Informativo Vocacional
Irmãos das Escolas Cristãs
(Irmãos Lassalistas)
• Brasil •
VEM
E
SEGUE-ME
Expediente:
Rua Santo Alexandre, 93 - Vila Guilhermina
03542-100 - São Paulo - SP - Brasil
Tel.: (0xx11)6958.1444 - Fax: (0xx11)6684.1925
E-mail: [email protected]
Site: http://www.lasalle.org.br
Equipe de redação:
Jovens, Vocacionados,
Formandos e
Irmãos Lassalistas.
Editoração e Programação Gráfica: Irmão Paulo Petry.
Impressão:
Gráfica e Editora LA SALLE
Rua Dr. Paulo César, 222 - Icaraí
24220-400 - Niterói - RJ
Junho de 2005
Irmãos Educadores
Irmão Paulo Petry, fsc
Somos religiosos educadores, conhecidos como
Irmãos Lassalistas. O nome original que nos foi dado pelo nosso
Fundador São João Batista de La Salle e pelos seus primeiros companheiros é «Irmãos das Escolas Cristãs». Isto aconteceu na França, há
muito tempo atrás, aproximadamente por volta do ano de 1690.
João Batista de La Salle, originário de família nobre e muito bem de
vida, dedicou-se muito cedo à preparação para o sacerdócio. Assumiu
esta vocação muito jovem e dentro da Igreja recebeu uma importante
missão, ser cônego na grande Catedral de Reims, sua terra natal. Este
cargo de cônego, exigia dele muitas horas diárias de oração na catedral
e lhe rendia um bom salário. Com isto, financeiramente estava bem
estabelecido.
Atento aos sinais do seu tempo, La Salle não se acomodou à sua
situação de bem-estar e tranqüilidade. Deixou-se questionar pelas
necessidades das crianças que ficavam nas ruas enquanto seus pais
iam para o trabalho. Ele percebeu que, na rua, estas crianças estavam
sujeitas a receber todo tipo de influência de pessoas nem sempre bem
intencionadas. Instigado por outras pessoas que percebiam esta mesma necessidade de atender estes meninos, e desafiado pela situação de
abandono em que estes menores viviam, João Batista de La Salle pôs
mãos a obra e criou as escolas cristãs.
É claro que, para criar estas escolas, precisava de professores
preparados para atender os meninos com dedicação, seriedade, carinho e amor. Ora, não havia estes professores disponíveis, nem havia
quem os preparasse. Assim, La Salle viu-se obrigado a criar a primeira
escola para a formação de professores. Ou seja, São João Batista de La
Salle é o fundador da primeira Escola Normal.
Os primeiros professores que se juntaram ao nosso Fundador em
sua maioria eram pessoas rudes, sem a educação que La Salle
recebera em sua família. Desta forma João Batista teve que enfrentar
algumas dificuldades no seio familiar, quando para lá levou estes
professores. Contudo, ele não se instalou junto à sua família com estes
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
homens. Procurou lugar apropriado para abrigá-los. Após entregar seu
cargo de cônego desfazer-se de seus bens em favor dos necessitados
foi morar com estes professores. Juntos viviam, juntos rezavam, juntos
estudavam e se divertiam, juntos assumiam a missão de educar. Desta
forma, convivendo em comunidade, entregues ao serviço da educação
humana e cristã, estes professores e La Salle, inspirados pelo Divino
Espírito Santo, consagraram-se a Deus. E assim nascia o nosso
Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, que hoje está presente em
mais de oitenta países e aqui no Brasil nos seguintes Estados: Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal.
Nesta obra educativa, tão necessária e urgente hoje quanto o foi na
época de São João Batista de La Salle, existe um lugar especial para
você jovem, que deseja consagrar sua vida a Deus, através da educação humana e cristã da infância e da juventude atual. Jesus Cristo hoje
continua chamando operários para a sua messe e você, jovem leitor da
Vem e Segue-me, responda a este chamado com generosidade, coragem e amor.
Aos que Jesus Cristo chama, certamente Ele concede as luzes
necessárias para seguir com segurança o caminho. Aos que Jesus
Cristo chama, Ele concede os dons necessários para abraçar a missão
que lhes confia. Dos que Jesus Cristo chama, Ele exige dedicação e
fidelidade ao projeto de amor de Deus. Esta fidelidade e esta dedicação,
no decorrer da história, foi testemunhada pelos apóstolos, mártires,
santos e santas de Deus, especialmente pela primeira discípula de
Jesus e nossa mãe, Maria.
São João Batista de La Salle, igualmente, abraçou o projeto de amor
de Deus para com ele, e aos que seguem Jesus Cristo como Irmãos, na
missão de ser Religiosos Educadores, deixou uma bonita orientação por
escrito na Meditação 191: “Como fizestes uma consagração de vossa
alma e como esta há de viver eternamente, vossa entrega a Deus deve
ser eterna. Se a iniciastes na terra, só deve ter sido a título de aprendizagem do que haveis de fazer eternamente no céu”. Portanto, estimado
jovem vocacionado, uma vez chamado ao serviço da educação humana
e cristã da infância e da juventude, você abraçará o seguimento de Jesus
Cristo Mestre, e o fará com alegria, esmero e fidelidade. Junte-se a nós,
Irmãos Lassalistas nesta belíssima obra educativa e evangelizadora,
que é a Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs.
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Oração vocacional:
Maria, a Consagrada ao Pai
Irmão Nery, fsc
Ó Maria, filha predileta de Deus,
esposa do Espírito Santo e mãe de
Jesus, o Filho de Deus!
Tu te consagraste totalmente,
pelo Sim generoso à vontade de Deus
Pai, Tu te consagraste ao Espírito
Santo, acolhendo-o no teu Sim, e
deixando-te fecundar por ele.
Tu te consagraste ao Filho de
Deus, gerando-o em teu ventre virginal e dele cuidando como dedicada e
amorosa mãe. E tu consagraste o teu
Filho Santíssimo ao Pai, no dia da
apresentação dele no Templo, dia da
circuncisão.
Tu consagraste a missão de teu
Filho quando, ainda adolescente, ele
te disse e à José, no Templo, que ele
tinha de cuidar das coisas do Pai. Tu
participaste da consagração dele ao
Pai, quando se entregou plenamente
na cruz, para a salvação de todos
nós.
E tu participaste da consagração
da Igreja no dia de Pentecostes, em
que o Espírito Santo, confirmou a
comunidade de Jesus e a enviou para
anunciar a Boa Nova da Salvação até
os confins do mundo.
Olha, mãe querida, por nossa
Igreja, para que sempre mais se renove em sua consagração e seja mais
criativa em ser comunidade mais profética no cumprimento de sua missão
evangelizadora.
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Olha, mãe querida, para cada
leigo e cada leiga, para que assuma o
batismo recebido, se apaixone por
Deus e por seu Reino e viva, na Igreja,
a vocação, o ministério, a pastoral, o
serviço que a cada um Deus apontou.
Olha, mãe querida, para o nosso
povo sofrido, vocacionado a ser Povo
de Deus, e ajuda-nos em nossa conversão para lutarmos, todos juntos e
criativamente, para estabelecermos
no Brasil, uma sociedade justa, fraterna e solidária.
Olha, mãe querida, de modo especial pelos que dizem sim à vocação
e missão de serem pais e serem
mães; que eles façam de tudo para
construírem e animarem suas famílias segundo o amor de Deus e os
valores do Evangelho, num mundo tão
contrário à família.
Olha, mãe querida, pelos
Presbíteros para que sejam, como
Jesus, pastores dedicados, competentes, carinhosos e para que promovam mais lideranças na Igreja.
Olha, mãe querida, pelos Religiosos e pelas Religiosas e demais consagrados, para que sejam mais
corajosos, proféticos e criativos em
tornarem visíveis em suas vidas, em
suas comunidades e na missão que
exercem, o teu Filho, casto, pobre,
obediente, comunitário, missionário,
profeta e orante.
Amém!
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Vem e segue-me
na
Formação
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Vocação:
Mistério da liberdade e chave da felicidade
Irmão Israel José Nery, fsc
A vocação acontece a partir de
um encontro misterioso da liberdade
de uma pessoa com o amor de Deus,
percebido por ela na forma de um
convite, sutil ou não, para um estilo
de vida e uma missão, no seguimento
de Jesus. O Espírito Santo desperta,
então, nesta pessoa o senso da fé,
que lhe sugere tratar-se de convite
divino que está à espera de uma
resposta livre. Esta pessoa, assim
provocada pelo chamado de Deus,
entra numa fase inicial de
discernimento íntimo, desejosa de
obter algum sinal de que, efetivamente, o chamado está acontecendo. Abre-se com algum amigo,
procura orientação junto a um líder
na fé (leigo, sacerdote, religiosa, religioso). Vai a Encontros de Pastoral
Vocacional, escreve para alguém,
apresentando a situação e pedindo
um parecer... E, sem dúvida, dedica
mais tempo à oração, suplicando
luzes espirituais para este
discernimento vocacional.
Aos poucos, então, esta pessoa
percebe no coração, que há sinais
interiores de que Deus a está convi6
dando para ser, no mundo, um sinal
mais específico do seu amor e para
a Ele e a seu Reino se dedicar de
modo preferencial. O discernimento
vocacional vai lentamente acontecendo na medida em que a pessoa
colabora com a graça inicial e fontal
do chamado e dá passos, impulsionada por novos convites de Deus, na
direção a um Sim de uma possível
entrega ao Senhor da Vida.
Em um determinado momento
este vocacionado ou esta
vocacionada decide por um acompanhamento vocacional mais sistemático, para obter mais certezas
quanto a alguns passos importantes
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
a serem dados em resposta ao chamado divino. Ao mesmo tempo ele
ou ela lê e medita subsídios estimulantes e alimentadores da caminhada
vocacional e, também, procura uma
intimidade cada vez mais intensa com
Deus, e um conhecimento mais profundo de Jesus Cristo e de como
segui-lo no discipulado. A familiaridade com o chamado de Deus se
enriquece também com a dedicação
da pessoa a um voluntariado junto à
realidades nas quais sente que um
dia poderá dedicar a vida inteira de
consagrado/a ao Senhor: oração,
obras de caridade, catequese, educação, pastoral, catequese, Sagrada Escritura, Sacramentos, etc.
O Senhor tem seus caminhos e
seu jeito de agir. Quando Ele escolhe alguém, não o perde de vista.
Entretanto, como a liberdade é inerente ao ser humano, e Deus a respeita, Ele não interfere nem a tolhe,
mas vai, ordinariamente de modo
suave, oferecendo oportunidades
para o amadurecimento da opção
de vida. E, então, o chamado de
Deus e a resposta a Ele vão se
aclarando mais e mais.
Este discernimento e estes
passos nem sempre acontecem
na tranqüilidade. Muitas vezes
brota, dentro da pessoa, uma
batalha bem aguerrida, pois
outras vozes interiores, outras
tendências apontam outros caminhos. Até mesmo amigos e parentes, podem levantar fortes
obstáculos. E, evidentemente, há
toda uma pressão do contexto
social e cultural que disparam,
não raro, ataques que chegam a
atingir o próprio nível de fé.
A vocação bem sucedida proporciona à pessoa a sensação de
felicidade interior, mesmo nas mais
duras dificuldades. Ela adquire na
radical adesão e entrega a Deus uma
noção específica de plenitude de
vida, que ninguém consegue explicar. A doação confiante e diuturna
ajuda a pessoa a alcançar aos poucos um intenso amor a Deus e aos
irmãos, como uma segunda natureza
em seu ser. Esta pessoa, assim consagrada, torna-se uma presença sacramental do amor de Deus, que se
expressa a começar pelo simples
jeito de ser, falar, acolher, sorrir,
orar, celebrar, se alegrar, servir. O
melhor sinal de alguém que é chamado por Deus para exercer a missão
em seu nome é se colocar a serviço
da felicidade dos outros e à libertação dos excluídos, com humilde e
dedicação. Jesus viveu assim, Maria, São João Batista de La Salle e
todos os santos também.
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Vida, louca vida, admirável vida
Irmão Clovis Trezzi, fsc
Por que será que a nossa vida
tem tantos mistérios? Mistérios que
nem sempre conseguimos captar?
Às vezes dá a impressão que Deus
está brincando conosco. Porque se
Ele fez a gente para viver aqui na
terra somente uma vez, não seria
tudo mais fácil se Ele definisse logo
de cara o que é que Ele quer que
façamos? Podia não ser muito mais
fácil pra Ele, mas pra nós com certeza seria.
Se Deus dissesse logo a missão
que Ele quer de nós, com certeza
poderíamos desfrutar mais da vida,
porque não teríamos mais a preocupação de descobrir a própria vocação. Ela já viria definidinha desde o
nascimento.
Se Deus dissesse logo o que Ele
quer, não correríamos o risco de
fazer coisas erradas, porque já saberíamos logo qual seria a coisa
certa. Assim, poderíamos deixar o
mundo muito mais bonito, sem tantas coisas erradas que estragam a
beleza da harmonia do universo.
Por que será que Deus faz tanto
mistério acerca da vida? Sequer sabemos como foi que surgiu a vida e
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por que morremos. Deus deve ser
alguém muito brincalhão que adora
charadas e adora ver as pessoas
lutando para tentar decifrá-las.
Essa era a reflexão que Rafael
fazia consigo mesmo certo dia de
agosto. Nesse dia, Rafael foi à missa
e o padre falou na homilia acerca das
vocações. Dizia que vocação é um
dom que Deus dá a cada um quando
ele nasce. Que a vocação é estritamente pessoal, que cada um recebe
de Deus uma série de dons que vão
ajudá-lo a viver a sua vocação.
A essa altura Rafael estava começando a ficar preocupado, pois
percebeu que não sabia quais dons
Deus havia destinado a ele, e por
conseqüência não poderia saber qual
a sua vocação.
Mas o padre continuou falando,
e disse que Deus não diz a ninguém
o que ele quer. Pelo menos não diz
de maneira explícita. Ele deixa mensagens de diversas formas e em diferentes lugares, e essas mensagens
têm de ser decifradas para que se
descubra a vocação. Por exemplo,
disse o padre, você pode estar indo
para casa e encontrar um morador
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
de rua abandonado e se compadecer dele, e resolver dedicar a sua
vida aos sofredores de rua. Isso é
um sinal de que você está decifrando
a mensagem de Deus.
Além disso, continuou o padre,
a maioria das pessoas chega ao fim
da vida sem ter a certeza absoluta de
que viveu plenamente a sua vocação. Isso porque não há certezas, e
sim mistérios.
Rafael ficou intrigado com essa
fala do padre. Ao término da missa
voltou para casa com a cabeça cheia
das reflexões que coloquei no começo da história. Não sabia o que
fazer, nem que rumo tomar, depois
de ouvir a homilia do padre. Afinal,
por que tanto mistério para se entender a vontade de Deus?
No dia seguinte, Rafael não
agüentou mais e veio procurar-me,
colocando as suas preocupações.
Depois de uma longa e agradável
conversa, Rafael saiu dali com um
monte de dúvidas, mas com algumas
respostas.
Rafael chegou à conclusão de
que Deus não define logo qual a
missão de cada um porque Ele quer
deixar à pessoa o privilégio da escolha. Cada um é livre para escolher
dizer sim ou não ao projeto de Deus.
Assim, se Ele definisse logo, a resposta seria sim e Deus estaria tirando a nossa liberdade.
Além disso, Deus quer uma coisa sim, e isso está bem claro na sua
mensagem dos Evangelhos: Deus
quer que amemos. Esta é a vocação
de todos: amar. Quando fala nos
Evangelhos em amor, Jesus está
pedindo que amemos às pessoas,
amemos o universo, amemos a nós
mesmos e amemos a Deus. Se conseguirmos fazer isso, fica mais fácil
descobrir qual a vocação específica
que é dom de cada um.
Viu como é fácil entender vocação?
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Aspirantado La Salle
Juvenista Charles Bruno dos Santos - Toledo/PR
Queridos leitores da Vem e Segue-me. Viva Jesus em nossos corações! Para sempre.
Nós, os juvenistas lassalistas de
Toledo, somos jovens que, iluminados pela palavra de Deus, buscamos
um melhor discernimento de nossa
vocação. Estamos no Aspirantado
La Salle, porque acreditamos na força do chamado de Deus em nossa
vida e porque desejamos um crescimento espiritual e social por meio da
vivência com a comunidade formativa
dos Irmãos das Escolas Cristãs
(Irmãos Lassalistas). Buscamos
relacionar a nossa vida com os
exemplos e o carisma de São João
Batista de La Salle.
Ao relacionarmos o chamado
de Deus, que nos convida para uma
abertura em favor da missão, com o
carisma de São João Batista de La
Salle, somos chamados a viver a
santidade, assim como o Senhor nos
orienta: “Sede santos, porque eu
sou santo” (1Pd 1,16).
Vivemos em uma comunidade
formativa lassalista e é nela que colocamos em comum nossos dons a
serviço da comunidade e antes de
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tudo, assumimos os estudos como
forma de doação ao Reino de Deus.
É parte de nossa formação a oração
pessoal e comunitária, pois a mesma
nos ajuda para a compreensão dos
projetos de Deus em nossa vida.
De acordo com as práticas do
Evangelho, queremos crescer na
integração de nossas dimensões, em
uma espiritualidade partilhada:
Comunidade: A comunidade é
o nosso lar, vivemos em uma atenta
ação acolhedora dedicada aos outros, procurando crescer nas atitudes de diálogo, fraterna correção e
ser uma presença entusiasmada na
vida da comunidade. Os momentos
de convivência e confraternizações
com a comunidade religiosa dos Irmãos, fazem com que os aspectos
essenciais da vida lassalista se façam
presentes na vida comunitária.
Oração: Em um relacionamento com Deus, que nos chama a uma
vivência de comunhão com Ele, dedicamos um especial tempo de nossas atividades à oração pessoal e
comunitária. É de grande importância a leitura espiritual para um crescimento na nossa dimensão orante.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
A oração é o eixo norteador de
nossas relações e trabalhos, numa
busca de unificar fé e vida, superando os dualismos existentes entre
ambos.
Apostolado: O principal apostolado é o estudo e o bom exemplo
aos nossos colegas de aula. Os estudos, os realizamos em vista da missão educativa, a que nos sentimos
chamados a dedicar a nossa vida.
Em uma gradativa introdução,
dedicamos-nos também à Catequese, à Pastoral da Juventude,
ambos nos permitem doarmo-nos
ao serviço do Evangelho.
Acompanhamento pessoal: é
uma forma de auto-conhecimento.
O formando passa a ter com o seu
formador lassalista uma atitude de
confiança em relação à formação e
numa busca constante de crescimento pessoal.
Temos a certeza de que o Espírito Santo que anima e guia as vocações nunca nos desamparará e que,
iluminados pela graça de Deus,
estamos dispostos a cada dia de
nossa vida, sempre poder dizer: Eisme aqui Senhor!
Encontro vocacional realizado em Toledo/PR, em outubro de 2005.
Na foto os vocacionados e os Aspirantes da Casa de Formação. Destacamos,
na primeira fila, à esquerda, Irmão Clovis Treze, Diretor do Aspirantado La Salle.
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Jovem, se você se sente chamado para seguir Jesus através da
educação humana e cristã de crianças e jovens, entre em contato com
os Irmãos Lassalistas e venha anunciar o Reino de Deus a todos; venha
implantar, através da EDUCAÇÃO,
o projeto de Deus junto às crianças
e aos jovens.
Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida e os Irmãos Lassalistas
esperam por você!
P.S. Conheça melhor esta obra maravilhosa da Igreja Católica entrando
em contato conosco, visitando-nos em alguma de nossas comunidades religiosas, e/ou visite-nos virutalmente:
www.lasalle.org.br ou www.delasalle.com.br
Os Aspirantes da Comunidade de Toledo em outubro de 2005, recebendo a visita do Irmão Paulo Petry, 2ª fila, 2º à direita. Destacamos
na 2ª fila, 1º à direita, Charles Bruno dos Santos, autor do artigo acima.
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Sacrifício e disponibilidade
Aspirante Lucas Petry Mueller - Toledo/PR
Engana-se aquele que acredita
que seguir a Cristo em sua missão e
viver do jeito que Ele viveu é fácil.
Muitas são as dificuldades que o
mundo atual, consumista e egoísta,
nos impõe. Seguir a Jesus é viver na
pobreza, na castidade e na obediência incondicional. É não se importar
com o conforto e com o reconhecimento, pois “...o Filho do Homem
não tem onde repousar a cabeça”
(Lc 9,58) e a glória terrena não
acompanha esse caminho.
Seguir o chamado que um dia
ouvimos é deixar o passado de lado
e pensar no futuro, olhar para frente
e recomeçar cada manhã. É na entrega total da vida e no sacrifício que
isto nos exige que nós encontramos
o gozo de viver uma vida de paz, de
superação e de alegria junto à alegria
do Pai. Viver como pobres e para os
pobres é, por muitos, considerado
difícil e até insano, parece absurdo
dedicar-se e sacrificar-se sem nada
receber materialmente. Ledo engano. O que recebemos em troca é
muito mais valioso que o dinheiro e a
glória humana, que passam e viram
pó. O que recebemos dura para
sempre e nos acompanha em cada
canto sem perder valor. Estamos
certos de que, assim, este sentimento de dever cumprido e essa paz de
espírito que o sorriso sincero que
uma criança oferece, nos fortalecem
muito mais e são alimento para a
alma neste caminho difícil, mas
compensador. Recebemos a graça
de contemplar a Deus e viver o
mistério de sua missão. Quem se
propõe a isto deve lembrar que viver
para Cristo e com Cristo é desligarse do mundo e ir anunciar o Reino de
Deus a todas as criaturas sem pensar
no passado e no que deixou para
trás.
