A Liahona A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú L T I M O S D I A S • J aneiro D E 2 0 0 9 O Profeta Como Apóstolo, p. 28 Venha Participar do Instituto Conosco, p. 18 Ser Fiel: Tema da Mutual, p. 36 Ben Faz Compras no Domingo? p. A14 adultos A Liahona, Janeiro de 2009 Mensagem da Primeira Presidência 2Ergamos Nossa Voz de Advertência Presidente Henry B. Eyring Mensagem das Professoras Visitantes 25Permanecer Firmes e Inamovíveis na Fé Artigos 10Como Enriquecer Seu Estudo de Doutrina e Convênios Presidência Geral da Escola Dominical jovens Artigos 8Descobrir Deus Mary Weenig Fui até o Alasca para trabalhar e para encontrar resposta a uma dúvida. Quatro maneiras de aproveitar melhor seu estudo de Doutrina e Convênios. 22O Conhecimento Mais Útil Élder Clayton M. Christensen Jovens adultos contam como o instituto fortaleceu seu testemunho e mudou sua vida. 36Exemplo dos Fiéis Presidência Geral dos Rapazes 18Nutrir a Alma por Meio do Instituto 26Fé para Cruzar o Rio Adam C. Olson Num rio que transbordara, com água até o peito, Rafael descobriu que aqueles que estão a serviço do Senhor têm direito de receber Sua ajuda. 28Joseph Smith: Apóstolo de Jesus Cristo Élder Dennis B. Neuenschwander Joseph Smith foi chamado por Deus como testemunha apostólica da veracidade, Ressurreição e poder redentor de Jesus Cristo. Eu precisava desesperadamente saber que o Livro de Mórmon era verdadeiro. e Presidência Geral das Moças Você pode fazer a diferença! 40Há Esperança no Haiti Richard M. Romney Os adolescentes do Haiti estão desenvolvendo o espírito missionário. Seções 17Pôster: Deixa Chover 35Mensagens Instantâneas Uma grande dádiva; um hino favorito. Seções 14Mensagens de Doutrina e Convênios: Confiança na Presença de Deus Élder Michael John U. Teh O que podemos fazer para conquistar a confiança de Deus? 44Vozes da Igreja Conselho de mãe; uma bênção em família; paz proporcionada pela Expiação. 48Como Usar Esta Edição Idéias para a noite familiar; tópicos desta edição; e uma noite familiar bem-sucedida. Na capa Primeira capa: Vi uma Luz, de Jon McNaughton. Última capa: O Martírio de Joseph e Hyrum, de Gary Smith. 39Linha sobre Linha: I Timóteo 4:12 Explicação do tema da Mutual deste ano. Janeiro 2009 Vol. 62 No. 1 A LIAHONA 04281 059 Publicação oficial em português d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias A Primeira Presidência: Thomas S. Monson, Henry B. Eyring, Dieter F. Uchtdorf Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook, D. Todd Christofferson Editor: Spencer J. Condie Consultores: Gary J. Coleman, Kenneth Johnson, Yoshihiko Kikuchi, W. Douglas Shumway Diretor Gerente: David L. Frischknecht Diretor Editorial: Victor D. Cave Editor Sênior: Larry Hiller Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg Gerente Editorial: R. Val Johnson Gerente Editorial Assistente: Jenifer L. Greenwood, Adam C. Olson Editores Associados: Ryan Carr Editora Adjunta: Susan Barrett Equipe Editorial: Christy Banz, David A. Edwards, Matthew D. Flitton, LaRene Porter Gaunt, Carrie Kasten, Jennifer Maddy, Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, Judith M. Paller, Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan Pinborough, Richard M. Romney, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Julie Wardell Secretária Sênior: Laurel Teuscher Gerente Gráfico da Revista: M. M. Kawasaki Diretor de Arte: Scott Van Kampen Gerente de Produção: Jane Ann Peters Equipe de Diagramação e Produção: Cali R. Arroyo, Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett, Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kim Fenstermaker, Kathleen Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Scott M. Mooy, Ginny J. Nilson Pré-impressão: Jeff L. Martin Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick Diretor de Distribuição: Randy J. Benson A Liahona: Diretor Responsável: André B. Silveira Produção Gráfica: Eleonora Bahia Editor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605) Tradução: Edson Lopes Assinaturas: Marco A. Vizaco © 2009 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impresso nos Estados Unidos da América. O texto e o material visual encontrado n’ A Liahona podem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar, não para uso comercial. O material visual não poderá ser copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos constantes da obra. As dúvidas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office, 50 East North Temple Street, Salt Lake City, UT 84150, USA; e-mail: [email protected]. 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Romney A13Página para Colorir: Veja se consegue encontrar o anel do CTR búlgaro oculto nesta edição. Escolha a página certa! comentários Senti-me “Em Casa” em Meu Novo Ramo Comecei recentemente a trabalhar em Bengaluru, Índia, que fica bem longe da cidade em que nasci, Chennai. Gostei muito do meu novo emprego, mas tive um sentimento muito diferente ao freqüentar um novo ramo. Senti-me um estranho e tinha saudades de meu antigo ramo. Foi então que li o artigo “Sentir-se ‘Em Casa’ em Qualquer Ala”, na Liahona de janeiro de 2008. Senti-me consolado e comecei a apresentar-me para vários membros. Recebi um chamado e fiz novos amigos. O mais importante é que compreendi melhor por que vou à Igreja. Agora procuro pessoas novas e busco ajudá-las. Obrigado pelo artigo. Joseph Isaac, Índia A L iahona Ajuda-me a Pregar o Evangelho Sempre posso levar a L iahona comigo. Por isso, consegui muitas referências para os missionários. Quando tenho que esperar para ser atendida no hospital, eu a leio, e as pessoas ficam curiosas, então, aproveito a oportunidade para conversar com elas sobre o evangelho de Jesus Cristo e o plano de salvação que Deus nos ensinou. O fato de eu levar comigo a L iahona para toda parte me ajudou a conversar com as pessoas a respeito de Jesus Cristo e a ensinar-lhes o evangelho. Margarita Herrera de Bello, México M e n s a g e m d a P r i m e i r a P r e s i d ê n c i a Ergamos Nossa Voz de Advertência Presidente Henry B. Eyring Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência Ilustrações fotográficas: David Stoker P or ser bondoso, o Senhor chama servos para advertir as pessoas de perigos. Esse chamado é ainda mais importante e mais difícil porque as advertências mais valiosas são as que se referem a perigos que as pessoas não consideram reais. Pensem em Jonas. A princípio, ele fugiu do chamado do Senhor de advertir o povo de Nínive, que estava cego ao perigo por causa do pecado. Ele sabia que aquele povo iníquo havia rejeitado os profetas no passado, chegando muitas vezes a matá-los. Mas quando Jonas agiu com fé, o Senhor o abençoou com segurança e sucesso. Também podemos aprender com nossas experiências pessoais, como pais e como filhos. Os que são pais já sentiram a ansiedade de pressentir um perigo que nossos filhos não conseguiam ver. Poucas orações são tão fervorosas quanto as que são feitas por pais que desejam saber como tocar o coração de um filho para afastá-lo do perigo. A maioria de nós já sentiu a bênção de ouvir e seguir a voz de admoestação de um pai ou mãe. Ainda me lembro do modo terno com que minha mãe falou comigo, numa tarde de sábado, quando eu era menino, depois de eu ter-lhe pedido permissão para fazer algo que achava ser perfeitamente razoável, mas que ela sabia ser perigoso. Ainda me admiro com a capacidade que lhe foi concedida, creio que pelo Senhor, de conseguir dissuadir-me com tão poucas palavras. Pelo que me lembro, ela disse: “Oh, acho que você poderia fazer isso. Mas a escolha é sua.” A única advertência estava na ênfase que ela colocou nas palavras poderia e escolha. Mas aquilo foi o suficiente para mim. A capacidade que ela teve de advertir-me com tão poucas palavras era decorrente de três coisas que eu sabia a respeito dela. Primeiro, eu sabia que ela me amava. Segundo, eu sabia que ela havia enfrentado situações semelhantes e tinha sido abençoada por fazer as escolhas corretas. E terceiro, ela me transmitira seu firme testemunho de que a escolha que eu teria de fazer era tão importante que o Senhor me diria o que fazer se eu perguntasse a Ele. Amor, exemplo e testemunho: essas foram as chaves do sucesso naquele dia, e continuaram sendo sempre que tive a bênção de ouvir e seguir a advertência de um servo do Senhor. Nossa capacidade de tocar o coração das pessoas com nossa voz de advertência tem grande importância para todos os que são discípulos de Jesus Cristo por convênio. Eis o encargo dado a cada um dos membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias: “Eis que vos enviei para testificar e advertir o povo, e todo aquele que for As palavras do Senhor são verdadeiras para os missionários e para todos nós: “E agora, se vossa alegria é grande com uma só alma que tiverdes trazido a mim no reino de meu Pai, quão grande será vossa alegria se me trouxerdes muitas almas!” A Liahona JANEIRO DE 2009 3 Q uando convidar as pessoas para que decidam ser ensinadas pelos missionários, você poderá prestar testemunho de que eles vão ensinar a verdade e que oferecem as escolhas que conduzem à felicidade. 4 advertido deverá advertir seu próximo” (D&C 88:81). Nosso Dever de Advertir O dever de advertir o próximo foi dado a todos os que aceitaram o convênio do batismo. Temos que falar do evangelho a nossos amigos e parentes não-membros. Nosso propósito é convidá-los a ser ensinados pelos missionários de tempo integral, que foram chamados e designados para ensinar. Quando uma pessoa decide aceitar nosso convite de ser ensinada, uma “referência” muito promissora é criada, com uma probabilidade bem maior de que entre nas águas do batismo e permaneça fiel. Você, que é membro da Igreja, pode esperar que os missionários de tempo integral, ou os missionários de ala ou ramo, peçam-lhe uma oportunidade de ajudá-lo a fazer uma lista de pessoas a quem você poderia levar o evangelho. Os missionários podem sugerir que você pense em parentes, vizinhos e conhecidos. Podem pedir que você estabeleça uma data até a qual irá tentar preparar a pessoa ou família para ser ensinada pelos missionários. Já tive essa experiência. Como nossa família aceitou esse convite dos missionários, tive a bênção de realizar o batismo de uma viúva de 80 anos, que foi ensinada pelas missionárias. Quando coloquei as mãos sobre a cabeça dela para confirmá-la membro da Igreja, fui inspirado a dizer que sua decisão de ser batizada abençoaria muitas gerações da família dela, tanto anteriores quanto posteriores. Mesmo depois que ela faleceu, pude ir ao templo com o filho dela, que foi selado a ela. Vocês podem ter esse tipo de experiência com as pessoas que convidarem para ser ensinadas, e sentirão que poucos momentos da vida são mais doces do que esses. Estas palavras do Senhor são verdadeiras para os missionários e para todos nós: “E agora, se vossa alegria é grande com uma só alma que tiverdes trazido a mim no reino de meu Pai, quão grande será vossa alegria se me trouxerdes muitas almas!” (D&C 18:16). Os missionários vão ajudar-nos e incentivar-nos, mas a freqüência com que acontecerão esses momentos na pia batismal e no templo dependerá muito de como encaramos nosso encargo e o que decidiremos fazer a respeito dele. O Senhor não usaria a palavra advertir se não houvesse perigo. Mas poucas pessoas se dão conta dele. Elas aprenderam a ignorar as crescentes evidências de que a sociedade está desmoronando e que sua vida e sua família carecem da paz que costumavam considerar possível. Essa predisposição de ignorar os sinais de perigo pode fazer com que pensemos: “Por que devo falar do evangelho a alguém que parece estar satisfeito com a vida? Que perigo pode haver para eles ou para mim, se eu não fizer nem disser nada?” Talvez seja difícil ver os perigos, mas eles são reais, tanto para eles quanto para nós. Para exemplificar, em algum momento no mundo vindouro, todos aqueles que você conheceu nesta vida saberão o que você sabe agora. Eles saberão que a única maneira de viver para sempre em família e na presença de nosso Pai Celestial e Seu Filho, Jesus Cristo, é decidir entrar pela porta do batismo realizado por alguém que tenha autoridade de Deus. Saberão que a única maneira de a família se tornar eterna é aceitar e guardar os convênios sagrados realizados nos templos de Deus nesta Terra. Eles saberão que você sabia disso. E vão-se lembrar se você ofereceu a eles aquilo que alguém certa vez ofereceu a você. É muito fácil dizer: “Não é o momento certo”. Mas há perigo na procrastinação. Há muitos anos, trabalhei para um homem na Califórnia. Ele me contratou, foi bondoso comigo e parecia realmente ter grande consideração por mim. Eu era provavelmente o único santo dos últimos dias que ele conheceu bem. Não sei por que motivo decidi esperar que surgisse um momento melhor para falar do evangelho a ele. Depois que ele se aposentou foi morar em outro lugar. Lembro apenas o sentimento de pesar que tive quando fiquei sabendo que ele e a esposa haviam morrido em um acidente de carro quando voltavam para casa, à noite, em Carmel, Califórnia. Ele amava a esposa. Amava os filhos. Amava os pais. Amava os netos e amaria os filhos deles e gostaria de estar com eles para sempre. Agora, não sei como tudo isso vai ser resolvido no mundo futuro, mas acho que quando nos encontrarmos ele vai olhar bem dentro dos meus olhos, e eu verei em seu olhar a pergunta: “Hal, você sabia. Por que não me disse?” Quando eu penso nele, na viúva que eu batizei e na família dela que agora está selada a ela, sinto o desejo de me esforçar mais. Quero aumentar minha capacidade de convidar as pessoas para serem ensinadas. Tendo esse desejo e exercendo fé que o Senhor vai-nos ajudar, vamos ter mais sucesso. O Amor Vem em Primeiro Lugar O amor sempre vem em primeiro lugar. Um único gesto de bondade geralmente não será suficiente. O Senhor descreveu o amor que precisamos sentir, o mesmo que as pessoas que convidarmos precisam reconhecer em nós, ao dizer: “O amor é sofredor” e também “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Coríntios 13:4, 7). Eu testemunhei o que significa ser “sofredor” e “tudo suportar”. Uma família havia-se mudado para uma casa perto da nossa. A casa era nova, por isso participei do grupo de santos dos últimos dias que passou várias noites arrumando o jardim deles. Lembro-me da última noite. Eu estava ao lado do chefe da família, quando terminamos o trabalho. Ele olhou para nosso trabalho e disse: “Essa foi a terceira vez que vocês, mórmons, arrumaram o jardim para nós, e acho que foi a melhor de todas”. Depois, ele me disse brandamente, mas com firmeza, que tinha muita satisfação em ser membro de sua própria igreja. Conversamos várias vezes sobre isso, durante os anos em que eles moraram ali. Durante todo aquele tempo, nunca deixou de haver gestos de bondade realizados para ele e sua família, porque os vizinhos realmente passaram a amá-los. Certa noite, voltei para casa e vi um caminhão parado na calçada, diante da casa deles. Fiquei sabendo que eles iriam mudar-se para outro estado. Fui falar com eles para ver se poderia ajudar. Não reconheci o homem que estava colocando os móveis dentro do caminhão. Ele disse serenamente quando me aproximei: Oi, irmão Eyring”. Aquele era o filho de nossos vizinhos que, nessa época, já estava homem feito, havia-se casado e não morava mais ali com os pais, por isso não o reconheci! Graças ao amor que muitos lhe dedicaram, ele havia-se batizado, havia-se tornado membro da Igreja. Não sei o final da história, porque ela não tem fim. Mas sei que ela começou com amor. A Liahona JANEIRO DE 2009 5 Segundo, precisamos ser melhores exemplos naquilo que convidamos as pessoas a fazer. Num mundo cada vez mais tenebroso, este mandamento do Salvador se torna cada vez mais importante: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16). A maioria de nós é muito modesta, de modo que achamos que nossa pequena chama de exemplo é fraca demais para ser percebida. Mas você e sua família são muito mais observados do que imaginam. Há algum tempo, tive a oportunidade de participar e discursar em uma série de reuniões com quase 300 ministros e líderes de outras igrejas. Falei individualmente com todos aqueles com quem consegui conversar. Perguntei por que haviam prestado tanta atenção na minha mensagem, na qual narrei a história da origem da Igreja e falei da Primeira Visão do jovem Joseph Smith e dos profetas vivos. Todos me deram basicamente a mesma resposta. Referiram-se a uma pessoa ou família, membros da Igreja que eles conheciam. Ouvi muitos dizerem: “Foi a melhor família que já conheci”. Freqüentemente, ouvi comentários sobre algum trabalho comunitário ou socorro a catástrofe em que os membros da Igreja trabalharam de modo extraordinário. As pessoas que conheci naquelas reuniões ainda não conseguiam reconhecer a veracidade da doutrina, mas tinham visto seus frutos na vida dos membros, por isso estavam dispostas a escutar. Estavam prontas a ouvir as verdades da Restauração que afirmam que as famílias podem ser seladas para sempre e o evangelho pode mudar nossa própria natureza. Estavam prontas, graças ao exemplo que vocês deram. A terceira coisa na qual precisamos melhorar é convidar com um testemunho. O amor e o exemplo vão abrir o caminho, mas ainda temos que abrir a boca e prestar testemunho. Somos auxiliados pelo simples fato de que a verdade e o arbítrio estão inseparavelmente relacionados entre si. Existem escolhas que todos os filhos de nosso Pai Celestial precisam fazer a fim de se qualificarem para um testemunho das verdades espirituais. Assim que conhecemos uma verdade espiritual, precisamos decidir se vamos moldar nossa vida de acordo com ela. Quando prestamos testemunho da verdade a nossos entes queridos ou amigos, precisamos dizer a eles quais são as escolhas que terão de fazer, assim que souberem a verdade por si mesmos. Existem dois exemplos importantes: convidar alguém a ler o Livro de Mórmon e convidar alguém a concordar em ser ensinado pelos missionários. Para saber se o Livro de Mórmon é verdadeiro precisamos lê-lo e tomar a decisão de fazer o que está escrito em Morôni: orar para saber se é verdadeiro (ver Morôni 10:3–5). Quando fizermos isso, poderemos testificar por experiência própria a nossos amigos, de modo que eles possam tomar essa decisão e conhecer essa mesma verdade. Assim que souberem que o Livro de Mórmon é a palavra de Deus, terão outra decisão a tomar: se aceitam ou não o convite de ser ensinados pelos missionários. Para fazer esse convite com testemunho, você precisa saber que os missionários são servos chamados por Deus. I d é i a s p a r a o s M e s t r e s F am i l i a r e s D epois de estudá-la em espírito de oração, dê esta mensagem utilizando um método que incentive a participação daqueles a quem for ensinar. Seguem-se alguns exemplos: 1. Faça três chaves de papel, escrevendo nelas as palavras: “Amor”, “Exemplo” e “Testemunho”. Conte a história da mãe do Presidente Eyring. Mostre as chaves e pergunte à família como essas chaves funcionaram na história. Usando exemplos do artigo, explique a importância de advertir o próximo. Peça à família que comente sobre como as três chaves podem ajudarnos a advertir nosso próximo. Termine lendo o testemunho do 6 Presidente Eyring, no último parágrafo. 