Informativo Vocacional Irmãos das Escolas Cristãs (Irmãos Lassalistas) • Brasil • VEM E SEGUE-ME Expediente: Rua Santo Alexandre, 93 - Vila Guilhermina 03542-100 - São Paulo - SP - Brasil Tel.: (0xx11)6958.1444 - Fax: (0xx11)6684.1925 E-mail: [email protected] Site: http://www.lasalle.org.br Equipe de redação: Jovens, Vocacionados, Formandos e Irmãos Lassalistas. Editoração e Programação Gráfica: Irmão Paulo Petry. Impressão: Gráfica e Editora LA SALLE Rua Dr. Paulo César, 222 - Icaraí 24220-400 - Niterói - RJ Junho de 2005 Irmãos Educadores Irmão Paulo Petry, fsc Somos religiosos educadores, conhecidos como Irmãos Lassalistas. O nome original que nos foi dado pelo nosso Fundador São João Batista de La Salle e pelos seus primeiros companheiros é «Irmãos das Escolas Cristãs». Isto aconteceu na França, há muito tempo atrás, aproximadamente por volta do ano de 1690. João Batista de La Salle, originário de família nobre e muito bem de vida, dedicou-se muito cedo à preparação para o sacerdócio. Assumiu esta vocação muito jovem e dentro da Igreja recebeu uma importante missão, ser cônego na grande Catedral de Reims, sua terra natal. Este cargo de cônego, exigia dele muitas horas diárias de oração na catedral e lhe rendia um bom salário. Com isto, financeiramente estava bem estabelecido. Atento aos sinais do seu tempo, La Salle não se acomodou à sua situação de bem-estar e tranqüilidade. Deixou-se questionar pelas necessidades das crianças que ficavam nas ruas enquanto seus pais iam para o trabalho. Ele percebeu que, na rua, estas crianças estavam sujeitas a receber todo tipo de influência de pessoas nem sempre bem intencionadas. Instigado por outras pessoas que percebiam esta mesma necessidade de atender estes meninos, e desafiado pela situação de abandono em que estes menores viviam, João Batista de La Salle pôs mãos a obra e criou as escolas cristãs. É claro que, para criar estas escolas, precisava de professores preparados para atender os meninos com dedicação, seriedade, carinho e amor. Ora, não havia estes professores disponíveis, nem havia quem os preparasse. Assim, La Salle viu-se obrigado a criar a primeira escola para a formação de professores. Ou seja, São João Batista de La Salle é o fundador da primeira Escola Normal. Os primeiros professores que se juntaram ao nosso Fundador em sua maioria eram pessoas rudes, sem a educação que La Salle recebera em sua família. Desta forma João Batista teve que enfrentar algumas dificuldades no seio familiar, quando para lá levou estes professores. Contudo, ele não se instalou junto à sua família com estes 2 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI homens. Procurou lugar apropriado para abrigá-los. Após entregar seu cargo de cônego desfazer-se de seus bens em favor dos necessitados foi morar com estes professores. Juntos viviam, juntos rezavam, juntos estudavam e se divertiam, juntos assumiam a missão de educar. Desta forma, convivendo em comunidade, entregues ao serviço da educação humana e cristã, estes professores e La Salle, inspirados pelo Divino Espírito Santo, consagraram-se a Deus. E assim nascia o nosso Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, que hoje está presente em mais de oitenta países e aqui no Brasil nos seguintes Estados: Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal. Nesta obra educativa, tão necessária e urgente hoje quanto o foi na época de São João Batista de La Salle, existe um lugar especial para você jovem, que deseja consagrar sua vida a Deus, através da educação humana e cristã da infância e da juventude atual. Jesus Cristo hoje continua chamando operários para a sua messe e você, jovem leitor da Vem e Segue-me, responda a este chamado com generosidade, coragem e amor. Aos que Jesus Cristo chama, certamente Ele concede as luzes necessárias para seguir com segurança o caminho. Aos que Jesus Cristo chama, Ele concede os dons necessários para abraçar a missão que lhes confia. Dos que Jesus Cristo chama, Ele exige dedicação e fidelidade ao projeto de amor de Deus. Esta fidelidade e esta dedicação, no decorrer da história, foi testemunhada pelos apóstolos, mártires, santos e santas de Deus, especialmente pela primeira discípula de Jesus e nossa mãe, Maria. São João Batista de La Salle, igualmente, abraçou o projeto de amor de Deus para com ele, e aos que seguem Jesus Cristo como Irmãos, na missão de ser Religiosos Educadores, deixou uma bonita orientação por escrito na Meditação 191: “Como fizestes uma consagração de vossa alma e como esta há de viver eternamente, vossa entrega a Deus deve ser eterna. Se a iniciastes na terra, só deve ter sido a título de aprendizagem do que haveis de fazer eternamente no céu”. Portanto, estimado jovem vocacionado, uma vez chamado ao serviço da educação humana e cristã da infância e da juventude, você abraçará o seguimento de Jesus Cristo Mestre, e o fará com alegria, esmero e fidelidade. Junte-se a nós, Irmãos Lassalistas nesta belíssima obra educativa e evangelizadora, que é a Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 3 Oração vocacional: Maria, a Consagrada ao Pai Irmão Nery, fsc Ó Maria, filha predileta de Deus, esposa do Espírito Santo e mãe de Jesus, o Filho de Deus! Tu te consagraste totalmente, pelo Sim generoso à vontade de Deus Pai, Tu te consagraste ao Espírito Santo, acolhendo-o no teu Sim, e deixando-te fecundar por ele. Tu te consagraste ao Filho de Deus, gerando-o em teu ventre virginal e dele cuidando como dedicada e amorosa mãe. E tu consagraste o teu Filho Santíssimo ao Pai, no dia da apresentação dele no Templo, dia da circuncisão. Tu consagraste a missão de teu Filho quando, ainda adolescente, ele te disse e à José, no Templo, que ele tinha de cuidar das coisas do Pai. Tu participaste da consagração dele ao Pai, quando se entregou plenamente na cruz, para a salvação de todos nós. E tu participaste da consagração da Igreja no dia de Pentecostes, em que o Espírito Santo, confirmou a comunidade de Jesus e a enviou para anunciar a Boa Nova da Salvação até os confins do mundo. Olha, mãe querida, por nossa Igreja, para que sempre mais se renove em sua consagração e seja mais criativa em ser comunidade mais profética no cumprimento de sua missão evangelizadora. 4 Olha, mãe querida, para cada leigo e cada leiga, para que assuma o batismo recebido, se apaixone por Deus e por seu Reino e viva, na Igreja, a vocação, o ministério, a pastoral, o serviço que a cada um Deus apontou. Olha, mãe querida, para o nosso povo sofrido, vocacionado a ser Povo de Deus, e ajuda-nos em nossa conversão para lutarmos, todos juntos e criativamente, para estabelecermos no Brasil, uma sociedade justa, fraterna e solidária. Olha, mãe querida, de modo especial pelos que dizem sim à vocação e missão de serem pais e serem mães; que eles façam de tudo para construírem e animarem suas famílias segundo o amor de Deus e os valores do Evangelho, num mundo tão contrário à família. Olha, mãe querida, pelos Presbíteros para que sejam, como Jesus, pastores dedicados, competentes, carinhosos e para que promovam mais lideranças na Igreja. Olha, mãe querida, pelos Religiosos e pelas Religiosas e demais consagrados, para que sejam mais corajosos, proféticos e criativos em tornarem visíveis em suas vidas, em suas comunidades e na missão que exercem, o teu Filho, casto, pobre, obediente, comunitário, missionário, profeta e orante. Amém! Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Vem e segue-me na Formação www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 5 Vocação: Mistério da liberdade e chave da felicidade Irmão Israel José Nery, fsc A vocação acontece a partir de um encontro misterioso da liberdade de uma pessoa com o amor de Deus, percebido por ela na forma de um convite, sutil ou não, para um estilo de vida e uma missão, no seguimento de Jesus. O Espírito Santo desperta, então, nesta pessoa o senso da fé, que lhe sugere tratar-se de convite divino que está à espera de uma resposta livre. Esta pessoa, assim provocada pelo chamado de Deus, entra numa fase inicial de discernimento íntimo, desejosa de obter algum sinal de que, efetivamente, o chamado está acontecendo. Abre-se com algum amigo, procura orientação junto a um líder na fé (leigo, sacerdote, religiosa, religioso). Vai a Encontros de Pastoral Vocacional, escreve para alguém, apresentando a situação e pedindo um parecer... E, sem dúvida, dedica mais tempo à oração, suplicando luzes espirituais para este discernimento vocacional. Aos poucos, então, esta pessoa percebe no coração, que há sinais interiores de que Deus a está convi6 dando para ser, no mundo, um sinal mais específico do seu amor e para a Ele e a seu Reino se dedicar de modo preferencial. O discernimento vocacional vai lentamente acontecendo na medida em que a pessoa colabora com a graça inicial e fontal do chamado e dá passos, impulsionada por novos convites de Deus, na direção a um Sim de uma possível entrega ao Senhor da Vida. Em um determinado momento este vocacionado ou esta vocacionada decide por um acompanhamento vocacional mais sistemático, para obter mais certezas quanto a alguns passos importantes Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI a serem dados em resposta ao chamado divino. Ao mesmo tempo ele ou ela lê e medita subsídios estimulantes e alimentadores da caminhada vocacional e, também, procura uma intimidade cada vez mais intensa com Deus, e um conhecimento mais profundo de Jesus Cristo e de como segui-lo no discipulado. A familiaridade com o chamado de Deus se enriquece também com a dedicação da pessoa a um voluntariado junto à realidades nas quais sente que um dia poderá dedicar a vida inteira de consagrado/a ao Senhor: oração, obras de caridade, catequese, educação, pastoral, catequese, Sagrada Escritura, Sacramentos, etc. O Senhor tem seus caminhos e seu jeito de agir. Quando Ele escolhe alguém, não o perde de vista. Entretanto, como a liberdade é inerente ao ser humano, e Deus a respeita, Ele não interfere nem a tolhe, mas vai, ordinariamente de modo suave, oferecendo oportunidades para o amadurecimento da opção de vida. E, então, o chamado de Deus e a resposta a Ele vão se aclarando mais e mais. Este discernimento e estes passos nem sempre acontecem na tranqüilidade. Muitas vezes brota, dentro da pessoa, uma batalha bem aguerrida, pois outras vozes interiores, outras tendências apontam outros caminhos. Até mesmo amigos e parentes, podem levantar fortes obstáculos. E, evidentemente, há toda uma pressão do contexto social e cultural que disparam, não raro, ataques que chegam a atingir o próprio nível de fé. A vocação bem sucedida proporciona à pessoa a sensação de felicidade interior, mesmo nas mais duras dificuldades. Ela adquire na radical adesão e entrega a Deus uma noção específica de plenitude de vida, que ninguém consegue explicar. A doação confiante e diuturna ajuda a pessoa a alcançar aos poucos um intenso amor a Deus e aos irmãos, como uma segunda natureza em seu ser. Esta pessoa, assim consagrada, torna-se uma presença sacramental do amor de Deus, que se expressa a começar pelo simples jeito de ser, falar, acolher, sorrir, orar, celebrar, se alegrar, servir. O melhor sinal de alguém que é chamado por Deus para exercer a missão em seu nome é se colocar a serviço da felicidade dos outros e à libertação dos excluídos, com humilde e dedicação. Jesus viveu assim, Maria, São João Batista de La Salle e todos os santos também. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 7 Vida, louca vida, admirável vida Irmão Clovis Trezzi, fsc Por que será que a nossa vida tem tantos mistérios? Mistérios que nem sempre conseguimos captar? Às vezes dá a impressão que Deus está brincando conosco. Porque se Ele fez a gente para viver aqui na terra somente uma vez, não seria tudo mais fácil se Ele definisse logo de cara o que é que Ele quer que façamos? Podia não ser muito mais fácil pra Ele, mas pra nós com certeza seria. Se Deus dissesse logo a missão que Ele quer de nós, com certeza poderíamos desfrutar mais da vida, porque não teríamos mais a preocupação de descobrir a própria vocação. Ela já viria definidinha desde o nascimento. Se Deus dissesse logo o que Ele quer, não correríamos o risco de fazer coisas erradas, porque já saberíamos logo qual seria a coisa certa. Assim, poderíamos deixar o mundo muito mais bonito, sem tantas coisas erradas que estragam a beleza da harmonia do universo. Por que será que Deus faz tanto mistério acerca da vida? Sequer sabemos como foi que surgiu a vida e 8 por que morremos. Deus deve ser alguém muito brincalhão que adora charadas e adora ver as pessoas lutando para tentar decifrá-las. Essa era a reflexão que Rafael fazia consigo mesmo certo dia de agosto. Nesse dia, Rafael foi à missa e o padre falou na homilia acerca das vocações. Dizia que vocação é um dom que Deus dá a cada um quando ele nasce. Que a vocação é estritamente pessoal, que cada um recebe de Deus uma série de dons que vão ajudá-lo a viver a sua vocação. A essa altura Rafael estava começando a ficar preocupado, pois percebeu que não sabia quais dons Deus havia destinado a ele, e por conseqüência não poderia saber qual a sua vocação. Mas o padre continuou falando, e disse que Deus não diz a ninguém o que ele quer. Pelo menos não diz de maneira explícita. Ele deixa mensagens de diversas formas e em diferentes lugares, e essas mensagens têm de ser decifradas para que se descubra a vocação. Por exemplo, disse o padre, você pode estar indo para casa e encontrar um morador Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI de rua abandonado e se compadecer dele, e resolver dedicar a sua vida aos sofredores de rua. Isso é um sinal de que você está decifrando a mensagem de Deus. Além disso, continuou o padre, a maioria das pessoas chega ao fim da vida sem ter a certeza absoluta de que viveu plenamente a sua vocação. Isso porque não há certezas, e sim mistérios. Rafael ficou intrigado com essa fala do padre. Ao término da missa voltou para casa com a cabeça cheia das reflexões que coloquei no começo da história. Não sabia o que fazer, nem que rumo tomar, depois de ouvir a homilia do padre. Afinal, por que tanto mistério para se entender a vontade de Deus? No dia seguinte, Rafael não agüentou mais e veio procurar-me, colocando as suas preocupações. Depois de uma longa e agradável conversa, Rafael saiu dali com um monte de dúvidas, mas com algumas respostas. Rafael chegou à conclusão de que Deus não define logo qual a missão de cada um porque Ele quer deixar à pessoa o privilégio da escolha. Cada um é livre para escolher dizer sim ou não ao projeto de Deus. Assim, se Ele definisse logo, a resposta seria sim e Deus estaria tirando a nossa liberdade. Além disso, Deus quer uma coisa sim, e isso está bem claro na sua mensagem dos Evangelhos: Deus quer que amemos. Esta é a vocação de todos: amar. Quando fala nos Evangelhos em amor, Jesus está pedindo que amemos às pessoas, amemos o universo, amemos a nós mesmos e amemos a Deus. Se conseguirmos fazer isso, fica mais fácil descobrir qual a vocação específica que é dom de cada um. Viu como é fácil entender vocação? www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 9 Aspirantado La Salle Juvenista Charles Bruno dos Santos - Toledo/PR Queridos leitores da Vem e Segue-me. Viva Jesus em nossos corações! Para sempre. Nós, os juvenistas lassalistas de Toledo, somos jovens que, iluminados pela palavra de Deus, buscamos um melhor discernimento de nossa vocação. Estamos no Aspirantado La Salle, porque acreditamos na força do chamado de Deus em nossa vida e porque desejamos um crescimento espiritual e social por meio da vivência com a comunidade formativa dos Irmãos das Escolas Cristãs (Irmãos Lassalistas). Buscamos relacionar a nossa vida com os exemplos e o carisma de São João Batista de La Salle. Ao relacionarmos o chamado de Deus, que nos convida para uma abertura em favor da missão, com o carisma de São João Batista de La Salle, somos chamados a viver a santidade, assim como o Senhor nos orienta: “Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd 1,16). Vivemos em uma comunidade formativa lassalista e é nela que colocamos em comum nossos dons a serviço da comunidade e antes de 10 tudo, assumimos os estudos como forma de doação ao Reino de Deus. É parte de nossa formação a oração pessoal e comunitária, pois a mesma nos ajuda para a compreensão dos projetos de Deus em nossa vida. De acordo com as práticas do Evangelho, queremos crescer na integração de nossas dimensões, em uma espiritualidade partilhada: Comunidade: A comunidade é o nosso lar, vivemos em uma atenta ação acolhedora dedicada aos outros, procurando crescer nas atitudes de diálogo, fraterna correção e ser uma presença entusiasmada na vida da comunidade. Os momentos de convivência e confraternizações com a comunidade religiosa dos Irmãos, fazem com que os aspectos essenciais da vida lassalista se façam presentes na vida comunitária. Oração: Em um relacionamento com Deus, que nos chama a uma vivência de comunhão com Ele, dedicamos um especial tempo de nossas atividades à oração pessoal e comunitária. É de grande importância a leitura espiritual para um crescimento na nossa dimensão orante. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI A oração é o eixo norteador de nossas relações e trabalhos, numa busca de unificar fé e vida, superando os dualismos existentes entre ambos. Apostolado: O principal apostolado é o estudo e o bom exemplo aos nossos colegas de aula. Os estudos, os realizamos em vista da missão educativa, a que nos sentimos chamados a dedicar a nossa vida. Em uma gradativa introdução, dedicamos-nos também à Catequese, à Pastoral da Juventude, ambos nos permitem doarmo-nos ao serviço do Evangelho. Acompanhamento pessoal: é uma forma de auto-conhecimento. O formando passa a ter com o seu formador lassalista uma atitude de confiança em relação à formação e numa busca constante de crescimento pessoal. Temos a certeza de que o Espírito Santo que anima e guia as vocações nunca nos desamparará e que, iluminados pela graça de Deus, estamos dispostos a cada dia de nossa vida, sempre poder dizer: Eisme aqui Senhor! Encontro vocacional realizado em Toledo/PR, em outubro de 2005. Na foto os vocacionados e os Aspirantes da Casa de Formação. Destacamos, na primeira fila, à esquerda, Irmão Clovis Treze, Diretor do Aspirantado La Salle. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 11 Jovem, se você se sente chamado para seguir Jesus através da educação humana e cristã de crianças e jovens, entre em contato com os Irmãos Lassalistas e venha anunciar o Reino de Deus a todos; venha implantar, através da EDUCAÇÃO, o projeto de Deus junto às crianças e aos jovens. Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida e os Irmãos Lassalistas esperam por você! P.S. Conheça melhor esta obra maravilhosa da Igreja Católica entrando em contato conosco, visitando-nos em alguma de nossas comunidades religiosas, e/ou visite-nos virutalmente: www.lasalle.org.br ou www.delasalle.com.br Os Aspirantes da Comunidade de Toledo em outubro de 2005, recebendo a visita do Irmão Paulo Petry, 2ª fila, 2º à direita. Destacamos na 2ª fila, 1º à direita, Charles Bruno dos Santos, autor do artigo acima. 