É normal que nesta caminhada e
nesta entrega a Deus surjam dificuldades e barreiras que nos parecem
intransponíveis. Somente assim, buscando soluções e superando problemas e dificuldades é que podemos
evoluir. Não costumamos procurar
saídas para dificuldades que nunca
tivemos. Superar dificuldades e encontrar soluções só é possível quando nos entregamos de corpo e alma
e nos sacrificamos por Algo Maior.
Como vocacionados fomos chamados a deixar a família na terra natal e
lançar-nos ao largo para abrir o co-
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ração a uma nova e grande família,
deixando-nos levar por este Amor
tão maior que nós. Isto sim, é importante. Consagrando a vida a Deus,
doando-nos inteiramente por esta
missão sem titubear e sem ceder à
tentação do conforto e da segurança, conseguiremos abraçar de fato o
Amor Maior.
Quantas vezes criamos muros
que nos cercam e nos protegem
totalmente. Neles nos encerramos e
neles acreditamos iludidos. O mal e
o perigo do exterior não nos afetam
dentro desses muros imaginários de
conformismo e comodismo. Porém,
na segurança e no isolamento de
nosso egoísmo, não percebemos que
existe um mundo novo, cheio de
alegrias e também de pessoas que
precisam muito de nós e de nosso
esforço e, isto, o muro nos impede
de perceber. Viver para Cristo é
olhar para frente, derrubar este muro
e doar o sangue nesta empreitada.
Viver pela causa do Reino de Deus
é alegrar-se nas coisas simples e na
alegria sincera do trabalho bem feito
doar a própria vida. Sem capitulações, indagações ou dúvidas que
nos atormentem a ponto de desistir,
porque assim diz o Senhor: “Quem
põe a mão no arado e olha para trás
não está apto para o Reino de Deus”
(Lc 9,62).
Assumamos, então, essa meta
de nos sacrificar, para que alcançando a aptidão, sejamos dignos de
estar na presença de Deus, servi-Lo
e participar de Sua glória no Reino
de Deus. Este compromisso, assumimos na disponibilidade e na entrega total, sem titubear “pois a bondosa
mão de Deus nos protege” (Ne 2,8)
e nos dá energia para continuar.
Vai em frente
Colaboração de Leonardo Toshiaki Yoshimochi
Para sonhar o que poucos
ousaram sonhar.
Para realizar aquilo que já te disseram
que não podia ser feito.
Para alcançar a estrela inalcançável.
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Essa será a tua tarefa:
alcançar essa estrela.
Sem quereres saber
quão longe ela se encontra;
nem de quanta esperança necessitarás;
nem se poderás ser maior do que o teu medo.
Apenas nisso
vale a pena gastares a tua vida.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Palavras ao pé da cama
Juvenista Alexandre Reis - Uruará/PA
Boa noite meu Senhor Jesus!
Meu nome é Rafael, tenho seis anos,
sei que me conhece e sei que não se
esqueceu de mim.
Sabe Jesus! Fico muito triste
quando vou à igreja e o vejo pregado na cruz. Mas minha mãe me disse
que o Senhor sacrificou-se na cruz
pelos pecados da humanidade. Obrigado, Jesus! Ela também me disse
que devemos perdoar as pessoas
que nos ofenderam, porque o Senhor perdoou os que o crucificaram
e que devemos amar uns aos outros
assim como o Senhor nos amou.
Ontem o padre me contou uma
história, que falava de Maria sua
mãe. Perguntei ao padre se o Senhor
não se importaria se eu chamasse
Maria de minha mãe, e disse que
não. Ele me falou que o Senhor se
alegra com cada um que reconhece
o amor de Maria para conosco, os
seus filhos.
Ia esquecendo de lhe contar a
história. O padre começou dizendo
que Maria recebeu a visita de um
anjo que se chamava Gabriel. Este
anjo disse a Maria que ela conceberia do Espírito Santo um filho, que é
o Senhor. O padre continuou dizendo que Maria foi o primeiro sacrário,
pois carregou em seu ventre o Salvador; Maria o sacrário vivo. Faloume ainda mais. Disse que Maria
estava sempre com o seu filho e
quando o crucificaram, ela estava lá
ao pé da cruz; e quando o Senhor
subiu ao céu ela permaneceu com os
apóstolos, dando-lhes força e coragem para continuar a missão de pregar a boa nova do Reino.
Senhor me ensina a ser fiel a
Deus assim como nossa mãe, e a
amar a todos assim como ela sempre amou. Jesus lhe peço só mais
uma coisa: prepara o meu coração e
guia os meus passos para lhe seguir.
Quando eu crescer quero anunciar o
seu amor. Quero que todos conheçam o amor do Pai, do Filho e do
Santo Espírito, quero, finalmente,
que conheçam o amor da mãe,
Maria. Nossa mãe!
Senhor Jesus me proteja e me
guarde de todo mal, amém!
Virgem Maria, minha mãe,
intercedei por nós, vossos filhos.
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A verdadeira felicidade
Juvenista Edivan S. Guimarães - Uruará/PA
Meus caros amigos da Vem e
Segue-me.
Ao levantar pela manhã, quando vejo a luz do dia e a natureza,
sinto-me feliz, porque posso viver.
Quando vejo ou ouço que existem
pessoas no mundo sofrendo, morrendo e passando fome, fico muito
triste e inquieto por não poder ajudar. É só o amor que nos traz a
felicidade. “Porque não adianta o
homem ganhar o mundo inteiro se
perder e destruir a si mesmo”. Como
quase tudo na vida é relativo também o é a idéia que se faz da felicidade. Felicidade para uns é carro na
garagem, dinheiro no bolso, cerveja
na geladeira, roupa nova no armário. Para outros, ser feliz é aceitar-se
a si mesmo antes de tudo. É gostar
das coisas que Deus criou, aceitar
os demais por mais diferentes que
pareçam. Ser feliz pra mim é fazer a
vontade do Pai, para que a sua santa
vontade se cumpra em mim.
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Algumas pessoas dizem que não
são felizes por que não têm bens
materiais para viver. Mas, ser feliz é
mais que isto, é viver cercado de
amor, de uma família reunida, de
uma comunidade. Ser feliz é sair de
si mesmo e preocupar-se com os
demais, comunicar-se com as pessoas com sinceridade, respeitar as
atitudes dos outros, falar coisas agradáveis, convidar um amigo para passear, etc.
Felicidade é caminhar, é construir o caminho quebrando barreiras, é superar os obstáculos, é viver
a vida com intensidade. Felicidade é
falar, gritar, ouvir, calar e rezar, é
música, é dança, é paz, é o prazer de
descobrir a cada dia que a vida se
inicia novamente a cada amanhecer.
Onde está a felicidade?
Cada um a sua maneira deseja a
felicidade e precisa dela para viver.
A felicidade está dentro de nós
e tem um nome: Deus. Com Ele,
seremos felizes em qualquer lugar e
situação em que vivermos. Para os
jovens, como para qualquer pessoa
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
é tão difícil achar a felicidade, porque em geral a busca distante de
onde Deus se encontra! Ela está
sempre conosco, pois Ele habita em
nós! Nós é que nos perdemos dela e
acabamos ficando sós e com medo
neste mundo louco. Devemos rezar
muito, para junto a Deus, não nos
afastarmos de nossa felicidade. Deixando a felicidade crescer em nós,
muitos a verão, e vendo-a, nela poderão acreditar.
Para sermos felizes, basta que
sejamos nós mesmos. Para ser feliz
é preciso manter um lindo sorriso
nos lábios e conquistar amigos. Para
ser feliz é preciso ter Deus no coração. Evitemos que a tristeza invada
nosso ser e que ela faça do rancor
um estilo de vida. Assim a felicidade
permanecerá em nós.
Estar feliz é estar de bem com a
vida. Portanto, pratiquemos o bem e
busquemos a felicidade. Feliz não
precisamos da violência, da guerra e
da competição para viver. Por isso,
digamos sim à vida, ao bem, ao belo
e à verdade e juntos construamos
um mundo de paz, onde todos possam viver em harmonia e felicidade.
O medo real
Colaboração: Lucas Petry Mueller
Nosso maior medo não é sermos inadequados,
mas sermos poderosos além da conta.
É nossa luz e não a nossa obscuridade que muitas vezes nos apavora.
Ser pequeno e mesquinho não serve ao mundo.
Não há nada de sábio em se encolher
para que as outras pessoas não se sintam inseguras ao seu redor.
Nós todos fomos feitos para brilhar.
E na medida em que deixarmos nossa luz brilhar,
inconscientemente damos às outras pessoas
permissão para fazerem o mesmo.
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17
Juventude é ação
Juvenista Abnailson M. dos Santos - Uruará/PA
Caros leitores da Vem e Segueme, é com muita alegria que apresento aqui a experiência do grupo de
jovens JUCOC (jovens unidos caminhando otimistas em Cristo) da
comunidade Dom Oscar Romero.
Participo deste grupo com muita fé e
coragem nos fins de semana. Gosto
de estar com os jovens, animando e
aprendendo com todos eles.
Os jovens têm a capacidade de
renovar a maneira de fazer, de pensar, de lutar pelos seus valores, valores estes que muitas vezes são
escondidos ou obscurecidos pelos
contra-valores propostas pela sociedade atual. Esta capacidade dos
jovens de renovar-se é fator que
contribui para o crescimento do grupo, mas o que importa mesmo é a
espiritualidade, que cada jovem busca para si e para os demais. O
«motor de um grupo» é Deus. Sem
Ele os jovens não fazem absolutamente nada. Sem Ele o grupo de
jovens estagna.
18
Não é por acaso que o JUCOC
é um grupo que deu certo. Sua trajetória é marcada pela mística e pela
ação. Sua história é constantemente
recordada aos novos integrantes do
grupo, e esta história ajuda a fortalecer os passos a serem dados,
sempre rumo ao mesmo objetivo:
Jesus Cristo.
Hoje todos os colaboradores
fiéis do grupo têm uma missão. É um
trabalho de conscientização de outros jovens, desafiando-os a fazer
parte do grupo. A missão do grupo
e de cada um de seus integrantes é
trazer os demais jovens da sociedade para a vivência comunitária de
valores humanos e cristãos. A missão é ajudar os jovens afastados do
bem a retomar o caminho da
fraternidade, da justiça e da paz. É
simplesmente isso, mostrar que os
caminhos da droga, da prostituição,
da violência e do desrespeito, levam
o ser humano à destruição. A missão
do grupo de jovens é mostrar que o
caminho do bem está aí para ser
trilhado. Assim é a missão do
JUCOC: viver o respeito, a
fraternidade, a abertura de coração
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
para construir a alegria. Acreditamos que jovens alegres estarão dispostos a trabalhar com amor pelo
Reino de Deus.
Arrisco-me a dizer que os jovens do nosso grupo carregam grandes qualidades no íntimo do coração.
São jovens conscientes da missão
que lhes é atribuída. Sabem que com
empenho e altruísmo, conseguirão
apresentar à sociedade o valor máximo de suas vidas: o Deus vivo.
Portanto, vivem não por viver, mas
para cumprir sua missão, defendendo valores e virtudes com garra e
consciência. Cabe aqui destacar alguns fatores que fortalecem nosso
grupo. São eles: o compromisso, a
união, a humildade, os trabalhos em
favor da comunidade, a autenticidade e a firmeza no seguimento de
Jesus Cristo nosso irmão na caminhada rumo ao Pai.
Para a comunidade o grupo juvenil é um grande valor. Nele os
jovens descobrem mais facilmente a
sua vocação: matrimonial, sacerdotal, ou a vida religiosa. Peço licença
para falar rapidamente de minha experiência pessoal. Foi justamente
num grupo de jovens que descobri
minha vocação. Despertei para o
seguimento de Jesus Cristo, a partir
de minha participação no grupo de
jovens e pelas reflexões que ali se
realizavam. Neste grupo conheci a
vocação do Irmão Lassalista, que
hoje procuro seguir. Ainda estou no
juvenato, que é uma fase de
discernimento. Levo a sério esta fase
de minha formação, com muita fé e
confiança procuro a cada dia saber
mais e melhor o que é a vida religiosa
consagrada e procuro descobrir o
modo como poderei melhor responder ao chamado do Senhor. Tenho
sempre em mente que preciso ser
firme e perseverante para um dia
realizar este meu grande desejo de
ser um religioso.
O que me deixa triste é ouvir de
certas pessoas que os jovens não
fazem nada de útil na comunidade, e
que só sabem fazer arruaça nos encontros, namorar, fazer dinâmicas,
etc. Na minha humilde opinião estas
pessoas estão alienadas, pois não
sabem realmente do que um grupo
jovem é capaz. Mas não estou falando de um grupo de jovens qualquer,
falo do grupo de jovens comprometido na Igreja e interessado na
melhoria e transformação da sociedade. Este grupo de jovens,
comprometido, atuante, fraterno
e alegre é capaz de realizar grandes
coisas, e as realiza na medida em que
se permite que seus jovens integrantes sejam os protagonistas da própria história.
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19
Encontro Vocacional em Esperantina/PI
Dalton Amorim e Waléria
No segundo final de
semana do mês de outubro deste ano foi realizado em um sítio (chamado
Tapuio) na cidade de
Esperantina um Encontro de
Discernimento Vocacional.
Este foi coordenado pelo Irmão Roque Amorim (Irmão Lassalista) e
pelas Irmãs Beatriz Trezzi e Gilma
(Irmãs Escolares de Nossa Senhora). Participaram dezessete jovens
vocacionados.
Ao final do dia 7, saímos (em um
caminhão) em direção ao Tapuio.
Lá chegando, começamos o encontro com uma dinâmica de integração,
muito divertida por sinal! E já na
primeira noite aprendemos uma brincadeira que envolveu todo o grupo:
«a máfia».
O dia 8 começou com a oração
da manhã dirigida pela Irmã Beatriz,
que nos propôs refletir sobre «o sal
da terra e a luz do mundo», a partir
do Evangelho de São Mateus. Logo
depois, o Irmão Roque deu uma de
«garoto propaganda» e nos apresentou o livro «Temas para o Acompanhamento Vocacional», da auto20
ria dele e do Irmão Clovis
Trezzi. Pegamos o primeiro tema «Eu sou», e
tivemos um momento de
profunda reflexão. Para
esta atividade dividimo-nos
em dois grupos a fim de podermos nos expressar melhor. Pudemos ouvir depoimentos comoventes e ver muitas lágrimas nos rostos
dos colegas, que se emocionavam
ao ouvir a história um do outro.
No final da tarde, pudemos ir à
piscina e nos divertimos bastante lá.
Enquanto banhávamos, os pais de
um dos vocacionados vieram conversar com os orientadores do encontro.
À noite fizemos uma Via-Sacra
Vocacional, na qual refletimos sobre
a vida sacerdotal, missionária, matrimonial e sobre a Vida Religiosa. A
sexta estação foi um belo bate papo
sobre a vocação dos Irmãos
Lassalistas e das Irmãs Escolares de
Nossa Senhora, cada uma das Irmãs e também o Irmão Roque, nos
contaram um pouco de suas histórias. Depois dos depoimentos interessantes e também engraçados,
chegou a vez do «Jornal Vocacional»,
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Apresentação do Jornal Vocacional
que foi um momento bem
descontraído, no qual as notícias
eram os acontecimentos mais
marcantes dos dias do encontro.
Nem mesmo os apresentadores do
jornal (no caso, nós autores desse
texto) não nos agüentávamos e ríamos também.
Para que vocês leitores da Vem
e Segue-me não fiquem «voando»,
seguem algumas das notícias do nosso «jornal vocacional»:
- A melhor maneira de chegar
até o Tapuio é vindo com o «carrão
de luxo», ou melhor dizendo nosso
velho e bom caminhão, vejamos
porque, nele você recebe ventilação
natural, pode contemplar a paisagem extraordinária sem esforço algum, a não ser o de manter os olhos
abertos. E ainda faz exercícios enquanto se defende das árvores...
- Qual o poder da voz do Irmão
Roque? À noite, enquanto os meninos riam e contavam piadas, bastava
ouvirem a sua voz e de repente faziam total silêncio...
Na manhã de domingo, dia 9, foi
o momento de separar meninos de
meninas para conversar mais especificamente sobre o acompanhamento vocacional e as casas de formação
dos Irmãos e das Irmãs. Encerramos o encontro com o almoço.
Nosso agradecimento, à senhora Raimunda Amorim e ao seu esposo Geraldo Caiano (tios do Irmão
Roque), que várias vezes já emprestaram seu sítio para que os Irmãos
Lassalistas fizessem encontros
vocacionais lá.
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Oração de abertura.
21
- Os rapazes preferiram
dormir no alpendre interno da
propriedade e lá armaram suas
redes, também aproveitando do
galho de uma mangueira... É
isto mesmo «do galho», imaginem cinco redes armadas em
um só galho, que por sinal ainda era fino... À medida que a
noite avançava e o medo crescia, eles iam se «empoleirando»
no alpendre... Em caso de dúvidas, vejam aí as fotos...
Este foi o segundo encontro
vocacional realizado este ano pelos
Irmãos Lassalistas e pelas Irmãs Escolares e nos ajudou muito a refletir
Os rapazes com o Irmão Roque.
sobre vocação. Alguns de nós ingressaremos em 2006, em casas de
formação do Aspirantado ou do
Postulado.
Encontro Vocacional em Esperantina/PI, 7-9/10/2005.
Todo o grupo. À esquerda Irmã Beatriz Trezzi. No detalhe acima: hora de dormir.
22
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Experiência de vida no Juvenato La Salle Fátima
Gerson Sausen e Junior Schnorrenberger
Somos concluintes do 3º ano do
Juvenato La Salle Fátima de
Carazinho/RS e temos o acompanhamento formativo do Irmão Diretor Albano Thiele.
Decididos em continuar nossa
caminhada vocacional no postulado
em Esteio/RS, queremos falar um
pouco da nossa experiência de vida
no juvenato. Três anos se passaram
e foram muitos os desafios. O primeiro foi sair da casa dos pais, para
discernir melhor nossa vocação.
Crescemos e amadurecemos na fé,
sempre encontramos um meio de
resolver as situações, conhecendo
novos amigos, colegas chegando e
outros partindo.
Para nós o juvenato foi de extrema importância pois nos ajudou a
conhecer e vivenciar a vida lassalista.
Fez-nos crescer espiritualmente, na
convivência em grupo e nos estudos.
É um lugar onde uma grande diversidade de culturas se encontram.
Nesses três anos de formação, passamos por vários cursos dentre os
quais, o que mais nos atraiu de imediato, foram as aulas de violão dadas
pelo Irmão Vanderlei. Através da
música, animamos encontros de pastoral, missas, momentos de lazer e
descontração.
Vemos no juvenato a nossa própria casa, onde formamos uma nova
família que corre atrás e luta pelos
seus ideais procurando sempre ter
como exemplo a vida dos Irmãos.
Através das aulas de La Salle, conhecemos a vida de nosso Fundador
e aprendemos o quanto ele se dedicou em seu trabalho de educar as
crianças e os jovens.
Esperamos que estas experiências continuem iluminando nossos
caminhos e que favoreçam o nosso
discernimento vocacional.
Você que é jovem e que busca
algo a mais para a sua vida, venha
caminhar conosco, pois temos escolas, nas quais crianças e jovens
precisam ser educados, mas faltam
pessoas dispostas a assumir esse
desafio de educar.
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23
Dia a dia do Juvenato La Salle Fátima
Alencar Sordi, Jéferson Jung, Rafael Zydeck e Janir Kieling
Nossa vida de oração
De segunda a sexta-feira de
manhã temos a oração antes do café
para motivar-nos à mais um dia de
formação. Nas quartas à tarde e
domingos de manhã freqüentamos a
missa e também realizamos um retiro
por semestre.
Convivência no grupo
Um dos pontos fortes da nossa
formação é o relacionamento com
os colegas. Temos vários momentos de integração com os
colegas e os Irmãos. Desses
momentos destacamos os jogos
de baralho, xadrez, vôlei, futebol, basquete, sinuca entre outros.
Caros leitores o Juvenato La
Salle de Carazinho atualmente é integrado por 43 juvenistas e 6 Irmãos
formadores que se dedicam muito
para a formação dos juvenistas. Para
você que pensa futuramente seguir a
vida religiosa, queremos ajudá-lo a
entender como acontece a nossa
formação. O Juvenato tem um espaço bastante amplo que favorece o
lazer, a convivência e a oração.
24
Empregos e trabalhos
Empregos são os afazeres que
se referem principalmente à limpeza
geral dos ambientes internos das
casas como salas de estudo, capela,
biblioteca entre outros. Outro tipo
de atividade denominada trabalho é
o que é realizamos ao ar livre como
limpeza do pátio, organização dos
jardins e outros.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Estudos
Pela parte da
manhã cursamos o
Ensino Médio. Segunda e quinta-feira
à tarde fazemos estudos complementares para o Curso do
Magistério. Podemos destacar também os trabalhos de
monitoria onde auxiliamos os professoAlencar Sordi, Jeferson Jung, Rafael Zydeck e Janir Kieling.
res do Colégio La
Salle. Nas demais
tardes também temos aulas formativas como Curso de violão, Estudo sobre
a vida de La Salle, Aulas de reforço de português.
