die Interne Zinssatz-Methode (Internal Rate of Return).
C)
Die Amortisationszeit (Pay-Back).
D)
Andere (bitte ausfüllen):_____________________________________
6)
Falls bei der vorhergehenden Frage die Kapitalwertmethode den wichtigsten
Stellenwert erhielt, welches Kriterium wird von Ihrem Unternehmen für den
Diskontierungszinsatz (discount rate) ausgewählt?
A)
Abgewogene Durchschnittskosten des Kapitals (Der Anteil von Eigen- und
Fremdkapital).
B)
CAPM (Capital Asset Pricing Model).
C)
Nach Gutdünken.
D)
Andere (bitte ausfüllen)_____________________________________
7)
Wie setzt sich der Eigen- und Fremdkapitalanteil in Ihrem
zusammen?
Unternehmen
XXIX
Eigenkapital
%
Fremdkapital
%
8)
Welche Art von Fremdkapital bevorzugt Ihr Unternehmen?
A)
Beschaffung von Mitteln in Deutschland zur Projektfinanzierung im
Ausland.
B)
Kreditaufnahme in dem Land, wo ein Projekt geplant ist.
C)
Kreditaufnahme auf dem internationalen Finanzmarkt, wo die Kosten am
niedrigsten sind.
D)
Andere (bitte ausfüllen): ____________________________________
9)
Welche Art der Erweiterung des Eigenkapital bevorzugt Ihr Unternehmen?
A)
Beschaffung von Mitteln über den deutschen Aktienmarkt zur
Projektfinanzierung im Ausland.
B)
Beschaffung von Mitteln über den Aktienmarkt des Projektlandes.
C)
Beschaffung von Mitteln über Aktienmärkte beliebiger Drittländer.
D)
Andere (bitte ausfüllen): ____________________________________
10)
Bitte nennen Sie die grundlegenden Faktoren, die Ihr Unternehmen zu neuen
Investitionen in Brasilien bewegen könnten. (Bewertung der Kriterien: no 1 am
wichtigsten, no 5 am wenigsten wichtig).
XXX
A)
Möglichkeit durch die Änderung in der brasilianischen Verfassung, die den
Abbau von Monopolen und die Gleichheit von brasilianischen und ausländischen
Unternehmen erlaubt.
B)
Das neue makroökonomische Umfeld mit niedriger Inflation und
stabilen Wachstumsraten.
C)
Die Vertrauenswürdigkeit und Kompetenz des Staatspräsidenten.
D)
Der leicht mögliche Transfer von Gewinnen.
E)
Staatliche Subventionen in Brasilien.
F)
Zugang zum südamerikanischen Markt.
G)
Andere (bitte ausfüllen):_____________________________________
11)
Macht Ihr Unternehmen eine Country-Risk-Abschätzung für Brasilien?
Ja
12)
Nein
Falls ja, welche Methoden verwenden Sie dafür?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
13)
Welches sind Ihrer Meinung nach die Country-Risks für die folgenden
Länder?
XXXI
Argentinien: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Brasilien:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Mexiko:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
China:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Südkorea:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Taiwan:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Frankreich: (Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (extremes Risiko)
Rußland:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(extremes Risiko)
Tschech.
Republik:
(Risiko null) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(extremes Risiko)
14)
Hat
die
gegenwärtige
Krise
Risikoeinschätzung beeinflußt?
Ja
15)
asiatischen
Raum
Ihre
obige
Nein
Falls ja: Gehen Sie davon aus, daß dies das Investitionsverhalten Ihrer Firma
mittel- oder langfristig zugunsten der genannten lateinamerikanischen Länder
verändern wird?
Ja
16)
im
Nein
Wie schätzen Sie die Bereitschaft Ihres Unternehmens ein,
Investitionen in Brasilien innerhalb der nächsten 5 Jahre zu tätigen?
XXXII
A)
Investition über dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre.
B)
Beibehaltung des Niveaus der letzten 5 Jahre.
C)
Investition unter dem durchschnittlichen Niveau der letzten 5 Jahre.
D)
Keine.
17)
Was sind Ihrer Meinung nach die Gründe für die noch geringe
Beteiligung deutscher Kapitalanleger am Prozeß der derzeitigen Privatisierung
von brasilianischen Staatsunternehmen?
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
XXXIII
TABULAÇÃO DAS PERGUNTAS SELECIONADAS DO QUESTIONÁRIO
I - SETOR AUTOMOTIVO ALEMÃO
1 - Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior (Critério
de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante).
Montadoras
Alternativas
A
A1
A2
A3
A4
A5
% Ponderado
Colocação
B
5
4
6,81
-
C
5
4
3
9,08
4o
D
3
1
2
2
2
18,15
2o
E
5
4,54
-
F
4
5
2
10,59
-
G
2
3
3
1
3
16,34
3o
H
1
2
1
2
1
20,88
1o
I
4
4
4
9,08
4o
J
5
5
4,54
-
-
Devido ao tamanho da amostra e por se tratar de uma avaliação qualitativa, foram aceitos e
ponderados normalmente as avaliações de empresas para mais de uma alternativa. Tal procedimento
foi aplicado a casos semelhantes ao longo desta avaliação dos setores automobilístico, bancário e
químico-farmacêutico.
Tabulação da Pergunta 1: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
0
0
1
0
0
1
3
0
0
0
0
0
3
0
1
1
2
0
0
0
0
1
1
0
0
3
0
0
0
0
1
1
0
0
1
0
0
3
0
0
1
1
0
1
1
0
0
0
2
0
Pontos
3
6
20
1
7
18
23
6
2
0
Votantes
2
3
5
1
3
5
5
3
2
0
Valor
Ponderado
Percentagem
1,50
2,00
4,00
1,00
2,33
3,60
4,60
2,00
1,00
-
6,81
9,08
18,15
4,54
10,59
16,34
20,88
9,08
4,54
-
22,03
Ordem
4o
2o
3o
1o
4o
-
100,00
2 - Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar
sua empresa a investir no exterior?
Montadoras
Alternativas
Sim
A1
A2
A3
A4
A5
No de Votos
Não
X
X
1
X
X
X
4
XXXIV
3 - Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo?
