VÍDEOS (1-7) 1. RESSECÇÃO SÍNCRONA DE NEOPLASIA DO CÓLON E SEGMENTECTOMIA HEPÁTICA VI POR LAPAROSCOPIA. Castro Sousa F, Tralhão JG, Monteiro A, Martins S, Cruz D, Loureiro C, Moura P, Hospitais da Universidade de Coimbra Um doente, de 62 anos, foi internado de urgência por oclusão intestinal por neoplasia da sigmóide. O acidente oclusivo foi tratado através de colocação duma prótese endoscópica tendo sido operado por cirurgia laparoscópica , dez dias depois. O estadiamento da neoplasia, pôs em evidência duas metástases no segmento VI do fígado. A intervenção incluiu uma lise de múltiplas aderências, uma ressecção anterior do rectosigmóide (através da técnica da dupla agrafagem), uma segmentectomia VI e uma apendicectomia (de necessidade). Toda a intervenção foi feita por via laparoscópica tendo uma ecolaparoscopia confirmado a ausência de metástases noutros segmentos do fígado. O pós-operatório decorreu sem incidentes tendo sido particularmente benigno. Pretende-se salientar o interesse da via laparoscópica no tratamento síncrono dos tumores colorectais metastizados. 2. TRATAMENTO LAPAROSCÓPICO DE PERFURAÇÃO CÓLICA EM POLIPECTOMIA ENDOSCÓPICA Américo Dias Pereira, António José Reis, Rosa Sousa, Mário Nora, Gil Gonçalves Serviço Cirurgia Geral - Hospital São Sebastião A perfuração cólica aquando da realização de exames endoscópicos é uma situação relativamente comum e potencialmente grave. Com a divulgação da cirurgia laparoscópica na patologia colorrectal esta é mais uma situação que pode ser resolvida com essa abordagem, especialmente nas primeiras horas após a ocurrência da lesão. Este vídeo apresenta um exemplo de colorrafia, lavagem e drenagem peritoneal numa doente de 51 anos sem antecedentes médico-cirúrgicos relevantes que realizou estudo endoscópico por perda de sangue nas fezes. Realizou colonoscopia total com 4 polipectomias. Nas primeiras 24 horas após a realização do exame desenvolveu quadro clínico de ventre agudo com foice gasosa no radiograma abdominal simples. Foi, então, submetida a abordagem cirúrgica laparoscópica por suspeita de perfuração cólica iatrogénica. Identificou-se perfuração cólica com cerca de 1 cm ao nível do ângulo esplénico tamponada por epiplon e escassa reacção peritoneal. Foi realizada rafia da perfuração, lavagem peritoneal e colocação de dreno justa perfuração. Teve alta ao 5º dia pós-operatório, sem dreno, assintomática, com dieta geral e trânsito gastro-intestinal restabelecido. Restante pós-operatório sem intercorrências Este caso clínico demonstra as potencialidades e os beneficíos para o doente da abordagem laparoscópica, enquanto técnica cirúrgica minimamente invasiva. 3. HEMICOLECTOMIA DIREITA LAPAROSCÓPICA – TUMOR NÃO “PALPÁVEL” E AUSÊNCIA DE VASOS Américo Dias Pereira, António José Reis, Rosa Sousa, Adriana Sousa, Diva Crisna, Gil Gonçalves Serviço Cirurgia Geral - Hospital São Sebastiâo Actualmente está estabelecida como boa a cirugia laparoscópica no tratamento do cancro do cólon. A colectomia direita, a par da sigmoidectomia é apresentada como paradigma da cirurgia laparoscópica colorrectal, contudo, por vezes, apresenta “nuances” que podem dificultar esse paradigma. No caso apresentado neste vídeo a lesão não era perceptível ao toque com os instrumentos de laparoscopia nem se apresentava tatuada, este problema foi resolvido com a introdução de uma mão através dum dispositivo apropriado o que permitiu a identificação da lesão – este dispositivo foi introduzido na região umbilical numa ferida operatória com cerca de 5 cm que veio a ser utilizada para remoção do espécimen cirúrgico e para realização da anastomose extra-corpórea. Este caso, permite ainda chamar a atenção para a grande variabilidade da vascularização do cólon direito já que neste doente não existiam vasos cólicos direitos. 4. CARCINOMA DO RECTO: AMPUTAÇÃO ABDÓMINO-PERINEAL COM COLOSTOMIA PERINEAL E GRACILOPLASTIA DINÂMICA Júlio S. Leite JS, Manso A, Portela I, Monteiro A, Oliveira JS, Martins MR Serviço de Cirurgia III - Hospitais da Universidade de Coimbra Uma paciente de 56 anos apresentava carcinoma do recto de 5 cm de diâmetro, estadiado em T3 N+, com envolvimento do esfíncter anal. Recusava colostomia definitiva. Foi efectuada radioquimioterapia pré-operatória (50Gy + 5 FU iv) e após 5 semanas realizou-se amputação abdominoperineal com colostomia perineal, coloplastia e ileostomia lateral. A anatomia patológica revelou T2 N- (0/19), regressão grau 2 Dworak e margen lateral livre de 10 mm. No segundo tempo operatório mostram-se os pormenores técnicos actuais da graciloplastia dinâmica: mobilização do músculo recto interno, identificação nervosa e vascular, colocação dos eléctrodos, dissecção perianal e tranvaginal, transposição perianal do músculo em forma de gama, fixação do tendão ao ísquion e colocação do pacemaker Interstin. Não surgiram complicações e após um período de estimulação eléctrica progressiva durante 2 meses aguarda o encerramento da ileostomia. Não houve falência técnica na série de 6 casos operados com esta técnica. 