JESUÍTAS Boletim trimestral . nº338 Abril/Junho 2010 PAPA BENTO XVI EM PORTUGAL HISTÓRIA DA MISSÃO DE ANGOLA Informação aos amigos JESUÍTAS Informação aos amigos LISBOA Boletim trimestral | nº 339 Abril/Junho 2010 EDITORIAL ................................................................ 2 BREVES DA PROVÍNCIA ........................................ 3 DA COMPANHIA DE JESUS EM RESUMO ........... 9 O PAPA BENTO XVI EM PORTUGAL ....................10 HISTÓRIA DA MISSÃO DA COMPANHIA DE JESUS EM ANGOLA ...............................................12 boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 MEIOS QUE UNEM O INSTRUMENTO COM DEUS...................................15 2 editorial Durante a Congregação Geral 35ª, o Papa Bento XVI, por ocasião de uma memorável audiência no Palácio Apostólico, pediu à Companhia de Jesus que servisse a Igreja “com renovado impulso e fervor”. Por seu lado, no decreto 1, a Congregação Geral fez suas estas palavras e reafirmou solenemente o compromisso da Companhia de Jesus de serviço fiel à Igreja e ao Sumo Pontífice. A presença do Santo Padre no nosso País ofereceu aos jesuítas portugueses uma ocasião ímpar para viver e concretizar este compromisso, em múltiplas iniciativas que marcaram a preparação e o decorrer da visita. Ao lado de muitas outras instituições eclesiais, a Companhia de Jesus esteve presente no acolhimento, na oração, na festa, na celebração e na emoção! Nos bastidores ou na linha da frente, concretizámos o nosso desejo de participar, de escutar e de servir. Na expressão tão do gosto de Sto. Inácio, moveu-nos, a nós e àqueles com quem estivemos, o desejo de “sentir com a Igreja”, expresso, nesta ocasião, pelo acolhimento atento e afectuoso do Sucessor de Pedro e da sua mensagem. Este número de “Jesuítas – Informação aos Amigos”, reflecte, como é habitual, a vida da Província Portuguesa da Companhia de Jesus e, numa altura em que se aproxima a passagem da Missão de Angola para a Província da África Central, quisemos dar a conhecer os traços mais importantes da sua história. Não podíamos, no entanto, deixar de assinalar as iniciativas em que os jesuítas estiveram presentes durante a visita do Santo Padre e a grande mobilização que daí decorreu. Um pequeno número destas iniciativas está documentado, nestas páginas, como símbolo de um conjunto muitíssimo mais amplo. Agora, é tempo para reler, interiorizar e pôr em prática a mensagem que o Santo Padre nos deixou: uma mensagem de renovação exigente, profundamente espiritual e voltada para o futuro. É tempo para continuarmos a caminhar na esperança e para o fazermos “com renovado impulso e fervor”. Nuno da Silva Gonçalves, SJ Ficha Técnica Jesuítas – Informação aos Amigos – Boletim trimestral; Nº338; Abril/Junho 2010 Director: Nuno da Silva Gonçalves, SJ • Coordenação: Ana Guimarães • Redacção: Ana Guimarães; António Amaral, SJ; Avelino Ribeiro, SJ • Propriedade: Província Portuguesa da Companhia de Jesus • Sede, Redacção e Administração: Estrada da Torre, 26, 1750296 LISBOA (Portugal) • Telef.: 217 543 060; Fax: 217 543 071 • Impressão: Grafilinha – Trabalhos Gráficos e Publicitários; Rua Abel Santos, 83 – Caparide - 2775-031 PAREDE • Depósito Legal: Nº 7378/84 • Endereço Internet: www.jesuitas.pt • E-mail: [email protected] • Foto: Missa no Terreiro do Paço, em Lisboa, 11 de Maio de 2010 - Osservatore Romano Breves da PROVÍNCIA - O P. Miguel Gonçalves Ferreira fará a sua Terceira Provação, em Salamanca, de Setembro de 2010 até Abril de 2011. - Os escolásticos António Santana e Cristóvão Andrade, ambos a estudarem Teologia em Roma, farão parte, a partir do próximo ano lectivo, da Comunidade do Colégio de S. Roberto Belarmino. - O P. Miguel Almeida passa a fazer parte da Comunidade do Centro Inaciano do Lumiar, em Lisboa, e foi nomeado, pelo Padre Provincial, Director do CUPAVCentro Universitário Padre António Vieira. Foi também nomeado, pelo Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, Assistente Espiritual dos Leigos para o Desenvolvimento. - O P. António Valério fará parte da Comunidade Pedro Arrupe e trabalhará no Apostolado da Oração, como Adjunto do Secretário Nacional e membro do Conselho Editorial e do Conselho Administrativo. Será, também, Director do Centro Académico de Braga, sucedendo ao P. Luís Ferreira do Amaral. - O P. Luís Ferreira do Amaral partirá, em Janeiro de 2011, para uma missão do JRS-Internacional, em princípio num país africano. - O P. Roberto Albuquerque (BRC) foi nomeado, pelo Padre Provincial, Sócio da Região de Moçambique. Sucede ao P. Francisco Correia, que regressou a Portugal. - No âmbito do protocolo de colaboração com o Grupo Alves Ribeiro, a Companhia de Jesus indicou o P. Carlos Azevedo Mendes para o cargo de Capelão do Colégio Pedro Arrupe. - Iniciam o magistério, em Setembro, os Esc. Pedro Luz no Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache; António Ary no Noviciado e CUMN, em Coimbra; Vasco Themudo, no Colégio das Caldinhas, em Santo Tirso; André Lind, no Colégio de S. João de Brito, em Lisboa. Orações Pedem-se orações: - pelo Ir. José António Nunes (Comunidade do Colégio das Caldinhas); - por uma Irmã do Ir. José Sampaio (Comunidade de Soutelo); - pelo Pai do Esc. José Maria Brito (estuda Teologia em Boston); pela Mãe do P. Álvaro Balsas (Comunidade FacFil/AO; Braga); - pelo Pai do P. Gonçalo Castro Fonseca (Comunidade do Noviciado, Cernache-Coimbra), recentemente falecidos. Nomeações do Padre Geral O P. João Vila-Chã foi nomeado pelo P. Geral, a 12 de Abril de 2010, Professor Associado da Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Gregoriana. Recentemente, foi também escolhido para o cargo de Presidente da COMIUCAP (Conférence Mondiale des Institutions Universitaires Catholiques de Philosophie). - O mandato do P. Manuel Vaz Pato como Superior do Centro Inaciano do Lumiar, cargo que exerce desde 31 de Julho de 2004, foi prorrogado por mais um ano pelo P. Geral. Lições Inacianas de Liderança O desafio vinha a ser lançado repetidamente, de muitos lados. Desde Novembro de 2006, quando a CVX realizou em Roma um Curso de Liderança em que participou a Carla Rebelo, a CVX-P sentia essa responsabilidade. Há dois anos, a Equipa de Formação da CVX-P mandatou um pequeno grupo para começar a preparar um Curso: Isabel Diz Nunes, Miguel Villa de Freitas e Hermínio Rico. No início do Verão de 2009, este grupo propôs à Casa de Exercícios de S. Inácio que incluísse no seu programa de 2009/2010 um fim-de-semana com esta temática. O compromisso era suficientemente longínquo para não assustar e demasiado público para, depois, não permitir recuar. Nos últimos meses, em vários dias inteiros de preparação fomos alinhando o programa e ultrapassando as inseguranças (mais ou menos). Assim nasceram as Lições Inacianas de Liderança. Não “lições de liderança inaciana”, porque não se trata de mais um curso de liderança, cheio de receitas e exemplos para se aplicarem imediatamente. Quisemos, antes, aprofundar temáticas dos Exercícios e descobrir na sabedoria que transmitem lições valiosas para situações de liderança. Como os Exercícios, também estas Lições são para ser trabalhadas (exercitadas) pelo próprio líder, para o transformarem, antes de mais, e lhe permitirem, depois, na sua visão, nas suas decisões, atitudes e relacionamentos, ser um melhor líder. O objectivo era, principalmente, proporcionar