2. Você pode levar alguns doces ou biscoitos para a família que for visitar. Coloque-os num lugar em que todos possam vê-los, mas não os ofereça à família. Conte a história do homem para quem o Presidente Eyring trabalhou na Califórnia. Troque idéias a respeito de como o Presidente Eyring se sentiu ao saber do falecimento dele. Pergunte à família como eles se sentiriam se você não dividisse os doces com eles. Troque idéias a respeito de como podemos levar o evangelho a outras pessoas. Você pode adquirir esse testemunho convidando os missionários a sua casa para ensinar sua família ou amigos. Os missionários aceitarão esse convite de boa vontade. Quando você estiver ensinando com eles, como eu estive, saberá que eles são inspirados com uma capacidade que está bem além da idade e da escolaridade deles. Então, quando convidar outras pessoas para serem ensinadas pelos missionários, você poderá prestar testemunho de que eles ensinam a verdade e oferecem as escolhas que nos conduzem à felicidade. Detalhe de Ele Ressuscitou, de Del Parson Uma Certeza Talvez alguns achem difícil acreditar que possamos amar o bastante ou que nossa vida seja boa o suficiente ou que tenhamos capacidade de testificar de modo que o convite que fizermos seja aceito. Mas o Senhor sabia que iríamos nos sentir assim. Ouçam Suas palavras de encorajamento, que Ele ordenou que fossem colocadas no início de Doutrina e Convênios, quando nos deu este encargo: “E a voz de advertência irá a todos os povos pela boca de meus discípulos, que escolhi nestes últimos dias” (D&C 1:4). E ouçam Sua descrição das qualificações desses discípulos, ou seja, nós: “As coisas fracas do mundo virão e abaterão as poderosas e fortes” (D&C 1:19). E depois: “Para que a plenitude do meu evangelho seja proclamada pelos fracos e pelos simples aos confins da Terra” (D&C 1:23). E novamente: “E se [forem] humildes, [sejam] fortalecidos e abençoados do alto” (D&C 1:28). Essa certeza foi dada aos primeiros missionários da Igreja e aos missionários de hoje. Mas foi dada a todos nós também. Precisamos acreditar com fé que podemos amar o suficiente e que o evangelho já influenciou o suficiente a nossa vida para que nosso convite seja ouvido como se viesse do próprio Mestre, que foi quem fez o convite. Ele deu-nos o exemplo perfeito do que precisamos fazer. Você sentiu Seu amor e carinho, mesmo quando não quis aceitar, assim como aqueles que você convidar para conhecer o evangelho podem não aceitar seu convite. Ele o convidou muitas e muitas vezes para ser ensinado por Seus servos. Você pode não se ter dado conta disso nas visitas dos mestres familiares, professoras visitantes ou no telefonema do bispo, mas esses foram convites Dele para que você fosse ajudado e ensinado. O Senhor sempre deixou bem claro quais seriam as conseqüências, mas permitiu que escolhêssemos por nós mesmos. O que Leí, um servo do Senhor, ensinou a seus filhos sempre será verdade para todos nós: “E agora, meus filhos, gostaria que confiásseis no grande Mediador e désseis ouvidos a seus grandes mandamentos; e que fôsseis fiéis a suas palavras e escolhêsseis a vida eterna, conforme a vontade do seu Santo Espírito” (2 Néfi 2:28). E depois, recebemos de Jacó este incentivo para cumprir nossa obrigação de testificar. A decisão de ser ensinado pelos missionários é a decisão de entrar no caminho que conduz à vida eterna, a maior de todas as dádivas de Deus: “Animai-vos, portanto, e lembrai-vos de que sois livres para agir por vós mesmos—para escolher o caminho da morte eterna ou o caminho da vida eterna” (2 Néfi 10:23). Testifico que somente aceitando e vivendo o evangelho restaurado de Jesus Cristo teremos a paz que o Senhor prometeu nesta vida e a esperança de vida eterna no mundo futuro. Testifico que recebemos o privilégio e a obrigação de apresentar aos filhos de nosso Pai Celestial, que são nossos irmãos e irmãs, a verdade e as escolhas que conduzem a essas bênçãos. Jesus é o Cristo, Ele vive, esta é a Sua obra. ◼ P recisamos ter fé que conseguiremos amar o suficiente e que o evangelho já tocou nossa vida a ponto de que nosso convite seja ouvido como se viesse do Mestre, que foi quem fez o convite. A Liahona JANEIRO DE 2009 7 Descobrir Deus Mary Weenig Ilustração: Julie Rogers Q uando eu estava com quase 18 anos, viajei de avião até uma pequena cidade chamada Soldotna, Alasca, para trabalhar durante o verão. Aquela foi a primeira vez que morei longe da família. Meus pais tinham combinado com seus bons amigos, a família Wright, donos da mercearia local, que eu iria trabalhar para eles e morar em sua casa. Eu esperava conseguir juntar dinheiro suficiente para pagar a faculdade. Também esperava voltar para casa com a resposta a uma pergunta que não me saía da mente: existe mesmo um Deus? Eu precisava encontrar uma resposta por mim mesma. Por isso, resolvi orar todas as noites e perguntar a Deus se Ele era real. De certa forma, eu sentia que, se Deus existisse, Ele responderia a minhas orações. Se eu não recebesse resposta, então saberia que Ele não existia. Era bem simples, pensei eu. Na casa da família Wright, dividi o quarto com a filha deles, Lisa. Ela estudava na Universidade Brigham Young e havia voltado para casa, a fim de passar o verão, e trabalhava na mercearia comigo. Senti muita admiração por Lisa desde o primeiro instante. Ela era bonita, inteligente, confiante e entusiasmada com a vida. Naquele verão, passamos quase todos os momentos juntas. Eu adorava ouvir Lisa me contar a respeito da vida na faculdade. A vida dela parecia muito divertida e independente. Lisa estava com a vida organizada e equilibrada, com as prioridades certas bem estabelecidas. Minha admiração por ela aumentou ao vê-la lendo as escrituras diariamente e orando todas as manhãs e noites. Eu queria perguntar a Lisa como ela havia adquirido sua fé em Deus, mas tinha vergonha da minha falta de fé. Lembro-me de ficar na cama, imaginando o que ela conversava com Deus em suas orações. Todas as noites, eu me ajoelhava ao lado da cama e fazia uma oração bem rápida, perguntando a Deus se Ele existia. Mas ainda não sentira nada de especial ou espiritual. Não ouvira uma voz. Sentia-me a mesma, antes e depois das orações. Aquela rotina noturna prosseguiu por dois meses. Desanimada, senti que minhas dúvidas a respeito de Deus iam aumentando. Certa noite, quando estava sentindo muita saudade de casa, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu queria desesperadamente estar perto da minha família e de meus amigos, num ambiente conhecido. Ansiando por conversar com alguém que me conhecesse e amasse, ajoelhei-me em oração. “Deus, eu realmente preciso de Ti neste exato momento”, comecei a dizer. Nos minutos que se seguiram, disse tudo o que sentia a meu Pai Celestial. Contei-Lhe tudo. Conversei com Ele como se acreditasse que Ele estava me ouvindo. Senti um calor me envolver. Comecei a me sentir como se o Pai Celestial tivesse descido e me envolvido em Seus braços. Já não estava mais sozinha. Sentia-me envolvida por um sentimento de paz e amor. Eu sabia que Deus existia. Fiquei-me perguntando por que levara mais de dois meses para receber uma resposta a minhas orações. Encontrei a resposta em Jeremias 29:13: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”. Finalmente eu havia recebido uma resposta a minha oração, depois de ter buscado com todo o coração. Depositei minha fé na existência de Deus. Busquei bem alto no céu, com minhas palavras e lágrimas. Minha vida mudou por causa daquela noite. Servi em uma missão e casei-me no templo. Minha fé na existência de Deus continua crescendo. Penso muito naquele verão no Alasca. Sem o exemplo de Lisa, talvez eu não tivesse perseverado na oração ao longo daqueles meses. Eu podia ter desistido e jamais ter descoberto o amor do meu Pai Celestial. Sempre serei grata a Lisa por seu exemplo. Ela me ajudou a conhecer Deus e sentir o amor que Ele tem por mim. ◼ A Liahona JANEIRO DE 2009 9 Como Enriquecer Seu Estudo de Doutrina e Convênios Ler Doutrina e Convênios de Capa a Capa. A. Roger Merrill (centro), presidente; Daniel K Judd (à esquerda), primeiro conselheiro; e William D. Oswald, segundo conselheiro. Este ano, cada um de nós terá a maravilhosa oportunidade de receber grandes bênçãos por meio do estudo de Doutrina e Convênios, um maravilhoso livro de revelações que foi escrito em nossos dias para nossos dias. P r e s i d ê n c i a G e r a l d a E s c o l a Dom i n i c a l Ilustrações fotográficas: Craig Dimond M uitas vezes chamado de manual da Restauração escrito pelo Senhor, Doutrina e Convênios contém “a voz terna, porém firme, do Senhor Jesus Cristo falando novamente, na dispensação da plenitude dos tempos”. 1 Muitos membros já aprenderam a ter um grande amor por esse livro. Uma irmã disse: “As revelações específicas para certas pessoas, em Doutrina e Convênios, são muito úteis. Sinto que posso me identificar com elas”. Outra pessoa comentou: “Doutrina e Convênios me ajuda a aplicar o que leio às situações que estou enfrentando porque não é um livro tão antigo”. Um irmão disse: “Gosto de Doutrina e Convênios porque ele me ajuda a compreender o sacerdócio”. Testificamos que Doutrina e Convênios é realmente a voz do Senhor para nossa época, para cada filho de Deus, e que aqueles que estudarem esse livro receberão grandes bênçãos. Também deixamos quatro sugestões para tornar seu estudo deste ano mais satisfatório e sugerimos algumas maneiras pelas quais a Escola Dominical pode ajudar. O Guia de Estudo do Aluno de Doutrina e Convênios e História da Igreja incentiva os alunos a “ler Doutrina e Convênios do princípio ao fim” 2 durante o ano de 2009 e completar as designações de leitura de cada domingo, que estão relacionadas por tópico. Esse modo de estudo nos ajuda a compreender o contexto das seções bem como as seções propriamente ditas. Também nos torna aptos a participar de excelentes debates na classe da Escola Dominical que, por sua vez, nos darão mais compreensão e inspiração para usarmos em nossa vida pessoal e familiar. Em seu estudo diário das escrituras, seria útil que você reservasse um ou dois dias de cada semana para estudar especificamente o que será abordado em classe e depois continuasse sua leitura de Doutrina e Convênios do princípio ao fim. Ler Tendo Perguntas em Mente O irmão Renzo Molly Barrios Matias, da Guatemala, descobriu o poder de usar o estudo das escrituras para receber revelação pessoal para sua vida. “Depois que o furacão Mitch A Liahona JANEIRO DE 2009 11 U m vigoroso ensino do evangelho e um aprendizado inspirado ocorrem quando professores e alunos compreendem que o verdadeiro professor, em qualquer classe da Igreja, é o Espírito Santo, e que a participação na sala de aula convida o Espírito a prestar testemunho. passou pela América Central, em 2001, deixando tudo arrasado, eu tive muitas dúvidas”, diz ele. “Buscando respostas, procurei um amigo a quem respeito muito. Ele disse: ‘Leia as escrituras. Encontrará nelas as melhores respostas para suas dúvidas.’” “Isso revolucionou minha vida”, diz o irmão Matias. “Depois de estudar as escrituras por muito tempo, comecei a encontrar respostas para minhas dúvidas. Consegui ver que minha vida tinha significado. Foi então que decidi servir em uma missão de tempo integral.” Pouco depois, o Élder Matias estava servindo na Missão Honduras Tegucigalpa, ajudando outras pessoas a descobrir o poder do estudo das escrituras. Ler com perguntas específicas na mente convida o Senhor a inspirar-nos 12 e orientar-nos em nossos desafios e oportunidades. Você pode escrever as perguntas para incluí-las em espírito de oração em seu estudo das escrituras. Ao receber respostas, talvez você sinta-se inspirado a compartilhar esse conhecimento na Escola Dominical. Os alunos ficarão edificados ao ouvir os outros prestarem um testemunho adequado de como o Senhor usa as escrituras para proporcionar orientação e inspiração pessoais. Procurar Relações, Padrões e Temas O Élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, sugeriu que em todo estudo das escrituras que fizermos, devemos procurar relações, padrões e temas. 3 Um exemplo de relação em Doutrina e Convênios é o vínculo existente entre nossa obediência e as bênçãos prometidas. “Eu, o Senhor, estou obrigado quando fazeis o que eu digo; mas quando não o fazeis, não tendes promessa alguma” (D&C 82:10). Nosso estudo das escrituras torna-se mais significativo quando reconhecemos essa relação e resolvemos agir de acordo com o que o Senhor nos ordenou. Um padrão de Doutrina e Convênios encontra-se na própria natureza do livro. Como explica a introdução: “Estas revelações sagradas foram recebidas em resposta a orações, em momentos de necessidade, e resultaram de situações da vida de pessoas reais”. 4 As revelações foram respostas individuais e específicas a dúvidas referentes a coisas que o Pai Celestial sabia que seriam “de maior valor” (D&C 15:6; 16:6) para cada pessoa. 5 Esse padrão de buscar e receber revelação pessoal é um padrão que podemos seguir em nossa vida. Um dos temas mais comuns em todas as escrituras é “procurai-me diligentemente e achar-me-eis; pedi e recebereis; batei e ser-vos-á aberto” (D&C 88:63). Temas como esse nos incentivam a aceitar responsabilidades maiores em relação a nosso aprendizado, ao ler e ponderar as palavras de Deus. Embora nem sempre haja uma história a ser lida em Doutrina e Convênios, o livro está todo interligado por meio de relações, padrões e temas. Uma das bênçãos de debater as escrituras em classe na Escola Dominical é a de que nos tornamos mais cientes dessas possibilidades à medida que falamos do que percebemos e ouvimos o que os outros têm a dizer. Procurar Ser Edificados e Regozijar-nos O Senhor disse que quando os membros da Igreja aprendem e ensinam uns aos outros pelo Espírito, “ambos são edificados e juntos se regozijam” (D&C 50:22). Um vigoroso ensino do evangelho e um aprendizado inspirado ocorrem quando professores e alunos compreendem que o verdadeiro professor, em qualquer classe da Igreja, é o Espírito Santo, e que a participação na sala de aula convida o Espírito a prestar testemunho. Na Reunião Mundial de Treinamento de Liderança de fevereiro de 2007, sobre ensino e aprendizado, o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, convidou-nos a assumir maior responsabilidade pelo aprendizado do evangelho. Ele demonstrou como professores inspirados podem convidar os alunos a se tornarem mais ativos, em vez de serem participantes passivos Doutrina e Convênios e História da Igreja Guia de Estudos do Aluno dos debates em classe. O Élder Holland disse: “Se ajudarmos o aluno a assumir a responsabilidade pelo aprendizado e se testificarmos sobre as verdades que ensinamos, Deus confirmará em nosso coração e no coração dos alunos a mensagem do evangelho de Jesus Cristo”. 6 Se os alunos estudarem fervorosamente durante a semana e depois lerem juntos as escrituras e compartilharem pontos de vista, o Espírito Santo vai prestar testemunho e “levar ao coração” (2 Néfi 33:1) de cada aluno aquilo que cada aluno precisa especificamente saber e fazer (ver 2 Néfi 32:3–5). Um Convite Pessoal Ao estudarmos Doutrina e Convênios e aprendermos com esse livro durante o ano, nossa fé no Pai Celestial e Jesus Cristo será fortalecida e nosso testemunho de que Joseph Smith foi o profeta de Deus na Restauração aumentará. O Senhor abrirá nosso entendimento, e as escrituras se tornarão uma parte ainda mais importante de nossa vida. 7 No início deste novo ano, convidamos vocês a regozijarem-se conosco ao “[examinar] estes mandamentos, porque são verdadeiros e fiéis; e as profecias e as promessas neles contidas serão todas cumpridas” (D&C 1:37). ◼ Notas 1. Introdução Explanatória de Doutrina e Convênios. 