Montadoras
Métodos Empregados
A1
A2
A3
A4
A5
Não se aplica
Seguro-Exportação Hermes
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
4 - Na sua opinião, quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em
um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante).
Montadoras
A1
A2
A3
A4
A5
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
2
5
1
4
1
4
3
13,19
17,31
3o
C
D
3
3
2
5
13,60
5o
E
1
2
5
2
1
18,80
2o
F
2
2
19,79
1o
4
1
17,31
3o
Tabulação da Pergunta 4: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
Total ⇒
5
4
3
2
1
1o
2o
3o
4o
5o
0
2
2
2
0
1
1
0
1
2
2
0
0
1
2
0
0
0
2
0
0
0
0
1
0
1
1
1
0
0
Pontos
Votantes
8
14
11
19
8
2
3
4
4
5
2
1
Valor
Ponderado
Percentagem
(%)
2,67
3,50
2,75
3,80
4,00
3,50
18,72
13,19
17,31
13,60
18,80
19,79
17,31
100,00
Ordem
3o
4o
2o
1o
3o
5 - Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4
menos importante).
Montadoras
Alternativas
A
A1
A2
A3
A4
A5
% Ponderado
Colocação
B
X
3
17,03
4o
C
1
X
1
1
27,44
2o
D
1
2
2
25,44
3o
1
30,28
1o
O respondente não utilizou o critério de
avaliação proposto, preferindo marcar
as alternativas com a letra X. Portanto,
para efeito de ponderação na matriz
frequência-relevância
abaixo,
foi
atribuído neste caso, a cada alternativa
escolhida, um peso igual a 4.
XXXV
Tabulação da Pergunta 5: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
4
3
2,5
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
Total ⇒
1o
2o
X
3o
4o
0
3
1
1
0
1
2
0
1
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
Pontos
Votantes
4,5
14,5
10
4
2
4
3
1
Valor
Ponderado
Percentagem
(%)
2,25
3,63
3,33
4,00
13,21
17,03
27,44
25,24
30,28
100,00
Ordem
4o
2o
3o
1o
6 - Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido,
qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto
(discount rate) ?
Montadoras
Alternativas
A
B
N/A
N/A
N/A
N/A
A1
A2
A3
A4
A5
C
N/A
N/A
N/A
N/A
D
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
Próprio
N/A
N/A
N/A
N/A: Não se aplica
7- Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa?
Montadoras
Relação
A1
A2
A3
A4
A5
Capital Próprio (%)
42,40*
33,70**
30,00
42,40*
28,00
Capital de Terceiros (%)
57,60
66,30
70,00
57,60
72,00
(*) Valor calculado diretamente de seu Relatório Financeiro de 1997
(**) Valor calculado diretamente de seu Relatório Financeiro de 1996
8 - Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa?
Montadoras
Alternativas
A
A1
A2
A3
A4
A5
No de Votos
Colocação
B
X
X
N/R
2
2o
C
X
X
X
N/R
3
1o
D
X
N/R
X
2
2o
N/R
-
N/R: Não respondeu
XXXVI
9 - De que forma sua empresa prefere aumentar seu capital próprio?
Montadoras
Alternativas
A
B
X
X
X
N/R
X
4
10
A1
A2
A3
A4
A5
No de Votos
Colocação
C
N/R
-
D
X
N/R
1
20
N/R
-
N/R: Não respondeu
10 - Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para
novos investimentos no Brasil (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 4
menos importante).
Montadoras
Alternativas
A
B
3
5
5
7,31
-
A1
A2
A3
A4
A5
% Ponderado
Colocação
C
1
2
3
4
1
16,67
3o
D
5
5
3
19,74
1o
E
4
4
4
3
9,87
-
F
3
6
2
2
4
14,25
5o
G
4
1
1
2
2
17,54
2o
2
5
1
14,62
4o
Tabulação da Pergunta 10: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
0
2
3
0
0
2
1
0
1
0
0
2
2
1
1
1
1
1
1
0
0
0
1
0
3
1
1
0
2
0
0
0
0
0
1
Pontos
Votantes
5
19
18
9
13
20
10
3
5
4
4
4
5
3
Valor
Ponderado
1,67
3,80
4,50
2,25
3,25
4,00
3,33
22,80
Percentagem
(%)
7,31
16,67
19,74
9,87
14,25
17,54
14,62
100,00
Ordem
3o
1o
5o
2o
4o
XXXVII
11- Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil?
Montadoras
A1
A2
A3
A4
A5
No de Votos
Alternativas
Sim
X
X
X
X
4
Não
X
1
12 - Caso positivo, que tipos de métodos são empregados?
Montadoras
Métodos Empregados
A1
A2
A3
A4
A5
Não respondeu
Método próprio
Institutos especializados
Banco Mundial
N/A
N/A: Não se aplica
13 - Quais são, na sua opinião, os índices de country-risk para os seguintes países?
Montadoras
A1
A2
A3
A4
A5
Somatório
das Notas
Colocação
Países
Notas de Zero a 10
A
B
C
4
5
5
7
7
9
7
7
5
7
28
35
4o
7o
Argentina Brasil
D
E
F
G
H
I
4
7
9
8
7
35
5
3
8
9
9
34
7
5
6
9
6
33
5
2
5
6
3
21
3
1
2
2
1
9
8
5
10
10
9
42
6
5
7
5
2
25
7o
6o
5o
2o
1o
9o
3o
México
China
C. Sul
Taiwan França Rússia R.Tcheca
14 - A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima?
Montadoras
A1
A2
A3
A4
A5
No de Votos
Alternativas
Sim
Não
X
X
X
X
X
4
1
XXXVIII
15 - Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o
procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados?
Montadoras
A1
A2
A3
A4
A5
Alternativas
Sim
Não
X (Business as usual1)
X (Mercados totalmente diferentes. Além
disto, pelo volume de negócios envolvidos
a preocupação é pelo longo prazo)
N/A
N/A
X
X
N/A: Não se aplica
16 - Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil
dentro dos próximos 5 anos?