5. RESSECÇÃO INTERESFINCTÉRICA DE CARCINOMA DO RECTO: UMA VARIANTE TÉCNICA. Leite JS, Martins MA, Portela I, Carvalho C, Campos A. Serviço de Cirurgia III - Hospitais da Universidade de Coimbra Uma paciente de 52 anos apresentava carcinoma do recto de 3 cm de diâmetro, localizado na face anterior, a 2 mm da linha dentada e estadiado em T2 N+. Com o objectivo de obter downsizing e downstaging para permitir a conservação do esfíncter foi efectuada radioquimioterapia (RQ) pré-operatória. Cinco semanas após terminar a RQ apenas se palpava ligeira depressão próximo da linha dentada. Optou-se por realizar uma excisão rectal por via transesfinctérica. Não é fácil a dissecção no plano correcto devido à tendência para a migração do recto quando previamente dissecado por via abdominal. Tal como se demonstra no presente vídeo, iniciando a dissecção pelo períneo, foi possível melhor visualização da dissecção numa extensão de cerca de 4 cm, encerrar o topo ano-rectal e, além disso, facilitar a excisão completa do recto e do mesorecto por via abdominal. Finalmente efectuou-se anastomose coloanal manual com coloplastia e ileostomia lateral. O exame da peça revelou yp T0 N0 (0/18), com regressão tumoral completa. 6. A RESSECÇÃO INTER-ESFINCTÉRICA NA CIRURGIA DO CANCRO RECTO Pimentel J, Duarte A, Lindo T, Uriarte C Serviço de Cirurgia 1 - Hospital da Universidade de Coimbra No tratamento cirúrgico dos carcinomas do recto distal, o leque de opções para conservação esfincteriana foi alargado com um novo tipo de procedimento - a ressecção anterior ultra-baixa por via interesfinctérica. Neste vídeo irão ser demonstrados os passos técnicos mais importantes, com particular ênfase na dissecção e ressecção do esfincter anal interno e na anastomose colo-anal manual efectuada. 7. DIARREIA DE CAUSA RARA NO IMUNOCOMPETENTE Quintela, C.; Bettencourt, M.J. CHLC – HSAC A colite a citomegalovirus (CMV) é pouco frequente nos doentes (d.) imunocompetentes sendo na maior dos casos assintomatica apesar da seroprevalência elevada na população. Trata-se de uma d. 75 anos de idade, sexo feminino admitida no serviço de urgência por diarreia (5 dejecções diárias), com sangue vermelho vivo em grande quantidade, sem muco ou pus, com 2 semanas de evolução acompanhada de astenia, adinamia, anorexia e emagrecimento. Dos antecedentes pessoais destaca-se: Diabetes Mellitus tipo 2 insulino-tratada, hipertensão arterial, fibrilhação auricular, insuficiência cardíaca e renal sob hemodialise. Nega toma de AINES, antibióticos, corticoides e imunosupressores. Do exame objectivo destaca-se: prostração, mucosas descoradas e desidratada; TA 90/50 mmHg; tax:37,6 ºC; fervores de estase à auscultação pulmonar, tons cardiacos arritmicos, abdómen distendido, timpanizado sem tumores palpaveis e edemas dos membros inferiores. Laboratorialmente salienta-se: Hb 8,1g/dl; VGM 82,4; HGM 27,2; leucócitos=8000 (81% neutrófilos); glicémia 350; ureia 229; creatinina 5,78; sódio 129; K 7,7; PCR=10,6 mg/dl; acidose metabólica. Foi internada na UCI tendo-se procedido a estabilização hemodinâmica. Transferida após melhoria clinica mas com ureia e creatinina elevadas, ferro 25 µg/dl, B12=50 pg/ml e ácido fólico 1,2 ng/ml; ferritina 300ng/ml e transferrina 5g/l. Serologia HIV negativa e antigenémia para CMV foi positiva. O titulo de CMV IgM foi 50 UA/ml. A TC abdomino-pélvica não revelou lesões. As coproculturas, pesquisa de ovos, quistos e parasitas nas fezes foram negativas. Realizou colonoscopia total com ileoscopia terminal tendo-se constatado: mucosa do cólon direito e ileon edemaciada, hiperemiada, com úlceras várias dimensões, distribuição segmentar. O exame histológico revelou: colite a CMV. A d. iniciou terapêutica com ganciclovir, com remissão da diarreia ao fim de 4 dias. A colite a CMV é uma causa rara de diarreia no d. imunocompetente, mas que deve ser considerada. A colonoscopia e exame histológico são fundamentais para o diagnóstico.