a profissionais com responsabilidade de liderança em organizações, uma maior integração das várias dimensões da sua vida, levando-os, através das temáticas e, sobretudo, da metodologia inaciana, a descobrir a continuidade entre os princípios da vida espiritual e as práticas de liderança, o discernimento e as escolhas de gestão organizacional, as regras de acompanhamento espiritual e as relações pessoais de liderança. boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 Novos Destinos e Nomeações 3 Breves da PROVÍNCIA continuação Durante o fim-de-semana de 12 a 14 de Março, no Rodízio, desenvolvemos três temas: o Princípio e Fundamento como ensinamento sobre a importância da clarificação de fins e meios e da liberdade interior como condição necessária para a adaptação e a criatividade; as Duas Bandeiras, como ajuda a reflectir em critérios de decisão e alerta para as dinâmicas construtivas e destrutivas típicas de situações de vulnerabilidade; e as Anotações, enquanto orientações para facilitar o desenvolvimento das pessoas, passando da relação de poder ao poder da relação. Participaram 40 pessoas, dos mais variados campos de actividade. A riqueza da troca de experiências possibilitada pela diversidade, o ambiente de participação empenhada de todos e, sobretudo, a comprovação permanente da profunda sabedoria de Inácio, e da sua ainda extraordinária pertinência para situações 5 séculos à frente do seu tempo – geraram satisfação geral e até um sentimento partilhado de consolação espiritual. Obrigado aos participantes e graças a Deus (e a Inácio). Nem tudo foi perfeito, mas o desafio foi ganho. Se calhar, vai ter que se repetir e desenvolver. Hermínio Rico, SJ boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 Fé visível e vivível 4 No passado dia 22 de Março o Padre José Frazão fez a apresentação pública e defesa da sua tese de doutoramento na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. O José Frazão já tinha feito o primeiro ciclo de teologia na Gregoriana. O segundo ciclo fê-lo em Paris no Centro Sèvres. Para o doutoramento voltou à Gregoriana. Citando o seu orientador, poderia dizer que “não há amor como o primeiro”. Mas, neste caso, o seu orientador referia-se ao autor principal tratado na sua tese, o teólogo italiano Pierangelo Sequeri, sobre o qual o José Frazão já tinha trabalhado no Centro Sèvres. Mas, desta vez, o teólogo de Milão estava acompanhado de outro teólogo italiano, Armido Rizzi, e de um teólogo jesuíta, da Província Francesa, Christoph Theobald. Este é o título da tese em Teologia Fundamental: Risonanza affettiva, appello etico, stile relazionale. Tratti di una fede vivibile e visibile (P. Sequeri, A. Rizzi, C. Theobald). A sala estava cheia, e não faltavam os portugueses, alguns vindos de propósito de Portugal. Entre estes encontrava-se o pai do José Frazão que estava visivelmente satisfeito. E tinha razões para isso. A apresentação da tese e a defesa foram brilhantes. O José Frazão estava descontraído, falava com conhecimento de causa e era claro que dominava a matéria. O júri também estava à altura. Na presidência estava o Padre Michael Paul Gallagher, jesuíta da Província Irlandesa que é neste momento o Reitor do Colégio Bellarmino (a comunidade do José Frazão), e que foi até há pouco tempo o Decano da Faculdade de Teologia da Gregoriana. O orientador da tese era o Padre Elmar Salmann, beneditino alemão e conhecido teólogo. O censor era o Professor Carmelo Dotolo, leigo e teólogo italiano. Para termos uma ideia da qualidade da dissertação de doutoramento do José Frazão, basta dizer que o censor, para além de confessar que o José Frazão lhe tinha facilitado a tarefa, tal era a qualidade do trabalho apresentado, convidou vivamente toda a gente a ler a tese. Por esta razão todos esperamos ansiosamente que a tese seja publicada na íntegra e o mais depressa possível. E porquê? Todas as boas teses têm normalmente interesse para quem trabalha na mesma área. Esta tese, para além do óbvio interesse para os cultores da Teologia Fundamental, apresenta características que tornam a sua leitura proveitosa para toda a gente. Para além disso, como um bom trabalho de Teologia Fundamental deve ser, trata-se de uma tese que se presta ao diálogo para quem lhe está sinceramente aberto. Na esperança de que todos possamos ler esta tese, termino com as sugestivas palavras do José Frazão durante a apresentação: «Com os três autores, quis compreender de que modo a ressonância afectiva, o apelo ético e o estilo relacional são traços verdadeiramente significativos e operativos de uma fé que, predispondo ao mistério de Deus e à Sua graça, não dispõe menos à confiança elementar na existência e à tarefa exigente que esta é para cada um». Obrigado Zé! Fernando António, SJ Edição facsimilada dos Proscritos A editorial Imperitura-Alcalá publicou uma edição facsimilada dos Proscritos, obra do P. Luís Gonzaga de Azevedo que contém as “notícias circunstanciadas do que passaram os religiosos da Companhia de Jesus na revolução de Portugal de 1910”. Esta obra, com extenso prefácio do P. Luís Gonzaga Cabral, Provincial à data da implantação da República e da expulsão dos jesuítas que se lhe seguiu, foi originalmente publicada em dois volumes: o primeiro, em Valladolid, em 1911, e o segundo, em Bruxelas, em 1914. A editorial Imperitura-Alcalá tem os seguintes contactos: Apartado 123 – 7371-909 CAMPO MAIOR; [email protected]. Boletim “Jesuítas” O boletim “Jesuítas” é enviado gratuitamente a familiares, amigos e colaboradores. Se desejar contribuir para as despesas de publicação e envio, pode fazê-lo por transferência bancária para o NIB 0033 0000 000000 700 41 84, Millennium BCP, ou mediante envio de cheque em nome de Província Portuguesa da Companhia de Jesus, para Estrada da Torre, nº 26 - 1750-296 LISBOA. Em ambos os casos, solicita-se referência ao Boletim Jesuítas. Breves da PROVÍNCIA continuação No dia 6 de Abril, Terça-feira da oitava da Páscoa, na Igreja do Gesù reuniu-se uma grande multidão orante. Depois de uma Semana Santa vivida em clima de oração e de um Domingo da Ressurreição cheio da alegria de celebrar a vitória sobre a morte por fiéis de todo o mundo reunidos aqui em Roma, vimo-nos envolvidos numa outra celebração que só ganha sentido com a morte e ressurreição de Jesus Cristo: um grupo de doze jovens jesuítas foi admitido à ordenação diaconal! Esta foi uma belíssima e muito emotiva celebração presidida por D. Luís Francisco Ladaria, jesuíta, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé e Arcebispo Titular de Thibica, que foi professor de grande parte dos ordinandos na Pontifícia Universidade Gregoriana. Num primeiro olhar, saltava imediatamente à vista a universalidade deste grupo de companheiros: um italiano, um polaco, dois da Alemanha, um espanhol, um mexicano, dois de Madagáscar, um francês, e, é claro, um português: o António Magalhães Sant'Ana. Esta foi uma imponente celebração com uma muito cuidada liturgia como as circunstancias impunham: todos queriam que esta fosse, de facto, uma cerimónia centrada na oferta que estes companheiros, ali reunidos diante do altar, faziam a Cristo Jesus de O servir na Igreja. O António Sant'Ana, visivelmente emocionado e feliz, recebeu a dalmática, que é a veste própria do diácono, das mãos do P. Fernando António e iniciou imediatamente as suas