Montadoras
A1
A2
A3
A4
A5
No de Votos
Colocação
Alternativas
A
B
X
X
X
X
3
1o
1
2o
C
D
0
-
X
1
2o
17 - Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de capitais
alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras?
Montadoras
A1
A2
A3
A4
A5
Processo de Privatização
Falta de disponibilidade de recursos, já
aplicados no Leste Europeu, Ásia e Pacífico;
Ausência de uma transparência devida,
burocracia; Influência do passado, onde tudo
era possível.
Falta de experiência; Risco financeiro (Bill of
Operation2)
Do ponto de vista da empresa, inflexibilidade
da mão de obra.
Não soube responder (“Ich weiss es nicht3 “).
Condições instáveis da economia como um
todo (Alfândega, licenças, etc., se alteram de
forma imprevisível).
1
Negócios como de costume
Regra de operação
3
“Isto eu não sei”
2
XXXIX
2 - SETOR BANCÁRIO ALEMÃO
1- Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior (Critério
de avaliação: No 1 mais importante, No 5 menos importante).
Bancos
Alternativas
A
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
% Ponderado
Colocação
B
5
4
5
4
5
3
2
5
6,74
-
C
5
X
3
4
4
3
3
2
3
4
3
4
1
3
3
3
5
9,72
-
D
2
2
2
X
4
2
3
5
3
1
1
2
3
5
1
4
5
2
2
2
2
1
2
2
4
5
1
12,11
3o
E
5
5
3
5
5
5
4,79
-
F
4
2
3
4
3
4
4
3
4
5
3
6,21
-
G
3
1
X
1
2
5
4
4
3
5
2
3
5
4
5
1
2
1
1
2
2
11,46
4o
H
1
3
4
X
2
3
1
3
1
5
2
2
4
3
3
1
1
1
1
1
4
3
4
2
1
4
12,85
2o
I
4
5
5
5
4
2
2
4
4
3
5
4
5
7,19
-
J
5
5
3
X
5
2
4
3
1
1
2
5
4
2
2
2
2
1
4
3
10,96
5o
1
1
1
1
1
1
17,97
1o
O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as alternativas com a letra
X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído a cada
alternativa escolhida um peso igual a 3.
XL
Tabulação da Pergunta 1: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
0
1
4
0
0
5
9
0
3
6
1
1
11
0
1
5
4
1
6
0
1
8
4
1
4
4
7
1
4
0
2
4
3
0
5
2
5
5
3
0
4
2
4
5
1
4
0
5
4
0
Pontos
Votantes
15
43
86
8
19
65
92
22
61
30
8
16
26
6
11
20
25
12
20
6
Valor
Ponderado
1,88
2,71
3,37
1,33
1,73
3,19
3,58
2,00
3,05
5,00
27,83
Percentagem Ordem
(%)
6,74
9,72
12,11
4,79
6,21
11,46
12,85
7,19
10,96
17,97
100,00
3o
4o
2o
5o
1o
2 - Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar
sua empresa a investir no exterior?
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
No de Votos
Alternativas
Sim
Não
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1
27
XLI
3 - Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo?
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
Tipo de Apoio
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Influência indireta
BDI4, DIHT5
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Hermes, DEG6,
Deutsches Haus7
4
Bundesverband Deutscher Industrie (Federação Nacional da Indústria Alemã)
Deutscher Industrie- und Handelstag (Conselho da Indústria e Comércio Alemão)
6
Deutsche Entwicklungsgesellschaft (Sociedade de Desenvolvimento Alemã)
7
“Casa Alemã” : escritórios de apoio às pequenas e médias empresas no exterior
5
XLII
4 - Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em
um país? (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante).
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
2
2
1
2
1
2
X
X
3
4
3
1
3
4
2
2
3
2
3
1
5
2
3
1
2
2
3
1
2
1
1
2
5
4
1
5
3
4
1
2
1
3
1
2
2
4
1
2
1
2
3
4
2
3
19,39
2o
15,34
4o
C
D
2
3
5
X
2
4
1
1
2
5
4
4
1
5
1
3
5
1
5
3
4
4
1
4
14,22
5o
E
2
4
4
5
2
2
5
5
5
3
4
3
1
3
1
3
3
2
1
3
4
5
5
5
2
1
13,49
-
F
2
5
3
X
1
5
1
4
4
4
5
4
5
5
1
4
2
4
2
4
2
4
1
3
3
5
5
16,20
3o
2
1
3
1
1
1
1
1
3
21,36
1o
O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as alternativas com a
letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído a
cada alternativa escolhida um peso igual a 3.
XLIII
Tabulação da Pergunta 4: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
12
2
6
4
4
6
8
10
3
5
4
1
6
7
4
6
4
2
1
5
6
4
8
0
1
2
5
7
7
0
Pontos
Votantes
113
83
71
73
91
40
28
26
24
26
27
9
Valor
Ponderado
4,04
3,19
2,96
2,81
3,37
4,44
20,81
Percentagem
(%)
19,39
15,34
14,22
13,49
16,20
21,36
100,00
Ordem
2o
4o
5o
3o
1o
5 - Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante,
no 4 menos importante).
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
C
D
1
3
2
1
1
3
2
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
1
N/R
N/R
N/R
N/R
3
1
2
1
N/R
N/R
N/R
N/R
1
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
1
1
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
1
2
3
3
1
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
2
1
3
23,02
23,32
24,20
29,46
4o
3o
2o
1o
N/R: Não respondeu
XLIV
Tabulação da Pergunta 5: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
4
3
3
3
1
1
3
0
3
2
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Pontos
Votantes
25
19
23
9
8
6
7
2
Valor
Ponderado
3,13
3,17
3,29
4,00
13,58
Percentagem
(%)
23,02
23,32
24,20
29,46
100,00
Ordem
4o
3o
2o
1o
6 - Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido,
qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto
(discount rate) ?
Bancos
Alternativas
A
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
Total
B
N/A
N/A
X
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
X
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
X
3
C
N/A
N/A
X
N/A
N/A
N/A
X
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
X
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
3
D
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
-
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
-
N/A: Responderam na pergunta 5 alternativa diferente de VPL
N/R: Não respondeu
XLV
7 - Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa?
