1
O Dep. Pastor Frankembergen pronuncia
o seguinte discurso:
O poder da mídia
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados.
Hoje estou aqui para, mais uma vez, alertar sobre o
mal que a televisão pode causar às famílias, às crianças e
aos adolescentes, à moral e aos bons costumes.
É com imenso pesar que vejo que, a cada dia, a
televisão brasileira abaixa ainda mais o nível dos seus
programas, gera polêmicas, cria estereótipos, é conivente e
estimula atitudes erradas.
A
televisão
manipula
pensamentos
e
comportamentos que deveriam, sim, serem recriminados.
discriminam as mulheres e as tratam como objetos e,
sobretudo, passam a idéia de que a bebida alcoólica é a
chave para a felicidade.
Cito a propaganda da Coca-Cola, bebida mundial,
que mostra o marido sendo conivente com a traição da
esposa e, para piorar, abraça o amante da mulher. Devo
67DB7E7900
veiculação de comerciais que fazem apologias ao adultério,
*67DB7E7900*
Um exemplo dessa dominação do mal, é a
2
acrescentar que o marido é gordo, barrigudo e baixinho, o
oposto do amante. Será que esse comercial visa mesmo
apenas aumentar o consumo do produto? Não acredito!
Outra propaganda que me deixou indignado foi a
da cerveja Skol, que difunde um novo tipo de cumprimento: o
aperto de nádegas! Um absurdo! Além de estimular um
comportamento vulgar e inadequado, discrimina uma mulher
ao final do comercial, por que será? Ela não é bonita o
suficiente? Não é nova o bastante para receber o
cumprimento de um jovem rapaz? Se a nova saudação faz
referência ao fato de a Skol descer redondo, fico imaginando:
meu Deus, qual será o próximo tipo de cumprimento a ser
divulgado por essa marca?
Um outro comercial, desse mesmo produto, tenta
nos passar a idéia de que só a cerveja, e tem que ser Skol, é
capaz de alegrar velhinhos e fazê-los se sentir como se
deixa chatos?
Cito, para deixar ainda mais clara a minha
indignação, o significado da palavra propaganda: “ato ou
efeito de propagar, de difundir, de levar ao conhecimento
do público idéias, princípios, conhecimentos, artigos
comerciais, qualidade de pessoas, etc”.
67DB7E7900
dizer? Só cerveja e juventude trazem felicidade? A idade nos
*67DB7E7900*
fossem jovens alegres e irresponsáveis. O que isso quer
3
Estamos sendo bombardeados, por todos os lados,
por idéias discriminatórias, manipuladoras, propagadoras do
sexo livre, da bebida e do desrespeito para com o próximo.
Gostaria também de fazer referência à novela
América e concondar com matéria divulgada pela revista
Veja: A MÁ EDUCAÇÃO - Pais desequilibrados e filhos
atormentados: esse é o conceito de família na novela
América.
O caso que mais me preocupa é o do menino
Rique, que mesmo depois de fugir da escola e ser raptado
por um pedófilo, não recebeu nenhum tipo de punição dos
pais, que nem sequer conversaram com o menino. Para ele
tudo não passou de uma aventura, ele não tem nenhuma
noção do que poderia ter acontecido.
Os pais, não só os do Rique, mas da maioria das
crianças e adolescentes dessa novela, com raríssimas
exceções, não orientam os filhos, deixam que façam todas as
são extremamente rígidos e egoístas, como é o caso da
viúva Neuta que não escuta o que o filho tem a dizer, que
não admite que ele siga uma profissão diferente da do marido
falecido. Ou o caso da Dona Diva, aquela mãe que não sai
67DB7E7900
as falhas e desvios de comportamento dos filhos. Ou isso ou
*67DB7E7900*
vontades, que fiquem o dia no computador e relevam todas
4
de perto do filho, escolhe, inclusive, a noiva e os acompanha
na lua de mel.
Que exemplos são esses? Será que querem fazer
das pessoas normais uma espécie em extinção? Será que
ser normal, correto, educado e disciplinado está fora de
moda? Será que a idéia é difundir a loucura? Fazer-nos
acreditar que mentir é necessário, que adultério é normal? O
que dizer de uma menina que rouba o marido da tia? De uma
adolescente que se apaixona pelo namorado da mãe
adúltera? E a adolescente que engravida sem, ao menos,
manter um relacionamento estável e duradouro com o pai do
seu filho?
Não
podemos
nos
calar
diante
dessas
arbitrariedades. Não podemos deixar que nossa população
acate essas idéias distorcidas, que se iludam com essas
porcarias que a TV quer difundir como normais, como certas,
como divertidas.
tenta, a todo custo, nos passar a idéia de que armas de fogo
só trazem prejuízos e que para viver em paz, devemos viver
sem armas? Vejo então uma contradição dessa emissora ao
colocar no ar uma novela intitulada Bang Bang. Todos
sabemos que um bom filme ou novela de faroeste não existe
67DB7E7900
tão preocupada em desarmar a população? Não é ela que
*67DB7E7900*
Mais uma da Rede Globo: não está essa emissora
5
sem armas e sem duelos. Não estará ela incentivando a
compra e venda de armas de brinquedos, para as crianças
que se divertem com as maluquices do xerife? Não é isso
uma contradição? Campanha contra o desarmamento versus
Bang Bang.
Até quando vamos permitir essas atrocidades? Até
quando a televisão brasileira vai insistir em criar idéias
libertinas, divulgar obscenidades, preconceitos, distorcer a
verdade e ser conivente com a preguiça e a omissão? Até
quando?
Precisamos criar meios de ensinar a população a
discernir o certo do errado para não se deixar envenenar por
programas que só querem propagar o mal e a discórdia.
Não quero parecer radical, sei que existem muitos
programas bons na televisão, de qualidade. Sei reconhecer
um bom trabalho, até mesmo nessa novela, a América, como
é o caso da mãe que faz tudo para ajudar a filha cega a
Mas, infelizmente, o mau exemplo prevalece,
tampar os olhos ao invés de encarar a verdade é o caminho
mais fácil e é isso que não podemos permitir.
Nós temos a obrigação de abrir os olhos de nossa
população e os nossos próprios. Precisamos educar nosso
67DB7E7900
crescer forte e confiante.
*67DB7E7900*
enxergar o mundo, a se adaptar a ele com suas limitações, a
6
povo, educar na sala de aula e educar para a vida para
serem cidadãos de bem, de caráter, difíceis de se deixar
enganar por falsas ilusões e por falsos conceitos.
Era o que tinha a dizer.
67DB7E7900
*67DB7E7900*
Obrigado.
Download

Hoje estou aqui para, mais uma vez, alertar sobre o perigo que