Esta casa também pode ser a tua casa. Se você gosta de desafios, juntese a nós. Nos despedimos com a tradicional saudação lassalista:
- Viva Jesus em nossos corações! - Para sempre!
Manhãs de formação
no Juvenato La Salle
Fátima,
Carazinho/RS
2005
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25
Sonhos
Postulante Rafael Magalhães - São Paulo/SP
O que se sabe a respeito da vida
humana é que quase não se sabe a
respeito dela. Sabe-se que para
melhor compreendê-la, faz-se necessário antes compreender o homem. Essa análise é de grande
importância para chegarmos a um
entendimento da vida.
Mas aí nos deparamos com outro problema: como fazer uma profunda e confiante análise do que há
no mais complexo dos seres? Um
ser com tantas contradições e com
tantos mistérios, como pode servir
de base para entendermos o que
nele contém? Talvez aí esteja a chave, pois a vida também é cheia de
contradições e mistérios. Penso que
uma análise profunda seria apenas
um rebuscamento de idéias que não
nos levariam a muito longe, senão
para dentro de nós mesmos.
Foquemos, então, uma particularidade do homem, este ser inserido
na vida. Uma das coisas que caracteriza o homem é a capacidade de
sonhar. Todos os homens,
indiscriminadamente, sonhamos, temos planos que queremos alcançar,
sonhamos com algo para nós. Vida,
homem, sonhos: estas três palavras
se completam. Para viver o homem
26
precisa de sonhos. Quando estes
acabam, junto acaba-se o sentido
de continuar vivendo. Afinal, para
que viver se eu não espero nada
desta vida? Para que viver se nada
na vida me atrai? É por isso que
quando realizamos um sonho, logo
surge outro, ou outros. Quando, por
fim, conseguimos realizar algo, imediatamente brotam novos sonhos a
realizar. Esta é a dinâmica da vida.
Com isso, podemos chegar a uma
tentativa de definição sobre o que é
a vida: uma busca incessante de realizar sonhos e, quando eles são
finalmente realizados, já existem outros à espera, prontos para nascer,
crescer e tornar-se realidade.
A partir daí, podemos reduzir o
foco. Analisemos, pois, essa busca
constante do homem de realizar seus
sonhos. Parece-me que isso é o
combustível da vida, é o que a movimenta, é o que a torna dinâmica.
No entanto, a amplitude dessa busca se diferencia em cada um por
fatores diversos: políticos, sócioeconômicos, culturais, familiares...
São vários os fatores que influenciam a intensidade dessa busca humana de realização dos sonhos.
Algumas pessoas desistem facilmen-
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
te de seus sonhos e partem para
novas buscas, outras são mais persistentes e lutam até onde podem para
tentar concretizá-los. Mesmo que
não consigam, eles não desistem.
Isso é o que identifica os vencedores: a sua capacidade de lutar sempre por seus sonhos e seus ideais.
Você gosta de esportes? Nunca
nenhum campeão em qualquer modalidade chegaria à glória se tivesse
desistido nas dificuldades que a ele
se opuseram. Você gosta de música? Nenhum grande músico chegaria aonde chegou se tivesse
abandonado seus sonhos. Nunca
nenhum deles desistiu.
E você, o que o alimenta a continuar vivendo?
Quais os seus sonhos?
O que, de fato, você faz para
realizá-los?
Essas são perguntas que deveríamos nos fazer sempre, pois nos
ajudam a dar um norte à nossa vida.
Parta em busca dos seus sonhos,
nunca desista. Mas não esqueça que
você é o responsável direto pelo
sucesso ou pelo fracasso dessa busca. Recorde que os sonhos mirabolantes requerem mirabolantes
esforços, que em geral o levarão à
realização como ser humano.
Se você, jovem, sonha entregar
sua vida em favor dos mais
necessitados, se você sonha seguir
mais de perto os passos de Jesus
Cristo, nós repetimos as palavras do
Senhor, e com Ele o chamamos:
“Vem e segue-me”.
Comunidade do
Postulado La Salle São Paulo/SP.
1ª Fila, Postulantes do 1º ano.
2ª fila, Postulantes do 2º ano, + os Irmãos Nelson e Waldemiro.
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27
Postulado La Salle - São Paulo
Postulantes
Caro leitor da Vem e Segueme. Viva Jesus em nossos corações! Para sempre.
Sou George dos Santos, natural do Estado de Sergipe. Estou há
nove meses morando no Postulado
em São Paulo/SP. Antes de vir morar aqui, eu era atuante na comunidade em que estava inserido e
trabalhava com as Irmãs Pias Mestras Venerini. Sentia o desejo de
viver como aquelas Irmãs: educando crianças, adolescentes, jovens e
adultos. No entanto, demorou para
encontrar uma Congregação Masculina voltada para o mundo da Educação, até que finalmente conheci os
Irmãos Lassalistas. Meu primeiro
contato com esta congregação religiosa foi através dos Irmãos Clovis
Treze e Paulo Petry. A partir daí, me
senti cada vez mais motivado para
deixar tudo e responder ao convite
de Cristo: Vem e Segue-me.
Ao seguimento radical de Cristo
não é fácil responder e ser fiel, pois
para isso, faz-se necessário que abramos mão de outros sonhos e projetos possíveis, para responder às
necessidades do povo de Deus den28
tro de um carisma específico, em
nosso caso, a Educação.
Aprendi - e busco aprender sempre - que para ganharmos, é importante que saibamos perder (difícil de
compreender, não é?). Posso citar
um exemplo. Eu, como qualquer jovem, queria ter uma vida estabilizada, com casa própria, carro, fortunas
de dinheiro, etc. Já estava elaborando meu currículo e minha dissertação
para entrar no mestrado em Sociologia da UFS. Lecionava disciplinas
pedagógicas no magistério de um
colégio da CNEC, Educação de
Jovens e Adultos e era coordenador
pedagógico de uma escola de Educação Infantil. Seguir esta «vida estável» ou correr atrás de meus sonhos
e minha vocação? Diante desse dilema, fui autônomo para optar por algo
que eu alimentava, que eu sonhava:
ser religioso. Acredito piamente que
esta solidez se deu a partir da minha
participação na Igreja e, principalmente, da convivência no trabalho
educativo com as Irmãs supracitadas.
No momento, faço faculdade de
Teologia, leciono Estrutura da Educação Infantil e Estrutura da EJA no
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Em julho os Postulantes e os
Irmãos do Postulado La Salle/SP,
não visitam os familiares, devido à
distância, e por isto fazem férias
comunitárias. Em 2005 visitaram
o Instituto Abel e a Unilasalle-RJ,
em Niterói, e em seguida conheceram as belezas naturais
do litoral fluminense.
Ao lado, os postulantes Eder,
Adriano e Rafael no Pontal do
Atalaia, Arraial do Cabo/RJ,
julho de 2005.
Paritcipou das féiras de 2005 o
Irmão Alberto Prada, colombiano,
que trabalha em Roma e é o
Secretário do Insituto para a área
da formação dos Irmãos. Na foto
ao lado, Irmão Alberto aparece na
2ª fila, é o 5º da D-E.
Ao lado, os jovens formandos do
Postulado La Salle/SP com os
Irmãos Formadores
Nelson Rabuske (1º na frente) e
Waldemiro Schneider (1º da D-E).
No belvedere do Forte São
Mateus, Cabo Frio/RJ.
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29
Caros amigos leitores da revista
Centro Educativo e de Assistência
Vem
e Segue-me! Escrevo pela priSocial La Salle (CEASLAS), uma
meira vez com o intuito de falar-lhes
Instituição da nossa congregação sium pouco de minha vida e caminhatuada na Vila Guilhermina em São
da vocacional no Instituto dos IrPaulo. Colaboro no processo ensimãos das Escolas Cristãs.
no-aprendizagem em Língua Portuguesa, Redação e Caligrafia de
Sou Sebastião Lopes Pereialguns postulantes. No mais, busco
ra, natural de Esperantina, uma ciresponder aos compromissos prodade localizada no norte do Estado
postos pela comunidade. Estou me
do Piauí. Filho de Francisca das
realizando bastante, tanto no aspecChagas Lopes Pereira e Franto físico, religioso, psicocisco Gomes Pereira.
afetivo e intelectual
Estou no 1º ano de
quanto no comunitáPostulado em São
rio. Espero, pela
Paulo. Aqui, vivo
Deus quando nos
graça e bondade de
uma experiência
chama, não escolhe
Deus, ser um reliprofunda de
pessoas capacitadas,
gioso-educador
mas capacita os
oração, estudos,
no Instituto dos
escolhidos. Você pode
formação
Irmãos das Esser um dos escolhidos.
psicológica,
colas Cristãs
informática,
(Irmãos Lassalistas),
discernimento, vida
a fim de ser um instrucomunitária, conhecimento na construção do
mento do Fundador São
Reino de Deus.
João Batista de La Salle e do Instituto Religioso que ele fundou.
Jovem, você que já sentiu o deConheci os Irmãos lendo alguns
sejo de servir a Deus, não deixe o
números
desta revista vocacional. À
sonho se apagar. Junte-se a nós e
proporção que ia lendo, ficava curivenha fazer parte da nossa comunioso em saber como era estar neste
dade para que possa educar e
estado de vida, pois a vida religiosa
evangelizar crianças, adolescentes,
se diferencia pelo amor com profunjovens e adultos segundo o carisma
didade ao próximo, respeito pela
lassalista. Não tenha medo. Dê o
vida e pela dignidade humana. Hoje
primeiro passo e creia que Cristo
me sinto grato por estar neste camiestará sempre com você!
nho que me fez abrir novos horizon30
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
tes para a construção de minha história pessoal, proporcionando-me
amar cada vez mais minha família,
criar laços de amizade e ajudar fraternalmente o próximo.
Jovem, sinta você também
o convite para viver esta intensa
experiência do amor de Deus para
com os irmãos, seja qual for o
estado de vida para o qual o Pai
o chama. Se você ingressar na
vida religiosas lassalista aqui no
Postulado, vai poder testemunhar
com coragem e liberdade o amor no
serviço educativo aos necessitados.
Um grande abraço!
Meu nome é Dionísio Oberger,
sou natural de Itapiranga/SC, da
comunidade de Ervalzinho. É uma
comunidade de fortes vocações onde
La Salle criou raízes em seu projeto
de amor. Sempre acompanhei os
propósitos dele e um dia manifestei o
interesse de conhecer mais de perto
a congregação dos Irmãos. Com um
bom acompanhamento, ingressei no
Postulado para melhor discernir minha vocação. Hoje, estou muito feliz
no 2° ano de formação. Vivo em
comunidade, estudo, trabalho, pratico esportes,tenhoaula de formação
e oro para sempre mais fortificar o
desejo de me doar ao projeto de amor
do Reino de Deus, segundo os princípios de S. João Batista de La Salle.
Eu, Vicente Fialho, vim de
Esperantina/PI, uma cidade com
aproximadamente 35 mil habitantes.
Lá comecei a perceber frutos de
uma semente que La Salle plantou.
Deus quando nos chama, não
escolhe pessoas capacitadas, mas
capacita os escolhidos. Você pode
ser um dos escolhidos. Este chamado é anterior até à nossa concepção.
Desde sempre Deus me quis e me
quer, pois tem um projeto de amor
para comigo. Dentre milhares de
possibilidades, fui vencedor... nasci.
Por quê? Porque Deus tinha uma
missão especial para mim.
Graças a Força Maior do Criador, que acreditou em meu potencial
aqui estou. Percebendo hoje as
motivações e valores que recebo de
Deus, os apelos que Ele me faz a
cada dia, procuro responder ao seu
chamado através das minhas ações
cotidianas. Aqui no Postulado há
uma série de atividades desenvolvidas por nós postulantes. Estas atividades exigem de nós doação gratuita,
desapego, disposição e vontade de
acertar, o que é muito importante
para fortalecer-nos em nosso caminho de doação ao Deus da Vida.
Jovem, perceba você também
as motivações e os valores dentro de
si mesmo e aceite livremente o chamado que Deus tem para sua vida.
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31
Uma opção que requer doação
Irmão Noviço Erivaldo de Jesus Silva
Caro leitor, em
com entusiasmo que
quero partilhar com
você alguns aspectos
cativantes da minha
experiência de estágio,
ou melhor, da minha
preciosa vivência com
a comunidade La Salle
Agro, Xanxerê/SC.
A Vida Religiosa
é caracterizada pela doação gratuita
e desprendida da pessoa consagrada em especial para com os mais
pobres. Assim, A Vida do Religioso
Lassalísta norteia-se basicamente
por três aspectos fundamentais: a
missão, a vida comunitária e a
vida de oração. Missão é uma exigência constante de entrega, a vida
em comunidade deve ser, sobretudo partilhada e, além do mais, a
oração e a “meditação, é o primeiro e
principal exercíciodiáriodosirmãos1”.
É também fonte impulsionadora de
toda a dimensão Consagrada.
Embora enfatizando que a missão dos Irmãos realiza-se conjuntamente e por associação, é importante
32
frisar que cada Irmão assume, segundo suas habilidades, funções distintas dentro de sua comunidade que
de certa forma, particulariza esta
missão. Entretanto não os segrega
de seu objetivo primeiro. Em
Xanxerê/SC e particularmente na
comunidade Agro, podemos perceber, com alegria, o cuidado e a
criatividade que cada membro tem
em realizar seus ministérios de forma
harmônica e comunitária.
Além do mais, a vida comunitária deve ser, sobretudo, partilhada.
Porém, mesmo afirmando que “a
comunidade é o lar dos Irmãos2”, é
fácil nos darmos conta da dificuldade existente a âmbito de partilha das
experiências de vida, talvez não pela
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
ausência de disponibilidade, mas pela
presença constante de inúmeras tarefas que são confiadas a cada Irmão. As dificuldades são
oportunidades de crescimento; mesmo com a presença delas, “Deus
não abandona «sua obra», mas se
compraz em fazê-la frutificar dia após
dia3.” É penoso quando olhamos
nossas comunidades apenas com
lentes escuras; entretanto nos alegra
o coração quando transcendemos
nossas lentes e percebemos que ainda assim, encontramos momentos
preciosos para partilhar nossos projetos de vida. Seja nas reuniões comunitárias, durante as refeições ou
mesmo nos momentos informais.
Outro aspecto importante da
Vida Consagrada é a perseverança
na “vida de oração e meditação do
Evangelho, que é o primeiro e principal exercício diário dos Irmãos4”,
esta por sua vez, fortalece e vivifica
toda a vida do Irmão. Por ela “permanecem unidos ao Deus que os
chama, consagra, envia e os salva5”.
A oração realiza-se comunitária e
pessoalmente. A pessoal é a mais
comum em comunidades como a do
Agro, onde seus integrantes exercem atividades diversas e em horários diferentes. Cônscios de que a
oração é fonte renovadora e ratifica
a Vida Consagrada, os Irmãos en-
contram momentos significativos de
oração pessoal ao longo do dia.
Levando em conta o que foi
mencionado, somos movidos a acreditar que a vida em comunidade de
Religiosos Lassalistas, como a do
Agro Xanxerê, não se resume somente em flores de primavera. Mas
se for almejar o brilho dessas pétalas
que seja para aromatizar melhor seu
jardim. Por outro lado, vivenciamos
com entusiasmo a alegria que cada
Irmão tem em oferecer-se à comunidade pelo seu testemunho de Vida
Consagrada. Acreditamos ser esse
um caminho verdadeiro. É nosso
desejo, diante dessa realidade, irmos aos poucos transformando as
dificuldadesedesafios,emconquistas
mútuas, não perdendo o referencial
de Jesus Cristo, que doou sua vida
sem esperar recompensa alguma.
Pedimos ao Pai por intercessão
de São Batista de La Salle que nos
ilumine e continue abençoando a
você, estimado leitor e a todos que
lhe são caros.
Notas
1
Regra dos Irmãos das Escolas Cristãs.
Art. 69. Signum Fidei. Roma: 2002.
2
Idem, 54.
3
Idem, 141.
4
Idem, 69.
5
Idem, 21.
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33
A parte que nos cabe no Pão dos Pobres
Postulante Ezequiel Luís Theisen - Porto Alegre/RS
Falar da missão educativa no
Pão dos Pobres (obra educativa
lassalista) é um desafio, tanto quanto
fazer acontecer esta educação, nesta instituição. De princípio temos
que ter presente que o Pão dos
Pobres é uma instituição que se situa
praticamente no centro de Porto
Alegre, mais especificamente na rua
República, 801, bairro Cidade Baixa. O terreno ocupa um quarteirão e
possui cinco prédios, os quais possuem cursos profissionalizantes, o
santuário de Santo Antônio, o ginásio de esportes, a escola normal e a
moradia dos Irmãos Lassalistas. O
Pão dos Pobres de Santo Antônio
34
pertence à Cúria da Igreja Católica
e é administrado pelos Irmãos das
Escolas Cristãs (Irmãos Lassalistas)
desde 1916. Foi criado a fim de
abrigar crianças órfãos.
Atualmente, no Pão dos Pobres
estão cerca de 190 meninos internos, de 3ª a 8ª séries. Os meninos
ingressam todas as segundas-feiras
de manhã, logo após se dirigem para
seus estudos normais na escola La
Salle Pão dos Pobres, juntamente
com os alunos externos. Pela parte
da tarde fazem inúmeras atividades,
como capoeira, jogos de futebol, o
tema escolar e estudos específicos
das matérias escolares. Após o
banho e a janta,
os internos continuam seus estudos nas salas
de aula específicas de cada
turma e se encaminham para
dormir às 21h30.
O acordar é as
6h da manhã, a
fim de tomarem
café e irem à es-
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
cola. Assim passam a
semana até sexta-feira
quando são liberados
às 15h30, para irem
passar o final de
s emana em suas
residências e junto a
seus responsáveis.
É importante termos presente algumas
características, as
quais, podem nos auxiliar a entender a missão
educativa no Pão dos Pobres, como
por exemplo: as crianças que ingressam no Pão dos Pobres, principalmente os da 3ª série, trazem uma
enorme defasagem no conteúdo e
uma dificuldade de assimilar novos
conteúdos, necessitando-se assim
iniciar trabalhos duríssimos de alfabetização primária. Olhando de um
modo mais abrangente esta característica está relacionada à escola por
ciclos de Porto Alegre, de onde
provém a maioria das crianças. Outra característica é a pouca
estimulação que essas crianças e
adolescentes recebem para estudar,
por parte da realidade da qual provém e principalmente por parte de
seus responsáveis, que na sua maioria não têm um grau de escolaridade
elevado ou necessário. Contudo, se
percebe que essas crianças gritam
internamente por melhores condições de vida, por mais atenção e por
uma sociedade que as aceite.
Nós, do postulado, atuamos em
todas as séries (3ª a 8ª),
acompanhamo os alunos pela parte
da tarde e pela parte da noite em
todas as suas atividades, ministrando reforços de matemática e português, dando catequese e trabalhando
a religiosidade cristã nos momentos
que são propícios. O trabalho é muito
desgastante por que nos incita a
estarmos abertos ao diálogo o tempo todo. As provações são inúmeras, pois temos que mediar
xingamentos, brigas e discussões, e
a realidade é conflitante tanto no
sentido moral, quanto no sentido
psicológico e físico.
A necessidade da educação é
inquestionável, mas como construir
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35
uma educação neste tipo de realidade? Tentamos fazer a educação em
todos os momentos: na hora do lanche, no futebol, nas horas de
descontração, ou seja, o desafio de
missão que nos é proposto é praticamente viver com esses meninos
durante os dias em que estes se
encontram no internato, para junto a
eles ser testemunho e exemplo de
vida. Será que nós fazemos o quanto podemos? Será que somos bons
o bastante? Será que inspiramos alguém a viver dignamente? Não sei, a
única coisa que temos certeza é que
estamos tentando honestamente fazer a nossa parte, por meio da educação, para alcançarmos, junto com
nossos educandos, um mundo mais
sincero, mais digno, mais humano e
com mais justiça.
A necessidade da educação é
inquestionável, mas como construir
uma educação neste tipo de realidade? Como conscientizar os nossos
políticos, que além do bolso deles
estar cheio de dinheiro, é necessário
que nosso povo tenha educação,
que o nosso povo tenha conhecimento? Conscientizar é complicado, porque, como eles iriam roubar
de um povo que deixaria de ser
ingênuo? Penso que, além de esquemas e fórmulas de educação, além
de estar reclamando o tempo todo
36
que o governo não faz isso, não faz
aquilo, deveríamos nós, no grupo,
na comunidade em que vivemos,
tomar iniciativas e soluções para que
a vida floresça. Penso ainda que a
educação deve ser conforme nos
destaca Antônio Moser: uma educação baseada no bem comum e
para o amor.