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
Relação
Capital Próprio (%)
4,00
3,00
40,00
3,20
5,77*
N/D
3,00
5,87*
4,00
3,10
2,75
2,71*
2,02*
2,50
Capital de Terceiros (%)
96,00
97,00
60,00
96,80
94,23
N/D
97,00
94,13
96,00
96,90
97,25
97,29
97,98
97,50
3,10
4,46*
4,00
5,00
8,00
8,50*
5,00
15,00
6,70
N/D
3,33*
12,00
7,75*
8,00
96,90
95,54
96,00
95,00
92,00
91,50
95,00
95,00
93,30
N/D
96,67
88,00
92,25
92,00
(*) Valor calculado com base no relatório financeiro de 1996
N/D: Não disponível
XLVI
8 - Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa?
Bancos
Alternativas
A
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
No de Votos
Colocação
B
-
C
-
X
D
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
N/R
N/R
X
X
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
6
3o
1
4o
X
X
X
X
X
N/R
X
X
X
N/R
N/R
X
N/R
X
18
1o
N/R
N/R
N/R
N/R
7
2o
N/R: Não respondeu
XLVII
9 - De que forma sua empresa prefere aumentar o seu capital próprio?
Bancos
Alternativas
A
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B
D
-
-
X
N/R
N/R
N/R
X
N/R
N/R
X
N/R
X
X
N/R
N/R
X
X
X
X
X
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
No de Votos
Colocação
C
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
N/R
N/R
X
N/R
7
2o
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
X
N/R
0
-
3
3o
13
1o
N/R: Não respondeu
XLVIII
10 - Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para
novos investimentos no Brasil. (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5
menos importante).
10a - Bancos Alemães em Conjunto
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
%Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
1
1
4
1
4
2
2
3
5
4
1
2
1
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
5
1
2
4
3
3
1
5
4
2
4
2
1
3
5
4
2
5
1
3
1
2
3
1
2
3
5
4
2
1
3
5
4
4
3
1
5
2
1
3
2
4
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
1
4
2
5
X
1
5
4
2
3
4
1
5
2
3
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
3
1
2
5
4
3
4
5
2
1
1
1
3
2
4
2
1
2
1
5
4
3
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
4
2
5
3
1
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
5
2
1
4
3
14,58
20,45
10,50
14,74
6,53
13,75
19,45
4o
1o
3o
5o
2o
N/R: Não respondeu
O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar a alternativa com a letra
X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído a cada
alternativa escolhida um peso igual a 3.
XLIX
Tabulação da Pergunta 10a: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
4
11
2
3
0
2
3
3
7
1
5
0
5
1
2
3
3
4
0
5
2
5
0
3
6
2
4
0
2
0
7
1
3
3
0
Pontos
Votantes
50
92
36
60
7
56
25
16
21
16
19
5
19
6
Valor
Ponderado
3,13
4,38
2,25
3,16
1,40
2,95
4,17
21,43
Percentagem
(%)
14,58
20,45
10,50
14,74
6,53
13,75
19,45
100,00
Ordem
4o
1o
3o
5o
2o
10b - Bancos Alemães com Unidades Operativas no Brasil
Bancos
B1
B2
B3
B4
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
1
1
2
3
2
N/R
N/R
18,00
16,00
2o
4o
C
D
4
5
N/R
6,00
-
1
4
N/R
14,00
5o
E
F
4
N/R
8,00
-
G
2
1
N/R
18,00
2o
1
N/R
20,00
1o
N/R: Não respondeu
Tabulação da Pergunta 10b: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
1
1
0
1
0
1
1
1
1
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
Pontos
Votantes
9
12
3
7
2
9
5
2
3
2
2
1
2
1
Valor
Ponderado
4,50
4,00
1,50
3,50
2,00
4,50
5,00
25,00
Percentagem
(%)
18,00
16,00
6,00
14,00
8,00
18,00
20,00
100,00
Ordem
2o
4o
5o
2o
1o
L
10c - Bancos Alemães Com Representações no Brasil
Bancos
B5
B8
B11
B19
B27
B28
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
5
1
2
4
3
4
2
5
1
3
2
1
3
5
4
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
5
2
1
4
3
12,06
27,14
20,10
18,08
6,03
16,58
0,00
5o
1o
2o
3o
4o
-
N/R: Não respondeu .
Tabulação da Pergunta 10c: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
0
2
1
1
0
0
0
1
2
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
3
0
1
0
0
2
0
1
0
2
0
1
0
1
0
0
Pontos
Votantes
8
18
10
12
1
11
0
4
4
3
4
1
4
0
Valor
Ponderado
2,00
4,50
3,33
3,00
1,00
2,75
16,58
Percentagem
(%)
12,06
27,14
20,10
18,09
6,03
16,58
100,00
Ordem
5o
1o
2o
3o
4o
-
10d - Bancos Alemães Sem Representações no Brasil
Bancos
B6
B7
B9
B10
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B25
%
Colocação
Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
3
1
5
4
2
4
2
1
3
5
1
2
3
1
2
3
5
4
4
3
1
5
2
1
3
2
4
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
1
4
2
5
X
1
5
4
2
3
4
1
5
2
3
3
1
2
5
4
3
4
5
2
1
1
1
3
2
4
2
1
2
1
5
4
3
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
4
2
5
3
1
15,66
21,01
9,92
14,96
6,33
13,14
18,98
3o
1o
4o
5o
2o
O respondente não
utilizou o critério de
avaliação proposto,
preferindo marcar a
alternativa com a
letra X. Portanto,
para
efeito
de
ponderação
na
matriz
frequênciarelevância abaixo, foi
atribuído
a
cada
alternativa escolhida
um peso igual a 3.
N/R: Não respondeu .