2. Guia de Estudos do Aluno do Curso de Doutrina e Convênios e História da Igreja (1999), Introdução, p. 3. 3. Ver David A. Bednar, “Um Reservatório de Água Viva”, (serão para jovens adultos do Sistema Educacional da Igreja, 4 de fevereiro de 2007), www.ldsces.org. 4. Introdução Explanatória de Doutrina e Convênios. 5. Para outros exemplos específicos de revelação pessoal, ver D&C 7–9: 11–12; 14– 17. 6. Jeffrey R. Holland, “Ensinar e Aprender na Igreja”, A Liahona, junho de 2007, p. 73; Ensign, junho de 2007, p. 105. A transmissão está disponível em vários idiomas em www.lds.org. Clique em “Gospel Library”, “Additional Addresses”, depois em “Worldwide Leadership Training: Teaching and Learning”. 7. Ver Joseph Smith—História 1:73–74. Depois de serem batizados, Joseph Smith e Oliver Cowdery ficaram “cheios do Espírito Santo”. A mente deles foi “iluminada, [e] as escrituras começaram a abrir-se ao [seu] entendimento”. Estudar o Guia de Estudos S e usarmos o Guia de Estudos do Aluno em nosso estudo, antes de irmos para a Escola Dominical, ele nos ajudará a estarmos mais bem preparados para “[ensinar] a doutrina do reino uns aos outros” (D&C 88:77). Esse guia de estudos contém vários recursos didáticos: • Uma introdução a Doutrina e Convênios. • As designações semanais de leitura das escrituras e séries de estudo das escrituras. • Uma breve cronologia da história da Igreja. • Mapas que mostram onde ficam lugares importantes da história da Igreja. • Perguntas que promovem a fé e incentivam debates a respeito do evangelho. • Um exemplar de “A Família: Proclamação ao Mundo”. A Liahona JANEIRO DE 2009 13 M en s agen s de D outrina e C on v ênio s Confiança na Presença de Deus É l d e r M i c ha e l J oh n U . T e h Dos Setenta O À medida que aumentarmos nossa fé e dedicação, vamos achegar-nos cada vez mais ao Pai Celestial. 14 relato de como o Profeta Joseph Smith procurou saber a qual igreja deveria filiar-se em meio a “controvérsias [de] grupos de religiosos ( Joseph Smith—História 1:11) dá inspiração e esperança a todos os que buscam sinceramente a verdade. Que alívio deve ter sido para Joseph, um humilde rapaz de 14 anos com uma dúvida simples e um desejo sincero, ao ler a seguinte passagem da Bíblia: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada” (Tiago 1:5). Essa escritura proporciona uma boa compreensão do tipo de relacionamento que cada um de nós deve ter com o Pai Celestial. De fato, esse versículo expressa a terna misericórdia e atitude de nosso Pai amoroso em relação a um filho que O procurou com uma dúvida. O Pai, geralmente, não responde as orações com visões, como Ele fez no Bosque Sagrado, mas dá respostas que proporcionam paz e consolo. Foi isso que Ele nos prometeu: responder liberalmente sem repreender. Quando jovem, tive várias oportunidades de colocar essa promessa à prova. Testifico que a promessa é verdadeira. Sempre que eu perdia um brinquedo ou uma moeda ou qualquer outro pertence valioso, que podia parecer sem importância para os adultos, o Pai Celestial respondia minhas orações e tranqüilizava minha mente. Lembro-me claramente da confiança que eu tinha de que a resposta viria. Essa era a fé que eu tinha, quando menino. Essa era a fé que teve o jovem Joseph Smith. Essa fé está de acordo com as condições pelas quais as orações são respondidas, conforme explica esta passagem das escrituras: “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando” (Tiago 1:6). À medida que fui crescendo, descobri que essa fé inabalável se torna cada vez mais difícil de ser exercida. O mundo planta sementes de dúvida e preconceito em nosso coração e mente. Por esse motivo, o conselho do Salvador de tornar-nos “como meninos” (Mateus 18:3) passou a ser uma busca constante durante toda a minha vida. Descobri que uma fé “como um grão de mostarda” (Mateus 17:20) era algo que estava a meu alcance em certas ocasiões, porém muito distante em outras. Como podemos exercer constantemente esse tipo de fé? O seguinte conselho ajuda-nos No alto à esquerda: Joseph Smith Escrevendo, de Dale Kilbourn; à direita: Filhos da Luz, de Anne Marie Oborn, cortesia do Museu de História e Arte da Igreja; borda © 2007 Cary Henrie a compreender essa busca digna: “Aquilo que é de Deus é luz; e aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o dia perfeito” (D&C 50:24). Esse foi o processo adotado pelo Profeta Joseph Smith. Como outros que o precederam, ele provou ser digno exercendo constantemente a fé e utilizando em retidão o arbítrio, ao longo de sua vida. Perseverou em Deus, recebeu mais luz, e essa luz se tornou mais e mais brilhante até o dia perfeito. Um incidente da vida do Profeta teve uma vigorosa influência em minha vida, quando jovem: “Tarde da noite, Joseph estava deitado, dormindo profundamente por estar muito cansado. (…) Pouco depois, uma multidão enfurecida arrombou a porta e (…) o agarrou, arrastando-o para fora da casa, quando Emma gritou. (…) (…) um grupo se reuniu (…) em conselho. (…) Quando o conselho chegou ao fim, os líderes da multidão declararam que não iriam matá-lo, mas despi-lo e açoitá-lo com um chicote. (…) Lançaram-lhe uma colher de piche mal cheiroso no rosto e tentaram fazer com que ele o engolisse. (…) Quando o deixaram, Joseph tentou se erguer, mas caiu novamente, por causa da dor e exaustão. Conseguiu, porém, arrancar o piche do rosto para poder respirar livremente. (…) Pegando algo para cobrir o corpo, o Profeta entrou em casa e passou a noite limpando o corpo e cuidando das feridas. (…) A w admoestação do Salvador de tornar-nos “como meninos” passou a ser uma busca constante durante toda a minha vida. A Liahona JANEIRO DE 2009 15 16 Na manhã seguinte, como era domingo, as pessoas se reuniram na hora costumeira de adoração. Entre eles, estavam alguns que fizeram parte da multidão. (…) Com feridas e cicatrizes no corpo, Joseph foi à reunião e colocou-se diante da congregação, encarando seus atacantes da noite anterior com calma e coragem. Pregou um sermão vigoroso, e naquele mesmo dia batizou três fiéis na Igreja”. 1 Nem consigo imaginar a dor e o sofrimento que o Profeta Joseph teve que suportar. Ele tinha todos os motivos para não pregar na manhã seguinte, mas nem aquela nem muitas outras experiências pessoais semelhantes ou piores fizeram com que ele fugisse de suas responsabilidades. Como podemos, então, sentir-nos justificados em negligenciarmos nosso dever por causa de um pequeno desconforto ou inconveniência? A medida que aumentarmos nossa fé e dedicação, vamos achegar-nos cada vez mais ao Pai Celestial. “Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui” (Isaías 58:9). “Então tua confiança se fortalecerá na presença de Deus; e a doutrina do sacerdócio destilar-se-á sobre tua alma como o orvalho do céu. (…) E, sem ser [compelida], fluirá para ti eternamente” (D&C 121:45–46). É um privilégio para mim testificar que Joseph Smith é um profeta de Deus. Por ele ter buscado sabedoria no Bosque Sagrado e exercido diligência depois disso é que desfrutamos a plenitude do evangelho de Jesus Cristo. O seguinte tributo escrito pelo Presidente John Taylor (1808–1887), quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, eloqüentemente descreve o que o Profeta Joseph Smith fez por todos nós: “Joseph Smith, o Profeta e Vidente do Senhor, com exceção apenas de Jesus, fez mais pela salvação dos homens neste mundo do que qualquer outro homem que jamais viveu nele. (…) Viveu grandiosamente e morreu grandiosamente aos olhos de Deus e de seu povo; e como a maior parte dos ungidos do Senhor na antigüidade, selou sua missão e suas obras com o próprio sangue” (D&C 135:3). Usemos constantemente nosso arbítrio com sabedoria, como fez o Profeta Joseph Smith, exercendo fé inabalável, a despeito de nossas circunstâncias para que nossa confiança “se [fortaleça] na presença de Deus”. ◼ Nota 1. George Q. Cannon, Life of Joseph Smith the Prophet (1986), pp. 133–135; ver também History of the Church, Volume 1, pp. 261–264. Vi uma Luz, de Jon McNaughton S e Joseph Smith não tivesse buscado sabedoria no Bosque Sagrado e exercido diligência depois disso não desfrutaríamos hoje a plenitude do evangelho de Jesus Cristo. Idéia: Jessica Westenskow; ilustração fotográfica: Welden C. Andersen Deixa Chover! Reconheça as bênçãos que são derramadas sobre você e desfrute-as com gratidão. (Ver D&C 105:12.) A liahona JANEIRO DE 2009 17 Nutrir a Alma por Meio do Instituto Ajudando os alunos a achegar-se ao Pai Celestial, fazer amigos e estabelecer prioridades, os institutos fortalecem testemunhos e mudam vidas. Fortalecer Meu Testemunho Freqüentemente me surpreendo com o que consigo aprender no instituto. Não me lembro de ter assistido a uma única aula sem sair dela tendo aprendido algo novo ou compreendido melhor algum princípio do evangelho. Como resultado disso, minha vida mudou. Entre as muitas bênçãos que recebi por freqüentar o instituto estão um melhor relacionamento familiar e maior interesse pelas escrituras. Ele também aumentou meu testemunho. Antes de freqüentar o instituto, eu não tinha certeza se queria servir em uma missão. Agora, sei que preciso servir como missionário. O instituto foi uma experiência maravilhosa para mim. Ajudou-me a compreender e cumprir os padrões da Igreja. As doutrinas da Igreja são os meios de salvação e exaltação. Sinto-me grato por poder aprender a respeito delas no instituto. Alberto Avilez Rodríguez, México Alterei Minhas Metas Certo domingo, na reunião sacramental, ouvi atentamente o orador falar sobre o instituto. Ele repetiu para nós as palavras do Élder L. Tom Perry, do Quórum dos O instituto é um ótimo lugar para aprender o evangelho e fazer amizade com outros santos dos últimos dias. Extrema esquerda: ilustração fotográfica de Matthew Reier; fotografia do Élder Perry: Craig Dimond Doze Apóstolos, dizendo: “[O instituto] enriqueceu minha vida, e sei que fará o mesmo por vocês. Ele vai erguer um escudo de proteção a sua volta para mantê-los livres das tentações e provações do mundo”. 1 Foi então que me dei conta de que a veracidade das palavras do Élder Perry já tinha-se manifestado para mim. Senti-me extremamente grata pelas bênçãos que recebera por ter freqüentado o instituto. Pouco tempo antes, eu tinha começado a freqüentar um curso do instituto sobre os ensinamentos de Isaías. Até hoje, este curso foi o que mais mudou minha vida. Aquele semestre tinha sido muito confuso para mim. Nem todas as minhas metas e prioridades estavam condizentes com os princípios do evangelho. No entanto, eu freqüentava regularmente o instituto e participava de muitos debates sobre a doutrina da Igreja com o professor do instituto. Com o passar do tempo, minhas idéias foram mudando, e de modo gradual e cuidadoso fui alterando minhas metas para que estivessem em harmonia com o plano do Senhor para mim. Foi só quando ouvi a citação do Élder Perry na reunião sacramental, naquele domingo, que me dei conta exatamente de como aquelas novas metas estavam me abençoando. Toda a minha vida tinha ficado significativamente melhor depois que comecei a freqüentar o instituto. Eu me sentia muito mais receptiva ao Espírito e sucumbia menos freqüentemente às tentações. Minha atitude e perspectiva melhoraram por causa do instituto. Krista Wren, Arizona, EUA Nota 1. L. Tom Perry, “Receber a Verdade”, E nsign, novembro de 1997, pp. 61–62. Promessa Profética “Não negligenciem a oportunidade de freqüentar as aulas do seminário e do instituto. Participem dessas aulas e tirem o máximo proveito das escrituras ensinadas nesses importantes locais de educação religiosa. Isso vai prepará-los para apresentar a mensagem do evangelho restaurado àqueles que vocês tiverem a oportunidade de conhecer.” Élder L. Tom Perry, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Elevar Nossos Padrões”, A Liahona e Ensign, novembro de 2007, p. 48. Demonstrar Fé Meu amor pelo instituto começou quando eu estava no seminário. Filiei-me à Igreja aos 14 anos de idade e tinha sede de conhecimento. Eu gostava muito de aprender a respeito do evangelho e adorava os maravilhosos amigos e professores que conheci. Às vezes era difícil freqüentar o seminário. Os membros de minha família, que não eram da Igreja, não me apoiavam para que o freqüentasse. Mas com a ajuda de outros membros da Igreja, consegui freqüentar o seminário matutino. Minha família percebeu que eu levava a sério a Igreja. Foi a minha maneira de caminhar a segunda milha. Assim como o seminário enriqueceu minha vida quando eu era adolescente, o instituto fez o mesmo em minha vida adulta. Entesourei as palavras de Cristo no A Liahona JANEIRO DE 2009 19 O instituto destina-se a alunos solteiros e casados, geralmente de 18 a 30 anos de idade. Fazer Novos Amigos coração e na mente (ver D&C 6:20; 84:85). Esses ensinamentos me ajudaram a servir ao Senhor mais eficazmente como missionária. Sinto-me grata pelo instituto e sei que ele é um programa inspirado, porque vi suas bênçãos em minha vida e na de outras pessoas. Malinda Morrison, Austrália Ocidental, Austrália Achegar-se ao Senhor Desde que comecei a freqüentar regularmente o instituto, passei a receber imensas bênçãos espirituais. Desenvolvi amor cristão pelos colegas do instituto, minha fé no Senhor está ficando mais forte e acheguei-me a Jesus Cristo por meio do estudo das escrituras. As aulas deram-me orientação, ajudando-me a compreender melhor como usar o arbítrio. Elas me ajudaram a enfrentar as dificuldades com uma visão otimista, e aprendi que Deus está sempre a meu lado para ajudar-me a vencer os obstáculos. Quando freqüento o instituto, encontro respostas para minhas dúvidas. Toda vez que coloco em prática os ensinamentos aprendidos nas aulas, as outras coisas da minha vida parecem entrar nos eixos com mais facilidade. Sinto que a participação no instituto é uma das melhores maneiras de usar meu tempo enquanto sou jovem. Ngozichi Okwandu, Abia, Nigéria 20 Poucos anos depois de minha missão, mudei-me para uma cidade na qual não conhecia ninguém. Fui ao instituto esperando fazer novos amigos e começar a ter um relacionamento social com outros jovens adultos solteiros da região, como fizera anteriormente. A princípio, porém, achei muito difícil. Ninguém foi rude comigo, mas não parecia haver muitas coisas acontecendo, e às vezes eu me sentia solitário e isolado dos outros que já se conheciam muito bem. Por outro lado, fiz rapidamente boas amizades fora da Igreja. Às vezes me parecia que deixar de ir ao instituto seria mais fácil do que freqüentá-lo. Eu não tinha carona, por isso precisava caminhar ou ir de bicicleta todas as semanas para chegar ao instituto. Descobri bons amigos que tinham interesses em comum em outros lugares. Além disso, eu já havia-me formado no instituto. No entanto, quando pensei em todos esses motivos para não freqüentar, lembrei-me de como havia crescido no passado, graças às aulas que assisti e aos amigos que fiz no instituto. O instituto nutriu meu testemunho e ajudou-me a compreender melhor o plano do Pai Celestial para mim. Decidi continuar freqüentando e hoje sinto-me feliz por ter feito isso. Gradualmente, durante aquele ano, consegui fazer bons amigos no instituto. Recebi convites para eventos sociais e, com o tempo, fui ficando bem mais envolvido. A princípio, foi muito difícil freqüentar o instituto numa área nova, mas como continuei indo, recebi muitas bênçãos espirituais e sociais que não teria recebido de outra forma. Dave J. Green, Inglaterra, Reino Unido Voltar para Casa Eu estava morando fora de casa pela primeira vez, quando meus pais se separaram. Era somente o primeiro mês da faculdade e, como minha vida familiar havia mudado, eu tinha dificuldade para compreender o significado da palavra lar. Quando meus pais se divorciaram e minha família mudou-se da casa onde eu havia morado nos últimos 18 anos, fiquei particularmente confusa. Eu sabia que não estava desabrigada, mas sem dúvida me sentia assim. Freqüentemente ouvi dizer que a Igreja era um “refúgio contra a tempestade” (D&C 115:6). O instituto tornou-se um refúgio para mim, à medida que eu combatia aquela nova tempestade em minha vida. Matriculei-me no instituto e, embora não me recorde exatamente das palavras proferidas nas aulas, nunca me esquecerei do sentimento que tive de paz e consolo. Comecei a descobrir o amor que o Pai Celestial tem por mim, e conheci bem mais de perto o melhor conselheiro que já encontrei: Jesus Cristo. Tenho que pagar a faculdade, mas aprendi que as aulas mais valiosas para mim são as do instituto, que estão gratuitamente a meu dispor. Vejo agora que a definição de lar não é obrigatoriamente a casa em que você cresceu, mas, sim, um lugar em que as lições de vida são ensinadas e que está repleto de amor. Graças ao que aprendi e ao Espírito que senti, o instituto tornou-se um novo lar para mim. É maravilhoso ter um lugar em que nos sentimos amados e bem-vindos. ◼ Alberto Krista Malinda Ngozichi Dave Suzanne Suzanne Goble, Utah, EUA Ilustração fotográfica: Matthew Reier Como Encontrar um Programa do Instituto Perto de Mim? Entre em http://institute.lds.org para informações sobre qualquer um dos mais de 500 locais de ensino do instituto no mundo inteiro. Em muitos casos, você poderá matricular-se nos cursos pela Internet. Não tem acesso à Internet