O Pão dos Pobres é um lugar
privilegiado para a prática da missão
educativa, porque nos obriga a sairmos de nós incessante e
ininterruptamente. A realidade é desafiadora, e como já mencionei anteriormente, nos leva a estar com os
alunos além do ambiente da sala de
aula. Procuramos oferecer-lhes os
melhores conteúdo para sua formação intelectual. Mas, além da dimensão intelectual, cuidamos para que
estes menores cresçam espiritual,
emocional e socialmente. Tentamos
com eles estabelecer relações humanas de fraternidade e harmonia,
construir um sentido de vida, descobrir valores e também de criar hábitos e posturas saudáveis. Se no início
foi muito difícil lidar com esta realidade, hoje já não vemos o conflito
como algo amedrontador, mas como
algo digno de ser entendido e trabalhado, como oportunidade de crescimento e amadurecimento pessoal.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Carta aos missionários
São Paulo, 5 de julho de 2005
Estimados Missionários Irmão Roque, Professor Fernando e Jovens participantes
Viva Jesus em nossos corações!
Como Superior Provincial, tenho a alegria de saudá-los, em meu nome e em nome da Província
Lassalista de São Paulo, em sua partida para Monte Alegre/SE. Anima-os o ideal de mais
uma experiência missionária lassalista. Sejam, pois, em primeiro lugar, suas pessoas portadoras
da Boa Nova de Jesus Cristo às pessoas que contatarem. E estas, por sua vez, serão para
vocês o testemunho da presença do Deus de Jesus Cristo que lá já se encontra. Porém, a
comunidade local, para onde viajam, aguarda-os com a expectativa de esperança que poderá
confirmar a eles na caminhada cristã, de fé, justiça e paz.
Sintam-se abençoados por todos os lassalistas, especialmente pelos membros da Pastoral da
Juventude Lassalista (PAJULA) de todas as nossas obras educativas. Vocês nos representam.
Vocês serão, nesses sete dias, de 7 a 15 de julho, nosso braço estendido até Monte Alegre.
Vocês serão nossas mãos abertas e generosas a oferecer algo que leve conforto às pessoas
necessitadas. Vocês serão nosso coração que se encontrará com os corações de gente que espera
nossa solidariedade e apoio. Vocês serão La Salle a se encontrar com crianças e jovens ávidos
de instrução e educação.
Vão em paz e retornem enriquecidos, porque terão compartilhado, pela convivência fraterna,
os dons que Deus lhes deu em abundância e que são para o bem do próximo.
Ir. Ignácio Lúcio Weschenfelder (Provincial)
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Jovens lassalistas missionários
Anelize Cristina Niteró/RJ
Olá queridos leitores da revista
Vem e Segue-me! Estamos aqui para
escrever um pouco sobre o projeto
«Missão Jovem Lassalista» edição
2005. Esta missão foi realizada entre
os dias 7 à 14 de julho, na cidade de
Monte Alegre de Sergipe/SE.
Éramos oito missionários: Amanda (Botucatu/SP), Anelize (Niterói/
RJ), Elissa (Brasília/DF), Marco
Túlio (Águas Claras/DF), Nathália
(São Carlos/SP), Marcio, ex-aluno
(Botucatu/SP), Irmão Roque e o
professor Fernando (Botucatu/SP).
Após termos sido escolhidos,
começamos a preparação através
de reuniões virtuais e e-mails. Depois de muitos meses de preparação, nervosismos e muita ansiedade,
chega a hora tão esperada!
Quando falamos de missão pensamos logo nas muitas coisas que
iríamos passar perante as pessoas
do lugar e as dificuldades que encontraríamos. Mas elas vieram muito antes do esperado, pois tínhamos
que conseguir dinheiro para a viagem e as despesas que teríamos pela
frente.
Perante essas dificuldades, nós
estudantes tivemos idéias e fizemos
algumas promoções para arrecadar
38
algum dinheiro. Assim, destacamos:
o «Cine La Salle», as barracas na
festa junina e vendas de rifas, trufas
de chocolate e sanduíche, entre outros atividades realizadas para obtermos os recursos necessários para
a missão. Além disto, tivemos ajuda
de todas as partes: assessores, grupos da PAJULA e professores, etc...
Gostaríamos também de aproveitar esse espaço que temos na
Vem e Segue-me para agradecer a
todos aqueles que nos ajudaram tanto
financeiramente quanto psicologicamente em todas as horas que foi
preciso... Se fôssemos colocar o
nome de todos teríamos que escrever muitas páginas então todos que
nos ajudaram sintam-se profundamente agradecidos.
Agora vamos escrever um pouco de como foi a nossa Missão na
cidade de Monte Alegre de Sergipe.
Para começar podemos citar que
todo o grupo se encontrou no aeroporto de Aracaju rumo a cidade de
destino... pegamos chuva durante
toda a missão desde o primeiro dia
até o ultimo dia ... vê se pode! Sertão
chuvoso e frio ninguém esperava.
Bom, a chuva tornou nosso trabalho
mais exigente, pois com isso tínhaNº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
mos que ter mais disposição para
tudo... por exemplo: passar nas casas com barro nos pés, a gripe que
pegou muitas pessoas, o frio, o sono,
tudo ficava mais difícil com aquele
tempo. Mas seguimos nosso caminho firmes e fortes com muita garra,
amor, carinho, solidariedade e muita
alegria, enfim, tudo que tínhamos de
bom para levar para aqueles que
precisavam. Vencemos muitos desafios, e todo o esforço valeu a pena,
pois quando víamos o sorriso das
crianças tudo ficava tão pequeno tão
lindo, tão fácil... já não nos importávamos mais com a chuva, com a
lama, com os mosquitos na hora de
dormir (brincadeira! Com eles não
tinha jeito, só repelente ou mosquiteiro para resolver).
No primeiro dia de missão foram escolhidos por nós, junto a comunidade os bairros que visitaríamos.
Então em todas as manhãs tomávamos café na casa das Irmãs, onde as
meninas ficaram hospedadas durante todo o tempo (e, diga-se de passagem, muito bem tratadas pela Irmã
Maria Helena) e saíamos para visitar
as casas de um certo bairro (víamos
a diferença social estampada na cidade, nas pessoas em tudo), almoçávamos na casa do Padre Francisco
onde os meninos ficaram. Já à tarde
realizávamos o projeto feito por nós
missionários, cada dia um ficava responsável pelas brincadeiras e dinâ-
micas com as crianças; e sempre
eram realizadas com os pequenos
do bairro visitado pela manhã. E à
noite uma celebração era feita para
os maiores.
Esse era nosso afazer de todos
os dias, só mudava o bairro, o projeto, o tema da celebração. No
Domingo que tivemos... pode-se
dizer uma «mordomia», foi a visita à
feira da cidade que acontece todos
os domingos.
Bom, acho que já escrevemos o
bastante para que você leitor, tenha
uma noção do que é uma missão? E
como ela é feita? Então agora, gostaria de desafiar você leitor! Você
deixaria seu trabalho, seu estudo,
sua companhia, sua casa, sua cama,
seu banheiro, sua família tudo que
nós deixamos, fora outras coisas
que tivemos que fazer, como, projetos para as crianças, escolha de
músicas, fazer roteiro de trabalho
(pois sem ele não teríamos saído do
lugar), ficar horas em reunião com
pessoas que você mal conhece para
decidir atividades que nem sabe se
vão dar certo. Você faria o que
nossos missionários fizeram, não
especificamente os que foram esse
ano, mas tantos outros que já foram?
Podemos dizer com certeza que
essa foi uma experiência em que
levaremos para toda a vida. Ficamos por aqui, beijão para todos até
a próxima.
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Trabalhos em Grupo
Márcio Lotufo e Irmão Roque Amorim, fsc
Há alguns anos temos atuado
em alguns grupos da PAJULA (Pastoral da Juventude Lassalista). Neste período pudemos, através dos
momentos bons e também dos difíceis, aprender algumas coisas sobre
o trabalho em grupo. E são exatamente quatro dimensões da vivência
em grupo, que partilhamos com
vocês.
A primeira coisa a ser considerada em um grupo são as motivações: por que nos reunimos em um
grupo? Para que estamos juntos?
Com que finalidade? É óbvio que
cada pessoa ao ingressar no grupo
possui suas motivações, cabe aos
assessores e coordenadores do grupo ajudarem a pessoa a assumir o
ideal do grupo, seja ele qual for.
Agora, claro, para que o grupo ou
movimento não tenha “data de validade” é importante que o ideal do
grupo seja algo que está para além
do aqui e agora e que também seja
duradouro. Por exemplo, um grupo
que se reúne para pintar uma escola
quando conclui sua tarefa não tem
mais porque estar junto, ao passo
que o grupo que se reúne para ajudar as pessoas carentes poderá existir por um muito tempo... E este ideal
não pode ser apenas traduzido em
40
tarefas, mas precisa de fundamentos
mais sólidos e mais amplo, que possibilitem ao grupo caminhar e descobrir diferentes meios para atingir seus
objetivo. No caso concreto da Pastoral da Juventude o seu principal
objetivo é despertar o jovem para o
seguimento de Jesus Cristo. E para
isto, cada grupo lança suas metas a
médio e curto prazo, elabora seus
projetos, desenvolve suas atividades filantrópicas ou formativas, mas
sem perder de vista o ideal central
que é seguir Jesus Cristo. E vale
lembrar que os ideais tendem a unir
as pessoas.
Outro aspecto que colabora para
o desenvolvimento de grupos (família, comunidade, pastoral, etc) é o
amor pelo grupo e a vontade de se
fazer o melhor para o bem coletivo.
Só que para isto se faz necessário ter
muita paciência, respeitar os diferentes modos de pensar, e saber
escutar. Mas escutar sem armas,
tentando afastar os preconceitos,
numa atitude de abertura para acolher o que o outro realmente expressa, pelas palavras e também através
de sua expressão física. Para esta
escuta atenta, ajuda muito fazer perguntas para que realmente possamos compreender o que o outro nos
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
transmite. É preciso, também, aprender a aceitar decisões grupais contrárias às nossas expectativas, e ao
mesmo tempo é importante ter a
coragem de expor e defender uma
idéia frente ao grupo, afinal esta poderá ser de grande importância para
o desenvolvimento e o bom andamento do grupo. Neste sentido,
muitas vezes, nos grupos surgem
conflitos devido às idéias divergentes, e aí entra em jogo outra atitude
fundamental para o trabalho em grupo, a necessidade de oferecer e
receber o perdão. O perdão facilita as relações, torna a convivência
mais significativa e permite à pessoa
e ao grupo um grande crescimento.
Sempre ganha aquele que é capaz
de pedir perdão.
O quarto elemento que destacamos é a gratuidade das ações.
Sabemos que nos grupos de jovens,
por exemplo, atividades formativas,
reformas, festas, momentos de oração nunca faltam, e para que aconteçam é necessário que alguém os
assuma, os projete e os ponha em
prática. E geralmente estas atividades dão um colorido especial aos
grupos, mas é importante se empenhar gratuitamente no desenvolvimento destas atividades, sem
esperar recompensas, pois estas
aparecerão espontaneamente, sem
que você as busque. O essencial é
trabalhar com gratuidade, oferecen-
do o melhor de si, dando a sua
contribuição para fazer o mundo um
pouco melhor e com a consciência
de que qualquer bem feito em qualquer lugar do mundo repercutirá no
mundo inteiro.
Não queira entender estes quatro elementos do trabalho ou da
vivência em grupo como “os métodos para o bom funcionamento do
seu grupo em 4 passos rápidos”,
mas acolha-os como uma partilha de
nossa caminhada, através da qual
concluímos que trabalhar com outras pessoas nem sempre é agradável, todavia nos proporciona um
crescimento sem igual. E assim, descobrimos também, que a verdadeira
felicidade não se encontra naquilo
que é apenas agradável, mas no
esforço por atingir ideais que estão
para além de nós e que nos atraem,
porque são bons em si mesmos.
Questões para reflexão:
1) Quais são os ideais do grupo ao
qual pertenço? Até que ponto eles
estão de acordo com aquilo que
desejo para minha vida?
2) Consigo expor minhas idéias no
grupo? Tenho conseguido acolher
as decisões tomadas, mesmo
quando não são as que eu defendi?
3) Quando desenvolvo uma ou outra
atividade no grupo tenho conseguido ser gratuito ou tenho esperado
alguma recompensa? Qual?
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41
A PAJULA e eu
Mariane Carraro - Pato Branco/PR
Entrei na Pajula quando estava
na 8ª série. No início do ano me
convidaram para a primeira reunião,
como já tinha ouvido falar no grupo,
resolvi ir por curiosidade, para ver
como era realmente. Vi que eram
reuniões animadas e dinâmicas, então resolvi participar do grupo.
Durante aquele ano, conheci um
pouco da vida de La Salle, os objetivos do grupo e tive a oportunidade de
participar do Encontro Anual da
Pajula. Este encontro proporcionoume um verdadeiro crescimento espiritual, um maior conhecimento sobre
o ser jovem lassalista e aumentou
ainda mais a minha vontade de continuar na pastoral da juventude.
A partir daquele ano, as semanas
que o grupo não se reunia pareciam
não ser “completas”, e a cada dia eu
me sentia mais animada para continuar nesse caminho.
Hoje estou no 3º ano do ensino
médio e no quarto ano de Pajula.
Nesse tempo já passei por várias
experiências novas, dificuldades e
desafios, dentro e fora do grupo. Com
a Pajula sempre do meu lado, consegui superar obstáculos e tirar deles
lições para minha vida.
Mas é claro que os momentos
que predominaram foram momentos
de alegria, como os dias em que íamos
fazer trabalho voluntário, visitando
42
idosos e crianças carentes, podendo
levar um pouco de carinho a eles e ver
nos seus rostos aqueles sorrisos que
me alegravam demais. Outros acontecimentos importantes foram os dias
de festinhas comemorativas, festinhas surpresas, nosso primeiro retiro,
no ano passado, que foi um fim de
semana perfeito, e que fez o grupo
crescer muito espiritualmente e ficar
ainda mais unido... E claro, os quatro
Encontros Anuais da Pajula, dos quais
participei, considero os momentos mais
felizes dessa caminhada. Neles conheci muitos amigos, amigos de longe
que vi apenas algumas vezes, mas
que fazem parte da minha vida, que
me deram muitas alegrias e que, agora distantes geograficamente, estão
sempre comigo através dos meios de
comunicação.
A Pajula se tornou para mim uma
família, que já me ensinou e me ajudou a crescer muito. Hoje não consigo mais me ver sem ela, e percebo o
quanto de bem que fez em minha
vida.
Faltam-me palavras para explicar o quanto cada membro dessa
família, tanto de perto quanto de longe, é importante e especial para mim.
Cada um tem seu lugar na minha
lembrança e no meu coração. Momentos tão maravilhosos como passei com todos, nenhuma distância e
nenhum tempo vai poder apagar.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
O Advento e nosso sim à vida
Postulante George Santos - São Paulo/SP
O Advento é o tempo litúrgico
que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem.
O Advento, portanto, é um tempo de preparação e de alegre
espera do Senhor.
Esta preparação nada mais é
que a arrumação da nossa casa.
Não uma casa construída de pedras,
senão o nosso coração. É nele que o
Senhor quer fazer morada: num coração simples, acolhedor, aberto e
flexível. Não permitamos deixar o
Menino Jesus crescer numa “casa”
onde não existe amor, perdão,
fraternidade, serviço, oração.
radia do Menino Jesus. Este santo
respondeu sim a Deus pelo serviço
aos outros, orientando-se pelos
princípios da fé e da fraternidade.
No serviço aos demais, optou
preferencialmente pelos pobres.
Nós também somos chamados a
corresponder à vocação que Deus
oferece, como lassalistas, educando
os jovens e as crianças a nós confiados. Para isto temos que ser coerentes, acolhendo e assumindo nossa
missão. Ao mesmo tempo, através
Quantas vezes queremos encontrar o Senhor somente na Eucaristia?
Jesus vem até nós na pessoa dos
nossos irmãos e irmãs, de um
modo especial, dos mais sofredores. Estes, muitas vezes, estão
em nosso meio, ao nosso lado, em
nossa comunidade.
São João Batista de La Salle
(1651-1719), nosso fundador,
deixou o coração dele se tornar mo-
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deste chamado divino, temos que
aprender a esperar e a nos preparar para acolher o Senhor que
vem dia após dia.
Muitas vezes não vivemos a
espera constante no Senhor.
Hoje, Ele quer nascer na manjedoura do nosso coração. Por isso,
alegremo-nos e preparemo-nos com
presentes de amor, de perdão, de
fraternidade, de serviço, de oração e
de bondade. Ofertemos ao Senhor,
presentes que edifiquem a nós e a
nossa comunidade. Abramo-nos
para que de nós possa transbordar a
presença de Deus.
Na Sagrada Escritura existem
dois profetas que se destacam nesta
preparação para a vida do Senhor:
Isaías e João Batista. O primeiro
anuncia o nascimento de um filho na
dinastia de Davi, com o nome significativo de Emanuel, que quer dizer «Deus Conosco». O segundo
é a voz que grita no deserto. João
Batista anuncia a vinda do Messias e prepara o caminho, pregando ao
povo a conversão. Outra pessoa
muito importante nesta preparação é
a mãe de Jesus. Deus quis precisar
do «sim» de Maria para nascer entre
nós; hoje, precisa do «sim» da Igreja
para poder nascer no mundo. E nós
somos esta Igreja.
44
Não foi fácil para a mãe de Jesus
dar um «sim» tão radical, mas ela
acreditou no plano de salvação. Ela
se fez serva do Senhor (Lc 1,38). É
importante tê-la como exemplo do
«sim» fiel ao seu próprio Filho. Ela
quis ser a serva do Senhor, foi fiel do
início ao fim no seguimento do Mestre. Não há melhor exemplo que o
de Maria para estar nesta perspectiva do advento.
Nós, cristãos, somos convidados a viver num constante advento,
antecipando, na nossa frágil e muitas
vezes debilitada história, esse encontro definitivo com o Pai. Arrumemos sempre nosso coração
enquanto é tempo.
Tomemos a mãe de Jesus como
exemplo do «sim» generoso, para
humanizar e construir um mundo onde
haja respeito pelas diferenças, diálogo, responsabilidade, participação
e cooperação, um mundo mais fraterno, justo e solidário. Assim, nosso advento será, não mais uma
simples espera, e sim, uma espera
ativa, através da qual seremos os
defensores dos verdadeiros valores
humanos e cristãos nesta sociedade
de valores tantas vezes relativizados.
Feliz Natal
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Irmãos festejam a Vida Religiosa
Irmão Paulo Petry, fsc
Na segunda semana de novembro de 2005, três Irmãos Lassalistas
festejaram seu jubileu de vida religiosa, e um renovou seus votos perpétuos em sua terra natal.
Após uma semana de trabalho
vocacional em escolas e capelas e
visitas a famílias da região, a equipe
vocacional da Diocese de Chapecó/
SC, juntamente com Irmãos e
Formandos Lassalistas, pode finalmente celebrar com a Comunidade
de Conceição a solene missa de
ação de graças, no dia 13 de novembro. Nesta missa, às 9h30 de domingo, o Irmão Gilmar Staub renovou
seus votos perpétuos na presença
Participantes lassalistas da semana vocacional: 1ª fila E-D - Ir. Alexandro, noviços Fernando,
Márcio e Alberto; 2ª fila E-D - noviços Jonas e Erivaldo, Ir. Petry, noviços Cláudio e António.
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de seus familiares e diante da comunidade, que compareceu e participou intensamente. Na mesma
ocasião, o Irmão Aloísio Flach celebrou seu jubileu de ouro de vida
religiosa, e os Irmãos Edgar Genuíno Nicodem e Paulo Petry agradeceram a Deus pelo seus vinte e cinco
anos de consagração ao Senhor da
Vida. Além do grande número de
fiéis da Linha Conceição presentes,
precisamos mencionar o comparecimento dos familiares e amigos dos
Irmãos Jubilandos, que vieram principalmente de Tunápolis e de
Ervalzinho.
Cada um dos Irmãos escolheu
um texto bíblico que orienta sua resposta ao chamado do Senhor. Assim o expressam:
Trabalho vocacional na
Escola Padre João Rick
de Linha Ervalzinho
Celebrantes da missa
na capela da Linha
Conceição.
Destacando à direita
o jubilando,
Irmão Edgar
Genuíno Nicodem.
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Acima, a apresentação das oferendas pela comunidade; e abaixo o Irmão Gilmar Staub,
que renova seus votos na missa de ação de graças, ladeado pelos pais Beno e Verônica.
Linha Conceição, 13 de novembro de 2005.
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Acima, os jubilares Irmãos Petry, Aloísio e Edgar renovam seus votos;
e abaixo, Irmão Gilmar Staub, agradece aos familiares, à congregação,
à equipe diocesana de pastoral vocacional e à comunidade pelo apoio recebido.
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Ir. Aloísio Flach: «Vou louvar a Javé,
enquanto eu viver. Vou tocar ao
meu Deus, enquanto existir»
(Salmo 146,2).
Ir. Edgar Genuíno Nicodem: «Quem
procura a justiça e o amor encontra vida» (Provérbios 21,21).
Ir. Gilmar Staub: «Ide, também vós
para minha vinha, e Eu vos darei o
que for justo» (Mateus 20,4).
Ir. Paulo Petry: «Mantenham entre
vocês laços de paz, para conservar a unidade do Espírito. Há um
só Deus e Pai de todos, que está
acima de todos, que age por meio
de todos e está acima de todos»
(Eféseos 4,3.6).
Que estas máximas da Sagrada
Escritura possam inspirara a muitos
jovens para o seguimento radical de
Jesus Cristo. E que havendo uma
vez dado a resposta ao chamado do
Senhor, possamos todos ser fiéis até
o fim. Fiéis e criativos para levar a
Boa Nova a todas as nações, sendo
discípulos esforçados no cumprimento da missão que Deus nos confia.