Tabulação da Pergunta 10d: Matriz Frequência-Relevância
LI
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
3
8
1
1
0
1
2
1
4
0
5
0
4
1
2
2
3
3
0
2
2
4
0
2
3
1
3
0
0
0
5
1
2
3
0
Pontos
Votantes
33
62
23
41
4
36
20
10
14
11
13
3
13
5
Valor
Ponderado
3,30
4,43
2,09
3,15
1,33
2,77
4,00
21,08
Percentagem
(%)
15,66
21,01
9,92
14,96
6,33
13,14
18,98
100,00
Ordem
3o
1o
4o
5o
2o
11 - Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil?
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
Alternativas
Sim
X
X
X
N/R
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
No de Votos
Não
N/R
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
24
3
N/R: Não respondeu
12 - Caso positivo, que tipos de métodos são empregados?
LII
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
Métodos Empregados
Diversos métodos.
Avaliação de diversos indicadores econômicos.
Não respondeu.
Não respondeu.
Não respondeu.
Análise de risco própria e agências de “ratings”.
Como base nas avaliações de agências de “ratings”.
Método próprio.
Processo interno com base em dados econômicos totais.
Análise de risco -país própria.
Método próprio.
Análise de risco própria e agências de “ratings”.
Método próprio.
Análise de risco -país própria.
Não respondeu.
Comitê de rating/ países com base em numerosos indicadores.
Processo de rating próprio.
Não respondeu
2 Thinktanks vis-a-vis avaliação própria.
Análise interna do conglomerado das empresas do grupo
Modelo de rating.
Rating com base em dados econômicos e comportamento político.
Critério de rating próprio.
Não se aplica, pois não faz análise de risco-Brasil.
Não respondeu.
Institutional Investors Rating, Ländernanalyse com base em diferentes dados.
Não respondeu.
Utilização de agências internacionais.
LIII
13 - Quais são, na sua opinião, os índices de country-risk para os seguintes países?
13a - Bancos Alemães em Conjunto
Bancos
Notas de Zero a Dez
A
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
Somatório
das Notas
Colocação
Países
B
C
D
E
F
G
H
I
6
5
7
N/R
5
6
6
N/R
6
7
7
6
7
4
8
8
6
8
5
4
6
7
5
4
6
4
4
5
6
5
8
N/R
5
8
7
N/R
7
8
8
6
8
3
9
8
7
8
7
4
6
7
5
5
6
4
5
5
5
5
6
N/R
4
6
7
N/R
5
5
7
6
8
3
9
7
6
6
4
4
5
7
4
6
6
4
4
5
5
4
7
N/R
8
6
5
N/R
3
3
5
4
5
2
8
5
5
7
10
5
7
8
5
5
5
3
6
5
7
6
4
N/R
8
7
6
N/R
6
5
6
6
6
3
10
5
5
8
10
7
7
7
5
5
6
3
8
5
3
3
4
N/R
4
4
1
N/R
1
2
5
3
6
1
10
4
3
8
10
6
5
2
3
2
3
2
4
5
0
1
2
N/R
0
1
1
N/R
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
0
1
1
1
0
0
1
0
0
0
7
7
8,5
N/R
7
8
7
N/R
9
7
9
8
9
5
6
10
7
9
10
5
8
9
6
8
8
8
5
6
4
6
7,5
N/R
3
5
4
N/R
3
4
5
4
6
2
3
3
6
6
10
2
7
5
4
6
4
3
5
6
153
165
144
141
161
104
13
196,5
123,5
5o
México
4o
China
7o
C. Sul
2o
Taiwan
6o
8o
Argentina Brasil
1o
França
9o
Rússia
3o
R.Tcheca
N/R: Não respondeu
O respondente indicou apenas faixas de notas. Para efeito de ponderação nas respectivas matrizes de
freqüência-relevância abaixo foram atribuídas médias das faixas de notas indicadas. Portanto, 8,5 e 7,5
para as respectivas faixas de notas 7-8 e 8-9.
LIV
13b - Bancos Alemães com Unidades Operativas no Brasil
Bancos
B1
B2
B3
B4
Somatório
das Notas
Colocação
Países
Notas de Zero a Dez
A
B
C
6
6
5
5
5
5
7
8
6
N/R
N/R
N/R
18
19
16
6o
E
F
G
H
I
5
4
7
N/R
16
7
6
4
N/R
17
3
3
4
N/R
10
0
1
2
N/R
3
7
7
8,5
N/R
22,5
4
6
7,5
N/R
18,5
3o
3o
5o
2o
1o
9o
7o
México
China
C. Sul
Taiwan
8o
Argentina Brasil
D
França
Rússia
R.Tcheca
N/R: Não respondeu
Conforme observado acima, o respondente indicou apenas faixas de notas. Para efeito de
ponderação nas respectivas matrizes de freqüência-relevância abaixo foram atribuídas médias das
faixas de notas indicadas. Portanto, 8,5 e 7,5 para as respectivas faixas de notas 7-8 e 8-9.
13c - Bancos Alemães com Representações no Brasil
Bancos
Notas de Zero a Dez
A
B5
B8
B11
B19
B27
B28
Somatório das
Notas
Colocação
Países
B
C
D
E
F
G
H
I
5
N/R
7
5
4
5
5
N/R
8
7
5
5
4
N/R
7
4
4
5
8
N/R
5
10
6
5
8
N/R
6
10
8
5
4
N/R
5
10
4
5
0
N/R
0
0
0
0
7
N/R
9
10
5
6
3
N/R
5
10
5
6
26
30
24
34
37
28
0
37
29
2o
México
7o
China
8o
C. Sul
4o
Taiwan
3o
6o
Argentina Brasil
1o
França
8o
Rússia
5o
R.Tcheca
N/R: Não respondeu
LV
13d - Bancos Alemães Sem Representações no Brasil
Bancos
Notas de Zero a Dez
A
B
C
6
8
6
B6
6
7
7
B7
6
7
5
B9
7
8
5
B10
6
6
6
B12
7
8
8
B13
4
3
3
B14
8
9
9
B15
8
8
7
B16
6
7
6
B17
8
8
6
B18
4
4
4
B20
6
6
5
B21
7
7
7
B22
5
5
4
B23
4
5
6
B24
6
6
6
B25
4
4
4
B26
Somatório das
109
116
104
Notas
Colocação
7o
8o
5o
Países
Argentina Brasil México
D
E
6
5
3
3
4
5
2
8
5
5
7
5
7
8
5
5
5
3
91
4o
China
F
7
6
6
5
6
6
3
10
5
5
8
7
7
7
5
5
6
3
107
6o
C.Sul
G
4
1
1
2
3
6
1
10
4
3
8
6
5
2
3
2
3
2
66
H
1
1
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
0
0
1
0
10
2o
1o
Taiwan França
I
8
7
9
7
8
9
5
6
10
7
9
5
8
9
6
8
8
8
137
5
4
3
4
4
6
2
3
3
6
6
2
7
5
4
6
4
3
77
9o
3o
Rússia R.Tcheca
14 - A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima?