em sua casa? Seu bispo ou presidente do ramo tem uma lista de locais de ensino do instituto. O Conhecim É l d e r C l ay t o n M . Ch r i s t e n s e n Setenta de Área Área América do Norte Nordeste A queles que conhecem a Universidade Oxford devem saber que ela é a mais antiga universidade do mundo. O prédio em que morei quando era estudante foi construído em 1410. É muito bonito de se ver, mas desconfortável para morar. Quando cheguei a Oxford, dei-me conta de que seria difícil ser um membro ativo da Igreja. O Rhodes Scholarship Trust, que pagava meu estudos, tinha muitas atividades para aqueles que recebiam uma bolsa de estudos. Ao pensar em até que ponto gostaria de participar na Igreja, deime conta de que não sabia se o Livro de Mórmon era verdadeiro. Eu já o lera várias vezes, mas geralmente para cumprir um encargo que me fora dado por meus pais ou meu professor da Universidade Brigham Young. Mas naquela ocasião, eu precisava desesperadamente saber se o Livro de Mórmon era verdadeiro. Por isso, decidi que dedicaria todas as noites o período das 23h à meia-noite para ler o Livro de Mórmon e descobrir se ele era verdadeiro. Fiquei me perguntando se não seria ousadia despender tanto tempo, porque eu tinha um programa acadêmico muito intenso, em meu curso de economia aplicada. Eu queria tentar terminar o programa em dois anos, ao passo que a maioria das pessoas o concluía em três. Não sabia se poderia me dar ao luxo de despender uma hora por dia nesse empenho. Mas, mesmo assim, foi o que eu fiz. Comecei às 23h, ajoelhandome em oração ao lado de um pequeno aquecedor na parede de pedra, e orei em voz alta. Disse a Deus que estava desesperado para descobrir se o Livro de Mórmon era verdadeiro. Disse que se Ele revelasse para mim que o livro era verdadeiro, então eu U ma das coisas mais valiosas que vocês podem aprender em sua busca por instrução é descobrir por si mesmos que o Livro de Mórmon é a palavra de Deus. Fotografia do Livro de Mórmon: John Luke; fundo: Lushpix/Unlisted Images Inc. o Mais Útil dedicaria toda minha vida à edificação de Seu reino. Disse-Lhe que se ele não fosse verdadeiro, eu também precisava saber disso com certeza, para poder dedicar minha vida a descobrir onde estava a verdade. Li a primeira página do Livro de Mórmon. Quando cheguei ao final da página, parei. Pensei no que tinha lido naquela página e me perguntei: “Será que isso poderia ter sido escrito por um charlatão que estava tentando enganar as pessoas, ou foi realmente escrito por um profeta de Deus? E o que isso significa para mim em minha vida?” Depois, coloquei o livro de lado, ajoelhei-me em oração e pedi novamente a Deus: “Por favor, diga-me se este livro é verdadeiro”. Então, sentei-me na cadeira, peguei o livro, virei a página, li, parei no fim da página, e fiz a mesma coisa. Fiz isso por uma hora, todas as noites, noite após noite, naquele quarto frio e úmido de Oxford. Certa noite, quando cheguei aos capítulos finais de 2 Néfi, fiz a minha oração, sentei na minha cadeira e abri o livro. De repente, o quarto encheu-se de um Espírito belo, cálido e amoroso que me envolveu e penetrou em minha alma, enchendo-me com um sentimento de amor que eu nem sequer imaginava que poderia sentir. Comecei a chorar. Ao olhar, em meio às lágrimas, para as palavras escritas no Livro de Mórmon, pude ver a verdade nelas como nunca imaginara ser capaz de compreender. Pude ver as glórias da eternidade e pude ver o que Deus tinha reservado para mim, como C um de Seus filhos. Esse Espírito permaneceu comigo durante toda aquela hora e em todas as outras noites em que orei e li o Livro de Mórmon em meu quarto. Esse mesmo Espírito sempre retornava, e isso mudou meu coração e minha vida para sempre. Relembro o conflito que senti, questionando se poderia me dar ao luxo de passar uma hora por dia longe do estudo de economia aplicada para descobrir se o Livro de Mórmon era verdadeiro. Eu uso economia aplicada talvez uma vez por ano, mas meu conhecimento de que o Livro de Mórmon é a palavra de Deus, eu uso muitas vezes a cada dia de minha vida. De toda instrução que consegui adquirir, esse foi o conhecimento mais útil que eu já obtive. Para aqueles que ainda estejam vivendo pelo testemunho de outros, convido-os a 24 reservar uma hora todos os dias para descobrir por vocês mesmos se o Livro de Mórmon é verdadeiro, porque isso vai mudar seu coração, como mudou o meu. Então, um dia vocês poderão voltar ao lugar em que moravam quando Deus revelou isso para vocês e mostrá-lo para seus filhos e seu cônjuge, dizendo: “Este é um lugar sagrado porque foi aqui que fiquei sabendo que Jesus é o Cristo”. Ao procurar magnificar meu chamado e conhecer Jesus Cristo, posso testificar que sei com certeza que Ele é o Filho de Deus e que Ele vive. Sei com certeza que Ele conhece e ama cada um de nós. ◼ Extraído de um discurso devocional proferido na Universidade Brigham Young, em 8 de junho de 2004. Para o texto completo do discurso em inglês, entre em www.byui.edu/Presentations/transcripts/ devotionals/2004_06_08_christensen.htm. Acima: Ilustração fotográfica de Frank Helmrich onvido-os a reservar uma hora por dia para descobrirem por si mesmos se o Livro de Mórmon é verdadeiro, porque isso vai mudar seu coração. M e n s a g e m d a s P r o f e s s o r a s V i s i t a n t e s Permanecer Firmes e Inamovíveis na Fé igreja se dissolveu em toda a terra, salvo entre alguns lamanitas que se haviam convertido à verdadeira fé; e não se afastaram dela, pois eram firmes e constantes e inabaláveis, desejando guardar com todo o empenho os mandamentos do Senhor”. da Igreja precisam ser firmes e inamovíveis em sua fé. Elas podem e devem destacar-se em viver e prestar seu testemunho do Senhor Jesus Cristo e de Seu evangelho restaurado. Fazemos isso à medida que: 1. Fazemos convênios com Ele e os guardamos; 2. Mantemo-nos dignas de adorar em Seus templos; 3. Estudamos Sua doutrina nas escrituras e nas palavras dos profetas; 4. Qualificamo-nos para ter a companhia do Espírito Santo, para reconhecer Sua influência e segui-Lo; 5. Compartilhamos e defendemos Seu evangelho; 6. Participamos de orações pessoais e familiares sinceras; 7. Realizamos a noite familiar; 8. Vivemos os princípios da autosuficiência e do viver previdente. Essas são coisas essenciais que precisam ser feitas antes das coisas não essenciais. São práticas simples e indispensáveis que quase parecem ser temporais quando conversamos a seu respeito. (…) Ninguém pode fazer essas coisas por nós — elas são práticas e hábitos pessoais, que nos diferenciam como sendo firmes e inamovíveis naquilo que é correto” (“O Que as Mulheres da Igreja Fazem de Melhor: Permanecem Firmes e Inamovíveis”, A Liahona eE nsign, novembro de 2007, pp. 109–110). Sociedade de Socorro: Primária: Ilustração fotográfica: Henrik Als; fundo: Shannon Gygi Christensen. Ensine as escrituras e citações que atendam às necessidades das irmãs que você for visitar. Preste testemunho da doutrina. Peça às pessoas que você ensinar que compartilhem o que sentiram e aprenderam. Mosias 5:15: “[Sede] firmes e inamovíveis, sobejando sempre em boas obras, para que Cristo, o Senhor Deus Onipotente, possa selar-vos como seus, a fim de que sejais levados ao céu e tenhais salvação sem fim e vida eterna”. Como Posso Permanecer Firme e Inamovível na Fé? 3 Néfi 6:14: “A Julie B. Beck, presidente geral da “As mulheres Cheryl C. Lant, presidente geral da “Nossa conversão pessoal virá quando começarmos a viver da forma que o Senhor espera que vivamos, firmes e inamovíveis em guardar todos os mandamentos, não apenas aqueles que são convenientes. Isso então se torna um processo de refinamento ao tentarmos tornar cada dia um pouco melhor que o anterior. Assim, nossas tradições se tornam boas tradições” (“Boas Tradições”, A L iahona e Ensign, maio de 2008, p. 14). Por Que Devemos Ser Firmes e Inabaláveis na Fé? Élder M. Russell Ballard, do Quó- rum dos Doze Apóstolos: “Sua fé e seu conhecimento da restauração do evangelho vão lhe dar forças para ser fiel e leal aos convênios que fez com o Senhor e para compartilhar suas forças e talentos com alegria para edificar o reino de Deus aqui na Terra! Seu testemunho de Jesus Cristo é a âncora mais importante que você pode ter para ajudá-lo a permanecer firme e inabalável nos princípios de retidão, a despeito de todos os desafios e tentações que possam surgir no futuro” (“Steadfast in Christ”, Ensign, dezembro de 1993, p. 52). Élder Richard G. Scott, do Quó- rum dos Doze Apóstolos: “Você nem sequer pode imaginar agora o que essa sua decisão de ser inabalavelmente obediente ao Senhor vai permitir que realize na vida. Sua serena e imutável determinação de viver em retidão vai dotá-lo de inspiração e poder que vão além de sua capacidade de compreensão” (“Making the Right Decisions”, Ensign, maio de 1991, p. 34). ◼ A Liahona JANEIRO DE 2009 25 “Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas. Livrou-me do meu inimigo forte” (Salmos 18:16–17). A d am C . O l s o n Revistas da Igreja N a escuridão de uma tarde de tempestade, Rafael Mateo e seu filho, Whalincon (conhecido como “Whally”), fizeram uma pausa e olharam para as águas turbulentas do rio que subira muito com a chuva. Rafael, primeiro conselheiro na presidência do ramo, e Whally, o presidente do quórum de élderes do ramo, estavam voltando para casa depois de um domingo cheio de reuniões na sua capela em San José de Ocoa, na República Dominicana. Já estavam encharcados por terem caminhado sob o temporal, e o Rio Ocoa, que havia transbordado, criara uma perigosa barreira que separava a capela da casa deles. Durante a estação seca a caminhada de 6 quilômetros descendo da capela, que ficava em um dos lados do vale, até a casa deles, nos montes que ficavam do outro lado, geralmente durava uma hora. Mas quando o rio enchia na estação chuvosa, Rafael e sua família tinham que usar um desvio de 15 quilômetros, levando três horas para encontrar um lugar em que poderiam atravessar o rio com certa segurança. Rafael já perdera a conta de quantas vezes trilhara aquele caminho. Havia cruzado o rio todos os dias por 12 anos, para trabalhar. O fato de ter sido chamado dois meses após seu batismo para servir como presidente do ramo, um chamado que ocupou por seis anos, apenas aumentou o número de viagens. Depois disso, recebeu o chamado de presidente do quórum de élderes. Tinha, então, sido chamado de volta para a presidência do ramo. Mas o fato de conhecer bem o rio não diminuía o perigo, e a rápida correnteza dos rios que haviam transbordado poderia ser tão mortal quanto a do rio principal. Havia pouco tempo, um vizinho tinha sido arrastado pela correnteza de um rio que transbordara, morrendo afogado no estreito canal. Pai e filho hesitaram à beira da correnteza. Então, Rafael deu um passo adiante. O rio não era largo, mas como 26 havia canalizado muita água, tinha-se tornado surpreendentemente fundo. A correnteza fria e rápida primeiro chegou a seus joelhos, depois a sua cintura e pouco depois chegou à altura do peito. Rafael sabia que estava em apuros. O leito do rio era escorregadio e acidentado, e a vigorosa correnteza ameaçava desequilibrá-lo. Na metade do caminho, ele usou todas as suas forças para continuar de pé, mas descobriu que não conseguia ir nem para frente nem para trás. Assim que ele sentiu que estava fraco demais para continuar lutando contra a correnteza, sentiu um empurrão que o lançou em direção à margem oposta. Foi só quando chegou ao outro lado que se deu conta de que seu salvador não tinha sido Whally, que ainda estava na margem oposta. Ele atribui seu resgate ao poder do mesmo Salvador que o ajudou a sobreviver à força ameaçadora de outras provações, tanto físicas quanto espirituais. “Tive muitas vezes que entrar até o peito no rio a serviço do Senhor”, diz o irmão Mateo. “Mas tenho uma grande dívida para com o Senhor. Ele me deu não apenas a oportunidade de servi-Lo mas também a capacidade de perseverar.” Tal como o rei Davi, o irmão Mateo sabe que o Salvador [lhe] tomou; tirou-[lhe] das muitas águas. Livrou-[lhe] do [seu] inimigo forte” (Salmos 18:16–17). Esse testemunho o susteve durante provações mais sutis, porém tão reais quanto a travessia do rio naquela tarde de tempestade junto com Whally. Apesar dos custos da viagem, o irmão Mateo, sua esposa Altagracia e três de seus filhos foram selados no templo, em 2001. Desde aquela época, eles têm-se sacrificado para economizar dinheiro suficiente para ir ao templo pelo menos duas vezes por ano. O trabalho e o sacrifício, tanto físico quanto espiritual, valem a pena para o irmão Mateo. “Não é difícil quando sabemos qual é o propósito”, diz ele. “Estamos lutando por algo mais sublime do que as coisas do mundo.” ◼ Ilustração: Gregg Thorkelson; fotografia: David Newman Fé para Cruzar o Rio Merecer a Ajuda do Senhor “Lembrem-se de que esta obra não é apenas sua ou minha. É a obra do Senhor, e quando estamos a serviço do Senhor, (…) temos o direito de receber a ajuda Dele.” Presidente Thomas S. Monson, “O Sagrado Chamado ao Serviço”, A Liahona e Ensign, maio de 2005, p. 56. A Liahona JANEIRO DE 2009 27 Joseph Smith Apóstolo de Jesus Cristo É l d e r D e n n i s B . N e u e n s c hwa n d e r Dos Setenta Joseph Smith Jr., cortesia de Community of Christ Archives; cena do filme da Igreja A Restauração E m Doutrina e Convênios, lemos que Joseph Smith foi “chamado por Deus e ordenado apóstolo de Jesus Cristo” (D&C 20:2). O chamado de um apóstolo, em primeiro lugar, é o de prestar testemunho de Jesus Cristo. Os profetas do Velho Testamento prestaram testemunho de Sua vinda. Os Apóstolos do Novo Testamento prestaram testemunho pessoal de Cristo e da absoluta realidade de Sua Ressurreição. Esse testemunho apostólico foi a base de seus ensinamentos. “Ser-me-eis testemunhas” (Atos 1:8) foi a instrução dada por Jesus aos primeiros Doze. Pedro prestou testemunho, no dia de Pentecostes, aos judeus que haviam-se se reunido “de todas as nações” (Atos 2:5) que “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas” (Atos 2:32). De modo semelhante, Paulo escreveu aos coríntios, dizendo que Jesus “me apareceu também a mim” (I Coríntios 15:8). O firme testemunho de Cristo e da realidade de Sua Ressurreição é o primeiro pilar do testemunho apostólico. O segundo pilar está centralizado no poder redentor e salvador do Senhor Jesus Cristo. Pedro ensina que ao Senhor “dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (Atos 10:43). Sem esses dois pilares de testemunho a respeito de Cristo, não poderia haver Apóstolo. Esses testemunhos provêm da experiência, da orientação divina e da instrução. Por exemplo, Lucas escreve que o próprio Cristo Se mostrou aos Apóstolos “com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus” (Atos 1:3). Como o Profeta Joseph Smith se enquadra nesses requisitos apostólicos? A resposta é: “perfeitamente”. A Primeira Visão O aprendizado apostólico de Joseph Smith começou em 1820. Ao ponderar sobre questões religiosas, ele logo descobriu que não havia como chegar a uma conclusão lógica e definitiva sobre qual das várias igrejas ou doutrinas era a correta. Sem uma manifestação divina, o jovem Joseph somente O Profeta Joseph Smith foi chamado por Deus como testemunha da realidade e Ressurreição de Cristo e de Seu poder redentor e salvador. A Liahona JANEIRO DE 2009 29 A acrescentaria mais uma opinião às que já existiam naquela “guerra de palavras e divergência de opiniões” ( Joseph Smith—História 1:10). Mas as dúvidas de Joseph no tocante à religião foram respondidas pela manifestação pessoal e física de Deus, o Pai, e Seu Filho divino e vivo, Jesus Cristo, uma experiência pessoal que passou a ser chamada de Primeira Visão. Como aconteceu com os Apóstolos primitivos, a experiência que Joseph teve com Deus foi direta e pessoal. Não havia a necessidade da opinião de outras pessoas ou a deliberação de um concílio para definir o que ele tinha visto ou o que aquilo significou para ele. A visão de Joseph foi, em primeiro lugar, uma experiência intensamente pessoal: a resposta para uma dúvida específica. Ao longo do tempo, porém, iluminado por outras experiências e instruções, ela se tornou a revelação inicial da Restauração. Por mais apostólica que essa manifestação da realidade, existência e Ressurreição de Cristo tivesse sido para Joseph Smith, não era a única coisa que Jesus queria ensinar a ele. A primeira lição aprendida pelo jovem Joseph resultou da manifestação do poder absoluto, onipotente e divino de Cristo. Joseph aprendeu por experiência O Desejo de Meu Coração, de Walter Rane, cortesia do Museu de História e Arte da Igreja s dúvidas que Joseph tinha a respeito de religião foram respondidas pela manifestação pessoal e física de Deus, o Pai, e Seu Filho divino e vivo, Jesus Cristo. 