12 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Sacrifício e disponibilidade Aspirante Lucas Petry Mueller - Toledo/PR Engana-se aquele que acredita que seguir a Cristo em sua missão e viver do jeito que Ele viveu é fácil. Muitas são as dificuldades que o mundo atual, consumista e egoísta, nos impõe. Seguir a Jesus é viver na pobreza, na castidade e na obediência incondicional. É não se importar com o conforto e com o reconhecimento, pois “...o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça” (Lc 9,58) e a glória terrena não acompanha esse caminho. Seguir o chamado que um dia ouvimos é deixar o passado de lado e pensar no futuro, olhar para frente e recomeçar cada manhã. É na entrega total da vida e no sacrifício que isto nos exige que nós encontramos o gozo de viver uma vida de paz, de superação e de alegria junto à alegria do Pai. Viver como pobres e para os pobres é, por muitos, considerado difícil e até insano, parece absurdo dedicar-se e sacrificar-se sem nada receber materialmente. Ledo engano. O que recebemos em troca é muito mais valioso que o dinheiro e a glória humana, que passam e viram pó. O que recebemos dura para sempre e nos acompanha em cada canto sem perder valor. Estamos certos de que, assim, este sentimento de dever cumprido e essa paz de espírito que o sorriso sincero que uma criança oferece, nos fortalecem muito mais e são alimento para a alma neste caminho difícil, mas compensador. Recebemos a graça de contemplar a Deus e viver o mistério de sua missão. Quem se propõe a isto deve lembrar que viver para Cristo e com Cristo é desligarse do mundo e ir anunciar o Reino de Deus a todas as criaturas sem pensar no passado e no que deixou para trás. É normal que nesta caminhada e nesta entrega a Deus surjam dificuldades e barreiras que nos parecem intransponíveis. Somente assim, buscando soluções e superando problemas e dificuldades é que podemos evoluir. Não costumamos procurar saídas para dificuldades que nunca tivemos. Superar dificuldades e encontrar soluções só é possível quando nos entregamos de corpo e alma e nos sacrificamos por Algo Maior. Como vocacionados fomos chamados a deixar a família na terra natal e lançar-nos ao largo para abrir o co- www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 13 ração a uma nova e grande família, deixando-nos levar por este Amor tão maior que nós. Isto sim, é importante. Consagrando a vida a Deus, doando-nos inteiramente por esta missão sem titubear e sem ceder à tentação do conforto e da segurança, conseguiremos abraçar de fato o Amor Maior. Quantas vezes criamos muros que nos cercam e nos protegem totalmente. Neles nos encerramos e neles acreditamos iludidos. O mal e o perigo do exterior não nos afetam dentro desses muros imaginários de conformismo e comodismo. Porém, na segurança e no isolamento de nosso egoísmo, não percebemos que existe um mundo novo, cheio de alegrias e também de pessoas que precisam muito de nós e de nosso esforço e, isto, o muro nos impede de perceber. Viver para Cristo é olhar para frente, derrubar este muro e doar o sangue nesta empreitada. Viver pela causa do Reino de Deus é alegrar-se nas coisas simples e na alegria sincera do trabalho bem feito doar a própria vida. Sem capitulações, indagações ou dúvidas que nos atormentem a ponto de desistir, porque assim diz o Senhor: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62). Assumamos, então, essa meta de nos sacrificar, para que alcançando a aptidão, sejamos dignos de estar na presença de Deus, servi-Lo e participar de Sua glória no Reino de Deus. Este compromisso, assumimos na disponibilidade e na entrega total, sem titubear “pois a bondosa mão de Deus nos protege” (Ne 2,8) e nos dá energia para continuar. Vai em frente Colaboração de Leonardo Toshiaki Yoshimochi Para sonhar o que poucos ousaram sonhar. Para realizar aquilo que já te disseram que não podia ser feito. Para alcançar a estrela inalcançável. 14 Essa será a tua tarefa: alcançar essa estrela. Sem quereres saber quão longe ela se encontra; nem de quanta esperança necessitarás; nem se poderás ser maior do que o teu medo. Apenas nisso vale a pena gastares a tua vida. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Palavras ao pé da cama Juvenista Alexandre Reis - Uruará/PA Boa noite meu Senhor Jesus! Meu nome é Rafael, tenho seis anos, sei que me conhece e sei que não se esqueceu de mim. Sabe Jesus! Fico muito triste quando vou à igreja e o vejo pregado na cruz. Mas minha mãe me disse que o Senhor sacrificou-se na cruz pelos pecados da humanidade. Obrigado, Jesus! Ela também me disse que devemos perdoar as pessoas que nos ofenderam, porque o Senhor perdoou os que o crucificaram e que devemos amar uns aos outros assim como o Senhor nos amou. Ontem o padre me contou uma história, que falava de Maria sua mãe. Perguntei ao padre se o Senhor não se importaria se eu chamasse Maria de minha mãe, e disse que não. Ele me falou que o Senhor se alegra com cada um que reconhece o amor de Maria para conosco, os seus filhos. Ia esquecendo de lhe contar a história. O padre começou dizendo que Maria recebeu a visita de um anjo que se chamava Gabriel. Este anjo disse a Maria que ela conceberia do Espírito Santo um filho, que é o Senhor. O padre continuou dizendo que Maria foi o primeiro sacrário, pois carregou em seu ventre o Salvador; Maria o sacrário vivo. Faloume ainda mais. Disse que Maria estava sempre com o seu filho e quando o crucificaram, ela estava lá ao pé da cruz; e quando o Senhor subiu ao céu ela permaneceu com os apóstolos, dando-lhes força e coragem para continuar a missão de pregar a boa nova do Reino. Senhor me ensina a ser fiel a Deus assim como nossa mãe, e a amar a todos assim como ela sempre amou. Jesus lhe peço só mais uma coisa: prepara o meu coração e guia os meus passos para lhe seguir. Quando eu crescer quero anunciar o seu amor. Quero que todos conheçam o amor do Pai, do Filho e do Santo Espírito, quero, finalmente, que conheçam o amor da mãe, Maria. Nossa mãe! Senhor Jesus me proteja e me guarde de todo mal, amém! Virgem Maria, minha mãe, intercedei por nós, vossos filhos. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 15 A verdadeira felicidade Juvenista Edivan S. Guimarães - Uruará/PA Meus caros amigos da Vem e Segue-me. Ao levantar pela manhã, quando vejo a luz do dia e a natureza, sinto-me feliz, porque posso viver. Quando vejo ou ouço que existem pessoas no mundo sofrendo, morrendo e passando fome, fico muito triste e inquieto por não poder ajudar. É só o amor que nos traz a felicidade. “Porque não adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder e destruir a si mesmo”. Como quase tudo na vida é relativo também o é a idéia que se faz da felicidade. Felicidade para uns é carro na garagem, dinheiro no bolso, cerveja na geladeira, roupa nova no armário. Para outros, ser feliz é aceitar-se a si mesmo antes de tudo. É gostar das coisas que Deus criou, aceitar os demais por mais diferentes que pareçam. Ser feliz pra mim é fazer a vontade do Pai, para que a sua santa vontade se cumpra em mim. 16 Algumas pessoas dizem que não são felizes por que não têm bens materiais para viver. Mas, ser feliz é mais que isto, é viver cercado de amor, de uma família reunida, de uma comunidade. Ser feliz é sair de si mesmo e preocupar-se com os demais, comunicar-se com as pessoas com sinceridade, respeitar as atitudes dos outros, falar coisas agradáveis, convidar um amigo para passear, etc. Felicidade é caminhar, é construir o caminho quebrando barreiras, é superar os obstáculos, é viver a vida com intensidade. Felicidade é falar, gritar, ouvir, calar e rezar, é música, é dança, é paz, é o prazer de descobrir a cada dia que a vida se inicia novamente a cada amanhecer. Onde está a felicidade? Cada um a sua maneira deseja a felicidade e precisa dela para viver. A felicidade está dentro de nós e tem um nome: Deus. Com Ele, seremos felizes em qualquer lugar e situação em que vivermos. Para os jovens, como para qualquer pessoa Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI é tão difícil achar a felicidade, porque em geral a busca distante de onde Deus se encontra! Ela está sempre conosco, pois Ele habita em nós! Nós é que nos perdemos dela e acabamos ficando sós e com medo neste mundo louco. Devemos rezar muito, para junto a Deus, não nos afastarmos de nossa felicidade. Deixando a felicidade crescer em nós, muitos a verão, e vendo-a, nela poderão acreditar. Para sermos felizes, basta que sejamos nós mesmos. Para ser feliz é preciso manter um lindo sorriso nos lábios e conquistar amigos. Para ser feliz é preciso ter Deus no coração. Evitemos que a tristeza invada nosso ser e que ela faça do rancor um estilo de vida. Assim a felicidade permanecerá em nós. Estar feliz é estar de bem com a vida. Portanto, pratiquemos o bem e busquemos a felicidade. Feliz não precisamos da violência, da guerra e da competição para viver. Por isso, digamos sim à vida, ao bem, ao belo e à verdade e juntos construamos um mundo de paz, onde todos possam viver em harmonia e felicidade. O medo real Colaboração: Lucas Petry Mueller Nosso maior medo não é sermos inadequados, mas sermos poderosos além da conta. É nossa luz e não a nossa obscuridade que muitas vezes nos apavora. Ser pequeno e mesquinho não serve ao mundo. Não há nada de sábio em se encolher para que as outras pessoas não se sintam inseguras ao seu redor. Nós todos fomos feitos para brilhar. E na medida em que deixarmos nossa luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazerem o mesmo. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 17 Juventude é ação Juvenista Abnailson M. dos Santos - Uruará/PA Caros leitores da Vem e Segueme, é com muita alegria que apresento aqui a experiência do grupo de jovens JUCOC (jovens unidos caminhando otimistas em Cristo) da comunidade Dom Oscar Romero. Participo deste grupo com muita fé e coragem nos fins de semana. Gosto de estar com os jovens, animando e aprendendo com todos eles. Os jovens têm a capacidade de renovar a maneira de fazer, de pensar, de lutar pelos seus valores, valores estes que muitas vezes são escondidos ou obscurecidos pelos contra-valores propostas pela sociedade atual. Esta capacidade dos jovens de renovar-se é fator que contribui para o crescimento do grupo, mas o que importa mesmo é a espiritualidade, que cada jovem busca para si e para os demais. O «motor de um grupo» é Deus. Sem Ele os jovens não fazem absolutamente nada. Sem Ele o grupo de jovens estagna. 18 Não é por acaso que o JUCOC é um grupo que deu certo. Sua trajetória é marcada pela mística e pela ação. Sua história é constantemente recordada aos novos integrantes do grupo, e esta história ajuda a fortalecer os passos a serem dados, sempre rumo ao mesmo objetivo: Jesus Cristo. Hoje todos os colaboradores fiéis do grupo têm uma missão. É um trabalho de conscientização de outros jovens, desafiando-os a fazer parte do grupo. A missão do grupo e de cada um de seus integrantes é trazer os demais jovens da sociedade para a vivência comunitária de valores humanos e cristãos. A missão é ajudar os jovens afastados do bem a retomar o caminho da fraternidade, da justiça e da paz. É simplesmente isso, mostrar que os caminhos da droga, da prostituição, da violência e do desrespeito, levam o ser humano à destruição. A missão do grupo de jovens é mostrar que o caminho do bem está aí para ser trilhado. Assim é a missão do JUCOC: viver o respeito, a fraternidade, a abertura de coração Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI para construir a alegria. Acreditamos que jovens alegres estarão dispostos a trabalhar com amor pelo Reino de Deus. Arrisco-me a dizer que os jovens do nosso grupo carregam grandes qualidades no íntimo do coração. São jovens conscientes da missão que lhes é atribuída. Sabem que com empenho e altruísmo, conseguirão apresentar à sociedade o valor máximo de suas vidas: o Deus vivo. Portanto, vivem não por viver, mas para cumprir sua missão, defendendo valores e virtudes com garra e consciência. Cabe aqui destacar alguns fatores que fortalecem nosso grupo. São eles: o compromisso, a união, a humildade, os trabalhos em favor da comunidade, a autenticidade e a firmeza no seguimento de Jesus Cristo nosso irmão na caminhada rumo ao Pai. Para a comunidade o grupo juvenil é um grande valor. Nele os jovens descobrem mais facilmente a sua vocação: matrimonial, sacerdotal, ou a vida religiosa. Peço licença para falar rapidamente de minha experiência pessoal. Foi justamente num grupo de jovens que descobri minha vocação. Despertei para o seguimento de Jesus Cristo, a partir de minha participação no grupo de jovens e pelas reflexões que ali se realizavam. Neste grupo conheci a vocação do Irmão Lassalista, que hoje procuro seguir. Ainda estou no juvenato, que é uma fase de discernimento. Levo a sério esta fase de minha formação, com muita fé e confiança procuro a cada dia saber mais e melhor o que é a vida religiosa consagrada e procuro descobrir o modo como poderei melhor responder ao chamado do Senhor. Tenho sempre em mente que preciso ser firme e perseverante para um dia realizar este meu grande desejo de ser um religioso. O que me deixa triste é ouvir de certas pessoas que os jovens não fazem nada de útil na comunidade, e que só sabem fazer arruaça nos encontros, namorar, fazer dinâmicas, etc. Na minha humilde opinião estas pessoas estão alienadas, pois não sabem realmente do que um grupo jovem é capaz. Mas não estou falando de um grupo de jovens qualquer, falo do grupo de jovens comprometido na Igreja e interessado na melhoria e transformação da sociedade. Este grupo de jovens, comprometido, atuante, fraterno e alegre é capaz de realizar grandes coisas, e as realiza na medida em que se permite que seus jovens integrantes sejam os protagonistas da própria história. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 19 Encontro Vocacional em Esperantina/PI Dalton Amorim e Waléria No segundo final de semana do mês de outubro deste ano foi realizado em um sítio (chamado Tapuio) na cidade de Esperantina um Encontro de Discernimento Vocacional. Este foi coordenado pelo Irmão Roque Amorim (Irmão Lassalista) e pelas Irmãs Beatriz Trezzi e Gilma (Irmãs Escolares de Nossa Senhora). Participaram dezessete jovens vocacionados. Ao final do dia 7, saímos (em um caminhão) em direção ao Tapuio. Lá chegando, começamos o encontro com uma dinâmica de integração, muito divertida por sinal! E já na primeira noite aprendemos uma brincadeira que envolveu todo o grupo: «a máfia». O dia 8 começou com a oração da manhã dirigida pela Irmã Beatriz, que nos propôs refletir sobre «o sal da terra e a luz do mundo», a partir do Evangelho de São Mateus. Logo depois, o Irmão Roque deu uma de «garoto propaganda» e nos apresentou o livro «Temas para o Acompanhamento Vocacional», da auto20 ria dele e do Irmão Clovis Trezzi. Pegamos o primeiro tema «Eu sou», e tivemos um momento de profunda reflexão. Para esta atividade dividimo-nos em dois grupos a fim de podermos nos expressar melhor. Pudemos ouvir depoimentos comoventes e ver muitas lágrimas nos rostos dos colegas, que se emocionavam ao ouvir a história um do outro. No final da tarde, pudemos ir à piscina e nos divertimos bastante lá. Enquanto banhávamos, os pais de um dos vocacionados vieram conversar com os orientadores do encontro. À noite fizemos uma Via-Sacra Vocacional, na qual refletimos sobre a vida sacerdotal, missionária, matrimonial e sobre a Vida Religiosa. A sexta estação foi um belo bate papo sobre a vocação dos Irmãos Lassalistas e das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, cada uma das Irmãs e também o Irmão Roque, nos contaram um pouco de suas histórias. Depois dos depoimentos interessantes e também engraçados, chegou a vez do «Jornal Vocacional», Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Apresentação do Jornal Vocacional que foi um momento bem descontraído, no qual as notícias eram os acontecimentos mais marcantes dos dias do encontro. Nem mesmo os apresentadores do jornal (no caso, nós autores desse texto) não nos agüentávamos e ríamos também. Para que vocês leitores da Vem e Segue-me não fiquem «voando», seguem algumas das notícias do nosso «jornal vocacional»: - A melhor maneira de chegar até o Tapuio é vindo com o «carrão de luxo», ou melhor dizendo nosso velho e bom caminhão, vejamos porque, nele você recebe ventilação natural, pode contemplar a paisagem extraordinária sem esforço algum, a não ser o de manter os olhos abertos. E ainda faz exercícios enquanto se defende das árvores... - Qual o poder da voz do Irmão Roque? À noite, enquanto os meninos riam e contavam piadas, bastava ouvirem a sua voz e de repente faziam total silêncio... Na manhã de domingo, dia 9, foi o momento de separar meninos de meninas para conversar mais especificamente sobre o acompanhamento vocacional e as casas de formação dos Irmãos e das Irmãs. Encerramos o encontro com o almoço. Nosso agradecimento, à senhora Raimunda Amorim e ao seu esposo Geraldo Caiano (tios do Irmão Roque), que várias vezes já emprestaram seu sítio para que os Irmãos Lassalistas fizessem encontros vocacionais lá. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br Oração de abertura. 21 - Os rapazes preferiram dormir no alpendre interno da propriedade e lá armaram suas redes, também aproveitando do galho de uma mangueira... É isto mesmo «do galho», imaginem cinco redes armadas em um só galho, que por sinal ainda era fino... À medida que a noite avançava e o medo crescia, eles iam se «empoleirando» no alpendre... Em caso de dúvidas, vejam aí as fotos... Este foi o segundo encontro vocacional realizado este ano pelos Irmãos Lassalistas e pelas Irmãs Escolares e nos ajudou muito a refletir Os rapazes com o Irmão Roque. sobre vocação. Alguns de nós ingressaremos em 2006, em casas de formação do Aspirantado ou do Postulado. Encontro Vocacional em Esperantina/PI, 7-9/10/2005. Todo o grupo. À esquerda Irmã Beatriz Trezzi. No detalhe acima: hora de dormir. 22 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Experiência de vida no Juvenato La Salle Fátima Gerson Sausen e Junior Schnorrenberger Somos concluintes do 3º ano do Juvenato La Salle Fátima de Carazinho/RS e temos o acompanhamento formativo do Irmão Diretor Albano Thiele. Decididos em continuar nossa caminhada vocacional no postulado em Esteio/RS, queremos falar um pouco da nossa experiência de vida no juvenato. Três anos se passaram e foram muitos os desafios. O primeiro foi sair da casa dos pais, para discernir melhor nossa vocação. Crescemos e amadurecemos na fé, sempre encontramos um meio de resolver as situações, conhecendo novos amigos, colegas chegando e outros partindo. Para nós o juvenato foi de extrema importância pois nos ajudou a conhecer e vivenciar a vida lassalista. Fez-nos crescer espiritualmente, na convivência em grupo e nos estudos. É um lugar onde uma grande diversidade de culturas se encontram. Nesses três anos de formação, passamos por vários cursos dentre os quais, o que mais nos atraiu de imediato, foram as aulas de violão dadas pelo Irmão Vanderlei. Através da música, animamos encontros de pastoral, missas, momentos de lazer e descontração. Vemos no juvenato a nossa própria casa, onde formamos uma nova família que corre atrás e luta pelos seus ideais procurando sempre ter como exemplo a vida dos Irmãos. Através das aulas de La Salle, conhecemos a vida de nosso Fundador e aprendemos o quanto ele se dedicou em seu trabalho de educar as crianças e os jovens. Esperamos que estas experiências continuem iluminando nossos caminhos e que favoreçam o nosso discernimento vocacional. Você que é jovem e que busca algo a mais para a sua vida, venha caminhar conosco, pois temos escolas, nas quais crianças e jovens precisam ser educados, mas faltam pessoas dispostas a assumir esse desafio de educar. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 23 Dia a dia do Juvenato La Salle Fátima Alencar Sordi, Jéferson Jung, Rafael Zydeck e Janir Kieling Nossa vida de oração De segunda a sexta-feira de manhã temos a oração antes do café para motivar-nos à mais um dia de formação. Nas quartas à tarde e domingos de manhã freqüentamos a missa e também realizamos um retiro por semestre. Convivência no grupo Um dos pontos fortes da nossa formação é o relacionamento com os colegas. Temos vários momentos de integração com os colegas e os Irmãos. Desses momentos destacamos os jogos de baralho, xadrez, vôlei, futebol, basquete, sinuca entre outros. Caros leitores o Juvenato La Salle de Carazinho atualmente é integrado por 43 juvenistas e 6 Irmãos formadores que se dedicam muito para a formação dos juvenistas. Para você que pensa futuramente seguir a vida religiosa, queremos ajudá-lo a entender como acontece a nossa formação. O Juvenato tem um espaço bastante amplo que favorece o lazer, a convivência e a oração. 