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
No de Votos
Alternativas
Sim
Não
X
X
X
N/R
N/R
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
25
2
N/R: Não respondeu
LVI
15 - Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo o
procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima citados?
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
No de Votos
Alternativas
Sim
Não
X
X
N/A
N/A
N/A
N/A
X
X
X
X
X
X
X
X
N/A
N/A
X
X
X
X
N/R
N/R
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
6
19
N/R: Não respondeu
N/A: Não se aplica
LVII
16 - Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil
dentro dos próximos 5 anos?
Bancos
Alternativas
A
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B
D
X
X
N/R
X
N/R
N/R
X
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
X
X
N/R
N/R
N/R
X
X
X
B12
B13
B14
B15
B16
B17
B18
B19
B20
B21
B22
B23
B24
B25
B26
B27
B28
No de Votos
Colocação
C
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
N/R
N/R
N/R
7
2o
N/R
N/R
X
N/R
X
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
5
3o
0
-
10
1o
N/R: Não respondeu
LVIII
17- Na sua opinião, quais são os motivos para a ainda pequena participação de capitais
alemães no atual processo de privatizacao das empresas estatais brasileiras?
Bancos
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
B13
B14
B15
Alternativas
Processo de Privatização
Não considera justo se utilizar o termo pouca participação dos investimentos alemães
neste processo de privatização, à medida que as empresas alemãs já se encontram em
grande número no Brasil; as privatizações estão ocorrendo em setores de infra-estrutura,
cujos serviços na Alemanha são fornecidos pelo governo, a nível federal, estadual ou
municipal; os alemães tenderiam a uma mentalidade de criadores e/ou de fundadores
(Gründermentalität), mas não de gerentes, o que estaria mais de acôrdo com a cultura
americana.
Baixa disposição para riscos; distância geográfica; falta de experiência nos setores que
estão sendo privatizados; imagem desfavorável do Brasil.
Preferência “histérica” por títulos (bonds), etc., apesar de que a aquisição de ativos está
se tornando mais comum.
Não respondeu
Insegurança no que diz respeito ao desenvolvimento continuado no Brasil, devido
atualmente mais à uma postura pessimista dos alemães. Fora isto, existe grande
investimento da economia alemã nas sua filiais existentes.
Não respondeu
Não respondeu
Prioridade dos investidores alemães no seu próprio espaço econômico, mais
especificamente no Leste da Europa.
Preferência pelos mercados do Leste da Europa, bem como desconhecimento das
oportunidades existentes neste processo de privatização no Brasil.
Atualmente, uma presença grande dos investidores alemães na própria Alemanha. As
empresas estatais brasileiras, a serem privatizadas não correspondem ao interesse das
empresas alemãs em termos de opções de produtos.
Pequeno porte das empresas médias alemãs diante do tamanho das mega-privatizações
no Brasil; nenhuma experiência em privatizações e/ou formação de consórcios
empresariais para participar deste processo; orientação dos investidores para o Leste da
Europa.
Pouco conhecimento do mercado; ambiente econômico inseguro; falta de solução efetiva
para o déficit publico e em conta corrente do balanço de pagamento. Além disto, o risco
de uma forte desvalorização da moeda, trazendo como conseqüência uma recessão
econômica, e por conseguinte, uma desestabilização política interna.
Não respondeu
Concentração mais forte de investimentos, devido a proximidade geográfica, no Leste da
Europa. Com relação mais especificamente ao setor de telecomunicações, a preferencia
das empresas alemães tem sido, primeiramente, em participar da privatização deste setor
na própria Alemanha, para depois, então, partir para os mercados estrangeiros.
Alto risco; avaliação ruim das perspectivas de investimentos.
B21
B22
A pouca participação de capitais alemães no processo de privatizações no Brasil se deve
muito mais à necessidade de se resolver, primeiramente, os problemas internos, na
própria Alemanha, do que à falta de interesse em novos mercados.
Alto nível de investimentos alemães no passado; concentração de investimentos no Leste
da Alemanha e Europa; motivos estratégicos - os setores privatizados no Brasil não foram
de relevância primordial para a indústria alemã.
Não respondeu
Investimentos alemães já presentes na área produtiva; no setor de serviços, a maioria dos
fornecedores alemães vislumbra sua participação no exterior de forma restritiva; foco dos
investimentos está voltado para o Leste da Europa e Ásia.
Capitais disponíveis já comprometidos. Investimentos já realizados no Leste da Europa e
Ásia.
Déficit de informações.
Protecionismo e como sempre, comportamentos políticos instáveis.
Bancos
Alternativas
B16
B17
B18
B19
B20
LIX
B23
B24
B25
B26
B27
B28
Processo de Privatização
Investidores potenciais já estão participando do processo de privatizações na própria
Alemanha; falta de disposição de investir em um contexto sem regras claras; Trauma de
moratória da dívida externa brasileira depois de 1982; após a reunificação da Alemanha,
orientação dos investimentos alemãs para o Leste da Alemanha e da Europa.
Não respondeu
Não respondeu
As industrias automotiva, química e de máquinas investem de forma intensiva no Brasil;
os investimentos adicionais são mais dependentes das oportunidades de mercado do
setor de serviços, tais como o bancário e o segurador.
Falta de experiência das empresas alemãs pois os tipos das empresas privatizadas no
Brasil são em parte ainda estatais na Alemanha.