30 própria pelo menos um significado do poder redentor e salvador de Cristo quando foi orar no bosque. Ao começar a orar, “Uma densa escuridão formou-se ao meu redor e pareceu-me, por um momento, que eu estava condenado a uma destruição súbita” ( Joseph Smith—História 1:15). Com toda energia que Joseph tinha, ele começou a suplicar a Deus que o livrasse das garras daquele inimigo. “No momento exato em que estava prestes a sucumbir ao desespero e abandonar-me à destruição (…), vi um pilar de luz. (…) Assim que apareceu, senti-me livre do inimigo que me sujeitava” ( Joseph Smith—História 1:16–17). O confronto entre Joseph Smith e o adversário é uma reminiscência da experiência vivida por Moisés, que seria dada a conhecer ao Profeta alguns anos depois. Ao contrário do que aconteceu com o menino Joseph, porém, Moisés viu primeiro a grandiosidade de Deus e depois foi confrontado com o poder do adversário, antes de ser libertado de sua influência. (Ver Moisés 1.) A diferença na ordem dos acontecimentos é muito significativa. Moisés já era bem avançado em maturidade e tivera muito conhecimento e influência antes daquele acontecimento. Ao manifestar Seu magnífico poder a Moisés antes de ele enfrentar o adversário, o Senhor ajudou Moisés a colocar sua vida na devida perspectiva. Depois de sentir a glória de Deus, Moisés disse: “Ora, por esta razão sei que o homem nada é, coisa que nunca havia imaginado” (Moisés 1:10). Esse incidente permitiu que Moisés resistisse às subseqüentes tentações do adversário. Joseph Smith, por outro lado, era um jovem inexperiente, que durante toda a vida teria de enfrentar por diversas vezes o poder do adversário, bem como os imensos problemas acarretados por isso. Ao enfrentar o adversário primeiro e depois ser salvo desse ataque pela aparição do Pai e do Filho, Joseph aprendeu uma lição inesquecível: por maior que fosse o poder do inimigo, ele sempre precisa se retirar ao se manifestar a retidão. Essa lição foi essencial na educação apostólica de Joseph. Ele precisava desse conhecimento, não apenas por causa das tribulações pessoais que viriam, mas também por causa da imensa oposição que enfrentaria para lançar os alicerces da Igreja e dirigi-la. O menino Joseph foi ao bosque em busca de sabedoria, e foi o que ele recebeu. Sua instrução apostólica havia começado. Dentre as grandes lições apostólicas dessa Primeira Visão estavam tanto a natureza física do Salvador e do Pai Celestial quanto as lições iniciais e fundamentais referentes ao poder Deles: cada qual um pilar de testemunho apostólico. O Livro de Mórmon As instruções apostólicas iniciais de Joseph Smith continuaram com sua tradução do Livro de Mórmon. O Livro de Mórmon deu a Joseph o acesso à “plenitude do evangelho eterno” ( Joseph Smith—História 1:34), princípios que ele precisava compreender antes mesmo da organização da Igreja. Foram apresentados ao Profeta um grande número de testemunhos proféticos e apostólicos sobre o Salvador que eram “claros e preciosos” (ver 1 Néfi 13:26), e todos serviram de modelo para ele. De fato, os profetas do Livro de Mórmon empregam mais de 100 títulos em seus ensinamentos de Cristo, tendo cada um deles ajudado Joseph a compreender o papel divino do Salvador. 1 Graças a esses ensinamentos, Joseph Smith passou a conhecer muito bem os antigos profetas, que lhe deram compreensão do divino propósito de suas responsabilidades. O Livro de Mórmon esclarece a universalidade da Expiação de Cristo. O sagrado sacrifício do Salvador não se restringe aos limites da Terra Santa de Seus dias ou mesmo ao mundo apostólico dos primeiros Doze. A Expiação abrange todas as criações de Deus: passadas, presentes e futuras. Que grande impressão deve ter deixado na mente do jovem Joseph o ensinamento de Jacó sobre a “expiação infinita” (2 Néfi 9:7), particularmente em contraste com os ensinamentos cristãos da época. O Livro de Mórmon também apresenta o conceito da universalidade da Ressurreição e outras doutrinas correlatas. Os discursos sobre essa doutrina proferidos por Leí, Jacó, o rei Benjamim, Abinádi, Alma, Amuleque, Samuel, o lamanita, e Morôni são ricas fontes de instrução. Durante a tradução do Livro de Mórmon, o Profeta recebeu outras instruções pessoais valiosas a respeito do poder redentor e salvador de Cristo. Em 1828, Martin A Liahona JANEIRO DE 2009 31 O Harris persuadiu Joseph a emprestar-lhe as primeiras 116 páginas do manuscrito do Livro de Mórmon. Quando Martin Harris perdeu aquelas páginas, o Profeta sentiu imenso desespero. 2 Sua mãe, Lucy Mack Smith, escreveu que Joseph exclamou: “Oh, meu Deus! (…) Tudo está perdido! Tudo está perdido! O que farei? Pequei. Fui eu que tentei a ira de Deus. (…) Como vou me apresentar perante o Senhor? Que repreensão não mereço do anjo do Altíssimo?” 3 Por mais de um mês o Senhor deixou Joseph nessa terrível situação de remorso. 4 Então, veio o alívio e a lição apostólica. O Senhor disse a Joseph: “As obras e os desígnios e os propósitos de Deus não podem ser frustrados nem podem se dissipar. (…) Pois embora um homem tenha muitas revelações e tenha poder para realizar muitas obras grandiosas, contudo, se ele se vangloriar da própria força e ignorar os conselhos de Deus e seguir os ditames da própria vontade e de seus desejos carnais, cairá e trará sobre si a vingança de um Deus justo” (D&C 3:1, 4). Essas palavras descrevem detalhadamente as coisas pelas quais Joseph Smith estava passando. Ele havia aprendido a natureza minuciosa do chamado apostólico e a quem Pelo Dom e Poder de Deus, de Simon Dewey Livro de Mórmon é a “pedra angular de nossa religião” porque contém muitos testemunhos proféticos de Cristo e é uma testemunha concreta da Restauração. 32 o Apóstolo, a todo custo, devia sua lealdade. “Embora os homens ignorem os conselhos de Deus e desprezem suas palavras,” foi dito a Joseph: “Ainda assim, tu deverias ter sido fiel” (D&C 3:7–8). Joseph Smith perdeu o acesso às placas por algum tempo e aprendeu uma lição inestimável. Mais tarde, as placas lhe foram devolvidas e seu cargo de tradutor foi restaurado. Quão importantes foram as lições dadas na tradução do Livro de Mórmon, enquanto Joseph Smith crescia em seu chamado apostólico! O Livro de Mórmon é a “pedra angular de nossa religião” 5 porque contém muitos testemunhos proféticos de Cristo e é uma testemunha concreta da Restauração. Revelação Contínua e Escritura Depois de terminar a tradução do Livro de Mórmon, em 1829, e organizar a Igreja, em 1830, Joseph Smith teve a oportunidade de receber instrução apostólica contínua por meio do processo de tradução de outra escritura. Isso incluiu os três anos de tradução da Bíblia e, a partir de 1835, a tradução do livro de Abraão. A tradução de Joseph Smith da Bíblia expandiu sua compreensão do papel dos profetas do Velho Testamento e dos Apóstolos do Novo Testamento. Também resultou em outras revelações, como, por exemplo, o livro de Moisés. O livro de Moisés proporcionou ao Profeta um conhecimento importante do ministério do Salvador, inclusive Seu papel na Criação. “O Senhor falou a Moisés, dizendo: (…) Eu sou o Princípio e o Fim, o Deus Todo-Poderoso; por meio de meu Unigênito eu criei estas coisas” (Moisés 2:1). Além disso, Ele disse: “E mundos incontáveis criei; (…) e criei-os por meio do Filho, o qual é meu Unigênito” (Moisés 1:33). O livro de Moisés esclareceu o relacionamento que existia entre Cristo e o Pai na existência pré-mortal e fez com que o Profeta compreendesse ainda melhor a superioridade do poder da retidão. Uma das mais belas lições apostólicas recebidas por Joseph Smith nessa revelação foi a confirmação do amor de Deus. Tão diferente do ser rigoroso, intolerante e condenador que tantos acreditavam ser Deus, o livro de Moisés revela um Deus de compaixão infinita. Enoque viu que “o Deus do céu (…) chorou” (Moisés 7:28) por aqueles que não quiseram aceitá-Lo. Desejando saber como isso era possível, Enoque recebeu uma resposta que tem um reconhecível caráter bíblico: “Dei mandamento que se amassem uns aos outros e que escolhessem a mim, seu Pai. (…) Portanto não deverão os céus chorar, vendo que eles sofrerão”? (Moisés 7:33, 37; ver também Deuteronômio 6:5; Levítico 19:18; Mateus 22:37–39). Por meio da tradução do livro de Moisés, o Profeta também pôde conhecer melhor o poder redentor e de libertação do Salvador. Como o Senhor disse, esta Terra foi criada “pela palavra de meu poder” (Moisés 1:32) com o propósito de “levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem” (Moisés 1:39). Muitos anos antes de o Salvador ter ensinado a Tomé e aos Doze: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” ( João 14:6), Ele revelou a Moisés: “Este é o plano de salvação para todos os homens, por meio do sangue de meu Unigênito, que virá no meridiano dos tempos” (Moisés 6:62). A Primeira Visão no bosque, a tradução do Livro de Mórmon, a revisão da Bíblia, a revelação do livro de Moisés e a tradução do livro de Abraão estabeleceram os alicerces básicos da Igreja, em grande parte, por meio da rápida expansão do conhecimento e testemunho do Profeta Joseph Smith em relação a Jesus Cristo. As revelações que foram dadas a ele e compiladas em Doutrina e Convênios contêm uma riqueza de conhecimentos referentes ao Salvador. Podemos pesquisar os diversos tópicos e referências remissivas do Guia para Estudo das Escrituras relacionadas a Jesus Cristo, sem ainda chegarmos a compreender o imenso volume de informações a respeito do Salvador, que o Profeta Joseph Smith trouxe ao mundo. Sinto-me grato por saber que Jesus estava “no princípio com o Pai” (D&C 93:21). Sintome grato por saber que Ele “[sofreu] essas coisas por [mim], para que eu não [precise] sofrer caso [me arrependa]” (D&C 19:16). Meu Testemunho do Que o Profeta Revelou Sinto-me grato por mais uma coisa referente ao ministério do Salvador que me toca profundamente a alma. Ao estudar as promessas de Malaquias, a visita inicial de A Liahona JANEIRO DE 2009 33 Morôni a Joseph, as palavras do Salvador aos nefitas e a aparição de Elias, o profeta, no Templo de Kirtland, aprendi que Deus ama Seus filhos e que Ele providenciou um meio para que cada um deles volte a Sua presença. Não conheço doutrina mais justa nem ensinamento que me dê mais esperança do que a doutrina da redenção dos mortos. Sinto-me extremamente grato pelas revelações que me ensinam que a Expiação do Salvador afeta aqueles que já viveram, amaram, serviram e esperaram um dia melhor, mas nunca ouviram falar de Jesus nem tiveram a oportunidade de aceitar Seu evangelho. Esse conhecimento, por si só, seria suficiente para converter-me ao evangelho, se eu nada mais soubesse. Aqui, ao menos para mim, está o testemunho final de Jesus Cristo e Seu sacrifício expiatório. O que, então, pode ser dito sobre o incomparável poder salvador de Cristo? Aquilo que Joseph Smith aprendeu no Bosque Sagrado sobre o poder da retidão vencendo o mal é um vislumbre da batalha final. Foi isso o que o Senhor revelou: “Eu, tendo cumprido e consumado a vontade daquele a quem pertenço, ou seja, o Pai, a meu respeito — tendo feito isso para sujeitar a mim todas as coisas — Retendo todo o poder, até para destruir Satanás e suas obras no fim do mundo; e no 34 último grande dia do juízo” (D&C 19:2–3). Nosso próprio testemunho do Salvador é moldado pelo testemunho e ensinamentos do Profeta Joseph Smith. Não é de admirar, então, que o Profeta Joseph tenha ensinado que “os princípios fundamentais de nossa religião são o testemunho dos Apóstolos e Profetas, concernentes a Jesus Cristo, de que Ele morreu, foi sepultado e ressuscitou novamente no terceiro dia, e ascendeu ao céu; e todas as outras coisas pertencentes a nossa religião são apenas apêndices disso”. 6 O testemunho apostólico de Joseph Smith sobre a realidade divina e a Ressurreição de Jesus Cristo, bem como seu conhecimento do poder redentor e de libertação do Salvador, podem ser mais bem compreendidos no próprio testemunho belo, vigoroso e sucinto do Profeta: “E agora, depois dos muitos testemunhos que se prestaram dele, este é o testemunho, último de todos, que nós damos dele: Que ele vive! Porque o vimos, sim, à direita de Deus; e ouvimos a voz testificando que ele é o Unigênito do Pai — Que por ele e por meio dele e dele os mundos são e foram criados; e seus habitantes são filhos e filhas gerados para Deus” (D&C 76:22–24). Quão grato sou pelo chamado apostólico de Joseph Smith. ◼ Adaptado de uma apresentação para os Setenta Notas 1. Ver Book of Mormon Reference Companion, editado por Dennis L. Largey (2003), pp. 457–458. 2. Ver Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, editado por Preston Nibley (1958), pp. 128–129. 3. History of Joseph Smith, pp. 128, 129. 4. As 116 páginas foram perdidas em junho de 1828. Em julho, Joseph Smith recebeu o que é agora a seção 3 de Doutrina e Convênios. Em setembro, as placas foram devolvidas ao Profeta. Ver a introdução histórica de D&C 3; 10. 5. History of the Church, Volume 4, p. 461. 6. History of the Church, Volume 3, p. 30. Elias Restaura as Chaves do Poder Selador do Sacerdócio, de Robert Barrett S into-me extremamente grato pelas revelações que me ensinam que a Expiação do Salvador afeta aqueles que já viveram, amaram, serviram e esperaram um dia melhor, mas nunca ouviram falar de Jesus nem tiveram a oportunidade de aceitar Seu evangelho. M e n s a g e n s Um Jovem Missionário Laukau Mokofisi E ra o aniversário da minha melhor amiga, e ela estava fazendo 13 anos. Corri para procurar um presente para ela antes da escola, mas não consegui encontrar nada. Então, vi o Livro de Mórmon. Decidi desafiar a mim mesma a dá-lo de presente para ela. Senti-me bem, mas um pouco amedrontada, porque nunca tinha dado um Livro de Mórmon para alguém antes. Tive medo de que ela não o aceitasse. Quando cheguei à escola, eu a procurei e disse que tinha um livro especial para dar-lhe de presente. Ela pegou o livro e viu a fotografia da minha família na capa. Eu lhe disse que era o Livro de Mórmon, um livro que conta a verdade sobre o motivo pelo qual estamos aqui na Terra. Também disse que sentia muito por não poder dar-lhe um presente melhor. Ela me fitou nos olhos e disse que era a melhor coisa que eu podia ter-lhe dado. Suas palavras tocaram-me o coração, e quase chorei. Senti como se já fosse missionária! Mal posso esperar para ter idade suficiente para servir em uma missão, de modo a poder compartilhar o evangelho com outras pessoas como minha amiga. ◼ I n s t a n t â n e a s Procurar um Hino Favorito N Michael Paul Inyang osso presidente de missão tinha admoestado os missionários da Missão Gana Acra a “manter a concentração”. Era uma frase característica dele. Em uma de nossas conferências de zona, ele sugeriu maneiras pelas quais poderíamos fazer isso, e um ponto-chave era escolher um hino favorito. Ele disse que devíamos escolher um hino favorito, memorizá-lo e cantá-lo nos momentos em que estivéssemos sendo tentados ou desanimados. Fiquei com aquela frase na lembrança o dia inteiro. Eu estava com saudades de casa. Ninguém da minha família tinha escrito para mim recentemente, e eu me sentia deprimido. Eu não estava conseguindo me concentrar. Era o momento em que eu precisava escolher um hino para elevar meu espírito. Eu conhecia muitos hinos do nosso hinário verde, mas de qual eu gostava mais? Naquela noite, peguei o hinário e folheei as páginas, procurando um hino que tivesse um significado consolador para mim. Imediatamente, tive uma idéia. O Élder Sheldon F. Child, dos Setenta, que na época era Presidente da Área África Oeste, havia conversado com nosso grupo no centro de treinamento missionário e falado sobre a Expiação. Ele concluiu, dizendo: “Se todos vocês, jovens missionários, compreendessem a Expiação de nosso Senhor Jesus Cristo, não haveria necessidade de regras da missão”. Era aquele o tipo de hino que eu precisava. Não mais me senti confuso. Se eu escolhesse um hino que falasse sobre a Expiação, sentiria o amor de meu Salvador, seria consolado e manteria a concentração nas coisas que Ele queria que eu fizesse. Por fim, escolhi o hino número 70, “Eu Sei Que Vive Meu Senhor”. Hoje, sinto-me grato pelo sábio conselho de meu presidente de missão. Agora tenho um hino favorito memorizado que pondero sempre e lembro de cantar nos momentos de depressão, provação e dificuldade. “Eu sei que vive meu Senhor! O meu sublime Salvador! (…) Que vive para me amparar e minha alma acalentar.” ◼ A Liahona JANEIRO DE 2009 35 T e ma da M u t ual d e 2 0 0 9 “Sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza” (I Timóteo 4:12). Exemplo dos Fiéis P r e s i d ê n c i a G e r a l d o s Rapa z e s e P r e s i d ê n c i a G e r a l d a s M o ç a s S erá que a influência de um jovem justo pode fazer alguma diferença no mundo? A resposta é: sim! O Salvador Jesus Cristo confiou a você o nome Dele, que você recebeu no batismo. Ele confia que você represente a Igreja e sua família, levando uma vida justa com muita gratidão. Ele pede que você seja “o exemplo dos fiéis”, alguém que conduza as pessoas a Ele, opere milagres e ajude a edificar o reino de Deus na Terra. O tema da Mutual de 2009 encontra-se em I Timóteo 4:12, em que o Apóstolo Paulo dá conselhos a seu jovem amigo Timóteo. O que Paulo ensinou a Timóteo também se aplica a você hoje, porque como Timóteo, você é um dos fiéis! “Vocês são espíritos escolhidos que nasceram nestes dias” em que o evangelho de Jesus Cristo foi restaurado. Você faz parte de uma geração especial que tem “as responsabilidades de edificar o reino de Deus”. 1 Você pode influenciar o 36 mundo inteiro pelo poder de sua fé e seu exemplo digno. Paulo sabia disso em relação a Timóteo, e nós sabemos disso em relação a você! O Presidente Thomas S. Monson deu um conselho excelente sobre como podemos ser “o exemplo dos fiéis”. Ele disse: “Façam com que cada decisão que planejem tomar passe pelo seguinte teste: O que isso vai fazer comigo? O que isso vai fazer por mim? E deixe que seu código de conduta enfatize não “O que os outros vão pensar de mim?”, mas sim: “O que eu pensarei de mim mesmo?” Sejam influenciados por aquela voz mansa e suave. Lembrem-se de que alguém com autoridade colocou as mãos sobre sua cabeça na hora de sua confirmação e disse: “Recebe o Espírito Santo”. “Abram o coração e sua própria alma ao som daquela voz especial que testifica da verdade.” 