24 Empregos e trabalhos Empregos são os afazeres que se referem principalmente à limpeza geral dos ambientes internos das casas como salas de estudo, capela, biblioteca entre outros. Outro tipo de atividade denominada trabalho é o que é realizamos ao ar livre como limpeza do pátio, organização dos jardins e outros. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Estudos Pela parte da manhã cursamos o Ensino Médio. Segunda e quinta-feira à tarde fazemos estudos complementares para o Curso do Magistério. Podemos destacar também os trabalhos de monitoria onde auxiliamos os professoAlencar Sordi, Jeferson Jung, Rafael Zydeck e Janir Kieling. res do Colégio La Salle. Nas demais tardes também temos aulas formativas como Curso de violão, Estudo sobre a vida de La Salle, Aulas de reforço de português. Esta casa também pode ser a tua casa. Se você gosta de desafios, juntese a nós. Nos despedimos com a tradicional saudação lassalista: - Viva Jesus em nossos corações! - Para sempre! Manhãs de formação no Juvenato La Salle Fátima, Carazinho/RS 2005 www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 25 Sonhos Postulante Rafael Magalhães - São Paulo/SP O que se sabe a respeito da vida humana é que quase não se sabe a respeito dela. Sabe-se que para melhor compreendê-la, faz-se necessário antes compreender o homem. Essa análise é de grande importância para chegarmos a um entendimento da vida. Mas aí nos deparamos com outro problema: como fazer uma profunda e confiante análise do que há no mais complexo dos seres? Um ser com tantas contradições e com tantos mistérios, como pode servir de base para entendermos o que nele contém? Talvez aí esteja a chave, pois a vida também é cheia de contradições e mistérios. Penso que uma análise profunda seria apenas um rebuscamento de idéias que não nos levariam a muito longe, senão para dentro de nós mesmos. Foquemos, então, uma particularidade do homem, este ser inserido na vida. Uma das coisas que caracteriza o homem é a capacidade de sonhar. Todos os homens, indiscriminadamente, sonhamos, temos planos que queremos alcançar, sonhamos com algo para nós. Vida, homem, sonhos: estas três palavras se completam. Para viver o homem 26 precisa de sonhos. Quando estes acabam, junto acaba-se o sentido de continuar vivendo. Afinal, para que viver se eu não espero nada desta vida? Para que viver se nada na vida me atrai? É por isso que quando realizamos um sonho, logo surge outro, ou outros. Quando, por fim, conseguimos realizar algo, imediatamente brotam novos sonhos a realizar. Esta é a dinâmica da vida. Com isso, podemos chegar a uma tentativa de definição sobre o que é a vida: uma busca incessante de realizar sonhos e, quando eles são finalmente realizados, já existem outros à espera, prontos para nascer, crescer e tornar-se realidade. A partir daí, podemos reduzir o foco. Analisemos, pois, essa busca constante do homem de realizar seus sonhos. Parece-me que isso é o combustível da vida, é o que a movimenta, é o que a torna dinâmica. No entanto, a amplitude dessa busca se diferencia em cada um por fatores diversos: políticos, sócioeconômicos, culturais, familiares... São vários os fatores que influenciam a intensidade dessa busca humana de realização dos sonhos. Algumas pessoas desistem facilmen- Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI te de seus sonhos e partem para novas buscas, outras são mais persistentes e lutam até onde podem para tentar concretizá-los. Mesmo que não consigam, eles não desistem. Isso é o que identifica os vencedores: a sua capacidade de lutar sempre por seus sonhos e seus ideais. Você gosta de esportes? Nunca nenhum campeão em qualquer modalidade chegaria à glória se tivesse desistido nas dificuldades que a ele se opuseram. Você gosta de música? Nenhum grande músico chegaria aonde chegou se tivesse abandonado seus sonhos. Nunca nenhum deles desistiu. E você, o que o alimenta a continuar vivendo? Quais os seus sonhos? O que, de fato, você faz para realizá-los? Essas são perguntas que deveríamos nos fazer sempre, pois nos ajudam a dar um norte à nossa vida. Parta em busca dos seus sonhos, nunca desista. Mas não esqueça que você é o responsável direto pelo sucesso ou pelo fracasso dessa busca. Recorde que os sonhos mirabolantes requerem mirabolantes esforços, que em geral o levarão à realização como ser humano. Se você, jovem, sonha entregar sua vida em favor dos mais necessitados, se você sonha seguir mais de perto os passos de Jesus Cristo, nós repetimos as palavras do Senhor, e com Ele o chamamos: “Vem e segue-me”. Comunidade do Postulado La Salle São Paulo/SP. 1ª Fila, Postulantes do 1º ano. 2ª fila, Postulantes do 2º ano, + os Irmãos Nelson e Waldemiro. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 27 Postulado La Salle - São Paulo Postulantes Caro leitor da Vem e Segueme. Viva Jesus em nossos corações! Para sempre. Sou George dos Santos, natural do Estado de Sergipe. Estou há nove meses morando no Postulado em São Paulo/SP. Antes de vir morar aqui, eu era atuante na comunidade em que estava inserido e trabalhava com as Irmãs Pias Mestras Venerini. Sentia o desejo de viver como aquelas Irmãs: educando crianças, adolescentes, jovens e adultos. No entanto, demorou para encontrar uma Congregação Masculina voltada para o mundo da Educação, até que finalmente conheci os Irmãos Lassalistas. Meu primeiro contato com esta congregação religiosa foi através dos Irmãos Clovis Treze e Paulo Petry. A partir daí, me senti cada vez mais motivado para deixar tudo e responder ao convite de Cristo: Vem e Segue-me. Ao seguimento radical de Cristo não é fácil responder e ser fiel, pois para isso, faz-se necessário que abramos mão de outros sonhos e projetos possíveis, para responder às necessidades do povo de Deus den28 tro de um carisma específico, em nosso caso, a Educação. Aprendi - e busco aprender sempre - que para ganharmos, é importante que saibamos perder (difícil de compreender, não é?). Posso citar um exemplo. Eu, como qualquer jovem, queria ter uma vida estabilizada, com casa própria, carro, fortunas de dinheiro, etc. Já estava elaborando meu currículo e minha dissertação para entrar no mestrado em Sociologia da UFS. Lecionava disciplinas pedagógicas no magistério de um colégio da CNEC, Educação de Jovens e Adultos e era coordenador pedagógico de uma escola de Educação Infantil. Seguir esta «vida estável» ou correr atrás de meus sonhos e minha vocação? Diante desse dilema, fui autônomo para optar por algo que eu alimentava, que eu sonhava: ser religioso. Acredito piamente que esta solidez se deu a partir da minha participação na Igreja e, principalmente, da convivência no trabalho educativo com as Irmãs supracitadas. No momento, faço faculdade de Teologia, leciono Estrutura da Educação Infantil e Estrutura da EJA no Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Em julho os Postulantes e os Irmãos do Postulado La Salle/SP, não visitam os familiares, devido à distância, e por isto fazem férias comunitárias. Em 2005 visitaram o Instituto Abel e a Unilasalle-RJ, em Niterói, e em seguida conheceram as belezas naturais do litoral fluminense. Ao lado, os postulantes Eder, Adriano e Rafael no Pontal do Atalaia, Arraial do Cabo/RJ, julho de 2005. Paritcipou das féiras de 2005 o Irmão Alberto Prada, colombiano, que trabalha em Roma e é o Secretário do Insituto para a área da formação dos Irmãos. Na foto ao lado, Irmão Alberto aparece na 2ª fila, é o 5º da D-E. Ao lado, os jovens formandos do Postulado La Salle/SP com os Irmãos Formadores Nelson Rabuske (1º na frente) e Waldemiro Schneider (1º da D-E). No belvedere do Forte São Mateus, Cabo Frio/RJ. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 29 Caros amigos leitores da revista Centro Educativo e de Assistência Vem e Segue-me! Escrevo pela priSocial La Salle (CEASLAS), uma meira vez com o intuito de falar-lhes Instituição da nossa congregação sium pouco de minha vida e caminhatuada na Vila Guilhermina em São da vocacional no Instituto dos IrPaulo. Colaboro no processo ensimãos das Escolas Cristãs. no-aprendizagem em Língua Portuguesa, Redação e Caligrafia de Sou Sebastião Lopes Pereialguns postulantes. No mais, busco ra, natural de Esperantina, uma ciresponder aos compromissos prodade localizada no norte do Estado postos pela comunidade. Estou me do Piauí. Filho de Francisca das realizando bastante, tanto no aspecChagas Lopes Pereira e Franto físico, religioso, psicocisco Gomes Pereira. afetivo e intelectual Estou no 1º ano de quanto no comunitáPostulado em São rio. Espero, pela Paulo. Aqui, vivo Deus quando nos graça e bondade de uma experiência chama, não escolhe Deus, ser um reliprofunda de pessoas capacitadas, gioso-educador mas capacita os oração, estudos, no Instituto dos escolhidos. Você pode formação Irmãos das Esser um dos escolhidos. psicológica, colas Cristãs informática, (Irmãos Lassalistas), discernimento, vida a fim de ser um instrucomunitária, conhecimento na construção do mento do Fundador São Reino de Deus. João Batista de La Salle e do Instituto Religioso que ele fundou. Jovem, você que já sentiu o deConheci os Irmãos lendo alguns sejo de servir a Deus, não deixe o números desta revista vocacional. À sonho se apagar. Junte-se a nós e proporção que ia lendo, ficava curivenha fazer parte da nossa comunioso em saber como era estar neste dade para que possa educar e estado de vida, pois a vida religiosa evangelizar crianças, adolescentes, se diferencia pelo amor com profunjovens e adultos segundo o carisma didade ao próximo, respeito pela lassalista. Não tenha medo. Dê o vida e pela dignidade humana. Hoje primeiro passo e creia que Cristo me sinto grato por estar neste camiestará sempre com você! nho que me fez abrir novos horizon30 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI tes para a construção de minha história pessoal, proporcionando-me amar cada vez mais minha família, criar laços de amizade e ajudar fraternalmente o próximo. Jovem, sinta você também o convite para viver esta intensa experiência do amor de Deus para com os irmãos, seja qual for o estado de vida para o qual o Pai o chama. Se você ingressar na vida religiosas lassalista aqui no Postulado, vai poder testemunhar com coragem e liberdade o amor no serviço educativo aos necessitados. Um grande abraço! Meu nome é Dionísio Oberger, sou natural de Itapiranga/SC, da comunidade de Ervalzinho. É uma comunidade de fortes vocações onde La Salle criou raízes em seu projeto de amor. Sempre acompanhei os propósitos dele e um dia manifestei o interesse de conhecer mais de perto a congregação dos Irmãos. Com um bom acompanhamento, ingressei no Postulado para melhor discernir minha vocação. Hoje, estou muito feliz no 2° ano de formação. Vivo em comunidade, estudo, trabalho, pratico esportes,tenhoaula de formação e oro para sempre mais fortificar o desejo de me doar ao projeto de amor do Reino de Deus, segundo os princípios de S. João Batista de La Salle. Eu, Vicente Fialho, vim de Esperantina/PI, uma cidade com aproximadamente 35 mil habitantes. Lá comecei a perceber frutos de uma semente que La Salle plantou. Deus quando nos chama, não escolhe pessoas capacitadas, mas capacita os escolhidos. Você pode ser um dos escolhidos. Este chamado é anterior até à nossa concepção. Desde sempre Deus me quis e me quer, pois tem um projeto de amor para comigo. Dentre milhares de possibilidades, fui vencedor... nasci. Por quê? Porque Deus tinha uma missão especial para mim. Graças a Força Maior do Criador, que acreditou em meu potencial aqui estou. Percebendo hoje as motivações e valores que recebo de Deus, os apelos que Ele me faz a cada dia, procuro responder ao seu chamado através das minhas ações cotidianas. Aqui no Postulado há uma série de atividades desenvolvidas por nós postulantes. Estas atividades exigem de nós doação gratuita, desapego, disposição e vontade de acertar, o que é muito importante para fortalecer-nos em nosso caminho de doação ao Deus da Vida. Jovem, perceba você também as motivações e os valores dentro de si mesmo e aceite livremente o chamado que Deus tem para sua vida. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 31 Uma opção que requer doação Irmão Noviço Erivaldo de Jesus Silva Caro leitor, em com entusiasmo que quero partilhar com você alguns aspectos cativantes da minha experiência de estágio, ou melhor, da minha preciosa vivência com a comunidade La Salle Agro, Xanxerê/SC. A Vida Religiosa é caracterizada pela doação gratuita e desprendida da pessoa consagrada em especial para com os mais pobres. Assim, A Vida do Religioso Lassalísta norteia-se basicamente por três aspectos fundamentais: a missão, a vida comunitária e a vida de oração. Missão é uma exigência constante de entrega, a vida em comunidade deve ser, sobretudo partilhada e, além do mais, a oração e a “meditação, é o primeiro e principal exercíciodiáriodosirmãos1”. É também fonte impulsionadora de toda a dimensão Consagrada. Embora enfatizando que a missão dos Irmãos realiza-se conjuntamente e por associação, é importante 32 frisar que cada Irmão assume, segundo suas habilidades, funções distintas dentro de sua comunidade que de certa forma, particulariza esta missão. Entretanto não os segrega de seu objetivo primeiro. Em Xanxerê/SC e particularmente na comunidade Agro, podemos perceber, com alegria, o cuidado e a criatividade que cada membro tem em realizar seus ministérios de forma harmônica e comunitária. Além do mais, a vida comunitária deve ser, sobretudo, partilhada. Porém, mesmo afirmando que “a comunidade é o lar dos Irmãos2”, é fácil nos darmos conta da dificuldade existente a âmbito de partilha das experiências de vida, talvez não pela Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI ausência de disponibilidade, mas pela presença constante de inúmeras tarefas que são confiadas a cada Irmão. As dificuldades são oportunidades de crescimento; mesmo com a presença delas, “Deus não abandona «sua obra», mas se compraz em fazê-la frutificar dia após dia3.” É penoso quando olhamos nossas comunidades apenas com lentes escuras; entretanto nos alegra o coração quando transcendemos nossas lentes e percebemos que ainda assim, encontramos momentos preciosos para partilhar nossos projetos de vida. Seja nas reuniões comunitárias, durante as refeições ou mesmo nos momentos informais. Outro aspecto importante da Vida Consagrada é a perseverança na “vida de oração e meditação do Evangelho, que é o primeiro e principal exercício diário dos Irmãos4”, esta por sua vez, fortalece e vivifica toda a vida do Irmão. Por ela “permanecem unidos ao Deus que os chama, consagra, envia e os salva5”. A oração realiza-se comunitária e pessoalmente. A pessoal é a mais comum em comunidades como a do Agro, onde seus integrantes exercem atividades diversas e em horários diferentes. Cônscios de que a oração é fonte renovadora e ratifica a Vida Consagrada, os Irmãos en- contram momentos significativos de oração pessoal ao longo do dia. Levando em conta o que foi mencionado, somos movidos a acreditar que a vida em comunidade de Religiosos Lassalistas, como a do Agro Xanxerê, não se resume somente em flores de primavera. Mas se for almejar o brilho dessas pétalas que seja para aromatizar melhor seu jardim. Por outro lado, vivenciamos com entusiasmo a alegria que cada Irmão tem em oferecer-se à comunidade pelo seu testemunho de Vida Consagrada. Acreditamos ser esse um caminho verdadeiro. É nosso desejo, diante dessa realidade, irmos aos poucos transformando as dificuldadesedesafios,emconquistas mútuas, não perdendo o referencial de Jesus Cristo, que doou sua vida sem esperar recompensa alguma. Pedimos ao Pai por intercessão de São Batista de La Salle que nos ilumine e continue abençoando a você, estimado leitor e a todos que lhe são caros. Notas 1 Regra dos Irmãos das Escolas Cristãs. Art. 69. Signum Fidei. Roma: 2002. 2 Idem, 54. 3 Idem, 141. 4 Idem, 69. 5 Idem, 21. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 33 A parte que nos cabe no Pão dos Pobres Postulante Ezequiel Luís Theisen - Porto Alegre/RS Falar da missão educativa no Pão dos Pobres (obra educativa lassalista) é um desafio, tanto quanto fazer acontecer esta educação, nesta instituição. De princípio temos que ter presente que o Pão dos Pobres é uma instituição que se situa praticamente no centro de Porto Alegre, mais especificamente na rua República, 801, bairro Cidade Baixa. O terreno ocupa um quarteirão e possui cinco prédios, os quais possuem cursos profissionalizantes, o santuário de Santo Antônio, o ginásio de esportes, a escola normal e a moradia dos Irmãos Lassalistas. O Pão dos Pobres de Santo Antônio 34 pertence à Cúria da Igreja Católica e é administrado pelos Irmãos das Escolas Cristãs (Irmãos Lassalistas) desde 1916. Foi criado a fim de abrigar crianças órfãos. Atualmente, no Pão dos Pobres estão cerca de 190 meninos internos, de 3ª a 8ª séries. Os meninos ingressam todas as segundas-feiras de manhã, logo após se dirigem para seus estudos normais na escola La Salle Pão dos Pobres, juntamente com os alunos externos. Pela parte da tarde fazem inúmeras atividades, como capoeira, jogos de futebol, o tema escolar e estudos específicos das matérias escolares. Após o banho e a janta, os internos continuam seus estudos nas salas de aula específicas de cada turma e se encaminham para dormir às 21h30. O acordar é as 6h da manhã, a fim de tomarem café e irem à es- Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI cola. Assim passam a semana até sexta-feira quando são liberados às 15h30, para irem passar o final de s emana em suas residências e junto a seus responsáveis. É importante termos presente algumas características, as quais, podem nos auxiliar a entender a missão educativa no Pão dos Pobres, como por exemplo: as crianças que ingressam no Pão dos Pobres, principalmente os da 3ª série, trazem uma enorme defasagem no conteúdo e uma dificuldade de assimilar novos conteúdos, necessitando-se assim iniciar trabalhos duríssimos de alfabetização primária. Olhando de um modo mais abrangente esta característica está relacionada à escola por ciclos de Porto Alegre, de onde provém a maioria das crianças. Outra característica é a pouca estimulação que essas crianças e adolescentes recebem para estudar, por parte da realidade da qual provém e principalmente por parte de seus responsáveis, que na sua maioria não têm um grau de escolaridade elevado ou necessário. Contudo, se percebe que essas crianças gritam internamente por melhores condições de vida, por mais atenção e por uma sociedade que as aceite. Nós, do postulado, atuamos em todas as séries (3ª a 8ª), acompanhamo os alunos pela parte da tarde e pela parte da noite em todas as suas atividades, ministrando reforços de matemática e português, dando catequese e trabalhando a religiosidade cristã nos momentos que são propícios. O trabalho é muito desgastante por que nos incita a estarmos abertos ao diálogo o tempo todo. As provações são inúmeras, pois temos que mediar xingamentos, brigas e discussões, e a realidade é conflitante tanto no sentido moral, quanto no sentido psicológico e físico. A necessidade da educação é inquestionável, mas como construir www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 35 uma educação neste tipo de realidade? Tentamos fazer a educação em todos os momentos: na hora do lanche, no futebol, nas horas de descontração, ou seja, o desafio de missão que nos é proposto é praticamente viver com esses meninos durante os dias em que estes se encontram no internato, para junto a eles ser testemunho e exemplo de vida. Será que nós fazemos o quanto podemos? Será que somos bons o bastante? Será que inspiramos alguém a viver dignamente? Não sei, a única coisa que temos certeza é que estamos tentando honestamente fazer a nossa parte, por meio da educação, para alcançarmos, junto com nossos educandos, um mundo mais sincero, mais digno, mais humano e com mais justiça. A necessidade da educação é inquestionável, mas como construir uma educação neste tipo de realidade? Como conscientizar os nossos políticos, que além do bolso deles estar cheio de dinheiro, é necessário que nosso povo tenha educação, que o nosso povo tenha conhecimento? Conscientizar é complicado, porque, como eles iriam roubar de um povo que deixaria de ser ingênuo? Penso que, além de esquemas e fórmulas de educação, além de estar reclamando o tempo todo 36 que o governo não faz isso, não faz aquilo, deveríamos nós, no grupo, na comunidade em que vivemos, tomar iniciativas e soluções para que a vida floresça. Penso ainda que a educação deve ser conforme nos destaca Antônio Moser: uma educação baseada no bem comum e para o amor. O Pão dos Pobres é um lugar privilegiado para a prática da missão educativa, porque nos obriga a sairmos de nós incessante e ininterruptamente. A realidade é desafiadora, e como já mencionei anteriormente, nos leva a estar com os alunos além do ambiente da sala de aula. Procuramos oferecer-lhes os melhores conteúdo para sua formação intelectual. Mas, além da dimensão intelectual, cuidamos para que estes menores cresçam espiritual, emocional e socialmente. Tentamos com eles estabelecer relações humanas de fraternidade e harmonia, construir um sentido de vida, descobrir valores e também de criar hábitos e posturas saudáveis. Se no início foi muito difícil lidar com esta realidade, hoje já não vemos o conflito como algo amedrontador, mas como algo digno de ser entendido e trabalhado, como oportunidade de crescimento e amadurecimento pessoal. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Carta aos missionários São Paulo, 5 de julho de 2005 Estimados Missionários Irmão Roque, Professor Fernando e Jovens participantes Viva Jesus em nossos corações! Como Superior Provincial, tenho a alegria de saudá-los, em meu nome e em nome da Província Lassalista de São Paulo, em sua partida para Monte Alegre/SE. Anima-os o ideal de mais uma experiência missionária lassalista. Sejam, pois, em primeiro lugar, suas pessoas portadoras da Boa Nova de Jesus Cristo às pessoas que contatarem. E estas, por sua vez, serão para vocês o testemunho da presença do Deus de Jesus Cristo que lá já se encontra. Porém, a comunidade local, para onde viajam, aguarda-os com a expectativa de esperança que poderá confirmar a eles na caminhada cristã, de fé, justiça e paz. Sintam-se abençoados por todos os lassalistas, especialmente pelos membros da Pastoral da Juventude Lassalista (PAJULA) de todas as nossas obras educativas. Vocês nos representam. Vocês serão, nesses sete dias, de 7 a 15 de julho, nosso braço estendido até Monte Alegre. Vocês serão nossas mãos abertas e generosas a oferecer algo que leve conforto às pessoas necessitadas. Vocês serão nosso coração que se encontrará com os corações de gente que espera nossa solidariedade e apoio. Vocês serão La Salle a se encontrar com crianças e jovens ávidos de instrução e educação. Vão em paz e retornem enriquecidos, porque terão compartilhado, pela convivência fraterna, os dons que Deus lhes deu em abundância e que são para o bem do próximo. Ir. Ignácio Lúcio Weschenfelder (Provincial) www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 37 Jovens lassalistas missionários Anelize Cristina Niteró/RJ Olá queridos leitores da revista Vem e Segue-me! Estamos aqui para escrever um pouco sobre o projeto «Missão Jovem Lassalista» edição 2005. Esta missão foi realizada entre os dias 7 à 14 de julho, na cidade de Monte Alegre de Sergipe/SE. Éramos oito missionários: Amanda (Botucatu/SP), Anelize (Niterói/ RJ), Elissa (Brasília/DF), Marco Túlio (Águas Claras/DF), Nathália (São Carlos/SP), Marcio, ex-aluno (Botucatu/SP), Irmão Roque e o professor Fernando (Botucatu/SP). Após termos sido escolhidos, começamos a preparação através de reuniões virtuais e e-mails. Depois de muitos meses de preparação, nervosismos e muita ansiedade, chega a hora tão esperada! Quando falamos de missão pensamos logo nas muitas coisas que iríamos passar perante as pessoas do lugar e as dificuldades que encontraríamos. Mas elas vieram muito antes do esperado, pois tínhamos que conseguir dinheiro para a viagem e as despesas que teríamos pela frente. Perante essas dificuldades, nós estudantes tivemos idéias e fizemos algumas promoções para arrecadar 38 algum dinheiro. Assim, destacamos: o «Cine La Salle», as barracas na festa junina e vendas de rifas, trufas de chocolate e sanduíche, entre outros atividades realizadas para obtermos os recursos necessários para a missão. Além disto, tivemos ajuda de todas as partes: assessores, grupos da PAJULA e professores, etc... Gostaríamos também de aproveitar esse espaço que temos na Vem e Segue-me para agradecer a todos aqueles que nos ajudaram tanto financeiramente quanto psicologicamente em todas as horas que foi preciso... Se fôssemos colocar o nome de todos teríamos que escrever muitas páginas então todos que nos ajudaram sintam-se profundamente agradecidos. Agora vamos escrever um pouco de como foi a nossa Missão na cidade de Monte Alegre de Sergipe. Para começar podemos citar que todo o grupo se encontrou no aeroporto de Aracaju rumo a cidade de destino... pegamos chuva durante toda a missão desde o primeiro dia até o ultimo dia ... vê se pode! Sertão chuvoso e frio ninguém esperava. Bom, a chuva tornou nosso trabalho mais exigente, pois com isso tínhaNº 43 - novembro/2005 - Ano XXI mos que ter mais disposição para tudo... por exemplo: passar nas casas com barro nos pés, a gripe que pegou muitas pessoas, o frio, o sono, tudo ficava mais difícil com aquele tempo. Mas seguimos nosso caminho firmes e fortes com muita garra, amor, carinho, solidariedade e muita alegria, enfim, tudo que tínhamos de bom para levar para aqueles que precisavam. Vencemos muitos desafios, e todo o esforço valeu a pena, pois quando víamos o sorriso das crianças tudo ficava tão pequeno tão lindo, tão fácil... já não nos importávamos mais com a chuva, com a lama, com os mosquitos na hora de dormir (brincadeira! Com eles não tinha jeito, só repelente ou mosquiteiro para resolver). No primeiro dia de missão foram escolhidos por nós, junto a comunidade os bairros que visitaríamos. Então em todas as manhãs tomávamos café na casa das Irmãs, onde as meninas ficaram hospedadas durante todo o tempo (e, diga-se de passagem, muito bem tratadas pela Irmã Maria Helena) e saíamos para visitar as casas de um certo bairro (víamos a diferença social estampada na cidade, nas pessoas em tudo), almoçávamos na casa do Padre Francisco onde os meninos ficaram. Já à tarde realizávamos o projeto feito por nós missionários, cada dia um ficava responsável pelas brincadeiras e dinâ- micas com as crianças; e sempre eram realizadas com os pequenos do bairro visitado pela manhã. E à noite uma celebração era feita para os maiores. Esse era nosso afazer de todos os dias, só mudava o bairro, o projeto, o tema da celebração. No Domingo que tivemos... pode-se dizer uma «mordomia», foi a visita à feira da cidade que acontece todos os domingos. Bom, acho que já escrevemos o bastante para que você leitor, tenha uma noção do que é uma missão? E como ela é feita? Então agora, gostaria de desafiar você leitor! Você deixaria seu trabalho, seu estudo, sua companhia, sua casa, sua cama, seu banheiro, sua família tudo que nós deixamos, fora outras coisas que tivemos que fazer, como, projetos para as crianças, escolha de músicas, fazer roteiro de trabalho (pois sem ele não teríamos saído do lugar), ficar horas em reunião com pessoas que você mal conhece para decidir atividades que nem sabe se vão dar certo. Você faria o que nossos missionários fizeram, não especificamente os que foram esse ano, mas tantos outros que já foram? Podemos dizer com certeza que essa foi uma experiência em que levaremos para toda a vida. Ficamos por aqui, beijão para todos até a próxima. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 39 Trabalhos em Grupo Márcio Lotufo e Irmão Roque Amorim, fsc Há alguns anos temos atuado em alguns grupos da PAJULA (Pastoral da Juventude Lassalista). Neste período pudemos, através dos momentos bons e também dos difíceis, aprender algumas coisas sobre o trabalho em grupo. E são exatamente quatro dimensões da vivência em grupo, que partilhamos com vocês. A primeira coisa a ser considerada em um grupo são as motivações: por que nos reunimos em um grupo? Para que estamos juntos? Com que finalidade? É óbvio que cada pessoa ao ingressar no grupo possui suas motivações, cabe aos assessores e coordenadores do grupo ajudarem a pessoa a assumir o ideal do grupo, seja ele qual for. Agora, claro, para que o grupo ou movimento não tenha “data de validade” é importante que o ideal do grupo seja algo que está para além do aqui e agora e que também seja duradouro. Por exemplo, um grupo que se reúne para pintar uma escola quando conclui sua tarefa não tem mais porque estar junto, ao passo que o grupo que se reúne para ajudar as pessoas carentes poderá existir por um muito tempo... E este ideal não pode ser apenas traduzido em 40 tarefas, mas precisa de fundamentos mais sólidos e mais amplo, que possibilitem ao grupo caminhar e descobrir diferentes meios para atingir seus objetivo. No caso concreto da Pastoral da Juventude o seu principal objetivo é despertar o jovem para o seguimento de Jesus Cristo. E para isto, cada grupo lança suas metas a médio e curto prazo, elabora seus projetos, desenvolve suas atividades filantrópicas ou formativas, mas sem perder de vista o ideal central que é seguir Jesus Cristo. E vale lembrar que os ideais tendem a unir as pessoas. Outro aspecto que colabora para o desenvolvimento de grupos (família, comunidade, pastoral, etc) é o amor pelo grupo e a vontade de se fazer o melhor para o bem coletivo. Só que para isto se faz necessário ter muita paciência, respeitar os diferentes modos de pensar, e saber escutar. Mas escutar sem armas, tentando afastar os preconceitos, numa atitude de abertura para acolher o que o outro realmente expressa, pelas palavras e também através de sua expressão física. Para esta escuta atenta, ajuda muito fazer perguntas para que realmente possamos compreender o que o outro nos Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI transmite. É preciso, também, aprender a aceitar decisões grupais contrárias às nossas expectativas, e ao mesmo tempo é importante ter a coragem de expor e defender uma idéia frente ao grupo, afinal esta poderá ser de grande importância para o desenvolvimento e o bom andamento do grupo. Neste sentido, muitas vezes, nos grupos surgem conflitos devido às idéias divergentes, e aí entra em jogo outra atitude fundamental para o trabalho em grupo, a necessidade de oferecer e receber o perdão. O perdão facilita as relações, torna a convivência mais significativa e permite à pessoa e ao grupo um grande crescimento. Sempre ganha aquele que é capaz de pedir perdão. O quarto elemento que destacamos é a gratuidade das ações. Sabemos que nos grupos de jovens, por exemplo, atividades formativas, reformas, festas, momentos de oração nunca faltam, e para que aconteçam é necessário que alguém os assuma, os projete e os ponha em prática. E geralmente estas atividades dão um colorido especial aos grupos, mas é importante se empenhar gratuitamente no desenvolvimento destas atividades, sem esperar recompensas, pois estas aparecerão espontaneamente, sem que você as busque. O essencial é trabalhar com gratuidade, oferecen- do o melhor de si, dando a sua contribuição para fazer o mundo um pouco melhor e com a consciência de que qualquer bem feito em qualquer lugar do mundo repercutirá no mundo inteiro. Não queira entender estes quatro elementos do trabalho ou da vivência em grupo como “os métodos para o bom funcionamento do seu grupo em 4 passos rápidos”, mas acolha-os como uma partilha de nossa caminhada, através da qual concluímos que trabalhar com outras pessoas nem sempre é agradável, todavia nos proporciona um crescimento sem igual. E assim, descobrimos também, que a verdadeira felicidade não se encontra naquilo que é apenas agradável, mas no esforço por atingir ideais que estão para além de nós e que nos atraem, porque são bons em si mesmos. Questões para reflexão: 1) Quais são os ideais do grupo ao qual pertenço? Até que ponto eles estão de acordo com aquilo que desejo para minha vida? 2) Consigo expor minhas idéias no grupo? Tenho conseguido acolher as decisões tomadas, mesmo quando não são as que eu defendi? 3) Quando desenvolvo uma ou outra atividade no grupo tenho conseguido ser gratuito ou tenho esperado alguma recompensa? Qual? www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 41 A PAJULA e eu Mariane Carraro - Pato Branco/PR Entrei na Pajula quando estava na 8ª série. No início do ano me convidaram para a primeira reunião, como já tinha ouvido falar no grupo, resolvi ir por curiosidade, para ver como era realmente. Vi que eram reuniões animadas e dinâmicas, então resolvi participar do grupo. Durante aquele ano, conheci um pouco da vida de La Salle, os objetivos do grupo e tive a oportunidade de participar do Encontro Anual da Pajula. Este encontro proporcionoume um verdadeiro crescimento espiritual, um maior conhecimento sobre o ser jovem lassalista e aumentou ainda mais a minha vontade de continuar na pastoral da juventude. A partir daquele ano, as semanas que o grupo não se reunia pareciam não ser “completas”, e a cada dia eu me sentia mais animada para continuar nesse caminho. Hoje estou no 3º ano do ensino médio e no quarto ano de Pajula. Nesse tempo já passei por várias experiências novas, dificuldades e desafios, dentro e fora do grupo. Com a Pajula sempre do meu lado, consegui superar obstáculos e tirar deles lições para minha vida. Mas é claro que os momentos que predominaram foram momentos de alegria, como os dias em que íamos fazer trabalho voluntário, visitando 42 idosos e crianças carentes, podendo levar um pouco de carinho a eles e ver nos seus rostos aqueles sorrisos que me alegravam demais. Outros acontecimentos importantes foram os dias de festinhas comemorativas, festinhas surpresas, nosso primeiro retiro, no ano passado, que foi um fim de semana perfeito, e que fez o grupo crescer muito espiritualmente e ficar ainda mais unido... E claro, os quatro Encontros Anuais da Pajula, dos quais participei, considero os momentos mais felizes dessa caminhada. Neles conheci muitos amigos, amigos de longe que vi apenas algumas vezes, mas que fazem parte da minha vida, que me deram muitas alegrias e que, agora distantes geograficamente, estão sempre comigo através dos meios de comunicação. A Pajula se tornou para mim uma família, que já me ensinou e me ajudou a crescer muito. Hoje não consigo mais me ver sem ela, e percebo o quanto de bem que fez em minha vida. Faltam-me palavras para explicar o quanto cada membro dessa família, tanto de perto quanto de longe, é importante e especial para mim. Cada um tem seu lugar na minha lembrança e no meu coração. Momentos tão maravilhosos como passei com todos, nenhuma distância e nenhum tempo vai poder apagar. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI O Advento e nosso sim à vida Postulante George Santos - São Paulo/SP O Advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem. O Advento, portanto, é um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Esta preparação nada mais é que a arrumação da nossa casa. Não uma casa construída de pedras, senão o nosso coração. É nele que o Senhor quer fazer morada: num coração simples, acolhedor, aberto e flexível. Não permitamos deixar o Menino Jesus crescer numa “casa” onde não existe amor, perdão, fraternidade, serviço, oração. radia do Menino Jesus. Este santo respondeu sim a Deus pelo serviço aos outros, orientando-se pelos princípios da fé e da fraternidade. No serviço aos demais, optou preferencialmente pelos pobres. Nós também somos chamados a corresponder à vocação que Deus oferece, como lassalistas, educando os jovens e as crianças a nós confiados. Para isto temos que ser coerentes, acolhendo e assumindo nossa missão. Ao mesmo tempo, através Quantas vezes queremos encontrar o Senhor somente na Eucaristia? Jesus vem até nós na pessoa dos nossos irmãos e irmãs, de um modo especial, dos mais sofredores. Estes, muitas vezes, estão em nosso meio, ao nosso lado, em nossa comunidade. São João Batista de La Salle (1651-1719), nosso fundador, deixou o coração dele se tornar mo- www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 43 deste chamado divino, temos que aprender a esperar e a nos preparar para acolher o Senhor que vem dia após dia. Muitas vezes não vivemos a espera constante no Senhor. Hoje, Ele quer nascer na manjedoura do nosso coração. Por isso, alegremo-nos e preparemo-nos com presentes de amor, de perdão, de fraternidade, de serviço, de oração e de bondade. Ofertemos ao Senhor, presentes que edifiquem a nós e a nossa comunidade. Abramo-nos para que de nós possa transbordar a presença de Deus. Na Sagrada Escritura existem dois profetas que se destacam nesta preparação para a vida do Senhor: Isaías e João Batista. O primeiro anuncia o nascimento de um filho na dinastia de Davi, com o nome significativo de Emanuel, que quer dizer «Deus Conosco». O segundo é a voz que grita no deserto. João Batista anuncia a vinda do Messias e prepara o caminho, pregando ao povo a conversão. Outra pessoa muito importante nesta preparação é a mãe de Jesus. Deus quis precisar do «sim» de Maria para nascer entre nós; hoje, precisa do «sim» da Igreja para poder nascer no mundo. E nós somos esta Igreja. 44 Não foi fácil para a mãe de Jesus dar um «sim» tão radical, mas ela acreditou no plano de salvação. Ela se fez serva do Senhor (Lc 1,38). É importante tê-la como exemplo do «sim» fiel ao seu próprio Filho. Ela quis ser a serva do Senhor, foi fiel do início ao fim no seguimento do Mestre. Não há melhor exemplo que o de Maria para estar nesta perspectiva do advento. Nós, cristãos, somos convidados a viver num constante advento, antecipando, na nossa frágil e muitas vezes debilitada história, esse encontro definitivo com o Pai. Arrumemos sempre nosso coração enquanto é tempo. Tomemos a mãe de Jesus como exemplo do «sim» generoso, para humanizar e construir um mundo onde haja respeito pelas diferenças, diálogo, responsabilidade, participação e cooperação, um mundo mais fraterno, justo e solidário. Assim, nosso advento será, não mais uma simples espera, e sim, uma espera ativa, através da qual seremos os defensores dos verdadeiros valores humanos e cristãos nesta sociedade de valores tantas vezes relativizados. Feliz Natal Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Irmãos festejam a Vida Religiosa Irmão Paulo Petry, fsc Na segunda semana de novembro de 2005, três Irmãos Lassalistas festejaram seu jubileu de vida religiosa, e um renovou seus votos perpétuos em sua terra natal. Após uma semana de trabalho vocacional em escolas e capelas e visitas a famílias da região, a equipe vocacional da Diocese de Chapecó/ SC, juntamente com Irmãos e Formandos Lassalistas, pode finalmente celebrar com a Comunidade de Conceição a solene missa de ação de graças, no dia 13 de novembro. Nesta missa, às 9h30 de domingo, o Irmão Gilmar Staub renovou seus votos perpétuos na presença Participantes lassalistas da semana vocacional: 1ª fila E-D - Ir. Alexandro, noviços Fernando, Márcio e Alberto; 2ª fila E-D - noviços Jonas e Erivaldo, Ir. Petry, noviços Cláudio e António. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 45 de seus familiares e diante da comunidade, que compareceu e participou intensamente. Na mesma ocasião, o Irmão Aloísio Flach celebrou seu jubileu de ouro de vida religiosa, e os Irmãos Edgar Genuíno Nicodem e Paulo Petry agradeceram a Deus pelo seus vinte e cinco anos de consagração ao Senhor da Vida. Além do grande número de fiéis da Linha Conceição presentes, precisamos mencionar o comparecimento dos familiares e amigos dos Irmãos Jubilandos, que vieram principalmente de Tunápolis e de Ervalzinho. Cada um dos Irmãos escolheu um texto bíblico que orienta sua resposta ao chamado do Senhor. Assim o expressam: Trabalho vocacional na Escola Padre João Rick de Linha Ervalzinho Celebrantes da missa na capela da Linha Conceição. Destacando à direita o jubilando, Irmão Edgar Genuíno Nicodem. 