Disponibilidade de investimentos comprometida com a reunificação da Alemanha;
concentração de investimentos nos Estados Unidos e na Europa; pouco conhecimento
das mudanças estruturais no Brasil; dúvidas quanto ao desenvolvimento de longo prazo
aqui no país.
LX
III- SETOR QUÍMICO-FARMACÊUTICO
1 - Favor ordenar 5 fatores que motivam empresas alemãs a investir no exterior.
(Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5 menos importante).
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
1
4
2
5
3
5
2
2
4
2
1
1
3
3
5
3
2
1
4
2
5
3
4
1
5
4
3
2
1
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
N/R
3
5
4
1
2
X
X
X
X
X
4
3
5
2
1
4
1
2
3
5
1
3
5
4
2
7,51
12,52
14,42
6,76
3,00
17,03
16,22
9,01
13,52
18,03
4o
2o
3o
5o
1o
N/R: Não respondeu
O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar suas alternativas com a
letra X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído para
as alternativas escolhidas um peso igual a 3.
.
Tabulação da Pergunta 1: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
1o
2o
3o
4o
5o
0
1
2
0
0
3
2
0
1
1
0
2
2
0
1
2
3
0
0
0
1
2
2
0
0
3
2
1
2
1
0
2
2
1
0
1
2
0
0
0
2
2
1
0
1
0
0
1
1
0
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
Total ⇒
Pontos
Votantes
5
25
32
3
2
34
36
4
12
8
3
9
10
2
3
9
10
2
4
2
Valor
Ponderado
1,67
2,78
3,20
1,50
0,67
3,78
3,60
2,00
3,00
4,00
22,19
Percentagem
(%)
7,51
12,52
14,42
6,76
3,00
17,03
16,22
9,01
13,52
18,03
100,00
Ordem
4o
2o
3o
5o
1o
LXI
2 - Existem razões de estratégia política por parte do governo alemão que podem motivar
sua empresa a investir no exterior?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
No de Votos
Alternativas
Sim
Não
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
0
11
3 - Caso afirmativo, que tipo de apoio sua empresa poderia receber do governo?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
Métodos Empregados
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não se Aplica
Não Respondeu
4 - Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a estabilidade econômica em
um país? (Critério de avaliação: No 1 mais importante, No 5 menos importante).
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
5
4
2
2
3
1
2
3
1
4
N/R
N/R
1
4
X
1
2
3
1
2
3
19,76
17,80
1o
2o
C
3
1
4
5
2
N/R
3
X
5
2
4
14,96
5o
D
1
1
5
1
3
N/R
2
3
5
5
16,62
3o
E
2
2
2
4
5
N/R
5
4
4
1
14,84
-
F
N/R
X
16,02
4o
O respondente não utilizou o
critério de avaliação proposto,
preferindo
marcar
as
respostas com a letra X.
Portanto, para efeito de
ponderação
na
matriz
frequência-relevância abaixo,
foi atribuído
para as
alternativas escolhidas um
peso igual a 3.
N/R: Não respondeu
LXII
Tabulação da Pergunta 4: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
5
4
3
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
Total ⇒
1o
2o
3o
4o
5o
3
2
1
3
1
0
3
2
2
1
3
0
3
2
3
2
0
3
0
3
2
0
3
0
1
0
2
3
2
0
Pontos
Votantes
37
30
28
28
25
9
10
9
10
9
9
3
Valor
Ponderado
3,70
3,33
2,80
3,11
2,78
3,00
18,72
Percentagem
(%)
19,76
17,80
14,96
16,62
14,84
16,02
100,00
Ordem
1O
2O
5O
3O
4O
5 - Quais os indicadores econômicos e financeiros que sua empresa utiliza para
possíveis investimentos no exterior? (Critério de avaliação: no 1 mais importante,
no 4 menos importante).
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
C
D
1
3
2
1
N/R
N/R
N/R
N/R
2
3
1
1
1
2
3
N/R
N/R
N/R
N/R
X
X
1
2
1
2
3
3
2
1
38,75
28,03
33,23
1O
3O
2O
-
N/R: Não respondeu
O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as respostas com a letra
X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído para as
alternativas escolhidas um peso igual a 4.
Matriz Frequência-Relevância da Pergunta 5
Pesos ⇒
4
3
2,5
2
1
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
Total ⇒
1o
2o
X
3o
4o
5
0
3
0
1
3
2
0
0
1
1
0
1
2
2
0
0
0
0
0
Pontos
Votantes
25
15,5
24,5
0
7
6
8
0
Valor
Ponderado
3,57
2,58
3,06
0,00
9,22
Percentagem
(%)
38,75
28,03
33,23
0,00
100,00
Ordem
1O
3O
2O
-
LXIII
6-
Caso a resposta à pergunta anterior tenha recaído sobre o Valor Presente Líquido,
qual o critério que sua empresa utiliza para escolher a respectiva taxa de desconto
(discount rate) ?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
No de Votos
Colocação
Alternativas
A
B
X
N/R
N/A
N/A
C
D
N/R
N/A
N/A
N/A
N/A
N/R
N/A
N/A
X
N/A
N/A
N/A
1
2o
N/A
1
2o
N/A
1
2o
N/A
N/A
X
X
N/R
N/A
N/A
N/A
N/A
X
N/A
2
1o
N/A: Não se aplica
N/R: Não respondeu
7 - Qual é a relação entre capital próprio e de terceiros na sua empresa?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
Relação
Capital Próprio (%)
33,00
50,00
44,00
N/R
50,00
34,48*
N/R
20,00
25,00
30,00
30,00
Capital de Terceiros (%)
67,00
50,00
56,00
N/R
50,00
65,52
N/R
80,00
75,00
70,00
70,00
N/R: Não respondeu
(*) Valor calculado com base no relatório financeiro de 1996.