Os Irmãos Lassalistas agradecem a generosidade com que foram
acolhidos nas paróquias de São João
do Oeste, Itapiranga e Tunápolis.
Estes agradecimentos estendem-se
também às famílias que hospedaram
a equipe vocacional e aos agentes de
pastoral que conosco somaram na
divulgaçãodavocaçãoàvidareligiosa.
Ao lado,
a «Banda»
constituída
por Irmãos e
Formandos
Lassalsitas,
que animou
as missas de
ação de graças.
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Após a missa de domingo de
manhã, na Linha Conceição, o almoço, servido no salão da comunidade, foi um saboroso churrasco
acompanhado de saladas diversas.
Muita gente pode confraternizar-se
nesta festa popular. E após o calor
dentro do salão, muitos convidados
foram descansar à sombra do bosque acolhedor, próximo do local.
Durante a semana foram celebradas outras duas missas em ação
de graças. A primeira na sexta-feira
à noite na Linha Ervalzinho, quando
Irmão Paulo Petry renovou seus
votos diante de sua comunidade,
junto aos seus familiares e amigos. A
segunda foi no sábado à noite em
50
Tunápolis, quando Irmão Edgar
Nicodem repetiu o gesto diante dos
seus. As missas foram animadas por
Irmãos e Formandos Lassalsitas que
formaram uma «Banda» para esta
ocasião. A banda composta por teclado, trombone, trompete, violão e
flauta, revelou novos cantores entre
os jovens formandos que se preparam para abraçar a vida religiosa
lassalista.
Façamos uma corrente de
oração para que os Religiosos e
Sacerdotes permaneçam fiéis ao
chamado divino, e que sempre de
novo jovens se deixem desafiar
pela messe tão grande que precisa de bons operários, dispostos a
dar a vida pelo próximo.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Vem e segue-me
na
Reflexão
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Declaração sobre esperanças e preocupações
dos Jovens Lassalistas
Tradução: Irmão Ignácio L. Weschenfelder, fsc
Documento elaborado na última reunião do Conselho Internacional de Jovens Lassalistas
(CIJL), em Roma.
Como Jovens Lassalistas constatamos a lamentável diminuição das vocações de Irmão, que
nos faz crer que os Irmãos podem ser uma minoria no futuro. Esta realidade nos chama
a transformar nossas idéias de comunidade lassalista para abrir as portas para novos modelos
que sejam mais inclusivos para os associados e a juventude, enquanto continuamos a alimentar
as relações existentes entre Irmãos, leigos, associados e jovens. Vemos que todos os
membros da Família Lassalista são chamados a compartilhar o carisma lassalista enquanto
continuamos a buscar novas formas de constituir uma comunidade mais global como família
lassalista.
É um desafio crescente modelar continuamente a conduta e os valores lassalistas que
tentamos inspirar a outros, quando a sociedade reflete um crescente ceticismo em relação
ao devotamento à religião, à vida religiosa consagrada e à dedicação ao serviço do
economicamente pobre. Entendemos que a juventude procura apoio e aceitação não apenas
da família lassalista, mas também de suas igrejas enquanto tratam de responder às
expectativas da sociedade a seu respeito.
Como comunidade, batalhamos com as diferentes insistências propostas a cada lassalista
individualmente sobre fé, serviço e comunidade, devido aos problemas de comunicação que
isto cria. Ao mesmo tempo, buscamos aprender como morrer juntos para renascer juntos,
de modo que possamos trabalhar unidos pela missão lassalista e pelos ideais do fundador.
Estamos unidos no comum esforço por encontrar equilíbrio entre fé, serviço e comunidade
em todos os nossos trabalhos pessoais.
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Vemos que a família lassalista deve fazer frente às necessidades crescentes da juventude
e dos pobres em nossas sociedades constantemente em mudança, porém também produz muitas
idéias novas, especialmente para experiências no meio estudantil. La Salle respondeu de
forma inovadora ao mundo que o rodeava e nunca cessou de reagir com criatividade nas situações
que se lhe apresentaram. Apesar do aumento contínuo das necessidades financeiras e de
papelada necessárias para manter boas escolas, vemos a necessidade de um trabalho
continuado para dar sentido às vidas dos jovens movendo seus corações e educando suas mentes.
Como jovens, vemos as formas cambiantes de pobreza, que já não compreende somente os
pobres economicamente. Reforçamos a formação da juventude através de experiências
fortes de serviço mais do que depender somente da educação escolar, e reconhecemos o
desafio que representa a sociedade moderna de consumo frente ao esforço de ensinar à
juventude as realidades da pobreza.
Sentimo-nos chamados a criar e a dar esperança aos mais necessitados, permitindo
converter-se em protagonistas aqueles aos quais servimos. Entendemos que não somos nós
os que decidimos as necessidades do pobre, porém, em troca, devemos querer aproximarnos deles, e estar dispostos a permitir-lhes que nos revelem suas necessidades quando o
desejam e como o desejam.
Reconhecemos que os leigos e os jovens podem ter experiências de serviço e de comunidade
diferentes das dos Irmãos, porém, que eles são chamados da mesma forma a ser participantes
ativos na missão. Damo-nos conta da importância desta afirmação e de suas implicações,
e por isso, decidimos desafiar-nos uns aos outros a ser mais proativos, tanto em nosso trabalho
como em nossas relações.
(CIJL - Outubro de 2005).
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53
Salmo dos Jovens lassalistas
Jovens ex-alunos lassalistas, participantes do Encontro Anual da PAJULA, Botucatu, 2005.
Senhor, que maravilha,
louvar-te pelo reencontro!
Reencontro de amigos,
reencontro de seres
que aprenderam a se amar
e amar-te no irmão.
Senhor, és compreensão
e amor infinitos,
por isto ensina-nos a seguir
cada vez mais o teu exemplo.
Ensina-nos a amar,
compreender e perdoar.
Agradecemos, Senhor,
por todas as coisas,
pois tudo o que temos procede de ti
para a nossa felicidade e realização.
Crer em ti nos dá coragem.
Cremos com a certeza de que esta fé
nos fechará o coração
para as loucuras do mundo
e nos mostrará a beleza da vida.
Louvamos a ti pelas pessoas com as
quais nos presenteias na vida,
elas são a tua imagem e o espelho
onde podemos te contemplar.
Contemplando tua face, Senhor,
percebemos que Tu és
misericórdia infinita.
Tu estás sempre ao nosso lado
e nos fortaleces.
Tu és o nosso porto seguro.
És nosso sustento,
alicerce e fundamento.
Se por algum motivo
nos afastamos de ti,
Tu, serenamente, nos chamas
e ao retornarmos, nos perdoas
e nos amas.
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Senhor, como é bom
ser jovem lassalista!
Como é bom ser semente que faz
nascer e crescer no mundo
a espiritualidade, a fé
e o compromisso cristãos.
Inspirados por
São João Batista de La Salle,
queremos ser sinal
de tua presença no mundo,
sendo fraternos e alegres,
promotores da justiça e da paz.
Que as nossas atitudes e o nosso agir
tenham sempre
o toque de tua mão, Senhor.
Contigo seguiremos confiantes,
pois mesmo que
não alcancemos nossas metas,
permaneceremos ao teu lado,
de mãos dadas com os irmãos,
discernindo tua santa vontade.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
A Regra de Ouro
Aspirante Lucas Petry Mueller - Toledo/PR
Todas as religiões ensinam o
amor ao próximo. É verdade que a
dimensão primeira da religião é vertical: atenção a Deus Criador, que
irá receber a nossa adoração, louvor
e ação de graças. Contudo, a dimensão horizontal da religião vem
imediatamente depois e consiste em
aceitar e respeitar as outras pessoas.
O amor ao próximo, é a Regra
de Ouro da conduta moral que o
Cristianismo professa: “Tudo o que
desejais que os outros vos façam,
fazei-o também vós a eles” (cf. Mt 7,
12; Lc 6,31). O religioso lassalista
como católico e como peça fundamental na educação cristã, deve demonstrar em suas atitudes diárias o
cumprimento da Regra de Ouro do
Cristianismo e assim ser exemplo
para seus alunos.
O comodismo, o egoísmo e a
mediocridade humana tornam-se os
principais obstáculos no caminho
para a realização dessa regra. Todos sabemos, esses são sentimentos
muito humanos e presentes em todas
as camadas. Só através de um domí-
nio destes instintos primitivos de autopreservação é que conseguimos aplicar esta Regra de Ouro no nosso
dia-a-dia.
Tudo isto é muito lógico e muito
bonito, mas percebemos também o
quanto nossa alienação nos dista do
sacrifício pessoal no amor ao próximo. Se o que fazemos ao próximo é
vil e ruim, não podemos esperar que
os outros nos tratem de forma agradável. Se nossas atitudes são de
descaso e presunção, é absurdo
exigir que à nossa volta encontremos
solicitude e benevolência. Se quisermos então nos fazer ser escutados
devemos aprender a ouvir, se pedimos respeito e atenção devemos
então respeitar.
O respeito e o amor desinteressado à pessoa que está ao seu lado
é algo que deve ser espontâneo e
natural, e só através de exercícios
espirituais e atitudes conscientes é
que atingimos essa naturalidade e
espontaneidade. Como educadores
e formadores de opinião é fundamental aos religiosos a vivência dessa regra e desses sentimentos.
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Esta Regra de Ouro também faz
parte da doutrina de outras religiões.
É uma das normas morais mais importantes que surgiram na história da
humanidade, e talvez por isto chamada Lei de Ouro (Golden Rule).
Esta norma surge em diferentes épocas e culturas, e não apenas na tradição judaico-cristã, como muitas
vezes é afirmado.
A sua redação algumas vezes
tem uma abordagem beneficente, de
fazer o bem, outras vezes não
maleficente, de evitar o mal. Todas,
contudo, têm o mesmo objetivo: preservar a dignidade da pessoa humana. A seguir as máximas de algumas
destas religiões:
• Judaísmo:
“Não faças ao teu companheiro
aquilo que para ti é odioso: nisto
se resume toda a Lei; o resto é um
seu comentário” (Talmude,
Shabbat, 31 a).
• Islamismo:
“Nenhum de vós é um crente,
enquanto não amar o seu irmão
como ama a si mesmo” (As 42
Tradições de An-Nawawi).
• Hinduísmo:
“O ponto mais elevado do dever
consiste em não fazermos aos
outros o que nos causaria sofrimento se nos fosse feito a nós”
(Mahabharata, 5.15.17).
56
• Budismo:
“Não firas o próximo, para que
também tu não sejas ferido”
(Udanavarga, 5, 18).
• Confucionismo:
“O grau mais excelso da benevolência amável (jin) consiste
em não fazermos aos
outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós mesmos” (Analects, 15, 23).
• Zoroastrismo
“Age como gostarias que agissem
contigo.” (Zaratustra, Pérsia,
século VI a.C.)
• Xintoísmo
“A pessoa que ama os outros
também será amada!” (Kojiki e
Nihongi em escritos)
• Religião Tradicional Africana:
“Aquilo que deres (ou fizeres) ao
próximo, será dado (ou feito) também a ti” (Provérbio ruandês).
Como podemos ver, todas as
importantes religiões conhecem,
duma ou doutra forma, a Regra de
Ouro: “Faze aos outros o que desejas que seja feito a ti”. Em nossa
formação à vida religiosa, convivendo com diferentes pessoas em comunidade, somos constantemente
desafiados a aprender esta regra e a
colocá-la em prática no dia a dia.
Reconheço que nem sempre é fácil,
mas fazendo-o crescemos em nos-
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
sos relacionamentos, crescemos em
fraternidade e chegamos de fato a
formar a comunidade que testemunhará os valores da convivência humana, da paz e harmonia possíveis
numa época em que a sociedade, o
mundo nos querem levar tantas vezes à competição desenfreada, à
intolerância e até mesmo ao ódio.
Observando a lei de ouro, nós
formandos e religiosos lassalistas,
em comunidade, queremos chegar a
viver como viviam os primeiros cristãos. Ao olharem para as comunidades formadas por estes primeiros
seguidores de Cristo, os de fora
chegavam a comentar: «Vede como
se amam».
Portanto, em nosso discernimento
vocacional estamos num constante
aprendizado tanto da Lei de Ouro,
quanto do principal ensinamento de
Jesus Cristo: «amar-nos uns aos outros» todos os dias.
Deus é o Deus do amor, e não
do ódio; o Deus da vida, e não da
morte; o Deus da paz, e não da
guerra. “O nome do único Deus
deve tornar-se cada vez mais aquilo
que é: um nome de paz, um imperativo de paz” e é esta a função do
religioso lassalista, que vê e aplica,
especialmente na educação aos mais
necessitados, a Regra de Ouro para
toda a humanidade.
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Se
queres
colher
flores
lindas
e
perfumadas,
espalha
sementes
de
flores
lindas
e
perfumadas.
Feliz 2006
57
Vamos descer da árvore
Postulante George dos Santos - São Paulo/SP
Não podemos negar que vivemos
num mundo em constante movimento, rápido e imediato. Portanto, um
mundo imediatista, que nos pede respostas instantâneas. Dessa maneira,
corremos o risco de não termos tempo para esperar, para apreciar, para
perceber os detalhes da criação divina. Se pararmos para pensar, no entanto, observaremos que tudo na vida
exige tempo. Da concepção até o
nascimento do filho são normalmente
nove meses. Leva tempo do primeiro
choro até o olhar atento, desde que
aprendemos a sugar até soltar o sorriso espontâneo... engatinhar, ir à escola, aprender a ler, escrever, enfim.
Alguns processos são rápidos, outros
são lentos e outros podem nos acompanhar até a morte.
Não vou me ater à teologia nem
fazer uma profunda reflexão bíblica,
mas me vem à memória a história de
Zaqueu (Lc 19, 1-10). Zaqueu era um
chefe, superior, tinha poder, era rico.
Provavelmente, fez muitos chorar,
sofrer, desanimar, pensar em desistir
(ou até desistir). Ao subir na figueira,
de imediato, Jesus falou: “Desça
depressa, Zaqueu, porque hoje
preciso ficar na sua casa”. Ele
desceu sem demora.
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Jesus quis e desejou entrar na
casa de Zaqueu. Ele também quer e
deseja fazer morada no nosso coração e no das pessoas que direta ou
indiretamente são por nós acompanhadas ou orientadas. Por isto, cabe
aqui perguntar, como nós nos acolhemos uns aos outros, sabendo que
todos somos chamados a ser a morada de Jesus? Como recebemos Jesus
nos que conosco convivem na comunidade e na sociedade. Como nós
acolhemos o outro em sua totalidade?
Cristo acolheu Zaqueu em sua totalidade? Jesus o convidou, contudo «deu
tempo ao tempo» para que Zaqueu se
tornasse hospitaleiro. É importante
notarmos também a simplicidade de
Zaqueu. Ele reconheceu suas falhas,
sua prepotência e após este encontro
com Cristo, ressignificou a situação.
Ele, igualmente, pôs-se a trabalhar
em seu processo de mudança. Se, por
um lado, ele desce imediatamente da
árvore, certamente levou bastante
mais tempo para assimilar o novo
estilo de vida que o encontro com
Cristo exigiu dele.
Jesus chama a todos, como podemos ver nos Evangelhos. E como
acabamos de ver, até Zaqueu é chamado a descer tanto da árvore, quan-
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
to de sua prepotência. Jesus chama, e
exige que os chamados entrem num
processo de mudança e adaptação ao
seu estilo de vida e à mensagem do
Reino, que veio proclamar. Jesus se
identifica com os pequeninos: “Quem
der, ainda que seja apenas um copo
de água fria a um desses pequeninos,
por ser meu discípulo, eu garanto a
vocês: não perderá a sua recompensa” (Mt 10,42). Se Jesus tivesse se
identificado com os grandes, os grandiosos, os nobres, os elevados, os que
não estão à margem da sociedade,
com certeza, não precisaríamos pôr
em prática os ensinamentos do Evangelho, uma vez que bastaria apenas
nossa prepotência: “só eu falo, você
escuta”; “faça o que eu mando”...
Se Jesus quisesse seguidores
acomodados, não teria exigido mudanças de vida, mudanças de profis-
são, mudanças de casa, mudanças de
todo tipo. Se Jesus quisesse seguidores acomodados, não teria pedido a
Mateus que deixasse de ser coletor
de impostos, não teria pedido a Pedro
e companheiros para deixar de ser
pescadores, não teria solicitado a
Zaqueu que descesse da árvore. Ele
quis seguidores, que não eram perfeitos, mas que tinham a capacidade de
se aperfeiçoar no caminho. Ele os
acolheu com suas limitações, e com
suas potencialidades. Ele certamente
sabia, ou tinha a confiança de que
aqueles homens seriam capazes de
se superar, de crescer e assumir a
missão que lhes reservava. Mas para
isto, Jesus teve que ter também paciência, teve que insistir com alguns
deles para que assumissem o processo de mudança e para que assimilassem sua mensagem. Se Ele percebeu
as fraquezas humanas daqueles homens, por outro lado, levou em consideração que, apesar destas limitações,
o Pai, que a todos quer bem, também
concede a todos os dons necessários
para realizar a bom termo a obra
iniciada.
Concluindo, certamente, Jesus nos
convida agora, já: «Desça, depressa». Desçamos depressa para sermos hospitaleiros e acolhermos o outro
em sua totalidade. Desçamos depressa para ouvir, apenas ouvir a partilha
do outro, se possível, chorar, sorrir e
celebrar com ele.
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A lição do jardineiro
Autor desconhecido
Um dia, o executivo de uma
grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para
fazer a manutenção do seu jardim.
Chegando em casa, o executivo viu
que estava contratando um garoto
de apenas 15 ou 16 anos de idade.
Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto
executasse o serviço.
Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão
para utilizar o telefone e o executivo
não pôde deixar de ouvir a conversa. O garoto ligou para uma mulher
e perguntou:
- A senhora está precisando de um
jardineiro?
- Não. Eu já tenho um, foi a resposta.
- Mas, além de aparar a grama,
frisou o garoto, eu também tiro o
lixo.
- Nada demais, retrucou a senhora,
do outro lado da linha. O meu
jardineiro também faz isso.
- Eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço.
- O meu jardineiro também, tornou a
falar a senhora.
- Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível.
- Bom, o meu jardineiro também me
atende prontamente. Nunca me
deixa esperando. Nunca se atrasa.
Numa última tentativa, o menino
arriscou:
- Meu preço é um dos melhores.
- Não, disse firme a voz ao telefone.
Muito obrigada! O preço do meu
jardineiro também é muito bom.
Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro:
- Meu rapaz, você perdeu um cliente.
- Claro que não, respondeu rápido.
Eu sou o jardineiro dela. Fiz isto
apenas para medir o quanto ela
estava satisfeita comigo.
O garoto insistiu:
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Olhar sobre si mesmo
Em se falando do jardim das afeições, quantos de nós teríamos a coragem
de fazer a pesquisa deste jardineiro? E, se fizéssemos, qual seria o resultado?
Será que alcançaríamos o grau de satisfação da cliente do pequeno jardineiro?
Será que temos, sempre, em tempo oportuno e preciso, aparado as arestas dos
azedumes mal-entendidos?
Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos
canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?
Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia
entre os nossos familiares e amigos, atendendo as suas necessidades e
carências, com presteza?
E, por fim, qual tem sido o nosso preço? Temos usado chantagem ou,
como o jardineiro sábio, cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e
as deixamos florescer, sem sufocá-las?
O amor floresce nos pequenos detalhes. Como gotas de chuva
que umedecem o solo ou como o sol abundante que se faz generoso, distribuindo seu calor. A gentileza, a simpatia, o respeito são
detalhes de suma importância para que a florescência do amor
seja plena e frutifique em felicidade.
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Bem Aventurada
Um História de Maria em quadras populares
Anselmo Cabral da Silva - Recife/PE
Com luzes e cores belas
Com silenciosa elegância
Maria viveu para Deus
Desde a sua infância.
E conservou o costume
De meditar tudo em segredo.
Menina tocada do altíssimo
Cheia de fé, não tinha medo.
Já no início concebida
Pura, como uma flor,
Nasceu ela pequenina,
Mas tão grande no amor
Tinha mãos para o trabalho:
Labor diário e cadinho.
Tinha mãos de moça pobre
Para a firmeza e o carinho.
Passou pelo mundo escondida
Numa subcondição
Humilde e pobre, mas escolhida,
Desde a sua conceição.
Para sovar e assar o pão,
Para unir-se em prece.
As mãos de Maria, por primeiro
Trabalharam na santa messe.
Certamente foi tão linda
Entre as flores, Maria, criança:
Suas brincadeiras, seus jogos,
Sua alegria, suas danças...
Entre as outras meninas
Nenhuma diferença fazia:
Era igual, era tranqüila
A doce Virgem Maria.
I
Cantando os seus louvores
Rodeada de passarinhos
Crescia a Virgem Santa
Cumprindo os seus caminhos.
Obediente e silenciosa,
Em seu tempo, estigma de mulher.
Sob os olhos de seu Deus
Crescia, Maria de Nazaré.
Se a vida lhe exigia
Sacrifícios, resignação,
Desde pequena guardava
Todas as coisas no coração.
Guardava o desenho das nuvens
E o azul e branco do céu,
Guardava a Palavra de Deus
Porque judia fiel.