46 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Acima, a apresentação das oferendas pela comunidade; e abaixo o Irmão Gilmar Staub, que renova seus votos na missa de ação de graças, ladeado pelos pais Beno e Verônica. Linha Conceição, 13 de novembro de 2005. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 47 Acima, os jubilares Irmãos Petry, Aloísio e Edgar renovam seus votos; e abaixo, Irmão Gilmar Staub, agradece aos familiares, à congregação, à equipe diocesana de pastoral vocacional e à comunidade pelo apoio recebido. 48 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Ir. Aloísio Flach: «Vou louvar a Javé, enquanto eu viver. Vou tocar ao meu Deus, enquanto existir» (Salmo 146,2). Ir. Edgar Genuíno Nicodem: «Quem procura a justiça e o amor encontra vida» (Provérbios 21,21). Ir. Gilmar Staub: «Ide, também vós para minha vinha, e Eu vos darei o que for justo» (Mateus 20,4). Ir. Paulo Petry: «Mantenham entre vocês laços de paz, para conservar a unidade do Espírito. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está acima de todos» (Eféseos 4,3.6). Que estas máximas da Sagrada Escritura possam inspirara a muitos jovens para o seguimento radical de Jesus Cristo. E que havendo uma vez dado a resposta ao chamado do Senhor, possamos todos ser fiéis até o fim. Fiéis e criativos para levar a Boa Nova a todas as nações, sendo discípulos esforçados no cumprimento da missão que Deus nos confia. Os Irmãos Lassalistas agradecem a generosidade com que foram acolhidos nas paróquias de São João do Oeste, Itapiranga e Tunápolis. Estes agradecimentos estendem-se também às famílias que hospedaram a equipe vocacional e aos agentes de pastoral que conosco somaram na divulgaçãodavocaçãoàvidareligiosa. Ao lado, a «Banda» constituída por Irmãos e Formandos Lassalsitas, que animou as missas de ação de graças. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 49 Após a missa de domingo de manhã, na Linha Conceição, o almoço, servido no salão da comunidade, foi um saboroso churrasco acompanhado de saladas diversas. Muita gente pode confraternizar-se nesta festa popular. E após o calor dentro do salão, muitos convidados foram descansar à sombra do bosque acolhedor, próximo do local. Durante a semana foram celebradas outras duas missas em ação de graças. A primeira na sexta-feira à noite na Linha Ervalzinho, quando Irmão Paulo Petry renovou seus votos diante de sua comunidade, junto aos seus familiares e amigos. A segunda foi no sábado à noite em 50 Tunápolis, quando Irmão Edgar Nicodem repetiu o gesto diante dos seus. As missas foram animadas por Irmãos e Formandos Lassalsitas que formaram uma «Banda» para esta ocasião. A banda composta por teclado, trombone, trompete, violão e flauta, revelou novos cantores entre os jovens formandos que se preparam para abraçar a vida religiosa lassalista. Façamos uma corrente de oração para que os Religiosos e Sacerdotes permaneçam fiéis ao chamado divino, e que sempre de novo jovens se deixem desafiar pela messe tão grande que precisa de bons operários, dispostos a dar a vida pelo próximo. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Vem e segue-me na Reflexão www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 51 Declaração sobre esperanças e preocupações dos Jovens Lassalistas Tradução: Irmão Ignácio L. Weschenfelder, fsc Documento elaborado na última reunião do Conselho Internacional de Jovens Lassalistas (CIJL), em Roma. Como Jovens Lassalistas constatamos a lamentável diminuição das vocações de Irmão, que nos faz crer que os Irmãos podem ser uma minoria no futuro. Esta realidade nos chama a transformar nossas idéias de comunidade lassalista para abrir as portas para novos modelos que sejam mais inclusivos para os associados e a juventude, enquanto continuamos a alimentar as relações existentes entre Irmãos, leigos, associados e jovens. Vemos que todos os membros da Família Lassalista são chamados a compartilhar o carisma lassalista enquanto continuamos a buscar novas formas de constituir uma comunidade mais global como família lassalista. É um desafio crescente modelar continuamente a conduta e os valores lassalistas que tentamos inspirar a outros, quando a sociedade reflete um crescente ceticismo em relação ao devotamento à religião, à vida religiosa consagrada e à dedicação ao serviço do economicamente pobre. Entendemos que a juventude procura apoio e aceitação não apenas da família lassalista, mas também de suas igrejas enquanto tratam de responder às expectativas da sociedade a seu respeito. Como comunidade, batalhamos com as diferentes insistências propostas a cada lassalista individualmente sobre fé, serviço e comunidade, devido aos problemas de comunicação que isto cria. Ao mesmo tempo, buscamos aprender como morrer juntos para renascer juntos, de modo que possamos trabalhar unidos pela missão lassalista e pelos ideais do fundador. Estamos unidos no comum esforço por encontrar equilíbrio entre fé, serviço e comunidade em todos os nossos trabalhos pessoais. 52 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Vemos que a família lassalista deve fazer frente às necessidades crescentes da juventude e dos pobres em nossas sociedades constantemente em mudança, porém também produz muitas idéias novas, especialmente para experiências no meio estudantil. La Salle respondeu de forma inovadora ao mundo que o rodeava e nunca cessou de reagir com criatividade nas situações que se lhe apresentaram. Apesar do aumento contínuo das necessidades financeiras e de papelada necessárias para manter boas escolas, vemos a necessidade de um trabalho continuado para dar sentido às vidas dos jovens movendo seus corações e educando suas mentes. Como jovens, vemos as formas cambiantes de pobreza, que já não compreende somente os pobres economicamente. Reforçamos a formação da juventude através de experiências fortes de serviço mais do que depender somente da educação escolar, e reconhecemos o desafio que representa a sociedade moderna de consumo frente ao esforço de ensinar à juventude as realidades da pobreza. Sentimo-nos chamados a criar e a dar esperança aos mais necessitados, permitindo converter-se em protagonistas aqueles aos quais servimos. Entendemos que não somos nós os que decidimos as necessidades do pobre, porém, em troca, devemos querer aproximarnos deles, e estar dispostos a permitir-lhes que nos revelem suas necessidades quando o desejam e como o desejam. Reconhecemos que os leigos e os jovens podem ter experiências de serviço e de comunidade diferentes das dos Irmãos, porém, que eles são chamados da mesma forma a ser participantes ativos na missão. Damo-nos conta da importância desta afirmação e de suas implicações, e por isso, decidimos desafiar-nos uns aos outros a ser mais proativos, tanto em nosso trabalho como em nossas relações. (CIJL - Outubro de 2005). www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 53 Salmo dos Jovens lassalistas Jovens ex-alunos lassalistas, participantes do Encontro Anual da PAJULA, Botucatu, 2005. Senhor, que maravilha, louvar-te pelo reencontro! Reencontro de amigos, reencontro de seres que aprenderam a se amar e amar-te no irmão. Senhor, és compreensão e amor infinitos, por isto ensina-nos a seguir cada vez mais o teu exemplo. Ensina-nos a amar, compreender e perdoar. Agradecemos, Senhor, por todas as coisas, pois tudo o que temos procede de ti para a nossa felicidade e realização. Crer em ti nos dá coragem. Cremos com a certeza de que esta fé nos fechará o coração para as loucuras do mundo e nos mostrará a beleza da vida. Louvamos a ti pelas pessoas com as quais nos presenteias na vida, elas são a tua imagem e o espelho onde podemos te contemplar. Contemplando tua face, Senhor, percebemos que Tu és misericórdia infinita. Tu estás sempre ao nosso lado e nos fortaleces. Tu és o nosso porto seguro. És nosso sustento, alicerce e fundamento. Se por algum motivo nos afastamos de ti, Tu, serenamente, nos chamas e ao retornarmos, nos perdoas e nos amas. 54 Senhor, como é bom ser jovem lassalista! Como é bom ser semente que faz nascer e crescer no mundo a espiritualidade, a fé e o compromisso cristãos. Inspirados por São João Batista de La Salle, queremos ser sinal de tua presença no mundo, sendo fraternos e alegres, promotores da justiça e da paz. Que as nossas atitudes e o nosso agir tenham sempre o toque de tua mão, Senhor. Contigo seguiremos confiantes, pois mesmo que não alcancemos nossas metas, permaneceremos ao teu lado, de mãos dadas com os irmãos, discernindo tua santa vontade. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI A Regra de Ouro Aspirante Lucas Petry Mueller - Toledo/PR Todas as religiões ensinam o amor ao próximo. É verdade que a dimensão primeira da religião é vertical: atenção a Deus Criador, que irá receber a nossa adoração, louvor e ação de graças. Contudo, a dimensão horizontal da religião vem imediatamente depois e consiste em aceitar e respeitar as outras pessoas. O amor ao próximo, é a Regra de Ouro da conduta moral que o Cristianismo professa: “Tudo o que desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles” (cf. Mt 7, 12; Lc 6,31). O religioso lassalista como católico e como peça fundamental na educação cristã, deve demonstrar em suas atitudes diárias o cumprimento da Regra de Ouro do Cristianismo e assim ser exemplo para seus alunos. O comodismo, o egoísmo e a mediocridade humana tornam-se os principais obstáculos no caminho para a realização dessa regra. Todos sabemos, esses são sentimentos muito humanos e presentes em todas as camadas. Só através de um domí- nio destes instintos primitivos de autopreservação é que conseguimos aplicar esta Regra de Ouro no nosso dia-a-dia. Tudo isto é muito lógico e muito bonito, mas percebemos também o quanto nossa alienação nos dista do sacrifício pessoal no amor ao próximo. Se o que fazemos ao próximo é vil e ruim, não podemos esperar que os outros nos tratem de forma agradável. Se nossas atitudes são de descaso e presunção, é absurdo exigir que à nossa volta encontremos solicitude e benevolência. Se quisermos então nos fazer ser escutados devemos aprender a ouvir, se pedimos respeito e atenção devemos então respeitar. O respeito e o amor desinteressado à pessoa que está ao seu lado é algo que deve ser espontâneo e natural, e só através de exercícios espirituais e atitudes conscientes é que atingimos essa naturalidade e espontaneidade. Como educadores e formadores de opinião é fundamental aos religiosos a vivência dessa regra e desses sentimentos. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 55 Esta Regra de Ouro também faz parte da doutrina de outras religiões. É uma das normas morais mais importantes que surgiram na história da humanidade, e talvez por isto chamada Lei de Ouro (Golden Rule). Esta norma surge em diferentes épocas e culturas, e não apenas na tradição judaico-cristã, como muitas vezes é afirmado. A sua redação algumas vezes tem uma abordagem beneficente, de fazer o bem, outras vezes não maleficente, de evitar o mal. Todas, contudo, têm o mesmo objetivo: preservar a dignidade da pessoa humana. A seguir as máximas de algumas destas religiões: • Judaísmo: “Não faças ao teu companheiro aquilo que para ti é odioso: nisto se resume toda a Lei; o resto é um seu comentário” (Talmude, Shabbat, 31 a). • Islamismo: “Nenhum de vós é um crente, enquanto não amar o seu irmão como ama a si mesmo” (As 42 Tradições de An-Nawawi). • Hinduísmo: “O ponto mais elevado do dever consiste em não fazermos aos outros o que nos causaria sofrimento se nos fosse feito a nós” (Mahabharata, 5.15.17). 56 • Budismo: “Não firas o próximo, para que também tu não sejas ferido” (Udanavarga, 5, 18). • Confucionismo: “O grau mais excelso da benevolência amável (jin) consiste em não fazermos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós mesmos” (Analects, 15, 23). • Zoroastrismo “Age como gostarias que agissem contigo.” (Zaratustra, Pérsia, século VI a.C.) • Xintoísmo “A pessoa que ama os outros também será amada!” (Kojiki e Nihongi em escritos) • Religião Tradicional Africana: “Aquilo que deres (ou fizeres) ao próximo, será dado (ou feito) também a ti” (Provérbio ruandês). Como podemos ver, todas as importantes religiões conhecem, duma ou doutra forma, a Regra de Ouro: “Faze aos outros o que desejas que seja feito a ti”. Em nossa formação à vida religiosa, convivendo com diferentes pessoas em comunidade, somos constantemente desafiados a aprender esta regra e a colocá-la em prática no dia a dia. Reconheço que nem sempre é fácil, mas fazendo-o crescemos em nos- Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI sos relacionamentos, crescemos em fraternidade e chegamos de fato a formar a comunidade que testemunhará os valores da convivência humana, da paz e harmonia possíveis numa época em que a sociedade, o mundo nos querem levar tantas vezes à competição desenfreada, à intolerância e até mesmo ao ódio. Observando a lei de ouro, nós formandos e religiosos lassalistas, em comunidade, queremos chegar a viver como viviam os primeiros cristãos. Ao olharem para as comunidades formadas por estes primeiros seguidores de Cristo, os de fora chegavam a comentar: «Vede como se amam». Portanto, em nosso discernimento vocacional estamos num constante aprendizado tanto da Lei de Ouro, quanto do principal ensinamento de Jesus Cristo: «amar-nos uns aos outros» todos os dias. Deus é o Deus do amor, e não do ódio; o Deus da vida, e não da morte; o Deus da paz, e não da guerra. “O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz” e é esta a função do religioso lassalista, que vê e aplica, especialmente na educação aos mais necessitados, a Regra de Ouro para toda a humanidade. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br Se queres colher flores lindas e perfumadas, espalha sementes de flores lindas e perfumadas. Feliz 2006 57 Vamos descer da árvore Postulante George dos Santos - São Paulo/SP Não podemos negar que vivemos num mundo em constante movimento, rápido e imediato. Portanto, um mundo imediatista, que nos pede respostas instantâneas. Dessa maneira, corremos o risco de não termos tempo para esperar, para apreciar, para perceber os detalhes da criação divina. Se pararmos para pensar, no entanto, observaremos que tudo na vida exige tempo. Da concepção até o nascimento do filho são normalmente nove meses. Leva tempo do primeiro choro até o olhar atento, desde que aprendemos a sugar até soltar o sorriso espontâneo... engatinhar, ir à escola, aprender a ler, escrever, enfim. Alguns processos são rápidos, outros são lentos e outros podem nos acompanhar até a morte. Não vou me ater à teologia nem fazer uma profunda reflexão bíblica, mas me vem à memória a história de Zaqueu (Lc 19, 1-10). Zaqueu era um chefe, superior, tinha poder, era rico. Provavelmente, fez muitos chorar, sofrer, desanimar, pensar em desistir (ou até desistir). Ao subir na figueira, de imediato, Jesus falou: “Desça depressa, Zaqueu, porque hoje preciso ficar na sua casa”. Ele desceu sem demora. 58 Jesus quis e desejou entrar na casa de Zaqueu. Ele também quer e deseja fazer morada no nosso coração e no das pessoas que direta ou indiretamente são por nós acompanhadas ou orientadas. Por isto, cabe aqui perguntar, como nós nos acolhemos uns aos outros, sabendo que todos somos chamados a ser a morada de Jesus? Como recebemos Jesus nos que conosco convivem na comunidade e na sociedade. Como nós acolhemos o outro em sua totalidade? Cristo acolheu Zaqueu em sua totalidade? Jesus o convidou, contudo «deu tempo ao tempo» para que Zaqueu se tornasse hospitaleiro. É importante notarmos também a simplicidade de Zaqueu. Ele reconheceu suas falhas, sua prepotência e após este encontro com Cristo, ressignificou a situação. Ele, igualmente, pôs-se a trabalhar em seu processo de mudança. Se, por um lado, ele desce imediatamente da árvore, certamente levou bastante mais tempo para assimilar o novo estilo de vida que o encontro com Cristo exigiu dele. Jesus chama a todos, como podemos ver nos Evangelhos. E como acabamos de ver, até Zaqueu é chamado a descer tanto da árvore, quan- Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI to de sua prepotência. Jesus chama, e exige que os chamados entrem num processo de mudança e adaptação ao seu estilo de vida e à mensagem do Reino, que veio proclamar. Jesus se identifica com os pequeninos: “Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fria a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, eu garanto a vocês: não perderá a sua recompensa” (Mt 10,42). Se Jesus tivesse se identificado com os grandes, os grandiosos, os nobres, os elevados, os que não estão à margem da sociedade, com certeza, não precisaríamos pôr em prática os ensinamentos do Evangelho, uma vez que bastaria apenas nossa prepotência: “só eu falo, você escuta”; “faça o que eu mando”... Se Jesus quisesse seguidores acomodados, não teria exigido mudanças de vida, mudanças de profis- são, mudanças de casa, mudanças de todo tipo. Se Jesus quisesse seguidores acomodados, não teria pedido a Mateus que deixasse de ser coletor de impostos, não teria pedido a Pedro e companheiros para deixar de ser pescadores, não teria solicitado a Zaqueu que descesse da árvore. Ele quis seguidores, que não eram perfeitos, mas que tinham a capacidade de se aperfeiçoar no caminho. Ele os acolheu com suas limitações, e com suas potencialidades. Ele certamente sabia, ou tinha a confiança de que aqueles homens seriam capazes de se superar, de crescer e assumir a missão que lhes reservava. Mas para isto, Jesus teve que ter também paciência, teve que insistir com alguns deles para que assumissem o processo de mudança e para que assimilassem sua mensagem. Se Ele percebeu as fraquezas humanas daqueles homens, por outro lado, levou em consideração que, apesar destas limitações, o Pai, que a todos quer bem, também concede a todos os dons necessários para realizar a bom termo a obra iniciada. Concluindo, certamente, Jesus nos convida agora, já: «Desça, depressa». Desçamos depressa para sermos hospitaleiros e acolhermos o outro em sua totalidade. Desçamos depressa para ouvir, apenas ouvir a partilha do outro, se possível, chorar, sorrir e celebrar com ele. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 59 A lição do jardineiro Autor desconhecido Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim. Chegando em casa, o executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 15 ou 16 anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço. Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa. O garoto ligou para uma mulher e perguntou: - A senhora está precisando de um jardineiro? - Não. Eu já tenho um, foi a resposta. - Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo. - Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha. O meu jardineiro também faz isso. - Eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço. - O meu jardineiro também, tornou a falar a senhora. - Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível. - Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa. Numa última tentativa, o menino arriscou: - Meu preço é um dos melhores. - Não, disse firme a voz ao telefone. Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom. Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro: - Meu rapaz, você perdeu um cliente. - Claro que não, respondeu rápido. Eu sou o jardineiro dela. Fiz isto apenas para medir o quanto ela estava satisfeita comigo. O garoto insistiu: 60 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Olhar sobre si mesmo Em se falando do jardim das afeições, quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa deste jardineiro? E, se fizéssemos, qual seria o resultado? Será que alcançaríamos o grau de satisfação da cliente do pequeno jardineiro? Será que temos, sempre, em tempo oportuno e preciso, aparado as arestas dos azedumes mal-entendidos? Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura? Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia entre os nossos familiares e amigos, atendendo as suas necessidades e carências, com presteza? E, por fim, qual tem sido o nosso preço? Temos usado chantagem ou, como o jardineiro sábio, cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e as deixamos florescer, sem sufocá-las? O amor floresce nos pequenos detalhes. Como gotas de chuva que umedecem o solo ou como o sol abundante que se faz generoso, distribuindo seu calor. A gentileza, a simpatia, o respeito são detalhes de suma importância para que a florescência do amor seja plena e frutifique em felicidade. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 61 Bem Aventurada Um História de Maria em quadras populares Anselmo Cabral da Silva - Recife/PE Com luzes e cores belas Com silenciosa elegância Maria viveu para Deus Desde a sua infância. E conservou o costume De meditar tudo em segredo. Menina tocada do altíssimo Cheia de fé, não tinha medo. Já no início concebida Pura, como uma flor, Nasceu ela pequenina, Mas tão grande no amor Tinha mãos para o trabalho: Labor diário e cadinho. Tinha mãos de moça pobre Para a firmeza e o carinho. Passou pelo mundo escondida Numa subcondição Humilde e pobre, mas escolhida, Desde a sua conceição. Para sovar e assar o pão, Para unir-se em prece. As mãos de Maria, por primeiro Trabalharam na santa messe. Certamente foi tão linda Entre as flores, Maria, criança: Suas brincadeiras, seus jogos, Sua alegria, suas danças... Entre as outras meninas Nenhuma diferença fazia: Era igual, era tranqüila A doce Virgem Maria. I Cantando os seus louvores Rodeada de passarinhos Crescia a Virgem Santa Cumprindo os seus caminhos. Obediente e silenciosa, Em seu tempo, estigma de mulher. Sob os olhos de seu Deus Crescia, Maria de Nazaré. Se a vida lhe exigia Sacrifícios, resignação, Desde pequena guardava Todas as coisas no coração. Guardava o desenho das nuvens E o azul e branco do céu, Guardava a Palavra de Deus Porque judia fiel. 62 Disponível, atenta, forte, Crescia: jovem sempre alerta. Encruzilhada da História foi Para Deus uma porta aberta. E foi por Deus enamorada Desde toda a eternidade Por isso foi que lhe deu A excelsa maternidade. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Só Evangelhos apócrifos Contam sua História assim, Que foi filha de gente honesta: Santa Ana e São Joaquim. Tinha a consciência serena E alma toda em primavera. Os pés no chão d’uma vida dura E no destino uma quimera. Tinha o jeito discreto e amistoso Como qualquer moça de então Conhecia o sorriso das festas E a paciência da solidão. E tal foi que São José uma dia Por ela encheu-se de afeto E o amor luziu-lhe no rosto E viu o céu todo aberto. Sonhou viver até o fim De sua vida com Maria Que ficariam bem velhinhos Convivendo dia a dia. Que por Deus fora escolhida A ser mãe de um grande Rei - De um Reino Eterno, sem fim Sendo preciso somente Que a moça dissesse Sim! Seu pensamento, tão sereno, Não entendeu a possibilidade De ser mãe do Rei Divino Em seu estado de virgindade. Justo, José também, Sem saber foi escolhido Para cuidar do menino Que por Deus fora prometido “- Não temas” - Disse São Gabriel “nem tenhas na alma espanto, Deus Eterno em ti conceberá No poder do Espírito Santo”. Carpinteiro, era descendente De Davi, segundo a genealogia. Consagrou-se a um novo Rei Filho de Deus e de Maria. E desceu do céu uma luz Que a fez dormir num sorriso Enquanto a carne de Maria Gerava o dono de paraíso. Aconteceu que certo dia Antes mesmo do casamento Maria encheu-se do infinito Na alma e no pensamento. E o Filho de Deus se fez homem Encarnando-se milagrosamente Na terra pura que é Maria O Pai plantou a melhor semente. “- Alegre-se, cheia de Graça” Saudou-a o Arcanjo São Gabriel Que, reverente à nazarena Dizia coisas do céu. A serva aceitou o convite E se entregou à missão Não entendia todas as coisas Mas as guardava no coração. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 63 II Ave, oh Maria, o teu nome Agora é Cheio de Graça Pois recebeste do próprio Deus O dom profundo que te perpassa. III Seu primeiro gesto concreto De caridade feminina: Apressou-se e foi ajudar Na gestação de sua velha prima. Em ti para sempre estará A inefabilidade da oração. Onipotência suplicante Encontraste tua vocação. Isabel, que, em idade avançada, Daria a Zacarias um filho. João Batista, voz do deserto, Conheceria, também o martírio. Quando despertou do sono Que a fez mãe de Jesus Maria era a madrugada Que antecedia a luz. Era a Arca da Aliança, Vaso Insigne de devoção, Trazia consigo aquele Que é amor e salvação. Qual astro iluminado - uma lua Que do sol reflete a claridade, Maria tornou-se, também ela, Sinal de paz e verdade. O Senhor fez em ti maravilhas Santa mãe imaculada Todas as gerações Te chamarão BEM AVENTURADA. Mas a anunciação Era somente o começo. Ser a escolhida de Deus Teve sua glória e seu preço. Maria entrou numa escola De paciência e sofrimento: Noites e demoras divinas Lhe impuseram crescimento. Peregrinou decidida e lentamente. Firme, na doçura e no fel Sabendo que seguia de perto O Deus-Conosco: Emanuel. 64 No encontro entre as gestantes Muita coisa aconteceu. Isabel, só de ouvir Maria, Seu menino se mexeu. E as palavras que proferiu Ainda hoje são repetidas Que Maria era feliz por crer Nas coisas que lhe foram ditas. Como uma harpa viva Maria, inspirada, vibrou No seu canto, o Magnificat, De gratidão e louvor: Ao Deus dos pequeninos Que despede os poderosos, Desconcerta os soberbos E castiga os orgulhosos... Por ter-se lembrado dela Serva pequena e pobre Para tão grande tarefa E vocação tão nobre. Abriu-se como uma flor Para engrandecer no seu canto A Deus que faz maravilhas E cujo nome é Santo! Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI IV Mas, grávida, como explicaria A José, a concepção do menino? Como fazê-lo compreender A novidade do seu destino? Ora, José, homem justo, Não encontrava sensatez Para Maria, a quem não tocara Apresentar essa gravidez. Pôs-se em reserva, contrariado. Coisa normal de acontecer. Sua reação era mesmo Vontade de entender. No coração, ele sabia, Que sua noiva era decente. Como Maria lhe trouxera Tal novidade de repente? São José também passou Pelo buril da provação Mas foi o mesmo São Gabriel Que lhe trouxe consolação. Em sonho o anjo lhe apareceu E esclareceu a situação Para que recebesse Maria Com todo amor do seu coração. Que o rebento que ela esperava Era o Messias aguardado E cabia a ele, José, carpinteiro, Dar, na infância, o cuidado. Estando eles ali Completaram-se os dias Não havia quartos de estada Somente uma estrebaria. Numa pobreza extremada Mas, com humilde reverência Maria deu à luz seu filho Cheia de amor e paciência. O nascimento do Deus-Menino Longe do poder e da ostentação Já era o selo de sua mensagem Sempre sinal de contradição. Cercado de animais - testemunhas Silenciosas da sublime ocasião Jesus, na manjedoura renovava O tempo da criação... Nos arredores os pastores Viram o anjo de Deus. “- Alegrem-se!”- Disse-lhes ele “Que hoje o Cristo nasceu!” E outros anjos se uniram a ele Cantando a Deus nas alturas E paz na Terra para sempre Aos homens de vida pura. Pastores todos acorreram Aonde brilhavam a estrela. A criança que era Deus Todo mundo queria vê-la. Que levantasse e fosse com Maria Ao recenseamento prescrito Mas não temesse, pois sua família, Já era posse do Deus Bendito! Do Oriente vieram três reis Guiados pela mesma luz E trouxeram vários presentes Ao Rei-Supremo: Jesus! E aconteceu que São José Foi alistar-se em Belém Levando sua Maria Que levava mais alguém. Incenso, ouro e mirra Ao Deus-Menino que nasceu. Maria, mesmo advertida, Nem sempre compreendeu. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 65 Como toda mulher, Maria Observava profundamente Os fatos que sucediam ...Inesperadamente! E as coisas que não compreendia Guardava no coração, Muito tempo de sua vida Foi dado à contemplação. V Para os costumes judeus, Maria Devia oferecer em purificação Duas rolas ou dois pombinhos Com alegria e contrição. Também o recém-nascido Devia ser apresentado E Jesus foi levado ao templo Ao Deus único consagrado. Lá no templo o Espírito Santo Revelou ao velho Simeão Que não morreria sem ver o Cristo Poder do céu e Salvação. Erguendo menino Jesus Deu sua existência por concluída Feliz por ter realizado Toda esperança de sua vida. Depois disse à Santa Virgem As proezas que Jesus faria E alertou à mãe de Deus Que a dor lhe traspassaria. Também a profetiza Ana Tocada na sensibilidade Falou de Jesus àqueles que Esperavam pela verdade. Depois de tudo isso, Reflexivos, foram embora. Jesus crescia 66 Em graça, idade e sabedoria Sob os olhos De São José e de Nossa Senhora. VI Filha dileta, foste escolhida Para gerar o Filho na Humanidade Sob os auspícios do Espírito És sacrário da Trindade. És Mestra do silêncio operante Que nos confortas no cadinho, Nos corriges e orientas Com firmeza e com carinho. Segue-nos no caminho da cruz Como se suave ele fosse, Porque contigo nos guiando Toda vida fica mais doce. VII Nos primeiros dias apostólicos Os evangelhos foram escritos E o imprescindível das obras Era falar de Jesus Cristo. Ele era o Deus encarnado Portador da glória e sabedoria Por isso nos textos sagrados Pouco se fala de Maria Mesmo assim se fez tão grande Esta nossa mãe - irmã Que servindo a Deus em silêncio Foi a primeira e a maior cristã Educou e alimentou o filho que, Simultaneamente, a educava Humana e santamente, dia a dia, Às suas atividades se dedicava. Aos doze anos de idade Sucedeu que o menino sumiu Mas nem Maria ou José Viram-no quando saiu. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI No meio de tanta gente Naquela peregrinação José e Maria procuravam Por Jesus, mas era em vão. Ninguém o tinha visto. Onde estava? Ninguém sabia... Que humana aflição surgiu Em José e em Maria. Até que foram achá-lo, e Entre os doutores, a lei ele discutia, Falava como um rabino Com grande sabedoria! Coube a Maria, sua mãe, Exercer a terrena autoridade Chamando a atenção do menino Que tivesse responsabilidade. Que estava fazendo? Não percebia Que os afligira demais? Jesus respondeu que veio Fazer a vontade do seu Pai. Também Maria foi aprendendo Aos poucos, bem devagar... Que ela era uma discípula mesmo estando no seu lugar. VIII Ninguém conta como foi Que a vida de José terminou Mas ao seu filho Jesus Deu instrução e amor. Ao lado de sua esposa A melhor que se poderia ter São José caminhou na fé Até a hora de morrer. E teve por filho seu Mestre Que inspirava afeto e temor Ao lado de Cristo sua vida Foi de trabalho e louvor. Provavelmente sua existência Tão fiel e tão prestimosa Tenha sido, tal como a de Maria, De extrema caridade silenciosa. Porque José, homem bom, Conservou o coração puro. E fez-se, por Jesus, uma luz Que afugenta e clareia o escuro. Depois que São José morreu Mãe e filho se fizeram companhia Na casa pobre de Nazaré Houve trabalho, prece e harmonia. Que o menino que gerara Era seu filho e seu Deus. Entre eles só contaram Os desígnios que foram seus. O jovem filho de Maria Era simples e quieto demais Nada extraordinário acontecia Na vida do rapaz. Mesmo sendo filho do Altíssimo Jesus se deu à contradição: Fez-se obediente e quis que Maria Conhecesse a submissão. A mãe chegava a não entender As palavras de São Gabriel Que profetizaram seu filho Como alguém vindo do céu. Até que ela descobrisse Quanto a humildade é grande E que somente quando se gasta Uma vela sua luz expande. Mas ela nunca duvidou A despeito das aparências Que seu Jesus era o Cristo E sempre teve paciência. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 67 IX Deus não faz crianças grandes, Submete a uma educação dura. Foi assim que instruiu Maria Sua mãe e sua criatura. Sendo uma ovelha do aprisco Foi que aprendeu a ser pastora E a rogar pela Igreja Sendo nossa intercessora. Sua existência teve muito De espinho, sofrimento e dor Mas foi com a graça do Espírito Que esperou tudo ficar melhor. São Gabriel tinha dito Que seu reino seria eterno E coberto de celestial glória, Que Deus-Conosco (Emanuel) Nele se manifestaria, marcando De eternidade a História. Concretamente, Jesus Mantinha-se muito sereno Maria identificou o Grande Deus Sob cada gesto pequeno. Era como se Ele esperasse Para começar uma vida pública Demonstrando sua preocupação Tão abrangente e múltipla. A vida de Maria não foi teatro Assim: de emoção a emoção. Muitas horas de rotina Mantiveram seus pés no chão. Carregou água para casa E cozinhou à lenha também. Mas seu trabalho muito simples A levava muito além. Porque em tudo que fazia Punha seu coração inteiro. Cada pequeno gesto seu Era de amor verdadeiro. Mesmo quando cansada Da exploração do seu povo Maria sonhava com um mundo Bem bonito, santo e novo. Mas a mãe também esperava Com resignada esperança. Sempre soube em seu espírito Em quem punha sua confiança. Lá onde ovelha e lobo Beberiam da mesma água E os filhos livres de Deus teriam Suavidade na alma! Na casa pobre de Nazaré Viveram em reverente amizade: Jesus amava sua mãe e discípula Maria amava seu filho e verdade. Lá onde antigos inimigos Finalmente se dariam as mãos E sob o olhar de Jesus Se sentiriam irmãos. 68 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Desses sonhos se povoava A imaginação de Maria E neste intento trabalhava Com Jesus, no dia a dia. Quando a realidade chamava-a Voltava ela com um sorriso Daquelas visões que tinha Sobre a vida no paraíso. Hoje, como é suave Imaginar aquele sonho Que Maria sonhava Nesses versos que componho. Como se eu também Pudesse ter os sonhos dela: Pintar um quadro do paraíso E me sentir dentro da tela. XI Numa festa de família As bodas de Caná A pedido de Maria Jesus começa a atuar. Ora, o costume daquele tempo Era que uma festa se demorasse Seria, pois, vergonhoso Caso o vinho se acabasse. Maria e seu filho eram Convidados e parentes, Comemoravam o casamento Também estavam contentes. Acontece que o vinho Acabou antes da hora E a consternação dos noivos Comoveu Nossa Senhora. X Quem contará com justiça A História dessa mulher Que viveu principalmente Do alimento da fé? Rogou a Jesus: “Meu filho, Não há mais vinho aqui!” E Ele para entendê-la, perguntou: “O que há entre mim e ti?” Quem saberá desvendá-la? Descobrir todos os seus encantos? E traduzir suas belezas Em canções de acalanto? Ao contrário de uma distância Se percebe cumplicidade Entre Maria e seu filho Para fazer caridade. Ela foi uma rocha firme Em toda dificuldade que encontrou E ao mesmo tempo tão suave E sublime como uma flor. Que entre eles havia Uma fina comunicação Que prescindia de palavras: De coração para coração. Dir-se-ia que as brisas Brincavam de beijar seu rosto E faziam desenhos suaves Com extremado bom gosto. Confiante aquela mãe - discípula Já havia entendido Que Jesus, tão bom e santo Atenderia seu pedido. Mas, divagando em louvores, Não vê? Quase me distraio. Assim como eu termino Essa homenagem de maio? Apenas disse aos garçons: “Façam o que Ele mandar!” suprema fala de Maria que deve sempre nos inspirar. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 69 E a água daquelas talhas Jesus transformou em vinho E da melhor qualidade Por causa do seu carinho. Foi manso, bom e suave Fazia florir esperança Alguém que ele perdoava Voltava a se sentir criança. E fez seu primeiro milagre Exatamente naquele dia Não porque fosse imprescindível, Mas a pedido de Maria. Mas irritou-se ao ver o templo Servindo a interesses comerciais Até Jesus, rico em longanimidade, Achou aquilo demais. Este é o maior milagre De Jesus na vida d’um cristão Transformar em vinho de fé A água da distração. E expulsou os vendilhões Espalhou as mercadorias Disse que o templo destruído Ele mesmo o reergueria Em três dias. Jesus fez tantos milagres Que não se poderiam contar Mas no primeiro de todos Quis sua mãe agradar. XII Teve início a vida pública De Jesus de Nazaré Fez milagres e fez prodígios Para quem tivesse fé. Num Império Romano cruel Falou de amor e de paz Alimentou corpos e almas Expulsou a satanás. Ressuscitou Lázaro, seu amigo E a filha de Jairo também Contava histórias bonitas Falou do céu como ninguém. Acalmou, no mar, a tempestade. Com autoridade, repreendeu o vento. O filho de Deus e de Maria Também sabia acalmar o sentimento. Escolheu apóstolos e discípulos Que continuassem sua missão Levando a Palavra de Deus Ao mais distante torrão. 70 Assim tornou-se subversivo Para romanos e judeus Chamaram de blasfemo Ao próprio filho de Deus. E passaram a se incomodar Com a liberdade de Jesus De tal sorte Que desde aquele dia Começaram a tramar A sua morte. O menino quieto de Maria Que cresceu sob seu materno olhar Aos poderosos do Império, agora Podia, seriamente, incomodar. Porque insuflava as pessoas Falando de um reino de amor. Mas era crime falar de um poder Que não fosse o do imperador. Todo mundo sabe a história Que nosso jovem Senhor Acabou sendo traído E que as dores da cruz Como um criminoso Maldosamente foi conduzido Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI XIII A mãe padeceu com Jesus Todo o trajeto do calvário Acompanhou de coração partido Todo o sofrido itinerário. A carne humana onde Jesus Apanhava, era torturado e sofria Lembremo-nos, tinha somente, O DNA de Maria. Entre essas duas pessoas A simbiose era tão forte Que dividiram a graça da vida E as dores da morte. Maria viu Barrabás ser preferido Pelo povo para viver Enquanto Jesus, seu filho, Foi condenado a padecer. Sabia que, também ela, Naquele instante era chamada Para o suplício do Gólgota A mais difícil caminhada. Jamais, em momento algum, Abandonou seu menino e Mestre, Fiel a Cristo todo o tempo De sua vida terrestre. Manteve-se firme para suportar A espada que lhe traspassava, Tal como a cruz de Cristo Sua cruz também foi pesada. Talvez tenha compreendido A missão da sua vida Ser a mãe de todas as dores Por isso, tão compadecida. Enquanto Jesus seguia Para a horrenda crucifixão A mãe o acompanhava No meio da multidão. Quando pôde encontrar seu filho Não quis mostrar sua tristeza Mirou bem dentro dos seus olhos Para infundir fortaleza. Naquele instante de angústia Quando o Pai se escondia Deixou que Jesus sentisse Sua presença no olhar de Maria. De dentro da dor materna A flor divina da confirmação De novo o “ faça-se” de Maria Unia-a a Jesus na missão. Marteladas, pancadas, cuspidos, Caracterizaram o altar da violência. De Jesus o castigo era físico, E o de Maria era a paciência. Sob a cruz e a dor de Cristo, Foi fiel à exigência da fé. Não teve desmaios ou xiliques, Maria ficou de pé. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 71 Deus pedia seu menino Para uma grande expiação E Maria fez uma oferta Maior que a de Abraão. Do alto da cruz, Nosso Senhor Entregou ao apóstolo São João Sua mãe e companheira... Sublime gesto de amor Que deu a Maria a maternidade Da humanidade inteira. Mãe, pela ordem da graça Mostra-nos o caminho do céu. Quem seguir os seus passos Será sempre cristão fiel. É doce viver sob seus cuidados E sua potente proteção. Salve Rainha, mãe de misericórdia Vida, doçura e esperança nossa... ...Porta da Salvação! São Luiz de Montfort Foi feliz ao declarar Que “a devoção à virgem Santa É um presente que Deus dá Àqueles a quem quer salvar.” XIV Mesmo agora, depois da morte De Jesus e do medo que cresceu, As palavras de São Gabriel A grande mãe não esqueceu. Aos apóstolos escondidos, Maria Animava na oração (discreta), Pois o Cristo ressurgiria, ela sabia Na hora dEle, a hora certa. No domingo, o terceiro dia A alegria foi completa Com Jesus ressuscitado A porta do céu foi aberta! Após 50 dias, os apóstolos Se reuniram para rezar. O Espírito veio como fogo E Maria estava lá! De novo e sempre presente Na vida do povo, a Igreja, Seja bendita Maria, Nossa mãe Santa, assim seja. Depois de tudo consumado E terminada a agonia Jesus, inerte, descido da cruz Volta ao colo de Maria! No presépio e no calvário foi Maria, necessária e consoladora: Fiel em Belém, quando feliz, Fiel também, quando sofredora. Contemplou profundamente O mistério do filho moribundo Miguel Angelo, na Pietà, traduziu Aquele instante para todo mundo. 