funções de diácono subindo ao altar para aí servir já nesta celebração. Depois, contagiando todos os convidados com uma alegria que não tem outra origem que não seja a união com o mesmo Jesus que alguns anos antes os tinha “convidado” a serem jesuítas, para assim O servirem, e que lhes deu força para todos os “sim” que foram dando ao longo da vida, reuniram-se, desta feita, no “cortile” (pátio interior) da comunidade do “Collegio Internazionale del Gesù” com as famílias e amigos para todos juntos comemorarem. Foi um fim de tarde bem passado entre brincadeiras e conversas descontraídas, lembrando episódios mais ou menos anedóticos ou as “patifarias” que fizeram nos tempos do noviciado ou da filosofia. Este foi, sem dúvida, um grande dia de entrega de vida para doze companheiros de Jesus que buscam em tudo amar e servir! Deo gratias! Marco Cunha, SJ Ordenação diaconal em Madrid Aproximou-se, então, aquele fim-de-semana tão aguardado e que fora motivo de esperança e de profunda alegria para o Pedro Mcdade, juntamente com outros sete companheiros jesuítas. Um fim-de-semana que começou com um primeiro momento, a vigília de oração na Sexta-feira, dia dezanove de Março, e que através deste tempo de oração e de canto, nos proporcionou a todos, familiares e amigos mais próximos, uma ocasião para acompanharmos internamente os futuros diáconos. No dia seguinte, no final de tarde de Sábado dia 20 de Março, na Paróquia de S. Francisco Xavier e de S. Luís Gonzaga, decorreu a celebração da ordenação diaconal presidida por Monsenhor Fidel Herráez Vegas, Bispo Auxiliar da Diocese de Madrid. Naquela celebração, que encheu toda a igreja, pudemos acompanhar e rezar por este passo concreto do Pedro, no seu caminho em direcção ao sacerdócio. Para a família e amigos de Portugal, jesuítas e o grupo de universitários que o Pedro acompanha aqui em Madrid, foi um tempo vivido intensamente e de maneira comovente por, de alguma maneira, participarmos e fazermos parte desta sua entrega generosa ao Senhor. O Pedro, que actualmente frequenta o 3º ano de Teologia na Universidade de Comillas em Madrid (primeiro ciclo de Teologia), prepara-se para, no próximo mês de Agosto, avançar para uma nova etapa de estudos, de dois anos, na área da Moral Económica Fundamental, no Boston College. Rezemos e agradeçamos ao Senhor a generosidade da sua vocação. Nuno Branco, SJ boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 Ordenação diaconal em Roma 5 Breves da PROVÍNCIA continuação Imagem de S. João de Brito no Santuário de Oryur XVII Fé e Justiça Na sequência da recente visita a Portugal do P. Cyril Antony Samy, responsável pelo Santuário de S. João de Brito, em Oryur, a Comunidade de Soutelo decidiu oferecer a este Santuário, que assinala o local do martírio do único jesuíta português canonizado, uma imagem de S. João de Brito que se encontrava num dos espaços da Casa de Retiros. Depois de devidamente embalada na carpintaria de Soutelo pelo Ir. José Sampaio, a imagem em madeira, com cerca de dois metros de altura e esculpida em Braga, já chegou à Índia, graças à colaboração da empresa OreyComércio e Navegação. Deste modo particularmente simbólico, a Província Portuguesa da Companhia de Jesus correspondeu aos pedidos de apoio feitos pelo P. Cyril, durante a sua visita, oferecendo-lhe uma imagem de S. João de Brito que o deixara particularmente sensibilizado e que será agora exposta à veneração dos fiéis em Oryur. Realizou-se no passado dia 13 de Março, no Colégio de São João de Brito, o XVII encontro Fé e Justiça, com organização conjunta do CUPAV, da História do Futuro e do Círculo Vieira. O tema “Portugal abaixo dos 40 – sonhando uma História do Futuro”, juntou quarenta crentes e não crentes, filósofos e cientistas, actores, músicos, quadros executivos, jornalistas, atletas, chefs, entre outros, muito ou pouco conhecidos, para nos relembrarem o que de bom se faz, o que de fantástico se pode fazer e como cada um vai fazendo Portugal Melhor. E juntou para os ouvir quase setecentas pessoas, que encheram as cadeiras, escadas, coxias e chão do palco do auditório do Colégio de S. João de Brito, todas entre os 18 e os 45 anos. O painel de abertura comum a todos os participantes lançava o mote para o dia, com o tema “Portugal abaixo dos 40 – uma nova palavra um novo olhar”. Posteriormente, os participantes dividiram-se por quatro anfiteatros onde se debatiam os “Dilemas do Presente”: Família/Trabalho, Estado/Sociedade Civil, Portugal/ Estrangeiro e Laico/Religioso. Seguiu-se o almoço. E da parte da tarde, debatiam-se os “Eixos para um Futuro”: Educação, Trabalho, Espírito e Ecologia e Justiça Social. Para o painel final, todos se reuniram, novamente, para “Um futuro que faça História”. Provas públicas de Doutoramento boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 As provas públicas de doutoramento do P. Álvaro Balsas estão marcadas para o dia 23 de Julho, às 15.00, em Braga, na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa. A dissertação de doutoramento intitula-se "Realismo e Localidade em Mecânica Quântica". 6 Portugal Abaixo dos 40 DÊ A MÃO AOS JOVENS DO ALTO DA MANGA, EM MOÇAMBIQUE! Durante os próximos dois anos, um dos projectos da Fundação Gonçalo da Silveira é a renovação e expansão do Centro Cultural e Académico João de Deus Kamtedza, no Alto da Manga, Moçambique. Com este projecto, a FGS conseguirá restaurar edifícios e estruturas já existentes bem como construir novos, comprar equipamentos, formar voluntários e funcionários, preparar e divulgar um programa de actividades sociais e culturais, estabelecer parcerias nacionais e internacionais com centros similares. Tudo para que muitos estudantes do ensino secundário e universitário, professores dos diversos graus de ensino, pessoas que vivem com HIV e afectadas com SIDA e a população desta zona da Beira em geral, possam melhorar os seus níveis de educação, espiritualidade e vida em família e em comunidade. Mas para conseguir tudo isto, contamos que outras pessoas dêem a mão a este projecto. Ficará a ganhar se tomar a iniciativa também! CUSTO TOTAL DO INVESTIMENTO USD 1.296.314,29 PARA DAR A MÃO A ESTE PROJECTO (ligado ao Plano Estratégico do Apostolado Social- RMCJ): NIB – 0033 0000 4527 0952 7420 5 (Millennium BCP); Por cheque – A Fundação Gonçalo da Silveira. Ao abrigo da alínea e) do nº3 do artigo 62º do estatuto dos benefícios fiscais, o valor do seu donativo à FGS pode trazer-lhe benefícios. Para isso, basta pedir recibo, informando-se para tal junto da FGS. ONGD DA COMPANHIA DE JESUS Estrada da Torre, nº 26 1750-296 Lisboa T +351 217 541 627 F +351 217 541 629 [email protected] www.fgs.org.pt Durante os coffee-breaks, decorreu uma feira de instituições - AESE, Fundação Gonçalo da Silveira, JCI, Leigos para o Desenvolvimento e MSV, onde estas demonstravam a sua forma de participação activa, na nossa sociedade, e como é possível fazer a diferença - e a 2ª Feira do Livro Beato, enriquecida, desta vez, com os títulos publicados pelos oradores presentes. Foi, também, entregue a 2ª Edição do Prémio Vieira, que destaca uma personalidade no campo dos Direitos Humanos, diálogo inter-cultural e inter-religioso, à Irmã Rita Cortez, da Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, pelo Projecto “TASSE”, que tem como principal objectivo prevenir o abandono escolar, no Bairro da Quinta da Fonte da