2 Os fiéis têm um crescente testemunho pessoal de Jesus Cristo, reconhecem a grande bênção do testemunho pessoal e desejam compartilhar esse conhecimento com outras pessoas. Você pode compartilhar seu testemunho com palavras e com seu exemplo. O Presidente Monson também ensinou: “Quando assentado solidamente, seu testemunho (…) influenciará tudo o que fizerem durante a vida. Ele ajudará a determinar como despender seu tempo e com quem decidirão associar-se. Afetará a maneira como tratarão sua família, como interagirão com outros. Trará amor, paz e alegria a sua vida”. 3 Você vive em um mundo que procura atrair seu tempo e atenção. Você enfrenta muitas pressões e está cercado constantemente por muitas vozes convidativas. Às vezes, você pode ficar confuso em relação ao que deve fazer e ao que é certo. Todas as semanas, você tem a oportunidade de tomar o sacramento e renovar seu convênio de “se recordar sempre [do Salvador] e guardar os mandamentos que ele lhes deu” (D&C 20:77). Ao fazer isso, você mostra ao Pai Ilustrações fotográficas: Craig Dimond, John Luke e Christina Smith Convite para as Moças Celestial sua disposição de tomar sobre si o santo nome de Seu Filho. Suas palavras e ações mostram às pessoas que você está realmente guardando seus convênios. Se você renovar e guardar seus convênios, o Espírito Santo vai guiá-lo e “[dizer] todas as coisas que [você deve] fazer” (2 Néfi 32:3). Os padrões de Para o Vigor da Juventude também vão fortalecê-lo e ajudá-lo a permanecer firme como exemplo. Se você viver esses padrões, terá a orientação e a companhia constante do Espírito Santo. Seus pensamentos e ações serão diferentes dos que o mundo tem, e seu exemplo vai influenciar outras pessoas. “Sentir-se-ão bem consigo mesmos e serão uma influência S er “o exemplo dos fiéis” não é fácil. Exige esforço diário para lembrar quem somos e o que fazem os fiéis. Gostaríamos de convidá-la a fazer todos os dias três coisas que podem lhe proporcionar forças e auxílio para ser um exemplo para sua família e amigos. Como presidência, estamos fazendo essas coisas, o tempo todo. Você gostaria de acompanhar-nos? Primeiro, ore todos os dias. Segundo, leia o Livro de Mórmon todos os dias por, no mínimo, cinco minutos. Terceiro, sorria todos os dias. Convidamos você a sorrir porque você está aqui na Terra nesta época incrível em que o evangelho de Jesus Cristo foi restaurado. Você foi ensinada por um profeta de Deus que as pessoas boas do mundo serão atraídas para perto de você, na medida em que você for “vista como alguém diferente e distinta, de um modo feliz”. 1 Pense no que aconteceria se milhares de jovens como você fizessem essas três coisas todos os dias! Muitos sucessos duradouros na vida são edificados sobre um alicerce de pequenas coisas executadas Elaine S. Dalton (centro), presidente; Mary N. Cook (à esqueda), primeira conselheira; e Ann M. Dibb, segunda conselheira. constantemente ao longo de um grande período de tempo. Essas três coisas são pequenas e simples, mas lembre-se de que “é por meio de coisas pequenas e simples que as grandes são realizadas” (Alma 37:6). Sabemos que você descobrirá as bênçãos de fazer essas três coisas diariamente. E, se esquecer um dia, pode recomeçar no dia seguinte. Testificamos que se você orar, ler o Livro de Mórmon e sorrir todos os dias, será abençoada por seu esforço e será um exemplo para os fiéis: uma moça que pode fazer diferença no mundo. Nota 1. Spencer W. Kimball, “The Role of Righteous Women”, Ensign, novembro de 1979, p. 104. A Liahona JANEIRO DE 2009 37 positiva na vida dos outros.” 4 Você será feliz, e seus amigos e familiares serão atraídos para perto de você pela luz e felicidade que você irradia. Então, podemos perguntar: “Será que um jovem que se esforça para viver o evangelho e ser o exemplo digno dos fiéis pode fazer diferença no mundo”? Sabemos de todo o coração que a resposta é um vigoroso sim! Acreditamos que se você for puro em pensamentos, palavras e ações, fará diferença no mundo. Nós acreditamos em você! ◼ Notas 1. Para o Vigor da Juventude (2001), pp. 2–3. 2. Thomas S. Monson, “Sê o Exemplo”, A Liahona e Ensign, maio de 2005, p. 113. 3. A Liahona e Ensign, maio de 2005, p. 114. 4. Para o Vigor da Juventude, p. 2. Para os Rapazes do Sacerdócio Aarônico P aulo lembrou uma coisa muito importante a Timóteo, uma coisa que era importante para Timóteo mas também para todo portador do Sacerdócio Aarônico: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos” (I Timóteo 4:14). Paulo estava falando da importância do sacerdócio. O que significa “não desprezar” nosso sacerdócio? Primeiro, significa viver de modo a ser digno das bênçãos que fluem por intermédio do sacerdócio. Cuidarmos para que nossos pensamentos, palavras e ações sejam puros. Vivermos de modo a ser “o exemplo dos fiéis” em tudo o que fizermos: orando e lendo as escrituras diariamente, freqüentando o 38 seminário, pagando o dízimo e, quando possível, freqüentando o templo para realizar batismos pelos mortos. Segundo, significa magnificar o sacerdócio: usar o sacerdócio para servir e abençoar a vida das pessoas. Podemos fazer isso cumprindo as designações do sacerdócio; prestando serviço individual e no quórum; ou estendendo a mão para alguém, em casa, na escola ou no trabalho, que esteja precisando de uma palavra gentil, um sorriso ou um tapinha nas costas. Terceiro, significa aprender a respeito do sacerdócio e seus deveres. Leia e pondere as escrituras sobre o sacerdócio, especificamente Alma 13 e Doutrina e Convênios seções 13, 20, 84, 107 e 121. Leia os discursos Charles W. Dahlquist (centro), presidente; Dean R. Burgess (à esquerda), primeiro conselheiro; e Michael A. Neider, segundo conselheiro. proferidos na sessão do sacerdócio da última conferência geral e depois pergunte a si mesmo: “Como posso aplicar o que aprendi para magnificar o sacerdócio”? Amamos você. Confiamos em você. Se você se esforçar para magnificar seu sacerdócio, estará mais bem preparado para servir ao Senhor como missionário de tempo integral e, tal como Paulo prometeu a Timóteo, seu serviço e seu exemplo abençoarão sua vida e a das pessoas a sua volta. Que Deus o abençoe em seus esforços. L i n h a s o b r e L i n h a I Timóteo 4:12 O tema da Mutual deste ano diz-nos como podemos dar exemplo ao mundo. Ninguém Despreze a Tua Mocidade Paulo disse a Timóteo que sua relativa pouca idade não devia importar no tocante a viver o evangelho e servir na Igreja. Muitos jovens têm experiências espirituais vigorosas. Procurem estas referências para ler a respeito de algumas delas: I Samuel 17:12–49 (Davi), 2 Néfi 2:4 ( Jacó), Mórmon 1:15 (Mórmon) e Joseph Smith—História 1:7–20 ( Joseph Smith). Como você pode demonstrar sua dedicação ao evangelho nesta fase da sua vida? Escreva a respeito disso em seu diário. Palavra Demonstramos grande autodisciplina quando dominamos nossas palavras (ver Tiago 3:2). Em vez de criticar destrutivamente as pessoas, nossas palavras devem edificar (ver Efésios 4:29; D&C 108:7). Para melhorar nesse aspecto, você pode, por exemplo, escrever metas específicas de cumprimentar as pessoas, falar com mais brandura com seus familiares, usar um tom de voz ou expressões mais agradáveis, e abster-se de usar linguagem profana ou ofensiva. Conversas A palavra grega significa conduta ou comportamento. Exemplo Fotografia do Presidente Monson: David Newman “Não precisamos esperar um evento cataclísmico, um acontecimento drástico no mundo em que vivemos, ou um convite especial para que sejamos um exemplo a ser seguido. As oportunidades estão diante de nós aqui e agora. Mas elas são efêmeras. É provável que surjam em sua própria casa e nos atos cotidianos de sua vida. Nosso Senhor e Mestre indicou o caminho: ‘[Ele] andou fazendo bem’ (Atos 10:38). Ele é verdadeiramente nosso exemplo a seguir, sim, o exemplo dos fiéis. E nós”? Presidente Thomas S. Monson, “An Example of the Believers”, Ensign, novembro de 1992, p. 98. Fé Para ser um exemplo de fé, siga o ensinamento do Apóstolo Tiago: “Eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” (Tiago 2:18). Caridade “Devemos plantar em nosso coração a semente da caridade, o puro amor de Cristo. Ele é o exemplo perfeito de caridade. Toda Sua vida, em especial Seu sacrifício expiatório, foi uma lição de caridade. Seus atos expressam um amor absoluto e inequívoco por toda a humanidade e por todos nós. Seu exemplo nos ensina que a caridade significa subordinar os interesses pessoais, de espontânea vontade e com alegria, para o bem de outras pessoas. Creio que nosso progresso rumo à exaltação e vida eterna dependerá de como aprendermos e vivermos o princípio da caridade”. Élder Joseph B. Wirthlin, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Seeds of Renewal”, Ensign, maio de 1989, p. 8. Pureza Leia a letra do hino “Mais Vontade Dá-me” (Hinos, n° 75) e pondere o que significa ser um exemplo de pureza. Nota do Editor: Esta página não tem o propósito de fornecer uma explicação completa do versículo em questão. Seu propósito é servir como ponto de partida para o estudo individual. A Liahona JANEIRO DE 2009 39 Há Esperança no Haiti 40 O espírito missionário está vivo e ativo nesta nação insular, e a nova geração está determinada a mantê-lo assim. R i c ha r d M . Rom n e y Revistas da Igreja Nota do Editor: Devido à instabilidade política, todos os missionários estrangeiros foram retirados do Haiti em 2005. Atualmente os 67 missionários da Missão Haiti Porto Príncipe são haitianos e a Igreja prospera no país. Fotografias: Richard M. Romney D ieuveut Demosthène, 18 anos, e Robenson Marcel Laroque Jean, 19 anos, são grandes amigos. E pretendem continuar assim. Para sempre. “Somos vizinhos e jogamos basquete juntos”, explica Robenson. “Filiei-me à Igreja quando tinha 16 anos. Algum tempo depois, sugeri ao Dieuveut que se filiasse também. Orei muito e persisti. Olhem só para ele agora, um membro firme da Igreja. Tenho orgulho dele.” “O Robenson me convidou muitas vezes”, diz Dieuveut, “e com o tempo acabei aceitando. Ele sempre usava palavras excelentes ao falar, como se entendesse tudo. Por isso, seu convite não foi preocupante, mas, sim, extraordinário. Depois de um tempo, comecei a receber as lições dos missionários e filiei-me à Igreja quando tinha 17 anos”. O Ideal Esse é o modo ideal pelo qual o trabalho missionário deve ser feito: amigos que compartilham o evangelho com outros amigos e dão referências aos missionários para que A esperança está florescendo para os jovens santos dos últimos dias, como Robenson Jean, Dieuveut os ensinem. “Começou comigo, uma pessoa da Igreja, agora somos dois, e continuamos a fazer o mesmo trabalho juntos”, diz Robenson. Como resultado de seus esforços, um dos irmãos mais velhos de Dieuveut e outro amigo também se filiaram à Igreja. De início apenas um, em seguida dois, e agora tornaram-se quatro. Robenson e Dieuveut, da Ala Centrale, Estaca Porto Príncipe Haiti Norte, são um exemplo típico do que está acontecendo com o trabalho missionário no Haiti, desde que os missionários de outros países foram evacuados, em 2005, devido aos distúrbios políticos. A Missão Haiti Porto Príncipe procurou forças em seus próprios membros e as encontrou. Hoje, somente haitianos servem como missionários no Haiti, e os adolescentes esperam servir quando chegarem à idade. Mesmo antes de serem chamados como missionários de tempo integral, eles já estão estendendo a mão para vizinhos e amigos. “Onde quer que se veja A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Haiti, sabe-se que os membros são haitianos”, diz Demosthène, Nathalie LaGuerre e Farah Jean-Baptiste, que acreditam que o evangelho pode transformar a vida deles, bem como a de seu país. Do alto de um morro em Porto Príncipe, onde a terra foi dedicada para a pregação do evangelho, e por toda a nação, os santos dos últimos dias haitianos estão compartilhando sorrisos e preparandose para o futuro. A Liahona JANEIRO DE 2009 41 verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, que somos testemunhas Dele e que seguimos Seu exemplo”. A Esperança No alto: O presidente da missão e sua esposa conversam com os élderes que estão servindo no escritório da missão. O presidente Pierre-Nau incentiva os jovens santos dos últimos dias a começarem desde já a compartilhar o evangelho. “Vocês já são missionários”, diz ele. Acima: Presidente Francillon, da Estaca Porto Príncipe Haiti Norte, com a esposa e filhos. Ele diz que a Igreja abençoa os jovens de muitas maneiras. 42 Farah Jean-Baptiste, de 18 anos, uma moça que também é da Ala Centrale. “É uma verdadeira motivação para os jovens ver que somos responsáveis pelo futuro da Igreja aqui”. “Os rapazes e moças da Igreja, aqui do Haiti, estão motivados a seguir o Salvador”, diz Nathalie LaGuerre, a amiga de Farah, que tem de 17 anos e é da mesma ala. “Queremos andar no caminho Dele, para ver Sua obra progredir. Por isso, sentimos grande alegria quando vemos missionários haitianos trabalhando no Haiti. Eles são entusiasmados e felizes, e depois da missão eles nos contam as boas experiências que tiveram. Depois, eles nos convidam a ter as mesmas experiências, começando hoje a compartilhar o evangelho com nossos amigos.” Ela diz que embora as moças não tenham a obrigação do sacerdócio de servir em uma missão de tempo integral como os rapazes, “também vemos que aquelas que servem recebem muitas bênçãos. Podemos abençoar outras pessoas, e ser edificadas com isso. Isso nos fortalece para os desafios que enfrentaremos na vida, dando-nos uma âncora no evangelho. Isso mostra que somos “Há muita esperança para o reino de Deus aqui no Haiti”, diz o Presidente Gh. Ghammald Francillon, da Estaca Porto Príncipe Haiti Norte. “Os jovens estão realmente motivados a servir em uma missão. Faz parte da vida deles incluir a missão em suas prioridades, até mesmo antes da faculdade. Se encontrarmos os missionários na rua, basta perguntar, e eles dirão que deixaram seus estudos de lado porque foram chamados para a obra do Senhor.” Ele menciona as bênçãos que recebe em sua própria casa por sua esposa ter servido como missionária. Ele diz que as famílias mais fortes e os líderes mais fortes são um resultado direto do trabalho missionário. “Imagine”, diz ele, “daqui a 15 ou 20 anos, se todos esses haitianos servirem como missionários no Haiti, o tipo de Igreja que teremos aqui!” Ele diz que os membros “sentem o amor e apoio de muitas pessoas, desde o profeta e as Autoridades Gerais, até os antigos missionários de outros países que serviram aqui e já retornaram para casa. Mas agora são cem por cento haitianos, inclusive o presidente da missão, Fouchard PierreNau, um ex-missionário que serviu no Haiti há cerca de dez anos”. Os jovens do Haiti estão profundamente envolvidos nas classes O Futuro Algumas pessoas achavam que a Igreja poderia ter problemas sem ajuda externa. “Mas eu nunca me preocupei”, diz um missionário que está servindo atualmente na Missão Haiti Porto Príncipe, o Élder J. Henry Michel. “A Igreja nunca vai fracassar. É a Igreja de Jesus Cristo, por isso ela não pode fracassar.” Em vez disso, diz Dieuveut, à medida que as pessoas se derem conta da felicidade que o evangelho proporciona, a Igreja no Haiti continuará crescendo. “Sinto-me verdadeiramente grato ao Robenson por ter compartilhado o evangelho comigo”, diz ele, “e é por isso que quero compartilhar o evangelho com outras pessoas. Na semana passada, eu me perguntei se no passado eu sabia o que era alegria. Porque hoje, mesmo que eu não tenha tudo o que quero em termos materiais, sempre me sinto em paz. Tenho grande esperança de achegar-me a meu Pai Celestial”. “Já estou procurando ser um missionário”, diz Robenson. “Todos os dias, coloco vários exemplares do Livro de Mórmon na minha mochila, só para compartilhar com as pessoas. Muitos sabem que sou membro da Igreja, e estou ansioso por compartilhar meu testemunho. Partir em missão de tempo das Moças e quóruns integral será uma grande oportunidade de servir a Deus, servindo Seus filhos. Meu grande desejo é ser missionário.” Dieuveut diz que conversa muito com os missionários que retornaram do campo. “Eles me contaram como o Senhor pôde abençoar as pessoas por intermédio dos missionários, e eu gostaria de compartilhar essas bênçãos. Eles me disseram como viviam no campo missionário e como gostavam do trabalho. Além disso, depois da missão, eles são dignos, são bons exemplos. Quero ser como eles.” O que o futuro reserva? “O Pai Celestial tem Seu plano para o Haiti”, diz Dieuveut. “Ele está dando aos membros daqui a oportunidade de tornarem-se fortes. São haitianos ensinando haitianos, e isso vai abençoarnos.” Robenson receberá em breve seu chamado para a missão e ele espera que seja para trabalhar no Haiti. Dieuveut não fica muito atrás e também espera servir em sua terra natal. Mas quer eles sejam chamados para o Haiti ou para outro país, sabem que farão muitos outros amigos na Igreja e que sua própria amizade continuará forte. Porque quando somos amigos no evangelho, somos amigos para a eternidade. ◼ do sacerdócio. Eles não apenas se lembram das promessas que fizeram quando foram batizados, mas vivem de acordo com essas promessas todos os dias. A Liahona JANEIRO DE 2009 43 V o z e s d a I g r e ja Nunca Esqueça Que Você É Mórmon S “ empre que cometemos um erro, sempre que fazemos menos do que deveríamos, estamos verdadeiramente esquecendo nossa mãe”, declarou o Presidente Thomas S. Monson. Ele acrescentou: “Os homens afastam-se do mal e mostram o melhor que têm em si quando a mãe é lembrada”. 