LXIV
8 - Que fonte de recursos de capital de terceiros prefere sua empresa?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
No de Votos
Colocação
Alternativas
A
B
X
X
X
X
N/R
N/R
X
X
X
3
4
3o
2o
C
D
X
X
X
X
N/R
X
X
X
7
1o
X
N/R
1
4o
N/R: Não respondeu
9 - Que fonte de recursos sua empresa prefere para aumento de capital próprio?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
No de Votos
Colocação
Alternativas
A
B
X
X
X
X
X
N/R
N/R
N/R
N/R
C
D
X
N/R
N/R
X
X
N/R
N/R
X
X
X
X
6
1o
1
3o
1
3o
4
2o
N/R: Não respondeu
LXV
10 -
Favor citar os fatores fundamentais, os quais poderiam motivar sua empresa para
novos investimentos no Brasil (Critério de avaliação: no 1 mais importante, no 5
menos importante).
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
% Ponderado
Colocação
Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
5
1
2
3
4
3
1
2
2
5
2
1
1
1
3
1
2
1
2
1
4
3
2
2
5
3
4
1
X
X
X
X
X
2
1
5
3
4
4
2
5
3
1
1
4
5
2
3
14,47
18,21
9,79
13,36
11,13
14,34
18,70
3o
2o
5o
4o
1o
O respondente não utilizou o critério de avaliação proposto, preferindo marcar as respostas com a letra
X. Portanto, para efeito de ponderação na matriz frequência-relevância abaixo, foi atribuído para as
alternativas escolhidas um peso igual a 3.
Tabulação da Pergunta 10: Matriz Frequência-Relevância
Pesos ⇒
Avaliação ⇒
⇓ Alternativas
A
B
C
D
E
F
G
Total ⇒
5
1o
4
2o
3
3o
2
4o
1
5o
Pontos
Votantes
2
6
0
0
0
2
2
1
2
2
2
1
1
2
3
1
0
5
0
3
1
1
2
0
0
0
3
0
1
0
3
0
1
0
0
26
45
11
23
5
29
21
8
11
5
7
2
9
5
Valor
3,25
4,09
2,20
3,29
2,50
3,22
4,20
21,24
Percentagem
14,29
17,98
9,67
14,44
10,99
14,16
18,46
100,00
Ordem
4O
2O
3O
5O
1O
11 - Sua empresa faz avaliação de country-risk para o Brasil?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
No de Votos
Alternativas
Sim
Não
X
X
X
X
N/R
N/R
X
N/R
N/R
X
X
X
N/R
N/R
6
2
N/R: Não respondeu
12 - Caso positivo, que tipos de métodos são empregados?
LXVI
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
Métodos Empregados
Avaliação de bancos.
Experiência própria, utilização de dados de agencias de ‘rating’ .
Não se aplica.
Não se aplica.
Não respondeu.
Rating de investidores institucionais e análises fundamentalistas.
Não respondeu.
avaliação livre.
Não respondeu.
Agências de "rating"
Não se aplica
13 - Quais são, na sua opinião, os índices de country-risk para os seguintes países?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
Somatório
das Notas
Colocação
Países
Notas de zero a 10
A
B
C
3
3
4
4
5
3
N/R
N/R
N/R
5
6
6
6
5
6
8
8
7
N/R
N/R
N/R
4
4
4
5
6
4
7
9
6
6
5
5
48
51
45
5O
Argentina
6O
Brasil
2O
México
D
E
F
5
5
N/R
7
10
5
N/R
6
4
8
6
56
7
6
N/R
5
10
5
N/R
6
7
10
6
62
7O
China
8O
C.Sul
G
7
5
N/R
5
5
3
N/R
3
4
10
5
47
H
0
1
N/R
1
0
0
N/R
1
2
2
3
10
I
5
10
N/R
7
10
9
N/R
9
8
10
8
76
5
7
N/R
4
4
3
N/R
4
5
7
7
46
4O
1O
9O
3O
Taiwan França Rússia R.Tcheca
N/R: Não respondeu
14 - A atual crise na região asiática influenciou a sua avaliação de risco acima?
Empresas
Alternativas
Sim
Não
X
QF1
X
QF2
N/R
N/R
QF3
X
QF4
X
QF5
X
QF6
N/R
N/R
QF7
X
QF8
X
QF9
X
QF10
X
QF11
No de Votos
8
1
N/R: Não respondeu
LXVII
15 - Caso positivo, o(a) Senhor(a) acredita que isto possa mudar no médio-longo prazo
o procedimento de sua empresa a favor dos países latino-americanos acima
citados?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
No de Votos
Alternativas
Sim
Não
X
X
N/A
N/A
X
X
N/R
N/R
N/A
N/A
N/A
N/A
X
X
X
0
7
N/A: Não se aplica
N/R: Não respondeu
16 - Na sua opinião, qual a disposição de sua empresa em fazer investimentos no Brasil
dentro dos próximos 5 anos?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
No de Votos
Colocação
Alternativas
A
B
X
X
X
X
X
X
N/R
N/R
X
X
X
X
6
4
1o
2o
C
D
N/R
N/R
0
-
0
-
N/R: Não respondeu
LXVIII
17 - Na sua opinião, quais os motivos para a ainda pequena participação de capitais
alemães no atual processo de privatização das empresas estatais brasileiras?
Empresas
QF1
QF2
QF3
QF4
QF5
QF6
QF7
QF8
QF9
QF10
QF11
Processo de Privatização
Não respondeu.
Até o presente pouca venda para produtos de escalas mundiais,
Aspectos de portifolio (no sentido de produtos).
As empresas alemãs em questão são mesmo estatais ou paraestatais(saneamento básico, telecomunicação, aeroportos, etc.) e não
se orientam globalmente.
Difícil avaliação de empresas; difícil avaliação do mercado; falta de
informação sobre o Brasil.
Abertura do Leste, com grandes investimentos; imagem ruim do Brasil.
Falta de experiência e conhecimento da área.
Não respondeu.
Não respondeu.
O processo é muito lento. Falta por parte do Governo/Congresso uma
negociação responsável.
Certo favorecimento para ofertantes brasileiros, Dificuldade de
formação de parcerias.
Empresas alemãs não têm ciência do tamanho do mercado. Brasil
exótico e considerado instável.
Consolidação da reunificação alemã; instabilidade econômica e
política no Brasil.
LXIX
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paulo roberto pfeil gomes pereira a alemanha reunida e seus