Prata, na Moita do Ribatejo. O dia terminou com um mini concerto dos “Quais”, de Francisco Lucas Pires e Tomás Cunha Ferreira, acompanhados nas teclas por Rita Sassetti, para embalar todos os que estiveram presentes a pensar a nova História do Futuro. Marta Trindade Paço Encontro Nacional dos Campinácios Os Campinácios cumpriram 20 anos de existência! Vinte anos organizando campos de férias e muitas outras actividades, para os alunos dos três colégios da Companhia de Jesus em Portugal. Foram muitos os alunos que participaram e os antigos alunos que animaram muitas centenas de campos de férias durante o Verão. Todos eles foram marcados para sempre pela espiritualidade inaciana e por uma experiência intensa de relação com os outros, com Deus, consigo próprios e com a natureza. Este ano, o Movimento quis assinalar este aniversário organizando o maior e mais longo Encontro Nacional (EN) de todos os tempos, de 9 a 11 de Abril, em Cernache. Foi em Janeiro de 1990 que um grupo de antigos alunos, professores e jesuítas dos três colégios se reuniram na Casa da Mimosas, na Serra da Estrela, para lançar os fundamentos dum novo Movimento de Campos para alunos dos colégios. Nesse fim-de-semana surgiram os primeiros estatutos, os escalões das idades e algumas indicações de como funcionariam estes acampamentos. Ao longo destes 20 anos de história de crescimento, muitos animadores entregaram o seu tempo, as suas energias e os seus talentos pessoais ao serviço deste projecto. Num trabalho sempre voluntário, a generosidade e o espírito de serviço ajudaram a vencer as dificuldades, promovendo este modo diferente de crescer e de se divertir como cristão. Um campo de férias pode resumir-se à recriação duma vida comunitária em que a partilha, o serviço aos outros e a simplicidade se vivem na prática do dia-a-dia. Constroem-se relações de amizade que ficam para toda a vida e descobre-se a possibilidade de ser feliz ao modo de Jesus e do Evangelho. O EN deste ano bateu todos os recordes. Contou com a participação de cerca de 630 participantes (alunos dos três colégios) e 120 animadores. Foi uma operação complexa que começou a ser preparada por um grupo de animadores e jesuítas quatro meses antes. Tinha-se a sensação de estar a gerir um campo de férias gigante! Ao longo de três dias realizaram-se várias actividades: uma experiência dos sentidos, um logótipo humano, muitos jogos diferentes, uma oração na Sé Nova de Coimbra (antiga igreja da Companhia de Jesus), um serão no auditório da Universidade de Coimbra, uma viagem de avião (simulada), um grandioso concerto de rock com músicas e aplausos dos campos e uma oração da noite no pátio interior. O Encontro terminou no Domingo de manhã com a Missa de acção de graças pelos 20 anos de vida do Movimento. Mas as actividades talvez não tenham sido o mais importante deste EN20. Reencontraram-se amigos dos campos de Verão, fortalecendo os laços que os unem. Reviveram-se memórias marcantes de campos do passado através da ajuda dum Museu montado para o EN. Os animadores, esses grandes heróis deste EN, não pararam um minuto, numa vontade de que tudo corresse pelo melhor, servindo na organização e na animação dos participantes, desde a cozinha, aos jogos, às orações da tarde. Este EN dos 20 anos foi uma experiência de gratidão, de serviço e de dedicação ao Movimento. Esperamos poder continuar a organizar campos de férias no Verão e muitas outras actividades em cada colégio, que vão mantendo a chama dos Campinácios e o Espírito de Jesus no coração de cada participante e cada animador. Sentimo-nos muito agradecidos a tantas pessoas que nos ajudaram de tantos modos para que este EN20 deixasse a sua marca positiva em todos os alunos que nele participaram: aos pais, por nos confiarem os seus filhos; às direcções locais, que são a alma do Movimento ao longo do ano; à Direcção do CAIC, que nos disponibilizou o Colégio e todos os meios que necessitámos utilizar. Por fim, um grande OBRIGADO a todos os animadores que se disponibilizaram para ajudar a organizar e dinamizar todas as actividades e aspectos logísticos destes dias, em particular ao grupo dos coordenadores do EN20. boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 Breves da PROVÍNCIA continuação 7 Breves da PROVÍNCIA continuação Parabéns Campinácios! Que o Senhor continue a abençoar todas as nossas actividades, sobretudo os campos de Verão, e recompense largamente a generosidade de todos os animadores. Lourenço Eiró, SJ boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 Senhor António Gomes 8 O falecimento do Senhor Gomes, a 20 de Abril passado, trouxe-me um verdadeiro sentido de gratidão por todo o trabalho e amizade que, desde 4 de Dezembro de 1967, dedicou aos serviços que a Companhia de Jesus lhe foi pedindo. Lembro-me que, no primeiro trimestre do ano lectivo de 1967/68, necessitando o Colégio de S. João de Brito de alguns funcionários e, de comum acordo com o então P. José Primeiro Borges que dirigia um Gabinete de Psicologia, após se ter colocado um anúncio num jornal, se fez a selecção das pessoas que pareceram ter as qualidades requeridas para o desempenho das funções necessárias. O Colégio contratou dois dos seleccionados e o Gabinete de Psicologia ficou com o Senhor Gomes para telefonista e recepcionista no nº 26 da Estrada da Torre. Este mesmo edifício, onde estava sedeado o Gabinete de Psicologia, passou, ao longo dos anos, por várias fases de utilização e de “inquilinos”: desde residência dos jovens jesuítas a estudar teologia, até residência de estudantes. Creio que a única pessoa que ali se manteve, não só como recepcionista, mas como garante do funcionamento da casa foi o Senhor Gomes. Embora fisicamente próximos, vivíamos em mundos diferentes e, por isso, não tenho elementos para seguir o percurso deste homem que pela sua competência e fidelidade foi ganhando a confiança dos responsáveis por aquela casa. Quando, nos anos oitenta, o P. Manuel Vaz Pato, então Provincial, mudou a Cúria, do 111 da Rua da Lapa, para o 26 da Estrada da Torre, aí continuava o Senhor Gomes. Como e quando foi feita a transição dos seus trabalhos para a Administração da Cúria Provincial também não é do meu conhecimento. Certo é que em 1993, quando cheguei a esta Residência encontrei-o a trabalhar na Administração. Homem discreto e de grande delicadeza, que sem grandes manifestações mostrava a sua amizade e dedicação. Competente e cuidadoso ao pormenor nos trabalhos que realizava foi sempre uma referência pela fidelidade e cumprimento das suas tarefas. Só soube agora que éramos praticamente da mesma idade e, desde 1967, conservámos sempre uma mútua amizade que cresceu a partir dos anos em que trabalhámos paredes-meias. Esta amizade não me era exclusiva, pois tinha uma grande estima por todos e de todos recebia respeito e muita gratidão. A Companhia de Jesus perdeu um grande amigo e colaborador, pelo que lhe está muito agradecida. José Carlos Belchior, SJ Obrigado e até breve Sr. Gomes Foi com um sorriso lindo e a desejar-nos bom fim de semana que o Sr. Gomes se despediu de nós para ir buscar o Duarte! E após uma curta passagem pelo hospital partiu para Deus. Era o dia 20 de Abril de 2010. Nós que com ele partilhávamos o dia a dia de trabalho no economato sentimos a verdade das palavras da Sagrada Escritura: “a morte vem como um ladrão”. Mesmo sabendo nós que