1 A mensagem do Presidente Monson é muito vigorosa para mim, tanto que quando a li pela primeira vez, fez-me recordar minha mãe e o sábio conselho que ela me deu há muitos anos, pouco depois de eu filiar-me à Igreja. D Ilustrações: Daniel Lewis Hildo Rosillo Flores participei das comemorações do Dia do Jornalismo, no meu país natal, o Peru. Na festa em que eu estava, as pessoas conversavam e cumprimentavam-se umas às outras. As pessoas começaram a fazer brindes com bebidas alcoólicas. À medida que a Minha mãe era membro de outra festa foi-se tornando mais animada, igreja cristã, mas foi gentil com os senti-me cada vez mais tentado a missionários que me ensinaram o beber com meus amigos. evangelho. Depois A mudança que os converque decidi tornar-me ecidi não sos da Igreja precisam fazer santo dos últimos ir mais quando aceitam o evangelho dias, ela sempre me à Igreja. muitas vezes implica fazer apoiou. Uma semana Tudo estava indo depois, minha mãe novos amigos. Em alguns casos, como descobri, os velhos amibem em minha nova fitou-me intensagos podem ser instrumentos vida como membro mente e disse algo do adversário para tentar-nos da Igreja, até que que sempre procua quebrar os mandamentos e rei lembrar. voltar aos velhos costumes. Quando meus colegas de trabalho me ofereceram um copo de cerveja, eu o aceitei, bebi e continuei bebendo. No final da festa, senti um peso na consciência. Eu tinha errado. O que minha mãe iria dizer? Quando cheguei em casa, entrei silenciosamente e fui imediatamente para o quarto. Minha mãe não disse nada, mas senti-me envergonhado e decidi não ir mais à Igreja. Uma semana u não depois, quando estávamos sabia se almoçando, ela olhou-me nossos nos olhos e disse: “Filho, bebês iriam viver nunca esqueça que você é ou morrer, mas mórmon”. eu sabia que se Na ida ao trabalho e na buscasse o Senhor, volta, eu passava de biciEle me ajudaria cleta na frente da capela a carregar meus da Igreja. Toda vez que o fardos. fazia, minha consciência me incomodava. Certa noite, decidi que não podia mais viver com aquela culpa. Parei a bicicleta bem na frente da capela, fui até a sala do presidente do ramo, entrei e pedi uma entrevista. Contei ao presidente do ramo o que eu tinha feito e pedi perdão, Angela Lee então ele me aconselhou. Daquele momento em diante, nunca mais inha vida mudou para quebrei a Palavra de Sabedoria. sempre quando fui com Minha mãe morreu há mais de 20 meu marido à médica para anos, mas sempre procuro lembrar saber qual era o sexo e como estava o que ela me disse, e eu nunca o desenvolvimento do meu bebê esqueci: sou membro de A Igreja de que estava para nascer. Chorei de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos alegria quando descobri que estava Dias. ◼ esperando gêmeos. Mas as lágrimas se tornaram de desespero quando a Nota 1. “Eis Aí Tua Mãe”, A Liahona, abril de 1998, médica me explicou que uma série p. 4; E nsign, abril de 1998, pp. 2, 4. de complicações possivelmente não E Duas Vezes Abençoada M permitiriam que os gêmeos sobrevivessem até a hora do parto. Ela sugeriu que eu interrompesse a gestação. Disse que o procedimento seria arriscado e que eu teria de ser hospitalizada mais cedo ou mais tarde. Apesar dos riscos, decidimos dar continuidade à gestação. No caminho de volta para casa, dei-me conta da gravidade da situação. Perguntei-me como eu poderia deixar meu marido e nossos três filhos para passar um longo tempo no hospital. Saber que nossos bebês provavelmente nasceriam prematuros, e talvez não sobrevivessem, foi demais para mim. Não tinha certeza se conseguiria suportar aquela provação. Somente depois de receber uma liahona Janeiro de 2009 45 bênção do sacerdócio de meu marido e de meu sogro foi que me senti em paz. Dei-me conta de que, não importando o que viesse a acontecer, minha família e eu ficaríamos bem. Senti o amor do meu Salvador e soube que Ele estaria conosco, na alegria ou na tristeza. Algum tempo depois, despedi-me da família e me internei no hospital sem saber quanto tempo ficaria ali. O coração dos bebês era monitorado constantemente para assegurar que estavam bem. Foi difícil para mim ver o batimento cardíaco deles cair, e fiquei-me perguntando se eles conseguiriam atingir a meta de 34 semanas para o parto. Quando eu estava quase na vigésima sexta semana, o batimento cardíaco de um dos bebês caiu até um nível crítico, quase parando. Os médicos decidiram que se o coração não começasse a bater normalmente, os dois bebês teriam que ser retirados por cirurgia cesareana, em questão de minutos. Entrei em pânico quando ouvi a enfermeira chamar meu marido e dizer-lhe que eu estava sendo preparada para a cirurgia e que a equipe neonatal estava de prontidão. Eu sabia que para suportar aquela provação precisaria da ajuda do Pai Celestial. Orei em silêncio, suplicando para que nosso bebê se recuperasse, permitindo que os dois gêmeos tivessem o tempo necessário para desenvolverem-se no útero. Orei também pedindo consolo. Novamente senti paz, tal como acontecera quando recebi a bênção do sacerdócio. Eu não sabia se nossos bebês iriam viver ou morrer, mas sabia que não importava o que acontecesse, se eu buscasse o Senhor, Ele me ajudaria a suportar meu fardo. No final, o batimento cardíaco do bebê voltou ao normal, e a cirurgia não foi necessária. Continuei no hospital por dois meses, e houve muitas vezes em que nos preocupamos com o batimento cardíaco instável dos bebês. Mas felizmente, nenhum dos bebês chegou a ficar com o batimento cardíaco tão baixo como havia acontecido. Nossos filhos, John e Jacob, nasceram com 33 semanas. Os cordões umbilicais estavam entrelaçados em oito nós, e o cordão umbilical de John, o filho cujo batimento cardíaco havia caído muito, dava duas voltas no pescoço dele. Nossos gêmeos permaneceram na unidade de terapia intensiva do hospital para que sua temperatura corpórea e respiração se normalizassem. Apesar dos possíveis problemas que acompanham os partos prematuros, John e Jacob puderam vir para casa em apenas 19 dias. Nossos gêmeos agora estão engatinhando e não têm nenhuma seqüela, apesar de terem nascido prematuros. Sinto-me grata por ter visto algo que começou como uma provação se tornar uma das maiores bênçãos da minha vida. Recebi dois filhos sadios, e meu testemunho do poder das bênçãos do evangelho e da oração foi fortalecido. Sinto-me grata também por poder relembrar a paz e o amor que senti, ao saber que o Senhor estava ciente da minha situação. Aprendi então que, com a ajuda do Senhor, temos forças para suportar as provações. ◼ Posso Deixar o Passado para Trás? Marcos A. Walker U ma atitude positiva e feliz é indispensável para os que trabalham com vendas, como eu. Mas há alguns anos, eu estavame sentindo desanimado e não tinha desejo de conversar com ninguém. Certa tarde, este sentimento estava particularmente forte. A expressão de meu rosto devia deixar transparecer meu desânimo, porque um de meus colegas, com quem eu sempre conversava, perguntou-me se havia algo errado comigo. Expliquei que, depois de seis anos de casamento, eu havia-me separado da minha mulher. Naquele mês eu estaria completando seis anos de divórcio, portanto estava divorciado há tanto tempo quanto ficara casado. Sentia inha angústia no coração alma se e na mente, e minha alma encheu de estava cheia de dor e trisdor e sofrimento. teza. Eu sabia que estava Eu disse a meu perdendo muitas expecolega de trabalho saber o que dizer. Elas riências que meus filhos que aquele era o ressoaram dentro de estavam tendo, e isso era preço que eu tinha mim a tarde inteira. Sim, uma constante tortura de pagar pelos mesmo que eu estivesse para mim. A solidão me meus erros. sofrendo as conseqüênconsumia, e eu não via cias de meus erros, Jesus solução nem esperança no Cristo havia pago o preço. horizonte. Eu disse a meu Por que eu não tinha-me dado conta colega que aquele era o preço que disso? Eu conhecia a doutrina e sabia teria de pagar pelos meus erros. que ela era verdadeira. O reconheciMeu colega, que era membro de mento de que a Expiação tinha poder outra igreja cristã, replicou. “De que em minha vida encheu-me de paz e preço você está falando?” perguntou consolo, e lembro-me até hoje desse ele. “Jesus Cristo pagou o preço, se sentimento. você realmente se arrependeu de Muitos anos se passaram desde seus pecados. Ou você não lembra aquela experiência no trabalho. por que Ele veio à Terra?” Aprendi que algumas conseqüênFiquei atônito com sua resposta, cias de nossas ações permanecem e suas palavras me deixaram sem M conosco por toda a vida. Muitas delas afetam a vida de nossos entes queridos. A solidão não tem sido fácil, mas ajudou-me a reconhecer minhas fraquezas e pedir perdão a meu Pai Celestial e às pessoas que foram mais afetadas: meus filhos e a mãe deles. Ao contrário do que eu sentia naquela tarde, hoje posso dizer que tenho paz e esperança. Sei que Jesus Cristo pagou o preço e não tenho dúvida disso porque me arrependi. Ele me susteve durante aqueles anos de provação. Embora as provações continuem, sei que se eu me arrepender, buscar o Senhor e guardar os mandamentos, Ele vai continuar a me suster. ◼ A Liahona JANEIRO DE 2009 47 C o m o U s a r E s t a E d i ç ã o Idéias para a Noite Familiar As sugestões didáticas a seguir podem ser usadas na sala de aula e no lar. Elas podem ser adaptadas para sua família ou sua classe. ”Como Enriquecer Seu Estudo de Doutrina e Convênios”, p. 10: Troque idéias com seus filhos mais velhos sobre diferentes maneiras de ir para a Escola Dominical preparados para aprender e participar. Convide-os a estabelecerem uma meta específica de estarem mais bem preparados para a Escola Dominical neste ano, ou estabeleça uma meta para toda a família trabalhar em conjunto. Ajude as crianças mais novas a estabelecer metas condizentes com sua capacidade, como levar as escrituras para as aulas, chegar no horário, orar pelo professor ou erguer a mão para falar em aula. Troquem idéias sobre algumas maneiras pelas quais vocês podem ajudar uns aos outros a cumprir suas metas. T p. 36: Peça aos membros da família que descrevam ocasiões em que viram outros serem um “exemplo dos fiéis”. Leiam suas listas uns para os outros e troquem idéias sobre maneiras pelas quais cada membro da família pode ser um bom exemplo. Estabeleça metas de como fazer isso. ”O Show de Talentos”, p. A8: Leia o artigo e saliente qual talento Marie descobriu que possuía. Para ajudar os membros da família a descobrir seus talentos ocultos, peça a cada pessoa que descreva o talento da pessoa a sua esquerda. Se o tempo permitir, você pode dar continuidade a esse processo, em várias ocasiões. Encerre lendo Morôni 7:47 e a citação do Élder L. Tom Perry. ”A Semana de Ben”, p. A14: Leia o artigo, observando a coragem que Ben precisou ter ao pedir ao O número representa a primeira página do artigo. A = O Amigo Hinos, 35 Amor, 2, A4, A8 Instituto, 18 Apóstolo, 28 Jesus Cristo, 46, A2 Arrependimento, 46 Livro de Mórmon, 22, 28, Atributos semelhantes aos de Cristo, A2 Bênçãos, 17, 18, 26, 45 35, A6 Obra missionária, 2, 35, 40 Dia do Senhor, A14 Oração, 8, 10, 14, 45 Doutrina e Convênios, 10 Primária, A4, A8 Educação, 22 Professoras visitantes, 25 Ensino, 10 Reunião familiar, 48, A10 Escola Dominical, 10 Sacerdócio Aarônico, 38 Escrituras, 10, 22, 28, Sacrifício, 26 39, A4 Esperança, 40, A2 Exemplo, 2, 8, 36, 39, 40, A2, A10, A14 Expiação, 28, 35, 46 Fé, 14, 18, 25, 26, 39, Smith, Joseph, 10, 14, 28, A6 Talento, A8 Tentação, 44 Testemunho, 2, 8, 18, 22, 28, 36 45, A2 avô que não fossem fazer compras no domingo. Troquem idéias sobre como os membros da família podem ser corajosos ao esforçarem-se para cumprir os mandamentos. Faça uma dramatização de situações que exijam coragem para escolher o certo. Uma Lição Que Mudou Nossas Noites Familiares emos três filhos pequenos, com cinco, três e um ano de idade. A princípio, nossas noites familiares eram um desastre. As crianças ficavam chamando a atenção para si mesmas. Minha mulher e eu quase nos sentimos derrotados. Então, em uma certa noite de segunda-feira, minha mulher deu uma aula sobre Samuel, o lamanita, usando gravuras de flanelógrafo como auxílio visual. Todos nos revezamos em colocar as gravuras no flanelógrafo que 48 ”O Exemplo dos Fiéis”, Tó pi cos D es ta E d i ç ão correspondessem aos personagens citados no relato. As crianças gostaram tanto da atividade que tivemos nossa primeira noite familiar tranqüila e cheia do Espírito em muitos meses. Aquela lição revolucionou as nossas noites familiares. Começamos a preparar lições mais interativas, e as crianças se dispuseram a colaborar em todo tipo de coisa para fazer com que a noite familiar desse certo. Também passamos a dedicar mais tempo ao planejamento de nossa noite familiar. Sua Noite Familiar Preferida Tomamos cuidado para garantir que nunca houvesse duas noites familiares com a mesma agenda. A variedade de atividades ajudou a manter as crianças interessadas. Foi necessário esforço consciente de nossa parte para instituir e manter esses elementos de nossa noite familiar. Mas nossos filhos agora anseiam pela noite familiar e participam de modo mais construtivo. Francis O. e Ada U. Nmeribe, Abuja, Nigéria Envie uma descrição de sua noite familiar preferida para [email protected]. O Amigo P ara as C rian ç as • A I greja de J esus C risto dos S antos dos Ú ltimos D ias • J aneiro de 2 0 0 9 V i n d e a o P r o f e t a E s cu t a r Como Nos Tornar Semelhantes a Jesus Cristo P r e s i d e n t e D i e t e r F. U c h t d o r f J Segundo Conselheiro na Primeira Presidência explica o que significa desenvolver qualidades semelhantes às de Cristo. A2 Seus mandamentos — mesmo que não compreendamos completamente as razões pelas quais eles existem. Ao buscarmos ser mais semelhantes ao Salvador, precisamos reavaliar regularmente nossa vida e confiar, pelo caminho do verdadeiro arrependimento, nos méritos de Jesus Cristo e nas bênçãos da Expiação. À medida que desenvolvermos qualidades cristãs em nossa própria vida, passo a passo, elas “[nos sustentarão] como sobre asas de águias” (D&C 124:18). Tanto a fé como a esperança nos conduzirão através de oceanos de tentações e montanhas de aflições, e nos trarão em segurança de volta a nosso lar e destino eternos. ● Extraído de um discurso proferido na conferência geral de outubro de 2005. Coisas em Que Pensar 1. As escrituras nos ajudam a aprender como era Jesus. Qual é sua história favorita das escrituras a respeito de Jesus? 2. Jesus era humilde e fiel. Quais são outras palavras que O descrevem? 3. Aprendemos a ser semelhantes a Jesus passo a passo. O que você poderia fazer para expressar seu amor por um amigo ou membro da sua família? Perfeito Amor, de Del Parson, reprodução proibida O Presidente Uchtdorf esus Cristo instruiu Seus Apóstolos, no começo de Seu ministério mortal: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19). Precisamos “segui-Lo” e, se assim fizermos, o Senhor nos abençoará além de nossa própria capacidade para nos tornarmos o que Ele deseja que sejamos. Seguir Cristo é tornar-se mais semelhante a Ele. É aprender com o Seu caráter. O Salvador nos convida a aprender Seu evangelho, vivendo Seus ensinamentos. Os profetas antigos e modernos descreveramnos em três palavras: “Guardem os mandamentos” — nem mais, nem menos. As escrituras descrevem várias qualidades cristãs que precisamos desenvolver durante o curso de nossa vida. Isso inclui conhecimento e humildade, caridade e amor, obediência e diligência, fé e esperança. As qualidades cristãs são dádivas de Deus. Elas não podem ser desenvolvidas sem Sua ajuda. A ajuda de que todos nós precisamos é concedida gratuitamente por intermédio da Expiação de Jesus Cristo. Ter fé em Jesus Cristo e em Sua Expiação significa confiar plenamente Nele — confiar em Seu poder, inteligência e amor infinitos. Quando temos fé em Cristo, confiamos no Senhor o bastante para cumprir . ama íssimo ” me que . :6) alm os ]f (S sois s[ vó odos “T A5 82 ilhos do Alt Celestial Pai um Tenho Observação: Esta atividade pode ser copiada ou impressa a partir da Internet no site www.lds.org. Para inglês, clique em Gospel Library. Para outros idiomas, clique em Languages. T e mp o d e C o mpa r t i l h a r Tenho um Pai Celestial Que Me Ama Tenho um Pai Celestial Ilustração: Dilleen Marsh Atividade Recorte o marcador de livro da página A4 e cole em papelão ou cartolina. Dobre ao meio. Cole a parte de trás e faça um furo na parte de cima. Prenda um laço ou fita no furo. Use esse marcador de livro em suas escrituras para lembrar-se de que você tem um Pai Celestial que o conhece, que o ama e sempre ouvirá e responderá a suas orações. Idéias para o Tempo de Compartilhar 1. Usando o manual Primária 6, página 2, prepare desenhos e fitas com palavras representando as gravuras do plano de salvação e mostre-as em ordem. Comece . ama Como você pode realmente saber que é filho de Deus? Muitas crianças não sabem que têm um Pai Celestial, que as ama e que pode ajudá-las. Muitas crianças não sabem que viveram com o Pai Celestial antes de virem para a Terra. Não sabem que podem orar a Ele. Como você, elas esqueceram como era viver no céu. Você tem as escrituras, os profetas, o Espírito Santo e uma família para ensiná-lo e lembrá-lo como era viver com o Pai Celestial como filho Dele. As escrituras ensinam que você recebeu no céu suas primeiras lições e foi preparado para vir à Terra (ver D&C 138:56). Elas também ensinam que o Espírito Santo “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16). Os hinos “Sou um Filho de Deus” e “No Céu Eu Vivi” (Músicas para Crianças, pp. 2–3, 4) podem ajudá-lo a lembrar quem você é e de onde veio. O Pai Celestial quer que você lembre que Ele é o Pai do seu espírito. Ele criou você. Quando você faz suas orações, o Pai Celestial o ajuda a lembrar que você é filho Dele. O Espírito Santo pode ajudá-lo a pensar e agir como um filho de Deus. me Ch e r y l E s p l i n dizendo às crianças que o Pai Celestial nos ama e nos deu um plano perfeito. Jesus Cristo é a figura central do plano, e se O seguirmos, poderemos voltar a viver com nosso Pai Celestial. Divida a Primária em quatro grupos, e atribua a cada grupo uma fase diferente da existência. Distribua papéis, lápis ou giz de cera, referências das escrituras e um hino ou ação (relacionados abaixo). Peça a cada grupo que leia suas escrituras e, depois, desenhe uma coisa que acontece naquela fase do plano. Quando os grupos estiverem prontos, ensine o plano de salvação na ordem correta, usando os grupos para ajudá-lo a ensinar cada parte. Vida pré-mortal: D&C 138:56; Moisés 4:2; Abraão 3:22– 23 (ação: erguer as mãos e sussurrar, “Viva!”). Vida na Terra: Abraão 3:24–25; Regras de Fé 1:3 (hino: “Guarda os Mandamentos”, Músicas para Crianças, pp.68–69). Mundo espiritual: Alma 40:11–14; D&C 138:30–32. Reinos de glória: telestial—D&C 76:81; terrestre—D&C 76:71; celestial—D&C 76:92–96 (hino: “As Famílias Poderão Ser Eternas” Músicas para Crianças, p.98). 