62
Disponível, atenta, forte,
Crescia: jovem sempre alerta.
Encruzilhada da História foi
Para Deus uma porta aberta.
E foi por Deus enamorada
Desde toda a eternidade
Por isso foi que lhe deu
A excelsa maternidade.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Só Evangelhos apócrifos
Contam sua História assim,
Que foi filha de gente honesta:
Santa Ana e São Joaquim.
Tinha a consciência serena
E alma toda em primavera.
Os pés no chão d’uma vida dura
E no destino uma quimera.
Tinha o jeito discreto e amistoso
Como qualquer moça de então
Conhecia o sorriso das festas
E a paciência da solidão.
E tal foi que São José uma dia
Por ela encheu-se de afeto
E o amor luziu-lhe no rosto
E viu o céu todo aberto.
Sonhou viver até o fim
De sua vida com Maria
Que ficariam bem velhinhos
Convivendo dia a dia.
Que por Deus fora escolhida
A ser mãe de um grande Rei
- De um Reino Eterno, sem fim Sendo preciso somente
Que a moça dissesse Sim!
Seu pensamento, tão sereno,
Não entendeu a possibilidade
De ser mãe do Rei Divino
Em seu estado de virgindade.
Justo, José também,
Sem saber foi escolhido
Para cuidar do menino
Que por Deus fora prometido
“- Não temas” - Disse São Gabriel
“nem tenhas na alma espanto,
Deus Eterno em ti conceberá
No poder do Espírito Santo”.
Carpinteiro, era descendente
De Davi, segundo a genealogia.
Consagrou-se a um novo Rei
Filho de Deus e de Maria.
E desceu do céu uma luz
Que a fez dormir num sorriso
Enquanto a carne de Maria
Gerava o dono de paraíso.
Aconteceu que certo dia
Antes mesmo do casamento
Maria encheu-se do infinito
Na alma e no pensamento.
E o Filho de Deus se fez homem
Encarnando-se milagrosamente
Na terra pura que é Maria
O Pai plantou a melhor semente.
“- Alegre-se, cheia de Graça”
Saudou-a o Arcanjo São Gabriel
Que, reverente à nazarena
Dizia coisas do céu.
A serva aceitou o convite
E se entregou à missão
Não entendia todas as coisas
Mas as guardava no coração.
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63
II
Ave, oh Maria, o teu nome
Agora é Cheio de Graça
Pois recebeste do próprio Deus
O dom profundo que te perpassa.
III
Seu primeiro gesto concreto
De caridade feminina:
Apressou-se e foi ajudar
Na gestação de sua velha prima.
Em ti para sempre estará
A inefabilidade da oração.
Onipotência suplicante
Encontraste tua vocação.
Isabel, que, em idade avançada,
Daria a Zacarias um filho.
João Batista, voz do deserto,
Conheceria, também o martírio.
Quando despertou do sono
Que a fez mãe de Jesus
Maria era a madrugada
Que antecedia a luz.
Era a Arca da Aliança,
Vaso Insigne de devoção,
Trazia consigo aquele
Que é amor e salvação.
Qual astro iluminado - uma lua Que do sol reflete a claridade,
Maria tornou-se, também ela,
Sinal de paz e verdade.
O Senhor fez em ti maravilhas
Santa mãe imaculada
Todas as gerações
Te chamarão BEM AVENTURADA.
Mas a anunciação
Era somente o começo.
Ser a escolhida de Deus
Teve sua glória e seu preço.
Maria entrou numa escola
De paciência e sofrimento:
Noites e demoras divinas
Lhe impuseram crescimento.
Peregrinou decidida e lentamente.
Firme, na doçura e no fel
Sabendo que seguia de perto
O Deus-Conosco: Emanuel.
64
No encontro entre as gestantes
Muita coisa aconteceu.
Isabel, só de ouvir Maria,
Seu menino se mexeu.
E as palavras que proferiu
Ainda hoje são repetidas
Que Maria era feliz por crer
Nas coisas que lhe foram ditas.
Como uma harpa viva
Maria, inspirada, vibrou
No seu canto, o Magnificat,
De gratidão e louvor:
Ao Deus dos pequeninos
Que despede os poderosos,
Desconcerta os soberbos
E castiga os orgulhosos...
Por ter-se lembrado dela
Serva pequena e pobre
Para tão grande tarefa
E vocação tão nobre.
Abriu-se como uma flor
Para engrandecer no seu canto
A Deus que faz maravilhas
E cujo nome é Santo!
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
IV
Mas, grávida, como explicaria
A José, a concepção do menino?
Como fazê-lo compreender
A novidade do seu destino?
Ora, José, homem justo,
Não encontrava sensatez
Para Maria, a quem não tocara
Apresentar essa gravidez.
Pôs-se em reserva, contrariado.
Coisa normal de acontecer.
Sua reação era mesmo
Vontade de entender.
No coração, ele sabia,
Que sua noiva era decente.
Como Maria lhe trouxera
Tal novidade de repente?
São José também passou
Pelo buril da provação
Mas foi o mesmo São Gabriel
Que lhe trouxe consolação.
Em sonho o anjo lhe apareceu
E esclareceu a situação
Para que recebesse Maria
Com todo amor do seu coração.
Que o rebento que ela esperava
Era o Messias aguardado
E cabia a ele, José, carpinteiro,
Dar, na infância, o cuidado.
Estando eles ali
Completaram-se os dias
Não havia quartos de estada
Somente uma estrebaria.
Numa pobreza extremada
Mas, com humilde reverência
Maria deu à luz seu filho
Cheia de amor e paciência.
O nascimento do Deus-Menino
Longe do poder e da ostentação
Já era o selo de sua mensagem
Sempre sinal de contradição.
Cercado de animais - testemunhas
Silenciosas da sublime ocasião Jesus, na manjedoura renovava
O tempo da criação...
Nos arredores os pastores
Viram o anjo de Deus.
“- Alegrem-se!”- Disse-lhes ele
“Que hoje o Cristo nasceu!”
E outros anjos se uniram a ele
Cantando a Deus nas alturas
E paz na Terra para sempre
Aos homens de vida pura.
Pastores todos acorreram
Aonde brilhavam a estrela.
A criança que era Deus
Todo mundo queria vê-la.
Que levantasse e fosse com Maria
Ao recenseamento prescrito
Mas não temesse, pois sua família,
Já era posse do Deus Bendito!
Do Oriente vieram três reis
Guiados pela mesma luz
E trouxeram vários presentes
Ao Rei-Supremo: Jesus!
E aconteceu que São José
Foi alistar-se em Belém
Levando sua Maria
Que levava mais alguém.
Incenso, ouro e mirra
Ao Deus-Menino que nasceu.
Maria, mesmo advertida,
Nem sempre compreendeu.
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65
Como toda mulher, Maria
Observava profundamente
Os fatos que sucediam
...Inesperadamente!
E as coisas que não compreendia
Guardava no coração,
Muito tempo de sua vida
Foi dado à contemplação.
V
Para os costumes judeus, Maria
Devia oferecer em purificação
Duas rolas ou dois pombinhos
Com alegria e contrição.
Também o recém-nascido
Devia ser apresentado
E Jesus foi levado ao templo
Ao Deus único consagrado.
Lá no templo o Espírito Santo
Revelou ao velho Simeão
Que não morreria sem ver o Cristo
Poder do céu e Salvação.
Erguendo menino Jesus
Deu sua existência por concluída
Feliz por ter realizado
Toda esperança de sua vida.
Depois disse à Santa Virgem
As proezas que Jesus faria
E alertou à mãe de Deus
Que a dor lhe traspassaria.
Também a profetiza Ana
Tocada na sensibilidade
Falou de Jesus àqueles que
Esperavam pela verdade.
Depois de tudo isso,
Reflexivos, foram embora.
Jesus crescia
66
Em graça, idade e sabedoria
Sob os olhos
De São José e de Nossa Senhora.
VI
Filha dileta, foste escolhida
Para gerar o Filho na Humanidade
Sob os auspícios do Espírito
És sacrário da Trindade.
És Mestra do silêncio operante
Que nos confortas no cadinho,
Nos corriges e orientas
Com firmeza e com carinho.
Segue-nos no caminho da cruz
Como se suave ele fosse,
Porque contigo nos guiando
Toda vida fica mais doce.
VII
Nos primeiros dias apostólicos
Os evangelhos foram escritos
E o imprescindível das obras
Era falar de Jesus Cristo.
Ele era o Deus encarnado
Portador da glória e sabedoria
Por isso nos textos sagrados
Pouco se fala de Maria
Mesmo assim se fez tão grande
Esta nossa mãe - irmã
Que servindo a Deus em silêncio
Foi a primeira e a maior cristã
Educou e alimentou o filho que,
Simultaneamente, a educava
Humana e santamente, dia a dia,
Às suas atividades se dedicava.
Aos doze anos de idade
Sucedeu que o menino sumiu
Mas nem Maria ou José
Viram-no quando saiu.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
No meio de tanta gente
Naquela peregrinação
José e Maria procuravam
Por Jesus, mas era em vão.
Ninguém o tinha visto.
Onde estava? Ninguém sabia...
Que humana aflição surgiu
Em José e em Maria.
Até que foram achá-lo, e
Entre os doutores, a lei ele discutia,
Falava como um rabino
Com grande sabedoria!
Coube a Maria, sua mãe,
Exercer a terrena autoridade
Chamando a atenção do menino
Que tivesse responsabilidade.
Que estava fazendo? Não percebia
Que os afligira demais?
Jesus respondeu que veio
Fazer a vontade do seu Pai.
Também Maria foi aprendendo
Aos poucos, bem devagar...
Que ela era uma discípula
mesmo estando no seu lugar.
VIII
Ninguém conta como foi
Que a vida de José terminou
Mas ao seu filho Jesus
Deu instrução e amor.
Ao lado de sua esposa
A melhor que se poderia ter
São José caminhou na fé
Até a hora de morrer.
E teve por filho seu Mestre
Que inspirava afeto e temor
Ao lado de Cristo sua vida
Foi de trabalho e louvor.
Provavelmente sua existência
Tão fiel e tão prestimosa
Tenha sido, tal como a de Maria,
De extrema caridade silenciosa.
Porque José, homem bom,
Conservou o coração puro.
E fez-se, por Jesus, uma luz
Que afugenta e clareia o escuro.
Depois que São José morreu
Mãe e filho se fizeram companhia
Na casa pobre de Nazaré
Houve trabalho, prece e harmonia.
Que o menino que gerara
Era seu filho e seu Deus.
Entre eles só contaram
Os desígnios que foram seus.
O jovem filho de Maria
Era simples e quieto demais
Nada extraordinário acontecia
Na vida do rapaz.
Mesmo sendo filho do Altíssimo
Jesus se deu à contradição:
Fez-se obediente e quis que Maria
Conhecesse a submissão.
A mãe chegava a não entender
As palavras de São Gabriel
Que profetizaram seu filho
Como alguém vindo do céu.
Até que ela descobrisse
Quanto a humildade é grande
E que somente quando se gasta
Uma vela sua luz expande.
Mas ela nunca duvidou
A despeito das aparências
Que seu Jesus era o Cristo
E sempre teve paciência.
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67
IX
Deus não faz crianças grandes,
Submete a uma educação dura.
Foi assim que instruiu Maria
Sua mãe e sua criatura.
Sendo uma ovelha do aprisco
Foi que aprendeu a ser pastora
E a rogar pela Igreja
Sendo nossa intercessora.
Sua existência teve muito
De espinho, sofrimento e dor
Mas foi com a graça do Espírito
Que esperou tudo ficar melhor.
São Gabriel tinha dito
Que seu reino seria eterno
E coberto de celestial glória,
Que Deus-Conosco (Emanuel)
Nele se manifestaria, marcando
De eternidade a História.
Concretamente, Jesus
Mantinha-se muito sereno
Maria identificou o Grande Deus
Sob cada gesto pequeno.
Era como se Ele esperasse
Para começar uma vida pública
Demonstrando sua preocupação
Tão abrangente e múltipla.
A vida de Maria não foi teatro
Assim: de emoção a emoção.
Muitas horas de rotina
Mantiveram seus pés no chão.
Carregou água para casa
E cozinhou à lenha também.
Mas seu trabalho muito simples
A levava muito além.
Porque em tudo que fazia
Punha seu coração inteiro.
Cada pequeno gesto seu
Era de amor verdadeiro.
Mesmo quando cansada
Da exploração do seu povo
Maria sonhava com um mundo
Bem bonito, santo e novo.
Mas a mãe também esperava
Com resignada esperança.
Sempre soube em seu espírito
Em quem punha sua confiança.
Lá onde ovelha e lobo
Beberiam da mesma água
E os filhos livres de Deus teriam
Suavidade na alma!
Na casa pobre de Nazaré
Viveram em reverente amizade:
Jesus amava sua mãe e discípula
Maria amava seu filho e verdade.
Lá onde antigos inimigos
Finalmente se dariam as mãos
E sob o olhar de Jesus
Se sentiriam irmãos.
68
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Desses sonhos se povoava
A imaginação de Maria
E neste intento trabalhava
Com Jesus, no dia a dia.
Quando a realidade chamava-a
Voltava ela com um sorriso
Daquelas visões que tinha
Sobre a vida no paraíso.
Hoje, como é suave
Imaginar aquele sonho
Que Maria sonhava
Nesses versos que componho.
Como se eu também
Pudesse ter os sonhos dela:
Pintar um quadro do paraíso
E me sentir dentro da tela.
XI
Numa festa de família
As bodas de Caná
A pedido de Maria
Jesus começa a atuar.
Ora, o costume daquele tempo
Era que uma festa se demorasse
Seria, pois, vergonhoso
Caso o vinho se acabasse.
Maria e seu filho eram
Convidados e parentes,
Comemoravam o casamento
Também estavam contentes.
Acontece que o vinho
Acabou antes da hora
E a consternação dos noivos
Comoveu Nossa Senhora.
X
Quem contará com justiça
A História dessa mulher
Que viveu principalmente
Do alimento da fé?
Rogou a Jesus: “Meu filho,
Não há mais vinho aqui!”
E Ele para entendê-la, perguntou:
“O que há entre mim e ti?”
Quem saberá desvendá-la?
Descobrir todos os seus encantos?
E traduzir suas belezas
Em canções de acalanto?
Ao contrário de uma distância
Se percebe cumplicidade
Entre Maria e seu filho
Para fazer caridade.
Ela foi uma rocha firme
Em toda dificuldade que encontrou
E ao mesmo tempo tão suave
E sublime como uma flor.
Que entre eles havia
Uma fina comunicação
Que prescindia de palavras:
De coração para coração.
Dir-se-ia que as brisas
Brincavam de beijar seu rosto
E faziam desenhos suaves
Com extremado bom gosto.
Confiante aquela mãe - discípula
Já havia entendido
Que Jesus, tão bom e santo
Atenderia seu pedido.
Mas, divagando em louvores,
Não vê? Quase me distraio.
Assim como eu termino
Essa homenagem de maio?
Apenas disse aos garçons:
“Façam o que Ele mandar!”
suprema fala de Maria
que deve sempre nos inspirar.
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69
E a água daquelas talhas
Jesus transformou em vinho
E da melhor qualidade
Por causa do seu carinho.
Foi manso, bom e suave
Fazia florir esperança
Alguém que ele perdoava
Voltava a se sentir criança.
E fez seu primeiro milagre
Exatamente naquele dia
Não porque fosse imprescindível,
Mas a pedido de Maria.
Mas irritou-se ao ver o templo
Servindo a interesses comerciais
Até Jesus, rico em longanimidade,
Achou aquilo demais.
Este é o maior milagre
De Jesus na vida d’um cristão
Transformar em vinho de fé
A água da distração.
E expulsou os vendilhões
Espalhou as mercadorias
Disse que o templo destruído
Ele mesmo o reergueria
Em três dias.
Jesus fez tantos milagres
Que não se poderiam contar
Mas no primeiro de todos
Quis sua mãe agradar.
XII
Teve início a vida pública
De Jesus de Nazaré
Fez milagres e fez prodígios
Para quem tivesse fé.
Num Império Romano cruel
Falou de amor e de paz
Alimentou corpos e almas
Expulsou a satanás.
Ressuscitou Lázaro, seu amigo
E a filha de Jairo também
Contava histórias bonitas
Falou do céu como ninguém.
Acalmou, no mar, a tempestade.
Com autoridade, repreendeu o vento.
O filho de Deus e de Maria
Também sabia acalmar o sentimento.
Escolheu apóstolos e discípulos
Que continuassem sua missão
Levando a Palavra de Deus
Ao mais distante torrão.
70
Assim tornou-se subversivo
Para romanos e judeus
Chamaram de blasfemo
Ao próprio filho de Deus.
E passaram a se incomodar
Com a liberdade de Jesus
De tal sorte
Que desde aquele dia
Começaram a tramar
A sua morte.
O menino quieto de Maria
Que cresceu sob seu materno olhar
Aos poderosos do Império, agora
Podia, seriamente, incomodar.
Porque insuflava as pessoas
Falando de um reino de amor.
Mas era crime falar de um poder
Que não fosse o do imperador.
Todo mundo sabe a história
Que nosso jovem Senhor
Acabou sendo traído
E que as dores da cruz
Como um criminoso
Maldosamente foi conduzido
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
XIII
A mãe padeceu com Jesus
Todo o trajeto do calvário
Acompanhou de coração partido
Todo o sofrido itinerário.
A carne humana onde Jesus
Apanhava, era torturado e sofria
Lembremo-nos, tinha somente,
O DNA de Maria.
Entre essas duas pessoas
A simbiose era tão forte
Que dividiram a graça da vida
E as dores da morte.
Maria viu Barrabás ser preferido
Pelo povo para viver
Enquanto Jesus, seu filho,
Foi condenado a padecer.
Sabia que, também ela,
Naquele instante era chamada
Para o suplício do Gólgota
A mais difícil caminhada.
Jamais, em momento algum,
Abandonou seu menino e Mestre,
Fiel a Cristo todo o tempo
De sua vida terrestre.
Manteve-se firme para suportar
A espada que lhe traspassava,
Tal como a cruz de Cristo
Sua cruz também foi pesada.
Talvez tenha compreendido
A missão da sua vida
Ser a mãe de todas as dores
Por isso, tão compadecida.
Enquanto Jesus seguia
Para a horrenda crucifixão
A mãe o acompanhava
No meio da multidão.
Quando pôde encontrar seu filho
Não quis mostrar sua tristeza
Mirou bem dentro dos seus olhos
Para infundir fortaleza.
Naquele instante de angústia
Quando o Pai se escondia
Deixou que Jesus sentisse
Sua presença no olhar de Maria.
De dentro da dor materna
A flor divina da confirmação
De novo o “ faça-se” de Maria
Unia-a a Jesus na missão.
Marteladas, pancadas, cuspidos,
Caracterizaram o altar da violência.
De Jesus o castigo era físico,
E o de Maria era a paciência.
Sob a cruz e a dor de Cristo,
Foi fiel à exigência da fé.
Não teve desmaios ou xiliques,
Maria ficou de pé.
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71
Deus pedia seu menino
Para uma grande expiação
E Maria fez uma oferta
Maior que a de Abraão.
Do alto da cruz, Nosso Senhor
Entregou ao apóstolo São João
Sua mãe e companheira...
Sublime gesto de amor
Que deu a Maria a maternidade
Da humanidade inteira.
Mãe, pela ordem da graça
Mostra-nos o caminho do céu.
Quem seguir os seus passos
Será sempre cristão fiel.
É doce viver sob seus cuidados
E sua potente proteção.
Salve Rainha, mãe de misericórdia
Vida, doçura e esperança nossa...
...Porta da Salvação!
São Luiz de Montfort
Foi feliz ao declarar
Que “a devoção à virgem Santa
É um presente que Deus dá
Àqueles a quem quer salvar.”
XIV
Mesmo agora, depois da morte
De Jesus e do medo que cresceu,
As palavras de São Gabriel
A grande mãe não esqueceu.
Aos apóstolos escondidos, Maria
Animava na oração (discreta),
Pois o Cristo ressurgiria, ela sabia
Na hora dEle, a hora certa.
No domingo, o terceiro dia
A alegria foi completa
Com Jesus ressuscitado
A porta do céu foi aberta!
Após 50 dias, os apóstolos
Se reuniram para rezar.
O Espírito veio como fogo
E Maria estava lá!
De novo e sempre presente
Na vida do povo, a Igreja,
Seja bendita Maria,
Nossa mãe Santa, assim seja.
Depois de tudo consumado
E terminada a agonia
Jesus, inerte, descido da cruz
Volta ao colo de Maria!
No presépio e no calvário foi
Maria, necessária e consoladora:
Fiel em Belém, quando feliz,
Fiel também, quando sofredora.
Contemplou profundamente
O mistério do filho moribundo
Miguel Angelo, na Pietà, traduziu
Aquele instante para todo mundo.
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
XV
Como a Bíblia ensina
Que a morte vem pelo pecado,
Como pode ter morrido
Um oração imaculado?
O fim da vida de Maria
Se deu pela dormição
E foi assunta ao céu
Como predestinação.
Nosso Senhor levou sua mãe
Para aquele lugar
Onde um dia todos nós
Também iremos morar.
E, no paraíso, como prêmio
Dos merecimentos que ela tinha,
Deus, por seu amor imenso,
Fez dela nossa rainha!