tal não será possível, gostaríamos que o Sr. Gomes aqui continuasse a colaborar connosco e a alegrar-nos com a sua presença. Olhamos para trás para tentar compreender e, não tendo respostas, sentimo-nos convidados a olhar em frente e agradecer a vida, a presença amiga e alegre de tão bom companheiro de trabalho. Após a dor da ausência, brota agora em nós um profundo sentimento de gratidão. O Senhor foi muito nosso amigo ao ter-nos dado a conhecer tão boa pessoa. Três notas sobressaem nesta memória agradecida: a afabilidade, a fidelidade e lealdade. Era fácil tratar com o Sr. Gomes. Nunca se ouviu levantar a voz por qualquer motivo, nem quando tratava as difíceis questões dos jesuítas relativas à Segurança Social; sempre o seu tom era suave e tocado por um sorriso. Dizia o Sr. Gomes que depois que começou a trabalhar com a Companhia de Jesus se sentiu sempre em casa e que nunca mais pensou em encontrar outro trabalho. E nós sabíamos que em momentos de maior perturbação da nossa recente história política ele se manifestou firme na sua lealdade para com a Companhia de Jesus. Impressionava pela sua fidelidade ao centavo. Fiel nas coisas pequenas manifestava assim a todos como também o era nas coisas grandes: Fidelidade ao seu trabalho, à sua Família e ao seu Deus. Estas três notas testemunham o homem de fé e com profunda alegria de viver que era o Sr. Gomes. Percebia-se como Deus era para ele expressão de amor e sabíamos que a esse amor ele procurava corresponder. Com naturalidade nos falava da sua fé e da preocupação de ajudar os seus a crescer na fé. A relação com o seu neto Duarte era disto um bom exemplo. A par da fé bailava-lhe no sorriso uma indisfarçável alegria de viver. Nunca nas dores e contrariedades da sua vida percebemos o menor sinal de ressentimento. Nada também de euforias ou algazarras mas sempre o gosto simples e natural de quem sente que a vida nos é oferecida por Deus para ser vivida plena e abundantemente. Obrigado Sr. Gomes e até Deus. Alcina Seixas, Cláudia Rego e Sérgio Diz Nunes, SJ Da Companhia EM RESUMO NOMEAÇÕES do Papa Bento XVI Causa de Beatificação do P. Matteo Ricci O Papa Bento XVI nomeou Reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma o Padre FrançoisXavier Dumortier e Reitor do Pontifício Instituto Oriental o P. James McCann . No Domingo 24 de Janeiro, no final da Missa na Catedral da Diocese de San Giuliano em Macerata, lugar do nascimento do Padre Matteo Ricci, foi reaberto o processo para a causa de beatificação do jesuíta italiano missionário, que tinha começado em Abril de 1984. A tarefa do tribunal diocesano é a recolha de informação sobre a fama de santidade do “Servo de Deus”. Foi também criada uma comissão para recolher todos os escritos e documentos atribuídos ao P. Ricci, ou que tenham a ver com ele. O Padre Geral nomeou: - Provincial do Sri Lanka o P. Jeyaraj Rasiah; - Provincial de Aragão o P. Vicente Durá Garrigues; - Provincial da Boémia o P. Juan Adamek; - Provincial de Hazaribagh (Índia) o P. Kurien Francis Vadakekara; - Provincial da Irlanda o P. Thomas Layden; - Superior da Comunidade Pontifícia da Universidade Gregoriana, em Roma, o P. Mark Rotsaert. O Padre Geral nomeou ainda os seguintes Conselheiros: - para o diálogo ecuménico com outras comunidades cristãs: a) Oriental - P. Milan Zust (SVN); b) Protestante - P. Thomas Rausch (CFN) - para o diálogo inter-religioso a) Judaísmo: P. Jean-Pierre Sonnet (BML) b) Islão: P. Christian Troll (GER); c) Budismo: P. Aloysius Pieris (SRI); d) Hinduísmo: P. Noel Sheth (BOM); e) Religiões indígenas nas Américas: P. Xavier Albó (BOL); f) Religiões indígenas em África: P. Kemboly Mpay (ACE). Estes conselheiros constituem o Secretariado para o Diálogo Ecuménico e Inter-religioso da Companhia de Jesus. Reunir-se-ão em Roma anualmente com o Padre Geral para discutir o desenvolvimento do diálogo ecuménico e inter-religioso e a participação da Companhia de Jesus. A Companhia de Jesus em números No dia 1 de Fevereiro de 2010, havia 18.266 jesuítas no mundo, repartidos por 90 províncias, sendo a mais numerosa a de Itália (587 membros), seguida de Castela (575), e a menos numerosa a da Roménia (15 membros, mais seis “aplicados”, isto é, provindos de outras províncias). Do total de jesuítas, 12.887 são sacerdotes (no ano anterior eram 13.088), 1.589 são irmãos (há um ano eram 1.674), 2.818 são jovens em formação (eram 2.925) e 972 noviços (eram 816). Na totalidade, verificase uma diminuição de 237 membros, menos do que no ano anterior - 304. A média das idades de todos os jesuítas (57,29 anos) não revela uma mudança significativa em relação ao ano anterior (57,44). Cardeal Tomás Spidlik, S.J. - 19192010 No dia 16 de Abril, faleceu o Cardeal Tomáš Špidlik, depois de prolongada doença. Nascido em Boskovice, na Morávia, a 17 de Dezembro de 1919, foi admitido na Companhia de Jesus, em 1940. Estudou Filosofia e Teologia em diversas universidades europeias. Em 1948, foi ordenado sacerdote e, em 1958, emitiu os seus votos solenes na Companhia de Jesus. A partir de 1954, ensinou teologia espiritual patrística e oriental no Pontifício Instituto Oriental, na Universidade Gregoriana, em Roma, e noutras universidades. Durante mais de 30 anos, foi Padre Espiritual no Colégio Pontifício Nepomuceno, em Roma. Entre 1975 e 1989, foi Vice-Provincial da Província da Boémia na diáspora. Em 1984, foi nomeado consultor da Congregação para as Causas dos Santos e, em 1994, consultor da Congregação para as Igrejas Orientais. Desde 1992, residiu no Centro Aletti, um centro da Companhia de Jesus dedicado ao estudo da tradição do Oriente Cristão em relação com o mundo contemporâneo. Em Outubro de 2003, em reconhecimento pelos seus serviços à Igreja, especialmente ao diálogo ecuménico, João Paulo II nomeou-o Cardeal. Os seus escritos foram amplamente difundidos e traduzidos para muitas línguas. Os seus estudos centraram-se especialmente na espiritualidade das Igrejas Orientais. Reunião do JRS De 21 a 29 de Maio realizou-se na Cúria Geral a reunião anual dos Directores Regionais do JRS, com o propósito de examinar o passado em função do futuro, de reler criticamente o plano estratégico 2006-2010 e de decidir com o Padre Geral os projectos mais importantes, com vista aos 30 anos desta Obra, que se celebram no dia 14 de Novembro próximo. A presença do Padre Geral é um sinal inequívoco do laço que o liga ao JRS, trabalho apostólico da Companhia a nível internacional. boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 NOMEAÇÕES do Padre Geral 9 Sentir e SABOREAR © Pedro Madeira - Diocese de Santarém O Papa Bento XVI em Portugal 10 Como se o Colégio não bastasse, e o Passo-arezar.net fosse apenas um hobby, entre os dias 2 e 14 de Maio, tive o privilégio – porque receber missões é isso mesmo – de integrar a Comissão de Comunicação da Visita Apostólica do Papa Bento XVI a Portugal. A pedido e convite do P. Manuel Morujão, lá me desloquei para Lisboa a fim de ajudar na intensa semana que antecede o momento em que o Papa coloca o pé direito em território nacional. Trabalhei de perto com o P. Edgar Clara, portavoz do Patriarcado de Lisboa e fui chamado aos “secretíssimos” briefings da Comissão de Comunicação, presidida pelo Sr. D. Carlos Azevedo. A semana antes de o Papa aterrar é um tempo privilegiado de azáfama jornalística. Todos querem ter as melhores notícias e