2. Mostre a fotografia de um templo. Pergunte: “Em que vocês pensam quando vêem um templo ou a gravura de um templo? Por que vocês acham que as pessoas se esforçam tanto para manter o templo belo e limpo”? Explique às crianças que o templo é um lugar sagrado e santo. Ajude as crianças a memorizar I Coríntios 3:16. Explique-lhes que, tal como o templo, nosso corpo é sagrado e santo. Precisamos cuidar bem dele. Mostre a gravura 114, do Pacote de Gravuras do Evangelho (Daniel Recusa a Comida e o Vinho do Rei). Conte o que aconteceu com Daniel e seu amigos quando eles cuidaram do corpo deles como se fosse um templo (ver Daniel 1:5–20). Mostre objetos que representem dormir, bons alimentos, exercício físico, limpeza e recato (exemplos: travesseiro, fruta, bola, pente, gravata). Peça às crianças que passem os objetos umas para as outras enquanto cantam um hino sobre o templo. Pare a música freqüentemente e peça às crianças que estiverem segurando um objeto, que digam uma coisa que elas podem fazer para cuidar do corpo como se fosse um templo. Preste testemunho de que, assim como o templo, nosso corpo é sagrado e santo. ● que “Todos vós [sois] filhos do Altíssimo” (Salmos 82:6). O Amigo JANEIRO DE 2009 A5 D a Vida do P ro f e t a J o s ep h Smi t h A Publicação do Livro de Mórmon Em 1829, Joseph Smith, com a ajuda de seu escrevente Oliver Cowdery, terminou a tradução do Livro de Mórmon. Oliver, o Senhor está contente conosco. Agora precisamos apenas publicar este grandioso livro. Precisamos de 5.000 exemplares deste livro, assim que possível. Vai custar 3 mil dólares. Como vocês querem muitos exemplares e como o livro é muito grande, pode ser que leve mais de um ano. Vários meses depois, o Sr. Grandin ficou preocupado, achando que Joseph não iria pagar. Ele parou de imprimir o Livro de Mórmon, até ter certeza. Hipotequei minha fazenda para imprimir o Livro de Mórmon. Isso deve deixar o Sr. Grandin tranqüilo. Isso é maravilhoso, Martin! A6 Ilustrações: Sal Velluto e Eugenio Mattozzi Joseph e Oliver foram até Palmyra, Nova York, e falaram com Egbert B. Grandin, que tinha uma gráfica. O Sr. Grandin havia comprado uma prensa nova que tornou o processo de impressão muito mais rápido que os anteriores. Ainda assim, levou muito tempo. Sr. Grandin, estamos quase acabando, e passaram-se só sete meses! Não entendo bem como isso aconteceu. Depois que o Livro de Mórmon foi publicado, o Senhor ordenou a Joseph que organizasse a Igreja. No dia 6 de abril de 1830, aproximadamente 60 pessoas se reuniram na casa de Peter Whitmer Sênior. Os membros apoiaram Joseph como o profeta e tomaram o sacramento. Bem-vindos, irmãos e irmãs. Embora a Igreja tenha começado com apenas poucos membros, mais tarde, Joseph contou a alguns irmãos, em Kirtland, qual seria o destino dela. Adaptado de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (Curso de estudo do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de Socorro, 2007), pp. 9–11, 143–144; e History of the Church, Volume 1, pp. 71–80. Vocês estão vendo somente uns poucos portadores do sacerdócio aqui reunidos nesta noite, mas esta Igreja vai encher a América do Norte e do Sul. Ela vai encher o mundo inteiro. O Amigo JanEIRO DE 2009 A7 “Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem” (Morôni 7:47). Alison Palmer Inspirado em uma história verídica M arie olhou pela janela do carro enquanto ela e sua classe da Primária se dirigiam à casa de repouso. Ela esperava que nenhuma das meninas percebesse as lágrimas que estavam em seus olhos. Quando a irmã Gibson sugeriu o show de talentos como atividade do dia, parecia ser uma excelente idéia. Todas as meninas se puseram a A8 planejar o talento que iriam compartilhar. Marie havia tentado, mas não tivera nenhuma idéia do que poderia fazer. Duas meninas iriam tocar piano. Uma menina iria tocar violino, e outra iria cantar. Outra iria recitar um poema que ela mesma havia composto, e a melhor amiga de Marie, Shelley, iria dar um salto mortal de costas. Andrea não iria apresentar nada, mas tinha feito biscoitos para todos comerem depois do show. Quanto mais Marie pensava no show de talentos, mais ficava convencida de que não tinha nenhum talento. Nem mesmo sabia por que estava indo. A irmã Gibson tentou fazer com que ela se sentisse melhor, dizendo-lhe que ainda não tinha descoberto o talento muito especial que o Pai Celestial lhe concedera. Mas Marie achava difícil acreditar naquilo. Ela achava que nunca seria boa em coisa alguma. A sala de reuniões da casa de repouso estava bem silenciosa. Havia pessoas idosas por toda a parte, e isso deixou Marie ainda mais nervosa. Ela não sabia o que dizer para elas nem como agir. As outras meninas pareciam estar sentindo o mesmo. Elas estavam agrupadas em um canto, olhando timidamente em volta, até que a irmã Gibson mostrou-lhes onde deveriam sentar-se. Marie ainda estava-se sentindo triste quando o programa começou. Então, logo após o primeiro solo de piano, ela ouviu alguém tossindo atrás dela. Marie Ilustrações: Brandon Dorman Show de Talentos virou-se e viu uma mulher grisalha que se contraía cada vez que tossia. Marie parou de pensar em si mesma e começou a se preocupar com a mulher. Tirou uma bala do bolso e foi até onde ela estava. Colocou a mão no ombro da mulher e lhe entregou o presentinho. Quando estendeu a mão enrugada para aceitá-lo, a mulher sorriu para ela, e Marie sentiu felicidade e paz. Marie ficou ao lado da mulher durante todo o restante do programa. Ela ficou segurando a mão dela, dizendo, às vezes, o que estava acontecendo. Sentiu-se bem em fazer algo por outra pessoa, e isso a impediu de sentir pena de si mesma. Na hora de partir, a mulher deu um abraço em Marie e sussurrou: “Obrigada por ter conversado comigo. Você tem um verdadeiro talento para fazer as pessoas se sentirem amadas”. No caminho de volta para a Igreja, Marie sentiu-se grata por saber que tinha um talento, afinal. Quando servia o próximo, ela sentia o amor do Pai Celestial, e podia ajudar as pessoas a sentirem esse amor também. Era um talento muito especial. ● “Todos nós fomos dotados com muitos talentos, beleza e capacidade.” Élder L. Tom Perry, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Staying Power”, Ensign, julho de 2003, p. 42. O Amigo JANEIRO DE 2009 A9 F a z e n d o A m i g o s Com Todo o Coração Há crianças no mundo inteiro que amam e adoram Jesus Cristo, tal como você! Neste mês, vamos conhecer Ricardo R i c ha r d M . Rom n e y T Revistas da Igreja udo o que Ricardo Fortuna faz, ele faz com entusiasmo. Esse menino de oito anos, de Santo Domingo, na República A10 Dominicana, joga beisebol com a energia de um profissional. Ele se reúne com seus amigos e seu irmão para brincar de corrida de caminhões de brinquedo ou simular uma batalha imaginária entre dinossauros. Ele fica muito animado quando sua mãe o chama da cozinha para ajudá-la a preparar tostones (bananas-da-terra fritas). Ricardo participa com entusiasmo da noite familiar. Ele ora fervorosamente com a família todos os dias, pela manhã e à noite. Lê seus livros e escrituras. E gostaria que houvesse Primária mais de uma vez por semana! Tudo o que Ricardo faz, ele faz com o coração. Há uma coisa que Ricardo faz com todo o coração: amar o Senhor. Ele sabe que isso é um mandamento, porque leu na Bíblia: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mateus 22:37). “Isso significa que devemos amá-Lo o máximo que pudermos”, diz Ricardo. Esse amor fica especialmente evidente no apartamento da família quando comemoram o Natal. Todas as noites, a família lê escrituras sobre o nascimento do Salvador. Alguém conta o que aconteceu na Terra Santa. Outros contam o que aconteceu no Novo Mundo. Ricardo diz que é importante lembrar-nos de Jesus Cristo no Natal, porque esse é o dia em que as pessoas comemoram Seu nascimento. “Mas é importante pensar em Jesus todos os dias e seguir Seu exemplo”, diz ele. “Devemos lembrar que Ele nos ensinou a respeito do Pai Celestial e sobre como devemos adoráLo e que Ele também nos enviou o Espírito Santo.” Do lado de dentro da porta de entrada, do apartamento da família Fortuna, há uma grande gravura do Salvador. Não importa onde estejamos na sala, podemos vê-Lo. “A gravura nos Fotografias: Richard M. Romney, exceto quando mencionado Fortuna, de Santo Domingo, República Dominicana. lembra que devemos pensar Nele”, diz Ricardo, “não só no Natal, mas durante o ano inteiro”. A Escritura Favorita de Ricardo Ricardo gosta muito das Regras de Fé, especialmente a de número cinco, que ele consegue recitar muy rápidamente. “Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, por profecia e pela imposição de mãos, por quem possua autoridade, para pregar o Evangelho e administrar suas ordenanças”, cita ele. “Ela nos diz que o Senhor chama os líderes de Sua Igreja e que ensinamos o evangelho com autoridade.” Guloseimas Divertidas É hora de preparar sua guloseima preferida, tostones, e Ricardo acha que vale cada minuto gasto para isso. Ele e a mãe descascam cuidadosamente e fatiam as bananas-da-terra, uma espécie de banana que não é doce. Eles fritam as bananas em óleo quente, deixam esfriar e escorrer bem, até ficarem bem secas. Então, vem a parte preferida de Ricardo. Ele coloca cada fatia em uma prensa de madeira para achatá-la. Depois, cada fatia é novamente frita. Ele gosta de comer tostones com lingüiça. Bons Exemplos Ricardo sempre brinca com seu irmão Marcus e outro amigo, o Manuel, que é membro da Igreja e mora no apartamento vizinho. Ele sabe que os amigos de verdade incentivam uns aos outros a fazerem o que é certo. “Como eles me consideram seu Ricardo diz que é importante pensar em Jesus Cristo todos os dias. Com seu pai, ele sempre olha para a gravura que está pendurada no apartamento, e Ricardo lê escrituras sobre a vida do Salvador. O Amigo JANEIRO DE 2009 A11 O ceano Atl â ntico República Dominicana Puerto Rico Haiti Santo Domingo Ricardo mora na República Dominicana, um país localizado na mesma ilha em que fica o Haiti. Ele prepara bananas-da-terra com lingüiça, gosta de beisebol e brinca com dinossauros e caminhões de brinquedo. A12 exemplo, preciso dar um bom exemplo para eles”, diz ele. Ricardo também gosta muito de seu pai e sua mãe. “Amo minha mamãe e meu papai”, diz ele. “Eles me ajudam e brincam comigo. Eles me ensinam e lêem comigo. Fazemos oração juntos todos os dias, pela manhã e à noite.” Ele também considera o Presidente Thomas S. Monson um exemplo. “Sei que ele é um profeta de Deus e que fala a palavra de Deus”, diz Ricardo. “Sei que ele faz orações e lê as escrituras, por isso devo fazer o mesmo.” E Ricardo diz que Jesus Cristo é seu maior exemplo. “Ele nos ensina a fazer o que é certo, a ser obedientes, a orar corretamente e a ser reverentes e respeitosos.” ● Mapa © Mountain High Maps Onde É Que Fica Santo Domingo, República Dominicana? Cuba Ilustração: Apryl Stott Pá g i n a pa r a C o l o r i r Sou um filho espiritual do Pai Celestial “Todos vós [sois] filhos do Altíssimo” (Salmos 82:6). O Amigo JANEIRO DE 2009 A13 n e B e d a n a A Sem Inspirado em uma história verídica “Abençoou o Senhor o dia do sábado e santificou-o” (Mosias 13:19). en descansou o braço na mala que estava a seu lado no carro. A mamãe e o papai estavam levando-o de carro para a casa do vovô. Ben ia ficar com o avô a semana inteira. Sem irmãos, sem babá. Só Ben e o vovô. Ben havia conversado com o vovô sobre a semana que passariam juntos. O vovô dissera que aquela seria a semana de Ben, e ele poderia fazer todas as suas coisas favoritas. Ben olhou pela janela. Será que havia-se lembrado de pôr tudo na mala? Ele havia colocado seu chapéu de pesca sortudo, seus óculos escuros e seus livros favoritos. “Lembre-se”, disse a mãe no banco da frente, “o vovô não é membro de nossa Igreja. É uma boa pessoa e um bom avô. Mas algumas coisas vão parecer diferentes para você na casa dele”. “Como o quê?” Ben sabia que seu avô não ia à Igreja. Mas não havia pensado sobre que diferença isso faria. “Talvez você tenha que lembrar a ele que você não toma chá gelado”, disse o pai. “Está bem”, disse Ben. “Você não poderá ir à Igreja no domingo, mas pode guardar o Dia do Senhor de outras maneiras”, disse a mãe. B A14 “Vou fazer isso”, disse Ben. Quando chegaram à casa do avô, ele estava esperando por eles na varanda. Ben foi o primeiro a sair do carro. “Vovô!” “Como vai meu menino de sete anos preferido?” O vovô deu-lhe um forte abraço. “Está pronto para sua semana muito especial? Podemos fazer tudo o que você quiser.” “Podemos pescar?” perguntou Ben. “Eu trouxe meu chapéu de pesca sortudo.” “Claro que podemos”, disse o avô. “E podemos ir ao zoológico?” perguntou Ben. “Eu trouxe meus óculos escuros.” “Claro que podemos”, disse o avô. “E podemos ler juntos?” perguntou Ben. “Trouxe meus livros favoritos.” “Claro que podemos”, disse o avô. “E acho que precisamos fazer umas compras para que você escolha um brinquedo na loja.” “Oh, puxa!”, disse Ben. “Vai ser uma ótima semana!” Na sexta-feira, o vovô e Ben foram pescar. No sábado, os dois foram ao zoológico. No dia seguinte, o avô preparou panquecas para Ilustrações: Craig Stapley La n a K r umw i e d e “Seja um verdadeiro santo dos últimos dias. (…) Santifique o Dia do Senhor.” Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994), “To The Children of the Church”, E nsign, maio de 1989, p. 82. ”É por Meio de Coisas Pequenas e Simples Que as Grandes São Realizadas” (Alma 37:6), David Koch A jovem Lucy Mack Smith lê as escrituras para seus filhos Joseph e Hyrum na cabana de toras que fica perto do Bosque Sagrado, na Cidade de Palmyra, Nova York. A partir desse humilde início, Joseph, o profeta da última dispensação, restaurou a plenitude do evangelho na Terra. Em 27 de junho de 1844, os dois meninos, já adultos, morreram como mártires e testemunhas da veracidade da Restauração. 04281 Jan 09 02042 81059 4 PORTUGUESE 1 “O menino Joseph foi ao bosque em busca de sabedoria, e foi o que ele recebeu. Sua instrução apostólica havia começado. Dentre as grandes lições apostólicas dessa Primeira Visão estavam tanto a natureza física do Salvador e do Pai Celestial quanto as lições iniciais e fundamentais referentes ao poder Deles: cada qual um pilar de testemunho apostólico”. Ver “Joseph Smith: Apóstolo de Jesus Cristo”, p. 28. o desjejum. “Vamos fazer compras hoje”, disse o vovô. “Oba!” exclamou Ben. “Que tipo de brinquedo vou ganhar?” Então, Ben se lembrou que era domingo. Como é que ele ia explicar ao avô que não devia fazer compras no domingo? Depois do desjejum, Ben fez uma oração em seu quarto. Ele pediu ao Pai Celestial que o ajudasse a explicar ao avô sobre a importância de santificar o Dia do Senhor. Depois da oração, Ben sentou-se na cama. Vovô disse para o Ben: “Deixe-me calçar-lhe os sapatos e vamos sair”. Ben respirou fundo e ficou de pé. Viu que o avô estava amarrando o cadarço de seus sapatos. “Vovô, obrigado por me levar para pescar e também ao zoológico. Mas acho que hoje devemos descansar.” “Como assim?” perguntou o avô. “Eu prometi que o levaria para fazer compras.” “Eu sei, mas será que poderíamos ir outro dia?” “Você está-se sentindo mal? Está doente?” “Não, vovô”, disse Ben. “Hoje é domingo. Em casa não fazemos compras aos domingos.” O avô não disse nada. “Podemos ficar em casa hoje?” perguntou Ben. “Podemos fazer uma caminhada. Podemos ler livros.” O avô sorriu para Ben. “Claro que podemos”, disse ele. “Esta é a sua semana, por isso você é quem escolhe.” Ben deu um forte abraço no avô. “Eu sabia que esta seria uma ótima semana”, disse Ben. ●