Espero pela minha vez
Quando quero ter a sorte
De abraçar a Santa Virgem
Na hora de minha morte
Quem dera que ela mesma
Viesse para me buscar
E me apresentasse ao Cristo
Pedindo para me salvar.
Quem dera que ela mesma
A doce Virgem Maria
Me conduzisse ao paraíso
Da eterna alegria!
E sob os cuidados dela
Protegido por seu amor
Confiante me apresentaria
A Jesus, o Bom Pastor...
Filho de Deus e Deus mesmo
Suavíssima Caridade.
No céu, com Jesus e com Maria,
Conhecerei a Felicidade.
Foi no Céu que o Bom Jesus
Fez de Maria nossa protetora
A grande amiga, companheira,
Mãe carinhosa e professora.
XVI
Flores que venham
Do fundo da nossa alma
Enfeitem nossa contemplação
De Maria, tão bela e calma.
Muitas flores e estrelas
Tudo para a Senhora
Que intercede por nós
Todo tempo e mesmo agora.
Quem louva Maria, louva
Aquela que o céu escolheu.
Foi por Maria que o Deus Menino
Milagrosamente nasceu!
Para ela - Nossa Senhora Nossa melhor inspiração.
Nosso melhor pensamento
E o amor do coração,
A alegria do sentimento
E a mais pura emoção.
Que Maria tome em suas mãos
Nossas vidas
E as transforme em dom.
Que as ofereça ao Bom Deus
E Ele veja
Que é bom.
Flores íntimas e verdadeiras
À mãe tão meiga
E tão forte.
Que roga por nós, pecadores,
Agora
E na hora da nossa morte.
Amém!
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73
Melhor Amigo
E dessa vez não é o cachorro.
Colaboração: João Rabuske
Oi, sou Jesus! Eu estou ao seu lado
e sou aquele que nunca desacredita
dos seus sonhos.
Sou eu que às vezes altero seu
itinerário, e até atraso seus horários
para evitar acidentes ou encontros
desagradáveis.
Sim, sou eu que falo ao seu ouvido
aquelas «inspirações» que você acredita que acabou de ter como «grande idéia».
Sou eu quem lhe causa aqueles arrepios quando você se aproxima de
lugares ou situações que vão lhe fazer mal.
E sou eu quem chora por você quando você com a sua teimosia insiste
em fazer tudo ao contrário só para desafiar o mundo.
Quantas noites passei na cabeceira de sua cama velando por sua
saúde, cuidando de sua febre e renovando suas energias.
Quantos dias eu o segurei para que você não entrasse naquele ônibus,
carro e até avião? Por quantas ruas escuras eu o guiei em segurança?
Não sei, perdi a conta, e isso não importa.
74
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
O que realmente importa, e que até me deixa preocupado, é quando
você assume a postura de vítima do mundo, quando você (apesar de eu
estar com você) não acredita na sua capacidade de resolver os problemas,
quando você aceita as situações como insolúveis. O que me deixa triste é
quando você pára de lutar e simplesmente reclama de tudo e de todos,
quando você desiste de ser feliz e culpa outra pessoa pela sua infelicidade.
Fico intranqüilo quando você se esquece de mim, deixa de sorrir e afirma
que não há motivos para sorrir, enquanto o mundo está repleto de coisas
maravilhosas que coloquei à sua disposição. Eu sou Jesus, aquele que Deus
entregou para morrer em seu lugar na cruz do calvário, em sacrifício,
para que os pecados do mundo fossem perdoados.
Já que consegui falar diretamente com você, gostaria de lhe
lembrar, que estou ao seu lado sempre, mesmo quando você acredita estar
totalmente só e abandonado. Nestes momentos de sua solidão e desespero
estou eu segurando a sua mão, consolando seu coração, olhando e velando
por você. Por amá-lo demais me entristeço com a sua tristeza. No
entanto, sei que você nasceu para adorar meu Pai que está nos céus, e
agradeço a Ele a oportunidade bendita de conhecê-lo e cuidar de você,
para que faça sempre a vontade do Criador. Você é realmente muito
especial, tanto para mim quanto para Ele.
Sou Jesus, acredito em você! Sou Jesus, seu melhor amigo. Confia em
mim, deixe-se iluminar pela luz de minha palavra, e especialmente,
deixe-se iluminar pelas luzes do Divino Espírito Santo, que comigo e com
o Pai é o único Deus.
Permaneça em contato comigo pelo diálogo constante, através da
participação na vida sacramental da Igreja e da oração diária. Sou seu
melhor amigo, sempre disposto a ouvi-lo e orientá-lo em seu caminhar.
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75
Deus é como açúcar
Um certo dia, a professora querendo saber se todos tinham estudado a lição de catecismo, perguntou
as crianças quem saberia explicar quem é Deus?
Uma das crianças levantou o braço e disse:
- Deus é o nosso Pai, Ele fez a terra, o mar e tudo que está nela; nos fez como filhos dele.
A professora querendo buscar mais respostas, foi mais longe:
- Como vocês sabem que Deus existe, se nunca O viram?
A sala ficou toda em silêncio...
Pedro, um menino muito tímido, levantou a mãozinha e disse:
- A minha mãe me disse que Deus é como o açúcar no meu leite que ela faz todas as manhãs. Eu
não vejo o açúcar que está dentro da caneca no meio do leite, mas se ela o tira, o leite fica
sem aquele sabor que eu gosto tanto. Deus existe, e está sempre no meio de nós, só que não O
vemos, mas se Ele sair de perto, nossa vida fica... sem aquele sabor especial.
A professora sorriu, e disse:
- Muito bem Pedro, eu ensinei muitas coisas a vocês, mas você me ensinou algo mais profundo que
tudo o que eu já sabia. Eu agora sei que Deus é o «nosso açúcar» e que está todos os dias adoçando
a nossa vida!
Deu-lhe um beijo e saiu surpresa com a resposta daquela criança.
A sabedoria não está no conhecimento, mas na experiência de Deus em nossas vidas. Experimentandoo uma vez, dele sempre vamos querer mais. Experimentando-o uma vez, os outros «adoçantes» já
não nos satisfarão.
Lembre-se de colocar «o Açúcar» em sua vida...
76
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Pão partido para a vida do mundo
Texto preparado pelo Papa João Paulo II
Caríssimos Irmãos e Irmãs,
1. O Dia Mundial das Missões
neste ano dedicado à Eucaristia ajuda-nos a compreender melhor o sentido “eucarístico” da nossa existência,
revivendo o clima do Cenáculo,
quando Jesus, na vigília da sua
paixão, se ofereceu ao mundo:
“Na noite em que ia ser entregue,
o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse:
«Isto é o meu corpo entregue por
vós. Fazei isto em minha memória»”
(1Cor 11,23-24).
Na recente Carta Apostólica
Mane Nobiscum Domine, convidei
a contemplar Jesus, “pão partido”
para toda a humanidade. Seguindo o
seu exemplo, também nós devemos
dar a vida pelos irmãos, especialmente pelos mais necessitados. A
Eucaristia contém em si “o sinal da
universalidade” e, de modo sacramental, prefigura o que há de acontecer, “quando os que participam da
natureza humana, regenerados em
Cristo pelo Espírito Santo, contemplando unanimemente a glória de
Deus, puderem dizer: “Pai nosso”
(Ad Gentes, 7). Deste modo,
enquanto faz compreender plenamente o sentido da Missão, a Eucaristia impele cada indivíduo que
crê, e de maneira especial os missionários, a ser “pão partido para a
vida do mundo”.
A humanidade tem necessidade de Cristo, “pão partido”
2. Na nossa época, a sociedade
humana parece envolvida por densas trevas, abalada por acontecimentos dramáticos e confundida por
calamidades naturais catastróficas.
No entanto, assim como fez “na
noite em que ia ser entregue” (1Cor
11,23), também hoje Jesus “parte o
pão” (cf. Mt 26,26) por nós e, nas
Celebrações Eucarísticas, oferecese a si mesmo sob o sinal sacramental do seu amor por todos. Por isso,
desejei lembrar que “a Eucaristia
não é expressão de comunhão
apenas na vida da Igreja; é também
projeto de solidariedade em
prol da humanidade inteira” (Mane
Nobiscum Domine, 27); é “pão
do céu”, que, dando a vida eterna
(cf. Jo 6,33), abre o coração dos
homens a uma grande esperança.
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77
O próprio Redentor, que à vista
da multidão necessitada sentiu compaixão, “pois ela estava cansada e
abatida, como ovelhas sem pastor”
(Mt 9,36), presente na Eucaristia,
continua ao longo dos séculos manifestando compaixão pela humanidade pobre e sofredora.
E é em Seu nome que os agentes
de pastoral e os missionários
percorrem caminhos inexplorados,
para levar o “pão” da salvação a
todos. Eles são animados pela consciência de que, unidos a Cristo, “centro não só da história da Igreja, mas
também da história da humanidade
(cf. Ef 1,10; Cl 1,15-20)” (Mane
Nobiscum Domine, 6), é possível
satisfazer as expectativas mais íntimas do coração humano. Somente
Jesus pode saciar a fome de amor e
a sede de justiça dos homens; somente Ele torna possível a cada pessoa a participação na vida eterna:
“Eu sou o pão vivo que desceu do
céu. Quem come deste pão viverá
eternamente” (Jo 6,51).
Juntamente com Cristo, a
Igreja faz-se “pão partido”
3. Quando celebra a Eucaristia,
de modo especial no domingo, Dia
do Senhor, a Comunidade Eclesial
experimenta, à luz da fé, o valor do
78
encontro com Cristo crucificado e
adquire cada vez mais consciência
de que o Sacrifício Eucarístico é
“em favor de muitos” (Mt 26,28).
Alimentando-nos do Corpo e do
Sangue do Senhor crucificado e ressuscitado, não podemos conservar
este “dom” somente para nós. Pelo
contrário, é necessário difundi-lo. O
amor apaixonado por Cristo leva ao
anúncio corajoso de Cristo, anúncio
que, com o martírio, se torna oferta
suprema de amor a Deus e aos irmãos. A Eucaristia leva a uma ação
evangelizadora generosa e ao compromisso efetivo na edificação de
uma sociedade mais justa e fraterna.
Faço votos cordiais, a fim de
que o Ano da Eucaristia estimule
todas as comunidades cristãs a ir
ao encontro, “com operosidade
fraterna .../... das muitas pobrezas
do nosso mundo” (Mane Nobiscum
Domine, 28). E isto, porque “pelo
amor mútuo e, em particular,
pela dedicação aos necessitados,
seremos reconhecidos como
verdadeiros discípulos de Cristo
(cf. Jo 13,35; Mt 25,31-46). Com
base neste critério, será comprovada a autenticidade das nossas celebrações eucarísticas”
(Mane Nobiscum Domine, 28).
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Os missionários, “pão partido” para a vida do mundo
4. Também hoje Cristo ordena
aos seus discípulos: “Vós mesmos
dai-lhes de comer!” (Mt 14,16). Em
seu nome, os missionários partem
rumo a muitas partes do mundo,
para anunciar e dar testemunho do
Evangelho. Com sua ação, eles fazem ressoar as palavras do Redentor: “Eu sou o pão da vida. Quem
vem a mim não terá mais sede” (Jo
6,35); eles mesmos tornam-se “pão
partido” para os irmãos, chegando
por vezes até ao sacrifício da vida.
Quantos mártires missionários,
neste nosso tempo! Que o exemplo
deles leve numerosos jovens a
percorrer o caminho da fidelidade heróica a Cristo! A Igreja tem
necessidade de homens e mulheres que estejam dispostos a consagrar-se totalmente à grande
causa do Evangelho.
O Dia Mundial das Missões
constitui uma circunstância oportuna
para tomar consciência da necessidade urgente de participar na Missão evangelizadora, em que se
encontram comprometidas as Comunidades locais e os numerosos
Organismos eclesiais e, de modo
particular, as Pontifícias Obras
Missionárias e os Institutos Missio-
nários. Trata-se de uma Missão que,
além da oração e do sacrifício, espera também apoio material concreto.
Uma vez mais, aproveito a ocasião
para frisar o serviço prestado pelas
Pontifícias Obras Missionárias e
convido todos a apoiá-las com uma
generosa cooperação espiritual e
material.
Que a Virgem, Mãe de Deus,
nos ajude a reviver a experiência do
Cenáculo, para que as nossas Comunidades eclesiais se tornem autenticamente “católicas”; ou seja,
Comunidades em que a “espiritualidade missionária”, que é “comunhão
íntima com Cristo” (Redemptoris
Missio, 88), se ponha em íntima
relação com a “espiritualidade
eucarística”, que tem como modelo
Maria, “mulher eucarística”
(Ecclesia de Eucharistia, 53);
Comunidades que permanecem
abertas à voz do Espírito e às
necessidades da humanidade; e Comunidades nas quais os fiéis, e especialmente os missionários, não
hesitem em fazer-se “pão partido
para a vida do mundo”.
Concedo-vos a todos
a minha Bênção!
Vaticano, 22 de fevereiro de 2005
Festa da Cátedra de São Pedro
João Paulo II
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79
15º Congresso Eucarístico Nacional
Florianópolis, a linda capital catarinense, foi escolhida em abril de 2002,
durante a 40ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), para ser a sede do maior evento nacional da Eucaristia. Assim, será
realizado nos dias 18 a 21 de maio de 2006 o 15º Congresso Eucarístico
Nacional. Apresentamos a seguir o tema, o lema e a oração do Congresso.
Tema: Ele está no meio de nós!
Lema: Vinde e Vede! (Jo 1,39)
Oração do 15º Congresso Eucarístico Nacional
Nós vos agradecemos, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque em vosso Filho Jesus Cristo
nos revelastes o mistério do vosso amor. Ele viveu entre nós, pregou o evangelho aos pobres,
perdoou os pecadores e curou os enfermos. Por fim, na última Ceia, deu-nos o dom de seu
corpo e de seu sangue, alimento de vida, que nos faz proclamar: Ele está no meio de nós!
Na Eucaristia, nos associamos à oferta que Ele vos faz, ó Pai, pela vida do mundo. Com
Ele, vos oferecemos as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias das mulheres e dos
homens de hoje.
Dai-nos a graça de celebrar com entusiasmo o 15º Congresso Eucarístico Nacional, na
comunhão do Espírito Santo e em unidade com a Igreja no Brasil. Queremos estar atentos
ao convite que vosso Filho nos faz - Vinde e vede! - para segui-lo com um coração
disponível
A Mãe de Jesus, Nossa Senhora do Desterro, presente com a Igreja e como Mãe da
Igreja em cada uma das celebrações eucarísticas, nos ensine a contemplar seu Filho e a adorálo no Santíssimo Sacramento, fonte inesgotável de santidade. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.
80
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Maria, passa na frente
Maria, passa na frente e vai
abrindo estradas e caminhos.
Abrindo portas e portões. Abrindo casas e corações.
A mãe indo na frente, os filhos estão protegidos e seguem
seus passos. Leva todos os filhos
sob a tua proteção.
Maria, passa na frente e resolve
aquilo que somos incapazes de resolver. Mãe, cuida de tudo que não
está ao nosso alcance. Tu tens poder
para isto. Vai mãe, vai acalmando,
serenando e amansando corações.
Vai acabando com o ódio e rancores, mágoas e maldições. Vai terminando com dificuldades, tristezas e
tentações. Vai tirando teus filhos das
perdições.
Maria, passa na frente e
cuida de todos os detalhes,
cuida, ajuda e protege a todos
os teus filhos. Maria, tu és a
mãe e também a porteira. Vai
abrindo o coração das pessoas e
as portas nos caminhos. Maria,
nós vos pedimos, passa na frente
e vai conduzindo, levando, ajudando e curando os filhos que
precisam de ti.
Quem pode dizer que foi decepcionado por ti após haver-te
chamado ou invocado teu nome?
Com o poder e o amor do teu
divino Filho, podes resolver as
coisas difíceis e impossíveis.
Nossa Senhora, fazemos essa
oração pedindo a tua proteção.
Em ti confiamos e a ti agradecemos rezando agora um «Pai-nosso» e três «Ave-Marias».
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81
Vocação, o chamado divino
Somos chamados à santidade
numa vocação específica.
Nenhum «átomo» do mundo
surgiu por acaso, ou seja, nada existe no mundo sem um plano divino.
Quando recebemos a chave dos
sacramentos, o Batismo, nos é dado
uma vocação importantíssima: a santidade. Essa é a vocação de todos
os cristãos. Deus deseja que sejamos construtores e aperfeiçoadores
de suas obras. Por isso, nos compete também outra vocação.
Muitos pensam que a palavra
vocação se relaciona intimamente
com a palavra sacerdócio. Isso não
é verdade, a vocação engloba também o matrimônio e as vidas religiosas (freiras, leigos consagrados,
missionários). Essas vidas religiosas
são uma das escolhas de muitos, que
preferem viver um total desapego às
coisas materiais - voltando-se ao
serviço de Deus.
Deus chama também muitos
homens a seguir o sacerdócio (sacer
= sagrado; dócio = dom), ou seja,
viver também em espírito de
fraternidade e serviço a Deus (padres religiosos e diocesanos).
Deus suscita também muitos
para que sigam a vocação familiar,
82
ou seja, construir uma família cristã,
com pensamentos retos e voltados
ao Senhor Jesus Cristo. Muitos pensam que é fácil seguir esse sacramento, mas nada disso é verdade.
Deus convoca tantos outros para
o serviço do Reino. Convoca a uns
para se consagrar como religioso
educador, a outro como religioso
comunicador, a outro como religioso na área da saúde, e a outros para
tantas outras missões urgentes na
Igreja de Cristo. Deus convoca pessoas a se consagrarem a Ele como
Irmãos ou Irmãs, a fim de testemunhar o amor em comunidade e prestar o serviço em favor do próximo.
Tanto o sacerdócio, quanto o
matrimônio e a vida consagrada têm
objetivos muito afins: a) responder
ao chamado do Senhor; b) prestar
um serviço ao povo de Deus; c)
Testemunhar o amor infinito do Criador, sendo com Ele co-criadores.
Logo, a vocação é para todos, e
para conhecê-la é muito importante
antes discerni-la, para saber se é
isso mesmo que Deus quer para
você. Por isso vamos viver intensamente esse Plano de Deus e procurar a cada dia cumprir a vocação de
todos nós: a santidade!
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Vem e segue-me
no
Tempo Livre
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83
A lógica de Einstein
Colaboração: Irmão Nery, autor desconhecido.
Conta-se que duas crianças estavam patinando num lago congelado da Alemanha. Era uma tarde
nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o
gelo se quebrou e uma delas caiu,
ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho
preso e se congelando, tirou um dos
patins e começou a golpear o gelo
com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o
amigo.
guido quebrar gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido,
perguntaram ao menino:
«Deus nos fez perfeitos e não
escolhe os capacitados, capacita os
escolhidos. Fazer ou não fazer algo
só depende de nossa vontade e perseverança.»
- Como você conseguiu fazer
isso? É impossível que tenha conse-
Nesse instante, o gênio Albert
Einstein que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples. - respondeu o
Einstein - Não havia ninguém ao seu
redor, para lhe dizer que não seria
capaz.
É muito melhor lançar-se à luta em busca do triunfo,
mesmo expondo-se ao insucesso, do que formar na fila
com os pobres de espírito que nem gozam muito nem
sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta
que não conhece vitória nem derrota.
(Franklin D. Roosevelt)
84
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Você tem experiência?
Num processo de seleção de uma
grande empresa, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta «Você tem experiência?» A redação
abaixo foi desenvolvida por um dos
candidatos. Ele foi aprovado e seu
texto está fazendo sucesso, e ele
com certeza será sempre lembrado
por sua criatividade, sua poesia, e
acima de tudo por sua alma.
Redação vencedora
Já fiz cosquinha na minha irmã só
pra ela parar de chorar, já me queimei
brincando com vela. Eu já fiz bola de
chiclete e melequei todo o rosto, já
conversei com o espelho, e até já
brinquei de ser bruxo. Já quis ser
astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás
da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone. Já tomei
banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo
andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba
apressado, já chorei ouvindo música
no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as
mais difíceis de se esquecer. Já subi
escondido no telhado pra tentar pegar
estrelas, já subi em árvore pra roubar
fruta, já caí da escada de bunda. Já fiz
juras eternas, já escrevi no muro da
escola, já chorei sentado no chão do
banheiro, já fugi de casa pra sempre,
e voltei no outro instante. Já corri pra
não deixar alguém chorando, já fiquei
sozinho no meio de mil pessoas
sentindo falta de uma só. Já vi pôr-dosol cor-de-rosa e alaranjado, já me
joguei na piscina sem vontade de
voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a
cidade de cima e mesmo assim não
encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi
de nervoso, já quase morri de amor,
mas renasci novamente pra ver o
sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo
de levantar. Já apostei em correr
descalço na rua, já gritei de felicidade,
já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era
para sempre, mas sempre era
um «para sempre» pela metade. Já
deitei na grama de madrugada e vi a
Lua virar Sol, já chorei por ver amigos
partindo, mas descobri que logo
chegam novos, e a vida é mesmo um
ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da
emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me
interroga, me encosta na parede e
grita: - «Qual sua experiência?». Essa
pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência... Será que ser
«plantador de sorrisos» é uma boa
experiência? Não! Talvez eles não
saibam ainda colher sonhos!
Agora gostaria de indagar
uma pequena coisa para quem
formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo
momento tudo se renova?