esmiuçar tudo (mesmo tudo!), e, como bons profissionais, insistem a propósito e fora de propósito com todos aqueles que lhes possam “dar uma palavrinha”. O que é que o Papa vai comer ao almoço de dia 11 de Maio? De que cor são as paredes do quarto onde o Papa vai dormir? Enquanto estiver dentro do Mosteiro dos Jerónimos (os mais longos 8 minutos jornalísticos de toda a visita!), o que vai ver e fazer Sua Santidade? O Papa desloca-se em “papamóvel” ou carro fechado entre o aeroporto e a Nunciatura? Ou, tão basicamente, onde é que posso fazer a minha acreditação como jornalista? Recolher e tratar a informação, esclarecer dúvidas, ouvir as mesmas perguntas dezenas de vezes (às vezes de profissionais da mesma estação informativa) e tentar responder com a mesma atenção e paciência da primeira hora foi a história dos longos dias da semana preparatória. No meio dos mails, comunicados e telefonemas, tive a oportunidade de entrar num mundo para mim até então desconhecido e de falar com aqueles que nos informam diariamente, conhecer a sua distância ou proximidade à Igreja, os seus ritmos e bloqueios, as suas per- “Eu Acredito” a descer a Avenida da Liberdade em direcção ao Terreiro do Paço, em Lisboa - 11 de Maio de 2010 guntas e as suas certezas, e sobretudo a sua frenética existência num mundo que exige novidade constante e que se alimenta de pormenores inacreditáveis e das histórias mais rocambolescas. Quando o Papa aterrou em Lisboa, no feliz dia 11 de Maio, tudo mudou e os gestos e as palavras de Bento XVI tomaram a atenção toda dos Media. Já as perguntas não se dirigiam a nós (os da preparação da visita), mas a esse homem, infatigável companheiro de Jesus e rosto da resposta paciente, o P. Federico Lombardi, Director da Sala de Imprensa da Santa Sé. Os seus quatro briefings com os jornalistas, em Lisboa, Fátima e no Porto (este último durante a missa) foram momentos em que senti como a transparência disponível da Igreja, a sua vontade de informar e de servir os profissionais da comunicação exige tanto de astúcia como de santidade e pede uma humildade maior, a dos simples. No meio disto tudo, e no centro dos flashes e dos olhares, essa figura singela e sorridente, o nosso Papa Bento XVI, rosto de humanidade e convincente testemunha da alegria. Como sublinhou o P. Lombardi, a sua visita a Portugal foi boa para nós, porque sinal de esperança e momento de mobilização, mas mais ainda para ele, Sucessor de Pedro (certo!), mas homem de Deus que encontrou em “terras de Santa Maria” o calor dos que acreditam e a força espiritual que nasce da fé vivida em Igreja. Deus sabe! Francisco Martins, SJ Eu Acredito! © Agência Lusa boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 “Ao serviço de Sua… Santidade” Papa Bento XVI, em Fátima - 12 de Maio de 2010 A visita do Papa Bento XVI ao nosso País foi ocasião para uma extraordinária experiência de Igreja chamada “Eu Acredito”. Foi este o título dado a uma programação especial para jovens, que de início não estava contemplada no programa oficial da visita. Contudo, em boa hora se juntaram várias vontades e disponibilidades para que a visita do Sucessor de Pedro fosse ocasião para confirmar na fé – de modo visível e concreto – as gerações mais novas. Sentir e SABOREAR continuação A ideia deste programa específico para a juventude surgiu do Movimento Apostólico de Schoenstatt, a ela aderiu prontamente o CUPAV e, a pouco e pouco, outros se foram juntando (Equipas de Jovens de Nossa Senhora, Secretariado de Pastoral Juvenil de Lisboa, etc…). Ainda em 2009, iniciou-se o caminho de conceber um programa próprio para a faixa etária dos 14 aos 30. O Miguel Câmara Machado e a Filipa Caldas, ambos antigos alunos do Colégio de S. João de Brito e frequentadores do CUPAV, dedicaram-se com empenho a fazer parte do grupo coordenador do projecto “Eu Acredito”. Foi árdua a tarefa de combinar expectativas e incluir a contribuição e a visão de cada realidade eclesial envolvida. A visita do Papa obrigou a um exercício concreto de construção da unidade em Igreja, a partir das várias sensibilidades presentes. O Papa foi sinal visível de comunhão! No dia 11 de Maio juntou-se na praça do Marquês de Pombal em Lisboa uma multidão de uma alegria contagiante (11.011 inscritos!) que desceu a Avenida da Liberdade a caminho da Missa no Terreiro do Paço. O “rio” tinha alargado com a adesão de colégios, paróquias, movimentos, grupos e de todos os que se quiseram juntar. Foi uma mancha azul de fé, esperança e alegria que proclamou bem alto no centro da cidade: “Eu Acredito!”. A camisola azul, envergada por cada um dos participantes, tinha uma letra da expressão “eu acredito”. Sim, a fé é-nos transmitida pela comunidade e é para ser vivida com os outros! O Santo Padre correspondeu a esta “onda” e dirigiu-se aos mais novos com palavras desafiantes. «queridos irmãos e jovens amigos, Cristo está sempre connosco e caminha sempre com a sua Igreja, acompanha-a e guarda-a, como Ele nos disse: “Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos”. Nunca duvideis da sua presença! [...] Testemunhai a alegria desta sua presença forte e suave a todos, a começar pelos da vossa idade». Nessa mesma noite, junto à Nunciatura, fomos desejar uma “boa-noite ao Papa”. A empatia sentida desde a sua chegada teve aqui uma expressão terna e descontraída. O programa “Eu Acredito” continuou com uma caminhada para Fátima no dia 12, na qual participaram cerca de 1.300 jovens. PAPA team A Diocese do Porto pediu ao CREU que montasse uma vigília de oração na Avenida dos Aliados na noite de 13 para 14 de Maio. A razão era simples: o Papa celebraria a Missa às 10h do dia 14 e era de supor que muitas pessoas fossem chegando durante a noite à Avenida para aí guardarem o seu lugar. A nossa missão começaria à meia-noite e terminaria de manhã. O encargo era duplo: (i) estar nas entradas para receber as pessoas e distribuir material (os guiões para a missa com o Papa, bandeiras, velas, etc) e (ii) criar na Avenida um ambiente de espiritualidade, usando os ecrans gigantes e a amplificação de som que aí estariam montados para a missa do dia seguinte. Formámos uma equipa de 100 estudantes universitários a que demos o nome de “PAPA team”. A “vigília” eram, na realidade, 3 “blocos espirituais” de música, orações, testemunhos, imagens, pequenos filmes, etc. O 1º começou à 1h30 da manhã e o último às 6h30, já com muita gente na Avenida. Ao longo da noite eram ainda transmitidos – de hora a hora - “spots papais”. Estes “spots” informavam quanto tempo faltava para a missa e davam a conhecer episódios engraçados da vida de Bento XVI. Uma parte do “PAPA team” andava pela Avenida a contactar directamente com as pessoas e a rezar com elas quando se estava nos intervalos dos “blocos espirituais”. Propunham momentos de oração pelo Santo Padre (foram impressas, para o efeito, umas pagelas com uma foto do Papa e uma oração por ele) e ofereciam ainda uns cartões com frases do Evangelho que as pessoas tiravam ao calhas. Finalmente chegou o tão esperado momento da entrada do papamóvel na Avenida dos Aliados. A alegria para nós foi dupla: a de estarmos com o Santo Padre e a de podermos descansar sobre a sensação do dever cumprido. Nuno Tovar de Lemos, SJ boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 Missa no Terreiro do Paço, em Lisboa - 11 de Maio de 2010 Dividos em grupos