72 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI XV Como a Bíblia ensina Que a morte vem pelo pecado, Como pode ter morrido Um oração imaculado? O fim da vida de Maria Se deu pela dormição E foi assunta ao céu Como predestinação. Nosso Senhor levou sua mãe Para aquele lugar Onde um dia todos nós Também iremos morar. E, no paraíso, como prêmio Dos merecimentos que ela tinha, Deus, por seu amor imenso, Fez dela nossa rainha! Espero pela minha vez Quando quero ter a sorte De abraçar a Santa Virgem Na hora de minha morte Quem dera que ela mesma Viesse para me buscar E me apresentasse ao Cristo Pedindo para me salvar. Quem dera que ela mesma A doce Virgem Maria Me conduzisse ao paraíso Da eterna alegria! E sob os cuidados dela Protegido por seu amor Confiante me apresentaria A Jesus, o Bom Pastor... Filho de Deus e Deus mesmo Suavíssima Caridade. No céu, com Jesus e com Maria, Conhecerei a Felicidade. Foi no Céu que o Bom Jesus Fez de Maria nossa protetora A grande amiga, companheira, Mãe carinhosa e professora. XVI Flores que venham Do fundo da nossa alma Enfeitem nossa contemplação De Maria, tão bela e calma. Muitas flores e estrelas Tudo para a Senhora Que intercede por nós Todo tempo e mesmo agora. Quem louva Maria, louva Aquela que o céu escolheu. Foi por Maria que o Deus Menino Milagrosamente nasceu! Para ela - Nossa Senhora Nossa melhor inspiração. Nosso melhor pensamento E o amor do coração, A alegria do sentimento E a mais pura emoção. Que Maria tome em suas mãos Nossas vidas E as transforme em dom. Que as ofereça ao Bom Deus E Ele veja Que é bom. Flores íntimas e verdadeiras À mãe tão meiga E tão forte. Que roga por nós, pecadores, Agora E na hora da nossa morte. Amém! www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 73 Melhor Amigo E dessa vez não é o cachorro. Colaboração: João Rabuske Oi, sou Jesus! Eu estou ao seu lado e sou aquele que nunca desacredita dos seus sonhos. Sou eu que às vezes altero seu itinerário, e até atraso seus horários para evitar acidentes ou encontros desagradáveis. Sim, sou eu que falo ao seu ouvido aquelas «inspirações» que você acredita que acabou de ter como «grande idéia». Sou eu quem lhe causa aqueles arrepios quando você se aproxima de lugares ou situações que vão lhe fazer mal. E sou eu quem chora por você quando você com a sua teimosia insiste em fazer tudo ao contrário só para desafiar o mundo. Quantas noites passei na cabeceira de sua cama velando por sua saúde, cuidando de sua febre e renovando suas energias. Quantos dias eu o segurei para que você não entrasse naquele ônibus, carro e até avião? Por quantas ruas escuras eu o guiei em segurança? Não sei, perdi a conta, e isso não importa. 74 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI O que realmente importa, e que até me deixa preocupado, é quando você assume a postura de vítima do mundo, quando você (apesar de eu estar com você) não acredita na sua capacidade de resolver os problemas, quando você aceita as situações como insolúveis. O que me deixa triste é quando você pára de lutar e simplesmente reclama de tudo e de todos, quando você desiste de ser feliz e culpa outra pessoa pela sua infelicidade. Fico intranqüilo quando você se esquece de mim, deixa de sorrir e afirma que não há motivos para sorrir, enquanto o mundo está repleto de coisas maravilhosas que coloquei à sua disposição. Eu sou Jesus, aquele que Deus entregou para morrer em seu lugar na cruz do calvário, em sacrifício, para que os pecados do mundo fossem perdoados. Já que consegui falar diretamente com você, gostaria de lhe lembrar, que estou ao seu lado sempre, mesmo quando você acredita estar totalmente só e abandonado. Nestes momentos de sua solidão e desespero estou eu segurando a sua mão, consolando seu coração, olhando e velando por você. Por amá-lo demais me entristeço com a sua tristeza. No entanto, sei que você nasceu para adorar meu Pai que está nos céus, e agradeço a Ele a oportunidade bendita de conhecê-lo e cuidar de você, para que faça sempre a vontade do Criador. Você é realmente muito especial, tanto para mim quanto para Ele. Sou Jesus, acredito em você! Sou Jesus, seu melhor amigo. Confia em mim, deixe-se iluminar pela luz de minha palavra, e especialmente, deixe-se iluminar pelas luzes do Divino Espírito Santo, que comigo e com o Pai é o único Deus. Permaneça em contato comigo pelo diálogo constante, através da participação na vida sacramental da Igreja e da oração diária. Sou seu melhor amigo, sempre disposto a ouvi-lo e orientá-lo em seu caminhar. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 75 Deus é como açúcar Um certo dia, a professora querendo saber se todos tinham estudado a lição de catecismo, perguntou as crianças quem saberia explicar quem é Deus? Uma das crianças levantou o braço e disse: - Deus é o nosso Pai, Ele fez a terra, o mar e tudo que está nela; nos fez como filhos dele. A professora querendo buscar mais respostas, foi mais longe: - Como vocês sabem que Deus existe, se nunca O viram? A sala ficou toda em silêncio... Pedro, um menino muito tímido, levantou a mãozinha e disse: - A minha mãe me disse que Deus é como o açúcar no meu leite que ela faz todas as manhãs. Eu não vejo o açúcar que está dentro da caneca no meio do leite, mas se ela o tira, o leite fica sem aquele sabor que eu gosto tanto. Deus existe, e está sempre no meio de nós, só que não O vemos, mas se Ele sair de perto, nossa vida fica... sem aquele sabor especial. A professora sorriu, e disse: - Muito bem Pedro, eu ensinei muitas coisas a vocês, mas você me ensinou algo mais profundo que tudo o que eu já sabia. Eu agora sei que Deus é o «nosso açúcar» e que está todos os dias adoçando a nossa vida! Deu-lhe um beijo e saiu surpresa com a resposta daquela criança. A sabedoria não está no conhecimento, mas na experiência de Deus em nossas vidas. Experimentandoo uma vez, dele sempre vamos querer mais. Experimentando-o uma vez, os outros «adoçantes» já não nos satisfarão. Lembre-se de colocar «o Açúcar» em sua vida... 76 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Pão partido para a vida do mundo Texto preparado pelo Papa João Paulo II Caríssimos Irmãos e Irmãs, 1. O Dia Mundial das Missões neste ano dedicado à Eucaristia ajuda-nos a compreender melhor o sentido “eucarístico” da nossa existência, revivendo o clima do Cenáculo, quando Jesus, na vigília da sua paixão, se ofereceu ao mundo: “Na noite em que ia ser entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo entregue por vós. Fazei isto em minha memória»” (1Cor 11,23-24). Na recente Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, convidei a contemplar Jesus, “pão partido” para toda a humanidade. Seguindo o seu exemplo, também nós devemos dar a vida pelos irmãos, especialmente pelos mais necessitados. A Eucaristia contém em si “o sinal da universalidade” e, de modo sacramental, prefigura o que há de acontecer, “quando os que participam da natureza humana, regenerados em Cristo pelo Espírito Santo, contemplando unanimemente a glória de Deus, puderem dizer: “Pai nosso” (Ad Gentes, 7). Deste modo, enquanto faz compreender plenamente o sentido da Missão, a Eucaristia impele cada indivíduo que crê, e de maneira especial os missionários, a ser “pão partido para a vida do mundo”. A humanidade tem necessidade de Cristo, “pão partido” 2. Na nossa época, a sociedade humana parece envolvida por densas trevas, abalada por acontecimentos dramáticos e confundida por calamidades naturais catastróficas. No entanto, assim como fez “na noite em que ia ser entregue” (1Cor 11,23), também hoje Jesus “parte o pão” (cf. Mt 26,26) por nós e, nas Celebrações Eucarísticas, oferecese a si mesmo sob o sinal sacramental do seu amor por todos. Por isso, desejei lembrar que “a Eucaristia não é expressão de comunhão apenas na vida da Igreja; é também projeto de solidariedade em prol da humanidade inteira” (Mane Nobiscum Domine, 27); é “pão do céu”, que, dando a vida eterna (cf. Jo 6,33), abre o coração dos homens a uma grande esperança. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 77 O próprio Redentor, que à vista da multidão necessitada sentiu compaixão, “pois ela estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36), presente na Eucaristia, continua ao longo dos séculos manifestando compaixão pela humanidade pobre e sofredora. E é em Seu nome que os agentes de pastoral e os missionários percorrem caminhos inexplorados, para levar o “pão” da salvação a todos. Eles são animados pela consciência de que, unidos a Cristo, “centro não só da história da Igreja, mas também da história da humanidade (cf. Ef 1,10; Cl 1,15-20)” (Mane Nobiscum Domine, 6), é possível satisfazer as expectativas mais íntimas do coração humano. Somente Jesus pode saciar a fome de amor e a sede de justiça dos homens; somente Ele torna possível a cada pessoa a participação na vida eterna: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,51). Juntamente com Cristo, a Igreja faz-se “pão partido” 3. Quando celebra a Eucaristia, de modo especial no domingo, Dia do Senhor, a Comunidade Eclesial experimenta, à luz da fé, o valor do 78 encontro com Cristo crucificado e adquire cada vez mais consciência de que o Sacrifício Eucarístico é “em favor de muitos” (Mt 26,28). Alimentando-nos do Corpo e do Sangue do Senhor crucificado e ressuscitado, não podemos conservar este “dom” somente para nós. Pelo contrário, é necessário difundi-lo. O amor apaixonado por Cristo leva ao anúncio corajoso de Cristo, anúncio que, com o martírio, se torna oferta suprema de amor a Deus e aos irmãos. A Eucaristia leva a uma ação evangelizadora generosa e ao compromisso efetivo na edificação de uma sociedade mais justa e fraterna. Faço votos cordiais, a fim de que o Ano da Eucaristia estimule todas as comunidades cristãs a ir ao encontro, “com operosidade fraterna .../... das muitas pobrezas do nosso mundo” (Mane Nobiscum Domine, 28). E isto, porque “pelo amor mútuo e, em particular, pela dedicação aos necessitados, seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo (cf. Jo 13,35; Mt 25,31-46). Com base neste critério, será comprovada a autenticidade das nossas celebrações eucarísticas” (Mane Nobiscum Domine, 28). Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Os missionários, “pão partido” para a vida do mundo 4. Também hoje Cristo ordena aos seus discípulos: “Vós mesmos dai-lhes de comer!” (Mt 14,16). Em seu nome, os missionários partem rumo a muitas partes do mundo, para anunciar e dar testemunho do Evangelho. Com sua ação, eles fazem ressoar as palavras do Redentor: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais sede” (Jo 6,35); eles mesmos tornam-se “pão partido” para os irmãos, chegando por vezes até ao sacrifício da vida. Quantos mártires missionários, neste nosso tempo! Que o exemplo deles leve numerosos jovens a percorrer o caminho da fidelidade heróica a Cristo! A Igreja tem necessidade de homens e mulheres que estejam dispostos a consagrar-se totalmente à grande causa do Evangelho. O Dia Mundial das Missões constitui uma circunstância oportuna para tomar consciência da necessidade urgente de participar na Missão evangelizadora, em que se encontram comprometidas as Comunidades locais e os numerosos Organismos eclesiais e, de modo particular, as Pontifícias Obras Missionárias e os Institutos Missio- nários. Trata-se de uma Missão que, além da oração e do sacrifício, espera também apoio material concreto. Uma vez mais, aproveito a ocasião para frisar o serviço prestado pelas Pontifícias Obras Missionárias e convido todos a apoiá-las com uma generosa cooperação espiritual e material. Que a Virgem, Mãe de Deus, nos ajude a reviver a experiência do Cenáculo, para que as nossas Comunidades eclesiais se tornem autenticamente “católicas”; ou seja, Comunidades em que a “espiritualidade missionária”, que é “comunhão íntima com Cristo” (Redemptoris Missio, 88), se ponha em íntima relação com a “espiritualidade eucarística”, que tem como modelo Maria, “mulher eucarística” (Ecclesia de Eucharistia, 53); Comunidades que permanecem abertas à voz do Espírito e às necessidades da humanidade; e Comunidades nas quais os fiéis, e especialmente os missionários, não hesitem em fazer-se “pão partido para a vida do mundo”. Concedo-vos a todos a minha Bênção! Vaticano, 22 de fevereiro de 2005 Festa da Cátedra de São Pedro João Paulo II www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 79 15º Congresso Eucarístico Nacional Florianópolis, a linda capital catarinense, foi escolhida em abril de 2002, durante a 40ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para ser a sede do maior evento nacional da Eucaristia. Assim, será realizado nos dias 18 a 21 de maio de 2006 o 15º Congresso Eucarístico Nacional. Apresentamos a seguir o tema, o lema e a oração do Congresso. Tema: Ele está no meio de nós! Lema: Vinde e Vede! (Jo 1,39) Oração do 15º Congresso Eucarístico Nacional Nós vos agradecemos, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque em vosso Filho Jesus Cristo nos revelastes o mistério do vosso amor. Ele viveu entre nós, pregou o evangelho aos pobres, perdoou os pecadores e curou os enfermos. Por fim, na última Ceia, deu-nos o dom de seu corpo e de seu sangue, alimento de vida, que nos faz proclamar: Ele está no meio de nós! Na Eucaristia, nos associamos à oferta que Ele vos faz, ó Pai, pela vida do mundo. Com Ele, vos oferecemos as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias das mulheres e dos homens de hoje. Dai-nos a graça de celebrar com entusiasmo o 15º Congresso Eucarístico Nacional, na comunhão do Espírito Santo e em unidade com a Igreja no Brasil. Queremos estar atentos ao convite que vosso Filho nos faz - Vinde e vede! - para segui-lo com um coração disponível A Mãe de Jesus, Nossa Senhora do Desterro, presente com a Igreja e como Mãe da Igreja em cada uma das celebrações eucarísticas, nos ensine a contemplar seu Filho e a adorálo no Santíssimo Sacramento, fonte inesgotável de santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém. 80 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Maria, passa na frente Maria, passa na frente e vai abrindo estradas e caminhos. Abrindo portas e portões. Abrindo casas e corações. A mãe indo na frente, os filhos estão protegidos e seguem seus passos. Leva todos os filhos sob a tua proteção. Maria, passa na frente e resolve aquilo que somos incapazes de resolver. Mãe, cuida de tudo que não está ao nosso alcance. Tu tens poder para isto. Vai mãe, vai acalmando, serenando e amansando corações. Vai acabando com o ódio e rancores, mágoas e maldições. Vai terminando com dificuldades, tristezas e tentações. Vai tirando teus filhos das perdições. Maria, passa na frente e cuida de todos os detalhes, cuida, ajuda e protege a todos os teus filhos. Maria, tu és a mãe e também a porteira. Vai abrindo o coração das pessoas e as portas nos caminhos. Maria, nós vos pedimos, passa na frente e vai conduzindo, levando, ajudando e curando os filhos que precisam de ti. Quem pode dizer que foi decepcionado por ti após haver-te chamado ou invocado teu nome? Com o poder e o amor do teu divino Filho, podes resolver as coisas difíceis e impossíveis. Nossa Senhora, fazemos essa oração pedindo a tua proteção. Em ti confiamos e a ti agradecemos rezando agora um «Pai-nosso» e três «Ave-Marias». www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 81 Vocação, o chamado divino Somos chamados à santidade numa vocação específica. Nenhum «átomo» do mundo surgiu por acaso, ou seja, nada existe no mundo sem um plano divino. Quando recebemos a chave dos sacramentos, o Batismo, nos é dado uma vocação importantíssima: a santidade. Essa é a vocação de todos os cristãos. Deus deseja que sejamos construtores e aperfeiçoadores de suas obras. Por isso, nos compete também outra vocação. Muitos pensam que a palavra vocação se relaciona intimamente com a palavra sacerdócio. Isso não é verdade, a vocação engloba também o matrimônio e as vidas religiosas (freiras, leigos consagrados, missionários). Essas vidas religiosas são uma das escolhas de muitos, que preferem viver um total desapego às coisas materiais - voltando-se ao serviço de Deus. Deus chama também muitos homens a seguir o sacerdócio (sacer = sagrado; dócio = dom), ou seja, viver também em espírito de fraternidade e serviço a Deus (padres religiosos e diocesanos). Deus suscita também muitos para que sigam a vocação familiar, 82 ou seja, construir uma família cristã, com pensamentos retos e voltados ao Senhor Jesus Cristo. Muitos pensam que é fácil seguir esse sacramento, mas nada disso é verdade. Deus convoca tantos outros para o serviço do Reino. Convoca a uns para se consagrar como religioso educador, a outro como religioso comunicador, a outro como religioso na área da saúde, e a outros para tantas outras missões urgentes na Igreja de Cristo. Deus convoca pessoas a se consagrarem a Ele como Irmãos ou Irmãs, a fim de testemunhar o amor em comunidade e prestar o serviço em favor do próximo. Tanto o sacerdócio, quanto o matrimônio e a vida consagrada têm objetivos muito afins: a) responder ao chamado do Senhor; b) prestar um serviço ao povo de Deus; c) Testemunhar o amor infinito do Criador, sendo com Ele co-criadores. Logo, a vocação é para todos, e para conhecê-la é muito importante antes discerni-la, para saber se é isso mesmo que Deus quer para você. Por isso vamos viver intensamente esse Plano de Deus e procurar a cada dia cumprir a vocação de todos nós: a santidade! Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Vem e segue-me no Tempo Livre www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 83 A lógica de Einstein Colaboração: Irmão Nery, autor desconhecido. Conta-se que duas crianças estavam patinando num lago congelado da Alemanha. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo. guido quebrar gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis! Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: «Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança.» - Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conse- Nesse instante, o gênio Albert Einstein que passava pelo local, comentou: - Eu sei como ele conseguiu. Todos perguntaram: - Pode nos dizer como? - É simples. - respondeu o Einstein - Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz. É muito melhor lançar-se à luta em busca do triunfo, mesmo expondo-se ao insucesso, do que formar na fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota. (Franklin D. Roosevelt) 84 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Você tem experiência? Num processo de seleção de uma grande empresa, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta «Você tem experiência?» A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele com certeza será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma. Redação vencedora Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-dosol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um «para sempre» pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: - «Qual sua experiência?». Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência... Será que ser «plantador de sorrisos» é uma boa experiência? Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova? www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 85 Que tal estas? Colaboração: George dos Santos Calcanhar de Aquiles De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles. Voto de Minerva Ainda da Mitologia. Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo. Não entendo patavinas Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Pádova, sendo assim, não entender patavina significa não entender nada. 86 Conto do Vigário Duas igrejas de Ouro Preto/MG receberam uma mesma imagem de uma Santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda divina, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocariam o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a Santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, Conto do Vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem. Ficar a ver navios Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI O canto do cisne Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão canto do cisne representa as últimas realizações de alguém. Olhos de lince Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes. Lágrimas de crocodilo É uma expressão usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima. Estômago de avestruz Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais. Vai... Paulo Geraldo Para carregar sobre os ombros o peso do mundo. Para lutar pelo bem sem descanso e sem cansaço. Para enxugar todas as lágrimas ou para lhes dar um sentido luminoso. Levarás a tua juventude a lugares onde se pode morrer, porque precisam lá de ti. Pisarás terrenos que muitos valentes não se atreveriam a pisar. Partirás para longe, talvez sem saíres do mesmo lugar. A vida se perde quando te agarras aos teus egoísmos com empenho; mas se a entregas, tu verás, serás mais livre e voarás como querias em teus sonhos. Há testemunhas que oferecem sua vida; gastam sua vida tal qual o círio pascal. Se o Senhor te quer para Ele, deixa tudo e segue-o, mesmo se isto te levar ao martírio. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 87 Prece da Rosa Irmão Eugenio Alberto Fossá, fsc Eu sou uma rosa! Eu nasci assim e sou sempre assim! Os homens me dizem que simbolizo o amor. Na verdade, eles não me oferecem senão como gestos de amor. Eu sou sempre uma presença de amor e de plenitude, mesmo quando enfeito uma sepultura! Mas, apesar desta presença significativa, não passo de uma simples rosa entre tantas rosas; de uma flor entre tantas flores; de um encanto entre tantos encantos da vida! Apesar do simbolismo e dos sentimentos com que os homens me oferecem, em circunstâncias tão diversas, continuo sempre a mesma rosa, que hoje existo e amanhã feneço como a erva do campo. Assim mesmo, os homens nunca se cansam de me cultivar; nunca se enfadam de me oferecer! 88 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Sou sempre o mesmo encanto, a mesma rosa, o mesmo simbolismo. Tenho uma vida bem curta, mas que encerra a expressão da plenitude da vida - o amor! Meu Criador, obrigado por me terdes feito rosa! Obrigado, meu Senhor, pelo destino que me destes! Senhor, fazei que os homens, cujas mãos me plantam, me colhem, me oferecem, me tiram fora, fazei, Senhor, que eles sejam a expressão real daquilo que simbolizo. Senhor, eu não sou o amor, mas apenas um símbolo do amor. Mas os homens devem ser o amor, pois são a vossa imagem e semelhança. Ah! Senhor, vejo tanta coisa entre eles que não é amor! Eu também tenho espinhos, mas nunca sou oferecida como espinho, mas sempre como rosa. Fazei, Senhor, que os homens todos sempre se relacionem, Convivam numa expressão real de vossa imagem e semelhança: o amor! Senhor, termino minha oração agradecendo-Vos por me terdes dado um destino de anunciar constante e permanentemente aos homens, pelo meu próprio modo-de-ser, a expressão de vossa própria natureza e da humanidade: o amor! www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 89 Viver melhor Aproveite oportunidades Por menores que sejam, podem ser o início de grandes empreendimentos. Tome o caminho certo A direção é mais importante que a velocidade. Mude de direção - Não siga as trilhas. Vá por onde não há trilhas e deixe o seu rastro. Nunca desista - A maioria teria chegado ao triunfo se fosse um pouco mais além. Ouse - Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perde-lo para sempre. Mude de idéia Não é triste mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar. Dê exemplos Valem muito mais que conselhos. Não seja bom em tudo Mas naquilo que faz, seja o melhor. Faça sua parte Cada um que varra sua porta, se o mundo não ficar limpo ficará menos sujo. Comunique-se Pois que graça teria a vida, se as notícias não se espalhassem. Perdoe - Lembre-se de que um dia também pode precisar de perdão. 90 Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Humor H um or or Hum Empregada displicente A patroa, depois de agüentar muitos desaforos, vira-se para a empregada: - Cremilda, você está despedida! - Mas, por quê, dona Lúcia? - O seu trabalho está cada dia pior! O pouco que faz, faz mal feito! Eu já estou farta disso! Toma aqui o seu dinheiro e suma da minha frente! A empregada pega o dinheiro, agradece e antes de sair tira uma nota de 10 e joga para o cachorro. - Mas que atrevimento! - brada a patroa. - Jogar dinheiro para o cachorro! - É que ele fez por merecer, dona Lúcia. Já faz mais de um mês que é ele quem lava a louça! Correndo atrás do ônibus Ao sair do trabalho, Joaquim estava quase chegando no ponto quando viu o seu ônibus saindo. Correu, correu, correu... mas o ônibus foi embora. Assim que ele desistiu de correr viu o ônibus parando no próximo ponto. - Agora tu não me escapas... - pensou ele. E disparou a correr novamente. Quando estava a menos de dois metros do ônibus, ele foi embora outra vez. Inconformado, Joaquim pôs-se a correr atrás dele novamen- Humor Humor Hu mo r te. Correu, correu, correu... mas o ônibus ia ficando cada vez mais distante. Quando ele parou, olhou e viu o ônibus parando no próximo ponto. Disparou a correr atrás dele novamente... e assim foi, correndo, correndo até que, quando deu por si, já havia chegado no seu destino. Todo esbaforido, entrou em casa e falou para a Maria, com ar de espertalhão: - Ó Maria, hoje eu economizei um Real! - Por quê? - quis saber ela. - Quando saí do escritório fui pegar o ônibus, mas ele já estava saindo. Então corri atrás dele e quando vi já tinha chegado em casa. - Ó Joaquim, como tu és burro! Por que não correstes atrás de um táxi, assim economizaria logo uns dez Reais! Enterrando a sogra Depois de faltar no dia anterior o funcionário chega se desculpando: - Bom dia, chefe. Não vim ontem porque fui enterrar minha sogra. Meus pêsames - disse o chefe, constrangido. - Mas o que aconteceu com você? Está todo arranhado, cheio de hematomas! - Pois é, chefe... A velha não queria entrar no caixão de jeito nenhum! www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 91 Afogando as mágoas - Por que é que você bebe? - Para afogar as mágoas! - E resolve? - Que nada! Elas aprenderam a nadar! Dúvida postal Manuel resolve ligar para o correio para tirar uma dúvida: - Por gentileza, quanto custa eu mandar uma carta pelo correio? - Ah, só uns 15 centavos. - Hum... e o baralho inteiro? Passando do limite Um policial está na estrada, chegando no Posto Rodoviário onde trabalha e avista um carro andando em baixíssima velocidade. Imediatamente ele faz sinal para o carro parar e vai falar com o motorista. Aliás, a motorista. É uma velhinha acompanhada de três amigas da mesma faixa etária. - Não sei se a senhora sabe, mas andar devagar demais pode provocar um acidente! - adverte o guarda. - Mas, seu guarda! Eu só estou obedecendo a sinalização! Será possível que hoje em dia, só porque ninguém respeita a sinalização... - Um minuto, senhora! - interrompe o policial - Posso saber que sinalização a senhora está respeitando? A velhinha não diz nada. Só aponta uma placa onde está escrito «BR-050». 92 - Mas, minha senhora... Aquela placa não indica o limite de velocidade e sim o número da estrada, BR-050... Olha, eu não vou multá-la se a senhora prometer ter mais atenção, tudo bem? - Tá certo... Tá certo... - Só mais uma coisa - torna o guarda - As demais senhoras estão passando bem? Elas parecem tão assustadas... - Elas já vão melhorar! - responde a velhinha motorista - É que nós acabamos de sair da BR 210... Dedo duro Rapaz fala com sua empregada: - Você, hein! Me traiu! - O que foi que eu fiz? - pergunta a empregada, espantada. - Você prometeu que não ia contar pra minha mãe a hora que eu cheguei ontem à noite. - Ué, e eu não contei... - Como não? - Não falei mesmo. Quando sua mãe perguntou, eu disse que estava tão ocupada preparando o café da manhã que nem reparei que horas eram... Conversa de anjo Dois anjos conversando: - Como será o tempo amanhã? - Acabo de ouvir na rádio que vai ficar o dia todo nublado. - Que bom! Assim a gente vai ter lugar para sentar! Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Pedido natalino Final de ano, Joãozinho resolve escrever uma carta para o Papai Noel: - Querido Papai Noel, fui um bom menino durante todo o ano. Gostaria de ganhar uma bicicleta. O menino olha para o texto e, insatisfeito, amassa a folha e escreve novamente: - Papai Noel, fui um bom menino durante a última semana. Por favor, mande-me uma bicicleta. Novamente Joãozinho não se satisfaz. Pensa um pouco, vai até o presépio, pega o Menino Jesus, tranca-o em uma gaveta e volta a escrever: - Virgem Maria, seqüestrei seu filho. Se quiser vê-lo novamente, mande-me uma bicicleta. Sabedoria paterna O garoto pergunta ao pai: - É verdade que os pais sempre sabem mais que os filhos? - É verdade - responde o pai. - Então, me diga, quem foi que inventou o avião? - Foi Santos Dumont! - Nesse caso, então porque que não foi o pai dele? Os reis do gado Dois amigos fazendeiros se encontram depois de muito tempo e, a certa altura da conversa, o primeiro pergunta: - E aí, Durval? Com quantos alqueires está a sua fazenda? - Já tá com quase cem alqueires e a sua? - Só pra você ter uma idéia, pela manhã eu saio de casa, ligo meu Jeep e ao meio-dia ainda não percorri nem a metade da minha propriedade. - Entendo... eu também já tive um carro desses! É uma droga... O passeio de charrete da rainha Estavam a passear numa charrete a Rainha da Inglaterra e um famoso Conde da região. De repente, um dos cavalos soltou um estrondoso peido e a Rainha, muito constrangida, apressou-se em se desculpar: - Perdoe-me, senhor Conde! Mas assim é a natureza! O Conde logo respondeu: - Ora, não precisa ficar envergonhada! Eu até pensei que tivesse sido um dos cavalos! O quarto barato Um homem chega na cidadezinha do interior e, ao procurar o hotel, estranha os preços das diárias. Havia diária de cem reais, uma de cinqüenta reais e outra de dez reais. O capiau atende e explica: - Na de cem reais tem TV, vídeo e sauna. Na de cinqüenta reais, não tem sauna. Na de dez reais tem que fazê a cama! O viajante não tem dúvida: - Fico nessa! Fazer a cama pra mim não é problema! - Certo... Então pode pegá a madêra, os prego e o martelo ali no fundo! www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 93 Expressões pernambucanas. - Botão de som é pitôco; - Se é muito miúdo é pixotinho; - Se for resto é cotôco; - Tudo que é bom é massa ; - Tudo que é ruim é peba; - Rir dos outros é mangar; - Ficar cheio de não me toque, frescura, é pantim; - Colar na prova é filar; - Quem é franzino (pequeno e magro) é xôxo; - O bobo se chama leso; - E o medroso se chama frouxo; - Vai sair, diz vou chegar; - “Caba” (homem) sem dinheiro é liso; - A moça nova é boyzinha; - Quem entra sem licença emburaca; - Pedaço de pedra é xêxo; - Quem não paga é xexêro; - Gente insistente é pegajosa; - Briga pequena é arenga; - Corrente com pingente é trancilim; - Pão bengala é tabica; - Desarrumado é malamanhado; - Pessoa triste é borocoxô, macambúzio; - “É mesmo” é “Iapôis”; É assim que acontece, visse? 94 O «perigo do pão»! Pesquisas sobre o pão indicam que: 1) 100% dos consumidores de pão acabam MORTOS. 2) 98,3% dos presidiários que cumprem pena por crimes violentos, são usuários de pão. 3) 92,7% dos crimes violentos são cometidos dentro de 24 horas depois da ingestão de pão. 4) O pão é feito basicamente de farinha de trigo. Está provado que menos de 500 gramas de farinha de trigo são suficientes para sufocar um rato. O indivíduo médio, que consome em média dois pães de cinqüenta gramas por dia, terá ingerido no final do mês farinha suficiente para ter matado seis ratos. 5) Está provado estatística e cientificamente que o uso do pão, causa dependência física e mental. Pesquisa feita em voluntários, revelou que 99,8% daqueles que foram submetidos a uma dieta forçada somente à base de água, imploraram por pão, em três dias ou menos. O nosso cérebro De acrodo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Nº 43 - novembro/2005 - Ano XXI Irmão Marcos Antonio Corbellini, fsc Provincial de Porto Alegre Irmão Paulo Petry, fsc Provincial de São Paulo Novos Irmãos Provinciais Visite o site www.lasalle.org.br e reze conosco. Nas «animações do Irmão Petry», você encontra quarenta (40) orações vocacionais ilustradas em flash. Baixe-as e reze conosoco, escolhendo sempre uma nova oração, ou repetindo aquela que mais lhe agradar. Neste site você também encontra músicas lassalistas para orar e alegrar sua vida. A partir de janeiro de 2006 assumem como novos Provinciais os Irmãos Marcos Antonio Corbellini e Paulo Petry, coordenando respectivamente as Províncias Lassalistas de Porto Alegre e de São Paulo. O Irmão Provincial tem a missão de animar, coordenar e comandar um conjunto de Comunidades Lassalistas. Ele é também o primeiro responsável pela animação vocacional. Por isto os dois novos Provinciais são apresentados aqui em nossa revista vocacional. Solicitamos a todos os lassalistas e aos jovens candidatos à vida religiosa em nossa congregação que se unam em preces para que os Irmãos Marcos Antonio Corbellini e Paulo Petry possam assumir e desempenhar com sabedoria esta nova missão a eles confiada. Que sejam iluminados pelas luzes divinas. Solicite já o CD «Precioso Dom»: R. Sto. Alexandre, 93 - Vila Guilhermina São Paulo/SP - CEP 03542-100 D D oo CC v v o o N N issttaa i l l a a s s LLaass Telefone: (0xx11)6958.1444 e-mail: [email protected] Adquira já o seu CD e cante com a Família Lassalista. O preço é de R$ 15,00 (Quinze Reais) + as despesas do Correio. www.lasalle.org.br • www.delasalle.com.br 95 Índice Irmãos Educadores ............................................................................. 2 Oração vocacional: Mareia, a Consagrada ao Pai .............................. 4 Vocação: Mistério da liberdade e chave da felicidade ......................... 6 Vida, louca vida, admirável vida .......................................................... 8 Aspirantado La Salle ......................................................................... 10 Sacrifício e disponibilidade ................................................................ 13 Palavras ao pé da cama ................................................................... 15 A verdadeira felicidade ...................................................................... 16 Juventude é ação .............................................................................. 18 Encontro vocacional em Esperantina ............................................... 20 Experiência de vida no Juvenato La Salle Fátima ............................. 23 Dia a dia do Juvenato La Salle Fátima .............................................. 24 Sonhos .............................................................................................. 26 Postulado La Salle - São Paulo ......................................................... 28 Uma opção que requer doação ......................................................... 32 A parte que nos cabe no Pão dos Pobres......................................... 34 Carta aos missionários ............................................................................................ 37 Jovens lassalistas missionários ............................................................................. 38 Trabalhos em grupo ................................................................................................. 40 A PAJULA e eu ........................................................................................................... 42 O Advento e nosso sim à vida .................................................................................. 43 Irmãos festejam a Vida Religiosa ............................................................................ 45 Declaração sobre esperanças e preocupações dos Jovens Lassalistas ............. 52 Salmo dos Jovens lassalistas ................................................................................. 54 A Regra de Ouro ........................................................................................................ 55 Vamos descer da árvore ........................................................................................... 58 A lição do jardineiro ................................................................................................... 60 Olhar sobre si mesmo .............................................................................................. 61 Bem Aventurada - Uma história de Maria em quadras populares .......................... 62 Melhor amigo - E dessa vez não é o cachorro ......................................................... 74 Deus é como açúcar ................................................................................................. 76 Pão partido para a vida do mundo ............................................................................ 77 15º Congresso Eucarístico Nacional ....................................................................... 80 Maria, passa na frente .............................................................................................. 81 Vocação, o chamado divino ...................................................................................... 82 A lógica de Einstein ................................................................................................... 84 Você tem experiência? .............................................................................................. 85 Que tal estas? ........................................................................................................... 86 Prece da Rosa .......................................................................................................... 88 Viver melhor ............................................................................................................... 90 Humor ........................................................................................................................ 91 Novos Irmãos Provinciais ......................................................................................... 95 ENDEREÇOS PARA OBTER INFORMAÇÕES VOCACIONAIS Irmãos Lassalistas Escolasticado La Salle Cx. Postal, 5.251 72001-970 - Taguatinga - DF Tel.: (61)381.7554 E-mail: [email protected] Comunidade La Salle Rua Bonfim, 2217 - Jd. La Salle 85902-030 - Toledo - PR Tel.: (45)252.7578 Instituto Abel Cx. Postal, 105.083 - Icaraí 24231-970 - Niterói - RJ E-mail:[email protected] Casa Provincial La Salle Rua Santo Alexandre, 93 Vila Guilhermina 03542-100 - São Paulo - SP Tel.: (11)6958.1444 Postulado La Salle R.Coronel Pedro Dias de Campos, 1094 Vila Matilde 03508-010 - São Paulo - SP Tel.: (11)6653.1163 E-mail: [email protected] Residência Provincial La Salle Rua Honório Silveira Dias, 636 90550-150 - Porto Alegre - RS Tel.: (51)3358.3600 E-mail: [email protected] Juvenato La Salle Fátima R. Sergipe, 665 - Vila Oriental Caixa Postal, 377 99500-000 - Carazinho - RS Tel.: (54)331.1344 E-mail: [email protected] Comunidade La Salle Rua do Congresso, 231 65279-000 - Presidente Médici - MA Tel.: (98)326.1140 E-mail: [email protected] Comunidade La Salle Rua La Salle, 1557 Centro • Cx. Postal, 71 89900-000 - S. Miguel do Oeste - SC Tel.:(49)622.0382 E-mail: [email protected] Visite nosso site vocacional: http://www.vocacoes.cjb.net Irmãs Guadalupanas de La Salle Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus Rua Dilermando Pereira de Almeida, 40 - Pinheirinho 81870-110 - Curitiba - PR Tel.: (41)246.2063 «No vosso emprego desempenhais uma das principais funções dos Apóstolos, educando na fé e na religião os novos fiéis, que são as crianças recém repletas do Espírito Santo, no Batismo.» (Meditações de La Salle, nº 102) São João Batista de La Salle Fundador do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs • Irmãos Lassalistas • Patrono Universal dos Educadores