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85
Que tal estas?
Colaboração: George dos Santos
Calcanhar de Aquiles
De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de
tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de
Tróia, Aquiles foi atingido na única
parte de seu corpo que não tinha
proteção: o calcanhar. Portanto, o
ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.
Voto de Minerva
Ainda da Mitologia. Orestes,
filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No
julgamento, houve empate entre
os acusados. Coube à deusa
Minerva o voto decisivo, que foi em
favor do réu. Voto de Minerva é,
portanto, o voto decisivo.
Não entendo patavinas
Os portugueses encontravam
uma enorme dificuldade de entender
o que falavam os frades italianos
patavinos, originários de Pádua, ou
Pádova, sendo assim, não entender
patavina significa não entender nada.
86
Conto do Vigário
Duas igrejas de Ouro Preto/MG
receberam uma mesma imagem de
uma Santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a
escultura, os vigários contariam com
a ajuda divina, ou melhor, de um
burro. O negócio era o seguinte:
colocariam o burro entre as duas
paróquias e o animalzinho teria que
caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com
a Santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia
treinado o burro. Desse modo, Conto
do Vigário passou a ser sinônimo de
falcatrua e malandragem.
Ficar a ver navios
Dom Sebastião, rei de Portugal,
havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi
encontrado. Por esse motivo, o povo
português se recusava a acreditar na
morte do monarca. Era comum as
pessoas visitarem o Alto de Santa
Catarina, em Lisboa, para esperar
pelo rei. Como ele não voltou, o
povo ficava a ver navios.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
O canto do cisne
Dizia-se que o cisne emitia um
belíssimo canto pouco antes de
morrer. A expressão canto do
cisne representa as últimas realizações de alguém.
Olhos de lince
Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses
bichos têm a visão apuradíssima. Os
antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.
Lágrimas de crocodilo
É uma expressão usada para
se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento,
faz forte pressão contra o céu da
boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto
devora a vítima.
Estômago de avestruz
Define aquele que come de tudo.
O estômago do avestruz é dotado
de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.
Vai...
Paulo Geraldo
Para carregar sobre os ombros o peso do mundo.
Para lutar pelo bem sem descanso e sem cansaço.
Para enxugar todas as lágrimas ou para lhes dar um sentido luminoso.
Levarás a tua juventude a lugares onde se pode morrer,
porque precisam lá de ti.
Pisarás terrenos que muitos valentes não se atreveriam a pisar.
Partirás para longe, talvez sem saíres do mesmo lugar.
A vida se perde quando te agarras aos teus egoísmos
com empenho; mas se a entregas, tu verás, serás mais
livre e voarás como querias em teus sonhos.
Há testemunhas que oferecem sua vida; gastam sua
vida tal qual o círio pascal.
Se o Senhor te quer para Ele, deixa tudo e segue-o,
mesmo se isto te levar ao martírio.
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87
Prece da Rosa
Irmão Eugenio Alberto Fossá, fsc
Eu sou uma rosa! Eu nasci assim e sou sempre assim!
Os homens me dizem que simbolizo o amor.
Na verdade, eles não me oferecem senão como gestos de amor.
Eu sou sempre uma presença de amor e de plenitude,
mesmo quando enfeito uma sepultura!
Mas, apesar desta presença significativa,
não passo de uma simples rosa entre tantas rosas;
de uma flor entre tantas flores;
de um encanto entre tantos encantos da vida!
Apesar do simbolismo e dos sentimentos com que os homens
me oferecem, em circunstâncias tão diversas,
continuo sempre a mesma rosa, que hoje existo
e amanhã feneço como a erva do campo.
Assim mesmo, os homens nunca se cansam de me cultivar;
nunca se enfadam de me oferecer!
88
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Sou sempre o mesmo encanto, a mesma rosa,
o mesmo simbolismo. Tenho uma vida bem curta,
mas que encerra a expressão da plenitude da vida - o amor!
Meu Criador, obrigado por me terdes feito rosa!
Obrigado, meu Senhor, pelo destino que me destes!
Senhor, fazei que os homens, cujas mãos me plantam,
me colhem, me oferecem, me tiram fora, fazei, Senhor,
que eles sejam a expressão real daquilo que simbolizo.
Senhor, eu não sou o amor, mas apenas um símbolo do amor.
Mas os homens devem ser o amor,
pois são a vossa imagem e semelhança.
Ah! Senhor, vejo tanta coisa entre eles que não é amor!
Eu também tenho espinhos, mas nunca sou oferecida como
espinho, mas sempre como rosa.
Fazei, Senhor, que os homens todos sempre se relacionem,
Convivam numa expressão real de vossa imagem e semelhança: o amor!
Senhor, termino minha oração agradecendo-Vos
por me terdes dado um destino de anunciar constante
e permanentemente aos homens, pelo meu próprio modo-de-ser,
a expressão de vossa própria natureza e da humanidade: o amor!
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89
Viver melhor
Aproveite oportunidades
Por menores que sejam, podem ser o início
de grandes empreendimentos.
Tome o caminho certo
A direção é mais importante que a velocidade.
Mude de direção - Não siga as trilhas.
Vá por onde não há trilhas e deixe o seu rastro.
Nunca desista - A maioria teria chegado
ao triunfo se fosse um pouco mais além.
Ouse - Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perde-lo para sempre.
Mude de idéia
Não é triste mudar de idéia.
Triste é não ter idéia para mudar.
Dê exemplos
Valem muito mais que conselhos.
Não seja bom em tudo
Mas naquilo que faz, seja o melhor.
Faça sua parte
Cada um que varra sua porta,
se o mundo não ficar limpo
ficará menos sujo.
Comunique-se
Pois que graça teria a vida,
se as notícias não se espalhassem.
Perdoe - Lembre-se de que um dia
também pode precisar de perdão.
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Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Humor
H
um
or
or
Hum
Empregada displicente
A patroa, depois de agüentar muitos desaforos, vira-se
para a empregada:
- Cremilda, você está despedida!
- Mas, por quê, dona Lúcia?
- O seu trabalho está cada dia pior! O
pouco que faz, faz mal feito! Eu já
estou farta disso! Toma aqui o seu
dinheiro e suma da minha frente!
A empregada pega o dinheiro,
agradece e antes de sair tira uma nota
de 10 e joga para o cachorro.
- Mas que atrevimento! - brada a
patroa. - Jogar dinheiro para o cachorro!
- É que ele fez por merecer, dona
Lúcia. Já faz mais de um mês que é
ele quem lava a louça!
Correndo atrás do ônibus
Ao sair do trabalho, Joaquim
estava quase chegando no ponto
quando viu o seu ônibus saindo.
Correu, correu, correu... mas o ônibus foi embora. Assim que ele desistiu de correr viu o ônibus parando no
próximo ponto.
- Agora tu não me escapas... - pensou
ele. E disparou a correr novamente.
Quando estava a menos de dois
metros do ônibus, ele foi embora
outra vez. Inconformado, Joaquim
pôs-se a correr atrás dele novamen-
Humor
Humor
Hu
mo
r
te. Correu, correu, correu... mas o
ônibus ia ficando cada vez mais
distante. Quando ele parou, olhou e
viu o ônibus parando no próximo
ponto. Disparou a correr atrás dele
novamente... e assim foi, correndo, correndo até que, quando
deu por si, já havia chegado no
seu destino. Todo esbaforido,
entrou em casa e falou para a
Maria, com ar de espertalhão:
- Ó Maria, hoje eu economizei
um Real!
- Por quê? - quis saber ela.
- Quando saí do escritório fui pegar o
ônibus, mas ele já estava saindo.
Então corri atrás dele e quando vi já
tinha chegado em casa.
- Ó Joaquim, como tu és burro!
Por que não correstes atrás de
um táxi, assim economizaria logo
uns dez Reais!
Enterrando a sogra
Depois de faltar no dia anterior o
funcionário chega se desculpando:
- Bom dia, chefe. Não vim ontem
porque fui enterrar minha sogra.
Meus pêsames - disse o chefe,
constrangido. - Mas o que aconteceu
com você? Está todo arranhado, cheio
de hematomas!
- Pois é, chefe... A velha não queria
entrar no caixão de jeito nenhum!
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91
Afogando as mágoas
- Por que é que você bebe?
- Para afogar as mágoas!
- E resolve?
- Que nada! Elas aprenderam a nadar!
Dúvida postal
Manuel resolve ligar para o correio para tirar uma dúvida:
- Por gentileza, quanto custa eu mandar uma carta pelo correio?
- Ah, só uns 15 centavos.
- Hum... e o baralho inteiro?
Passando do limite
Um policial está na estrada, chegando no Posto Rodoviário onde trabalha e avista um carro andando em
baixíssima velocidade. Imediatamente ele faz sinal para o carro parar e vai
falar com o motorista. Aliás, a motorista. É uma velhinha acompanhada
de três amigas da mesma faixa etária.
- Não sei se a senhora sabe, mas
andar devagar demais pode provocar um acidente! - adverte o guarda.
- Mas, seu guarda! Eu só estou obedecendo a sinalização! Será possível que hoje em dia, só porque
ninguém respeita a sinalização...
- Um minuto, senhora! - interrompe o
policial - Posso saber que sinalização a senhora está respeitando?
A velhinha não diz nada.
Só aponta uma placa onde
está escrito «BR-050».
92
- Mas, minha senhora... Aquela placa
não indica o limite de velocidade e
sim o número da estrada, BR-050...
Olha, eu não vou multá-la se a senhora prometer ter mais atenção,
tudo bem?
- Tá certo... Tá certo...
- Só mais uma coisa - torna o guarda
- As demais senhoras estão passando bem? Elas parecem tão
assustadas...
- Elas já vão melhorar! - responde a
velhinha motorista - É que nós acabamos de sair da BR 210...
Dedo duro
Rapaz fala com sua empregada:
- Você, hein! Me traiu!
- O que foi que eu fiz? - pergunta a
empregada, espantada.
- Você prometeu que não ia contar
pra minha mãe a hora que eu cheguei ontem à noite.
- Ué, e eu não contei...
- Como não?
- Não falei mesmo. Quando sua mãe
perguntou, eu disse que estava tão
ocupada preparando o café da manhã
que nem reparei que horas eram...
Conversa de anjo
Dois anjos conversando:
- Como será o tempo amanhã?
- Acabo de ouvir na rádio que vai ficar
o dia todo nublado.
- Que bom! Assim a gente vai ter
lugar para sentar!
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Pedido natalino
Final de ano, Joãozinho resolve
escrever uma carta para o Papai
Noel: - Querido Papai Noel, fui um
bom menino durante todo o ano. Gostaria de ganhar uma bicicleta.
O menino olha para o texto e,
insatisfeito, amassa a folha e escreve
novamente: - Papai Noel, fui um bom
menino durante a última semana. Por
favor, mande-me uma bicicleta.
Novamente Joãozinho não se
satisfaz. Pensa um pouco, vai até o
presépio, pega o Menino Jesus, tranca-o em uma gaveta e volta a escrever: - Virgem Maria, seqüestrei seu
filho. Se quiser vê-lo novamente,
mande-me uma bicicleta.
Sabedoria paterna
O garoto pergunta ao pai:
- É verdade que os pais sempre sabem mais que os filhos?
- É verdade - responde o pai.
- Então, me diga, quem foi que inventou o avião?
- Foi Santos Dumont!
- Nesse caso, então porque que não
foi o pai dele?
Os reis do gado
Dois amigos fazendeiros se encontram depois de muito tempo e, a
certa altura da conversa, o primeiro
pergunta:
- E aí, Durval? Com quantos alqueires
está a sua fazenda?
- Já tá com quase cem alqueires e a sua?
- Só pra você ter uma idéia, pela manhã eu
saio de casa, ligo meu Jeep e ao meio-dia
ainda não percorri nem a metade da
minha propriedade.
- Entendo... eu também já tive um
carro desses! É uma droga...
O passeio de charrete
da rainha
Estavam a passear numa
charrete a Rainha da Inglaterra e um
famoso Conde da região. De repente,
um dos cavalos soltou um estrondoso
peido e a Rainha, muito constrangida,
apressou-se em se desculpar:
- Perdoe-me, senhor Conde!
Mas assim é a natureza!
O Conde logo respondeu: - Ora, não
precisa ficar envergonhada! Eu até pensei que tivesse sido um dos cavalos!
O quarto barato
Um homem chega na cidadezinha do interior e, ao procurar o hotel,
estranha os preços das diárias. Havia
diária de cem reais, uma de cinqüenta
reais e outra de dez reais. O capiau
atende e explica:
- Na de cem reais tem TV, vídeo e
sauna. Na de cinqüenta reais, não
tem sauna. Na de dez reais tem que
fazê a cama!
O viajante não tem dúvida: - Fico
nessa! Fazer a cama pra mim não é
problema!
- Certo... Então pode pegá a madêra,
os prego e o martelo ali no fundo!
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93
Expressões pernambucanas.
- Botão de som é pitôco;
- Se é muito miúdo é pixotinho;
- Se for resto é cotôco;
- Tudo que é bom é massa ;
- Tudo que é ruim é peba;
- Rir dos outros é mangar;
- Ficar cheio de não me
toque, frescura, é pantim;
- Colar na prova é filar;
- Quem é franzino (pequeno e
magro) é xôxo;
- O bobo se chama leso;
- E o medroso se chama frouxo;
- Vai sair, diz vou chegar;
- “Caba” (homem)
sem dinheiro é liso;
- A moça nova é boyzinha;
- Quem entra sem licença
emburaca;
- Pedaço de pedra é xêxo;
- Quem não paga é xexêro;
- Gente insistente é pegajosa;
- Briga pequena é arenga;
- Corrente com pingente
é trancilim;
- Pão bengala é tabica;
- Desarrumado é malamanhado;
- Pessoa triste é borocoxô,
macambúzio;
- “É mesmo” é “Iapôis”;
É assim que acontece, visse?
94
O «perigo do pão»!
Pesquisas sobre o pão indicam que:
1) 100% dos consumidores de pão
acabam MORTOS.
2) 98,3% dos presidiários que cumprem pena por crimes violentos,
são usuários de pão.
3) 92,7% dos crimes violentos são
cometidos dentro de 24 horas depois da ingestão de pão.
4) O pão é feito basicamente de farinha de trigo. Está provado que
menos de 500 gramas de farinha de
trigo são suficientes para sufocar
um rato. O indivíduo médio, que
consome em média dois pães de
cinqüenta gramas por dia, terá ingerido no final do mês farinha suficiente para ter matado seis ratos.
5) Está provado estatística e cientificamente que o uso do pão, causa
dependência física e mental. Pesquisa feita em voluntários, revelou
que 99,8% daqueles que foram submetidos a uma dieta forçada somente à base de água, imploraram
por pão, em três dias ou menos.
O nosso cérebro
De acrodo com uma pqsieusa de
uma uinrvesriddae ignlsea, não
ipomtra em qaul odrem as lrteas
de uma plravaa etãso, a úncia
csioa iprotmatne é que a piremria
e útmlia lrteas etejasm no lgaur
crteo. O rseto pdoe ser uma
bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe
ler sem pobrlmea. Itso é poqrue
nós não lmeos cdaa lrtea isladoa,
mas a plravaa cmoo um tdoo.
Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI
Irmão Marcos Antonio Corbellini, fsc
Provincial de Porto Alegre
Irmão Paulo Petry, fsc
Provincial de São Paulo
Novos Irmãos Provinciais
Visite o site www.lasalle.org.br e
reze conosco. Nas «animações do
Irmão Petry», você encontra quarenta (40) orações vocacionais ilustradas
em flash. Baixe-as e reze conosoco,
escolhendo sempre uma nova
oração, ou repetindo aquela que
mais lhe agradar. Neste site você
também encontra músicas lassalistas
para orar e alegrar sua vida.
A partir de janeiro de 2006 assumem como
novos Provinciais os Irmãos Marcos Antonio
Corbellini e Paulo Petry, coordenando respectivamente as Províncias Lassalistas de Porto
Alegre e de São Paulo.
O Irmão Provincial tem a missão de animar,
coordenar e comandar um conjunto de Comunidades Lassalistas. Ele é também o primeiro
responsável pela animação vocacional. Por
isto os dois novos Provinciais são apresentados aqui em nossa revista vocacional.
Solicitamos a todos os lassalistas e aos
jovens candidatos à vida religiosa em nossa
congregação que se unam em preces para
que os Irmãos Marcos Antonio Corbellini e
Paulo Petry possam assumir e desempenhar
com sabedoria esta nova missão a eles
confiada. Que sejam iluminados pelas luzes
divinas.
Solicite já o CD «Precioso Dom»:
R. Sto. Alexandre, 93 - Vila Guilhermina
São Paulo/SP - CEP 03542-100
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Família Lassalista.
O preço é de R$ 15,00 (Quinze Reais)
+ as despesas do Correio.
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95
Índice
Irmãos Educadores ............................................................................. 2
Oração vocacional: Mareia, a Consagrada ao Pai .............................. 4
Vocação: Mistério da liberdade e chave da felicidade ......................... 6
Vida, louca vida, admirável vida .......................................................... 8
Aspirantado La Salle ......................................................................... 10
Sacrifício e disponibilidade ................................................................ 13
Palavras ao pé da cama ................................................................... 15
A verdadeira felicidade ...................................................................... 16
Juventude é ação .............................................................................. 18
Encontro vocacional em Esperantina ............................................... 20
Experiência de vida no Juvenato La Salle Fátima ............................. 23
Dia a dia do Juvenato La Salle Fátima .............................................. 24
Sonhos .............................................................................................. 26
Postulado La Salle - São Paulo ......................................................... 28
Uma opção que requer doação ......................................................... 32
A parte que nos cabe no Pão dos Pobres......................................... 34
Carta aos missionários ............................................................................................ 37
Jovens lassalistas missionários ............................................................................. 38
Trabalhos em grupo ................................................................................................. 40
A PAJULA e eu ........................................................................................................... 42
O Advento e nosso sim à vida .................................................................................. 43
Irmãos festejam a Vida Religiosa ............................................................................ 45
Declaração sobre esperanças e preocupações dos Jovens Lassalistas ............. 52
Salmo dos Jovens lassalistas ................................................................................. 54
A Regra de Ouro ........................................................................................................ 55
Vamos descer da árvore ........................................................................................... 58
A lição do jardineiro ................................................................................................... 60
Olhar sobre si mesmo .............................................................................................. 61
Bem Aventurada - Uma história de Maria em quadras populares .......................... 62
Melhor amigo - E dessa vez não é o cachorro ......................................................... 74
Deus é como açúcar ................................................................................................. 76
Pão partido para a vida do mundo ............................................................................ 77
15º Congresso Eucarístico Nacional ....................................................................... 80
Maria, passa na frente .............................................................................................. 81
Vocação, o chamado divino ...................................................................................... 82
A lógica de Einstein ................................................................................................... 84
Você tem experiência? .............................................................................................. 85
Que tal estas? ........................................................................................................... 86
Prece da Rosa .......................................................................................................... 88
Viver melhor ............................................................................................................... 90
Humor ........................................................................................................................ 91
Novos Irmãos Provinciais ......................................................................................... 95
ENDEREÇOS
PARA OBTER INFORMAÇÕES VOCACIONAIS
Irmãos Lassalistas
Escolasticado La Salle
Cx. Postal, 5.251
72001-970 - Taguatinga - DF
Tel.: (61)381.7554
E-mail: [email protected]
Comunidade La Salle
Rua Bonfim, 2217 - Jd. La Salle
85902-030 - Toledo - PR
Tel.: (45)252.7578
Instituto Abel
Cx. Postal, 105.083 - Icaraí
24231-970 - Niterói - RJ
E-mail:[email protected]
Casa Provincial La Salle
Rua Santo Alexandre, 93
Vila Guilhermina
03542-100 - São Paulo - SP
Tel.: (11)6958.1444
Postulado La Salle
R.Coronel Pedro Dias de Campos, 1094
Vila Matilde
03508-010 - São Paulo - SP
Tel.: (11)6653.1163
E-mail: [email protected]
Residência Provincial La Salle
Rua Honório Silveira Dias, 636
90550-150 - Porto Alegre - RS
Tel.: (51)3358.3600
E-mail: [email protected]
Juvenato La Salle Fátima
R. Sergipe, 665 - Vila Oriental
Caixa Postal, 377
99500-000 - Carazinho - RS
Tel.: (54)331.1344
E-mail: [email protected]
Comunidade La Salle
Rua do Congresso, 231
65279-000 - Presidente Médici - MA
Tel.: (98)326.1140
E-mail: [email protected]
Comunidade La Salle
Rua La Salle, 1557
Centro • Cx. Postal, 71
89900-000 - S. Miguel do Oeste - SC
Tel.:(49)622.0382
E-mail: [email protected]
Visite nosso site vocacional:
http://www.vocacoes.cjb.net
Irmãs Guadalupanas de La Salle
Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus
Rua Dilermando Pereira de Almeida, 40 - Pinheirinho
81870-110 - Curitiba - PR
Tel.: (41)246.2063
«No vosso emprego desempenhais uma das principais funções dos Apóstolos,
educando na fé e na religião os novos fiéis,
que são as crianças recém repletas do Espírito Santo, no Batismo.»
(Meditações de La Salle, nº 102)
São João Batista de La Salle
Fundador do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs
• Irmãos Lassalistas •
Patrono Universal dos Educadores
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