de 100, caminhámos para o “coração materno de Portugal”, seguindo uma proposta de oração, que muito ajudou a aproveitar bem as celebrações de 12 e 13 de Maio. Do “mundo inaciano” participaram no projecto “Eu Acredito” o Noviciado, bem como grupos provenientes dos colégios, dos centros universitários e dos movimentos de campos de férias. Foi uma grande alegria poder viver em comunhão de Igreja esta graça oferecida ao nosso País num tempo de confusão e desânimo. Estou certo que este projecto será semente de coisas maiores e sobretudo de um modo novo de estar em Igreja e de dar testemunho. Foi muito bom – no tempo concreto que nos é dado viver – poder dizer bem alto e sem vergonha “eu acredito”! E experimentar, como diz Bento XVI, que “quem acredita em Deus nunca está só”! E sentir no ar a alegria da Ressurreição! Miguel Gonçalves Ferreira, SJ 11 Servidores da MISSÃO DE CRISTO boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 História da Missão da Companhia de Jesus em Angola 12 Após a saída em 1759, expulsos pelo Marquês de Pombal, apenas ocasionalmente alguns jesuítas estiveram em Angola de passagem para Moçambique ou convidados a orientar retiros. De 1961 a 1975, são vários os jesuítas enviados a Angola como capelães militares. Um deles, P. Pires da Silva, ao contactar com a realidade das populações, na zona de Negage, funda o AFRIS, movimento de promoção familiar, religiosa e social, com voluntários leigos. Entretanto, surgem os pedidos para que a Companhia de Jesus regresse a Angola. D. Moisés Alves de Pinho, Arcebispo de Luanda, faz um pedido nesse sentido e D. Manuel Nunes Gabriel renova o pedido. Com o P. Júlio Fragata como Provincial, os jesuítas regressam a Angola, em Outubro de 1973, sendo enviados para Luanda os Padres Isidro Pereira, António Morais e Luís Rocha e Melo. A 3 de Dezembro de 1973, é erecta oficialmente a Paróquia de S. Francisco Xavier e confiada à Companhia de Jesus. O P. Isidro Pereira é nomeado Superior da Comunidade, o P. António Morais, Pároco e o P. Luís Rocha e Melo, Vigário Paroquial. Mas a Paróquia não dispunha de quaisquer estruturas materiais. As primeiras missas são celebradas numa oficina de automóveis, junto da actual sede paroquial. Para residência, alugam um apartamento (R/C) situado na R.15, nº 41 do actual Bairro Mártires de Kifangondo (ex-Salazar). Passa a haver em Angola: três jesuítas em Luanda, aos quais se juntarão posteriormente o P. Paulo Guerra que trabalhará como Director Espiritual no Seminário Maior de Luanda; e dois na Diocese de Uíje: P. Albino Sá, no Puri e P. Pires da Silva no Negage, onde já se encontravam apoiando o Movimento AFRIS. Voluntária do AFRIS na sanzala do Culo, no Negage - 1965 PP. Estêvão Jardim, Manuel Vaz Pato, David Ferreira da Silva, Casimiro Gaspar, Augusto Pinto e António Morais - 1985 Mas pouco depois da Independência, em Angola há apenas dois jesuítas: P. António Morais em Luanda e P. Albino Sá, na Missão do Puri, que ali permaneceu, mesmo depois de ter visto a morte muito perto, quando esteve a ponto de ser queimado vivo, por falsa acusação. Os restantes foram forçados a abandonar Angola ou por motivos de saúde ou devido à instabilidade político-militar. Em Março de 1978, chega a Luanda o P. Casimiro Gaspar. Outros se seguiram: P. Estêvão Jardim, (1981), para o Puri e depois Uíje, na Casa Episcopal; P. Augusto Pinto, (1982) inicialmente Luanda e depois Puri; P. David Ferreira da Silva, (1983) Puri e depois Luanda. Em Agosto de 1979, faz-se a mudança para a actual Residência, muito mais ampla que a anterior e com um quintal em redor, que é actualmente propriedade da Companhia de Jesus. Em 1985, o P. Vaz Pato, como Provincial, visita Luanda e Puri. Em Luanda, preside à celebração dos Últimos Votos do P. Casimiro, a 3 de Fevereiro. No dia seguinte, parte para o Puri, com os Padres Jardim, David e Pinto. Mas antes de chegar a Samba Caju, têm de regressar e pernoitar em Ndalatando. Numa emboscada aconte- Servidores da MISSÃO DE CRISTO continuação Igreja do Puri, no Uíje. Em 1979, reabriu-se ao culto a Capela de S. Pedro Claver; posteriormente ampliada. Na sede paroquial várias construções foram sendo feitas começando a funcionar: um curso de alfabetização para adultos; um Centro de Promoção Feminina – costura; um Centro Juvenil inaugurado em 1991; um Centro Médico a partir de 1994; no Centro de S. Inácio, não se construiu uma escola com várias salas porque o terreno foi usurpado quando já havia o necessário financiamento; nova tentativa feita em 2000, noutro terreno, teve resultado idêntico; em 1996, o JRS adapta o salão paroquial e abre uma escola destinada a crianças deslocadas e carenciadas, assumida posteriormente pela Paróquia. O dinamismo e força de vontade do P. António Morais e a colaboração das Irmãs Dominicanas do Rosário, Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus e Filhas de Jesus, muito contribuíram para este crescimento. Posteriormente, já com o P. Mukonkole, abre-se um Centro de Medicina Alternativa e uma Escola de Línguas. A PROMAICA (Promoção da Mulher Angolana na Igreja Católica) começa a promover Cursos de Culinária e Decoração, muito frequentados. Em 2001, matriculam-se na catequese, nos três centros, cerca de 8.000 crianças e jovens; aos Domingos, celebram-se sete missas e é mais a gente que fica fora das capelas do que a que consegue lugar dentro. Este crescimento é fruto do trabalho realizado, mas também da concentração populacional em Luanda, devido à situação de guerra que se foi generalizando, forçando muita gente a refugiar-se em lugares mais seguros, e da desilusão da ideologia marxista-leninista. Em 1996, depois de um encontro da comunidade com o P. Belchior, Provincial de Portugal e o P. Balleis, Director Regional do JRS, inicia-se no nosso quintal a construção das instalações para o JRS. Vários padres e escolásticos de Portugal e de outras Províncias da Companhia virão a Angola para trabalhar no JRS. Em 1996, chega o P. Mukonkole, da Província da África Central, que assume a responsabilidade da Paróquia. O P. Mukonkole já fizera o magistério em Luanda. boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 cida pouco antes, quatro camiões tinham sido queimados. Arriscam e seguem no dia seguinte, passando ao lado dos camiões ainda fumegantes. Em 1988, o Padre Geral, dadas as carências de pessoal da Província Portuguesa e a prioridade de Moçambique, manda repensar a Missão de Angola, na linha de uma presença limitada e selectiva, com um número reduzido de pessoas para algumas actividades específicas da Companhia, das quais a Igreja local mostre a real necessidade; aconselha também que se pense na conveniência de estabelecer uma relação jurídica com Moçambique. Esta reflexão fez-se sobretudo em 1989, em Luanda, num encontro entre o P. Galli - Assistente do Padre Geral para a África, P. Manuel Morujão - Provincial de Portugal, P. Cirilo Mateus - Superior da Região de Moçambique e os membros da comunidade de Luanda. Como resultado desta reflexão, julga-se importante que a nossa acção se estenda para além da Paróquia, sendo desejável que se assumam mais actividades e compromissos, sobretudo a orientação de Exercícios Espirituais; que se dê maior atenção à Pastoral Juvenil, criando no espaço da Paróquia um Centro Juvenil. Sobre a ligação a Moçambique, embora se veja a importância pela necessidade de integrar Angola na Assistência de África, as interrogações e reticências são muitas, sobretudo de Moçambique, devido aos seus parcos recursos humanos e materiais. Em 1990, pelos riscos que corria a vida do P. David, devido à situação de guerra e por se encontrar só, decide-se que deixe o Puri e venha para Luanda. Desde 1985, que o Puri era atacado e ocupado ora pelo MPLA, ora pela UNITA. A morte do P. David Ferreira da Silva chegou a ser dada como certa. Em 1993, partem para o Noviciado de Moçambique três jovens angolanos. São os primeiros, depois de uma experiência de envio para o Noviciado de Coimbra, em Portugal. Em 1994, o P. Estêvão Jardim deixa o Uíje, encerrando-se assim a presença dos jesuítas naquela Diocese. Iniciam-se no nosso quintal as obras de construção de um espaço para acolher os candidatos à Companhia de Jesus e aumenta-se a capacidade da nossa Residência, com construções no terraço que começara a deixar passar a água das chuvas. A presença de mais jesuítas em Luanda permite começar a pensar novos projectos: construção de uma Casa de Retiros; aceitar mais compromissos, sobretudo retiros; procurando não descurar o trabalho paroquial que cada dia aumenta. Senão vejamos: Em 1978, na Paróquia apenas estavam abertos ao culto a Sede Paroquial e o Centro de Santo Inácio. O Centro de S. Pedro Claver fora quase totalmente destruído na altura da Independência e assim continuava. No Domingo de Ramos de 1978, apenas houve duas missas com as igrejas meio vazias. Em 1979, inscreveram-se na catequese apenas 200 crianças e jovens. 13 Servidores da MISSÃO DE CRISTO continuação boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 P. Casimiro Gaspar, EE. Luís da Providência e João Norton (a fazer o magistério no JRS), PP. Estêvão Jardim e António Morais - 1997/98 14 Mas novamente a comunidade ficará reduzida com a ida do P. David Ferreira da Silva para Moçambique e a partida para Portugal, do P. Albino Sá e do P. António Morais, por motivos de saúde. Em 1997, visita Angola o P. Matungulu, Assistente do Padre Geral para a África. As informações recolhidas levam-no a partir com impressões muito positivas. O Senhor Cardeal – D. Alexandre do Nascimento, Arcebispo de Luanda, escreve ao Padre Geral apoiando o projecto da construção de uma Casa de Retiros. Em 1998, o P. João Caniço é enviado para Angola e no dia 3 de Dezembro assume o cargo de Superior da Missão de Angola. Em 1999, abre a Universidade Católica e a capelania é confiada à Companhia de Jesus. O P. João Caniço é o responsável e inicia várias actividades, bem como a organização de um coro. Posteriormente, o P. Mukonkole, regressado da 3ª Provação, substitui-lo-á como Capelão. Vários escolásticos no Magistério colaborarão como professores e na Capelania. Em 2002, a 10 de Março, a presença da Companhia de Jesus em Luanda é interrompida temporariamente. As ameaças de morte ao P. João Caniço levam o P. Amadeu Pinto, Provincial, com a aprovação do Padre Geral, a tomar esta decisão difícil. Permanece o JRS. Em 2003, novamente é reaberta a Comunidade de Luanda, com o P. Casimiro Gaspar que regressa de Moçambique, no dia 24 de Janeiro e o P. Estevão Jardim, que chega de Portugal, a 28 do mesmo mês, acompanhado do Padre Provincial. No aeroporto, à sua espera várias pessoas da Paróquia. A existência de vários jovens jesuítas angolanos em formação, espalhados por vários países, aconselhava a que não se prolongasse a interrupção. Com o regresso a Angola, pretendia-se priorizar: a pastoral juvenil e vocacional; organizar um pré-noviciado para acompanhamento dos candidatos à Companhia de Jesus; a construção do Centro de Espiritualidade; o Apostolado da Oração, sobretudo MEJ. Em 2005, chega o P. Vata, da Província da África Central, que será nomeado pelo P. Nuno da Silva Gonçalves, Provincial, Delegado para a Formação; e o Ir. Paulo Welter, da Província do Brasil Meridional, para trabalhar no JRS. A 21 de Janeiro de 2007, na Igreja Paroquial de S. Francisco Xavier, fazem os primeiros votos os jovens angolanos Bertoni Chalana, Nuno Basílio e Valter Cassamano. Foi a primeira vez que tal aconteceu! Todos os anteriores os fizeram no Noviciado da Beira. A 12 de Julho de 2005, consegue-se finalmente autorização para a construção do Centro de Espiritualidade que é inaugurado em 3 de Dezembro de 2008. O P. Jardim trabalha intensamente na promoção do AO e do MEJ e publica vários livros para apoio sobretudo ao trabalho com o MEJ e CE, recebendo a visita do P. Cláudio Barriga em 2009, que regressa a Roma com óptimas impressões. O JRS depois de ter desenvolvido vários projectos de apoio aos deslocados e refugiados angolanos em Negage, Luena, Cazombo, Luau e Viana, dedica-se agora a desenvolver, sob a direcção do Ir. Paulo Welter, um projecto de apoio jurídico gratuito para os refugiados e requerentes de asilo em Angola. Em Dezembro de 2008, recebemos a visita do P. Assistente – Jean Roger Ndombi. Dessa visita surge a ideia de um encontro dos escolásticos angolanos e a necessidade de repensar a inserção da missão de Angola na Assistência de África. Em Julho de 2009, realiza-se, no Centro de Espiritualidade, o encontro dos oito escolásticos angolanos em formação, com a presença dos Padres Provinciais de Portugal e da África Central e os membros da Comunidade de Luanda. E, em Dezembro, o Padre Geral toma a decisão de passar a Missão de Angola para a responsabilidade da Província da África Central. Em 2010, a 13 de Fevereiro, é ordenado Diácono, em Nairobi, o Pedro Pereira Tomás, o primeiro jesuíta angolano desta parte da história, a dar este passo. Casimiro Gaspar, S.J. P. Estêvão Jardim, E. Avelino Chico, P. Casimiro Gaspar, P. Ntima (Provincial da África Central), EE. Basílio Calundu, Celestino Epalanga e Valter Cassamano, P. Vata e E. Américo Tarcísio. Meios que unem O INSTRUMENTO COM DEUS Agosto Setembro Exercícios Espirituais Exercícios Espirituais 3 DIAS 3 DIAS 12 a 15 | em Soutelo, com o P. Afonso Seixas 09 a 12 | no Rodízio, com o P. Luís Maria da Providência 16 a 19 | em Soutelo, com a Drª.Teresa Olazabal e o P. Luís Maria da Providência 7 DIAS 8 DIAS 02 a 10 | em Soutelo, com o P. João Carlos Onofre Pinto 16 a 24 | em Soutelo, com o P. Francisco Rodrigues 16 a 24 | em Soutelo, com o P. João Santos 20 a 28 | em Palmela, com o P. António Valério 8 DIAS 04 a 12 | no Rodízio, com o P. Afonso Seixas 04 a 12 | no Rodízio, com o P. Dário Pedroso 09 a 17 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia 20 a 28 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia 21 a 29 | em Fátima, com o P. Dário Pedroso Agosto Setembro Actividades Actividades 3e4| 02 a 09 | em Soutelo, Academia de Verão 2ª edição, org. CAB, CREU-IL, CUMN e CUPAV 08 a 12 | Casa Jardim de Maria / Soutelo, “Descobre-te a ti mesmo”, com a Drª Maria dos Anjos de los Rios 25 a 26 | Vindima Espiritual, Org. Círculo Xavier no Rodízio, Fim-de-semana para noivos, com o P. Carlos Azevedo Mendes e grupo de casais 9| Da Ribeira até à Foz, Org. Círculo Xavier 16 | Peregrinação nocturna à Sra. do Circulo, Org. Círculo Loyola 16 a 18 | em Soutelo, Iniciação ao Eneagrama, com a Drª Margarete Flor 30 a 11 Ago | TBB – Taizé-Bordéus-Barcelona, com o P. Luís Ferreira do Amaral Consulte o programa anual em www.ppcj.pt/sjprog.htm boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Abril/Junho 2010 23 a 30 | em Soutelo, com o P. Abel Bandeira 15